Roteiro de Análise
Roteiro de Análise
Roteiro de Análise
A representatividade dos elementos amostrais que compõem o modelo em relação ao imóvel que está
sendo avaliado é fundamental para obtenção de um valor que efetivamente reflita o real valor de
mercado do imóvel. A utilização de modelos que não contém elementos amostrais representativos do
imóvel a ser avaliado é um dos erros mais comuns e mais graves verificados no uso da Inferência
Estatística.
Para detectar este tipo de erro técnico (falta de representatividade da amostra), não basta ficar restrito
à análise dos parâmetros numéricos do modelo, que podem ser muito bons inclusive, há que se analisar
se as variáveis utilizadas no modelo e as respectivas amplitudes dos valores coletados para estas
variáveis estão compatíveis com as características do imóvel avaliando.
Pode ocorrer que as variáveis do modelo não contemplem todas as características que agregam valor
ao imóvel avaliando, ou ainda, mesmo as variáveis estando presentes no modelo, não contemplarem as
características do imóvel avaliando dentro da amplitude de características da coleta efetuada, gerando
necessidade de extrapolações que, embora permitida pela Norma dentro de certos critérios, sempre
representa um risco maior de erro na atribuição do valor de mercado.
VISTORIA
É importante que todos os elementos amostrais que compõem a amostra, assim como o imóvel
avaliando, sejam vistoriados, afinal, como trabalhamos com o método comparativo, para que possamos
identificar corretamente quais são as variáveis a serem tratadas no modelo (diferenças que influenciam
no valor), há que conhecermos bem tanto os elementos amostrais quanto o avaliando para identificar
estas diferenças e escolher quais são as características mais importantes/influentes e que devam ser
traduzidas através de variáveis numéricas e utilizadas no modelo de regressões.
Mesmo ciente de que atualmente há farta disponibilidade de informação diretamente pela internet,
através dos sites que anunciam as vendas de imóveis, especialmente fotografias internas que
possibilitam obter muitas informações a respeito do imóvel no que diz respeito ao padrão e
conservação, entendemos que a vistoria ao elemento amostral deve ser realizada, se não com a
finalidade específica da vistoria interna, cujas informações talvez já foi possível obter pelo anúncio,
mas para se ter uma noção melhor do entorno do imóvel, ou seja, aspectos locais que possam interferir
no valor, principalmente em habitações multifamiliares (prédios/condomínios) ou em habitações
unifamiliares que pertençam a Conjuntos Habitacionais.
É importante conferir os dados após digitação para evitar que erros de digitação possam comprometer
a informação daqueles elementos e, por vezes, de todo o modelo. É sempre recomendável que as fontes
sejam consideradas confiáveis e sejam indicadas no laudo de avaliação para atestar a veracidade das
informações.
Em geral o Banco de Dados é alimentado em planilhas EXCEL ou banco de dados do tipo ACCESS
para, depois, serem transferidas para os softwares específicos nos quais os modelos são testados.
A maioria dos aplicativos, tais como o TS-SISREG, apresenta a possibilidade de migração direta a
partir do EXCEL o que permite evitar o retrabalho e a possibilidade de erro na transferência manual
das informações. Se a base de dados está armazenada em ACCESS, deverá ser utilizada a opção
“vínculos do Office” que transfere o conteúdo de consultas do ACCESS para uma planilha EXCEL.
No banco de Dados não há problemas em se colocar informações de tipologias diferentes desde que
sejam criados campos para que se possa fazer o filtro para selecionar os elementos amostrais
adequados para cada modelo (apartamentos, residências, terrenos, glebas, barracões industriais,
prédios comerciais, etc.);
Entretanto, quando se trata do modelo que vai ser estudado no aplicativo do tipo TS-SISREG, há que se
filtrar as informações do banco de dados e, somente depois, transferi-las para o aplicativo. Este filtro
deve garantir que os elementos amostrais retirados do Banco de Dados possibilite uma amostra
representativa do mercado em razão das características do imóvel avaliando.
CÁLCULO:
O aplicativo TS-Sisreg traz a opção do cálculo pelo Método Simplificado, embora esta opção faça com
que os cálculos sejam executados mais rápidamente, nem todas as equações possíveis são testadas.
Desta forma, caso o modelo seja muito complexo (muitas variáveis e/ou muitos elementos),
recomendamos utilizar esta opção no início do tratamento, mas tão logo o modelo comece a apresentar
resultados mais consistentes, recomendo desabilitar a opção para não correr o risco de não obter uma
equação que possa ser melhor que as fornecidas pelo Método Simplificado.
Análise cuidadosa dos resultados gerais:
- Significância dos regressores: demonstra se a variável atua efetivamente, ou não, na formação
do valor, em resumo, se exerce influência no valor que mereça ser considerada no modelo. O
ideal é obter os menores valores possíveis, quanto menor a significância, maior será a
confiança de que a variável independente analisada é importante. A Norma estabelece valores
máximos de significância para cada Grau de Fundamentação (III, II ou I), ou seja, 10%, 20% e
30%, respectivamente e esta análise é realizada utilizando-se a tabela t de student.
- Significância do modelo (F calculado): além dos regressores, o modelo também deve ser
testado e, da mesma forma que para os regressores, quanto menor for a significância do
modelo, melhor. A norma estabelece valores máximos de significância do modelo para cada
Grau de Fundamentação (III, II ou I) sendo 1%, 2% e 5% respectivamente e esta análise é
realizada através da estatística de Fischer-Snedecor.
- Coeficiente de Determinação: embora não possa ser considerado como único ponto de controle
para definir se o modelo é bom ou não, quanto maior for o coeficiente de determinação melhor,
pois indicará o grau de aderência do modelo, ou seja, menor distância entre os pontos coletados
no mercado e os pontos de projeção na equação matemática de regressão. Está diretamente
ligado com o desvio padrão, pois quanto maior for o coeficiente de determinação, menor será o
desvio padrão, melhorando os resultados do modelo, entre eles as amplitudes dos intervalos de
confiança, predição e Intervalo de valores admissíveis.
Embora o valor alto do coeficiente de determinação seja bom, também traz riscos quanto a
possibilidade de que aconteça alguns aspectos preocupantes: variação total muito grande; altos
graus de colinearidade ou multicolinearidade entre os regressores, portanto, como já dissemos,
coeficientes de determinação altos são bons desde que os demais resultados também sejam bons.
Já os coeficientes de determinação baixos podem indicar que: a) as variáveis não explicam a
variação do valor em torno da média;b) as variáveis independentes foram mal definidas e
devem ser revistas (podem estar faltando variáveis ou a(s) escala(s) está(ão) inadequada(s));c)
variação total a ser explicada é pequena (dados homogêneos - neste caso devem ser analisados
se os demais resultados da regressão são bons);
ESCOLHA DA EQUAÇÃO
a. Maior Coeficiente de Determinação Linear (com Coeficientes de Determinação Não Lineares mais
elevados);
b. Normalidade dos Resíduos com freqüência próxima a 68% (entre -1 a +1 desvios padrão); 90% (entre
-1,64 a +1,64 desvios padrão) e 95% (entre -1,96 a +1,96 desvios padrão);
c. Significâncias dos Regressores – Variáveis independentes - (ideal menor 10%; máximo: 30%);
d. Significância do Modelo – (ideal igual a 1%, máximo: 5%)
e. Não Auto-regressão na Variável Dependente;
Ponto 1
Reta de regressão é aquela que busca passar o mais próximo possível de todos os pontos, ao mesmo
tempo, considerando todas as variáveis presentes nos elementos amostrais e no imóvel avaliando
que exerça interferência no valor.
Considerando o gráfico acima, fica evidente que a reta mais adequada é a reta 2, porém,
considerando “a função matemática” que fundamenta a obtenção da reta de regressão, conforme
definição acima, o software pode fazer opção pela reta 1, o que inclusive inverte o “sinal” da
equação (hipótese de crescimento) para a variável considerada, de positiva para negativa.
Neste caso, o “Ponto 1” deveria ser um outlier uma vez que ultrapassa as linhas azuis do gráfico
que definiriam os limites de +/- 2 desvios padrões a partir da média se não fosse pela presença do
“Ponto 1” que “puxa” a reta para ele e, desta maneira fica próximo da reta de regressão dada pela
reta 1 e, então, não é considerado, nesta condição, como outier, mas como podemos ver, se
caracteriza como um ponto influenciante que distorce a leitura do comportamento de mercado.
Através da análise da tabela e do gráfico de resíduos podemos identificar pontos que podem
distorcer o modelo, tais como pontos discrepantes (outliers) como também pontos influenciantes. É
importante destacar que outliers são totalmente diferentes de pontos influenciantes; os outliers são
facilmente identificáveis pelo gráfico porque situam-se na região acima de +2 desvios padrões ou
abaixo de – 2 desvios padrões; já os pontos influenciantes devem ser identificados pela Distância de
Cook (quanto este valor supera o número 1) ou por aqueles elementos que possuem Variação Total
Variação Explicada altas e variação residual baixa.
a coluna Resíduo sobre DP indica a relação entre o Resíduo e o Desvio Padrão do modelo,
isto é, quantos desvios padrões o dado se distancia de sua média estimada;
valores superiores a +2 ou inferiores a -2 indicam dados excessivamente dispersos
e constituem o que tecnicamente se denomina de outliers
Indica o crescimento da variável para 10% variação em sua amplitude no ponto médio (última
coluna da tabela do teste de hipóteses);No caso das variáveis dicotômicas – a influência indicada é
a variação total;
a) Os Gráficos de crescimento Não Lineares devem apresentar consistência com a realidade de
mercado para cada hipótese (variável), conforme expectativa quando da definição da variável,
durante a criação do modelo (cor vermelha indica a inconsistência com a expectativa
formulada na criação da variável);
b) O crescimento relativo apresentado nas Dicotômicas e Dicotômicas de Grupo deve estar
compatível com a representatividade da variável no mercado (exemplo: diferença entre Oferta e
Venda deve estar dentro de patamares aceitáveis para a tipologia em estudo);
c) A relação de crescimento num grupo de Dicotômicas deve estar de acordo com a realidade que
se pretende mostrar (exemplo: Variáveis Padrão Normal e Padrão Alto relacionadas ao Padrão
Baixo não representado como variável. O crescimento das duas variáveis utilizadas deve ser
positivo, sendo de maior tamanho aquele apresentado pela variável Padrão Alto);
“t” de Student
quanto maior o “t” de Student (em módulo, maior a influência da variável no modelo;
se uma variável apresenta “t” muito maior do que as demais pode significar que essa
variável explica quase toda a variação e as demais contribuem muito pouco e, nesse caso, o
modelo pode ficar vulnerável em relação à esta variável principalmente se esta for do tipo
“qualitativa”, mais ainda se for do tipo código alocado, em função da eventual
subjetividade da escala.
COLINEARIDADES
Selecionar a Variável Dependente na Matriz de Correlações entre variáveis e Analisar com
enfoque nos seguintes parâmetros:
Nesta matriz, se a correlação entre a variável dependente e cada uma das demais variáveis mostra
valores elevados (acima de 60) melhor, mas isto não é condição necessária (Última linha - amarela) e
última coluna - azul).
Os demais valores da Matriz correspondem às correlações entre as variáveis independentes. Neste caso,
quanto mais reduzidos estes valores (abaixo de 60%), melhor. A Norma estabelece que correlações
acima de 80% devem ser investigadas.
Uma sugestão para análise, tanto para correlações isoladas como com influência, é:
Até 40% fraca
Até 60% média
Até 75% forte
Até 80% muito forte
Acima de 80% fortíssima
INTERVALO DE CONFIANÇA
CÓDIGOS ALOCADOS
Os critérios da construção dos códigos alocados devem ser explicitados, com a descrição necessária
e suficiente de cada código adotado, de forma a permitir o claro enquadramento dos dados de
mercado e do imóvel avaliando e assegurar que todos os elementos de mesma característica estejam
agrupados no mesmo item da escala.
A escala será composta por números naturais consecutivos e em ordem crescente (1, 2, 3, ...) em
função da importância das características possíveis na formação do valor, com valor inicial igual a
1.
Não é necessário que a amostra contenha dados de mercado em cada uma das posições da escala
construída.
É vedada a extrapolação de variáveis expressas por meio de códigos alocados
Recomenda-se a utilização prévia da análise de agrupamento de dados para a construção dos
códigos alocados.
5.1 Para Valor Unitário como variável dependente, examinar Pontos de Máximo para Área
Quando utilizado Valor Total como variável dependente, examinar Pontos de Mínimo
Em qualquer dos casos, a linha azul do Gráfico deve se mostrar sempre crescente e positivo,
sem nenhuma inflexão (picos positivos ou negativos)
MICRONUMEROSIDADE