Incapacidade Intelectual
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INCAPACIDADE
INTELECTUAL
PARADGIMA DO SUPORTE
MARINA CANDEIAS
JUNHO DE 2013
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Os quatro grupos de fatores causais, que deverão ser todos eles implicados no processo
de classificação, são: fatores biomédicos -processos biológicos – má nutrição, alterações
genéticas, etc.-, fatores sociais -capacidade de resposta e de estimulação por parte dos
adultos-, fatores comportamentais -abuso de substâncias tóxicas por parte da mãe- e
fatores educativos -disponibilidade dos apoios educativos para promoverem o
desenvolvimento do comportamento adaptativo.
Dimensão V : Contextos
A dimensão contextual considera as condições em que a pessoa vive,
relacionando-as com qualidade da vida. Os níveis de contexto considerados estão de
acordo com a conceção de Bronfenbrenner (1979), incluindo: (a) o microssistema – o
ambiente social imediato, envolvendo a família da pessoa e os que lhe são próximos; (b) o
mesossistema – a vizinhança, a comunidade e as organizações educacionais e de apoio;
(c) o macrossistema – o contexto cultural, a sociedade, os grupos populacionais.
São considerados na avaliação diagnóstica as práticas e valores culturais; as
oportunidades educacionais, de trabalho e lazer, bem como as condições contextuais de
desenvolvimento da pessoa. São consideradas, também, as condições ambientais
relacionadas ao seu bem-estar, saúde, segurança pessoal, conforto material, estímulo ao
desenvolvimento e condições de estabilidade no momento presente. A avaliação dos
contextos prescinde da utilização de medidas padronizadas, prevalecendo critérios
qualitativos e de julgamento clínico.
A definição de 2002 da AAIDD propõe ainda que a avaliação deve ter como
objetivo o diagnóstico, classificação e definição dos apoios e do sistema de suporte. O
quadro seguinte exemplifica este pressuposto:
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CLASSIFICAÇÃO DE NÍVEIS DE
INTENSIDADE PELOS COMPORTAMENTO
CLASSIFICAÇÃO
SUPORTES ADQUIRIDOS; ADAPTATIVO;
CLASSIFICAÇÃO PARA MEDIDAS DO QI;
PROPÓSITOS DE PESQUISA; AVALIAÇÃO DO
CLASSIFICAÇÃO POR MEIO;
CARACTERÍSTICAS SISTEMA DE FACTOR
SELECIONADAS; DE RISCO DE
CLASSIFICAÇÃO PARA OS ETILOGIA;
SUPORTES DE EDUCAÇÃO MEDIDAS DE SAÚDE
ESPECIAL; MENTAL:
CLASSIFICAÇÃO PARA CATEGORIAS DE
REEMBOLSO DE RECURSOS BENEFÍCIO.
FINANCEIROS.
SUPORTE PARA PLANO CENTRADO
AUMENTAR/DESENVOLVER NA PESSOA;
SISTEMA DE
FUNÇÕES HUMANAS; AUTO-AVALIAÇÃO;
SUPORTES SUPORTE PARA PROVER ANÁLISE DO
RESULATDOS ESPERADOS; AMBIENTE TESTES
SUPORTE PARA AJUDAR AS DE
PESSOAS A FAZER DESENVOLVIMENTO;
ESCOLHAS; FALA/LINGUAGEM,
SUPORTE PARA GARANTIR MOTOR, AVALIAÇÃO
DIREITOS HUMANOS. SENSORIAL;
ESCALAS DE
MEDIDA DE
NECESSIDADE DE
SUPORTE;
AVALIAÇÃO DO
COMPORTAMENTO
FUNCIONAL;
PLANO DO SUPORTE
DO
COMPORTAMENTO;
PLANO DE SUPORTE
CENTRADO NA
FAMÍLIA.
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O PARADIGMA DO SUPORTE
Cabe, assim à sociedade oferecer os serviços que os cidadãos com incapacidade
necessitarem (nas áreas física, psicológica, educacional, social, profissional). Mas
também lhe cabe, garantir-lhes o acesso a tudo de que dispõe, independente do tipo de
incapacidade e grau de comprometimento apresentado pelo cidadão. Foi fundamentado
nestas ideias que surgiu o terceiro paradigma, denominado Paradigma de Suporte. Este
tem-se caracterizado pelo pressuposto de que a pessoa tem direito à convivência não
segregada e ao acesso aos recursos disponíveis aos demais cidadãos. Para tanto, fez-se
necessário identificar o que poderia garantir tais prerrogativas. Foi nesta busca que se
buscou a disponibilização de suportes, instrumentos que viabilizam a garantia de que a
pessoa com incapacidade possa ter acesso a todo e qualquer recurso da comunidade. Os
suportes podem ser de diferentes tipos (suporte social, econômico, físico, instrumental) e
têm como função favorecer o que se passou a denominar inclusão social, processo de
ajuste mútuo, onde cabe à pessoa com incapacidade manifestar-se com relação a seus
desejos e necessidades e à sociedade, a implementação dos ajustes e providências
necessárias para que a ela possibilitem o acesso e a convivência no espaço comum, não
segregado. A inclusão parte do mesmo pressuposto da integração, que é o direito da
pessoa com incapacidade ter igualdade de acesso ao espaço comum da vida em sociedade.
Diferem, entretanto, no sentido de que o paradigma de serviços, onde se contextualiza a
ideia da integração, pressupõe o investimento principal na promoção de mudanças do
indivíduo, na direção de sua normalização. Entretanto, isto dá-se na maioria das vezes
em complementação ao processo de intervenção no sujeito, prevendo intervenções
decisivas e incisivas, em ambos os lados da equação: no processo de desenvolvimento
do sujeito e no processo de reajuste da realidade social, então, o trabalho direto com o
sujeito, adota como objetivo primordial e de curto prazo, a intervenção junto às
diferentes instâncias que contextualizam a vida desse sujeito na comunidade, no sentido
de nelas promover os ajustes (físicos, materiais, humanos, sociais, legais, etc..) que se
mostrem necessários para que a pessoa com incapacidade possa imediatamente
adquirir condições de acesso ao espaço comum da vida na sociedade. A inclusão
social, portanto, não é o processo que diga respeito somente à pessoa com incapacidade,
mas sim a todos os cidadãos. Não haverá inclusão da pessoa com incapacidade enquanto
a sociedade não for inclusiva, ou seja, realmente democrática, onde todos possam
igualmente se manifestar nas diferentes instâncias de debate e de tomada de decisões da
sociedade, tendo disponível o suporte que for necessário para viabilizar essa participação.
Assim, as pessoas com incapacidade devem frequentar os serviços que necessitam para
seu melhor tratamento e desenvolvimento. Mas a sociedade também necessita de se
reorganizar de forma a garantir o acesso imediato da pessoa, através da provisão das
adaptações que se mostrem necessárias. Não adianta prover igualdade de oportunidades,
se a sociedade não garantir o acesso da pessoa com incapacidade a essas oportunidades.
Muitos são os suportes necessários e possíveis de imediato. Outros, demandam maior
planeamento a médio e longo prazo. Todos, entretanto, devem ser disponibilizados, caso
se pretenda alcançar uma sociedade mais justa e democrática. Não há modelos prontos,
nem receitas em manuais. Há que encontrar soluções para a convivência na diversidade
que a caracteriza, enriquece, dá sentido e significado. Há que efetivamente favorecer a
convivência e a familiaridade com as pessoas com incapacidade, derrubando as barreiras
físicas, sociais e psicológicas e instrumentais que as impede de circular no espaço
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PARADIGMA DO SUPORTE
AVALIAÇÃO INTERVENÇÃO
Flexível e dinâmico
PLANEAMENTO:
MAPAS DO PASSADO:
INTERVENIENTES: Planear o amanhã com
História pessoal, clínica e esperança:
Família, Técnicos de
escolar do aluno.
Educação e de Saúde. Delinear objetivos e
desenvolver talentos.
CONTEXTOS:
MAPAS DOS SONHOS
E RECEIOS: Micro, meso e
macrosistema PLANEAMENTO:
Competências, interesses,
expectativas, aspirações Implementar estratégias
individuais, necessidades e e os suportes.
medos.
TIPO DE
SUPORTE: PLANEAMENTO:
MAPAS: PLANO DE A FORÇA DOS
AÇÃO Pistas verbais e COMPROMISSOS
visuais, etc.
Definir passos da Manter o foco
intervenção, priorizando os INTENSIDADE: monitorizando os
objetivos, tendo como base progressos e avaliando
a promoção de experiências Intermitentes, limitados,
o plano de suporte
de suporte. extensivos e evasivos.
individualizado
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BIBLIOGRAFIA
Aranha, M. S. F. (2001). Paradigmas da relação da sociedade com Pessoas com
Deficiência. Revista do Ministério Público do Trabalho, 21, 160-173.
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