Apostila de Acionamento

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Apostila de Acionamento de

Máquinas
Apresentação da Disciplina Acionamentos Elétricos

Prezados Estudantes

Estamos dando início aos trabalhos relativos aos conteúdo da disciplina de


Acionamentos Elétricos.
A referida disciplina tem como objetivos principais, fornecer os conhecimentos
básicos necessários para os projetos de circuitos elétricos para o acionamento de
máquinas elétricas. Conhecer e dimensionar os principais dispositivos de comando e
proteção utilizados nos circuitos de comandos elétricos. Ler e interpretar os circuitos de
comandos elétricos de máquinas elétricas e conhecer os principais métodos eletrônicos
de acionamento de máquinas elétricas.
Tais conhecimentos são de fundamental importância porque em qualquer sistema
elétrico (dos setores industrial, predial e residencial), do mais simples ao mais complexo
sistema produtivo, há algum tipo de máquina ou equipamento sendo acionado de alguma
forma, como por exemplo, através de um motor elétrico, o qual é a forma mais largamente
utilizada de obtenção de energia mecânica.
Sendo assim, esperamos que todos possam gostar da disciplina e, com isso,
venham a desenvolver um excelente trabalho, visando sempre à ampliação e consolidação
dos conhecimentos, aproveitando as oportunidades que lhes são oferecidas.

Desde já, desejamos...sucesso!

Objetivos
 Compreender o princípio de funcionamento do motor de indução trifásico.
 Conhecer os principais tipos de motores elétricos.
 Conhecer as principais características de motores elétricos.
 Identificar e conhecer as ligações dos terminais dos motores de indução trifásicos.

INTRODUÇÃO

O motor elétrico pode ser definido, de um modo simples e direto, como um


equipamento que converte energia elétrica em energia mecânica (em geral energia
cinética) e desenvolve em seu eixo um movimento de rotação e um conjugado (torque).
A energia elétrica – fonte de alimentação - pode ser na forma contínua (no caso dos
motores CC) ou alternada (motores CA de indução, síncronos etc.).

Acionamento Convencional São acionamentos que utilizam partidas


convencionais de motores, e para isso utilizam dispositivos eletromecânicos para (a
partida) o acionamento de um motor. Ex.: Contatores eletromecânicos, interruptores
mecânicos

Acionamento Eletrônico Sãos acionamentos que utilizam a partida eletrônica de


motores, através de dispositivos eletrônicos para acioná-los. Ex.: Soft-starters, inversores
de frequência

Figura 1 – Aspecto do motor de indução, em vista explodida. Disponível em:


http://www.weg.net/files/products/WEG-motores-eletricos-baixa-tensao-mercado-brasil-050-
catalogo-portugues-br.pdf

Motores elétricos

Tipos de motores
O motor elétrico tem como objetivo transformar a energia elétrica em mecânica
(giro do seu eixo). Características como custo reduzido, simplicidade de construção,
facilidade de transporte, limpeza, alto rendimento e fácil adaptação as cargas dos mais
diversos tipos, fazem com que o motor elétrico seja o mais utilizado dentre todos os tipos
de motores existentes.
Ha muitos tipos de motores, mas podemos classificá-los em dois grandes grupos:
corrente contínua e corrente alternada. Os motores de corrente contínua (CC) são motores
de custo elevado, requerem alimentação especial, que pode ser uma fonte de corrente
contínua ou utilização de dispositivos capazes de converter a corrente alternada em
corrente contínua (retificadores a tiritares). Necessitam de um programa constante de
manutenção por causa do “afixamento” (comutação) de suas escovas. Como vantagens
desse motor, podemos citar: alto torque em relação as pequenas dimensões do motor,
controle de grande flexibilidade e precisão, devido a elevada gama de valores de ajuste
de velocidade. O uso desse tipo de motor e restrito a casos especiais em que tais
exigências compensam o elevado custo da instalação.
Devido ao baixo custo dos motores de corrente alternada e o desenvolvimento
da eletrônica industrial, que tornou possível o controle em corrente alternada, hoje, os
motores CC são considerados obsoletos, e destinados a aplicações muito especificas.
Assim, os motores CA são os mais utilizados em aplicações industriais. O motor
CA tem uma série de vantagens sobre o motor CC:
 Baixa manutenção.
 Ausência de escovas comutadoras.
 Ausência de faiscamento.
 Baixo ruído elétrico.
 Custo inferior.
 Velocidade de rotação superior.
 Grande disponibilidade de fornecedores de motores CA em relação ao motor CC,
o que facilita a sua aquisição.
 Não necessitam de circuitos especiais para alimentação, uma vez que a
distribuição de energia elétrica e feita normalmente em corrente alternada.
Dentre os motores de corrente alternada, destacam-se os motores síncronos e os
motores assincronos.
O motor síncrono funciona com velocidade fixa. Geralmente, este tipo de motor e
utilizado em sistemas de grandes potencias ou quando a aplicação exige velocidade
constante. Para sistemas de baixa potência, este tipo de motor não e muito utilizado, pois
apresenta alto custo em tamanhos menores. Entretanto, os motores síncronos, como
trabalham com fatores de potência reguláveis, podem ajudar a reduzir os custos de energia
elétrica e melhorar o rendimento do sistema de energia, corrigindo o fator de potência na
rede elétrica onde estão instalados.
O motor assíncrono, também chamado de motor de indução, e utilizado na grande
maioria das máquinas e equipamentos encontrados na prática. E, sem dúvida, o mais
utilizado devido a sua simplicidade, robustez e baixo custo. Sua velocidade sofre ligeiras
variações em função da variação da carga mecânica aplicada ao eixo. No entanto, o
desenvolvimento dos inversores de frequência, facilitou o controle de velocidade e torque
desses motores.
Dentre os motores de indução, daremos ênfase aos motores de indução trifásicos
(MIT). Existem os motores de indução monofásicos que são utilizados para cargas que
necessitam de motores de pequena potência, como por exemplo, ventiladores, geladeiras,
furadeiras de bancada etc. Motores trifásicos são motores próprios para serem ligados aos
sistemas elétricos de três fases e são os motores de emprego mais amplo na indústria.
Oferecem melhores condições de operação do que os motores monofásicos porque não
necessitam de auxílio na partida, dão rendimento mais elevado e são encontrados em
potencias maiores.

Funcionamento do Motor de Indução Trifásico (MIT)

O motor de indução trifásico e constituído basicamente de estator e rotor. O


rotor e a parte móvel do motor e o estator e a parte fixa. Existem dois tipos principais de
rotor: o bobinado e o curto-circuito o. Na Figura 2 temos um motor em corte, com rotor
curto-circuito o.

Partes Constituintes
As partes constituintes do motor elétrico são localizadas em dois setores dele: o estator
(parte fixa) e o rotor (parte girante). O espaço entre o estator e o rotor é chamado de
entreferro. A Figura 2 ilustra o motor elétrico e na sequência são apresentados os
componentes e sua descrição.
Estator
 Carcaça (1) - é a estrutura suporte do conjunto; de construção robusta em ferro
fundido, aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e com aletas.
 Núcleo de chapas (2) - as chapas são de aço magnético, tratadas termicamente
para reduzir ao mínimo as perdas no ferro.

 Enrolamento trifásico (8) - três conjuntos iguais de bobinas, uma para cada fase,
formando um sistema trifásico ligado à rede trifásica de alimentação.

Figura 2 – Motor de indução – partes do estator e do rotor. Fonte: Disponível em:


http://www.weg.net/files/products/WEG-motores-eletricos-baixa-tensao-mercado-brasil-050-
catalogo-portugues-br.pdf

Rotor
 Eixo (7) - transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. É tratado
termicamente para evitar problemas como empenamento e fadiga.
 Núcleo de chapas (3) - as chapas possuem as mesmas características das chapas
do estator.

 Barras e anéis de curto-circuito (12) - são de alumínio injetado sob pressão numa
única peça.

Outras partes do motor de indução trifásico: tampa (4), ventilador (5), tampa defletora
(6), caixa de ligação (9), terminais (10) e rolamentos (11).

Ligação interna de um estator trifásico em que as bobinas (fases) estão defasadas em


120º e ligadas em triangulo.

Figura 3 - Ligação das bobinas do estator para produção do campo magnético girante
Fonte: CTISM, adaptado de Capelli, 2008

Esquema de fechamento externo dos terminais dos motores

Os motores de indução trifásicos são fabricados com diferentes potencias e


velocidades, nas frequências de 50 e 60 Hz, levando-se em conta as tensões padronizadas
da rede: 220 V, 380 V, 440 V e 760 V.
As bobinas do MIT estão distribuídas no estator e ligadas de forma a formar três
circuitos simétricos distintos, denominados de fases de enrolamento. Do enrolamento do
estator saem os fios para ligação do motor a rede elétrica. Dele podem sair 3, 6, 9 ou 12
fios (terminais). Os motores com 3 terminais permitem a alimentação somente para um
valor de tensão (220 V). Os motores com 6 terminais podem ser utilizados em dupla
tensão (220 V/380 V). Já os motores com 9 e 12 terminais podem ser alimentados com 4
tensões distintas: 220 V, 380 V, 440 V e 760 V.

Outras características

Além das características vistas, existem outras, não menos importantes, tais como:
classe de isolação, regime de serviço, tipo de lubrificante, entre outras, que não serão
vistas neste caderno. A Figura 4 ilustra a placa de um motor com todas suas
características.

Figura 4 - Dados de placa de um motor trifásico


Fonte: CTISM
Tipos de conexão dos enrolamentos

Os motores de indução podem ser adquiridos com 3, 6, 9 ou 12 terminais externos.

Figura 5 - Esquema de ligação de motores elétricos


Fonte: Disponível em: https://www.gedeon-aprendendo.com.br/ligaccedilatildeo-de-motores-
eletricos.html

Principais elementos e dispositivos em circuitos de comandos elétricos

O objetivo é o de conhecer os dispositivos utilizados nos painéis de comandos


elétricos. Assim como para trocar uma simples roda de carro, quando o pneu fura,
necessita-se conhecer as ferramentas próprias, em comandos elétricos, para entender o
funcionamento de um circuito e posteriormente para desenhar o mesmo, necessita-se
conhecer os elementos apropriados. A diferença está no fato de que em grandes painéis
existem barramentos de elevada capacidade que podem submeter as pessoas a situações
de riscos.

Fusíveis
Os fusíveis são dispositivos usados com o objetivo de limitar a corrente de um
circuito, proporcionando sua interrupção em casos de curtos-circuitos ou sobrecargas de
longa duração. O curto-circuito é uma ligação, praticamente sem resistência, entre
condutores sob tensão ou, pode ser também, uma ligação intencional ou acidental entre
dois pontos de um sistema ou equipamento elétrico, ou de um componente, através de
uma impedância desprezível. Nessas condições, através de uma resistência transitória
desprezível, a corrente assume um valor muitas vezes maior do que a corrente de
operação; assim sendo, o equipamento e parte da instalação poderão sofrer um esforço
térmico (corrente suportável de curta duração) ou eletrodinâmico (corrente nominal de
impulso) excessivos.

Sua atuação deve-se a fusão de um elemento pelo efeito Joule, provocado pela
súbita elevação de corrente em determinado circuito. O elemento fusível tem
propriedades físicas tais que o seu ponto de fusão é inferior ao ponto de fusão do cobre.
Este último é o material mais utilizado em condutores de aplicação geral.

Fusível NH Fusível Diazed


Figura 6 – Modelos de Fusível

Tipos de Fusíveis
Figura 7 – Tipos de fusível
Fonte: Disponível em:
http://joinville.ifsc.edu.br/~mtaques/Comandos%20Industriais/Apostila_ComandosIndustriais
_Teoria_ProfMauricioTaques_Vmar%C3%A7o2016.pdf

Disjuntores

Os disjuntores são dispositivos magneto-térmicos para proteção de instalações e


equipamentos elétricos contra sobrecarga e curto-circuito. Eles são equipados com um
disparador térmico (bimetal) que atua nas situações de sobrecarga, e com um disparador
eletromagnético que atua nos casos de curto-circuito.
Figura 8 – Disjuntores Monofásico, Bifásico e Trifásico
Fonte: Disponível em: https://www.mundodaeletrica.com.br/wp-
content/uploads/2014/08/disjuntores2.jpg

Construção de disjuntores

1. Manopla - utilizada para fazer o


fecho ou a abertura manual do
disjuntor. Também indica o estado
do disjuntor (Ligado/Desligado ou
desarmado). A maioria dos
disjuntores são projetados de
forma que o disjuntor desarme
mesmo que a manopla seja
segurada ou travada na posição
"ligado".
2. Mecanismo atuador - Junta ou
separa o sistema da rede elétrica.
3. Contatos - Permitem que a
corrente flua quando o disjuntor
está ligado e seja interrompida
quando desligado.
4. Terminais;
5. Trip bi metálico;
6. Parafuso calibrador - permite que
o fabricante ajuste precisamente a
corrente de trip do dispositivo
após montagem.
7. Solenoide ou bobina;
8. Câmara de extinção de arco

Figura 9 – Partes que compõem disjuntores


Fonte: Disponível em: https://www.priorizesst.com.br/2019/06/como-funciona-um-disjuntor-
conheca-um.html

Ambos os sistemas são individualmente ajustados para valores adequados à


proteção de cargas específicas, tais como circuitos de comando, pequenos motores etc.
Alguns disjuntores possuem disparo livre, ou seja, se, por exemplo, o acionador for
travado na posição “ligado”, internamente o disjuntor dispara. Devido a um dispositivo
de corte ultrarrápido, a separação dos contatos efetua-se em menos de 1 ms. O arco
elétrico é fortemente reduzido por câmaras de extinção de construção especial onde se
interrompe a corrente de curto-circuito alternada antes de sua passagem pelo zero.
Os contatos são construídos com o emprego de ligas especiais à base de prata, o
que oferece uma elevada segurança contra a colagem dos contatos e uma elevada
durabilidade elétrica.
O disjuntor precisa ser especificado através de algumas grandezas bem definidas
tais como: Tensão de isolamento,
tensão nominal, corrente nominal, capacidade de interrupção e tipo de acionamento.

Botoeira ou Botão de comando


Quando se fala em ligar um motor, o primeiro elemento que vem a mente é o de
uma chave para ligá-lo. Só que no caso de comandos elétricos a “chave” que liga os
motores é diferente de uma chave usual, destas que se tem em casa para comandar
lâmpadas, por exemplo.
A diferença principal está no fato de que ao movimentar a “chave residencial” ela
vai para uma posição e permanece nela, mesmo quando se retira a pressão do dedo. Na
“chave industrial” ou botoeira há o retorno para a posição de repouso através de uma
mola, como pode ser observado na figura 9 (a). O entendimento deste conceito é
fundamental para compreender o porquê da existência de um selo no circuito de comando.

Figura 9 – (a) Esquema de uma botoeira – (b) Exemplos de botoeiras comerciais


A botoeira faz parte da classe de componentes denominada “elementos de sinais”.
Estes são dispositivos pilotos e nunca são aplicados no acionamento direto de motores.
A (figura 9 a) mostra o caso de uma botoeira para comutação de 4 polos. O contato NA
(Normalmente Aberto) pode ser utilizado como botão LIGA e o NF (Normalmente
Fechado) como botão DESLIGA. Ao substituir o botão manual por um rolete, tem-se a
chave fim de curso (fig. 3.2), muito utilizada em circuitos pneumáticos e hidráulicos. Este
é muito utilizado na movimentação de cargas, acionado no esbarro de um caixote,
engradado, ou qualquer outra carga.
Outros tipos de elementos de sinais são os Termostatos, Pressostatos (fig. 3.3), as
Chaves de Nível e as chaves de fim de
curso (que podem ser roletes).
Figura 10 - Chaves fim de curso

Figura 11 - Pressostato

Relés

Os relés são os elementos fundamentais de manobra de cargas elétricas, pois


permitem a combinação de lógicas no comando, bem como a separação dos circuitos de
potência e comando. Os mais simples constituem-se de uma carcaça com cinco terminais.
Os terminais (1) e (2) correspondem a bobina de excitação. O terminal (3) é o de entrada,
e os terminais (4) e (5) correspondem aos contatos normalmente fechado (NF) e
normalmente aberto (NA), respectivamente.
Uma característica importante dos relés, como pode ser observado na figura 12 é
que a tensão nos terminais (1) e (2) pode ser 5 Vcc, 12 Vcc ou 24 Vcc, enquanto
simultaneamente os terminais (3), (4) e (5) podem trabalhar com 110 Vca ou 220 Vca.
Ou seja não há contato físico entre os terminais de acionamento e os de trabalho. Este
conceito permitiu o surgimento de dois circuitos em um painel elétrico:
i. Circuito de comando: neste encontra-se a interface com o operador da máquina ou
dispositivo e portanto trabalha com baixas correntes (até 10 A) e/ou baixas tensões.
ii. Circuito de Potência: é o circuito onde se encontram as cargas a serem acionadas, tais
como motores, resistências de aquecimento, entre outras. Neste podem circular correntes
elétricas da ordem de 10 A ou mais, e atingir tensões de até 760 V.

Figura 12 - Relés

Figura 13 - Diagrama esquemático de um relé

Relé de Tempo

Os Relés temporizadores são dispositivos eletrônicos que permitem, em função de


tempos ajustados, comutar um sinal de saída de acordo com a sua função. Muito utilizados
em automação de máquinas e processos industriais como partidas de motores, quadros de
comando, fornos industriais, injetoras, entre outros.
Possui eletrônica digital que proporciona elevada precisão, repetibilidade e
imunidade a ruídos. Projetado de acordo com normas internacionais, os relés constituem
uma solução compacta e segura, em caixas com dimensões reduzidas para montagem em
trilho DIN 35mm, nas configurações com 1 ou 2 saídas NA-NF e alimentado em 110-
130V 50/60Hz, 220-240V 50/60Hz ou 24Vcc

Figura 14 - Relés Temporizadores


Com faixas de temporização, os relés podem ser ajustados de 0,3 segundos a 30
minutos com elevada confiabilidade e precisão. Quanto ao tipo de atuação (ver fig. 3.7)
os relés podem ser com:
Retardado na energização – Esse tipo atua suas chaves um tempo após a ligação, ou
energização do relé e as retorna ao repouso imediatamente após seu desligamento ou
desenergização.
Retardado na desenergização – Este atua as chaves imediatamente na ativação, porém
estas chaves só retornam ao repouso um tempo após a desativação. No painel desse relé
se encontra um botão pelo qual se seleciona o tempo de retardo.
Gráficos de acionamento x tempo, das bobinas e dos contatos dos relés
temporizados.

Gráficos Acionamento x Tempo, dos relés


Contatores

São dispositivos de manobra mecânica, acionado eletromagneticamente,


construídos para uma elevada frequência de operação, e cujo arco elétrico é extinto no ar,
sem afetar o seu funcionamento. Como pode ser observado na figura 15, o contator
consiste basicamente de um núcleo magnético (bipartido, uma parte móvel e a outra fixa)
e uma bobina que quando alimentada por um circuito elétrico, forma um campo
magnético que, concentrando-se na parte fixa do núcleo, atrai a parte móvel.
Quando não circula corrente pela bobina de excitação essa parte do núcleo é
repelida por ação de molas. Contatos elétricos são distribuídos solidariamente a esta parte
móvel do núcleo, constituindo um conjunto de contatos móveis. Solidário a carcaça do
contator existe um conjunto de contatos fixos. Cada jogo de contatos fixos e móveis
podem ser do tipo normalmente aberto (NA), ou normalmente fechados (NF).

Figura 15 - Diagrama esquemático de um contator com 2 terminais NA e um NF

Os contatores podem ser classificados como: Contatores de Potência ou


Contatores Auxiliares. De forma simples pode-se afirmar que os contatores auxiliares
tem os seus contatos dimensionados para corrente máxima de aproximadamente 6A e
possuem de 4 a 8 contatos, podendo chegar a 12 contatos.
Figura 16 - Foto de contatores
Fonte: Disponível em: https://cdn.iset.io/assets/40550/produtos/1006/cwm-contator-
imagem.png
Construção
 Os principais elementos construtivos de um contator são:
 Contatos;
 Sistema do acionamento;
 Carcaça;
 Câmara de extinção de arco-voltaico.
 Contatos dos contatores e pastilhas
Os contatos são partes especiais e fundamentais dos contatores, destinados a
estabelecer a ligação entre as partes energizadas e não energizadas de um circuito ou, então,
interromper a ligação de um circuito. São constituídos de pastilhas e suportes. Podem ser
fixos ou móveis, simples ou imponte.

Figura 17 – Pastilha de contato

Os contatores de potência são para correntes máximas de até 600 A


aproximadamente. De uma maneira geral possuem 3 contatos principais do tipo NA, para
manobra de cargas trifásicas e podem dispor também, de contatos auxiliares acoplados.
Um fator importante a ser observando no uso dos contatores são as faíscas produzidas
pelo impacto, durante a comutação dos contatos. Isso promove o desgaste natural deles,
além de consistir em riscos à saúde humana. A intensidade das faíscas pode se agravar
em ambientes úmidos e com a intensidade de corrente elétrica circulando no painel. Dessa
forma foram aplicadas diferentes formas de proteção, resultando em uma classificação
destes elementos.
Basicamente existem 4 categorias de emprego de contatores principais:
a) AC1: é aplicada em cargas ôhmicas ou pouco indutivas, como aquecedores e
fornos a resistência.
b) AC2: é para acionamento de motores de indução com rotor bobinado.
c) AC3: é aplicação de motores com rotor de gaiola em cargas normais como
bombas, ventiladores e compressores.

AC4: é para manobras pesadas, como acionar o motor de indução em plena carga,

reversão em plena marcha e operação intermitente.

Bloco Auxiliares

São um dispositivo que tem dois ou mais contatos elétricos que quando estão
fechados permitem a passagem da corrente elétrica , alimentando o circuito no qual está
inserido. Quando abertos, interrompem a passagem da corrente elétrica, desenergizando
o circuito.

O Bloco de Contato pode ser do tipo NA (normalmente aberto) na cor verde ou NF


(normalmente fechado)na cor vermelha.

O Bloco de Contato é acionado através de um contator, uma botoeira, uma chave seletora,
disjuntor motor,etc., são independentes e de encaixe rápido permitindo ao usuário montar
a configuração de contatos que necessitar com várias combinações.
Relé Térmico ou de Sobrecarga

Os relés térmicos são dispositivos construídos para proteger, controlar ou


comandar um circuito elétrico, atuando sempre pelo efeito térmico provocado pela
corrente elétrica. Os relés térmicos têm como elemento básico o “bimetal’. Esse
elemento, é constituído de duas lâminas finas (normalmente ferro e níquel), sobrepostas
e soldadas. Os dois materiais apresentam coeficientes de dilatação diferentes, dessa
forma, um dos metais se alonga mais do que o outro quando aquecidos.
Por estarem rigidamente unidos e fixados, numa das extremidades, o metal de
menor coeficiente de dilatação provoca um encurvamento do conjunto para o seu lado,
afastando o conjunto de um ponto determinado. Esse movimento é usado para diversos
fins, como disparar um gatilho e abrir um contato elétrico.
Figura 18 – Relé Térmico ou de Sobrecarga

Figura 19 – Partes que compõem o Relé Térmico ou de Sobrecarga

Tipos de partida

A partida dos motores trifásicos de indução (MIT) devera, sempre que possível, ser direta,
por meio de contatores. E a maneira mais simples e barata de se partir um MIT. Porém,
há casos em que a corrente de partida do motor e elevada, tendo as seguintes
consequências prejudiciais:
• Queda de tensão elevada no sistema de alimentação da rede. Isso provoca
perturbações em equipamentos instalados no sistema.
• Elevação no custo de instalação, uma vez que o sistema de proteção e controle (cabos,
contatores etc.) deverá ser superdimensionado.
• Imposição da concessionaria de energia elétrica, que limita a queda de tensão da rede.
Caso o sistema de partida direta não seja possível, geralmente para motores
com potência maior que 5 cv para 127 V/220 V ou 7,5 cv para 220 V/380 V,
pode-se optar por um sistema de partida indireta, a fim de reduzir a corrente
de partida.

Tipos de Partidas

Iremos estudar cinco métodos de partida utilizados no acionamento de motores


elétricos de indução:
a) Partida direta.
b) Partida com chave estrela-triangulo.
c) Partida com chave compensadora.
d) Partida suave com soft-starter.
e) Partida com inversores de frequência

Simbologia gráfica
Até o presente momento mostrou-se a presença de diversos dispositivos que
podem ser partes constituintes de um circuito de comando elétrico. Em um comando, para
saber como estes dispositivos são ligados entre si é necessário consultar um
desenho chamado de esquema elétrico. No desenho elétrico cada um dos elementos é
representado através de um símbolo. A simbologia é padronizada através das normas
ABNT, DIN, IEC, etc.
Na figura 20 apresentam-se alguns símbolos referentes aos componentes estudados nos
parágrafos anteriores.
Figura 20 - Simbologia em comandos elétricos

Partida direta de motores elétricos trifásicos de indução

Partida direta e o método de acionamento de motores de corrente alternada, no


qual o motor e conectado diretamente a rede elétrica. Ou seja, ela se dá quando aplicamos
a tensão nominal sobre os enrolamentos do estator do motor, de maneira direta.
Para implementação desse sistema de partida, e utilizado um contator como
dispositivo de manobra e dispositivos de proteção (fusíveis e reles de sobrecarga ou
disjuntores). A Figura 21 (a) ilustra o diagrama principal, também chamado de forca ou
de potência para o sistema de partida direta.
Necessitamos energizar a bobina do contator C1, a fim de que ela possa acionar
os contatos principais do contator, colocando em funcionamento o motor. Para isso, e
importante observar o valor da tensão de alimentação da bobina. Geralmente são
empregadas bobinas que são alimentadas com tensões com mesmo valor da rede de
alimentação (220 Vca).
A Figura 21 (b) ilustra o diagrama auxiliar ou de comando para um sistema de partida
direta de um MIT. Nesse diagrama, são utilizados fusíveis de proteção, terminais do rele
de sobrecarga (e4), um botão pulsado (push-botton) NA (normalmente aberto) para
partida do motor (B1) e um outro botão pulsado NF (normalmente fechado) para desligar
o motor (B0).

Figura 21 – Partida Direta com contato de selo diagrama principal ou de potência (a) e
diagrama auxiliar ou de comando (b).
Fonte: CTISM, adaptado dos autores
Nesse diagrama, ao ser acionado o botão de comando liga (B1), seu contato NA
se fecha, energizando a bobina do contator C1. Uma vez energizada a bobina de C1, seus
contatos são fechados tanto no circuito de forca, quanto no circuito de comando. Assim,
podemos desacoimar B1, visto que a corrente elétrica que alimenta a bobina fluirá através
do contato NA (13, 14) de C1, agora fechado. O contato NA (13, 14) de C1 realiza a
função de selo ou retenção, uma vez que o mesmo mante a bobina energizada após o
estacionamento (abertura) do botão B1. Nessas condições, o motor parte e permanece
ligado até que seja acionado o botão desliga (B0). Quando isso acontece, e interrompido
o percurso da corrente que fluía pelo contato de C1 e, em consequência disso, a
alimentação do motor e interrompida até sua paralisação.
Com a finalidade de proteger o motor contra sobrecargas, foi utilizado um relé de
sobrecarga ou relé térmico (e4). Caso haja, em algum instante, uma sobrecarga em
qualquer uma das fases do motor no circuito principal, o relé térmico aciona no circuito
de comando o seu contato NF (95, 96), fazendo-o abrir, desenergizado assim a bobina do
contator C1.
O contato de selo é sempre ligado em paralelo com o contato de fechamento do
botão que energiza a bobina do contator. Sua finalidade é de manter a corrente circulando
pela bobina do contator mesmo após o operador ter retirado o dedo do botão.
Nesse tipo de partida, a corrente de pico (Ip) pode variar de 4 a 12 vezes a corrente
nominal do motor, sendo a forma mais simples de partir um motor. Comumente, a
vantagem principal e o custo, pois não e necessário nenhum outro dispositivo de suporte
que auxilie a suavizar as amplitudes de corrente durante a partida.
Ha inúmeras desvantagens com relação a outros métodos de partida, como por
exemplo, um transiente de corrente e torque durante a partida. A corrente variando de 4
a 12 vezes a nominal obriga o projetista do sistema elétrico a superdimensionar o sistema
de alimentação, os disjuntores e os fusíveis. Dependendo dos valores de pico de corrente,
a tensão do sistema pode sofrer quedas. O transiente de torque faz com que os
componentes mecânicos associados ao eixo do motor sofram desgaste prematuro. A
situação piora à medida que a potência elétrica do motor aumenta.
Métodos alternativos que suavizam a partida direta podem ser obtidos com
contatores e temporizadores (partida estrela-triangulo), autotransformadores ou sistemas
eletrônicos como os soft-starters e inversores de frequência.
Partida direta com reversão (mudança de sentido de rotação)
Na aula anterior, vimos que, para se obter a mudança de sentido de rotação de
motores trifásicos, basta inverterem entre si duas fases quaisquer que alimentam o motor.
Isso as vezes e necessário para que uma máquina ou equipamento complete o seu ciclo
de funcionamento. Podemos citar como exemplos portões de garagem, plataformas
elevatórias de automóveis, tornos mecânicos etc. A Figura 22 ilustra os diagramas de
forca e de comando de um sistema de partida direta com reversão lenta.
Para realização da reversão são utilizados dois contatores (C1 e C2) e dois botões
puladores NA (B1 e B2), além de um pulsado NF (B0), que e o botão desliga geral. Assim,
no diagrama de comando, pressionando o botão B1, e energizada a bobina do contator
C1, através do contato NF de C2. O contato NF de C1 (21, 22) abre, bloqueando a bobina
C2 (intertravamento elétrico) e o contato NA de C1 (13, 14) faz o selo da bobina C1. No
circuito de forca, C1 fecha os contatos NA de potência, alimentando os terminais do
motor, fazendo-o partir e permanecer ligado em um determinado sentido de giro.
Figura 22: Partida direta com reversão lenta com contato de selo: diagrama principal (a)
e diagrama de comando (b)
Fonte: CTISM, adaptado dos autores

Estando a bobina de C1 energizada, ao pressionarmos o botão B2 com intuito


de inverter o sentido de rotação, nada irá acontecer, visto que o contato NF de C1, que se
encontra aberto, impede a energização da bobina de C2 (intertravamento elétrico). A
reversão e dita lenta, pois para se inverter o sentido de giro do motor e necessário
pressionar o botão B0.
Quando o botão B0 for pressionado, a bobina de C1 e finalmente desenergizada
assim, o contato NA de C1 (13, 14) abre, desfazendo o selo da bobina C1, e o contato NF
de C1 (21, 22) fecha, permitindo que a bobina C2 seja energizada. Agora, acionando o
botão B2, a bobina de C2 e energizada por meio do contato NF de C1 (21, 22). O contato
NF de C2 (21, 22) abre, bloqueando a bobina de C1 (intertravamento elétrico), e o contato
NA de C2 (13, 14) fecha, fazendo o selo da bobina C2. No circuito de forca, C2 fecha os
seus contatos NA, proporcionando a inversão das fases S e T e a mudança no sentido de
giro do motor. Caso haja, em algum instante, uma sobrecarga no motor, o relé térmico
aciona seu contato NF (95, 96), fazendo-o abrir e desenergizar a bobina que estiver ligada
(C1 ou C2).
Em algumas manobras, onde existem 2 ou mais contatores, para evitar curtos
deve-se impedir o funcionamento simultâneo destes contatores. Utiliza-se assim o
intertravamento por meio de contatos NF. Neste caso os contatos devem ficar antes da
alimentação da bobina dos contatores. O intertravamento proporcionado pelos contatos
NF (21, 22) dos contatores C1 e C2 são de grande importância neste tipo de circuito, pois
eles impedem que as bobinas de C1 e C2 sejam energizadas ao mesmo tempo, o que iria
causar um curto-circuito entre as fases S e T de alimentação.

Partida estrela-triângulo (Y-Δ)

No método de partida estrela-triangulo, o motor parte em configuração estrela, o


que proporciona uma menor tensão nas bobinas, diminuindo assim, a corrente de partida.
Por meio dessa manobra, o motor realizara uma partida mais suave, reduzindo sua
corrente em aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta. Entretanto,
com a diminuição da corrente de partida, há uma perda considerável de conjugado
(torque) na partida. Assim, esse método se mostra aplicável para partida de motores sem
carga (a vazio) ou com cargas que apresentam conjugado resistente baixo e praticamente
constante. O conjugado resistente da carga não pode ser maior que o conjugado de partida
do motor, nem a corrente no instante de comutação de estrela para triangulo poderá ser
de valor inaceitável.
Além disso, o sistema exige que o motor tenha disponível pelo menos seis
terminais e que a tensão nominal (tensão da concessionaria) seja igual a tensão de
triangulo do motor. A Figura 23 sugere os diagramas principais e de comando para partida
estrela-triangulo. No diagrama principal, o contator C2, juntamente com o contator C1,
realizam a ligação em estrela. A ligação em triangulo e obtida por meio dos contatores
C3 e C1.
Assim, no diagrama de comando, pressionando B1, as bobinas de C2 e do relé de
tempo d1 são energizadas. O relé de tempo d1 inicia a contagem, tendo como referência
o período pré-ajustado para operar seu contato NF (15, 16). C2, por sua vez, abre o contato
NF (21, 22), impedindo que a bobina de C3 seja energizada (intertravamento elétrico) e
fecha os contatos NA (13, 14 e 43, 44), cujas respectivas funções são fazer o selo da
bobina C2 e energizar a bobina C1.
Figura 23: Partida estrela-triângulo: diagrama principal (a) e diagrama de comando (b)
Fonte: CTISM, adaptado dos autores

No circuito de forca, estando energizados C2 e C1, o motor encontra-se em regime


de partida (ligação estrela), recebendo em cada grupo de bobina aproximadamente 58%
da tensão da rede. Com a redução no valor da tensão aplicada, a corrente e o conjugado
são também reduzidos a mesma proporção. A comutação de estrela para triangulo e
realizada com a desenergizacao da bobina de C2. Decorrido o tempo pré-ajustado em d1,
seu contato NF (15, 16) e acionado (abre), sendo desenergizadas as bobinas C2 e d1. C2
abre os contatos NA (13, 14 e 43, 44) e fecha o contato NF (21, 22), oportunidade na qual
C3 e energizado, visto que o contato NA de C1 (43, 44) está fechado (a bobina de C1 está
energizada).
Uma vez desenergizada a bobina d1, seu contato NF (15, 16) retorna a posição de
repouso (fecha); porém, o contato NF de C3 (21, 22) impede o seu religamento bem como
o de C2. Caso ocorra uma sobrecarga, tanto na partida quanto em funcionamento normal,
o relé térmico de sobrecarga (e4) aciona seu contato NF (95, 96), desenergizado qualquer
bobina que esteja ligada (C1, C2, C3 ou d1). Se for necessário desligar o motor em
qualquer instante, podemos fazê-lo por meio do botão desliga (B0).
Um ponto importantíssimo em relação a este tipo de partida de motor elétrico
trifásico, e que o fechamento para triangulo só deverá ser feito quando o motor atingir
pelos menos 90 % da sua rotação nominal.
Logo, o ajuste de tempo de mudança estrela-triangulo, realizado em d1, deverá
estar baseado neste fato. O uso de um tacômetro e essencial nesta tarefa, na primeira vez
que for testar o sistema com carga. Na Figura 24, são ilustradas duas situações de partida
estrela-triangulo de motor trifásico.
Na primeira situação, com baixo conjugado resistente de carga (situação A), o
sistema se mostra eficiente, pois o salto de corrente no instante da comutação (95 % da
velocidade) não e significativo, passando de aproximadamente 50 % para 170 %, valor
praticamente igual ao da partida. Isso e uma vantagem, se considerarmos que o motor
absorveria da rede aproximadamente 600 % da corrente nominal, caso a partida fosse
direta.
Figura 24 - Comutação estrela-triângulo
Fonte: CTISM, adaptado dos autores

Já na situação B, com alto conjugado resistente de carga, o sistema de partida não


se mostra eficaz, pois perceba que o salto da corrente, no instante da comutação (85 % da
velocidade), e elevado, representando cerca de 320 % de aumento no seu valor, que era
de aproximadamente 100 %. Como na partida a corrente era de aproximadamente 190 %,
isso não e nenhuma vantagem. Se o motor em questão não preenche este quesito por conta
da carga instalada, e conveniente que seja usado outro tipo de partida como: chave
compensadora, soft-starter ou até mesmo um inversor de frequência nesta função.

Partida com chave compensadora

A chave compensadora pode ser usada para partida de motores sob carga, onde a
chave estrela-triangulo e inadequada. Com ela, podemos reduzir a corrente de partida,
evitando sobrecarga na rede de alimentação, deixando, porém, o motor com um
conjugado suficiente para a partida e aceleração.
A tensão na chave compensadora e reduzida por meio de um autotransformador
trifásico que possui geralmente taps de 50 %, 65 % e 80 % da tensão nominal. Na Figura
25, são ilustrados os diagramas principal e de comando para partida com chave
compensadora.

Figura 25 - Partida com chave compensadora: diagrama principal (a) e diagrama de


comando (b)
Fonte: CTISM, adaptado de Pereira; Oliveira, 2010

No diagrama principal, com C1 e C3 ligados, o motor encontra-se em regime de


partida compensada, onde C3 alimenta com a tensão nominal da rede o primário do
autotransformador trifásico, conectado em estrela por meio do contator C1. Do
secundário do autotransformador, e retirada a alimentação com tensão reduzida para o
motor.
A finalidade da partida com chave compensadora é idêntica à da partida estrela-
triângulo, onde se reduz a corrente de partida por meio da redução da tensão aplicada ao
motor. Ressalta-se que na partida com chave compensadora existem mais de dois níveis
reduzidos de tensão aplicados ao motor, ao contrário da partida estrela-triângulo.
A passagem para o regime permanente faz-se desligando o autotransformador do
circuito e conectando diretamente a rede de alimentação o motor trifásico, por meio do
contator C2. Esse procedimento e realizado no diagrama de comando, com o auxílio do
rele de tempo d1, no qual o ajuste de tempo e feito de forma a garantir a aceleração do
motor, até aproximadamente 80 % de sua velocidade nominal.
Perceba que, no instante da comutação, o rele de tempo desliga apenas a bobina
C1, ficando energizada a bobina C3 por um curto intervalo de tempo, mantendo assim o
motor sob tensão por meio dos enrolamentos de cada coluna do autotransformador. Isso
faz com que seja reduzido o pico de corrente no instante da comutação (inserção da bobina
C2), pois o motor não e desligado.
Este tipo de partida normalmente e indicado para motores de potência elevada,
acionando cargas com alto índice de atrito, tais como: acionadores de compressores,
grandes ventiladores, laminadores, moinhos, bombas helicoidais e axiais (poço
artesiano), britadores, calandro, máquinas acionadas por correias, etc.

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