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RESUMO
A esquizofrenia é uma enfermidade complexa, caracterizada por distorções do
pensamento, da percepção de si e da realidade externa. É uma síndrome de longa
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa duração e de inicio precoce, associada a uma série de sintomas e sinais como
alucinações, apatia, isolamento social e até suicídio, atingindo cerca de 1% da população
v. 13, n. 30, jan./mar. 2016 mundial. O objetivo do estudo foi aprimorar os conhecimentos sobre a doença no intuito
ISSN 2318-2083 (eletrônico) de proporcionar mais informações e contribuir para novos estudos. Trata-se de uma
revisão bibliográfica sistematizada, de publicações realizadas nos últimos 18 anos.
Encontraram-se 26 referências que preencheram os critérios previamente determinados
pelo estudo. Concluiu-se que a esquizofrenia é a doença na área da psiquiatria que mais
desperta atenção e interesse e conhecê-la é de essencial relevância para proporcionar
melhor qualidade de vida ao paciente.
Amanda Mendes Silva
Acadêmica do Curso de Enfermagem Palavras-Chave: Esquizofrenia. Conceito.
Centro Universitário Lusíada (UNILUS)
aamanda.meendes@gmail.com
SCHIZOPHRENIA: A LITERATURE REVIEW
Cláudio Alexandre dos Santos
Acadêmico do Curso de Enfermagem ABSTRACT
Centro Universitário Lusíada (UNILUS) Schizophrenia is a complex infirmity characterized by thinking distortions, self-perception
claudio.alexandresantos@hotmail.com and external reality. It’s a long-lasting, early start syndrome, associated with a series of
symptoms and signs such as hallucinations, apathy, social isolation and even suicide,
reaching about 1% of world’s population. The objective of the study was to broaden the
Fernanda Meizi Miron knowledge of the illness with the aim to provide further information and contribute to new
Acadêmica do Curso de Enfermagem studies. It comprises a systematized bibliographical review of the past 18 years’
Centro Universitário Lusíada (UNILUS) publications. 26 references were found, which met the criteria previously established by the
fernanda_miron@hotmail.com study. It could be concluded that schizophrenia is the infirmity which draws the most
attention and interest and learning about it is of essential relevance in order to provide
better life quality to the patient.
Nathalia Pedroza Miguel
Acadêmica do Curso de Enfermagem
Keywords: Schizophrenia. Concept.
Centro Universitário Lusíada (UNILUS)
nathi.05@hotmail.com
http://revista.lusiada.br/portal/index.php/ruep
revista.unilus@lusiada.br
p. 18
AMANDA MENDES SILVA; CLÁUDIO ALEXANDRE DOS SANTOS; FERNANDA MEIZI MIRON; NATHALIA PEDROZA MIGUEL;
CELINE DE CARVALHO FURTADO; ANA ISABEL SOBRAL BELLEMO
INTRODUÇÃO
A Esquizofrenia segundo a Organização Mundial de Saúde (2000) é conhecida como uma das doenças
psiquiátricas mais graves e desafiadoras e ainda por muito a ser estudada até hoje. Segundo a Classificação
Internacional das Doenças é uma enfermidade complexa, caracterizada por distorções do pensamento, da percepção
de si mesmo e da realidade externa, além de inadequação e embotamento do afeto (OMS, 1998).
A esquizofrenia é uma doença que atinge cerca de 1% de população mundial, segundo a Organização Mundial de
Saúde, ou seja, aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo o mundo (OMS, 2000).
Classificada hoje pela psiquiatria como uma síndrome, ela é caracterizada por uma série de sintomas e
sinais que costumam surgir pela primeira vez, na forma de um surto psicótico, por volta dos 20 anos, nos homens, e 25,
nas mulheres, normalmente está associada a uma série de sintomas e sinais como alucinações, delírios e
desorganização do pensamento, durante as crises agudas, intercalados por períodos de remissão, dificuldade de
expressão das emoções, apatia, isolamento social e um sentimento profundo de desesperança. As principais causas de
morte na esquizofrenia são os suicídios, acidentes e outras patologias associadas, devido às manifestações que
acometem o paciente. Outros fatores de risco são o consumo de drogas, pouca adesão à terapêutica, baixa autoestima,
estresse, desesperança, isolamento, depressão e eventos negativos na vida do paciente. O portador de esquizofrenia
apresenta ainda problemas cognitivos, tais como dificuldade de abstração, déficit de memória, comprometimento da
linguagem e falhas no aprendizado. A combinação desses sintomas causa grande sofrimento psíquico, com prejuízos
nas relações familiares e na vida profissional e demais relações sociais (GIRALDI; CAMPOLIM, 2014).
O conceito moderno de Esquizofrenia foi formalizado pelo psiquiatra alemão Emil Kraepelin no final do
século XIX, e o termo, criado por Eugenio Bleuler em 1911, a partir do grego schizo (dividir ou clivar) e phren (mente),
significa literalmente mente desdobrada, ou seja, cisão das funções mentais, pensamento “separado” da realidade,
dissociação entre o pensamento do doente e a realidade física do seu corpo e do ambiente (SADOCK; SADOCK,
2008).
Segundo Silva (2006), a esquizofrenia é uma psicose crônica idiopática, aparentando ser um conjunto de
diferentes doenças com sintomas que se assemelham e se sobrepõem, sendo de origem multifatorial. Portanto, é um
transtorno causado por diversos fatores biopsicossociais que interagem, criando situações, as quais podem ser
favoráveis ou não ao aparecimento do transtorno. Os fatores biológicos seriam aqueles ligados à genética e/ou aqueles
que são devidos a uma lesão ou anormalidade de estruturas cerebrais e deficiência em neurotransmissores. Os fatores
psicossociais são aqueles ligados ao indivíduo, do ponto de vista psicológico e de sua interação com o seu ambiente
social, tais como: ansiedade muito intensa, estado de estresse elevado, fobia social e situações sociais e emocionais
intensas. Enfim, indivíduos com predisposição podem desenvolver a doença quando estimulados por fatores biológicos,
ambientais ou emocionais.
A esquizofrenia é subdividida em tipos, na qual cada uma possui características próprias: A esquizofrenia
paranoide caracteriza-se pela presença de ideias delirantes relativamente estáveis, frequentemente de perseguição, em
geral acompanhadas de alucinações e de perturbações das percepções. A Esquizofrenia hebefrênica caracteriza-se
pela presença proeminente de uma perturbação dos afetos; as ideias delirantes e as alucinações são fugazes e
fragmentárias, o comportamento é irresponsável e imprevisível. A Esquizofrenia Catatônica é caracterizada por
distúrbios psicomotores proeminentes que podem alternar entre extremos tais como hipercinesia e estupor, ou entre a
obediência automática e o negativismo. A Esquizofrenia Residual é caracterizada pela presença persistente de
sintomas “negativos” embora não forçosamente irreversíveis. A Esquizofrenia simples caracteriza-se pela ocorrência
insidiosa e progressiva de excentricidade de comportamento, incapacidade de responder às exigências da sociedade, e
um declínio global do desempenho. Há ainda a esquizofrenia Indiferenciada, Depressão pós-esquizofrênica, outras e
não especificadas.
É um transtorno de longa duração no qual o indivíduo experimenta períodos de crises e remissões que
resultam em deterioração do funcionamento do doente e da família, causa diversos danos e perdas nas habilidades de
todo grupo: diminuição da habilidade para cuidar de si mesmo, para trabalhar, para se relacionar individual e
socialmente e para manter pensamentos completos (GIACON; GALERA, 2006).
O tratamento da esquizofrenia é composto pela terapêutica medicamentosa, psicoterapia e socioterapia.
O tratamento medicamentoso é fundamental para controle da esquizofrenia, mas na avaliação dos pacientes, os
prejuízos acarretados pelo tratamento medicamentoso podem ser tão intensos quanto os sintomas do transtorno. O
tratamento recebido pelos portadores de esquizofrenia dificilmente se coloca à altura da complexidade do transtorno,
que deve ser tratado em diversas frentes para que o paciente possa atingir uma boa qualidade de vida (SOUZA et. al,
2013).
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, jan./mar. 2016, ISSN 2318-2083 (eletrônico) • p. 19
ESQUIZOFRENIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
SCHIZOPHRENIA: A LITERATURE REVIEW
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo propiciar conhecimento que auxiliarão a um maior entendimento sobre
esta patologia e utilizará como opção metodológica, uma revisão bibliográfica sobre o tema esquizofrenia.
METODOLOGIA
A opção metodológica foi de uma revisão bibliográfica sistematizada, seguindo os critérios de inclusão e
exclusão previamente determinados. Foram utilizadas publicações e obras literárias nos últimos 18 anos (1998-2015)
Os descritores usados foram esquizofrenia, conceito, história, etiologia, epidemiologia, tipos, paranoide, desorganizada,
catatônica, residual, indiferenciada, diagnóstico, comorbidade, tratamento e assistência de enfermagem cruzada
aleatoriamente nas seguintes bases de dados: BIREME, SCIELO e Google Acadêmico.
Os critérios de inclusão utilizados nesta revisão bibliográfica foram: Artigos publicados em português,
artigos e obras literárias publicadas entre 1998 e 2015, artigos que dispunham de texto completo, artigos que discorria
sobre o tema: Esquizofrenia.
Os critérios de exclusão utilizados nesta revisão bibliográfica foram: Estudos de caso individualizado,
ensaios clínicos e documentos de projetos.
Análise dos Resultados: Procedeu-se a leitura e análise criteriosa das obras e artigos considerando os
critérios de inclusão e exclusão previamente determinados. Estes foram categorizados pelas seguintes categorias
esquizofrenia conceito e historia, esquizofrenia e seus tipos, esquizofrenia e comorbidades, etiologia e epidemiologia da
esquizofrenia, tratamento e assistência de enfermagem. Todas elas em conforme objetivo proposto.
Todas as obras previamente selecionadas serão apresentadas no Quadro 1, seguindo a ordem de ano de
publicação.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Foram encontrados e incluídos vinte e duas referências que preenchem os critérios previamente
determinados pelo estudo, que descrevem de forma objetiva e atualizada sobre o tema.
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, jan./mar. 2016, ISSN 2318-2083 (eletrônico) • p. 20
AMANDA MENDES SILVA; CLÁUDIO ALEXANDRE DOS SANTOS; FERNANDA MEIZI MIRON; NATHALIA PEDROZA MIGUEL;
CELINE DE CARVALHO FURTADO; ANA ISABEL SOBRAL BELLEMO
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, jan./mar. 2016, ISSN 2318-2083 (eletrônico) • p. 21
ESQUIZOFRENIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
SCHIZOPHRENIA: A LITERATURE REVIEW
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, jan./mar. 2016, ISSN 2318-2083 (eletrônico) • p. 22
AMANDA MENDES SILVA; CLÁUDIO ALEXANDRE DOS SANTOS; FERNANDA MEIZI MIRON; NATHALIA PEDROZA MIGUEL;
CELINE DE CARVALHO FURTADO; ANA ISABEL SOBRAL BELLEMO
Entre todas as obras encontradas, verifica-se alguns consensos entre os autores, quanto a esquizofrenia
ser uma doença mental que apresenta estudos, relativamente novos, desde o seu conceito aos avanços encontrados
principalmente na forma de entender esta psicopatologia e no tratamento aos pacientes não chegam a dois séculos. As
bases para compreensão da doença foram conceituadas por três psiquiatras que mudaram a visão do mundo a seu
respeito, sendo eles: Kraepelin, Bleuler e Schneider. Apesar de todos os avanços na compreensão da esquizofrenia,
este transtorno continua sendo uma das doenças psiquiátricas mais graves e desafiadoras.
Quatro autores relatam que a esquizofrenia se manifesta geralmente quando o paciente sofreu ação de
algum agente agressor, podendo ser biológico, ambiental ou ambos. Porém a causa da doença, ainda é desconhecida,
não existe nada que comprove sua causa (multifatorial).
Diversos autores descrevem a prevalência da doença de 1% na população mundial, de forma que pode
ser encontrada em todas as sociedades e áreas geográficas, sendo negro ou branco, de classe alta ou baixa, jovem ou
idoso, ou seja, a doença pode afetar qualquer um. Esse transtorno é prevalente tanto no sexo masculino como no sexo
feminino, se diferindo apenas em inicio e curso da doença, com início precoce no sexo masculino e o sexo feminino tem
seu segundo pico na meia-idade. Sendo que a primeira ocorrência é por volta dos 15 aos 25 anos.
Entre todos os autores que explicitam em seus trabalhos a respeito do diagnóstico, refere-se que a
esquizofrenia ainda é uma patologia difícil de diagnosticar e quando diagnosticado é um impacto para família e para o
próprio individuo, porém , se diagnosticado precocemente é mais fácil de lidar e de se tratar, para que o individuo tenha
uma maior qualidade de vida. O diagnóstico da esquizofrenia é divida em vários tipos de acordo com o comportamento,
sinais e sintomas do paciente e cada tipo é tratado, conforme sua manifestação.
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, jan./mar. 2016, ISSN 2318-2083 (eletrônico) • p. 23
ESQUIZOFRENIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
SCHIZOPHRENIA: A LITERATURE REVIEW
Dois autores comentam a respeito das causas de morte e fatores de risco e chegam à conclusão que as
principais causas de morte na esquizofrenia são os suicídios, acidentes e outras patologias associadas, devido às
manifestações que acometem o paciente. O suicídio é atualmente a maior causa da mortalidade, sendo mais suscetível
no primeiro ano após o diagnóstico, pois é quando os pacientes encontram-se em situação de maior vulnerabilidade.
Outros fatores de risco são o consumo de drogas, pouca adesão à terapêutica, baixa autoestima,
estresse, desesperança, isolamento, depressão e eventos negativos na vida do paciente.
Quanto ao tratamento os autores consensuam que a esquizofrenia requer tratamento para toda vida,
através de medicamentos e terapias psicossociais que ajudam a melhoras os sintomas da doença. O SUS oferece
como ajuda o CAPS, que é o centro de apoio psicossocial, para pessoas com algum transtorno psiquiátrico, para que
eles possam ser integrados na sociedade e dar apoio aos familiares que convivem com esse paciente. Quando os
pacientes passam pelos períodos de crise são necessárias às internações hospitalares para segurança, higiene,
alimentação adequada e qualidade de vida. Os medicamentos são fundamentais para o tratamento, mais podem
ocorrer alguns efeitos colaterais fazendo com que o paciente não queira dar continuidade ao tratamento. Os
medicamentos são usados para controlar os sintomas agindo diretamente sobre a produção de dopamina e serotonina
no cérebro.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GIACON, B. C. C.; GALERA, S. A. R., Primeiro Episódio de Esquizofrenia e a Assistência de Enfermagem. Rev. Esc.
Enferm. USP, São Paulo, v. 40, n. 2, 2006.p. 286-291.Disponível em
<http://www.unifra.br/eventos/jis2010/Trabalhos/303.pdf>Acesso em 06 jun. 2015.
GIRALDI, A.; CAMPOLIM, S. Novas abordagens para esquizofrenia. Cienc. Cult. [online]. São Paulo, vol.66, n.2, pp. 6-
8, jun. 2014. Disponível em <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252014000200003&script=sci_arttext> Acesso em: 17 out. 2015.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (2000). The world health report 2000: Health System: improving
performance.Genebra: OMS, 2000.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: Critérios
diagnósticos para pesquisa. Porto Alegre: Artes Médicas, p. 82- 3, 1998.
SADOCK, V. A.; SADOCK, B. J.; – Manual conciso de psiquiatria clínica. Porto Alegre, 2ª Edição: Artmed, 2008. 100 p.
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, jan./mar. 2016, ISSN 2318-2083 (eletrônico) • p. 24
AMANDA MENDES SILVA; CLÁUDIO ALEXANDRE DOS SANTOS; FERNANDA MEIZI MIRON; NATHALIA PEDROZA MIGUEL;
CELINE DE CARVALHO FURTADO; ANA ISABEL SOBRAL BELLEMO
SILVA, R.C.B. Esquizofrenia: Uma Revisão. Revista de psicologia da USP, São Paulo, v.17,n.4, p. 263-285, nov., 2006.
Disponível em <
http://www.pergamum.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodoequilibrioestaticoedinamicoempacientescomdiagnosticodee
squizofrenia.pdf>Acesso em: 06 jun. 2015.
SOUZA, J.; ALMEIDA, L. Y.; VELOSO, T. M. C., BARBOSA, S. P.; VEDANA, K. G. G. Estratégia de Saúde da Família:
Recursos Comunitários na Atenção à Saúde Mental. Acta Paulista de Enfermagem, 26(6), 2013, p. 594-600.
Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 30, jan./mar. 2016, ISSN 2318-2083 (eletrônico) • p. 25