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República de angola

Ministério da energia e águas

Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento do Sector
Electrico na
República de Angola

Relatório Final

Dezembro de 2018

Agência de cooperação internacional do japão (JICA)

Tokyo Electric Power Services Co., Ltd. IL


JR
International Institute of Electric Power, Ltd.
18-082
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

ÍNDICE
Capítulo 1. Resumo do projecto_______________________________________________ 1-1

1.1 Contexto da investigação .................................................................................. 1-1

1.2 Objectivo do Projecto ....................................................................................... 1-2


1.2.1 Objectivo ........................................................................................................ 1-2

1.2.2 Órgãos envolvidos.......................................................................................... 1-2

1.3 Conteúdo do Projecto ....................................................................................... 1-2

Capítulo 2. Situação actual de angola incluindo o sector de energia eléctrica ________ 2-1

2.1 Localização do país ........................................................................................... 2-1

2.2 Censo demográfico ............................................................................................ 2-2


2.2.1 Situação social................................................................................................ 2-2

2.2.2 Situação económica ....................................................................................... 2-2

2.3 Revisão da situação actual do sector de energia eléctrica ............................. 2-4


2.3.1 Reforma do Sector de Energia ....................................................................... 2-4

2.3.2 Organização do sector de energia após a reforma ......................................... 2-5

2.4 Revisão da situação da demanda e fornecimento de energia ..................... 2-13


2.4.1 Situação da demanda .................................................................................... 2-13

2.4.2 Capacidade de fornecimento ........................................................................ 2-15

2.5 Revisão da situação das actividades realizadas por outros doadores e o


sector privado .................................................................................................. 2-15
2.5.1 Actividades realizadas por outros doadores ................................................ 2-15

2.5.2 Actividades realizadas pelo sector privado.................................................. 2-16

2.6 Revisão das Directrizes Angolanas para Mitigação de Mudanças


Climáticas (INDC, etc.) ligadas ao sector de energia eléctrica ................... 2-17

2.7 Problemas no sector de energia de Angola ................................................... 2-20

i
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

2.7.1 Problemas Organizativos ............................................................................. 2-20

2.7.2 Problemas do sistema de energia ................................................................. 2-21

2.7.3 Problemas de ordem da política de energia ................................................. 2-21

Capítulo 3. Análise da energia primária para desenvolvimento de fontes de energia __ 3-1

3.1 Situação energética geral em Angola .............................................................. 3-1


3.1.1 Análise do fluxo de energia primária ............................................................. 3-1

3.2 Potencial da energia primária ......................................................................... 3-5


3.2.1 Grandes centrais hidroeléctricas .................................................................... 3-5

3.2.2 Petróleo .......................................................................................................... 3-8

3.2.3 Gás Natural .................................................................................................. 3-10

3.2.4 Energias renováveis ..................................................................................... 3-11

3.2.5 Carvão ......................................................................................................... 3-16

3.3 Situação das instalações de fornecimento de energia .................................. 3-16


3.3.1 Fábricas de LNG, etc. .................................................................................. 3-16

3.3.2 Refinarias de petróleo .................................................................................. 3-16

3.4 Tendências dos preços por tipo de energia ................................................... 3-17


3.4.1 Petróleo ........................................................................................................ 3-18

3.4.2 Gás Natural .................................................................................................. 3-19

3.4.3 Preço do combustível a ser considerado no estudo da composição óptima de


fontes de energia .......................................................................................... 3-20

3.5 Organização dos itens de informação que devem ser desenvolvidas de


modo a facilitar o desenvolvimento de fontes de energia ............................ 3-20
3.5.1 Opções de fontes de energia ........................................................................ 3-20

3.5.2 Opções de combustível e suas características .............................................. 3-21

3.5.3 Definição de cenários para o plano de de produção termoeléctrica e a escolha


do combustível a ser usado. ......................................................................... 3-22

ii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

3.5.4 Instalações por construir para promover o desenvolvimento de fontes de


energia ......................................................................................................... 3-24

Capítulo 4. Procedimentos de Elaboração do Plano Director de Energia Eléctrica com


base no Plano Óptimo de Energia Eléctrica (Best Mix) ________________ 4-1

4.1 Directrizes básicas do Plano Óptimo de Energia Eléctrica .......................... 4-1

4.2 Conteúdos específicos de cada item de estudo ............................................... 4-1


4.2.1 Desempenho económico ................................................................................ 4-1

4.2.2 Fiabilidade de fornecimento .......................................................................... 4-6

4.2.3 Segurança energética...................................................................................... 4-8

4.2.4 Considerações ambientais e sociais ............................................................... 4-8

4.3 Fluxo de elaboração do Plano Óptimo de Energia Eléctrica ........................ 4-9

Capítulo 5. Previsão da demanda de energia eléctrica até 2040 ____________________ 5-1

5.1 Previsão da demanda de energia eléctrica e informações relacionadas


dentro do plano actual ...................................................................................... 5-1
5.1.1 Previsão actual da demanda de energia eléctrica ........................................... 5-1

5.1.2 Previsão da taxa de crescimento do PIB e da população ............................... 5-2

5.1.3 Adequação da actual previsão de demanda de energia eléctrica e os desafios


existentes ........................................................................................................ 5-6

5.2 Histórico da demanda de energia eléctrica e as características regionais


................................................................................................................ 5-7
5.2.1 Histórico da demanda de energia ................................................................... 5-7

5.2.2 Características regionais da demanda de energia ....................................... 5-11

5.3 Previsão da demanda de energia até 2040 .................................................... 5-12


5.3.1 Previsão da demanda de energia eléctrica ................................................... 5-12

5.3.2 Previsão da máxima demanda anual de energia .......................................... 5-12

5.3.3 Previsão de curva de carga diária................................................................. 5-15

5.3.4 Previsão da demanda de energia gerada ...................................................... 5-20

5.3.5 Avaliação macro do resultado da previsão de demanda .............................. 5-22

iii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Capítulo 6. Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia6-1

6.1 Recolha e análise de informações sobre as instalações das fontes de


energia existentes .............................................................................................. 6-1
6.1.1 Estado actual das instalações de fontes de energia energia existentes .......... 6-1

6.1.2 Características das centrais hidroeléctricas de grande porte ....................... 6-10

6.1.3 Instalações em construção............................................................................ 6-11

6.2 Recolha e análise de informações sobre os planos existentes de


desenvolvimento de fontes de energia ........................................................... 6-15

6.3 Preparativos para o estudo do plano de desenvolvimento de fontes de


energia de longo prazo .................................................................................... 6-18
6.3.1 Configuração das diversas condicionantes relativas à avaliação económica,
etc. calculadas por PDPAT ........................................................................... 6-18

6.3.2 Selecção dos tipos de fonte de energia a serem incorporados no Plano de


Desenvolvimento de Fontes de Energia ....................................................... 6-21

6.3.3 Condições básicas para Estudo de Optimização do Plano de


Desenvolvimento ......................................................................................... 6-24

6.4 Estudo da proporção de composição mais económico das fontes de


energia em 2040 ............................................................................................... 6-25
6.4.1 Plano de desenvolvimento das centrais hidroeléctricas ............................... 6-25

6.4.2 Elaboração da taxa de reserva necessária para garantir LOLE de 24 horas 6-26

6.4.3 Selecção da proporção de composição de mínimo de custo das fontes de


energia segundo PDPAT ............................................................................... 6-27

6.5 Elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica para


Cada Ano .......................................................................................................... 6-29
6.5.1 Elaboração do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta)
até 2040 ........................................................................................................ 6-29

6.5.2 Impacto da Implementação de Energia renováveis ..................................... 6-31

6.5.3 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia levando em consideração


as energias renováveis (proposta básica) ..................................................... 6-32

6.5.4 Quantidade de emissões de gases com efeito de estufa (proposta básica) .. 6-37

iv
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

6.6 Cenário Estudo de caso .................................................................................. 6-39


6.6.1 Selecção do cenário...................................................................................... 6-39

6.6.2 Cenário de risco devido ao atraso no cronograma de desenvolvimento das


centrais ......................................................................................................... 6-40

6.6.3 Cenário de alteração das regiões de desenvolvimento de CCGT ................ 6-43

6.6.4 Caso com implementação de energias renováveis ....................................... 6-47

6.7 Elaboração da lista de projectos .................................................................... 6-50

Capítulo 7. Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Sistemas de


Transporte de Energia ___________________________________________ 7-1

7.1 O actual sistema de energia.............................................................................. 7-1

7.2 Sistema de transporte na capital Luanda ....................................................... 7-2

7.3 Plano de expansão do sistema de energia da RNT ........................................ 7-3

7.4 Características do sistema principal de energia em Angola ......................... 7-6


7.4.1 Critérios de tensão.......................................................................................... 7-7

7.5 Recolha e análise de informações sobre as instalações de transporte e


transformação existentes .................................................................................. 7-7
7.5.1 Resumo geral.................................................................................................. 7-7

7.5.2 Instalações de transporte existentes ............................................................... 7-7

7.5.3 Instalações de transformação existentes ...................................................... 7-12

7.6 A Recolha e Análise de Informações Sobre os Planos Recente de


Desenvolvimento ............................................................................................. 7-17
7.6.1 Estratégias e planos de desenvolvimento existentes.................................... 7-17

7.6.2 Análise dos dados técnicos das instalações existentes e os custos


actualizados .................................................................................................. 7-23

7.6.3 Análise baseada na interconexão internacional com os países vizinhos


(República Democrática do Congo, Namíbia, Zâmbia) .............................. 7-26

7.7 Plano de desenvolvimento da rede de transporte ........................................ 7-30


7.7.1 Directrizes .................................................................................................... 7-30

v
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.2 Plano de instalações de transformação de fornecimento regional baseado na


previsão de demanda .................................................................................... 7-31

7.7.3 Plano das instalações de transporte de 220 kV com base no plano de


instalações de transformação para fornecimento regional ........................... 7-34

7.7.4 Plano das instalações de transporte com base no plano de desenvolvimento


das fontes de energia .................................................................................... 7-36

7.7.5 Plano das instalações principais de transporte e transformação de 400 kV


com base na análise do sistema de energia .................................................. 7-41

7.7.6 Visão futura do sistema principal de transporte ........................................... 7-43

7.7.7 Previsão de demanda nas subestações ......................................................... 7-43

7.7.8 Plano de transporte de energia para 2040 .................................................... 7-44

7.7.9 Avaliação do resultado da análise do sistema de energia ............................ 7-51

7.7.10 Validade da instalação distribuída de CCGTs .............................................. 7-51

7.7.11 Estudo das medidas de redução das perdas no transporte de energia.......... 7-53

7.7.12 Evolução Anual do Plano de Desenvolvimento de Transporte.................... 7-54

7.7.13 Resumo do Plano de desenvolvimento do sistema de transporte de energia


até 2040 ........................................................................................................ 7-59

7.7.14 Corrente de falha .......................................................................................... 7-59

7.7.15 Resumo do Plano de desenvolvimento do sistema de transporte de energia


até 2040 ........................................................................................................ 7-61

Capítulo 8. Revisão do ambiente de investimento privado ________________________ 8-1

8.1 Revisão sobre o investimento privado ............................................................. 8-1

8.2 Revisão do relatório sobre o ambiente de investimento privado.................. 8-3


8.2.1 Relatório sobre o ambiente de investimentos do BAD.................................. 8-3

8.2.2 Legislação Angolana ...................................................................................... 8-3

8.3 Entrevista às empresas japonesas.................................................................... 8-4

8.4 A nova Lei de investimento privado ................................................................ 8-5

vi
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

8.4.1 A nova Lei de investimento privado (2015) .................................................. 8-5

8.4.2 Resumo sobre os projectos de investimento em energia com base na nova


Lei de investimento privado (2015) ............................................................... 8-5

8.5 Identificação de gargalos com base na análise e organização do actual


ambiente de investimento privado .................................................................. 8-7

Capítulo 9. Plano de investimento de longo prazo _______________________________ 9-1

9.1 Premissas dos meios de obtenção de financiamento ...................................... 9-1

9.2 Meios de obtenção de financiamento para os investimentos ........................ 9-1


9.2.1 Estudo sobre empréstimo APD - Ajuda Pública ao Desenvolvimento (ODA)
........................................................................................................... 9-1

9.2.2 Comparação dos diversos empréstimos ......................................................... 9-4

9.3 Plano de investimento de longo prazo ............................................................. 9-5


9.3.1 Resumo sobre o plano de investimento de longo prazo ................................ 9-5

9.3.2 Custo marginal de longo prazo (CMLP)...................................................... 9-11

9.3.3 Recomendação sobre a melhor estratégia financeira ................................... 9-18

Capítulo 10. Análise económica e financeira ___________________________________ 10-1

10.1 A análise financeira da RNT, PRODEL e ENDE ......................................... 10-1


10.1.1 RNT ......................................................................................................... 10-1

10.1.2 PRODEL ...................................................................................................... 10-4

10.1.3 ENDE ......................................................................................................... 10-6

10.2 Análise da solidez financeira e sustentabilidade .......................................... 10-9


10.2.1 Comparação entre o custo de fornecimento de energia e os níveis tarifários10-9

10.2.2 Situação actual de cobrança da tarifa de energia eléctrica ........................ 10-10

10.2.3 Solidez financeira....................................................................................... 10-10

10.3 Revisão da situação financeira da RNT, PRODEL e ENDE..................... 10-12


10.3.1 Nível de preços........................................................................................... 10-12

10.3.2 Estrutura de custos ..................................................................................... 10-12

vii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

10.3.3 Capacidade de endividamento ................................................................... 10-12

10.3.4 Intervenção do Estado e as regulações relacionadas à política financeira,


sistema de tarifas, etc. ................................................................................ 10-13

10.3.5 Identificação de desafios em termos financeiros ....................................... 10-13

10.4 Identificação de outros desafios ................................................................... 10-14

Capítulo 11. Considerações ambientais e sociais ________________________________ 11-1

11.1 Resumo da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) a ser realizada no


presente Plano Director .................................................................................. 11-1

11.2 Situação do meio ambiente e da sociedade como base ................................ 11-3

11.3 Sistema e organização relacionados às considerações ambientais e


sociais em Angola ............................................................................................ 11-8
11.3.1 Decretos e regulamentos relacionados às considerações ambientais e sociais
......................................................................................................... 11-8

11.3.2 Diferença entre a legislação Angolana e as directrizes da JICA ............... 11-10

11.3.3 Órgãos (organizações) pertinentes ao sistema de considerações ambientais e


sociais e as suas respectivas funções ......................................................... 11-12

11.4 Estudo comparativo das propostas de alternativas (incluindo a opção


zero) ............................................................................................................ 11-17

11.5 Definição do escopo (scoping) ...................................................................... 11-17

11.6 Resultado das considerações ambientais e sociais ..................................... 11-20

11.7 Avaliação de impacto ambiental .................................................................. 11-67

11.8 Análise de cenários do ponto de vista de considerações ambientais e


sociais ............................................................................................................ 11-68

11.9 Medidas de mitigação ................................................................................... 11-70

11.10 Plano de monitoramento .............................................................................. 11-72

11.11 Reunião de partes interessadas .................................................................... 11-73

11.12 Avaliação ambiental estratégica (AAE) para as linhas de transporte ..... 11-85

Capítulo 12. Elaboração do draft do Plano Director _____________________________ 12-1

viii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

12.1 Elaboração do Draft do Plano Director de Energia Eléctrica


Abrangente até 2040 ....................................................................................... 12-1
12.1.1 Directrizes de Elaboração da Lista de Desenvolvimento de Fontes de
Energia ......................................................................................................... 12-1

12.1.2 Directrizes de Elaboração da Lista de Desenvolvimento de Transporte de


Energia ......................................................................................................... 12-2

12.1.3 Lista de Projectos ......................................................................................... 12-4

12.2 Projectos em que Japão pode cooperar tecnicamente ............................... 12-19


12.2.1 Projecto de Reforço do Sistema de Transporte de Energia da Região Sul 12-19

12.2.2 Projectos de construção de novos CCGTs ................................................. 12-21

12.2.3 Projecto de ampliação da fonte de energia de pico (GT) e implementação do


SCADA ...................................................................................................... 12-22

12.2.4 Projecto de Repotenciação de Hidroeléctricas Antigas ............................. 12-24

12.3 Recomendações aos Planos de Acção do MINEA, RNT, PRODEL,


ENDE e IRSEA Relativos ao Plano de Desenvolvimento do Sector de
Energia Eléctrica ........................................................................................... 12-25
12.3.1 Plano de Acção Relativo ao Plano de Desenvolvimento do Sector de Energia
Eléctrica ..................................................................................................... 12-25

12.3.2 Realização periódica do trabalho de revisão do Plano Director de Energia


Eléctrica e criação do departamento responsável ...................................... 12-26

12.3.3 Actividades de melhoria para estabelecimento do método preciso de


previsão de demanda .................................................................................. 12-27

12.3.4 Revisão do levantamento sobre potencial hídrico ..................................... 12-28

12.3.5 Melhorias nos meios de obtenção de financiamento ................................. 12-28

12.3.6 Inserção das Actividades no Plano de Médio Prazo (3 a 5 anos) do Plano


Director ...................................................................................................... 12-31

12.3.7 Melhoria do sistema de operação do sistema de energia e implementação do


SCADA ...................................................................................................... 12-32

ix
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

12.3.8 Criação do sistema operacional de aproveitamento das características de


produção de energia ................................................................................... 12-34

12.3.9 Estabelecimento de critérios de planeamento de instalações de transporte e


transformação de energia ........................................................................... 12-37

Capítulo 13. Transferência de tecnologia e Capacitação __________________________ 13-1

13.1 Workshops (Realização de Oficinas) ............................................................. 13-1

13.2 Realização de Missão de Convite ao Japão .................................................. 13-3


13.2.1 Participantes da missão ................................................................................ 13-3

13.2.2 Resultados das actividades ........................................................................... 13-3

13.3 Realização de Missão Adicional ao Japão ................................................... 13-12


13.3.1 Participantes da missão .............................................................................. 13-12

13.3.2 Os resultados das actividades realizadas .................................................... 13-13

x
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1 Evolução do PIB em Angola ................................................................................................ 2-3
Figura 2-2 Evolução da taxa de crescimento do PIB de Angola ............................................................ 2-3
Figura 2-3 Evolução do PIB por sectores em Angola ............................................................................ 2-4
Figura 2-4 Reestruturação do Sector Eléctrico ......................................................................................... 2-4
Figura 2-5 Organograma do MINEA ..................................................................................................... 2-6
Figura 2-6 Organograma da RNT........................................................................................................... 2-7
Figura 2-7 Mapa de Rede da RNT(em Julho de 2017) .......................................................................... 2-9
Figura 2-8 Organograma da PRODEL ................................................................................................. 2-10
Figura 2-9 Organograma da ENDE ..................................................................................................... 2-11
Figura 2-10 A evolução do consumo de energia ................................................................................. 2-13
Figura 2-11 Consumo de energia por sectores e sistemas .................................................................... 2-14
Figura 2-12 O fluxograma de previsão da demanda de energia em Angola ....................................... 2-15
Figura 2-13 Estrutura da linha de base (2005) das emissões de GEE em Angola por actividades e por
emissões, dentro do sector de energia ...................................................................................... 2-18
Figura 2-14 Cenário de linha de base e projecções dos cenários de mitigação incondicional e condicional
em Angola ................................................................................................................................. 2-19
Figura 3-1 Fluxograma de energia primária em Angola ........................................................................ 3-1
Figura 3-2 Consumo de produtos petrolíferos em Angola ..................................................................... 3-2
Figura 3-3 Produção de petróleo em Angola .......................................................................................... 3-2
Figura 3-4 Exportação do petróleo produzido em Angola ..................................................................... 3-3
Figura 3-5 Importação de derivados de petróleo por Angola ................................................................. 3-3
Figura 3-6 Produção de petróleo refinado em Angola ........................................................................... 3-4
Figura 3-7 Derivados de petróleo transformados em energia eléctrica em Angola .............................. 3-4
Figura 3-8 Mapa de distribuição de potencial hidroeléctrico em todo o país ....................................... 3-5
Figura 3-9 Localização das centrais hidroeléctricas existentes/ planeadas ........................................... 3-7
Figura 3-10 Produção de petróleo bruto em Angola (2012-2016) ......................................................... 3-8
Figura 3-11 Distribuição dos locais de desenvolvimento petrolífero em Angola ................................ 3-9
Figura 3-12 Volume produzido de gás natural (2012-2016) ................................................................ 3-10
Figura 3-13 Capacidade total do plano de implementação das energias renováveis ........................... 3-11
Figura 3-14 Pequeno hidroeléctrico de pequeno e médio ................................................................... 3-12
Figura 3-15 Distribuição do potencial de produção de energia solar .................................................. 3-13
Figura 3-16 Distribuição do potencial de produção eólica em Angola ................................................ 3-14
Figura 3-17 Distribuição do potencial de produção de energia de biomassa ...................................... 3-15
Figura 3-18 Histórico da produção de LNG (2012-2016).................................................................... 3-16
Figura 3-19 Previsão da flutuação do preço do petróleo para cada cenário ........................................ 3-19
Figura 3-20 Previsão da flutuação nos preços do gás natural para cada cenário ................................ 3-20
Figura 4-1 Exemplo de Método de Selecção ......................................................................................... 4-4
Figura 4-2 Exemplo de um resultado de simulação por PDPAT ........................................................... 4-5
Figura 4-3 Distribuição de probabilidade da LOLP .............................................................................. 4-6
Figura 4-4 LOLE ................................................................................................................................... 4-6
Figura 4-5 A relação entre LOLE e taxa de margem de reserva ........................................................... 4-7
Figura 4-6 A capacidade necessária de fornecimento e o plano de desenvolvimento de fontes de energia
(exemplo) .................................................................................................................................... 4-8
Figura 4-7 Procedimento de elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica ........... 4-10
Figura 5-1 A actual previsão de demanda (potência de pico) ................................................................ 5-1
Figura 5-2 Demanda real de energia ...................................................................................................... 5-2

xi
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 5-3 Desempenho do crescimento e previsão do PIB real ........................................................... 5-3


Figura 5-4 Distribuição da densidade populacional (2014) ................................................................... 5-4
Figura 5-5 Distribuição da densidade populacional por regiões (2014) ................................................ 5-4
Figura 5-6 A previsão da população em Angola .................................................................................... 5-5
Figura 5-7 Relação entre a taxa anual de crescimento do PIB e da quantidade de demanda de energia5-6
Figura 5-8 A quantidade máxima de energia e o histórico da quantidade de energia de corte planeada
(Sistemas norte, central e sul) .................................................................................................... 5-8
Figura 5-9 Comparação entre as potências máximas de cada mês no Sistema Norte (potência máxima
anual: 100%) ............................................................................................................................... 5-9
Figura 5-10 A curva de carga diária (Sistema Norte: 2016)................................................................... 5-9
Figura 5-11 A curva de carga diária (Sistema Norte: 2017) ................................................................. 5-10
Figura 5-12 Localização da Hidroeléctrica de Lauca .......................................................................... 5-10
Figura 5-13 O fluxograma de previsão da demanda de energia em Angola ........................................ 5-12
Figura 5-14 Plano de electrificação ...................................................................................................... 5-13
Figura 5-15 Estimativa da máxima potência anual .............................................................................. 5-15
Figura 5-16 A curva de carga diária em 2016 (Sistema Norte) ............................................................ 5-16
Figura 5-17 O resultado da previsão da curva de carga diária (Sistema Norte: média dos 3 dias mais altos)
.................................................................................................................................................. 5-17
Figura 5-18 Curva de carga diária do sistema independente no norte (2016)...................................... 5-17
Figura 5-19 A curva de carga diária em 2016 (Sistemas Norte + Central + Leste) ............................. 5-18
Figura 5-20 O resultado da previsão da curva de carga diária (Sistemas central + sul + norte: média dos 3
dias mais altos) ......................................................................................................................... 5-19
Figura 5-21 O resultado da previsão da curva de carga diária (média dos 3 dias mais altos) ............. 5-20
Figura 5-22 O resultado da previsão da demanda da quantidade de energia a ser gerada ................... 5-21
Figura 5-23 A relação entre a demanda de energia e o PIB ................................................................. 5-22
Figura 6-1 A composição da capacidade instalada ................................................................................... 6-1
Figura 6-2 Composição da capacidade instalada com base na capacidade disponível de fornecimento . 6-2
Figura 6-3 Histórico do volume de influxo na central Capanda .......................................................... 6-11
Figura 6-4 Histórico de produção na central Capanda ......................................................................... 6-11
Figura 6-5 A localização da central térmica Soyo1.............................................................................. 6-13
Figura 6-6 Maquete final da central térmica Soyo1 ............................................................................. 6-13
Figura 6-7 A evolução da taxa de parada por acidentes das centrais .................................................. 6-20
Figura 6-8 As características das fontes de energia representativas (2018) ........................................ 6-23
Figura 6-9 As características das fontes de energia representativas (2040) ........................................ 6-23
Figura 6-10 As características das fontes de energia para demanda de pico (2040) ........................... 6-24
Figura 6-11 As características das fontes de energia para demanda média (2040) ............................. 6-24
Figura 6-12 Padrão de desenvolvimento de centrais hidroeléctricas até 2040 .................................... 6-26
Figura 6-13 Relação entre LOLE e a taxa de reserva .......................................................................... 6-27
Figura 6-14 A taxa de reserva necessária para garantir LOLE de 24 horas ........................................ 6-27
Figura 6-15 A relação entre a proporção de composição das centrais de Turbina a Gás (GT) e o custo
anual (em 2040) ........................................................................................................................ 6-28
Figura 6-16 A proporção de composição de mínimo custo em 2040 (com base na capacidade de
fornecimento de Novembro) .................................................................................................... 6-29
Figura 6-17 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta) ........................................... 6-30
Figura 6-18 Impacto da implementação da produção de energia eólica (2040).................................. 6-31
Figura 6-19 O impacto da implementação da produção de energia solar (2040) ................................ 6-31
Figura 6-20 O equilíbrio de kW em cada mês (2040) ......................................................................... 6-33
Figura 6-21 O equilíbrio de kWh em cada mês (2040) ....................................................................... 6-33

xii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-22 Exemplo de operação diária num dia de ocorrência de demanda de pico (2040, estação seca
(Novembro)) ............................................................................................................................. 6-34
Figura 6-23 Exemplo de operação diária num dia de ocorrência de demanda de pico (2040, estação
chuvosa (Maio)) ....................................................................................................................... 6-34
Figura 6-24 Exemplo de operação semanal numa estação seca (Novembro 2040) ............................ 6-34
Figura 6-25 Exemplo de operação semanal numa estação chuvosa (Maio 2040) ............................... 6-34
Figura 6-26 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta básica) ............................... 6-35
Figura 6-27 Equilíbrio oferta-demanda (proposta básica, equilíbrio do pico de Novembro) ............. 6-36
Figura 6-28 (Referência) Equilíbrio oferta-demanda (proposta básica, capacidade de produção, máximo
equilíbrio oferta-demanda anual) ............................................................................................. 6-36
Figura 6-29 Custo de produção anual (proposta básica) ..................................................................... 6-37
Figura 6-30 Preço unitário de produção (proposta básica) .................................................................. 6-37
Figura 6-31 Volume de emissões de gases de efeito de estufa (proposta básica)................................ 6-38
Figura 6-32 Relação com o valor-alvo do plano de redução de gases de efeito estufa (DRAFT INDC)6-38
Figura 6-33 O impacto do atraso no desenvolvimento de centrais hidroeléctricas ............................. 6-41
Figura 6-34 O impacto da antecipação da demanda (= atraso no desenvolvimento de todas as centrais)6-42
Figura 6-35 Aumento das despesas devido à introdução de fontes de emergência............................. 6-43
Figura 6-36 Aumento das emissões de GEE associadas à introdução de fontes de energia de emergência
.................................................................................................................................................. 6-43
Figura 6-37 Aumento no custo do combustível ao usar LPG/ LNG como combustível para CCGT . 6-45
Figura 6-38 Efeito de redução das emissões de CO2 pela implementação de produção por energia .. 6-49
Figura 6-39 Aumento do custo de produção devido à implementação ............................................... 6-49
Figura 6-40 Aumento do custo unitário de produção devido à implementação .................................. 6-49
Figura 7-1 Diagrama do sistema de transporte da RNT em Julho de 2017 ........................................... 7-2
Figura 7-2 Distribuição do sistema de transporte de energia na zona central da capital Luanda (em Julho
de 2017) ...................................................................................................................................... 7-3
Figura 7-3 Sistema de transporte de energia em Angola (2025) ........................................................... 7-5
Figura 7-4 Sistema de transporte de energia em Angola (2027) ........................................................... 7-6
Figura 7-5 Colunas de betão 60 kV ....................................................................................................... 7-9
Figura 7-6 Torre de ângulo de linha única 60 kV .................................................................................. 7-9
Figura 7-7 Torre de ramificação de linha subterrânea 60 kV ................................................................ 7-9
Figura 7-8 Torre de coluna de aço 60 kV .............................................................................................. 7-9
Figura 7-9 Torre de coluna de aço 220 kV (de tensão) ....................................................................... 7-10
Figura 7-10 Torre de coluna de aço 220 kV (suspensa) ...................................................................... 7-10
Figura 7-11 Linha de transporte de 220 kV ao longo da estrada ......................................................... 7-10
Figura 7-12 Torre de ângulo de aço 220 kV ........................................................................................ 7-10
Figura 7-13 Linha (única) de transmissão 400kV (vista geral) ........................................................... 7-11
Figura 7-14 Transformador 66 kV/ 15 kV de fabricação chinesa ........................................................ 7-13
Figura 7-15 Ecrã de controlo do reactor de compensação variável ..................................................... 7-13
Figura 7-16 Disjuntores verticais a gás 220 kV .................................................................................. 7-14
Figura 7-17 Comutador isolado a gás, tipo interior ............................................................................. 7-14
Figura 7-18 Exemplo de configuração de barramento múltiplo (subestação Futungo 220 kV) ......... 7-14
Figura 7-19 Secção de 2022 do Sistema Norte segundo o Plano Existente da RNT ........................... 7-21
Figura 7-20 Secção de 2027 do Sistema Norte segundo o Plano Existente da RNT .......................... 7-21
Figura 7-21 Secção de 2022 dos Sistemas Central, Sul e Leste segundo o Plano Existente da RNT . 7-22
Figura 7-22 Secção de 2027 dos Sistemas Central, Sul e Leste segundo o Plano Existente da RNT . 7-22
Figura 7-23 Estimativa de custo de cada subestação de 400 kV ......................................................... 7-24
Figura 7-24 Estimativa de custo de cada subestação de 220kV .......................................................... 7-25
Figura 7-25 Resumo da interconexão internacional em Angola ......................................................... 7-26

xiii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-26 Resumo do conceito de interconexão internacional com SAPP ...................................... 7-28
Figura 7-27 Fluxograma de desenvolvimento da rede de transporte .................................................. 7-30
Figura 7-28 A conexão da central térmica de Soyo ao sistema ........................................................... 7-37
Figura 7-29 A conexão da central hidroeléctrica de Luachimo ao sistema ......................................... 7-37
Figura 7-30 A conexão das centrais hidroeléctricas da área de Luanda .............................................. 7-38
Figura 7-31 A conexão das centrais hidroeléctricas da bacia do rio Cuanza ...................................... 7-38
Figura 7-32 A conexão das centrais hidroeléctricas da bacia do rio Quive ........................................ 7-39
Figura 7-33 A conexão ao sistema nas proximidades da central térmica de Lobito ........................... 7-39
Figura 7-34 A conexão da central térmica de Namibe e hidroeléctrica de Baynes ao sistema ........... 7-40
Figura 7-35 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2017 .............................................................. 7-45
Figura 7-36 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da RNT............. 7-46
Figura 7-37 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da JICA ............ 7-47
Figura 7-38 Resultado do cálculo da linha principal da zona leste em 2040 (Linha singular de transporte
de Capanda = Xá-Muteba) ....................................................................................................... 7-48
Figura 7-39 Resultado do cálculo da linha principal da zona leste em 2040 (Linha singular de transporte
de Xá-Muteba = Saurimo) ........................................................................................................ 7-49
Figura 7-40 Linha principal em 2040 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-50
Figura 7-41 Sistema principal (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da RNT ................ 7-53
Figura 7-42 Linha principal em 2025 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-55
Figura 7-43 Linha principal em 2030 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-56
Figura 7-44 Linha principal em 2035 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-57
Figura 7-45 Linha principal em 2040 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-58
Figura 8-1 A posição de Angola no 'Doing Business 2017' do Banco Mundial .................................... 8-1
Figura 8-2 A posição e a pontuação em cada um dos tópicos do 'Doing Business 2017', Banco Mundial8-2
Figura 9-1 Valores de investimentos em instalações até 2040 (com base no ano de início da operação)9-7
Figura 9-2 Empréstimos e despesas financeiras até 2040 .................................................................... 9-10
Figura 9-3 Despesas anuais dos equipamentos de produção de energia e o custo unitário por kWh . 9-12
Figura 9-4 Despesa anual dos equipamentos de transporte e transformação de energia e o custo unitário
por kWh .................................................................................................................................... 9-13
Figura 9-5 Aumento nas despesas por kWh das centrais eléctricas (hidroeléctrica/ térmica) ............ 9-14
Figura 9-6 Aumento nas despesas por kWh das instalações de transporte e transformação de energia9-15
Figura 11-1 Abordagem AAE (SEA) ...................................................................................................... 11-2
Figura 11-2 Estado actual da vegetação ............................................................................................... 11-3
Figura 11-3 Welwitschia mirabilis ....................................................................................................... 11-4
Figura 11-4 Áreas Protegidas de Angola ............................................................................................. 11-6
Figura 11-5 Fluxograma do procedimento da elaboração e aprovação .............................................. 11-15
Figura 11-6 Local de construção planejado para cada fonte de energia .......................................... 11-21
Figura 11-7 Local do projecto hidroeléctrico de Cambambe ............................................................. 11-22
Figura 11-8 CIMANGOLA - Local candidato a projecto de energia térmica (LNG/óleo pesado) ...... 11-27
Figura 11-9 BENJAMIN - Local candidato a projecto de energia eólica ............................................ 11-29
Figura 11-10 CALENGA - Local candidato a projecto de energia eólica............................................ 11-33
Figura 11-11 GASTÃO - Local candidato a projecto de energia eólica .......................................... 11-35
Figura 11-12 KIWABA NZOJI I - Local candidato a projecto de energia eólica .............................. 11-37
Figura 11-13 MUSSENDE I - Local candidato a projecto de energia eólica ....................................... 11-39
Figura 11-14 NHAREA - Local candidato do projecto de energia eólica ....................................... 11-41
Figura 11-15 TOMBWA - Local candidato do projecto de energia eólica ...................................... 11-43
Figura 11-16 BENGUELA - Local candidato do projecto de energia fotovoltaica ........................... 11-45
Figura 11-17 CARACULO - Local candidato a projecto de energia fotovoltaica ............................... 11-47
Figura 11-18 CAMBONGUE - Local candidato a projecto de energia fotovoltaica ........................... 11-49

xiv
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 11-19 GANDA/ALTO CATUMBELA - Local candidato a projecto de energia fotovoltaica .. 11-51
Figura 11-20 LOBITO/CATUMBELA - Local candidato a projecto de energia fotovoltaica ............. 11-53
Figura 11-21 LUBANGO - Local candidato a projecto de energia solar ............................................. 11-55
Figura 11-22 MATALA - Local candidato a projecto de energia solar ................................................ 11-57
Figura 11-23 QUIPUNGO - Local candidato a projecto de energia solar ........................................... 11-59
Figura 11-24 NAMACUNDE - Local candidato a projecto de energia solar ...................................... 11-61
Figura 11-25 TECHAMUTETE - Local candidato a projecto de energia solar ................................... 11-63
Figura 11-26 Diagrama de análise de índice ambiental dos tipos de fontes de energia (geral) .......... 11-67
Figura 11-27 Linhas de transporte para implementação da AAE (5+1 trajectória) ............................. 11-85
Figura 12-1 Resumo do plano de desenvolvimento de fontes de energia e do plano de desenvolvimento
da rede de transporte............................................................................................................... 12-11
Figura 12-2 Mapa de projecto em 2040 ............................................................................................. 12-12
Figura 12-3 Mapa de projecto em 2040 (arredores de Luanda) ......................................................... 12-13
Figura 12-4 Mapa de projecto em 2040 (zona norte de Luanda) ....................................................... 12-14
Figura 12-5 Mapa de projecto em 2040 (zona leste de Luanda) ........................................................ 12-15
Figura 12-6 Mapa de projecto em 2040 (região central) .................................................................... 12-16
Figura 12-7 Mapa de projecto em 2040 (região sul) .......................................................................... 12-17
Figura 12-8 Projeto atual em andamento ........................................................................................... 12-18
Figura 12-9 O plano de reforço do sistema de transporte de energia sobreposto ao mapa de riscos ... 12-20
Figura 12-10 A situação actual da central hidroeléctrica de Biópio .................................................. 12-24
Figura 12-11 Exemplo de elaboração do Plano Director de Desenvolvimento de Energia Eléctrica .. 12-26
Figura 12-12 Conteúdo e estrutura de trabalho para previsão da demanda de energia ................... 12-27
Figura 12-13 Exemplo de uso do SCADA....................................................................................... 12-33
Figura 12-14 A composição da organização do centro de despacho de energia da TEPCO ........... 12-35
Figura 12-15 Alocação de pessoal na central .................................................................................. 12-36

LISTA DE TABELAS
Tabela 2-1 A capacidade instalada de produção de energia em Angola (em Junho de 2017) ............. 2-11
Tabela 2-2 Dados gerais da ENDE ....................................................................................................... 2-12
Tabela 2-3 Centrais que iniciaram a operação em 2016 - 2017 ........................................................... 2-15
Tabela 3-1 Lista de planos de construção de grandes centrais hidroeléctricas...................................... 3-6
Tabela 3-2 Refinarias existentes e por construir .................................................................................. 3-17
Tabela 3-3 Características de cada tipo de combustível ...................................................................... 3-21
Tabela 5-1 Evolução na taxa de electrificação em todo país ................................................................. 5-6
Tabela 5-2 A taxa de electrificação e a potência máxima por províncias (2016)................................. 5-11
Tabela 5-3 Previsão da demanda de energia para os sectores comercial, mineiro e industrial ............ 5-13
Tabela 5-4 A revisão da máxima demanda anual de energia ............................................................... 5-14
Tabela 5-5 A variação da potência máxima mensal (normalizada) ...................................................... 5-15
Tabela 5-6 A variação da potência máxima mensal (normalizada) ...................................................... 5-18
Tabela 5-7 Previsão da máxima demanda anual de energia ................................................................ 5-21
Tabela 6-1 Principais unidades e tipo de produção por região (MW) ................................................. 6-1
Tabela 6-2 Potência máxima disponível das centrais térmicas (MW) ..................................................... 6-2
Tabela 6-3 A capacidade de fornecimento (MW) por regiões e por tipos de produção de energia com base
na capacidade disponível de fornecimento................................................................................. 6-2
Tabela 6-4 A responsabilidade por tipos de produção de energia (MW).................................................. 6-3
Tabela 6-5 Lista de Centrais Hidroeléctricas (Outubro de 2017)........................................................... 6-5
Tabela 6-6 Lista de Centrais Térmicas (Outubro de 2017) .................................................................. 6-6

xv
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 6-7 Os locais candidatos ao desenvolvimento de centrais hidroeléctricas ............................... 6-16


Tabela 6-8 Projectos candidatos de centrais eólicas ............................................................................. 6-17
Tabela 6-9 Projectos candidatos de centrais de energia solar .............................................................. 6-18
Tabela 6-10 Custo de construção de cada central ................................................................................ 6-19
Tabela 6-11 Os Combustíveis usados nas centrais térmicas e as suas eficiência de produção ........... 6-19
Tabela 6-12 As diversas condicionantes usadas na avaliação económica ........................................... 6-19
Tabela 6-13 A quantidade de calor dos combustíveis e a unidade de emissão de gases de efeito estufa .............. 6-20
Tabela 6-14 Preços de combustíveis a serem usados no estudo do Plano de Desenvolvimento ......... 6-21
Tabela 6-15 Relação entre o volume de emissão de GEE da proposta básica e o valor-alvo do DRAFT
INDC ........................................................................................................................................ 6-38
Tabela 6-16 As vantagens e as desvantagens em termos de directrizes para localização das centrais
térmicas..................................................................................................................................... 6-44
Tabela 6-17 As característica de preço dos sítios candidatos para CCGT .......................................... 6-46
Tabela 6-18 Selecção e escolha dos sítios para CCGT ........................................................................ 6-47
Tabela 6-19 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de Longo Prazo ................................. 6-50
Tabela 7-1 Critérios de tensão ............................................................................................................... 7-7
Tabela 7-2 Lista das linhas de transporte de 400 kV (em Outubro de 2017) ...................................... 7-12
Tabela 7-3 Lista de linhas de transporte de 220kV (em Outubro de 2017) ......................................... 7-12
Tabela 7-4 Lista de subestações de 400 kV (em Outubro de 2017) ..................................................... 7-15
Tabela 7-5 Lista de subestações de 220kV (em Outubro de 2017) ...................................................... 7-16
Tabela 7-6 Plano existente de linhas principais de transporte (backbone) de 400kV da RNT (até 2027) ............. 7-18
Tabela 7-7 Plano existente para subestações da linha principal 400kV da RNT (até 2027) ............... 7-18
Tabela 7-8 Plano existente de linhas principais de transporte (backbone) de 220kV da RNT (até 2027) ............ 7-19
Tabela 7-9 Plano existente de subestações da linha principal de 220kV da RNT (até 2027) ............. 7-20
Tabela 7-10 Estimativa de custo por km da linha de transporte .......................................................... 7-23
Tabela 7-11 Estimativa de custo por subestação com base na capacidade total do transformador ..... 7-25
Tabela 7-12 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do
sistema norte ............................................................................................................................. 7-31
Tabela 7-13 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do
sistema central .......................................................................................................................... 7-32
Tabela 7-14 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do
sistema sul ................................................................................................................................ 7-33
Tabela 7-15 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do
sistema leste .............................................................................................................................. 7-33
Tabela 7-16 Revisão do plano das instalações de transporte considerando o plano das instalações de
transformação de fornecimento regional .................................................................................. 7-35
Tabela 7-17 Resultado do estudo de conexão das linhas de transporte com base no plano das fontes de
energia ...................................................................................................................................... 7-36
Tabela 7-18 Plano de instalações de transformação do sistema principal de 400 kV baseado na análise do
sistema de energia..................................................................................................................... 7-41
Tabela 7-19 Plano das instalações de transporte do sistema principal de 400 kV com base na análise do
sistema de energia..................................................................................................................... 7-42
Tabela 7-20 Lista de cargas nas subestações ....................................................................................... 7-43
Tabela 7-21 Sensibilidade da tensão do barramento Saurimo de 400 kV ........................................... 7-47
Tabela 7-22 Comparação de custos entre medidas de instalação do SVC e medidas de linha tripla .. 7-49
Tabela 7-23 Perdas no transporte nos locais de instalação de CCGTs em 2040 ................................. 7-51
Tabela 7-24 Perdas no transporte em 2040 .......................................................................................... 7-54
Tabela 7-25 Quantidade necessária do modificador de fase para cada subestação ............................. 7-59
Tabela 7-26 Corrente de curto-circuito trifásica do sistema de transporte de energia em Angola ...... 7-60

xvi
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-27 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 400kV ......................... 7-61
Tabela 7-28 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 220kV (1) ................... 7-62
Tabela 7-29 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 220kV (2) ................... 7-63
Tabela 7-30 Lista de projectos do Plano das instalações de transporte de 400kV .............................. 7-64
Tabela 7-31 Lista de projectos do Plano das instalações de transporte de 220kV .............................. 7-65
Tabela 7-32 Lista de projectos das linhas de transporte de alimentação ............................................. 7-66
Tabela 8-1 Os constrangimentos no ambiente de investimento de Angola ........................................... 8-3
Tabela 8-2 As legislações pertinentes ao ambiente de investimento privado ........................................ 8-4
Tabela 9-1 Comparativo dos diversos empréstimos .............................................................................. 9-5
Tabela 9-2 Os custos unitários de construção por instalação ................................................................ 9-6
Tabela 9-3 Montante dos investimentos de longo prazo até 2040 (com base no ano de início da operação)
.................................................................................................................................................... 9-6
Tabela 9-4 Comparação entre as receitas e lucro líquido da PRODEL e RNT e o investimento de longo
prazo ........................................................................................................................................... 9-7
Tabela 9-5 Proporção de distribuição dos custos de obras durante o período de construção................ 9-8
Tabela 9-6 Montante dos investimentos de longo prazo até 2040 (com base nas obras anuais)........... 9-8
Tabela 9-7 Tabela de condições por tipos de empréstimo .................................................................... 9-10
Tabela 9-8 Empréstimos e despesas financeiras até 2040 ................................................................... 9-10
Tabela 9-9 Especificações para cálculo das despesas de depreciação/ cálculo do IDC por instalação ................. 9-11
Tabela 9-10 Aumento nas despesas por kWh das centrais eléctricas (hídrica/ térmica) ..................... 9-14
Tabela 9-11 Aumento nas despesas por kWh das instalações de transporte e transformação de energia ............. 9-14
Tabela 9-12 As receitas e as despesas unitárias por kWh das três companhias ................................... 9-16
Tabela 9-13 Aumento das despesas por kWh decorrentes do investimento a longo prazo .................. 9-16
Tabela 9-14 Resumo da tabela de tarifas de electricidade (anunciada em Dezembro de 2015) ............ 9-17
Tabela 9-15 Cálculo do declínio no rácio de capital decorrente dos investimentos de longo prazo.... 9-19
Tabela 10-1 A demonstração de resultados (P/L) da RNT ................................................................. 10-1
Tabela 10-2 O Balanço (B/S) da RNT ................................................................................................. 10-2
Tabela 10-3 O fluxo de caixa (C/F) da RNT ...................................................................................... 10-3
Tabela 10-4 Os principais indicadores financeiros da RNT (resultados de cálculo) ......................... 10-4
Tabela 10-5 O fluxo de caixa (C/F) da PRODEL .............................................................................. 10-4
Tabela 10-6 O Balanço (B/S) da PRODEL ........................................................................................ 10-5
Tabela 10-7 O fluxo de caixa (C/F) da PRODEL .............................................................................. 10-6
Tabela 10-8 Os principais indicadores financeiros da PRODEL (resultados de cálculo) .................. 10-6
Tabela 10-9 A demonstração de resultados (P/L) .............................................................................. 10-7
Tabela 10-10 O Balanço (B/S) da ENDE ........................................................................................... 10-7
Tabela 10-11 O fluxo de caixa (C/F) da ENDE ................................................................................. 10-8
Tabela 10-12 Os principais indicadores financeiros da ENDE (resultados de cálculo) .................... 10-9
Tabela 10-13 As receitas e os custos unitários por kWh das três companhias................................... 10-10
Tabela 10-14 Os dias necessários para recuperar as contas a receber (dias) ................................... 10-10
Tabela 10-15 O rácio corrente das companhias (resultado dos activos) .............................................. 10-11
Tabela 10-16 O rácio de capital das companhias ................................................................................. 10-11
Tabela 10-17 Aumento do custo por kWh devido ao investimento a longo prazo (repetição) .......... 10-12
Tabela 10-18 O PIB de Angola e o rácio da dívida governamental em relação ao PIB .................. 10-15
Tabela 11-1 Classificação das espécies ameaçadas de extinção em Angola de acordo com a Lista Vermelha
da UICN (2016) ........................................................................................................................ 11-5
Tabela 11-2 Nomes, extensões e o ano da intitulação das áreas protegidas ........................................... 11-6
Tabela 11-3 Classificação do uso do território nacional .................................................................... 11-7
Tabela 11-4 Principais decretos e regulamentos relacionados às considerações ambientais e sociais ..................... 11-8
Tabela 11-5 Principais convenções internacionais relacionadas à avaliação ambiental estratégica .................... 11-9

xvii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 11-6 Plano Director 2040 que possa contribuir na redução anual de CO2 (Estimativa) ...... 11-10
Tabela 11-7 Diferenças entre as leis internas de Angola e as directrizes da JICA sobre a elaboração da
Avaliação de Impacto Ambiental (AAE/EIA) ........................................................................ 11-11
Tabela 11-8 Itens de definição do escopo (scoping) a ser realizada na AAE ....................................... 11-17
Tabela 11-9 Os itens do trabalho de definição do escopo a ser realizada na AAE e os respectivos critérios
de avaliação ............................................................................................................................ 11-19
Tabela 11-10 Os critérios de avaliação dos itens de definição do escopo .......................................... 11-19
Tabela 11-11 Locais candidatos de energia térmica ao desenvolvimento de fontes de energia sujeitos à
implementação da AAE .......................................................................................................... 11-20
Tabela 11-12 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto hidroeléctrico de Cambambe ......... 11-23
Tabela 11-13 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto hidroeléctrico de Cambambe ......... 11-25
Tabela 11-14 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de central térmica de
CIMANGOLA ........................................................................................................................ 11-28
Tabela 11-15 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de
BENJAMIN ............................................................................................................................ 11-30
Tabela 11-16 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de CACULA
................................................................................................................................................ 11-32
Tabela 11-17 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de
CALENGA ............................................................................................................................. 11-34
Tabela 11-18 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de GASTÃO
................................................................................................................................................ 11-36
Tabela 11-19 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de KIWABA
NZOJI I ................................................................................................................................... 11-38
Tabela 11-20 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de
MUSSENDE I ........................................................................................................................ 11-40
Tabela 11-21 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de NHAREA
................................................................................................................................................ 11-42
Tabela 11-22 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de TOMBWA
................................................................................................................................................ 11-44
Tabela 11-23 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
BENGUELA........................................................................................................................... 11-46
Tabela 11-24 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
CARACULO .......................................................................................................................... 11-48
Tabela 11-25 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
CAMBONGUE ...................................................................................................................... 11-50
Tabela 11-26 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
GANDA/ALTO CATUMBELA ............................................................................................. 11-52
Tabela 11-27 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
LOBITO/CATUMBELA ........................................................................................................ 11-54
Tabela 11-28 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar LUBANGO ......... 11-56
Tabela 11-29 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de MATALA
................................................................................................................................................ 11-58
Tabela 11-30 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
QUIPUNGO ........................................................................................................................... 11-60
Tabela 11-31 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
NAMACUNDE ...................................................................................................................... 11-62
Tabela 11-32 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
TECHAMUTETE................................................................................................................... 11-64

xviii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 11-33 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de central de biomassa da
HUÍLA .................................................................................................................................... 11-66
Tabela 11-34 Carga ambiental nas considerações ambientais e sociais por tipo de fonte de energia .................. 11-67
Tabela 11-35 Pontos de avaliação dos aspectos ambientais globais em locais onde cada fonte de energia
está localizada......................................................................................................................... 11-68
Tabela 11-36 Pontos de avaliação dos aspectos ambientais regionais em locais onde cada fonte de energia
está localizada......................................................................................................................... 11-68
Tabela 11-37 Medidas gerais de mitigação a serem consideradas juntamente com o desenvolvimento de
várias fontes de energia .......................................................................................................... 11-71
Tabela 11-38 Itens gerais de monitoramento a serem considerados juntamente com o desenvolvimento de
fontes de energia ..................................................................................................................... 11-72
Tabela 11-39 Lista das linhas de transporte previstas a serem implementadas .................................... 11-85
Tabela 11-40 Itens de avaliação ambiental a serem considerados com relação a cada proposta do plano
das linhas de transporte e níveis de impacto .......................................................................... 11-87
Tabela 11-41 Definição do escopo (Troço da linha de transporte da central de Capanda - Saurm) .... 11-87
Tabela 11-42 Definição do escopo (troço da linha de transporte da central de Cambambe - Lubango) ................ 11-89
Tabela 11-43 Definição do escopo (troço da linha de transporte de Belém do Dango - subestação Lubango)
................................................................................................................................................ 11-91
Tabela 11-44 Definição do escopo (troço da linha de transporte de subestação Lubango - subestação
Cahama - subestação Baynes) ................................................................................................ 11-93
Tabela 11-45 Definição do escopo (troço da linha de transporte de Belém do Dango - subestação Ondjiva)
................................................................................................................................................ 11-94
Tabela 11-46 Definição do escopo (troço da linha de transporte da subestação Cahama - central de
Ruacana) ................................................................................................................................. 11-97
Tabela 11-47 Itens e métodos do levantamento .................................................................................... 11-99
Tabela 11-48 Itens ambientais que devem ser ponderados em termos de considerações ambientais e sociais
ao determinar o plano de trajectória ..................................................................................... 11-100
Tabela 11-49 Medidas gerais de mitigação a serem consideradas juntamente com a instalação das linhas de
transporte .............................................................................................................................. 11-102
Tabela 11-50 Itens gerais de controlo a serem considerados juntamente com o desenvolvimento das linhas
de transporte ......................................................................................................................... 11-103
Tabela 12-1 Lista de projectos do Plano de Centrais Eléctricas ............................................................. 12-4
Tabela 12-2 Lista de projectos do Plano de Instalações de Transformação de 400kV .......................... 12-5
Tabela 12-3 Lista de projectos do Plano de Instalações de Transformação de 220kV (1) ..................... 12-6
Tabela 12-4 Lista de projectos do Plano de Instalações de Transformação de 220kV (2) ................ 12-7
Tabela 12-5 Lista de projectos do Plano das Instalações de Transporte de 400kV ................................ 12-8
Tabela 12-6 Lista de projectos do Plano das Instalações de Transporte de 220kV ................................ 12-9
Tabela 12-7 Lista de projectos das linhas de transporte de alimentação ......................................... 12-10
Tabela 12-9 Projecto de Sistema de Transporte de Energia da Região Sul .......................................... 12-20
Tabela 12-10 Projecto do Sistema de Transporte de Energia da Região Sul ..................................... 12-20
Tabela 12-8 Exemplo de projecto de CCGT ........................................................................................ 12-21
Tabela 12-11 Exemplo de projecto de implementação de fonte de energia de pico e SCADA ........... 12-23
Tabela 12-12 A situação das centrais .................................................................................................... 12-24
Tabela 12-13 Plano de Acção Relativo ao Plano de Desenvolvimento do Sector de Energia Eléctrica ................ 12-25
Tabela 12-14 Fluxo do empréstimo em iene ...................................................................................... 12-30
Tabela 12-15 Ciclo de elaboração do Plano de Médio a Longo Prazo............................................... 12-32
Tabela 12-16 Critérios de planeamento de instalações de transformação de energia .......................... 12-37
Tabela 12-17 Critérios de planeamento de instalações de transporte de energia ............................... 12-37
Tabela 12-18 Comparação entre AAAC e LL-ACSR ........................................................................ 12-38

xix
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 12-19 Tabela de processos do Plano de Acção Relativo ao Plano de Desenvolvimento do Sector de
Energia Eléctrica .................................................................................................................... 12-39
Tabela 13-1 O programa do workshop ................................................................................................. 13-1
Tabela 13-2 Lista de participantes do lado angolano ........................................................................... 13-3
Tabela 13-3 Resultados das actividades da missão de convite ao Japão .............................................. 13-4

xx
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

ABREVIATURAS

Abreviatura Em inglês Em português


A/C Advisory Committee Conselho Consultivo
AC Alternating Current Corrente alternada
AGC Automatic Generation Control Controle Automático de Produção
AOA Angolan Kwanza Kwanza (unidade monetária de Angola)
ARAP Abbreviated Resettlement Action Plan Plano de reassentamento simplificado
AfDB/BAD African Divelopment Bank Banco Africano de Desenvolvimento
BAU Businnes as usual Manutenção do estado actual
BO Build-Operate Construção - Operação
BOD Biochemical Oxygen Demand Demanda bioquímica de oxigénio
BOT Build-Operate-Transfer Construção - Operação - Transferência
C/C Combined Cycle Ciclo combinado
CCGT Combined Cycle Gas Turbins Ciclo Combinado a Gás
CIRR Commercial Interest Reference Rates Taxa de juro comercial de referência
CO2 Carbon Dioxide Dióxido de carbono
CR Critically Endangered Espécie em perigo crítico
CRF Capital Recovery Factor Factor de recuperação de capital
Central Research Institute of Electric Instituto Central de Pesquisa da Indústria de
CRIEPI Energia Eléctrica (Japão)
Power Industry
Cross-linked polyethylene insulated Cabo de revestimento de vinil isolado com
CV polietileno reticulado
Vinyl sheath
DC Direct Current Corrente contínua
DFR Draft Final Report Draft do relatório final
DG Diesel Generator Gerador a diesel
National Deirectorate of Electricity Direcção Nacional de Energia Eléctrica
DNEE
Energy
DSM Demand Side Management Gestão da demanda
ECA Export Credit Agency Agência de crédito à exportação
EIA Environmental Impact Assessment Avaliação de impacto ambiental
EIRR Economic Internal Rate of Return Taxa Interna de Rentabilidade Económica
EMMP Environmental Monitoring Plan Plano de monitoria ambiental
EMP Environmental Management Plan Plano de Gestão Ambiental
EN Endangered Espécies ameaçadas
National Electricity Distribution Empresa Nacional de Distribuição de
ENDE Electricidade
Company
EPA Environmental Protection Agency Agência de protecção ambiental
Engineering, Procurement and Engenharia, aquisição e construção
EPC
Construction
EU European Union União Europeia
F/S Feasibility Study Estudo de viabilidade
FIRR Financial Internal Rate of Return Taxa Interna de Retorno Financeiro
FR Final Report Relatório final
Gabinete de Aproveitamento do Médio Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza
GAMEK
Kwanza
GDP/ PIB Gross Domestic Product Produto Interno Bruto
GHG/GEE Green House Gas Gases de efeito estufa
GIB Gas Insulated Busbars Barramentos isolados a gás
GIS Geographic Information System Sistema de Informação Geográfica

xxi
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Abreviatura Em inglês Em português


GIS Gas Insulated Switchgear Comutador isolado a gás
GIT Gas Insulated Transformer Transformador isolado a gás
GT Gas Turbine Turbina a gás
HFO Heavy Fuel Oil Óleo pesado
HPP Hydropower plant Central hidroeléctrica
HQ Headquarters Sede
HV High Voltage Alta tensão
I&C Instrumentation & Control Instrumentação e controlo
IEA International Energy Agency Agência Internacional de Energia
Intended Nationally Determined Pretendidas Contribuições Nacionalmente
INDC Determinadas
Contribution
INE National Statistic Bureau Instituto Nacional de Estatística
IPP Independent Power Producer Produtores Independentes de Energia
IRR Internal Rate of Return Taxa interna de retorno
Instiuto Regulador dos Servicos de Instiuto Regulador dos Serviços de Electricidate
IRSEA e Agua
Electricidate e Agua
International Union for Conservation União Internacional para Conservação da
IUCN Natureza
of Nature
Ic/R Inception Report Relatório preliminar
It/R Interim Report Relatório intermediário
Japan Bank for International Japan Bank for International Corporation
JBIC
Corporation
Japan International Cooperation Agência de Cooperação Internacional do Japão
JICA
Agency
JV Joint Venture Empresa Mista
LFO Light Fuel Oil Óleo leve
LILO Line in Line out Entrada/ Saída de linha
LNG/GNL Liquefied Natural Gas Gás natural liquefeito
LOLE loss of load expectation Expectativa de perda de carga
LOLP loss of load probability Probabilidade de perda de carga
LPG/GPL liquefied petroleum gas Gas de petróleo liquefeito
LRMC Long Run Marginal Cost Custo Marginal a Longo Prazo
LV Low Voltage Baixa pressão
Ministry of Energy and Water Ministério da Energia e Águas
MINEA
Resources
MMBTU Million British Thermal Unit Milhão de unidade térmica britânica
MOEF Ministry of Environment and Forestry Ministério do Meio Ambiente e Florestas
MP Master Plan Plano Director
MScfpd Million Standard cubic feet per day Milhão de pés cúbicos por dia
MVA Mega volt ampere Mega voltampere
MW Megawatt Megawatt
NG Natural Gas Gás natural
NGO Non-Governmental Organization Organização não-governamental
NLDC National Load Dispatch Center Centro nacional de despacho de cargas
O&M Operation and Maintenance Operação e manutenção
ODA Official Development Assistance Ajuda Pública ao Desenvolvimento
Organisation for Economic Organização de Cooperação e Desenvolvimento
OECD/OCDE Económico
Co-operation and Development
OPGW Optical Fiber Ground Wire Cabo de terra de fibra óptica
OVPS Overvoltage Protectors Protecção de sobretensão
PAP Project Affected People Moradores afectados pelo projecto

xxii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Abreviatura Em inglês Em português


PDP Power Development Plan Plano de Desenvolvimento Energético
Power Development Planning Assist (Nome do software)
PDPAT
Tool
PIL Private Investment Law Lei de investimento privado
PMF Probable Maximum Flood Caudal máximo possível de inundação
PPP Public Plivate Partnership Parceria Público-Privada
PPS Power Producer and Supplier Produtor e Fornecedor de energia eléctrica
Public Electricity Production Empresa Pública de Produção de
PRODEL
Company Electricidade
Power Sector Reform Support Programa de Apoio à Reforma do Sector da
PSRSP
Program Energia
Power System Simulator for (Nome do software)
PSS/E
Engineering
Electricity Sector Transformation Programa de Transformação do Sector de Energia
PTSE
Program
Q&A Question and Answer Perguntas e respostas
Reliability Evaluation Tool for (Nome do software)
RETICS
Inter-conneted System
National Electricity Transportation Rede Nacional de Transporte de Electricidade
RNT
Company
ROW Right of Way Faixa de servidão
S/Y Switchyard Estação de seccionamento
Supervisory Control And Data Sistema de monitoria e controle & recolha de
SCADA dados
Acquisition
SHM Stakeholder Meeting Reunião de partes interessadas
SIL Surge Impedance Loading Impedância de surto
SLD Single Line Diagram Diagrama Unifilar
SMP System Marginal Price Preço marginal do sistema
SOx Sulfur Oxide Óxido de enxofre
SS Substation Subestação transformadora
ST Steam Turbine Turbina a vapor
T/L Transmission Line Linha de transporte
TBC Tie-line Bias Control Controle com Polarização de Frequência
TOOR Transfer of Operating Rights Transferência de direitos de operação
TOR Terms of Reference Termos de Referência
TOX Total organic halogens Total de halogéneos orgânicos
TPP Thermal Power Plant Central Térmica
Tr Transformer Transformador
USC U.S. Cent Centavo de dólar norte-americano
USD U.S. Dollar Dólar norte-americano
VU Vulnerable species Espécies Ameaçadas
W/S Workshop Workshop (oficina)
WHO/OMS World Health Organization Organização Mundial de Saúde
WPP Wind Power Plant Central de energia eólica
XLPE Cross Linked Polyethylene Polietileno reticulado
kV Kilovolt Quilovolt
kW Kilowatt Quilowatt
p.u. per unit por unidade/ unitário

xxiii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Resumo do Relatório
1. O Objectivo do Projecto
Este projecto visa elaborar o Plano Director de Energia Eléctrica de Angola para o ano limite de 2040
e assim contribuir para uma implementação fluida do desenvolvimento de energia eléctrica e realizar um
fornecimento estável de energia no país.
Mais especificamente, o projecto objectiva alcançar os seguintes os resultados.
 Elaboração do Plano Director de Energia Eléctrica abrangente (2018 - 2040) para as fontes de
energia e redes de transporte de energia de todo o país.
 Promover o entendimento suficiente sobre o Plano Director junto aos órgãos pertinentes
(MINEA, RNT, PRODEL e ENDE) e realizar também a capacitação dos funcionários destes
órgãos no tocante à sua elaboração e revisão.

2. O Conteúdo do Projecto
・ A revisão e análise da situação actual do sector de energia eléctrica
・ Previsão de demanda de energia (até 2040)
・ Análise da energia primária para desenvolvimento de fontes de energia
・ Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia
・ Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Sistemas de Transporte de Energia
・ Revisão do ambiente de investimento privado
・ Plano de investimento de longo prazo
・ Análise económica e financeira
・ Considerações ambientais e sociais
・ Elaboração do projecto do Plano Director
・ Transferência de tecnologia e Capacitação

3. A Situação Actual do sector de energia eléctrica e outros sectores em Angola


3.1 A situação social e económica
Item Números
Área territorial 1.246.700 km2
População 25.900 mil habitantes (MINEA, 2014)
PIB 103 mil milhões de dólares (WB: 2015)

-1-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

3.2 A situação actual do sector de energia eléctrica


Têm sido feitas reformas na
organização do sector de energia
eléctrica em Angola com base no
Programa de Transformação do
Sector Eléctrico (PTSE). Para
integrar horizontalmente as
empresas de energia GAMEK,
ENE E EDEL na respectivas
produção, transporte e distribuição,
o MINEA reorganizou essas
(Fonte: The Transformation Program for the Electricity Sector-PTSE)
companhias que receberam nova Figura Reestruturação do Sector Eléctrico
égide, nomeadamente a PRODEL
encarregada da produção, a RNT encarregada do transporte e a ENDE encarregada de distribuição de
energia.
Para realizar o referido modelo o PTSE estudou o modelo óptimo para o mercado de energia eléctrica
e elaborou o roteiro (road map) de reformas no sector de energia eléctrica. Dentro deste trabalho foram
feitas recomendações sobre reformas na lei e regulação com o intuito de modificar o mercado de energia
eléctrica para o sistema de comprador único (single buyer), separação horizontal das companhias de
energia existentes desmembrando-as em respectivos sectores de produção, transporte e distribuição,
estabelecimento de contractos comerciais entre os participantes do mercado de energia, promoção de
PPPs entre outras.
Além disso, o PTSE estabelece as seguintes 4 fases de acordo com o tempo esperado de realização de
cada processo. As 4 fases são as seguintes:
(i) Fase de preparação (2010-2013): período de desenho da nova estrutura de mercado
(ii) Fase I (2014-2021): remodelação do sector de energia eléctrica, período de assentamento
posterior à divisão horizontal das companhias de energia
(iii) Fase II (2018-2021): incentivo aos IPPs com a adopção do sistema de preço fixo de aquisição
e assim melhorar a eficiência do sector
(iv) Fase III (2021-2025): período de liberalização parcial do mercado de energia eléctrica através
de implementação de PPPs e IPPs e também o licenciamento parcial do sector de distribuição
3.3 Histórico de demanda de energia
A demanda e fornecimento de energia em Angola não está equilibrada, e a falta de fornecimento têm
durado por muitos anos. Na figura abaixo é mostrado o histórico de demanda de energia da região norte
após 2015, que possui o maior tamanho de demanda, de onde se pode observar que por durante muito
tempo até o início de 2017 foram realizados vários blackouts planeados. Esses apagões planeados estão
a diminuir graças à entrada em operação da central de Cambambe 2 (700 MW) em 2016.

-2-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))

Figura: A quantidade máxima de energia e o histórico da quantidade de energia de corte


planeada (Sistemas norte)

3.4 As instalações de fontes de energia existentes


É mostrado na tabela abaixo, os resultados do resumo das capacidades instaladas de produção
organizadas por regiões. Em termos nacionais as centrais hidroeléctricas representam a maioria das
instalações de fontes energia e o restante é composto pelas instalações de produção térmica.
Tabela: As Principais centrais eléctricas por região e tipos de produção (MW)
Hidroeléctrica Energia térmica Renováveis
(excepto as
Região Total de pequeno GT Gasóleo Biomassa Eólico Solar PV
porte)
Todo o País 4.339 2.365 1.181 743 50 0 0
Região Norte 3.527 2.172 899 407 50 0 0
Região Central 492 125 254 113 0 0 0
Região Sul 221 41 28 152 0 0 0
Região Leste 99 28 0 71 0 0 0
(Fonte: Elaborado a partir dos dados fornecidos por PRODEL, MINEA)

-3-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

3.5 O sistema actual de energia

Linha de transporte de 400 kV

Linha de transporte de 220 kV

Linha de transporte de 150 kV

Linha de transporte de 60 kV

Subestação existente

Subestação planed

Central termelétrica de gás natural

Central termelétrica

Centra hidrelétrica

(Fonte: RNT)
Figura: Diagrama do sistema de transporte da RNT em Julho de 2017

3.6 Política de Mudanças Climáticas de Angola (INDC, etc.)


Com base na análise da situação de emissão do ano base (2005), o Governo de Angola declarou
reduzir até 2030 as emissões de GEE em até 50% em relação ao ano base BAU pela implementação de
acções incondicionais e condicionais para as áreas alvo.

-4-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

2005 2020 2030


Emissões- cenário BAU (ktCO2e) 193.250
Emissões- cenário incondicional 125.612
(ktCO2e) 66.812 125.778 (-35%)
Emissões- cenário condicional 96.625
(ktCO2e) (-50%)
(Fonte: DRAFT INDC of the Republic of Angola)
Figura: Cenário de linha de base e mitigação de projecções dos cenários incondicional e condicional em Angola

4. Análise da energia primária para desenvolvimento de fontes de energia


4.1 O potencial energético
Energia primária Potencial
Petróleo Reserva extraível confirmada: 12,7 bilhões de barris (estatísticas da BP no final de 2014)
Gás Natural Reserva extraível confirmada: 9,7 triliões de pés cúbicos (2014, Cedigaz)
Hidroeléctrica Potencial hidroeléctrico 18 GW (Atlas and National Strategy for the new Renewable
Energies)
Energia solar 17,3 GW (Atlas and National Strategy for the new Renewable Energies)
Energia eólica 3,9 GW (Angola Energia 2025)
Biomassa 4GW (Angola Energia 2025)

4.2 A situação das instalações de fornecimento de energia


(1) As instalações de produção de LNG
A fábrica Angola LNG de Soyo, na província de Zaire, é a única unidade de produção de LNG no país.
O gás associado ao petróleo obtido no processo de extracção de petróleo é enviado para esta instalação
através de um gasoduto aonde é processado em forma de LNG. A capacidade instalada de produção da
Angola LNG é de 34 MSm3/ d.
(2) Instalações de refino de petróleo
Actualmente a única instalação de refino de petróleo em Angola é a Refinaria de Luanda que fica na
capital Luanda. Por esta razão, a capacidade de refino de petróleo é insuficiente em relação ao consumo
de derivados de petróleo no mercado interno em Angola, e actualmente mais de 80% do consumo é
complementado por produtos importados.
A Sonangol elaborou um plano de construção de novas refinarias em Lobito na região central, em
Soyo e Cabinda, na região norte e em Namibe, na região sul. A refinaria de Lobito estava prevista para
entrar em operação a partir de 2018, no entanto por falta de recursos a sua construção foi interrompida

-5-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

em Agosto de 2016. O projecto de refinaria em Soyo foi discutido mas os trabalhos de construção não
chegaram de facto a serem iniciadas. A refinaria de Namibe teve a sua construção iniciada em Julho de
2017 e no momento as obras estão em avanço.
Em Fevereiro de 2018, a Sonangol anunciou um novo plano de desenvolvimento de instalações de
refino de petróleo em Lobito na região central e Gabinda na região norte, e também um plano de
expansão da refinaria existente de Luanda Refinery. O plano para Lobito permanece igual ao mesmo
plano anterior com meta de se construir até 2022 uma instalação com capacidade de 200.000 bpd,
enquanto que para a refinaria na província de Cabinda, a meta é construir até 2020 uma instalação menor
que a de Lobito. Além disso, o plano de expansão da refinaria existente Luanda Refinery tem meta em
ampliar o volume de produção do actual 57.000 bpd para 65.000 bpd até 2020.

4. 3 Preço de combustível
No estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de Longo Prazo, é
necessário definir os futuros preços do combustível. Por essa razão, os preços são estimados conforme
mostrado na tabela abaixo, com base em preços internacionais a partir de 2015 e na estimativa de longo
prazo feita pela IEA.

Tabela Preços de combustíveis a serem usados no estudo do Plano de Desenvolvimento


unid.: centavos USD/ Mcal

Petróleo
Ano Cru LFO HFO LPG GN LNG
(CrudeOil)
2015 3,281 3,948 3,919 4,041 1,036 4,087
2020 5,082 6,116 6,071 6,259 1,633 3,810
2025 6,111 7,354 7,300 7,527 1,892 4,266
2030 7,140 8,593 8,529 8,795 2,151 4,722
2035 7,558 9,096 9,029 9,310 2,450 4,822
2040 7,977 9,599 9,528 9,825 2,749 4,921
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo a partir de preços internacionais de 2015 e dados da IEA)

-6-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

5. Os Procedimentos de Elaboração do Plano Director de Energia Eléctrica com base no Plano


Óptimo de Energia Eléctrica (Best Mix)

+ Indicadores económicos (PIB, etc.)


+ Indicadores sociais (censo, tendência demográfica, etc.)
+ Dados existentes de demanda de energia (dados horários de demanda,
curva de carga diária, dados de duração anual)

Previsão de demanda de energia Estimativa da curva de duração anual

Configuração do grau de fiabilidade + Dados sobre fontes de energia (valor


de fornecimento unitário de construção de cada fonte de
energia, eficiência térmica, taxa de despesa
Cálculo da taxa de margem anual, custos de combustível, etc.)
de reserva
Cálculo da capacidade Elaboração da curva de selecção/ Estudo da proporção
de composição das fontes de energia
instalada necessária

+ Política Nacional de Energia


Elaboração da lista de projectos + INDC
+ Política de promoção das energias
Configuração dos cenários para fontes de energia
renováveis, etc.
(Local de desenvolvimento, implantação de energias renováveis, etc.)

Estudo da composição óptima das + Dados sobre fontes de energia (valor unitário de
construção de cada fonte de energia, eficiência
fontes de energia por PDPAT
térmica, taxa de despesa anual, custos de
combustível)
Plano de Desenvolvimento da Transmissão
(Planeamento da expansão das instalações de + Dados relacionados aos fontes de energia para
transmissão de energia) PDPAT (preço unitário de construção de cada
Análise de desequilíbrio central, curva da taxa de calor de cada central,
taxa de despesa anual de cada central, custos de
Análise da quantidade de transmissão combustível, especificações de cada central,
dados operacionais de centrais hidroeléctricas)
Plano de transmissão de energia
+ Requisitos técnicos para o planeamento de
instalações
Análise de fluxo de energia
+Design criteria

Elaboração do Plano de
Desenvolvimento de Energia Eléctrica

Figura: Procedimentos de elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica

-7-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

6. Previsão da demanda de energia eléctrica


6. 1 Fluxo de Previsão da Demanda
<Perspectiva socioeconómica>
· Perspectiva sobre estimativa de crescimento populacional < Política e Planos>
· Actividades dos sectores comerciais e industriais · Plano de electrificação

<Previsão de demanda máxima de energia>


· Crescimento da demanda máxima de energia graças à electrificação (todo país, por região)
· Crescimento das Demandas Máximas de Energia dos Sectores Comercial e Industrial (todo país,
por região)

· Previsão do factor de carga por sistemas de energia


· Máxima demanda mensal (todo país, por sistemas)
· Curva de previsão da carga mensal (por sistemas)

· Previsão mensal de energia gerada (todo país, por sistemas)


· Comparação internacional do consumo de electricidade per capita

(Fonte: Equipa de Estudo)


Figura: O fluxograma de previsão da demanda de energia em Angola

6.2 Previsão da máxima demanda anual de energia


A demanda máxima de energia do sector civil de consumo foi calculada baseada na taxa de
electrificação, população, composição familiar média por contrato e potência máxima por contrato. A
isso adicionou-se a previsão de demanda anual máxima de energia dos sectores comercial e industrial e
obteve-se a estimativa de máxima demanda anual de energia até 2040. Os resultados são mostrados na
tabela e figura abaixo. Como resultado, a previsão da máxima demanda de energia para 2040 foi de
11.226 MW.
Estimativa de máxima potência (MW)

(Unidade: MW)
2016 2020 2025 2030 2035 2040
Norte 1.546 2.584 3.570 4.753 5.864 6.839
Central 266 574 877 1.275 1.765 2.313
Sul 135 267 499 758 1.060 1.409
East 42 91 249 346 490 665
Total 1.989 3.516 5.195 7.132 9.180 11.226
(Fonte: Equipa de Estudo)
Figura: Estimativa de máxima potência anual

-8-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

6.3 Previsão de demanda da quantidade de energia a ser produzida


A demanda da quantidade de energia a ser produzida pode ser obtida pela equação abaixo: O
resultado da previsão da demanda de quantidade de energia a ser produzida em 2040 foi de 64.979 GWh.
Quantidade de demanda a ser produzida (kWh) = potência máxima anual (kW) × 8.760 horas × factor
de carga anual
Tabela: Previsão da quantidade de energia a ser produzida anualmente
(Unidade: GWh)
Norte Centro Sul Leste Todo país
2016 9.522 1.325 673 208 11.728
2020 15.977 2.860 1.329 453 20.619
2025 22.183 4.366 2.485 1.241 30.275
2030 29.685 6.347 3.774 1.723 41.529
2035 36.805 8.790 5.279 2.442 53.316
2040 43.136 11.518 7.015 3.309 64.979
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

(Fonte: Equipa de Estudo)


Figura: O resultado da previsão de demanda da quantidade de energia a ser produzida

7. Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia


7.1 Elaboração da taxa de reserva necessária para garantir LOLE de 24 horas
A figura abaixo mostra a taxa de reserva equivalente a 24 horas que é a meta de LOLE e os resultados
da análise feita usando PDPAT e RETICS. A taxa de reserva de fornecimento necessária a partir de 2030
será algo em torno de 11%.

-9-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura: Relação entre LOLE e a taxa de reserva Figura: A taxa de reserva necessária para
garantir LOLE de 24 horas

7.2 A selecção da proporção de composição de fontes de energia de mínimo custo segundo PDPAT
Foi analisada a proporção de composição de fontes de energia de mínimo custo em 2040 e com isso
foi seleccionada a proporção de composição mais económica em 2040 entre hidroeléctricas de grande
porte e térmicas de ciclo combinado (CCGT) e de turbina a gás (GT).
O cálculo segundo PDPAT foi realizado nas seguintes condições:
 2040 como ano alvo
 Taxa de reserva de fornecimento de 11% que é atendida por GT que possui o menor custo fixo.
 A proporção de composição corresponde à proporção da capacidade de fornecimento de cada
fonte de energia (mas que exclui a capacidade de fornecimento da capacidade que atende à
margem de reserva de fornecimento) dentro do equilíbrio oferta-demanda em que o pico do mês
apresenta a menor taxa de reserva do ano.
É mostrado o resultado do cálculo de ensaio do custo anual feito por PDPAT quando se varia a
proporção de composição em relação a GTs. O custo anual se torna menor quando a proporção de
composição do GT é 12%.

Figura: A relação entre a proporção de composição das instalações de Turbina a Gás (GT) e o custo anual (em 2040)

O pico de demanda no ano de 2040 ocorre em Dezembro, no entanto a energia eléctrica disponível
produzida pelas centrais hidroeléctricas também diminui devido ao período de seca, o que faz com o mês
de Novembro seja o mais rigoroso em termos de equilíbrio oferta-demanda. É mostrada na figura abaixo
a proporção de composição da capacidade de fornecimento das fontes de energia quando se define em
12% a proporção de GTs para a secção de Novembro de 2014. O Plano de Desenvolvimento de Fontes
de Energia deve ser elaborado para que as fontes de energia se aproximem dessa composição em 2040.

- 10 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura: A proporção de composição de mínimo de custo em 2040 (com base na capacidade de


fornecimento de Novembro)

7.3 Elaboração da lista de projectos


É mostrada na tabela abaixo a proposta recomendada para o Plano de Desenvolvimento de Fontes de
Energia de Longo Prazo.

Tabela: Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de Longo Prazo


Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia
Ano
Hidroeléctrica CCGT GT Energia eólica Energia solar
2017 Soyo1-1 (250)
Lauca (2070)
2018 Soyo1-2 (500)
Lomaun ext.(65)
2019
2020 Luachimo ext.(34)
2021 Soyo2-1 (375)
2022 Soyo2-2 (375) Cacuaco No.1 (125)
2023
2024 Caculo Cabaça(2172) Cacuaco No.2 (125)
2025 Sambizanga No.1 (125)
2026 Baynes (300)
2027 Lobito1-1 (375) Quileva No.1 (125)
2028 Quilengue (210) Quileva No.2 (125) Beniamin (52) Benguela (10)
2029 Lobito1-2 (375) Cacula (88) Cambongue (10)
Quileva No.3 (125)
2030 Chibia (78) Caraculo (10)
Soyo-SS No.1 (125)
2031 Lobito2-1 (375) Calenga (84) Catumbela (10)
Cacuaco No.3 (125)
2032 Zenzo (950) Gasto (30) Lobito (10)
Cacuaco No.4 (125)
Sambizanga No.2 (125)
Quileva No.4 (125) Kiwaba Nzoji I
2033 Lubango (10)
Quileva No.5 (125) (62)
Quileva No.6 (125)
Kiwaba Nzoji II
2034 Lobito2-2 (375) Matala (10)
(42)
Soyo-SS No.2 (125)
2035 Genga (900) Mussede I (36) Quipungo (10)
Cacuaco No.5 (125)
Mussede I (44)
2036 Namibe1-1 (375) Techamutete (10)
Nharea (36)
Cacuaco No.6 (125)
2037 Sambizanga No.3 (125) Tombwa (100) Namacunde (10)
Soyo-SS No.3 (125)
2038 Túmulo Caçador(453) Lobito3-1 (375)
2039
Jamba Ya Oma (79)
2040 Lobito3-2 (375)
Jamba Ya Mina (205)
Total 7.438MW 4.125MW 2.250MW 652 MW 100 MW

- 11 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

8. Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Sistemas de Transporte de Energia


8.1 As Directrizes do Plano de Desenvolvimento do Transporte
A elaboração do plano de desenvolvimento deve avançar conforme o procedimento mostrado na
figura abaixo.

Peak Demand Total Peak


Forecasting for Demand
each Province Forecasting

220kV Substation Power


planing Development
Plannning

400kV Substation
Planning

Transmission Line
Planning

Power system
analysys

(Fonte: Equipa de Estudo)


Figura: Fluxograma do Plano de Desenvolvimento da Rede de Transporte

- 12 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

8.2 Plano de transporte de energia para 2040


Pelo PSSE confirmou-se que não houve sobrecarga e outros fenómenos em todos os eventos n-1 para
todas as linhas de transporte de 400 kV, 220 kV ou de tensões superiores, e para todos os
transformadores de 400/220 kV, 220 kV/ 60 kV etc. com tensão primária de 220 kV ou superior.
1440
M’Banza Congo
Soyo
(400/60/15) (220/60) Angola power system –
Nzeto 2040
(400/220/60) Tomboco Maquela Zombo
(220/60) (220/60/30/15)

1120 (MW)
Kapary Damba
Caxito (220/30) Sanza Pombo
ADA (400/220/60)
(220/110) (220/60)
Uíge
(220/60)
1110 400kV T/L
Cacuaco
Sambizanga Negage
(220/60)
(400/220/60) (220/60) 220kV T/L
Chicala PIV
(220/60)
Cazenga
(220/60) 380 Pambos de Sonhe(220/30)

(220/60)
500 220kV
Futungo de Belas
Lucala (400/220/60)
outage T/L
(220/60)
Golfe Filda
220/60 (220/60) Viana
(400/220/60)
Catete (400/220/60) Dundo
Capanda
(400/220/110)
1000 Maria N’Dalatando (220/60) 1110 Lucapa
Teresa(220/60) Xá-Muteba
Camama
(220/60)
1000
Zango 270 550 Saurimo
740 (220/60)
Zenzo
60 1590
Muconda

Ramiros 1070 1950


(220/60)
300 1500 Lauca
Luena
Luau

Bita (400/220/60) Cambutas (400)


(400/220/60)
Cazombo
Caculo Cabaça (400)
460 Gabela
(400/220/60)
Quibala 580
P. Amboim (220/60)
(220/60)
70
830
Alto Chingo Waco Kungo
Cuacra
(220/60) (400/220/60)
(220/60)
Genga
Nova Biopio 460 Bailundo
(220/60)
Andulo
(220/60)
Lobito CCGT
(400/220)
530
Quileva Kuito
(220/150/60) Bocoio Belém do Huambo
(220/60)
(220/60) Ukuma (400/220/60)
Catumbela Alto
Baia Farta CH (220/60)
(220/60) Lomaum Catumbela Catchiungo Chitembo
(220/60)
(220/60)
Benguela Sul 840Cubal (220/60)
210
(220/30)

(220/60) CH Gove
Quilengues (220/60) Chipindo
(400/60)
Lubango
Caluquembe 610 (400/60)
(400/60) CH
Namibe
(400/220/60) Jamba OMA e MINA
(400/220/60)
Capelongo
Matala (400/220) Cuito Cuanavale
Tômbwa
440 170 (220/60) (220/30)
(220/60) Cahama Matala(CH) Cuchi Menongue
(400/220/30) (220/30) (220/60)
Mavinga
Tchamutete
(220/30)
(220/60)
430
Baynes 50
220
(400)
400 Xangongo Ondjiva
to SAPP (220/60) (400/220/60)

(Fonte: Equipa de Estudo)


Figura O sistema principal em 2040 (400 kV, 220 kV)

- 13 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

8.3 Elaboração da lista de projectos de instalações de transporte


Os resultados até ao parágrafo anterior foram organizados e elaborou-se a lista de projectos. A seguir, é
mostrada a lista de projectos do Plano de Transporte de Energia de 400 kV.
Tabela: Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 400kV
Year
Project# of Area Voltage Substation Capacity Cost Remarks
operation (kV) Name (MVA) (MUS$)
1 2020 Cuanza Sul 400 Waco kungo 450 40.5 450 x 1, under construction(China)
2 2020 Huambo 400 Belem do Huambo 900 51.3 450 x 2, under construction(China)
3 2022 Luanda 400 Bita 900 51.3 450 x 2, under construction(Brazil)
4 2025 Cuanza Sul 400 Waco kungo 450 40.5 upgrade 450 x 1
5 2025 Luanda 400 Bita 450 40.5 upgrade 450 x 1
6 2025 Zaire 400 N'Zeto 450 40.5 upgrade 450 x 1
7 2025 Luanda 400 Viana 2,790 96.6 upgrade 930 x 3
8 2025 Bengo 400 Kapary 450 40.5 upgrade 450 x 1
9 2025 Huila 400 Lubango2 900 51.3 450 x 2, Pre-FS implemented*
10 2025 Huila 400 Capelongo 900 51.3 450 x 2
11 2025 Huila 400 Calukembe 120 32.6 60 x 2
12 2025 Benguera 400 Nova Biopio 900 51.3 450 x 2
13 2025 Southern 400 Cahama 900 51.3 450 x 2
14 2025 Eastern 400 Saurimo 900 51.3 450 x 2, under Pre-FS
15 2025 Lunda  Norte 400 Xa-Muteba 360 38.3 180 x 2, under Pre-FS
16 2025 Huila 400 Quilengues 120 32.6 60 x 2
17 2025 Cuanza Sul 400 Gabela 900 51.3 450 x 2
18 2025 Luanda 400 Sambizanga 2,790 96.6 930 x 3
19 2025 Malanje 400 Lucala 900 51.3 450 x 2
20 2025 Chipindo 400 Chipindo 360 38.3 180 x 2
21 2030 Luanda 400 Catete 450 40.5 upgrade 450 x 1
22 2030 Bengo 400 Kapary 450 40.5 upgrade 450 x 1
23 2035 Cunene 400 Ondjiva 900 51.3 450 x 2, Pre-FS implemented*
24 2035 Luanda 400 Bita 450 40.5 upgrade 450 x 1
25 2035 Malanje 400 Lucala 450 40.5 upgrade 450 x 1
Total 19,590 1,171.4

(Fonte: Equipa de Estudo)


Tabela: Lista de projectos do Plano de instalações de transporte de 400kV
Year number Power Line
Project# of Area Voltage Starting point End point of Flow Length Cost Remarks
operation (kV) circuit (MVA) (km) (MUS$)
1 2020 Central 400 Lauca Waco kungo 1 307 177 138.1 under construction(China)
2 2020 Central 400 Waco kungo Belem do Huambo 1 242 174 135.7 under construction(China)
3 2020 Northern 400 Cambutas Bita 1 580 172 134.2 under construction(Brazil)
4 2022 Northern 400 Catete Bita 2 504 54 52.9 under construction(Brazil)
5 2025 Northern 400 Cambutas Catete 1 791 123 95.9 Dualization
6 2025 Northern 400 Catete Viana 1 579 36 28.1 Dualization
7 2025 Northern 400 Lauca Capanda elev. 1 518 41 32.0 Dualization
8 2025 Northern 400 Kapary Sambizanga 2 1130 45 44.1 For New Substation
9 2025 Northern 400 Lauca Catete 2 868 190 186.2 Changing Connection Plan
10 2025 Central 400 Lauca Waco kungo 1 307 177 138.1 Dualization
11 2025 Central 400 Waco kungo Belem do Huambo 1 242 174 135.7 Dualization
12 2025 Central 400 Cambutas Gabela 2 484 131 128.4 Pre-FS implemented*
13 2025 Central 400 Gabela Benga 2 848 25 24.5 Pre-FS implemented*
14 2025 Central 400 Benga Nova Biopio 2 550 200 196.0 Pre-FS implemented*
15 2025 Southern 400 Belem do Huambo Caluquembe 2 606 175 171.5 Pre-FS implemented*
16 2025 Southern 400 Caluquembe Lubango2 2 666 168 164.6 Pre-FS implemented*
17 2025 Southern 400 Belem do Huambo Chipindo 2 264 114 111.7
18 2025 Southern 400 Chipindo Capelongo 2 190 109 106.8
19 2025 Southern 400 Nova Biopio Quilengues 2 840 117 114.7 Pre-FS implemented*
20 2025 Southern 400 Quilengues Lubango2 2 772 143 140.1 Pre-FS implemented*
21 2025 Southern 400 Lubango2 Cahama 2 450 190 186.2 Pre-FS implemented*
22 2025 Eastern 400 Capanda_elev Xa-Muteba 2 590 266 260.7
23 2025 Eastern 400 Xa-Muteba Saurimo 2 510 335 328.3 under Pre-FS
24 2027 Southern 400 Capelongo Ondjiva 2 292 312 305.8
25 2027 Southern 400 Cahama Ondjiva 2 442 175 171.5
26 2027 Southern 400 Cahama Ruacana 2 409 125 122.5 International Interconnection
Total 3,948 3,654.2
と 候補 ト選定等を実施
(Fonte: Equipa de Estudo)

- 14 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

9. Plano de investimentos de longo prazo


9.1 Plano de investimentos baseado nos anos de início de cada instalação
São apresentados os valores de investimento baseados no ano de início da operação segundo o Plano
de Desenvolvimento de Fontes de Energia e Plano de Desenvolvimento do Transporte. O investimento
total até 2040 será de 31.548 milhões de USD, sendo composto dos respectivos montantes para
produção hidroeléctrica 19.083 milhões, produção de energia térmica 6,413 milhões de dólares, energias
renováveis 0 milhões de dólares, investimento em linhas de transporte 4.417 milhões e em subestações
1.636 milhões.
O investimento total em produção de electricidade (hidroeléctricas e térmicas) é 24,9 vezes a receita
(2.944 vezes o lucro líquido) da PRODEL em 2016, e o investimento total em linhas de transporte e
subestações é 14,9 vezes a receita (297,1 vezes o lucro líquido) da RNT em 2016, que representam assim
valores gigantescos. Isso mostra que é difícil para a PRODEL e RNT proverem recursos, sejam eles
provenientes do lucro ou reservas próprias, necessários para o investimento em instalações para cada
ano, sendo necessário obter empréstimo externo para realizar novo investimento.
Tabela: Montante dos investimentos de longo prazo até 2040 (com base nos anos de início da
operação das instalações)

9.2 O Custo Marginal de Longo Prazo (CMLP)


O Custo Marginal de Longo Prazo (LRMC, Long-run Marginal Cost) é calculado com base no
Manual de Cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR) para Projectos de Empréstimos ODA, do JBIC. A
seguinte fórmula é aplicada de acordo com o mesmo manual:
Custo marginal de longo prazo (CMLP) = Custo total de construção do projecto × factor de
recuperação de capital + despesa anual de manutenção, etc.
Onde o Factor de recuperação de capital = r / (1- (1 + r)-n )
(r: 10%, n: vida útil das instalações (hidroeléctricas (40 anos), térmicas 25 anos
(CCGT) e 20 anos (GT)), Transporte de energia (40 anos), de transformação (40
anos)
Despesa anual de manutenção, etc. = custo de O&M + custo de combustível (nas
térmicas) de cada ano
Custo de O&M: proporção (%) do custo total de construção de cada instalação
Custo de combustível: custo anual de combustível de centrais térmicas
Os resultados são mostrados abaixo: o preço unitário por kWh de produção de energia aumenta no
máximo em 8,5 centavos, e o preço unitário por kWh de transporte e transformação aumenta no máximo
em 2 centavos.

- 15 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela: Aumento nas despesas por kWh das instalações de produção de energia (hidroeléctrica/ térmica)
($ /kwh)
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

incremental cost /kWh 0.031 0.024 0.014 0.057 0.063 0.066 0.065 0.059 0.085 0.084 0.081 0.082 0.080 0.079

($ /kwh)
type 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 to tal

incremental cost /kWh 0.079 0.083 0.083 0.084 0.085 0.085 0.085 0.084 0.083 0.082 0

Tabela: Aumento nas despesas por kWh das instalações de transporte e transformação de energia ($ /kwh)
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
incremental cost /kWh 0.002 0.003 0.003 0.006 0.006 0.013 0.016 0.015 0.019 0.018 0.022 0.021 0.020 0.019

($ /kwh)
type 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 t o t al
incremental cost /kWh 0.018 0.018 0.017 0.016 0.015 0.014 0.014 0.013 0.013 0.012 -

Com base nessa estimativa, fez-se o levantamento sobre a capacidade de cobertura, pela actual receita
unitária por kWh da PRODEL e da RNT, das despesas por kWh incorridas devido aos novos
investimentos. Com base nas demonstrações financeiras de 2016, foram calculadas as receitas unitárias
e as despesas unitárias por kWh da PRODEL e da RNT, enquanto que o resultado do cálculo do custo
unitário por kWh da produção, transporte e transformação de energia com base no investimento de
longo prazo ficou 1,59 vezes a receita unitária actual da PRODEL e 1,4 vezes a da RNT, superando o
actual patamar de receita unitária dessas companhias. Portanto, para cobrir esse custo é preciso elevar a
tarifa de energia eléctrica.
Tabela: Aumento das despesas por kWh decorrentes dos investimentos de longo prazo
(Unidade: USD/ kWh)
PRODEL RNT
1. Preço unitário da receita @/ kWh em @0.09 $ /kWh @0.043 $ /kWh
2016 (=@20.17 AOA/kWh) (=@9.34 AOA/kWh)
2. Despesas unitárias de custo @/ kWh em @0.09$ /kWh @0.039 $ / kWh
2016 (=@19.74 AOA) (=@8.45 AOA/kWh)
3. Despesas unitárias decorrentes do @0.085$/ kWh @0.02$/ kWh
investimento de longo prazo Incremento (=@18.3 AOA/kWh) (=@4.3 AOA/kWh)
(valor máximo)
4. Total das despesas unitárias (2 + 3) @0.175 $/kWh @ 0.059 $/kWh
(=@38.04AOA/kWh) (=@12.75
AOA/kWh)
5. Despesas unitárias/ receita unitária 17.9 AOA 3.41 AOA
(1.92 Vezes) (1.51 Vezes)
* Taxa de conversão: 1 USD =215.064 AOA (TTM) pelo câmbio oficial de 12 de Março de 2018 do
Banco Central de Angola

- 16 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

10. Considerações ambientais e sociais


10.1 O resumo sobre a Avaliação Ambiental Estratégica (AEE) a ser realizada no presente Plano
Director

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura Abordagem AAE (SEA)

10.2 Avaliação de impacto ambiental


Baseada na AAE, foram avaliados os itens de considerações ambientais e sociais para cada tipo de
fonte de energia e os resultados expressos pelos índices (índices ambientais) são mostrados na tabela
abaixo.
Os impactos que causam sobre o ambiente natural e social para cada tipo de fonte de energia são
diferentes, sendo que a taxa de impacto ambiental é baixa, ou seja, os tipos de fontes de energia com
menor impacto negativo ao ambiente circundante são na seguinte ordem: ① biomassa ② hidráulica ③
solar ④ eólica ⑤térmica (LNG/óleo pesado).
A razão pela qual o índice ambiental total de produção de energia eólica e solar é alto, é devido ao
grande valor de impacto negativo na paisagem local em consequência do surgimento de estruturas
artificiais gigantes ou extensas nas vastas planícies do continente africano (principalmente savana e
vegetação arbustiva).

- 17 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela: Carga ambiental nas considerações ambientais e sociais por tipo de fonte de energia

Hidroeléctrica
2.00
1.50
Mostrar 0 como
1.00
Biomassa Térmica Natural impacto mínimo
0.50
Social
0.00
Global
Média

Solar Eólica
(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura: Diagrama de análise de índice ambiental dos tipos de fontes de energia (geral)

- 18 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

11. Elaboração do draft do Plano Director


A figura abaixo resume o cronograma anual de desenvolvimento dos locais de desenvolvimento de fontes de energia de energia e a progressão anual dos
planos para os principais sistemas.

CCGT
No.1
Soyo-2
(500)
Projecto de Desenvolvimento da
GT No.2 (125)
Lomaun (65) Produção

Development Plan
(Installed capacity, MW) (250)
(250)
GT No.9
Caculo GT No15
Cabaca GT No.8
Lauca GT No14
(2,070) (2,172)

CCGT
Zenzo Genga No.5-2
950 (500) (900) (375) CCGT
(125) (125)
(125) GT No13 (375) No.6-1
(375) GT No.1 GT No.4
GT No.5 CCGT (250) CCGT GT No12 CCGT CCGT GT No18 (375)
(250) CCGT CCGT Túmulo
CCGT No.3-2 GT No.7 No.4-1 GT No11 No.4-2 No.5-1 GT No17
CCGT No.2 No.2 (375) Baynes
Cachoeiras
(375)
Caçador Jamba ya
No.3-1 (210) GT No.6 (375) GT No10
(375) (375) GT No16
No.1 Soyo Soyo (125) (453) Oma/Mina
(34) 300 375
Soyo-1 Luachimo 2-1 2-2 GT No.3 Wind firm 11 projects (652), PV 10 projects (100) (79/205)

Year 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040

Plano de Desenv. de Transporte Ano 2018-20 Ano 2021-25 Ano 2026-30 Ano 2031-35 Ano 2036-40
Projecto de linhas de transporte Implementação de um projecto de interligação de novas centrais hidroeléctricas e de novas centrais térmicas a gás das regiões central e sul ao sistema principal
Construção do sistema principal de
400 kV Lauca - Waco Kungo -
- Lubango
Belem do Huambo

Cambutasu – Gabela - Nova Biopio - Lubango

Lubango - Cahama

Progressão do sistema 220 kV Melhoria do sistema regional principalmente em Luanda e Benguela


Duplicar as linhas de transporte das Para evitar sobrecarga em ocorrências de acidente nas linhas de transporte de circuito único existentes na linha principal, acrescentar mais uma linha em
linhas principais para garantir paralelo de modo a duplicar o circuito e assim eliminar as restrições operacionais e melhorar a sua confiabilidade.
critério N-1.

Figura: Resumo do plano de desenvolvimento das fontes de energia e do plano de desenvolvimento da rede de transporte

- 19 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura: Mapa de projecto em 2040

- 20 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

12. Recomendações aos Planos de Acção do MINEA, RNT, PRODEL, ENDE e IRSEA Relativos
ao Plano de Desenvolvimento do Sector de Energia Eléctrica

Foram levantadas as seguintes acções no Plano de Acção Relativo ao Plano de Desenvolvimento do


Sector de Energia Eléctrica:

Tabela: Plano de Acção Relativo ao Plano de Desenvolvimento do Sector de Energia Eléctrica

Objectivo Item O conteúdo do Plano de Acção


Plano de acção Criação da estrutura  Estabelecimento do Instituto de Planeamento de
relacionado ao Desenvolvimento de Energias (IPDP, Institute of Power
trabalho de Development Planning, nome provisório)
manutenção Continuidade do  Continuidade da revisão da previsão de demanda de energia
dentro do Plano Plano Director  Recolha de dados necessários de indicadores económicos
Director de  Recolha de dados de demanda, melhoria dos métodos de
Energia Eléctrica acúmulo
 Entrevista junto aos consumidores, etc.
 Continuidade da revisão do Plano de Desenvolvimento de
Fontes de Energia
 Revisão do Plano de aquisição de energia
 Continuidade na recolha de informações sobre as tecnologias
recentes ligadas às energias hidroeléctrica e térmica
 Continuidade do levantamento de potencial hídrico
 Continuidade do estudo do Plano Óptimo de Fontes de
Energia
 Continuidade da revisão do Plano de Desenvolvimento da
Transporte
 Continuidade da análise de fornecimento de energia e
desequilíbrio na demanda de energia eléctrica
 Revisão das especificações de transporte
 Revisão do cálculo do fluxo de potência
Plano de acção Gestão empresarial,  Inserção no Plano de Médio Prazo do Plano Director
relacionado à gestão do projecto
execução do Gestão e reforma dos  Estudo de melhoria da estrutura de tarifas
projecto de financiamentos de  Estudo do método de aproveitamento dos empréstimos
desenvolvimento capital  Estudo sobre o método de aproveitamento de capitais
privados
Outros: Reforma  Estudo de implementação do SCADA
organizacional do  Estabelecimento da estrutura do centro de despacho
centro de despacho

- 21 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela: Tabela de processos do Plano de Acção Relativo ao Plano de Desenvolvimento do Sector


de Energia Eléctrica
2018-20 2021-25 2026-30 2031-35 2036-40
Composição do MINEA
departamento de RNT Estabelecimento
do IPDP
estudo de planos PRODEL
ENDE
Revisão do PD de MINEA / ▼ ▼ ▼ ▼
Energia IPDP
Actividades de RNT Estabelecimento
melhoria do sistema de ENDE do IPDP Acúmulo e análise eficiente dos dados
previsão de demanda
Organização e acúmulo Melhoria da estrutura de entrevistas ao consumidor; continuidade das entrevistas
de informações
Implementação de
entrevistas ao
consumidor
Revisão do ▼ ▼ ▼ ▼
levantamento do
potencial
hidroeléctrico
Elaboração do plano de RNT
médio prazo PRODEL Revisão anual do plano quinquenal
ENDE
Desenho do sistema de IRSEA O mais tardar
tarifas de varejo Desenho do
sistema de até o início da
tarifas liberação do
varejo
Desenho institucional IRSEA
para entrada de IPPs Até o início da
Sistema de concessão, Desenho do
sistema para entrada de IPPs
Estabelecimento de IPP
sistema de PPA
Reforma do centro de RNT
Reforma organizacional do
despacho PRODEL centro de despacho
Reforma
organizacional do Projecto e implementação
centro de despacho do SCADA
Implementação do
SCADA etc.

- 22 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Capítulo 1. Resumo do projecto


1.1 Contexto da investigação

A República de Angola (adiante denominada apenas por Angola), após o término da sua guerra civil
em 2002, apresentou um crescimento económico estável com taxa média anual de crescimento de
10,7% entre 2002 a 2013. Neste contexto o Governo de Angola elaborou a política de desenvolvimento
a longo prazo denominada Visão 2025 e o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 (sigla PND
2013-2017) a fim de sair da dependência excessiva ao petróleo e diversificar a sua economia de modo
a realizar um crescimento económico sustentável.

O sector de energia está incluído entre os sete sectores importantes indicados no PND 2013-2017 e a
restauração da infra-estrutura destruída durante a guerra civil está a ser feita de forma acelerada. No
entanto, são apontados problemas diversos tais como a tarifa de electricidade fixada a um preço baixo
de cerca de 5 AOA/ kWh para um custo de fornecimento de cerca de 40 AOA/ kWh, a vulnerabilidade
da produção de energia hidroeléctrica, que representa cerca de 60% da electricidade produzida, à
flutuação sazonal (seca), a baixa taxa de electrificação com média nacional de cerca de 30%, as perdas
no transporte e na distribuição de cerca de 55% (cerca de 15% de perdas técnicas e cerca de 40% de
perdas não técnicas), bem como o baixo nível de recolha da tarifa de energia por insuficiência dos
meios de medição representada pelo alto índice de perdas nãos técnicas.

O Ministério da Energia e Águas (MINEA) que é o órgão responsável pela elaboração de políticas do
sector de energia elaborou a Política e Estratégia de Segurança Energética Nacional denominado
PESEN 2011) que aponta como acções prioritárias a reforma estrutural do sector de electricidade, a
implementação de iniciativas PPP, o desenvolvimento de novas fontes energéticas (produção de
energia por ciclo combinado a gás, energia hídrica), a promoção do estabelecimento da rede de
transporte e distribuição, a elaboração de políticas e enquadramentos relacionados às energias
renováveis entre outras. A fim de realizar a implementação destas reformas foi elaborado o Programa
de Transformação do Sector de Energia (PTSE) que traça as metas e organiza as acções de
implementação de forma progressiva e divididas em quatro fases entre 2010 a 2025, sendo que as metas
até 2025 estabelecem a melhora de 30% para 60% na taxa de acesso à electricidade e o aumento de
2.120MW para 8.742MW da capacidade instalada de produção de energia eléctrica.

Para a promoção do PTSE o MINEA vai exercer o papel de organizador dos planos de energia
mediante cada interveniente do segmento de fornecimento da energia como a Rede Nacional de
Transporte de Electricidade - RNT, a Empresa Pública de Produção de Electricidade - PRODEL, a
Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade - ENDE. No entanto, a entidade não possui
experiências na elaboração de um plano de desenvolvimento abrangente que se baseie no conceito de
Custo Marginal a Longo Prazo (LRMC: Long Run Marginal Cost) que leva em conta estimativas de
demanda com alta precisão, instalações de produção de longo prazo entre outros factores. Para realizar
o fornecimento de energia estável em Angola é necessário fazer o desenvolvimento das fontes de
energia e dos sistemas de transporte seguindo um Plano Director de Energia Eléctrica que por sua vez

1-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

se baseie em dados estatísticos e análises científicos e a elaboração de um Plano Director é uma questão
urgente. Nestas circunstâncias e pela expectativa depositada ao Japão pela sua experiência,
conhecimentos e tecnologia, foi solicitada a cooperação na elaboração do Plano Director de Energia
Eléctrica a longo prazo até 2040.

1.2 Objectivo do Projecto

1.2.1 Objectivo

O presente projecto tem como objectivo elaborar o Plano Director de Energia Eléctrica de Angola
com horizonte até o ano 2040 de modo a contribuir para a realização eficaz do desenvolvimento de
energia eléctrica que servirá para garantir o fornecimento estável de energia no país.

 Elaboração do Plano Director de Energia Eléctrica abrangente (2018 - 2040) que inclui o
desenvolvimento de fontes de energia e da rede de transporte e distribuição de energia em todo
o país
 Realização da capacitação do pessoal das agências pertinentes à elaboração e revisão do Plano
Director de Energia Eléctrica através de obtenção do entendimento por esses os órgãos
pertinentes (MINEA, RNT, PRODEL, ENDE) em relação ao Plano Director
1.2.2 Órgãos envolvidos

Agências principais: Ministério da Energia e Águas (MINEA)

Divisão: Direcção Nacional de Energia Eléctrica (DNEE)

Órgãos executores: Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), Empresa Pública de


Produção de Electricidade (PRODEL), Empresa Nacional de Distribuição de
Electricidade (ENDE), Instiuto Regulador dos Servicos de Electricidate e Agua
(IRSEA)

1.3 Conteúdo do Projecto

(1) Trabalhos de preparação (no Japão) e a explicação e discussão do Relatório Inicial

 Recolha e análise de documentos e informações relacionados


 Elaboração do Relatório Inicial
 Realização da explicação e a discussão sobre o Relatório Inicial e também confirmação da
partilha das responsabilidades com os órgãos executores e o governo local.
(2) Revisão e análise da situação actual do sector de energia eléctrica

 Revisão da situação actual do sector de energia eléctrica (políticas, regime legal, quadro
regulatório, estrutura organizacional, planos de desenvolvimento existentes, etc.)
 Revisão da situação de desenvolvimento do sector de energia eléctrica
 Revisão da situação de demanda e fornecimento de energia
 Revisão das actividades realizadas por outros doadores e pelo sector privado

1-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

 Revisão das directrizes (INDC, etc.) de Angola em relação às medidas de mitigação das
mudanças climáticas relativas ao sector de energia eléctrica
(3) Estimativa de demanda de energia eléctrica

 Estabelecer a estimativa futura de demanda até 2040, incluindo a análise de sensibilidade.

 Levar em conta o país inteiro (se os dados puderem ser obtidos realizar a estimativa até a
níveis regionais)
 Considerar os impactos dos principais projectos/ planos de desenvolvimento na estimativa de
demanda sectorial.
 Levar em em conta a curva de carga
(4) Análise de energia primária para desenvolvimento de fontes de energia

 Entendimento e análise dos potenciais de energia primária (hídrica, petróleo, gás natural,
energias renováveis, etc.) no desenvolvimento de fontes de energia
 Organização de informações necessárias para a realização do desenvolvimento de fontes de
energia
(5) Estudo sobre optimização do plano de desenvolvimento de fontes de energia

 Recolha e análise de informações sobre as instalações existentes relacionadas às fontes de


energia
 Recolha e análise de informações sobre planos existentes de desenvolvimento de fontes de
energia
 Organizar o plano optimizado de longo prazo de desenvolvimento de fontes de energia até
2040.
 Focalizar a análise de tecnologias e custos no plano de desenvolvimento de fontes de energia
 Prever múltiplos cenários (caso-base, caso alto)
 Realizar a análise de sensibilidade
 Calcular as emissões de gases de efeito estufa em cada cenário
(6) Estudo de optimização do plano de desenvolvimento de sistemas de transporte

 Recolha e análise de informações sobre as instalações existentes do sistema de transporte


 Recolha e análise de informações de planos de desenvolvimento recentes do MINEA.
 Análise de estratégias e planos de desenvolvimento existentes
 Análise de custos e dados de tecnologia recentes nas instalações existentes
 Análise levando em conta as interconexões internacionais com os países vizinhos (República
Democrática do Congo, Namíbia, Zâmbia)
 Realização da análise de fluxo de potência
 Avaliar o software mais adequado para a análise do sistema de energia
 Avaliação das medidas de redução das perdas no transporte
 Organizar o plano de desenvolvimento do sistema de transporte de energia até 2040

1-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(7) Revisão do ambiente para investimentos privados

 Fazer a revisão do ambiente para investimentos privados no sector de energia eléctrica


(políticas, estratégias, regime legal, quadro regulatório, procedimentos, etc.)
 Identificar o gargalo existente através da análise e organização da situação actual em termos de
ambiente para investimento privado
(8) Plano de investimento de longo prazo

 Realizar a análise económica e financeira relacionada à execução do plano de desenvolvimento


proposto
 Revisar e actualizar os planos de investimentos existentes com horizonte até 2025
 Organizar um plano de investimento de longo prazo até o ano de 2040, levando em conta o
plano de desenvolvimento de fontes de energia e o plano de desenvolvimento da rede de
transporte
(9) Análise económica e financeira

 Revisão da situação financeira da RNT, PRODEL e ENDE.


 O nível actual de preços
 A estrutura de custos
 A capacidade de endividamento
 A intervenção do governo e as regulações relacionadas à política financeira, sistema de
tarifas, etc.
 Identificação de desafios em termos financeiros
 Análise relacionada à sustentabilidade financeira da RNT, PRODEL e ENDE
 Recomendações sobre a estratégia financeira óptima
(10) Considerações sociais e ambientais

 Análise dos enquadramentos legal e regulatório em Angola relativos às considerações sociais e


ambientais
 Realização e recomendação do estudo comparativo das propostas de alternativas que inclui
considerações sobre o impacto ambiental e social baseadas no conceito de Avaliação Ambiental
Estratégica (AAE)
(11) Elaboração do Draft do Plano Director

 Elaborar a versão Draft (rascunho) do Plano Director abrangente até 2040 levando em conta
todas as análises propostas.
 Recomendações aos planos de acções do MINEA, RNT, PRODEL, ENDE e IRSEA
relacionados ao plano de desenvolvimento do sector de energia eléctrica
(12) Transferência de tecnologia e capacitação

 Realizar a transferência de tecnologia ao MINEA, RNT, PRODEL, ENDE e IRSEA ao longo


dos trabalhos de elaboração do Plano Director
 Realizar workshop para transferência de tecnologia

1-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

 Convite ao Japão para visita relacionada ao projecto

1-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Capítulo 2. Situação actual de angola incluindo o sector de energia eléctrica

2.1 Localização do país

Localização de Angola é mostrada na figura abaixo. A apresentação do território é feita no próximo


capítulo. Os sistemas de energia do país são divididos em geral em norte, central, sul e leste.

2-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

2.2 Censo demográfico

2.2.1 Situação social

Angola está localizada na parte sudoeste do continente Africano com uma área territorial de 1.246,7
milhões de km2, cerca de 3,3 vezes o tamanho do Japão, com uma população de cerca de 25,90 milhões
de habitantes (2014). Faz fronteira do lado oeste com o Oceano Atlântico e possui uma costa de mais de
1.600km de extensão. Ao norte faz fronteira com a República Democrática do Congo, a leste com a
Zâmbia e ao Sul com a Namíbia.

Angola está localizada na região tropical do hemisfério sul, no entanto o seu clima não apresenta
necessariamente características tropicais. Acredita-se que isso se deve a três elementos característicos
que o país possui. O primeiro é a existência de uma grande área montanhosa, que apresenta grandes
altitudes. O segundo é a Corrente de Benguela, uma corrente fria que passa pele costa sul do pais. O
terceiro é a existência do deserto de Namibe a sudeste do país.

Devido a estas configurações o clima de Angola é caracterizado por apresentar estações ora secas ora
extremamente quentes. De Maio a Agosto do ano há pouca precipitação na zona costeira enquanto que
de Outubro a Abril o clima apresenta grandes chuvas no interior do país.

Angola é composta por 18 províncias. Como já foi citada a sua população é de 25,90 milhões de
pessoas. A província de Luanda tem o maior número de população com 27% do total do país. Em
seguida vem a província de Huila com 10%, as províncias de Benguela e Huambo com 8%, província
de Cuanza Sul com 7%, e províncias de Bié e Uige com 6%. Nessas províncias estão concentradas 72%
da população do país.

Províncias de Angola
1.Bengo 10.Huíla
2.Benguela 11.Luanda
3.Bié 12.Lunda-Norte
4.Cabinda 13.Lunda-Sul
5.Cuando Cubango 14.Malange
6.Kwanza-Norte 15.Moxico
7.Kwanza-Sul 16.Namibe
8.Cunene 17.Uige
9.Huambo 18.Zaire

2.2.2 Situação económica

É mostrada na Figura 2-1 a evolução do PIB de Angola e a evolução da taxa de crescimento do PIB é
mostrada na Figura 2-2.

A economia Angolana havia sido deteriorada devido ao longo conflito interno que se iniciou após a
sua independência em 1975, no entanto a existência de recursos minerais como petróleo, diamante, etc.

2-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

permitiu que logo após o término da guerra civil em 2002 a indústria exploradora e exportadora destes
recursos contribuísse para que o país tivesse um alto crescimento económico, notadamente entre os
anos de 2004 a 2008. O PIB do país em 2015 chega a 103 mil milhões de USD (dólares
norte-americanos).

No entanto, a queda recente no preço do petróleo trouxe sérios danos à economia Angolana, que fez
estagnar o seu crescimento de modo que a taxa de crescimento do PIB em 2016 caiu para quase zero.

É mostrado na Figura 2-3 o PIB por sectores da economia, e aqui é perceptível que a economia
Angolana é baseada praticamente na indústria de recursos naturais, o que torna a sua estrutura
económica vulnerável aos impactos dos preços internacionais de commodities. Além dos recursos
minerais Angola também possui alto potencial agrícola e pesqueira, e o Governo Angolano elaborou o
Plano de Desenvolvimento Nacional para promover outros sectores industriais e diversificar a sua
economia para sair da recessão económica em que se encontra. No plano citado é também incluído o
sector de energia eléctrica. Neste momento está em avanço acções de reforma do sector e de
liberalização da sua produção e distribuição.

1.4E+11
1.2E+11
(USD corrente)
USD)

1E+11
GDP(current

8E+10
6E+10
4E+10
PIB

2E+10
0
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015

Figura 2-1 Evolução do PIB em Angola


(Fonte: Banco Mundial)

25

20
GDP growth rate (%)

15

10

0
1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

2009

2011

2013

2015

2017

2019

-5

-10

Figura 2-2 Evolução da taxa de crescimento do PIB de Angola


(Fonte: Banco Mundial)

2-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

100% Other services

90% Public administration and defence

80% Finance, real estate and business


services
70%
Transport, storage and communication

60%
Wholesale and retail trade; Repair of
vehicles; Household goods;
50% Restraurants and hotel
Construction

40%
Electricity, gas and water
30%
Manufacturing
20%
Mining and quarrying including Oil
10%
Agriculture, forestry, fishing and
0% hunting
2008 2015

Figura 2-3 Evolução do PIB por sectores em Angola


( Fonte: African Economic Outlook 2017; AfDB, OECD, UNDP)

2.3 Revisão da situação actual do sector de energia eléctrica

Este capítulo irá tratar da situação global do sector de energia eléctrica em Angola incluindo as
diversas companhias de energia. A situação individual de cada companhia de energia será detalhada
nos capítulos pertinentes.

2.3.1 Reforma do Sector de Energia

Têm sido feitas reformas na organização do sector de energia eléctrica em Angola com base no
Programa de Transformação do Sector Eléctrico (PTSE).

Anteriormente em Angola, os
trabalhos de produção, transporte e
distribuição eram feitos de maneira
sobreposta pelas empresas estatais
GAMEK, ENE, EDEL e outras. O
PTSE integrou de forma horizontal
essas companhias de energia, e
incumbiu os respectivos trabalhos
de produção, transporte e
distribuição às respectivas (Fonte: The Transformation Program for the Electricity Sector-PTSE)

companhias responsáveis sob a Figura 2-4 Reestruturação do Sector Eléctrico


nova égide, nomeadamente a
PRODEL encarregada de produção, a RNT encarregada do transporte e a ENDE encarregada de
distribuição de energia.

Vale lembrar que o PTSE é um dos componentes do Power Reform Support Program (PSRSP)
realizado com o apoio da JICA e do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). O PTSE avaliou o
modelo óptimo para o mercado de energia eléctrica no país e elaborou o roteiro (road map) de reformas
no sector de energia eléctrica para que o referido modelo seja realizado. Dentro deste trabalho foram

2-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

feitas recomendações a respeito das reformas na lei e regulação com o intuito de modificar o mercado
de energia eléctrica para um sistema de comprador único (single buyer), separação horizontal das
companhias de energia existentes desmembrando-as em respectivos sectores de produção, transporte e
distribuição, estabelecimento de contractos comerciais entre os participantes do mercado de energia,
promoção de PPPs entre outras recomendações.

Além disso, o PTSE estabelece as seguintes 4 fases de acordo com o tempo esperado para o alcance
de cada uma delas. As 4 fases são as seguintes:

(i) Fase de preparação (2010-2013): período de concepção da nova estrutura de mercado

(ii) Fase I (2014-2021): remodelação do sector de energia eléctrica, período de assentamento


posterior ao desmembramento horizontal das companhias de energia

(iii) Fase II (2018-2021): incentivo aos IPPs com a adopção do sistema de preço fixo de
aquisição, de modo a melhorar a eficiência do sector

(iv) Fase III (2021-2025): período de liberalização parcial do mercado de energia eléctrica
através de implementação de PPPs e entrada de IPPs e também de licenciamento parcial do
sector de distribuição

É preciso observar que o sector de transporte de energia vai continuar sob domínio público já que
este sector possui natureza exclusiva. Além disso, para melhorar o acesso à electricidade nas várias
regiões existe a ideia de dividir o sector de distribuição em 5 regiões que serão exploradas por 18
distribuidoras.

2.3.2 Organização do sector de energia após a reforma

(1) Ministério da Energia e Águas

O Ministério da Energia e Águas (MINEA) é o órgão público responsável pelo sector de energia
eléctrica em Angola. É mostrado na Figura 2-5 o organigrama do MINEA. O Ministério é composto
basicamente de quatro divisões, nomeadamente Direcção Nacional de Águas (DNA), Direcção
Nacional de Energia Eléctrica (DNEE), Direcção Nacional de Energias Renováveis (DNER),
Direcção Nacional de Electrificação Rural e Local (DNERL). Além disso, a entrevista realizada junto
ao MINEA apontou que o Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (GAMEK), o Gabinete
Para a Administração da Bacia Hidroeléctrica do Cunene (GABHIC) e o Instituto Regulador dos
Serviços de Água (IRSEA) também são componentes do MINEA.

O MINEA é o órgão administrativo que propõe, elabora, gere, implementa e controla as políticas
dos sectores de energia, águas e saneamento. Particularmente, o Ministério busca estabelecer
estratégias de desenvolvimento sustentável no fornecimento de águas e energia eléctrica pelo uso
racional dos recursos hídricos e energéticos, e também planear e promover políticas nacionais ligadas
à electrificação do país. O Ministério também assume importante papel na promoção das actividades

2-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

de investigação nos sectores pertinentes e na elaboração de leis necessárias à promoção das


actividades do sector.

A direcção que ocupa uma posição de relevância dentro do MINEA é a DNEE. Esta direcção
supervisiona a política sobre energia eléctrica. A DNEE é a divisão de planeamento que todo ano
recebe, organiza e avalia os Planos de Desenvolvimento de Energia Eléctrica levantados pelas
respectivas divisões de planeamento da ENDE, RNT e PRODEL, e com base na avaliação feita
elabora a proposta de orçamento.

O GAMEK é considerado uma divisão do MINEA e é responsável desde o planeamento até o início
de operação de grandes projectos de fontes de energia e transporte. Iniciada a operação destes
projectos, os activos relativos à produção são transferidos ao PRODEL e os relacionados ao transporte
para RNT. Portanto as instalações são posteriormente operadas pelas respectivas companhias.

De acordo com a explicação feita pela DNEE, as iniciativas dos planos de desenvolvimento cabem
às respectivas companhias, no entanto para projectos de grande porte o actor principal se torna o
GAMEK. Como a delimitação dos projectos considerados de grande porte é imprecisa, é preciso dizer
que não é claro a alguém que esteja do lado de fora perceber quem é o actor principal num plano de
desenvolvimento de energia eléctrica.

Além do GAMEK , existe no MINEA o GABHIC que explora o desenvolvimento do Rio Cunene.

MINISTÉRIO DA ENERGIA E ÁGUAS


MINISTRO CONSELHO CONSULTIVO
CONSELHO DIRECTIVO
Gabinete do Ministro
CONSELHO TÉCNICO

Secretário de Estado das Águas Secretário de Estado da Energia

Gabinete do Secretário Gabinete do Secretário

Gabinete de Inspecção Secretria-geral Gabinete Juridico Gabinete de Int. Intern. Gabinete de Est. Plan. Estat.

Departamento Departamento de Departamento Departamento de Departamento


de Estudo e Departamento Assessoria de Departamento
Departamento Administraçãoe de Organizações de Estudos e Departamento
análize de de Recursos Estudos e de Estudos e
de Inspecção Gestão do Contabilidade e Regionais e Cooperação de Planeamanto
Processo Humanos Regulamentos Estatisticas
Orcamento Contencioso Internacionais Internacional

Departamento
Departamento
de Serviços Gabinete de Tecnologia de infomação
de Programas e
Gerais e
Gabinete de Comunicaçon e Imprensa Projectos
relacões

Direcçao Nacional de Águas Direcçao Nacional de Energia Eléctrica Dir. Nac. de Electrificação Rural e Local Dir. Nacional de Energias Renováveis

Departamento de Departamento de Departamento Departamento Departamento


Departamento de Departamento de Departamento de Departamento
Abastecimento de Controlo de de de de
Desenvolvimento Pequenas Centrais Enerias de
Águas e Qualidade e Licenciamento e Qualidade de Electricidade
Técnico Hidroeléctricas Alternativas Biomassa
Saneamento Ambienete Fiscalização Serviços Rulal local

IRSEA INRH GAMEK GABHIC

Figura 2-5 Organograma do MINEA

(Fonte: Equipa de Estudo)

2-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(2) IRSEA

O IRSEA foi estabelecido pelo Decreto Presidencial nº 4 de 12 de Abril de 2002. O IRSEA se


responsabiliza pela consolidação de regras básicas do sector de energia eléctrica através do
estabelecimento de regulações em termos de sistema de tarifas, acesso à rede de linhas de ligação,
qualidade dos serviços prestados, relações comerciais, despacho de cargas, etc. A principal missão do
IRSEA é garantir o fornecimento estável, proteger os consumidores, garantir o equilíbrio económico e
financeiro das companhias de energia, promover a competição e garantir um ambiente comercial justo.
Todas as companhias de energia eléctrica estão sujeitas à regulação pelo IRSEA, sendo que este tem o
papel de aconselhar o MINEA em todos os assuntos relacionados à indústria de energia.

(3) RNT

A RNT herdou as instalações de transporte de alta tensão do seu antecessor ENE, é uma companhia
nova responsável pelo planeamento e gestão de todas as instalações de transporte e distribuição. É
mostrado na Figura 2-6 o organigrama da RNT em Julho de 2017.

CA
Transporte

Assuntos Regulatórios Secretaria do Executivo e Prolocolo


Planeamento Estratégico e Excelência Organizacional Auditaria Interna
Comunicação e Rekações Institucionais Serviços Jurídlcos
Qualidade, Segurançõa, Saúde e Ambiente (QSSA)

Operador de Operador do Gestão da Rede de


Mercade Sistema Transporte

Região Região Região Região


Despacho Suporte
Marutenção Exploração Exploração Exploração Exploração
Técnico
Luanda Norte Centro Sul

Serviços de Operação Sistemas e Marutenção DO Luanda DO DO Huila -


Contratação DO Malange Namibe
Operação (Despacho) aplicações Subestações - Norte Benguela
Operaçãs de Progaramação Marutenção DO Luanda DO Zaire - DO
Telecomunicações Huambo- DO Cunene
Mercade e Análise de Linhas - Sul Uige
e intra-estrutura Bié
Liquidações e Marutenção DO Kuwanza DO Kuwanza
de DO Cabinda
Pagamentos Norte Sul
Protecções
DO Bengo

Planeamento Engenharia Tecnologias Finanças e Compras e


Recusos
do Sistema e Gestão de de Controla de Serviços
Humanos
Eléctrico Projectos Informação Gestão Gerais

Estudos Planeamento dos


prospectivos do sistemas de
sistema eléctrico transporte

Figura 2-6 Organograma da RNT

(Fonte: Equipa de Estudo)

2-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

É mostrado na Figura 2-7 o diagrama do sistema de transporte de energia da RNT em Julho de 2017.
A rede de transporte possui tensão máxima de 400 kV, e é composto por tensões de transporte em 220
kV, 150 kV, 132 kV, 110 kV e 60 kV.

A rede de transporte em Angola é dividida em três sistemas, nomeadamente o Sistema Norte, o


Sistema Central e Sistema Sul. Destes, o Sistema Norte fornece a energia produzida pelas
hidroeléctricas de grande porte como Campanda e Cambambe para a capital Luanda, o maior centro
consumidor do país, além de Bengo, Malanje, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Uige, etc. a cobrir desta
maneira 80% de toda a energia do país.

Em Julho de 2017, a obra da linha de interligação entre Alto Chingo, do Sistema Norte e Nova
Biopio-Quileva, do Sistema Central está concluída o que em termos de estrutura representaria a
integração desses dois sistemas, no entanto a linha Cambambe-Gabela que é o sistema que deveria
transportar pelo Alto Chingo a energia produzida pelas hidroeléctricas ao norte está grandemente
deteriorada e se encontra fora de funcionamento, o que inviabiliza o fornecimento à interligação. A
nova linha Cambambe-Gabela de 220 kV (que estava prevista para entrar em operação em 2017) ficou
pronta em 2018 e assim os sistemas norte e central se encontram de facto integradas.

2-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Linha de transmissão de 400 kV

Linha de transmissão de 220 kV

Linha de transmissão de 150 kV

Linha de transmissão de 60 kV

Subestação existente

Subestação planejada

Central termelétrica de gás natural

Central termelétrica

Centra hidrelétrica

(Fonte: RNT)

Figura 2-7 Mapa de Rede da RNT(em Julho de 2017)

(4) PRODEL

A PRODEL é a companhia responsável pela produção de energia após o desmembramento


horizontal das companhias anteriores. Ela é responsável pela O&M das instalações de produção de
energia pertencentes ao país. Dentre as instalações podemos citar a hidroeléctrica de Capanda que
estava sob gestão da GAMEK e a hidroeléctrica de Cambanbe que estava sob ENE, além de outros
activos como centrais térmicas.

É mostrado na Figura 2-8 o organigrama da PRODEL.

2-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 2-8 Organograma da PRODEL

(Fonte: Equipa de Estudo)

A capacidade instalada de produção de energia de Angola em Julho de 2017 é mostrada na Tabela


2-1, com base na entrevista realizada às companhias de energia eléctrica. A capacidade instalada é de
3.055 MW ao final de Junho de 2017. Destes, a energia ligada à rede (on-grid) é 2.560MW. No
entanto, as entrevistas apontaram riscos de parada ou redução da potência gerada em centrais térmicas
devido ao seu envelhecimento, o que leva a concluir que a capacidade real de produção é menor que a
instalada.

Em termos de formato de produção, as centrais hidroeléctricas representam 56% do total e os outros


42% são centrais térmicas.

Todas as instalações de produção térmica são de combustão interna ou GT (turbina a gás), sendo
que praticamente todos eles usam como combustível o óleo diesel, e uma parte o jetfuel. Pelo lado das
hidroeléctricas 90% da produção é feita pelas três grandes centrais hidroeléctricas Capanda,
Cambambe, e Cambambe-2.

2-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 2-1 A capacidade instalada de produção de energia em Angola (em Junho de 2017)

Formato de On grid (MW) Off grid (MW) Total (MW) Proporção


produção de (%)
energia
Hidroeléctrica 1,671.00 36.40 1,707.40 55.9%
Térmica 839.30 457.40 1,296.70 42.4%
Biomassa 50.00 0.00 50.00 1.6%
Pequenas
0.00 0.94 0.94 0.0%
hidros
Total 2,560.30 494.74 3,055.04 100.0%
(Fonte: Equipe de Estudo com base em entrevistas às companhias de energia)

(5) ENDE

A ENDE é a companhia responsável de distribuição após a separação horizontal das companhias


anteriores. Ela herdou as instalações de distribuição da ENE e todas as actividades da EDEL.

As tensões de distribuição adoptadas são 30 kV e 15 kV. Além disso, a companhia possui geradores
a diesel de pequeno porte instalados na rede de distribuição para manter a estabilidade dos sistemas de
média a baixa tensão. A operação dessas fontes de energia é feita pela PRODEL, enquanto que o
comando de produção é feito pela RNT.

É mostrado na Figura 2-9 o organigrama da ENDE. A Tabela 2-2 apresenta a visão geral da ENDE.
CA
Distribução
Auditaria Interna Secretaria do Executivo
Gabinte Jurídlcos Assuntos Regulatórios
Comunicação, Marketing e Relações Institucionais Planeamento Estratégico, Controlo de Gestão e Excelência Organizacional
Qualidade, Segurançõa, Saúde e Ambiente (QSSA) Seguança Empresarial

Cadeia de Finanças e Recrusos Tecnologias


Comercial Região x 5 Redes
Abastecimento Administração Humana de
s Informação
Finanças e Recrusos
Gestão de Compra e Administração Humanas
parcerias de liquidação Planeamento
venda de energia Tecnologias de Normalizaçáo Ambiente e e Optimização
Controlo de Gestão
Informação Seguraça
Gabinete técnico de Ambiente e
energia Seguraça Equipa de
Controlo de balanço Atendimendo Projecto de
de energia não presencial Investimento
Gestão de Gestão de ciclo
armazéns na região comercial
Gestão de
Clientes MT

Contratação Gestão de Gestão de Centro de Gestão de Gestão de


Explaração Planeamento Gestão de
e nomas programas canais não Distribuição Engenharia projecto e armazéns e
AT/MT do rede compras
comerciais de melharia presenciais Provincia Construção dostrobuição

Finanças e
Administração
Recrusos Tecnologias de Monitorização
Humanas Informação e condastro da
Gestão da rede AT/MT
Monitorização
e condastro da integração de
rede MT/BT municipios

Operação Manutenção
Comercial Técrica
AT/MT AT/MT

Figura 2-9 Organograma da ENDE

(Fonte: Equipa de Estudo)

2-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 2-2 Dados gerais da ENDE

Número de
4.652 (em Julho de 2017)
empregados
Número de
1.297.609 (em Julho de 2017)
contractos
Potência
1.252 MW (em Dezembro de 2016)
máxima
Quantidade de
9.348 GWh (em 2016)
fornecimento
Receita de
venda da
49.495 milhões de AOA (em 2016, incluindo perdas comerciais)
energia
eléctrica
(Fonte: ENDE RELATÓRIO de BALANÇO DAS ACTIVIDADES)

(6) Os desafios do sector de energia em Angola

Com base nos resultados do trabalho de revisão feito até agora, serão apontados os desafios
existentes no sector de energia eléctrica em Angola.

(a) As direcções responsáveis pelo planeamento de energia eléctrica

No momento, a elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica pelo MINEA é feita


a partir da demanda de energia eléctrica prevista pela ENDE, que por sua vez serve de base para o
Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia pela PRODEL. Os dois planos elaborados servirão
de referência para a RNT fazer o Plano de Desenvolvimento do Transporte. Ao fim, com base nesses
planos a DNEE deverá elaborar a proposta de orçamento. No entanto, nota-se uma falta de
conscientização por parte da PRODEL que é a parte responsável pelo Plano de Desenvolvimento de
Fontes de Energia. Isso se deve ao facto de que o desenvolvimento de fontes de energia de grande
porte está a cargo da GAMEK, e a PRODEL não possui protagonismo nesse processo.

Após a elaboração do Plano Director de Desenvolvimento de Energia pela Equipa de Estudo do


presente projecto, é necessário que o lado Angolano faça evoluir (rolling) o seu conteúdo a cada ano
que passa. Para tanto, o presente projecto prevê a transferência tecnológica para elaboração do Plano
Director, no entanto a falta de clareza nas atribuições da GAMEK e PRODEL, tem-se mostrado um
grande constrangimento em termos organizacionais.

(b) A escassez de dados acumulados

É verificada escassez de dados acumulados em cada companhia eléctrica na altura de 2017, já que a
integração das companhias estatais de energia eléctrica e o seu desmembramento horizontal em 3
companhias separadas ocorreu em 2015.

Mesmo os dados das companhias anteriores que foram sucedidos pelas novas três companhias, não
apresentaram harmonia quando foram integrados.

2-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

De agora em diante é fortemente recomendado que o MINEA e as matrizes de cada companhia


definam as directrizes sobre acúmulo de dados, e com base nessas directrizes os dados abaixo sejam
acumulados nas matrizes de cada companhia:

 Dados de demanda horária a nível nacional


 Dados de registo de operação de todas as centrais
 Dados hidrológicos (caudal, operações nas albufeiras, volume de água consumido, etc.)
 Registo de uso de combustíveis, etc.
(c) A implantação excessiva de produção a diesel e turbinas a gás (GT)

No sistema de energia eléctrica de Angola têm sido implantados muitos geradores a diesel e a gás
(GT) principalmente nas subestações de sistemas regionais. Considera-se que isso tem o objectivo de
estabilizar o sistema em horários de pico, mas acredita-se que na verdade os geradores funcionam por
longas horas para suprir a falta de fornecimento. Conforme se irá detalhar mais adiante, os benefícios
económicos da produção a diesel e GT são obtidos pela operação em curto tempo. É estimado que a
operação por longo tempo da forma como tem sido feita em Angola acaba encarecendo o custo do
sistema de energia eléctrica do país.

2.4 Revisão da situação da demanda e fornecimento de energia

2.4.1 Situação da demanda

(1) Consumo de energia e a quantidade produzida

O consumo de energia registou uma taxa de crescimento de 15,5% entre os anos de 2008 a 2014.
Como resultado disso, a quantidade consumida de energia em Angola atingiu 9,48 TWh em 2014, sem
considerar os efeitos de contenção da demanda por limitação de carga e produção doméstica de
energia.
Consumo de energia (TWh)

Ano

(Fonte: Visão de Longo Prazo para o Sector Eléctrico: Angola Energia 2025)
Figura 2-10 A evolução do consumo de energia

2-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Ao olhar para o consumo de energia por sectores, a proporção de consumo do sector civil é grande,
a representar 45% da demanda total. Em seguida vem o sector de serviços com cerca de 32%, e o
sector industrial com cerca de 9%.

(Fonte: Angola Power Sector Long Term Vision: Angola Energia 2025)

Figura 2-11 Consumo de energia por sectores e sistemas

(2) Potência máxima

É mostrada na Figura 2-12 a evolução da potência máxima mês a mês. A curva com os pontos em
forma de ◇ representa a demanda potencial que não considera nenhuma limitação de carga, enquanto
que a curva representada com os pontos ● é a energia fornecida de facto. O deficit no fornecimento é
representado pela curva com os pontos em x.

Assim observamos que a taxa de crescimento da demanda potencial nos últimos 2 anos foi de cerca
de 6%, enquanto que a taxa de crescimento do fornecimento foi de 12%. Isso reflecte o forte aumento
da demanda potencial e o aumento significativo no fornecimento graças à melhoria no deficit de
fornecimento devido ao fortalecimento da sua capacidade realizada entre 2016 a início de 2017.

2-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

1,600

1,400

1,200

1,000
需 要 (MW)
(MW)

Demanda
Potential potencial
Demand (MW)
(MW)
800 Energia
Suppliedfornecida (MW)
Power (MW)
Demanda

Défice
Deficit(MW)
(MW)
600

400

200

0
Mar

May
Jun

May
Jun
Jul

Oct
Feb
Mar

May
Jun
Jul

Jul

Sep
Oct

Apr

Aug
Sep

Nov
Dec
Apr

Aug
Sep
Oct

Feb
Nov
Dec

Apr

Aug

Nov
Dec

Feb
Mar
Jan

Jan

Jan
2015 2016 2017

Figura 2-12 O fluxograma de previsão da demanda de energia em Angola

(Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados fornecidos pela RNT)

2.4.2 Capacidade de fornecimento

Conforme descrito acima, a capacidade gerada pelas instalações da rede (on-grid) em Junho de 2017
é de 2.560,30 MW. No entanto, a existência de um pequeno deficit conforme mostrado na Tabela 2-3
do parágrafo anterior leva a crer numa redução da produção por motivos de parada ou perda de
eficiência por envelhecimento das centrais, principalmente nas centrais térmicas, e também pela
escassez de água nas centrais hidroeléctricas.

Mas é facto também que o fortalecimento das fontes de energia tem sido levado adiante pela entrada
em operação de novas fontes de energia entre 2016 e início de 2017.

Tabela 2-3 Centrais que iniciaram a operação em 2016 - 2017

Nome da unidade Tipo Cap. instalada (MW) Data de comissionamento


Cambambe 2 Hidroeléctrica 700 2016
Laúca Unidade 1 Hidroeléctrica 340 21 de Julho de 2017
Soyo CCGT CCGT 125 Agosto de 2017
(parcialmente)
2.5 Revisão da situação das actividades realizadas por outros doadores e o sector
privado

2.5.1 Actividades realizadas por outros doadores

(1) Banco Africano de Desenvolvimento

O doador mais activo no sector de energia eléctrica em Angola é reconhecidamente o Banco


Africano de Desenvolvimento. A instituição desempenhou papel de liderança na reforma do sector
de energia eléctrica de Angola em 2014.

2-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Actualmente o BAD tem realizado principalmente projectos de assistência técnica relacionados à


área de distribuição, e no momento promove a implementação de 4 estudos de viabilidade (FS)
citados abaixo:
 Fixed Asset Register Project
 Technical Loss Reduction Program (Data do TOR: Junho de 2015)
 Non-technical Loss Reduction Program (Data do TOR: Maio de 2017)
 Transmission Lines Program
(2) Governo dos Estados Unidos da América

O Governo dos Estados Unidos da América (EUA), sob a liderança da Agência de Recursos
Energéticos do Departamento de Estado, tem realizado assistência técnica entre 2016 a 2017 tendo
como contraparte principal a RNT. O seu conteúdo é a elaboração do plano de interligação dos
Sistemas Norte, Central e Sul que no momento se encontram separados, para o período entre 2017 a
2036.

Além disso, o Governo dos EUA também está a promover nas regiões central e sul o programa de
implementação de GTs para fortalecer as fontes de energia emergenciais.

2.5.2 Actividades realizadas pelo sector privado

(1) IPP

Como mencionado anteriormente, o Governo de Angola prevê uma entrada maior de IPPs e acções
no âmbito de PPP somente a partir de 2021, sendo que actualmente existem de forma limitada IPPs que
operam centrais a diesel e centrais fora de rede (off-grid) de pequeno porte.

(2) PPP

2 A Lei de PPP foi promulgada em Abril de 2011. A lei tem como o objectivo atrair investimentos do
sector privado a Angola, e regula as regras gerais de PPP desde os termos fundamentais até questões de
arbitrariedade, e o acompanhamento a posteriori de projectos implementados.

Esta lei deverá ser concluída com o estabelecimento do regulamento adequado de implementação, no
entanto o regulamento ainda não foi elaborado. Por conta disso, até o momento, a Lei de PPP ainda não
entrou efectivamente em vigor. São condições necessárias e importantes para o sucesso da iniciativa
PPP em Angola a promulgação da nova Lei Geral de Electricidade (General Electricity Act) e o
Programa do Sector de Energia (Electric Sector Program) de modo a dinamizar a participação do sector
privado.

(3) Outras actividades

Actualmente, as principais actividades do sector privado em Angola estão ligadas ao EPC. Os


exemplos abaixo são representativos:

Cambambe: Odebrecht、 Alstom、 Voith、 Semence

2-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Hidroeléctrica de Lauca: Odebrecht


Linha de transporte de Laúca - Huambo: CMEC (China Machinery Engineering Corporation)
Soyo: CMEC, GE
Soyo 2: AE energy, GE
Dentre as empresas japonesas, a empresa de trading Sumitomo Corporation firmou um memorando
de entendimento com o Governo de Angola para a construção de uma central de produção a diesel
valendo-se do gerador a diesel de fabricação japonesa.

2.6 Revisão das Directrizes Angolanas para Mitigação de Mudanças Climáticas


(INDC, etc.) ligadas ao sector de energia eléctrica

O draft do INDC (Intended Nationally Determined Contribution) de Angola foi elaborado em


Dezembro de 2015. Segue abaixo o resumo do seu conteúdo:

(1) Metas de redução

A Angola visa reduzir até 2030 e de forma incondicional, o volume de emissão de GEE (gases de
efeito estufa) em até 35% em comparação com o ano base BAU (Business As Usual = manutenção do
estado actual) de 2005. Além disso, para o cenário com condicionantes, o país prevê uma redução
adicional de 15% em comparação com os níveis de emissão BAU até 2030, e assim pretende obter uma
redução de 50% no total. O país estima custos necessários de 14.700 milhões de USD para atingir as
metas tanto incondicionais como condicionais.

Uma vez que alguns dos principais sectores económicos do país apresentam extrema vulnerabilidade
em relação aos impactos da mudança climática, o INDC de Angola incluiu acções de melhoria que
devem ter implementação priorizada a fim de reforçar a capacidade de recuperação do país e atingir os
golos da Estratégia de Desenvolvimento de Longo Prazo (2025).

(2) Situação do ano base

O ano base adoptado é o ano de 2005.

Na Figura 2-13 é mostrada a situação das emissões por sectores no ano de 2005 em Angola. Segundo
esses dados o volume de emissões por queima de combustível no sector de energia ocupava a maioria
das emissões, numa proporção de 59% do total. Outras emissões significativas eram provenientes do
sector agrícola e obras relacionadas ao uso de terreno como desenvolvimento florestal e outras.

A figura também mostra os valores de emissão por fontes dentro do sector de energia. Dentre as
fontes, as emissões evasivas (fugitive emissions) são as mais representativas e chegam a 85% do total.

2-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

[Nota] De acordo o documento: Fugitive emissions: 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, as emissões fugitivas
podem ser derivadas do carvão ou de gás natural e petróleo, sendo que esse último é definido assim: compreende emissões fugitivas de todas as
actividades ligadas ao petróleo e gás natural. As fontes primárias dessas emissões podem incluir fugas de equipamentos fugitivos, perdas por
evaporação, ventilação, queima e fugas acidentais.

EMISSÃO POR SECTOR EMISSÃO DO SECTOR DA ENERGIA


Mudança no uso da terra
Queima de
Manufatura / Transporte
e silvicultura
Construção outros combustíveis
Agricultura

Desperdício

Electricidade

/ Aquecimento
Processos Energia -
industriais Queima de
combustíveis Emissões

Figura 2-13 Estrutura da linha de base (2005) das emissões de GEE em Angola por actividades e
por emissões, dentro do sector de energia

(Fonte: INDC (Esboço) da República de Angola)

(3) Directrizes básicas das medidas de redução

Com base na análise da situação de emissão do ano base, o Governo de Angola declarou reduzir as
emissões de GEE em até 50% em relação ao ano base BAU até 2030, implementando acções
incondicionais e condicionais nas áreas abaixo:

<As áreas que os esforços serão destinados>

Produção de energia renovável

Reflorestamento

2-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Cenário BAU Cenário condicional Cenário Incondicional

2005 2020 2030

Emissões – Cenário BAU (ktCO2e) 193,250

Emissões – Cenário Incondicional 125,612


(ktCO2e) 66,812 125,778 (-35%)

Emissões – Cenário Condicional 96,625


(ktCO2e) (-50%)

(Fonte: INDC (Esboço) da República de Angola)

Figura 2-14 Cenário de linha de base e projecções dos cenários de mitigação incondicional e
condicional em Angola

(4) Conteúdo das iniciativas de redução de CO2 descritas no INDC

O Governo de Angola deixa claro no INDC que dos 50% da meta de redução de emissões, pretende
atingir os 35% através de contramedidas incondicionais, e a parcela restante de 15% por contramedidas
condicionais.

As medidas de acções incondicionais são projectos em andamento com recursos já alocados, e em


termos de iniciativas do sector de energia eléctrica estão indicados os seguintes três projectos:

➢ Repotenciação da Central Hidroeléctrica de Cambambe I


➢ Segunda Central Hidroeléctrica de Cambambe
➢ Parque Eólico de Rombwa
Por outro lado, as medidas de acções condicionais são projectos que estão em avaliação para
implementação com base na análise do seu desempenho. No sector de energia, o MINEA está a
organizar a lista de potenciais candidatos a projectos pertinentes, e as linhas gerais estão definidas da

2-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

seguinte forma:

➢ 681 MW para projectos de energia eólica;


➢ 438 MW para projectos de energia solar;
➢ 640 MW para projectos de biomassa; e
➢ 6.732 MW para projectos de hidroeléctricas

2.7 Problemas no sector de energia de Angola

Com base nos resultados do trabalho de revisão feitos até agora, serão apontados os desafios
existentes no sector de energia eléctrica em Angola.

2.7.1 Problemas Organizativos

(1) Orgãos responsáveis pelo planeamento de energia eléctrica

No momento, a elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica pelo MINEA é


iniciada a partir da demanda de energia eléctrica prevista pela ENDE, que por sua vez serve de base
para o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia pela PRODEL, e os dois planos elaborados
servirão de base para a RNT fazer o Plano de Desenvolvimento do Transporte. Ao fim, com base
nesses planos, a DNEE deverá elaborar a proposta de orçamento. No entanto, nota-se uma falta de
conscientização por parte da PRODEL que é a parte responsável pelo Plano de Desenvolvimento de
Fontes de Energia. Isso se deve ao facto de que o desenvolvimento de fontes de energia de grande
porte está a cargo da GAMEK, e a PRODEL não possui protagonismo nesse processo.

Após a elaboração do Plano Director de Desenvolvimento de Energia pela Equipa de Estudo no


presente projecto, é necessário que o lado Angolano evolua (rolling) o seu conteúdo a cada ano que
passa. Para tanto, o presente projecto prevê a transferência tecnológica para elaboração do Plano
Director. No entanto a falta de clareza nas atribuições da GAMEK e PRODEL tem se mostrado um
grande constrangimento em termos organizacionais.

(2) Escassez de dados acumulados

É verificada escassez de dados acumulados em cada companhia eléctrica na altura de 2017, já que a
integração das companhias estatais de energia eléctrica e o seu desmembramento horizontal em 3
companhias separadas ocorreu em 2015.

Mesmo os dados das companhias anteriores que foram sucedidos pelas novas três companhias
muitos deles não apresentam harmonia quando foram integrados.

De agora em diante é fortemente recomendado que o MINEA e as matrizes de cada companhia


definam as directrizes de acúmulo de dados, e com base nessas directrizes os dados abaixo sejam
acumulados nas matrizes de cada companhia:

Dados de demanda horária a nível nacional

2-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Dados de registo de operação de todas as centrais


Dados hidrológicos (caudal, operações nas albufeiras, volume de água consumido, etc.)
Registo de uso de combustíveis, etc.
2.7.2 Problemas do sistema de energia

(1) Introdução excessiva de centrais térmicas a diesel, turbinas a gás (GT)

No sistema de energia eléctrica em Angola têm sido implantados muitos geradores a diesel e a gás
(GT) principalmente nas subestações de sistemas regionais. É considerado que isso tem o objectivo de
estabilizar o sistema em horários de pico, mas acredita-se que na verdade os geradores são operados
por longas horas para suprir a falta de fornecimento. Conforme será descrito mais tarde, os benefícios
económicos da produção a diesel e GT são obtidos com o funcionamento a curto prazo. É estimado
que o funcionamento a longo prazo, da forma como tem sido feita em Angola encarece o custo do
sistema de energia eléctrica do país.

(2) Centro nacional de despacho de cargas

O centro de despacho de cargas em Angola está construído anexo à subestação de Camama. No


momento este centro de despacho não regista as saídas horárias de cada central eléctrica, e portanto
supõe-se não estar a efectuar os despachos de forma detalhada. Considera-se que o grande problema
disso são as ordens de despacho às fontes de energia que atendem a demanda de pico, e para melhorar
a fiabilidade do sistema daqui para frente é necessário remodelar as instalações do centro de despacho
e alterar a sua forma de funcionamento.

(3) Cobrança de tarifas

É considerado que as perdas no transporte em Angola são de cerca de 55%, e destas, cerca de 15%
são perdas técnicas. Em outras palavras, cerca de 40% são perdas não-técnicas. Segundo o BAD, a
maioria das perdas não-técnicas refere-se à falta de pagamento das tarifas. A taxa de cobrança é
particularmente baixa nas habitações colectivas e edifícios multiusos. Futuramente, está prevista a
implantação de medidas tais como o sistema pré-pago como é feito na África do Sul.

2.7.3 Problemas de ordem da política de energia

(1) Barreiras à participação do sector privado

Como já foi descrito, o PTSE propõe-se promover a participação do sector privado no sector de
energia a partir de 2021, no entanto não foi elaborada legislação específica que concorra para esta
situação. Devido a isso, no momento os IPPs estão a negociar a sua participação com o Governo de
forma individual e desenvolvem os seus projectos de acordo com base na decisão descricionária do
órgão de tutela do Governo. Assim, torna-se imperioso elaborar o mais rápido possível a legislação
pertinente que permita uma participação activa do sector privado a partir de 2021.

2-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

2-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Capítulo 3. Análise da energia primária para desenvolvimento de


fontes de energia
3.1 Situação energética geral em Angola

3.1.1 Análise do fluxo de energia primária

Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África depois da Nigéria. As reservas


recuperáveis confirmadas em Angola são de 12.7 mil milhões de barris (ao final de 2014, estatísticas
BP), com uma produção de 1,772 milhões de barris/ dia (média entre Janeiro a Novembro de 2015,
dados JOGMEC). Para o gás natural as reservas recuperáveis confirmadas (ao final de 2014) são de
9.700 mil milhões de pés cúbicos (2014, Cedigaz), e a produção comercial é de 29,7 mil milhões de pés
cúbicos (2014, OCDE/ IEA). O fluxo de energia primária é mostrado na Figura 3-1. O país exporta uma
grande parte do petróleo extraído. Quanto ao gás natural extraído em associação ao petróleo, a grande
parte é reinjectada de volta à reserva ou queimado devido à escassez de infra-estruturas de transporte e
liquefacção do gás, sendo pequena a sua utilização eficaz. Pelo fluxo não é possível dizer que os
benefícios de extracção própria do petróleo e gás natural estão a ser reflectidos à população em geral.

Produção& importação: Consumo final:11,51Mtoe


99,83 Mtoe
Indústria:0.90Mtoe
Petróleo:85,86Mtoe
Importação de petróleo: Transportes:
5,76Mtoe
2.81Mtoe
Gás Natural:0,60Mtoe
Civil, etc.:7.54Mtoe
Biomassa:7,16Mtoe
Energia
hídrica:0.43Mtoe Fins não energéticos:
0,26 Mtoe

Centrais

(Fonte: IEA)
Exportação

Figura 3-1 Fluxograma de energia primária em Angola

(1) Consumo de derivados de petróleo

A Figura 3 2 ilustra a evolução do consumo de derivados de petróleo em Angola. O consumo de


derivados de petróleo aumentou bruscamente a partir de 2003, no final da guerra civil. O aumento foi
acentuado particularmente no consumo de destilados médios como o querosene, gasóleo (diesel) e
óleo leve, o que indica um aumento do consumo de combustível nas actividades de transporte e
comércio.

3-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: IEA, Inclui o consumo de combustíveis marítimos (bunker) internacionais )

Figura 3-2 Consumo de produtos petrolíferos em Angola

(2) Produção de derivados de petróleo

A Figura 3-3 ilustra a evolução da produção de derivados de petróleo em Angola. É possível


perceber facilmente que a maior parte da produção refere-se ao petróleo bruto. A produção de petróleo
bruto registou o valor mínimo em 2011 e desde então tem retomado a tendência de crescimento, sendo
que em 2015 recuperou o patamar de cerca de 89.000.000 toneladas.

94000

92000
toneladas)

90000
tonnes)

88000 Fuel oil


Óleo combustível

Gasolina / Diesel
Gas/diesel
(1000

86000
Other kerosene
Produção(1000

Outros querosenes

84000 Jet kerosene


Querosene tipo Jet Fuel
Production

Motor Gas
Motor Gas
82000
LPG
LPG
Nafta
Naphtha
80000
Líquidos degas
Natural gás liquids
naturais
78000
Crude oil
Óleo bruto

76000

74000
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano

Figura 3-3 Produção de petróleo em Angola

(Fonte: IEA)

3-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(3) Volumes de exportação e importação de petróleo

A Figura 3-4 indica a evolução do volume de exportação de derivados de petróleo, ao passo que a
Figura 3-5, indica a evolução do volume de importação.

O volume exportado consiste basicamente no petróleo bruto produzido no país, e apenas uma pequena
parte desta produção interna é destinada às refinarias domésticas.

Por outro lado, a composição dos derivados importados mostra que mais de 90% é gasóleo e gasolina,
e o seu volume mostra tende a crescer. A figura mostra a distorção existente em Angola que apesar de
ser um grande produtor de petróleo no continente Africano, depende da importação de derivados de
petróleo.
92000

90000

88000
toneladas)

86000
tonnes)

Fuelcombustível
Óleo oil
84000
(1000

Gasolina / Diesel
Gas/diesel
Export (1000

82000 Querosene tipo


Jet kerosene
Motor GasGas
Exportação

Motor
80000
LPG
LPG

78000 Naphtha
Nafta

Crude
Óleo brutooil
76000

74000

72000
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano

(Fonte: IEA)

Figura 3-4 Exportação do petróleo produzido em Angola


6000

5000
toneladas)
tonnes)

4000
Outros
(1000

Other kerosene
Jet kerosene
Querosene tipo
Import (1000

3000
LPG
Importação

LPG
Motor GasGas
Motor
Óleo
2000 Fuel oil
Gasolina/Diesel
Gas/diesel

1000

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano

(Fonte: IEA)
Figura 3-5 Importação de derivados de petróleo por Angola

3-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(4) Volume de petróleo transformado nas refinarias

A Figura 3-6 indica a evolução na quantidade de petróleo produzido em Angola transformada nas
refinarias domésticas. Apesar de haver uma tendência de crescimento no volume transformado, a
capacidade das refinarias domésticas é limitada, como será explicado mais tarde, o que cria uma
situação de incapacidade em atender o consumo interno de derivados de petróleo, facto que leva ao
aumento das importações desses produtos.
3000
toneladas)
(1000tonnes)

2500
petróleo (1000

2000
de Refinaries

1500
into Oil
em refinarias

1000
Transformation

500
Transformação

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano

Figura 3-6 Produção de petróleo refinado em Angola


(Fonte: IEA)

(5) Derivados de petróleo transformados nas centrais eléctricas

A Figura 3-7 ilustra a evolução no volume de derivados de petróleo transformados em energia


eléctrica nas centrais eléctricas. Há uma súbita tendência de aumento a partir de 2013, ao mesmo tempo
em que os derivados de petróleo também tendem a se tornarem mais leves em detrimento dos óleos
pesados.
1400
toneladas)
(1000tonnes)

1200

1000
(1000
into Electricity

800
em Eletricidade

Óleo
Fuel oil
combustível
600
Gas/diesel
Gasolina/
Diesel
Transformation

400
Transformação

200

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano
(Fonte: IEA)
Figura 3-7 Derivados de petróleo transformados em energia eléctrica em Angola

3-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

3.2 Potencial da energia primária

3.2.1 Grandes centrais hidroeléctricas

Angola é um dos países Africanos com maior potencial de energia hidroeléctrica. De acordo com a
Atlas and National Strategy for the new Renewable Energies, o potencial de energia hidroeléctrica do
país é de 18 GW, dos quais 86% está localizado nos rios Kwanza, Cunene, Catumbela e Queve. A
Figura 3-8 indica o potencial hidroeléctrico de todo o território nacional.

Rio Kwanza

Rio Cunene

Rio Catumbela

Rio Cunene

Figura 3-8 Mapa de distribuição de potencial hidroeléctrico em todo o país

(Fonte: Atlas and National Strategy for the new Renewable Energies)

3-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 3-1 Lista de planos de construção de grandes centrais hidroeléctricas

Custo do
Capacidade Energia
N° Nome Nome do rio projecto
[MW] [GWh/ano] Milhões $
1 Carianga CUANZA 381 1557 1295
2 Bembeze CUANZA 260 1075 768
3 Zenzo 1 CUANZA 460 2680 1206
4 Zenzo 2 CUANZA 114 695 623
5 TÚMULO DO CAÇADOR CUANZA 453 2759 1041
6 QUISSONDE CUANZA 121 773 838
7 Salamba CUANZA 48 194 324
8 QUISSUCA LONGA 121 589 567
9 Cuteca LONGA 203 873 734
10 CAFULA QUEVE 403 1919 1121
11 UTIUNDUMBO QUEVE 169 743 406
12 DALA QUEVE 360 1686 1010
13 CAPUNDA QUEVE 283 1200 741
14 BALALUNGA QUEVE 217 1013 475
15 MUCUNDI CUBANGO 74 368 538
16 CAPITONGO CATUMBELA 41 249 239
17 CALENGUE CATUMBELA 190 1136 471
18 CALINDO CATUMBELA 58 340 187
(Fonte: elaborado pela Equipa de Estudo a partir de Energia 2025)

3-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 3-9 Localização das centrais hidroeléctricas existentes/ planeadas

(Fonte: Angola Energia 2025)

3-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

3.2.2 Petróleo

Os recursos petrolíferos em Angola são geridos pela empresa estatal Sonangol, e a sua exploração é
feita em cooperação com as empresas internacionais de petróleo (BP, Chevron, ENI, Exxon Mobil,
Petrobras, Statoil, Total, etc.).

As reservas recuperáveis confirmadas são de 12.7 mil milhões de barris (ao final de 2014, estatísticas
BP), com uma produção de 1,772 milhões de barris/ dia (média entre Janeiro a Novembro de 2015,
dados JOGMEC).

A área produtora de petróleo se localiza na zona costeira (off-shore) entre a região norte e central,
sendo que uma parte é explorada no interior do país (on-shore), com destaque às regiões costeiras da
Província de Gabinda e a Província de Zaire.

A Figura 3-10 mostra as produções anuais de petróleo bruto em Angola, e a Figura 3-11 mostra a
distribuição dos locais de desenvolvimento de petróleo em Angola.
Produção anual

Ano Óleo bruto

(Fonte: Elaborado por Equipa de Estudo com base no Sonangol Annual Report)

Figura 3-10 Produção de petróleo bruto em Angola (2012-2016)

3-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Sonangol Home Page)

Figura 3-11 Distribuição dos locais de desenvolvimento petrolífero em Angola

3-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

3.2.3 Gás Natural

As reservas recuperáveis confirmadas de gás natural (ao final de 2014) são de 9.700 mil milhões de pés
cúbicos (Cedigaz, 2014, representa cerca 90 vezes todo o consumo no Japão em 2016), e a produção
comercial é de 29,7 mil milhões de pés cúbicos (2014, OCDE/ IEA).A maior parte do gás natural
produzido é o gás associado ao petróleo obtido na exploração deste, que acaba sendo reinjectado à
reserva ou processado por queima. No entanto, o governo Angolano estuda aproveitar o gás de maneira
eficaz, já que existe um aumento na demanda mundial de gás natural devido à sua baixa emissão de
GEE por unidade de caloria em comparação com o petróleo e o estabelecimento por novas tecnologias
de transporte nos últimos anos.

A exploração de gás natural em Angola é gerida pela empresa estatal Sonangol E.P. e o gás natural
associado obtido nas instalações de exploração de petróleo é aproveitado na produção de LNG no porto
de Soyo. Segundo a Angola LNG operadora desta fábrica, e que é uma subsidiária do Grupo Sonangol
E.P., a capacidade desta fábrica está projectada para refinar 1,1 mil milhões pés cúbicos/ dia, e a
capacidade de produção de LNG é de 5,2 milhões de ton./ ano. A construção do gasoduto que vai
transportar o gás natural também é feita pela Sonangol E.P., e em 2017, os blocos 15, 17 e 18 já estavam
ligados por gasodutos, enquanto que estão a ser construídos gasodutos para os blocos 0 e 14.

Um dos usos de gás natural previstos é o combustível para CCGT na central térmica de Soyo 1, em
construção na localidade de Soyo, e para CCGT na central Soyo 2 prevista para ser construída. Sabe-se
pela entrevista feita que a central Soyo1 já iniciou a operação da sua unidade 1 em Julho de 2017,
unidade essa de ciclo simples e produção a diesel. Essa produção será mudada para gás após a
construção do gasoduto que irá ligar à central de LNG no terminal Soyo.

O volume de produção de gás natural em Angola é mostrado na Figura 3-12.


Procução anual

Ano Gás natural

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base no Sonangol Annual Report)

Figura 3-12 Volume produzido de gás natural (2012-2016)

3-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

3.2.4 Energias renováveis

Em 2017 as energias renováveis (ER) não têm sido implementadas ainda em Angola devido a questões
de custo. No entanto, o potencial somado de todas as ER é alto chegando a 20,0GW, e o Governo
Angolano estabeleceu números concretos e projectos prioritários dentro do Angola Energia 2025 como
metas de implementação de energias renováveis. As capacidades totais de produção pelas respectivas
energias renováveis nos projectos em estudo são mostradas na Figura 3-13. O detalhe sobre cada
energia renovável é explicado nos itens (1) a (4).

Solar. Hidrelétrica
Hydro. Biomassa
Biomass Wind
Eólica Total

(Fonte: Atlas e Estratégia Nacional para as Novas Energias Renováveis)

Figura 3-13 Capacidade total do plano de implementação das energias renováveis

(1) Hidroeléctricas de pequeno e médio portes

De acordo com o Atras and National Strategy for the new Renewable Energies o potencial total
dos projectos em estudo das hidroeléctricas de pequeno e médio portes é de 0,6 GW, embora a
implementação de hidroeléctricas de pequeno e médio portes em 2017 chegue a apenas um total de
cerca de 60 MW. Já o plano futuro previsto no Angola Energia 2025
prevê a implantação até 2025 de sistemas independentes para electrificação rural em 7 locais num
total de 30 MW, e mais um total 70 MW a serem ligados ao sistema, além de hidroeléctrica de
médio porte com 270 MW.

É mostrado na Figura 3-14 a distribuição do potencial para produção em pequenas e médias


hidroeléctricas.

3-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Angola Energia 2025)

Figura 3-14 Pequeno hidroeléctrico de pequeno e médio

(2) Energia solar

De acordo com a Atlas and National Strategy for the new Renewable Energies, Angola recebe
insolação anual média da ordem de 1,350 a 2,070 kWh/ m2/ ano, sendo que o potencial total de
produção fotovoltaica nos projectos já levantados chega a um total de 17,3 GW. Além disso, é de
notar que a característica da produção fotovoltaica no país difere de outras energias renováveis por
não apresentar distribuição desigual e se encontra disponível de forma homogénea por todo o país.

Entretanto, a implantação de produção fotovoltaica como alternativa para a produção térmica a

3-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

diesel tem sido adiado por questões económicas já que a tecnologia requer um sistema de
acumulação com baterias, que acaba encarecendo o custo do projecto.

Nas regiões do Sistema Leste (Províncias do Huambo, Kuito, etc.) e do Sistema Sul, a implantação
de centrais de produção fotovoltaica de médio a grande porte apresenta vantagens em termos de
custo, e a meta em termos de electrificação rural é introduzir 100 MW até 2025.

A Figura 3-15 ilustra a distribuição do potencial de produção de energia solar em todo o território
angolano.

(Fonte: Angola Energia 2025)

Figura 3-15 Distribuição do potencial de produção de energia solar

3-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(3) Produção de energia eólica

De acordo com o Angola Energia 2025, o país possui alto potencial de produção de energia eólica
graças ao relevo de grande altitude com penhascos ao longo da costa do Oceano Atlântico e à região
sudoeste na fronteira com Namíbia que apresenta ventos com velocidade 6 m/s a uma altura de 80 m
da superfície.
Segundo o levantamento feito por todo o país são 12 os locais candidatos à produção de energia
eólica numa capacidade máxima de 3,9 GW. Desses, os locais de alta prioridade devido à vantagem
económica, totalizam 0,6 GW.
Os planos futuros prevêem a instalação de 100 MW até 2025, sendo que os principais projectos são
o Projecto da Central Eólica do Tômbwa, além de um local na Província do Cuanza Norte e outro na
cidade do Lubango.
A Figura 3-16 ilustra a distribuição do potencial de produção eólica em todo o território angolano.

(Fonte: Angola Energia 2025)


Figura 3-16 Distribuição do potencial de produção eólica em Angola

3-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(4) Produção de Energia de Biomassa

Em termos de recursos de biomassa em Angola, existem recursos florestais, resíduos agrícolas


(principalmente os de cana de açúcar), sendo que este potencial está concentrado nas regiões central
(Províncias do Huambo, Bié, Benguela) e região leste (Províncias do Moxico, Luanda-Sul e
Luanda-Norte). O potencial de biomassa em todo o território angolano chega a 4 GW, e destes a
soma dos potenciais de produção dos projectos já investigados chega a 1,5GW.
De acordo com o Angola Energia 2025, o plano futuro prevê a produção de 500 MW de energia de
biomassa até 2025 sendo que os principais projectos são o aproveitamento de recursos florestais
existentes para produção hidrotermal de 300 MW, e o Projecto Biocom na Província de Malange
com o aproveitamento da produção de cana-de-açúcar para produzir 100 MW. Além disso, existe o
projecto de incineração de resíduos sólidos nas grandes cidades como Luanda e Benguela com uma
meta de produção de 50 MW.
A Figura 3-17 ilustra a distribuição do potencial de produção de energia de biomassa.

(Fonte: Angola Energia 2025)


Figura 3-17 Distribuição do potencial de produção de energia de biomassa

3-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

3.2.5 Carvão

Não foram feitos levantamentos das reservas de carvão em Angola, e como não há histórico de uso
deste mineral, até 2017, não existiam dados relacionados ao carvão.

3.3 Situação das instalações de fornecimento de energia

3.3.1 Fábricas de LNG, etc.

A única fábrica de LNG em Angola é Angola LNG no Soyo, na Província de Zaire, que recebe no seu
terminal através de um gasoduto, o gás associado à exploração de petróleo, e o transforma em LNG na
sua fábrica. A capacidade instalada de produção de LNG em Angola é de 34 MSm3/ d. A Figura 3-18,
indica a produção realizada entre 2012 e 2016.
Procução anual

Ano LNG

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base no Sonangol Annual Report)
Figura 3-18 Histórico da produção de LNG (2012-2016)

No momento, o LNG produzido é na sua maioria exportado mas os seguintes cenários futuros de
aproveitamento de LNG são preconizados no Angola Energia 2025:

1) Exportação para países remotos através de grandes navios-tanque de LNG

2) Transporte de LNG até Lobito, Namibe e a sua regaseificação, usando o gás como combustível
para uma nova central térmica de grande porte.

Os cenários acima constam no Angola Energia 2025. Embora não esteja claro se o projecto é viável,
mesmo levando em conta os custos de energia despendidos na liquefacção (para LNG) e regaseificação
do gás no destino.

3.3.2 Refinarias de petróleo

Actualmente a única refinaria de petróleo em Angola é a Refinaria de Luanda que fica na capital
Luanda. Assim, existe um défice na capacidade de refinação do petróleo produzido no país, e por essa
razão, mais de 80% do combustível actualmente consumido no mercado interno é importado.

3-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Diante esta realidade, a estatal petrolífera Sonangol planeia construir novas refinarias na cidade
costeira do Lobito, na região central do país, na cidade de Soyo, na Província de Zaire ao norte, e na
cidade costeira do Namibe, no sul do país. Destas, a refinaria do Lobito estava prevista para entrar em
funcionamento a partir de 2018, no entanto, por falta de recursos a sua construção foi interrompida em
Agosto de 2016. O projecto de refinaria do Soyo foi discutido mas os trabalhos de construção não
chegaram de facto a ser iniciados. A refinaria do Namibe teve a sua construção iniciada em Julho de
2017 e no momento as obras estão em curso.

Em Fevereiro de 2018, a Sonangol anunciou um novo plano de desenvolvimento de refinarias no


Lobito e na província nortenha de Cabinda, e também um plano de expansão da refinaria existente em
Luanda. Actualmente, o plano encontra-se em fase de avaliação das propostas de projecto recebidas
tanto internamente como do exterior, sendo que para o Lobito permanece o mesmo plano anterior com
o objectivo de se construir até 2022, uma refinaria com capacidade de 200.000 bpd, enquanto que, para
a refinaria da província de Cabinda, o objectivo é construir até 2020 uma refinaria de menores
dimensões relativamente a do Lobito.

Além disso, o plano de expansão da refinaria existente em Luanda já está acordado com a italiana
ENI e é sabido que a sua meta é ampliar o volume de produção dos actuais 57.000 bpd para 65.000 bpd
até 2020.

A Tabela 3-2 indica as refinarias existentes e por construir.

Tabela 3-2 Refinarias existentes e por construir

Nome da refinaria Unidade Luanda Lobito Soyo Namibe Cabinda


Sonangol
Refinaria Sonaref Namref e
Empresa N/D N/D
de Luanda (Sonangol group) 2 grupos russos
(Sonarel)
1958 Suspenso em 2016
Início de operação Ano N/D N/D 2020
+2020 → 2022
8 bilhões
Custo USD N/D N/D 12 bilhões N/D
→12 bilhões
Óleo
Barris 57,000
Capacidade brut 200,000 110,000 400,000 N/D
por dia +65,000
o
(Fonte: Equipa de Estudo a partir de Sonangol Universo)

3.4 Tendências dos preços por tipo de energia

Na consideração do Plano Óptimo de Fontes de Energia a configuração da despesa de combustível é


item de grande relevância. Para definir os valores é costume, do ponto de vista da economia nacional,
levar em conta os preços internacionais de combustível. Por isso o levantamento e o estudo serão feitos
com base nos preços do mercado internacional.

O levantamento irá tomar como referência os dados da World Energy Outlook 2016 (WEO-2016)
divulgado pela International Energy Agency (IEA) e do Banco Mundial (WB) comparando as

3-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

variações nos preços até os dias actuais, e os 3 cenários previstos pela IEA e assim fazer uma avaliação
da evolução do preço do petróleo até 2040.

Os cenário considerados no WEO-2016 são os seguintes:

・ New Policies Scenario


・ Current Policies Scenario
・ 450 Scenario
O New Policies Scenario é o cenário que considera que praticamente todos os países se obrigam a
reduzir a emissão de GEE de acordo com o Acordo de Paris aprovado na 21ª Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP21) realizada em Dezembro de 2016, de modo que
cada país atinja as metas assumidas de forma integral ou parcial, reduzindo assim o uso de
combustíveis fósseis e promovendo a implantação de energias limpas, a começar pelas energias
renováveis.

O Current Policies Scenario é o cenário corrente sem se alcançar as metas do Acordo de Paris, e
também sem nenhum tipo de novos acordos que traga mudanças no uso de combustíveis fósseis.

O 450 Scenario é o cenário proposto pela IEA no World Energy Outlook para a descarbonização da
sociedade, onde se estimou a composição energética do mundo e permite uma subida de temperatura de
2 °C em média em relação à era industrial.

3.4.1 Petróleo

É mostrada na Figura 3-19 as flutuações nos preços do petróleo no mercado internacional a partir de
2000 e o estudo sobre a evolução dos preços em cada cenário futuro.

Em qualquer um dos cenários é previsto aumento nos preços do petróleo para o futuro. O preço actual
se encontra a USD 40/ barril seguindo a tendência de queda que se iniciou em 2012. No entanto, como
a demanda pelo petróleo continuará forte nos mercados emergentes é esperado que o petróleo
comprado actualmente junto aos países membros da OPEP, que apresentam preços mais baixos,
comece a ser comprado também dos países não-membros da OPEP com preços superiores. Assim em
qualquer um dos cenários futuros é previsto que o preço do barril atinja USD 80/ barril em 2020.

Para as flutuações nos preços a partir de 2020 estão previstas maior desenvolvimento dos recursos
petrolíferos e a redução de fontes baratas e de alta qualidade, o chamado "sweet spot", e consequente
aumento do petróleo mais caro e de baixa qualidade, além do avanço tecnológico que encarecerá os
equipamentos de exploração, reflectindo assim no aumento do preço do petróleo. Já o 450 Scenario
promove uma acentuada sociedade descarbonizada em relação aos outros cenários de modo a reduzir a
própria demanda pelo petróleo, o que resultará na manutenção do seu preço.

3-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Cenário de políticas atuais

Cenário de novas políticas


USD / Barril

Cenário 450

* Preço no mercado de petróleo bruto WTI, o preço não inclui impostos.


(Elaborado pela Equipa de Estudo com base no World Energy Outlook 2016, IEA)
Figura 3-19 Previsão da flutuação do preço do petróleo para cada cenário

3.4.2 Gás Natural

Embora não exista preço internacional comum para o gás natural como há para o petróleo, existem
preços definidos para cada região, nomeadamente: (1) Estados Unidos, (2) Europa, (3) China, (4) Japão.
Dentre esses preços: (1) Estados Unidos é o preço de venda do gás extraído no país e transportado por
gasoduto, (2) Europa e (3) China são os preços do gás natural importado transportado via gasoduto ou
transformado em LNG, e (4) Japão é apenas o preço do gás natural importado em forma de LNG.

No caso de Angola, o gás natural é produzido internamente no país, e o plano futuro é construir
gasodutos para conectar e comercializar aos locais consumidores dentro do país, portanto o preço a ser
tomado como referência para a previsão da flutuação deverá ser (1) Estados Unidos.

O preço do gás nos Estados Unidos é chamado de Henry Hub, nome esse proveniente do centro de
distribuição existente no Estado de Louisiana, e no seu preço também está reflectido os custos de
transporte, distribuição entre outros.

É mostrada na Figura 3-20 as flutuações nos preços de gás natural a partir de 2000 e também a previsão
da flutuação nos preços de até 2040. Como o preço do gás natural apresenta uma correlação directa
com o preço do petróleo é esperado que, da mesma forma que o petróleo, os preços sejam
impulsionados pela forte demanda até 2020 a patamares em torno de USD 4/ MBtu. Como é previsto
para o gás natural um aumento da demanda internacional devido ao seu aproveitamento em forma de
LNG de baixa impureza e pouca emissão de CO2, a partir de 2020 a proporção de gás natural
transformado e exportado em forma LNG deverá crescer em relação ao consumo interno e em qualquer
um dos cenários o seu preço apresentará um suave aumento.

3-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Cenário de políticas atuais

Cenário de novas políticas

Cenário 450
USD / Barril

*Preço de transacção na América do Norte (sem impostos).

(Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados do Banco Mundial e IEA World Energy Outlook 2016)

Figura 3-20 Previsão da flutuação nos preços do gás natural para cada cenário

3.4.3 Preço do combustível a ser considerado no estudo da composição óptima de fontes de


energia

Para as despesas de combustível do Plano Óptimo de Fontes de Energia serão adoptados os valores
bases do New Policies Scenario já que Angola também participa do Acordo de Paris. Os valores
específicos das despesas de combustível serão tratados no capítulo sobre o Plano de Desenvolvimento
de Fontes de Energia.

3.5 Organização dos itens de informação que devem ser desenvolvidas de modo a
facilitar o desenvolvimento de fontes de energia

Na hora de conceber o plano de desenvolvimento de fontes de energia, principalmente o plano de


produção termoeléctrica é importante fazer o estudo sobre as directrizes de fornecimento do
combustível. Em outras palavras, é premissa básica de um plano de produção termoeléctrica fazer o
estudo sobre o tipo de combustível a usar, os seus fornecedores, os meios de transporte e as instalações
que devem ser preparadas.

Neste parágrafo, é feita uma análise sobre as potenciais centrais termoeléctricas e os combustíveis a
serem usados, de modo a organizar as instalações de fornecimento de combustível necessárias.

3.5.1 Opções de fontes de energia

No Capítulo 6 já foi discutido em detalhe o plano de desenvolvimento das fontes de energia, e as


opções de fonte levantadas são as seguintes:

 Centrais hidroeléctricas de grande porte

3-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

 CCGT
 GT
 Energia renovável (pequena hidroeléctrica, eólica, solar, biomassa, etc.)
Como resultado, como opções existentes de energia termoeléctrica do plano de produção de energia
em Angola considerou-se o CCGT (Ciclo Combinado a Gás) e o GT (Turbina a Gás).

3.5.2 Opções de combustível e suas características

Como opções de combustível a serem usadas podem ser citadas: gás natural, LNG, LPG e gasóleo
(diesel).

A Tabela 3-3 indica as características de cada tipo de combustível.

Tabela 3-3 Características de cada tipo de combustível

Tipo de
Características Preço em 2015
combustível
Gás Natural  Em Angola é obtido como gás associado em campos petrolíferos.
 Sem levar em conta os custos de transporte é o combustível mais
barato em termos de preço por unidade de caloria. Portanto, a sua
aplicação na produção de energia à cabeça de poço torna-se
vantajoso.
 Para produção de energia nas proximidades do local de consumo Aprox.
será necessário construir instalações de fornecimento de gás como 1 centavo/ Mcal
gasodutos, etc. Nesse caso, acarretará aumento no custo de
produçãode electricidade.
 Como o factor de emissão de CO2 é cerca de 20% menor do que o
LPG, o seu uso é vantajoso também quando se considera as
emissões de CO2.
LNG  É o gás natural resfriado e liquefeito. Angola tem uma fábrica de
LNG em Soyo.
 O seu preço por unidade de calorias é quase o mesmo que o LPG.
Para aplicar o gás na produção termoeléctrica é necessário construir
um tanque de LNG de grande porte próximo da central. O alto preço Aprox.
do tanque acarretará no aumento do custo de produção de 4 centavo/ Mcal
electricidade.
 Como o factor de emissão de CO2 é cerca de 20% menor do que o
LPG, o seu uso é vantajoso também quando se considera as
emissões de CO2.
LPG  Gás gerado em associação nos campos de petróleo e jazigos de gás
natural, e também no processo de produção de petróleo.
 O seu preço por unidade de calorias é quase o mesmo que o LNG.
 Como o custo de equipamento de fornecimento é pequeno, o seu
Aprox.
custo de fornecimento pode ser baixo.
4 centavo/ Mcal
 A eficiência térmica quando aplicada ao CCGT e ao GT é
comparável à do gás natural ou LNG.
 O factor de emissão de CO2 é cerca de 20% superior ao do gás
natural e do LNG.
Gasóleo  É conhecido como óleo leve.
 O seu preço por unidade de calorias é ligeiramente mais barato ou
quase igual ao do LNG. No entanto, conforme descrito abaixo a sua
Aprox.
eficiência térmica é inferior de modo que o seu custo de produção de
4 centavo/ Mcal
energia é maior.
 Como o custo de equipamento de fornecimento é pequeno, o seu
custo de fornecimento pode ser baixo.

3-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

 A eficiência térmica quando aplicada ao CCGT e ao GT é bastante


inferior à do gás natural ou LNG.
 Além disso, o factor de emissão de CO2 é cerca de 40% superior ao
do gás natural e do LNG, e se levar em conta a eficiência térmica na
hora de produzir energia, as emissões de CO2 serão
significativamente altas.
Em Angola, o gasóleo é usado na maioria das centrais térmicas a GT e a gasóleo. Isso se deve ao
facto de o gasóleo usado nessas centrais ser fornecido de forma gratuita ou a baixo preço pelo
Governo. Conforme mostra a tabela acima, não é possível dizer que a continuidade do uso de gasóleo
seja recomendável tanto em termos de custo (para a economia da população) como em termos de
emissões de CO2. É importante que no futuro este combustível seja substituído por LPG e gás natural.

3.5.3 Definição de cenários para o plano de de produção termoeléctrica e a escolha do


combustível a ser usado.

Definir o cenário para o plano de produção de energia térmica e com base nele estabelecer de forma
mais realista o combustível a ser usado.

(1) A fonte de energia para demanda média

[Uma ideia primária sobre a configuração de fontes de energia]


A escolha mais económica é a produção de energia por gás natural à cabeça do poço => O CCGT em Soyo é o
mais vantajoso
[Desafios]
 Ao construir uma fonte de energia relativamente grande em Soyo, o sistema de energia de Angola vai ter
uma estrutura na qual um fluxo de potência fluirá no sentido Soyo => Luanda => Benguela. Este facto
representa desvantagem em termos de garantia da estabilidade do sistema.
 Além disso, essa pendência provoca um grande fluxo de corrente que pode acarretar um aumento na perda
por transporte de energia.
 A capacidade actual da linha de 400 kV entre Soyo - Luanda é de 2200 MW (critério N-1) e só pode
transportar energia de até duas centrais classe Soyo CCGT (750 MW). No caso de se construir uma terceira
central eléctrica será necessária uma linha adicional de transporte.
[Informações sobre outras instalações/ preços levantados no Japão pela Equipa de Estudo]
 Custo de construção da linha de transporte: Aprox. 1 milhão USD/ km
 Custo de construção do gasoduto: 4 - 13 milhões USD / km
 Custo de construção do tanque LNG: 100 - 150 milh. USD/ unidade (Capacidade 125.000 m3).
 FSRU (Unidade Flutuante de Regaseificação e Armazenamento): 250 - 330 milh. USD (Capacidade
140.000 m3)
 Custo de construção do tanque LPG: 10 - 30 milh. USD/ unidade (Capacidade 20 000 m3)
[As premissas para configuração do cenário de desenvolvimento de CCGT]
 É razoável que seja desenvolvido Em Soyo até duas centrais eléctricas.
 A partir da terceira central o desenvolvimento enfrentará a necessidade de ampliação da linha de transporte
para Luanda e Benguela cujo custo de construção é estimado que seja pelo menos de 300 mil USD/
circuito.
 Assim, é necessário fazer também a comparação com a produção de energia próximo ao local de consumo.
 Neste caso, é possível considerar a produção por fornecimento de gás natural por gasoduto, ou o
fornecimento de LNG pela instalação de tanques de LNG e instalações de vaporização, entre outras
opções.
 Estima-se que o custo de construção de um gasoduto deverá ser de pelo menos 1 mil milhão de USD, que é
uma responsabilidade demasiada onerosa para ser assumida somente pela actividade de produção de
electricidade, portanto, considera-se como condicionante o uso conjunto do gás com outras indústrias.
 Para o fornecimento de LNG, o custo de instalação de dois tanques de LNG é de 200 a 300 milhões de
USD, o que é relativamente barato.

3-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

 O custo do FSRU é maior que o do tanque de LNG, mas apresenta vantagem por ter um período curto de
instalação.
 Por outro lado, se considerar o uso do LPG, as instalações de abastecimento serão significativamente
baratas. Actualmente o preço do LPG não é muito diferente do preço do LNG, o que o torna uma opção a
considerar. No entanto, as emissões de CO2 aumentam em cerca de 20%.
[A configuração do cenário de desenvolvimento de CCGT]
 Dar máxima prioridade ao desenvolvimento até a segunda central eléctrica de Soyo. O desenvolvimento a
partir da 3ª central depende da análise do custo de ampliação da linha de transporte, mas ao considerar a
estabilidade do sistema, é recomendável produzir electricidade nas proximidades do local de consumo.
 Se considerar principalmente o aumento da demanda na região central do país, incluindo a região de
Benguela, o desenvolvimento de CCGT no porto de Lobito, na região de Benguela, apresenta benefícios.
 Além disso, para acompanhar o crescimento da demanda, é considerado importante não apenas o
acréscimo de CCGT no Porto de Lobito, mas também o desenvolvimento de CCGT no Porto de Namibe,
na região sul. Se o desenvolvimento de CCGT na região sul avançar e for estabelecida a ligação
internacional com a Namíbia, haverá a possibilidade futura de também vender energia ao SAPP.
 Tendo em conta os pontos acima, traçar o plano primeiramente dando prioridade à construção das duas
centrais eléctricas de 750 MW em Soyo, e em seguida desenvolver centrais de CCGT no Porto de Lobito e
no Porto de Namibe.
[Cenário de fornecimento de combustível]
 Em linha com o cenário acima de desenvolvimento de CCGT é recomendada a seguinte configuração de
fornecimento de combustível:
 Em Soyo continuar a fornecer gás natural para a produção de energia à cabeça do poço.
 Em Lobito, como primeira etapa, fazer os preparativos para fornecer LPG. Como segunda etapa, fazer a
preparação para fornecimento de LNG e assim que ela estiver pronta, trocar o combustível para LNG.

(2) Fonte de alimentação para demanda de pico

[Uma ideia primária sobre a configuração de fontes de energia]


 A escolha mais económica é a produção de energia por gás natural à cabeça do poço => O desenvolvimento
de GT em Soyo é o mais vantajoso
 No entanto, uma fonte de energia para suprir a demanda de pico deve ser instalada próximo ao local de
consumo para se ter vantagem em termos de estabilidade do sistema.
[Desafios]
 Ao se construir em Soyo uma térmica GT que é uma fonte de energia para demanda de pico juntamente
com CCGT que é uma fonte de energia para demanda média, o sistema de energia de Angola apresentará
uma estrutura demasiada pendente na qual o fluxo de potência correrá no sentido Soyo => Luanda =>
Benguela. Este facto criará uma desvantagem significativa em termos de garantia da estabilidade do
sistema.
 Além disso, isso provoca um grande fluxo de corrente que pode acarretar um aumento na perda por
transporte de energia.
 Embora, se considerarmos a capacidade da linha de 400 kV entre Soyo e Luanda que é de 2200 MW
(critério N-1), e que o desenvolvimento previsto do CCGT em Soyo (classe 750 MW) limita-se a duas
centrais, existe uma folga de quase 700 MW, o que permite conectar um GT com essa potência de saída.
[A configuração do cenário de desenvolvimento de GT]
 Em Soyo é razoável do ponto de vista económico desenvolver um GT de produção à cabeça do poço com
potência total de quase 700 MW. Para tanto, a condição é de que seja possível fazer o seu controle a partir
do centro de despacho e que possa garantir a estabilidade do sistema.
 Para outros desenvolvimentos é importante conectar a central no sistema principal existente próximo ao
local de consumo como Luanda e Benguela.
 Levando esses pontos em consideração, o desenvolvimento de vários GTs de produção à cabeça do poço
em Soyo não é negado, mas estima-se que seja limitado.
 As outras GTs como fontes de energia estimadas para demanda de pico devem se localizar muitas delas em
subestações próximas à Luanda e o restante no Porto de Lobito próximo a Benguela.
 Para a GT a ser instalado no Porto de Lobito considerar a possibilidade de ser do tipo combinado. Isso pode
ser uma medida eficaz para atender o aumento de necessidade futura de fontes de energia de demanda
média ao invés da demanda de pico devido à mudança no factor de carga, etc.
[Cenário de fornecimento de combustível]

3-23
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

 Em linha com o cenário acima de desenvolvimento de GT é recomendada a seguinte configuração de


fornecimento de combustível:
 Em Soyo fornecer gás natural para produção de energia por CCGT e também por GT.
 Para os GTs nas proximidades do local de consumo em Luanda e Benguela, considerando-se a dificuldade
maior em fornecer gás natural por gasoduto, devem ser feitos preparativos para fornecer LPG para ambas
as localidades.
 Futuramente, quando forem construídas estações de LNG em pontos intermediários e isso possibilitar o
fornecimento de gás vaporizado pela tubulação, deve-se mudar a fonte para LNG.

3.5.4 Instalações por construir para promover o desenvolvimento de fontes de energia

CCGT e GT  Soyo está localizado nas proximidades do campo petrolífero já desenvolvido, e a produção
no Soyo à cabeça do poço usando o gás natural produzido a partir do gás associado à extracção do
petróleo é possível.
 A construção do gasoduto para a Central de Soyo 1 já está em progresso e está prevista
para entrar em operação em 2018.
 É necessário ampliar a capacidade deste gasoduto actual.
 Além das instalações de fornecimento de combustível, é preciso dar continuidade ao
estudo sobre a racionalidade do fortalecimento das linhas de transporte até Luanda. Além
disso, é necessário considerar a instalação de sistema de comando (SCADA) na central.
CCGT e GT  Como primeiro passo, é necessário construir as instalações de fornecimento de LPG.
no Lobito  É necessário fazer o estudo sobre a fonte de abastecimento do LPG seja por importação ou
pela construção de uma refinaria dentro do país. Ao escolher pela refinaria doméstica, é
necessário considerar o plano de reforço da refinaria junto às várias entidades pertinentes.
 Como segunda etapa, é necessário desenvolver instalações de fornecimento, como tanques
de LNG.
 Como forma de adquirir LNG, é necessário avaliar uma carteira (portfolio) composta por
LNG produzido internamente e o importado.
GT em  Presume-se que o GT usará LPG e portanto será necessário construir instalações de
Luanda fornecimento de LPG.
 Como método de transporte ao terminal de LPG, será necessário construir também estradas
e caminhos-de-ferro.
 Em relação ao uso do LNG, é necessário que no futuro cresçam exigências de criação da
estação redistribuição de LNG a incorporar as demandas de outras indústrias.
Uma vez que estas questões se relacionam ao Plano Director de Energia em Angola é necessário
acompanhar o conteúdo deste plano que é sabido estar em processo de estudo neste momento.

3-24
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Capítulo 4. Procedimentos de Elaboração do Plano Director de Energia


Eléctrica com base no Plano Óptimo de Energia Eléctrica
(Best Mix)
4.1 Directrizes básicas do Plano Óptimo de Energia Eléctrica

Este capítulo pretende fazer a confirmação dos procedimentos de elaboração do Plano Director de
Energia Eléctrica com base no Plano Óptimo de Energia Eléctrica, antes de entrar nas explicações dos
principais itens da previsão da demanda de energia eléctrica, do Plano de Desenvolvimento de Fontes
de Energia e do Plano de Desenvolvimento do Transporte a serem feitas nos capítulos seguintes.

A ideia básica na hora de elaborar o Plano Óptimo de Fontes de Energia é se posicionar em certo ponto
de vista e elaborar o plano mais adequado de fontes de energia para o país, e com base nesse plano
elaborar o plano de transporte de energia mais efectivo. Não é necessário dizer que como premissa esse
planeamento necessita se embasar em valores de energia eléctrica estimados com uma boa precisão e
que reflicta a análise da situação real do país e os seus planos futuros.

E qual seria esse "certo ponto de vista"? A questão mais importante é a económica. Porém, existe a
questão da segurança energética de um país. Recentemente, o ponto de vista do combate ao
aquecimento global também se tornou um factor importante. São mostrados abaixo os itens relevantes
ao estudo do Plano Óptimo de Fontes de Energia:

 Desempenho económico (redução do custos básico de fornecimento (custo de produção +


transporte))
 Fiabilidade d fornecimento (tempo anual de falta de fornecimento permitido, etc.)
 Segurança energética (estabilidade de fornecimento, estabilidade do custo básico de
fornecimento)
 Considerações ambientais e sociais (avaliação de impacto ambiental, volume de emissões de
GEE)
 Viabilidade (ambiente social, tempo adequado de desenvolvimento (lead time), recursos
financeiros, etc.)

4.2 Conteúdos específicos de cada item de estudo

4.2.1 Desempenho económico

É necessário considerar os seguintes pontos ao elaborar o Plano Director de Energia Eléctrica óptimo
do ponto de vista económico.

 Considerar a proporção na composição das fontes de energia que minimize o custo básico de
produção de energia. O custo básico de produção de energia inclui custos fixos como o custo
de capital e custos variáveis como custos de combustível. No estudo da proporção de
composição costumam ser utilizados meios como o Método de Selecção (screening method)

4-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

e softwares de simulação de operação da demanda e fornecimento como o PDPAT.


 Ao obter a proporção óptima de composição das fontes de energia elaborar o plano específico
de projecto de produção de energia. O plano deve incluir o planeamento sobre o
posicionamento estratégico das centrais na rede de energia.
 Com base no Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia elaborar o plano de ampliação
de instalações de transporte mais eficiente para transportar a energia gerada até o local de
consumo. Determinar o custo de transporte necessário para este plano, e calcular o custo
básico de transporte de energia.
Para realizar tal estudo, o Plano de Produção de Energia é o que traz maior impacto em termos de
viabilidade económica, e como já foi citado anteriormente, existem dois meios de estudo para isso:

(1) Método de Selecção (screening method)

Um exemplo de resultado de análise pelo método de selecção é mostrado na Figura 4-1.

O Método de Selecção (Screening Method) é o método que relaciona a taxa de utilização das
instalações e as despesas de produção, e projecta a taxa de utilização das instalações sobre a curva
anual de duração de carga a fim de obter a capacidade instalada necessária para cada fonte de energia e
também analisar a proporção óptima das instalações.

A figura superior representa o custo anual de cada fonte de energia. A intersecção com o eixo Y da
função linear representa o custo anual correspondente aos custos fixos, a inclinação representa os
custos variáveis, principalmente os custos de combustível. Já a figura inferior mostra a curva de
duração da demanda anual. No exemplo mostrado, a título de simplificação, a produção é composta
apenas pelas energias hidroeléctrica, térmica a carvão, CCGT, a óleo e GT.

Neste caso, a produção hidroeléctrica é capaz de produzir energia com o custo mais baixo a partir da
taxa de utilização da instalação na faixa de 20% ou superior. Portanto é possível reduzir o custo global
de produção de energia ao manter as centrais hidroeléctricas com alta taxa de operação. Em outras
palavras, é importante priorizar a produção hidroeléctrica em relação a outras fontes de energia para
atender à demanda de energia eléctrica.

No caso da produção térmica a carvão os custos se tornam baixos a partir da taxa de utilização de 60%
para cima. Por isso, a fim operar de modo a garantir a taxa de operação de 60% ou mais, deve-se
assegurar uma quantidade de instalações que possam atender a uma demanda com probabilidade de
ocorrência de 60% ou mais, e assim melhorar o seu desempenho económico. Como foi visto, a
demanda que compõe a parte da base da curva de duração é chamada de demanda básica (base demand),
e a fonte de energia a suprir essa demanda é chamada de fonte de energia de base. A quantidade de
instalação necessária para a fonte de energia de base pode ser obtida pela projecção da taxa de
utilização de instalações sobre a curva de duração, cujo valor é de cerca de 4200 MW. Supondo que a
energia hidroeléctrica implantada tenha potência de 2200 MW, a energia térmica a carvão a ser
implementada de forma adequada deve ter 2000 MW.

4-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Se da mesma forma considerarmos o CCGT, o desempenho económico seria óptimo na faixa em torno
de 20% a 60% de taxa de utilização, e por isso seria vantajoso fazê-lo atender a uma demanda na faixa
de aproximadamente 20% a 60% de probabilidade de ocorrência (demanda média), e nesse exemplo
seria necessário assegurar uma instalação de cerca de 1300 MW.

Para o óleo e GT, o desempenho económico seria óptimo na faixa de de cerca 20% ou menor, sendo
vantajoso fazê-los atender a uma demanda na faixa de cerca 20% ou menor de probabilidade de
ocorrência (demanda de pico), e nesse exemplo seria necessário assegurar uma instalação de apenas
700 MW.

Assim é determinada a quantidade de instalação necessária para cada fonte de energia como descrito
acima, e com base nesses valores calcula-se a proporção óptima de fontes de energia. O futuro do plano
de fontes de energia deve tomar como referência essa proporção óptima e estudar a quantidade de
instalações em cada fonte de energia.

São mostrados os dados necessários para esses estudos.

Itens Dados necessários Observações:


Relacionados à demanda Curva de duração do valor previsto de Valor previsto de demanda de
de energia eléctrica demanda de energia energia para 8.760 horas
Relacionados com fontes Custo unitário de construção de cada
de energia fonte de energia (USD/ kW)
Eficiência térmica (%)
Taxa de despesa anual (%) Taxa de juros, depreciação,
despesas de O&M, etc.
Custos de combustível (USD/ kW)

4-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

costs Horas
Hour
0 4,380 8,760
600
Annual Expenditure (US$/kW)

500
Despesa anual
400

300 Gas CC
Coal
200 PSPP
Oil GT
Nuclear
100 Diesel
Large Hydro

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Taxa de utilização
Annual anual (%)
Utilization Rate (%)
7000

Example Exemplo
6000
GT
de energia

Plant
CCGT
(MW)

5000

Capacity
(Approx. 1300MW?)
Power Demand

4000

3000
Plant Capacity(Approx.
2000MW?)
Coal
Demanda

2000

1000 Plant Capacity Hydro


(Approx. 2200MW?)
0
0 2000 4000 6000 8000
Horas por anoHour
Yearlly

(Fonte: Equipa de Estudo)

Figura 4-1 Exemplo de Método de Selecção

(2) PDPAT

O PDPAT (Power Development Planning Assist Tool) é uma espécie de software de simulação da
operação da demanda e fornecimento desenvolvido pela TEPCO. Esse software de simulação da
operação da demanda e fornecimento simula a forma de operação e fornecimento de energia de cada
central, configurada como dado de entrada, que compõe o sistema. A Figura 4-2 ilustra um exemplo de
resultado de fornecimento.

O PDPAT é capaz de analisar a forma de operação de uma central de modo a minimizar o seu custo
necessário de combustível, e assim obter a despesa global de combustível. Também calcula a despesa
anual das centrais. Em outras palavras, o software possibilita obter o custo total do sistema de fontes de
energia de um ano, e assim permite fazer a comparação dos custos anuais de produção para cada
cenário de desenvolvimento e avaliar a proporção óptima de composição das fontes de energia.

Como descrito acima o PDPAT permite fazer cálculos económicos através da simulação bastante
realística da operação das centrais, e para tanto são necessários os seguintes tipos de dados.

4-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Itens Dados necessários Observações:


Relacionados à demanda Curva de duração do valor previsto de Valor previsto de demanda de
de energia eléctrica demanda de energia energia para 8.760 horas
Relacionados com fontes Preço unitário de construção de cada
de energia central (USD / kW)
Curva da taxa de calor (heat rate) de cada
central
Taxa anual de despesa em cada central Taxa de juros, depreciação,
(%) despesas de O & M, etc.
Custos de combustível (USD/ valor
calorífico ou volume)
As especificações da central Potência máxima/ mínima de
saída
Dados de registos operacionais da usina Produção mensal de energia
hidroeléctrica

Figura 4-2 Exemplo de um resultado de simulação por PDPAT

Na realização da avaliação económica, é costumeiro se obter primeiro de forma aproximada a


proporção óptima das fontes de energia, e assim configurar o plano realista de construção das centrais.
Esses dados serão entrados no PDPAT e servirão para elaborar o Plano Óptimo de Fontes de Energia.

4-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

4.2.2 Fiabilidade de fornecimento

LOLP (Loss of load probability, probabilidade de perda de carga) e LOLE (Loss of load expectation,
expectativa de perda de carga). A LOLP é a probabilidade anual ou num determinado período de o
fornecimento ficar abaixo da demanda e a LOLE é o tempo esperado de ocorrência desse deficit, e
basicamente, os dois termos são sinónimos.

A distribuição de probabilidade da LOLP é determinada principalmente pela síntese das seguintes


distribuições de probabilidade. As distribuições de Características
probabilidade
Probability
Distribuição de Distribuição praticamente
C (Demand distribution)
probabilidade da flutuação normal
A(Accident)
B (Water discharge fluctuation)
na demanda
Distribuição de Actua do lado positivo se
D (Total)
probabilidade da flutuação estiver a considerar a
na produção hidroeléctricas capacidade de fornecimento
em função da probabilidade das hidroeléctricas como
- + de disponibilidade de água produção permanente
― Side A: Accidents reduce output + Side A:
Distribuição de Obedece a distribuição
B: Water shortage output B: Excess water output probabilidade de flutuação binomial. Pela sua natureza,
C: Increased demand C: Decreased demand na produção por paradas não actua para o lado negativo
planeadas de centrais que
não sejam hidroeléctricas

Figura 4-3 Distribuição de probabilidade da LOLP

Quanto a LOLE, por se tratar do tempo esperado de ocorrência de falta de fornecimento obtido a partir
das distribuições de probabilidade, é possível calculá-la a partir da equação exibida na Figura 4-4.

Onde, Pi: probabilidade de falta de fornecimento

Hi: tempo de ocorrência da demanda no período de falta de fornecimento.

> Resumo das probabilidades de falta


de suprimento multiplicado pelo perído
de interrupção
> A margem de reserva é a diferença
entre o ponto de flutuação 0 e o pico
da demanda

Capacidade de reserva
Probabilidades Forma de demanda
detalhadas de
(Curva de duração anual)
distribuição

Figura 4-4 LOLE

4-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Pela experiência da Equipa de Estudo em trabalhos nos países emergentes, pensa-se que é adequado
estabelecer um tempo para LOLE de aproximadamente 24 horas/ ano. Isto significa que se buscará
estabelecer um sistema de fontes de energia que permita um total quedas de energia de até cerca de 1
dia (24 horas) durante o ano inteiro.

Como não é possível obter a capacidade necessária de fornecimento directamente a partir da fiabilidade
de fornecimento é costumeiro utilizar um método onde se introduz o conceito de taxa de margem de
reserva (reserve margine rate) e se obtém primeiro a relação entre a LOLE e a taxa de margem de
reserva, de modo a obter a taxa de margem de reserva equivalente ao grau de fiabilidade de
fornecimento configurado e com base nessa taxa obtida chegar-se à quantidade de energia eléctrica a
ser fornecida. O plano de fonte de energia será implementado com base nessa quantidade de energia
eléctrica a ser fornecida.

Capacidade de suprimento – Demanda


Taxa de margem de reserva =
Demanda

É mostrada na Figura 4-5 o conceito de obtenção da relação entre a LOLE e a taxa de margem de
reserva, mas basicamente usa-se a margem de reserva como parâmetro variável e obtém-se as
respectivas LOLEs. A partir daí é possível perceber obviamente que para se estabelecer um sistema de
fontes de energia de alta fiabilidade de fornecimento, ou seja, de baixa LOLE é necessário ter uma
grande capacidade em termos de margem de reserva de fornecimento.

> Quanto menor o LOLE que


adotarmos, maior será a margem
de reserva necessária. Isto
LOLE (por hora)

significa que será necessário


construir mais centrais elétricas.

Capacidade de reserva

Probabilidade Forma de demanda


de distribuição
global

Taxa de margem de reserva

Figura 4-5 A relação entre LOLE e taxa de margem de reserva

A capacidade necessária de fornecimento pode ser obtida pela equação abaixo, portanto será necessário
fazer o planeamento de fontes de energia para atender a essa capacidade de fornecimento.

Capacidade de fornecimento = (1 + taxa de margem de reserva) × demanda

A Figura 4-6 ilustra um exemplo de desenvolvimento de instalações de fontes de energia. Neste


exemplo podemos perceber pelo gráfico que enquanto a curva azul indica o valor previsto da demanda
de energia eléctrica, o plano de desenvolvimento de fontes de energia deve ser elaborado para atender à
quantidade necessária de fornecimento representada pela curva vermelha que leva em conta a
capacidade de margem de reserva de fornecimento.

4-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

18,000
GT
16,000
CCGT

14,000 Coal

12,000 Hydro
Power(MW)

Demand(MW)
10,000
(growth rate 10%)
Required Power Capacity(MW)
8,000 (taking account of reserve margin rate of 20%)

6,000

4,000

2,000

Year

Figura 4-6 A capacidade necessária de fornecimento e o plano de desenvolvimento de fontes de


energia (exemplo)

4.2.3 Segurança energética

Na avaliação do Plano Óptimo de Fontes de Energia há casos onde se deve considerar outros pontos de
vista além do desempenho económico. Um deles é a segurança energética. Especialmente para um país
como o Japão que carece de recursos naturais internos é uma questão importante a se considerar. Como
pontos de vista podemos citar os seguintes temas:

 Garantia de energia doméstica


 Desenvolvimento de recursos minerais próprios dentro do país (combustíveis fósseis)
 Desenvolvimento de energia nuclear como uma energia utilizável de longo prazo
 Desenvolvimento de energia hidroeléctrica
 Desenvolvimento de energia solar, eólica, geotérmica, de biomassa, etc.
 Diversificação dos tipos de combustíveis fósseis, e dos seus fornecedores

Em qualquer dos casos, é um assunto que costuma se relacionar a decisões políticas de alto grau, sendo
necessário estar de acordo com a política energética do país.

4.2.4 Considerações ambientais e sociais

O ponto de vista das considerações ambientais e sociais também é um item importante a considerar
além da questão do desempenho económico. Além da EIA para cada projecto como tem sido feito
convencionalmente, nos últimos anos se considera importante avaliar o impacto sobre o aquecimento
global para cada um dos cenários globais levantados num plano director de energia eléctrica. Por esse
motivo, tem-se tornado difícil incluir as centrais térmicas a carvão quando consideramos o seu impacto
ao meio ambiente global apesar de apresentarem vantagens económicas.

4-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Por outro lado, muitos países consideram o aproveitamento das energias renováveis como uma questão
de importância dentro das medidas de combate ao aquecimento global, e assim torna-se necessário
também avaliar a forma de incluir essas fontes de energia no Plano Director de Energia Eléctrica.

Essas questões também estão relacionadas a decisões políticas de alto grau, sendo necessário estar de
acordo com a política energética e do INDC do país.

4.3 Fluxo de elaboração do Plano Óptimo de Energia Eléctrica

É mostrada na Figra 4-7 o procedimento de elaboração do Plano de Desenvolvimento de Fontes de


Energia mais adequado, incluindo os itens de importância conforme explicado no parágrafo anterior. O
Plano Director de Energia Eléctrica de Angola também seguirá este procedimento para ser
implementado.

O Plano de Desenvolvimento do Transporte é grandemente impactado pelos cenários do plano de


produção, especialmente em relação ao tipo de central a ser implantado e do posicionamento de
construção das centrais dentro da rede. Certamente será necessário realizar o estudo de optimização das
instalações de transporte para cada um dos cenários levantados.

4-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

+ Indicadores económicos (PIB, etc.)


+ Indicadores sociais (censo, tendência demográfica, etc.)
+ Dados existentes de demanda de energia (dados horários de demanda,
curva de carga diária, dados de duração anual)

Previsão de demanda de energia Estimativa da curva


de duração anual
Configuração do grau de + Dados sobre fontes de energia (valor
fiabilidade de fornecimento
unitário de construção de cada fonte de
energia, eficiência térmica, taxa de despesa
Cálculo da taxa de anual, custos de combustível, etc.)
margem de reserva
Elaboração da curva de selecção/ Estudo da proporção
Cálculo da capacidade de composição das fontes de energia
instalada necessária

+ Política Nacional de Energia


Elaboração da lista de projectos + INDC
+ Política de promoção das energias
Configuração dos cenários para fontes de energia renováveis, etc.
(Local de desenvolvimento, implantação de energias renováveis, etc.)

Estudo da composição óptima das + Dados sobre fontes de energia (valor unitário de
fontes de energia por PDPAT construção de cada fonte de energia, eficiência
térmica, taxa de despesa anual, custos de
combustível)
Plano de Desenvolvimento da Transmissão
(Planeamento da expansão das instalações de + Dados relacionados aos fontes de energia para
transmissão de energia) PDPAT (preço unitário de construção de cada
Análise de desequilíbrio central, curva da taxa de calor de cada central,
taxa de despesa anual de cada central, custos de
Análise da quantidade de transmissão combustível, especificações de cada central,
dados operacionais de centrais hidroeléctricas)
Plano de transmissão de energia
+ Requisitos técnicos para o planeamento de
Análise de fluxo de energia instalações
+Design criteria

Elaboração do Plano de
Desenvolvimento de Energia
Eléctrica
Figura 4-7 Procedimento de elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica

4-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Capítulo 5. Previsão da demanda de energia eléctrica até 2040


5.1 Previsão da demanda de energia eléctrica e informações relacionadas dentro do
plano actual

5.1.1 Previsão actual da demanda de energia eléctrica

É de domínio público a previsão de demanda de energia exibida na Figura 5-1 que foi publicada em
Angola Energia 2025. Esta previsão de demanda foi realizada em 2014 e estima a demanda até o ano
2025. É mostrada na Figura 5-2 o histórico da demanda real até 2016. A estimativa previa uma taxa de
aumento anual de 15% na potência máxima entre 2013 a 2017, enquanto que a taxa de aumento real da
potência máxima entre os anos 2013 a 2016 registou 7 a 25% (média de 13,3%), um número final quase
coincidente, no entanto a potência máxima para 2017 é esperado em 2,3 GW que é 0,5 GW menor que
a estimativa.

(Fonte: Angola Energia 2025)

Figura 5-1 A actual previsão de demanda (potência de pico)

5-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Quanto à demanda em termos de quantidade de produção de energia, a taxa de aumento médio da


quantidade de energia gerada até 2012 era de aproximadamente 10%, enquanto que a partir de 2012
essa taxa praticamente dobrou atingindo uma média de cerca de 19%, o que indica um aumento
acelerado da demanda. A potência máxima aumentou 500 MW (25%) somente em 2016.

Demanda Máxima(MW)
Energia Gerada(GWh)

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados de WB Database, RNT e ENDE)

Figura 5-2 Demanda real de energia

5.1.2 Previsão da taxa de crescimento do PIB e da população

(1) Evolução do PIB e a sua previsão segundo FMI

É mostrada na Figura 5-3 o histórico do PIB (2010 Constant Price, LCU) com base no Data Base do
Banco Mundial e a sua estimativa segundo o FMI (versão 2018).

5-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

GDP real GDP G.R. real

(Bilhões Kz)

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base na previsão do FMI 2017))

Figura 5-3 Desempenho do crescimento e previsão do PIB real

Angola possui uma estrutura económica dependente do sector petrolífero, sendo que o seu PIB
real em 2013 foi de 96,3 mil milhões de dólares, dos quais cerca de 40% é proveniente do sector
petrolífero. Entre os anos de 2010 a 2013 houve a recuperação da estabilidade macroeconómica e o
crescimento económico apresentou uma tendência de aceleração, em 2014 houve a necessidade de
trabalhos de manutenção e reparo em alguns jazigos de petróleo o que reduziu a produção de
petróleo que era de 1,8 milhões de barris/ dia no ano anterior para 1,66 milhões de barris/ dia. Essa
queda se fez reflectir também na taxa de crescimento do PIB real que ficou em 4,2% (estimativa
FMI), uma diminuição de 6,8% em relação ao anterior. Além disso, o preço do petróleo bruto que
estava a 100 USD/ bbl. em 2014 despencou para 50 USD/ bbl. a partir de 2015, desacelerando ainda
mais a taxa de crescimento do PIB real que ficou a 3,0% em 2015, e a 0,0% em 2016. De acordo
com a estimativa do FMI, edição de 2017, a partir de 2017 o PIB irá ficar em torno de 1,4%.

5-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(2) Previsão da população

A população total de Angola é de 25,80


milhões de habitantes (em 2014). A
Província de Luanda apresenta a maior
densidade populacional que é de 100
habitantes/ km2 em toda a sua área.

Outras províncias com cidades regionais


que apresentam uma densidade
populacional superior a 100 pessoas/ km2
são ao norte as Províncias de Uíge e
Malanje, no centro as Províncias de Cuanza
Sul, Benguela e Huambo, e no sul somente a
Província de Huíla, sendo que a região leste
(Fonte: Estatística Populacional 2014 (INE))
não possui nenhuma cidade deste porte.
Figura 5-4 Distribuição da densidade populacional
O resultado da organização dos dados de densidade populacional por regiões está mostrada na
Figura 5-5. É possível notar que a população da região norte é de 11,6 milhões de habitantes (45%)
representando praticamente a metade da população do país.

8,000,000
6,000,000
4,000,000
2,000,000
0
50~99

25~49

50~99

25~49
<25

<25
100<

100<
Total

Total

Norte Centro Sul Leste


(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base na Estatística Populacional 2014 (INE))

Figura 5-5 Distribuição da densidade populacional por regiões (2014)

É mostrada na Figura 5-6 a previsão da população em Angola (2014-2050) feita pelo INE
(Instituto Nacional de Estatística). A população do país em 2016 é de aproximadamente
27,5 milhões de habitantes com uma taxa de crescimento de 3%, e para 2040 é estimada uma
população do país de aproximadamente 54,3 milhões de habitantes e a taxa de crescimento irá
diminuir para cerca de 2,5%.

5-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

População Taxa de crescimento

Taxa de crescimento
População

(Fonte: Projecção populacional 2014-2050 (INE))

Figura 5-6 A previsão da população em Angola

(3) A correlação entre a taxa de crescimento do PIB e da demanda da quantidade de energia eléctrica

É mostrada na Figura 5-7 a taxa de crescimento anual do PIB e da demanda de quantidade de


energia eléctrica a partir de 2002, após o término da guerra civil. Não é possível ver nenhum
tipo de correlação entre a taxa de crescimento anual do PIB e da quantidade de energia
eléctrica gerada, e o valor da elasticidade (taxa de crescimento da quantidade de energia
eléctrica gerada/ taxa de crescimento do PIB) está entre -1,0 a 6,0, uma variação muito grande
quando comparada com os valores usuais de outros países que giram em torno de 1,0 a 2,0.
Portanto, não é apropriado estimar a demanda da quantidade de energia eléctrica com base na
taxa de crescimento do PIB.

5-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

taxa de crescimento do taxa de crescimento da


quantidade de demanda de Elasticidade
PIB
energia

Taxa de crescimento (%)

Elasticidade
Ano

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA com base no WB Database)

Figura 5-7 Relação entre a taxa anual de crescimento do PIB e da quantidade de demanda de
energia

(4) O progresso da electrificação

A evolução da taxa de electrificação em Angola segundo WB Database é mostrada na tabela abaixo.


É possível perceber que a taxa de electrificação tem diminuído progressivamente pelo facto de não ter
havido um desenvolvimento de fontes de energia em grande escala após a guerra civil e também devido
ao aumento da população.

No entanto, é previsto que a taxa de electrificação comece a subir a partir de 2016 já que neste ano se
iniciou a operação de todas as unidades geradoras da central Cambambe No.2 (700 MW) e também está
em avanço a expansão das linhas de transporte. É de notar que a Angola Energia 2025, estabeleceu a
meta de 60% na taxa de electrificação até 2025.

Tabela 5-1 Evolução na taxa de electrificação em todo país

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Taxa de
electrificação 38,4 37,7 37,5 36,4 35,8 35,1 34,6 33,9 33,3 32,0
(%)
(Fonte: WB Data Base)

5.1.3 Adequação da actual previsão de demanda de energia eléctrica e os desafios existentes

Estima-se que a actual previsão da demanda de energia eléctrica feita pelo MINEA baseou-se na
demanda esperada (potência real de fornecimento + potência de corte de energia planeada) que é a

5-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

soma das demandas anuais máximas de energia dos sectores civil, industrial, comercial e outros. Como
será descrito mais tarde, não há clareza sobre os dados estatísticos do modelo económico (PIB) e do
plano de electrificação. Principalmente a falta de dados organizados de demanda de energia eléctrica a
incluir corte de energia planeada (demanda potencial) dificulta a previsão da quantidade de energia
eléctrica a ser gerada a cada mês.

Portanto, o presente projecto fará, da mesma forma que o MINEA, a estimativa da máxima demanda de
energia para todo o país até 2040 por meio da soma das demandas de energia eléctrica por sectores
sejam eles civil (plano de electrificação), industrial e comercial, e por sistemas de energia (norte,
central, sul e leste).

5.2 Histórico da demanda de energia eléctrica e as características regionais

5.2.1 Histórico da demanda de energia

(1) Histórico dos cortes de energia planeados (demanda potencial)

A demanda e o fornecimento de energia em Angola não estão equilibrados, e há falta de


fornecimento que tem durado muitos anos. Os registos horários de cortes de energia planeados
(demanda potencial) não estão organizados, e só foi possível obter a quantidade de energia de corte
planeada para a potência mensal máxima a partir de 2015 no sistema norte e a partir de 2016 nos
sistemas central e sul (ver Figura 5-8). Entre Outubro de 2015 a Maio de 2016 foram realizadas cortes
de energia planeados de no máximo 400 MW ao mês, mas após a entrada em operação de Cambambe
2 (700MW) a quantidade de energia de corte planeada em 2017 ficou na ordem de 200 MW para
baixo.

O sistema leste não possui dados organizados de quantidade de energia de corte planeada e a situação
é desconhecida. Os registos horários de cortes de energia planeados (demanda potencial) não estão
organizados, e só foi possível obter a quantidade de energia de corte planeada para a potência máxima
mensal a partir de 2015 do Sistema Norte (ver Figura 5-8). Entre Outubro de 2015 a Maio de 2016
foram realizadas cortes de energia planeadas de no máximo 400 MW ao mês, mas após a entrada em
operação de Cambambe 2 (700MW) a quantidade de energia de corte planeada em 2017 tem estado na
ordem de 200 MW ou inferior. Os Sistemas Central, Sul e Leste não possuem dados organizados de
quantidade de energia de corte planeada e a sua situação é desconhecida.

5-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Norte

Fornecimento

Demanda

Queda de
suprimento

Central

Fornecimento

Demanda

Queda de
suprimento

Sul

Fornecimento

Demanda

Queda de
suprimento

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))

Figura 5-8 A quantidade máxima de energia e o histórico da quantidade de energia de corte


planeada (Sistemas norte, central e sul)

(2) A evolução da demanda de energia por todo o país

O histórico da demanda de energia eléctrica dos últimos anos está mostrado na Figura 5-2 e a proporção
entre a potência máxima em cada mês (incluindo a demanda potencial) e a potência máxima anual do
Sistema Norte é mostrada na Figura 5-9.

5-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

É possível dizer que as flutuações sazonais são grandes e a potência máxima anual acontece em
Dezembro, enquanto que nos 4 meses do inverno entre Junho a Setembro a potência diminui para cerca
de 80%.

Demanda Mensal Máxima / Demanda Anual Máxima

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))

Figura 5-9 Comparação entre as potências máximas de cada mês no Sistema Norte (potência
máxima anual: 100%)

(3) Histórico da curva de carga diária

Para o Sistema Norte conseguimos obter da RNT (NLDC) dados digitais de histórico de produção a
cada hora, a partir de Outubro de 2015 quando foi implantado o sistema SCADA. É mostrada na Figura
5-10 a curva de carga diária da potência máxima dos 3 dias mais altos de cada mês em 2016.

A curva de carga diária apresenta o formato de modelo de pico de iluminação, o pico se encontra no
horário entre 19:00 - 20:00, com excepção do mês de Dezembro, apresenta uma curva praticamente
horizontal. Estima-se que isso se deve claramente ao corte de energia planeada citado em (1) devido à
falta de capacidade de fornecimento no horário de pico.

3 dias mais elevados


Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
Figura 5-10 A curva de carga diária (Sistema Norte: 2016)

5-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

As curvas de carga diária para potência máxima de 3 dias em cada mês de 2017 são mostradas na
Figura 5-11, embora não se possa tomá-las como referência já que devido ao enchimento da albufeira
da Hidroeléctrica de Lauca para o início da operação, a Hidroeléctrica de Cambambe localizada a
jusante está sob restrição de produção.

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
Figura 5-11 A curva de carga diária (Sistema Norte: 2017)

(2067MW
(960MW) )

Figura 5-12 Localização da Hidroeléctrica de Lauca

5-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

5.2.2 Características regionais da demanda de


energia

No momento, o sistema eléctrico nacional é


subdividido em 5 sistemas: Sistema Norte, Central, Sul,
Leste e Cabinda. Na tabela abaixo estão mostradas a
potência máxima (incluindo a demanda potencial),
número de contractos, taxa de electrificação, a potência
máxima por número de contractos para cada Província.

A potência máxima em todo o país com excepção de


Cabinda é de 1.989 MW, sendo que aproximadamente
80% corresponde ao Sistema Norte. Além disso, a taxa
de electrificação da região sul e leste é muito baixo na
ordem de apenas um dígito.

A potência máxima por número de contractos nas províncias pode ser estratificada da seguinte
forma: províncias de Luanda, Bengo e Cuando-Cubango 2,0 kW, província de Zaire 1,5 kW Zaire, e
em outras Províncias 1,0 kW.

Tabela 5-2 A taxa de electrificação e a potência máxima por províncias (2016)


Taxa de Demanda/ Demanda
Demanda real No. de clientes
Província electrificação Cliente estratificada/
(MW) 2016 (2016)
(%) (kW) Cliente
N Luanda 1358.3 718,015 1.892 2.000
N Bengo 27.7 14,784 1.874 2.000
N Cuanza Norte 29.4 28,376 1.036 1.000
N Malanje 37.3 35,430 1.053 1.000
N Uíge 25.9 34,709 0.746 1.000
N Zaire 21.0 14,025 1.517 1.500
N Cabinda 46.4 49,048 0.946 1.000
Subtotal 1546.3 50.8
C Cuanza Sur 41.4 45,038 0.919 1.000
C Benguela 160.0 100,685 1.589 1.500
C Huambo 49.6 49,086 1.011 1.000
C Bié 15.0 15,545 0.965 1.000
Subtotal 266.0 26.7
S Huíla 69.0 74,244 0.925 1.000
S Cunene 15.4 16,545 0.931 1.000
S Cuando-Cubango 19.2 7,832 2.451 2.000
S Namibe 31.9 27,766 1.149 1.000
Subtotal 135.1 7.3
E Moxico 11.3 11,515 0.981 1.000
E Lunda Norte 18.5 19,218 0.963 1.000
E Lunda Sur 12.0 11,767 1.020 1.000
Subtotal 41.8 5.4
TOTAL 1989.0 1,273,628 32.3 1.562
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT e ENDE)

5-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

5.3 Previsão da demanda de energia até 2040

5.3.1 Previsão da demanda de energia eléctrica

Devido ao facto de não haver correlação entre o crescimento do PIB e o crescimento da demanda de
energia eléctrica, e por não existirem dados organizados sobre o histórico da demanda de energia que
inclua a demanda potencial resolveu-se fazer a previsão da demanda de energia em Angola por
metodologia própria (ver o fluxograma abaixo).

Primeiro, será prevista a potência máxima anual com base nas previsões da INE sobre o aumento
populacional, plano de electrificação (meta governamental), previsão da demanda dos sectores
comercial, mineiro/ industrial (estimativas da ENDE) e o histórico de 2016 como mostrada na Tabela
5-3 Previsão da demanda de energia para os sectores comercial, mineiro e industrial. A seguir será
prevista a curva de carga diária de cada mês incluindo a demanda potencial e por regiões, e assim
estimar o factor de carga anual. Por fim, faz-se a previsão da demanda de quantidade de energia
eléctrica a ser gerada a partir da máxima demanda anual de energia eléctrica e o factor de carga anual.

< Panorama sócio-econômico >


・Panorama da estimativa de crescimento < Política e Plano>
populacional ・Plano de Eletrificação
・Atividades dos setores comercial e industrial

< Previsão de demanda máxima de energia >


・Crescimento máximo da demanda de energia pela Eletrificação (todo país, por região)
・Crescimento do demanda máxima de energia pelos setores comercial e industrial
(todo país, por região)

・Previsão do fator de carga por Sistemas de Energia


・Demanda mensal máxima de energia (Todo país, por Sistema)
・ Previsão da curva de carga (por Sistema)

・Previsão mensal de energia gerada (todo país, por sistema)


・Comparação Internacional do consumo de energia por pessoa

Figura 5-13 O fluxograma de previsão da demanda de energia em Angola

5.3.2 Previsão da máxima demanda anual de energia

(1) Plano de electrificação

Com base na taxa de electrificação de cada região em 2016 (32,3% para o país) elaborou-se o plano
de electrificação conforme exibido na Figura 5-14 de modo a avançar a electrificação a partir de locais
com alta densidade populacional e assim atingir a meta governamental de 60% em 2025.

5-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

100.0
2016 2020 2025
80.0

60.0

40.0
2016 2020 2025 2030 3035 2040
North 50.8 65.1 75.8 85.5 91.4 93.5
20.0 Central 26.7 35.0 43.9 52.9 62.7 71.6
South 7.3 27.5 37.5 47.0 56.5 66.0
0.0 East 5.4 18.2 26.5 34.7 44.6 56.4
Whole 32.3 49.5 59.5 68.8 76.3 81.6
Norte Central Sul Leste Todo

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

Figura 5-14 Plano de electrificação

(2) Previsão de demanda de energia para os sectores comercial e industrial

Foi feita a previsão tendo como pré-requisito a estimativa da ENDE sobre o aumento da demanda
de energia eléctrica (kW) nos sectores comercial, mineiro e industrial até 2025, e a participação de
20% no aumento da demanda em termos de potência máxima em 2040 pelos sectores comercial,
mineiro e industrial.

Tabela 5-3 Previsão da demanda de energia para os sectores comercial, mineiro e industrial

2020 2025 2030 2035 2040


N Luanda 66,7 92,5 192,5 292,5 392,5
N Bengo 3,9 20,8 40,8 60,8 80,8
N Cuanza Norte 20,8 88,6 138,6 188,6 238,6
N Malanje 16,4 20,8 40,8 60,8 80,8
N Uíge 20,8 65,5 115,5 165,5 215,5
N Zaire 22,9 49,2 79,2 109,2 139,2
N Cabinda 16,39 20,8 40,8 60,8 80,8
C Cuanza Sul 2,3 20,8 40,8 60,8 80,8
C Benguela 10,4 20,8 40,8 60,8 80,8
C Huambo 22,2 32,1 62,1 92,1 122,1
C Bié 1,9 20,8 40,8 60,8 80,8
S Huíla 10,5 20,9 40,9 60,9 80,9
S Cunene 3,4 20,8 40,8 60,8 80,8
S Cuando-Cubango 3,8 20,8 40,8 60,8 80,8
S Namibe 2,3 44,0 64,0 84,0 104,0
L Moxico 7,4 44,0 64,0 84,0 104,0
L Lunda Norte 7,4 44,0 64,0 84,0 104,0
L Lunda Sur 6,4 20,8 40,8 60,8 80,8
Total 246,0 668,3 1188,3 1708,3 2228,3
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

5-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(3) Previsão da máxima anual da demanda de energia

A demanda máxima de energia do sector civil baseada no plano de electrificação em cada Província
foi calcula pela equação de previsão abaixo:

A demanda máxima de energia do sector civil = taxa de electrificação × população/ média da população
por contrato × potência máxima por contrato

Onde,

Média da população por contractos: 6,8 pessoas/ contrato (resultado de 2016)

A potência máxima por contrato: A potência máxima por contractos estratificada e por províncias é
mostrada na Tabela 5-2.

A isso, adiciona-se a previsão de máxima anual da demanda de energia dos sectores comercial e
industrial de (2) e obtém-se a estimativa de máxima anual da demanda de energia por região (por
províncias) até 2040 conforme a Tabela 5-4 e a Figura 5-15.

Tabela 5-4 A revisão da máxima demanda anual de energia

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

5-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Norte Central Sul Leste

2016 2020 2025 2030 2035 2040


Norte 1,546 2,584 3,570 4,753 5,864 6,839
Central 266 574 877 1,275 1,765 2,313
Sul 135 267 499 758 1,060 1,409
Leste 42 91 249 346 490 665
Total 1,989 3,516 5,195 7,132 9,180 11,226

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

Figura 5-15 Estimativa da máxima potência anual

5.3.3 Previsão de curva de carga diária

No entanto, não existem dados organizados tanto em termos de fornecimento horário e demanda
potencial já que o Sistema Norte não possui dados organizados de demanda potencial a cada hora,
enquanto que em outros sistemas ainda não foi introduzido o sistema SCADA. No entanto, não existem
dados organizados tanto em termos de fornecimento horário nem de demanda potencial já que o
Sistema Norte não possui dados organizados de demanda potencial para cada hora, enquanto que em
outros sistemas além do norte ainda não foi introduzido o sistema SCADA.

(1) Sistema Norte

As máximas potências mensais dos últimos 3 anos do Sistema Norte mostradas na Figura 5-9 foram
normalizadas pela potência máxima anual e a sua média foi calculada (ver Tabela 5-5). A potência
máxima do ano ocorre em Dezembro, enquanto que a potência máxima de Julho é o menor, ficando em
77% da potência máxima do ano.

Tabela 5-5 A variação da potência máxima mensal (normalizada)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2015 87% 95% 91% 91% 88% 78% 74% 79% 82% 96% 98% 100%
2016 95% 96% 100% 94% 95% 83% 81% 77% 82% 89% 92% 99%
2017 94% 97% 100% 100% 94% 84% 84% 84% 84% ― ― ―
Média 92% 96% 97% 96% 93% 85% 77% 80% 84% 93% 96% 100%

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))

5-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Em seguida, é mostrada na Figura 5-8 A quantidade máxima de energia e o histórico da quantidade de


energia de corte planeada (Sistemas norte, central e sul)a curva de carga diária em cada mês de 2016 (os
3 dias mais altos, dias de semana e feriados). A curva foi estimada pela correcção da demanda em
horários de pico (3 horas) baseada na curva de carga dos meses de Agosto e Dezembro de 2016 e de
Janeiro de 2017 que apresentaram demanda potencial relativamente baixa. É mostrada na Figura 5-16
A curva de carga diária em 2016 (Sistema Norte) a curva de carga diária dos 3 dias mais altos, dias de
semana e feriados de cada mês como resultado estimado (normalizado pela potência máxima anual).

A partir deste resultado o factor de carga anual calculado em 70,3%.


3 dias mais altos
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

Dia da semana Feriados


Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

Figura 5-16 A curva de carga diária em 2016 (Sistema Norte)


Para o Sistema Norte é estimado que, pelo facto de incluir uma grande cidade que é Luanda, a
demanda de dia aumente relativamente em relação à demanda de pico que é ao entardecer. Pela
experiência de outros países é estimado que o factor de carga anual (70.3%) em 2040 aumente em
torno de 72% em relação ao 2016.

Com base no pressuposto acima estimou-se as curvas de carga diária de cada mês (3 dias mais altos,
dias de semana e feriados) até 2040. Destas são mostradas as curvas de carga diária da média dos 3 dias
mais altos até 2040 dos meses de Dezembro onde ocorre a potência máxima do ano e de Julho que
apresenta a menor potência máxima entre os meses.

5-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(MW) (MW)

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

Figura 5-17 O resultado da previsão da curva de carga diária (Sistema Norte: média dos 3 dias
mais altos)

(2) Sistemas Central, Sul e Leste

Como os dados horários de fornecimento de energia gerada nos sistemas central, sul e leste não
estão organizados, decidiu-se fazer a estimativa com base nos dados de fornecimento de energia de
sistemas regionais independentes (isolated) do sistema norte em 2016.A Figura 5-18 mostra a curva
de carga diária da média máxima de 3 dias em 2016 de sistemas regionais independentes do norte.

3 dias mais altos

Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)


Figura 5-18 Curva de carga diária do sistema independente no norte (2016)

As máximas potências mensais (a incluir demandas potenciais) em 2016 dos sistemas norte e sul
foram normalizadas pela potência máxima anual e a obtida a sua média (ver Tabela 5-6). A potência
máxima anual ocorre em Dezembro, enquanto que a potência máxima de Junho é a menor, ficando a
77% da potência máxima do ano.

5-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 5-6 A variação da potência máxima mensal (normalizada)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Centro 82% 84% 82% 80% 75% 73% 81% 90% 84% 94% 100% 96%
2016
Sul 94% 92% 93% 100% 95% 92% 93% 96% 96% 99% 97% 91%
Aplicado 92% 89% 87% 92% 81% 77% 78% 82% 78% 94% 96% 100%
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))

Como a demanda potencial média em 2016 do sistema central apresenta uma grande escala de
demanda conforme mostrada na Figura 5-8, e é 0,3 vezes a potência máxima mensal, foi estimada
uma curva de carga diária (normalizada pela potência máxima anual) pela correcção da demanda na
faixa de pico (3 horas) com base na proporção da demanda potencial mostrada acima. São mostradas
na Figura 5-19 as curvas de carga diária da média dos 3 dias mais altos de cada mês, dos dias de
semana e dos feriados como resultados da estimativa. A partir deste resultado o factor de carga anual
calculado foi de 56,8%.

Média dos 3 dias mais altos

Dias de semana Feriados

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

Figura 5-19 A curva de carga diária em 2016 (Sistemas Norte + Central + Leste)

Como os sistemas central, sul e leste possuem previsão de promoção da electrificação até 2040, as
suas curvas de carga diária deverão sofrer aumento de forma similar (tipo pico de iluminação de rua)
devido à demanda de consumo geral, embora a proporção entre a demanda comercial/ industrial e a

5-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

citada demanda de consumo não mude. Portanto, é suposto que o factor de carga anual (56,8%) de 2016
dificilmente sofrerá mudanças em qualquer um dos sistemas.

Com base no pressuposto acima estimou-se as curvas de carga diária de cada mês (3 dias mais altos,
dias de semana e feriados) dos sistemas central, sul e leste até 2040. Destas são mostradas na Figura
5-20 as curvas de carga diária da média dos 3 dias mais altos até 2040 nos meses de Dezembro (onde
ocorre a potência máxima do ano) e de Julho (que apresenta a menor potência máxima entre os meses
no sistema norte).

(MW) (MW)

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)


Figura 5-20 O resultado da previsão da curva de carga diária (Sistemas central + sul + norte:
média dos 3 dias mais altos)

(3) Para todo o país

Com base nos resultados de previsão acima, em termos de factor de carga anual do sistema nacional
(total dos sistemas norte, central, sul e leste), o factor de carga de 2016 (67,3%) deverá diminuir para
66,1% na altura de 2040. A principal razão disso é a diminuição da proporção da região norte na
demanda máxima de energia em todo o país que passa de 77,7% em 2016 para 61,0% em 2040, à
medida que a promoção da electrificação nas regiões central, sul e leste for promovida.

Dentre as curvas mensais de carga diária (3 dias mais altos, dias de semana e feriados) em todo o
país, são mostradas na Figura 5-21 as curvas de carga diária da média dos 3 dias mais altos até 2040
dos meses de Dezembro (onde ocorre a potência máxima do ano) e de Julho (que apresenta a menor
potência máxima entre os meses).

5-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(MW) (MW)

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)


Figura 5-21 O resultado da previsão da curva de carga diária (média dos 3 dias mais altos)

5.3.4 Previsão da demanda de energia gerada

A demanda da quantidade de energia a ser gerada pode ser obtida pela equação abaixo:

Quantidade de demanda a ser gerada (kWh) = potência máxima anual (kW) × 8.760 horas × factor de
carga anual

A Tabela 5-7 e a Figura 5-22 abaixo são resultados da previsão da demanda da quantidade de energia
a ser gerada com base na estimativa da potência máxima anual e factor de carga anual de cada sistema.

5-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 5-7 Previsão da máxima demanda anual de energia

(Unidade: GWh)
Norte Centro Sul Leste Todo
2016 9,522 1,325 673 208 11,728
2017 11,131 1,708 837 269 13,946
2018 12,743 2,092 1,001 331 16,167
2019 14,359 2,476 1,165 392 18,392
2020 15,977 2,860 1,329 453 20,619
2021 17,214 3,161 1,560 611 22,546
2022 18,452 3,462 1,791 768 24,474
2023 19,693 3,763 2,023 926 26,405
2024 20,937 4,065 2,254 1,083 28,339
2025 22,183 4,366 2,485 1,241 30,275
2026 23,678 4,762 2,743 1,337 32,520
2027 25,175 5,158 3,001 1,434 34,768
2028 26,675 5,555 3,258 1,530 37,019
2029 28,179 5,951 3,516 1,626 39,272
2030 29,685 6,347 3,774 1,723 41,529
2031 31,103 6,836 4,075 1,867 43,881
2032 32,525 7,324 4,376 2,011 46,235
2033 33,949 7,813 4,677 2,154 48,593
2034 35,375 8,301 4,978 2,298 50,953
2035 36,805 8,790 5,279 2,442 53,316
2036 38,066 9,335 5,626 2,616 55,643
2037 39,330 9,881 5,973 2,789 57,974
2038 40,597 10,427 6,321 2,962 60,306
2039 41,865 10,973 6,668 3,136 62,641
2040 43,136 11,518 7,015 3,309 64,979
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

Leste
Energia gerada

Sul

Central

Norte

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

Figura 5-22 O resultado da previsão da demanda da quantidade de energia a ser gerada

5-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

5.3.5 Avaliação macro do resultado da previsão de demanda

A fim de confirmar a adequação dos resultados de previsão de demanda foi feita a comparação com
os desempenhos de outros países em desenvolvimento. A Figura 5-23 é o gráfico da relação entre o PIB
per capita e a quantidade de consumo de energia (1973 a 2013) acrescido do histórico de consumo e do
resultado da previsão da demanda de Angola. As relações entre o PIB e a quantidade de consumo de
energia dos países apresentam diferenças de inclinação que é reflexo das diferenças de uso de energia
em cada país devido às suas condições climáticas e estruturas industriais próprias no entanto, cada país
apresenta um aumento relativamente linear.

A estimativa da taxa de crescimento populacional entre 2016 a 2040 é de uma diminuição gradual de
3% para 2,5%, enquanto que se presume que a taxa de crescimento do PIB até 2022 de 1,4%, segundo
estimativas do FMI, continuará nesse patamar, portanto, é esperado que o PIB per capita diminua. Por
outro lado, o consumo de energia eléctrica per capita continuará a aumentar quase linearmente, como
em outros países em desenvolvimento, portanto pode-se considerar coerente a previsão de demanda de
energia eléctrica até o ano de 2040.
Consumo per capita de eletricidade

PIB per capita (US$ costant 2010)

(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)

Figura 5-23 A relação entre a demanda de energia e o PIB

5-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Capítulo 6. Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de


Fontes de Energia
6.1 Recolha e análise de informações sobre as instalações das fontes de energia
existentes

6.1.1 Estado actual das instalações de fontes de energia energia existentes

(1) Composição das instalações de fontes energia

É mostrada na Tabela 6-1 a quantidade de instalações das centrais de produção de energia (excluindo
centrais de pequeno porte como pequenas hidroeléctricas, etc.) por regiões, e também na Figura 6-1 a
composição das instalações por tipos de fontes de energia.

Relativamente ao país, as centrais hidroeléctricas representam a maioria das fontes de produção de


energia e o restante é composto por centrais térmicas (turbinas a gás, diesel). No entanto, muitas das
centrais hidroeléctricas estão localizadas na região norte, enquanto que nas outras regiões a proporção
de centrais térmicas se torna relativamente maior.

Em termos de energias renováveis, existe uma central de biomassa em funcionamento enquanto


que não há desenvolvimento de centrais eólicas ou fotovoltaicas de grande porte.

Tabela 6-1 Principais unidades e tipo de produção por região (MW)

Hidroeléctrica Renovável Região


Termelé
Região (não incluindo Solar
pequeno porte) ctrica GT Diesel Biomass Eólica
PV
Todo país 4,339 2,365 1,181 743 50 0 0
Região Norte 3,527 2,172 899 407 50 0 0
Região Central 492 125 254 113 0 0 0
Região Sul 221 41 28 152 0 0 0
Região Leste 99 28 0 71 0 0 0

Composição da capacidade instalada


Hidrelétrica Biomassa

Todo país

Região Norte

Região Central

Região Sul

Região Leste

Figura 6-1 A composição da capacidade instalada

6-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Por outro lado, as centrais hidroeléctricas, térmicas e de energias renováveis estão se a deteriorar, e
algumas já estão avariadas ou funcionam abaixo da capacidade instalada. Principalmente as centrais
termoeléctricas apresentam uma queda acentuada na sua capacidade máxima de produção, e conforme
as capacidades máximas mostradas na Tabela 6-2, a situação não permite aproveitar 40% da potência
instalada média considerando todas as centrais térmicas existentes. Portanto, é necessário considerar a
potência disponível de fornecimento para avaliar a capacidade actual de fornecimento.
A Tabela 6-3 indica a capacidade de fornecimento por região e por tipo de produção de energia com
base na capacidade disponível de fornecimento. A Figura 6-2 indica a composição das instalações onde
se constata que a proporção de energia hidroeléctrica é superior a 65% e toda a produção é centrada na
hidroeléctrica acima da proporção da capacidade instalada.
Tabela 6-2 Potência máxima disponível das centrais térmicas (MW)
Termoeléctrica
Região Capacidade Available Capacidade
instalada (1) capacity (2) instalada (1)
Todo país 1,924 1,145 60%
Região Norte 1,306 751 58%
Região Central 367 226 61%
Região Sul 180 130 72%
Região Leste 71 38 53%
Tabela 6-3 A capacidade de fornecimento (MW) por regiões e por tipos de produção de energia
com base na capacidade disponível de fornecimento
Hidroeléctrica Termoeléctrica Renovável
Região Total (não incluindo
pequeno porte) GT Diesel Biomass GT Diesel
Todo país 3,441 2,286 739 406 10 0 0
Região Norte 2,941 2,150 549 202 10 0 0
Região Central 311 85 162 64 0 0 0
Região Sul 157 27 28 102 0 0 0
Região Leste 62 24 0 38 0 0 0
Composição da capacidade de produção disponível
Hidrelétrica Biomassa

Todo país

Região Norte

Região Central

Região Sul

Região Leste

Figura 6-2 Composição da capacidade instalada com base na capacidade disponível de


fornecimento

6-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(2) As formas de posse dos equipamentos

Foram organizadas na Tabela 6-4 as informações a respeito da responsabilidade de manutenção e


operação das centrais eléctricas existentes pela PRODEL e outros intervenientes. Tanto nas centrais
hidroeléctricas como nas térmicas, a operação de muitas instalações de fornecimento é feita
pela PRODEL. Principalmente as grandes centrais hidroeléctricas com alta capacidade de ajuste estão
sob controle da PRODEL, o que confere à companhia relevante papel no fornecimento estável de
energia.

Tabela 6-4 A responsabilidade por tipos de produção de energia (MW)

Hidroeléctrica Termoeléctrica Biomassa


Região Total
PRODEL Outros PRODEL PRODEL Outros PRODEL
Todo país 4,339 2,274 92 1,373 552 0 50
Região Norte 3,527 2,146 26 944 362 0 50
Região Central 492 75 50 337 30 0 0
Região Sul 221 41 0 28 152 0 0
Região Leste 99 12 16 63 7 0 0

(3) Centrais hidroeléctricas

São mostradas na Tabela 6-5 as informações básicas relacionadas às centrais hidroeléctricas existentes.

A capacidade instalada das centrais hidroeléctricas é de 2.373 MW em Outubro de 2017, destes 2.146
MW são gerados pelas 3 grandes centrais hidroeléctricas (Capanda, Cambambe e Lauca). Destes, a
central de Lauca ainda se encontra em construção embora já esteja a operar a unidade 2, e como será
descrito na sessão seguinte, está prevista a operação de novas unidades em sequência o que irá
aumentar ainda mais a capacidade de fornecimento das 3 grandes centrais.

Todas as 3 centrais estão localizadas no rio Kwanza. Destes a central de Capanda (520 MW) se
localiza no médio Kwanza é uma central que possui uma grande albufeira (capacidade efectiva de
36,51 milhões de m3) e foi o primeiro a ser desenvolvido no país. Posteriormente foi construída a
central de Cambambe (180MW). A barragem da central Cambambe teve a sua altura da albufeira
elevada posteriormente por mais 15 m, além da obra de reabilitação (com aumento da capacidade de
produção para 260 MW) e expansão da própria central (700 MW). As obras de reabilitação e
expansão foram feitas pela empresa Odbrecht Angola e os equipamentos de produção de energia ficou
sob a responsabilidade da empresa Voith.

A central Lauca (2.067 MW) se localiza no meio das duas centrais já descritas, e é uma central de
grande porte que possui uma grande albufeira (capacidade efectiva de 54,82 milhões de m3). Assim, no
momento essas 3 centrais desempenham um papel vital no fornecimento de energia eléctrica.

6-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(4) Centrais térmicas

São mostradas na Tabela 6-6 as informações básicas relacionadas às centrais hidroeléctricas existentes.

A central do Soyo é a primeira em Angola a produzir energia por ciclo combinado, no momento duas
turbinas a gás (total de 250 MW) que usam no momento diesel como combustível já entraram em
operação, espera-se que o o gás seja fornecido brevemente e a obra está prevista para ser concluída em
2018.

Quanto às outras centrais estão a operar algo em torno de 10 unidades de turbinas a gás de 20 a 40 MW
cada uma, sendo que a grande maioria são gerações a diesel de pequeno porte, e muitas instalações não
estão ligadas ao sistema tronco.

Muitos destes GT e geradores a diesel estão instalados nas subestações de sistemas regionais ou nas
suas proximidades, e são operados para mitigar a redução da tensão eléctrica. O ideal seria que
operassem realmente para estabilizar o sistema em horários de pico de demanda, mas na realidade são
operados para salvaguardar a escassez de capacidade de fornecimento o que resulta num longo tempo
de operação dos geradores. Este facto é considerado a causa do permanente alto custo de produção de
energia em Angola, e representa um dos constrangimentos a serem resolvidos pelo sector de energia do
país.

O combustível usado é basicamente o diesel sendo que uma pequena parte da turbina a gás usa
jetfuel (Jet B). Apesar de não haver produção de energia a gás no momento, de acordo com a
PRODEL, existe o plano futuro de substituir o combustível actual para o gás assim que o
fornecimento de gás se tornar viável de modo a economizar o custo de combustível. Estão em
andamento discussões com a Sonangol embora não exista nenhuma acção concreta no momento.

6-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 6-5 Lista de Centrais Hidroeléctricas (Outubro de 2017)

Local Capacid Número de Capaci


Conex ade unidades/ dade Ano de
Nome da Propriet
ão de Provínci Municí instalad capacidade disponí comission Observações
central ário Área Longitude Latitude a
rede a pio da unidade vel amento
(MW) (MW) (MW)
#1,#2 completado,
Lauca on grid PRODEL Norte Malanje - 15° 7'32.38"E 9°44'30.58"S 666.0 6x333,1x67 666.0 2017-2018 #3-#6 Em construção,
Total 2067MW
Capanda on grid PRODEL Norte Malanje Cacuso 15°27'48.85"E 9°47'35.02"S 520.0 4x 130 480.0 2004/2007 -
Kwanza
Cambambe on grid PRODEL Norte Norte
Dondo 14°28'44.76"E 9°45'4.40"S 260.0 4x 65 240.0 2012 -
Kwanza
Cambambe 2 on grid PRODEL Norte Norte
Dondo 14°29'1.08"E 9°44'47.27" 700.0 4x 175 640.0 2016 -

Mabubas on grid IPP Norte Bengo Dande 13°42'0.57"E 8°32'6.77"S 25.6 4x 6.4 24.0 2012 -

Biópio on grid PRODEL Central Benguela Lobito 13°43'36.24"E 12°28'4.58"S 14.58 4x 3.645 12.0 1955 -

Lomaúm on grid IPP Central Benguela Cubal 14°23'8.39"E 12°43'31.27"S 50.0 2x10, 2x15 50.0 2015 -

Gove on grid PRODEL Central Huambo Caála 15°52'12.72"E 13°27'7.41"S 60.0 3x 20 35.0 2012 -

Matala on grid PRODEL Sul Huíla Matala 15° 2'30.93"E 14°44'39.96"S 40.8 3x 13.6 27.2 1959 -

On grid Total= 2,337.0 2,174.2


Lunda
Luachimo off grid PRODEL Leste Norte
Dundo 20°50'35.45"E 7°21'48.94"S 8.4 4x 2.1 4.0 - Fora de serviço no momento

Chicapa off grid IPP Leste Lunda Sul Saurimo 20°21'14.94"E 9°29'8.64"S 16.0 4x 4 14.0 - -

Chiumbe Dala off grid PRODEL Leste Lunda Sul 20°12'14.75"E 11° 1'19.39"S 12.0 2x4, 2x2 10.0 2017 -

Off grid Total= 36.4 28.0

Hidroeléctrica Total = 2,373.4 2,202.2

6-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 6-6 Lista de Centrais Térmicas (Outubro de 2017)

Local Capacidade Número de Capacidade Ano de


Nome da Conex Proprietá Combust
instalada unidades/ capacidade disponível comissiona Tipo Observações
central ão rio (MW) da unidade(MW) (MW) mento ível
Área Província Município Longitude Latitude

Soyo on grid PRODEL Norte Zaire Soyo 12°20'51.70"E 6°10'40.60"S 250,0


GT 4x125,
250,0
2017-201
GT Diesel/NG #1,2 em operação,
ST 2x125 8 Total 750MW(CCGT)
CD Benfica on grid PRODEL Norte Luanda Belas 13° 9'54.40"E 8°57'14.73"S 40,0 10x 4 24,0 2013 Gasóleo Diesel

CT Cazenga #1 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 24,4 1x 24.4 0,0 1979 GT Diesel N/D

CT Cazenga #2 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 32,0 1x 32.8 32,0 1985 GT Gasóleo
N/D
CT Cazenga #3 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 40,0 1x40 40,0 1993 GT Gasóleo N/D

CT Cazenga #4 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 13°18'23.38"E 8°48'53.54"S 22,4 1x 22.45 0,0 - GT Jet B

CT Cazenga #5 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 22,4 1x 22.45 0,0 - GT Jet B

CT Cazenga #6 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 22,0 1x 22 18,00 2010 GT Jet B

CT Cazenga #7 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 22,0 1x 22 18,00 2010 GT Jet B

2012-201
CT CFL on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 13°16'36.78"E 8°49'41.66"S 125,0 5x 25 75,0
3
Diesel Diesel #1,#3 N/D

CD Viana Km9 on grid PRODEL Norte Luanda Viana 13°18'59.68"E 8°51'59.71"S 40,0 24x 1.66 25,0 2013 Gasóleo Diesel

CT Boa Vista I on grid PRODEL Norte Luanda Luanda 45,0 1x 45 0,0 2011 GT Gasóleo N/D
N/D
CT Boa Vista II on grid PRODEL Norte Luanda Luanda 13°13'19.10"E 8°49'20.40"S 45,0 1x 45 0,0 2011 GT Gasóleo

CT Boa Vista III on grid PRODEL Norte Luanda Luanda 41,2 1x 41.2 24,0 2011 GT Gasóleo

CT Refinaria on grid IPP Norte Luanda Cazenga 13°18'28.20"E 8°46'56.37"S 25,5 - 0,0 - GT Gasóleo

CT CIF Thermal on grid IPP Norte Luanda Viana 13°34'0.35"E 9° 6'29.84"S 50,0 - 0,0 - GT Gasóleo

CD Capopa 1 on grid PRODEL Norte Malanje Malanje - - 4,5 - 0,0 2013 Gasóleo Diesel

6-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Local Capacidade Número de Capacidade Ano de


Nome da Conex Proprietá Combust
instalada unidades/ capacidade disponível comissiona Tipo Observações
central ão rio (MW) da unidade(MW) (MW) mento ível
Área Província Município Longitude Latitude

CD Capopa 2 on grid PRODEL Norte Malanje Malanje - - 19,6 5x3.9 15,7 2015 Gasóleo Diesel

CT Camama on grid PRODEL Norte Luanda Belas - - 50,0 2x25 50,0 2017 GT Gasóleo

CT Biópio on grid PRODEL Central Benguela Lobito 13°43'21.66"E 12°27'48.10"S 22,0 1x22.0 0,0 1977 GT Gasóleo

2010-201
CT Quileva on grid PRODEL Central Benguela Lobito 13°35'23.96"E 12°22'54.95"S 182,3 6x15,3x30.78 112,3
7
GT Gasóleo #2-5 N/D

CT Belem on grid PRODEL Central - - - - 50,0 2x25 50,0 2017 GT Gasóleo

CD Quileva
(Aggreko)
on grid IPP Central Benguela Lobito 13°35'20.90"E 12°22'58.58"S 30,0 39x0.79 26,4 - Diesel Diesel

CD Lobito on grid PRODEL Central Benguela Lobito 13°32'29.78"E 12°22'1.80"S 20,0 4x5.0 0,0 1986 Gasóleo Diesel N/D

CD Cavaco on grid PRODEL Central Benguela Benguela 13°25'57.06"E 12°35'11.60"S 20,0 5x4.1 8,0 2013 Gasóleo Diesel #1,2,4,5 N/D

CD Benfica on grid PRODEL Central Huambo Huambo 15°44'45.10"E 12°45'13.75"S 15,0 4x 3.75 11,3 2013 Gasóleo Diesel #3 N/D

CD Lubango on grid PRODEL Sul Huíla Lubango 13°30'52.08"E 14°55'53.49"S 40,0 11x2.61 29,1 2013 Gasóleo Diesel

CD Arimba on grid PRODEL Sul Huíla Lubango 13°34'48.45"E 14°57'7.87"S 40,0 28x1,43 31,4 2012 Gasóleo Diesel

On grid Total= 1 340,3 840,2

CD Morro Bento off grid IPP Norte Luanda Belas 13°11'21.47"E 8°53'29.65"S 40,0 40x1,05 0,0 2017 Gasóleo Diesel N/D

CT Morro Bento 2 off grid PRODEL Norte Luanda Belas 13°11'21.47"E 8°53'29.65"S 50,0 2x 25 25,0 2017 GT Gasóleo #1 parado

CT Rocha Pinto off grid IPP Norte Luanda Belas - - 40,0 2x 20 - - GT Gasóleo N/D

CD Quartéis off grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 13°14'26.92"E 8°50'24.79"S 32,0 8x 3.75 16 2013-17 Diesel Diesel

CD Cassaque off grid PRODEL Norte Luanda Viana 13°21'56.56"E 9° 6'58.12"S 20,0 18x 1.22 9,2 2013 Gasóleo Diesel

CD Morro da Luz off grid IPP Norte Luanda Belas 13°11'50.09"E 8°52'13.68"S 20,0 29x1,38 0,0 - Diesel Diesel

CT Viana off grid PRODEL Norte Luanda Viana 13°18'59.68"E 8°51'59.71"S 22,0 1x22 22,0 2010 GT Gasóleo

6-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Local Capacidade Número de Capacidade Ano de


Nome da Conex Proprietá Combust
instalada unidades/ capacidade disponível comissiona Tipo Observações
central ão rio (MW) da unidade(MW) (MW) mento ível
Área Província Município Longitude Latitude

CD Kianganga off grid PRODEL Norte Zaire Zaire - - 19,7 - 11,13 2006-15 Diesel Diesel

CD Tomboco off grid PRODEL Norte Zaire Zaire - - 1,0 1,016 - Diesel Diesel

CD Kaluapanda off grid PRODEL Central Bié Kuito - - 10,0 4x2,5 5,0 2011 Gasóleo Diesel #1,2 N/D

CD Caála off grid PRODEL Central Huambo Caála - - 2,0 - 0,0 2004-09 Diesel Diesel

CD Bailundo off grid PRODEL Central Huambo Bailundo - - 2,7 - 2,26 2013 Gasóleo Diesel

CD Camacupa off grid PRODEL Central Bié Camacupa - - 3,2 - 1,2 2001 Gasóleo Diesel

CD Chinguar off grid PRODEL Central Bié Chinguar - - 2,1 - 1,39 2008 Gasóleo Diesel

CD Lossambo off grid PRODEL Central - - - - 8,0 - 8,0 - Diesel Diesel

CD Xitoto I off grid IPP Sul Namibe Namibe 12°10'14.86"E 15° 8'44.90"S 11,2 2x5,6 0,0 - Diesel Diesel N/D

CD Xitoto II off grid IPP Sul Namibe Namibe 12°10'14.85"E 15° 8'42.01"S 10,2 6x 1.66 6,8 2013 Gasóleo Diesel

CT Xitoto III off grid PRODEL Sul Namibe Namibe 12°10'14.85"E 15° 8'42.01"S 28,0 1x28 28,0 GT Gasóleo

CD Airport off grid IPP Sul Namibe Namibe 12° 7'26.88"E 15°14'20.56"S 11,7 3x3,89 7,8 2013 Gasóleo Diesel #2 N/D

CD Ondjiva off grid IPP Sul Cunene Ondjiva - - 10,2 3x 3,33 6,8 2013 Gasóleo Diesel

CD Menongue off grid IPP Sul K. Kubango Menongue 17°41'52.31"E 14°39'24.65"S 11,9 7x1,71 8,5 2013 Gasóleo Diesel

CD Tômbwa off grid IPP Sul Namibe Tômbwa 11°51'0.70"E 15°48'17.30"S 9,6 5x1,4, 2x 1,2 4,32 2014-15 Diesel Diesel

CD Cuito
off grid IPP Sul Kuando Kubango 19° 8'44.30"E 15° 8'29.50"S 7,5 5x 1,7 7,5 2015 Gasóleo Diesel
Cuanavale

Off grid Total= 372,9 171,9

CD Saurimo off grid PRODEL Leste Lunda Sul Sumbe 20°24'5.16"E 9°38'32.58"S 14,1 5x 2,5 4,1 2011-14 Diesel Diesel

Lunda
CD Dundo Nova off grid PRODEL Leste Dundo 20°48'20.98"E 7°22'55.82"S 30,0 8x 3.75 22,5 2013-14 Diesel Diesel
Norte

6-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Local Capacidade Número de Capacidade Ano de


Nome da Conex Proprietá Combust
instalada unidades/ capacidade disponível comissiona Tipo Observações
central ão rio (MW) da unidade(MW) (MW) mento ível
Área Província Município Longitude Latitude
CD Luena
off grid PRODEL Leste Moxico Luena 19°56'44.40"E 11°45'39.72"S 7,5 5x 1,7 3,0 2012 Gasóleo Diesel
(Hynday)
CD Luena
off grid PRODEL Leste Moxico Luena 19°54'40.62"E 11°47'30.00"S 6,5 2x1,64+2x1,6 1,6 2013 Gasóleo Diesel
(Catherpillar)

CD Luau off grid PRODEL Leste - - - - 5,4 - 3,6 2015 Gasóleo Diesel

CD Era off grid IPP Leste - - - - 7,4 - 3,0 - Diesel Diesel

Off grid (Cabinda) Total= 70,9 37,8

Termoeléctrica (terreno principal) Total= 1 784,0 1 050,0

CD Chibodo off grid IPP Cabinda Cabinda - - - 30,6 18x1,67 15,3 2014 Gasóleo Diesel

CT Malembo I / II /
off grid PRODEL Cabinda Cabinda - - - 95,0 2x35,1x25 70 2012-15 GT Gasóleo
III

CD Santa Catarina off grid IPP Cabinda Cabinda - - - 10,2 6x 1.7 6,8 2014 Gasóleo Diesel

CD Belize off grid IPP Cabinda Cabinda - - - 2,2 2x 1,1 1,1 2014 Gasóleo Diesel

CD Buco Zau off grid IPP Cabinda Cabinda - - - 2,2 2x 1,1 2,2 2014 Gasóleo Diesel

Off grid (Cabinda) Total= 140,2 95,4

Termoeléctrica Total= 1 924,2 1 145,4

Legenda: CT: Gas Turbine, CD: Diesel

6-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

6.1.2 Características das centrais hidroeléctricas de grande porte

Como foi descrito no parágrafo anterior (3), as grandes centrais hidroeléctricas foram
desenvolvidas ao longo do rio Kwanza, sendo que antes da central Lauca entrar em operação existiam
as centrais Capanda e Cambambe (potência instalada total: 1.480 MW) que eram as principais
centrais do Sistema Norte.

A central Capanda situa-se no trecho médio do rio Kwanza, e se localiza a montante de todo o
restante do grupo de centrais existentes. O volume de influxo de água à albufeira da central Capanda é
mostrada na Figura 6-3 pelo que é possível perceber que existe uma grande diferença no volume de
influxo entre o período de seca e de cheias, e mesmo para o volume do período de cheias existe uma
grande variação entre cada ano.

A Figura 6-4 mostra o histórico da capacidade de produção da central Capanda. Na produção


mensal de energia a variação anual do influxo tem sido harmonizada pelos efeitos da operação da
albufeira, mesmo assim a capacidade gerada no período seco, entre Setembro a Outubro, é inferior à
produção do período de cheias. Além disso, o período de 2011-12 apresentou uma grande seca que
resultou em pouco volume de influxo no período de cheias, o que reflectiu na grande redução da
capacidade gerada no período seco. O período 2016-17 também apresentou pouco volume de influxo
que reflectiu na redução da capacidade de produção no período seco.

A capacidade disponível de produção de uma central hidroeléctrica depende muito do caudal do rio,
assim na operação de centrais hidroeléctricas com albufeiras é necessário represar de forma planeada
o volume de influxo de modo a garantir a capacidade de produção no período de seca. Especialmente
em Angola que possui rios com grande disparidade de caudal entre os períodos seco e de cheias, é
necessário fazer o planeamento a longo prazo levando-se em conta o efeito da operação da albufeira
que se faz reflectindo a estimativa da capacidade de produção disponível para cada mês.

6-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Descarga mensal

Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai

Figura 6-3 Histórico do volume de influxo na central Capanda


Produção mensal

Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai

Figura 6-4 Histórico de produção na central Capanda

6.1.3 Instalações em construção

(1) Centrais hidroeléctricas

No momento, estão em construção duas centrais hidroeléctricas de grande porte que são a central
Lauca (2.067 MW) e Caculo Cabaça (2.170 MW). Ambas as centrais possuem uma grande albufeira e
se localizam no rio Kwanza, numa posição intermediária entre a central Capanda e a Cambembe.

6-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Para além das duas localidades citadas também estão em andamento obras de reabilitação de
centrais existentes, todas elas de pequeno porte.

<Central Lauca>

A central Lauca é de uma central tipo barragem e se localiza a jusante da central Capanda, ela é
composta de 6 turbinas geradoras tipo Francis (333,3 MW x 6) e um gerador por descarga de
manutenção. O projecto foi financiado por Brasil e as obras foram feitas por ODEBRECHT,
enquanto que o moinho-de-água foi fornecido pela empresa ANDRIZ HYDRO. A unidade 1 entrou
em operação em Julho de 2017, e a unidade 2 em Outubro do mesmo ano, e as unidades subsequentes
também estão planeadas para entrarem em operação a cada 2 meses.

<Central Caculo Cabaça>

A central Caculo Cabaça foi planeada a jusante da central Laca, e também é do tipo barragem
sendo composta de 4 turbinas geradoras tipo Francis (530 MW x 4) e um gerador por descarga de
manutenção. O financiamento do projecto foi feito por Industrial and Commercial Bank of China
(ICBC) e as obras ficaram a cargo da JV formado por CGGC (China Gezhouba Group Co. Ltd),
BOREAL INVESTMENTS LIMITED, CGGC e NIARA -HOLDING LDA. No momento, se
encontra em fase inicial dos trabalhos de preparação da obra de construção e desde Agosto de 2017
está a ser feita a obra de desvio do rio. O período de construção da estrutura principal da barragem
está previsto para durar 80 meses.

(2) Centrais térmicas

Está a avançar a construção da central Soyo 1 que será a primeira central de ciclo combinado em
Angola. Comparada com as centrais térmicas existentes a central Soyo1 é uma central de produção de
energia de grande porte e de alta eficiência.

<Central térmica Soyo1>

A central térmica Soyo1 está em construção na Província de Zaire (Figura 6-5) a noroeste de Angola
(uma parte da turbina a gás já está a operar de forma experimental usando o diesel como combustível)
sendo uma central de ciclo combinado gás-diesel com potência total de 750 MW. A central é composta
por dois conjuntos de centrais de ciclo combinado em série, sendo que cada conjunto possui 2 turbinas
geradoras e duas caldeiras de recuperação (HRSG) e uma turbina geradora a vapor (2 on 1), com
potência de 375 MW.

Além disso, já foi construído o gasoduto que liga a base de LNG Angola e a central, e a previsão é
que o fornecimento de gás à central comece em Novembro.

6-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Central térmica Soyo1

Angola

Figura 6-5 A localização da central térmica Figura 6-6 Maquete final da central térmica
Soyo1 Soyo1

As especificações das principais instalações da central térmica Soyo 1 são mostradas abaixo:

(a) As principais instalações


Instalação Capacidade x unidades Modelo Fabricante
Gas Turbine 125 MW x 4 sets  MS9001E GE
Steam Turbine 125 MW x 2 sets  TCDF GE
Generator (GT) 125 MVA x 4 sets  Hydrogen Cooling GE
Generator (ST) 125 MVA x 2 sets  Synchronous
HRSG HP= 145.27 t/h and  Horizontal Hangzhou
LP=181.08 t/h x 4 sets  Natural Circulation

(b) Desempenho

Itens Garantia
Eficiência da central (LHV,%) 49.6 % at 15℃, 60%RH, 1,013mbar
Potência de produção (MW) 750 MW
Alimentação interna (kW) 21.100 kw at 15℃, 60%RH, 1,013mbar
NOx (ppm) 41 ppm at 15% of O2

1. Observações:
i) A turbina a gás da Soyo1 (fabricado por GE) é capaz de operar tanto a gás como a
gasóleo, e inicialmente operou a gasóleo e posteriormente com a conclusão do gasoduto
começou a operar a gás. Em Janeiro de 2018, 3 das 4 turbinas a gás já concluíram a

6-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

inspecção final. As obras ficaram a cargo do GAMEC e após a sua conclusão as


instalações serão passadas a PRODEL.
ii) O gasoduto que vai ligar Soyo1 cuja obra é da responsabilidade da Sonagás foi concluído
em Outubro de 2017. O gasoduto construído ligará a instalação de refino de gás existente
no Porto de Soyo e a central Soyo1. A extensão do gasoduto será de 8 km com diâmetro
de 20 polegadas. O fornecimento de gás a Soyo1 será de 114 MMscfd (million standard
cubic feet per day). É dito que a capacidade de produção das fábricas de gás é de 1.000
MMscfd, mas os dados exactos têm de ser confirmados junto da Sonangol.
iii) Em termos do preço do gás, o lado da oferta (Sonagas) solicitava USD 5/ MMBtu,
enquanto que o lado do operador da central (PRODEL) solicitava o preço de USD 3/
MMBtu, ambas as partes acordaram no valor de USD 3/ MMBtu.
iv) O preço do diesel praticado no momento na Soyo1 é igual ao de outras regiões.
v) O Projecto Soyo1 foi financiado pelo Banco da China (National Bank of China).
vi) Existe espaço disponível no terreno da central para se construir a central do Soyo2. De
notar que Soyo1 é designado pelo Governo como parque industrial e está previsto que,
além da construção da central térmica, haja continuidade na atracção de novas fábricas e
a expansão do próprio terreno do projecto.
vii) No plano futuro de construção da nova central térmica a gás, apenas a construção da
central Soyo 2 tem tomado forma. A construção da Soyo 2 está planeada para ser feito
por um IPP e a concessão foi dada a uma empresa de capital doméstico de Angola (AE
Energia). No entanto permanecem, questões de enquadramento legal e de PPA
relacionados ao desenvolvimento de IPP, o que tem prejudicado a definição do
cronograma de desenvolvimento do projecto.
viii) No momento, existe a informação de que a Sonangol está a elaborar o Plano Director de
Gás e que há planos futuros de ligar através de gasodutos a base de LNG de Soyo e as
cidades portuárias (Luanda Benguela, Namibe, etc.). Há planos de transportar o gás
através de comboio, de modo a renovar as actuais centrais a diesel para as de gás.
ix) Existem 570 trabalhadores na obra de construção da Soyo1, dos quais 55% são
trabalhadores locais.

6-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(c) Fotos:

A imagem da central a partir da estrada de acesso Turbina a gás No.4


(em construção)

O edifício da turbina a vapor 400 kV GIS


6.2 Recolha e análise de informações sobre os planos existentes de desenvolvimento
de fontes de energia

No momento, não há um Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia que aclare o período de


desenvolvimento de fontes de energia, de modo a anteder o aumento do volume da demanda. Existe o
planeamento, publicado em Angola Energia 2025, em termos de locais candidatos para a construção
das novas centrais. Por outro lado, como o GAMEK revisou as especificações de planeamento nos
projectos individuais de cada central, é preciso considerar que o plano de uma parte das centrais foi
modificada e as especificações mais recentes dos locais candidatos estão actualizadas nos projectos de
centrais sob responsabilidade do GAMEK.

(1) Locais candidatos ao desenvolvimento de centrais hidroeléctricas

A Tabela 6-7 indica os locais candidatos ao desenvolvimento de projectos de centrais


hidroeléctricas em carteira. É possível notar que está em curso o desenvolvimento de centrais de
grande porte como a central de Laúca, de classe 2.000 MW, que está em construção, e a central
Caculo Cabaça que está em fase de preparativos para a obra. Em termos de precisão de levantamento
das informações de outros locais candidatos, o estágio de avanço de projecto em que se encontram

6-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

varia desde a fase de plano teórico (blueprint) até a fase de estudo de viabilidade, mas ainda restam
locais candidatos a projectos com capacidade somada de no máximo 1.000 MW de produção.

Tabela 6-7 Os locais candidatos ao desenvolvimento de centrais hidroeléctricas

Local Custo do
Capacidad
Tipo

Proprietár projecto
Nome da central e instalada Observações
io Área Província (Milhões
(MW)
de . USD)
Lauca PRODEL Norte Malanje 2,067 4,300
Caculo Cabaça PRODEL Norte Kwanza Norte 2,172 4,500
Zenzo PRODEL Norte Kwanza Norte 950 N/A
Tumulo do Caçador PRODEL Norte Kwanza Norte 453 1,041
Cafula PRODEL Norte Kwanza Sul 403 1,121
Genga PRODEL Norte Kwanza Sul N/A
Benga PRODEL Norte Kwanza Sul 987 N/A
Sanga Norte Kwanza Sul N/A
Quilengue PRODEL Norte Kwanza Sul 217 N/A
Cachoeira Norte Kwanza Sul N/A
Carianga Norte Kwanza Norte 381 1,295
Bembeze Norte Kwanza Norte 260 768
Quissonde Norte Kwanza Sul 121 838
Cuteca Norte Kwanza Sul 203 734
Lomaúm (extension) IPP Central Benguela 160 385
Cacombo IPP Central Benguela 29 319
Hidroeléctrica

Calangue IPP Central Benguela 190 471


Salamba Central Bie 48 324
Cunje Central Bie 8
Quissuca IPP Central Kwanza Sul 121 567
Capitongo Central Benguela 41 239
Calindo Central Benguela 58 187
Baynes PRODEL Sul Namibe 300 660 300 of 600MW
(50%) is Namibia
Mucundi Sul Cuando 74 538
Cubango
Jamb Ya Oma IPP Sul Huila 75 500
Jamb Ya Mina IPP Sul Huila 180 710
HPP Chiumbe Dala Leste Lunda Sul 8 30
Chicapa II (extension) IPP Leste Lunda Sul 100 N/A
Luachimo (extension) Leste Lunda Norte 34 N/A
Cuango IPP Leste Lunda Norte 30 158
Luapasso IPP Leste Lunda Norte 25 206 (H.S.Luapasso)
Camanengue IPP Leste Lunda Norte 29 173 (H.S.Luapasso)
Samuela IPP Leste Lunda Norte 15 93 (H.S.Luapasso)
Total = 9,666
No entanto, percebe-se que os locais de potencial hídrico de grande porte já são limitados e a
potência total gerada ficaria em torno de 10 GW, mesmo somando os locais de pequeno e médio porte.

(1) Locais candidatos ao desenvolvimento de centrais térmicas

Em termos de locais candidatos ao desenvolvimento de centrais térmicas, estão a ser planeadas


expansão e/ou reabilitação de centrais térmicas existentes de pequeno a médio porte. Todas estas
centrais usam turbinas a diesel e/ou gás, todas de pequeno a médio porte. O plano de desenvolvimento
de centrais térmicas de grande porte, após a conclusão da Soyo 1, decidiu pelo desenvolvimento da
central de ciclo combinado Soyo2 (720 MW), no entanto não existem outros locais subsequentes com
propostas concretas de desenvolvimento.

6-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(2) Plano de desenvolvimento de energias renováveis

Em termos de produção de energias renováveis, no momento existem pequenas centrais


hidroeléctricas e de biomassa.

A produção por pequenas hidroeléctricas é feita principalmente em regiões não electrificadas e


foras da rede e estão previstos novos desenvolvimentos por IPPs, no entanto a sua produção total
permanece na ordem de 60 MW.

A produção de energia de biomassa é feita no momento unicamente pela central Biocom (50MW).
No Angola Energia 2025 está previsto o desenvolvimento de 500 MW até 2025, por outro lado, em
termos de locais candidatos concretos para projectos vindouros estão planeados somente 100 MW a
incluir a produção de energia a partir de resíduos sólidos.

Em termos de produção de energia solar e eólica, apesar de ainda não ter sido feito nenhum trabalho
real já estão a ser seleccionados de forma específica locais candidatos ao desenvolvimento com base
na identificação dos potenciais de cada tipo de central. As listas dos locais candidatos a
desenvolvimento promissor foram obtidas junto ao MINEA e estão exibidas na Tabela 6-8 e Tabela
6-9. O Angola Energia 2025 estipula o desenvolvimento de 100 MW para cada fonte de energia até
2025, e existem planos para outros locais candidatos além dos compilados na tabela, o que leva a
considerar que existe um potencial de desenvolvimento que deve superar o planeado no Angola
Energia 2025.

Tabela 6-8 Projectos candidatos de centrais eólicas

Capacidade
Nº Nome do Projecto Observações
(MW)
1 BENIAMIN 52 Benguela
2 CACULA 88 Huila
3 CHIBIA 78 Huila
4 CALENGA 84 Huambo
5 GASTAO 30 Kwanza Norte
6 KIWABA NZOJI I 62 Malanje
7 KIWABA NZOJI II 42 Malanje
8 MUSSEDE I 36 Kwanza Sul
9 MUSSEDE II 44 Kwanza Sul
10 NHAREA 36 Bie
11 TOMBWA 100 Namibe
Total 652

6-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 6-9 Projectos candidatos de centrais de energia solar

Capacidade
Nº Nome do Projecto Observações
(MW)
1 BENGUELA 10 Benguela
2 CAMBONGUE 10 Namibe
3 CARACULO 10 Namibe
4 CATUMBELA 10 Benguela
5 LOBITO/CATUMBELA 10 Benguela
6 LUBANGO 10 Huila
7 MATALA 10 Huila
8 QUIPUNGO 10 Huila
9 TECHAMUTETE 10 Huila
10 NAMACUNDE 10 Cunene
Total 100

6.3 Preparativos para o estudo do plano de desenvolvimento de fontes de energia de


longo prazo

6.3.1 Configuração das diversas condicionantes relativas à avaliação económica, etc. calculadas
por PDPAT

(1) Fiabilidade de fornecimento

O LOLP e LOLE são indicadores de avaliação do grau de fiabilidade do sistema de instalações de


fornecimento de energia eléctrica, e em geral é adoptada a LOLE (expectativa de perda de carga).
Como referência são mostrados abaixo os valores de fiabilidade de fornecimento de diversos países, e
o valor meta para Angola será LOLE = 24 horas/ ano igualmente adoptado em outros países
emergentes.

 França, Reino Unido: 3 horas/ ano


 Países em desenvolvimento: 5 dias/ ano
 Países emergentes: 24 horas/ ano

(2) O custo de construção da central

Os custos de construção de novas centrais diferem de acordo com o local a ser construído. Além
disso, na elaboração do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de Longo Prazo é necessário
considerar os planos de centrais que ainda não estão materializados. Portanto, foram configurados
custos unitários padrões de construção de uma central por tipos de fontes de energia, que serão usados
como valores de custo de construção das centrais.

Na produção de energia eólica e solar será considerado que toda a energia produzida foi vendida
pelo mesmo valor (equivalente à compra pelos IPPs e outros), e não será configurado nenhum custo
unitário de construção.

6-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 6-10 Custo de construção de cada central

Custo unitário
Tipo de capital Nota
($/kW)
Grande escala 2.700 Média de Angola
Hidroeléctrica Média/ Pequena
5.400 Idem acima
escala
Ciclo Combinado 1.200 Custo de construção do Soyo TPP
Termoeléctrica Turbina de gás 650 Preço internacional
Gasóleo 900 Preço internacional
Eólico - Considerado no custo de produção
Renováveis
Solar - Considerado no custo de produção
(3) As Características das Centrais Térmicas

As centrais térmicas candidatas consideradas na elaboração do Plano de Longo Prazo são os 4 tipos
mostrados na Tabela 6-11, onde se estimaram os valores mostrados para eficiência da produção de
energia.

Tabela 6-11 Os Combustíveis usados nas centrais térmicas e as suas eficiência de produção

Tipo de produção Tipo de combustível Eficiência de calor (%)

Ciclo Combinado GN, LNG, LNG 56%


NG, LPG 38%
Central Turbina de gás
LFO 36%
térmica
Gasóleo LFO 42%
Biomassa Biocombustível 30%
(4) As diversas condicionantes em relação à avaliação económica, etc.

Não existem no momento referências em Angola a respeito da metodologia de avaliação económica


e a configuração de condicionantes tais como a taxa de juros de desconto, os anos de amortização,
período de carência, etc. e portanto, resolveu-se configurar com base nas condições gerais.

Tabela 6-12 As diversas condicionantes usadas na avaliação económica

Tempo Recuper O&M Taxa de


Deprecia Juros
Tipo de produção de vida ação outros Despesa
ção (%)
(ano) (%) (%) Anual (%)
Hidroeléctrica 40 1 11,2
Ciclo Combinado 25 3 14,0
Central Turbina de gás 20 Método 5 16,8
térmica Gasóleo 20 da linha 10 0 5 16,8
Biomassa 20 reta 2 13,8
Eólico 20 1 12,8
Renováveis
Solar 20 1 12,8

6-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(5) Taxa de parada por acidentes

A evolução na taxa de paradas por acidentes das centrais nos últimos anos (relação entre o
tempo de parada anual causado pela central, excluindo a inspecção periódica) é mostrada na Figura
6-7. Tanto as centrais térmicas como as hidroeléctricas apresentam uma tendência de redução na taxa
de acidentes nos últimos anos, sendo que em 2017 as térmicas apresentaram uma redução de 8%
enquanto que as hidroeléctricas cerca de 2%. É esperado que o actual patamar se mantenha e esses
valores serão usados na elaboração do Plano de Desenvolvimento.

→ 8%

→ 2%

Data em 2016 e N/A

Figura 6-7 A evolução da taxa de parada por acidentes das centrais

(6) A quantidade de calor dos combustíveis a serem utilizados nas centrais térmicas e a unidade de
emissão de gases de efeito estufa

Para a quantidade de calor dos combustíveis a serem utilizados nas centrais térmicas e a unidade de
emissão de gases de efeito estufa serão usados valores gerais conforme a Tabela 6-13.

Tabela 6-13 A quantidade de calor dos combustíveis e a unidade de emissão de gases de efeito estufa

Valor calorífico Emissão de CO2


Combustível
(kcal/kg) (kg-C/1000kcal)
LNG 13.000 kcal/kg 0,05735
NG 9.800 kcal/m3 0,05735
LPG 12.000 kcal/kg 0,06857
HFO 9.200 kcal/ l 0,08087
LFO 9.100 kcal/ l 0,07865
Biomassa 1 200 kcal/m3 -

6-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(7) Custo de combustível

No estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de Longo Prazo, é


necessário definir os futuros preços do combustível. Por este motivo, serão usados os preços estimados
na Tabela 6-14 que se baseiam nos preços internacionais correntes e na estimativa de longo prazo da
IEA (Novo Cenário de Políticas).

Tabela 6-14 Preços de combustíveis a serem usados no estudo do Plano de Desenvolvimento

unid.: centavos de USD/ Mcal


Petróleo Bruto
Ano LFO HFO LPG GN LNG
(Crude Oil)
2015 3,281 3,948 3,919 4,041 1,036 4,087
2016 3,641 4,382 4,349 4,485 1,155 4,032
2017 4,001 4,815 4,780 4,928 1,275 3,976
2018 4,361 5,249 5,210 5,372 1,394 3,921
2019 4,722 5,682 5,640 5,816 1,514 3,865
2020 5,082 6,116 6,071 6,259 1,633 3,810
2021 5,288 6,363 6,316 6,513 1,685 3,901
2022 5,494 6,611 6,562 6,766 1,737 3,992
2023 5,699 6,859 6,808 7,020 1,789 4,083
2024 5,905 7,107 7,054 7,274 1,840 4,175
2025 6,111 7,354 7,300 7,527 1,892 4,266
2026 6,317 7,602 7,546 7,781 1,944 4,357
2027 6,523 7,850 7,792 8,034 1,996 4,448
2028 6,729 8,097 8,038 8,288 2,048 4,540
2029 6,934 8,345 8,284 8,541 2,099 4,631
2030 7,140 8,593 8,529 8,795 2,151 4,722
2031 7,224 8,694 8,629 8,898 2,211 4,742
2032 7,308 8,794 8,729 9,001 2,271 4,762
2033 7,391 8,895 8,829 9,104 2,330 4,782
2034 7,475 8,995 8,929 9,207 2,390 4,802
2035 7,558 9,096 9,029 9,310 2,450 4,822
2036 7,642 9,197 9,129 9,413 2,510 4,841
2037 7,726 9,297 9,229 9,516 2,569 4,861
2038 7,809 9,398 9,329 9,619 2,629 4,881
2039 7,893 9,499 9,428 9,722 2,689 4,901
2040 7,977 9,599 9,528 9,825 2,749 4,921
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA com base nos preços internacionais de 2015 e dados da IEA)

6.3.2 Selecção dos tipos de fonte de energia a serem incorporados no Plano de Desenvolvimento
de Fontes de Energia

O plano de desenvolvimento existente foi elaborado em torno do desenvolvimento de energia


hidroeléctrica. Nesse sentido é recomendado que se continue a desenvolver novas centrais
hidroeléctricas já que o seu custo unitário de produção é barato e ainda resta no país potencial
hidroeléctrico de grande escala. Por outro lado, mesmo no caso de se priorizar o desenvolvimento de
hidroeléctricas de grande porte haverá falta na capacidade de fornecimento a médio e longo prazo, e
por isso será necessário desenvolver outras fontes de produção além da hidroeléctrica, sendo
necessário avaliar uma composição de instalações economicamente vantajosas. Por essa razão, será
feito o estudo pelo método de selecção (screening), como descrito no Capítulo 4, para a selecção dos

6-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

tipos de fonte de energia candidatos. As Figuras 6-8 a 6-11 mostram as características representativas
de preço das centrais eléctricas em 2018 e em 2040 calculados com base nas condições apresentadas no
parágrafo 6.3.1.

A análise descrita abaixo com base nos resultados do estudo feito apontou que a produção de energia
a ser considerada daqui para frente no Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia será centrada
em 3 três tipos: turbina a gás (LPG), ciclo combinado (gás natural) e hidroeléctrica de grande porte.

(1) Capacidade de fornecimento para demanda de pico

Como o preço do gás natural está relativamente baixo, a central térmica a gás leva vantagem em
termos de preço, no entanto o fornecimento actual de gás natural é limitado a Soyo, distante da área de
demanda, além do que leva-se tempo para se desenvolver novos gasodutos e novos jazigos de gás
natural. Portanto, ao estimar a instalação de centrais térmicas em outros locais além de Soyo, torna-se
uma opção realista o uso de combustíveis de fácil transporte (como óleo leve, LPG, etc.).

Entre as fontes candidatas que podem usar esses combustíveis para fornecimento da demanda de
pico temos as turbinas a diesel e a gás, onde a turbina a gás (GT) é mais barata. Já a diferença entre o
óleo leve ou LPG como combustível é muito pequena (ver Figura 6-10). Portanto, faz-se a selecção da
turbina a gás para fornecimento à demanda de pico e como combustível o LPG que apresenta facilidade
de manuseio e manutenção.

O candidato usual para fornecimento à demanda de pico tem sido a central hidroeléctrica por
bombeamento. No entanto, no estado actual não há disponibilidade de energia de baixo custo ou
excedente que podem ser destinados ao bombeamento de água para a albufeira, o que impede de se
obter o esperado efeito pela introdução deste tipo de hidroeléctrica. Portanto, é recomendado realizar
avaliações e estudos futuros conforme as mudanças ocorridas na composição energética, como por
exemplo queda significativa nos preços de energia solar/ eólica ou por implementação de políticas de
desenvolvimento destas energias como contramedidas ao aquecimento global.

(2) Capacidade de fornecimento à demanda média

A fonte mais vantajosa é a central térmica de ciclo combinado que usa gás natural como combustível.
No entanto, uma vez que o fornecimento de gás natural é limitado conforme descrito no parágrafo
anterior, deve-se considerar também o uso de combustíveis como LPG e LNG para que a central
térmica de ciclo combinado seja candidata ao fornecimento à demanda média.

O uso de LNG como combustível requer a construção de instalações como novas bases de LNG. Na
figura é apresentada também o caso com adição do preço geral de uma base de LNG, que é maior que o
do gás natural (ver Figura 6-11). Como o custo de um projecto pode variar bastante, dependendo dos
encargos, etc., entre outros usuários além da produção de electricidade, é necessário realizar uma
análise detalhada com base num estudo de plano objectivo.

6-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(3) Capacidade de fornecimento à demanda de base

As grandes centrais hidroeléctricas devem fazer o fornecimento à demanda de base já que podem
apresentar um custo baixo quando a sua taxa de operação é alta conforme mostrado nas Figura 6-8 e
Figura 6-9. O custo do projecto de uma central hidroeléctrica e o seu volume gerado apresentam
grandes diferenças de acordo com as das condições de localização. A linha azul claro mostrada na
figura corresponde ao valor médio dos pontos de localização das grandes hidroeléctricas planeadas em
Angola.

Também estão apresentados os valores médios de centrais hidroeléctricas de médio e pequeno portes,
donde se pode perceber que os seus custos são relativamente altos se comparados com outras fontes de
energia. Portanto, o desenvolvimento de pequenas e médias hidroeléctricas será excluído do estudo do
presente Plano Director já que estes deverão ser avaliados individualmente pelo facto de serem
recomendadas em situações específicas onde apresentam vantagens económicas em termos de
características de cada local de instalação ou quando devem ser construídos devido às dificuldades em
se desenvolver outros tipos de fontes de energia ou linhas de transporte por se tratar de localidades
remotas entre outros motivos.

Figura 6-8 As características das fontes de Figura 6-9 As características das fontes de
energia representativas (2018) energia representativas (2040)

6-23
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-10 As características das fontes de Figura 6-11 As características das fontes de
energia para demanda de pico (2040) energia para demanda média (2040)

6.3.3 Condições básicas para Estudo de Optimização do Plano de Desenvolvimento

O Estudo de Optimização do Plano de Desenvolvimento é feito usando-se o PDPAT sendo que as


seguintes condicionantes deverão ser consideradas para realizar de forma objectiva a concepção do
plano e o estudo de optimização:

(1) Locais candidatos para construção de centrais

Basicamente será priorizado o desenvolvimento das centrais levantadas nos planos de


desenvolvimento já existentes, no entanto são poucos os locais candidatos para construção de centrais
térmicas de grande porte e alta eficiência. Portanto, para efeitos de estudo serão acrescidos locais
candidatos fictícios em caso de haver falta no fornecimento.

(2) Quantidade mensal de energia gerada por centrais hidroeléctricas

No estudo de optimização por PDPAT é necessário entrar com a quantidade de produção mensal
disponível nas centrais hidroeléctricas. Conforme descrito no parágrafo 6.1.2 os rios de Angola
mostram uma grande variação de caudal entre as épocas de seca e de cheias, e por isso se deve estimar
a quantidade de produção mensal disponível levando-se em conta a operação anual da albufeira em
cada central. Com base nessa quantidade faz-se o estudo necessário de equilíbrio da demanda e
fornecimento. No entanto, em Angola é difícil obter o volume de entrada de água e a quantidade
mensal de produção de energia nas mesmas condições para todas as centrais hidroeléctricas devido às
limitações abaixo descritas:

- Em muitas centrais existentes não existem dados organizados de caudal e histórico/ plano de
produção de energia;

- No plano dos locais candidato ao desenvolvimento, existem locais ainda em fase inicial de
planeamento, e como estes planos ainda não estão detalhados, resolveu-se usar o volume mensal
esperado obtido por cálculos de simulações simples da operação das centrais e suas albufeiras a partir
de especificações básicas e registos representativos de caudal tanto de centrais existentes como dos
locais candidatos a futuro desenvolvimento.

6-24
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

6.4 Estudo da proporção de composição mais económico das fontes de energia em


2040

Como ponto de chegada do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia é feito o estudo, através
de PDPAT, da composição mais económica das fontes de energia no ano de 2040, o ano limite. O estudo
toma como ponto de partida as actuais centrais eléctricas, e levando-se em conta também a eliminação
progressiva das centrais que atingem o limite da sua vida útil, desenvolve as fontes de energia
necessárias capazes de atender a demanda prevista. Conforme já seleccionadas no parágrafo anterior as
fontes de energia a serem desenvolvidas para o futuro serão: turbina a gás (LPG), ciclo combinado (gás
natural) e hidroeléctrica de grande porte.

6.4.1 Plano de desenvolvimento das centrais hidroeléctricas

Como mencionado no parágrafo 6.3.2, Angola tem potencial para a produção de energia
hidroeléctrica em larga escala, e estão a avançar estudos de planos de desenvolvimento de centrais
hidroeléctricas de grande porte. Recomenda-se desenvolver as novas centrais hidroeléctricas de forma
planeada e segura já que o seu custo unitário de produção é barato.

Entretanto, o desenvolvimento de centrais hidroeléctricas de grande porte requer:

 Um grande custo de projecto e a obtenção de financiamento não é fácil.


 A avaliação do impacto ambiental e social do projecto, e mesmo que o desenvolvimento seja
avaliado como apropriado, serão necessárias medidas de mitigação de acordo com as
circunstâncias locais
Existem questões importantes como essas, e como demanda um longo tempo para os procedimentos de
aprovação para implementação do projecto, naturalmente haverá limitação no número de centrais que
podem ser desenvolvidos simultaneamente.

O presente Plano Director estabeleceu planos com máximo/ mínimo de desenvolvimento segundo as
possibilidades realistas baseadas nas seguintes premissas:

 Levando em consideração os procedimentos de aprovação, etc., o intervalo entre novos


desenvolvimentos será de 3 anos.
 Para evitar riscos como atrasos devido a congestionamento de obras, evitou-se na medida do
possível construir centrais no mesmo rio e no mesmo período (i.e. no caso de se construir uma
central em cada um dos quatro grandes rios onde há planos para usinas hidroeléctricas, será
possível construir no máximo quatro centrais ao mesmo tempo).
 Considera-se 8 anos como período das obras construção incluindo o procedimento de
aprovação da AIA (1 ano).
A Figura 6-12 mostra o padrão de desenvolvimento de centrais hidroeléctricas até 2040 com base nos
planos anteriores de desenvolvimento.

6-25
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Ano 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040
Demanda de pico anual (MW) 2,371 2,753 3,135 3,516 3,852 4,188 4,523 4,859 5,195 5,582 5,970 6,357 6,744 7,132 7,542 7,951 8,361 8,770 9,180 9,589 9,998 10,407 10,817 11,226
Rio Nome da central Capacidade
Lauca 2,070 2,070
Caculo Cabaça 2,172 2,172
Kwanza Zenzo 1 950 950
Túmulo Caçador 453 453
Quissonde 121 3 anos 3 anos 3 anos 3 anos
Cafula 100
Genga 900 900
Bengo 1,000
Quive Sanga 85
Quilengues 210 210 3 anos 3 anos
Cachoeiras 135
Caiovole 60
Lomaum (extensão) 65 65
Lomaum 2 150
Catumbela 3 anos
Calengue 190
Cacombo 29
Jamb Ya Oma 79
Cunene Jamb Ya Mina 205
Baynes (50% Angola) 300 300
(Leste) Luachimo (extensão) 34 34
Total 0 2,135 0 34 0 0 0 2,172 0 300 0 210 0 0 0 950 0 0 900 0 0 453 0 0
Legenda Início da Aprovação AIA Construção do projecto aprovado Plano de Desenvolvimento

Figura 6-12 Padrão de desenvolvimento de centrais hidroeléctricas até 2040

6.4.2 Elaboração da taxa de reserva necessária para garantir LOLE de 24 horas

A LOLE que avalia a fiabilidade do sistema de instalações de fornecimento de energia, é um


indicador que não está directamente relacionado com a capacidade de produção (MW). Por essa razão,
não é possível saber o grau de fiabilidade que podemos garantir graças a um determinado grau de
desenvolvimento de instalações dentro do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia. No Japão,
adopta-se um indicador denominado taxa de reserva (reserve rate). A prática comum é obter
antecipadamente a relação entre a taxa de reserva e a LOLE de modo a poder converter a LOLE para
taxa de reserva, o que possibilita obter a capacidade necessária de produção das instalações de
fornecimento e assim elaborar o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de acordo com essa
necessidade.

Assim será obtida, através de PDPAT e RETICS, a taxa de reserva equivalente a 24 horas de LOLE,
que é o valor meta. Considerando o desenvolvimento de hidroeléctricas conforme a Figura 6-12, e que
o défice de capacidade de fornecimento no equilíbrio oferta-demanda até 2040 será complementado
com centrais termoeléctricas (CCGT e GT), foi calculada a relação entre LOLE e a taxa de reserva de
fornecimento. A proporção de composição entre CCGT e GT foi ajustada na proporção óptima a ser
descrita no próximo parágrafo.

Os resultados do cálculo são mostrados nas Figura 6-13 e Figura 6-14. Quanto menor a meta fixada
para LOLE, maior será a taxa de reserva de fornecimento necessária, mas essa relação varia conforme
a composição de fontes de energia, do formato da demanda, etc. A Figura 6-14 mostra a taxa de reserva
de fornecimento necessária para cada ano até 2040. A taxa diminuirá gradualmente, até chegar a cerca
de 11% a partir de 2030, portanto, considerou-se esse valor como meta. A principal razão pelo qual a
taxa de reserva decresce ano a ano é que, à medida que a proporção de produção por energia térmica
aumenta com o decorrer dos anos, o impacto da produção hidroeléctrica que varia grandemente
conforme flutuação no caudal dos rios é também gradualmente atenuado.

6-26
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-13 Relação entre LOLE e a taxa de Figura 6-14 A taxa de reserva necessária para
reserva garantir LOLE de 24 horas

6.4.3 Selecção da proporção de composição de mínimo de custo das fontes de energia segundo
PDPAT

Neste parágrafo, consideraremos a proporção de composição de mínimo de custo de fontes de


energia em 2040, que é o ano final do Plano Director.

Conforme descrito no Capítulo 5 é estimado que a demanda de pico em 2040 atingirá 11,2 GW, o
que equivale a 4,7 vezes a demanda de pico em 2017. Além disso, será necessária uma capacidade de
fornecimento para atender a renovação das centrais existentes, de modo que será necessário fortalecer a
capacidade de fornecimento em grande escala na ordem de mais de 13 GW. Neste parágrafo, vamos
seleccionar o rácio mais económico de composição em 2040 para hidroeléctricas de grande porte,
térmicas de ciclo combinado (CCGT) e turbina a gás (GT).

O cálculo pelo PDPAT foi realizado nas seguintes condições:

 A meta será 2040


 A capacidade desenvolvida para produção de energia hidroeléctrica corresponde ao máximo
realizável conforme o padrão de desenvolvimento mostrado no parágrafo 6.4.1.
 A capacidade de margem de reserva de fornecimento é de 11% conforme determinada no
parágrafo 6.4.2, e será atendida por GT que possui o menor custo fixo.
 A proporção de composição corresponde à proporção das capacidades de fornecimento de cada
fonte de energia (exclui a capacidade de fornecimento para atender a capacidade de reserva de
fornecimento) para o equilíbrio oferta-demanda no momento de pico do mês que apresenta a
menor taxa de reserva do ano.
(1) Estudo da proporção óptima para GT

É mostrada na Figura 6-10 o resultado do cálculo tentativo do custo anual feito por PDPAT quando se
varia a proporção de composição do GT. O custo anual se torna menor quando a proporção de
composição do GT é 12%, e quando a proporção é maior o custo aumenta bruscamente. Isto se deve ao

6-27
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

facto de que o aumento do volume de energia produzido por GT, que apresenta baixa eficiência, acaba
por implicar no aumento do custo de combustível. Portanto considera-se razoável que se planeie a
proporção de composição do GT em 12% e com cuidados em não superar essa proporção. Já a
capacidade de fornecimento equivalente à capacidade de margem de reserva de fornecimento deve ser
arcada por GT que apresenta menor custo fixo e por isso é vantajoso economicamente, e ao levar em
conta essa proporção, o volume implementado de GT equivalerá a 23% da demanda.

Figura 6-15 A relação entre a proporção de composição das centrais de Turbina a Gás (GT) e o
custo anual (em 2040)

(2) A proporção de composição de mínimo de custo em 2040

2 O pico de demanda no ano de 2040 ocorre em Dezembro, no entanto a a energia eléctrica disponível
gerada pelas centrais hidroeléctricas também diminui devido ao período de seca, o que faz com que o
mês de Novembro seja o mais rigoroso em termos de equilíbrio oferta-demanda. É mostrada na Figura
6-16 a proporção de composição da capacidade de fornecimento das fontes de energia quando se define
em 12% a proporção de GT para a secção de Novembro de 2040. Essa proporção de composição é um
valor meta para se atingir futuramente, e o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia deve ser
elaborado para cada ano até 2040 de forma concreta de modo a atingir ao final essa proporção de
composição de fontes de energia.

6-28
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-16 A proporção de composição de mínimo custo em 2040 (com base na capacidade de
fornecimento de Novembro)

6.5 Elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica para Cada Ano

6.5.1 Elaboração do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta) até 2040

O Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta) para cada ano até 2040 deve ser
elaborado com base nas seguintes condições: Os resultados do estudo são mostrados na Figura 6-17.

 Os novos centrais que devem ser construídos são do tipo: hidroeléctricas de grande porte, ciclo
combinado (CCGT) e turbina a gás (GT).
 Garantir uma taxa de reserva de 11% no mês de Novembro, onde o equilíbrio oferta-demanda é
rigoroso e a taxa de reserva do fornecimento se torna o menor. No entanto, como não haverá
tempo hábil para que um novo desenvolvimento fique pronto até o ano de 2018, para esse ano
será tolerada o défice na taxa de reserva.
 As centrais eléctricas que ultrapassarem a sua vida útil devem ser eliminadas e o cálculo da
capacidade de fornecimento deve levar isso em consideração.
 As capacidades de fornecimento das centrais hidroeléctricas em cada mês a serem usadas na
avaliação do equilíbrio oferta-demanda serão aquelas obtidas no cálculo feito por PDPAT.
 A capacidade desenvolvida para produção de energia hidroeléctrica deve adoptar o padrão
exibido na Figura 6-7, e em caso de défice na capacidade de fornecimento, deve-se desenvolver
centrais térmicas (GT, CCGT) com capacidade equivalente a esse défice.
A proporção de composição para GT deve permanecer numa faixa que não ultrapasse 12% da demanda,
e a escolha da época de desenvolvimento deve ser feita para que essa proporção esteja próxima de 12%,
enquanto que eventuais défices devem ser arcados por desenvolvimento de CCGT.

Como resultado do estudo, será necessário desenvolver as seguintes centrais até 2040:

Hidroeléctrica: 7.150 MW (incluindo a construção da central de Lauca)


CCGT: 4.125 MW (equivalente a 5,5 centrais de classe 750 MW (incluindo Soyo e Soyo 2))
GT: 2.250 MW (equivalente a 18 centrais classe 125 MW)

6-29
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

CCGT
No. 1
Soyo-2
(500)
GT No.2 (125)
Lomaun (65)

Plano de desenvolvimento
(capacidade instalada, MW)
(250)
Caculo (250)
Cabaça GT No.9
Lauca GT No. 15
(2,070) (2,172) GT No.8
GT No14

CCGT
No. 5-2
Zenzo (375)
(125) (125) Genga
(950) (500)
(375) GT No.1 GT No.4 (900)
(125) GT No13 (375)
(250) CCGT CCGT (375) Túmulo
CCGT GT No.5 CCGT (250) CCGT GT No.12 CCGT CCGT GT No.18 CCGT
CCGT No.2 No.2 Baynes Caçador
(125) No.3-1 Cachoeiras No.3-2 GT No.7 No.4-1 GT No.11 No.4-2 No. 5-1 GT No.11 No.6-1
No.1 Soyo Soyo (300) (453)
(34) (375) (210) (375) (375) (375) (375) (375)
Soyo-1 Luachimo 2-1 2-2 GT No.3 GT No.6 GT No10 GT No16
Ano 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040
Demanda de pico anual (MW) 2,371 2,753 3,135 3,516 3,852 4,188 4,523 4,859 5,195 5,582 5,970 6,357 6,744 7,132 7,542 7,951 8,361 8,770 9,180 9,589 9,998 10,407 10,817 11,226
Demanda de pico (Nov. MW) 2,273 2,638 3,005 3,370 3,692 4,014 4,336 4,658 4,981 5,352 5,723 6,094 6,466 6,838 7,231 7,623 8,017 8,409 8,803 9,196 9,588 9,980 10,373 10,766
Fornecimento (Nov. MW) 2,376 2,974 3,685 3,789 4,252 4,731 4,819 5,676 5,890 5,989 6,589 6,866 7,341 7,621 8,075 8,678 8,896 9,347 9,874 10,358 10,716 11,426 11,534 12,017
Margem de reserva (%) 4.6% 12.7% 22.6% 12.4% 15.2% 17.9% 11.1% 21.8% 18.2% 11.9% 15.1% 12.7% 13.5% 11.5% 11.7% 13.8% 11.0% 11.2% 12.2% 12.6% 11.8% 14.5% 11.2% 11.6%
Hidro 54% 50.0% 67.6% 63.3% 60.2% 57.5% 55.3% 67.2% 64.6% 62.0% 59.7% 58.6% 56.8% 55.1% 53.6% 57.0% 55.5% 54.2% 55.4% 54.2% 53.1% 54.4% 53.4% 52.4%
Participação na CCGT 11% 28.4% 25.0% 22.3% 30.5% 37.4% 34.6% 32.2% 30.1% 28.0% 32.8% 30.8% 34.8% 32.9% 36.3% 34.4% 32.7% 35.7% 34.1% 36.7% 35.2% 37.6% 36.2% 38.3%
capacidade de GT 25% 21.4% 18.8% 16.7% 15.3% 15.4% 14.2% 15.9% 17.4% 16.2% 17.3% 18.3% 17.3% 19.1% 17.8% 19.2% 21.8% 20.8% 22.7% 21.7% 23.5% 22.5% 21.7% 20.9%
oferta (Nov.%) Gasóleo 15% 12.5% 11.0% 9.8% 9.0% 7.3% 6.8% 6.3% 5.9% 5.5% 5.1% 4.8% 4.5% 4.1% 3.8% 3.1% 0.7% 0.4% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
Renováveis 0% 0.4% 0.3% 0.3% 0.3% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
Hidro 42% 53.4% 53.4% 53.6% 48.5% 43.8% 43.8% 53.9% 52.7% 53.9% 49.6% 49.5% 46.8% 45.6% 43.5% 46.1% 45.4% 43.6% 45.3% 43.6% 42.4% 42.2% 42.2% 40.7%
Participação na
CCGT 6% 10.6% 10.6% 10.5% 14.3% 17.4% 17.4% 13.6% 13.3% 13.0% 14.9% 14.4% 16.3% 15.9% 17.7% 16.4% 16.1% 17.7% 16.4% 17.7% 17.3% 18.1% 18.1% 19.2%
capacidade
GT 14% 8.0% 8.0% 7.9% 7.2% 7.2% 7.2% 6.7% 7.7% 7.5% 7.9% 8.6% 8.1% 9.3% 8.7% 9.1% 10.8% 10.3% 10.9% 10.5% 11.5% 10.8% 10.8% 10.5%
instalada
Gasóleo 8% 4.7% 4.7% 4.6% 4.2% 3.4% 3.4% 2.7% 2.6% 2.5% 2.3% 2.2% 2.1% 2.0% 1.9% 1.5% 0.4% 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
(Nov.%)
Renováveis 0% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%

Figura 6-17 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta)

6-30
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

6.5.2 Impacto da Implementação de Energia renováveis

Como mencionado na seção Seção 6.2, Angola pretende construir centrais eólicas e solares, e já
seleccionou 11 locais candidatos para a construção de centrais eólicas (652 MW) e 10 locais candidatos
de centrais de energia solar (100 MW). No entanto, esses planos ainda estão em nível de estudo
preliminar, e ainda não há divulgação de estudos sobre a capacidade de fornecimento mensal e outros
dados necessários para se avaliar o equilíbrio oferta-demanda. Como a energia eólica/ fotovoltaica
apresenta flutuações na produção de energia sujeita às condições naturais, o seu uso como capacidade
de fornecimento para demanda de pico requer uma avaliação detalhada baseada em dados. Portanto, é
indispensável avaliar bem a sua viabilidade futura e conceber de forma concreta o seu plano de
desenvolvimento.

Neste parágrafo, foi calculado o impacto destas fontes na redução da emissão de gases de efeito
estufa (GEE) e sobre o custo de projecto (2040) no Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia
(proposta) elaborado no parágrafo anterior, considerando a capacidade de fornecimento dessas energias
baseada na escala de desenvolvimento e taxa média de operação propostas. Como resultado, com o
aumento da quantidade implementada de energias eólica/ solar foram constatados efeitos de redução na
emissão de GEE, como mostrado nas Figura 6-18 e Figura 6-19 (linha laranja tracejada e eixo do lado
direito). O custo relacionado com a produção de energia eólica e solar foi mostrado como parâmetro
centrado nos recentes custos de base de produção eólica/ solar (i.e. energia eólica: 14 US cent./ kWh,
solar: 6 US cent./ kWh), embora o impacto que a sua implementação possa causar no custo do projecto
dependa do custo básico de produção e ao se fazer o desenvolvimento pelo citado preço central, o custo
do empreendimento para cada 1000 MW implementado apresenta um ligeiro aumento para energia
solar e para a energia eólica houve um aumento de cerca de 5% no projecto.

Por outro lado, trata-se de uma questão de importância política reduzir a emissão de gases com efeito
de estufa através da introdução de energias renováveis. O porte planeado para essas energias ainda é
pequeno, por isso o seu impacto em todo o plano de desenvolvimento também é pequeno. Portanto, o
plano a ser elaborado irá incorporar o actual plano de desenvolvimento de projecto de produção de
energia eólica e fotovoltaica, considerando-o como proposta básica.

Figura 6-18 Impacto da implementação da Figura 6-19 O impacto da implementação da


produção de energia eólica (2040) produção de energia solar (2040)

6-31
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Quanto à produção de energia de biomassa, no momento ainda se encontra num estágio conceitual e
não há nenhuma definição sobre um plano concreto de produção de energia. Assim, a sua avaliação
deverá ser feita quando surgir um plano concreto no futuro, e da mesma forma que as pequenas
hidroeléctricas não serão incluídos neste Plano de Desenvolvimento.

6.5.3 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia levando em consideração as energias


renováveis (proposta básica)

(1) Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia

Elaborou-se assim o Plano de Desenvolvimento conforme a proposta básica mostrada no parágrafo


anterior acrescido do projecto hidroeléctrico em curso em dois locais no sul (Jamba Ya Oma e Jamba
Ya Mina) e da produção de energias eólica/ solar.

Como os planos de projectos de produção de energia eólica/ solar ainda se encontram em fase inicial
de análise, e a considerar o período de planeamento, estimou-se que o seu desenvolvimento teria início
em 2028 (daqui a 10 anos) e levaria 10 anos a ser concretizado. Como resultado do estudo, o plano
óptimo não apontou necessidade de mudanças no plano de desenvolvimento da energia térmica, e
recebeu simplesmente o acréscimo dos projectos de produção de energia eólica/ solar. Portanto, este
plano de desenvolvimento será considerado como proposta básica.

Como a produção das energias eólica e solar varia em grande medida de acordo com as condições
naturais tais como a velocidade do vento e a quantidade de radiação solar, a energia por si gerada
também está sujeita a flutuações. Por essa razão, não é possível ajustar a produção de acordo com a
demanda, e portanto não é possível contar com a capacidade de fornecimento para garantir o equilíbrio
oferta-demanda. Além disso, apesar do pico da demanda ocorrer à noite, a energia solar não produz
electricidade neste horário. Por outro lado, se as condições de operação forem satisfeitas, é possível
fazer com que a hidroeléctrica diminua a produção de acordo com a quantidade produzida pelas
centrais eólicas e fotovoltaicas, o que permite armazenar água na sua albufeira e aproveitá-la para
aumentar a produção no horário de pico. Assim, na inclusão dos planos de produção de energia eólica/
solar no Plano de Fontes de Energia é necessário realizar um estudo capaz de avaliar as características
probabilísticas da variação na produção em cada mês e horário do dia baseado nos dados obtidos em
cada local planeado.

No entanto, no momento não existem dados necessários para este estudo. Por isso, foi estimado um
valor de produção horária mensal tomando como referência valores característicos comuns baseados na
produção planeada em cada local e suas taxas médias de operação anual. Com base nesse pressuposto
foi feito o cálculo operacional pelo PDPAT para obter o grau de impacto geral. Futuramente será
necessário corrigir o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia com os valores estimados mais
específicos que poderão ser obtidos na fase de avaliação da expectativa de produções horária mensal de
de cada local candidato.

6-32
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(2) O resultado da simulação da operação de fornecimento-demanda pelo PDPAT (proposta básica)

É mostrado nos exemplos das figuras de equilíbrio oferta-demanda em cada mês de 2040 (que é a meta
temporal do Plano Director) e a sua operação diária.

(3) A evolução na composição de fontes de energia até 2040

A Figura 6-26 mostra o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta básica) e a Figura
6-27 mostra para cada ano a relação entre a oferta e demanda de energia do mês onde o equilíbrio na
demanda de pico é mais rigoroso. Pode-se ver que a proporção das hidroeléctricas na capacidade de
fornecimento da demanda de pico diminui gradualmente ano a ano, e em 2040 a participação das
hidroeléctricas é quase a mesma que as térmicas. A Figura 6-28 é uma informação de referência que
mostra a relação entre a demanda no dia de máxima produção anual de energia e a capacidade de
produção das instalações. Como a capacidade de fornecimento das centrais hidroeléctricas flutua de
acordo com a época, a capacidade instalada pode ser superior à demanda mas não quer dizer que a
capacidade de fornecimento seja suficiente. Portanto, a avaliação do equilíbrio oferta-demanda deve
ser feita para a época mais severa do ano conforme ilustra a Figura 6-27.

As Figuras 6-29 e 6-30 indicam os custos de produção e os preços unitários de produção por kWh
anuais. O custo de produção de energia aumenta anualmente à medida que a capacidade de
fornecimento aumenta para acompanhar o aumento da demanda. Além do que, os custos de
combustível também aumentam gradualmente. Por outro lado, o preço unitário de produção de
electricidade evolui de forma estável a longo prazo.

Figura 6-20 O equilíbrio de kW em cada Figura 6-21 O equilíbrio de kWh em cada mês
mês (2040) (2040)

6-33
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-22 Exemplo de operação diária Figura 6-23 Exemplo de operação diária num dia
num dia de ocorrência de demanda de pico de ocorrência de demanda de pico (2040, estação
(2040, estação seca (Novembro)) chuvosa (Maio))

Figura 6-24 Exemplo de operação semanal Figura 6-25 Exemplo de operação semanal numa
numa estação seca (Novembro 2040) estação chuvosa (Maio 2040)

6-34
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-26 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta básica)

6-35
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-27 Equilíbrio oferta-demanda (proposta básica, equilíbrio do pico de Novembro)

Figura 6-28 (Referência) Equilíbrio oferta-demanda (proposta básica, capacidade de produção,


máximo equilíbrio oferta-demanda anual)

6-36
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-29 Custo de produção anual Figura 6-30 Preço unitário de produção
(proposta básica) (proposta básica)

6.5.4 Quantidade de emissões de gases com efeito de estufa (proposta básica)

A Figura 6-31 ilustra as emissões anuais de gases de efeito estufa (GEE) resultantes da produção de
energia eléctrica. Conforme ilustra a figura, com a entrada em funcionamento das grandes
hidroeléctricas, as emissões anuais reduzem significativamente, no entanto, no geral, o aumento da
produção termoeléctrica para atender ao aumento da demanda de energia acaba gerando uma tendência
de aumento na emissão dos GEE.

Também foram mostradas na mesma figura as emissões para o caso sem desenvolvimento de centrais
eólicas e fotovoltaicas (total de 752 MW). Como resultado da implementação (das energias renováveis)
em 2040 houve uma redução no volume emitido de cerca de 600 kt-CO2 (cerca de 10%), o que mostra
um efeito de mitigação do aumento das emissões, embora esse efeito não seja capaz de reverter a
tendência de aumento das emissões para uma tendência de diminuição.

Portanto, a fim de conter o aumento das emissões, é necessário desenvolver gerações de energias
renováveis (eólica/ fotovoltaica) e hidroeléctricas em maior escala.

A Figura 6-32 e a Tabela 6-15 mostram o volume de emissões de GEE (projecto do INDC)
comprometidas pelo Governo Angolano e as emissões geradas pelos projectos de produção de energia.
O volume emitido pelos projectos de produção de energia é de cerca de 3% (em 2030) em comparação
com o valor estimado (valor alvo) no INDC, assim a sua participação é pequena.

6-37
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-31 Volume de emissões de gases de efeito de estufa (proposta básica)

Figura 6-32 Relação com o valor-alvo do plano de redução de gases de efeito estufa (DRAFT
INDC)

Tabela 6-15 Relação entre o volume de emissão de GEE da proposta básica e o valor-alvo do
DRAFT INDC
(kton-CO2/ano)
2005 (2017) 2020 2030
Cenário BAU 193.250
Draft INDC Cenário Incondicional 66.812 (112.400) 125.778 125.612
Cenário Condicional 96.625
Proposta básica (volume emitido estimado
pelos projectos de produção de energia - 2.300 800 3.000
eléctrica)
Nota: O valor do INDC para 2017 é o valor de interpolação entre 2005 e 2020

6-38
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

6.6 Cenário Estudo de caso

6.6.1 Selecção do cenário

Será feito um estudo de caso com alguns cenários de risco estabelecidos tendo como cenário básico a
proposta de Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia analisada no parágrafo anterior. São
mostrados a seguir, os pontos importantes da análise e o seu pano de fundo.

 O atraso no cronograma de desenvolvimento das centrais

 O atraso no processo de desenvolvimento de fontes de energia traz impacto


significativo na composição óptima das fontes de energia. Principalmente no caso de
Angola, como o tamanho dos projectos de hidroeléctricas é grande, os atrasos
reduzirão significativamente a fiabilidade do sistema de energia.
 Existem vários exemplos no mundo de projectos de hidroeléctricas que estão
atrasados, e constata-se que o risco que isso implica não é pequeno.
 Como uma medida de mitigação, é possível considerar a introdução de outras fontes
de energia como o CCGT, mas nesse caso é necessário considerar o seu grau de
impacto na emissão de GEE.
 Alteração na área de desenvolvimento do CCGT

 No caso de se desenvolver o CCGT, como o preço do gás é relativamente barato, é


vantajoso desenvolvê-lo em Soyo à cabeça do poço já que existe no momento uma
linha de transporte de 400 kV entre Soyo e Luanda com capacidade de 2.000 MW
(critério N-1).
 No entanto, a partir da terceira central, será necessário ampliar a linha de transporte de
400 kV, o que requer grande investimento. Além disso, as perdas no transporte a partir
de Soyo para Benguela, que é o local de demanda na região central, são grandes.
Levando estes pontos em consideração, a partir da terceira central já não se pode dizer
que Soyo apresente vantagens em termos económicos.
Além disso, o fluxo de potência na linha de transporte também fica pendente na
direcção norte para sul, o que não é desejável do ponto de vista de estabilidade do
sistema.
 Como contramedida destas questões, pode-se considerar fazer o desenvolvimento de
CCGT nas proximidades da área de demanda, especialmente no porto de Lobito, que
fica próximo à região de Benguela, uma área de grande demanda. Para esse caso,
como mencionado no Capítulo 3, é desejável adoptar o LPG como combustível (como
primeiro passo) até que o sistema de fornecimento de gás natural/ LNG seja
estabelecido no local. Neste caso, estima-se que as emissões de GEE aumentem cerca
de 20% em comparação com o LNG, o que requer um estudo em relação a esse
aumento de emissões.
 Caso com implementação de energias renováveis

6-39
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

 Conforme mostrado no parágrafo 6.5.4, na proposta básica as emissões de GEE


aumentam significativamente devido ao desenvolvimento de fontes de energia para
atender ao aumento da demanda. Apesar das emissões em projectos de energia terem
uma participação ínfima nos valores meta do Draft INDC, será feito um estudo de caso
para se reduzir as emissões.
 Para reduzir as emissões considera-se eficaz fazer o desenvolvimento de centrais
hidroeléctricas, mas como já foi mencionado no parágrafo 6.4.1, o desenvolvimento
de grandes hidroeléctricas enfrenta várias restrições e é necessário fazê-lo a longo
prazo e de forma sistemática, por isso realisticamente é difícil aumentar a quantidade
de desenvolvimento de hidroeléctricas no curto prazo.
Assim, será analisado o cenário de desenvolvimento adicional de produção de energia eólica e solar.

6.6.2 Cenário de risco devido ao atraso no cronograma de desenvolvimento das centrais

(1) O risco de atraso no desenvolvimento de centrais hidroeléctricas

No caso de haver atrasos no início de operação das centrais hidroeléctricas, a capacidade de


fornecimento diminuirá. A Figura 6-33 mostra a taxa de reserva de fornecimento no caso de haver
atrasos de 1, 2 e 3 anos. Nesta figura, os anos em que foi possível garantir a taxa de reserva de
fornecimento foram representados em laranja e os anos em que a capacidade de fornecimento for
inferior à demanda foram representados em vermelho.

De acordo com os resultados, a capacidade de fornecimento diminui com o atraso no


desenvolvimento, e esse impacto é significativo para os atrasos ocorridos em anos recentes. Isso se
deve ao facto de o impacto do atraso no desenvolvimento de centrais hidroeléctricas ser grande já
que esta fonte possui grande influência em relação à demanda. O impacto se torna cada vez maior à
medida que o atraso aumenta, o que leva à recomendação de se tomar contramedidas o quanto antes
quando for previsto o atraso.

6-40
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-33 O impacto do atraso no desenvolvimento de centrais hidroeléctricas

(2) O risco de aumento da demanda (risco de atraso no desenvolvimento de centrais hidroeléctricas


e térmicas)

Da mesma forma que no parágrafo anterior, foi estimado o impacto de uma situação onde a
demanda de energia eléctrica superar (antecipar) a estimativa. Isso equivale à mesma situação de
ocorrência de atraso na operação de quaisquer fontes de energia seja ela térmica, hidroeléctrica, etc.

 Demanda antecipada em 1 ano (= atraso de 1 ano na construção de uma central)


 Demanda antecipada em 2 anos (= atraso de 2 anos na construção de uma central = atraso de
1 ano na construção de uma central + demanda antecipada em 1 ano)
 Demanda antecipada em 3 anos (= atraso de 3 anos na construção de uma central = atraso de
2 anos na construção de uma central + demanda antecipada em 1 ano = atraso de 1 ano na
construção de uma central + demanda antecipada em 2 anos)

A Figura 6-34 mostra a taxa de reserva de fornecimento em cada caso. No caso de haver uma
antecipação da demanda de 2 anos (igual ao atraso de desenvolvimento de fontes de energia em 2
anos), praticamente em todos os anos a capacidade de margem de reserva de fornecimento decai
para quase metade da capacidade necessária e não é possível manter a estabilidade no fornecimento.
Além disso, numa situação de antecipação de 3 anos da demanda é suposto que haja uma
continuidade acentuada de problemas no fornecimento. Assim, quando houver uma demanda real
superior à estimativa é necessário revisar o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia para os
anos seguintes de modo a garantir a capacidade necessária de fornecimento.

6-41
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-34 O impacto da antecipação da demanda (= atraso no desenvolvimento de todas as


centrais)

(3) As medidas de mitigação e o seu impacto

No caso em que houver uma antecipação da demanda de 1 ano (ou atraso de 1 ano no início de
operação das centrais) é necessário tomar medidas o mais rápido possível tais como a introdução de
uma fonte de energia de emergência. Neste parágrafo, estimou-se os custos adicionais e o aumento
na emissão de GEE resultantes de uma implementação adicional de GT (LPG como combustível)
como medida de emergência. Os resultados conforme mostrados na Figura 6-35 e Figura 6-36
apontam para um aumento contínuo e significativo de despesas e da emissão de GEE que não se
limitam a um ano, e que só terminará com o reforço da capacidade de fornecimento. Portanto, numa
potencial ocorrência desse tipo de situação é necessário tomar contramedidas o mais rápido
possível ao mesmo tempo em que se deve revisar as previsões de demanda e o próprio Plano de
Desenvolvimento de Fontes de Energia para os anos seguintes.

6-42
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-35 Aumento das despesas devido à Figura 6-36 Aumento das emissões de GEE
introdução de fontes de emergência associadas à introdução de fontes de
energia de emergência

6.6.3 Cenário de alteração das regiões de desenvolvimento de CCGT

(1) As condições e os desafios

Como projecto candidato de central térmica no presente plano de desenvolvimento é considerado


a construção da central Soyo 2 após a conclusão da central Soyo, em construção no momento, mas
não há nenhum outro plano concreto subsequente. Além disso, na selecção do local para construção
de uma central térmica por CCGT torna-se importante a questão do fornecimento de combustível,
no entanto também não se nota nenhum plano concreto para esta questão.

Conforme descrito no parágrafo 6.6.1, uma vez que a capacidade da linha de transporte de 400
kV entre Soyo e Luanda é de 2.000 MW (critério N-1) é possível transportar no máximo a energia
de duas centrais classe 750 MW pelas instalações existentes, mas a partir da terceira central será
necessário fazer o reforço da linha de 400 kV. Além disso, do ponto de vista das perdas no
transporte e estabilidade do sistema, não é recomendável concentrar as centrais eléctricas no Soyo.

Por outro lado, do ponto de vista de disponibilidade de combustível, como já descrito nas secções
3.5.1 e 3.5.2, no momento apenas Soyo pode fornecer gás, e para se instalar novas centrais em
outras regiões é preciso analisar um plano de aquisição de combustível para essas regiões.
Particularmente para a região sul, no caso de se construir uma central térmica de CCGT, é preciso
considerar a troca gradual de combustível ou outros meios conforme citado no parágrafo 3.5.4..

A Tabela 6-16 apresenta os pontos gerais de vantagem e desvantagem ao se concentrar a


construção das futuras centrais térmicas na região norte (Soyo) ou distribuí-las em outras regiões.

6-43
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 6-16 As vantagens e as desvantagens em termos de directrizes para localização das


centrais térmicas

Localização concentrada na região norte (Soyo) Localização distribuída (Soyo, Benguela, etc.)
Combustível ○: Próxima às instalações existentes de ○: Alta tolerância em relação à localização
fornecimento de gás o que possibilita obter distribuída graças à adopção de produção
eficiência graças ao arranjo concentrado das por combustão por óleo que apresenta
instalações facilidade de transporte, até que as
×: Necessita de um terreno de considerável instalações de fornecimento de gás fiquem
dimensão prontas.
? : Está garantida a quantidade necessária de ×: Necessidade de construir novas
gás para a produção de energia? instalações de abastecimento de combustível
? : Possibilidade ou não de seleccionar o
combustível a ser usado (petróleo ou gás)?
Sistema de ○: Para o momento é possível aproveitar as ○: O Fornecimento sul-norte é voltado
energia linhas de transporte existentes principalmente ao consumo, e por isso o
×: As fontes de energia de grande porte fluxo de potência pode ficar relativamente
acabam se concentrando na região norte. baixo.
Alta possibilidade de ser necessário reforçar ×: Necessária construção de um sistema de
a linha de transporte energia de acordo com a localização da fonte
?: de energia
?:
Meio -: Depende das condições individuais de -: Depende das condições individuais de
Ambiente localização localização
Desempenho ○: É esperada redução nos custos graças à ○: É esperado maior tempo hábil para o
económico localização concentrada das centrais período de reforço do sistema
eléctricas e abastecimento de combustível ×: Aumento das despesas de construção de
×: Aumento dos custos relacionados à perda instalações de abastecimento de combustível
no transporte de energia, e de reforço da ? : Necessário desenvolver portos e outras
linha infraestruturas?
Rápida ○: É rápida se puder garantir o terreno ○: É possível fazer desenvolvimento rápido
viabilidade adjacente à central Soyo se usar fuelóleo pesado já que evita
×: restrições em termos de localização. Se for
? : Se houver limitação de abastecimento da construído próximo de uma refinaria é
quantidade de gás pode se tornar um possível aproveitar o diesel produzido no
constrangimento local
×: Se a construção da própria refinaria
atrasar o projecto também ficará sujeito a
atrasos
Combustível ○: Próxima às instalações existentes de ○: Alta tolerância em relação à localização
fornecimento de gás o que possibilita obter distribuída graças à adopção de produção
eficiência graças ao arranjo concentrado das por combustão por óleo que apresenta
instalações facilidade de transporte, até que as
×: Necessita de um terreno de considerável instalações de fornecimento de gás fiquem
dimensão prontas.
? : Está garantida a quantidade necessária de ×: Necessidade de construir novas
gás para a produção de energia? instalações de abastecimento de combustível
? : Possibilidade ou não de seleccionar o
combustível a ser usado (petróleo ou gás)?
○: Vantagens ×: Desvantagens ? : Incertezas

(2) A selecção dos sítios candidatos

Na construção de CCGT em outra localidade além de Soyo, se houver disponibilidade de

6-44
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

gasoduto o sítio ganhará vantagens devido à possibilidade de usar o gás natural de preço barato
como combustível, no entanto, como a construção de um novo gasoduto requer tempo e enorme
custo, no momento não é adequado considerar o gasoduto como condição para selecção do sitio
candidato. Assim são seleccionadas as duas localidades de Lobito e Namibe como sítios candidatos
que atendem às condições estabelecidas abaixo. Vale lembrar que em ambos os sítios existem
planos de construção de refinarias de petróleo nas suas proximidades o que confere vantagem em
termos de aquisição de combustíveis derivados de petróleo, como o LPG.

 Obtenção de terreno suficiente para instalação da central próximo a um porto a ser usado
para o transporte de combustível;
 Proximidade a um sistema principal de energia e do centro de demanda;
 Se possível, existir disponibilidade de terreno para construção de instalações de recepção
de LNG;
(3) O impacto das diferenças no preço do combustível

Tanto em Lobito como em Namibe os combustíveis candidatos ao uso será o LPG ou LNG por não
haver no momento disponibilidade de gás natural, no entanto os combustíveis candidatos são mais
caros do que o gás natural. Neste parágrafo, foi feito um ensaio de cálculo por PDPAT para saber o
custo adicional de combustível que haverá ao usar como combustível LPG ou LNG para uma
terceira central térmica de CCGT que será construída posterior às duas CCGTs já definidas para
Soyo (Soyo e Soyo 2). Como mostrado na Figura 6-32, o resultado da implementação de centrais a
LPG e LNG para o ano de 2029 não apresentou grande impacto no custo adicional apesar desses
combustíveis serem mais caros que o gás natural, e mesmo a diferença de impacto entre o LPG e o
LNG foi muito pequena. No entanto, com o aumento progressivo da capacidade gerada pelas
centrais térmicas e também do preço previsto para LPG, a diferença no impacto sobre o custo vai se
tornando significativa, e em 2040 o custo adicional do LPG em comparação com o gás natural foi
de 930 milhões de USD e para LNG foi de 310 milhões de USD.

Figura 6-37 Aumento no custo do combustível ao usar LPG/ LNG como combustível para CCGT

(Cálculo de ensaio do impacto no caso de se substituir o combusítvel do GN para LPG/ LNG a partir da 3ª central CCGT em diante)

6-45
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(4) A comparação das características dos sítios candidatos

As características em termos de preço dos sítios candidatos, incluindo Soyo, são mostradas na
Tabela 6-17. E com base nelas são apresentadas na Tabela 6-18 o plano de desenvolvimento dos
sítios candidatos seleccionados.

Como resultado da comparação, ficou evidente o impacto da diferença de custo de combustível em


relação a outros factores como linhas de transporte e tanques de combustível, o que destacou a
central Soyo que dispõe de gás natural como a mais vantajosa em termos económicos. O motivo
disso é que os preços dos combustíveis são estimados com base nos valores de mercado
internacional, e dentre eles o preço do gás natural é o mais barato. No entanto, o custo de instalações
como tanques de combustível pode ser reduzido se houver partilha de uso com outros
empreendimentos além da produção de energia, por isso não significa necessariamente que haverá
essa grande diferença no custo.

Por outro lado, conforme descrito na alínea (1), além do factor económico há também factores de
segurança energética e distribuição de riscos, sendo recomendável que as centrais sejam
construídas de forma distribuída. O presente trabalho considera esse ponto e recomenda o
desenvolvimento de CCGTs de forma distribuída como mostrada na Tabela 6-18.

Além disso, a construção da Soyo 2 está planeada para ser feita por um IPP e para tanto está em
curso a criação de marcos legais visando o início da operação em 2021, portanto, é desejado um
rápido estabelecimento dos procedimentos relativos ao desenvolvimento por IPPs bem como o
estabelecimento de mecanismos de apoio que possam viabilizar desenvolvimentos a curto prazo.

Tabela 6-17 As característica de preço dos sítios candidatos para CCGT

Item Localização de Soyo Localização de Lobito Localização de Namibe


(1) Custo de construção da SoyoTPP-Luanda (400kV) LobitoTPP-Nova Biopio Namibe TPP-Namibe SS
linha de transporte para 400 km, 392 milhões USD SS (400kV) (220kV)
conexão ao sistema [40 milhões USD/ ano] 23 km, 23 milhões USD/ 17km, 7 milhões USD/ ano
principal (despesa anual) (padrão) ano [0,7 milhões USD/ ano]
[2,3 milhões USD/ ano] (-39 milhões USD/ ano)
(-38 milhões USD/ ano)
(2) Custo de construção de
- LNG: 150 milhões USD (+15 milhões USD/ ano)
tanques de combustível
(3) Diferença no custo de
combustível
GN: 4,2 UScl/ kWh LPG: 15,1 USc/ kWh (+930 milhões USD/ ano)
(Diferença de custo de
(padrão) LNG: 7,6 USc/ kWh (+310 milhões USD/ ano)
produção por CCGT de
17.900 GWh/ ano em 2040)
(4) Perdas no transporte
(padrão) Baixa (ínfima) Baixa (ínfima)

(1) + (2) + (3) LPG: +907 milhões USD/ LPG: +906 milhões USD/
ano ano
(padrão)
LNG: +287 milhões LNG: +286 milhões
USD/ ano USD/ ano
Nota: Os valores do custo de combustível, produção anual de energia são estimativas para 2040, vida
útil de 40 anos para linhas de transporte e tanques, taxa de juros de 10%

6-46
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 6-18 Selecção e escolha dos sítios para CCGT


Período de
Instala-ção Desenvolvi Item Localização de Soyo Localização de Lobito/ Namibe
mento
No.1 2017 Geral ◎ Soyo ×
Classe 2018 Conclusão dentro do ○ Em construção (parcialmente × Não pode ser concluído no tempo
750 MW
período requerido: completo) requerido
(375 x 2)
Aquisição de combustível: ○ Possibilidade de fornecimento × Não há instalações de
Custo de combustível: de gás em 2018 fornecimento de combustível no
Custo da linha de transporte: ○ GN disponível e barato momento
Distribuição de riscos: ○ Linha de transporte 400 kV △ Limitado a combustíveis de
concluída petróleo transportáveis
○ Introdução pioneira de CCGT △ Necessária nova linha de
transporte
○ Introdução pioneira de CCGT
No.2 2021 Geral ◎ Soyo ×
Classe 2022 Conclusão dentro do △ Possível (necessário apoio a × Lead time (tempo de execução)
750 MW período requerido: desenvolvimento por IPP ) insuficiente
(375 x 2) Aquisição de combustível: ○ Possibilidade de fornecimento × Lead time de instalações de
Custo de combustível: de gás em 2018 combustível insuficiente
Custo da linha de transporte: ○ GN disponível e barato △ Limitado a combustíveis de
Distribuição de riscos: ○ Linha de transporte 400 kV petróleo transportáveis
concluída △ Necessária nova linha de
× Alto risco por concentração de transporte
centrais ○ Possibilita distribuição de riscos
No.3 2024 Geral △ ○ Lobito, △ Namibe
Classe 2029 Conclusão dentro do ○ Possível ○ Possível
750 MW período requerido: ○ Possibilidade de fornecimento ○ Possível por construção de
(375 x 2) Aquisição de combustível: de GN instalações de fornecimento de
Custo de combustível: ○ GN disponível e barato combustível
Custo da linha de transporte: △ Necessária nova linha de △ Encarecimento devido ao uso de
Distribuição de riscos: transporte LPG/ LNG
× Alto risco por concentração de ○ Construção mais barata de uma
centrais nova linha de transporte
○ Possibilita distribuição de riscos
No.4 2031 Geral △ ○ Lobito, △ Namibe
Classe 2034 Conclusão dentro do ○ (igual a No. 3) ○ (igual a No. 3)
750 MW
período requerido: ○ (igual a No. 3) ○ (igual a No. 3)
(375 x 2)
Aquisição de combustível: ○ (igual a No. 3) △ (igual a No. 3)
Custo de combustível: △ (igual a No. 3) ○ Partilha da linha de transporte do
Custo da linha de transporte: △ Alta concentração de centrais Nº 3
Distribuição de riscos: ○ Possibilita distribuição de riscos
No.5 2036 Geral △ ○ Lobito, ◯ Namibe
Classe 2038 Conclusão dentro do ○ (igual a No. 3) ○ (igual a No. 3)
750 MW período requerido: ○ (igual a No. 3) ○ (igual a No. 3)
(375 x 2) Aquisição de combustível: ○ (igual a No. 3) △ (igual a No. 3)
Custo de combustível: △ (igual a No. 3) △ Necessária nova linha de
Custo da linha de transporte: △ Permanece o risco de transporte transporte
Distribuição de riscos: por longa distância ○ Baixo risco de transporte por
longa distância
Possibilita distribuição de riscos
No.6 2040 Geral ○ Soyo ○ Lobito, ○ Namibe
Classe Conclusão dentro do ○ (igual a No. 3) ○ (igual a No. 3)
750 MW período requerido: ○ (igual a No. 3) ○ (igual a No. 3)
(375 x 1) Aquisição de combustível: ○ (igual a No. 3) △ (igual a No. 3)
Custo de combustível: △ (igual a No. 3) ○ Partilha da linha de transporte nº
Custo da linha de transporte: △ (igual a No. 3) 3
Distribuição de riscos: ○ Baixo risco de transporte por
longa distância
Nota) As letras vermelhas realçadas indicam os sítios recomendados.

6.6.4 Caso com implementação de energias renováveis

A quantidade de redução na emissão de GEE graças ao desenvolvimento das centrais eólica/


fotovoltaica planeadas (total de 752 MW) conforme indicado no parágrafo 6.5.4 é de cerca de 600
kt-CO2 (cerca de 10%) em 2040. Como mencionado anteriormente, este ensaio possui uma baixa

6-47
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

precisão já que as condições são assumidas devido ao plano (de energias renováveis) se encontrar
ainda no seu estágio inicial. No entanto, como é desejável que a implementação dessas energias seja
feita a fim de reduzir as emissões de GEE (ou impedir o seu aumento), o presente parágrafo vai fazer
um ensaio de cálculo a título de referência para o caso de implementação de centrais eólica e
fotovoltaica.

(1) Efeito de redução de gases de efeito de estufa

Como ilustra a Figura 6-38 o resultado do ensaio de cálculo das emissões de GEE pela
implementação da produção de energia eólica/ solar aponta que uma implementação anual contínua
de 300 MW cada a partir de 2038 poderá conter as emissões ao mesmo nível da data presente (2018).
Entretanto é preciso notar que este ensaio pode estar a sobrevalorizar os efeitos da introdução das
energias eólica/ solar já que considera as capacidades esperadas de produção destas fontes. Além
disso, esta capacidade desenvolvida quando comparada com o potencial de produção de energias
renováveis indicado no parágrafo 3.2.4. (total 20 GW, energia eólica 3,9 GW (dos quais 0,6 GW de
projecto prioritário) e energia solar 17,3 GW), indica que o desenvolvimento de produção eólica será
realizado em grande escala. Portanto, é necessário elaborar um plano específico de produção de
energia o mais rápido possível e fazer uma análise detalhada.

<Condições estimadas>

Energia eólica: ritmo de desenvolvimento de 300 MW/ ano entre 2028 a 2040 (total 3.900 MW)
Energia solar: idem acima
Capacidade de reserva: ajuste por atraso do plano de desenvolvimento de CCGT/ GT de modo a
garantir uma faixa de 11%
Capacidade de produção: estimar a capacidade horária de produção mensal com base em
materiais de levantamento existentes
(2) O impacto da implementação adicional de projectos de produção de energia eólica/ solar

De acordo com o ensaio de cálculo apresentado no parágrafo anterior, o aumento da produção de


energias eólica/ solar provocará o aumento dos custos de projectos de produção de energia. Como
ilustra a Figura 6-39, o custo de produção de energia aumenta anualmente a partir da implementação
das energias eólica/ solar e no ano de 2040 atingirá 900 milhões de USD/ ano. A Figura 6-40 mostra
os valores em termos de custo básico de produção, onde em 2040 o custo será 1,4 USc/ kWh maior do
que o da proposta básica.

6-48
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 6-38 Efeito de redução das emissões de CO2 pela implementação de produção por energia

Figura 6-39 Aumento do custo de produção Figura 6-40 Aumento do custo unitário de
devido à implementação produção devido à implementação

6-49
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

6.7 Elaboração da lista de projectos

É mostrada na Tabela 6-19 a proposta recomendada para o Plano de Desenvolvimento de Fontes de


Energia de Longo Prazo.

Tabela 6-19 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de Longo Prazo

Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia


Ano Energia
Hidroeléctrica CCGT GT Energia solar
eólica
2017 Soyo1-1 (250)
Lauca (2070)
2018 Soyo1-2 (500)
Lomaun ext.(65)
2019
2020 Luachimo ext.(34)
2021 Soyo2-1 (375)
2022 Soyo2-2 (375) Cacuaco No.1 (125)
2023
Caculo
2024 Cacuaco No.2 (125)
Cabaça(2172)
Sambizanga No.1
2025
(125)
2026 Baynes (300)
2027 Lobito1-1 (375) Quileva No.1 (125)
2028 Quilengue (210) Quileva No.2 (125) Beniamin (52) Benguela (10)
Cambongue
2029 Lobito1-2 (375) Cacula (88)
(10)
Quileva No.3 (125)
2030 Chibia (78) Caraculo (10)
Soyo-SS No.1 (125)
2031 Lobito2-1 (375) Calenga (84) Catumbela (10)
Cacuaco No.3 (125)
2032 Zenzo (950) Gasto (30) Lobito (10)
Cacuaco No.4 (125)
Sambizanga No.2
(125)
Kiwaba Nzoji I
2033 Quileva No.4 (125) Lubango (10)
(62)
Quileva No.5 (125)
Quileva No.6 (125)
Kiwaba Nzoji
2034 Lobito2-2 (375) II Matala (10)
(42)
Soyo-SS No.2 (125)
2035 Genga (900) Mussede I (36) Quipungo (10)
Cacuaco No.5 (125)
Mussede I (44) Techamutete
2036 Namibe1-1 (375)
Nharea (36) (10)
Cacuaco No.6 (125)
Sambizanga No.3 Namacunde
2037 Tombwa (100)
(125) (10)
Soyo-SS No.3 (125)
Túmulo
2038 Namibe1-2 (375)
Caçador(453)
2039
Jamba Ya Oma (79)
2040 Jamba Ya Mina (205)
Lobito3-1 (375)

Total 7.438 MW 4.125MW 2.250MW 652 MW 100 MW

6-50
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Capítulo 7. Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de


Sistemas de Transporte de Energia
7.1 O actual sistema de energia

A Figura 7-1 ilustra o diagrama do sistema de transporte de energia da RNT em Julho de 2017. A
rede de transporte possui tensão máxima de 400 kV e é composto por tensões de transporte em 220 kV,
150 kV, 132 kV, 110 kV e 60 kV e a sua demanda máxima é ligeiramente inferior a 2.000 MW.
Futuramente, a RNT pretende organizar essas classes de tensão para trabalhar somente com três
tensões: 400 kV, 220 kV e 60 kV.

Actualmente a rede de transporte em Angola é dividida a grosso modo em três sistemas,


nomeadamente o Sistema Norte, o Sistema Central e Sistema Sul. Destes, o Sistema Norte fornece a
energia gerada pelas hidroeléctricas de grande porte Campanda e Cambambe principalmente para a
capital Luanda, o maior centro consumidor do país, além das províncias de Bengo, Malanje, Cuanza
Norte, Cuanza Sul, Uige, Zaire, etc. a cobrir deste modo 80% de toda a energia do país, ao mesmo
tempo em que a própria região consome quase os mesmos 80% da demanda do país.

Em 2018, está prevista a interligação dos sistemas através da linha de transporte de 220 kV entre
Alto Chingo no Sistema Norte, Novo Biópio-Quileva-central hidroeléctrica de Lomaum na província
de Bengela, do Sistema Central, e Bengegel Sul. Assim em termos de sistema haverá a integração do
Sistema Norte e a costa oriental do Sistema Central, no entanto a linha Cambambe-Gabela que é o
sistema que deveria transportar pelo Alto Chingo a energia gerada pelas hidroeléctricas ao norte está
grandemente deteriorada e se encontra fora de funcionamento, o que inviabiliza a interligação. Em
2017, com o início da operação conjunta da nova linha de 220 kV entre Cambambe e Gabela os
sistemas norte e central ficaram de facto integrados.

Nas províncias de Huambo e Bié do Sistema Central existe o sistema central hidroeléctrica de Gove
- Dango-Kuito, que estão interligados por uma única linha de transporte de 220kV. A demanda do
Sistema Central somada com a demanda do sistema da província de Benguela representa pouco mais de
10% da demanda do país.

Está concluída a linha de transporte dupla de 400 kV que parte da central térmica de Soyo,
actualmente em construção no extremo norte do país e vai até N'zeto, e também está concluída a linha
de transporte única de 400kV da rota Kapary-Catete. Assim está a se configurar progressivamente a
estrutura de transporte de energia a partir da central térmica de Soyo até o grande centro consumidor
que é a capital Luanda. Além disso, existe a linha de transporte de 400 kV que parte de Catete e liga
Viana-Lucala-Capanda Elevadora-Lauca-Cambutas e retorna a Catete, configurando assim um sistema
em anel (loop) de linha única. Assim está a ser configurado o sistema de 400 kV a interligar a grande
fonte de produção de energia térmica e os grandes consumidores.

7-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

O Sistema Sul liga as províncias de Namibe e Huila através da linha de transporte de 60 kV enquanto
que a linha Lubango-Matala é constituída por uma linha de transporte de 150 kV de modo a atender a
uma demanda de menos de 10% de todo o país.

Como foi descrito acima, actualmente, o sistema de energia em Angola é dividida em 3 sistemas
principais que no futuro serão interligados entre si.

Linha de transmissão de 400


kV
Linha de transmissão de 220
kV
Subestação existente

Subestação planejada

Central termelétrica de gás


natural

Central termelétrica

Centra hidrelétrica

(Fonte: RNT)

Figura 7-1 Diagrama do sistema de transporte da RNT em Julho de 2017

7.2 Sistema de transporte na capital Luanda

A Figura 7-2 mostra o sistema de transporte na zona central da capital Luanda. As duas subestações de
400 kV (Kapary, Viana) interligadas à subestação Catete de 400 kV e as 6 subestações de nível inferior
em 220 kV (Camama, Cacuaco, Sambizang, Cazenga, Filda, Futungo) estão dispostas de modo a
circundar o centro da cidade, e alimentam a zona central da capital Luanda.

7-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

A subestação Kapary de 400 kV tem como fonte principal de energia a central térmica de Soyo depois
que essa entrar em operação plena, e a subestação Viana de 400 kV tem como principais fontes as
centrais hidroeléctricas de Cambambe e Lucala.

(Fonte: JICA Survey Team)


Figura 7-2 Distribuição do sistema de transporte de energia na zona central da capital Luanda
(em Julho de 2017)

7.3 Plano de expansão do sistema de energia da RNT

As Figura 7-3 e Figura 7-4 mostram a distribuição futura do sistema respectivamente em 2025 e
2027.

Apesar de diferir ligeiramente da Figura 7-1, o plano da RNT para 2022 é estender a linha de
transporte de 400 kV a partir de Lauca, passando por WakoKungo-Dango-Lubango-Biopio e Cabaça-
Biopio, e também estender em direção ao leste a partir de Capanda Elevadora e ligando a XaMuteba -
Saurimo. Assim, os sistemas Norte, Central, Sul e Leste estarão interligados pela linha de transporte de
400 kV. Além disso, estarão interligadas pela linha de transporte de 220kV, as localidades de Saurimo,
na província da Lunda Sul, e Luena na província do Moxico. A RNT estima que a demanda máxima
estará à volta de 4.200 MW.

Em 2025, a linha de transporte de 400 kV irá interligar Biopio-Dango e Biopio-Lubango, de modo a


constituir o anel de 400 kV. Além disso, o reforço do sistema de transporte em 220 kV também

7-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

possibilitará a ligação até Menongue na província de Cuando Cubango. A interligação Wako


Kungo-Dango-Lubango-Nova Biopio irá configurar os sistemas em anel 400 kV - 220 kV. O plano é
reforçar dessa forma os sistemas Central e Sul. Nesta altura estará também consolidado o plano de
interligar os sistemas de energia eléctrica em 17 dos 18 províncias de Angola, com excepção da
província de Cabinda que trata-se de uma enclave. Somado a isso está planeada a interligação
internacional com a Namíbia pela extensão da linha de transporte de 400 kV de Lubango a Baynes. A
RNT estima a demanda máxima à volta de 6.000 MW.

Em 2027, a linha de transporte de 220kV irá interligar Ondjiva, na província do Cunene e Menongue,
na província do Cuando Cubango, e assim o plano é também configurar o Sistema Sul em forma de anel
400 kV - 220 kV. A RNT estima a demanda máxima à volta de 7.100 MW.

Além disso, futuramente, Luena, na província do Moxico e Camacupa na província do Bié, serão
interligados por uma linha de transporte de 220 kV, configurando assim um sistema em anel entre os
sistemas Norte, Central e Leste de modo a melhorar a fiabilidade do Sistema Leste.

7-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Linha de transmissão de 400 kV

Linha de transmissão de 220 kV

Linha de transmissão de 150 kV

Linha de transmissão de 60 kV

Subestação existente

Subestação planejada

Central termelétrica de gás natural

Central termelétrica

Centra hidrelétrica

(Fonte: RNT)

Figura 7-3 Sistema de transporte de energia em Angola (2025)

7-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: RNT)

Figura 7-4 Sistema de transporte de energia em Angola (2027)

7.4 Características do sistema principal de energia em Angola

Conforme o planeamento da RNT para 2027, as linhas de transporte do sistema principal serão
configuradas em linha singular, com excepção de uma parte das linhas de transporte tal como a linha
dupla Soyo-N'zeto-Kapary-Catete em 400 kV, além do que o sistema principal tem configuração em
anel (loop) para as duas tensões 400 kV - 220 kV.

Como resultado disso, a distribuição do fluxo de potência tornar-se-á complexa, principalmente a


verificação do critério N-1 será muito trabalhosa.

7-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.4.1 Critérios de tensão

A tensão de referência está estabelecida pelos critérios de planeamento do sistema de energia da RNT,
conforme mostrada abaixo:

Tabela 7-1 Critérios de tensão

Regime permanente "n" Regime de emergência "n-1"


Classe de
Mínimo Máximo Mínimo Máximo
tensão (kV)
kV p.u. kV p.u. kV p.u. kV p.u.
400 380 0.95 420 1.05 360 0.9 420 1.05
220 209 0.95 231 1.05 198 0.9 242 1.1
150 142 0.95 157 1.05 135 0.9 165 1.1
110 104.5 0.95 115.5 1.05 99 0.9 121 1.1
(Fonte: RNT)

7.5 Recolha e análise de informações sobre as instalações de transporte e


transformação existentes

7.5.1 Resumo geral

Fez-se a confirmação no terreno da situação das instalações de transporte existentes durante a visitas
à cidade de Luanda e a outras localidades (Benguela, Huambo, Soyo). Além disso, foram recolhidas
informações sobre o conteúdo dos equipamentos através de entrevistas com técnicos de transporte da
RNT. O estado das subestações foi verificada durante a reunião com a RNT, e nas visitas às subestações
durante as visitas de constatação.

7.5.2 Instalações de transporte existentes

De entre as estruturas de suporte das linhas de transporte de 60kV foram observados pilares de betão
(Figura 7-5) , torre de ângulo de aço Figura 7-6, Figura 7-7) e torre de coluna de aço (Figula 7-8). Para
a linha de transporte de 220 kV foram observadas várias torres de coluna de aço construídas ao longo
das estradas (Figura 7-9, Figura 7-10 e Figura 7-11), mas a principal estrutura foi a torre de ângulo de
aço (ver Figura 7-12). A estrutura observada para as linhas de transporte de 400 kV foi apenas a torre de
ângulo de aço (ver Figura 7-13). Em termos do número de linhas, havia linhas singulares e duplas. Nas
linhas de transporte de linha singular havia torres de aço de com uma mistura de linhas singulares e
duplas (com uma linha livre).

Foi observado que as as torres e linhas de transporte em geral encontravam-se a uma altura
relativamente baixa, facto reforçado pela informação da RNT de que existem muitas ocorrências de
acidentes por contacto com árvores o que provoca gastos avultados em corte de galhos de árvores que
crescem abaixo da altura dos cabos. Já as linhas de transporte construídas ao longo da estrada
encontram-se a uma altura adequada.

7-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

O isolador usado é predominantemente o de vidro e na linha de 220 kV haviam isoladores de


polímero.

Segundo a RNT o isolador de vidro danifica-se com frequência e tem representado um


constrangimento.

Quanto ao tipo de cabo utilizado, nas linhas de transporte de 60 kV usa-se principalmente fios de
cobre ao passo que nas linhas de transporte de 220 kV e 400 kV são utilizados fios CAA e AAAC. O
AAAC é usado principalmente para linhas de grande capacidade. Presume-se que a sua escolha (em
detrimento de fios ACSR) tem como objectivo minimizar as perdas no transposte visto que as linhas
percorrem grandes distâncias no país.

Para o cabo de terra aéreo é utilizado OPGW (cabo de guarda com fibra óptica) ou AW (fio de aço
revestido de alumínio).

7-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-6 Torre de ângulo de linha única 60


Figura 7-5 Colunas de betão 60 kV
kV

Figura 7-7 Torre de ramificação de linha


Figura 7-8 Torre de coluna de aço 60 kV
subterrânea 60 kV

7-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-9 Torre de coluna de aço 220 kV (de


tensão) Figura 7-10 Torre de coluna de aço 220 kV
(suspensa)

Figura 7-11 Linha de transporte de 220 kV ao


Figura 7-12 Torre de ângulo de aço 220 kV
longo da estrada

7-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-13 Linha (única) de transmissão 400kV (vista geral)

Na Tabela 7-2 é apresentada a lista de linhas de transporte de 400 kV em Angola, e na Tabela 7-3 a lista
das linhas de transporte de 220 kV. Conforme citado no resumo sobre o sistema de energia em Angola,
em Agosto de 2016 existiam 2 linhas de transporte de 400 kV com extensão total de 281 km, e 24 linhas
de transporte de 220 kV com extensão total de 1964,1 km. Já em Outubro de 2017 existiam 11 linhas de
transporte de 400 kV numa extensão de 1.183 km, e 36 linhas de transporte de 220 kV com uma
extensão de 2.598,7 km, o que ilustra o acelerado crescimento das instalações de transporte de energia
no país.

7-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-2 Lista das linhas de transporte de 400 kV (em Outubro de 2017)

No. de Distâ
Local Nome da linha Ponto inicial Ponto final Tensão Tipo de fio
linhas ncia
Capanda_elv - Lucala Capanda_elv. Lucala 400kV 1 61 3xACSR Crow 409 mm²
Lucala – Viana Lucala Viana 400kV 1 220 3xACSR Crow 409 mm²
Cambutas - Catete Cambutas Catete 400kV 1 123 2 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Soyo TPS - Soyo Soyo TPS Soyo 400kV 2 40 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Soyo - N'Zeto Soyo N'Zeto 400kV 2 142 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Região
N'Zeto - Kapary N'Zeto Kapaary 400kV 2 194 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
norte
Kapary - Catete Kapaary Katete 400kV 2 57 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Catete - Viana Catete Viana 400kV 1 39 2 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Lauca - Capanda_elv. Lauca Capanda_elv. 400kV 1 41 2 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Lauca - Cambutas Lauca Cambutas 400kV 1 76 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Lauca - Catete Lauca Catete 400kV 1 190 2 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Distância total das linhas de transmissão [km] 1183
(Fonte: RNT, JICA Survey Team)

Tabela 7-3 Lista de linhas de transporte de 220kV (em Outubro de 2017)

No. de
Nome da linha Ponto inicial Ponto final Tensão Distância Tipo de fio
linhas
Cambambe - Catete Cambambe Catete 220 1 116 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Catete - Camama Catete Camama 220 1 64 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Cambambe - Catete Cambambe Catete 220 1 116 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Catete - Viana Catete Viana 220 1 42 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Cambambe - Viana Cambambe Viana 220 1 158 AAAC Yew 479 mm²
Cambambe - Cmbutas Cambambe Cambutas 220 2 ACSR Crow 54/7 409 mm²
N’ Dalatando - Cambutas N’ Dalatando Cambutas 220 1 73 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Cambambe - Gabela Cambambe Gabela 220 1 130 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Gabela - Alto chingo Gabela Alto Chingo 220 1 81 2xAAAC Yew 479 mm²
Viana - Camama Viana Camama 220 1 34.5 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Viana - Cazenga I Viana Cazenga 220 1 21.5 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Viana - Cazenga II Viana Cazenga 220 1 18 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Viana - Cazenga III Viana Cazenga 220 1 18 AAAC Yew 470 mm²
Viana - Cacuaco Viana Cacuaco 220 1 14.5 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Região
Cacuaco - Sambizanga Cacuaco Sambizanga 220 2 19.3 AAAC Yew 479 mm²
norte
Viana - Filda I Viana Filda 220 1 18 AAAC Yew 479 mm²
Viana - Filda II Viana Filda 220 1 18 AAAC Yew 479 mm²
Capanda - Cambutas Capanda Cambutas 220 1 120 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Capanda - Lucala Capanda Lucala 220 1 70.7 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Capanda - Capanda Elev A Capanda Capanda Elev. 220 1 3.6 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Capanda - Capanda Elev B Capanda Capanda Elev. 220 1 3.6 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Lucala - N’ Dalatando Lucala N’ Dalatando 220 1 35.7 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Lucala - Pambos de Sonhe - Uíge Lucala Pambos de Sonhe - Uíge 220 1 211 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Uíge - Maquela do Zombo Uíge Maquela do Zombo 220 1 200 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Kapary - Cacuaco Kapary Cacuaco 220 1 26.7 AAAC Yew 479 mm²
Kapary - Ada Kapary Ada 220 1 14 AAAC Yew 479 mm²
Camama - Futungo de Belas Camama Futungo de Belas 220 2 14.5 AAAC Yew 479 mm²
Catete-Ramiros Catete Ramiros 220 2 91 AAAC Yew 479 mm²
N'Zeto - M'Banza Congo N'Zeto M'Banza Congo 220 1 181 AAAC Yew 479 mm²
Alto Chingo - Novo Biopio Alto Chingo Novo Biopio 220 1 156 2xAAAC Yew 479 mm²
Hidroeléctrica Lomaum - Novo Biopio Hidroeléctrica Lomaum Novo Biopio 220 2 95.8 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Novo Biopio - Quileva Novo Biopio Quileva 220 1 18 2xAAAC Yew 479 mm²
Região
Novo Biopio - Benguela Sul Novo Biopio Benguela Sul 220 1 57 AAAC Yew 479 mm²
central
Hidroeléctrica Gove - Belém do Dango Hidroeléctrica Gove Belém do Dango 220 1 93 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Belém do Dango - Kuíto Belém do Dango Kuíto 220 1 150 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Hidroeléctrica Lomaum - Quileva Hidroeléctrica Lomaum Quileva 220 1 114 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Distância total das linhas de transmissão [km] 2597.4

(Fonte: RNT, JICA Survey Team)

7.5.3 Instalações de transformação existentes

Em termos de transformadores estão a ser usados principalmente equipamentos de fabricação chinesa


seja na nova subestação de 60 kV como na subestação de 400 kV (ver Figura 7-14), além de
equipamentos alemães. A recém-construída subestação de Soyo de 400 kV possui 4 transformadores de
fase única que formam uma unidade, sendo que um deles actua como reserva de modo a possibilitar a

7-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

conexão que atenda a qualquer fase. Para equipamento de modificação de fase está instalado o reactor
de compensação variável (da Siemens Corp., ver Figura 7-15).

O disjuntor usado na subestação de 60 kV é do tipo isolador de porcelana, enquanto que na subestação


de 220 kV é usado o disjuntor vertical de isolador de gás polimérico de fabricação chinesa (ver Figura
7-16), embora a subestação não aparentasse ter grande diferença com uma subestação normal a céu
aberto. Como nota especial, foi observado o uso de comutador isolado a gás (GIS: ABB Inc., Figura
7-17) nas estações de seccionamento de 400 kV na central térmica de Soyo.

Além disso, a configuração do barramento possui arranjo normal de barramento duplo (Figura 7-18)
que compõe uma instalação de alto grau de fiabilidade.

Figura 7-14 Transformador 66 kV/ 15 kV de Figura 7-15 Ecrã de controlo do


fabricação chinesa reactor de compensação variável

7-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-16 Disjuntores verticais


a gás 220 kV
Figura 7-17 Comutador isolado a gás, tipo interior
(Utilizada bucha de polímero)

(Fonte: RNT)

Figura 7-18 Exemplo de configuração de barramento múltiplo (subestação Futungo 220 kV)

7-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Na Tabela 7-4 é mostrada a lista de subestações de 400 kV, e a Tabela 7-5 a lista de subestações de
220 kV. Conforme citado no resumo sobre o sistema de energia em Angola (de Agosto de 2016), na
época existiam 1 subestação de 400 kV com capacidade 420 MVA, e 15 subestações de 220 kV com
capacidade de 2129 MVA. No entanto, já para Outubro de 2017, existem 9 subestações de 400 kV com
capacidade total de 4950 MVA, e 23 subestação de 220kV com capacidade total de 4086 MVA o que
mostra também que o número de instalações de transformação está a aumentar aceleradamente.

Tabela 7-4 Lista de subestações de 400 kV (em Outubro de 2017)

Capacidade de
Transformador
Local Província Central de geração Tensão [kV] transmissão
es
[MVA]
Subestação Viana 400/220 210 x 2 420
Luanda
Subestação Catete 400/220 450 x 2 900
Região Bengo Subestação Kapary 400/220 450 x 2 900
norte Subestação Soyo 400/60 120 x 2 240
Zaire
Subestação N'Zeto 400/220 90 x 1 90
Subestação Cambutas 220/400 930 x 2 1860
Kwanza Norte
Subestação Capanda_Elev. 220/400 270 x 2 540
Capacidade instalada total das subestações de 400kV [MVA] 4950

(Fonte: RNT, Equipe de Estudo da JICA)

7-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-5 Lista de subestações de 220kV (em Outubro de 2017)

Capacidade de
Transforma
Local Província Central de geração Tensão [kV] transmissão
dores
[MVA]
Luanda Subestação Catete 220/60 2 x 120 240
Subestação Cazenga 220/60/15 5 x 60 300
Subestação Viana 220/60 5 x 60 300
Subestação Filda 220/60 2 x 120 240
Subestação Camama 220/60 3 x 120 360
Subestação Cacuaco 220/60 2 x 60 120
Subestação Sambizanga 220/60 2 x 120 240
Subestação Futungo de Belas 220/60 2 x 120 240
Subestação Ramiros 220/60 2 x 120 240
Bengo Subestação Kapary 220/60 2 x 120 240
Região Subestação Ada 220/15 25,40 65
norte Kwanza Subestação N’ Dalatando 220/30 1 x 40 40
Norte Subestação Pambos de Sonhe 220/30 1 x 30 30
Subestação Cambutas 220/60 2x 120 240
Malanje Subestação Capanda Elevadora 220/400 2 x 270 590
220/30 1 x 30
220/110 1 x 20
Uíge Subestação Uíge 220/60 1 x 40 40
Subestação Maquela do Zombo 220/30/15 1 x 10 40
220/60/15 1 x 30
Zaire Subestação N'Zeto 220/60 1 x 63 63
Subestação M'Banza Congo 220/60 1 x 63 63
Benguela Subestação Quileva 220/64/32 2 x 100 200
Kwanza Sul Subestação Alto Chingo 220/60 1 x 60 60
Região
Subestação Gabela 220/60/30 1 x 35 35
central
Huambo Subestação Belém do Dango 220/60/30 1 x 60 60
Subestação Kuito 220/60/10 2 x 20 40
Capacidade instalada total das subestações de 220kV [MVA] 4086

(Fonte: RNT, Equipe de Estudo da JICA)

7-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.6 A Recolha e Análise de Informações Sobre os Planos Recente de


Desenvolvimento

7.6.1 Estratégias e planos de desenvolvimento existentes

Com base na Angola Energia 2025, a RNT está a analisar um plano até 2027.

Já está a ser concluída a estrutura de um sistema entre a central térmica do Soyo até Luanda e a linha
de transporte entre a central hidroeléctrica da bacia do Rio Kwanza até Luanda, e daqui para frente está
a ser planeado um sistema principal de 400 kV para transportar energia para as regiões central e sul do
país. Também está planeado a nível de SAPP que no final o sistema citado irá interligar às linhas do
sistema internacional no país vizinho ao sul, a Namíbia. O objectivo é fazer com que a energia
produzida seja comercializada no mercado africano de energia e ao mesmo tempo possibilitar a
disponibilidade de energia na época de seca. Além disso, a linha de transporte de 400 kV também vai
desempenhar um papel de linha de fornecimento de energia à nova central de grande porte prevista para
ser construída.

As Tabela 7-6 e Tabela 7-7 ilustram o plano actual das linhas de transporte principal de 400 kV e das
subestações.

No momento a linha de 220 kV está a integrar os sistemas norte e centro, mas a longo prazo tem
vindo a desempenhar um papel no fornecimento da energia proveniente das subestações do sistema
principal de 400 kV às províncias. Além disso, também fornece energia às centrais térmicas de pequeno
porte.

Assim, as Tabela 7-8 e Tabela 7-9 mostram os planos existentes das linhas de transporte e das
subestações do sistema 220 kV.

7-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-6 Plano existente de linhas principais de transporte (backbone) de 400kV da RNT (até
2027)

Extensão
No. No. de Ano de
Área Tensão Ponto inicial Ponto final da linha Status do Projecto Doador
Projecto circuitos operação
(kV) (km)
1 Central 400 Lauca Waco Kungo 1 177 2020 Em construção (Cmec) China
2 〃 400 Waco Kungo Belem do Huambo 1 174 2020 〃 China
3 Norte 400 Catete Bita 1 54 2022 Projecto em curso (Odebrecht) Brasil
4 〃 400 Cambutas Bita 1 167 2022 〃 Brasil
5 Central 400 Belem do Huambo Lubango 1 337 2022 Planeamento (ou sem informação) -
6 〃 400 Belem do Huambo Capelongo 1 202 2022 〃 -
7 Norte 400 Cambutas Caculo Cabaça 1 49 2023 〃 -
8 〃 400 Caculo Cabaça Bita 1 214 2023 〃 -
9 Central 400 Caculo Cabaça Nova Biopio 1 348 2025 〃 -
10 〃 400 Nova Biopio Lubango 1 317 2025 〃 -
11 Sul 400 Lubango Cahama 1 179 2025 〃 -
12 〃 400 Cahama Baynes 1 312 2025 〃 -
13 Leste 400 Capanda_elev Xa-Muteba 2 266 2025 〃 -
14 〃 400 Xa-Muteba Surimo 2 335 2025 〃 -
15 Sul 400 Capelongo Ondjiva 1 312 2027 〃 -
16 〃 400 Cahama Ondjiva 1 175 2027 〃 -
Nova Biopio -
17 〃 400 Caluquembe 2 5 2027 〃 -
Lubango
Belem do Huambo
18 〃 400 Quilengues 2 5 2027 〃 -
- Lubango
19 〃 400 Cahama Ruacana 2 125 2027 〃 -
Total 3753

(Fonte: RNT, Equipa de Estudo da JICA)

Tabela 7-7 Plano existente para subestações da linha principal 400kV da RNT (até 2027)

No. Ano de
Area Tensão Substation Capacity Status do Projecto Doador
Projecto operação
(kV) Nome (MVA)
1 Cuanza Sul 400 Waco Kungo 450 2020 Em construção (Cmec) China
2 Huambo 400 Belem do Huambo 900 2020 〃 China
3 Luanda 400 Bita 900 2020 Projecto em curso (Odebrecht) Brasil
4 Huila 400 Lubango 900 2022 Planeamento (ou sem informação) -
5 〃 400 Capelongo 900 2022 〃 -
6 Benguela 400 Nova Biopio 900 2025 〃 -
7 Sul 400 Cahama 420 2025 〃 -
8 Leste 400 Saurimo 900 2025 〃 -
9 Luanda Norte 400 Xa-Muteba 240 2025 〃 -
10 Cunene 400 Ondjiva 420 2027 〃 -
11 Huila 400 Caluquembe 180 2022 〃 -
12 〃 400 Quilengues 180 2027 〃 -
Total 7290

(Fonte: RNT, Equipa de Estudo da JICA)

7-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-8 Plano existente de linhas principais de transporte (backbone) de 220kV da RNT (até 2027)

No. No. de Ano de


Area Tensão Ponto inicial Ponto final tensão da li Status do Projecto Doador
Projecto circuitos operação
(kV) (km)
1 Norte 220 Kapary Caxito 1 18 2022 Planeamento (ou sem informação) -
2 〃 220 Filda Golf 2 7 2022 〃 -
3 〃 220 Bita Camama 1 17 2022 〃 -
4 〃 220 Bita Rammiros 1 23 2022 〃 -
5 〃 220 Capanda Marange 1 101 2022 〃 -
6 Central 220 Cambambe Gabela 1 134 2022 〃 -
7 〃 220 Gabela Alto Chingo 1 64 2022 〃 -
8 〃 220 Gabela Quibala 1 64 2022 〃 -
9 〃 220 Quibala Waco Kungo 1 68 2022 〃 -
10 〃 220 Lomaum Cubal 1 4 2022 〃 -
11 〃 220 Belem do Huambo Cubal 1 146 2022 〃 -
12 Sul 220 Lubango Namibe 2 151 2022 〃 -
13 〃 220 Namibe Tombwa 1 110 2022 〃 -
14 〃 220 Lubango Matala 1 154 2022 〃 -
15 〃 220 Matala HPS Matala 1 15 2022 〃 -
16 〃 220 Capelongo Cuchi 2 71 2022 〃 -
17 〃 220 Cuchi Menongue 2 77 2022 〃 -
18 Norte 220 Viana PIV 1 4 2027 〃 -
19 〃 220 Cazenga PIV 1 21 2027 〃 -
20 〃 220 Sambizanga Chicapa 1 5 2027 〃 -
21 〃 220 Futungo de Belas Chicapa 1 12 2027 〃 -
22 〃 220 Catete Maria Teresa 2 50 2027 〃 -
23 Central 220 Alto Chingo Cuacra 2 15 2027 〃 -
24 〃 220 Alto Chingo Porto Amboim 2 50 2027 〃 -
25 〃 220 Quileva Catumbela 1 8 2027 〃 -
26 〃 220 Benguela Sul Catumbela 1 33 2027 〃 -
27 〃 220 Nova Biopio Bocoio 1 5 2027 〃 -
28 〃 220 Lomaum Bocoio 1 5 2027 〃 -
29 〃 220 Cubal Ukuma 1 5 2027 〃 -
30 〃 220 Belem do Huambo Ukuma 1 5 2027 〃 -
31 〃 220 Belem do Huambo Catchiungo 1 9 2027 〃 -
32 〃 220 Kuito Catchiungo 1 9 2027 〃 -
33 〃 220 Belem do Huambo Kuito 1 144 2027 〃 -
34 〃 220 Kuito Andulo 1 110 2027 〃 -
35 Sul 220 Cahama Xangongo 1 88 2027 〃 -
36 〃 220 Ondjiva Xangongo 1 90 2027 〃 -
37 〃 220 Capelongo Matala 1 158 2027 〃 -
38 〃 220 Matala Jamba Mina 2 83 2027 〃 -
39 〃 220 Jamba Mina Jamba Oma 2 49 2027 〃 -
40 〃 220 Capelongo Tchamutete 2 93 2027 〃 -
41 Leste 220 Saurimo Lucapa 1 157 2022 〃
42 〃 220 Lucapa Dundo 1 135 2022 〃
43 〃 220 Saurimo Luena 1 246 2027 〃 -
44 〃 220 Saurimo Muconda 1 169 2027 〃 -
45 〃 220 Muconda Luau 1 100 2027 〃 -
46 〃 220 Luau Cazombo 1 187 2027 〃 -
Total 3269

(Fonte: RNT, Equipa de Estudo da JICA)

7-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-9 Plano existente de subestações da linha principal de 220kV da RNT (até 2027)

No. Ano de
Area Tensão Substation Capacity Status do Projecto Doador
Projecto operação
(kV) Nome (MVA)
1 Bengo 220 Caxito 120 2022 Planeamento (ou sem informação) -
2 Luanda 220 Golf 240 2022 〃 -
3 〃 220 Bita 240 2022 〃 -
4 Maranje 220 Maranje 200 2022 〃 -
5 Cuanza Sul 220 Gabela 120 2022 〃 -
6 〃 220 Quibala 60 2022 〃 -
7 〃 220 Waco Kungo 60 2022 〃 -
8 Benguela 220 Cubal 120 2022 〃 -
9 Huambo 220 Belem do Huambo 240 2022 〃 -
10 Huila 220 Lubango 240 2022 〃 -
11 Namibe 220 Namibe 120 2022 〃 -
12 〃 220 Tombwa 120 2022 〃 -
13 Huila 220 Matala 120 2022 〃 -
14 Cuando Cubango 220 Cuchi 40 2022 〃 -
15 〃 220 Menongue 240 2022 〃 -
16 Luanda 220 PIV 240 2027 〃 -
17 〃 220 Chicapa 240 2027 〃 -
18 Bengo 220 Maria Teresa 120 2027 〃 -
19 Cuanza Sul 220 Cuacra 60 2027 〃 -
20 〃 220 Porto Amboim 120 2027 〃 -
21 Benguela 220 Catumbela 240 2027 〃 -
22 〃 220 Bocoio 120 2027 〃 -
23 Huambo 220 Ukuma 120 2027 〃 -
24 〃 220 Catchiungo 120 2027 〃 -
25 Bié 220 Andulo 120 2027 〃 -
26 Cunene 220 Xangongo 120 2027 〃 -
27 〃 220 Tchamutete 180 2027 〃 -
28 Moxico 220 Luena 240 2027 〃 -
29 Luanda Sul 220 Muconda 40 2027 〃 -
30 Moxito 220 Luau 120 2027 〃 -
31 〃 220 Cazombo 80 2027 〃 -
Total 4560

(Fonte: RNT, Equipa de Estudo da JICA)

Para referência, são mostradas nas Figuras 7-19 a 7-22 diagramas do sistema de linha de transporte das
secções de 2022 e 2027 obtidos junto à RNT.

7-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-19 Secção de 2022 do Sistema Norte segundo o Plano Existente da RNT

Figura 7-20 Secção de 2027 do Sistema Norte segundo o Plano Existente da RNT

7-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-21 Secção de 2022 dos Sistemas Central, Sul e Leste segundo o Plano Existente da RNT

Figura 7-22 Secção de 2027 dos Sistemas Central, Sul e Leste segundo o Plano Existente da RNT

7-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.6.2 Análise dos dados técnicos das instalações existentes e os custos actualizados

Para confirmar o conteúdo do projecto de instalações existentes, foi feita solicitação de


informações técnicas através de inquéritos e pedidos directos durante os encontros com as contrapartes,
no entanto só foi possível obter padrões técnicos e especificações de projectos individuais. Apesar
disso, foi possível verificar que os projectos tanto para as linhas de transporte como para as subestações
estão em conformidade com as normas da IEC.

Foram verificados minuciosamente os seguintes documentos: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS


GERAIS Redes de Distribuição AT, MT e BT (especificações técnicas gerais de instalações de
distribuição em alta tensão (60 kV a 35 kV), média tensão (35 kV a 1 kV) e baixa tensão (menos de 1
kV) ET-E-001 a 008、 2014.10), e ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS GERAIS Rede de Transporte MAT
(especificações técnicas gerais para sistemas de transporte de altas tensões especiais (60 kV ou
superior), ET-E-101 a 121, 2014.7), e especialmente os documentos relacionadas às instalações de
transporte e transformação, notadamente os documentos Projectos de Subestações de Postos de
Seccionamento de MAT (Projecto de subestação especial de alta tensão e estação de seccionamento
ET-E-110) e Projectos de Linhas aéreas de MAT (projecto de linhas aéreas de transporte de alta tensão
especial, ET-E-119) de onde se confirmou que no país são adoptados métodos e parâmetros de projecto
em concordância com o padrão mundial IEC para instalações de transporte e transformação de 400 kV
e 220 kV.

Em relação ao custo das instalações de transporte e transformação em Angola, foi feita a análise de
estimativa de valores de custo com base em valores reais de aquisição internacional realizadas em
outros países em desenvolvimento que receberam instalações de transporte e transformação baseadas
nas normas IEC, já que só foi possível obter um exemplo de orçamento de obra de transporte e
transformação de 220 kV.

No que diz respeito ao custo por km da linha de transporte de 400 kV, foram adoptados valores
baseados no recente orçamento de aquisição internacional do projecto realizado no Bangladesh, e
relativamente ao custo por km da linha de transporte de 220 kV foram estimados valores de custo com
base no orçamento realizado num projecto em Angola. Como esse orçamento de referência foi feito
para uma linha de transporte de dois circuitos, considera-se, com base em experiências anteriores que
80% do valor do orçamento para uma linha de transporte de apenas 1 circuito. A Tabla 7-10 ilustra os
valores estimados de custo por km da linha de transporte.
Tabela 7-10 Estimativa de custo por km da linha de transporte
Custo por km linha de
No. de
Tensão transmissão
linhas
(unid. Milh. USD/ km)
1 0.78
400kV
2 0.98
1 0.36
220 kV
2 0.45
(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-23
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Quanto ao custo da subestação, foi possível obter estimativas de custo de um total de cinco projectos
recentes de subestações de 400 kV (3 projectos em Moçambique e 2 em Bangladesh). Como é sabido
que o custo de uma subestação tem correlação com a capacidade do transformador usado, foi estimado
o custo de uma subestação de 400 kV a partir do gráfico produzido pelo método dos mínimos
quadrados usando os dados citados.

90

80

70

60

50
MUS$

40

30
実績値
20 推定値

10

0
0 500 1000 1500 2000 2500
変電所容量(MVA)

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-23 Estimativa de custo de cada subestação de 400 kV

7-24
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Da mesma forma, para a subestação de 220 kV foi produzido um gráfico pelo método dos mínimos
quadrados usando os dados obtidos de 2 projectos recentes de subestação de 220 kV (1 em Angola e 1
em Moçambique).

30
29
28 変電所工事費

27
26
MUS$

25
24
23
22
21
20
100 150 200 250 300
変電所容量(MVA)

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-24 Estimativa de custo de cada subestação de 220kV

Com base nos resultados acima, os custos de subestações segundo a capacidade total do
transformador são mostrados naTabela 7-11.

Tabela 7-11 Estimativa de custo por subestação com base na capacidade total do
transformador

Custo por subestação com


base na capacidade total do
Tensão transformador P
(unid.: Milh. USD/
subestação)
400kV 0,024 x P (MVA) + 29,67

220kV 0,054 x P (MVA) + +11,58

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-25
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.6.3 Análise baseada na interconexão internacional com os países vizinhos (República


Democrática do Congo, Namíbia, Zâmbia)

Fez-se uma análise sobre o plano de interconexão internacional com os países vizinhos (República
Democrática do Congo (RDC), Namíbia, Zâmbia) descrito em Angola Energia 2025.

A interconexão internacional descrita em Angola Energia 2025 compreende as seguintes quatro


áreas:

I. Interconexão internacional entre a central hidroeléctrica de Inga na República


Democrática do Congo e a subestação subestação de Soyo
II. nterconexão internacional entre a subestação de Kananga na República Democrática
do Congo e o sistema oeste
III. Interconexão internacional entre a subestação Copper Belt na Zâmbia e o sistema
oeste
IV. Interconexão com a linha de transporte da SAPP a passar pela subestação Ruakana
na Namíbia
O resumo geral do plano é mostrado na Figura 7-25.

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-25 Resumo da interconexão internacional em Angola

7-26
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Em termos de análise da situação actual, foi feita recolha de informações junto à RNT, que é o ponto
focal do SAPP (Southern Africa Power Pool) em Angola, de onde se constatou que o projecto I acima
de interconexão internacional que pretende interligar à SAPP a energia gerada na central hidroeléctrica
de grande porte de Inga na RDC que deve passar por Angola e chegar à Africa do Sul, está interrompida
devido a problemas políticos com o RDC. Quando o projecto for retomado, a equipa responsável pelo
SAPP que no momento analisa o FS de interconexão com a Namíbia deve voltar a fazer a análise deste
projecto.

Quanto ao projecto II, não há sistema de transporte de energia que possa interconectar ao lado
congolês no momento, e a situação actual de alimentação por uma pequena central hidroeléctrica no
lado congolês através de uma linha dedicada deve permanecer mesmo após o desenvolvimento do
sistema oeste. Assim confirmou-se que não haverá interconexão internacional com a RDC como
imaginado.

O projecto III pretendia vender electricidade à região do Cinturão de Cobre, que é uma zona de
desenvolvimento mineiro em Zâmbia, mas a informação é que no momento este plano está descartado.

O projecto IV objectiva estabelecer uma linha de interconexão internacional e comercializar a


energia eléctrica gerada por uma fonte hidroeléctrica de grande porte em Angola passando por Namíbia,
ao mesmo tempo em que pretende estabilizar o fornecimento de energia em Angola por recebimento de
energia na época de seca. No momento a referida equipa de SAPP está a levar adiante o FS e a primeira
conclusão ao final do estudo conceitual é de que a interconexão internacional é possível. Segundo as
informações está prevista a entrega do relatório final do FS em 2018, o projecto em seguida passará
pelas fases de obtenção de financiamento, avaliação de impacto ambiental e o início da implementação
para 2025.

O conceito de linha de interconexão internacional prevê a construção de uma nova linha de


transporte de 400 kV entre a subestação da Cahama em Angola até a subestação do Ruakana, na
Namíbia, elevação da tensão da linha de transporte de 330 kV para 400 kV entre a subestação do
Ruakana até a subestação de Omburu, ambas na Namíbia, e construir uma nova linha de transporte de
400 kV entre a subestação de Omburu até a subestação de Auasa, que é o ponto final da linha de
interconexão internacional entre a Namíbia e a África do Sul, de modo a conectar-se à linha de
interconexão internacional de 400 kV existente entre a Namíbia e a África do Sul.

A Figura 7-26 ilustra o conceito de interconexão internacional das linhas de transporte.

7-27
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: RNT, Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-26 Resumo do conceito de interconexão internacional com SAPP

Como a linha de interconexão internacional entre Angola e África do Sul será de longa distância com
mais de 2.000 km de extensão, é preciso alertar sobre a necessidade de uma análise suficiente da
questão relacionada à estabilidade do sistema, apesar do assunto estar fora do escopo directo deste
trabalho. A capacidade estimada de intercâmbio de energia é da ordem de 400 MW, e se o
desenvolvimento das fontes de energia for realizado com sucesso em Angola, pensa-se não haver
grandes impactos na oferta e demanda de energia eléctrica no país.

Nestas circunstâncias, é preciso considerar o impacto futuro da interconexão internacional dos


projectos I e IV ao sistema angolano. Geralmente, não é preferível que haja interconexão internacional
em dois pontos de conexão num sistema de corrente alternada pelo facto de causar dificuldades no
controlo do fluxo de potência. No entanto, uma interconexão por corrente directa implica em grandes
custos de instalações de conversão, o que não é apropriado quando se objectiva a venda de energia
eléctrica. Portanto, para o projecto Ⅳ que já está em fase avançada de FS considera-se não haver
problemas de interconexão, mas para o projecto I é recomendado não fazer a interconexão
internacional com a RDC e aproveitar uma parte do gerador da central hidroeléctrica de Inga como
fonte de energia pela conexão por uma linha dedicada.

Isto foi explicado ao lado angolano na reunião do JCC e no workshop e foi solicitada a compreensão
sobre a questão.

7-28
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Além disso, para realizar a interconexão internacional, é necessário estabelecer primeiro no país uma
estrutura de controlo e monitoria do próprio sistema, e na situação em que se encontra esta estrutura no
momento em Angola é preciso dizer que haverá uma grande dificuldade na manutenção da frequência
do sistema e operabilidade económica.

Para tanto foi realizado um workshop de conscientização dos profissionais sobre a necessidade de se
consolidar uma boa estrutura de controlo e monitoria do sistema, e o presente relatório faz a
recomendação de implementação do sistema SCADA no central de despacho que seja capaz de fazer
todo o controlo e monitoria do sistema.

7-29
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7 Plano de desenvolvimento da rede de transporte

7.7.1 Directrizes

Primeiramente, para o sistema de 220 kV, elaborar o plano a partir da definição das subestações de
220 kV que representem as cargas regionais e que estejam em concordância com a estimativa de
demanda de cada região, e interligar às subestações de 400 kV e a linha de transporte de 220 kV, e ao
mesmo tempo ajustar para que esteja em conformidade com as linhas de transporte e as subestações de
220 kV existentes e as linhas de 220 kV ligadas às centrais.

Para o sistema principal de 400 kV, uma vez que a RNT planeia elaborar uma estrutura até 2027, será
considerada a adopção deste plano e serão feitas verificações e revisões desta nova linha de transporte
de 400 kV a conectar às centrais e a sua conformidade em relação ao sistema de 220 kV.

No final, a análise do sistema de energia irá determinar as capacidades das subestações, das linhas de
transporte e dos modificadores de fase.

Os procedimentos elaboração do plano de desenvolvimento são mostrados na Figura 7-27.

Peak Demand
Total Peak Demand
Forecasting for each
Forecasting
Province

220kV Substation
Power Development
planning
Planning

400kV Substation
Planning

Transmission Line
Planning

Power system
analysis

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-27 Fluxograma de desenvolvimento da rede de transporte

7-30
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.2 Plano de instalações de transformação de fornecimento regional baseado na previsão de


demanda

As subestações para cada província e as suas capacidades foram definidas abaixo com base na
máxima previsão anual de demanda do parágrafo 5.3.2 (3).

Tabela 7-12 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do


sistema norte
Província Capital Ano 2020 2025 2030 2035 2040
Demanda prevista (MW) 2123 2752 3183 4220 4734
> 220 kV Gerador (MW) 614 0 0 0 0
Capacidade necessária (MVA) 1,677 3,058 3,537 4,689 5,259
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 2520 2520 4920 5160 6000
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - 538 -1,383 -471 -741

Capacidade Planeada Total (MVA) 2520 4920 5160 6000 6240

Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)


Catete 240 240 240 240 240 existente
Cazenga 300 300 300 420 420 existente melhoria 2035
Luanda Luanda Viana 300 900 900 900 900 existente melhoria 2025
Filda 240 240 240 240 240 existente
Camama 360 360 480 480 480 existente melhoria 2025
Cacuaco 120 480 480 720 720 existente melhoria2021 2034
Sambizanga 240 480 480 480 720 existente melhoria2025 2036
Futungo de Belas 240 240 360 360 360 existente melhoria 2030
Rammiros 240 240 240 240 240 existente
Bita 240 240 240 240 240 2020
Zango 360 360 360 360 2022
Golfe 360 360 360 360 2022
Chicapa 480 480 480 480 2025
PIV 480 480 2035
Demanda prevista (MW) 59 119 177 242 316
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 65 132 197 269 351
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 305 305 425 425 425
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) -240 -173 -228 -156 -74
Bengo Caxito Capacidade Planeada Total (MVA) 305 425 425 425 545
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Kapary 240 240 240 240 360 existente melhoria 2035
ADA 65 65 65 65 65 existente
Caxito 60 60 60 60 2025
Maria Teresa 60 60 60 60 2025
Demanda prevista (MW) 67 151 221 288 358
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 75 168 246 320 398
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 310 310 390 390 510
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - -142 -144 -70 -112
Kuanza Norte N'dalatando Capacidade Planeada Total (MVA) 310 390 390 510 510
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Cambutas 240 240 240 240 240 existente
N'dalatando 40 120 120 120 120 existente melhoria2025
Pambos de Sonhe 30 30 30 30 30 existente
Lucapa 120 120 2035
Demanda prevista (MW) 103 152 216 290 359
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 115 169 240 323 399
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 130 130 370 370 370
operação)
Malanje Malanje Capacidade insuficiente (MVA) - 39 -130 -47 29
Capacidade Planeada Total (MVA) 130 370 370 370 490
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Capanda Elevadora 130 130 130 130 130 existente melhoria2020
Malanje 2 (Catepa) 240 240 240 360 2022 melhoria 2040
Demanda prevista (MW) 73 156 256 370 501
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 81 173 284 412 556
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 80 80 280 280 280
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - 93 4 132 276
Uíge Uíge Capacidade Planeada Total (MVA) 80 280 460 580 620
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Uíge 40 240 240 240 240 existente melhoria2022
Maquela do Zombo 40 40 40 40 80 existente melhoria2036
Negage 180 180 180 2030
Sanza Pombo 120 120 2035
Demanda prevista (MW) 55 105 164 230 303
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 61 117 182 256 337
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 366 406 406 406 523
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - -289 -224 -150 -186
Zaire Zaire Capacidade Planeada Total (MVA) 406 406 406 523 523
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Soyo 240 240 240 240 240 existente
N'Zeto 63 63 63 63 63 existente
M'Banza Congo 63 63 63 180 180 existente melhoria 2031
Tomboco 40 40 40 40 40 2020
Demanda prevista (MW) 104 135 178 222 269
> 220 kV Gerador (MW) 104 135 0 0 0
Capacidade necessária (MVA) 0 0 198 247 299
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 0 0 0 360 360
operação)
Cabinda Cabinda Capacidade insuficiente (MVA) - 0 198 -113 -61
Capacidade Planeada Total (MVA) 0 0 360 360 360
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Cabinda 240 240 240 2030
Cacongo 120 120 120 2030
Subtotal 3751 6791 7571 8768 9288

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-31
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Com base na demanda estimada em cada província, foi feia discussão com a RNT para seleccionar os
locais centrais de demanda e definir a localização das subestações. Para os locais previstos de demanda
de pequena escala mesmo no futuro, a capacidade da subestação foi definida para 60 MVA, mas o
padrão comum de acordo com a escala de demanda foi definida para 120 MVA ou 240 MVA. Para
locais de carga pesada na área de Luanda, foram adoptados 480 MVA ou 720 MVA.

Na Tabela 7-12 as letras vermelhas indicam as subestações existentes e as suas respectivas


capacidades, as letras azuis indicam as subestações novas e suas capacidades e a capacidade após a
expansão. Na coluna das observações, registou-se o ano da nova construção ou da expansão.

As Tabelas 7-13 a 7-15 também apresentam o mesmo conteúdo.

Tabela 7-13 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do


sistema central
Província Capital Ano 2020 2025 2030 2035 2040
Demanda prevista (MW) 101 174 263 369 494
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 113 193 292 410 549 Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 240 240 480 480 480 operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - -47 -188 -70 69
Capacidade Planeada Total (MVA) 240 480 480 480 600
Cuanza Sul Sumbe Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Alto Chingo 120 120 120 120 120 existente
Gabela 120 120 120 120 180 existente melhoria 2037
Waco Kungo 60 60 60 60 2022
Quibala 60 60 60 120 2022
Porto Amboim 120 120 120 120 2025
Cuacra 60 60 60 60 2025
Demanda prevista (MW) 300 415 563 734 882
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 333 462 625 815 980
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 550 550 910 1150 1270
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - -88 -285 -335 -290
Capacidade Planeada Total (MVA) 550 910 1150 1270 1390
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Benguela Benguela
Quileva 310 310 310 310 310 existente
Benguela Sul 240 240 240 240 240 2018
Catumbela 120 120 240 240 2025 melhoria 2035
Cubal 120 120 120 240 2022 melhoria 2038
Alto Catumbela 120 120 120 2030
Baria Farta 120 120 120 2030
Bocoio 120 120 120 120 2025
Demanda prevista (MW) 132 205 318 454 614
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 147 228 354 505 682
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 240 240 420 540 540
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - -12 -66 -35 142
Huambo Huambo Capacidade Planeada Total (MVA) 240 420 540 540 780
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Belem do Huambo 240 240 240 240 480 existente melhoria 2036
Ukuma 60 60 60 60 2025
Catchiungo 120 120 120 120 2025
Bailundo 120 120 120 2030
Demanda prevista (MW) 41 82 131 208 323
> 220 kV Gerador (MW)
Capacidade necessária (MVA) 46 91 145 231 359
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 120 120 180 300 360
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - -29 -35 -69 -1
Bié Kuito
Capacidade Planeada Total (MVA) 120 180 300 360 480
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Kuito 120 120 240 240 360 existente melhoria2027 2037
Andulo 60 60 60 60 2025
Camacupa 60 60 2035
Subtotal 1150 1990 2470 2650 3250

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-32
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-14 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do sistema sul

Área Província Capital Ano 2020 2025 2030 2035 2040


Demanda prevista (MW) 121 201 311 443 602
> 220 kV Gerador (MW) 121
Capacidade necessária (MVA) 0 224 345 493 668 Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 0 0 780 840 840 operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - 224 -435 -347 -172
Capacidade Planeada Total (MVA) 0 780 840 840 900
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Huíla Lubango Lubango 240 240 240 240 2022
Nova Lubango 120 120 120 120 2025
Matala 120 120 120 120 2022
Caluquembe 60 60 60 120 2025 melhoria 2040
Quilengues 60 60 60 60 2025
Tchamutete 120 120 120 120 2025
Capelongo 60 60 60 60 2022
Chipindo 60 60 60 2030
Demanda prevista (MW) 39 83 137 200 273
> 220 kV Gerador (MW) 39
Capacidade necessária (MVA) 0 92 152 223 304 Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 0 0 240 240 360
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - 92 -88 -17 -56
Cunene Ondjiva
Capacidade Planeada Total (MVA) 0 240 240 360 360
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Ondjiva 120 120 240 240 2025 melhoria 2032
Sul
Cahama 60 60 60 60 2025
Xangongo 60 60 60 60 2025
Demanda prevista (MW) 42 86 141 204 275
Gerador planeado (MW) 42
Capacidade necessária (MVA) 0 96 157 227 306
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 0 0 300 300 360
operação)
Capacidade insuficiente (MVA) - 96 -143 -73 -54
Cuando-Cubango Menongue Capacidade Planeada Total (MVA) 0 300 300 360 420
Nome da Subestação Capacidade da Subestação (MVA)
Cuchi 60 60 60 60 2022
Menangue 240 240 240 240 2022
Cuito Cuanavale 60 60 2035
Mavinga 60 2040
Demanda prevista (MW) 65 129 169 212 259
Gerador planeado (MW) 65
Capacidade necessária (MVA) 0 143 188 236 287
Observações (ano de
Capacidade existente (MVA) 0 0 360 360 360
operação)
Namibe Namibe Capacidade insuficiente (MVA) - 143 -172 -124 -73
Capacidade Planeada Total (MVA) 0 360 360 360 360

Namibe 240 240 240 240 2022


Tombwa 120 120 120 120 2022
Subtotal 0 1680 1740 1920 2040

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Tabela 7-15 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do


sistema leste
Are a Provin c ia Capital Ye ar 2020 2025 2030 2035 2040
Forecasted Demand (MW) 28 75 109 157 224
Planned Gnenrator (MW) 28
Neccesary Capacity (MVA) 0 84 122 175 249 Re marks
Existing Capacity(MVA) 0 0 240 360 360 (Ope ration Ye ar)
Insufficient capacity (MVA) - 84 -118 -185 -111
Moxico Luena
Total Planned Capacity(MVA) 0 240 360 360 360
Subastation Name Substation Capacity(MVA)
Luena 240 240 240 240 2025
Cazombo 60 60 60 2027
Luau 60 60 60 2027
Forecasted Demand (MW) 38 97 144 198 260
Planned Gnenrator (MW) 38
Neccesary Capacity (MVA) 0 107 160 221 289
Remarks
Existing Capacity(MVA) 0 0 300 300 300
(Operation Year)
Insufficient capacity (MVA) - 107 -140 -79 -11
Easte rn Lunda Norte Lucapa
Total Planned Capacity(MVA) 0 300 300 300 420
Subastation Name Substation Capacity(MVA)
Lucapa 60 60 60 60 2022
Dundo 120 120 120 240 2022 upgrade2036
Xa-Muteba 120 120 120 120 2025
Forecasted Demand (MW) 26 77 92 135 181
Planned Gnenrator (MW) 26
Neccesary Capacity (MVA) 0 86 103 149 201
Remarks
Existing Capacity(MVA) 0 0 120 180 300
(Operation Year)
Lunda Sur Saurimo Insufficient capacity (MVA) - 86 -17 -31 -99
Total Planned Capacity(MVA) 0 120 180 300 300
Subastation Name Substation Capacity(MVA)
Saurimo 120 120 240 240 2022 upgrade2032
Muconda 60 60 60 2027
Subtotal 0 660 840 960 1080

TOTAL 4901 10941 12081 14058 15418

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-33
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.3 Plano das instalações de transporte de 220 kV com base no plano de instalações de
transformação para fornecimento regional

Com base no conteúdo apresentado no parágrafo 7.7.2, foi elaborado o plano das instalações de
transporte da Tabela 7-16, a conectar as subestações reginais planeadas ao sistema principal do plano
existente, baseado na análise de fluxo de potência que leva em consideração as condições geográficas e
os anos de início de operação.

As linhas de transporte levam em consideração o critério N-1 e farão a conexão basicamente por dois
circuitos.

Além disso, a formação de um circuito em anel (loop) no sistema de 220 kV pode causar uma
sobrecarga inesperada no momento de um eventual acidente, portanto, para reduzir a complexidade do
sistema e facilitar o seu funcionamento, foram retiradas linhas de transporte de circuito único.

Para as subestações localizadas nas proximidades de linhas de transporte existentes, foram


acrescentadas linhas adicionais para realizar uma entrada de 4 linhas em π (π lead-in).

Levando esses pontos em consideração, e através do método de tentativa, conseguiu-se uma


organização adequada das instalações de transporte.

Os projectos riscados por linhas vermelhas na Tabela 7-16 são aqueles que foram eliminados para
evitar a formação do circuito em loop mencionado acima.

Os projectos em azul são os que foram incluídos no novo plano das instalações de transporte e que
reflectem a estimativa de demanda até 2040 feita, assim foram acrescentados ao plano existente.

Também estão em azul uma parte do número de linhas e do ano de início da operação do plano
existente que sofreram revisão.

Com a revisão do plano existente com base no plano das instalações de transformação para
fornecimento regional, a extensão total das obras da linha de transporte aumentou cerca de 500 km, a
passar de 3.269 km para 3.766 km.

7-34
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-16 Revisão do plano das instalações de transporte considerando o plano das instalações de
transformação de fornecimento regional

Extensão
No. No. de Ano de
Area Tensão Ponto inicial Ponto final da linha Observações
Projecto circuitos operação
(kV) (km)
1 Norte 220 Filda Golfe 2 7 2022
2 Norte 220 Bita Camama 2 21 2022
Norte 220 Bita Rammiros 1 2022 Evitar circuito em anel
3 Norte 220 Catete Zango 2 40 2022
4 Norte 220 Capanda elev. Maranje 2 110 2022
5 Norte 220 Kapary Caxito 2 26 2025
6 Norte 220 N'Zeto Tomboco 2 5 2025 Subestação inserida
7 Norte 220 M'Banza Congo Tomboco 2 5 2025 Subestação inserida
8 Norte 220 Sambizanga Chicapa 2 7 2025
Norte 220 Futungo de Belas Chicapa 1 2025 Evitar circuito em anel
9 Norte 220 Catete Maria Teresa 2 51 2025
10 Norte 220 Viana PIV 2 7 2035
Norte 220 Cazenga PIV 1 2035 Evitar circuito em anel
11 Norte 220 Uíge Negage 2 5 2030 Subestação inserida
12 Norte 220 Pambos de Sonhe Negage 2 5 2030 Subestação inserida
13 Norte 220 Negage Sanza Pombo 2 109 2035
Central 220 Cambambe Gabela 1 2022 Evitar circuito em anel
14 Central 220 Gabela Alto Chingo 1 81 2022 Dualização
Central 220 Gabela Quibala 1 2022 Evitar circuito em anel
15 Central 220 Quibala Waco Kungo 2 92 2022
16 Central 220 Lomaum Cubal 2 2 2022
Central 220 Belem do Huambo Cubal 1 2022 Evitar circuito em anel
17 Central 220 Alto Chingo Cuacra 2 25 2025
18 Central 220 Alto Chingo Porto Amboim 2 60 2025
19 Central 220 Quileva Nova Biopio 1 18 2025 Dualização
20 Central 220 Quileva Catumbela 2 8 2025
21 Central 220 Nova Biopio Bocoio 2 5 2025 Subestação inserida
22 Central 220 Lomaum Bocoio 2 5 2025 Subestação inserida
Central 220 Cubal Ukuma 1 2025 Evitar circuito em anel
23 Central 220 Belem do Huambo Ukuma 2 66 2025
24 Central 220 Belem do Huambo Catchiungo 2 9 2025 Subestação inserida
25 Central 220 Kuito Catchiungo 2 9 2025 Subestação inserida
Central 220 Belem do Huambo Kuito 1 2027 Evitar circuito em anel
26 Central 220 Kuito Andulo 2 124 2025
27 Central 220 Cubal Alto Catumbela 2 47 2030
28 Central 220 Benguela Sul Catumbela 2 26 2025
29 Central 220 Catchiungo Bailundo 2 66 2030
30 Central 220 Benguela Sul Baia Farta 2 30 2030
31 Central 220 Kuito Chitembo 2 145 2035
32 Sul 220 Lubango 2 Lubango 2 30 2020
33 Sul 220 Lubango 2 Namibe 2 162 2020
34 Sul 220 Namibe Tombwa 2 97 2020
35 Sul 220 Lubango 2 Matala 2 168 2022
36 Sul 220 Matala HPS Matala 1 5 2022
37 Sul 220 Capelongo Cuchi 2 91 2022
38 Sul 220 Cuchi Menongue 2 94 2022
39 Sul 220 Cahama Xangongo 2 97 2025
40 Sul 220 Ondjiva Xangongo 1 97 2025
Sul 220 Capelongo Matala 1 2027 Evitar circuito em anel
41 Sul 220 Matala Jamba Mina 1 86 2035
42 Sul 220 Jamba Mina Jamba Oma 1 37 2035
43 Sul 220 Capelongo Tchamutete 2 98 2025
44 Sul 220 Menongue Cuito Cuanavale 2 189 2035
45 Sul 220 Cuito Cuanavale mavinga 2 176 2035
46 Leste 220 Saurimo Lucapa 2 157 2020
47 Leste 220 Lucapa Dundo 2 135 2020
48 Leste 220 Saurimo Luena 2 265 2025
49 Leste 220 Saurimo Muconda 2 187 2027
50 Leste 220 Muconda Luau 2 115 2027
51 Leste 220 Luau Cazombo 2 264 2027
Total 3,766

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-35
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.4 Plano das instalações de transporte com base no plano de desenvolvimento das fontes de
energia

A Tabela 7-17 mostra o resultado do estudo realizado para a conexão à subestação ou linha de
transporte mais próxima do ponto de localização da fonte de energia, dentro do sistema de transporte de
uma classe de tensão, levando em conta a capacidade de produção e com base no plano de
desenvolvimento de fontes de energia.

As linhas de transporte para conexão às centrais hidroeléctricas que não estarão a funcionar até 2040
foram omitidas.

Tabela 7-17 Resultado do estudo de conexão das linhas de transporte com base no plano das fontes
de energia

Central hidroeléctrica (HPP) (Rio) Área Instalada 2017 2018 2020 2025 2030 2035 2040 Linha de transmissão
<PP existente (capacidade disponível)> - - 1,699 1699 1649 1649 1594 1594 1594 1594 Distância
Tensão Subestação Conectada
<Plano de Desenvolvimento> 931.5 1928 2169 4341 4851 6701 7154 (km)
Central Lauca Kuanza Norte 2,070 931.5 1863 2070 2070 2070 2070 2070 400kV Cambutas 224
Central Caculo Cabaça Kuanza Norte 2,172 2172 2172 2172 2172 400kV Cambutas 54
Central Zenzo Kuanza Norte 950 950 950 400kV Cambutas 41
Central Túmulo Caçador Kuanza Norte 453 453 220kV Cambutas 16
Central Quissonde Kuanza Norte 121 220kV - -
Central Genga (2) Quive Norte 900 900 900 400kV Subestação de manobra Benga 30
Central Benga Quive Norte 1,000 400kV - -
Central Quilengue (5) Quive Norte 210 210 210 210 220kV Gabera 37
Central Lomaum Extension Catumbela Central 215 65 65 65 65 65 65 220kV Nova_Biopio 81
Central Lomaum 2 Catumbela Central 150 220kV - -
Central Baynes (50% Angola) Cunene Sul 300 300 300 300 400kV Cahama 195
Central Luachimo (extensão) Leste 34 34 34 34 34 34 60kV Dundo 5
Total Candidato = 7,154 2631 3577 3818 5935 6445 8295 8748

Linha de transmissão
Central Termoeléctrica (TPP) <Plano de
Tipo Área (MW) 2017 2018 2020 2025 2030 2035 2040 Distância
Desenvolvimento> Tensão Subestação Conectada
(km)
Central Soyo 1 CCGT Zaire 750 250 750 750 750 750 750 750 400kV Soyo_SS 5
Central Soyo 2 CCGT Zaire 750 750 750 750 750 400kV Soyo_SS 5
Central Lobito CCGT No.1 CCGT Benguela 750 375 750 750 750 400kV Nova_Biopio_SS 23
Central Lobito CCGT No.2 CCGT Benguela 750 750 750 400kV Nova_Biopio_SS 23
Central Namibe CCGT No. 3 CCGT Namibe 750 750 220kV Namibe_SS 17
Central Lobito CCGT No.4 CCGT Benguela 375 375 400kV Nova_Biopio_SS 23
Central Cacuaco GT nº 1 GT Luanda 375 125 250 375 375 220kV Cacuaco 5
Central Cacuaco GT nº 2 GT Luanda 375 125 125 250 375 220kV Cacuaco 5
Central Boavista GT No.3 GT Luanda 375 125 125 250 375 220kV Sambizanga 5
Central Quileva GT No. 4 GT Benguela 250 125 250 250 220kV Quileva 1
Central Quileva GT No. 5 GT Benguela 250 125 250 250 220kV Quileva 1
Central Quileva GT No. 6 GT Benguela 250 125 250 250 220kV Quileva 1
Central Soyo GT No. 7 GT Zaire 375 125 250 375 400kV Soyo_SS 5
Total Candidato = 6,375 250 750 750 2,250 3,250 4,875 6,375

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)


A próxima página ilustra os respectivos mapas de resumo das linhas de transporte de conexão às
fontes de energia.

7-36
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-28 A conexão da central térmica de Soyo ao sistema

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-29 A conexão da central hidroeléctrica de Luachimo ao sistema

7-37
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-30 A conexão das centrais hidroeléctricas da área de Luanda

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-31 A conexão das centrais hidroeléctricas da bacia do rio Cuanza

7-38
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-32 A conexão das centrais hidroeléctricas da bacia do rio Quive

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-33 A conexão ao sistema nas proximidades da central térmica de Lobito

7-39
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-34 A conexão da central térmica de Namibe e hidroeléctrica de Baynes ao sistema

7-40
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.5 Plano das instalações principais de transporte e transformação de 400 kV com base na
análise do sistema de energia

O plano de transporte e transformação de 400 kV citado na 7.6.1. foi revisto conforme a Tabela 7-18
e a Tabela 7-19, com base nos resultados da análise por PSSE, que é o programa de análise do sistema
de energia de padrão mundial, além de outras considerações adicionais e com base no plano existente
de desenvolvimento de sistemas de energia da RNT e pelas cargas e capacidades das subestações de
fornecimento regional definidas a partir da previsão de demanda.

O plano das instalações de transformação de 400 kV foi elaborado com base na previsão da demanda
de 2040 e incluiu mais 4 novas subestações além de revisões na capacidade das subestações existentes
e as suas épocas de entrada em operação, e também acrescentou as capacidades adicionais necessárias
às subestações existentes.

Os dados marcados em letra azul indicam aqueles que sofreram alteração ou que foram adicionados.

A capacidade total das novas subestações é de 12.720 MVA, que apresenta um incremento de cerca
de 5.500 MVA em relação ao plano existente até 2027 que é de 7.290 MVA. Em 2040 haverá um
aumento brusco do sistema que terá de 21.840 MVA, isso se deve principalmente à necessidade em
atender ao aumento da demanda na capital Luanda que receber um reforço de cerca de 5.000 MVA
(principalmente na subestação Viana) sobre os cerca de 2.000 MVA das subestações existentes, e o
reforço de 2.000 MVA aos sistemas regionais.

Tabela 7-18 Plano de instalações de transformação do sistema principal de 400 kV baseado na


análise do sistema de energia

Capacidad
No. Ano de Melhoria (Upgrade)
Area Tensão Nome da Subestação Capacidade e Final
Projecto operação
(kV) (MVA) 2025 2030 2035 2040 (MVA)
1 Cuanza Sul 400 Waco Kungo 450 2020 450 900
2 Huambo 400 Belem do Huambo 1,350 2020 1,350
3 Luanda 400 Bita 900 2022 450 450 1,800
4 Huila 400 Lubango 900 2025 900
5 Huila 400 Capelongo 900 2025 900
6 Huila 400 Caluquembe 120 2025 120
7 Benguela 400 Nova Biopio 900 2025 900
8 Sul 400 Cahama 900 2025 900
9 Leste 400 Saurimo 900 2025 900
10 Lunda Norte 400 Xa-Muteba 360 2025 360
11 Cunene 400 Ondjiva 900 2035 900
12 Huila 400 Quilengues 120 2025 120
13 Cuanza Sul 400 Gabela 900 2025 900
14 Luanda 400 Sambizanga 1,860 2025 1,860
15 Malanje 400 Lucapa 900 2025 450 1,350
16 Chipindo 400 Chipindo 360 2025 360
17 Zaire 400 N'Zeto 450 existente 450 900
18 Luanda 400 Viana 210 existente 2,790 930 3,720
19 Bengo 400 Kapary 450 existente 450 450 1,350
20 Luanda 400 Catete 900 existente 450 1,350
Capacidade total das novas subestações 12,720 Subtotal 4,590 1,830 900 0 21,840

7-41
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

O plano das instalações de transporte de 400 kV com o objectivo de atender ao critério de


fiabilidade N-1, duplicou as linhas de transporte das grandes centrais hidroeléctricas de grande
importância, além de acrescentar 6 novas linhas, ao mesmo tempo em que se efectuou uma alteração no
sentido de duplicar as linhas existentes para as grandes fontes de energia hídrica. Além disso, alterou-se
para 10 o número de linhas de transporte relacionadas ao acréscimo de 4 subestações no plano. Além
disso, a conexão à central hidroeléctrica de Caculo Cabaça foi duplicada e o transporte à subestação de
Catete será feito via subestação Lauca.

Tabela 7-19 Plano das instalações de transporte do sistema principal de 400 kV com base na
análise do sistema de energia

Extensão
No. No. de Ano de
Area Tensão Ponto inicial Ponto final da linha Observações
Projecto circuitos operação
(kV) (km)
1 Norte 400 Catete Bita 2 54 2022
Norte 400 Cambutas Bita 1 2022
2 Norte 400 Cambutas Caculo Cabaça 2 54 2023 Dualização
3 Norte 400 Caculo Cabaça Bita 1 2023
4 Norte 400 Cambutas Catete 1 123 2025 Dualização
5 Norte 400 Catete Viana 1 36 2025 Dualização
6 Norte 400 Lauca Capanda elev. 1 41 2025 Dualização
7 Norte 400 Kapary Sambizanga 2 45 2025 Para nova subestação
8 Norte 400 Lauca Catete 2 190 2025 Alteração do Plano de Conexão
9 Norte 400 Lauca Caculo Cabaça 2 25 2025 Alteração do Plano de Conexão
10 Central 400 Lauca Waco Kungo 1 177 2020
11 Central 400 Waco Kungo Belem do Huambo 1 174 2020
Central 400 Belem do Huambo Lubango 1 2022
Central 400 Belem do Huambo Capelongo 1 202 2022
12 Central 400 Lauca Waco Kungo 1 177 2025 Dualização
13 Central 400 Waco Kungo Belem do Huambo 1 174 2025 Dualização
Central 400 Caculo Cabaça Nova Biopio 1 2025
14 Central 400 Cambutas Gabela 2 131 2025 Para nova subestação
15 Central 400 Gabela Bengo 2 25 2025 Para nova subestação
16 Central 400 Bengo Nova Biopio 2 200 2025 Para nova subestação
Central 400 Nova Biopio Lubango 1 2025
17 Central 400 Bengo Genga 2 30 2035
18 Sul 400 Belem do Huambo Caluquembe 2 175 2025 Para nova subestação
19 Sul 400 Caluquembe Lubango 2 2 168 2025 Para nova subestação
20 Sul 400 Belem do Huambo Chipindo 2 114 2025 Para nova subestação
21 Sul 400 Chipindo Capelongo 2 109 2025 Para nova subestação
22 Sul 400 Nova Biopio Quilengues 2 117 2025 Para nova subestação
23 Sul 400 Quilengues Lubango 2 2 143 2025 Para nova subestação
24 Sul 400 Lubango 2 Cahama 2 190 2025
25 Sul 400 Capelongo Ondjiva 1 312 2035
26 Sul 400 Cahama Ondjiva 1 175 2035
Sul 400 Biopio - Lubango kaluquembe 2 5 2027
Sul 400 Dango - Lubango Quilengues 2 5 2027
27 Sul 400 Cahama Ruacana 2 125 2027 Interconexão Internacional
28 Sul 400 Cahama Baynes 2 195 2030
29 Leste 400 Capanda_elev Xa-Muteba 2 266 2025
30 Leste 400 Xa-Muteba Surimo 2 335 2025
Total 4,292

7-42
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.6 Visão futura do sistema principal de transporte

Normalmente, as centrais eléctricas estão localizadas longe dos centros de demanda, e é necessário
construir instalações de transporte de energia tal como linhas de transporte para solucionar o
desequilíbrio regional entre a oferta e demanda de energia eléctrica. Por essa razão, a ideia básica do
Plano de desenvolvimento do sistema principal de transporte de energia é compreender o nível de
desequilíbrio entre a oferta e a demanda de cada região e avaliar as medidas eficientes de envio de
energia excedente às regiões com défice. No entanto, como as linhas de transporte serão usadas por um
período longo de mais de 20 anos após a sua construção, é extremamente importante preparar uma
visão futura do sistema principal de transporte que englobe um período de 20 anos ou mais anos de
modo a evitar a duplicação desnecessária de investimentos. Para tal, o ano a considerar na análise foi
fixado em 2040, que é o ano limite do Plano Director de Energia Eléctrica.

7.7.7 Previsão de demanda nas subestações

Com base no modelo de carga das subestações existente nos dados de PSSE de 2040 fornecidos pela
RNT, estimou-se a carga no sistema de 132 kV em 2025, 2030, 2035 e 2040, pelo aumento ou
diminuição de carga para que a demanda total e a demanda de cada província correspondesse aos
respectivos valores de 2025, 2030, 2035 e 2040. A Tabela 7-20 mostra as cargas das subestações do
modelo (Pload para carga de energia activa, e Qload para carga de energia reactiva). Além disso, a
carga de intercâmbio com o SAPP foi definido em 400 MW.

Tabela 7-20 Lista de cargas nas subestações


No. de 2025 2030 2035 2040
barrament Nome do barramento Nome da Zona Pload Qload Pload Qload Pload Qload Pload Qload
o (MW) (Mvar) (MW) (Mvar) (MW) (Mvar) (MW) (Mvar)
10011 M_CONGO_ 60 60.000 ZAIRE 29.06 9.07 52.16 16.29 79.28 24.75 115.63 36.10
10013 NZETO_15 15.000 ZAIRE 5.77 1.80 10.28 3.21 11.87 3.71 16.79 5.24
10018 SOYO_60_1 60.000 ZAIRE 68.05 21.25 98.29 30.69 129.47 40.43 151.82 47.41
10031 TOMBOCO_30 30.000 ZAIRE 2.03 0.63 3.70 1.15 9.72 3.04 18.95 5.92
11001 UIGE_60 60.000 UIGE 139.82 43.66 187.84 58.65 175.63 54.84 203.45 64.24
11008 M_ZOMBO_60 60.000 UIGE 16.18 5.05 21.81 6.81 20.43 6.38 44.82 14.15
11013 NEGAGE_60 60.000 UIGE 0.00 0.00 46.42 14.49 125.35 39.14 144.47 45.62
11018 S_POMBO_ 60 60.000 UIGE 0.00 0.00 0.00 0.00 31.19 9.74 81.74 25.81
11021 DAMBA_30 30.000 UIGE 0.00 0.00 0.00 0.00 17.82 5.56 26.04 6.46
12001 CACUACO_60 60.000 LUANDA 304.86 95.19 386.60 120.72 517.88 161.71 557.44 174.06
12003 CAMAMA_60 60.000 LUANDA 271.93 84.91 333.47 104.13 415.85 129.85 418.94 130.81
12006 CAZENGA_60 60.000 LUANDA 163.32 51.00 208.49 65.10 281.24 87.82 300.37 93.79
12008 FILDA_60 60.000 LUANDA 108.88 34.00 138.99 43.40 187.49 58.54 200.25 62.53
12010 VIANA_60 60.000 LUANDA 623.39 194.65 798.05 249.19 672.06 209.85 666.65 208.16
12127 SAMBZANG_60 60.000 LUANDA 270.79 84.56 368.45 115.05 42.35 13.22 489.18 152.75
12133 M_BENTO_60 60.000 LUANDA 203.95 63.68 250.10 78.09 311.89 97.39 314.20 98.11
12138 CATETE_60 60.000 LUANDA 30.98 9.67 43.63 13.62 55.60 17.36 56.89 17.76
12140 RAMIROS_60 60.000 LUANDA 75.79 23.67 95.10 29.70 118.74 37.08 119.72 37.38
12143 BITA_60 60.000 LUANDA 135.97 42.46 166.74 52.06 207.93 64.93 209.47 65.41
12146 PIV_60 60.000 LUANDA 0.00 0.00 0.00 0.00 403.23 125.91 399.99 124.90
12268 ZANGO_60 60.000 LUANDA 155.85 48.66 199.51 62.30 268.82 83.94 266.66 83.26
12301 CHICALA 60.000 LUANDA 236.94 73.99 322.40 100.67 430.14 134.31 428.04 133.65
12306 GOLF_60 60.000 LUANDA 169.25 52.85 230.28 71.91 307.24 95.94 305.74 95.47
13006 KAPARY_60 60.000 BENGO 88.91 27.76 135.29 42.25 203.53 63.55 267.05 83.39
13007 DANDE_220 220.00 BENGO 20.68 6.46 27.17 8.48 24.18 7.55 28.48 8.89
13031 CAXITO_110 110.00 BENGO 9.51 2.97 14.19 4.43 14.47 4.52 20.18 6.30
14010 NDALAT_60 60.000 Kwanza Norte 52.51 16.39 77.90 24.32 46.56 14.54 60.40 18.86
14012 P.SONHE_30 30.000 Kwanza Norte 8.47 2.64 14.98 4.68 15.30 4.78 25.47 7.95
14024 CAMBUTAS_60 60.000 Kwanza Norte 66.04 20.62 94.69 29.57 111.38 34.78 141.40 44.15
14044 M_TERESA_60 60.000 Kwanza Norte 23.98 7.49 32.96 10.29 41.44 12.94 47.67 14.89
14070 LUCALA_60 60.000 Kwanza Norte 0.00 0.00 0.00 0.00 73.39 22.92 83.02 25.92
15017 MALANJE_110_110.00 MALANGE 95.43 29.80 140.14 43.76 189.35 59.12 237.14 74.05
15020 CAP_ELEV_110110.00 MALANGE 51.38 16.04 67.90 21.20 89.60 27.98 104.00 32.47
15021 K_NZOJI_110 110.00 MALANGE 0.00 0.00 0.00 0.00 0.97 0.30 2.20 0.69
15022 CANGNDAL_110110.00 MALANGE 4.99 1.56 8.15 2.54 10.55 3.30 15.68 4.89

7-43
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

No. de 2025 2030 2035 2040


barrament Nome do barramento Nome da Zona Pload Qload Pload Qload Pload Qload Pload Qload
o (MW) (Mvar) (MW) (Mvar) (MW) (Mvar) (MW) (Mvar)
20027 KILEVA_60 60.000 BENGUELA 106.25 33.18 144.68 45.18 151.28 47.24 147.09 45.93
20053 CATUMB_1_60 60.000 BENGUELA 74.22 23.17 94.28 29.44 121.48 37.93 121.76 38.02
20066 B.SUL_60 60.000 BENGUELA 169.94 53.06 183.63 57.34 196.91 61.49 222.54 69.49
20072 CUBAL_60 60.000 BENGUELA 52.54 16.40 53.11 16.58 78.86 24.63 119.84 37.42
20075 BOCOIO_60 60.000 BENGUELA 12.56 3.92 17.91 5.59 69.69 21.76 116.93 36.51
20077 B.FARTA_60 60.000 BENGUELA 0.00 0.00 46.91 14.65 64.93 20.27 69.46 21.69
20079 A.CATUMB_60 60.000 BENGUELA 0.00 0.00 22.13 6.91 50.72 15.84 84.36 26.34
21014 DANGO_60 60.000 HUAMBO 150.72 47.06 224.73 70.17 313.48 97.88 394.64 123.23
21025 UKUMA_60 60.000 HUAMBO 11.56 3.61 17.27 5.39 23.71 7.40 44.54 13.91
21031 CATCH_60 60.000 HUAMBO 43.02 13.43 40.38 12.61 59.25 18.50 86.08 26.88
21036 BAILUNDO_60 60.000 HUAMBO 0.00 0.00 36.04 11.25 57.70 18.02 88.27 27.56
22001 KUITO_60 60.000 BIE 69.77 21.79 103.59 32.35 174.09 54.36 254.15 79.36
22009 ANDULO_60 60.000 BIE 12.33 3.85 27.19 8.49 28.24 8.82 50.33 15.72
22021 CHITEMBO_30 30.000 BIE 0.00 0.00 0.00 0.00 5.50 1.72 18.87 5.89
23002 GABELA_60 60.000 Kwanza Sul 60.93 19.02 88.76 27.71 107.68 33.62 138.80 43.34
23005 A.CH.RNT_60 60.000 Kwanza Sul 35.59 11.11 63.56 19.85 70.93 22.15 97.85 30.55
23011 W.KUNGO_60 60.000 Kwanza Sul 10.77 3.36 17.19 5.37 22.27 6.95 43.43 13.56
23013 CUACRA_60 60.000 Kwanza Sul 14.68 4.58 23.59 7.37 28.14 8.79 29.38 9.17
23018 P_AMBOIM_60 60.000 Kwanza Sul 38.46 12.01 47.89 14.95 95.75 29.90 97.45 30.43
23021 QUIBALA_60 60.000 Kwanza Sul 13.47 4.21 21.85 6.82 34.97 10.92 66.86 20.88
23022 MUSSENDE_110110.00 Kwanza Sul 0.00 0.00 0.00 0.00 9.57 2.99 20.54 6.41
30013 NAMIBE_60_2 60.000 NAMIBE 93.69 29.26 125.99 39.34 174.16 54.38 212.68 66.41
30017 TOMBWA_60 60.000 NAMIBE 35.01 10.93 43.01 13.43 38.12 11.90 45.89 14.33
31018 LUBANG_3_60 60.000 HUILA 67.50 21.08 92.73 28.96 142.21 44.40 198.53 61.99
31030 MATALA_60 60.000 HUILA 18.38 5.74 25.83 8.06 43.68 13.64 64.22 20.05
31044 TCHAMUTE_60 60.000 HUILA 41.02 12.81 46.43 14.50 56.33 17.59 61.63 19.24
31056 KALUKEMB_60 60.000 HUILA 13.34 4.17 25.43 7.94 35.78 11.17 58.70 18.33
31061 QUILENGS_60 60.000 HUILA 11.12 3.47 22.70 7.09 32.69 10.21 54.20 16.92
31303 NOVO_LUB_60 60.000 HUILA 30.14 9.41 41.78 13.05 65.40 20.42 87.16 27.21
31503 CAPLONGO_60 60.000 HUILA 19.80 6.18 25.35 7.91 31.41 9.81 36.35 11.35
31512 CHIPINDO_60 60.000 HUILA 0.00 0.00 30.38 9.49 35.96 11.23 40.80 12.74
32001 CUCHI_30 30.000 K.KUBANGO 17.05 5.32 23.43 7.32 23.98 7.49 24.12 7.53
32004 MENONGUE_60 60.000 K.KUBANGO 69.25 21.62 117.89 36.81 172.45 53.85 214.51 66.98
32016 C_CUANVL_30 30.000 K.KUBANGO 0.00 0.00 0.00 0.00 7.72 2.41 22.31 6.97
32018 MAVINGA_30 30.000 K.KUBANGO 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 14.34 4.48
33002 CAHAMA_30 30.000 CUNENE 3.18 0.99 8.93 2.79 9.31 2.91 12.81 3.97
33004 XANGONGO_60 60.000 CUNENE 9.73 3.04 15.94 4.98 28.26 8.82 51.06 12.04
33006 ONDJIVA_60 60.000 CUNENE 69.79 21.79 112.12 35.01 162.69 50.80 209.45 69.34
40011 DUNDO_60 60.000 Lunda Norte 38.61 12.06 56.51 17.65 95.90 29.94 123.95 38.70
40021 LUCAPA_60 60.000 Lunda Norte 24.83 7.75 33.82 10.56 38.96 12.17 50.43 15.75
40031 Xチ_MUTBA_110110.00 LUNDA NORTE 33.05 10.32 53.91 16.83 63.63 19.87 85.51 26.70
41021 SAURIMO_60 60.000 LUNDA SUL 77.40 24.17 89.14 27.84 130.45 40.73 171.55 53.57
41041 MUCONDA_30 30.000 LUNDA SUL 0.00 0.00 3.24 1.01 4.04 1.26 9.06 2.83
42000 LUENA_110 110.00 MOXICO 75.20 23.48 77.93 24.33 122.12 38.13 172.14 53.75
42031 LUAU_110 110.00 MOXICO 0.00 0.00 16.28 5.08 17.91 5.59 26.60 8.31
42041 CAZOMBO_30 30.000 MOXICO 0.00 0.00 15.18 4.74 17.45 5.45 25.27 7.89
Total 5059.60 1579.86 6954.31 2171.48 8957.75 2797.06 10956.37 3421.13

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7.7.8 Plano de transporte de energia para 2040

Com base nos dados da PSSE de 2040 fornecidos pela RNT, foi configurado o modelo do sistema de
energia de 2040 que atende aos Plano de Fontes de Energia e a previsão de demanda elaborados pela
Equipa de Estudo JICA. Foi feito o cálculo do fluxo de potência e a análise do plano do sistema até
2040.

O plano de transporte de energia teve como premissa atender aos critérios N-1 e definiu a
configuração de linhas de circuito duplo para cada traçado para as linhas de transporte de 400 kV e 220
kV que representam o sistema principal. Além disso, Angola tem operado no actual sistema principal
com uma configuração em anel (loop) de diferentes tensões de 400 kV e 220 kV, sendo submetido a
condições complexas de funcionamento como nos casos de ocorrência de sobrecarga na linha de
transporte de 220 kV em situações de evento inesperado durante a ocorrência de evento n-1 na linha de

7-44
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

transporte de 400 kV. Por isso optou-se pela prática adoptada no Japão e numerosos outros países de
basicamente configurar em loop apenas o sistema de 400 kV, enquanto que o sistema de 220 kV
apresenta um sistema radial.

Ademais, em relação aos geradores a diesel de baixa potência, instalados actualmente em Luanda e
outras cidades, por serem antieconómicos em termos de eficiência de geração de energia e por outras
razões, serão abolidos gradativamente.

No centro de Luanda, a energia eléctrica é actualmente fornecida por subestações de 400/220 kV


(Viana, Kapary, Catete) em uma linha de transde 220 kV.

Figura 7-35 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2017

Em 2040, a demanda nesta região atingirá mais de 4.000 MW, a qual representa cerca de quatro
vezes o nível atual, existindo um plano para construção de duas subestações (Bita, Sambizanga) de
400/220 kV e algumas subestações de 220/60 kV. Segundo a proposta da RNT, a nova subestação do
Golfe de 220/60 kV será interligada à subestação Viana. Nesta proposta, a carga será concentrada na
subestação de Viana.

7-45
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-36 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da RNT

Como mostra a Figuraura abaixo, a ligação da subestação do Golfe à de Sambizanga de 400/220 kV


resulta em uma conFigurauração equilibrada do sistema. A distância entre a subestação do Golfe e a de
Sambizanga é cerca de 5 km, no entanto por ser uma área residencial densamente povoada considera-se
desfavorável para construção de linhas aéreas de transporte de energia. Porém, de acordo com a RNT,
há planos futuros de redefinição do plano de zoneamento, existindo a possibilidade de implementar a
construção de linhas aéreas de transporte de energia. Ademais, será executável caso a construção seja
de linhas subterrâneas de transporte de energia. Em vista disso, foi adoptada esta proposta como Plano
Director.

7-46
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-37 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da JICA

As linhas de transporte de 400 kV na região leste, conforme o planeamento da RNT: a linha de


transporte Capanda = Xá-Muteba e a linha de transporte Xá-Muteba = Saurimo possuem uma
configuração de linha tripla.

Caso em 2040 esteja também disposta em linha dupla, não ocorrerá problemas com a tensão e o fluxo
de potência. Porém, no caso de uma linha singular, como mostrada na tabela a seguir, a sensibilidade da
tensão do barramento torna-se extremamente alta podendo dificultar o manejo. Por esta razão, mesmo
que esteja disposta em N-1 (parada da linha singular), se torna uma medida para garantir a estruturação
da linha dupla.

Tabela 7-21 Sensibilidade da tensão do barramento Saurimo de 400 kV

7-47
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Como medida representativa da sensibilidade de alta tensão, podemos considerar a instalação do


SVC (Static Var Compensator: Compensador Estático de Reactivos). A figura abaixo ilustra o estado
do SVC instalado no barramento de 400 kV da subestação de Saurimo, onde a linha de transporte
Capanda = Xá-Muteba e a linha de transporte Xá-Muteba = Saurimo se tornam uma linha singular.

Apesar de terem se tornado uma linha singular, não ocorreu nenhuma anormalidade, o que indica
que a instalação do SVC é eficiente.

Figura 7-38 Resultado do cálculo da linha principal da zona leste em 2040 (Linha singular de
transporte de Capanda = Xá-Muteba)

7-48
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Figura 7-39 Resultado do cálculo da linha principal da zona leste em 2040 (Linha singular
de transporte de Xá-Muteba = Saurimo)

A tabela a seguir mostra a comparação de custos entre a instalação do SVC do tipo Statcom e a linha
tripla de transporte de 400 kV. Mesmo que sejam instaladas duas unidades como uma medida de
solução de problemas, é possível instalar o SVC com um custo consideravelmente baixo. Por esta razão,
é proposto o plano de instalação do SVC.

Tabela 7-22 Comparação de custos entre medidas de instalação do SVC e medidas de linha tripla

7-49
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

1440
M’Banza Congo Angola power system –
Soyo
(220/60) (MW)
(400/60/15)
2040
Nzeto
(400/220/60) Tomboco
(220/60)
Maquela Zombo 400kV T/L
(220/60/30/15)

1120
Kapary Damba
Caxito (220/30) Sanza Pombo
ADA (400/220/60)
(220/110) (220/60)
Uíge

1110
(220/60)
220kV T/L
Cacuaco
Sambizanga
(400/220/60)
(220/60)
Negage
(220/60)
220kV T/L
Chicala PIV (planed ; 2036~40)
(220/60)
Cazenga
(220/60) 380 Pambos de Sonhe(220/30)

(220/60)
420 220kV
Lucala (400/220/60)
Futungo de Belas
(220/60)
Golfe Filda
outage T/L
220/60 (220/60) Viana
(400/220/60)
Catete (400/220/60) Capanda Dundo
(400/220/110)
Malange
1150 Maria N’Dalatando (220/60) 1030 Lucapa
Teresa(220/60) Xá-Muteba
Camama
(220/60)
860
Zango 270 550 Saurimo
740 (220/60)
Zenzo
60 1520
Muconda

Ramiros 500 1580


(220/60)
500 1300 Lauca
Luena
Luau

Bita (400/220/60) Cambutas (400)


(400/220/60)
570 Caculo Cabaça (400)
Cazombo

470 Gabela
(400/220/60)
Quibala 600
P. Amboim (220/60)
(220/60)
70
840
Alto Chingo Waco Kungo
Cuacra
(220/60) (400/220/60)
(220/60)
Genga
Nova Biopio 480 Bailundo
(220/60)
Andulo
(220/60)
Lobito CCGT
(400/220)
540
Quileva
Kuito
(220/150/60) Bocoio Belém do Huambo
(220/60)
Catumbela (220/60) Ukuma (400/220/60)
(220/60) CH Alto (220/60)
Lomaum Catumbela Catchiungo Chitembo
Baia Farta (220/60)
(220/60) Benguela Sul 840Cubal (220/60)
220
(220/30)

(220/60) CH Gove
Quilengues (220/60) Chipindo
(400/60)
Lubango
Caluquembe 600 (400/60)
(400/60) CH
Namibe
(400/220/60) Jamba OMA e MINA
(400/220/60)
Capelongo
Matala (400/220) Cuito Cuanavale
Tômbwa
430 170 (220/60) (220/30)
(220/60) Cahama Matala(CH) Cuchi Menongue
(400/220/30) (220/30) (220/60)
Mavinga
Tchamutete
(220/30)
(220/60)
430
Baynes 50
220
(400)
400 Xangongo Ondjiva
to SAPP (220/60) (400/220/60)

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-40 Linha principal em 2040 (400 kV, 220 kV)

7-50
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.9 Avaliação do resultado da análise do sistema de energia

Pelo PSSE confirmou-se que não houve sobrecarga e outros fenómenos em todos os eventos n-1 para
todas as linhas de transporte de 400 kV, 220 kV ou de tensões superiores, e para todos os
transformadores de 400/ 220 kV, 220 kV/ 60 kV etc. com tensão primária de 220 kV ou superior. Além
disso, como descrito acima, somente o sistema de transporte de 400 kV foi configurado em loop e o
sistema de 220 kV foi configurado em sistema radial, de modo que se evitou a operação complexa
devido à configuração complexa do sistema em loop com diferentes tensões de 400 kV e 220 kV. Isso
possibilita ao operador do sistema compreender com facilidade as condições de operação das linhas
principais de 400 kV e 220 kV, mesmo que o sistema apresente condições diferentes devido a parada de
instalações como linhas de transporte para manutenção, etc., estabelecendo assim uma configuração de
sistema que evite a ocorrência de erros.

7.7.10Validade da instalação distribuída de CCGTs

As CCGTs podem ser instaladas de forma concentra em Soyo, embora nesse caso seja preciso
adicionar uma linha de transporte de 400 kV (cerca de 330 km) entre a central Soyo e a subestação
Kapary.

No presente trabalho a Equipa de Estudo da JICA adoptou, do ponto de vista da segurança energética
e de se evitar fazer reforço de linhas de transporte de grandes extensões, a proposta de planeamento do
sistema em distribuir os locais de instalação de CCGTs nas cidades de Lobito e Namibe ao invés de
concentrá-los no Soyo.

A Tabela 7-23 mostra as perdas no transporte tanto pela proposta de instalação distribuída como a de
instalação concentrada. A título de comparação, a demanda nas subestações é mantida igual para as
duas propostas e as potências de produção mostradas na Tabela 7-23 também são consideradas
basicamente iguais, excepto as das centrais do Soyo, Lobito e Namibe.

Tabela 7-23 Perdas no transporte nos locais de instalação de CCGTs em 2040

Instalação distribuída de CCGT em SOYO,


LOBITO, NAMIBE (proposta da Equipa de Instalação concentrada de CCGT em SOYO
Estudo da JICA)
Produção total de CCGT Soyo: 600 MW Produção total de CCGT Soyo: 3120MW
Lobito: 1800 MW Namibe: 720 MW Lobito: 0MW Namibe: 0MW
Produção Demanda Perdas na transporte Produção Demanda Perdas no transporte
Região
(MW) (MW) (MW) (MW) (MW) (MW)
NORTE 7075,7 6569,9 159,8 9100,5 6569,9 163,8
CENTRO 3024,0 2313,2 58,0 1224,0 2313,2 67,6
SUL 1438,0 1408,8 67,1 1198,0 1408,8 38,2
LESTE 138,0 664,5 27,8 138,0 664,5 27,8
SAPP 0,0 400,0 6,6 0,0 400,0 6,6
TOTAL 11675,7 11356,4 319,3 11660,5 11356,4 304,0
(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-51
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Comparando as perdas no transporte, a proposta de instalação distribuída foi de 319,3 MW,


enquanto que a proposta de instalação concentrada foi de 304,0 MW. Assim, houve um aumento de
15,3 MW, nas perdas do transporte da proposta de instalação distribuída relativamente à proposta de
instalação concentrada (cerca de 105%), diferença essa que é desvantajosa. No entanto, se adicionar
o ponto de vista de se evitar reforçar as linhas de transporte de grandes extensões e de segurança
energética, essas perdas podem ser consideradas um indicador de validade da proposta de instalação
distribuída no contexto do planeamento do sistema de energia.

7-52
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.11Estudo das medidas de redução das perdas no transporte de energia

A Figura 7-41 ilustra a proposta do Plano de transporte do sistema de 2040 elaborada com base nos
dados de PSSE de 2040 fornecidos pela RNT.

1440
M’Banza Congo
Angola power system (RNT) –
Soyo
(400/60/15) (220/60) 2040
Nzeto
(400/220/60) Tomboco Maquela Zombo
(220/60) (220/60/30/15) (MW)
1120
Kapary Damba
Caxito (220/30) Sanza Pombo
ADA (400/220/60)
(220/110) (220/60)
Uíge

800 270 (220/60)


Cacuaco 400kV T/L
Sambizanga (220/60) Negage
(400/220/60)
210
(220/60) 220kV T/L
Chicala PIV
(220/60) (220/60) Pambos de Sonhe(220/30)
Cazenga
(220/60) 180
340 Lucala (400/220/60)
Futungo de Belas Filda
(220/60) (220/60)
870
90 Viana
(400/220
190
Golfe Dundo
/ 60) Catete (400/220/60) Capanda
220/60
190 N’Dalatando (220/60)
530 (400/220/110)
Maria Lucapa

Camama
190 Teresa(220/60) Xá-Muteba

(220/60)
260 360 620
Zango 850 Muconda
(220/60) Zenzo Saurimo
100 1170
610 330
Ramiros 190 Luau
(220/60)
520 30 460 Lauca
Luena
Bita (400/220/60) 780 (400)
130 Cambutas
(400/220/60) Caculo Cabaça Cazombo

Gabela 560
280 (400/220/ Quibala 440
60)
P. Amboim (220/60)
(220/60)
100 Sistema
Benga 40
Alto 710 Waco Kungo
Centro
Cuacra
Chingo (400/220/60)
(220/60) (220/60)
Genga
Bailundo Andulo
Nova Biopio
430 (220/60)
Lobito CCGT
(400/220) 410 (220/60)

Quileva
(220/150/60)
520 Kuito
Bocoio
(220/60) Ukuma
200 Belém do Huambo
(400/220/60)
(220/60)
Catumbela CH Alto
Baia Farta (220/60)
(220/60) Lomaum Catumbela Catchiungo Chitembo
(220/60)
(220/60) (220/30)
Benguela Sul 640Cubal (220/60)
140
Sistema Sul (220/60) CH Gove
Quilengues (220/60) Chipindo
(400/60) Kalukembe
(400/60) CH
340 (400/60)
Namibe
Lubango
(400/220/60) Jamba OMA e MINA
(400/220/60)
Capelongo
Matala (400/220) Cuito Cuanavale
Tômbwa 290 240
(220/60) (220/30)
(220/60) Matala(CH) Cuchi Menongue
Cahama
(220/30) (220/60)
(400/220/30) Mavinga
Tchamutete
(220/30)
(220/60)
240
Baynes
120 80
(400)
Xangongo Ondjiva
(220/60) (400/60)

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-41 Sistema principal (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da RNT

7-53
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

A Tabela abaixo indica o resultado do estudo comparativo das perdas no transporte entre a proposta
da Equipa de Estudo da JICA e a proposta da RNT. A título de comparação, a demanda nas subestações
é igual para as duas propostas e a capacidade de produção também é praticamente igual, incluindo a
central do Soyo.

Tabela 7-24 Perdas no transporte em 2040

Proposta da Equipa de Estudo da JICA Proposta da RNT


Região Produção Demanda Perdas no Produção Demanda Perdas no transporte
(MW) (MW) transporte (MW) (MW) (MW) (MW)
NORTE 7437,0 6569,9 174,0 7524,2 6569,9 213,6
CENTRO 2664,0 2313,2 49,8 2664,0 2313,2 88,9
SUL 1438,0 1408,8 62,4 1438,0 1408,8 70,8
LESTE 138,0 664,5 27,8 138,0 664,5 27,8
SAPP 0,0 400,0 6,6 0,0 400,0 6,6
TOTAL 11677,0 11356,4 320,7 11764,2 11356,4 407,8
(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Comparando as perdas no transporte, a proposta da RNT indica perdas de 407,8 MW ao passo que
proposta da Equipa de Estudo da JICA indica 320,7 MW. A proposta da Equipa de Estudo da JICA
apresentou uma diferença de perdas 87,1 MW menor que a proposta da RNT, o que representa menos
de 80% em relação às perdas da proposta feita pela RNT. Esse resultado serve como um indicador da
validade da proposta apresentada pela Equipa de Estudo da JICA.

7.7.12Evolução Anual do Plano de Desenvolvimento de Transporte

É mostrada a seguir a proposta do Plano de Desenvolvimento de Transporte para o sistema principal


(backbone) de 2025, 2030 e 2035 com base no Plano de Fontes de Energia da Tabela 7-17 e no Plano de
Subestações da Tabela 7-20. A composição dos sistemas será basicamente o sistema em loop para 400
kV e um sistema radial para 220 kV, e confirmou-se por PSSE que não houve sobrecarga e outros
fenómenos em todos os eventos n-1 para todas as linhas de transporte de 400 kV, 220 kV ou de tensões
superiores, e para todos os transformadores de 400/220 kV, 220 kV/ 60 kV etc. com tensão primária de
220 kV ou superior.

7-54
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-42 Linha principal em 2025 (400 kV, 220 kV)

7-55
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-43 Linha principal em 2030 (400 kV, 220 kV)

7-56
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-44 Linha principal em 2035 (400 kV, 220 kV)

7-57
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

1440
M’Banza Congo Angola power system –
Soyo
(220/60) (MW)
(400/60/15)
2040
Nzeto
(400/220/60) Tomboco
(220/60)
Maquela Zombo 400kV T/L
(220/60/30/15)

1120
Kapary Damba
Caxito (220/30) Sanza Pombo
ADA (400/220/60)
(220/110) (220/60)
Uíge

1110
(220/60)
220kV T/L
Cacuaco
Sambizanga
(400/220/60)
(220/60)
Negage
(220/60)
220kV T/L
Chicala PIV (planed ; 2036~40)
(220/60)
Cazenga
(220/60) 380 Pambos de Sonhe(220/30)

(220/60)
420 220kV
Lucala (400/220/60)
Futungo de Belas
(220/60)
Golfe Filda
outage T/L
220/60 (220/60) Viana
(400/220/60)
Catete (400/220/60) Capanda Dundo
(400/220/110)
Malange
1150 Maria N’Dalatando (220/60) 1030 Lucapa
Teresa(220/60) Xá-Muteba
Camama
(220/60)
860
Zango 270 550 Saurimo
740 (220/60)
Zenzo
60 1520
Muconda

Ramiros 500 1580


(220/60)
500 1300 Lauca
Luena
Luau

Bita (400/220/60) Cambutas (400)


(400/220/60)
570 Caculo Cabaça (400)
Cazombo

470 Gabela
(400/220/60)
Quibala 600
P. Amboim (220/60)
(220/60)
70
840
Alto Chingo Waco Kungo
Cuacra
(220/60) (400/220/60)
(220/60)
Genga
Nova Biopio 480 Bailundo
(220/60)
Andulo
(220/60)
Lobito CCGT
(400/220)
540
Quileva
Kuito
(220/150/60) Bocoio Belém do Huambo
(220/60)
Catumbela (220/60) Ukuma (400/220/60)
(220/60) CH Alto (220/60)
Lomaum Catumbela Catchiungo Chitembo
Baia Farta (220/60)
(220/60) Benguela Sul 840Cubal (220/60)
220
(220/30)

(220/60) CH Gove
Quilengues (220/60) Chipindo
(400/60)
Lubango
Caluquembe 600 (400/60)
(400/60) CH
Namibe
(400/220/60) Jamba OMA e MINA
(400/220/60)
Capelongo
Matala (400/220) Cuito Cuanavale
Tômbwa
430 170 (220/60) (220/30)
(220/60) Cahama Matala(CH) Cuchi Menongue
(400/220/30) (220/30) (220/60)
Mavinga
Tchamutete
(220/30)
(220/60)
430
Baynes 50
220
(400)
400 Xangongo Ondjiva
to SAPP (220/60) (400/220/60)

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

Figura 7-45 Linha principal em 2040 (400 kV, 220 kV)

7-58
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.13 Resumo do Plano de desenvolvimento do sistema de transporte de energia até 2040

Abaixo apresenta a quantidade necessária dos modificadores de fase e o desenvolvimento anual na


linha principal

Tabela 7-25 Quantidade necessária do modificador de fase para cada subestação

7.7.14 Corrente de falha

A tabela 7-26 mostra a corrente de falha de curto-circuito trifásica do barramento de 400 kV e 220 kV
do sistema de transporte de energia de Angola. Os cálculos foram realizados sob as seguintes
condições.

 Foi aplicada a função do cálculo de falha do sequenciamento automático (automatic sequencing


fault calculation) de PSSE.

Os geradores, os quais são instalados anualmente no sistema de transporte de energia, foram todos
calculados em operação.

Com o propósito de obter um resultado rigoroso de cálculo, na linha de interconexão internacional


com a Namíbia, foi conectada uma fonte de energia virtual de 400 kA na Namíbia.。

7-59
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Todos os anos, as correntes de falha de curto-circuito trifásica são dispostas dentro de 40 kA ou


menos, conforme o regulamento.

Tabela 7-26 Corrente de curto-circuito trifásica do sistema de transporte de energia em


Angola

Bus Bus Name Voltage Fault Current (kA) Bus Voltage Fault Current (kA)
Bus Name
2025 2030 2035 2040 Number (kV) 2025 2030 2035 2040
10005 SOYO_400 400 10.1 10.6 11.2 11.6 20071 CUBAL_220 220 2.8 3.8 4.3 4.3
10006 SOYO_400_2 400 10.0 10.5 11.1 11.5 20073 CATUMB_220 220 3.4 6.2 8.7 8.8
10007 NZETO_400 400 8.9 9.1 9.6 9.7 20074 BOCOIO_220 220 3.2 4.7 5.6 5.7
10008 NZETO_220 220 9.1 9.2 9.4 9.3 20076 B.FARTA_220 220 - 4.1 5.0 5.1
10010 M_CONGO_220 220 2.4 2.4 2.4 2.4 20078 A.CATUMB_220 220 - 2.9 3.2 3.3
10030 TOMBOCO_220 220 3.6 3.6 3.6 3.6 20100 N_BIOPIO_400 400 7.1 8.6 13.7 15.3
11000 UIGE_220 220 2.0 2.0 2.3 2.4 20110 LOBITO PS 400 6.8 8.1 13.3 15.1
11007 M_ZOMBO_220 220 1.2 1.2 1.3 1.4 21003 GOVE_4_220 220 2.4 2.4 2.6 2.5
11012 NEGAGE_220 220 2.1 2.2 2.5 2.6 21013 DANGO_1_220 220 4.3 4.6 5.6 5.7
11017 S_POMBO_220 220 - - 1.7 1.8 21021 DANGO_400 400 5.9 6.5 7.7 8.0
11020 DAMBA_220 220 - - 1.7 1.7 21024 UKUMA_220 220 3.0 3.1 3.4 3.5
12000 CACUACO_220 220 10.7 13.0 15.4 16.4 21030 CATCH_220 220 2.9 3.2 3.5 3.7
12002 CAMAMA_220 220 10.4 10.6 11.9 11.9 21035 BAILUNDO_220 220 - 2.2 2.3 2.3
12005 CAZENGA_220 220 11.3 11.6 13.7 13.8 22000 KUITO_220 220 2.4 2.7 2.8 2.9
12007 FILDA_220 220 13.0 13.5 13.7 13.8 22008 ANDULO_220 220 1.6 1.8 1.8 1.8
12009 VIANA_220 220 18.1 19.0 19.4 19.7 22020 CHITEMBO_220 220 - 1.6 1.7 1.6
12100 CACUACO_GT 220 10.3 12.5 15.0 16.0 23001 GABELA_220 220 10.1 10.4 11.3 11.4
12118 VIANA_400 400 13.8 14.5 15.3 15.6 23004 A.CH.RNT_220 220 5.0 5.1 5.3 5.3
12125 SAMBZANG_400 400 10.1 10.4 11.6 12.3 23010 W.KUNGO_220 220 8.8 9.0 9.4 9.4
12126 SAMBZANGA220 220 13.1 13.4 16.4 17.1 23012 CUACRA_220 220 4.1 4.2 4.4 4.4
12128 SAMBZANGA_GT 220 12.3 12.6 15.3 16.1 23016 W.KUNGO_400 400 7.9 8.2 8.9 9.1
12132 M_BENTO_220 220 7.9 8.0 8.7 8.8 23017 P_AMBOIM_220 220 3.3 3.4 3.5 3.5
12136 CATETE 400 400 17.7 18.6 20.4 20.9 23019 GABELA_400 400 9.7 10.4 13.1 13.3
12137 CATETE_220 220 13.0 13.0 13.4 13.9 23020 QUIBALA_220 220 3.6 3.7 3.8 3.8
12139 RAMIROS_220 220 7.1 7.2 7.8 7.8 23023 BENGA_400 400 - - 12.6 13.0
12141 BITA_400 400 12.1 12.4 13.2 13.3 23024 GENGA_400 400 7.5 8.0 10.6 10.8
12142 BITA_220 220 13.0 13.2 15.3 15.4 30012 NAMIBE_220 220 2.8 3.1 3.4 9.7
12145 PIV_220 220 - - 16.8 17.0 30016 TOMBWA_220 220 1.9 2.0 2.1 3.7
12267 ZANGO_220 220 7.0 7.1 7.2 7.3 30112 NABIBE_CCGT 220 - - - 10.0
12300 CHICALA_220 220 11.9 12.1 14.5 15.0 31015 MATALA_4_220 220 1.8 1.9 3.6 3.7
12305 GOLF 220 12.0 12.1 14.5 15.1 31024 LUBANGO_400 400 5.5 7.6 9.1 10.4
13004 KAPARY_400 400 14.0 14.6 16.3 17.3 31027 LUBANGO_220 220 5.5 6.6 8.2 8.6
13005 KAPARY_220 220 13.3 16.6 18.8 19.4 31029 MATALA_220 220 1.9 2.0 3.9 4.0
13007 DANDE_220 220 10.3 12.2 13.3 13.6 31031 J_MINA_220 220 1.4 1.5 3.9 4.0
13030 CAXITO_220 220 9.1 10.6 11.4 11.5 31036 J_OMA_220 220 - 0.9 2.3 2.3
14005 CAMBAMBE_220 220 24.3 24.7 26.1 26.1 31043 TCHAMUTE_220 220 1.9 1.8 2.0 2.0
14007 LUCALA_220 220 4.0 3.9 5.4 5.5 31060 QUILENGS_400 400 5.9 7.3 9.5 10.4
14008 LUCALA_400 400 13.0 13.2 13.6 13.7 31300 NOVO_LUB_220 220 7.0 8.7 10.6 13.3
14009 NDALAT_220 220 6.1 6.2 6.2 6.2 31501 CAPLONGO_400 400 3.2 3.3 4.9 5.0
14011 P.SONHE_220 220 2.9 2.9 3.5 3.6 31502 CAPLONGO_220 220 2.8 2.6 3.1 3.0
14016 CAMBUTAS_220 220 27.1 27.6 29.5 29.5 31510 KALUKEMB_400 400 5.2 6.2 7.0 7.4
14017 CAMBUTAS_400 400 21.5 22.2 26.2 26.6 31511 CHIPINDO_400 400 - 4.3 5.6 5.8
14025 CBB_2_1 220 18.4 18.6 19.4 19.3 32000 CUCHI_220 220 1.8 1.8 2.1 2.1
14026 CBB_2_2 220 18.4 18.6 19.4 19.3 32003 MENONGUE_220 220 1.4 1.4 1.6 1.6
14027 CBB_2_3 220 18.4 18.6 19.4 19.3 32015 C_CUANVL_220 220 - - 1.0 0.9
14028 CBB_2_4 220 18.4 18.6 19.4 19.3 32017 MAVINGA_220 220 - - 0.8 0.7
14043 M_TERESA_220 220 5.5 5.5 5.5 5.6 33000 CAHAMA_400 400 3.6 6.7 8.0 8.4
14051 LAUCA_400 400 28.6 28.5 31.5 31.7 33001 CAHAMA_220 220 2.6 3.2 3.4 3.5
14053 LAUCA_EC_220 220 3.9 3.9 3.9 3.9 33003 XANGONGO_220 220 1.8 2.1 2.2 2.2
14054 C_CABAヌA_400 400 28.1 27.2 31.0 31.2 33005 ONDJIVA_220 220 1.1 1.2 3.0 3.0
14071 ZENZO 400 - - 16.5 16.5 33007 BAYNES_400 400 2.4 3.1 4.5 4.6
14074 CE_GASTテO 220 3.0 3.0 3.8 3.9 33020 ONDJIVA_400 400 - - 5.1 5.2
15004 CAPANDA_220 220 18.0 18.1 18.1 18.0 40010 DUNDO_220 220 1.5 1.5 1.5 1.5
15006 CAP_ELEV_220 220 18.5 18.6 18.6 18.5 40020 LUCAPA_220 220 1.8 1.8 1.8 1.8
15008 CAP_ELEV_400 400 19.0 19.0 20.1 20.2 40030 XA_MUTBA_400 400 3.8 3.9 3.9 3.9
15016 MALANJE_220 220 5.1 5.1 4.8 4.9 41019 SAURIMO_400 400 2.1 2.1 2.0 2.1
20025 KILEV_4_220 220 3.7 6.9 10.3 10.3 41020 SAURIMO_220 220 2.5 2.5 2.6 2.6
20034 LMAUM_3_220 220 2.8 3.8 4.4 4.4 41040 MUCONDA_220 220 1.4 1.4 1.4 1.4
20052 N_BIOP_1_220 220 4.0 6.9 9.7 9.8 42010 LUENA_220 220 1.3 1.3 1.3 1.3
20065 B.SUL_220 220 3.1 5.1 6.8 6.8 42030 LUAU_220 220 1.1 1.2 1.1 1.1
20067 KILEVA_GT 220 3.6 6.9 10.5 10.5 42040 CAZOMBO_220 220 0.8 0.8 0.8 0.8

7-60
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

7.7.15 Resumo do Plano de desenvolvimento do sistema de transporte de energia até 2040

Os resultados até ao parágrafo anterior foram resumidos e foi elaborada a lista de projectos (Tabelas
7-25 a 7-30) . Relativamente às linhas de transporte, a relação das linhas de alimentação foi apresentada
separadamente.

Tabela 7-27 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 400kV

Year
Project# of Area Voltage Substation Capacity Cost Remarks
operation (kV) Name (MVA) (MUS$)
1 2020 Cuanza Sul 400 Waco kungo 450 40.5 450 x 1, under construction(China)
2 2020 Huambo 400 Belem do Huambo 900 51.3 450 x 2, under construction(China)
3 2022 Luanda 400 Bita 900 51.3 450 x 2, under construction(Brazil)
4 2025 Cuanza Sul 400 Waco kungo 450 40.5 upgrade 450 x 1
5 2025 Luanda 400 Bita 450 40.5 upgrade 450 x 1
6 2025 Zaire 400 N'Zeto 450 40.5 upgrade 450 x 1
7 2025 Luanda 400 Viana 2,790 96.6 upgrade 930 x 3
8 2025 Bengo 400 Kapary 450 40.5 upgrade 450 x 1
9 2025 Huila 400 Lubango2 900 51.3 450 x 2, Pre-FS implemented*
10 2025 Huila 400 Capelongo 900 51.3 450 x 2
11 2025 Huila 400 Calukembe 120 32.6 60 x 2
12 2025 Benguera 400 Nova Biopio 900 51.3 450 x 2
13 2025 Southern 400 Cahama 900 51.3 450 x 2
14 2025 Eastern 400 Saurimo 900 51.3 450 x 2, under Pre-FS
15 2025 Lunda  Norte 400 Xa-Muteba 360 38.3 180 x 2, under Pre-FS
16 2025 Huila 400 Quilengues 120 32.6 60 x 2
17 2025 Cuanza Sul 400 Gabela 900 51.3 450 x 2
18 2025 Luanda 400 Sambizanga 2,790 96.6 930 x 3
19 2025 Malanje 400 Lucala 900 51.3 450 x 2
20 2025 Chipindo 400 Chipindo 360 38.3 180 x 2
21 2030 Luanda 400 Catete 450 40.5 upgrade 450 x 1
22 2030 Bengo 400 Kapary 450 40.5 upgrade 450 x 1
23 2035 Cunene 400 Ondjiva 900 51.3 450 x 2, Pre-FS implemented*
24 2035 Luanda 400 Bita 450 40.5 upgrade 450 x 1
25 2035 Malanje 400 Lucala 450 40.5 upgrade 450 x 1
Total 19,590 1,171.4
Pre-FS implemented*:USTDAとDBSAで候補地点選定等を実施

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-61
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-28 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 220kV (1)

Year
Project# of Area Voltage Substation Capacity Cost Remarks
operation (kV) Name (MVA) (MUS$)
1 2018 Benguela 220 Benguela Sul 240 24.5 120 x 2, under construction(China)
2 2020 Luanda 220 Bita 240 24.5 120 x 2, under construction(Brazil)
3 2020 Zaire 220 Tomboco 40 13.7 20 x 2
4 2020 Malanje 220 Capanda Elevadora 130 18.6 65 x 2, upgrade
5 2021 Luanda 220 Cacuaco 480 37.5 240 x 2, upgrade
6 2022 Luanda 220 Zango 360 31.0 120 x 3
7 2022 Malanje 220 Malanje2 240 24.5 120 x 2
8 2022 Cuanza Sul 220 Waco Kungo 60 14.8 60 x 1
9 2022 Cuanza Sul 220 Quibala 120 18.1 60 x 2
10 2022 Benguela 220 Cubal 120 18.1 60 x 2
11 2022 Huíla 220 Lubango 240 24.5 120 x 2, Pre-FS implemented*
12 2022 Huíla 220 Matala 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
13 2022 Huíla 220 Capelongo 60 14.8 60 x 1
14 2022 Cuando-Cubango 220 Cuchi 60 14.8 60 x 1
15 2022 Cuando-Cubango 220 Menangue 240 24.5 120 x 2
16 2022 Namibe 220 Namibe 240 24.5 120 x 2, Pre-FS implemented*
17 2022 Namibe 220 Tombwa 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
18 2022 Lunda Norte 220 Lucapa 60 14.8 60 x 1
19 2022 Lunda Norte 220 Dundo 120 18.1 60 x 2, under Pre-FS
20 2022 Lunda Sur 220 Saurimo 120 18.1 60 x 2, under Pre-FS
21 2022 Uíge 220 Uíge 240 24.5 120 x 2, upgrade
22 2025 Luanda 220 Golfe 360 31.0 120 x 3
23 2025 Luanda 220 Chicara 480 37.5 240 x 2
24 2025 Bengo 220 Caxito 60 14.8 60 x 1
25 2025 Bengo 220 Maria Teresa 60 14.8 60 x 1
26 2025 Cuanza Sul 220 Porto Amboim 120 18.1 60 x 2
27 2025 Cuanza Sul 220 Cuacra 60 14.8 60 x 1
28 2025 Benguela 220 Catumbela 120 18.1 60 x 2
29 2025 Benguela 220 Bocoio 120 18.1 60 x 2
30 2025 Huambo 220 Ukuma 60 14.8 60x 1, Pre-FS implemented*
31 2025 Huambo 220 Catchiungo 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
32 2025 Bié 220 Andulo 60 14.8 60 x 1
33 2025 Huíla 220 Nova Lubango 120 18.1 60 x 2
34 2025 Huíla 220 Caluquembe 60 14.8 60 x 1
35 2025 Huíla 220 Quilengues 60 14.8 60 x 1
36 2025 Huíla 220 Tchamutete 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
37 2025 Cunene 220 Ondjiva 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
38 2025 Cunene 220 Cahama 60 14.8 60 x 1, Pre-FS implemented*
39 2025 Cunene 220 Xangongo 60 14.8 60 x 1, Pre-FS implemented*
40 2025 Moxico 220 Luena 240 24.5 120 x 2, under Pre-FS
41 2025 Lunda Norte 220 Xa-Muteba 120 18.1 60 x 2
42 2025 Luanda 220 Viana 600 44.0 300 x 2, upgrade
43 2025 Luanda 220 Camama 120 18.1 120 x 1, upgrade
44 2025 Luanda 220 Sambizanga 240 24.5 240 x 1, upgrade
45 2025 Kuanza Norte 220 N’ Dalatando 80 15.9 40 x 2, upgrade
46 2027 Moxico 220 Cazombo 60 14.8 60 x 1
47 2027 Moxico 220 Luau 60 14.8 60 x 1
48 2027 Lunda Sur 220 Muconda 60 14.8 60 x 1
49 2027 Bié 220 Kuito 120 18.1 120 x 1, upgrade
50 2030 Luanda 220 Futungo de Belas 120 18.1 120 x 1, upgrade
Pre-FS implemented*:Candidate site were selected by USTDA and DBSA.

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-62
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-29 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 220kV (2)

Year
Project# of Area Voltage Substation Capacity Cost Remarks
operation (kV) Name (MVA) (MUS$)
51 2030 Uíge 220 Negage 180 21.3 60 x 3
52 2030 Cabinda 220 Cabinda 240 24.5 120x 2
53 2030 Cabinda 220 Cacongo 120 18.1 60 x 2
54 2030 Benguela 220 Alto Catumbela 120 18.1 60 x 2
55 2030 Benguela 220 Baria Farta 120 18.1 60 x 2
56 2030 Huambo 220 Bailundo 120 18.1 60 x 2
57 2030 Huíla 220 Chipindo 60 14.8 60 x 1
58 2031 Zaire 220 M'Banza Congo 180 21.3 60 x 3, upgrade
59 2032 Cunene 220 Ondjiva 120 18.1 120 x 1, upgrade
60 2032 Lunda Sur 220 Saurimo 120 18.1 120 x 1, upgrade
61 2034 Luanda 220 Cacuaco 240 24.5 240 x 1, upgrade
62 2035 Luanda 220 PIV 480 37.5 240 x 2
63 2035 Kuanza Norte 220 Lucala 120 18.1 60 x 2
64 2035 Uíge 220 Sanza Pombo 120 18.1 60 x 2
65 2035 Bié 220 Camacupa 60 14.8 60 x 1
66 2035 Cuando-Cubango 220 Cuito Cuanavale 60 14.8 60 x 1
67 2035 Luanda 220 Cazenga 120 18.1 120 x 1, upgrade
68 2035 Bengo 220 Kapary 120 18.1 120 x 1, upgrade
69 2035 Benguela 220 Catumbela 240 24.5 120 x 2, upgrade
70 2036 Luanda 220 Sambizanga 240 24.5 240 x 1, upgrade
71 2036 Uíge 220 Maquela do Zombo 40 13.7 40 x 1, upgrade
72 2036 Huambo 220 Belém do Dango 240 24.5 240 x 1, upgrade
73 2036 Lunda Norte 220 Dundo 120 18.1 120 x1, upgrade
74 2037 Cuanza Sul 220 Gabela 60 14.8 60 x 1, upgrade
75 2038 Benguela 220 Cubal 240 24.5 120 x 2, upgrade
76 2040 Cuando-Cubango 220 Mavinga 60 14.8 60 x 1
77 2040 Malanje 220 Malanje2 120 18.1 120 x 1, upgrade
78 2040 Huíla 220 Caluquembe 60 14.8 60 x 1, upgrade
Total 11,810 772.4

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-63
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-30 Lista de projectos do Plano das instalações de transporte de 400kV

Year number Power Line


Project# of Area Voltage Starting point End point of Flow Length Cost Remarks
operation (kV) circuit (MVA) (km) (MUS$)
1 2020 Central 400 Lauca Waco kungo 1 307 177 138.1 under construction(China)
2 2020 Central 400 Waco kungo Belem do Huambo 1 242 174 135.7 under construction(China)
3 2020 Northern 400 Cambutas Bita 1 580 172 134.2 under construction(Brazil)
4 2022 Northern 400 Catete Bita 2 504 54 52.9 under construction(Brazil)
5 2025 Northern 400 Cambutas Catete 1 791 123 95.9 Dualization
6 2025 Northern 400 Catete Viana 1 579 36 28.1 Dualization
7 2025 Northern 400 Lauca Capanda elev. 1 518 41 32.0 Dualization
8 2025 Northern 400 Kapary Sambizanga 2 1130 45 44.1 For New Substation
9 2025 Northern 400 Lauca Catete 2 868 190 186.2 Changing Connection Plan
10 2025 Central 400 Lauca Waco kungo 1 307 177 138.1 Dualization
11 2025 Central 400 Waco kungo Belem do Huambo 1 242 174 135.7 Dualization
12 2025 Central 400 Cambutas Gabela 2 484 131 128.4 Pre-FS implemented*
13 2025 Central 400 Gabela Benga 2 848 25 24.5 Pre-FS implemented*
14 2025 Central 400 Benga Nova Biopio 2 550 200 196.0 Pre-FS implemented*
15 2025 Southern 400 Belem do Huambo Caluquembe 2 606 175 171.5 Pre-FS implemented*
16 2025 Southern 400 Caluquembe Lubango2 2 666 168 164.6 Pre-FS implemented*
17 2025 Southern 400 Belem do Huambo Chipindo 2 264 114 111.7
18 2025 Southern 400 Chipindo Capelongo 2 190 109 106.8
19 2025 Southern 400 Nova Biopio Quilengues 2 840 117 114.7 Pre-FS implemented*
20 2025 Southern 400 Quilengues Lubango2 2 772 143 140.1 Pre-FS implemented*
21 2025 Southern 400 Lubango2 Cahama 2 450 190 186.2 Pre-FS implemented*
22 2025 Eastern 400 Capanda_elev Xa-Muteba 2 590 266 260.7
23 2025 Eastern 400 Xa-Muteba Saurimo 2 510 335 328.3 under Pre-FS
24 2027 Southern 400 Capelongo Ondjiva 2 292 312 305.8
25 2027 Southern 400 Cahama Ondjiva 2 442 175 171.5
26 2027 Southern 400 Cahama Ruacana 2 409 125 122.5 International Interconnection
Total 3,948 3,654.2
候補 定等 実施

Pre-FS implemented*:Candidate site were selected by USTDA and DBSA


(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-64
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-31 Lista de projectos do Plano das instalações de transporte de 220kV

Year number Required Line


Project# of Area Voltage Starting point End point of Capcity Length Cost Remarks
operation (kV) circuit (MVA) (km) (MUS$)
1 2020 Southern 220 Lubango2 Lubango 2 360 30 13.5 Pre-FS implemented*
2 2020 Southern 220 Lubango2 Namibe 2 360 162 72.9 Pre-FS implemented*
3 2020 Southern 220 Namibe Tombwa 2 120 97 43.7 Pre-FS implemented*
4 2020 Eastern 220 Saurimo Lucapa 2 300 157 70.7 Pre-FS implemented*
5 2020 Eastern 220 Lucapa Dundo 2 240 135 60.8 Pre-FS implemented*
6 2022 Northern 220 Bita Camama 2 840 21 9.5
7 2022 Northern 220 Catete Zango 2 360 40 18.0
8 2022 Northern 220 Capanda elev. Maranje 2 360 110 49.5
9 2022 Central 220 Gabela Alto Chingo 1 300 81 29.2 Dualization
10 2022 Central 220 Quibala Waco Kungo 2 120 92 41.4
11 2022 Central 220 Lomaum Cubal 2 360 2 0.9
12 2022 Southern 220 Lubango Matala 2 120 168 75.6 Pre-FS implemented*
13 2022 Southern 220 Matala HPS Matala 1 41 5 1.8 upgarade
14 2022 Southern 220 Capelongo Cuchi 2 420 91 41.0
15 2022 Southern 220 Cuchi Menongue 2 360 94 42.3
16 2025 Northern 220 Sambizanga Golfe 2 360 7 3.2
17 2025 Northern 220 Kapary Caxito 2 60 26 11.7
18 2025 Northern 220 N'Zeto Tomboco 2 220 5 2.3 For Substattion inserted
19 2025 Northern 220 M'banza Congo Tomboco 2 220 5 2.3 For Substattion inserted
20 2025 Northern 220 Sambizanga Chicala 2 480 7 3.2
21 2025 Northern 220 Catete Maria Teresa 2 60 51 23.0
22 2025 Central 220 Alto Chingo Cuacra 2 60 25 11.3
23 2025 Central 220 Alto Chingo Port Amboim 2 120 60 27.0
24 2025 Central 220 Quileva Nova Biopio 1 550 18 6.5 Dualization
25 2025 Central 220 Quileva Catumbela 2 240 8 3.6
26 2025 Central 220 Nova Biopio Bocoio 2 120 5 2.3 For Substattion inserted
27 2025 Central 220 Lomaum Bocoio 2 120 5 2.3 For Substattion inserted
28 2025 Central 220 Belem do Huambo Ukuma 2 60 66 29.7
29 2025 Central 220 Belem do Huambo Catchiungo 2 720 76 34.2 Strengthen
30 2025 Central 220 Catchiungo Kuito 2 480 85 38.3 Strengthen
31 2025 Central 220 Kuito Andulo 2 60 110 49.5
32 2025 Southern 220 Cahama Xangongo 2 180 97 43.7 Pre-FS implemented*
33 2025 Southern 220 Ondjiva Xangongo 1 120 97 34.9 Pre-FS implemented*
34 2025 Southern 220 Capelongo Tchamutete 2 120 98 44.1
35 2025 Eastern 220 Saurimo Luena 2 240 265 119.3 Pre-FS implemented*
36 2027 Eastern 220 Saurimo Muconda 2 180 187 84.2
37 2027 Eastern 220 Muconda Luau 2 120 115 51.8
38 2027 Eastern 220 Luau Cazombo 2 60 264 118.8
39 2030 Central 220 Cubal Alto Catumbela 2 120 47 21.2
40 2030 Central 220 Catchiungo Bailundo 2 120 66 29.7
41 2030 Central 220 Benguela Sul Baia Farta 2 120 30 13.5
42 2030 Northern 220 Uige Negage 2 620 5 2.3 For Substattion inserted
43 2030 Northern 220 Pambos de Sonhe Negage 2 620 5 2.3 For Substattion inserted
44 2035 Northern 220 Viana PIV 2 480 7 3.2
45 2035 Northern 220 Negage Sanza Pombo 2 120 109 49.1
46 2035 Central 220 Kuito Camacupa 2 60 145 65.3
47 2035 Southern 220 Menongue Cuito Cuanavale 2 120 189 85.1
48 2035 Southern 220 Cuito Cuanavale mavinga 2 60 176 79.2
Total 3,746 1,667.6

Pre-FS implemented*:Candidate site were selected by USTDA and DBSA

(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-65
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final

Tabela 7-32 Lista de projectos das linhas de transporte de alimentação

Year number Generation Line


Project# of Area Voltage Starting point End point of Capacity Length Cost Remarks
operation (kV) circuit (MVA) (km) (MUS$)
1 2025 Northern 400 HPP Caculo Cabaça Cambutas 2 496 54 52.9 under construction(China)
2 2025 Northern 400 HPP Caculo Cabaça Lauca 2 1326 25 24.5
3 2025 Northern 400 TPP Soyo 2 Soyo 2 750 5 4.9
4 2025 Central 400 TPP Lobito CCGT #1 Nova_Biopio 2 750 23 22.5
5 2025 Northern 220 TPP Cacuaco GT #1 Cacuaco 2 375 5 2.3
6 2025 Northern 220 TPP Cacuaco GT #2 Cacuaco 2 375 5 2.3
7 2025 Northern 220 TPP Boavista GT #3 Sambizanga 2 375 5 2.3
8 2030 Northern 220 HPP Quilengue ⑤ Gabera 2 210 37 16.7
9 2030 Southern 400 HPP Baynes Cahama 2 300 195 191.1
10 2030 Central 220 TPP Quileva GT #4 Quileva 2 250 1 0.5
11 2030 Central 220 TPP Quileva GT #5 Quileva 2 250 1 0.5
12 2030 Central 220 TPP Quileva GT #6 Quileva 2 250 1 0.5
13 2030 Northern 400 TPP Soyo GT #7 Soyo 2 375 5 4.9
14 2035 Northern 400 HPP Zenzo Cambutas 2 950 41 40.2
15 2035 Northern 400 HPP Genga Benga Switch-yard 2 900 30 29.4
16 2035 Central 400 TPP Lobito CCGT #2 Nova_Biopio 2 720 23 22.5
17 2035 Southern 220 HPP Jamba Ya Mina Matala 1 205 86 31.0
18 2035 Southern 220 HPP Jamba Ya Oma HPP Jamba Ya Mina 1 79 37 13.3
19 2040 Northern 220 HPP Túmulo Caçador Cambutas 2 453 16 7.2
20 2040 Southern 220 TPP Namibe CCGT #3 Namibe 2 750 17 7.7
21 2040 Central 400 TPP Lobito CCGT #4 Nova_Biopio 2 375 23 22.5
Total 635 499.4

Pre-FS implemented*:Candidate site were selected by USTDA and DBSA


(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)

7-66

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