Plano Diretor
Plano Diretor
Plano Diretor
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento do Sector
Electrico na
República de Angola
Relatório Final
Dezembro de 2018
ÍNDICE
Capítulo 1. Resumo do projecto_______________________________________________ 1-1
Capítulo 2. Situação actual de angola incluindo o sector de energia eléctrica ________ 2-1
i
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
ii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
iii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
6.4.2 Elaboração da taxa de reserva necessária para garantir LOLE de 24 horas 6-26
6.5.4 Quantidade de emissões de gases com efeito de estufa (proposta básica) .. 6-37
iv
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
v
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7.7.11 Estudo das medidas de redução das perdas no transporte de energia.......... 7-53
vi
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
vii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
11.12 Avaliação ambiental estratégica (AAE) para as linhas de transporte ..... 11-85
viii
Projecto de Elaboração do
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Relatório Final
ix
Projecto de Elaboração do
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Relatório Final
x
Projecto de Elaboração do
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Relatório Final
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1 Evolução do PIB em Angola ................................................................................................ 2-3
Figura 2-2 Evolução da taxa de crescimento do PIB de Angola ............................................................ 2-3
Figura 2-3 Evolução do PIB por sectores em Angola ............................................................................ 2-4
Figura 2-4 Reestruturação do Sector Eléctrico ......................................................................................... 2-4
Figura 2-5 Organograma do MINEA ..................................................................................................... 2-6
Figura 2-6 Organograma da RNT........................................................................................................... 2-7
Figura 2-7 Mapa de Rede da RNT(em Julho de 2017) .......................................................................... 2-9
Figura 2-8 Organograma da PRODEL ................................................................................................. 2-10
Figura 2-9 Organograma da ENDE ..................................................................................................... 2-11
Figura 2-10 A evolução do consumo de energia ................................................................................. 2-13
Figura 2-11 Consumo de energia por sectores e sistemas .................................................................... 2-14
Figura 2-12 O fluxograma de previsão da demanda de energia em Angola ....................................... 2-15
Figura 2-13 Estrutura da linha de base (2005) das emissões de GEE em Angola por actividades e por
emissões, dentro do sector de energia ...................................................................................... 2-18
Figura 2-14 Cenário de linha de base e projecções dos cenários de mitigação incondicional e condicional
em Angola ................................................................................................................................. 2-19
Figura 3-1 Fluxograma de energia primária em Angola ........................................................................ 3-1
Figura 3-2 Consumo de produtos petrolíferos em Angola ..................................................................... 3-2
Figura 3-3 Produção de petróleo em Angola .......................................................................................... 3-2
Figura 3-4 Exportação do petróleo produzido em Angola ..................................................................... 3-3
Figura 3-5 Importação de derivados de petróleo por Angola ................................................................. 3-3
Figura 3-6 Produção de petróleo refinado em Angola ........................................................................... 3-4
Figura 3-7 Derivados de petróleo transformados em energia eléctrica em Angola .............................. 3-4
Figura 3-8 Mapa de distribuição de potencial hidroeléctrico em todo o país ....................................... 3-5
Figura 3-9 Localização das centrais hidroeléctricas existentes/ planeadas ........................................... 3-7
Figura 3-10 Produção de petróleo bruto em Angola (2012-2016) ......................................................... 3-8
Figura 3-11 Distribuição dos locais de desenvolvimento petrolífero em Angola ................................ 3-9
Figura 3-12 Volume produzido de gás natural (2012-2016) ................................................................ 3-10
Figura 3-13 Capacidade total do plano de implementação das energias renováveis ........................... 3-11
Figura 3-14 Pequeno hidroeléctrico de pequeno e médio ................................................................... 3-12
Figura 3-15 Distribuição do potencial de produção de energia solar .................................................. 3-13
Figura 3-16 Distribuição do potencial de produção eólica em Angola ................................................ 3-14
Figura 3-17 Distribuição do potencial de produção de energia de biomassa ...................................... 3-15
Figura 3-18 Histórico da produção de LNG (2012-2016).................................................................... 3-16
Figura 3-19 Previsão da flutuação do preço do petróleo para cada cenário ........................................ 3-19
Figura 3-20 Previsão da flutuação nos preços do gás natural para cada cenário ................................ 3-20
Figura 4-1 Exemplo de Método de Selecção ......................................................................................... 4-4
Figura 4-2 Exemplo de um resultado de simulação por PDPAT ........................................................... 4-5
Figura 4-3 Distribuição de probabilidade da LOLP .............................................................................. 4-6
Figura 4-4 LOLE ................................................................................................................................... 4-6
Figura 4-5 A relação entre LOLE e taxa de margem de reserva ........................................................... 4-7
Figura 4-6 A capacidade necessária de fornecimento e o plano de desenvolvimento de fontes de energia
(exemplo) .................................................................................................................................... 4-8
Figura 4-7 Procedimento de elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica ........... 4-10
Figura 5-1 A actual previsão de demanda (potência de pico) ................................................................ 5-1
Figura 5-2 Demanda real de energia ...................................................................................................... 5-2
xi
Projecto de Elaboração do
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Relatório Final
xii
Projecto de Elaboração do
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Relatório Final
Figura 6-22 Exemplo de operação diária num dia de ocorrência de demanda de pico (2040, estação seca
(Novembro)) ............................................................................................................................. 6-34
Figura 6-23 Exemplo de operação diária num dia de ocorrência de demanda de pico (2040, estação
chuvosa (Maio)) ....................................................................................................................... 6-34
Figura 6-24 Exemplo de operação semanal numa estação seca (Novembro 2040) ............................ 6-34
Figura 6-25 Exemplo de operação semanal numa estação chuvosa (Maio 2040) ............................... 6-34
Figura 6-26 Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta básica) ............................... 6-35
Figura 6-27 Equilíbrio oferta-demanda (proposta básica, equilíbrio do pico de Novembro) ............. 6-36
Figura 6-28 (Referência) Equilíbrio oferta-demanda (proposta básica, capacidade de produção, máximo
equilíbrio oferta-demanda anual) ............................................................................................. 6-36
Figura 6-29 Custo de produção anual (proposta básica) ..................................................................... 6-37
Figura 6-30 Preço unitário de produção (proposta básica) .................................................................. 6-37
Figura 6-31 Volume de emissões de gases de efeito de estufa (proposta básica)................................ 6-38
Figura 6-32 Relação com o valor-alvo do plano de redução de gases de efeito estufa (DRAFT INDC)6-38
Figura 6-33 O impacto do atraso no desenvolvimento de centrais hidroeléctricas ............................. 6-41
Figura 6-34 O impacto da antecipação da demanda (= atraso no desenvolvimento de todas as centrais)6-42
Figura 6-35 Aumento das despesas devido à introdução de fontes de emergência............................. 6-43
Figura 6-36 Aumento das emissões de GEE associadas à introdução de fontes de energia de emergência
.................................................................................................................................................. 6-43
Figura 6-37 Aumento no custo do combustível ao usar LPG/ LNG como combustível para CCGT . 6-45
Figura 6-38 Efeito de redução das emissões de CO2 pela implementação de produção por energia .. 6-49
Figura 6-39 Aumento do custo de produção devido à implementação ............................................... 6-49
Figura 6-40 Aumento do custo unitário de produção devido à implementação .................................. 6-49
Figura 7-1 Diagrama do sistema de transporte da RNT em Julho de 2017 ........................................... 7-2
Figura 7-2 Distribuição do sistema de transporte de energia na zona central da capital Luanda (em Julho
de 2017) ...................................................................................................................................... 7-3
Figura 7-3 Sistema de transporte de energia em Angola (2025) ........................................................... 7-5
Figura 7-4 Sistema de transporte de energia em Angola (2027) ........................................................... 7-6
Figura 7-5 Colunas de betão 60 kV ....................................................................................................... 7-9
Figura 7-6 Torre de ângulo de linha única 60 kV .................................................................................. 7-9
Figura 7-7 Torre de ramificação de linha subterrânea 60 kV ................................................................ 7-9
Figura 7-8 Torre de coluna de aço 60 kV .............................................................................................. 7-9
Figura 7-9 Torre de coluna de aço 220 kV (de tensão) ....................................................................... 7-10
Figura 7-10 Torre de coluna de aço 220 kV (suspensa) ...................................................................... 7-10
Figura 7-11 Linha de transporte de 220 kV ao longo da estrada ......................................................... 7-10
Figura 7-12 Torre de ângulo de aço 220 kV ........................................................................................ 7-10
Figura 7-13 Linha (única) de transmissão 400kV (vista geral) ........................................................... 7-11
Figura 7-14 Transformador 66 kV/ 15 kV de fabricação chinesa ........................................................ 7-13
Figura 7-15 Ecrã de controlo do reactor de compensação variável ..................................................... 7-13
Figura 7-16 Disjuntores verticais a gás 220 kV .................................................................................. 7-14
Figura 7-17 Comutador isolado a gás, tipo interior ............................................................................. 7-14
Figura 7-18 Exemplo de configuração de barramento múltiplo (subestação Futungo 220 kV) ......... 7-14
Figura 7-19 Secção de 2022 do Sistema Norte segundo o Plano Existente da RNT ........................... 7-21
Figura 7-20 Secção de 2027 do Sistema Norte segundo o Plano Existente da RNT .......................... 7-21
Figura 7-21 Secção de 2022 dos Sistemas Central, Sul e Leste segundo o Plano Existente da RNT . 7-22
Figura 7-22 Secção de 2027 dos Sistemas Central, Sul e Leste segundo o Plano Existente da RNT . 7-22
Figura 7-23 Estimativa de custo de cada subestação de 400 kV ......................................................... 7-24
Figura 7-24 Estimativa de custo de cada subestação de 220kV .......................................................... 7-25
Figura 7-25 Resumo da interconexão internacional em Angola ......................................................... 7-26
xiii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 7-26 Resumo do conceito de interconexão internacional com SAPP ...................................... 7-28
Figura 7-27 Fluxograma de desenvolvimento da rede de transporte .................................................. 7-30
Figura 7-28 A conexão da central térmica de Soyo ao sistema ........................................................... 7-37
Figura 7-29 A conexão da central hidroeléctrica de Luachimo ao sistema ......................................... 7-37
Figura 7-30 A conexão das centrais hidroeléctricas da área de Luanda .............................................. 7-38
Figura 7-31 A conexão das centrais hidroeléctricas da bacia do rio Cuanza ...................................... 7-38
Figura 7-32 A conexão das centrais hidroeléctricas da bacia do rio Quive ........................................ 7-39
Figura 7-33 A conexão ao sistema nas proximidades da central térmica de Lobito ........................... 7-39
Figura 7-34 A conexão da central térmica de Namibe e hidroeléctrica de Baynes ao sistema ........... 7-40
Figura 7-35 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2017 .............................................................. 7-45
Figura 7-36 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da RNT............. 7-46
Figura 7-37 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da JICA ............ 7-47
Figura 7-38 Resultado do cálculo da linha principal da zona leste em 2040 (Linha singular de transporte
de Capanda = Xá-Muteba) ....................................................................................................... 7-48
Figura 7-39 Resultado do cálculo da linha principal da zona leste em 2040 (Linha singular de transporte
de Xá-Muteba = Saurimo) ........................................................................................................ 7-49
Figura 7-40 Linha principal em 2040 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-50
Figura 7-41 Sistema principal (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da RNT ................ 7-53
Figura 7-42 Linha principal em 2025 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-55
Figura 7-43 Linha principal em 2030 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-56
Figura 7-44 Linha principal em 2035 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-57
Figura 7-45 Linha principal em 2040 (400 kV, 220 kV) ..................................................................... 7-58
Figura 8-1 A posição de Angola no 'Doing Business 2017' do Banco Mundial .................................... 8-1
Figura 8-2 A posição e a pontuação em cada um dos tópicos do 'Doing Business 2017', Banco Mundial8-2
Figura 9-1 Valores de investimentos em instalações até 2040 (com base no ano de início da operação)9-7
Figura 9-2 Empréstimos e despesas financeiras até 2040 .................................................................... 9-10
Figura 9-3 Despesas anuais dos equipamentos de produção de energia e o custo unitário por kWh . 9-12
Figura 9-4 Despesa anual dos equipamentos de transporte e transformação de energia e o custo unitário
por kWh .................................................................................................................................... 9-13
Figura 9-5 Aumento nas despesas por kWh das centrais eléctricas (hidroeléctrica/ térmica) ............ 9-14
Figura 9-6 Aumento nas despesas por kWh das instalações de transporte e transformação de energia9-15
Figura 11-1 Abordagem AAE (SEA) ...................................................................................................... 11-2
Figura 11-2 Estado actual da vegetação ............................................................................................... 11-3
Figura 11-3 Welwitschia mirabilis ....................................................................................................... 11-4
Figura 11-4 Áreas Protegidas de Angola ............................................................................................. 11-6
Figura 11-5 Fluxograma do procedimento da elaboração e aprovação .............................................. 11-15
Figura 11-6 Local de construção planejado para cada fonte de energia .......................................... 11-21
Figura 11-7 Local do projecto hidroeléctrico de Cambambe ............................................................. 11-22
Figura 11-8 CIMANGOLA - Local candidato a projecto de energia térmica (LNG/óleo pesado) ...... 11-27
Figura 11-9 BENJAMIN - Local candidato a projecto de energia eólica ............................................ 11-29
Figura 11-10 CALENGA - Local candidato a projecto de energia eólica............................................ 11-33
Figura 11-11 GASTÃO - Local candidato a projecto de energia eólica .......................................... 11-35
Figura 11-12 KIWABA NZOJI I - Local candidato a projecto de energia eólica .............................. 11-37
Figura 11-13 MUSSENDE I - Local candidato a projecto de energia eólica ....................................... 11-39
Figura 11-14 NHAREA - Local candidato do projecto de energia eólica ....................................... 11-41
Figura 11-15 TOMBWA - Local candidato do projecto de energia eólica ...................................... 11-43
Figura 11-16 BENGUELA - Local candidato do projecto de energia fotovoltaica ........................... 11-45
Figura 11-17 CARACULO - Local candidato a projecto de energia fotovoltaica ............................... 11-47
Figura 11-18 CAMBONGUE - Local candidato a projecto de energia fotovoltaica ........................... 11-49
xiv
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 11-19 GANDA/ALTO CATUMBELA - Local candidato a projecto de energia fotovoltaica .. 11-51
Figura 11-20 LOBITO/CATUMBELA - Local candidato a projecto de energia fotovoltaica ............. 11-53
Figura 11-21 LUBANGO - Local candidato a projecto de energia solar ............................................. 11-55
Figura 11-22 MATALA - Local candidato a projecto de energia solar ................................................ 11-57
Figura 11-23 QUIPUNGO - Local candidato a projecto de energia solar ........................................... 11-59
Figura 11-24 NAMACUNDE - Local candidato a projecto de energia solar ...................................... 11-61
Figura 11-25 TECHAMUTETE - Local candidato a projecto de energia solar ................................... 11-63
Figura 11-26 Diagrama de análise de índice ambiental dos tipos de fontes de energia (geral) .......... 11-67
Figura 11-27 Linhas de transporte para implementação da AAE (5+1 trajectória) ............................. 11-85
Figura 12-1 Resumo do plano de desenvolvimento de fontes de energia e do plano de desenvolvimento
da rede de transporte............................................................................................................... 12-11
Figura 12-2 Mapa de projecto em 2040 ............................................................................................. 12-12
Figura 12-3 Mapa de projecto em 2040 (arredores de Luanda) ......................................................... 12-13
Figura 12-4 Mapa de projecto em 2040 (zona norte de Luanda) ....................................................... 12-14
Figura 12-5 Mapa de projecto em 2040 (zona leste de Luanda) ........................................................ 12-15
Figura 12-6 Mapa de projecto em 2040 (região central) .................................................................... 12-16
Figura 12-7 Mapa de projecto em 2040 (região sul) .......................................................................... 12-17
Figura 12-8 Projeto atual em andamento ........................................................................................... 12-18
Figura 12-9 O plano de reforço do sistema de transporte de energia sobreposto ao mapa de riscos ... 12-20
Figura 12-10 A situação actual da central hidroeléctrica de Biópio .................................................. 12-24
Figura 12-11 Exemplo de elaboração do Plano Director de Desenvolvimento de Energia Eléctrica .. 12-26
Figura 12-12 Conteúdo e estrutura de trabalho para previsão da demanda de energia ................... 12-27
Figura 12-13 Exemplo de uso do SCADA....................................................................................... 12-33
Figura 12-14 A composição da organização do centro de despacho de energia da TEPCO ........... 12-35
Figura 12-15 Alocação de pessoal na central .................................................................................. 12-36
LISTA DE TABELAS
Tabela 2-1 A capacidade instalada de produção de energia em Angola (em Junho de 2017) ............. 2-11
Tabela 2-2 Dados gerais da ENDE ....................................................................................................... 2-12
Tabela 2-3 Centrais que iniciaram a operação em 2016 - 2017 ........................................................... 2-15
Tabela 3-1 Lista de planos de construção de grandes centrais hidroeléctricas...................................... 3-6
Tabela 3-2 Refinarias existentes e por construir .................................................................................. 3-17
Tabela 3-3 Características de cada tipo de combustível ...................................................................... 3-21
Tabela 5-1 Evolução na taxa de electrificação em todo país ................................................................. 5-6
Tabela 5-2 A taxa de electrificação e a potência máxima por províncias (2016)................................. 5-11
Tabela 5-3 Previsão da demanda de energia para os sectores comercial, mineiro e industrial ............ 5-13
Tabela 5-4 A revisão da máxima demanda anual de energia ............................................................... 5-14
Tabela 5-5 A variação da potência máxima mensal (normalizada) ...................................................... 5-15
Tabela 5-6 A variação da potência máxima mensal (normalizada) ...................................................... 5-18
Tabela 5-7 Previsão da máxima demanda anual de energia ................................................................ 5-21
Tabela 6-1 Principais unidades e tipo de produção por região (MW) ................................................. 6-1
Tabela 6-2 Potência máxima disponível das centrais térmicas (MW) ..................................................... 6-2
Tabela 6-3 A capacidade de fornecimento (MW) por regiões e por tipos de produção de energia com base
na capacidade disponível de fornecimento................................................................................. 6-2
Tabela 6-4 A responsabilidade por tipos de produção de energia (MW).................................................. 6-3
Tabela 6-5 Lista de Centrais Hidroeléctricas (Outubro de 2017)........................................................... 6-5
Tabela 6-6 Lista de Centrais Térmicas (Outubro de 2017) .................................................................. 6-6
xv
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
xvi
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 7-27 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 400kV ......................... 7-61
Tabela 7-28 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 220kV (1) ................... 7-62
Tabela 7-29 Lista de projectos do Plano de instalações de transformação de 220kV (2) ................... 7-63
Tabela 7-30 Lista de projectos do Plano das instalações de transporte de 400kV .............................. 7-64
Tabela 7-31 Lista de projectos do Plano das instalações de transporte de 220kV .............................. 7-65
Tabela 7-32 Lista de projectos das linhas de transporte de alimentação ............................................. 7-66
Tabela 8-1 Os constrangimentos no ambiente de investimento de Angola ........................................... 8-3
Tabela 8-2 As legislações pertinentes ao ambiente de investimento privado ........................................ 8-4
Tabela 9-1 Comparativo dos diversos empréstimos .............................................................................. 9-5
Tabela 9-2 Os custos unitários de construção por instalação ................................................................ 9-6
Tabela 9-3 Montante dos investimentos de longo prazo até 2040 (com base no ano de início da operação)
.................................................................................................................................................... 9-6
Tabela 9-4 Comparação entre as receitas e lucro líquido da PRODEL e RNT e o investimento de longo
prazo ........................................................................................................................................... 9-7
Tabela 9-5 Proporção de distribuição dos custos de obras durante o período de construção................ 9-8
Tabela 9-6 Montante dos investimentos de longo prazo até 2040 (com base nas obras anuais)........... 9-8
Tabela 9-7 Tabela de condições por tipos de empréstimo .................................................................... 9-10
Tabela 9-8 Empréstimos e despesas financeiras até 2040 ................................................................... 9-10
Tabela 9-9 Especificações para cálculo das despesas de depreciação/ cálculo do IDC por instalação ................. 9-11
Tabela 9-10 Aumento nas despesas por kWh das centrais eléctricas (hídrica/ térmica) ..................... 9-14
Tabela 9-11 Aumento nas despesas por kWh das instalações de transporte e transformação de energia ............. 9-14
Tabela 9-12 As receitas e as despesas unitárias por kWh das três companhias ................................... 9-16
Tabela 9-13 Aumento das despesas por kWh decorrentes do investimento a longo prazo .................. 9-16
Tabela 9-14 Resumo da tabela de tarifas de electricidade (anunciada em Dezembro de 2015) ............ 9-17
Tabela 9-15 Cálculo do declínio no rácio de capital decorrente dos investimentos de longo prazo.... 9-19
Tabela 10-1 A demonstração de resultados (P/L) da RNT ................................................................. 10-1
Tabela 10-2 O Balanço (B/S) da RNT ................................................................................................. 10-2
Tabela 10-3 O fluxo de caixa (C/F) da RNT ...................................................................................... 10-3
Tabela 10-4 Os principais indicadores financeiros da RNT (resultados de cálculo) ......................... 10-4
Tabela 10-5 O fluxo de caixa (C/F) da PRODEL .............................................................................. 10-4
Tabela 10-6 O Balanço (B/S) da PRODEL ........................................................................................ 10-5
Tabela 10-7 O fluxo de caixa (C/F) da PRODEL .............................................................................. 10-6
Tabela 10-8 Os principais indicadores financeiros da PRODEL (resultados de cálculo) .................. 10-6
Tabela 10-9 A demonstração de resultados (P/L) .............................................................................. 10-7
Tabela 10-10 O Balanço (B/S) da ENDE ........................................................................................... 10-7
Tabela 10-11 O fluxo de caixa (C/F) da ENDE ................................................................................. 10-8
Tabela 10-12 Os principais indicadores financeiros da ENDE (resultados de cálculo) .................... 10-9
Tabela 10-13 As receitas e os custos unitários por kWh das três companhias................................... 10-10
Tabela 10-14 Os dias necessários para recuperar as contas a receber (dias) ................................... 10-10
Tabela 10-15 O rácio corrente das companhias (resultado dos activos) .............................................. 10-11
Tabela 10-16 O rácio de capital das companhias ................................................................................. 10-11
Tabela 10-17 Aumento do custo por kWh devido ao investimento a longo prazo (repetição) .......... 10-12
Tabela 10-18 O PIB de Angola e o rácio da dívida governamental em relação ao PIB .................. 10-15
Tabela 11-1 Classificação das espécies ameaçadas de extinção em Angola de acordo com a Lista Vermelha
da UICN (2016) ........................................................................................................................ 11-5
Tabela 11-2 Nomes, extensões e o ano da intitulação das áreas protegidas ........................................... 11-6
Tabela 11-3 Classificação do uso do território nacional .................................................................... 11-7
Tabela 11-4 Principais decretos e regulamentos relacionados às considerações ambientais e sociais ..................... 11-8
Tabela 11-5 Principais convenções internacionais relacionadas à avaliação ambiental estratégica .................... 11-9
xvii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 11-6 Plano Director 2040 que possa contribuir na redução anual de CO2 (Estimativa) ...... 11-10
Tabela 11-7 Diferenças entre as leis internas de Angola e as directrizes da JICA sobre a elaboração da
Avaliação de Impacto Ambiental (AAE/EIA) ........................................................................ 11-11
Tabela 11-8 Itens de definição do escopo (scoping) a ser realizada na AAE ....................................... 11-17
Tabela 11-9 Os itens do trabalho de definição do escopo a ser realizada na AAE e os respectivos critérios
de avaliação ............................................................................................................................ 11-19
Tabela 11-10 Os critérios de avaliação dos itens de definição do escopo .......................................... 11-19
Tabela 11-11 Locais candidatos de energia térmica ao desenvolvimento de fontes de energia sujeitos à
implementação da AAE .......................................................................................................... 11-20
Tabela 11-12 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto hidroeléctrico de Cambambe ......... 11-23
Tabela 11-13 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto hidroeléctrico de Cambambe ......... 11-25
Tabela 11-14 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de central térmica de
CIMANGOLA ........................................................................................................................ 11-28
Tabela 11-15 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de
BENJAMIN ............................................................................................................................ 11-30
Tabela 11-16 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de CACULA
................................................................................................................................................ 11-32
Tabela 11-17 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de
CALENGA ............................................................................................................................. 11-34
Tabela 11-18 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de GASTÃO
................................................................................................................................................ 11-36
Tabela 11-19 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de KIWABA
NZOJI I ................................................................................................................................... 11-38
Tabela 11-20 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de
MUSSENDE I ........................................................................................................................ 11-40
Tabela 11-21 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de NHAREA
................................................................................................................................................ 11-42
Tabela 11-22 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia eólica de TOMBWA
................................................................................................................................................ 11-44
Tabela 11-23 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
BENGUELA........................................................................................................................... 11-46
Tabela 11-24 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
CARACULO .......................................................................................................................... 11-48
Tabela 11-25 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
CAMBONGUE ...................................................................................................................... 11-50
Tabela 11-26 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
GANDA/ALTO CATUMBELA ............................................................................................. 11-52
Tabela 11-27 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
LOBITO/CATUMBELA ........................................................................................................ 11-54
Tabela 11-28 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar LUBANGO ......... 11-56
Tabela 11-29 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de MATALA
................................................................................................................................................ 11-58
Tabela 11-30 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
QUIPUNGO ........................................................................................................................... 11-60
Tabela 11-31 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
NAMACUNDE ...................................................................................................................... 11-62
Tabela 11-32 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de energia solar de
TECHAMUTETE................................................................................................................... 11-64
xviii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 11-33 Avaliação das considerações ambientais e sociais do projecto de central de biomassa da
HUÍLA .................................................................................................................................... 11-66
Tabela 11-34 Carga ambiental nas considerações ambientais e sociais por tipo de fonte de energia .................. 11-67
Tabela 11-35 Pontos de avaliação dos aspectos ambientais globais em locais onde cada fonte de energia
está localizada......................................................................................................................... 11-68
Tabela 11-36 Pontos de avaliação dos aspectos ambientais regionais em locais onde cada fonte de energia
está localizada......................................................................................................................... 11-68
Tabela 11-37 Medidas gerais de mitigação a serem consideradas juntamente com o desenvolvimento de
várias fontes de energia .......................................................................................................... 11-71
Tabela 11-38 Itens gerais de monitoramento a serem considerados juntamente com o desenvolvimento de
fontes de energia ..................................................................................................................... 11-72
Tabela 11-39 Lista das linhas de transporte previstas a serem implementadas .................................... 11-85
Tabela 11-40 Itens de avaliação ambiental a serem considerados com relação a cada proposta do plano
das linhas de transporte e níveis de impacto .......................................................................... 11-87
Tabela 11-41 Definição do escopo (Troço da linha de transporte da central de Capanda - Saurm) .... 11-87
Tabela 11-42 Definição do escopo (troço da linha de transporte da central de Cambambe - Lubango) ................ 11-89
Tabela 11-43 Definição do escopo (troço da linha de transporte de Belém do Dango - subestação Lubango)
................................................................................................................................................ 11-91
Tabela 11-44 Definição do escopo (troço da linha de transporte de subestação Lubango - subestação
Cahama - subestação Baynes) ................................................................................................ 11-93
Tabela 11-45 Definição do escopo (troço da linha de transporte de Belém do Dango - subestação Ondjiva)
................................................................................................................................................ 11-94
Tabela 11-46 Definição do escopo (troço da linha de transporte da subestação Cahama - central de
Ruacana) ................................................................................................................................. 11-97
Tabela 11-47 Itens e métodos do levantamento .................................................................................... 11-99
Tabela 11-48 Itens ambientais que devem ser ponderados em termos de considerações ambientais e sociais
ao determinar o plano de trajectória ..................................................................................... 11-100
Tabela 11-49 Medidas gerais de mitigação a serem consideradas juntamente com a instalação das linhas de
transporte .............................................................................................................................. 11-102
Tabela 11-50 Itens gerais de controlo a serem considerados juntamente com o desenvolvimento das linhas
de transporte ......................................................................................................................... 11-103
Tabela 12-1 Lista de projectos do Plano de Centrais Eléctricas ............................................................. 12-4
Tabela 12-2 Lista de projectos do Plano de Instalações de Transformação de 400kV .......................... 12-5
Tabela 12-3 Lista de projectos do Plano de Instalações de Transformação de 220kV (1) ..................... 12-6
Tabela 12-4 Lista de projectos do Plano de Instalações de Transformação de 220kV (2) ................ 12-7
Tabela 12-5 Lista de projectos do Plano das Instalações de Transporte de 400kV ................................ 12-8
Tabela 12-6 Lista de projectos do Plano das Instalações de Transporte de 220kV ................................ 12-9
Tabela 12-7 Lista de projectos das linhas de transporte de alimentação ......................................... 12-10
Tabela 12-9 Projecto de Sistema de Transporte de Energia da Região Sul .......................................... 12-20
Tabela 12-10 Projecto do Sistema de Transporte de Energia da Região Sul ..................................... 12-20
Tabela 12-8 Exemplo de projecto de CCGT ........................................................................................ 12-21
Tabela 12-11 Exemplo de projecto de implementação de fonte de energia de pico e SCADA ........... 12-23
Tabela 12-12 A situação das centrais .................................................................................................... 12-24
Tabela 12-13 Plano de Acção Relativo ao Plano de Desenvolvimento do Sector de Energia Eléctrica ................ 12-25
Tabela 12-14 Fluxo do empréstimo em iene ...................................................................................... 12-30
Tabela 12-15 Ciclo de elaboração do Plano de Médio a Longo Prazo............................................... 12-32
Tabela 12-16 Critérios de planeamento de instalações de transformação de energia .......................... 12-37
Tabela 12-17 Critérios de planeamento de instalações de transporte de energia ............................... 12-37
Tabela 12-18 Comparação entre AAAC e LL-ACSR ........................................................................ 12-38
xix
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 12-19 Tabela de processos do Plano de Acção Relativo ao Plano de Desenvolvimento do Sector de
Energia Eléctrica .................................................................................................................... 12-39
Tabela 13-1 O programa do workshop ................................................................................................. 13-1
Tabela 13-2 Lista de participantes do lado angolano ........................................................................... 13-3
Tabela 13-3 Resultados das actividades da missão de convite ao Japão .............................................. 13-4
xx
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
ABREVIATURAS
xxi
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
xxii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
xxiii
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Resumo do Relatório
1. O Objectivo do Projecto
Este projecto visa elaborar o Plano Director de Energia Eléctrica de Angola para o ano limite de 2040
e assim contribuir para uma implementação fluida do desenvolvimento de energia eléctrica e realizar um
fornecimento estável de energia no país.
Mais especificamente, o projecto objectiva alcançar os seguintes os resultados.
Elaboração do Plano Director de Energia Eléctrica abrangente (2018 - 2040) para as fontes de
energia e redes de transporte de energia de todo o país.
Promover o entendimento suficiente sobre o Plano Director junto aos órgãos pertinentes
(MINEA, RNT, PRODEL e ENDE) e realizar também a capacitação dos funcionários destes
órgãos no tocante à sua elaboração e revisão.
2. O Conteúdo do Projecto
・ A revisão e análise da situação actual do sector de energia eléctrica
・ Previsão de demanda de energia (até 2040)
・ Análise da energia primária para desenvolvimento de fontes de energia
・ Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia
・ Estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Sistemas de Transporte de Energia
・ Revisão do ambiente de investimento privado
・ Plano de investimento de longo prazo
・ Análise económica e financeira
・ Considerações ambientais e sociais
・ Elaboração do projecto do Plano Director
・ Transferência de tecnologia e Capacitação
-1-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
-2-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
-3-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Linha de transporte de 60 kV
Subestação existente
Subestação planed
Central termelétrica
Centra hidrelétrica
(Fonte: RNT)
Figura: Diagrama do sistema de transporte da RNT em Julho de 2017
-4-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
-5-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
em Agosto de 2016. O projecto de refinaria em Soyo foi discutido mas os trabalhos de construção não
chegaram de facto a serem iniciadas. A refinaria de Namibe teve a sua construção iniciada em Julho de
2017 e no momento as obras estão em avanço.
Em Fevereiro de 2018, a Sonangol anunciou um novo plano de desenvolvimento de instalações de
refino de petróleo em Lobito na região central e Gabinda na região norte, e também um plano de
expansão da refinaria existente de Luanda Refinery. O plano para Lobito permanece igual ao mesmo
plano anterior com meta de se construir até 2022 uma instalação com capacidade de 200.000 bpd,
enquanto que para a refinaria na província de Cabinda, a meta é construir até 2020 uma instalação menor
que a de Lobito. Além disso, o plano de expansão da refinaria existente Luanda Refinery tem meta em
ampliar o volume de produção do actual 57.000 bpd para 65.000 bpd até 2020.
4. 3 Preço de combustível
No estudo de optimização do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de Longo Prazo, é
necessário definir os futuros preços do combustível. Por essa razão, os preços são estimados conforme
mostrado na tabela abaixo, com base em preços internacionais a partir de 2015 e na estimativa de longo
prazo feita pela IEA.
Petróleo
Ano Cru LFO HFO LPG GN LNG
(CrudeOil)
2015 3,281 3,948 3,919 4,041 1,036 4,087
2020 5,082 6,116 6,071 6,259 1,633 3,810
2025 6,111 7,354 7,300 7,527 1,892 4,266
2030 7,140 8,593 8,529 8,795 2,151 4,722
2035 7,558 9,096 9,029 9,310 2,450 4,822
2040 7,977 9,599 9,528 9,825 2,749 4,921
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo a partir de preços internacionais de 2015 e dados da IEA)
-6-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Estudo da composição óptima das + Dados sobre fontes de energia (valor unitário de
construção de cada fonte de energia, eficiência
fontes de energia por PDPAT
térmica, taxa de despesa anual, custos de
combustível)
Plano de Desenvolvimento da Transmissão
(Planeamento da expansão das instalações de + Dados relacionados aos fontes de energia para
transmissão de energia) PDPAT (preço unitário de construção de cada
Análise de desequilíbrio central, curva da taxa de calor de cada central,
taxa de despesa anual de cada central, custos de
Análise da quantidade de transmissão combustível, especificações de cada central,
dados operacionais de centrais hidroeléctricas)
Plano de transmissão de energia
+ Requisitos técnicos para o planeamento de
instalações
Análise de fluxo de energia
+Design criteria
Elaboração do Plano de
Desenvolvimento de Energia Eléctrica
-7-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(Unidade: MW)
2016 2020 2025 2030 2035 2040
Norte 1.546 2.584 3.570 4.753 5.864 6.839
Central 266 574 877 1.275 1.765 2.313
Sul 135 267 499 758 1.060 1.409
East 42 91 249 346 490 665
Total 1.989 3.516 5.195 7.132 9.180 11.226
(Fonte: Equipa de Estudo)
Figura: Estimativa de máxima potência anual
-8-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
-9-
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura: Relação entre LOLE e a taxa de reserva Figura: A taxa de reserva necessária para
garantir LOLE de 24 horas
7.2 A selecção da proporção de composição de fontes de energia de mínimo custo segundo PDPAT
Foi analisada a proporção de composição de fontes de energia de mínimo custo em 2040 e com isso
foi seleccionada a proporção de composição mais económica em 2040 entre hidroeléctricas de grande
porte e térmicas de ciclo combinado (CCGT) e de turbina a gás (GT).
O cálculo segundo PDPAT foi realizado nas seguintes condições:
2040 como ano alvo
Taxa de reserva de fornecimento de 11% que é atendida por GT que possui o menor custo fixo.
A proporção de composição corresponde à proporção da capacidade de fornecimento de cada
fonte de energia (mas que exclui a capacidade de fornecimento da capacidade que atende à
margem de reserva de fornecimento) dentro do equilíbrio oferta-demanda em que o pico do mês
apresenta a menor taxa de reserva do ano.
É mostrado o resultado do cálculo de ensaio do custo anual feito por PDPAT quando se varia a
proporção de composição em relação a GTs. O custo anual se torna menor quando a proporção de
composição do GT é 12%.
Figura: A relação entre a proporção de composição das instalações de Turbina a Gás (GT) e o custo anual (em 2040)
O pico de demanda no ano de 2040 ocorre em Dezembro, no entanto a energia eléctrica disponível
produzida pelas centrais hidroeléctricas também diminui devido ao período de seca, o que faz com o mês
de Novembro seja o mais rigoroso em termos de equilíbrio oferta-demanda. É mostrada na figura abaixo
a proporção de composição da capacidade de fornecimento das fontes de energia quando se define em
12% a proporção de GTs para a secção de Novembro de 2014. O Plano de Desenvolvimento de Fontes
de Energia deve ser elaborado para que as fontes de energia se aproximem dessa composição em 2040.
- 10 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
- 11 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
400kV Substation
Planning
Transmission Line
Planning
Power system
analysys
- 12 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
1120 (MW)
Kapary Damba
Caxito (220/30) Sanza Pombo
ADA (400/220/60)
(220/110) (220/60)
Uíge
(220/60)
1110 400kV T/L
Cacuaco
Sambizanga Negage
(220/60)
(400/220/60) (220/60) 220kV T/L
Chicala PIV
(220/60)
Cazenga
(220/60) 380 Pambos de Sonhe(220/30)
(220/60)
500 220kV
Futungo de Belas
Lucala (400/220/60)
outage T/L
(220/60)
Golfe Filda
220/60 (220/60) Viana
(400/220/60)
Catete (400/220/60) Dundo
Capanda
(400/220/110)
1000 Maria N’Dalatando (220/60) 1110 Lucapa
Teresa(220/60) Xá-Muteba
Camama
(220/60)
1000
Zango 270 550 Saurimo
740 (220/60)
Zenzo
60 1590
Muconda
(220/60) CH Gove
Quilengues (220/60) Chipindo
(400/60)
Lubango
Caluquembe 610 (400/60)
(400/60) CH
Namibe
(400/220/60) Jamba OMA e MINA
(400/220/60)
Capelongo
Matala (400/220) Cuito Cuanavale
Tômbwa
440 170 (220/60) (220/30)
(220/60) Cahama Matala(CH) Cuchi Menongue
(400/220/30) (220/30) (220/60)
Mavinga
Tchamutete
(220/30)
(220/60)
430
Baynes 50
220
(400)
400 Xangongo Ondjiva
to SAPP (220/60) (400/220/60)
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Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
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Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
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Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela: Aumento nas despesas por kWh das instalações de produção de energia (hidroeléctrica/ térmica)
($ /kwh)
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
incremental cost /kWh 0.031 0.024 0.014 0.057 0.063 0.066 0.065 0.059 0.085 0.084 0.081 0.082 0.080 0.079
($ /kwh)
type 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 to tal
incremental cost /kWh 0.079 0.083 0.083 0.084 0.085 0.085 0.085 0.084 0.083 0.082 0
Tabela: Aumento nas despesas por kWh das instalações de transporte e transformação de energia ($ /kwh)
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
incremental cost /kWh 0.002 0.003 0.003 0.006 0.006 0.013 0.016 0.015 0.019 0.018 0.022 0.021 0.020 0.019
($ /kwh)
type 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 t o t al
incremental cost /kWh 0.018 0.018 0.017 0.016 0.015 0.014 0.014 0.013 0.013 0.012 -
Com base nessa estimativa, fez-se o levantamento sobre a capacidade de cobertura, pela actual receita
unitária por kWh da PRODEL e da RNT, das despesas por kWh incorridas devido aos novos
investimentos. Com base nas demonstrações financeiras de 2016, foram calculadas as receitas unitárias
e as despesas unitárias por kWh da PRODEL e da RNT, enquanto que o resultado do cálculo do custo
unitário por kWh da produção, transporte e transformação de energia com base no investimento de
longo prazo ficou 1,59 vezes a receita unitária actual da PRODEL e 1,4 vezes a da RNT, superando o
actual patamar de receita unitária dessas companhias. Portanto, para cobrir esse custo é preciso elevar a
tarifa de energia eléctrica.
Tabela: Aumento das despesas por kWh decorrentes dos investimentos de longo prazo
(Unidade: USD/ kWh)
PRODEL RNT
1. Preço unitário da receita @/ kWh em @0.09 $ /kWh @0.043 $ /kWh
2016 (=@20.17 AOA/kWh) (=@9.34 AOA/kWh)
2. Despesas unitárias de custo @/ kWh em @0.09$ /kWh @0.039 $ / kWh
2016 (=@19.74 AOA) (=@8.45 AOA/kWh)
3. Despesas unitárias decorrentes do @0.085$/ kWh @0.02$/ kWh
investimento de longo prazo Incremento (=@18.3 AOA/kWh) (=@4.3 AOA/kWh)
(valor máximo)
4. Total das despesas unitárias (2 + 3) @0.175 $/kWh @ 0.059 $/kWh
(=@38.04AOA/kWh) (=@12.75
AOA/kWh)
5. Despesas unitárias/ receita unitária 17.9 AOA 3.41 AOA
(1.92 Vezes) (1.51 Vezes)
* Taxa de conversão: 1 USD =215.064 AOA (TTM) pelo câmbio oficial de 12 de Março de 2018 do
Banco Central de Angola
- 16 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
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Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela: Carga ambiental nas considerações ambientais e sociais por tipo de fonte de energia
Hidroeléctrica
2.00
1.50
Mostrar 0 como
1.00
Biomassa Térmica Natural impacto mínimo
0.50
Social
0.00
Global
Média
Solar Eólica
(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)
Figura: Diagrama de análise de índice ambiental dos tipos de fontes de energia (geral)
- 18 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
CCGT
No.1
Soyo-2
(500)
Projecto de Desenvolvimento da
GT No.2 (125)
Lomaun (65) Produção
Development Plan
(Installed capacity, MW) (250)
(250)
GT No.9
Caculo GT No15
Cabaca GT No.8
Lauca GT No14
(2,070) (2,172)
CCGT
Zenzo Genga No.5-2
950 (500) (900) (375) CCGT
(125) (125)
(125) GT No13 (375) No.6-1
(375) GT No.1 GT No.4
GT No.5 CCGT (250) CCGT GT No12 CCGT CCGT GT No18 (375)
(250) CCGT CCGT Túmulo
CCGT No.3-2 GT No.7 No.4-1 GT No11 No.4-2 No.5-1 GT No17
CCGT No.2 No.2 (375) Baynes
Cachoeiras
(375)
Caçador Jamba ya
No.3-1 (210) GT No.6 (375) GT No10
(375) (375) GT No16
No.1 Soyo Soyo (125) (453) Oma/Mina
(34) 300 375
Soyo-1 Luachimo 2-1 2-2 GT No.3 Wind firm 11 projects (652), PV 10 projects (100) (79/205)
Year 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040
Plano de Desenv. de Transporte Ano 2018-20 Ano 2021-25 Ano 2026-30 Ano 2031-35 Ano 2036-40
Projecto de linhas de transporte Implementação de um projecto de interligação de novas centrais hidroeléctricas e de novas centrais térmicas a gás das regiões central e sul ao sistema principal
Construção do sistema principal de
400 kV Lauca - Waco Kungo -
- Lubango
Belem do Huambo
Lubango - Cahama
Figura: Resumo do plano de desenvolvimento das fontes de energia e do plano de desenvolvimento da rede de transporte
- 19 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
- 20 -
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
12. Recomendações aos Planos de Acção do MINEA, RNT, PRODEL, ENDE e IRSEA Relativos
ao Plano de Desenvolvimento do Sector de Energia Eléctrica
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Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
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Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A República de Angola (adiante denominada apenas por Angola), após o término da sua guerra civil
em 2002, apresentou um crescimento económico estável com taxa média anual de crescimento de
10,7% entre 2002 a 2013. Neste contexto o Governo de Angola elaborou a política de desenvolvimento
a longo prazo denominada Visão 2025 e o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 (sigla PND
2013-2017) a fim de sair da dependência excessiva ao petróleo e diversificar a sua economia de modo
a realizar um crescimento económico sustentável.
O sector de energia está incluído entre os sete sectores importantes indicados no PND 2013-2017 e a
restauração da infra-estrutura destruída durante a guerra civil está a ser feita de forma acelerada. No
entanto, são apontados problemas diversos tais como a tarifa de electricidade fixada a um preço baixo
de cerca de 5 AOA/ kWh para um custo de fornecimento de cerca de 40 AOA/ kWh, a vulnerabilidade
da produção de energia hidroeléctrica, que representa cerca de 60% da electricidade produzida, à
flutuação sazonal (seca), a baixa taxa de electrificação com média nacional de cerca de 30%, as perdas
no transporte e na distribuição de cerca de 55% (cerca de 15% de perdas técnicas e cerca de 40% de
perdas não técnicas), bem como o baixo nível de recolha da tarifa de energia por insuficiência dos
meios de medição representada pelo alto índice de perdas nãos técnicas.
O Ministério da Energia e Águas (MINEA) que é o órgão responsável pela elaboração de políticas do
sector de energia elaborou a Política e Estratégia de Segurança Energética Nacional denominado
PESEN 2011) que aponta como acções prioritárias a reforma estrutural do sector de electricidade, a
implementação de iniciativas PPP, o desenvolvimento de novas fontes energéticas (produção de
energia por ciclo combinado a gás, energia hídrica), a promoção do estabelecimento da rede de
transporte e distribuição, a elaboração de políticas e enquadramentos relacionados às energias
renováveis entre outras. A fim de realizar a implementação destas reformas foi elaborado o Programa
de Transformação do Sector de Energia (PTSE) que traça as metas e organiza as acções de
implementação de forma progressiva e divididas em quatro fases entre 2010 a 2025, sendo que as metas
até 2025 estabelecem a melhora de 30% para 60% na taxa de acesso à electricidade e o aumento de
2.120MW para 8.742MW da capacidade instalada de produção de energia eléctrica.
Para a promoção do PTSE o MINEA vai exercer o papel de organizador dos planos de energia
mediante cada interveniente do segmento de fornecimento da energia como a Rede Nacional de
Transporte de Electricidade - RNT, a Empresa Pública de Produção de Electricidade - PRODEL, a
Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade - ENDE. No entanto, a entidade não possui
experiências na elaboração de um plano de desenvolvimento abrangente que se baseie no conceito de
Custo Marginal a Longo Prazo (LRMC: Long Run Marginal Cost) que leva em conta estimativas de
demanda com alta precisão, instalações de produção de longo prazo entre outros factores. Para realizar
o fornecimento de energia estável em Angola é necessário fazer o desenvolvimento das fontes de
energia e dos sistemas de transporte seguindo um Plano Director de Energia Eléctrica que por sua vez
1-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
se baseie em dados estatísticos e análises científicos e a elaboração de um Plano Director é uma questão
urgente. Nestas circunstâncias e pela expectativa depositada ao Japão pela sua experiência,
conhecimentos e tecnologia, foi solicitada a cooperação na elaboração do Plano Director de Energia
Eléctrica a longo prazo até 2040.
1.2.1 Objectivo
O presente projecto tem como objectivo elaborar o Plano Director de Energia Eléctrica de Angola
com horizonte até o ano 2040 de modo a contribuir para a realização eficaz do desenvolvimento de
energia eléctrica que servirá para garantir o fornecimento estável de energia no país.
Elaboração do Plano Director de Energia Eléctrica abrangente (2018 - 2040) que inclui o
desenvolvimento de fontes de energia e da rede de transporte e distribuição de energia em todo
o país
Realização da capacitação do pessoal das agências pertinentes à elaboração e revisão do Plano
Director de Energia Eléctrica através de obtenção do entendimento por esses os órgãos
pertinentes (MINEA, RNT, PRODEL, ENDE) em relação ao Plano Director
1.2.2 Órgãos envolvidos
Revisão da situação actual do sector de energia eléctrica (políticas, regime legal, quadro
regulatório, estrutura organizacional, planos de desenvolvimento existentes, etc.)
Revisão da situação de desenvolvimento do sector de energia eléctrica
Revisão da situação de demanda e fornecimento de energia
Revisão das actividades realizadas por outros doadores e pelo sector privado
1-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Revisão das directrizes (INDC, etc.) de Angola em relação às medidas de mitigação das
mudanças climáticas relativas ao sector de energia eléctrica
(3) Estimativa de demanda de energia eléctrica
Levar em conta o país inteiro (se os dados puderem ser obtidos realizar a estimativa até a
níveis regionais)
Considerar os impactos dos principais projectos/ planos de desenvolvimento na estimativa de
demanda sectorial.
Levar em em conta a curva de carga
(4) Análise de energia primária para desenvolvimento de fontes de energia
Entendimento e análise dos potenciais de energia primária (hídrica, petróleo, gás natural,
energias renováveis, etc.) no desenvolvimento de fontes de energia
Organização de informações necessárias para a realização do desenvolvimento de fontes de
energia
(5) Estudo sobre optimização do plano de desenvolvimento de fontes de energia
1-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Elaborar a versão Draft (rascunho) do Plano Director abrangente até 2040 levando em conta
todas as análises propostas.
Recomendações aos planos de acções do MINEA, RNT, PRODEL, ENDE e IRSEA
relacionados ao plano de desenvolvimento do sector de energia eléctrica
(12) Transferência de tecnologia e capacitação
1-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
1-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
2-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Angola está localizada na parte sudoeste do continente Africano com uma área territorial de 1.246,7
milhões de km2, cerca de 3,3 vezes o tamanho do Japão, com uma população de cerca de 25,90 milhões
de habitantes (2014). Faz fronteira do lado oeste com o Oceano Atlântico e possui uma costa de mais de
1.600km de extensão. Ao norte faz fronteira com a República Democrática do Congo, a leste com a
Zâmbia e ao Sul com a Namíbia.
Angola está localizada na região tropical do hemisfério sul, no entanto o seu clima não apresenta
necessariamente características tropicais. Acredita-se que isso se deve a três elementos característicos
que o país possui. O primeiro é a existência de uma grande área montanhosa, que apresenta grandes
altitudes. O segundo é a Corrente de Benguela, uma corrente fria que passa pele costa sul do pais. O
terceiro é a existência do deserto de Namibe a sudeste do país.
Devido a estas configurações o clima de Angola é caracterizado por apresentar estações ora secas ora
extremamente quentes. De Maio a Agosto do ano há pouca precipitação na zona costeira enquanto que
de Outubro a Abril o clima apresenta grandes chuvas no interior do país.
Angola é composta por 18 províncias. Como já foi citada a sua população é de 25,90 milhões de
pessoas. A província de Luanda tem o maior número de população com 27% do total do país. Em
seguida vem a província de Huila com 10%, as províncias de Benguela e Huambo com 8%, província
de Cuanza Sul com 7%, e províncias de Bié e Uige com 6%. Nessas províncias estão concentradas 72%
da população do país.
Províncias de Angola
1.Bengo 10.Huíla
2.Benguela 11.Luanda
3.Bié 12.Lunda-Norte
4.Cabinda 13.Lunda-Sul
5.Cuando Cubango 14.Malange
6.Kwanza-Norte 15.Moxico
7.Kwanza-Sul 16.Namibe
8.Cunene 17.Uige
9.Huambo 18.Zaire
É mostrada na Figura 2-1 a evolução do PIB de Angola e a evolução da taxa de crescimento do PIB é
mostrada na Figura 2-2.
A economia Angolana havia sido deteriorada devido ao longo conflito interno que se iniciou após a
sua independência em 1975, no entanto a existência de recursos minerais como petróleo, diamante, etc.
2-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
permitiu que logo após o término da guerra civil em 2002 a indústria exploradora e exportadora destes
recursos contribuísse para que o país tivesse um alto crescimento económico, notadamente entre os
anos de 2004 a 2008. O PIB do país em 2015 chega a 103 mil milhões de USD (dólares
norte-americanos).
No entanto, a queda recente no preço do petróleo trouxe sérios danos à economia Angolana, que fez
estagnar o seu crescimento de modo que a taxa de crescimento do PIB em 2016 caiu para quase zero.
É mostrado na Figura 2-3 o PIB por sectores da economia, e aqui é perceptível que a economia
Angolana é baseada praticamente na indústria de recursos naturais, o que torna a sua estrutura
económica vulnerável aos impactos dos preços internacionais de commodities. Além dos recursos
minerais Angola também possui alto potencial agrícola e pesqueira, e o Governo Angolano elaborou o
Plano de Desenvolvimento Nacional para promover outros sectores industriais e diversificar a sua
economia para sair da recessão económica em que se encontra. No plano citado é também incluído o
sector de energia eléctrica. Neste momento está em avanço acções de reforma do sector e de
liberalização da sua produção e distribuição.
1.4E+11
1.2E+11
(USD corrente)
USD)
1E+11
GDP(current
8E+10
6E+10
4E+10
PIB
2E+10
0
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015
25
20
GDP growth rate (%)
15
10
0
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015
2017
2019
-5
-10
2-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
60%
Wholesale and retail trade; Repair of
vehicles; Household goods;
50% Restraurants and hotel
Construction
40%
Electricity, gas and water
30%
Manufacturing
20%
Mining and quarrying including Oil
10%
Agriculture, forestry, fishing and
0% hunting
2008 2015
Este capítulo irá tratar da situação global do sector de energia eléctrica em Angola incluindo as
diversas companhias de energia. A situação individual de cada companhia de energia será detalhada
nos capítulos pertinentes.
Têm sido feitas reformas na organização do sector de energia eléctrica em Angola com base no
Programa de Transformação do Sector Eléctrico (PTSE).
Anteriormente em Angola, os
trabalhos de produção, transporte e
distribuição eram feitos de maneira
sobreposta pelas empresas estatais
GAMEK, ENE, EDEL e outras. O
PTSE integrou de forma horizontal
essas companhias de energia, e
incumbiu os respectivos trabalhos
de produção, transporte e
distribuição às respectivas (Fonte: The Transformation Program for the Electricity Sector-PTSE)
Vale lembrar que o PTSE é um dos componentes do Power Reform Support Program (PSRSP)
realizado com o apoio da JICA e do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). O PTSE avaliou o
modelo óptimo para o mercado de energia eléctrica no país e elaborou o roteiro (road map) de reformas
no sector de energia eléctrica para que o referido modelo seja realizado. Dentro deste trabalho foram
2-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
feitas recomendações a respeito das reformas na lei e regulação com o intuito de modificar o mercado
de energia eléctrica para um sistema de comprador único (single buyer), separação horizontal das
companhias de energia existentes desmembrando-as em respectivos sectores de produção, transporte e
distribuição, estabelecimento de contractos comerciais entre os participantes do mercado de energia,
promoção de PPPs entre outras recomendações.
Além disso, o PTSE estabelece as seguintes 4 fases de acordo com o tempo esperado para o alcance
de cada uma delas. As 4 fases são as seguintes:
(iii) Fase II (2018-2021): incentivo aos IPPs com a adopção do sistema de preço fixo de
aquisição, de modo a melhorar a eficiência do sector
(iv) Fase III (2021-2025): período de liberalização parcial do mercado de energia eléctrica
através de implementação de PPPs e entrada de IPPs e também de licenciamento parcial do
sector de distribuição
É preciso observar que o sector de transporte de energia vai continuar sob domínio público já que
este sector possui natureza exclusiva. Além disso, para melhorar o acesso à electricidade nas várias
regiões existe a ideia de dividir o sector de distribuição em 5 regiões que serão exploradas por 18
distribuidoras.
O Ministério da Energia e Águas (MINEA) é o órgão público responsável pelo sector de energia
eléctrica em Angola. É mostrado na Figura 2-5 o organigrama do MINEA. O Ministério é composto
basicamente de quatro divisões, nomeadamente Direcção Nacional de Águas (DNA), Direcção
Nacional de Energia Eléctrica (DNEE), Direcção Nacional de Energias Renováveis (DNER),
Direcção Nacional de Electrificação Rural e Local (DNERL). Além disso, a entrevista realizada junto
ao MINEA apontou que o Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (GAMEK), o Gabinete
Para a Administração da Bacia Hidroeléctrica do Cunene (GABHIC) e o Instituto Regulador dos
Serviços de Água (IRSEA) também são componentes do MINEA.
O MINEA é o órgão administrativo que propõe, elabora, gere, implementa e controla as políticas
dos sectores de energia, águas e saneamento. Particularmente, o Ministério busca estabelecer
estratégias de desenvolvimento sustentável no fornecimento de águas e energia eléctrica pelo uso
racional dos recursos hídricos e energéticos, e também planear e promover políticas nacionais ligadas
à electrificação do país. O Ministério também assume importante papel na promoção das actividades
2-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A direcção que ocupa uma posição de relevância dentro do MINEA é a DNEE. Esta direcção
supervisiona a política sobre energia eléctrica. A DNEE é a divisão de planeamento que todo ano
recebe, organiza e avalia os Planos de Desenvolvimento de Energia Eléctrica levantados pelas
respectivas divisões de planeamento da ENDE, RNT e PRODEL, e com base na avaliação feita
elabora a proposta de orçamento.
O GAMEK é considerado uma divisão do MINEA e é responsável desde o planeamento até o início
de operação de grandes projectos de fontes de energia e transporte. Iniciada a operação destes
projectos, os activos relativos à produção são transferidos ao PRODEL e os relacionados ao transporte
para RNT. Portanto as instalações são posteriormente operadas pelas respectivas companhias.
De acordo com a explicação feita pela DNEE, as iniciativas dos planos de desenvolvimento cabem
às respectivas companhias, no entanto para projectos de grande porte o actor principal se torna o
GAMEK. Como a delimitação dos projectos considerados de grande porte é imprecisa, é preciso dizer
que não é claro a alguém que esteja do lado de fora perceber quem é o actor principal num plano de
desenvolvimento de energia eléctrica.
Além do GAMEK , existe no MINEA o GABHIC que explora o desenvolvimento do Rio Cunene.
Gabinete de Inspecção Secretria-geral Gabinete Juridico Gabinete de Int. Intern. Gabinete de Est. Plan. Estat.
Departamento
Departamento
de Serviços Gabinete de Tecnologia de infomação
de Programas e
Gerais e
Gabinete de Comunicaçon e Imprensa Projectos
relacões
Direcçao Nacional de Águas Direcçao Nacional de Energia Eléctrica Dir. Nac. de Electrificação Rural e Local Dir. Nacional de Energias Renováveis
2-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(2) IRSEA
(3) RNT
A RNT herdou as instalações de transporte de alta tensão do seu antecessor ENE, é uma companhia
nova responsável pelo planeamento e gestão de todas as instalações de transporte e distribuição. É
mostrado na Figura 2-6 o organigrama da RNT em Julho de 2017.
CA
Transporte
2-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
É mostrado na Figura 2-7 o diagrama do sistema de transporte de energia da RNT em Julho de 2017.
A rede de transporte possui tensão máxima de 400 kV, e é composto por tensões de transporte em 220
kV, 150 kV, 132 kV, 110 kV e 60 kV.
Em Julho de 2017, a obra da linha de interligação entre Alto Chingo, do Sistema Norte e Nova
Biopio-Quileva, do Sistema Central está concluída o que em termos de estrutura representaria a
integração desses dois sistemas, no entanto a linha Cambambe-Gabela que é o sistema que deveria
transportar pelo Alto Chingo a energia produzida pelas hidroeléctricas ao norte está grandemente
deteriorada e se encontra fora de funcionamento, o que inviabiliza o fornecimento à interligação. A
nova linha Cambambe-Gabela de 220 kV (que estava prevista para entrar em operação em 2017) ficou
pronta em 2018 e assim os sistemas norte e central se encontram de facto integradas.
2-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Linha de transmissão de 60 kV
Subestação existente
Subestação planejada
Central termelétrica
Centra hidrelétrica
(Fonte: RNT)
(4) PRODEL
2-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Todas as instalações de produção térmica são de combustão interna ou GT (turbina a gás), sendo
que praticamente todos eles usam como combustível o óleo diesel, e uma parte o jetfuel. Pelo lado das
hidroeléctricas 90% da produção é feita pelas três grandes centrais hidroeléctricas Capanda,
Cambambe, e Cambambe-2.
2-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 2-1 A capacidade instalada de produção de energia em Angola (em Junho de 2017)
(5) ENDE
As tensões de distribuição adoptadas são 30 kV e 15 kV. Além disso, a companhia possui geradores
a diesel de pequeno porte instalados na rede de distribuição para manter a estabilidade dos sistemas de
média a baixa tensão. A operação dessas fontes de energia é feita pela PRODEL, enquanto que o
comando de produção é feito pela RNT.
É mostrado na Figura 2-9 o organigrama da ENDE. A Tabela 2-2 apresenta a visão geral da ENDE.
CA
Distribução
Auditaria Interna Secretaria do Executivo
Gabinte Jurídlcos Assuntos Regulatórios
Comunicação, Marketing e Relações Institucionais Planeamento Estratégico, Controlo de Gestão e Excelência Organizacional
Qualidade, Segurançõa, Saúde e Ambiente (QSSA) Seguança Empresarial
Finanças e
Administração
Recrusos Tecnologias de Monitorização
Humanas Informação e condastro da
Gestão da rede AT/MT
Monitorização
e condastro da integração de
rede MT/BT municipios
Operação Manutenção
Comercial Técrica
AT/MT AT/MT
2-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Número de
4.652 (em Julho de 2017)
empregados
Número de
1.297.609 (em Julho de 2017)
contractos
Potência
1.252 MW (em Dezembro de 2016)
máxima
Quantidade de
9.348 GWh (em 2016)
fornecimento
Receita de
venda da
49.495 milhões de AOA (em 2016, incluindo perdas comerciais)
energia
eléctrica
(Fonte: ENDE RELATÓRIO de BALANÇO DAS ACTIVIDADES)
Com base nos resultados do trabalho de revisão feito até agora, serão apontados os desafios
existentes no sector de energia eléctrica em Angola.
É verificada escassez de dados acumulados em cada companhia eléctrica na altura de 2017, já que a
integração das companhias estatais de energia eléctrica e o seu desmembramento horizontal em 3
companhias separadas ocorreu em 2015.
Mesmo os dados das companhias anteriores que foram sucedidos pelas novas três companhias, não
apresentaram harmonia quando foram integrados.
2-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
No sistema de energia eléctrica de Angola têm sido implantados muitos geradores a diesel e a gás
(GT) principalmente nas subestações de sistemas regionais. Considera-se que isso tem o objectivo de
estabilizar o sistema em horários de pico, mas acredita-se que na verdade os geradores funcionam por
longas horas para suprir a falta de fornecimento. Conforme se irá detalhar mais adiante, os benefícios
económicos da produção a diesel e GT são obtidos pela operação em curto tempo. É estimado que a
operação por longo tempo da forma como tem sido feita em Angola acaba encarecendo o custo do
sistema de energia eléctrica do país.
O consumo de energia registou uma taxa de crescimento de 15,5% entre os anos de 2008 a 2014.
Como resultado disso, a quantidade consumida de energia em Angola atingiu 9,48 TWh em 2014, sem
considerar os efeitos de contenção da demanda por limitação de carga e produção doméstica de
energia.
Consumo de energia (TWh)
Ano
(Fonte: Visão de Longo Prazo para o Sector Eléctrico: Angola Energia 2025)
Figura 2-10 A evolução do consumo de energia
2-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Ao olhar para o consumo de energia por sectores, a proporção de consumo do sector civil é grande,
a representar 45% da demanda total. Em seguida vem o sector de serviços com cerca de 32%, e o
sector industrial com cerca de 9%.
(Fonte: Angola Power Sector Long Term Vision: Angola Energia 2025)
É mostrada na Figura 2-12 a evolução da potência máxima mês a mês. A curva com os pontos em
forma de ◇ representa a demanda potencial que não considera nenhuma limitação de carga, enquanto
que a curva representada com os pontos ● é a energia fornecida de facto. O deficit no fornecimento é
representado pela curva com os pontos em x.
Assim observamos que a taxa de crescimento da demanda potencial nos últimos 2 anos foi de cerca
de 6%, enquanto que a taxa de crescimento do fornecimento foi de 12%. Isso reflecte o forte aumento
da demanda potencial e o aumento significativo no fornecimento graças à melhoria no deficit de
fornecimento devido ao fortalecimento da sua capacidade realizada entre 2016 a início de 2017.
2-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
1,600
1,400
1,200
1,000
需 要 (MW)
(MW)
Demanda
Potential potencial
Demand (MW)
(MW)
800 Energia
Suppliedfornecida (MW)
Power (MW)
Demanda
Défice
Deficit(MW)
(MW)
600
400
200
0
Mar
May
Jun
May
Jun
Jul
Oct
Feb
Mar
May
Jun
Jul
Jul
Sep
Oct
Apr
Aug
Sep
Nov
Dec
Apr
Aug
Sep
Oct
Feb
Nov
Dec
Apr
Aug
Nov
Dec
Feb
Mar
Jan
Jan
Jan
2015 2016 2017
(Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados fornecidos pela RNT)
Conforme descrito acima, a capacidade gerada pelas instalações da rede (on-grid) em Junho de 2017
é de 2.560,30 MW. No entanto, a existência de um pequeno deficit conforme mostrado na Tabela 2-3
do parágrafo anterior leva a crer numa redução da produção por motivos de parada ou perda de
eficiência por envelhecimento das centrais, principalmente nas centrais térmicas, e também pela
escassez de água nas centrais hidroeléctricas.
Mas é facto também que o fortalecimento das fontes de energia tem sido levado adiante pela entrada
em operação de novas fontes de energia entre 2016 e início de 2017.
2-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
O Governo dos Estados Unidos da América (EUA), sob a liderança da Agência de Recursos
Energéticos do Departamento de Estado, tem realizado assistência técnica entre 2016 a 2017 tendo
como contraparte principal a RNT. O seu conteúdo é a elaboração do plano de interligação dos
Sistemas Norte, Central e Sul que no momento se encontram separados, para o período entre 2017 a
2036.
Além disso, o Governo dos EUA também está a promover nas regiões central e sul o programa de
implementação de GTs para fortalecer as fontes de energia emergenciais.
(1) IPP
Como mencionado anteriormente, o Governo de Angola prevê uma entrada maior de IPPs e acções
no âmbito de PPP somente a partir de 2021, sendo que actualmente existem de forma limitada IPPs que
operam centrais a diesel e centrais fora de rede (off-grid) de pequeno porte.
(2) PPP
2 A Lei de PPP foi promulgada em Abril de 2011. A lei tem como o objectivo atrair investimentos do
sector privado a Angola, e regula as regras gerais de PPP desde os termos fundamentais até questões de
arbitrariedade, e o acompanhamento a posteriori de projectos implementados.
Esta lei deverá ser concluída com o estabelecimento do regulamento adequado de implementação, no
entanto o regulamento ainda não foi elaborado. Por conta disso, até o momento, a Lei de PPP ainda não
entrou efectivamente em vigor. São condições necessárias e importantes para o sucesso da iniciativa
PPP em Angola a promulgação da nova Lei Geral de Electricidade (General Electricity Act) e o
Programa do Sector de Energia (Electric Sector Program) de modo a dinamizar a participação do sector
privado.
2-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A Angola visa reduzir até 2030 e de forma incondicional, o volume de emissão de GEE (gases de
efeito estufa) em até 35% em comparação com o ano base BAU (Business As Usual = manutenção do
estado actual) de 2005. Além disso, para o cenário com condicionantes, o país prevê uma redução
adicional de 15% em comparação com os níveis de emissão BAU até 2030, e assim pretende obter uma
redução de 50% no total. O país estima custos necessários de 14.700 milhões de USD para atingir as
metas tanto incondicionais como condicionais.
Uma vez que alguns dos principais sectores económicos do país apresentam extrema vulnerabilidade
em relação aos impactos da mudança climática, o INDC de Angola incluiu acções de melhoria que
devem ter implementação priorizada a fim de reforçar a capacidade de recuperação do país e atingir os
golos da Estratégia de Desenvolvimento de Longo Prazo (2025).
Na Figura 2-13 é mostrada a situação das emissões por sectores no ano de 2005 em Angola. Segundo
esses dados o volume de emissões por queima de combustível no sector de energia ocupava a maioria
das emissões, numa proporção de 59% do total. Outras emissões significativas eram provenientes do
sector agrícola e obras relacionadas ao uso de terreno como desenvolvimento florestal e outras.
A figura também mostra os valores de emissão por fontes dentro do sector de energia. Dentre as
fontes, as emissões evasivas (fugitive emissions) são as mais representativas e chegam a 85% do total.
2-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
[Nota] De acordo o documento: Fugitive emissions: 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, as emissões fugitivas
podem ser derivadas do carvão ou de gás natural e petróleo, sendo que esse último é definido assim: compreende emissões fugitivas de todas as
actividades ligadas ao petróleo e gás natural. As fontes primárias dessas emissões podem incluir fugas de equipamentos fugitivos, perdas por
evaporação, ventilação, queima e fugas acidentais.
Desperdício
Electricidade
/ Aquecimento
Processos Energia -
industriais Queima de
combustíveis Emissões
Figura 2-13 Estrutura da linha de base (2005) das emissões de GEE em Angola por actividades e
por emissões, dentro do sector de energia
Com base na análise da situação de emissão do ano base, o Governo de Angola declarou reduzir as
emissões de GEE em até 50% em relação ao ano base BAU até 2030, implementando acções
incondicionais e condicionais nas áreas abaixo:
Reflorestamento
2-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 2-14 Cenário de linha de base e projecções dos cenários de mitigação incondicional e
condicional em Angola
O Governo de Angola deixa claro no INDC que dos 50% da meta de redução de emissões, pretende
atingir os 35% através de contramedidas incondicionais, e a parcela restante de 15% por contramedidas
condicionais.
2-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
seguinte forma:
Com base nos resultados do trabalho de revisão feitos até agora, serão apontados os desafios
existentes no sector de energia eléctrica em Angola.
É verificada escassez de dados acumulados em cada companhia eléctrica na altura de 2017, já que a
integração das companhias estatais de energia eléctrica e o seu desmembramento horizontal em 3
companhias separadas ocorreu em 2015.
Mesmo os dados das companhias anteriores que foram sucedidos pelas novas três companhias
muitos deles não apresentam harmonia quando foram integrados.
2-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
No sistema de energia eléctrica em Angola têm sido implantados muitos geradores a diesel e a gás
(GT) principalmente nas subestações de sistemas regionais. É considerado que isso tem o objectivo de
estabilizar o sistema em horários de pico, mas acredita-se que na verdade os geradores são operados
por longas horas para suprir a falta de fornecimento. Conforme será descrito mais tarde, os benefícios
económicos da produção a diesel e GT são obtidos com o funcionamento a curto prazo. É estimado
que o funcionamento a longo prazo, da forma como tem sido feita em Angola encarece o custo do
sistema de energia eléctrica do país.
É considerado que as perdas no transporte em Angola são de cerca de 55%, e destas, cerca de 15%
são perdas técnicas. Em outras palavras, cerca de 40% são perdas não-técnicas. Segundo o BAD, a
maioria das perdas não-técnicas refere-se à falta de pagamento das tarifas. A taxa de cobrança é
particularmente baixa nas habitações colectivas e edifícios multiusos. Futuramente, está prevista a
implantação de medidas tais como o sistema pré-pago como é feito na África do Sul.
Como já foi descrito, o PTSE propõe-se promover a participação do sector privado no sector de
energia a partir de 2021, no entanto não foi elaborada legislação específica que concorra para esta
situação. Devido a isso, no momento os IPPs estão a negociar a sua participação com o Governo de
forma individual e desenvolvem os seus projectos de acordo com base na decisão descricionária do
órgão de tutela do Governo. Assim, torna-se imperioso elaborar o mais rápido possível a legislação
pertinente que permita uma participação activa do sector privado a partir de 2021.
2-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
2-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Centrais
(Fonte: IEA)
Exportação
3-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
94000
92000
toneladas)
90000
tonnes)
Gasolina / Diesel
Gas/diesel
(1000
86000
Other kerosene
Produção(1000
Outros querosenes
Motor Gas
Motor Gas
82000
LPG
LPG
Nafta
Naphtha
80000
Líquidos degas
Natural gás liquids
naturais
78000
Crude oil
Óleo bruto
76000
74000
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano
(Fonte: IEA)
3-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A Figura 3-4 indica a evolução do volume de exportação de derivados de petróleo, ao passo que a
Figura 3-5, indica a evolução do volume de importação.
O volume exportado consiste basicamente no petróleo bruto produzido no país, e apenas uma pequena
parte desta produção interna é destinada às refinarias domésticas.
Por outro lado, a composição dos derivados importados mostra que mais de 90% é gasóleo e gasolina,
e o seu volume mostra tende a crescer. A figura mostra a distorção existente em Angola que apesar de
ser um grande produtor de petróleo no continente Africano, depende da importação de derivados de
petróleo.
92000
90000
88000
toneladas)
86000
tonnes)
Fuelcombustível
Óleo oil
84000
(1000
Gasolina / Diesel
Gas/diesel
Export (1000
Motor
80000
LPG
LPG
78000 Naphtha
Nafta
Crude
Óleo brutooil
76000
74000
72000
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano
(Fonte: IEA)
5000
toneladas)
tonnes)
4000
Outros
(1000
Other kerosene
Jet kerosene
Querosene tipo
Import (1000
3000
LPG
Importação
LPG
Motor GasGas
Motor
Óleo
2000 Fuel oil
Gasolina/Diesel
Gas/diesel
1000
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano
(Fonte: IEA)
Figura 3-5 Importação de derivados de petróleo por Angola
3-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A Figura 3-6 indica a evolução na quantidade de petróleo produzido em Angola transformada nas
refinarias domésticas. Apesar de haver uma tendência de crescimento no volume transformado, a
capacidade das refinarias domésticas é limitada, como será explicado mais tarde, o que cria uma
situação de incapacidade em atender o consumo interno de derivados de petróleo, facto que leva ao
aumento das importações desses produtos.
3000
toneladas)
(1000tonnes)
2500
petróleo (1000
2000
de Refinaries
1500
into Oil
em refinarias
1000
Transformation
500
Transformação
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano
1200
1000
(1000
into Electricity
800
em Eletricidade
Óleo
Fuel oil
combustível
600
Gas/diesel
Gasolina/
Diesel
Transformation
400
Transformação
200
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Year
Ano
(Fonte: IEA)
Figura 3-7 Derivados de petróleo transformados em energia eléctrica em Angola
3-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Angola é um dos países Africanos com maior potencial de energia hidroeléctrica. De acordo com a
Atlas and National Strategy for the new Renewable Energies, o potencial de energia hidroeléctrica do
país é de 18 GW, dos quais 86% está localizado nos rios Kwanza, Cunene, Catumbela e Queve. A
Figura 3-8 indica o potencial hidroeléctrico de todo o território nacional.
Rio Kwanza
Rio Cunene
Rio Catumbela
Rio Cunene
(Fonte: Atlas and National Strategy for the new Renewable Energies)
3-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Custo do
Capacidade Energia
N° Nome Nome do rio projecto
[MW] [GWh/ano] Milhões $
1 Carianga CUANZA 381 1557 1295
2 Bembeze CUANZA 260 1075 768
3 Zenzo 1 CUANZA 460 2680 1206
4 Zenzo 2 CUANZA 114 695 623
5 TÚMULO DO CAÇADOR CUANZA 453 2759 1041
6 QUISSONDE CUANZA 121 773 838
7 Salamba CUANZA 48 194 324
8 QUISSUCA LONGA 121 589 567
9 Cuteca LONGA 203 873 734
10 CAFULA QUEVE 403 1919 1121
11 UTIUNDUMBO QUEVE 169 743 406
12 DALA QUEVE 360 1686 1010
13 CAPUNDA QUEVE 283 1200 741
14 BALALUNGA QUEVE 217 1013 475
15 MUCUNDI CUBANGO 74 368 538
16 CAPITONGO CATUMBELA 41 249 239
17 CALENGUE CATUMBELA 190 1136 471
18 CALINDO CATUMBELA 58 340 187
(Fonte: elaborado pela Equipa de Estudo a partir de Energia 2025)
3-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
3-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
3.2.2 Petróleo
Os recursos petrolíferos em Angola são geridos pela empresa estatal Sonangol, e a sua exploração é
feita em cooperação com as empresas internacionais de petróleo (BP, Chevron, ENI, Exxon Mobil,
Petrobras, Statoil, Total, etc.).
As reservas recuperáveis confirmadas são de 12.7 mil milhões de barris (ao final de 2014, estatísticas
BP), com uma produção de 1,772 milhões de barris/ dia (média entre Janeiro a Novembro de 2015,
dados JOGMEC).
A área produtora de petróleo se localiza na zona costeira (off-shore) entre a região norte e central,
sendo que uma parte é explorada no interior do país (on-shore), com destaque às regiões costeiras da
Província de Gabinda e a Província de Zaire.
A Figura 3-10 mostra as produções anuais de petróleo bruto em Angola, e a Figura 3-11 mostra a
distribuição dos locais de desenvolvimento de petróleo em Angola.
Produção anual
(Fonte: Elaborado por Equipa de Estudo com base no Sonangol Annual Report)
3-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
3-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
As reservas recuperáveis confirmadas de gás natural (ao final de 2014) são de 9.700 mil milhões de pés
cúbicos (Cedigaz, 2014, representa cerca 90 vezes todo o consumo no Japão em 2016), e a produção
comercial é de 29,7 mil milhões de pés cúbicos (2014, OCDE/ IEA).A maior parte do gás natural
produzido é o gás associado ao petróleo obtido na exploração deste, que acaba sendo reinjectado à
reserva ou processado por queima. No entanto, o governo Angolano estuda aproveitar o gás de maneira
eficaz, já que existe um aumento na demanda mundial de gás natural devido à sua baixa emissão de
GEE por unidade de caloria em comparação com o petróleo e o estabelecimento por novas tecnologias
de transporte nos últimos anos.
A exploração de gás natural em Angola é gerida pela empresa estatal Sonangol E.P. e o gás natural
associado obtido nas instalações de exploração de petróleo é aproveitado na produção de LNG no porto
de Soyo. Segundo a Angola LNG operadora desta fábrica, e que é uma subsidiária do Grupo Sonangol
E.P., a capacidade desta fábrica está projectada para refinar 1,1 mil milhões pés cúbicos/ dia, e a
capacidade de produção de LNG é de 5,2 milhões de ton./ ano. A construção do gasoduto que vai
transportar o gás natural também é feita pela Sonangol E.P., e em 2017, os blocos 15, 17 e 18 já estavam
ligados por gasodutos, enquanto que estão a ser construídos gasodutos para os blocos 0 e 14.
Um dos usos de gás natural previstos é o combustível para CCGT na central térmica de Soyo 1, em
construção na localidade de Soyo, e para CCGT na central Soyo 2 prevista para ser construída. Sabe-se
pela entrevista feita que a central Soyo1 já iniciou a operação da sua unidade 1 em Julho de 2017,
unidade essa de ciclo simples e produção a diesel. Essa produção será mudada para gás após a
construção do gasoduto que irá ligar à central de LNG no terminal Soyo.
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base no Sonangol Annual Report)
3-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Em 2017 as energias renováveis (ER) não têm sido implementadas ainda em Angola devido a questões
de custo. No entanto, o potencial somado de todas as ER é alto chegando a 20,0GW, e o Governo
Angolano estabeleceu números concretos e projectos prioritários dentro do Angola Energia 2025 como
metas de implementação de energias renováveis. As capacidades totais de produção pelas respectivas
energias renováveis nos projectos em estudo são mostradas na Figura 3-13. O detalhe sobre cada
energia renovável é explicado nos itens (1) a (4).
Solar. Hidrelétrica
Hydro. Biomassa
Biomass Wind
Eólica Total
De acordo com o Atras and National Strategy for the new Renewable Energies o potencial total
dos projectos em estudo das hidroeléctricas de pequeno e médio portes é de 0,6 GW, embora a
implementação de hidroeléctricas de pequeno e médio portes em 2017 chegue a apenas um total de
cerca de 60 MW. Já o plano futuro previsto no Angola Energia 2025
prevê a implantação até 2025 de sistemas independentes para electrificação rural em 7 locais num
total de 30 MW, e mais um total 70 MW a serem ligados ao sistema, além de hidroeléctrica de
médio porte com 270 MW.
3-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
De acordo com a Atlas and National Strategy for the new Renewable Energies, Angola recebe
insolação anual média da ordem de 1,350 a 2,070 kWh/ m2/ ano, sendo que o potencial total de
produção fotovoltaica nos projectos já levantados chega a um total de 17,3 GW. Além disso, é de
notar que a característica da produção fotovoltaica no país difere de outras energias renováveis por
não apresentar distribuição desigual e se encontra disponível de forma homogénea por todo o país.
3-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
diesel tem sido adiado por questões económicas já que a tecnologia requer um sistema de
acumulação com baterias, que acaba encarecendo o custo do projecto.
Nas regiões do Sistema Leste (Províncias do Huambo, Kuito, etc.) e do Sistema Sul, a implantação
de centrais de produção fotovoltaica de médio a grande porte apresenta vantagens em termos de
custo, e a meta em termos de electrificação rural é introduzir 100 MW até 2025.
A Figura 3-15 ilustra a distribuição do potencial de produção de energia solar em todo o território
angolano.
3-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
De acordo com o Angola Energia 2025, o país possui alto potencial de produção de energia eólica
graças ao relevo de grande altitude com penhascos ao longo da costa do Oceano Atlântico e à região
sudoeste na fronteira com Namíbia que apresenta ventos com velocidade 6 m/s a uma altura de 80 m
da superfície.
Segundo o levantamento feito por todo o país são 12 os locais candidatos à produção de energia
eólica numa capacidade máxima de 3,9 GW. Desses, os locais de alta prioridade devido à vantagem
económica, totalizam 0,6 GW.
Os planos futuros prevêem a instalação de 100 MW até 2025, sendo que os principais projectos são
o Projecto da Central Eólica do Tômbwa, além de um local na Província do Cuanza Norte e outro na
cidade do Lubango.
A Figura 3-16 ilustra a distribuição do potencial de produção eólica em todo o território angolano.
3-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
3-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
3.2.5 Carvão
Não foram feitos levantamentos das reservas de carvão em Angola, e como não há histórico de uso
deste mineral, até 2017, não existiam dados relacionados ao carvão.
A única fábrica de LNG em Angola é Angola LNG no Soyo, na Província de Zaire, que recebe no seu
terminal através de um gasoduto, o gás associado à exploração de petróleo, e o transforma em LNG na
sua fábrica. A capacidade instalada de produção de LNG em Angola é de 34 MSm3/ d. A Figura 3-18,
indica a produção realizada entre 2012 e 2016.
Procução anual
Ano LNG
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base no Sonangol Annual Report)
Figura 3-18 Histórico da produção de LNG (2012-2016)
No momento, o LNG produzido é na sua maioria exportado mas os seguintes cenários futuros de
aproveitamento de LNG são preconizados no Angola Energia 2025:
2) Transporte de LNG até Lobito, Namibe e a sua regaseificação, usando o gás como combustível
para uma nova central térmica de grande porte.
Os cenários acima constam no Angola Energia 2025. Embora não esteja claro se o projecto é viável,
mesmo levando em conta os custos de energia despendidos na liquefacção (para LNG) e regaseificação
do gás no destino.
Actualmente a única refinaria de petróleo em Angola é a Refinaria de Luanda que fica na capital
Luanda. Assim, existe um défice na capacidade de refinação do petróleo produzido no país, e por essa
razão, mais de 80% do combustível actualmente consumido no mercado interno é importado.
3-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Diante esta realidade, a estatal petrolífera Sonangol planeia construir novas refinarias na cidade
costeira do Lobito, na região central do país, na cidade de Soyo, na Província de Zaire ao norte, e na
cidade costeira do Namibe, no sul do país. Destas, a refinaria do Lobito estava prevista para entrar em
funcionamento a partir de 2018, no entanto, por falta de recursos a sua construção foi interrompida em
Agosto de 2016. O projecto de refinaria do Soyo foi discutido mas os trabalhos de construção não
chegaram de facto a ser iniciados. A refinaria do Namibe teve a sua construção iniciada em Julho de
2017 e no momento as obras estão em curso.
Além disso, o plano de expansão da refinaria existente em Luanda já está acordado com a italiana
ENI e é sabido que a sua meta é ampliar o volume de produção dos actuais 57.000 bpd para 65.000 bpd
até 2020.
O levantamento irá tomar como referência os dados da World Energy Outlook 2016 (WEO-2016)
divulgado pela International Energy Agency (IEA) e do Banco Mundial (WB) comparando as
3-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
variações nos preços até os dias actuais, e os 3 cenários previstos pela IEA e assim fazer uma avaliação
da evolução do preço do petróleo até 2040.
O Current Policies Scenario é o cenário corrente sem se alcançar as metas do Acordo de Paris, e
também sem nenhum tipo de novos acordos que traga mudanças no uso de combustíveis fósseis.
O 450 Scenario é o cenário proposto pela IEA no World Energy Outlook para a descarbonização da
sociedade, onde se estimou a composição energética do mundo e permite uma subida de temperatura de
2 °C em média em relação à era industrial.
3.4.1 Petróleo
É mostrada na Figura 3-19 as flutuações nos preços do petróleo no mercado internacional a partir de
2000 e o estudo sobre a evolução dos preços em cada cenário futuro.
Em qualquer um dos cenários é previsto aumento nos preços do petróleo para o futuro. O preço actual
se encontra a USD 40/ barril seguindo a tendência de queda que se iniciou em 2012. No entanto, como
a demanda pelo petróleo continuará forte nos mercados emergentes é esperado que o petróleo
comprado actualmente junto aos países membros da OPEP, que apresentam preços mais baixos,
comece a ser comprado também dos países não-membros da OPEP com preços superiores. Assim em
qualquer um dos cenários futuros é previsto que o preço do barril atinja USD 80/ barril em 2020.
Para as flutuações nos preços a partir de 2020 estão previstas maior desenvolvimento dos recursos
petrolíferos e a redução de fontes baratas e de alta qualidade, o chamado "sweet spot", e consequente
aumento do petróleo mais caro e de baixa qualidade, além do avanço tecnológico que encarecerá os
equipamentos de exploração, reflectindo assim no aumento do preço do petróleo. Já o 450 Scenario
promove uma acentuada sociedade descarbonizada em relação aos outros cenários de modo a reduzir a
própria demanda pelo petróleo, o que resultará na manutenção do seu preço.
3-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Cenário 450
Embora não exista preço internacional comum para o gás natural como há para o petróleo, existem
preços definidos para cada região, nomeadamente: (1) Estados Unidos, (2) Europa, (3) China, (4) Japão.
Dentre esses preços: (1) Estados Unidos é o preço de venda do gás extraído no país e transportado por
gasoduto, (2) Europa e (3) China são os preços do gás natural importado transportado via gasoduto ou
transformado em LNG, e (4) Japão é apenas o preço do gás natural importado em forma de LNG.
No caso de Angola, o gás natural é produzido internamente no país, e o plano futuro é construir
gasodutos para conectar e comercializar aos locais consumidores dentro do país, portanto o preço a ser
tomado como referência para a previsão da flutuação deverá ser (1) Estados Unidos.
O preço do gás nos Estados Unidos é chamado de Henry Hub, nome esse proveniente do centro de
distribuição existente no Estado de Louisiana, e no seu preço também está reflectido os custos de
transporte, distribuição entre outros.
É mostrada na Figura 3-20 as flutuações nos preços de gás natural a partir de 2000 e também a previsão
da flutuação nos preços de até 2040. Como o preço do gás natural apresenta uma correlação directa
com o preço do petróleo é esperado que, da mesma forma que o petróleo, os preços sejam
impulsionados pela forte demanda até 2020 a patamares em torno de USD 4/ MBtu. Como é previsto
para o gás natural um aumento da demanda internacional devido ao seu aproveitamento em forma de
LNG de baixa impureza e pouca emissão de CO2, a partir de 2020 a proporção de gás natural
transformado e exportado em forma LNG deverá crescer em relação ao consumo interno e em qualquer
um dos cenários o seu preço apresentará um suave aumento.
3-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Cenário 450
USD / Barril
(Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados do Banco Mundial e IEA World Energy Outlook 2016)
Figura 3-20 Previsão da flutuação nos preços do gás natural para cada cenário
Para as despesas de combustível do Plano Óptimo de Fontes de Energia serão adoptados os valores
bases do New Policies Scenario já que Angola também participa do Acordo de Paris. Os valores
específicos das despesas de combustível serão tratados no capítulo sobre o Plano de Desenvolvimento
de Fontes de Energia.
3.5 Organização dos itens de informação que devem ser desenvolvidas de modo a
facilitar o desenvolvimento de fontes de energia
Neste parágrafo, é feita uma análise sobre as potenciais centrais termoeléctricas e os combustíveis a
serem usados, de modo a organizar as instalações de fornecimento de combustível necessárias.
3-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
CCGT
GT
Energia renovável (pequena hidroeléctrica, eólica, solar, biomassa, etc.)
Como resultado, como opções existentes de energia termoeléctrica do plano de produção de energia
em Angola considerou-se o CCGT (Ciclo Combinado a Gás) e o GT (Turbina a Gás).
Como opções de combustível a serem usadas podem ser citadas: gás natural, LNG, LPG e gasóleo
(diesel).
Tipo de
Características Preço em 2015
combustível
Gás Natural Em Angola é obtido como gás associado em campos petrolíferos.
Sem levar em conta os custos de transporte é o combustível mais
barato em termos de preço por unidade de caloria. Portanto, a sua
aplicação na produção de energia à cabeça de poço torna-se
vantajoso.
Para produção de energia nas proximidades do local de consumo Aprox.
será necessário construir instalações de fornecimento de gás como 1 centavo/ Mcal
gasodutos, etc. Nesse caso, acarretará aumento no custo de
produçãode electricidade.
Como o factor de emissão de CO2 é cerca de 20% menor do que o
LPG, o seu uso é vantajoso também quando se considera as
emissões de CO2.
LNG É o gás natural resfriado e liquefeito. Angola tem uma fábrica de
LNG em Soyo.
O seu preço por unidade de calorias é quase o mesmo que o LPG.
Para aplicar o gás na produção termoeléctrica é necessário construir
um tanque de LNG de grande porte próximo da central. O alto preço Aprox.
do tanque acarretará no aumento do custo de produção de 4 centavo/ Mcal
electricidade.
Como o factor de emissão de CO2 é cerca de 20% menor do que o
LPG, o seu uso é vantajoso também quando se considera as
emissões de CO2.
LPG Gás gerado em associação nos campos de petróleo e jazigos de gás
natural, e também no processo de produção de petróleo.
O seu preço por unidade de calorias é quase o mesmo que o LNG.
Como o custo de equipamento de fornecimento é pequeno, o seu
Aprox.
custo de fornecimento pode ser baixo.
4 centavo/ Mcal
A eficiência térmica quando aplicada ao CCGT e ao GT é
comparável à do gás natural ou LNG.
O factor de emissão de CO2 é cerca de 20% superior ao do gás
natural e do LNG.
Gasóleo É conhecido como óleo leve.
O seu preço por unidade de calorias é ligeiramente mais barato ou
quase igual ao do LNG. No entanto, conforme descrito abaixo a sua
Aprox.
eficiência térmica é inferior de modo que o seu custo de produção de
4 centavo/ Mcal
energia é maior.
Como o custo de equipamento de fornecimento é pequeno, o seu
custo de fornecimento pode ser baixo.
3-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Definir o cenário para o plano de produção de energia térmica e com base nele estabelecer de forma
mais realista o combustível a ser usado.
3-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
O custo do FSRU é maior que o do tanque de LNG, mas apresenta vantagem por ter um período curto de
instalação.
Por outro lado, se considerar o uso do LPG, as instalações de abastecimento serão significativamente
baratas. Actualmente o preço do LPG não é muito diferente do preço do LNG, o que o torna uma opção a
considerar. No entanto, as emissões de CO2 aumentam em cerca de 20%.
[A configuração do cenário de desenvolvimento de CCGT]
Dar máxima prioridade ao desenvolvimento até a segunda central eléctrica de Soyo. O desenvolvimento a
partir da 3ª central depende da análise do custo de ampliação da linha de transporte, mas ao considerar a
estabilidade do sistema, é recomendável produzir electricidade nas proximidades do local de consumo.
Se considerar principalmente o aumento da demanda na região central do país, incluindo a região de
Benguela, o desenvolvimento de CCGT no porto de Lobito, na região de Benguela, apresenta benefícios.
Além disso, para acompanhar o crescimento da demanda, é considerado importante não apenas o
acréscimo de CCGT no Porto de Lobito, mas também o desenvolvimento de CCGT no Porto de Namibe,
na região sul. Se o desenvolvimento de CCGT na região sul avançar e for estabelecida a ligação
internacional com a Namíbia, haverá a possibilidade futura de também vender energia ao SAPP.
Tendo em conta os pontos acima, traçar o plano primeiramente dando prioridade à construção das duas
centrais eléctricas de 750 MW em Soyo, e em seguida desenvolver centrais de CCGT no Porto de Lobito e
no Porto de Namibe.
[Cenário de fornecimento de combustível]
Em linha com o cenário acima de desenvolvimento de CCGT é recomendada a seguinte configuração de
fornecimento de combustível:
Em Soyo continuar a fornecer gás natural para a produção de energia à cabeça do poço.
Em Lobito, como primeira etapa, fazer os preparativos para fornecer LPG. Como segunda etapa, fazer a
preparação para fornecimento de LNG e assim que ela estiver pronta, trocar o combustível para LNG.
3-23
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
CCGT e GT Soyo está localizado nas proximidades do campo petrolífero já desenvolvido, e a produção
no Soyo à cabeça do poço usando o gás natural produzido a partir do gás associado à extracção do
petróleo é possível.
A construção do gasoduto para a Central de Soyo 1 já está em progresso e está prevista
para entrar em operação em 2018.
É necessário ampliar a capacidade deste gasoduto actual.
Além das instalações de fornecimento de combustível, é preciso dar continuidade ao
estudo sobre a racionalidade do fortalecimento das linhas de transporte até Luanda. Além
disso, é necessário considerar a instalação de sistema de comando (SCADA) na central.
CCGT e GT Como primeiro passo, é necessário construir as instalações de fornecimento de LPG.
no Lobito É necessário fazer o estudo sobre a fonte de abastecimento do LPG seja por importação ou
pela construção de uma refinaria dentro do país. Ao escolher pela refinaria doméstica, é
necessário considerar o plano de reforço da refinaria junto às várias entidades pertinentes.
Como segunda etapa, é necessário desenvolver instalações de fornecimento, como tanques
de LNG.
Como forma de adquirir LNG, é necessário avaliar uma carteira (portfolio) composta por
LNG produzido internamente e o importado.
GT em Presume-se que o GT usará LPG e portanto será necessário construir instalações de
Luanda fornecimento de LPG.
Como método de transporte ao terminal de LPG, será necessário construir também estradas
e caminhos-de-ferro.
Em relação ao uso do LNG, é necessário que no futuro cresçam exigências de criação da
estação redistribuição de LNG a incorporar as demandas de outras indústrias.
Uma vez que estas questões se relacionam ao Plano Director de Energia em Angola é necessário
acompanhar o conteúdo deste plano que é sabido estar em processo de estudo neste momento.
3-24
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Este capítulo pretende fazer a confirmação dos procedimentos de elaboração do Plano Director de
Energia Eléctrica com base no Plano Óptimo de Energia Eléctrica, antes de entrar nas explicações dos
principais itens da previsão da demanda de energia eléctrica, do Plano de Desenvolvimento de Fontes
de Energia e do Plano de Desenvolvimento do Transporte a serem feitas nos capítulos seguintes.
A ideia básica na hora de elaborar o Plano Óptimo de Fontes de Energia é se posicionar em certo ponto
de vista e elaborar o plano mais adequado de fontes de energia para o país, e com base nesse plano
elaborar o plano de transporte de energia mais efectivo. Não é necessário dizer que como premissa esse
planeamento necessita se embasar em valores de energia eléctrica estimados com uma boa precisão e
que reflicta a análise da situação real do país e os seus planos futuros.
E qual seria esse "certo ponto de vista"? A questão mais importante é a económica. Porém, existe a
questão da segurança energética de um país. Recentemente, o ponto de vista do combate ao
aquecimento global também se tornou um factor importante. São mostrados abaixo os itens relevantes
ao estudo do Plano Óptimo de Fontes de Energia:
É necessário considerar os seguintes pontos ao elaborar o Plano Director de Energia Eléctrica óptimo
do ponto de vista económico.
Considerar a proporção na composição das fontes de energia que minimize o custo básico de
produção de energia. O custo básico de produção de energia inclui custos fixos como o custo
de capital e custos variáveis como custos de combustível. No estudo da proporção de
composição costumam ser utilizados meios como o Método de Selecção (screening method)
4-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
O Método de Selecção (Screening Method) é o método que relaciona a taxa de utilização das
instalações e as despesas de produção, e projecta a taxa de utilização das instalações sobre a curva
anual de duração de carga a fim de obter a capacidade instalada necessária para cada fonte de energia e
também analisar a proporção óptima das instalações.
A figura superior representa o custo anual de cada fonte de energia. A intersecção com o eixo Y da
função linear representa o custo anual correspondente aos custos fixos, a inclinação representa os
custos variáveis, principalmente os custos de combustível. Já a figura inferior mostra a curva de
duração da demanda anual. No exemplo mostrado, a título de simplificação, a produção é composta
apenas pelas energias hidroeléctrica, térmica a carvão, CCGT, a óleo e GT.
Neste caso, a produção hidroeléctrica é capaz de produzir energia com o custo mais baixo a partir da
taxa de utilização da instalação na faixa de 20% ou superior. Portanto é possível reduzir o custo global
de produção de energia ao manter as centrais hidroeléctricas com alta taxa de operação. Em outras
palavras, é importante priorizar a produção hidroeléctrica em relação a outras fontes de energia para
atender à demanda de energia eléctrica.
No caso da produção térmica a carvão os custos se tornam baixos a partir da taxa de utilização de 60%
para cima. Por isso, a fim operar de modo a garantir a taxa de operação de 60% ou mais, deve-se
assegurar uma quantidade de instalações que possam atender a uma demanda com probabilidade de
ocorrência de 60% ou mais, e assim melhorar o seu desempenho económico. Como foi visto, a
demanda que compõe a parte da base da curva de duração é chamada de demanda básica (base demand),
e a fonte de energia a suprir essa demanda é chamada de fonte de energia de base. A quantidade de
instalação necessária para a fonte de energia de base pode ser obtida pela projecção da taxa de
utilização de instalações sobre a curva de duração, cujo valor é de cerca de 4200 MW. Supondo que a
energia hidroeléctrica implantada tenha potência de 2200 MW, a energia térmica a carvão a ser
implementada de forma adequada deve ter 2000 MW.
4-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Se da mesma forma considerarmos o CCGT, o desempenho económico seria óptimo na faixa em torno
de 20% a 60% de taxa de utilização, e por isso seria vantajoso fazê-lo atender a uma demanda na faixa
de aproximadamente 20% a 60% de probabilidade de ocorrência (demanda média), e nesse exemplo
seria necessário assegurar uma instalação de cerca de 1300 MW.
Para o óleo e GT, o desempenho económico seria óptimo na faixa de de cerca 20% ou menor, sendo
vantajoso fazê-los atender a uma demanda na faixa de cerca 20% ou menor de probabilidade de
ocorrência (demanda de pico), e nesse exemplo seria necessário assegurar uma instalação de apenas
700 MW.
Assim é determinada a quantidade de instalação necessária para cada fonte de energia como descrito
acima, e com base nesses valores calcula-se a proporção óptima de fontes de energia. O futuro do plano
de fontes de energia deve tomar como referência essa proporção óptima e estudar a quantidade de
instalações em cada fonte de energia.
4-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
costs Horas
Hour
0 4,380 8,760
600
Annual Expenditure (US$/kW)
500
Despesa anual
400
300 Gas CC
Coal
200 PSPP
Oil GT
Nuclear
100 Diesel
Large Hydro
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Taxa de utilização
Annual anual (%)
Utilization Rate (%)
7000
Example Exemplo
6000
GT
de energia
Plant
CCGT
(MW)
5000
Capacity
(Approx. 1300MW?)
Power Demand
4000
3000
Plant Capacity(Approx.
2000MW?)
Coal
Demanda
2000
(2) PDPAT
O PDPAT (Power Development Planning Assist Tool) é uma espécie de software de simulação da
operação da demanda e fornecimento desenvolvido pela TEPCO. Esse software de simulação da
operação da demanda e fornecimento simula a forma de operação e fornecimento de energia de cada
central, configurada como dado de entrada, que compõe o sistema. A Figura 4-2 ilustra um exemplo de
resultado de fornecimento.
O PDPAT é capaz de analisar a forma de operação de uma central de modo a minimizar o seu custo
necessário de combustível, e assim obter a despesa global de combustível. Também calcula a despesa
anual das centrais. Em outras palavras, o software possibilita obter o custo total do sistema de fontes de
energia de um ano, e assim permite fazer a comparação dos custos anuais de produção para cada
cenário de desenvolvimento e avaliar a proporção óptima de composição das fontes de energia.
Como descrito acima o PDPAT permite fazer cálculos económicos através da simulação bastante
realística da operação das centrais, e para tanto são necessários os seguintes tipos de dados.
4-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
4-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
LOLP (Loss of load probability, probabilidade de perda de carga) e LOLE (Loss of load expectation,
expectativa de perda de carga). A LOLP é a probabilidade anual ou num determinado período de o
fornecimento ficar abaixo da demanda e a LOLE é o tempo esperado de ocorrência desse deficit, e
basicamente, os dois termos são sinónimos.
Quanto a LOLE, por se tratar do tempo esperado de ocorrência de falta de fornecimento obtido a partir
das distribuições de probabilidade, é possível calculá-la a partir da equação exibida na Figura 4-4.
Capacidade de reserva
Probabilidades Forma de demanda
detalhadas de
(Curva de duração anual)
distribuição
4-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Pela experiência da Equipa de Estudo em trabalhos nos países emergentes, pensa-se que é adequado
estabelecer um tempo para LOLE de aproximadamente 24 horas/ ano. Isto significa que se buscará
estabelecer um sistema de fontes de energia que permita um total quedas de energia de até cerca de 1
dia (24 horas) durante o ano inteiro.
Como não é possível obter a capacidade necessária de fornecimento directamente a partir da fiabilidade
de fornecimento é costumeiro utilizar um método onde se introduz o conceito de taxa de margem de
reserva (reserve margine rate) e se obtém primeiro a relação entre a LOLE e a taxa de margem de
reserva, de modo a obter a taxa de margem de reserva equivalente ao grau de fiabilidade de
fornecimento configurado e com base nessa taxa obtida chegar-se à quantidade de energia eléctrica a
ser fornecida. O plano de fonte de energia será implementado com base nessa quantidade de energia
eléctrica a ser fornecida.
É mostrada na Figura 4-5 o conceito de obtenção da relação entre a LOLE e a taxa de margem de
reserva, mas basicamente usa-se a margem de reserva como parâmetro variável e obtém-se as
respectivas LOLEs. A partir daí é possível perceber obviamente que para se estabelecer um sistema de
fontes de energia de alta fiabilidade de fornecimento, ou seja, de baixa LOLE é necessário ter uma
grande capacidade em termos de margem de reserva de fornecimento.
Capacidade de reserva
A capacidade necessária de fornecimento pode ser obtida pela equação abaixo, portanto será necessário
fazer o planeamento de fontes de energia para atender a essa capacidade de fornecimento.
4-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
18,000
GT
16,000
CCGT
14,000 Coal
12,000 Hydro
Power(MW)
Demand(MW)
10,000
(growth rate 10%)
Required Power Capacity(MW)
8,000 (taking account of reserve margin rate of 20%)
6,000
4,000
2,000
Year
Na avaliação do Plano Óptimo de Fontes de Energia há casos onde se deve considerar outros pontos de
vista além do desempenho económico. Um deles é a segurança energética. Especialmente para um país
como o Japão que carece de recursos naturais internos é uma questão importante a se considerar. Como
pontos de vista podemos citar os seguintes temas:
Em qualquer dos casos, é um assunto que costuma se relacionar a decisões políticas de alto grau, sendo
necessário estar de acordo com a política energética do país.
O ponto de vista das considerações ambientais e sociais também é um item importante a considerar
além da questão do desempenho económico. Além da EIA para cada projecto como tem sido feito
convencionalmente, nos últimos anos se considera importante avaliar o impacto sobre o aquecimento
global para cada um dos cenários globais levantados num plano director de energia eléctrica. Por esse
motivo, tem-se tornado difícil incluir as centrais térmicas a carvão quando consideramos o seu impacto
ao meio ambiente global apesar de apresentarem vantagens económicas.
4-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Por outro lado, muitos países consideram o aproveitamento das energias renováveis como uma questão
de importância dentro das medidas de combate ao aquecimento global, e assim torna-se necessário
também avaliar a forma de incluir essas fontes de energia no Plano Director de Energia Eléctrica.
Essas questões também estão relacionadas a decisões políticas de alto grau, sendo necessário estar de
acordo com a política energética e do INDC do país.
4-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Estudo da composição óptima das + Dados sobre fontes de energia (valor unitário de
fontes de energia por PDPAT construção de cada fonte de energia, eficiência
térmica, taxa de despesa anual, custos de
combustível)
Plano de Desenvolvimento da Transmissão
(Planeamento da expansão das instalações de + Dados relacionados aos fontes de energia para
transmissão de energia) PDPAT (preço unitário de construção de cada
Análise de desequilíbrio central, curva da taxa de calor de cada central,
taxa de despesa anual de cada central, custos de
Análise da quantidade de transmissão combustível, especificações de cada central,
dados operacionais de centrais hidroeléctricas)
Plano de transmissão de energia
+ Requisitos técnicos para o planeamento de
Análise de fluxo de energia instalações
+Design criteria
Elaboração do Plano de
Desenvolvimento de Energia
Eléctrica
Figura 4-7 Procedimento de elaboração do Plano de Desenvolvimento de Energia Eléctrica
4-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
É de domínio público a previsão de demanda de energia exibida na Figura 5-1 que foi publicada em
Angola Energia 2025. Esta previsão de demanda foi realizada em 2014 e estima a demanda até o ano
2025. É mostrada na Figura 5-2 o histórico da demanda real até 2016. A estimativa previa uma taxa de
aumento anual de 15% na potência máxima entre 2013 a 2017, enquanto que a taxa de aumento real da
potência máxima entre os anos 2013 a 2016 registou 7 a 25% (média de 13,3%), um número final quase
coincidente, no entanto a potência máxima para 2017 é esperado em 2,3 GW que é 0,5 GW menor que
a estimativa.
5-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Demanda Máxima(MW)
Energia Gerada(GWh)
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados de WB Database, RNT e ENDE)
É mostrada na Figura 5-3 o histórico do PIB (2010 Constant Price, LCU) com base no Data Base do
Banco Mundial e a sua estimativa segundo o FMI (versão 2018).
5-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(Bilhões Kz)
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base na previsão do FMI 2017))
Angola possui uma estrutura económica dependente do sector petrolífero, sendo que o seu PIB
real em 2013 foi de 96,3 mil milhões de dólares, dos quais cerca de 40% é proveniente do sector
petrolífero. Entre os anos de 2010 a 2013 houve a recuperação da estabilidade macroeconómica e o
crescimento económico apresentou uma tendência de aceleração, em 2014 houve a necessidade de
trabalhos de manutenção e reparo em alguns jazigos de petróleo o que reduziu a produção de
petróleo que era de 1,8 milhões de barris/ dia no ano anterior para 1,66 milhões de barris/ dia. Essa
queda se fez reflectir também na taxa de crescimento do PIB real que ficou em 4,2% (estimativa
FMI), uma diminuição de 6,8% em relação ao anterior. Além disso, o preço do petróleo bruto que
estava a 100 USD/ bbl. em 2014 despencou para 50 USD/ bbl. a partir de 2015, desacelerando ainda
mais a taxa de crescimento do PIB real que ficou a 3,0% em 2015, e a 0,0% em 2016. De acordo
com a estimativa do FMI, edição de 2017, a partir de 2017 o PIB irá ficar em torno de 1,4%.
5-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
8,000,000
6,000,000
4,000,000
2,000,000
0
50~99
25~49
50~99
25~49
<25
<25
100<
100<
Total
Total
É mostrada na Figura 5-6 a previsão da população em Angola (2014-2050) feita pelo INE
(Instituto Nacional de Estatística). A população do país em 2016 é de aproximadamente
27,5 milhões de habitantes com uma taxa de crescimento de 3%, e para 2040 é estimada uma
população do país de aproximadamente 54,3 milhões de habitantes e a taxa de crescimento irá
diminuir para cerca de 2,5%.
5-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Taxa de crescimento
População
(3) A correlação entre a taxa de crescimento do PIB e da demanda da quantidade de energia eléctrica
5-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Elasticidade
Ano
Figura 5-7 Relação entre a taxa anual de crescimento do PIB e da quantidade de demanda de
energia
No entanto, é previsto que a taxa de electrificação comece a subir a partir de 2016 já que neste ano se
iniciou a operação de todas as unidades geradoras da central Cambambe No.2 (700 MW) e também está
em avanço a expansão das linhas de transporte. É de notar que a Angola Energia 2025, estabeleceu a
meta de 60% na taxa de electrificação até 2025.
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Taxa de
electrificação 38,4 37,7 37,5 36,4 35,8 35,1 34,6 33,9 33,3 32,0
(%)
(Fonte: WB Data Base)
Estima-se que a actual previsão da demanda de energia eléctrica feita pelo MINEA baseou-se na
demanda esperada (potência real de fornecimento + potência de corte de energia planeada) que é a
5-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
soma das demandas anuais máximas de energia dos sectores civil, industrial, comercial e outros. Como
será descrito mais tarde, não há clareza sobre os dados estatísticos do modelo económico (PIB) e do
plano de electrificação. Principalmente a falta de dados organizados de demanda de energia eléctrica a
incluir corte de energia planeada (demanda potencial) dificulta a previsão da quantidade de energia
eléctrica a ser gerada a cada mês.
Portanto, o presente projecto fará, da mesma forma que o MINEA, a estimativa da máxima demanda de
energia para todo o país até 2040 por meio da soma das demandas de energia eléctrica por sectores
sejam eles civil (plano de electrificação), industrial e comercial, e por sistemas de energia (norte,
central, sul e leste).
O sistema leste não possui dados organizados de quantidade de energia de corte planeada e a situação
é desconhecida. Os registos horários de cortes de energia planeados (demanda potencial) não estão
organizados, e só foi possível obter a quantidade de energia de corte planeada para a potência máxima
mensal a partir de 2015 do Sistema Norte (ver Figura 5-8). Entre Outubro de 2015 a Maio de 2016
foram realizadas cortes de energia planeadas de no máximo 400 MW ao mês, mas após a entrada em
operação de Cambambe 2 (700MW) a quantidade de energia de corte planeada em 2017 tem estado na
ordem de 200 MW ou inferior. Os Sistemas Central, Sul e Leste não possuem dados organizados de
quantidade de energia de corte planeada e a sua situação é desconhecida.
5-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Norte
Fornecimento
Demanda
Queda de
suprimento
Central
Fornecimento
Demanda
Queda de
suprimento
Sul
Fornecimento
Demanda
Queda de
suprimento
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
O histórico da demanda de energia eléctrica dos últimos anos está mostrado na Figura 5-2 e a proporção
entre a potência máxima em cada mês (incluindo a demanda potencial) e a potência máxima anual do
Sistema Norte é mostrada na Figura 5-9.
5-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
É possível dizer que as flutuações sazonais são grandes e a potência máxima anual acontece em
Dezembro, enquanto que nos 4 meses do inverno entre Junho a Setembro a potência diminui para cerca
de 80%.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
Figura 5-9 Comparação entre as potências máximas de cada mês no Sistema Norte (potência
máxima anual: 100%)
Para o Sistema Norte conseguimos obter da RNT (NLDC) dados digitais de histórico de produção a
cada hora, a partir de Outubro de 2015 quando foi implantado o sistema SCADA. É mostrada na Figura
5-10 a curva de carga diária da potência máxima dos 3 dias mais altos de cada mês em 2016.
A curva de carga diária apresenta o formato de modelo de pico de iluminação, o pico se encontra no
horário entre 19:00 - 20:00, com excepção do mês de Dezembro, apresenta uma curva praticamente
horizontal. Estima-se que isso se deve claramente ao corte de energia planeada citado em (1) devido à
falta de capacidade de fornecimento no horário de pico.
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
Figura 5-10 A curva de carga diária (Sistema Norte: 2016)
5-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
As curvas de carga diária para potência máxima de 3 dias em cada mês de 2017 são mostradas na
Figura 5-11, embora não se possa tomá-las como referência já que devido ao enchimento da albufeira
da Hidroeléctrica de Lauca para o início da operação, a Hidroeléctrica de Cambambe localizada a
jusante está sob restrição de produção.
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
Figura 5-11 A curva de carga diária (Sistema Norte: 2017)
(2067MW
(960MW) )
5-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A potência máxima por número de contractos nas províncias pode ser estratificada da seguinte
forma: províncias de Luanda, Bengo e Cuando-Cubango 2,0 kW, província de Zaire 1,5 kW Zaire, e
em outras Províncias 1,0 kW.
5-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Devido ao facto de não haver correlação entre o crescimento do PIB e o crescimento da demanda de
energia eléctrica, e por não existirem dados organizados sobre o histórico da demanda de energia que
inclua a demanda potencial resolveu-se fazer a previsão da demanda de energia em Angola por
metodologia própria (ver o fluxograma abaixo).
Primeiro, será prevista a potência máxima anual com base nas previsões da INE sobre o aumento
populacional, plano de electrificação (meta governamental), previsão da demanda dos sectores
comercial, mineiro/ industrial (estimativas da ENDE) e o histórico de 2016 como mostrada na Tabela
5-3 Previsão da demanda de energia para os sectores comercial, mineiro e industrial. A seguir será
prevista a curva de carga diária de cada mês incluindo a demanda potencial e por regiões, e assim
estimar o factor de carga anual. Por fim, faz-se a previsão da demanda de quantidade de energia
eléctrica a ser gerada a partir da máxima demanda anual de energia eléctrica e o factor de carga anual.
Com base na taxa de electrificação de cada região em 2016 (32,3% para o país) elaborou-se o plano
de electrificação conforme exibido na Figura 5-14 de modo a avançar a electrificação a partir de locais
com alta densidade populacional e assim atingir a meta governamental de 60% em 2025.
5-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
100.0
2016 2020 2025
80.0
60.0
40.0
2016 2020 2025 2030 3035 2040
North 50.8 65.1 75.8 85.5 91.4 93.5
20.0 Central 26.7 35.0 43.9 52.9 62.7 71.6
South 7.3 27.5 37.5 47.0 56.5 66.0
0.0 East 5.4 18.2 26.5 34.7 44.6 56.4
Whole 32.3 49.5 59.5 68.8 76.3 81.6
Norte Central Sul Leste Todo
Foi feita a previsão tendo como pré-requisito a estimativa da ENDE sobre o aumento da demanda
de energia eléctrica (kW) nos sectores comercial, mineiro e industrial até 2025, e a participação de
20% no aumento da demanda em termos de potência máxima em 2040 pelos sectores comercial,
mineiro e industrial.
Tabela 5-3 Previsão da demanda de energia para os sectores comercial, mineiro e industrial
5-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A demanda máxima de energia do sector civil baseada no plano de electrificação em cada Província
foi calcula pela equação de previsão abaixo:
A demanda máxima de energia do sector civil = taxa de electrificação × população/ média da população
por contrato × potência máxima por contrato
Onde,
A potência máxima por contrato: A potência máxima por contractos estratificada e por províncias é
mostrada na Tabela 5-2.
A isso, adiciona-se a previsão de máxima anual da demanda de energia dos sectores comercial e
industrial de (2) e obtém-se a estimativa de máxima anual da demanda de energia por região (por
províncias) até 2040 conforme a Tabela 5-4 e a Figura 5-15.
5-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
No entanto, não existem dados organizados tanto em termos de fornecimento horário e demanda
potencial já que o Sistema Norte não possui dados organizados de demanda potencial a cada hora,
enquanto que em outros sistemas ainda não foi introduzido o sistema SCADA. No entanto, não existem
dados organizados tanto em termos de fornecimento horário nem de demanda potencial já que o
Sistema Norte não possui dados organizados de demanda potencial para cada hora, enquanto que em
outros sistemas além do norte ainda não foi introduzido o sistema SCADA.
As máximas potências mensais dos últimos 3 anos do Sistema Norte mostradas na Figura 5-9 foram
normalizadas pela potência máxima anual e a sua média foi calculada (ver Tabela 5-5). A potência
máxima do ano ocorre em Dezembro, enquanto que a potência máxima de Julho é o menor, ficando em
77% da potência máxima do ano.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2015 87% 95% 91% 91% 88% 78% 74% 79% 82% 96% 98% 100%
2016 95% 96% 100% 94% 95% 83% 81% 77% 82% 89% 92% 99%
2017 94% 97% 100% 100% 94% 84% 84% 84% 84% ― ― ―
Média 92% 96% 97% 96% 93% 85% 77% 80% 84% 93% 96% 100%
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
5-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Com base no pressuposto acima estimou-se as curvas de carga diária de cada mês (3 dias mais altos,
dias de semana e feriados) até 2040. Destas são mostradas as curvas de carga diária da média dos 3 dias
mais altos até 2040 dos meses de Dezembro onde ocorre a potência máxima do ano e de Julho que
apresenta a menor potência máxima entre os meses.
5-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(MW) (MW)
Figura 5-17 O resultado da previsão da curva de carga diária (Sistema Norte: média dos 3 dias
mais altos)
Como os dados horários de fornecimento de energia gerada nos sistemas central, sul e leste não
estão organizados, decidiu-se fazer a estimativa com base nos dados de fornecimento de energia de
sistemas regionais independentes (isolated) do sistema norte em 2016.A Figura 5-18 mostra a curva
de carga diária da média máxima de 3 dias em 2016 de sistemas regionais independentes do norte.
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
As máximas potências mensais (a incluir demandas potenciais) em 2016 dos sistemas norte e sul
foram normalizadas pela potência máxima anual e a obtida a sua média (ver Tabela 5-6). A potência
máxima anual ocorre em Dezembro, enquanto que a potência máxima de Junho é a menor, ficando a
77% da potência máxima do ano.
5-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Centro 82% 84% 82% 80% 75% 73% 81% 90% 84% 94% 100% 96%
2016
Sul 94% 92% 93% 100% 95% 92% 93% 96% 96% 99% 97% 91%
Aplicado 92% 89% 87% 92% 81% 77% 78% 82% 78% 94% 96% 100%
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo com base nos dados da RNT (NLDC))
Como a demanda potencial média em 2016 do sistema central apresenta uma grande escala de
demanda conforme mostrada na Figura 5-8, e é 0,3 vezes a potência máxima mensal, foi estimada
uma curva de carga diária (normalizada pela potência máxima anual) pela correcção da demanda na
faixa de pico (3 horas) com base na proporção da demanda potencial mostrada acima. São mostradas
na Figura 5-19 as curvas de carga diária da média dos 3 dias mais altos de cada mês, dos dias de
semana e dos feriados como resultados da estimativa. A partir deste resultado o factor de carga anual
calculado foi de 56,8%.
Figura 5-19 A curva de carga diária em 2016 (Sistemas Norte + Central + Leste)
Como os sistemas central, sul e leste possuem previsão de promoção da electrificação até 2040, as
suas curvas de carga diária deverão sofrer aumento de forma similar (tipo pico de iluminação de rua)
devido à demanda de consumo geral, embora a proporção entre a demanda comercial/ industrial e a
5-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
citada demanda de consumo não mude. Portanto, é suposto que o factor de carga anual (56,8%) de 2016
dificilmente sofrerá mudanças em qualquer um dos sistemas.
Com base no pressuposto acima estimou-se as curvas de carga diária de cada mês (3 dias mais altos,
dias de semana e feriados) dos sistemas central, sul e leste até 2040. Destas são mostradas na Figura
5-20 as curvas de carga diária da média dos 3 dias mais altos até 2040 nos meses de Dezembro (onde
ocorre a potência máxima do ano) e de Julho (que apresenta a menor potência máxima entre os meses
no sistema norte).
(MW) (MW)
Com base nos resultados de previsão acima, em termos de factor de carga anual do sistema nacional
(total dos sistemas norte, central, sul e leste), o factor de carga de 2016 (67,3%) deverá diminuir para
66,1% na altura de 2040. A principal razão disso é a diminuição da proporção da região norte na
demanda máxima de energia em todo o país que passa de 77,7% em 2016 para 61,0% em 2040, à
medida que a promoção da electrificação nas regiões central, sul e leste for promovida.
Dentre as curvas mensais de carga diária (3 dias mais altos, dias de semana e feriados) em todo o
país, são mostradas na Figura 5-21 as curvas de carga diária da média dos 3 dias mais altos até 2040
dos meses de Dezembro (onde ocorre a potência máxima do ano) e de Julho (que apresenta a menor
potência máxima entre os meses).
5-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(MW) (MW)
A demanda da quantidade de energia a ser gerada pode ser obtida pela equação abaixo:
Quantidade de demanda a ser gerada (kWh) = potência máxima anual (kW) × 8.760 horas × factor de
carga anual
A Tabela 5-7 e a Figura 5-22 abaixo são resultados da previsão da demanda da quantidade de energia
a ser gerada com base na estimativa da potência máxima anual e factor de carga anual de cada sistema.
5-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(Unidade: GWh)
Norte Centro Sul Leste Todo
2016 9,522 1,325 673 208 11,728
2017 11,131 1,708 837 269 13,946
2018 12,743 2,092 1,001 331 16,167
2019 14,359 2,476 1,165 392 18,392
2020 15,977 2,860 1,329 453 20,619
2021 17,214 3,161 1,560 611 22,546
2022 18,452 3,462 1,791 768 24,474
2023 19,693 3,763 2,023 926 26,405
2024 20,937 4,065 2,254 1,083 28,339
2025 22,183 4,366 2,485 1,241 30,275
2026 23,678 4,762 2,743 1,337 32,520
2027 25,175 5,158 3,001 1,434 34,768
2028 26,675 5,555 3,258 1,530 37,019
2029 28,179 5,951 3,516 1,626 39,272
2030 29,685 6,347 3,774 1,723 41,529
2031 31,103 6,836 4,075 1,867 43,881
2032 32,525 7,324 4,376 2,011 46,235
2033 33,949 7,813 4,677 2,154 48,593
2034 35,375 8,301 4,978 2,298 50,953
2035 36,805 8,790 5,279 2,442 53,316
2036 38,066 9,335 5,626 2,616 55,643
2037 39,330 9,881 5,973 2,789 57,974
2038 40,597 10,427 6,321 2,962 60,306
2039 41,865 10,973 6,668 3,136 62,641
2040 43,136 11,518 7,015 3,309 64,979
(Fonte: Elaborado pela Equipa de Estudo da JICA)
Leste
Energia gerada
Sul
Central
Norte
5-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A fim de confirmar a adequação dos resultados de previsão de demanda foi feita a comparação com
os desempenhos de outros países em desenvolvimento. A Figura 5-23 é o gráfico da relação entre o PIB
per capita e a quantidade de consumo de energia (1973 a 2013) acrescido do histórico de consumo e do
resultado da previsão da demanda de Angola. As relações entre o PIB e a quantidade de consumo de
energia dos países apresentam diferenças de inclinação que é reflexo das diferenças de uso de energia
em cada país devido às suas condições climáticas e estruturas industriais próprias no entanto, cada país
apresenta um aumento relativamente linear.
A estimativa da taxa de crescimento populacional entre 2016 a 2040 é de uma diminuição gradual de
3% para 2,5%, enquanto que se presume que a taxa de crescimento do PIB até 2022 de 1,4%, segundo
estimativas do FMI, continuará nesse patamar, portanto, é esperado que o PIB per capita diminua. Por
outro lado, o consumo de energia eléctrica per capita continuará a aumentar quase linearmente, como
em outros países em desenvolvimento, portanto pode-se considerar coerente a previsão de demanda de
energia eléctrica até o ano de 2040.
Consumo per capita de eletricidade
5-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
É mostrada na Tabela 6-1 a quantidade de instalações das centrais de produção de energia (excluindo
centrais de pequeno porte como pequenas hidroeléctricas, etc.) por regiões, e também na Figura 6-1 a
composição das instalações por tipos de fontes de energia.
Todo país
Região Norte
Região Central
Região Sul
Região Leste
6-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Por outro lado, as centrais hidroeléctricas, térmicas e de energias renováveis estão se a deteriorar, e
algumas já estão avariadas ou funcionam abaixo da capacidade instalada. Principalmente as centrais
termoeléctricas apresentam uma queda acentuada na sua capacidade máxima de produção, e conforme
as capacidades máximas mostradas na Tabela 6-2, a situação não permite aproveitar 40% da potência
instalada média considerando todas as centrais térmicas existentes. Portanto, é necessário considerar a
potência disponível de fornecimento para avaliar a capacidade actual de fornecimento.
A Tabela 6-3 indica a capacidade de fornecimento por região e por tipo de produção de energia com
base na capacidade disponível de fornecimento. A Figura 6-2 indica a composição das instalações onde
se constata que a proporção de energia hidroeléctrica é superior a 65% e toda a produção é centrada na
hidroeléctrica acima da proporção da capacidade instalada.
Tabela 6-2 Potência máxima disponível das centrais térmicas (MW)
Termoeléctrica
Região Capacidade Available Capacidade
instalada (1) capacity (2) instalada (1)
Todo país 1,924 1,145 60%
Região Norte 1,306 751 58%
Região Central 367 226 61%
Região Sul 180 130 72%
Região Leste 71 38 53%
Tabela 6-3 A capacidade de fornecimento (MW) por regiões e por tipos de produção de energia
com base na capacidade disponível de fornecimento
Hidroeléctrica Termoeléctrica Renovável
Região Total (não incluindo
pequeno porte) GT Diesel Biomass GT Diesel
Todo país 3,441 2,286 739 406 10 0 0
Região Norte 2,941 2,150 549 202 10 0 0
Região Central 311 85 162 64 0 0 0
Região Sul 157 27 28 102 0 0 0
Região Leste 62 24 0 38 0 0 0
Composição da capacidade de produção disponível
Hidrelétrica Biomassa
Todo país
Região Norte
Região Central
Região Sul
Região Leste
6-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
São mostradas na Tabela 6-5 as informações básicas relacionadas às centrais hidroeléctricas existentes.
A capacidade instalada das centrais hidroeléctricas é de 2.373 MW em Outubro de 2017, destes 2.146
MW são gerados pelas 3 grandes centrais hidroeléctricas (Capanda, Cambambe e Lauca). Destes, a
central de Lauca ainda se encontra em construção embora já esteja a operar a unidade 2, e como será
descrito na sessão seguinte, está prevista a operação de novas unidades em sequência o que irá
aumentar ainda mais a capacidade de fornecimento das 3 grandes centrais.
Todas as 3 centrais estão localizadas no rio Kwanza. Destes a central de Capanda (520 MW) se
localiza no médio Kwanza é uma central que possui uma grande albufeira (capacidade efectiva de
36,51 milhões de m3) e foi o primeiro a ser desenvolvido no país. Posteriormente foi construída a
central de Cambambe (180MW). A barragem da central Cambambe teve a sua altura da albufeira
elevada posteriormente por mais 15 m, além da obra de reabilitação (com aumento da capacidade de
produção para 260 MW) e expansão da própria central (700 MW). As obras de reabilitação e
expansão foram feitas pela empresa Odbrecht Angola e os equipamentos de produção de energia ficou
sob a responsabilidade da empresa Voith.
A central Lauca (2.067 MW) se localiza no meio das duas centrais já descritas, e é uma central de
grande porte que possui uma grande albufeira (capacidade efectiva de 54,82 milhões de m3). Assim, no
momento essas 3 centrais desempenham um papel vital no fornecimento de energia eléctrica.
6-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
São mostradas na Tabela 6-6 as informações básicas relacionadas às centrais hidroeléctricas existentes.
A central do Soyo é a primeira em Angola a produzir energia por ciclo combinado, no momento duas
turbinas a gás (total de 250 MW) que usam no momento diesel como combustível já entraram em
operação, espera-se que o o gás seja fornecido brevemente e a obra está prevista para ser concluída em
2018.
Quanto às outras centrais estão a operar algo em torno de 10 unidades de turbinas a gás de 20 a 40 MW
cada uma, sendo que a grande maioria são gerações a diesel de pequeno porte, e muitas instalações não
estão ligadas ao sistema tronco.
Muitos destes GT e geradores a diesel estão instalados nas subestações de sistemas regionais ou nas
suas proximidades, e são operados para mitigar a redução da tensão eléctrica. O ideal seria que
operassem realmente para estabilizar o sistema em horários de pico de demanda, mas na realidade são
operados para salvaguardar a escassez de capacidade de fornecimento o que resulta num longo tempo
de operação dos geradores. Este facto é considerado a causa do permanente alto custo de produção de
energia em Angola, e representa um dos constrangimentos a serem resolvidos pelo sector de energia do
país.
O combustível usado é basicamente o diesel sendo que uma pequena parte da turbina a gás usa
jetfuel (Jet B). Apesar de não haver produção de energia a gás no momento, de acordo com a
PRODEL, existe o plano futuro de substituir o combustível actual para o gás assim que o
fornecimento de gás se tornar viável de modo a economizar o custo de combustível. Estão em
andamento discussões com a Sonangol embora não exista nenhuma acção concreta no momento.
6-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Mabubas on grid IPP Norte Bengo Dande 13°42'0.57"E 8°32'6.77"S 25.6 4x 6.4 24.0 2012 -
Biópio on grid PRODEL Central Benguela Lobito 13°43'36.24"E 12°28'4.58"S 14.58 4x 3.645 12.0 1955 -
Lomaúm on grid IPP Central Benguela Cubal 14°23'8.39"E 12°43'31.27"S 50.0 2x10, 2x15 50.0 2015 -
Gove on grid PRODEL Central Huambo Caála 15°52'12.72"E 13°27'7.41"S 60.0 3x 20 35.0 2012 -
Matala on grid PRODEL Sul Huíla Matala 15° 2'30.93"E 14°44'39.96"S 40.8 3x 13.6 27.2 1959 -
Chicapa off grid IPP Leste Lunda Sul Saurimo 20°21'14.94"E 9°29'8.64"S 16.0 4x 4 14.0 - -
Chiumbe Dala off grid PRODEL Leste Lunda Sul 20°12'14.75"E 11° 1'19.39"S 12.0 2x4, 2x2 10.0 2017 -
6-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
CT Cazenga #1 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 24,4 1x 24.4 0,0 1979 GT Diesel N/D
CT Cazenga #2 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 32,0 1x 32.8 32,0 1985 GT Gasóleo
N/D
CT Cazenga #3 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 40,0 1x40 40,0 1993 GT Gasóleo N/D
CT Cazenga #4 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 13°18'23.38"E 8°48'53.54"S 22,4 1x 22.45 0,0 - GT Jet B
CT Cazenga #5 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 22,4 1x 22.45 0,0 - GT Jet B
CT Cazenga #6 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 22,0 1x 22 18,00 2010 GT Jet B
CT Cazenga #7 on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 22,0 1x 22 18,00 2010 GT Jet B
2012-201
CT CFL on grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 13°16'36.78"E 8°49'41.66"S 125,0 5x 25 75,0
3
Diesel Diesel #1,#3 N/D
CD Viana Km9 on grid PRODEL Norte Luanda Viana 13°18'59.68"E 8°51'59.71"S 40,0 24x 1.66 25,0 2013 Gasóleo Diesel
CT Boa Vista I on grid PRODEL Norte Luanda Luanda 45,0 1x 45 0,0 2011 GT Gasóleo N/D
N/D
CT Boa Vista II on grid PRODEL Norte Luanda Luanda 13°13'19.10"E 8°49'20.40"S 45,0 1x 45 0,0 2011 GT Gasóleo
CT Boa Vista III on grid PRODEL Norte Luanda Luanda 41,2 1x 41.2 24,0 2011 GT Gasóleo
CT Refinaria on grid IPP Norte Luanda Cazenga 13°18'28.20"E 8°46'56.37"S 25,5 - 0,0 - GT Gasóleo
CT CIF Thermal on grid IPP Norte Luanda Viana 13°34'0.35"E 9° 6'29.84"S 50,0 - 0,0 - GT Gasóleo
CD Capopa 1 on grid PRODEL Norte Malanje Malanje - - 4,5 - 0,0 2013 Gasóleo Diesel
6-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
CD Capopa 2 on grid PRODEL Norte Malanje Malanje - - 19,6 5x3.9 15,7 2015 Gasóleo Diesel
CT Camama on grid PRODEL Norte Luanda Belas - - 50,0 2x25 50,0 2017 GT Gasóleo
CT Biópio on grid PRODEL Central Benguela Lobito 13°43'21.66"E 12°27'48.10"S 22,0 1x22.0 0,0 1977 GT Gasóleo
2010-201
CT Quileva on grid PRODEL Central Benguela Lobito 13°35'23.96"E 12°22'54.95"S 182,3 6x15,3x30.78 112,3
7
GT Gasóleo #2-5 N/D
CD Quileva
(Aggreko)
on grid IPP Central Benguela Lobito 13°35'20.90"E 12°22'58.58"S 30,0 39x0.79 26,4 - Diesel Diesel
CD Lobito on grid PRODEL Central Benguela Lobito 13°32'29.78"E 12°22'1.80"S 20,0 4x5.0 0,0 1986 Gasóleo Diesel N/D
CD Cavaco on grid PRODEL Central Benguela Benguela 13°25'57.06"E 12°35'11.60"S 20,0 5x4.1 8,0 2013 Gasóleo Diesel #1,2,4,5 N/D
CD Benfica on grid PRODEL Central Huambo Huambo 15°44'45.10"E 12°45'13.75"S 15,0 4x 3.75 11,3 2013 Gasóleo Diesel #3 N/D
CD Lubango on grid PRODEL Sul Huíla Lubango 13°30'52.08"E 14°55'53.49"S 40,0 11x2.61 29,1 2013 Gasóleo Diesel
CD Arimba on grid PRODEL Sul Huíla Lubango 13°34'48.45"E 14°57'7.87"S 40,0 28x1,43 31,4 2012 Gasóleo Diesel
CD Morro Bento off grid IPP Norte Luanda Belas 13°11'21.47"E 8°53'29.65"S 40,0 40x1,05 0,0 2017 Gasóleo Diesel N/D
CT Morro Bento 2 off grid PRODEL Norte Luanda Belas 13°11'21.47"E 8°53'29.65"S 50,0 2x 25 25,0 2017 GT Gasóleo #1 parado
CT Rocha Pinto off grid IPP Norte Luanda Belas - - 40,0 2x 20 - - GT Gasóleo N/D
CD Quartéis off grid PRODEL Norte Luanda Cazenga 13°14'26.92"E 8°50'24.79"S 32,0 8x 3.75 16 2013-17 Diesel Diesel
CD Cassaque off grid PRODEL Norte Luanda Viana 13°21'56.56"E 9° 6'58.12"S 20,0 18x 1.22 9,2 2013 Gasóleo Diesel
CD Morro da Luz off grid IPP Norte Luanda Belas 13°11'50.09"E 8°52'13.68"S 20,0 29x1,38 0,0 - Diesel Diesel
CT Viana off grid PRODEL Norte Luanda Viana 13°18'59.68"E 8°51'59.71"S 22,0 1x22 22,0 2010 GT Gasóleo
6-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
CD Kianganga off grid PRODEL Norte Zaire Zaire - - 19,7 - 11,13 2006-15 Diesel Diesel
CD Tomboco off grid PRODEL Norte Zaire Zaire - - 1,0 1,016 - Diesel Diesel
CD Kaluapanda off grid PRODEL Central Bié Kuito - - 10,0 4x2,5 5,0 2011 Gasóleo Diesel #1,2 N/D
CD Caála off grid PRODEL Central Huambo Caála - - 2,0 - 0,0 2004-09 Diesel Diesel
CD Bailundo off grid PRODEL Central Huambo Bailundo - - 2,7 - 2,26 2013 Gasóleo Diesel
CD Camacupa off grid PRODEL Central Bié Camacupa - - 3,2 - 1,2 2001 Gasóleo Diesel
CD Chinguar off grid PRODEL Central Bié Chinguar - - 2,1 - 1,39 2008 Gasóleo Diesel
CD Xitoto I off grid IPP Sul Namibe Namibe 12°10'14.86"E 15° 8'44.90"S 11,2 2x5,6 0,0 - Diesel Diesel N/D
CD Xitoto II off grid IPP Sul Namibe Namibe 12°10'14.85"E 15° 8'42.01"S 10,2 6x 1.66 6,8 2013 Gasóleo Diesel
CT Xitoto III off grid PRODEL Sul Namibe Namibe 12°10'14.85"E 15° 8'42.01"S 28,0 1x28 28,0 GT Gasóleo
CD Airport off grid IPP Sul Namibe Namibe 12° 7'26.88"E 15°14'20.56"S 11,7 3x3,89 7,8 2013 Gasóleo Diesel #2 N/D
CD Ondjiva off grid IPP Sul Cunene Ondjiva - - 10,2 3x 3,33 6,8 2013 Gasóleo Diesel
CD Menongue off grid IPP Sul K. Kubango Menongue 17°41'52.31"E 14°39'24.65"S 11,9 7x1,71 8,5 2013 Gasóleo Diesel
CD Tômbwa off grid IPP Sul Namibe Tômbwa 11°51'0.70"E 15°48'17.30"S 9,6 5x1,4, 2x 1,2 4,32 2014-15 Diesel Diesel
CD Cuito
off grid IPP Sul Kuando Kubango 19° 8'44.30"E 15° 8'29.50"S 7,5 5x 1,7 7,5 2015 Gasóleo Diesel
Cuanavale
CD Saurimo off grid PRODEL Leste Lunda Sul Sumbe 20°24'5.16"E 9°38'32.58"S 14,1 5x 2,5 4,1 2011-14 Diesel Diesel
Lunda
CD Dundo Nova off grid PRODEL Leste Dundo 20°48'20.98"E 7°22'55.82"S 30,0 8x 3.75 22,5 2013-14 Diesel Diesel
Norte
6-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
CD Luau off grid PRODEL Leste - - - - 5,4 - 3,6 2015 Gasóleo Diesel
CD Chibodo off grid IPP Cabinda Cabinda - - - 30,6 18x1,67 15,3 2014 Gasóleo Diesel
CT Malembo I / II /
off grid PRODEL Cabinda Cabinda - - - 95,0 2x35,1x25 70 2012-15 GT Gasóleo
III
CD Santa Catarina off grid IPP Cabinda Cabinda - - - 10,2 6x 1.7 6,8 2014 Gasóleo Diesel
CD Belize off grid IPP Cabinda Cabinda - - - 2,2 2x 1,1 1,1 2014 Gasóleo Diesel
CD Buco Zau off grid IPP Cabinda Cabinda - - - 2,2 2x 1,1 2,2 2014 Gasóleo Diesel
6-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Como foi descrito no parágrafo anterior (3), as grandes centrais hidroeléctricas foram
desenvolvidas ao longo do rio Kwanza, sendo que antes da central Lauca entrar em operação existiam
as centrais Capanda e Cambambe (potência instalada total: 1.480 MW) que eram as principais
centrais do Sistema Norte.
A central Capanda situa-se no trecho médio do rio Kwanza, e se localiza a montante de todo o
restante do grupo de centrais existentes. O volume de influxo de água à albufeira da central Capanda é
mostrada na Figura 6-3 pelo que é possível perceber que existe uma grande diferença no volume de
influxo entre o período de seca e de cheias, e mesmo para o volume do período de cheias existe uma
grande variação entre cada ano.
A capacidade disponível de produção de uma central hidroeléctrica depende muito do caudal do rio,
assim na operação de centrais hidroeléctricas com albufeiras é necessário represar de forma planeada
o volume de influxo de modo a garantir a capacidade de produção no período de seca. Especialmente
em Angola que possui rios com grande disparidade de caudal entre os períodos seco e de cheias, é
necessário fazer o planeamento a longo prazo levando-se em conta o efeito da operação da albufeira
que se faz reflectindo a estimativa da capacidade de produção disponível para cada mês.
6-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Descarga mensal
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
No momento, estão em construção duas centrais hidroeléctricas de grande porte que são a central
Lauca (2.067 MW) e Caculo Cabaça (2.170 MW). Ambas as centrais possuem uma grande albufeira e
se localizam no rio Kwanza, numa posição intermediária entre a central Capanda e a Cambembe.
6-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Para além das duas localidades citadas também estão em andamento obras de reabilitação de
centrais existentes, todas elas de pequeno porte.
<Central Lauca>
A central Lauca é de uma central tipo barragem e se localiza a jusante da central Capanda, ela é
composta de 6 turbinas geradoras tipo Francis (333,3 MW x 6) e um gerador por descarga de
manutenção. O projecto foi financiado por Brasil e as obras foram feitas por ODEBRECHT,
enquanto que o moinho-de-água foi fornecido pela empresa ANDRIZ HYDRO. A unidade 1 entrou
em operação em Julho de 2017, e a unidade 2 em Outubro do mesmo ano, e as unidades subsequentes
também estão planeadas para entrarem em operação a cada 2 meses.
A central Caculo Cabaça foi planeada a jusante da central Laca, e também é do tipo barragem
sendo composta de 4 turbinas geradoras tipo Francis (530 MW x 4) e um gerador por descarga de
manutenção. O financiamento do projecto foi feito por Industrial and Commercial Bank of China
(ICBC) e as obras ficaram a cargo da JV formado por CGGC (China Gezhouba Group Co. Ltd),
BOREAL INVESTMENTS LIMITED, CGGC e NIARA -HOLDING LDA. No momento, se
encontra em fase inicial dos trabalhos de preparação da obra de construção e desde Agosto de 2017
está a ser feita a obra de desvio do rio. O período de construção da estrutura principal da barragem
está previsto para durar 80 meses.
Está a avançar a construção da central Soyo 1 que será a primeira central de ciclo combinado em
Angola. Comparada com as centrais térmicas existentes a central Soyo1 é uma central de produção de
energia de grande porte e de alta eficiência.
A central térmica Soyo1 está em construção na Província de Zaire (Figura 6-5) a noroeste de Angola
(uma parte da turbina a gás já está a operar de forma experimental usando o diesel como combustível)
sendo uma central de ciclo combinado gás-diesel com potência total de 750 MW. A central é composta
por dois conjuntos de centrais de ciclo combinado em série, sendo que cada conjunto possui 2 turbinas
geradoras e duas caldeiras de recuperação (HRSG) e uma turbina geradora a vapor (2 on 1), com
potência de 375 MW.
Além disso, já foi construído o gasoduto que liga a base de LNG Angola e a central, e a previsão é
que o fornecimento de gás à central comece em Novembro.
6-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Angola
Figura 6-5 A localização da central térmica Figura 6-6 Maquete final da central térmica
Soyo1 Soyo1
As especificações das principais instalações da central térmica Soyo 1 são mostradas abaixo:
(b) Desempenho
Itens Garantia
Eficiência da central (LHV,%) 49.6 % at 15℃, 60%RH, 1,013mbar
Potência de produção (MW) 750 MW
Alimentação interna (kW) 21.100 kw at 15℃, 60%RH, 1,013mbar
NOx (ppm) 41 ppm at 15% of O2
1. Observações:
i) A turbina a gás da Soyo1 (fabricado por GE) é capaz de operar tanto a gás como a
gasóleo, e inicialmente operou a gasóleo e posteriormente com a conclusão do gasoduto
começou a operar a gás. Em Janeiro de 2018, 3 das 4 turbinas a gás já concluíram a
6-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
6-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(c) Fotos:
6-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
varia desde a fase de plano teórico (blueprint) até a fase de estudo de viabilidade, mas ainda restam
locais candidatos a projectos com capacidade somada de no máximo 1.000 MW de produção.
Local Custo do
Capacidad
Tipo
Proprietár projecto
Nome da central e instalada Observações
io Área Província (Milhões
(MW)
de . USD)
Lauca PRODEL Norte Malanje 2,067 4,300
Caculo Cabaça PRODEL Norte Kwanza Norte 2,172 4,500
Zenzo PRODEL Norte Kwanza Norte 950 N/A
Tumulo do Caçador PRODEL Norte Kwanza Norte 453 1,041
Cafula PRODEL Norte Kwanza Sul 403 1,121
Genga PRODEL Norte Kwanza Sul N/A
Benga PRODEL Norte Kwanza Sul 987 N/A
Sanga Norte Kwanza Sul N/A
Quilengue PRODEL Norte Kwanza Sul 217 N/A
Cachoeira Norte Kwanza Sul N/A
Carianga Norte Kwanza Norte 381 1,295
Bembeze Norte Kwanza Norte 260 768
Quissonde Norte Kwanza Sul 121 838
Cuteca Norte Kwanza Sul 203 734
Lomaúm (extension) IPP Central Benguela 160 385
Cacombo IPP Central Benguela 29 319
Hidroeléctrica
6-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A produção de energia de biomassa é feita no momento unicamente pela central Biocom (50MW).
No Angola Energia 2025 está previsto o desenvolvimento de 500 MW até 2025, por outro lado, em
termos de locais candidatos concretos para projectos vindouros estão planeados somente 100 MW a
incluir a produção de energia a partir de resíduos sólidos.
Em termos de produção de energia solar e eólica, apesar de ainda não ter sido feito nenhum trabalho
real já estão a ser seleccionados de forma específica locais candidatos ao desenvolvimento com base
na identificação dos potenciais de cada tipo de central. As listas dos locais candidatos a
desenvolvimento promissor foram obtidas junto ao MINEA e estão exibidas na Tabela 6-8 e Tabela
6-9. O Angola Energia 2025 estipula o desenvolvimento de 100 MW para cada fonte de energia até
2025, e existem planos para outros locais candidatos além dos compilados na tabela, o que leva a
considerar que existe um potencial de desenvolvimento que deve superar o planeado no Angola
Energia 2025.
Capacidade
Nº Nome do Projecto Observações
(MW)
1 BENIAMIN 52 Benguela
2 CACULA 88 Huila
3 CHIBIA 78 Huila
4 CALENGA 84 Huambo
5 GASTAO 30 Kwanza Norte
6 KIWABA NZOJI I 62 Malanje
7 KIWABA NZOJI II 42 Malanje
8 MUSSEDE I 36 Kwanza Sul
9 MUSSEDE II 44 Kwanza Sul
10 NHAREA 36 Bie
11 TOMBWA 100 Namibe
Total 652
6-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Capacidade
Nº Nome do Projecto Observações
(MW)
1 BENGUELA 10 Benguela
2 CAMBONGUE 10 Namibe
3 CARACULO 10 Namibe
4 CATUMBELA 10 Benguela
5 LOBITO/CATUMBELA 10 Benguela
6 LUBANGO 10 Huila
7 MATALA 10 Huila
8 QUIPUNGO 10 Huila
9 TECHAMUTETE 10 Huila
10 NAMACUNDE 10 Cunene
Total 100
6.3.1 Configuração das diversas condicionantes relativas à avaliação económica, etc. calculadas
por PDPAT
Os custos de construção de novas centrais diferem de acordo com o local a ser construído. Além
disso, na elaboração do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia de Longo Prazo é necessário
considerar os planos de centrais que ainda não estão materializados. Portanto, foram configurados
custos unitários padrões de construção de uma central por tipos de fontes de energia, que serão usados
como valores de custo de construção das centrais.
Na produção de energia eólica e solar será considerado que toda a energia produzida foi vendida
pelo mesmo valor (equivalente à compra pelos IPPs e outros), e não será configurado nenhum custo
unitário de construção.
6-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Custo unitário
Tipo de capital Nota
($/kW)
Grande escala 2.700 Média de Angola
Hidroeléctrica Média/ Pequena
5.400 Idem acima
escala
Ciclo Combinado 1.200 Custo de construção do Soyo TPP
Termoeléctrica Turbina de gás 650 Preço internacional
Gasóleo 900 Preço internacional
Eólico - Considerado no custo de produção
Renováveis
Solar - Considerado no custo de produção
(3) As Características das Centrais Térmicas
As centrais térmicas candidatas consideradas na elaboração do Plano de Longo Prazo são os 4 tipos
mostrados na Tabela 6-11, onde se estimaram os valores mostrados para eficiência da produção de
energia.
Tabela 6-11 Os Combustíveis usados nas centrais térmicas e as suas eficiência de produção
6-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A evolução na taxa de paradas por acidentes das centrais nos últimos anos (relação entre o
tempo de parada anual causado pela central, excluindo a inspecção periódica) é mostrada na Figura
6-7. Tanto as centrais térmicas como as hidroeléctricas apresentam uma tendência de redução na taxa
de acidentes nos últimos anos, sendo que em 2017 as térmicas apresentaram uma redução de 8%
enquanto que as hidroeléctricas cerca de 2%. É esperado que o actual patamar se mantenha e esses
valores serão usados na elaboração do Plano de Desenvolvimento.
→ 8%
→ 2%
(6) A quantidade de calor dos combustíveis a serem utilizados nas centrais térmicas e a unidade de
emissão de gases de efeito estufa
Para a quantidade de calor dos combustíveis a serem utilizados nas centrais térmicas e a unidade de
emissão de gases de efeito estufa serão usados valores gerais conforme a Tabela 6-13.
Tabela 6-13 A quantidade de calor dos combustíveis e a unidade de emissão de gases de efeito estufa
6-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
6.3.2 Selecção dos tipos de fonte de energia a serem incorporados no Plano de Desenvolvimento
de Fontes de Energia
6-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
tipos de fonte de energia candidatos. As Figuras 6-8 a 6-11 mostram as características representativas
de preço das centrais eléctricas em 2018 e em 2040 calculados com base nas condições apresentadas no
parágrafo 6.3.1.
A análise descrita abaixo com base nos resultados do estudo feito apontou que a produção de energia
a ser considerada daqui para frente no Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia será centrada
em 3 três tipos: turbina a gás (LPG), ciclo combinado (gás natural) e hidroeléctrica de grande porte.
Como o preço do gás natural está relativamente baixo, a central térmica a gás leva vantagem em
termos de preço, no entanto o fornecimento actual de gás natural é limitado a Soyo, distante da área de
demanda, além do que leva-se tempo para se desenvolver novos gasodutos e novos jazigos de gás
natural. Portanto, ao estimar a instalação de centrais térmicas em outros locais além de Soyo, torna-se
uma opção realista o uso de combustíveis de fácil transporte (como óleo leve, LPG, etc.).
Entre as fontes candidatas que podem usar esses combustíveis para fornecimento da demanda de
pico temos as turbinas a diesel e a gás, onde a turbina a gás (GT) é mais barata. Já a diferença entre o
óleo leve ou LPG como combustível é muito pequena (ver Figura 6-10). Portanto, faz-se a selecção da
turbina a gás para fornecimento à demanda de pico e como combustível o LPG que apresenta facilidade
de manuseio e manutenção.
O candidato usual para fornecimento à demanda de pico tem sido a central hidroeléctrica por
bombeamento. No entanto, no estado actual não há disponibilidade de energia de baixo custo ou
excedente que podem ser destinados ao bombeamento de água para a albufeira, o que impede de se
obter o esperado efeito pela introdução deste tipo de hidroeléctrica. Portanto, é recomendado realizar
avaliações e estudos futuros conforme as mudanças ocorridas na composição energética, como por
exemplo queda significativa nos preços de energia solar/ eólica ou por implementação de políticas de
desenvolvimento destas energias como contramedidas ao aquecimento global.
A fonte mais vantajosa é a central térmica de ciclo combinado que usa gás natural como combustível.
No entanto, uma vez que o fornecimento de gás natural é limitado conforme descrito no parágrafo
anterior, deve-se considerar também o uso de combustíveis como LPG e LNG para que a central
térmica de ciclo combinado seja candidata ao fornecimento à demanda média.
O uso de LNG como combustível requer a construção de instalações como novas bases de LNG. Na
figura é apresentada também o caso com adição do preço geral de uma base de LNG, que é maior que o
do gás natural (ver Figura 6-11). Como o custo de um projecto pode variar bastante, dependendo dos
encargos, etc., entre outros usuários além da produção de electricidade, é necessário realizar uma
análise detalhada com base num estudo de plano objectivo.
6-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
As grandes centrais hidroeléctricas devem fazer o fornecimento à demanda de base já que podem
apresentar um custo baixo quando a sua taxa de operação é alta conforme mostrado nas Figura 6-8 e
Figura 6-9. O custo do projecto de uma central hidroeléctrica e o seu volume gerado apresentam
grandes diferenças de acordo com as das condições de localização. A linha azul claro mostrada na
figura corresponde ao valor médio dos pontos de localização das grandes hidroeléctricas planeadas em
Angola.
Também estão apresentados os valores médios de centrais hidroeléctricas de médio e pequeno portes,
donde se pode perceber que os seus custos são relativamente altos se comparados com outras fontes de
energia. Portanto, o desenvolvimento de pequenas e médias hidroeléctricas será excluído do estudo do
presente Plano Director já que estes deverão ser avaliados individualmente pelo facto de serem
recomendadas em situações específicas onde apresentam vantagens económicas em termos de
características de cada local de instalação ou quando devem ser construídos devido às dificuldades em
se desenvolver outros tipos de fontes de energia ou linhas de transporte por se tratar de localidades
remotas entre outros motivos.
Figura 6-8 As características das fontes de Figura 6-9 As características das fontes de
energia representativas (2018) energia representativas (2040)
6-23
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 6-10 As características das fontes de Figura 6-11 As características das fontes de
energia para demanda de pico (2040) energia para demanda média (2040)
No estudo de optimização por PDPAT é necessário entrar com a quantidade de produção mensal
disponível nas centrais hidroeléctricas. Conforme descrito no parágrafo 6.1.2 os rios de Angola
mostram uma grande variação de caudal entre as épocas de seca e de cheias, e por isso se deve estimar
a quantidade de produção mensal disponível levando-se em conta a operação anual da albufeira em
cada central. Com base nessa quantidade faz-se o estudo necessário de equilíbrio da demanda e
fornecimento. No entanto, em Angola é difícil obter o volume de entrada de água e a quantidade
mensal de produção de energia nas mesmas condições para todas as centrais hidroeléctricas devido às
limitações abaixo descritas:
- Em muitas centrais existentes não existem dados organizados de caudal e histórico/ plano de
produção de energia;
- No plano dos locais candidato ao desenvolvimento, existem locais ainda em fase inicial de
planeamento, e como estes planos ainda não estão detalhados, resolveu-se usar o volume mensal
esperado obtido por cálculos de simulações simples da operação das centrais e suas albufeiras a partir
de especificações básicas e registos representativos de caudal tanto de centrais existentes como dos
locais candidatos a futuro desenvolvimento.
6-24
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Como ponto de chegada do Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia é feito o estudo, através
de PDPAT, da composição mais económica das fontes de energia no ano de 2040, o ano limite. O estudo
toma como ponto de partida as actuais centrais eléctricas, e levando-se em conta também a eliminação
progressiva das centrais que atingem o limite da sua vida útil, desenvolve as fontes de energia
necessárias capazes de atender a demanda prevista. Conforme já seleccionadas no parágrafo anterior as
fontes de energia a serem desenvolvidas para o futuro serão: turbina a gás (LPG), ciclo combinado (gás
natural) e hidroeléctrica de grande porte.
Como mencionado no parágrafo 6.3.2, Angola tem potencial para a produção de energia
hidroeléctrica em larga escala, e estão a avançar estudos de planos de desenvolvimento de centrais
hidroeléctricas de grande porte. Recomenda-se desenvolver as novas centrais hidroeléctricas de forma
planeada e segura já que o seu custo unitário de produção é barato.
O presente Plano Director estabeleceu planos com máximo/ mínimo de desenvolvimento segundo as
possibilidades realistas baseadas nas seguintes premissas:
6-25
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Ano 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040
Demanda de pico anual (MW) 2,371 2,753 3,135 3,516 3,852 4,188 4,523 4,859 5,195 5,582 5,970 6,357 6,744 7,132 7,542 7,951 8,361 8,770 9,180 9,589 9,998 10,407 10,817 11,226
Rio Nome da central Capacidade
Lauca 2,070 2,070
Caculo Cabaça 2,172 2,172
Kwanza Zenzo 1 950 950
Túmulo Caçador 453 453
Quissonde 121 3 anos 3 anos 3 anos 3 anos
Cafula 100
Genga 900 900
Bengo 1,000
Quive Sanga 85
Quilengues 210 210 3 anos 3 anos
Cachoeiras 135
Caiovole 60
Lomaum (extensão) 65 65
Lomaum 2 150
Catumbela 3 anos
Calengue 190
Cacombo 29
Jamb Ya Oma 79
Cunene Jamb Ya Mina 205
Baynes (50% Angola) 300 300
(Leste) Luachimo (extensão) 34 34
Total 0 2,135 0 34 0 0 0 2,172 0 300 0 210 0 0 0 950 0 0 900 0 0 453 0 0
Legenda Início da Aprovação AIA Construção do projecto aprovado Plano de Desenvolvimento
Assim será obtida, através de PDPAT e RETICS, a taxa de reserva equivalente a 24 horas de LOLE,
que é o valor meta. Considerando o desenvolvimento de hidroeléctricas conforme a Figura 6-12, e que
o défice de capacidade de fornecimento no equilíbrio oferta-demanda até 2040 será complementado
com centrais termoeléctricas (CCGT e GT), foi calculada a relação entre LOLE e a taxa de reserva de
fornecimento. A proporção de composição entre CCGT e GT foi ajustada na proporção óptima a ser
descrita no próximo parágrafo.
Os resultados do cálculo são mostrados nas Figura 6-13 e Figura 6-14. Quanto menor a meta fixada
para LOLE, maior será a taxa de reserva de fornecimento necessária, mas essa relação varia conforme
a composição de fontes de energia, do formato da demanda, etc. A Figura 6-14 mostra a taxa de reserva
de fornecimento necessária para cada ano até 2040. A taxa diminuirá gradualmente, até chegar a cerca
de 11% a partir de 2030, portanto, considerou-se esse valor como meta. A principal razão pelo qual a
taxa de reserva decresce ano a ano é que, à medida que a proporção de produção por energia térmica
aumenta com o decorrer dos anos, o impacto da produção hidroeléctrica que varia grandemente
conforme flutuação no caudal dos rios é também gradualmente atenuado.
6-26
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 6-13 Relação entre LOLE e a taxa de Figura 6-14 A taxa de reserva necessária para
reserva garantir LOLE de 24 horas
6.4.3 Selecção da proporção de composição de mínimo de custo das fontes de energia segundo
PDPAT
Conforme descrito no Capítulo 5 é estimado que a demanda de pico em 2040 atingirá 11,2 GW, o
que equivale a 4,7 vezes a demanda de pico em 2017. Além disso, será necessária uma capacidade de
fornecimento para atender a renovação das centrais existentes, de modo que será necessário fortalecer a
capacidade de fornecimento em grande escala na ordem de mais de 13 GW. Neste parágrafo, vamos
seleccionar o rácio mais económico de composição em 2040 para hidroeléctricas de grande porte,
térmicas de ciclo combinado (CCGT) e turbina a gás (GT).
É mostrada na Figura 6-10 o resultado do cálculo tentativo do custo anual feito por PDPAT quando se
varia a proporção de composição do GT. O custo anual se torna menor quando a proporção de
composição do GT é 12%, e quando a proporção é maior o custo aumenta bruscamente. Isto se deve ao
6-27
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
facto de que o aumento do volume de energia produzido por GT, que apresenta baixa eficiência, acaba
por implicar no aumento do custo de combustível. Portanto considera-se razoável que se planeie a
proporção de composição do GT em 12% e com cuidados em não superar essa proporção. Já a
capacidade de fornecimento equivalente à capacidade de margem de reserva de fornecimento deve ser
arcada por GT que apresenta menor custo fixo e por isso é vantajoso economicamente, e ao levar em
conta essa proporção, o volume implementado de GT equivalerá a 23% da demanda.
Figura 6-15 A relação entre a proporção de composição das centrais de Turbina a Gás (GT) e o
custo anual (em 2040)
2 O pico de demanda no ano de 2040 ocorre em Dezembro, no entanto a a energia eléctrica disponível
gerada pelas centrais hidroeléctricas também diminui devido ao período de seca, o que faz com que o
mês de Novembro seja o mais rigoroso em termos de equilíbrio oferta-demanda. É mostrada na Figura
6-16 a proporção de composição da capacidade de fornecimento das fontes de energia quando se define
em 12% a proporção de GT para a secção de Novembro de 2040. Essa proporção de composição é um
valor meta para se atingir futuramente, e o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia deve ser
elaborado para cada ano até 2040 de forma concreta de modo a atingir ao final essa proporção de
composição de fontes de energia.
6-28
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 6-16 A proporção de composição de mínimo custo em 2040 (com base na capacidade de
fornecimento de Novembro)
O Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta) para cada ano até 2040 deve ser
elaborado com base nas seguintes condições: Os resultados do estudo são mostrados na Figura 6-17.
Os novos centrais que devem ser construídos são do tipo: hidroeléctricas de grande porte, ciclo
combinado (CCGT) e turbina a gás (GT).
Garantir uma taxa de reserva de 11% no mês de Novembro, onde o equilíbrio oferta-demanda é
rigoroso e a taxa de reserva do fornecimento se torna o menor. No entanto, como não haverá
tempo hábil para que um novo desenvolvimento fique pronto até o ano de 2018, para esse ano
será tolerada o défice na taxa de reserva.
As centrais eléctricas que ultrapassarem a sua vida útil devem ser eliminadas e o cálculo da
capacidade de fornecimento deve levar isso em consideração.
As capacidades de fornecimento das centrais hidroeléctricas em cada mês a serem usadas na
avaliação do equilíbrio oferta-demanda serão aquelas obtidas no cálculo feito por PDPAT.
A capacidade desenvolvida para produção de energia hidroeléctrica deve adoptar o padrão
exibido na Figura 6-7, e em caso de défice na capacidade de fornecimento, deve-se desenvolver
centrais térmicas (GT, CCGT) com capacidade equivalente a esse défice.
A proporção de composição para GT deve permanecer numa faixa que não ultrapasse 12% da demanda,
e a escolha da época de desenvolvimento deve ser feita para que essa proporção esteja próxima de 12%,
enquanto que eventuais défices devem ser arcados por desenvolvimento de CCGT.
Como resultado do estudo, será necessário desenvolver as seguintes centrais até 2040:
6-29
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
CCGT
No. 1
Soyo-2
(500)
GT No.2 (125)
Lomaun (65)
Plano de desenvolvimento
(capacidade instalada, MW)
(250)
Caculo (250)
Cabaça GT No.9
Lauca GT No. 15
(2,070) (2,172) GT No.8
GT No14
CCGT
No. 5-2
Zenzo (375)
(125) (125) Genga
(950) (500)
(375) GT No.1 GT No.4 (900)
(125) GT No13 (375)
(250) CCGT CCGT (375) Túmulo
CCGT GT No.5 CCGT (250) CCGT GT No.12 CCGT CCGT GT No.18 CCGT
CCGT No.2 No.2 Baynes Caçador
(125) No.3-1 Cachoeiras No.3-2 GT No.7 No.4-1 GT No.11 No.4-2 No. 5-1 GT No.11 No.6-1
No.1 Soyo Soyo (300) (453)
(34) (375) (210) (375) (375) (375) (375) (375)
Soyo-1 Luachimo 2-1 2-2 GT No.3 GT No.6 GT No10 GT No16
Ano 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040
Demanda de pico anual (MW) 2,371 2,753 3,135 3,516 3,852 4,188 4,523 4,859 5,195 5,582 5,970 6,357 6,744 7,132 7,542 7,951 8,361 8,770 9,180 9,589 9,998 10,407 10,817 11,226
Demanda de pico (Nov. MW) 2,273 2,638 3,005 3,370 3,692 4,014 4,336 4,658 4,981 5,352 5,723 6,094 6,466 6,838 7,231 7,623 8,017 8,409 8,803 9,196 9,588 9,980 10,373 10,766
Fornecimento (Nov. MW) 2,376 2,974 3,685 3,789 4,252 4,731 4,819 5,676 5,890 5,989 6,589 6,866 7,341 7,621 8,075 8,678 8,896 9,347 9,874 10,358 10,716 11,426 11,534 12,017
Margem de reserva (%) 4.6% 12.7% 22.6% 12.4% 15.2% 17.9% 11.1% 21.8% 18.2% 11.9% 15.1% 12.7% 13.5% 11.5% 11.7% 13.8% 11.0% 11.2% 12.2% 12.6% 11.8% 14.5% 11.2% 11.6%
Hidro 54% 50.0% 67.6% 63.3% 60.2% 57.5% 55.3% 67.2% 64.6% 62.0% 59.7% 58.6% 56.8% 55.1% 53.6% 57.0% 55.5% 54.2% 55.4% 54.2% 53.1% 54.4% 53.4% 52.4%
Participação na CCGT 11% 28.4% 25.0% 22.3% 30.5% 37.4% 34.6% 32.2% 30.1% 28.0% 32.8% 30.8% 34.8% 32.9% 36.3% 34.4% 32.7% 35.7% 34.1% 36.7% 35.2% 37.6% 36.2% 38.3%
capacidade de GT 25% 21.4% 18.8% 16.7% 15.3% 15.4% 14.2% 15.9% 17.4% 16.2% 17.3% 18.3% 17.3% 19.1% 17.8% 19.2% 21.8% 20.8% 22.7% 21.7% 23.5% 22.5% 21.7% 20.9%
oferta (Nov.%) Gasóleo 15% 12.5% 11.0% 9.8% 9.0% 7.3% 6.8% 6.3% 5.9% 5.5% 5.1% 4.8% 4.5% 4.1% 3.8% 3.1% 0.7% 0.4% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
Renováveis 0% 0.4% 0.3% 0.3% 0.3% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
Hidro 42% 53.4% 53.4% 53.6% 48.5% 43.8% 43.8% 53.9% 52.7% 53.9% 49.6% 49.5% 46.8% 45.6% 43.5% 46.1% 45.4% 43.6% 45.3% 43.6% 42.4% 42.2% 42.2% 40.7%
Participação na
CCGT 6% 10.6% 10.6% 10.5% 14.3% 17.4% 17.4% 13.6% 13.3% 13.0% 14.9% 14.4% 16.3% 15.9% 17.7% 16.4% 16.1% 17.7% 16.4% 17.7% 17.3% 18.1% 18.1% 19.2%
capacidade
GT 14% 8.0% 8.0% 7.9% 7.2% 7.2% 7.2% 6.7% 7.7% 7.5% 7.9% 8.6% 8.1% 9.3% 8.7% 9.1% 10.8% 10.3% 10.9% 10.5% 11.5% 10.8% 10.8% 10.5%
instalada
Gasóleo 8% 4.7% 4.7% 4.6% 4.2% 3.4% 3.4% 2.7% 2.6% 2.5% 2.3% 2.2% 2.1% 2.0% 1.9% 1.5% 0.4% 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
(Nov.%)
Renováveis 0% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%
6-30
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Como mencionado na seção Seção 6.2, Angola pretende construir centrais eólicas e solares, e já
seleccionou 11 locais candidatos para a construção de centrais eólicas (652 MW) e 10 locais candidatos
de centrais de energia solar (100 MW). No entanto, esses planos ainda estão em nível de estudo
preliminar, e ainda não há divulgação de estudos sobre a capacidade de fornecimento mensal e outros
dados necessários para se avaliar o equilíbrio oferta-demanda. Como a energia eólica/ fotovoltaica
apresenta flutuações na produção de energia sujeita às condições naturais, o seu uso como capacidade
de fornecimento para demanda de pico requer uma avaliação detalhada baseada em dados. Portanto, é
indispensável avaliar bem a sua viabilidade futura e conceber de forma concreta o seu plano de
desenvolvimento.
Neste parágrafo, foi calculado o impacto destas fontes na redução da emissão de gases de efeito
estufa (GEE) e sobre o custo de projecto (2040) no Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia
(proposta) elaborado no parágrafo anterior, considerando a capacidade de fornecimento dessas energias
baseada na escala de desenvolvimento e taxa média de operação propostas. Como resultado, com o
aumento da quantidade implementada de energias eólica/ solar foram constatados efeitos de redução na
emissão de GEE, como mostrado nas Figura 6-18 e Figura 6-19 (linha laranja tracejada e eixo do lado
direito). O custo relacionado com a produção de energia eólica e solar foi mostrado como parâmetro
centrado nos recentes custos de base de produção eólica/ solar (i.e. energia eólica: 14 US cent./ kWh,
solar: 6 US cent./ kWh), embora o impacto que a sua implementação possa causar no custo do projecto
dependa do custo básico de produção e ao se fazer o desenvolvimento pelo citado preço central, o custo
do empreendimento para cada 1000 MW implementado apresenta um ligeiro aumento para energia
solar e para a energia eólica houve um aumento de cerca de 5% no projecto.
Por outro lado, trata-se de uma questão de importância política reduzir a emissão de gases com efeito
de estufa através da introdução de energias renováveis. O porte planeado para essas energias ainda é
pequeno, por isso o seu impacto em todo o plano de desenvolvimento também é pequeno. Portanto, o
plano a ser elaborado irá incorporar o actual plano de desenvolvimento de projecto de produção de
energia eólica e fotovoltaica, considerando-o como proposta básica.
6-31
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Quanto à produção de energia de biomassa, no momento ainda se encontra num estágio conceitual e
não há nenhuma definição sobre um plano concreto de produção de energia. Assim, a sua avaliação
deverá ser feita quando surgir um plano concreto no futuro, e da mesma forma que as pequenas
hidroeléctricas não serão incluídos neste Plano de Desenvolvimento.
Como os planos de projectos de produção de energia eólica/ solar ainda se encontram em fase inicial
de análise, e a considerar o período de planeamento, estimou-se que o seu desenvolvimento teria início
em 2028 (daqui a 10 anos) e levaria 10 anos a ser concretizado. Como resultado do estudo, o plano
óptimo não apontou necessidade de mudanças no plano de desenvolvimento da energia térmica, e
recebeu simplesmente o acréscimo dos projectos de produção de energia eólica/ solar. Portanto, este
plano de desenvolvimento será considerado como proposta básica.
Como a produção das energias eólica e solar varia em grande medida de acordo com as condições
naturais tais como a velocidade do vento e a quantidade de radiação solar, a energia por si gerada
também está sujeita a flutuações. Por essa razão, não é possível ajustar a produção de acordo com a
demanda, e portanto não é possível contar com a capacidade de fornecimento para garantir o equilíbrio
oferta-demanda. Além disso, apesar do pico da demanda ocorrer à noite, a energia solar não produz
electricidade neste horário. Por outro lado, se as condições de operação forem satisfeitas, é possível
fazer com que a hidroeléctrica diminua a produção de acordo com a quantidade produzida pelas
centrais eólicas e fotovoltaicas, o que permite armazenar água na sua albufeira e aproveitá-la para
aumentar a produção no horário de pico. Assim, na inclusão dos planos de produção de energia eólica/
solar no Plano de Fontes de Energia é necessário realizar um estudo capaz de avaliar as características
probabilísticas da variação na produção em cada mês e horário do dia baseado nos dados obtidos em
cada local planeado.
No entanto, no momento não existem dados necessários para este estudo. Por isso, foi estimado um
valor de produção horária mensal tomando como referência valores característicos comuns baseados na
produção planeada em cada local e suas taxas médias de operação anual. Com base nesse pressuposto
foi feito o cálculo operacional pelo PDPAT para obter o grau de impacto geral. Futuramente será
necessário corrigir o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia com os valores estimados mais
específicos que poderão ser obtidos na fase de avaliação da expectativa de produções horária mensal de
de cada local candidato.
6-32
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
É mostrado nos exemplos das figuras de equilíbrio oferta-demanda em cada mês de 2040 (que é a meta
temporal do Plano Director) e a sua operação diária.
A Figura 6-26 mostra o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia (proposta básica) e a Figura
6-27 mostra para cada ano a relação entre a oferta e demanda de energia do mês onde o equilíbrio na
demanda de pico é mais rigoroso. Pode-se ver que a proporção das hidroeléctricas na capacidade de
fornecimento da demanda de pico diminui gradualmente ano a ano, e em 2040 a participação das
hidroeléctricas é quase a mesma que as térmicas. A Figura 6-28 é uma informação de referência que
mostra a relação entre a demanda no dia de máxima produção anual de energia e a capacidade de
produção das instalações. Como a capacidade de fornecimento das centrais hidroeléctricas flutua de
acordo com a época, a capacidade instalada pode ser superior à demanda mas não quer dizer que a
capacidade de fornecimento seja suficiente. Portanto, a avaliação do equilíbrio oferta-demanda deve
ser feita para a época mais severa do ano conforme ilustra a Figura 6-27.
As Figuras 6-29 e 6-30 indicam os custos de produção e os preços unitários de produção por kWh
anuais. O custo de produção de energia aumenta anualmente à medida que a capacidade de
fornecimento aumenta para acompanhar o aumento da demanda. Além do que, os custos de
combustível também aumentam gradualmente. Por outro lado, o preço unitário de produção de
electricidade evolui de forma estável a longo prazo.
Figura 6-20 O equilíbrio de kW em cada Figura 6-21 O equilíbrio de kWh em cada mês
mês (2040) (2040)
6-33
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 6-22 Exemplo de operação diária Figura 6-23 Exemplo de operação diária num dia
num dia de ocorrência de demanda de pico de ocorrência de demanda de pico (2040, estação
(2040, estação seca (Novembro)) chuvosa (Maio))
Figura 6-24 Exemplo de operação semanal Figura 6-25 Exemplo de operação semanal numa
numa estação seca (Novembro 2040) estação chuvosa (Maio 2040)
6-34
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
6-35
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
6-36
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 6-29 Custo de produção anual Figura 6-30 Preço unitário de produção
(proposta básica) (proposta básica)
A Figura 6-31 ilustra as emissões anuais de gases de efeito estufa (GEE) resultantes da produção de
energia eléctrica. Conforme ilustra a figura, com a entrada em funcionamento das grandes
hidroeléctricas, as emissões anuais reduzem significativamente, no entanto, no geral, o aumento da
produção termoeléctrica para atender ao aumento da demanda de energia acaba gerando uma tendência
de aumento na emissão dos GEE.
Também foram mostradas na mesma figura as emissões para o caso sem desenvolvimento de centrais
eólicas e fotovoltaicas (total de 752 MW). Como resultado da implementação (das energias renováveis)
em 2040 houve uma redução no volume emitido de cerca de 600 kt-CO2 (cerca de 10%), o que mostra
um efeito de mitigação do aumento das emissões, embora esse efeito não seja capaz de reverter a
tendência de aumento das emissões para uma tendência de diminuição.
Portanto, a fim de conter o aumento das emissões, é necessário desenvolver gerações de energias
renováveis (eólica/ fotovoltaica) e hidroeléctricas em maior escala.
A Figura 6-32 e a Tabela 6-15 mostram o volume de emissões de GEE (projecto do INDC)
comprometidas pelo Governo Angolano e as emissões geradas pelos projectos de produção de energia.
O volume emitido pelos projectos de produção de energia é de cerca de 3% (em 2030) em comparação
com o valor estimado (valor alvo) no INDC, assim a sua participação é pequena.
6-37
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 6-32 Relação com o valor-alvo do plano de redução de gases de efeito estufa (DRAFT
INDC)
Tabela 6-15 Relação entre o volume de emissão de GEE da proposta básica e o valor-alvo do
DRAFT INDC
(kton-CO2/ano)
2005 (2017) 2020 2030
Cenário BAU 193.250
Draft INDC Cenário Incondicional 66.812 (112.400) 125.778 125.612
Cenário Condicional 96.625
Proposta básica (volume emitido estimado
pelos projectos de produção de energia - 2.300 800 3.000
eléctrica)
Nota: O valor do INDC para 2017 é o valor de interpolação entre 2005 e 2020
6-38
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Será feito um estudo de caso com alguns cenários de risco estabelecidos tendo como cenário básico a
proposta de Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia analisada no parágrafo anterior. São
mostrados a seguir, os pontos importantes da análise e o seu pano de fundo.
6-39
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
6-40
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Da mesma forma que no parágrafo anterior, foi estimado o impacto de uma situação onde a
demanda de energia eléctrica superar (antecipar) a estimativa. Isso equivale à mesma situação de
ocorrência de atraso na operação de quaisquer fontes de energia seja ela térmica, hidroeléctrica, etc.
A Figura 6-34 mostra a taxa de reserva de fornecimento em cada caso. No caso de haver uma
antecipação da demanda de 2 anos (igual ao atraso de desenvolvimento de fontes de energia em 2
anos), praticamente em todos os anos a capacidade de margem de reserva de fornecimento decai
para quase metade da capacidade necessária e não é possível manter a estabilidade no fornecimento.
Além disso, numa situação de antecipação de 3 anos da demanda é suposto que haja uma
continuidade acentuada de problemas no fornecimento. Assim, quando houver uma demanda real
superior à estimativa é necessário revisar o Plano de Desenvolvimento de Fontes de Energia para os
anos seguintes de modo a garantir a capacidade necessária de fornecimento.
6-41
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
No caso em que houver uma antecipação da demanda de 1 ano (ou atraso de 1 ano no início de
operação das centrais) é necessário tomar medidas o mais rápido possível tais como a introdução de
uma fonte de energia de emergência. Neste parágrafo, estimou-se os custos adicionais e o aumento
na emissão de GEE resultantes de uma implementação adicional de GT (LPG como combustível)
como medida de emergência. Os resultados conforme mostrados na Figura 6-35 e Figura 6-36
apontam para um aumento contínuo e significativo de despesas e da emissão de GEE que não se
limitam a um ano, e que só terminará com o reforço da capacidade de fornecimento. Portanto, numa
potencial ocorrência desse tipo de situação é necessário tomar contramedidas o mais rápido
possível ao mesmo tempo em que se deve revisar as previsões de demanda e o próprio Plano de
Desenvolvimento de Fontes de Energia para os anos seguintes.
6-42
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 6-35 Aumento das despesas devido à Figura 6-36 Aumento das emissões de GEE
introdução de fontes de emergência associadas à introdução de fontes de
energia de emergência
Conforme descrito no parágrafo 6.6.1, uma vez que a capacidade da linha de transporte de 400
kV entre Soyo e Luanda é de 2.000 MW (critério N-1) é possível transportar no máximo a energia
de duas centrais classe 750 MW pelas instalações existentes, mas a partir da terceira central será
necessário fazer o reforço da linha de 400 kV. Além disso, do ponto de vista das perdas no
transporte e estabilidade do sistema, não é recomendável concentrar as centrais eléctricas no Soyo.
Por outro lado, do ponto de vista de disponibilidade de combustível, como já descrito nas secções
3.5.1 e 3.5.2, no momento apenas Soyo pode fornecer gás, e para se instalar novas centrais em
outras regiões é preciso analisar um plano de aquisição de combustível para essas regiões.
Particularmente para a região sul, no caso de se construir uma central térmica de CCGT, é preciso
considerar a troca gradual de combustível ou outros meios conforme citado no parágrafo 3.5.4..
6-43
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Localização concentrada na região norte (Soyo) Localização distribuída (Soyo, Benguela, etc.)
Combustível ○: Próxima às instalações existentes de ○: Alta tolerância em relação à localização
fornecimento de gás o que possibilita obter distribuída graças à adopção de produção
eficiência graças ao arranjo concentrado das por combustão por óleo que apresenta
instalações facilidade de transporte, até que as
×: Necessita de um terreno de considerável instalações de fornecimento de gás fiquem
dimensão prontas.
? : Está garantida a quantidade necessária de ×: Necessidade de construir novas
gás para a produção de energia? instalações de abastecimento de combustível
? : Possibilidade ou não de seleccionar o
combustível a ser usado (petróleo ou gás)?
Sistema de ○: Para o momento é possível aproveitar as ○: O Fornecimento sul-norte é voltado
energia linhas de transporte existentes principalmente ao consumo, e por isso o
×: As fontes de energia de grande porte fluxo de potência pode ficar relativamente
acabam se concentrando na região norte. baixo.
Alta possibilidade de ser necessário reforçar ×: Necessária construção de um sistema de
a linha de transporte energia de acordo com a localização da fonte
?: de energia
?:
Meio -: Depende das condições individuais de -: Depende das condições individuais de
Ambiente localização localização
Desempenho ○: É esperada redução nos custos graças à ○: É esperado maior tempo hábil para o
económico localização concentrada das centrais período de reforço do sistema
eléctricas e abastecimento de combustível ×: Aumento das despesas de construção de
×: Aumento dos custos relacionados à perda instalações de abastecimento de combustível
no transporte de energia, e de reforço da ? : Necessário desenvolver portos e outras
linha infraestruturas?
Rápida ○: É rápida se puder garantir o terreno ○: É possível fazer desenvolvimento rápido
viabilidade adjacente à central Soyo se usar fuelóleo pesado já que evita
×: restrições em termos de localização. Se for
? : Se houver limitação de abastecimento da construído próximo de uma refinaria é
quantidade de gás pode se tornar um possível aproveitar o diesel produzido no
constrangimento local
×: Se a construção da própria refinaria
atrasar o projecto também ficará sujeito a
atrasos
Combustível ○: Próxima às instalações existentes de ○: Alta tolerância em relação à localização
fornecimento de gás o que possibilita obter distribuída graças à adopção de produção
eficiência graças ao arranjo concentrado das por combustão por óleo que apresenta
instalações facilidade de transporte, até que as
×: Necessita de um terreno de considerável instalações de fornecimento de gás fiquem
dimensão prontas.
? : Está garantida a quantidade necessária de ×: Necessidade de construir novas
gás para a produção de energia? instalações de abastecimento de combustível
? : Possibilidade ou não de seleccionar o
combustível a ser usado (petróleo ou gás)?
○: Vantagens ×: Desvantagens ? : Incertezas
6-44
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
gasoduto o sítio ganhará vantagens devido à possibilidade de usar o gás natural de preço barato
como combustível, no entanto, como a construção de um novo gasoduto requer tempo e enorme
custo, no momento não é adequado considerar o gasoduto como condição para selecção do sitio
candidato. Assim são seleccionadas as duas localidades de Lobito e Namibe como sítios candidatos
que atendem às condições estabelecidas abaixo. Vale lembrar que em ambos os sítios existem
planos de construção de refinarias de petróleo nas suas proximidades o que confere vantagem em
termos de aquisição de combustíveis derivados de petróleo, como o LPG.
Obtenção de terreno suficiente para instalação da central próximo a um porto a ser usado
para o transporte de combustível;
Proximidade a um sistema principal de energia e do centro de demanda;
Se possível, existir disponibilidade de terreno para construção de instalações de recepção
de LNG;
(3) O impacto das diferenças no preço do combustível
Tanto em Lobito como em Namibe os combustíveis candidatos ao uso será o LPG ou LNG por não
haver no momento disponibilidade de gás natural, no entanto os combustíveis candidatos são mais
caros do que o gás natural. Neste parágrafo, foi feito um ensaio de cálculo por PDPAT para saber o
custo adicional de combustível que haverá ao usar como combustível LPG ou LNG para uma
terceira central térmica de CCGT que será construída posterior às duas CCGTs já definidas para
Soyo (Soyo e Soyo 2). Como mostrado na Figura 6-32, o resultado da implementação de centrais a
LPG e LNG para o ano de 2029 não apresentou grande impacto no custo adicional apesar desses
combustíveis serem mais caros que o gás natural, e mesmo a diferença de impacto entre o LPG e o
LNG foi muito pequena. No entanto, com o aumento progressivo da capacidade gerada pelas
centrais térmicas e também do preço previsto para LPG, a diferença no impacto sobre o custo vai se
tornando significativa, e em 2040 o custo adicional do LPG em comparação com o gás natural foi
de 930 milhões de USD e para LNG foi de 310 milhões de USD.
Figura 6-37 Aumento no custo do combustível ao usar LPG/ LNG como combustível para CCGT
(Cálculo de ensaio do impacto no caso de se substituir o combusítvel do GN para LPG/ LNG a partir da 3ª central CCGT em diante)
6-45
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
As características em termos de preço dos sítios candidatos, incluindo Soyo, são mostradas na
Tabela 6-17. E com base nelas são apresentadas na Tabela 6-18 o plano de desenvolvimento dos
sítios candidatos seleccionados.
Por outro lado, conforme descrito na alínea (1), além do factor económico há também factores de
segurança energética e distribuição de riscos, sendo recomendável que as centrais sejam
construídas de forma distribuída. O presente trabalho considera esse ponto e recomenda o
desenvolvimento de CCGTs de forma distribuída como mostrada na Tabela 6-18.
Além disso, a construção da Soyo 2 está planeada para ser feita por um IPP e para tanto está em
curso a criação de marcos legais visando o início da operação em 2021, portanto, é desejado um
rápido estabelecimento dos procedimentos relativos ao desenvolvimento por IPPs bem como o
estabelecimento de mecanismos de apoio que possam viabilizar desenvolvimentos a curto prazo.
(1) + (2) + (3) LPG: +907 milhões USD/ LPG: +906 milhões USD/
ano ano
(padrão)
LNG: +287 milhões LNG: +286 milhões
USD/ ano USD/ ano
Nota: Os valores do custo de combustível, produção anual de energia são estimativas para 2040, vida
útil de 40 anos para linhas de transporte e tanques, taxa de juros de 10%
6-46
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
6-47
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
precisão já que as condições são assumidas devido ao plano (de energias renováveis) se encontrar
ainda no seu estágio inicial. No entanto, como é desejável que a implementação dessas energias seja
feita a fim de reduzir as emissões de GEE (ou impedir o seu aumento), o presente parágrafo vai fazer
um ensaio de cálculo a título de referência para o caso de implementação de centrais eólica e
fotovoltaica.
Como ilustra a Figura 6-38 o resultado do ensaio de cálculo das emissões de GEE pela
implementação da produção de energia eólica/ solar aponta que uma implementação anual contínua
de 300 MW cada a partir de 2038 poderá conter as emissões ao mesmo nível da data presente (2018).
Entretanto é preciso notar que este ensaio pode estar a sobrevalorizar os efeitos da introdução das
energias eólica/ solar já que considera as capacidades esperadas de produção destas fontes. Além
disso, esta capacidade desenvolvida quando comparada com o potencial de produção de energias
renováveis indicado no parágrafo 3.2.4. (total 20 GW, energia eólica 3,9 GW (dos quais 0,6 GW de
projecto prioritário) e energia solar 17,3 GW), indica que o desenvolvimento de produção eólica será
realizado em grande escala. Portanto, é necessário elaborar um plano específico de produção de
energia o mais rápido possível e fazer uma análise detalhada.
<Condições estimadas>
Energia eólica: ritmo de desenvolvimento de 300 MW/ ano entre 2028 a 2040 (total 3.900 MW)
Energia solar: idem acima
Capacidade de reserva: ajuste por atraso do plano de desenvolvimento de CCGT/ GT de modo a
garantir uma faixa de 11%
Capacidade de produção: estimar a capacidade horária de produção mensal com base em
materiais de levantamento existentes
(2) O impacto da implementação adicional de projectos de produção de energia eólica/ solar
6-48
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 6-38 Efeito de redução das emissões de CO2 pela implementação de produção por energia
Figura 6-39 Aumento do custo de produção Figura 6-40 Aumento do custo unitário de
devido à implementação produção devido à implementação
6-49
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
6-50
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A Figura 7-1 ilustra o diagrama do sistema de transporte de energia da RNT em Julho de 2017. A
rede de transporte possui tensão máxima de 400 kV e é composto por tensões de transporte em 220 kV,
150 kV, 132 kV, 110 kV e 60 kV e a sua demanda máxima é ligeiramente inferior a 2.000 MW.
Futuramente, a RNT pretende organizar essas classes de tensão para trabalhar somente com três
tensões: 400 kV, 220 kV e 60 kV.
Em 2018, está prevista a interligação dos sistemas através da linha de transporte de 220 kV entre
Alto Chingo no Sistema Norte, Novo Biópio-Quileva-central hidroeléctrica de Lomaum na província
de Bengela, do Sistema Central, e Bengegel Sul. Assim em termos de sistema haverá a integração do
Sistema Norte e a costa oriental do Sistema Central, no entanto a linha Cambambe-Gabela que é o
sistema que deveria transportar pelo Alto Chingo a energia gerada pelas hidroeléctricas ao norte está
grandemente deteriorada e se encontra fora de funcionamento, o que inviabiliza a interligação. Em
2017, com o início da operação conjunta da nova linha de 220 kV entre Cambambe e Gabela os
sistemas norte e central ficaram de facto integrados.
Nas províncias de Huambo e Bié do Sistema Central existe o sistema central hidroeléctrica de Gove
- Dango-Kuito, que estão interligados por uma única linha de transporte de 220kV. A demanda do
Sistema Central somada com a demanda do sistema da província de Benguela representa pouco mais de
10% da demanda do país.
Está concluída a linha de transporte dupla de 400 kV que parte da central térmica de Soyo,
actualmente em construção no extremo norte do país e vai até N'zeto, e também está concluída a linha
de transporte única de 400kV da rota Kapary-Catete. Assim está a se configurar progressivamente a
estrutura de transporte de energia a partir da central térmica de Soyo até o grande centro consumidor
que é a capital Luanda. Além disso, existe a linha de transporte de 400 kV que parte de Catete e liga
Viana-Lucala-Capanda Elevadora-Lauca-Cambutas e retorna a Catete, configurando assim um sistema
em anel (loop) de linha única. Assim está a ser configurado o sistema de 400 kV a interligar a grande
fonte de produção de energia térmica e os grandes consumidores.
7-1
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
O Sistema Sul liga as províncias de Namibe e Huila através da linha de transporte de 60 kV enquanto
que a linha Lubango-Matala é constituída por uma linha de transporte de 150 kV de modo a atender a
uma demanda de menos de 10% de todo o país.
Como foi descrito acima, actualmente, o sistema de energia em Angola é dividida em 3 sistemas
principais que no futuro serão interligados entre si.
Subestação planejada
Central termelétrica
Centra hidrelétrica
(Fonte: RNT)
A Figura 7-2 mostra o sistema de transporte na zona central da capital Luanda. As duas subestações de
400 kV (Kapary, Viana) interligadas à subestação Catete de 400 kV e as 6 subestações de nível inferior
em 220 kV (Camama, Cacuaco, Sambizang, Cazenga, Filda, Futungo) estão dispostas de modo a
circundar o centro da cidade, e alimentam a zona central da capital Luanda.
7-2
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A subestação Kapary de 400 kV tem como fonte principal de energia a central térmica de Soyo depois
que essa entrar em operação plena, e a subestação Viana de 400 kV tem como principais fontes as
centrais hidroeléctricas de Cambambe e Lucala.
As Figura 7-3 e Figura 7-4 mostram a distribuição futura do sistema respectivamente em 2025 e
2027.
Apesar de diferir ligeiramente da Figura 7-1, o plano da RNT para 2022 é estender a linha de
transporte de 400 kV a partir de Lauca, passando por WakoKungo-Dango-Lubango-Biopio e Cabaça-
Biopio, e também estender em direção ao leste a partir de Capanda Elevadora e ligando a XaMuteba -
Saurimo. Assim, os sistemas Norte, Central, Sul e Leste estarão interligados pela linha de transporte de
400 kV. Além disso, estarão interligadas pela linha de transporte de 220kV, as localidades de Saurimo,
na província da Lunda Sul, e Luena na província do Moxico. A RNT estima que a demanda máxima
estará à volta de 4.200 MW.
7-3
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Em 2027, a linha de transporte de 220kV irá interligar Ondjiva, na província do Cunene e Menongue,
na província do Cuando Cubango, e assim o plano é também configurar o Sistema Sul em forma de anel
400 kV - 220 kV. A RNT estima a demanda máxima à volta de 7.100 MW.
Além disso, futuramente, Luena, na província do Moxico e Camacupa na província do Bié, serão
interligados por uma linha de transporte de 220 kV, configurando assim um sistema em anel entre os
sistemas Norte, Central e Leste de modo a melhorar a fiabilidade do Sistema Leste.
7-4
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Linha de transmissão de 60 kV
Subestação existente
Subestação planejada
Central termelétrica
Centra hidrelétrica
(Fonte: RNT)
7-5
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(Fonte: RNT)
Conforme o planeamento da RNT para 2027, as linhas de transporte do sistema principal serão
configuradas em linha singular, com excepção de uma parte das linhas de transporte tal como a linha
dupla Soyo-N'zeto-Kapary-Catete em 400 kV, além do que o sistema principal tem configuração em
anel (loop) para as duas tensões 400 kV - 220 kV.
7-6
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A tensão de referência está estabelecida pelos critérios de planeamento do sistema de energia da RNT,
conforme mostrada abaixo:
Fez-se a confirmação no terreno da situação das instalações de transporte existentes durante a visitas
à cidade de Luanda e a outras localidades (Benguela, Huambo, Soyo). Além disso, foram recolhidas
informações sobre o conteúdo dos equipamentos através de entrevistas com técnicos de transporte da
RNT. O estado das subestações foi verificada durante a reunião com a RNT, e nas visitas às subestações
durante as visitas de constatação.
De entre as estruturas de suporte das linhas de transporte de 60kV foram observados pilares de betão
(Figura 7-5) , torre de ângulo de aço Figura 7-6, Figura 7-7) e torre de coluna de aço (Figula 7-8). Para
a linha de transporte de 220 kV foram observadas várias torres de coluna de aço construídas ao longo
das estradas (Figura 7-9, Figura 7-10 e Figura 7-11), mas a principal estrutura foi a torre de ângulo de
aço (ver Figura 7-12). A estrutura observada para as linhas de transporte de 400 kV foi apenas a torre de
ângulo de aço (ver Figura 7-13). Em termos do número de linhas, havia linhas singulares e duplas. Nas
linhas de transporte de linha singular havia torres de aço de com uma mistura de linhas singulares e
duplas (com uma linha livre).
Foi observado que as as torres e linhas de transporte em geral encontravam-se a uma altura
relativamente baixa, facto reforçado pela informação da RNT de que existem muitas ocorrências de
acidentes por contacto com árvores o que provoca gastos avultados em corte de galhos de árvores que
crescem abaixo da altura dos cabos. Já as linhas de transporte construídas ao longo da estrada
encontram-se a uma altura adequada.
7-7
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Quanto ao tipo de cabo utilizado, nas linhas de transporte de 60 kV usa-se principalmente fios de
cobre ao passo que nas linhas de transporte de 220 kV e 400 kV são utilizados fios CAA e AAAC. O
AAAC é usado principalmente para linhas de grande capacidade. Presume-se que a sua escolha (em
detrimento de fios ACSR) tem como objectivo minimizar as perdas no transposte visto que as linhas
percorrem grandes distâncias no país.
Para o cabo de terra aéreo é utilizado OPGW (cabo de guarda com fibra óptica) ou AW (fio de aço
revestido de alumínio).
7-8
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-9
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-10
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Na Tabela 7-2 é apresentada a lista de linhas de transporte de 400 kV em Angola, e na Tabela 7-3 a lista
das linhas de transporte de 220 kV. Conforme citado no resumo sobre o sistema de energia em Angola,
em Agosto de 2016 existiam 2 linhas de transporte de 400 kV com extensão total de 281 km, e 24 linhas
de transporte de 220 kV com extensão total de 1964,1 km. Já em Outubro de 2017 existiam 11 linhas de
transporte de 400 kV numa extensão de 1.183 km, e 36 linhas de transporte de 220 kV com uma
extensão de 2.598,7 km, o que ilustra o acelerado crescimento das instalações de transporte de energia
no país.
7-11
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 7-2 Lista das linhas de transporte de 400 kV (em Outubro de 2017)
No. de Distâ
Local Nome da linha Ponto inicial Ponto final Tensão Tipo de fio
linhas ncia
Capanda_elv - Lucala Capanda_elv. Lucala 400kV 1 61 3xACSR Crow 409 mm²
Lucala – Viana Lucala Viana 400kV 1 220 3xACSR Crow 409 mm²
Cambutas - Catete Cambutas Catete 400kV 1 123 2 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Soyo TPS - Soyo Soyo TPS Soyo 400kV 2 40 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Soyo - N'Zeto Soyo N'Zeto 400kV 2 142 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Região
N'Zeto - Kapary N'Zeto Kapaary 400kV 2 194 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
norte
Kapary - Catete Kapaary Katete 400kV 2 57 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Catete - Viana Catete Viana 400kV 1 39 2 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Lauca - Capanda_elv. Lauca Capanda_elv. 400kV 1 41 2 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Lauca - Cambutas Lauca Cambutas 400kV 1 76 3 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Lauca - Catete Lauca Catete 400kV 1 190 2 x AAAC Sorbus 659,4 mm²
Distância total das linhas de transmissão [km] 1183
(Fonte: RNT, JICA Survey Team)
No. de
Nome da linha Ponto inicial Ponto final Tensão Distância Tipo de fio
linhas
Cambambe - Catete Cambambe Catete 220 1 116 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Catete - Camama Catete Camama 220 1 64 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Cambambe - Catete Cambambe Catete 220 1 116 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Catete - Viana Catete Viana 220 1 42 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Cambambe - Viana Cambambe Viana 220 1 158 AAAC Yew 479 mm²
Cambambe - Cmbutas Cambambe Cambutas 220 2 ACSR Crow 54/7 409 mm²
N’ Dalatando - Cambutas N’ Dalatando Cambutas 220 1 73 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Cambambe - Gabela Cambambe Gabela 220 1 130 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Gabela - Alto chingo Gabela Alto Chingo 220 1 81 2xAAAC Yew 479 mm²
Viana - Camama Viana Camama 220 1 34.5 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Viana - Cazenga I Viana Cazenga 220 1 21.5 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Viana - Cazenga II Viana Cazenga 220 1 18 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Viana - Cazenga III Viana Cazenga 220 1 18 AAAC Yew 470 mm²
Viana - Cacuaco Viana Cacuaco 220 1 14.5 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Região
Cacuaco - Sambizanga Cacuaco Sambizanga 220 2 19.3 AAAC Yew 479 mm²
norte
Viana - Filda I Viana Filda 220 1 18 AAAC Yew 479 mm²
Viana - Filda II Viana Filda 220 1 18 AAAC Yew 479 mm²
Capanda - Cambutas Capanda Cambutas 220 1 120 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Capanda - Lucala Capanda Lucala 220 1 70.7 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Capanda - Capanda Elev A Capanda Capanda Elev. 220 1 3.6 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Capanda - Capanda Elev B Capanda Capanda Elev. 220 1 3.6 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Lucala - N’ Dalatando Lucala N’ Dalatando 220 1 35.7 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Lucala - Pambos de Sonhe - Uíge Lucala Pambos de Sonhe - Uíge 220 1 211 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Uíge - Maquela do Zombo Uíge Maquela do Zombo 220 1 200 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Kapary - Cacuaco Kapary Cacuaco 220 1 26.7 AAAC Yew 479 mm²
Kapary - Ada Kapary Ada 220 1 14 AAAC Yew 479 mm²
Camama - Futungo de Belas Camama Futungo de Belas 220 2 14.5 AAAC Yew 479 mm²
Catete-Ramiros Catete Ramiros 220 2 91 AAAC Yew 479 mm²
N'Zeto - M'Banza Congo N'Zeto M'Banza Congo 220 1 181 AAAC Yew 479 mm²
Alto Chingo - Novo Biopio Alto Chingo Novo Biopio 220 1 156 2xAAAC Yew 479 mm²
Hidroeléctrica Lomaum - Novo Biopio Hidroeléctrica Lomaum Novo Biopio 220 2 95.8 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Novo Biopio - Quileva Novo Biopio Quileva 220 1 18 2xAAAC Yew 479 mm²
Região
Novo Biopio - Benguela Sul Novo Biopio Benguela Sul 220 1 57 AAAC Yew 479 mm²
central
Hidroeléctrica Gove - Belém do Dango Hidroeléctrica Gove Belém do Dango 220 1 93 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Belém do Dango - Kuíto Belém do Dango Kuíto 220 1 150 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Hidroeléctrica Lomaum - Quileva Hidroeléctrica Lomaum Quileva 220 1 114 ACSR Crow 54/7 409 mm²
Distância total das linhas de transmissão [km] 2597.4
7-12
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
conexão que atenda a qualquer fase. Para equipamento de modificação de fase está instalado o reactor
de compensação variável (da Siemens Corp., ver Figura 7-15).
Além disso, a configuração do barramento possui arranjo normal de barramento duplo (Figura 7-18)
que compõe uma instalação de alto grau de fiabilidade.
7-13
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
(Fonte: RNT)
Figura 7-18 Exemplo de configuração de barramento múltiplo (subestação Futungo 220 kV)
7-14
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Na Tabela 7-4 é mostrada a lista de subestações de 400 kV, e a Tabela 7-5 a lista de subestações de
220 kV. Conforme citado no resumo sobre o sistema de energia em Angola (de Agosto de 2016), na
época existiam 1 subestação de 400 kV com capacidade 420 MVA, e 15 subestações de 220 kV com
capacidade de 2129 MVA. No entanto, já para Outubro de 2017, existem 9 subestações de 400 kV com
capacidade total de 4950 MVA, e 23 subestação de 220kV com capacidade total de 4086 MVA o que
mostra também que o número de instalações de transformação está a aumentar aceleradamente.
Capacidade de
Transformador
Local Província Central de geração Tensão [kV] transmissão
es
[MVA]
Subestação Viana 400/220 210 x 2 420
Luanda
Subestação Catete 400/220 450 x 2 900
Região Bengo Subestação Kapary 400/220 450 x 2 900
norte Subestação Soyo 400/60 120 x 2 240
Zaire
Subestação N'Zeto 400/220 90 x 1 90
Subestação Cambutas 220/400 930 x 2 1860
Kwanza Norte
Subestação Capanda_Elev. 220/400 270 x 2 540
Capacidade instalada total das subestações de 400kV [MVA] 4950
7-15
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Capacidade de
Transforma
Local Província Central de geração Tensão [kV] transmissão
dores
[MVA]
Luanda Subestação Catete 220/60 2 x 120 240
Subestação Cazenga 220/60/15 5 x 60 300
Subestação Viana 220/60 5 x 60 300
Subestação Filda 220/60 2 x 120 240
Subestação Camama 220/60 3 x 120 360
Subestação Cacuaco 220/60 2 x 60 120
Subestação Sambizanga 220/60 2 x 120 240
Subestação Futungo de Belas 220/60 2 x 120 240
Subestação Ramiros 220/60 2 x 120 240
Bengo Subestação Kapary 220/60 2 x 120 240
Região Subestação Ada 220/15 25,40 65
norte Kwanza Subestação N’ Dalatando 220/30 1 x 40 40
Norte Subestação Pambos de Sonhe 220/30 1 x 30 30
Subestação Cambutas 220/60 2x 120 240
Malanje Subestação Capanda Elevadora 220/400 2 x 270 590
220/30 1 x 30
220/110 1 x 20
Uíge Subestação Uíge 220/60 1 x 40 40
Subestação Maquela do Zombo 220/30/15 1 x 10 40
220/60/15 1 x 30
Zaire Subestação N'Zeto 220/60 1 x 63 63
Subestação M'Banza Congo 220/60 1 x 63 63
Benguela Subestação Quileva 220/64/32 2 x 100 200
Kwanza Sul Subestação Alto Chingo 220/60 1 x 60 60
Região
Subestação Gabela 220/60/30 1 x 35 35
central
Huambo Subestação Belém do Dango 220/60/30 1 x 60 60
Subestação Kuito 220/60/10 2 x 20 40
Capacidade instalada total das subestações de 220kV [MVA] 4086
7-16
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Com base na Angola Energia 2025, a RNT está a analisar um plano até 2027.
Já está a ser concluída a estrutura de um sistema entre a central térmica do Soyo até Luanda e a linha
de transporte entre a central hidroeléctrica da bacia do Rio Kwanza até Luanda, e daqui para frente está
a ser planeado um sistema principal de 400 kV para transportar energia para as regiões central e sul do
país. Também está planeado a nível de SAPP que no final o sistema citado irá interligar às linhas do
sistema internacional no país vizinho ao sul, a Namíbia. O objectivo é fazer com que a energia
produzida seja comercializada no mercado africano de energia e ao mesmo tempo possibilitar a
disponibilidade de energia na época de seca. Além disso, a linha de transporte de 400 kV também vai
desempenhar um papel de linha de fornecimento de energia à nova central de grande porte prevista para
ser construída.
As Tabela 7-6 e Tabela 7-7 ilustram o plano actual das linhas de transporte principal de 400 kV e das
subestações.
No momento a linha de 220 kV está a integrar os sistemas norte e centro, mas a longo prazo tem
vindo a desempenhar um papel no fornecimento da energia proveniente das subestações do sistema
principal de 400 kV às províncias. Além disso, também fornece energia às centrais térmicas de pequeno
porte.
Assim, as Tabela 7-8 e Tabela 7-9 mostram os planos existentes das linhas de transporte e das
subestações do sistema 220 kV.
7-17
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 7-6 Plano existente de linhas principais de transporte (backbone) de 400kV da RNT (até
2027)
Extensão
No. No. de Ano de
Área Tensão Ponto inicial Ponto final da linha Status do Projecto Doador
Projecto circuitos operação
(kV) (km)
1 Central 400 Lauca Waco Kungo 1 177 2020 Em construção (Cmec) China
2 〃 400 Waco Kungo Belem do Huambo 1 174 2020 〃 China
3 Norte 400 Catete Bita 1 54 2022 Projecto em curso (Odebrecht) Brasil
4 〃 400 Cambutas Bita 1 167 2022 〃 Brasil
5 Central 400 Belem do Huambo Lubango 1 337 2022 Planeamento (ou sem informação) -
6 〃 400 Belem do Huambo Capelongo 1 202 2022 〃 -
7 Norte 400 Cambutas Caculo Cabaça 1 49 2023 〃 -
8 〃 400 Caculo Cabaça Bita 1 214 2023 〃 -
9 Central 400 Caculo Cabaça Nova Biopio 1 348 2025 〃 -
10 〃 400 Nova Biopio Lubango 1 317 2025 〃 -
11 Sul 400 Lubango Cahama 1 179 2025 〃 -
12 〃 400 Cahama Baynes 1 312 2025 〃 -
13 Leste 400 Capanda_elev Xa-Muteba 2 266 2025 〃 -
14 〃 400 Xa-Muteba Surimo 2 335 2025 〃 -
15 Sul 400 Capelongo Ondjiva 1 312 2027 〃 -
16 〃 400 Cahama Ondjiva 1 175 2027 〃 -
Nova Biopio -
17 〃 400 Caluquembe 2 5 2027 〃 -
Lubango
Belem do Huambo
18 〃 400 Quilengues 2 5 2027 〃 -
- Lubango
19 〃 400 Cahama Ruacana 2 125 2027 〃 -
Total 3753
Tabela 7-7 Plano existente para subestações da linha principal 400kV da RNT (até 2027)
No. Ano de
Area Tensão Substation Capacity Status do Projecto Doador
Projecto operação
(kV) Nome (MVA)
1 Cuanza Sul 400 Waco Kungo 450 2020 Em construção (Cmec) China
2 Huambo 400 Belem do Huambo 900 2020 〃 China
3 Luanda 400 Bita 900 2020 Projecto em curso (Odebrecht) Brasil
4 Huila 400 Lubango 900 2022 Planeamento (ou sem informação) -
5 〃 400 Capelongo 900 2022 〃 -
6 Benguela 400 Nova Biopio 900 2025 〃 -
7 Sul 400 Cahama 420 2025 〃 -
8 Leste 400 Saurimo 900 2025 〃 -
9 Luanda Norte 400 Xa-Muteba 240 2025 〃 -
10 Cunene 400 Ondjiva 420 2027 〃 -
11 Huila 400 Caluquembe 180 2022 〃 -
12 〃 400 Quilengues 180 2027 〃 -
Total 7290
7-18
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 7-8 Plano existente de linhas principais de transporte (backbone) de 220kV da RNT (até 2027)
7-19
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 7-9 Plano existente de subestações da linha principal de 220kV da RNT (até 2027)
No. Ano de
Area Tensão Substation Capacity Status do Projecto Doador
Projecto operação
(kV) Nome (MVA)
1 Bengo 220 Caxito 120 2022 Planeamento (ou sem informação) -
2 Luanda 220 Golf 240 2022 〃 -
3 〃 220 Bita 240 2022 〃 -
4 Maranje 220 Maranje 200 2022 〃 -
5 Cuanza Sul 220 Gabela 120 2022 〃 -
6 〃 220 Quibala 60 2022 〃 -
7 〃 220 Waco Kungo 60 2022 〃 -
8 Benguela 220 Cubal 120 2022 〃 -
9 Huambo 220 Belem do Huambo 240 2022 〃 -
10 Huila 220 Lubango 240 2022 〃 -
11 Namibe 220 Namibe 120 2022 〃 -
12 〃 220 Tombwa 120 2022 〃 -
13 Huila 220 Matala 120 2022 〃 -
14 Cuando Cubango 220 Cuchi 40 2022 〃 -
15 〃 220 Menongue 240 2022 〃 -
16 Luanda 220 PIV 240 2027 〃 -
17 〃 220 Chicapa 240 2027 〃 -
18 Bengo 220 Maria Teresa 120 2027 〃 -
19 Cuanza Sul 220 Cuacra 60 2027 〃 -
20 〃 220 Porto Amboim 120 2027 〃 -
21 Benguela 220 Catumbela 240 2027 〃 -
22 〃 220 Bocoio 120 2027 〃 -
23 Huambo 220 Ukuma 120 2027 〃 -
24 〃 220 Catchiungo 120 2027 〃 -
25 Bié 220 Andulo 120 2027 〃 -
26 Cunene 220 Xangongo 120 2027 〃 -
27 〃 220 Tchamutete 180 2027 〃 -
28 Moxico 220 Luena 240 2027 〃 -
29 Luanda Sul 220 Muconda 40 2027 〃 -
30 Moxito 220 Luau 120 2027 〃 -
31 〃 220 Cazombo 80 2027 〃 -
Total 4560
Para referência, são mostradas nas Figuras 7-19 a 7-22 diagramas do sistema de linha de transporte das
secções de 2022 e 2027 obtidos junto à RNT.
7-20
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 7-19 Secção de 2022 do Sistema Norte segundo o Plano Existente da RNT
Figura 7-20 Secção de 2027 do Sistema Norte segundo o Plano Existente da RNT
7-21
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 7-21 Secção de 2022 dos Sistemas Central, Sul e Leste segundo o Plano Existente da RNT
Figura 7-22 Secção de 2027 dos Sistemas Central, Sul e Leste segundo o Plano Existente da RNT
7-22
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7.6.2 Análise dos dados técnicos das instalações existentes e os custos actualizados
Em relação ao custo das instalações de transporte e transformação em Angola, foi feita a análise de
estimativa de valores de custo com base em valores reais de aquisição internacional realizadas em
outros países em desenvolvimento que receberam instalações de transporte e transformação baseadas
nas normas IEC, já que só foi possível obter um exemplo de orçamento de obra de transporte e
transformação de 220 kV.
No que diz respeito ao custo por km da linha de transporte de 400 kV, foram adoptados valores
baseados no recente orçamento de aquisição internacional do projecto realizado no Bangladesh, e
relativamente ao custo por km da linha de transporte de 220 kV foram estimados valores de custo com
base no orçamento realizado num projecto em Angola. Como esse orçamento de referência foi feito
para uma linha de transporte de dois circuitos, considera-se, com base em experiências anteriores que
80% do valor do orçamento para uma linha de transporte de apenas 1 circuito. A Tabla 7-10 ilustra os
valores estimados de custo por km da linha de transporte.
Tabela 7-10 Estimativa de custo por km da linha de transporte
Custo por km linha de
No. de
Tensão transmissão
linhas
(unid. Milh. USD/ km)
1 0.78
400kV
2 0.98
1 0.36
220 kV
2 0.45
(Fonte: Equipa de Estudo da JICA)
7-23
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Quanto ao custo da subestação, foi possível obter estimativas de custo de um total de cinco projectos
recentes de subestações de 400 kV (3 projectos em Moçambique e 2 em Bangladesh). Como é sabido
que o custo de uma subestação tem correlação com a capacidade do transformador usado, foi estimado
o custo de uma subestação de 400 kV a partir do gráfico produzido pelo método dos mínimos
quadrados usando os dados citados.
90
80
70
60
50
MUS$
40
30
実績値
20 推定値
10
0
0 500 1000 1500 2000 2500
変電所容量(MVA)
7-24
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Da mesma forma, para a subestação de 220 kV foi produzido um gráfico pelo método dos mínimos
quadrados usando os dados obtidos de 2 projectos recentes de subestação de 220 kV (1 em Angola e 1
em Moçambique).
30
29
28 変電所工事費
27
26
MUS$
25
24
23
22
21
20
100 150 200 250 300
変電所容量(MVA)
Com base nos resultados acima, os custos de subestações segundo a capacidade total do
transformador são mostrados naTabela 7-11.
Tabela 7-11 Estimativa de custo por subestação com base na capacidade total do
transformador
7-25
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Fez-se uma análise sobre o plano de interconexão internacional com os países vizinhos (República
Democrática do Congo (RDC), Namíbia, Zâmbia) descrito em Angola Energia 2025.
7-26
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Em termos de análise da situação actual, foi feita recolha de informações junto à RNT, que é o ponto
focal do SAPP (Southern Africa Power Pool) em Angola, de onde se constatou que o projecto I acima
de interconexão internacional que pretende interligar à SAPP a energia gerada na central hidroeléctrica
de grande porte de Inga na RDC que deve passar por Angola e chegar à Africa do Sul, está interrompida
devido a problemas políticos com o RDC. Quando o projecto for retomado, a equipa responsável pelo
SAPP que no momento analisa o FS de interconexão com a Namíbia deve voltar a fazer a análise deste
projecto.
Quanto ao projecto II, não há sistema de transporte de energia que possa interconectar ao lado
congolês no momento, e a situação actual de alimentação por uma pequena central hidroeléctrica no
lado congolês através de uma linha dedicada deve permanecer mesmo após o desenvolvimento do
sistema oeste. Assim confirmou-se que não haverá interconexão internacional com a RDC como
imaginado.
O projecto III pretendia vender electricidade à região do Cinturão de Cobre, que é uma zona de
desenvolvimento mineiro em Zâmbia, mas a informação é que no momento este plano está descartado.
7-27
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Como a linha de interconexão internacional entre Angola e África do Sul será de longa distância com
mais de 2.000 km de extensão, é preciso alertar sobre a necessidade de uma análise suficiente da
questão relacionada à estabilidade do sistema, apesar do assunto estar fora do escopo directo deste
trabalho. A capacidade estimada de intercâmbio de energia é da ordem de 400 MW, e se o
desenvolvimento das fontes de energia for realizado com sucesso em Angola, pensa-se não haver
grandes impactos na oferta e demanda de energia eléctrica no país.
Isto foi explicado ao lado angolano na reunião do JCC e no workshop e foi solicitada a compreensão
sobre a questão.
7-28
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Além disso, para realizar a interconexão internacional, é necessário estabelecer primeiro no país uma
estrutura de controlo e monitoria do próprio sistema, e na situação em que se encontra esta estrutura no
momento em Angola é preciso dizer que haverá uma grande dificuldade na manutenção da frequência
do sistema e operabilidade económica.
Para tanto foi realizado um workshop de conscientização dos profissionais sobre a necessidade de se
consolidar uma boa estrutura de controlo e monitoria do sistema, e o presente relatório faz a
recomendação de implementação do sistema SCADA no central de despacho que seja capaz de fazer
todo o controlo e monitoria do sistema.
7-29
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7.7.1 Directrizes
Primeiramente, para o sistema de 220 kV, elaborar o plano a partir da definição das subestações de
220 kV que representem as cargas regionais e que estejam em concordância com a estimativa de
demanda de cada região, e interligar às subestações de 400 kV e a linha de transporte de 220 kV, e ao
mesmo tempo ajustar para que esteja em conformidade com as linhas de transporte e as subestações de
220 kV existentes e as linhas de 220 kV ligadas às centrais.
Para o sistema principal de 400 kV, uma vez que a RNT planeia elaborar uma estrutura até 2027, será
considerada a adopção deste plano e serão feitas verificações e revisões desta nova linha de transporte
de 400 kV a conectar às centrais e a sua conformidade em relação ao sistema de 220 kV.
No final, a análise do sistema de energia irá determinar as capacidades das subestações, das linhas de
transporte e dos modificadores de fase.
Peak Demand
Total Peak Demand
Forecasting for each
Forecasting
Province
220kV Substation
Power Development
planning
Planning
400kV Substation
Planning
Transmission Line
Planning
Power system
analysis
7-30
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
As subestações para cada província e as suas capacidades foram definidas abaixo com base na
máxima previsão anual de demanda do parágrafo 5.3.2 (3).
7-31
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Com base na demanda estimada em cada província, foi feia discussão com a RNT para seleccionar os
locais centrais de demanda e definir a localização das subestações. Para os locais previstos de demanda
de pequena escala mesmo no futuro, a capacidade da subestação foi definida para 60 MVA, mas o
padrão comum de acordo com a escala de demanda foi definida para 120 MVA ou 240 MVA. Para
locais de carga pesada na área de Luanda, foram adoptados 480 MVA ou 720 MVA.
7-32
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 7-14 Plano de instalações de transformação de 220 kV baseado na previsão de demanda do sistema sul
7-33
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7.7.3 Plano das instalações de transporte de 220 kV com base no plano de instalações de
transformação para fornecimento regional
Com base no conteúdo apresentado no parágrafo 7.7.2, foi elaborado o plano das instalações de
transporte da Tabela 7-16, a conectar as subestações reginais planeadas ao sistema principal do plano
existente, baseado na análise de fluxo de potência que leva em consideração as condições geográficas e
os anos de início de operação.
As linhas de transporte levam em consideração o critério N-1 e farão a conexão basicamente por dois
circuitos.
Além disso, a formação de um circuito em anel (loop) no sistema de 220 kV pode causar uma
sobrecarga inesperada no momento de um eventual acidente, portanto, para reduzir a complexidade do
sistema e facilitar o seu funcionamento, foram retiradas linhas de transporte de circuito único.
Os projectos riscados por linhas vermelhas na Tabela 7-16 são aqueles que foram eliminados para
evitar a formação do circuito em loop mencionado acima.
Os projectos em azul são os que foram incluídos no novo plano das instalações de transporte e que
reflectem a estimativa de demanda até 2040 feita, assim foram acrescentados ao plano existente.
Também estão em azul uma parte do número de linhas e do ano de início da operação do plano
existente que sofreram revisão.
Com a revisão do plano existente com base no plano das instalações de transformação para
fornecimento regional, a extensão total das obras da linha de transporte aumentou cerca de 500 km, a
passar de 3.269 km para 3.766 km.
7-34
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 7-16 Revisão do plano das instalações de transporte considerando o plano das instalações de
transformação de fornecimento regional
Extensão
No. No. de Ano de
Area Tensão Ponto inicial Ponto final da linha Observações
Projecto circuitos operação
(kV) (km)
1 Norte 220 Filda Golfe 2 7 2022
2 Norte 220 Bita Camama 2 21 2022
Norte 220 Bita Rammiros 1 2022 Evitar circuito em anel
3 Norte 220 Catete Zango 2 40 2022
4 Norte 220 Capanda elev. Maranje 2 110 2022
5 Norte 220 Kapary Caxito 2 26 2025
6 Norte 220 N'Zeto Tomboco 2 5 2025 Subestação inserida
7 Norte 220 M'Banza Congo Tomboco 2 5 2025 Subestação inserida
8 Norte 220 Sambizanga Chicapa 2 7 2025
Norte 220 Futungo de Belas Chicapa 1 2025 Evitar circuito em anel
9 Norte 220 Catete Maria Teresa 2 51 2025
10 Norte 220 Viana PIV 2 7 2035
Norte 220 Cazenga PIV 1 2035 Evitar circuito em anel
11 Norte 220 Uíge Negage 2 5 2030 Subestação inserida
12 Norte 220 Pambos de Sonhe Negage 2 5 2030 Subestação inserida
13 Norte 220 Negage Sanza Pombo 2 109 2035
Central 220 Cambambe Gabela 1 2022 Evitar circuito em anel
14 Central 220 Gabela Alto Chingo 1 81 2022 Dualização
Central 220 Gabela Quibala 1 2022 Evitar circuito em anel
15 Central 220 Quibala Waco Kungo 2 92 2022
16 Central 220 Lomaum Cubal 2 2 2022
Central 220 Belem do Huambo Cubal 1 2022 Evitar circuito em anel
17 Central 220 Alto Chingo Cuacra 2 25 2025
18 Central 220 Alto Chingo Porto Amboim 2 60 2025
19 Central 220 Quileva Nova Biopio 1 18 2025 Dualização
20 Central 220 Quileva Catumbela 2 8 2025
21 Central 220 Nova Biopio Bocoio 2 5 2025 Subestação inserida
22 Central 220 Lomaum Bocoio 2 5 2025 Subestação inserida
Central 220 Cubal Ukuma 1 2025 Evitar circuito em anel
23 Central 220 Belem do Huambo Ukuma 2 66 2025
24 Central 220 Belem do Huambo Catchiungo 2 9 2025 Subestação inserida
25 Central 220 Kuito Catchiungo 2 9 2025 Subestação inserida
Central 220 Belem do Huambo Kuito 1 2027 Evitar circuito em anel
26 Central 220 Kuito Andulo 2 124 2025
27 Central 220 Cubal Alto Catumbela 2 47 2030
28 Central 220 Benguela Sul Catumbela 2 26 2025
29 Central 220 Catchiungo Bailundo 2 66 2030
30 Central 220 Benguela Sul Baia Farta 2 30 2030
31 Central 220 Kuito Chitembo 2 145 2035
32 Sul 220 Lubango 2 Lubango 2 30 2020
33 Sul 220 Lubango 2 Namibe 2 162 2020
34 Sul 220 Namibe Tombwa 2 97 2020
35 Sul 220 Lubango 2 Matala 2 168 2022
36 Sul 220 Matala HPS Matala 1 5 2022
37 Sul 220 Capelongo Cuchi 2 91 2022
38 Sul 220 Cuchi Menongue 2 94 2022
39 Sul 220 Cahama Xangongo 2 97 2025
40 Sul 220 Ondjiva Xangongo 1 97 2025
Sul 220 Capelongo Matala 1 2027 Evitar circuito em anel
41 Sul 220 Matala Jamba Mina 1 86 2035
42 Sul 220 Jamba Mina Jamba Oma 1 37 2035
43 Sul 220 Capelongo Tchamutete 2 98 2025
44 Sul 220 Menongue Cuito Cuanavale 2 189 2035
45 Sul 220 Cuito Cuanavale mavinga 2 176 2035
46 Leste 220 Saurimo Lucapa 2 157 2020
47 Leste 220 Lucapa Dundo 2 135 2020
48 Leste 220 Saurimo Luena 2 265 2025
49 Leste 220 Saurimo Muconda 2 187 2027
50 Leste 220 Muconda Luau 2 115 2027
51 Leste 220 Luau Cazombo 2 264 2027
Total 3,766
7-35
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7.7.4 Plano das instalações de transporte com base no plano de desenvolvimento das fontes de
energia
A Tabela 7-17 mostra o resultado do estudo realizado para a conexão à subestação ou linha de
transporte mais próxima do ponto de localização da fonte de energia, dentro do sistema de transporte de
uma classe de tensão, levando em conta a capacidade de produção e com base no plano de
desenvolvimento de fontes de energia.
As linhas de transporte para conexão às centrais hidroeléctricas que não estarão a funcionar até 2040
foram omitidas.
Tabela 7-17 Resultado do estudo de conexão das linhas de transporte com base no plano das fontes
de energia
Central hidroeléctrica (HPP) (Rio) Área Instalada 2017 2018 2020 2025 2030 2035 2040 Linha de transmissão
<PP existente (capacidade disponível)> - - 1,699 1699 1649 1649 1594 1594 1594 1594 Distância
Tensão Subestação Conectada
<Plano de Desenvolvimento> 931.5 1928 2169 4341 4851 6701 7154 (km)
Central Lauca Kuanza Norte 2,070 931.5 1863 2070 2070 2070 2070 2070 400kV Cambutas 224
Central Caculo Cabaça Kuanza Norte 2,172 2172 2172 2172 2172 400kV Cambutas 54
Central Zenzo Kuanza Norte 950 950 950 400kV Cambutas 41
Central Túmulo Caçador Kuanza Norte 453 453 220kV Cambutas 16
Central Quissonde Kuanza Norte 121 220kV - -
Central Genga (2) Quive Norte 900 900 900 400kV Subestação de manobra Benga 30
Central Benga Quive Norte 1,000 400kV - -
Central Quilengue (5) Quive Norte 210 210 210 210 220kV Gabera 37
Central Lomaum Extension Catumbela Central 215 65 65 65 65 65 65 220kV Nova_Biopio 81
Central Lomaum 2 Catumbela Central 150 220kV - -
Central Baynes (50% Angola) Cunene Sul 300 300 300 300 400kV Cahama 195
Central Luachimo (extensão) Leste 34 34 34 34 34 34 60kV Dundo 5
Total Candidato = 7,154 2631 3577 3818 5935 6445 8295 8748
Linha de transmissão
Central Termoeléctrica (TPP) <Plano de
Tipo Área (MW) 2017 2018 2020 2025 2030 2035 2040 Distância
Desenvolvimento> Tensão Subestação Conectada
(km)
Central Soyo 1 CCGT Zaire 750 250 750 750 750 750 750 750 400kV Soyo_SS 5
Central Soyo 2 CCGT Zaire 750 750 750 750 750 400kV Soyo_SS 5
Central Lobito CCGT No.1 CCGT Benguela 750 375 750 750 750 400kV Nova_Biopio_SS 23
Central Lobito CCGT No.2 CCGT Benguela 750 750 750 400kV Nova_Biopio_SS 23
Central Namibe CCGT No. 3 CCGT Namibe 750 750 220kV Namibe_SS 17
Central Lobito CCGT No.4 CCGT Benguela 375 375 400kV Nova_Biopio_SS 23
Central Cacuaco GT nº 1 GT Luanda 375 125 250 375 375 220kV Cacuaco 5
Central Cacuaco GT nº 2 GT Luanda 375 125 125 250 375 220kV Cacuaco 5
Central Boavista GT No.3 GT Luanda 375 125 125 250 375 220kV Sambizanga 5
Central Quileva GT No. 4 GT Benguela 250 125 250 250 220kV Quileva 1
Central Quileva GT No. 5 GT Benguela 250 125 250 250 220kV Quileva 1
Central Quileva GT No. 6 GT Benguela 250 125 250 250 220kV Quileva 1
Central Soyo GT No. 7 GT Zaire 375 125 250 375 400kV Soyo_SS 5
Total Candidato = 6,375 250 750 750 2,250 3,250 4,875 6,375
7-36
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-37
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-38
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-39
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-40
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7.7.5 Plano das instalações principais de transporte e transformação de 400 kV com base na
análise do sistema de energia
O plano de transporte e transformação de 400 kV citado na 7.6.1. foi revisto conforme a Tabela 7-18
e a Tabela 7-19, com base nos resultados da análise por PSSE, que é o programa de análise do sistema
de energia de padrão mundial, além de outras considerações adicionais e com base no plano existente
de desenvolvimento de sistemas de energia da RNT e pelas cargas e capacidades das subestações de
fornecimento regional definidas a partir da previsão de demanda.
O plano das instalações de transformação de 400 kV foi elaborado com base na previsão da demanda
de 2040 e incluiu mais 4 novas subestações além de revisões na capacidade das subestações existentes
e as suas épocas de entrada em operação, e também acrescentou as capacidades adicionais necessárias
às subestações existentes.
Os dados marcados em letra azul indicam aqueles que sofreram alteração ou que foram adicionados.
A capacidade total das novas subestações é de 12.720 MVA, que apresenta um incremento de cerca
de 5.500 MVA em relação ao plano existente até 2027 que é de 7.290 MVA. Em 2040 haverá um
aumento brusco do sistema que terá de 21.840 MVA, isso se deve principalmente à necessidade em
atender ao aumento da demanda na capital Luanda que receber um reforço de cerca de 5.000 MVA
(principalmente na subestação Viana) sobre os cerca de 2.000 MVA das subestações existentes, e o
reforço de 2.000 MVA aos sistemas regionais.
Capacidad
No. Ano de Melhoria (Upgrade)
Area Tensão Nome da Subestação Capacidade e Final
Projecto operação
(kV) (MVA) 2025 2030 2035 2040 (MVA)
1 Cuanza Sul 400 Waco Kungo 450 2020 450 900
2 Huambo 400 Belem do Huambo 1,350 2020 1,350
3 Luanda 400 Bita 900 2022 450 450 1,800
4 Huila 400 Lubango 900 2025 900
5 Huila 400 Capelongo 900 2025 900
6 Huila 400 Caluquembe 120 2025 120
7 Benguela 400 Nova Biopio 900 2025 900
8 Sul 400 Cahama 900 2025 900
9 Leste 400 Saurimo 900 2025 900
10 Lunda Norte 400 Xa-Muteba 360 2025 360
11 Cunene 400 Ondjiva 900 2035 900
12 Huila 400 Quilengues 120 2025 120
13 Cuanza Sul 400 Gabela 900 2025 900
14 Luanda 400 Sambizanga 1,860 2025 1,860
15 Malanje 400 Lucapa 900 2025 450 1,350
16 Chipindo 400 Chipindo 360 2025 360
17 Zaire 400 N'Zeto 450 existente 450 900
18 Luanda 400 Viana 210 existente 2,790 930 3,720
19 Bengo 400 Kapary 450 existente 450 450 1,350
20 Luanda 400 Catete 900 existente 450 1,350
Capacidade total das novas subestações 12,720 Subtotal 4,590 1,830 900 0 21,840
7-41
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Tabela 7-19 Plano das instalações de transporte do sistema principal de 400 kV com base na
análise do sistema de energia
Extensão
No. No. de Ano de
Area Tensão Ponto inicial Ponto final da linha Observações
Projecto circuitos operação
(kV) (km)
1 Norte 400 Catete Bita 2 54 2022
Norte 400 Cambutas Bita 1 2022
2 Norte 400 Cambutas Caculo Cabaça 2 54 2023 Dualização
3 Norte 400 Caculo Cabaça Bita 1 2023
4 Norte 400 Cambutas Catete 1 123 2025 Dualização
5 Norte 400 Catete Viana 1 36 2025 Dualização
6 Norte 400 Lauca Capanda elev. 1 41 2025 Dualização
7 Norte 400 Kapary Sambizanga 2 45 2025 Para nova subestação
8 Norte 400 Lauca Catete 2 190 2025 Alteração do Plano de Conexão
9 Norte 400 Lauca Caculo Cabaça 2 25 2025 Alteração do Plano de Conexão
10 Central 400 Lauca Waco Kungo 1 177 2020
11 Central 400 Waco Kungo Belem do Huambo 1 174 2020
Central 400 Belem do Huambo Lubango 1 2022
Central 400 Belem do Huambo Capelongo 1 202 2022
12 Central 400 Lauca Waco Kungo 1 177 2025 Dualização
13 Central 400 Waco Kungo Belem do Huambo 1 174 2025 Dualização
Central 400 Caculo Cabaça Nova Biopio 1 2025
14 Central 400 Cambutas Gabela 2 131 2025 Para nova subestação
15 Central 400 Gabela Bengo 2 25 2025 Para nova subestação
16 Central 400 Bengo Nova Biopio 2 200 2025 Para nova subestação
Central 400 Nova Biopio Lubango 1 2025
17 Central 400 Bengo Genga 2 30 2035
18 Sul 400 Belem do Huambo Caluquembe 2 175 2025 Para nova subestação
19 Sul 400 Caluquembe Lubango 2 2 168 2025 Para nova subestação
20 Sul 400 Belem do Huambo Chipindo 2 114 2025 Para nova subestação
21 Sul 400 Chipindo Capelongo 2 109 2025 Para nova subestação
22 Sul 400 Nova Biopio Quilengues 2 117 2025 Para nova subestação
23 Sul 400 Quilengues Lubango 2 2 143 2025 Para nova subestação
24 Sul 400 Lubango 2 Cahama 2 190 2025
25 Sul 400 Capelongo Ondjiva 1 312 2035
26 Sul 400 Cahama Ondjiva 1 175 2035
Sul 400 Biopio - Lubango kaluquembe 2 5 2027
Sul 400 Dango - Lubango Quilengues 2 5 2027
27 Sul 400 Cahama Ruacana 2 125 2027 Interconexão Internacional
28 Sul 400 Cahama Baynes 2 195 2030
29 Leste 400 Capanda_elev Xa-Muteba 2 266 2025
30 Leste 400 Xa-Muteba Surimo 2 335 2025
Total 4,292
7-42
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Normalmente, as centrais eléctricas estão localizadas longe dos centros de demanda, e é necessário
construir instalações de transporte de energia tal como linhas de transporte para solucionar o
desequilíbrio regional entre a oferta e demanda de energia eléctrica. Por essa razão, a ideia básica do
Plano de desenvolvimento do sistema principal de transporte de energia é compreender o nível de
desequilíbrio entre a oferta e a demanda de cada região e avaliar as medidas eficientes de envio de
energia excedente às regiões com défice. No entanto, como as linhas de transporte serão usadas por um
período longo de mais de 20 anos após a sua construção, é extremamente importante preparar uma
visão futura do sistema principal de transporte que englobe um período de 20 anos ou mais anos de
modo a evitar a duplicação desnecessária de investimentos. Para tal, o ano a considerar na análise foi
fixado em 2040, que é o ano limite do Plano Director de Energia Eléctrica.
Com base no modelo de carga das subestações existente nos dados de PSSE de 2040 fornecidos pela
RNT, estimou-se a carga no sistema de 132 kV em 2025, 2030, 2035 e 2040, pelo aumento ou
diminuição de carga para que a demanda total e a demanda de cada província correspondesse aos
respectivos valores de 2025, 2030, 2035 e 2040. A Tabela 7-20 mostra as cargas das subestações do
modelo (Pload para carga de energia activa, e Qload para carga de energia reactiva). Além disso, a
carga de intercâmbio com o SAPP foi definido em 400 MW.
7-43
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Com base nos dados da PSSE de 2040 fornecidos pela RNT, foi configurado o modelo do sistema de
energia de 2040 que atende aos Plano de Fontes de Energia e a previsão de demanda elaborados pela
Equipa de Estudo JICA. Foi feito o cálculo do fluxo de potência e a análise do plano do sistema até
2040.
O plano de transporte de energia teve como premissa atender aos critérios N-1 e definiu a
configuração de linhas de circuito duplo para cada traçado para as linhas de transporte de 400 kV e 220
kV que representam o sistema principal. Além disso, Angola tem operado no actual sistema principal
com uma configuração em anel (loop) de diferentes tensões de 400 kV e 220 kV, sendo submetido a
condições complexas de funcionamento como nos casos de ocorrência de sobrecarga na linha de
transporte de 220 kV em situações de evento inesperado durante a ocorrência de evento n-1 na linha de
7-44
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
transporte de 400 kV. Por isso optou-se pela prática adoptada no Japão e numerosos outros países de
basicamente configurar em loop apenas o sistema de 400 kV, enquanto que o sistema de 220 kV
apresenta um sistema radial.
Ademais, em relação aos geradores a diesel de baixa potência, instalados actualmente em Luanda e
outras cidades, por serem antieconómicos em termos de eficiência de geração de energia e por outras
razões, serão abolidos gradativamente.
Em 2040, a demanda nesta região atingirá mais de 4.000 MW, a qual representa cerca de quatro
vezes o nível atual, existindo um plano para construção de duas subestações (Bita, Sambizanga) de
400/220 kV e algumas subestações de 220/60 kV. Segundo a proposta da RNT, a nova subestação do
Golfe de 220/60 kV será interligada à subestação Viana. Nesta proposta, a carga será concentrada na
subestação de Viana.
7-45
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 7-36 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da RNT
7-46
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 7-37 Sistema em Luanda (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da JICA
Caso em 2040 esteja também disposta em linha dupla, não ocorrerá problemas com a tensão e o fluxo
de potência. Porém, no caso de uma linha singular, como mostrada na tabela a seguir, a sensibilidade da
tensão do barramento torna-se extremamente alta podendo dificultar o manejo. Por esta razão, mesmo
que esteja disposta em N-1 (parada da linha singular), se torna uma medida para garantir a estruturação
da linha dupla.
7-47
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Apesar de terem se tornado uma linha singular, não ocorreu nenhuma anormalidade, o que indica
que a instalação do SVC é eficiente.
Figura 7-38 Resultado do cálculo da linha principal da zona leste em 2040 (Linha singular de
transporte de Capanda = Xá-Muteba)
7-48
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Figura 7-39 Resultado do cálculo da linha principal da zona leste em 2040 (Linha singular
de transporte de Xá-Muteba = Saurimo)
A tabela a seguir mostra a comparação de custos entre a instalação do SVC do tipo Statcom e a linha
tripla de transporte de 400 kV. Mesmo que sejam instaladas duas unidades como uma medida de
solução de problemas, é possível instalar o SVC com um custo consideravelmente baixo. Por esta razão,
é proposto o plano de instalação do SVC.
Tabela 7-22 Comparação de custos entre medidas de instalação do SVC e medidas de linha tripla
7-49
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
1440
M’Banza Congo Angola power system –
Soyo
(220/60) (MW)
(400/60/15)
2040
Nzeto
(400/220/60) Tomboco
(220/60)
Maquela Zombo 400kV T/L
(220/60/30/15)
1120
Kapary Damba
Caxito (220/30) Sanza Pombo
ADA (400/220/60)
(220/110) (220/60)
Uíge
1110
(220/60)
220kV T/L
Cacuaco
Sambizanga
(400/220/60)
(220/60)
Negage
(220/60)
220kV T/L
Chicala PIV (planed ; 2036~40)
(220/60)
Cazenga
(220/60) 380 Pambos de Sonhe(220/30)
(220/60)
420 220kV
Lucala (400/220/60)
Futungo de Belas
(220/60)
Golfe Filda
outage T/L
220/60 (220/60) Viana
(400/220/60)
Catete (400/220/60) Capanda Dundo
(400/220/110)
Malange
1150 Maria N’Dalatando (220/60) 1030 Lucapa
Teresa(220/60) Xá-Muteba
Camama
(220/60)
860
Zango 270 550 Saurimo
740 (220/60)
Zenzo
60 1520
Muconda
470 Gabela
(400/220/60)
Quibala 600
P. Amboim (220/60)
(220/60)
70
840
Alto Chingo Waco Kungo
Cuacra
(220/60) (400/220/60)
(220/60)
Genga
Nova Biopio 480 Bailundo
(220/60)
Andulo
(220/60)
Lobito CCGT
(400/220)
540
Quileva
Kuito
(220/150/60) Bocoio Belém do Huambo
(220/60)
Catumbela (220/60) Ukuma (400/220/60)
(220/60) CH Alto (220/60)
Lomaum Catumbela Catchiungo Chitembo
Baia Farta (220/60)
(220/60) Benguela Sul 840Cubal (220/60)
220
(220/30)
(220/60) CH Gove
Quilengues (220/60) Chipindo
(400/60)
Lubango
Caluquembe 600 (400/60)
(400/60) CH
Namibe
(400/220/60) Jamba OMA e MINA
(400/220/60)
Capelongo
Matala (400/220) Cuito Cuanavale
Tômbwa
430 170 (220/60) (220/30)
(220/60) Cahama Matala(CH) Cuchi Menongue
(400/220/30) (220/30) (220/60)
Mavinga
Tchamutete
(220/30)
(220/60)
430
Baynes 50
220
(400)
400 Xangongo Ondjiva
to SAPP (220/60) (400/220/60)
7-50
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Pelo PSSE confirmou-se que não houve sobrecarga e outros fenómenos em todos os eventos n-1 para
todas as linhas de transporte de 400 kV, 220 kV ou de tensões superiores, e para todos os
transformadores de 400/ 220 kV, 220 kV/ 60 kV etc. com tensão primária de 220 kV ou superior. Além
disso, como descrito acima, somente o sistema de transporte de 400 kV foi configurado em loop e o
sistema de 220 kV foi configurado em sistema radial, de modo que se evitou a operação complexa
devido à configuração complexa do sistema em loop com diferentes tensões de 400 kV e 220 kV. Isso
possibilita ao operador do sistema compreender com facilidade as condições de operação das linhas
principais de 400 kV e 220 kV, mesmo que o sistema apresente condições diferentes devido a parada de
instalações como linhas de transporte para manutenção, etc., estabelecendo assim uma configuração de
sistema que evite a ocorrência de erros.
As CCGTs podem ser instaladas de forma concentra em Soyo, embora nesse caso seja preciso
adicionar uma linha de transporte de 400 kV (cerca de 330 km) entre a central Soyo e a subestação
Kapary.
No presente trabalho a Equipa de Estudo da JICA adoptou, do ponto de vista da segurança energética
e de se evitar fazer reforço de linhas de transporte de grandes extensões, a proposta de planeamento do
sistema em distribuir os locais de instalação de CCGTs nas cidades de Lobito e Namibe ao invés de
concentrá-los no Soyo.
A Tabela 7-23 mostra as perdas no transporte tanto pela proposta de instalação distribuída como a de
instalação concentrada. A título de comparação, a demanda nas subestações é mantida igual para as
duas propostas e as potências de produção mostradas na Tabela 7-23 também são consideradas
basicamente iguais, excepto as das centrais do Soyo, Lobito e Namibe.
7-51
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-52
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A Figura 7-41 ilustra a proposta do Plano de transporte do sistema de 2040 elaborada com base nos
dados de PSSE de 2040 fornecidos pela RNT.
1440
M’Banza Congo
Angola power system (RNT) –
Soyo
(400/60/15) (220/60) 2040
Nzeto
(400/220/60) Tomboco Maquela Zombo
(220/60) (220/60/30/15) (MW)
1120
Kapary Damba
Caxito (220/30) Sanza Pombo
ADA (400/220/60)
(220/110) (220/60)
Uíge
Camama
190 Teresa(220/60) Xá-Muteba
(220/60)
260 360 620
Zango 850 Muconda
(220/60) Zenzo Saurimo
100 1170
610 330
Ramiros 190 Luau
(220/60)
520 30 460 Lauca
Luena
Bita (400/220/60) 780 (400)
130 Cambutas
(400/220/60) Caculo Cabaça Cazombo
Gabela 560
280 (400/220/ Quibala 440
60)
P. Amboim (220/60)
(220/60)
100 Sistema
Benga 40
Alto 710 Waco Kungo
Centro
Cuacra
Chingo (400/220/60)
(220/60) (220/60)
Genga
Bailundo Andulo
Nova Biopio
430 (220/60)
Lobito CCGT
(400/220) 410 (220/60)
Quileva
(220/150/60)
520 Kuito
Bocoio
(220/60) Ukuma
200 Belém do Huambo
(400/220/60)
(220/60)
Catumbela CH Alto
Baia Farta (220/60)
(220/60) Lomaum Catumbela Catchiungo Chitembo
(220/60)
(220/60) (220/30)
Benguela Sul 640Cubal (220/60)
140
Sistema Sul (220/60) CH Gove
Quilengues (220/60) Chipindo
(400/60) Kalukembe
(400/60) CH
340 (400/60)
Namibe
Lubango
(400/220/60) Jamba OMA e MINA
(400/220/60)
Capelongo
Matala (400/220) Cuito Cuanavale
Tômbwa 290 240
(220/60) (220/30)
(220/60) Matala(CH) Cuchi Menongue
Cahama
(220/30) (220/60)
(400/220/30) Mavinga
Tchamutete
(220/30)
(220/60)
240
Baynes
120 80
(400)
Xangongo Ondjiva
(220/60) (400/60)
Figura 7-41 Sistema principal (400 kV, 220 kV) em 2040 com base na proposta da RNT
7-53
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A Tabela abaixo indica o resultado do estudo comparativo das perdas no transporte entre a proposta
da Equipa de Estudo da JICA e a proposta da RNT. A título de comparação, a demanda nas subestações
é igual para as duas propostas e a capacidade de produção também é praticamente igual, incluindo a
central do Soyo.
Comparando as perdas no transporte, a proposta da RNT indica perdas de 407,8 MW ao passo que
proposta da Equipa de Estudo da JICA indica 320,7 MW. A proposta da Equipa de Estudo da JICA
apresentou uma diferença de perdas 87,1 MW menor que a proposta da RNT, o que representa menos
de 80% em relação às perdas da proposta feita pela RNT. Esse resultado serve como um indicador da
validade da proposta apresentada pela Equipa de Estudo da JICA.
7-54
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-55
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-56
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-57
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
1440
M’Banza Congo Angola power system –
Soyo
(220/60) (MW)
(400/60/15)
2040
Nzeto
(400/220/60) Tomboco
(220/60)
Maquela Zombo 400kV T/L
(220/60/30/15)
1120
Kapary Damba
Caxito (220/30) Sanza Pombo
ADA (400/220/60)
(220/110) (220/60)
Uíge
1110
(220/60)
220kV T/L
Cacuaco
Sambizanga
(400/220/60)
(220/60)
Negage
(220/60)
220kV T/L
Chicala PIV (planed ; 2036~40)
(220/60)
Cazenga
(220/60) 380 Pambos de Sonhe(220/30)
(220/60)
420 220kV
Lucala (400/220/60)
Futungo de Belas
(220/60)
Golfe Filda
outage T/L
220/60 (220/60) Viana
(400/220/60)
Catete (400/220/60) Capanda Dundo
(400/220/110)
Malange
1150 Maria N’Dalatando (220/60) 1030 Lucapa
Teresa(220/60) Xá-Muteba
Camama
(220/60)
860
Zango 270 550 Saurimo
740 (220/60)
Zenzo
60 1520
Muconda
470 Gabela
(400/220/60)
Quibala 600
P. Amboim (220/60)
(220/60)
70
840
Alto Chingo Waco Kungo
Cuacra
(220/60) (400/220/60)
(220/60)
Genga
Nova Biopio 480 Bailundo
(220/60)
Andulo
(220/60)
Lobito CCGT
(400/220)
540
Quileva
Kuito
(220/150/60) Bocoio Belém do Huambo
(220/60)
Catumbela (220/60) Ukuma (400/220/60)
(220/60) CH Alto (220/60)
Lomaum Catumbela Catchiungo Chitembo
Baia Farta (220/60)
(220/60) Benguela Sul 840Cubal (220/60)
220
(220/30)
(220/60) CH Gove
Quilengues (220/60) Chipindo
(400/60)
Lubango
Caluquembe 600 (400/60)
(400/60) CH
Namibe
(400/220/60) Jamba OMA e MINA
(400/220/60)
Capelongo
Matala (400/220) Cuito Cuanavale
Tômbwa
430 170 (220/60) (220/30)
(220/60) Cahama Matala(CH) Cuchi Menongue
(400/220/30) (220/30) (220/60)
Mavinga
Tchamutete
(220/30)
(220/60)
430
Baynes 50
220
(400)
400 Xangongo Ondjiva
to SAPP (220/60) (400/220/60)
7-58
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
A tabela 7-26 mostra a corrente de falha de curto-circuito trifásica do barramento de 400 kV e 220 kV
do sistema de transporte de energia de Angola. Os cálculos foram realizados sob as seguintes
condições.
Os geradores, os quais são instalados anualmente no sistema de transporte de energia, foram todos
calculados em operação.
7-59
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Bus Bus Name Voltage Fault Current (kA) Bus Voltage Fault Current (kA)
Bus Name
2025 2030 2035 2040 Number (kV) 2025 2030 2035 2040
10005 SOYO_400 400 10.1 10.6 11.2 11.6 20071 CUBAL_220 220 2.8 3.8 4.3 4.3
10006 SOYO_400_2 400 10.0 10.5 11.1 11.5 20073 CATUMB_220 220 3.4 6.2 8.7 8.8
10007 NZETO_400 400 8.9 9.1 9.6 9.7 20074 BOCOIO_220 220 3.2 4.7 5.6 5.7
10008 NZETO_220 220 9.1 9.2 9.4 9.3 20076 B.FARTA_220 220 - 4.1 5.0 5.1
10010 M_CONGO_220 220 2.4 2.4 2.4 2.4 20078 A.CATUMB_220 220 - 2.9 3.2 3.3
10030 TOMBOCO_220 220 3.6 3.6 3.6 3.6 20100 N_BIOPIO_400 400 7.1 8.6 13.7 15.3
11000 UIGE_220 220 2.0 2.0 2.3 2.4 20110 LOBITO PS 400 6.8 8.1 13.3 15.1
11007 M_ZOMBO_220 220 1.2 1.2 1.3 1.4 21003 GOVE_4_220 220 2.4 2.4 2.6 2.5
11012 NEGAGE_220 220 2.1 2.2 2.5 2.6 21013 DANGO_1_220 220 4.3 4.6 5.6 5.7
11017 S_POMBO_220 220 - - 1.7 1.8 21021 DANGO_400 400 5.9 6.5 7.7 8.0
11020 DAMBA_220 220 - - 1.7 1.7 21024 UKUMA_220 220 3.0 3.1 3.4 3.5
12000 CACUACO_220 220 10.7 13.0 15.4 16.4 21030 CATCH_220 220 2.9 3.2 3.5 3.7
12002 CAMAMA_220 220 10.4 10.6 11.9 11.9 21035 BAILUNDO_220 220 - 2.2 2.3 2.3
12005 CAZENGA_220 220 11.3 11.6 13.7 13.8 22000 KUITO_220 220 2.4 2.7 2.8 2.9
12007 FILDA_220 220 13.0 13.5 13.7 13.8 22008 ANDULO_220 220 1.6 1.8 1.8 1.8
12009 VIANA_220 220 18.1 19.0 19.4 19.7 22020 CHITEMBO_220 220 - 1.6 1.7 1.6
12100 CACUACO_GT 220 10.3 12.5 15.0 16.0 23001 GABELA_220 220 10.1 10.4 11.3 11.4
12118 VIANA_400 400 13.8 14.5 15.3 15.6 23004 A.CH.RNT_220 220 5.0 5.1 5.3 5.3
12125 SAMBZANG_400 400 10.1 10.4 11.6 12.3 23010 W.KUNGO_220 220 8.8 9.0 9.4 9.4
12126 SAMBZANGA220 220 13.1 13.4 16.4 17.1 23012 CUACRA_220 220 4.1 4.2 4.4 4.4
12128 SAMBZANGA_GT 220 12.3 12.6 15.3 16.1 23016 W.KUNGO_400 400 7.9 8.2 8.9 9.1
12132 M_BENTO_220 220 7.9 8.0 8.7 8.8 23017 P_AMBOIM_220 220 3.3 3.4 3.5 3.5
12136 CATETE 400 400 17.7 18.6 20.4 20.9 23019 GABELA_400 400 9.7 10.4 13.1 13.3
12137 CATETE_220 220 13.0 13.0 13.4 13.9 23020 QUIBALA_220 220 3.6 3.7 3.8 3.8
12139 RAMIROS_220 220 7.1 7.2 7.8 7.8 23023 BENGA_400 400 - - 12.6 13.0
12141 BITA_400 400 12.1 12.4 13.2 13.3 23024 GENGA_400 400 7.5 8.0 10.6 10.8
12142 BITA_220 220 13.0 13.2 15.3 15.4 30012 NAMIBE_220 220 2.8 3.1 3.4 9.7
12145 PIV_220 220 - - 16.8 17.0 30016 TOMBWA_220 220 1.9 2.0 2.1 3.7
12267 ZANGO_220 220 7.0 7.1 7.2 7.3 30112 NABIBE_CCGT 220 - - - 10.0
12300 CHICALA_220 220 11.9 12.1 14.5 15.0 31015 MATALA_4_220 220 1.8 1.9 3.6 3.7
12305 GOLF 220 12.0 12.1 14.5 15.1 31024 LUBANGO_400 400 5.5 7.6 9.1 10.4
13004 KAPARY_400 400 14.0 14.6 16.3 17.3 31027 LUBANGO_220 220 5.5 6.6 8.2 8.6
13005 KAPARY_220 220 13.3 16.6 18.8 19.4 31029 MATALA_220 220 1.9 2.0 3.9 4.0
13007 DANDE_220 220 10.3 12.2 13.3 13.6 31031 J_MINA_220 220 1.4 1.5 3.9 4.0
13030 CAXITO_220 220 9.1 10.6 11.4 11.5 31036 J_OMA_220 220 - 0.9 2.3 2.3
14005 CAMBAMBE_220 220 24.3 24.7 26.1 26.1 31043 TCHAMUTE_220 220 1.9 1.8 2.0 2.0
14007 LUCALA_220 220 4.0 3.9 5.4 5.5 31060 QUILENGS_400 400 5.9 7.3 9.5 10.4
14008 LUCALA_400 400 13.0 13.2 13.6 13.7 31300 NOVO_LUB_220 220 7.0 8.7 10.6 13.3
14009 NDALAT_220 220 6.1 6.2 6.2 6.2 31501 CAPLONGO_400 400 3.2 3.3 4.9 5.0
14011 P.SONHE_220 220 2.9 2.9 3.5 3.6 31502 CAPLONGO_220 220 2.8 2.6 3.1 3.0
14016 CAMBUTAS_220 220 27.1 27.6 29.5 29.5 31510 KALUKEMB_400 400 5.2 6.2 7.0 7.4
14017 CAMBUTAS_400 400 21.5 22.2 26.2 26.6 31511 CHIPINDO_400 400 - 4.3 5.6 5.8
14025 CBB_2_1 220 18.4 18.6 19.4 19.3 32000 CUCHI_220 220 1.8 1.8 2.1 2.1
14026 CBB_2_2 220 18.4 18.6 19.4 19.3 32003 MENONGUE_220 220 1.4 1.4 1.6 1.6
14027 CBB_2_3 220 18.4 18.6 19.4 19.3 32015 C_CUANVL_220 220 - - 1.0 0.9
14028 CBB_2_4 220 18.4 18.6 19.4 19.3 32017 MAVINGA_220 220 - - 0.8 0.7
14043 M_TERESA_220 220 5.5 5.5 5.5 5.6 33000 CAHAMA_400 400 3.6 6.7 8.0 8.4
14051 LAUCA_400 400 28.6 28.5 31.5 31.7 33001 CAHAMA_220 220 2.6 3.2 3.4 3.5
14053 LAUCA_EC_220 220 3.9 3.9 3.9 3.9 33003 XANGONGO_220 220 1.8 2.1 2.2 2.2
14054 C_CABAヌA_400 400 28.1 27.2 31.0 31.2 33005 ONDJIVA_220 220 1.1 1.2 3.0 3.0
14071 ZENZO 400 - - 16.5 16.5 33007 BAYNES_400 400 2.4 3.1 4.5 4.6
14074 CE_GASTテO 220 3.0 3.0 3.8 3.9 33020 ONDJIVA_400 400 - - 5.1 5.2
15004 CAPANDA_220 220 18.0 18.1 18.1 18.0 40010 DUNDO_220 220 1.5 1.5 1.5 1.5
15006 CAP_ELEV_220 220 18.5 18.6 18.6 18.5 40020 LUCAPA_220 220 1.8 1.8 1.8 1.8
15008 CAP_ELEV_400 400 19.0 19.0 20.1 20.2 40030 XA_MUTBA_400 400 3.8 3.9 3.9 3.9
15016 MALANJE_220 220 5.1 5.1 4.8 4.9 41019 SAURIMO_400 400 2.1 2.1 2.0 2.1
20025 KILEV_4_220 220 3.7 6.9 10.3 10.3 41020 SAURIMO_220 220 2.5 2.5 2.6 2.6
20034 LMAUM_3_220 220 2.8 3.8 4.4 4.4 41040 MUCONDA_220 220 1.4 1.4 1.4 1.4
20052 N_BIOP_1_220 220 4.0 6.9 9.7 9.8 42010 LUENA_220 220 1.3 1.3 1.3 1.3
20065 B.SUL_220 220 3.1 5.1 6.8 6.8 42030 LUAU_220 220 1.1 1.2 1.1 1.1
20067 KILEVA_GT 220 3.6 6.9 10.5 10.5 42040 CAZOMBO_220 220 0.8 0.8 0.8 0.8
7-60
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Os resultados até ao parágrafo anterior foram resumidos e foi elaborada a lista de projectos (Tabelas
7-25 a 7-30) . Relativamente às linhas de transporte, a relação das linhas de alimentação foi apresentada
separadamente.
Year
Project# of Area Voltage Substation Capacity Cost Remarks
operation (kV) Name (MVA) (MUS$)
1 2020 Cuanza Sul 400 Waco kungo 450 40.5 450 x 1, under construction(China)
2 2020 Huambo 400 Belem do Huambo 900 51.3 450 x 2, under construction(China)
3 2022 Luanda 400 Bita 900 51.3 450 x 2, under construction(Brazil)
4 2025 Cuanza Sul 400 Waco kungo 450 40.5 upgrade 450 x 1
5 2025 Luanda 400 Bita 450 40.5 upgrade 450 x 1
6 2025 Zaire 400 N'Zeto 450 40.5 upgrade 450 x 1
7 2025 Luanda 400 Viana 2,790 96.6 upgrade 930 x 3
8 2025 Bengo 400 Kapary 450 40.5 upgrade 450 x 1
9 2025 Huila 400 Lubango2 900 51.3 450 x 2, Pre-FS implemented*
10 2025 Huila 400 Capelongo 900 51.3 450 x 2
11 2025 Huila 400 Calukembe 120 32.6 60 x 2
12 2025 Benguera 400 Nova Biopio 900 51.3 450 x 2
13 2025 Southern 400 Cahama 900 51.3 450 x 2
14 2025 Eastern 400 Saurimo 900 51.3 450 x 2, under Pre-FS
15 2025 Lunda Norte 400 Xa-Muteba 360 38.3 180 x 2, under Pre-FS
16 2025 Huila 400 Quilengues 120 32.6 60 x 2
17 2025 Cuanza Sul 400 Gabela 900 51.3 450 x 2
18 2025 Luanda 400 Sambizanga 2,790 96.6 930 x 3
19 2025 Malanje 400 Lucala 900 51.3 450 x 2
20 2025 Chipindo 400 Chipindo 360 38.3 180 x 2
21 2030 Luanda 400 Catete 450 40.5 upgrade 450 x 1
22 2030 Bengo 400 Kapary 450 40.5 upgrade 450 x 1
23 2035 Cunene 400 Ondjiva 900 51.3 450 x 2, Pre-FS implemented*
24 2035 Luanda 400 Bita 450 40.5 upgrade 450 x 1
25 2035 Malanje 400 Lucala 450 40.5 upgrade 450 x 1
Total 19,590 1,171.4
Pre-FS implemented*:USTDAとDBSAで候補地点選定等を実施
7-61
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Year
Project# of Area Voltage Substation Capacity Cost Remarks
operation (kV) Name (MVA) (MUS$)
1 2018 Benguela 220 Benguela Sul 240 24.5 120 x 2, under construction(China)
2 2020 Luanda 220 Bita 240 24.5 120 x 2, under construction(Brazil)
3 2020 Zaire 220 Tomboco 40 13.7 20 x 2
4 2020 Malanje 220 Capanda Elevadora 130 18.6 65 x 2, upgrade
5 2021 Luanda 220 Cacuaco 480 37.5 240 x 2, upgrade
6 2022 Luanda 220 Zango 360 31.0 120 x 3
7 2022 Malanje 220 Malanje2 240 24.5 120 x 2
8 2022 Cuanza Sul 220 Waco Kungo 60 14.8 60 x 1
9 2022 Cuanza Sul 220 Quibala 120 18.1 60 x 2
10 2022 Benguela 220 Cubal 120 18.1 60 x 2
11 2022 Huíla 220 Lubango 240 24.5 120 x 2, Pre-FS implemented*
12 2022 Huíla 220 Matala 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
13 2022 Huíla 220 Capelongo 60 14.8 60 x 1
14 2022 Cuando-Cubango 220 Cuchi 60 14.8 60 x 1
15 2022 Cuando-Cubango 220 Menangue 240 24.5 120 x 2
16 2022 Namibe 220 Namibe 240 24.5 120 x 2, Pre-FS implemented*
17 2022 Namibe 220 Tombwa 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
18 2022 Lunda Norte 220 Lucapa 60 14.8 60 x 1
19 2022 Lunda Norte 220 Dundo 120 18.1 60 x 2, under Pre-FS
20 2022 Lunda Sur 220 Saurimo 120 18.1 60 x 2, under Pre-FS
21 2022 Uíge 220 Uíge 240 24.5 120 x 2, upgrade
22 2025 Luanda 220 Golfe 360 31.0 120 x 3
23 2025 Luanda 220 Chicara 480 37.5 240 x 2
24 2025 Bengo 220 Caxito 60 14.8 60 x 1
25 2025 Bengo 220 Maria Teresa 60 14.8 60 x 1
26 2025 Cuanza Sul 220 Porto Amboim 120 18.1 60 x 2
27 2025 Cuanza Sul 220 Cuacra 60 14.8 60 x 1
28 2025 Benguela 220 Catumbela 120 18.1 60 x 2
29 2025 Benguela 220 Bocoio 120 18.1 60 x 2
30 2025 Huambo 220 Ukuma 60 14.8 60x 1, Pre-FS implemented*
31 2025 Huambo 220 Catchiungo 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
32 2025 Bié 220 Andulo 60 14.8 60 x 1
33 2025 Huíla 220 Nova Lubango 120 18.1 60 x 2
34 2025 Huíla 220 Caluquembe 60 14.8 60 x 1
35 2025 Huíla 220 Quilengues 60 14.8 60 x 1
36 2025 Huíla 220 Tchamutete 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
37 2025 Cunene 220 Ondjiva 120 18.1 60 x 2, Pre-FS implemented*
38 2025 Cunene 220 Cahama 60 14.8 60 x 1, Pre-FS implemented*
39 2025 Cunene 220 Xangongo 60 14.8 60 x 1, Pre-FS implemented*
40 2025 Moxico 220 Luena 240 24.5 120 x 2, under Pre-FS
41 2025 Lunda Norte 220 Xa-Muteba 120 18.1 60 x 2
42 2025 Luanda 220 Viana 600 44.0 300 x 2, upgrade
43 2025 Luanda 220 Camama 120 18.1 120 x 1, upgrade
44 2025 Luanda 220 Sambizanga 240 24.5 240 x 1, upgrade
45 2025 Kuanza Norte 220 N’ Dalatando 80 15.9 40 x 2, upgrade
46 2027 Moxico 220 Cazombo 60 14.8 60 x 1
47 2027 Moxico 220 Luau 60 14.8 60 x 1
48 2027 Lunda Sur 220 Muconda 60 14.8 60 x 1
49 2027 Bié 220 Kuito 120 18.1 120 x 1, upgrade
50 2030 Luanda 220 Futungo de Belas 120 18.1 120 x 1, upgrade
Pre-FS implemented*:Candidate site were selected by USTDA and DBSA.
7-62
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
Year
Project# of Area Voltage Substation Capacity Cost Remarks
operation (kV) Name (MVA) (MUS$)
51 2030 Uíge 220 Negage 180 21.3 60 x 3
52 2030 Cabinda 220 Cabinda 240 24.5 120x 2
53 2030 Cabinda 220 Cacongo 120 18.1 60 x 2
54 2030 Benguela 220 Alto Catumbela 120 18.1 60 x 2
55 2030 Benguela 220 Baria Farta 120 18.1 60 x 2
56 2030 Huambo 220 Bailundo 120 18.1 60 x 2
57 2030 Huíla 220 Chipindo 60 14.8 60 x 1
58 2031 Zaire 220 M'Banza Congo 180 21.3 60 x 3, upgrade
59 2032 Cunene 220 Ondjiva 120 18.1 120 x 1, upgrade
60 2032 Lunda Sur 220 Saurimo 120 18.1 120 x 1, upgrade
61 2034 Luanda 220 Cacuaco 240 24.5 240 x 1, upgrade
62 2035 Luanda 220 PIV 480 37.5 240 x 2
63 2035 Kuanza Norte 220 Lucala 120 18.1 60 x 2
64 2035 Uíge 220 Sanza Pombo 120 18.1 60 x 2
65 2035 Bié 220 Camacupa 60 14.8 60 x 1
66 2035 Cuando-Cubango 220 Cuito Cuanavale 60 14.8 60 x 1
67 2035 Luanda 220 Cazenga 120 18.1 120 x 1, upgrade
68 2035 Bengo 220 Kapary 120 18.1 120 x 1, upgrade
69 2035 Benguela 220 Catumbela 240 24.5 120 x 2, upgrade
70 2036 Luanda 220 Sambizanga 240 24.5 240 x 1, upgrade
71 2036 Uíge 220 Maquela do Zombo 40 13.7 40 x 1, upgrade
72 2036 Huambo 220 Belém do Dango 240 24.5 240 x 1, upgrade
73 2036 Lunda Norte 220 Dundo 120 18.1 120 x1, upgrade
74 2037 Cuanza Sul 220 Gabela 60 14.8 60 x 1, upgrade
75 2038 Benguela 220 Cubal 240 24.5 120 x 2, upgrade
76 2040 Cuando-Cubango 220 Mavinga 60 14.8 60 x 1
77 2040 Malanje 220 Malanje2 120 18.1 120 x 1, upgrade
78 2040 Huíla 220 Caluquembe 60 14.8 60 x 1, upgrade
Total 11,810 772.4
7-63
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-64
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-65
Projecto de Elaboração do
Plano Director de Desenvolvimento de Electricidade na República de Angola
Relatório Final
7-66