Aul 5 - Dos Direitos Políticos: 1. Considerações Iniciais

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DIREITO CONSTITUCIONAL | OAB 2ª FASE

XXXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO


AUL 5 - DOS DIREITOS POLÍTICOS

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os direitos políticos estão previstos, basicamente, nos arts. 14, 15 e 16,


da CRFB/88. São direitos fundamentais que caracterizam o regime democrático
e constituem um conjunto de regras constitucionalmente fixadas, referentes à
participação popular no processo político e nos órgãos governamentais. Dizem
respeito à atuação do cidadão na vida pública de determinado país, disciplinam
os problemas eleitorais e prescrevem o modo de atuação da soberania
popular.

2. DIREITO DE SUFRÁGIO E VOTO


O direito de sufrágio corresponde ao direito de votar e de ser votado. O
voto exprime o exercício do direito de sufrágio. O escrutínio é a forma pela qual
o direito de sufrágio é exercido.

2.1. Capacidades eleitorais ativa e passiva


O direito de sufrágio reúne, a um só tempo, as capacidades eleitorais
ativa – direito de votar – e passiva – direito de ser votado.

Capacidade Capacidade
eleitoral eleitoral SUFRÁGIO
ativa passiva

A capacidade eleitoral ativa traduz-se no ato de alguém possuir o poder


de escolher seus representantes.
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Alguém adquire direitos políticos por meio do alistamento eleitoral, ou
seja, mediante inscrição como eleitor em um órgão da Justiça Eleitoral,
garantindo-se, assim, o direito de votar. Esse alistamento poderá ser
obrigatório ou facultativo,
De acordo com o art. 14, §1º, I e II, da CRFB/ 88, o alistamento eleitoral e o
voto serão obrigatórios apenas para os maiores de dezoito anos, e serão
facultativos para os analfabetos, maiores de setenta anos e maiores de
dezesseis e menores de dezoito anos.
A capacidade eleitoral passiva é a possibilidade dos cidadãos se
candidatarem a cargos (mandatos) políticos, por meio de eleição popular,
devendo, entretanto, de acordo com a norma constitucional, preencherem
determinados condições de elegibilidade.
Portanto, possuir capacidade eleitoral ativa (alistamento eleitoral, ser
eleitor) não é o bastante para ter capacidade eleitoral passiva (se candidatar,
poder ser eleito).

3. ELEGIBILIDADE
Elegibilidade é a possibilidade de o cidadão ser votado em pleitos
eleitorais, observadas as condições exigidas para o gozo dessa capacidade
eleitoral passiva.

3.1. Condições de elegibilidade


As condições de elegibilidade são requisitos obrigatórios a serem
cumpridos pelo cidadão que anseia candidatar-se a um cargo eletivo. São elas:
a) nacionalidade brasileira; b) pleno exercício dos direitos políticos; c)
alistamento eleitoral; d) domicílio eleitoral na circunscrição; e) filiação partidária;
e f) idades mínimas a variar do cargo pretendido.1


1 As condições de elegibilidade, prevista no art. 14, § 3º, da CRFB/88, e as hipóteses de inelegibilidade do art. 14, §§ 4º a 8º, da CRFB/88,
inclusive aquelas decorrentes de legislação complementar, aplicam-se de pleno direito, independentemente de sua expressa previsão na lei
local, à eleição indireta para Governador e Vice-Governador do Estado, realizada pela Assembleia Legislativa em caso de dupla vacância
desses cargos executivos no último biênio do período de governo. STF, ADIn 1.057-MC, Rei. Min. Celso de Mello, Dl de 6-4-2001t.
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Nacionalidade brasileira
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE

Pleno exercício de seus direitos políticos

Alistamento eleitoral

Domicílio eleitoral na circunscrição

Filiação partidária

Idade mínima

A idade mínima é exigida como condição de elegibilidade, não havendo


qualquer limite mínimo estabelecido para a substituição ou sucessão. Como
decorrência do princípio da vedação de restrição implícita, o Presidente da
Câmara de Vereadores, ainda que não tenha atingido a idade de 21 anos,
poderá assumir temporariamente o cargo de Prefeito; o Presidente da
Assembleia Legislativa, ainda que não tenha completado 30 anos, o cargo de
Governador; e, o Presidente da Câmara dos Deputados, ainda que não tenha 35
anos, a Presidência da República.
Sobre as idades mínimas, observe o seguinte quadro:

IDADE CARGO

35 anos Presidente, Vice Presidente e Senador

30 anos Governador, Vice Governador

21 anos Deputado (federal e estadual), Prefeito e Vice, juiz de paz

18 anos Vereador
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4. SOBERANIA POPULAR
O art. 14, da CRFB/88 traz as formas pelas quais é possível a participação
popular direta sobre decisões políticas da nação. Assim, a soberania popular é
exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, nos termos da lei 9.709/98, e das normas constitucionais pertinentes,
mediante:
ü Plebiscito;
ü Referendo;
ü Iniciativa popular.

4.1. Plebiscito
O plebiscito é o instrumento prévio de soberania popular, que ocorre
antes de aprovação de um ato legislativo ou administrativo acerca de
assunto de grande projeção constitucional.
Por ser uma forma de exercício direto da democracia, o que ficar decidido
no plebiscito terá caráter vinculativo, tendo, necessariamente, que ser acatado
pelo Congresso Nacional.

4.2. Referendo
A denominação vem do latim referendu, mas é com a expressão ad
referendum, que significa “para aprovação”, que o termo encontrou a sua
verdadeira identidade com o instituto que representa.
O referendo é o instrumento de consulta posterior do povo, após a
aprovação de um ato legislativo ou administrativo sobre matéria de acentuada
relevância constitucional, cumprindo ao povo, pelo voto, ratificar ou rejeitar a
medida aprovada. Na consulta referendatória, a decisão popular é vinculada,
ou seja, caso o povo não compactue com a decisão adotada, validando-a, o
efeito é revogatório e torna o ato legislativo ou administrativo ineficaz.

4.3. Iniciativa Popular


A iniciativa popular – no âmbito Constitucional Federal –, consiste na
apresentação de projeto de lei complementar e ordinária à Câmara dos
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Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles.
No âmbito dos Estados da Federação, cabe à Constituição Estadual
dispor sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual, conforme
prevê o art. 27, §4º, da CRFB/88.
Já, no âmbito dos municípios, a iniciativa popular de projetos de lei de
interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, se dará através de
manifestação de, pelo menos, 5% do eleitorado, segundo o art. 29, XIII, da
CRFB/88.

5. INELEGIBILIDADE
A inelegibilidade é a ausência de capacidade eleitoral passiva e ocorre
quando a pessoa é impedida por alguma circunstância de se candidatar à um
mandato eletivo. Podemos compreender inelegibilidade como a
impossibilidade de o cidadão exercer seus direitos políticos negativos em
razão de circunstâncias impeditivas elencadas na Constituição Federal e também
pela Lei Complementar 64/90, com as alterações acertadas da lei complementar
135/2010 – Lei da Ficha Limpa.
De acordo com o art. 14, § 5o, da CRFB/88, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente.
As inelegibilidades relacionadas a cargos eletivos impõem restrições à
candidatura do chefe do poder executivo para o mesmo ou para outros cargos.
O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da
continuidade administrativa, mas também no princípio republicano, que
impede a perpetuação de uma mesma pessoa ou grupo no poder. O princípio
republicano condiciona a interpretação e a aplicação do próprio comando da
norma constitucional, de modo que a reeleição é permitida por apenas uma
única vez.
O art. 14, § 6o, da CRFB/88, estabelece que para concorrerem a outros
cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos –
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desincompatibilização – até seis meses antes do pleito. Ressalte-se que o
Tribunal Superior Eleitoral entende que o Vice-Presidente, o Vice-Governador e
o Vice-Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos preservando os seus
mandatos respectivos, desde que nos seis meses anteriores ao pleito não
tenham sucedido ou substituído o titular.

5.1. Inelegibilidade por motivo de casamento ou parentesco


O art. 14, § 7o, da CRFB/88, estabelece que são inelegíveis, no território de
jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já́ titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição. Essa hipótese de inelegibilidade
relativa foi doutrinariamente denominadas inelegibilidade reflexa, uma vez
que não atinge o próprio detentor do cargo eletivo, mas terceiros que com ele
mantenham vínculo de casamento, parentesco ou afinidade.
Importante ressaltar que a inelegibilidade reflexa alcança só́ o território
de jurisdição do titular.
Apesar de o dispositivo aludir a cônjuge, é evidente que a inelegibilidade
também se aplica ao companheiro/convivente na constância da união estável
(registrada ou reconhecida judicialmente) e da união homoafetiva, não
havendo qualquer distinção.
No caso de separação, divórcio e morte do chefe do Executivo, se esses
fatos ocorrerem durante o exercício do mandato, permanecerá o impedimento
do cônjuge divorciado ou viúvo, inclusive o dos parentes por afinidade
porque, de qualquer forma, em algum momento do mandato terão existido os
vínculos conjugal e parental. Essa interpretação foi cristalizada na Súmula
Vinculante 18: “a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do
mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7°, do art. 14, da Constituição
Federal.”

5.2. Inelegibilidade pela condição de militar


De acordo com o art. 14, §8o, da CRFB/88, o militar alistável – ou seja, não
é conscrito – é elegível, atendidas as seguintes condições:
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ü Se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
ü Se contar mais de dez anos de serviço será́ agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.

CASO TENHA MENOS


Deverá afastar- se da
DE 10 ANOS DE
atividade
SERVIÇO
O MILITAR ALISTÁVEL
É ELEGÍVEL Será́ agregado pela
autoridade superior e,
CASO TENHA MAIS
se eleito, passará
DE 10 ANOS DE
automaticamente, no
SERVIÇO
ato da diplomação,
para a inatividade

Na primeira hipótese, em que o militar tem menos de dez anos de


serviço, o registro de sua candidatura acarreta seu afastamento definitivo da
atividade militar.
Na segunda hipótese, em que o militar tem mais de dez anos de serviço,
a partir do registro de sua candidatura passa ele a condição de agregado, ou
seja, é afastado temporariamente das funções militares, mas permanece com sua
remuneração. Se não tiver sucesso na eleição, após seu término regressa às suas
atividades militares. Se eleito, com sua diplomação automaticamente será
transferido para inatividade.

5.3. Inelegibilidade previstas na lei complementar


Dispõe o art. 14, §9o, da CF/88, que a lei complementar estabelecerá
outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
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6. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO
A Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) tem por finalidade
desconstituir a diplomação do candidato eleito em razão de ter sido a eleição, o
mandato popular, obtida com vícios que o levam à nulidade.
De acordo com art. 14, § 10, da CRFB/88, o mandato eletivo poderá ser
impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
Quanto à competência, também no caso da AIME deve ser observada a
regra atinente à circunscrição do pleito, entendimento este já assentado pelo
Tribunal Superior Eleitoral, de tal modo que nas eleições municipais a ação será
proposta perante o Juiz Eleitoral, nas eleições estaduais a ação é julgada pelo
Tribunal Regional Eleitoral, e em grau de recurso no Tribunal Superior
Eleitoral. Nas eleições presidenciais a competência é originária do Tribunal
Superior Eleitoral.

7. PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS


A Constituição Federal veda a cassação dos direitos políticos, mas admite
sua perda ou suspensão nas hipóteses previstas no art. 15, a saber: (I)
cancelamento da naturalização, (II) incapacidade civil absoluta, (III)
condenação criminal transitada em julgado, (IV) recusa de cumprimento de
obrigação a todos imposta ou da prestação alternativa e (V) improbidade
administrativa.
Essas possibilidades também fazem parte do que alguns doutrinadores
chamam de direitos políticos negativos. A diferença entre as inelegibilidades e a
perda ou suspensão dos direitos políticos diz respeito à extensão da perda de
capacidade eleitoral. Enquanto nas inelegibilidades perde-se apenas a
capacidade eleitoral passiva (elegibilidade), na perda ou suspensão dos
direitos políticos perde-se a capacidade eleitoral ativa e a passiva, ou seja,
respectivamente o direito de votar e ser votado (elegibilidade).
A suspensão dos direitos políticos é uma privação temporária. A perda
dos direitos políticos é uma privação definitiva, ou pelo menos por prazo
indeterminado. Por outro lado, a perda permite, sim, a reaquisição dos direitos
políticos, mas essa reaquisição não se dá de forma automática (é preciso se
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alistar novamente como eleitor). Ao revés, a suspensão permite a reaquisição
automática dos direitos políticos. Por exemplo: a condenação criminal
transitada em julgado é causa de suspensão, pois, uma vez cessada a
condenação, a pessoa readquire automaticamente os direitos políticos. Já no
caso do cancelamento da naturalização (hipótese de perda), mesmo que a
pessoa consiga anular o cancelamento da naturalização, será necessário alistar-
se novamente como eleitor (pois a reaquisição dos direitos não é automática.2

7.1. Cancelamento da naturalização


A perda dos direitos políticos por cancelamento de naturalização
decorre do trânsito em julgado da sentença que decretar o cancelamento.
Cabe lembrar que para a decretação da perda dos direitos políticos,
somente o Poder Judiciário poderá assim fazer, pois as causas referentes à
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização, são de
competência da Justiça Federal, conforme dispõe o inc. X, do art. 109 da
Constituição Federal.

7.2. Declaração de capacidade civil absoluta


A capacidade civil é condição para aquisição e manutenção da capacidade
política. Verificando-se hipótese de incapacidade civil absoluta dentre as
previstas na lei civil, suspensa ficará a cidadania enquanto perdurar aquela. A
suspensão dos direitos políticos é efeito natural do trânsito em julgado da
sentença que decretar a interdição e a sua reaquisição se dará, também
automaticamente, pelo ato que determinar a retomada da capacidade civil.3

7.3. Condenação criminal transitada em julgado


A condenação criminal transitada em julgado faz surgir, também, a
suspensão dos direitos políticos enquanto durar os efeitos dela, condenação.
Assim, “tão logo seja extinta a punibilidade do agente, quer pelo exaurimento da


2 CAVALCANTE FILHO, João Trindade. Direito constitucional objetivo: teoria & questões. 2. ed. Brasilia: Alumnus, 2013.
3 ZAVASCKI, Teori Albino. Direitos políticos: perda, suspensão e controle jurisdicional. Revista de Informação Legislativa, Brasília, ano 31,

n. 123, jul./set. 1994, p. 177-183.


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pena, quer pelas demais formas preconizadas pelo art. 107 do Código Penal,
cessa igualmente a suspensão dos direitos políticos”.4

7.4. Recusa de cumprimento de obrigação


A Constituição de 1988 não distinguiu expressamente os casos de perda
dos de suspensão. Porém, ao regulamentar “a prestação de Serviço Alternativo
ao Serviço Militar Obrigatório”, a lei 8.239/91, estabeleceu que a recusa ao
atendimento de serviços nela previstos importará suspensão dos direitos
políticos (lei 8.239/91, art. 4°, § 2°).

7.5. Improbidade administrativa


Nos termos do art.37, § 4°, da CRFB/88, os atos de improbidade
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e na gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

7. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE ELEITORAL


O princípio da anualidade das normas eleitorais ou da anterioridade
eleitoral está expresso no art. 16, da CRFB/88, para o qual a lei que alterar o
processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Em
conformidade com a Constituição, os conceitos de segurança jurídica, de
eficácia normativa e de processo eleitoral estão intimamente ligados ao princípio
da anterioridade.
O princípio da anualidade das normas eleitorais tem com o propósito de
garantir que alterações na legislação eleitoral apenas entrará em vigor se
admitidas até um ano antes do pleito, tolhendo alterações casuísticas nos
preceitos legais.


4ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de direito constitucional. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva,
2007.

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