Pitu 2025 01
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PITU 2025
PLANO INTEGRADO
DE TRANSPORTES
URBANOS
SÍNTESE
SECRETARIA DOS
TRANSPORTES METROPOLITANOS
SECRETARIA DOS
TRANSPORTES METROPOLITANOS
Participantes:
Prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo
Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S. A. - EMPLASA
Consórcio Intermunicipal do Grande ABC
Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM
Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos S. A. - EMTU
Secretaria de Economia e Planejamento - SEP
Secretaria Municipal de Transportes - SMT
São Paulo Transportes - SPTrans
Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo - CET
Secretaria Municipal de Planejamento - SEMPLA
EMURB - Empresa Municipal de Urbanização
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de
São Paulo - CDHU
Consultoria Técnica:
Fundação para Pesquisa Ambiental - FUPAM
SÍNTESE
ÍNDICE
5 Sumário Executivo
PARTE A
21 Introdução
PARTE B
31 Conjugando políticas públicas
PARTE C
59 Transportes: o que está em curso
PARTE D
76 Inovando nas estratégias de transportes
PARTE E
121 A estratégia preferida
PARTE F
161 Revolucionando a implementação
PARTE G
187 Caracterização dos corredores urbanísticos
PITU 2025 - PLANO INTEGRADO DE TRANSPORTES URBANOS
SUMÁRIO EXECUTIVO
PITU 2025
PLANO INTEGRADO DE TRANSPORTES URBANOS
Durante a elaboração da presente edição do PITU foi constatado, principalmente a partir dos dados do
último censo, o agravamento do problema urbano representado por uma distribuição cada vez mais
desequilibrada das atividades na cidade. Os empregos permanecem no Centro, que se esvazia
demograficamente, enquanto cresce explosivamente a população na periferia. Em termos financeiros,
passam a ocorrer maiores investimentos e maiores custos operacionais no serviço de transportes, sem
aumento expressivo da receita, uma vez que a tarifa é única na maior parte da rede. Os usuários passam a
esterilizar uma parte cada vez maior de seu dia útil no deslocamento e a economia do sistema de
transportes é crescentemente deficitária.
Fica patente que o problema dos transportes não se resolverá exclusivamente como política setorial
fechada em sí mesma. E a visão de uma cidade mais sustentável, concebida no PITU 2020 e mantida
nesta edição (ver Introdução) só será alcançada se houver apropriada interação de várias funções
urbanas, regidas pelas correspondentes políticas públicas e dinamizadas pelas forças de mercado. Para
obter esses resultados novas estratégias podem e devem ser mobilizadas, usando tecnologias e
instrumentos mais poderosos. Dentre esses cabe destacar a demonstração da capacidade estatal de
implementar concomitantamente mais de uma linha de Metro; o bilhete único; a criação do Comitê Diretor
de Transporte Integrado reunindo os órgãos de transporte público urbano do Governo do Estado de São
Paulo - GESP e da Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP e a legislação de PPPs.
Destaque-se, em especial, o quadro jurídico inteiramente novo trazido pelo Estatuto da Cidade,
consubstanciado na lei federal 10.257/2001. Se se pode dizer que o direito urbanístico no Brasil entrou em
nova fase com a Constituição de 1.988, o Estatuto da Cidade, cerca de 13 anos depois, estabelece as
diretrizes gerais da política urbana, esclarecendo que ela “não pode ser um amontoado de intervenções
sem rumo. Ela tem uma direção global nítida: ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, de modo a garantir o direito a cidades sustentáveis.”1 O Estatuto
estabeleceu padrões normativos que permitem, via legislações municipais – especialmente os Planos
Diretores – a operacionalização de um poderoso conjunto de instrumentos, que poderá e deverá levar a
uma verdadeira reforma urbana.
A nova estratégia do PITU soma ações de aumento da oferta com políticas de gestão da demanda e
procura fazer uso desses instrumentos, envolvendo assim iniciativas que não se situam apenas na
jurisdição da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Por isso, ao longo de todo o trabalho, foram
mantidos entendimentos com os titulares dos órgãos setoriais envolvidos, nas esferas estadual e
municipal e o PITU 2025 passa a ser entendido, em sua concepção, estudo e implementação, como um
esforço de âmbito intergovernamental.
Como resultado do exposto o PITU 2025 propõe a adoção das políticas públicas conjugadas à de
transporte urbano de passageiros a seguir expostas.
As diretrizes desta política recomendam o adensamento seletivo da metrópole (orientado pelos planos
diretores municipais e respectivas legislações de zoneamento) em torno das facilidades de transpor-
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tes, formando as chamadas centralidades. Essa política é coerente com a provisão de Áreas de
Intervenção Urbana – AIU´s ao longo dos eixos principais de transporte do Plano Diretor Estratégico -
PDE do município da Capital. Assume-se que na revisão do PDE e de seus planos regionais o
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adensamento nesses eixos e nas Operações Urbanas será estabelecido como prioritário, (ver mapa das
centralidades ao final deste Sumário Executivo).
A política de uso do solo implica a existência de estoque construtivo adicional e capacidade de suporte da
infra-estrutura de transportes, nas regiões adensadas. Essas variáveis foram globalmente verificadas
neste estudo e devem ser objeto de confirmação ulterior, a nível tático. São também propostos critérios
quantitativos para promover a redistribuição das atividades na metrópole, de molde a aproximar
empregos de habitações, em especial nas regiões adensadas. E admite-se que serão desenvolvidas
políticas para limitar a mancha urbanizada da RMSP ao seu contorno atual (2005-2006). Nessas
condições, as hipóteses de adensamento levarão a um incremento da densidade média na metrópole da
ordem de 20%.
b) Política habitacional
Os programas habitacionais para as populações de baixa renda, empreendidos pelas diferentes esferas
de governo, deverão considerar localizações compatíveis com a política de uso do solo exposta nos
parágrafos anteriores. Isso significa reverter a tendência de situar tais empreendimentos em áreas
periféricas, onde os terrenos são mais baratos mas há falta de infra-estruturas básicas, em especial a de
transportes.
Note-se entretanto que o aumento de acessibilidade proporcionado pelas facilidades de transportes nas
centralidades, ao provocar a valorização imobiliária, pode estimular as pressões para expulsar os grupos
de renda baixa que habitam ou vierem a habitar esses locais. O PITU 2025 pressupõe que serão
desenvolvidas medidas, inclusive subsídios, para permitir a proteção desses grupos, na obtenção das
habitações e na sua fixação ulterior nesses locais.
Além de sediarem centralidades, os Centros Logísticos Integrados (CLIs) projetados pela Secretaria de
Transportes (cargas) ensejam a remodelação da logística urbana de cargas. Utilizando o Rodoanel e o
Ferroanel como estruturas de circulação de bens no entorno da RMSP, os CLIs armazenarão e veicularão
as mercadorias a partir de pontos mais próximos às origens e destinos das mesmas, utilizando veículos
menores e minimizando os percursos de coleta e distribuição na malha urbana. Esse objetivo é
completado pelas mini-centrais logísticas empreendidas pela Secretaria Municipal de Transportes da
PMSP, que desempenham papel análogo, como terminais urbanos de carga, em pontos selecionados.
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O PITU 2025 pressupõe a captação pelo Poder Público de parte significativa da mais valia imobiliária
gerada pelos empreendimentos de transportes. Os recursos assim obtidos deverão ser aplicados nestas
políticas conjugadas e nos projetos de transportes do plano, para colaborar no financiamento de
investimentos e custeio. Aliviam-se dessa forma as pressões sobre o orçamento fiscal convencional, em
grande parte suportado por impostos indiretos, que inibem a produção e são mais regressivos.
Ressalte-se que os investimentos que cabem ao poder público nestas políticas, embora ampliados em
relação às aplicações tradicionais (por exemplo, quando se executarem projetos habitacionais de caráter
social em terrenos mais caros, por sua localização), levarão ao melhor aproveitamento de infra-estruturas
existentes e, o que é mais importante, a economias operacionais (custeio), ao longo dos anos.
e) Política de desenvolvimento
a) Infra-estrutura
Os elementos físicos integrantes do PITU 2025 são resumidos na Tabela S.E.1 à frente e nos mapas
apresentados ao final deste Sumário Executivo, com suas principais dimensões e orçamentos
estimativos.
No sistema metro-ferroviário, o PITU consta de vigorosa expansão da rede de Metrô, totalizando 110 km
de acréscimo até 2025 (sobre a rede existente no início de 2005). A malha convencional do trem
metropolitano, por seu turno, é modernizada segundo as diretrizes do projeto funcional da CPTM,
dobrando a sua capacidade, em relação ao nível vigente em 2005/2006. Adicionam-se ainda quatro
serviços expressos, que se agregam ao Expresso Leste. O pacote metro-ferroviário pesado é completado
pelo conjunto Expresso Aeroporto e Trem de Guarulhos.
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Via Livre e Passa Rápido – aos quais se somam os de projeto especial: os expressos Tucuruvi –
Guarulhos, ABD - Cecap e Tiradentes. O conjunto conta ainda com os Corredores Urbanísticos, um novo
produto de transportes, com tecnologia moderna, veículos modulares para 350 a 400 passageiros, sobre
pneus ou trilhos, tração elétrica e que se associam a projetos de revitalização urbana dos bairros situados
em sua área de influência.
Os Terminais Chave deverão ser providos de estacionamentos, cuja oferta física deverá ser
adequadamente dimensionada, em conjunção com a respectiva política tarifária, dando-se preferência a
essas localizações externas, em vez de estacionamentos nas regiões centrais. Tais terminais, outrossim,
deverão usar os recursos de tecnologia da informação e de programação operacional para eliminar as
filas físicas de passageiros no seu interior, substituindo-as por filas virtuais.
O complexo de infra-estruturas do PITU 2025 é completado pelos sistemas viários básicos metropolitano
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e da Capital – SIVIM e SVE – devidamente coordenados e funcionando com uniformidade de padrões
operacionais e identidade visual. Todo o conjunto é suposto articular-se com os centros logísticos antes
mencionados e com os serviços de transporte de passageiros e sistemas viários dos demais municípios
da RMSP, mediante as conexões físico-operacionais e a coordenação supridas, em especial, pelos
sistemas EMTU e CPTM.
O PITU 2025 dá suporte ainda ao transporte não motorizado, via Programa Pró-Pólos, em sua
configuração vigente e ampliada pelos Terminais Chave, que procuram melhorar o deslocamento dos
pedestres e ciclistas nas proximidades das estações e terminais. Além disso, ao privilegiar o
adensamento em locais determinados, com uso misto, conjugado ao sistema de transportes, o PITU 2025
abre a oportunidade de criação de bolsões mais calmos, predominantemente residenciais, no tecido
urbano remanescente. Nessas áreas deverá ser regulado com mais rigor o tratamento das calçadas e
proposta a construção de ciclovias.
O PITU 2025 recomenda otimizar o uso dos recursos dos serviços hoje existentes, completando planos e
projetos em andamento, melhorando a coordenação e evitando superposições e duplicidades. O fortale-
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Um segundo aspecto refere-se às prioridades viárias, que devem estabelecer ou reforçar uma
determinada seqüência de atendimento aos usuários, onde se coloca em primeiro lugar o já citado
transporte não motorizado, em segundo o transporte coletivo e em terceiro o transporte individual
motorizado. Nesse sentido, é recomendável alocar aos autos ao menos uma parte mais significativa dos
custos totais (inclusive externalidades) por eles provocados. Com isso o PITU 2025 estará apontando o
serviço de transportes na direção da eficiência, sendo o pedágio urbano o instrumento mais adequado
para promover tal política. Esse propósito encontra apoio na evidência empírica e foi confirmado nas
simulações realizadas no presente trabalho.
O pedágio urbano deverá ser implementado apenas a partir de 2.012 - 2.015, quando estará inteiramente
operacional e em regime a chamada Estratégia Complementar, que adicionará, aos projetos hoje am
andamento, a extensão da Linha 5 do Metro, o Expresso Aeroporto, a duplicação da capacidade da CPTM
e uma nova etapa do projeto de troncalização da EMTU.
Dentre as políticas de gestão ressalta ainda a importância da operação do sistema viário, através do seu
monitoramento, remoção de incidentes, sinalização fixa, variável e semafórica, controle de frotas
clandestinas e coordenação operacional entre os arcabouços básicos da PMSP e do SIVIM.
No que diz respeito à política tarifária o PITU 2025 preconiza a manutenção das atuais práticas, com
exploração máxima dos recursos da bilhetagem temporal pelas esferas da PMSP e da STM. O bilhete
único, embora ensejando a integração em qualquer ponto – um de seus méritos –, não prejudica as
propostas dos terminais como formuladas. A proposta também não exclui o retorno ao exame da tarifa-
distância – analisada e temporariamente descartada neste trabalho – nas futuras reavaliações do já
citado Cenário Equilibrado, a primeira das quais deverá ser feita em torno de 2009.
O orçamento de investimento do PITU 2025 monta a R$ 48.676 milhões, como detalhado na tabela
apresentada na próxima página.
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Admitindo a implementação das já citadas propostas de captação da mais valia imobiliária, pode-se
formular uma hipótese de fontes para esses investimentos, como esboçado na tabela apresentada a
seguir. Os montantes apresentados em cada rubrica deverão ser revisados oportunamente, a nível tático,
quando se detalharem os projetos, seus orçamentos e planos de negócios.
Fase Pós-investimento
Fonte
investimento Financ. Contrapr.
GESP 20.900 3.400 2.350
Recursos
Governo federal 4.800
fiscais
PMSP 1.300 300 2.350
RMSP – Pedágio urbano 3.000
PPPs mistas estaduais municipais 9.400 (4.700)
Setor PMSP e outras – concessões
5.000
privado urbaníst.
Margem operacional 600
Total 45.000 3.700 0
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Figura S.E.1 - Participação percentual das fontes por natureza e por período
Mais Valia
imobiliária
Tendo a concepção do PITU 2025 sido apoiada na hipótese de conjugação de várias políticas públicas, a
sua implementação deverá necessariamente ser pautada pelo mesmo critério, ou seja, envolverá
atuações articuladas de várias agências e esferas de governo. O aspecto quiçá mais importante, como
ressaltado por diversas vezes ao longo dos estudos do PITU é reforma urbana inerente às diretrizes de
uso do solo, que pode vir a ter desdobramentos cruciais sobre o futuro do sistema de transportes e o seu
esquema de financiamento.
O presente trabalho deixa também claro que a obtenção desses resultados envolve uma mudança de
paradigma na gestão da política urbana e que, mesmo que tal redirecionamento ocorra, seus produtos
finais, em termos de realocação de atividades capazes de levar a uma cidade mais equilibrada e
sustentável, dependerão da resposta do mercado (principalmente o imobiliário) a tais iniciativas. A
verificação estimativa da exequilibilidade global dessa transformação, em termos técnicos e
possibilidades econômicas, foi um dos resultados do presente estudo. Entretanto, é óbvio que não é
possível antecipar, a esta altura, que a ação coordenada das várias agências e os ajustes institucionais
que darão respaldo ao PITU 2025 serão realizados no ritmo e com os conteúdos subjacentes às
propostas contidas no plano.
Por esses motivos o PITU 2025 deve ser tomado como um plano indicativo, que abre amplas
possibilidades de mudanças estruturais na cidade e em seu sistema de transportes, mas cuja
implementação integral dependerá de evolução da conjuntura político-administrativa, da sua aptidão para
produzir um estilo de gestão cooperativa sustentada, ao longo de vários anos e do comportamento dos
mercados envolvidos. Em conseqüência, o PITU 2025 deve ser gerido de forma flexível, com
monitoramento constante e ajustes quando necessário, tudo isso associado a um processo de tomada de
decisão sincronizado entre as várias agências intervenientes, que permita manter a necessária sintonia
gerencial entre as mesmas.
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PITU 2025 - Uma agenda executiva, flexível e adaptativa, substitui o Plano Livro
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Figura S.E.4 - PITU 2025 – Principais eixos de transporte coletivo e projetos associados
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Figura S.E.5 - PITU 2025 – Principais eixos de transporte coletivo e projetos associados
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Notas:
1. Carlos Ari Sundfeld em “O Estatuto da Cidade e suas diretrizes gerais” em Estatuto da Cidade, Comentários à Lei
Federal nr. 10257/2001, 2ª. edição.
2. Durante a elaboração do PITU 2025 estava em curso a concepção dos Planos Diretores de muitos municípios da RMSP.
3. Em 2025, quando estiver completo o PITU, essa rede de micro-ônibus terá expressão relativamente modesta, razão
porque não figura na tabela resumo apresentada ao final deste Sumário.
4. SIVIM – Sistema Viário de Interesse Metropolitano e SVE – Sistema Viário Estratégico do município de São Paulo.
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