Guia Do Professor Sentidos 12 Solucoes
Guia Do Professor Sentidos 12 Solucoes
Guia Do Professor Sentidos 12 Solucoes
GUIA DO
PROFESSOR
SENTIDOS
PORTUGUÊS
12
is
Materiiais
ANA CATARINO disponíveis,s
ANA FELICÍSSIMO em form oa to
ISABEL CASTIAJO i ável, em
edit
MARIA JOSÉ PEIXOTO
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Índice
1. Apresentação do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
2. Programa/Metas Curriculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. Propostas Alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5. Soluções do Manual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
6. Grelhas de Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
1.
APRESENTAÇÃO
DO PROJETO
1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Manual
O Manual dedica as primeiras páginas a sugestões para o Projeto de Leitura e à Diagnose – Recordar.
Apresenta, de seguida, a Unidade 0, que exibe um friso cronológico com datas associadas a aconte-
cimentos relevantes, ocorridos nos períodos temporais delimitados – nascimento de Fernando Pessoa
(1888) e atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago (1998), – autores que iniciam e
encerram o Programa/Metas Curriculares de 12.o ano (domínio da Educação Literária). Acompanha
estes frisos uma seleção de textos de referência, com informação pertinente sobre acontecimentos
históricos, culturais e literários. A Unidade 0 encerra com um texto inédito do Professor José Augusto
Cardoso Bernardes, que, numa linguagem acessível aos alunos, faz a apresentação macro da Literatura
Portuguesa do século XX e contextualiza os autores/obras que serão objeto de estudo ao longo do ano
letivo.
A estrutura do Manual tem por base a definição dos autores/obras propostos pelo Programa/Metas
Curriculares para o domínio da Educação Literária. Assim, o Manual apresenta 6 unidades:
t Unidade 4 – Contos
Das 3 alternativas sugeridas no Programa/Metas Curriculares, o Professor deverá selecionar
2 contos.
O projeto Sentidos 12 apresenta, na íntegra, as opções abaixo elencadas, nas quais explora didati-
camente todos os tópicos de conteúdo.
– “Sempre é uma companhia”, de Manuel da Fonseca;
– “George”, de Maria Judite de Carvalho.
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1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Para o caso de o Professor optar pela lecionação do conto “Famílias desavindas”, de Mário de
Carvalho, o projeto Sentidos 12 disponibiliza, no Dossiê do Professor, brochura Educação Literária,
o texto integral e a respetiva didatização, em metodologia idêntica à proposta no Manual. Esta
proposta didática pode ser fotocopiada e/ou projetada para trabalho em sala de aula.
Todas as unidades iniciam com o domínio da Oralidade (Compreensão e/ou Expressão Oral), seguido da
Leitura e/ou da Escrita (do 12.o ano ou em recuperação de anos anteriores, devidamente identificados –
género textual e ano de lecionação), com atividades exemplificativas dos géneros contemplados no
Programa/Metas Curriculares e em articulação com as temáticas a desenvolver no domínio da Educa-
ção Literária.
O domínio da Educação Literária é acompanhado de textos de referência, na rubrica Informar, que
cumprem o propósito da contextualização e/ou fornecem informações relativas aos tópicos de conteúdo
do texto/autor em estudo.
1
Nos anos letivos de 2017/2018 e 2018/2019, esta será a obra a estudar obrigatoriamente.
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1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
O Manual encerra com duas rubricas – Relacionar/Recordar e Bloco Informativo – que cumprem o
propósito de consolidação de conteúdos, organizados de forma a incluir o essencial de todo este ciclo
de estudos.
Além da exploração das várias relações temáticas, são igualmente propostas atividades práticas,
com base nos seguintes temas:
– “O tema do amor” (Camões lírico vs. O ano da morte de Ricardo Reis)
– “Representações da mulher na literatura”
– “A crítica na literatura”
– “A reflexão existencial”
Os cenários de resposta destas propostas de atividades estão agregadas no Guia do Professor.
Além de serem editáveis, podem ser disponibilizadas aos alunos (formato fotocopiável e/ou pro-
jetável).
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1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
t Bloco Informativo, no qual se sistematizam conteúdos de natureza gramatical (tanto do 3.o Ciclo
como de todos os anos do Ensino Secundário); se apresentam verbos instrucionais e se explicitam
as operações que estes implicam; se elencam e exemplificam os recursos expressivos, as noções
de versificação e os géneros textuais dos vários domínios relativos ao Ensino Secundário e traba-
lhados ao longo das diferentes unidades. Também apresenta ao aluno uma proposta de ficha de
leitura/apreciação crítica da obra que pode ser utilizada a propósito do Projeto de Leitura.
Preparar o Exame
Este componente, de grande utilidade para o aluno, permite desenvolver um trabalho autónomo,
de reforço e de consolidação das aprendizagens.
Apresenta fichas de trabalho para os seguintes domínios:
t Compreensão do Oral, com propostas de exercícios que respeitam os géneros convocados pelo
Programa/Metas Curriculares para o 12.o ano. Os recursos vídeo estão disponibilizados no sítio do
projeto em: www.sentidos12.asa.pt.
t Leitura, com textos de todos os géneros textuais convocados pelo Programa/Metas Curriculares
do Ensino Secundário, acompanhados de questionamento em itens de seleção e de construção.
t Leitura e Gramática, estruturada em fichas globalizantes, semelhantes às do grupo II do Exame
Nacional, que permitem avaliar a compreensão leitora e os conteúdos gramaticais do 12.o ano e
de anos anteriores.
t Gramática, organizada em fichas que permitem rever, reforçar e consolidar as aprendizagens de
determinado conteúdo gramatical.
t Escrita, estruturada em 4 etapas: Para recordar/Para exemplificar/Para praticar/Para avaliar.
Abarca todos géneros textuais indicados no Programa/Metas Curriculares para o Ensino Secun-
dário. As propostas de produção escrita do Manual são remetidas para as diferentes grelhas de
avaliação desta secção, destinadas a registar a autoavaliação das produções realizadas, conside-
rando as marcas específicas de cada um dos géneros textuais.
t Educação Literária, estruturada de acordo com a distribuição das unidades didáticas no Manual,
primeiramente com exemplificação de análise textual e, seguidamente, com propostas de traba-
lho, que contemplam os objetivos e os descritores para o 12.o ano.
t Soluções, destacáveis, de modo a serem geridas pelo Encarregado de Educação ou pelo Professor.
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1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Dossiê do Professor
Componente de apoio ao Professor nos vários momentos da sua prática letiva. É constituído por cinco
brochuras, picotadas, que permitem uma utilização ajustada à realidade dos alunos/turmas.
II – Guia do Professor
Programa e Metas Curriculares de Português
Transcrição dos Recursos Áudio
Soluções do Manual
Grelhas de Avaliação
– Grelhas de classificação, por teste, em formato Excel, disponível em .
V – Educação Literária
Textos Inéditos (por José Augusto Cardoso Bernardes e Ana Paula Arnaut)
Relações entre Textos (documentos de apoio a questões do Manual relativos ao domínio da
Educação Literária)
Esquemas Interpretativos (das unidades 1, 3 , 4 e 5)
Textos Complementares (de apoio à rubrica Informar)
Textos em Opção
– Roteiro Poético (Alexandre O’Neill e Ruy Belo)
– “Famílias Desavindas”, de Mário de Carvalho
t Cenários de Resposta
2
Na versão de demonstração, disponibilizam-se todos os planos para as aulas previstas para o 1.˚ período letivo (unidades
0, 1 e 2). Os restantes planos (unidades 3, 4, 5 e 6) encontram-se disponíveis, em formato editável, em .
8 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
— Sentidos 12
O é uma ferramenta inovadora que possibilita, em sala de aula, a fácil exploração do
projeto Sentidos 12 através das novas tecnologias. Permite o acesso a um vasto conjunto de conteúdos
multimédia associados ao Manual:
t Vídeos
t Animações
t Apresentações em PowerPoint®
t Áudios
t Documentos
t Fichas de Avaliação
t Links
t Soluções
Vídeos (5 no total)
Vídeos de apoio às atividades propostas no Manual, sobretudo respeitantes ao domínio da Oralidade e
da Educação Literária, com vista à contextualização histórico-literária (MC 16.1).
Disponibiliza-se para a obra O ano da morte de Ricardo Reis uma encenação, com aproximada-
mente 10 minutos, que poderá funcionar como ponto de partida para o estudo desta obra do Pré-
mio Nobel português.
Animações (4 no total)
O projeto Sentidos 12 disponibiliza um conjunto de Animações de apoio às atividades propostas no Ma-
nual. Estas Animações visam, sobretudo, apresentar o contexto político e social em que decorre a ação
da obra O ano da morte de Ricardo Reis.
– As características do Estado Novo
– Guernica
t A Guerra Civil espanhola
t “Guernica” – Introdução
– Fascismo
t Regime totalitário
t Nacionalismo e Imperialismo
t A caminho da Segunda Guerra Mundial
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1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
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2.
PROGRAMA
E METAS
CURRICULARES
OBJETIVOS GERAIS
ORALIDADE, LEITURA E ESCRITA: DISTRIBUIÇÃO DOS GÉNEROS
METAS CURRICULARES DO ENSINO SECUNDÁRIO
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS — 12.O ANO
PROGRAMA/METAS CURRICULARES VS. MANUAL
PROJETO DE LEITURA
OBJETIVOS GERAIS
2. Utilizar uma expressão oral correta, fluente e adequada a diversas situações de comunicação.
4. Ler e interpretar textos escritos de complexidade crescente e de diversos géneros, apreciando cri-
ticamente o seu conteúdo e desenvolvendo a consciência reflexiva das suas funcionalidades.
6. Ler, interpretar e apreciar textos literários, portugueses e estrangeiros, de diferentes épocas e géne-
ros literários.
9. Desenvolver o espírito crítico, no contacto com textos orais e escritos e outras manifestações cul-
turais.
Documentário
Anúncio publicitário
Relato de viagem
Artigo de divulgação científica
Diário
Memórias
Discurso político
Síntese
Exposição
Apreciação crítica
Texto/artigo de opinião
Diálogo argumentativo
Debate
CO: Compreensão do Oral; EO: Expressão Oral; L: Leitura; E: Escrita.
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1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros.
1. Identificar o tema dominante, justificando. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 1. Identificar tema e subtemas, justificando.
2. Explicitar a estrutura do texto. 2. Explicitar a estrutura do texto. 2. Explicitar a estrutura do texto.
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3. Distinguir informação subjetiva de informação 3. Distinguir informação subjetiva de informação 3. Fazer inferências.
objetiva. objetiva. 4. Apreciar a qualidade da informação
4. Fazer inferências. 4. Fazer inferências. mobilizada.
5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 5. Reconhecer diferentes intenções 5. Identificar argumentos.
6. Verificar a adequação e a expressividade dos comunicativas. 6. Apreciar a validade dos argumentos aduzidos.
recursos verbais e não verbais. 6. Verificar a adequação e a expressividade dos 7. Identificar marcas reveladoras das diferentes
7. Explicitar, em função do texto, marcas recursos verbais e não verbais. intenções comunicativas.
dos seguintes géneros: reportagem, 7. Explicitar, em função do texto, marcas 8. Explicitar, em função do texto, marcas dos
documentário, anúncio publicitário. dos seguintes géneros: discurso político, seguintes géneros: diálogo argumentativo
exposição sobre um tema e debate. e debate.
2. Registar e tratar a informação.
1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar e tratar a informação. 2. Registar e tratar a informação.
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2. PROGRAMA E METAS CURRICULARES
6. Produzir textos orais de diferentes géneros 2. Estabelecer relações com outros 6. Produzir textos orais de diferentes géneros
e com diferentes finalidades. conhecimentos. e com diferentes finalidades.
1. Produzir os seguintes géneros de texto: 3. Produzir textos adequadamente estruturados, 1. Produzir os seguintes géneros de texto: texto
síntese e apreciação crítica. recorrendo a mecanismos propiciadores de opinião e diálogo argumentativo.
2. Respeitar as marcas de género do texto de coerência e de coesão textual. 2. Respeitar as marcas de género do texto
2. PROGRAMA E METAS CURRICULARES
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OBJETIVOS E DESCRITORES DE DESEMPENHO
8. Utilizar procedimentos adequados ao registo 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo
e ao tratamento da informação. e ao tratamento da informação. e ao tratamento da informação.
1. Selecionar criteriosamente informação 1. Selecionar criteriosamente informação 1. Selecionar criteriosamente informação
relevante. relevante. relevante.
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2. Elaborar tópicos que sistematizem as 2. Elaborar tópicos que sistematizem as 2. Elaborar tópicos que sistematizem as
ideias-chave do texto, organizando-os ideias-chave do texto, organizando-os ideias-chave do texto, organizando-os
Leitura sequencialmente. sequencialmente. sequencialmente.
9. Ler para apreciar criticamente textos 9. Ler para apreciar criticamente textos 9. Ler para apreciar criticamente textos
variados. variados. variados.
1. Exprimir pontos de vista suscitados por 1. Exprimir pontos de vista suscitados por 1. Exprimir pontos de vista suscitados por
leituras diversas, fundamentando. leituras diversas, fundamentando. leituras diversas, fundamentando.
2. Analisar a função de diferentes suportes
em contextos específicos de leitura.
10. Planificar a escrita de textos. 10. Planificar a escrita de textos. 10. Planificar a escrita de textos.
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2. PROGRAMA E METAS CURRICULARES
16
OBJETIVOS E DESCRITORES DE DESEMPENHO
4. Mobilizar adequadamente recursos da 4. Mobilizar adequadamente recursos da c) articulação das diferentes partes por meio
língua: uso correto do registo de língua, língua: uso correto do registo de língua, de retomas apropriadas;
vocabulário adequado ao tema, correção vocabulário adequado ao tema, correção d) utilização adequada de conectores
na acentuação, na ortografia, na sintaxe na acentuação, na ortografia, na sintaxe diversificados.
e na pontuação. e na pontuação. 4. Mobilizar adequadamente recursos da
2. PROGRAMA E METAS CURRICULARES
5. Observar os princípios do trabalho 5. Observar os princípios do trabalho língua: uso correto do registo de língua,
intelectual: identificação das fontes intelectual: identificação das fontes vocabulário adequado ao tema, correção
utilizadas; cumprimento das normas de utilizadas; cumprimento das normas de na acentuação, na ortografia, na sintaxe
citação; uso de notas de rodapé; elaboração citação; uso de notas de rodapé; elaboração e na pontuação.
da bibliografia. da bibliografia. 5. Observar os princípios do trabalho
Escrita 6. Explorar as virtualidades das tecnologias 6. Utilizar com acerto as tecnologias intelectual: identificação das fontes
de informação na produção, na revisão de informação na produção, na revisão utilizadas; cumprimento das normas de
e na edição do texto. e na edição de texto. citação; uso de notas de rodapé; elaboração
da bibliografia.
13. Rever os textos escritos. 13. Rever os textos escritos.
6. Utilizar com acerto as tecnologias
1. Pautar a escrita do texto por gestos 1. Pautar a escrita do texto por gestos
de informação na produção, na revisão
recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, recorrentes de revisão e aperfeiçoamento,
e na edição de texto.
tendo em vista a qualidade do produto final. tendo em vista a qualidade do produto final.
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OBJETIVOS E DESCRITORES DE DESEMPENHO
7. Estabelecer relações de sentido 7. Estabelecer relações de sentido: 8. Mobilizar os conhecimentos adquiridos sobre
a) entre as diversas partes constitutivas a) entre as diversas partes constitutivas as características dos textos poéticos
de um texto; de um texto; e narrativos.
b) entre características e pontos de vista b) entre situações ou episódios; 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos
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das personagens. c) entre características e pontos de vista expressivos mencionados no Programa.
8. Identificar características do texto poético das personagens; 10. Reconhecer e caracterizar textos quanto
no que diz respeito a: d) entre obras. ao género literário: o conto.
a) estrofe (dístico, terceto, quadra, oitava); 8. Reconhecer e caracterizar os elementos
b) métrica (redondilha maior e redondilha constitutivos do texto poético anteriormente 15. Apreciar textos literários.
menor; decassílabo); aprendidos e, ainda, os que dizem respeito a: 1. Reconhecer valores culturais, éticos
c) rima (emparelhada, cruzada, interpolada); a) estrofe (quintilha); e estéticos manifestados nos textos.
d) paralelismo (cantigas de amigo); b) métrica (alexandrino). 2. Valorizar uma obra enquanto objeto
e) refrão. 9. Reconhecer e caracterizar os elementos simbólico, no plano do imaginário individual
9. Identificar e explicitar o valor dos recursos constitutivos do texto dramático: e coletivo.
expressivos mencionados no Programa. a) ato e cena; 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos
10. Identificar características do soneto. b) didascália; textos lidos, fundamentando.
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11. Reconhecer e caracterizar textos quanto c) diálogo, monólogo e aparte. 4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos)
ao género literário: epopeia e auto ou farsa. 10. Reconhecer e caracterizar os seguintes sobre obras, partes de obras ou tópicos do
Educação elementos constitutivos da narrativa: Programa.
Literária 15. Apreciar textos literários. 5. Escrever exposições (entre 130 e 170
a) ação principal e ações secundárias;
1. Reconhecer valores culturais, éticos palavras) sobre temas respeitantes às
b) personagem principal e personagem
e estéticos manifestados nos textos. obras estudadas, de acordo com um plano
secundária;
2. Valorizar uma obra enquanto objeto previamente elaborado pelo aluno.
c) narrador:
simbólico, no plano do imaginário individual 6. Ler uma ou duas obras do Projeto de
– presença e ausência na ação;
e coletivo. Leitura relacionando-a(s) com conteúdos
– formas de intervenção: narrador-
17
2. PROGRAMA E METAS CURRICULARES
18
OBJETIVOS E DESCRITORES DE DESEMPENHO
7. Analisar recriações de obras literárias 2. Valorizar uma obra enquanto objeto 16. Situar obras literárias em função de grandes
do Programa, com recurso a diferentes simbólico, no plano do imaginário individual marcos históricos e culturais.
linguagens (por exemplo, música, teatro, e coletivo. 1. Reconhecer a contextualização histórico-
cinema, adaptações a séries de TV), 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos -literária nos casos previstos no Programa.
estabelecendo comparações pertinentes. textos lidos, fundamentando. 2. Comparar temas, ideias e valores expressos
2. PROGRAMA E METAS CURRICULARES
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OBJETIVOS E DESCRITORES DE DESEMPENHO
5. Reconhecer valores semânticos de palavras 18. Reconhecer a forma como se constrói 18. Reconhecer a forma como se constrói
considerando o respetivo étimo. a textualidade. a textualidade.
6. Relacionar significados de palavras 1. Demonstrar, em textos, a existência 1. Demonstrar, em textos, a existência
divergentes. de coerência textual. de coerência textual.
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7. Identificar palavras convergentes. 2. Distinguir mecanismos de construção 2. Distinguir mecanismos de construção
8. Reconhecer a distribuição geográfica do da coesão textual da coesão textual.
português no mundo: português europeu; 3. Identificar marcas das sequências textuais.
19. Reconhecer modalidades de reprodução
português não europeu. 4. Identificar e interpretar manifestações
ou de citação do discurso.
9. Reconhecer a distribuição geográfica dos de intertextualidade.
1. Reconhecer e fazer citações.
principais crioulos de base portuguesa.
2. Identificar e interpretar discurso direto, 19. Explicitar aspetos da semântica
18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe discurso indireto e discurso indireto livre. do português.
do português. 3. Reconhecer e utilizar adequadamente 1. Identificar e interpretar formas
1. Identificar funções sintáticas indicadas diferentes verbos introdutores de relato de expressão do tempo.
no Programa. do discurso. 2. Distinguir relações de ordem cronológica.
3. Identificar orações coordenadas. 3. Distinguir valores aspetuais.
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2. PROGRAMA E METAS CURRICULARES
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LEITURA 15
Diário Marcas de género comuns:
Memórias Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos
tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, epígrafe,
Apreciação crítica
prefácio, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice
(de filme, de peça
e ilustração).
de teatro, de livro,
de exposição ou outra Marcas de género específicas:
manifestação cultural) – diário: variedade de temas, ligação ao quotidiano (real ou suposta),
narratividade, ordenação cronológica, discurso pessoal (prevalência
Artigo de opinião
da 1.a pessoa);
− memórias: variedade de temas, narratividade, mobilização
de informação seletiva, discurso pessoal e retrospetivo (prevalência
da 1.a pessoa, formas de expressão do tempo);
− apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada
de comentário crítico;
− artigo de opinião: explicitação de um ponto de vista, clareza e
pertinência da perspetiva adotada, dos argumentos desenvolvidos
e dos respetivos exemplos; discurso valorativo (juízo de valor explícito
ou implícito).
A presente proposta indica apenas o peso relativo dos cinco domínios. A sua concretização terá em conta o facto de, em cada aula, dever
existir uma articulação entre os vários domínios considerados pertinentes.
20 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
EDUCAÇÃO LITERÁRIA 68
Retoma (em revisão) de conteúdos do 10.˚ e do 11.˚ Ano (10)
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OU
Maria Judite As três idades da vida.
de Carvalho O diálogo entre realidade, memória e imaginação.
“George” Metamorfoses da figura feminina.
A complexidade da natureza humana.
OU
Mário de Carvalho História pessoal e história social: as duas famílias.
“Famílias desavindas” Valor simbólico dos marcos históricos referidos.
A dimensão irónica do conto.
A importância dos episódios e da peripécia final.
22 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
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GRAMÁTICA 20
1. Retoma (em revisão) dos conteúdos estudados no 10.o e 11.o ano. (10)
2. Linguística textual
2.1. Texto e textualidade: (4)
a) organização de sequências textuais (narrativa, descritiva, argumentativa, explicativa
e dialogal);
b) intertextualidade.
3. Semântica
3.1. Valor temporal: (2)
a) formas de expressão do tempo (localização temporal): flexão verbal, verbos auxiliares,
advérbios ou expressões de tempo e orações temporais;
b) relações de ordem cronológica: simultaneidade, anterioridade e posterioridade.
3.2. Valor aspetual: aspeto gramatical (valor perfetivo, valor imperfetivo, situação genérica, (2)
situação habitual e situação iterativa).
3.2. Valor modal: modalidade epistémica (valor de probabilidade ou de certeza), deôntica (2)
(valor de permissão ou de obrigação) e apreciativa.
Avaliação escrita 18
Total 160
Q EXPRESSÃO ORAL
construtivamente em situações
de interação oral. Texto de opinião 29, 71, 159, 226, 317
5. Produzir textos orais com Diálogo argumentativo 116, 188, 269, 321
correção e pertinência. Debate 41, 291
6. Produzir textos orais de
diferentes géneros e com
diferentes finalidades.
24 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
QUNIDADE 3 ''*#'*)
Fernando Pessoa –
Mensagem
Q UNIDADE 4 '**#'.+
Contos
Manuel da Fonseca,
“Sempre é uma companhia”
OU
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
QUNIDADE 5 '.,#(()
Poetas contemporêneos
Miguel Torga
Eugénio de Andrade
Manuel Alegre
Ana Luísa Amaral
Alexandre O’Neill 8heY^khWEducação
Ruy Belo Literária, Dossiê do
Professor (Roteiro
Poético)
Q UNIDADE 6
José Saramago
O ano da morte de Ricardo Reis ((*#(-/
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Memorial do convento (.&#))/
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SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4" 25
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158, 167, 212, 317
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GRAMÁTICA
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313, 327
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121, 129, 159, 175, 307
26 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
PROJETO DE LEITURA
O Projeto de Leitura, assumido por cada aluno, deve ser concretizado nos três anos do Ensino Secundá-
rio e pressupõe a leitura, por ano, de uma ou duas obras de literaturas de língua portuguesa ou traduzi-
das para português, escolhida(s) da lista apresentada no Programa.
Este Projeto tem em vista diferentes formas de relacionamento com a Educação Literária, tais como:
– confronto com autores coetâneos dos estudados;
– escolha de obras que dialoguem com as analisadas;
– existência de temas comuns aos indicados no Programa.
Podem ainda ser exploradas várias formas de relacionamento com o domínio da Leitura, nomeada-
mente a proposta de obras que pertençam a alguns dos géneros a estudar nesse domínio (por exemplo,
relatos de viagem, diários, memórias).
A articulação com a Oralidade e a Escrita far-se-á mediante a concretização de atividades inerentes a
estes domínios, consoante o ano de escolaridade e de acordo com o estabelecido entre professor e alunos.
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3.
TRANSCRIÇÃO
DOS RECURSOS
ÁUDIO
Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.
Ricardo Reis nasceu em 1887, no Porto. Educado num colégio de Jesuítas, é médico, vive no Brasil desde
1919, pois expatriou-se espontaneamente por ser monárquico. É um latinista por educação alheia e um
semi-helenista por educação própria. Se há uma atitude perante a vida e o destino que pode resumir o
heterónimo mais altivo de Fernando Pessoa é a tranquilidade. Como viver ou passar pela vida está no
cerne da sua obra poética. A aceitação tranquila do destino, a aceitação da brevidade da vida, a aceita-
ção do tempo que passa e leva consigo a permanência: fomos, já não somos; somos, já não fomos.
Esquivando-se do amor e do ódio, Ricardo Reis busca a calma de passar pela vida sem se entregar aos
sentimentos. Essa é a sua liberdade, embora saiba que “só na ilusão da liberdade / A liberdade existe”.
Poderia também ter dito: “só na ilusão da tranquilidade, a tranquilidade existe”. Por detrás da aparente
calma, esconde-se uma inquietude por ser, por conhecer, por se realizar.
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Reis adere ao estoicismo e ao epicurismo para formular uma compreensão trágica da vida, sobre a qual
erige o seu imaginário poético, simbolizado pela rosa, pelo rio, pelo destino, pelos deuses, pelo jogo,
enfim, por tudo o que remete para a brevidade da vida.
Na primeira pessoa do plural ou na segunda do singular, Ricardo Reis vai compondo uma espécie de
código sobre como viver entre o gozo dos prazeres e a atenuação do sofrimento. Ser rei é saber viver,
saber que a vida é indiferente, que o tempo não cessa de passar, o destino de conduzir, e que a morte
inevitavelmente chegará sobre os “cadáveres adiados que procriam”. Para Ricardo reis, a liberdade
funda-se sobre o nada querer.
Na sua conceção pagã da religiosidade, Ricardo Reis acredita que os deuses são reais e irreais ao mesmo
tempo. São irreais porque não são realidade mas são reais porque são abstrações concretizadas. Uma
ideia só se torna deus quando é devolvida à concreção. Passa então a ser uma força da natureza. Isso
é um deus. Na obra de Fernando Pessoa, o deus que concretiza o seu imaginário é Hermes. Deus da
comunicação e das diferenças entre os comunicantes, Hermes é o mensageiro, a divindade dos limites,
o deus das encruzilhadas, dos ladrões e do comércio. A Hermes ligam-se os símbolos da estrada, do
caminho onde o acaso e o imprevisto serpenteiam, labirinto de provas, viagem, jornada, trajeto, media-
ção. Conhecido como puer e senex, a criança e o velho, é também língua e razão, não só responsável
pela pluralidade, mas ele próprio plural, como plural foi Fernando Pessoa.
Querendo viver a totalidade, encontra um mundo fragmentado; entendendo a sua existência como um
vaso partido, entrega-se à busca do mistério, entusiasma-se e deprime-se. Dionisíaco, entrega-se à
orgia das sensações, crava as suas garras na terra e, embebido em feminilidade, funde-se com a noite
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sagrada, ancestral, com o mar, de cujo cais partimos. Prometeico, saúda o novo mundo, uma nova
humanidade, seduzido pela tecnologia, pelas máquinas, pelo progresso que aproxima os homens dos
deuses. Hermesiano, lança-se à vida como uma viagem, está sempre de partida ou de chegada, mesmo
que nunca chegue, mesmo que nunca parta, mesmo que adie indefinidamente a arrumação das malas.
Deslizando pelo labirinto ou perdendo-se nele, concilia os contrários, a razão e a emoção, a infância e a
vida adulta, sonho e técnica, grandes propósitos e nenhuma ação. Álvaro de Campos foi, de todos, o que
mais desejou a pluralidade, o que mais a sentiu, mas foi também o que se esqueceu de agir, o que viveu
frequentemente deprimido, enfim, o grande fracassado.
Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de outubro de 1890. É engenheiro naval mas agora está
aqui em Lisboa em inatividade. É alto, magro, e um pouco tendente a curvar-se, teve uma educação vul-
gar de liceu. Depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica, depois naval.
Numas férias, fez a viagem ao oriente, de onde resultou o Opiário. Ensinou-lhe latim um tio beirão que
era padre.
A poesia de Campos retrata o universo do homem moderno, tanto no seu quotidiano, como nas suas in-
quietações metafísicas; nega a racionalidade, que convoca para a ação objetivada e recolhe-se nos seus
sonhos, onde e quando tudo se torna possível, como o seu desejo de abarcar a totalidade da existência.
Campos oscila entre a plenitude do sentido e o esvaziamento do mundo moderno. Em certos momentos
irascível, noutros dócil, irónico ou cético, capaz de sonhar tudo e sentir-se nada, deixar-se abandonar ou
saber-se lúcido. Atado à vontade de conhecer, reconhece que o conhecimento é impossível e faz dessa
impossibilidade o seu conhecimento. Álvaro de Campos é o arquétipo do homem moderno, a voz que fala
do inefável. Há sangue, suor e sémen nas suas palavras.
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4.
PROPOSTAS
ALTERNATIVAS
Material disponível em
4. PROPOSTAS ALTERNATIVAS
COMPREENSÃO DO ORAL
Visione uma sequência fílmica do programa Grandes Livros que apresenta Fernando Pessoa – um dos
maiores poetas portugueses – e o contexto político-cultural que o envolveu.
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4. PROPOSTAS ALTERNATIVAS
3.1 Classifique como verdadeiras ou como falsas as seguintes afirmações, considerando o docu-
mento visionado.
a. Fernando Pessoa nasceu no largo de S. Carlos, no dia de Camões.
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4. PROPOSTAS ALTERNATIVAS
Proposta alternativa à análise da “Ode triunfal”, de Álvaro de Campos (pp. 80-86 do Manual)
(ver cenários de resposta – p. 50 desta brochura)
1. Complete, em trabalho de pares, a tabela relativa à análise da obra “Ode triunfal”, de Álvaro de
Campos, após a leitura integral do poema.
Tópicos Justificação/Exemplificação
Tema e sua relação com o título Exaltação da modernidade e de aspetos com ela relacionados, como se an-
tevê pelo título (“Ode triunfal”), uma vez que a palavra “ode” significa canto
elogioso, a que se acrescenta “triunfal”, que reforça a magnitude desse elogio
(neste caso, é dirigido à era moderna e industrial).
Contexto espacial
a. __________________________________________________________________________
Tipos sociais evocados Referem-se vários tipos sociais, nomeadamente “comerciantes”, “vadios”,
“escrocs”, “aristocratas”, “esquálidas figuras dúbias”, “chefes de família”,
“cocottes”, “burguesinhas”, “pederastas”, “gente elegante que passeia”,
“caixeiros-viajantes”, “gente ordinária e suja”, “gente humana que vive como
cães”.
Recursos estilísticos
- apóstrofe
- aliteração
- enumeração h. __________________________________________________________________________
- gradação
- anáfora __________________________________________________________________________
- onomatopeia
- metáfora
- personificação
Ritmo e sua funcionalidade Impera no poema um ritmo torrencial, feroz, vivo, em que surgem, em
catadupa, as diferentes realidades captadas por um “eu” em plena histeria
de sensações. O autor incute no texto um ritmo alucinante, onde os aspetos
evidenciados se atropelam, sugerindo a euforia do sujeito poético e a sua
quase devoção à modernidade e às transformações, boas e más, operadas pela
civilização industrial em que este “eu” sensacionista se insere.
Marcas do Futurismo O poema inscreve-se na segunda fase poética de Álvaro de Campos, aquela em
e do Sensacionismo que se faz sentir o Futurismo e o Sensacionismo, o elogio à era Moderna e aos
símbolos da modernidade, ao belo feroz, e se assiste à anulação da estética
aristotélica e à mistura do objetivo com o subjetivo. A nível formal também
se verifica a subversão sintática, estrófica e métrica. O vocabulário é atípico,
rompendo, em todos os aspetos, com a tradição poética anterior.
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5.
SOLUÇÕES
DO MANUAL
Material disponível em
5. SOLUÇÕES DO MANUAL
SOLUÇÕES DO MANUAL
Página 26 – Oralidade
Documento (projeção) de apoio para resolução da questão 1.1
TEMAS NOTAS
− Portugal tenta manter-se afastado do conflito, uma vez que procura sanar as dificuldades do início
da República.
− Declaração de guerra a Portugal, por parte da Alemanha, em 1917, o que obriga o país a entrar
no conflito.
a.
− Publicação, em 1915, do 1.o número da revista Orpheu e consequente polémica (discussão entre
a admiração e o escárnio, o atrevimento e a vanguarda de uma nova geração: Fernando Pessoa
e Álvaro de Campos, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso, Santa-Rita
Pintor – a geração do Orpheu).
− Almada Negreiros sintetiza, No Ultimatum futurista às gerações portuguesas, a crítica: “o povo completo
de divulgação
será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos: coragem,
portugueses, só vos faltam as qualidades”.
b.
5. SOLUÇÕES DO MANUAL
− Cria os primeiros heterónimos, Chevalier de Pas, com cerca de 6-7 anos de idade, e Alexander Search.
Heterónimos pessoanos
− Criou, numa só noite, três heterónimos: o mestre, Alberto Caeiro; o médico e classicista, Ricardo Reis e o
engenheiro futurista, Álvaro de Campos. Eram três personalidades distintas, com uma história própria,
qualquer deles candidato a melhor poeta do seu tempo.
d.
− Terá inventado, ao longo da vida, mais de 70 heterónimos. Mas os três que ali nasciam eram mais que
estilos de escrita.
− Fernando Pessoa “viveu” com Bernardo Soares durante 20 anos, escrevendo na sombra quase doentia
(aparece sempre que Pessoa está cansado ou sonolento. É um semi-heterónimo porque, não sendo
a personalidade a dele, é uma mutilação dela).
Livro do desassossego
− Publicado em 1982.
− Bernardo Soares, o semi-heterónimo, é o autor desse livro.
− Caracterizado com um livro interminado, um livro impossível, sobre o qual os intervenientes destacam
o hibridismo (valter hugo mãe), a surpresa, ideias intensas que se entrechocam.
e.
− Composto por mais de mais de 500 textos escritos à solta, sem um sentido concreto, sem princípio, nem
meio, nem fim que refletem a solidão profunda de quem vive em sonho.
− Livro traduzido em várias línguas.
Carlos Coelho: − A marca Fernando Pessoa é uma das primeiras linhas do património en-
especialista em dógeno do país. Ele tinha muitos “eus” e isso é também característico
criação e gestão da marca.
de marcas
− Fernando Pessoa é um ícone gráfico.
− O facto de Fernando Pessoa escrever sob vários nomes, e de criar polémicas
f.
Inês Pedrosa:
consigo próprio, mostra que ele não acreditava em movimentos, não acredi-
diretora da Casa
tava em rebanhos em sentido cultural nem em sentido político. Ele ultrapassou
Fernando Pessoa
muito a questão da época e é por isso que continua tão atual.
− A pátria de Pessoa era Lisboa.
− Destaca a presença de uma avó maníaco-depressiva que pode ter tido grande
Carlos Amaral Dias: impacto na vida de Pessoa. Evidencia, ainda, o facto de, em Pessoa, se verificar
psiquiatra a procura de um génio imaginário, alguém com quem se pode falar, dialogar,
que corresponde a um duplo, a um “eu” que somos “nós próprios”.
− Pessoa não foi um génio, foi cinco ou seis génios. Seria um ser humano
esdrúxulo, eventualmente um louco.
valter hugo mãe:
− É absolutamente fascinante perceber que o escritor máximo do Modernismo
escritor
português poderia ser o escritor máximo do nosso pós-Modernismo. Ainda
estamos muito longe de o esgotar.
− Pessoa devia chamar-se Fernando Pessoas.
− Refere que quando Pessoa criou um poema como Mensagem, tal como Homero
António Cícero: poeta
com a Ilíada, fez uma coisa memorável que muda a própria língua portuguesa
e Portugal.
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5. SOLUÇÕES DO MANUAL
Página 29 – Escrita
Página 67 – Educação Literária
1. Resposta de caráter pessoal. No entanto, os alunos po-
derão abordar/desenvolver os seguintes tópicos: 5. A tristeza do sujeito poético resulta do gozo excessivo
proporcionado pelas sensações e pelo contacto com a
− o tema do diálogo é o sentido da existência humana;
Natureza. Porém, o “eu” aceita essa tristeza com natu-
− a necessidade de saber “por que existimos” parece não ralidade, uma vez que provém do excesso de felicidade,
ser importante para o interlocutor de Mafalda seja por- a qual resulta da relação direta com a realidade (“Sinto
que nunca se questionou sobre o assunto seja porque todo o meu corpo deitado na realidade”).
a existência é um fim em si mesma, não necessitando,
6. Justifica-se pela oração introduzida por uma conjun-
portanto, de explicação;
ção subordinativa “quando”.
− embora a personagem Mafalda apresente um ar “re-
7. “dia”
flexivo” e, de certa forma, “apreensivo”, o seu interlo-
cutor ostenta uma atitude bastante descontraída face 8. Derivação por sufixação
à complexidade do tema; conclui-se que Filipe atribui
pouca importância à questão; Página 67 – Escrita
− entre o sujeito poético de “Autopsicografia” e o interlo-
1.
cutor de Mafalda são notórias as diferenças: à atitude
reflexiva e à intelectualidade de Pessoa, opõe-se a su- Introdução: Caeiro, o heterónimo considerado o mestre.
perficialidade e a leviandade intelectual de Filipe, que Desenvolvimento: Vive em permanente contacto com
se mostra ansioso pela resolução do “problema”, não a Natureza (bucolismo) e apreende a realidade através
importando a resposta que irá obter. dos sentidos, recusando questionar a existência do que
o rodeia e aceitando a ordem natural do mundo, como a
chuva e o sol, a felicidade e a infelicidade.
Página 36 – Educação Literária No poema, o sujeito poético identifica-se com um guar-
9. O último verso, que encerra um apelo, traduz a incer- dador de rebanhos e com o próprio rebanho. Na imagem,
teza da vida do “eu”: o coração é incerto e a sombra re- destaca-se o pastor que, no meio do seu rebanho, con-
mete para o sonho, logo para a irrealidade. templa a Natureza, comungando daquela realidade que
10. Predominam, ao longo do texto, sons sibilantes (/s/) e o faz feliz, tal como acontece ao sujeito poético.
nasais (/-m/, /-ão/, /nh/), sugerindo o estado de angústia Conclusão: Espécie de compensação para o subjeti-
e de reflexão em que o “eu” se encontra. vismo do criador, que viveu atormentado pela raciona-
lidade excessiva.
Página 40 – Compreensão do Oral
4. De entre os argumentos da posição contrária à prática
Página 73 − Educação Literária
da eutanásia, o mais persuasivo parece ser o que refere o 9. O classicismo é visível, a nível temático, na crença nos
perigo de aquele ato se tornar “a pedido”. Este argumento deuses e na mitologia pagã, na crença no destino, na uti-
torna-se forte dada a possibilidade de refutação a que lização de símbolos que remetem para a consciência da
está sujeito: até que ponto a pessoa que “deseja” a prá- brevidade da vida e a inexorabilidade da morte. A nível
tica da eutanásia estará na posse de todas as faculdades formal, a preferência pela ode, pela sintaxe alatinada e
para tomar tal decisão? Esta é uma prática irreversível! pelo vocabulário impregnado de termos latinizantes, com
O argumento que pode assumir relevância na defesa da recurso à anástrofe, à gradação, à metáfora.
eutanásia é a possibilidade que esta prática dá de uma 10. Lídia é elevada à categoria de musa, sendo que a
morte com dignidade, evitando o risco da dependência expectativa do sujeito lírico é a de que ela seja plato-
total relativamente a alguém. nicamente distante, alheia, descomprometida e, à sua
semelhança, espetadora do mundo.
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5. SOLUÇÕES DO MANUAL
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5. SOLUÇÕES DO MANUAL
44 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
5. SOLUÇÕES DO MANUAL
Página 103 – Escrita d. Linguagem verbal e não verbal, com recurso a várias
imagens, delas resultando a persuasão, alimentada pela
O diálogo entre as personagens desenvolve-se de forma linguagem valorativa do locutor.
monótona, abordando temas relativos à literatura (a re-
e. Promover turisticamente Portugal.
ferência a Orpheu e à escrita), mas também abordando
banalidades, como o emprego modesto ou a dificuldade 2. O anúncio publicitário convoca diferentes linguagens e
em andar. neste sobressai a verbal e a icónica. Com efeito, o orador
Esta monotonia, acentuada pelo fumo constante do ta- descreve de forma entusiástica e assertiva as imagens
baco, é reforçada pelo cenário escuro, degradado − quer que vão passando, acompanhadas por um fundo musical,
das ruas ou das casas que se avistam da janela quer do e que refletem as razões pelas quais Portugal é um país
próprio quarto onde Bernardo Soares habita. É de des- a visitar. Nesta argumentação, destaca-se a variedade e a
tacar o jogo de sombras e de luz, conferindo uma tona- beleza paisagísticas, a diversidade de atividades de lazer,
lidade de tristeza, visível também no rosto crispado e na a riqueza cultural e gastronómica, entre outros aspetos.
dificuldade em encarar a luz ao abrir a janela do quarto. O objetivo é, pois, promover turisticamente Portugal, tal
O plano das escadas dá a ideia de um labirinto, o que se como evidencia o slogan final.
coaduna com o estado de espírito da personagem, que
confessa o seu desalento. Os efeitos sonoros são quase
inexistentes, excetuando o barulho da porta que se fecha Página 131 – Escrita
(o que também é representativo deste ambiente fechado 1.
e solitário) ou do chá que é servido, pondo, assim, em
Introdução: A esperança é fundamental na concretiza-
destaque o texto.
ção dos sonhos e dos ideais.
A articulação com os fragmentos estudados é visível nas
falas das personagens (Soares afirma que só consegue Desenvolvimento:
escrever fragmentos) e nas temáticas abordadas: o de- − 1º argumento: sem esperança, a vida, “metade de
salento, a reflexão de caráter existencial, a descrença nada, morre”, torna-se vazia e sem sentido;
em Deus. − Exemplo: quem que se limita a viver como “besta
(197 palavras) sadia, cadáver adiado que procria” está impedido de
ser feliz e nunca alcançará a felicidade suprema;
Página 123 – Educação Literária − 2º argumento: o ânimo, a fé, a crença são fatores que
se associam à esperança e que permitem derrubar
6. O poema é constituído por duas estrofes, de cinco ver- obstáculos e lutar pela concretização dos sonhos;
sos (quintilhas). Quanto à métrica, os versos são irregu- − Exemplo: situações catastróficas como uma doença
lares, apresentando seis, oito ou dez sílabas métricas. terminal, um sismo ou outro tipo de cataclismo podem
A rima é cruzada e emparelhada tal como se percebe ser ultrapassados quando a esperança acompanha quem
pelo esquema rimático ababb / cdcdd. teve ou esteve sujeito a este tipo de contrariedades.
7.1 Os dois textos enaltecem a ação e a determinação Conclusão: A importância de nunca se perder a esperança
do rei D. Sebastião – surge como um rei valente e do- para que a vida faça sentido e valha a pena ser vivida.
minador, que, por isso, alcançará a imortalidade. Esta
dimensão mítica é expressa pela jovem Maria da obra
Frei Luís de Sousa, que enaltece a sua ousadia e rejeita a Página 134 – Educação Literária
possibilidade de o rei ter morrido “às mãos dos mouros”: 5. O salvador da Pátria moribunda recebe no poema
“Não pode ser, não pode ser, Deus não podia consentir em várias designações, todas elas de caráter místico. Sa-
tal” (ato II, cena 1). Maria alude ainda às profecias que
bendo-se que Fernando Pessoa foi um febroso cultor do
transformarão esta crença num verdadeiro mito (“Pois
sebastianismo e designando este redentor por “Enco-
não há profecias que o dizem? Há, e eu creio nelas”,
berto”, facilmente se pode associar a mensagem deste
idem). Note-se que também o verso de Pessoa (“Ficou
texto ao culto sebástico.
meu ser que houve, não o que há”) remete também para
a imortalidade que D. Sebastião alcançou. 6. É o único poema de Mensagem que não apresenta tí-
tulo. É constituído por cinco quadras com regularidade
métrica, já que todos os versos têm oito sílabas. Tam-
Página 130 – Compreensão do Oral bém apresenta regularidade rimática, pois só existe rima
1. a. Turismo de Portugal cruzada.
b. Portugal, situado geograficamente no local onde 7.1 No poema pessoano, o estado de desalento do poeta
a terra acaba, é caracterizado como um país de mari- é despertado pela presença do “Senhor” que ele evoca;
nheiros, gentes calorosas, um país de contrastes cuja na letra da canção, o “eu” também sairá da escuridão
riqueza é a diversidade, com uma natureza intocável; é graças à voz que chama por ele e o lembra que a noite
uma nação jovem e acolhedora; é um país cheio de cor, terá fim, tal como a mágoa do sujeito poético do texto
onde o sol brilha o ano inteiro; é uma terra maravilhosa pessoano será atenuada pela convicção na vinda do re-
e cativante. dentor. As constantes interrogações visíveis no texto de
c. Planícies sem fim; praias banhadas pelo Atlântico Fernando Pessoa enfatizam a preocupação do sujeito
e pelo sol; florestas encantadas; país de artistas que que procura saber quando virá o seu salvador; o mesmo
deixaram a sua marca; castelos imponentes; palácios; se percebe no poema da canção, quando o “eu” reafirma
o passado ao lado do futuro; praias intermináveis para que procura por quem não esqueceu, pedindo apenas um
desfrutar; vários cenários de diversão. sinal.
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5. SOLUÇÕES DO MANUAL
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5. SOLUÇÕES DO MANUAL
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5. SOLUÇÕES DO MANUAL
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5. SOLUÇÕES DO MANUAL
Tópicos Justificação/Exemplificação
Tema e sua Exaltação da modernidade e de aspetos com ela relacionados, como se antevê pelo título (“Ode triunfal”), uma vez
relação com que a palavra “ode” significa canto elogioso, a que se acrescenta “triunfal”, que reforça a magnitude desse elogio
o título que, neste caso, é dirigido à era moderna e industrial.
Contexto a. O sujeito poético encontra-se numa fábrica, a escrever sob a luz das grandes lâmpadas elétricas como se
espacial comprova nos dois primeiros versos do poema.
Estado b. O “eu” sente dor, febre causadas por sensações contraditórias provocadas pela beleza dolorosa daquilo que
emocional do o rodeia, destacando-se a nova noção de estética preconizada pelo Modernismo e que é “desconhecida dos
sujeito poético antigos”. Apresenta-se apaixonado e exaltado; numa histeria de sensações face ao esplendor do progresso, deseja
sentir tudo de todas as maneiras, identificando-se com tudo, querendo ser tudo e fundir-se em tudo (“Ah!, poder
exprimir-me todo como um motor se exprime! / Ser completo como uma máquina!”/ “Poder ao menos penetrar-me
fisicamente de tudo isto...”).
Sobressai também um tom nostálgico perante o fracasso de algumas transformações decorrentes da
modernidade.
Realidades c. O lado positivo da realidade observada é visível nas referências aos avanços da técnica, como confirmam
retratadas as referências à fábrica, às lâmpadas, às rodas, às engrenagens, às correias de transmissão, aos navios, aos
comboios, às grandes cidades, à atividade transatlântica, aos guindastes, aos navios…. Porém, a esta exaltação
da modernidade opõe-se a outra face da realidade – o lado negativo da nova era industrial. Nela surgem a
corrupção, os escândalos financeiros, as agressões políticas, os desastres de comboio, os naufrágios, as notícias
desmentidas, as guerras, as injustiças…
Matéria épica d. O facto de o poema ‘cantar’ a civilização industrial da época bem como referir os pensadores da Antiguidade
como responsáveis pela preparação da era Moderna e a exaltação das transformações operadas fazem com que
perpasse um tom épico pelo poema.
Valorização e. Ao contrário de Marinetti que defendia a valorização do futuro, anulando o passado e o presente, o Futurismo
do tempo alvariano reduz o passado e o futuro a um só tempo: o presente. Defende mesmo que o presente só é possível
porque nele está todo o passado e todo o futuro, ambos ganham significação no presente, até porque no passado
se preparou o presente e no presente se prepara o futuro, levando-o a afirmar: “Eia todo o passado dentro do
presente! / Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!” (vv. 222-223).
Tipos sociais Referem-se vários tipos sociais, nomeadamente “comerciantes”, “vadios”, “escrocs”, “aristocratas”, “esquálidas
evocados figuras dúbias”, “chefes de família”, “cocottes”, “burguesinhas”, “pederastas”, “gente elegante que passeia”,
“caixeiros-viajantes”, “gente ordinária e suja”, “gente humana que vive como cães”.
Presença do f. O Sensacionismo é levado ao paroxismo, uma vez que o “eu” afirma querer sentir tudo de todas as maneiras
Sensacionismo e, extasiado deseja “poder exprimir-[se] todo como um motor se exprime!”, “Ser completo como uma máquina!”,
“Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!”, ou poder “morrer triturado por um motor / Com
o sentimento de deliciosa entrega duma mulher possuída”, assumindo mesmo uma atitude sadomasoquista só
para aceder a “tudo com que hoje se constrói, com que hoje se é diferente de ontem!”
Elogio da g. No poema faz-se o elogio do belo feroz, abolindo-se o conceito de beleza aristotélica, por isso tudo o que é
modernidade símbolo da modernidade e da era industrial é elogiado, numa euforia nunca vista, vendo grandiosidade e beleza em
todos os símbolos e efeitos da sociedade contemporânea e na época moderna, ao ponto de, depois de enumerar
alguns aspetos negativos, concluir: “Que importa tudo isto, mas que importa tudo isto”/Ao fúlgido e rubro ruído
contemporâneo, / Ao ruído cruel e delicioso da civilização de hoje?”
Recursos h. Apóstrofe:“Ó rodas, ó engrenagens”, “ó grandes ruídos modernos”. Aliteração do som /f/: “Em fúria fora e
estilísticos dentro de mim”, “de ferro e fogo e força”. Enumeração: “Andam por estas correias de transmissão e por estes
êmbolos e por estes volantes”, “Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!”. Gradação: “Rugindo,
rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando”. Anáfora: “Por todos os meus nervos dissecados fora, / Por todas as
papilas fora de tudo com que eu sinto!”. Onomatopeia: “r-r-r-r-r-r-r eterno!”, “ Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!”. Metáfora:
“Arde-me a cabeça”, “Fauna maravilhosa do fundo do mar da vida!”, “A luz do sol abafa o silêncio das esferas”.
Personificação: “Do tumulto disciplinado das fábricas”, “Progressos dos armamentos gloriosamente mortíferos!”;
a anástrofe: “Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical − / Grandes trópicos humanos de ferro
e fogo e força − / Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro”.
Ritmo e sua Impera no poema um ritmo torrencial, feroz, vivo, em que surgem, em catadupa, as diferentes realidades
funcionalidade captadas por um “eu” em plena histeria de sensações. O autor incute no texto um ritmo alucinante, onde os
aspetos evidenciados se atropelam, sugerindo a euforia do sujeito poético e a sua quase devoção à modernidade
e às transformações, boas e más, operadas pela civilização industrial em que este “eu” sensacionista se insere.
Marcas do O poema inscreve-se na segunda fase poética de Álvaro de Campos, aquela em que faz sentir o Futurismo e o
Futurismo e Sensacionismo, o elogio à era Moderna e aos símbolos da modernidade, ao belo feroz, e se assiste à anulação
Sensacionismo da estética aristotélica e à mistura do objetivo com o subjetivo. A nível formal também se verifica a subversão
sintática, estrófica e métrica. O vocabulário é atípico, rompendo, em todos os aspetos, com a tradição poética
anterior.
50 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
6. GRELHAS
DE AVALIAÇÃO
—
ORALIDADE
E ESCRITA
6. GRELHAS DE AVALIAÇÃO
Ano letivo _______ Nome do aluno: __________________________________________________________ Ano/Turma: ____________ N.o: __________
Fases Parâmetros
Elaboração do plano.
Total
52 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
6. GRELHAS DE AVALIAÇÃO
Ano letivo _______ Nome do aluno: __________________________________________________________ Ano/Turma: ____________ N.o: __________
Fases Parâmetros
Elaboração do plano.
Total
SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4" 53
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6. GRELHAS DE AVALIAÇÃO
Ano letivo _______ Nome do aluno: __________________________________________________________ Ano/Turma: ____________ N.o: __________
Data de realização do texto
Fases Parâmetros
PLANIFICAÇÃO
Elaboração do plano.
Total
Ano letivo _______ Data: _____________ Nome do aluno: ___________________________________________ Ano/Turma: ___________ N.o: ________
PARÂMETROS + – +/–
Esteve atento(a).
Tomou notas.
Identificou o tema.
Registou a informação de forma sequencial.
Compreendeu a estrutura do texto/documento.
Distinguiu a informação objetiva da subjetiva.
Distinguiu diferentes intenções comunicativas.
Verificou a adequação dos recursos verbais e não verbais.
Explicitou marcas dos géneros textuais apresentados.
Fez inferências.
54 SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
SENTIDOS 12t(VJBEP1SPGFTTPSt"4"
PARÂMETROS
1–
2–
3–
4–
5–
6–
7–
8–
9–
10 –
11 –
12 –
13 –
14 –
15 –
16 –
17 –
18 –
19 –
20 –
21 –
22 –
23 –
24 –
25 –
26 –
27 –
28 –
29 –
30 –
31 –
Pesquisa/
seleção da informação
Planificação da intervenção
Contemplação dos tópicos
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(fornecidos ou elaborados)
Respeito pelos princípios
da cortesia
Adequação do registo de língua
e formas de tratamento
Utilização de recursos verbais
e não verbais
55
6. GRELHAS DE AVALIAÇÃO
Nota: A ficha deve passar por cada um dos alunos de modo a que cada um proceda à sua autoavaliação. / Cada parâmetro deve ser classificado na escala de 0 a 20 pontos
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Título
Sentidos 12
Guia do Professor
Português – 12.o ano
Autoras
Ana Catarino
Ana Felicíssimo
Isabel Castiajo
Maria José Peixoto
Execução Gráfica
CEM, Artes Gráficas, S.A.
Depósito Legal
N.o 20964/17
ISBN
978-888-89-1023-9
E-mail: apoio@leyaeducacao.com
Internet: www.asa.pt
Livraria Online: www.leyaonline.com
Apoio ao Professor
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210 417 495
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978-888-89-1023-9