RELATORIO Brasil - Historico

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O Brasil ao longo do tempo desenvolveu políticas econômicas que oscilaram entre

ciclos de expansão e retração significativas. Tal fato resta demonstrado ao analisarmos as


primeiras décadas da Velha República, período marcado pela crise financeira iniciada no final
do Império, acarretando desordem social e política, ante à produção exacerbada de medidas
econômicas ineficazes com intuito de se desvincular do antigo sistema, cuja organização
financeira impedia o avanço industrial e comercial brasileiro.

A Velha República trouxe uma ideia de crescimento monetário e expansão agrícola


e urbana que não se concretizou, gerando uma enorme instabilidade social. Todavia,
posteriormente, as políticas elaboradas à época começaram a apresentar maior aplicabilidade,
haja vista o crescimento do café no mercado internacional, consolidando o domínio do poder da
oligarquia cafeeira paulista apoiada pelos produtores de leite em Minas Gerais, período marcado
pela supervalorização dos interesses exclusivos da República Oligárquica.

A ascensão de Getúlio Vargas ao poder, dentre outros acontecimentos, acarretou


insatisfação generalizada diante dessa política oligárquica instaurada a qual permitiu a
alternância de poder entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. Ademais, ressalta-se a
quebra da Bolsa de Nova Iorque que desencadeou uma crise que contribuiu significativamente
para a ruína do poder estabelecido, pois, afetou todo o Sistema Financeiro Mundial,
repercutindo a nível nacional no preço do café brasileiro.

O fim dessa era registrou o primeiro governo Vargas, o início da República Nova e
o surgimento de uma série inédita de medidas políticas e econômicas voltadas ao
desenvolvimento global e à modernização do Brasil.

Getúlio Vargas já havia realizado algumas intervenções econômicas bem-sucedidas


como governador (então chamado de Presidente) do Rio Grande do Sul, nos dois anos que
antecederam sua eleição à Presidência da República, apoiando a criação da VARIG (Viação
Aérea Riograndense) e fundando a Banco do Rio Grande do Sul.

Por meio do levante nacional conhecido como Revolução de 1930, e sob a


influência da já mencionada crise de 1929, Vargas assumiu o a missão de estabelecer uma
política econômica revolucionária no Brasil acabando com o protecionismo dos governos
anteriores, preocupados apenas com política cafeeira de e da pecuária e a agricultura que só
eram apoiadas na região sudeste. Sob pressão dos militares que o apoiaram no poder, Vargas
iniciou o processo de industrialização do Brasil para esse fim, utilizando um modelo de
substituição de importações visando promover o desenvolvimento da indústria manufatureira do
país.

Várias indústrias foram inauguradas no país, com expansão significativa da


ocupação da mão de obra; aumento da malha rodoviária nacional; aparelhamento de portos e
ferrovias, favorecendo sobremaneira a circulação de mercadorias entre as diversas regiões do
país. Sobre o êxito dessas medidas no plano de diminuição das importações.

Nesta época o crédito pessoal era inexpressivo. As pessoas poupavam para adquirir
bens para os quais não dispunham de renda imediata.
Os bons resultados do plano de desenvolvimento perduraram até o segundo Governo
Vargas, nos anos de 1950, quando, em razão da falta de moedas conversíveis, da
desvalorização do Cruzeiro, da crise cambial, aumento da inflação e agravamento da situação
do balanço de pagamentos, instalou-se uma conjuntura político-econômica de difícil
administração. Greves foram deflagradas, críticas acirradas eram dirigidas ao Governo,
acusado de internacionalista por uns e de xenófobo por outros. A instabilidade política e as
pressões generalizadas deram fim ao Governo Vargas de forma trágica, com o suicídio do
presidente.

A exemplo de seu antecessor, e buscando a expansão do crescimento econômico já


iniciado, JK decidiu implementar um amplo programa desenvolvimentista, i em parceria com
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), formularam a base do
que chamou de Plano de Metas.

No decorrer da sua administração, Juscelino Kubitschek, agora ícone do populismo


nacional, inaugurou diversas empresas automobilísticas estrangeiras no Brasil e levou
desenvolvimento ao Centro-Oeste, transferindo para lá a Capital Federal. Em seu Governo
houve também significativo aumento das dívidas externa e pública interna brasileiras,
culminando numa série de problemas de ordem macroeconômica.

No início dos anos de 1960, os sucessores do JK, sem êxito em atrair o apoio político
de que precisavam, e imersos na crise político-econômica herdada de seu antecessor,
permaneceram por curto período no comando do Governo. Jânio Quadros assumiu em janeiro
de 1961 e renunciou em agosto do mesmo ano; João Goulart assumiu em 1961 e foi deposto
pelos militares em 1964.

Como observado, todos os períodos históricos brasileiros foram marcadoss por


expressivoss acúmulo de inflações, extrema instabilidade e recessão econômica, com ausência
de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento social. Neste panorama, as instituições
financeiras adotaram estratégia defensiva que não permitia redução de juros para facilitar a
aquisição de crédito, ademais, lucravam absurdamente com a inflação, tornando o crédito ao
consumidor desinteressante para seus gestores. O povo não comprava, nem poupava e a
rescisão
enfraqueceu a economia brasileira.

Assim, observa-se que os planos econômicos oriundos dos governantes


supramencionados, priorizaram, de forma geral e com pouca variação, o desenvolvimento
econômico uniangular, sobretudo voltado para o crescimento da indústria nacional, com o fim
de inserir o país na modernidade tecnológica vivenciada há muito nos países centrais. De fato
houve crescimento econômico, muitas vezes expressivo, mas predominantemente instável, eis
que, na condição de país periférico, o Brasil era mantido sob controle e vigilância dos países
centrais, detentores da alta tecnologia e do dinheiro necessário ao financiamento dos projetos
nacionais. O crédito pessoal era inexpressivo e a população mantinha uma conduta cheia de
irregularidades em relação aos gastos com consumo de bens e produtos, utilizando a poupança
para compras posteriores de produtos ou serviços com preço acima da sua capacidade
financeira imediata.

REFERÊNCIAS

BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. Saraiva: São Paulo, 2009.

CAVALLAZZI, Rosângela L.; MARQUES, Cláudia Lima. Direitos do Consumidor Endividado:


superendividamento e crédito. São Paulo: RT, 2006.

PORTO, Elisabete. Evolução do Crédito Pessoal no Brasil e o Superendividamento do


Consumidor Aposentado e Pensionista em Razão do Empréstimo Consignado. Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa-PB. 2014. Disponível em:
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bitstream/tede/4428/1/arquivototal.pdf

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