Acidentes de Trabalho e Doencas Profissionais
Acidentes de Trabalho e Doencas Profissionais
Acidentes de Trabalho e Doencas Profissionais
2º Ano – Pós-laboral
Universidade Púngué
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Este trabalho tem como objectivo principal dar uma visão geral do que é o direito dos
acidentários e doenças profissionais.
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2.0. ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS
2.1. Acidentes de trabalho
2.1.1. Noções sobre Acidente de Trabalho
A questão dos acidentes de trabalho tem sido amplamente debatida por se tratar de um
assunto muito sensível. Em algumas situações, podem surgir as consequências de uma
amputação, invalidez permanente e até a morte do trabalhador, causando sofrimento
para ambas as partes. Funcionários e suas famílias, empregadores e até fontes públicas,
qualquer que seja o resultado.
Neste sentido De Oliveira (2007) argumenta que os acontecimentos neste sector têm
consequências traumáticas, afectando negativamente os trabalhadores, as suas famílias,
os negócios e a sociedade, muitas vezes causando invalidez permanente ou mesmo a
morte. Pois, ele ainda diz que o mais grave é o imprevisto, pois isto perturba a
sociedade e por conseguinte a trajetória de especialistas, transforma sonhos em
pesadelos e espalha uma nuvem de dor sobre as vítimas indefesas. Assim, não se deve
abordar a vida e a saúde dos trabalhadores como uma mera ferramenta de produção
usada.
Assim, olhando para a visão do autor citado anteriormente, pode se dize que a
magnitude do problema e a urgência de uma solução exigem uma mudança de atitude. É
impossível entorpecer a consciência, celebrar o progresso tecnológico e, casualmente,
olhar para além da dor do mundo. É quase impossível, especialmente com disposições
constitucionais e princípios jurídicos que impõem a dignidade do trabalho e este
problema torna-se ainda mais preocupante se a implementação de precauções muito
simples e baratas permitirem obter poupanças estatísticas significativas, o que significa
que é sabido que salva vidas.
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2.1.2. Descrição e características das doenças de trabalho
Com o passar do tempo, a legislação foi ficando mais rígida, sendo que em 2013, houve
o surgimento da denominação doenças do trabalho, através do Decreto nº 62/2013 de 4
de Dezembro no seu números 1 e 2 do artigo 1.º, onde diz:
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b) Antes ou depois da prestação do trabalho, desde que directamente relacionado
com a preparação ou termo dessa prestação;
c) Por ocasião da prestação do trabalho fora do local e tempo do trabalho normal,
se verificar enquanto o trabalhador executa ordens ou realiza serviços sob
direcção e autoridade do empregador;
d) Na execução de serviços, ainda que não profissionais, fora do local e tempo de
trabalho, prestados espontaneamente pelo trabalhador ao empregador de que
possa resultar proveito económico para este;
e) No local onde ao trabalhador deve ser prestado qualquer forma de assistência ou
tratamento por virtude de anterior acidente e enquanto aí permanecer para esses
fins.
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e em dinheiro segundo o artigo 19.º no seu número 1 e essas prestações em dinheiro são
as que se destinam ao que esta referido no número 3 do artigo 19.º do Decreto n.º
62/2013.
E vale salientar que há outras prestações feitas em espécies, as quais são de natureza
médica, cirúrgica, farmacêutica, hospitalar ou quaisquer outras, seja qual for a sua
forma, desde que necessárias e adequadas ao restabelecimento do estado de saúde e da
capacidade de trabalho ou de ganho do sinistrado e à sua recuperação para a vida activa.
As doenças profissionais e técnicas são aquelas que se iniciam com o exercício regular
de uma determinada profissão ou trabalho, desenvolvem-se de maneira silenciosa e
progridem lenta e gradativamente, diretamente relacionadas à profissão da pessoa
(PRETTO, 2017).
Segundo o artigo 20.º do Decreto n.º 62/2013 considera-se doença profissional toda a
situação clínica que surge localizada ou generalizada no organismo, de natureza
química, biológica, física e psíquica que resulte de actividade profissional e
directamente relacionada com ela.
E o número 2 do artigo 20.º enfatiza ainda que são consideradas doenças profissionais,
entre outras constantes da Lista Nacional de Doenças Profissionais, como intoxicação
por chumbo, suas ligas ou compostos, com consequências directas dessa intoxicação;
intoxicação por mercúrio, suas amálgamas ou compostos, com as consequências
directas dessa intoxicação; exposição de fibras ou poeiras de amianto no ar ou poeiras
de produtos contendo amianto e entre outras.
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Segundo o artigo 24.º do Decreto n.º 62/2013 para o efeito de obtenção de provas
segundo o que foi citado anteriormente, o trabalhador deve solicitar ao seu empregador
a emissão de guia para se apresentar à Junta Provincial de Saúde para efeitos de exames
médicos. E em caso de o empregador se recusar a fornecer ao trabalhador a guia referida
no número anterior, este pode recorrer à Inspecção do Trabalho local que notificará a
empresa para, no prazo de três dias, se apresentar munida do processo individual do
trabalhador e da guia devidamente preenchida.
Segundo o que vem descrito no número 1 do artigo 33.º do Decreto n.º 62/2013 o
empregador ou seu representante legal são obrigados a prestar a assistência médica e
medicamentosa, assegurar o transporte ao profissional e estadia em condições impostas
pela natureza da doença. O internamento e os tratamentos devem ser feitos em
estabelecimentos hospitalares adequados ao restabelecimento e reabilitação do
sinistrado.
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Doenças profissionais e do trabalho são tão facilmente confundidas que o termo
"doença profissional" passou a ser utilizado conjuntamente para as duas doenças
profissionais.
E ainda no mesmo artigo, no seu número 3, caso empregador que não tenha transferido
a sua responsabilidade deve comunicar por escrito ao Ministério Público junto do
Tribunal do Trabalho, a ocorrência de acidente de trabalho ou diagnóstico de doença
profissional, independentemente das consequências dele resultantes e de qualquer
apreciação das condições legais de reparação, no prazo de oito dias contados a partir da
data da participação a que se refere o artigo anterior ou data do conhecimento do
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acidente, quando o sinistrado tenha estado impossibilitado de fazer ou mandar fazer essa
participação no prazo legal.
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3.0. Conclusão
Assim, com este trabalho que tinha como ideia central avaliar a correcta execução das
normas trabalhistas, tanto empregadores como empregados, visando a não ocorrência de
acidentes de trabalho ou doenças provenientes da atividade laborativa, pode se concluir
que o novo regime de acidentes de trabalho e doenças profissionais afigura-se mais
ajustado à realidade jurídico-laboral actual, conferindo maior protecção aos
trabalhadores sinistrados ou vítimas de doença profissional, mediante uma maior
garantia dos seus direitos.
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4.0. Bibliografia
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