10 - 6091joralice Cristina Virginio de Morais
10 - 6091joralice Cristina Virginio de Morais
10 - 6091joralice Cristina Virginio de Morais
FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - POSEDUC
LINHA DE PESQUISA: FORMAÇÃO HUMANA E DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL DOCENTE
MOSSORÓ/RN
2020
JORALICE CRISTINA VIRGÍNIO DE MORAIS
MOSSORÓ/RN
2020
Catalogação da Publicação na Fonte.
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Aprovada em ______/_______/________
Banca Examinadora
______________________________________________________
Profa. Dra. Meyre-Ester Barbosa de Oliveira
(POSEDUC/UERN)
______________________________________________________
Profa. Dra. Francisca de Fátima Araújo Oliveira
(POSEDUC/UERN)
______________________________________________________
Prof. Dr. Jean Mac Cole Tavares Santos
(POSENSINO/UERN/UFERSA/)
______________________________________________________
Profa. Dra. Simone Maria da Rocha
(UFERSA)
Às minhas filhas Joyce Cibelly e Ana Alice
Que são a razão do meu viver,
O meu amor maior,
Aquelas que me impulsionam a ver a vida
mais colorida.
A política é feita pelos e para os
professores; eles são atores e sujeitos,
sujeitos e objetos da política. A política é
escrita nos corpos e produz posições
específicas dos sujeitos. (BALL;
MAGUIRE; BRAUN, 2016, p. 13).
AGRADECIMENTOS
Acreditar em si
Já é um grande passo
Não existe o certo e o errado
Existe você, no que acredita e faz da sua vida.
(Joralice Morais)
RESUMO
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) é uma política que
expressa um compromisso firmado entre os governos federal, estaduais e
municipais, com o intuito de atender a meta 5, prevista no Plano Nacional de
Educação (PNE) para o período 2011 a 2020, que preconiza a obrigatoriedade de
alfabetizar todas as crianças na faixa etária dos 06 (seis) aos 08 (oito) anos,
garantindo o direito de aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática.
Apresenta como ações centrais a formação continuada para docentes, todavia uma
das questões que tem assumido relevância no âmbito dessa política se refere ao
direito de aprendizagem que, por sua vez, se vincula à produção de propostas
curriculares. Nessa perspectiva, o PNAIC assume a dupla função de política de
formação de professores e de proposição curricular. A presente pesquisa busca
compreender os sentidos produzidos sobre formação docente e currículo no âmbito
do PNAIC. Tem como propósito a análise de como essa política é interpretada e
traduzida por professores alfabetizadores (1º ao 3º ano) que participaram da
formação promovida pela Secretaria de Educação do Município de Mossoró/RN no
contexto do Pacto. Busca conhecer como os sujeitos/atores interpretam, traduzem,
atribuem significados e, assim, atuam com a política em destaque. Para tanto,
assume como perspectiva teórico-metodológica a abordagem do Ciclo de Políticas
de Ball e Bowe estudada por Mainardes (2006; 2007) e Ball, Maguire e Braun
(2016), em diálogo com Lopes (2012; 2013; 2018), Macedo (2018), Oliveira (2016),
Ball e Mainardes (2011), Frangella (2018), entre outros. Consiste em uma pesquisa
qualitativa cuja produção de dados compreendeu a realização de entrevistas
semiestruturadas com quatro professoras efetivas da rede municipal de ensino de
Mossoró/RN, bem como, a análise documental da portaria do PNAIC nº 867 de 04
de julho de 2012, caderno de apresentação, 4 (quatro) cadernos de estudos de
Língua Portuguesa ano de 2013. Pondera que os materiais analisados apresentam
sentidos híbridos sobre currículo e avaliação na perspectiva de compatibilização com
o que determinam os direitos de aprendizagem, as avaliações externas e as metas
estabelecidas. Os resultados apontam que, apesar das orientações prescritivas e
padronizadoras, os professores no processo de tornar a política em prática
interpretam e traduzem as orientações de forma ativa. Considera relevante
aprofundar a análise sobre as perspectivas, estratégias e intervenções realizadas
pelos sujeitos/atores escolares na tradução das políticas.
The National Pact for Literacy at the Right Age (PNAIC in Portuguese) is a policy that
expresses a commitment made among the federal, state and municipal governments,
in order to achieve goal 5, foreseen in the National Plan for Education for the period
2011 to 2020, which advocates mandatory to teach all children between the ages of
06 (six) and 08 (eight) years, guaranteeing the right to learn Portuguese and
Mathematics. It presents as central actions the continuing education for teachers.
However, one of the issues that assumed relevance in the scope of this policy refers
to the right to learn, which, in turn, is linked to the production of curricular proposals.
In this perspective, PNAIC assumes the dual role of teacher training policy and
curriculum proposition. This research seeks to understand the meanings produced
about teacher education and curriculum within the scope of PNAIC. Its purpose is to
analyze how this policy is interpreted and translated by literacy teachers (1st to 3rd
year) who participated in the training promoted by the Department of Education of the
Municipality of Mossoró/RN in the context of the Pact. It seeks to know how
subjects/actors interpret, translate, assign meanings, and, thus, act at featured
policy. To this end, it assumes the theoretical-methodological approach of the Ball
and Bowe Policy Cycle studied by Mainardes (2006; 2007) and Ball, Maguire and
Braun (2016), in dialogue with Lopes (2012; 2013; 2018), Macedo (2018), Oliveira
(2016), Ball and Mainardes (2011), Frangella (2018), among others. It consists of a
qualitative research whose data production comprised semi-structured interviews
with four effective teachers from the municipal teaching network of Mossoró/RN, as
well as the documentary analysis of the PNAIC Ordinance No. 867 of July 4th, 2012,
presentation notebook, 4 (four) Portuguese language study notebooks year 2013. It
considers that the analyzed materials present hybrid meanings about curriculum and
evaluation in terms of compatibility with what determines learning rights, external
assessments and established goals. The results show that, despite prescriptive and
standardizing guidelines, teachers in the process of making policy into practice
interpret and translate guidelines actively. It considers relevant to deepen the
analysis of the perspectives, strategies and interventions carried out by the school
subjects/actors during the translation of policies.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 17
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 127
APÊNDICES......................................................................................................... 133
ANEXOS.............................................................................................................. 138
17
1 INTRODUÇÃO
resultados, monitorava o trabalho, pois imaginava que com isso estava estimulando
os docentes a serem profissionais de qualidade para um mercado competitivo, onde
vence quem é o melhor. Incentivava-os, tendo por base um modelo de professor
ideal, dedicado e cumpridor de suas metas de qualidade, ou seja, entendia a
educação numa perspectiva gerencialista, em que se fazia necessário o
cumprimento de metas.
Antes de cursar o Mestrado e estudar sobre as políticas educacionais e
conhecer a abordagem do ciclo de políticas, ministrava as formações sempre
frisando que os professores deveriam apresentar “bons resultados”, muitas vezes
culpabilizava-os por resultados não alcançados na alfabetização dos alunos, que
eles eram os principais responsáveis por uma educação de qualidade, responsáveis
também pela sua qualificação, pela sua capacitação, por sua formação continuada,
que deveriam ser protagonistas das suas ações. Na verdade, acreditava que se o
professor se dedicasse mais e melhor ele alcançaria os resultados e se tornaria um
excelente profissional, pois quanto mais o professor produz resultados, mais é
apreciado, melhor é visto e aceitável pela equipe escolar.
Diante das leituras sobre o ciclo de políticas e da teoria da atuação de Ball e
colaboradores percebi o quanto precisava refletir sobre as políticas de currículo e a
formação de professores, pois ao defender a centralidade das políticas compreendia
que as que chegavam eram as melhores e as certas, pois vinham do MEC e de
grandes pesquisadores da área da educação. Esse foi um discurso que advoguei
por muitos anos e como pesquisadora estou tentando desconstruir essa ideia de que
o professor é o único responsável por tudo; assim busco problematizar a linearidade,
os discursos prontos e verdades estabelecidas. Não é fácil, mas os estudos me
deram/darão subsídios para compreender/produzir outros discursos.
A partir dos estudos, encontros, diálogos e discussões proporcionados pelo
Mestrado em Educação e pelo Grupo de Pesquisa em Currículo e Ensino (GEPCE),
pude refletir sobre minha prática como professora e formadora, o que me
proporcionou compreender sobre discursos performáticos e gerencialistas, que Ball
e seus colaboradores abordam em suas pesquisas (no capítulo seguinte abordarei
sobre essa questão).
No ano de 2013, fui selecionada para ser orientadora de estudo do PNAIC, no
município de Mossoró/RN, juntamente a mais sete pessoas do mesmo município.
Durante os cinco anos de formação, deparei-me com diversos cenários e discursos
20
dos mais simples aos mais complexos, apontados por docentes, gestores e
supervisores. A partir de seus questionamentos, suas indignações e as inquietudes
em relação ao PNAIC, pude perceber as angústias e perspectivas nos olhares
desses profissionais.
De 2013 aos dias atuais, trabalho na Secretaria Municipal de Educação de
Mossoró/RN como supervisora dos Anos Iniciais, e desde 2018 sou Coordenadora
Municipal do Programa Mais Alfabetização (PMALFA). O PMALFA, criado pela
Portaria nº 142, de 22 de fevereiro de 2018, é uma estratégia do Ministério da
Educação para fortalecer e apoiar as unidades escolares no processo de
alfabetização dos estudantes regularmente matriculados no 1º ano e no 2º ano do
Ensino Fundamental.
Como supervisora da Secretaria de Educação do Município de Mossoró/RN,
desenvolvo ações de visitas às escolas, observo, acompanho, monitoro e oriento
ações pedagógicas desenvolvidas nessas instituições de ensino, tendo como maior
objetivo proporcionar orientações e ser uma ponte entre escola e Secretaria de
Educação. Diante deste acompanhamento, defronto-me com desapontamentos e
entusiasmos por parte da equipe escolar, em relação aos programas desenvolvidos.
De modo particular, aqui vamos ressaltar o PNAIC. Nesse caso, despertou-
me para compreender que sentidos são produzidos pelos professores
alfabetizadores sobre as políticas de formação e de currículo e como estes se
apresentam em seu contexto escolar, como interpretam/traduzem a política do
PNAIC.
Retornando ao eixo central do trabalho, percebemos que a escola vem sendo
considerada um lócus privilegiado de pesquisa com significado para o campo da
política. Em relação ao que estabelece a Portaria do PNAIC nº 867 de 04 de julho de
2012 (BRASIL, 2012), tem prevalecido a compreensão de que o Estado produz a
política para a “escola implementar”. No entanto, essa manifestação de que as
escolas estão adequadas para que a política seja efetivada é um discurso neoliberal
e omisso, é uma linguagem defendida por grupos que regulam e querem o controle
da política, mas a conjuntura é bem diferente, perpassa por múltiplos desafios
implicando em uma produção de novos sentidos para os documentos oficias.
Durante minha experiência como professora da educação infantil e anos
inicias, principalmente no ciclo de alfabetização, recordo quando o gestor nos
apresentava uma determinada política que já vinha da SME e que deveria ser
21
rompendo, assim, com esse senso de que a escola é apenas reprodutora. Contudo,
tem-se observado que atores privados têm influenciado a produção das políticas.
Dessa forma, diferentes organismos como Banco Mundial, Banco Itaú, Natura,
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), vêm apresentando propostas
cada vez mais prescritivas e controladoras, que induzem que todos façam do
mesmo jeito, seguindo os mesmos padrões ou parâmetros, sob o argumento de que
assim alcançaremos os melhores resultados ou se seguirmos as mesmas
estratégias e, independente da conjuntura, dará certo.
Ball, Maguire e Braun (2016), ao analisarem as políticas educacionais,
abordam a importância dos docentes reverem e repensarem essas políticas na sua
atuação como profissional, nos seus contextos, no espaço da escola. Chamam a
atenção para a necessidade de que reflitam criticamente, pensando nos efeitos e
resultados, e não apenas como meros executores, em uma perspectiva que
interajam, modifiquem e ressignifiquem em consonância com a realidade dos alunos.
Desse modo,
Por esse motivo, os autores defendem que as políticas devem ser analisadas,
investigadas e descentralizadas dentro das instâncias macro e micro. É nessa
direção que realizamos nossa pesquisa, focalizando o Programa PNAIC, como
política de formação de professores e política curricular, em uma análise que buscou
articular a macropolítica e a micropolítica, observando o percurso, as influências na
elaboração dos projetos, as interpretações/traduções.
As escolas são complexas, mas repletas de uma conjuntura rica e inusitada,
com diferentes saberes e culturas, diversos discursos dos profissionais de acordo
com suas experiências, suas histórias, seus conhecimentos e valores. Nosso estudo
pretendeu se distanciar do termo “implementação” na análise das políticas
educacionais, haja vista que, nessa ótica, “o fazer da política permanece colocado
dentro de uma concepção linear, de cima para baixo, e indiferenciada de trabalho
como política nas escolas” (BALL; MAGUIRE; BRAUN, 2016, p. 16). Essa
compreensão da política entende que existe um centro de poder, no qual a política é
25
1 De acordo com Michael Peters (2000, p. 10), “O pós-estruturalismo deve ser visto como um
movimento que, sob a inspiração de Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e outros, buscou
descentrar as ‘estruturas’, a sistematicidade e a pretensão científica do estruturalismo, criticando a
metafísica que lhe estava subjacente e estendendo-o em uma série de diferentes direções,
preservando, ao mesmo tempo, os elementos centrais da crítica que o estruturalismo fazia ao sujeito
humanista”.
29
2
De acordo com Oliveira (2016), a teoria estadocêntrica visa a centralidade do Estado na sua relação
com as políticas educacionais, prevalecendo a ideia de hierarquia como produção que emana de um
poder central, direcionando a sociedade para implementação da política sem considerar as formas
locais e a interpretação de tais políticas.
30
nas escolas, experienciando cada ação e são nesses espaços que aparecem os
diferentes significados, os discursos são reconstruídos, elementos são adequados e
reconfigurados compondo a micropolítica.
Segundo Lopes e Macedo (2011a, p. 258), “este é o lugar das
consequências’’, onde aquele texto político é efetivado, é praticado e é neste mesmo
contexto que sua legitimidade se firma ou não. Queremos acrescentar que se
engana quem imagina que a política é feita de acordo com quem a constrói. Nesse
sentido, vemos que sua atuação perpassa por vários processos de interpretação,
tradução e ressignificação, tornando imprescindíveis os recursos locais, materiais e
humanos.
Concordamos com Ball que a produção de políticas não é linear, mas um
movimento fluido no qual os contextos se entrelaçam, gerando outras, novas/velhas
significações e produzindo discursos híbridos, num processo que não cessa. Não
podemos compreender um contexto sem mencionar os demais, haja vista que todos
constituem a complexa rede de produção de políticas e se interpenetram como
processos que se reinventam, que acontecem que são refeitos e ressignificados. E é
no espaço escolar que vemos todos esses contextos, nos diálogos dos professores,
na tomada de decisão coletiva, nas conversas sobre os alunos, nos planejamentos,
na construção de projetos, na atuação de suas salas de aula, nos posicionamentos;
nesse sentido, vão se configurando novas políticas.
De acordo com Lopes e Macedo (2011b), que propõe operar com a teoria do
discurso de Laclau como uma forma de tornar mais nítida a ideia do ciclo de
políticas, na perspectiva de romper com a perspectiva de linearidade entre os
contextos, não há início nem fim para os processos de reinterpretação:
política nos âmbitos global, nacional e local não é fácil, além das diversas
demandas, processos, conflitos e o jogo de poder são, também, influenciados por
valores éticos e morais como veremos a seguir na abordagem sobre a teoria da
atuação.
a política nos passa através dos documentos oficiais, é saber discernir o que a
política tem de melhor para meu aluno, como posso desenvolver respeitando as
aprendizagens. De acordo com a entrevista de Ball concedida a Avelar (2016, p. 7),
interpretação é o processo de perguntar: “O que essa política espera de nós? O que
ela está exigindo que nós façamos, se é que ele exige algo?”. Nesse entendimento,
“A interpretação é um processo político institucional, uma estratégia, [...], um
processo de esclarecimento e criação de uma agenda institucional”. (BALL;
MAGUIRE; BRAUN, 2016, p. 69). Por isso a interpretação das políticas perpassa o
processo de produção da política e de sua tradução. E isso ocorre nos diferentes
contextos em que as políticas circulam.
A “tradução é uma espécie de terceiro espaço entre a política e a prática”
(BALL; MAGUIRE e BRAUN, 2016, p. 69). Refere-se ao processo simbólico de
criação de textos institucionais e a ação de pô-los em prática, mediante a produção
de outros sentidos, de novos argumentos, de ações metodológicas e pedagógicas,
empregadas na prática, táticas, intervenções, projetos e ações mobilizadoras nas
diferentes arenas para colocar a política em exercício de forma atuante. Ball, em
entrevista a Avelar (2016, p. 7), aponta que:
Para Lopes, a teoria da atuação tem mais potencial que o ciclo de políticas
por desestabilizar conceitos prontos, por ser reflexivo, investigativo e transformador
diante da verticalidade das políticas.
Nesse processo de atuação das políticas há todo um sistema de controle. Ball
(2005) chama atenção para temas como performatividade, gerencialismo e
profissionalismo como tecnologias que movem o mundo. De acordo com o inglês, no
mundo moderno, as tecnologias e a necessidade de mostrar resultados, conquistas
e sucesso estão arrastando as pessoas à sensação de incapacidade.
Na visão de Stephen Ball (2005, p. 543) “A performatividade é uma
tecnologia, uma cultura e um método de regulamentação que emprega julgamentos,
comparações e demonstrações como meios de controle, atrito e mudança”. Muitas
instituições e empresas utilizam como parâmetro de produtividade, que conduzem
ao ranqueamento e a exclusão dos que não se enquadram no perfil preestabelecido.
A performatividade se alia ao que vem se denominando de novo
gerencialismo, o qual
As escolas são vistas como empresas que precisam dar lucro a curtos prazos
e em troca disso instigam a produtividade, a competição por meio de pressões e
cobranças, esquecendo o profissionalismo e a identidade profissional. Ouvem-se
bastantes discursos performáticos de gestores que afirmam que “Instituição Escolar
é uma empresa e toda empresa tem que mostrar serviço e eficiência e a
competividade faz parte, por que vencem os melhores no mundo capitalista, quem
não for eficiente, determinado e inovador fica para trás” (Gestora de uma escola
pública de Mossoró, 2019).
Um fator relevante para essas escolas/empresas lucrarem são as avaliações
externas que vêm ao longo dos anos definindo como caráter centralizador a
trajetória das políticas curriculares para a melhoria da educação. Esse é um tipo de
avaliação proposto pelo PNAIC nos 2º e nos 3º anos para que se possa acompanhar
e avaliar o ensino-aprendizagem dos estudantes. Desta forma, é tomado como
indicadores de qualidade para reformulação de currículos, de estratégias de ensino.
Ademais, quando os resultados permanecem baixos, os docentes são
culpabilizados, gerando mal estar e adoecendo, pois se sentem incapazes de
realizar seus trabalhos pedagogicamente.
Percebe-se que nas escolas existe muita competitividade, padrões são
comparados e medidos. Na Rede Municipal de Ensino de Mossoró/RN, a Lei Nº
2717, de 27 de dezembro de 2010, instituiu a política de Responsabilidade
Educacional, cujo objetivo, conforme estabelecido em seu artigo1º, é o de:
Precisamos compreender esse processo como algo que ocorre em rede numa
escala mais ampla, assim, não apenas o professor, o gestor e a escola estão
submetidos a essa lógica, as próprias secretarias municipais e estaduais estão
igualmente subordinadas a esse modo de regulação, na medida em que os
resultados de seus trabalhos são quantificados, comparados e expostos às
comparações e críticas em face das avaliações em larga escala. Nesse formato que
as escolas exercem suas atividades, muitas secretarias contratam agências para
elaborarem avaliações similares às avaliações externas para serem aplicadas na
rede de ensino com o objetivo de averiguar os índices de aprendizagem. Quando os
resultados não são satisfatórios, são propostas estratégias, instrumentos,
elementos, para que os professores realizem com seus alunos a fim de obter o
resultado desejado e as metas estabelecidas. Nessa dinâmica, a avaliação deixa de
ser um meio e passa a se constituir uma finalidade, ao mesmo tempo em que a
educação é reduzida à instrução e o professor a um replicador de métodos e
técnicas ditas eficientes com foco no desempenho dos alunos.
Diante dos estudos, podemos observar as políticas a partir de duas vertentes.
A primeira é que determinados sujeitos acreditam que a política vem para suprir toda
a necessidade daquela demanda. Um exemplo, alfabetizar todas as crianças até o
3º ano. Nessa direção, pensam que uma política vai dar conta de atender todas as
dificuldades, desconsiderando os contextos e fatores essenciais que contribuíram
para este fim.
A segunda é que as políticas também contribuem favorecendo outras
políticas; os governos reelaboram outras e assim sucessivamente, são processos
contínuos, minuciosos, complexos, com diferentes cenários com sujeitos que
pensam e age nos contextos de influência, produção de texto e na prática. É dessa
perspectiva que nos aproximamos.
Como podemos analisar, as políticas nunca darão conta de todas as
demandas, por diversos fatores e situações. Desse modo, “as políticas são
colocadas em ação em condições materiais, com recursos variados, em relação a
42
Temos semelhanças
Temos pontos em comum
Mas aprendemos de modos diferentes,
Escrevemos de modos diferentes,
Interpretamos de modos diferentes
Saber ouvir o outro é tão fundamental
Quanto ouvir a tua voz.
(Joralice Morais)
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa foi instituído pela Portaria
ministerial nº 867, de 04 de julho de 2012, pelo então Ministro da Educação Aloízio
Mercadante, considerando o que está previsto no Projeto de Lei Ordinário (PLO) nº
8035/2010, que estabeleceu o Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio
2014-2024 na meta 5, que propõe que até os 8 anos de idade as crianças “adquiram
3Nas seções 3.2 e 3.3 deste capítulo compõe o artigo intitulado “Sentidos sobre formação docente e
currículo no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC)”, publicado na
Revista Linguagens, Educação e Sociedade (LES). Disponível em:
https://revistas.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/9713/0.
44
4 É um programa do Governo Federal do Brasil que tem por objetivo principal avaliar e distribuir livros
didáticos, pedagógicos e literários de forma universal e gratuita às escolas públicas das redes de
ensino básico e também das instituições de Educação Infantil.
5 Programa criado pelo Governo Federal, em 1997, com o objetivo de promover o hábito da leitura e
Ao analisamos a Portaria, os últimos artigos (11, 12, 13, 14) deixam claro que
para cada órgão estão prescritas as normas de adesão da política, com ênfase no
monitoramento e avaliação das ações, a fim de que possam garantir uma
produtividade de resultados positivos consoantes com os padrões de referência
nacional. É uma política que vislumbra a adesão de todos os entes, observando em
cada um as suas funções. Nessa perspectiva, a política macro com foco e
desempenho determina o que as escolas (política micro) de um modo geral devem
oferecer - uma educação de excelência -, com o propósito de elevar os padrões de
qualidade. Entretanto, quem vive no chão destas instituições sabe que não é tão
fácil assim. Segundo Ball, Maguire e Braun (2016, p. 201):
As escolas não são uma peça só. Elas são redes precárias de grupos
diferentes e sobrepostos de pessoas, de artefatos e de práticas. Escolas
são compostas de coleções de diferentes professores, gestores,
tesoureiros, assistentes pedagógicos, orientadores, administradores,
estudantes, pais, governadores, e outros, que habitam várias maneiras de
serem com diferentes formas de “formação”, histórias discursivas, visões
epistemológicas de mundo e de compromisso “profissionais” (grifos do
autor).
produções de pesquisa que focalizam o PNAIC, nosso intuito não era encontrar
alguma verdade supostamente escondida ou um sentido último, tampouco a
causalidade dos fatos, mas a partir de uma imersão no material empírico,
compreender/traduzir a miríade de práticas discursivas produzidas em múltiplos
contextos, fazendo emergir as reticências, as descontinuidades e a diferença.
A partir dessa compreensão, empreendemos uma busca na base de dados da
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) no decorrer dos meses de
outubro e novembro do ano de 2018, com o objetivo de conhecer as produções que
tematizam o “PNAIC”. O inventário das pesquisas se deu em três momentos,
conforme descritos a seguir.
O primeiro momento correspondeu à definição dos descritores e o acesso ao
site. Inicialmente empreendemos o mapeamento das teses e dissertações utilizando
como descritores os termos “formação continuada” e “PNAIC”. Foram encontradas
82 (oitenta e duas) produções, das quais 71 (setenta e uma) são dissertações e 11
(onze) são teses.
Dada a quantidade de trabalhos e com o propósito de aproximar às intenções
da pesquisa, resolvemos empregar o filtro “por assuntos”. Ao refinar a busca com os
descritores: PNAIC, alfabetização, formação continuada e formação de professores,
foi possível identificar 25 (vinte e cinco) trabalhos de 06 (seis) instituições brasileiras,
sendo 23 (vinte e três) dissertações e 2 (duas) teses. A partir da análise dos títulos,
verificamos que o material ainda estava bastante amplo, distanciando-se um pouco
dos nossos propósitos de pesquisa.
Numa terceira tentativa, utilizamos os descritores PNAIC, formação
continuada e currículo, empregando o filtro “todos os termos” e o recorte temporal de
5 (cinco) anos, correspondendo ao período de 2012 a 2018. Apareceram 19
(dezenove) produções, sendo 16 (dezesseis) dissertações e 03 (três) teses. Esse
material foi produzido em 10 (dez) instituições brasileiras, estando 06 (seis) em
repositórios e 04 (quatro) em Bibliotecas Digitais. Todos os 19 (dezenove) trabalhos
foram produzidos em língua portuguesa e oriundos de Programas de Mestrado e
Doutorado.
O segundo momento consistiu na análise dos títulos e dos resumos das teses
e dissertações encontradas, de modo a realizar uma seleção mais apurada e excluir
os que não apresentassem alinhamento com nossos propósitos. Nesse processo de
seleção dos trabalhos, procedemos com a leitura dos resumos, o que resultou na
50
6 Utilizaremos para a identificação dos trabalhos analisados (quatro dissertações e duas teses) o
primeiro nome e o último sobrenome, os demais autores citados no decorrer do texto seguem as
normas da ABNT.
51
7Reproduziremos a marcação de gênero apresentada pela autora, o que justifica a ausência desse
padrão nas demais partes do artigo.
52
Art. 2º- Ficam instituídas as ações do Pacto, por meio das quais o MEC, em
parceria com as instituições formadoras e os sistemas públicos de ensino
dos estados, Distrito Federal e municípios, apoiará a alfabetização e o
letramento dos estudantes até o final do 3º ano do ensino fundamental em
escolas rurais e urbanas e que se caracterizam:
I - pela integração e estruturação, a partir do eixo Formação Continuada de
Professores Alfabetizadores, de ações, materiais e referencias curriculares
e pedagógicas do MEC que contribuam para a alfabetização e o letramento.
[...] (FRANGELLA; OLIVEIRA, 2017, p. 06).
(Joralice Morais)
No decorrer de 2013 foram trabalhados oito cadernos para cada ano com
textos teóricos sobre os temas da formação. Os cadernos estavam organizados por
cores (ver Figura 2): na cor azul do ano 1 para serem desenvolvidos com os
professores do 1º ano; na cor laranja do ano 2 para trabalharem com os professores
do 2º ano e os exemplares na cor verde do ano 3 para serem trabalhados com os
professores do 3º ano. O material de formação do Pacto também contemplava
professores e alunos das turmas multisseriadas da zona rural. Cada caderno
apresenta tema específico que norteia as atividades relacionadas com cada faixa
etária, além de conter relatos de experiências, opiniões de especialistas, sugestões
de atividades, dicas, material de formação, indicação de filmes, entre outros tópicos.
63
02 Considerar a necessidade de O caderno traz uma proposta Os eixos que são descritos
que todos os estudantes avaliativa na alfabetização nos direitos de aprendizagem
tenham acesso ao ponderando a perspectiva são necessários para que as
conhecimento e avancem em que não exclui a criança, crianças tenham autonomia
suas aprendizagens mas que agrega ao processo na leitura e na produção de
de construção do texto.
Os direitos de aprendizagem conhecimento considerando
são um compromisso social, todas as variáveis possíveis. Esses direitos são
de modo a garantir que até o fundamentais para a
3º ano do Ensino O ciclo de alfabetização ampliação das capacidades
Fundamental todos estejam rompe com a repetência e a para lidar com as situações
alfabetizados. evasão sendo necessários de produção e compreensão
mecanismos para atender a de textos orais e escritos.
O currículo no ciclo de todas as crianças.
alfabetização configura–se O caderno aborda também
como um produto histórico O PNAIC aborda a avaliação que as crianças são muito
cultural, como elemento de como um instrumento diferentes então a questão
saberes, disciplinas, importante para se pensar: de I, A, C nem sempre
vivências e atividades na Por que e para quê avaliar? corresponde aquele ano
escola respeitando a Para quem? Onde? tanto poderá ficar além como
heterogeneidade das turmas Quando? O quê? Como? aquém.
Com quem?
O currículo no ciclo de
alfabetização é, portanto, A avaliação visa gerar
uma proposta de informações para que
reorganização temporal e professores e alunos possam
espacial do ensino, que se refletir e criar estratégias de
traduz em uma nova forma superação
de conceber os percursos de
aprendizagem das crianças. A proposta é de potencializar
a formação das crianças,
Pensar em formas garantindo continuidade da
alternativas de organizar o aprendizagem ao longo dos
ensino é importante para a três anos.
superação da fragmentação.
68
Fonte: Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (BRASIL, 2012, p. 33).
Pauta 07/04/2018
Foco temático: Aprofundamento do SEA
que estão na
hipótese pré-silábica,
de acordo com o que
foi estudado no texto
Socialização Socializar as Apresentação e 9h 9h30min Atividades
atividades discussão das construídas
elaboradas com a atividades
turma elaboradas pelo
grupo
Propriedades Aprofundar cada Exposição Dialogada 9h30min às
conceituais e propriedade 10h Slides
convenções do interligando com as
SEA aprendizagens das
crianças.
Lanche 20 min.
(de 10:00 até
10:20)
ATIVIDADE 2: Realizar leitura - Exposição
O que dialogada dos slides dialogada acerca 10h20min Slides
caracteriza a e do vídeo desta hipótese
hipótese - Exibição e 10h50min Vídeo
silábica? discussão do vídeo
“Alfaletrar – fase
silábica sem valor
sonoro e com valor
sonoro” – Magda
Soares
ATIVIDADE 3: Discutir as fases da Exposição dialogada 10h50min Slides
As hipóteses escrita. Compartilhar sobre a hipótese 11h10min
silábico- saberes e aprofundar Silábico-alfabética
alfabética e os conhecimentos
alfabética sobre SEA
Exposição dialogada 11h10min às
sobre a hipótese 11h40min
alfabética Slides
Exibição de vídeo Exibição do vídeo 11h40min
“Alfaletrar – fases às12h
silábico-alfabética e Vídeo
alfabética”?
Vídeo (Magda
Soares)
Exposição 12h10min
dialogada do
vídeo
Encerramento Avaliar o encontro De acordo com o Responder em
expondo o que que vivenciei o que 12h10min folha de oficio e
aprendeu. posso fazer para que 12h30min. entregar a
meus alunos se formadora.
apropriem do SEA?
ATIVIDADE VIVENCIAL: Para Casa
- Trazer, no 28/04, uma experiência exitosa em relação ao SEA, para compartilhar na sala.
- Uma das escolas irá trazer a leitura deleite para o próximo encontro. A escola decide como irá fazer
a sua leitura deleite. A cada encontro terá um sorteio por escola.
8Segundo Ferreiro e Teberosky (1984), essas fases são chamadas de lecto escrita e correspondem
ao nível de compreensão do processo de leitura e escrita que a criança passa até chegar o nível
77
alfabético. É um percurso complexo e não homogêneo para todos as crianças; nesse sentindo, cada
uma traça caminhos diferenciados. Cada uma desenvolve o seu potencial de acordo com seus
conhecimentos e sua cultura.
78
muito aprendizado para todos, pois era a prática dos docentes que estavam sendo
discutida.
Conforme analisa Ball, Maguire e Braun (2016, p. 74), “A tradução é ao
mesmo tempo um processo de invenção e de conformidade. Conforme os
professores se envolvem com a política e trazem a sua atividade para apoiar a sua
atuação, eles também são capturados por ela”.
Há que se destacar que os professores não recebem a política da mesma
forma, muitos se apresentam entusiasmados, outros são indiferentes, há os críticos
e os que recebem passivamente as políticas, conforme mencionamos anteriormente.
A alfabetização foi /é algo que sempre nos motivou na nossa trajetória como
professora; observar os diálogos entre as crianças, as brincadeiras, os jogos de
mesa e os jogos de alfabetização, vê-los juntarem letras, pronunciarem sílabas,
palavras e escrever nos deleitamos, ficávamos/ficamos atraídas ao ver as crianças
se apropriarem do sistema de escrita, tendo seus questionamentos, suas hipóteses.
Ao trabalharmos nos encontros sobre concepções de alfabetização,
observamos que os professores apresentavam diversas concepções, partindo
daquilo que acreditavam/acreditam. Uns pautavam suas práticas no método 9 de
alfabetização analítico e outros no método sintético. De acordo com Magda Soares
(2016), o trabalho com base no método sintético parte da letra para as palavras,
dando sequência com a junção de sílabas até chegar a palavras, frases e textos,
como se houvesse uma linearidade. Inicialmente se aprende o som das vogais,
depois das consonantes, sílabas, até chegar às palavras. O analítico inicia do todo
para as partes, ou seja, do texto para as palavras e sílabas, o professor introduz um
texto, deste vai trabalhando frases, palavras até chegar nas letras.
Para Soares (2016), não existem métodos para alfabetizar. A autora parte do
desmembramento entre alfabetização - que significa a aprendizagem do sistema
alfabético-ortográfico, e letramento - que significa a introdução da criança nos usos
da leitura e escrita nas práticas sociais, como sendo duas instâncias
interdependentes, no entanto, separáveis para fins investigativos.
Outros docentes se baseavam em cartilhas prontas e outros na perspectiva
sociointeracionista de Vygosky. Nesta concepção, a aprendizagem ocorre como um
9Segundo Magda Soares, método no campo da educação e do ensino, sempre foi entendido como
modo de proceder, como um conjunto de meios para orientar a aprendizagem em direção a um fim,
como sistema que se deve seguir no ensino de um conteúdo (2010, p.118).
79
processo de troca mútua entre o meio e o indivíduo, tendo o outro como mediador. O
aluno é um elemento ativo que age e constrói sua aprendizagem. É importante que o
professor instigue o sujeito, desafiando, mobilizando, questionando e utilizando os
“erros” de forma construtiva, garantindo assim uma reelaboração das hipóteses
levantadas, favorecendo a construção do conhecimento. A partir dessa
compreensão, o aluno não é apenas alguém que aprende, mas sim o que vivencia
os dois processos, sendo ao mesmo tempo ensinante e aprendente.
Ouvíamos todas as falas dos professores, mas na realidade queríamos que
todos adotassem as concepções que o PNAIC estava propondo, com base nos
trabalhos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky sobre a Psicogênese da Língua
Escrita (FERREIRO; TEBEROSKY, 1984), sobre o Sistema de Escrita Alfabética
(SEA).
De acordo com as autoras, conforme citado no Caderno Currículo na
alfabetização: concepções e princípios, ano 1/unidade 1 (2012, p. 16):
10 Poeta amazonense.
85
acontecimentos, para obter informações visuais sobre arte popular, saúde entre
outros.
Segundo a diretora da instituição, nenhuma dessas mídias instiga a
curiosidade e o interesse do aluno tanto quanto o computador, um dos mais
recentes recursos tecnológicos inserido na escola, pois possui mais atrativos que
as tecnologias anteriores, e é multitarefa, pois executa programas para trabalho e
estudos e lazer, transformando-se em diferentes ferramentas. Utiliza de diferentes
formas para apresentação da informação, unindo sons, imagens, animações e
textos, estabelecendo outros processos de comunicação, utilizando separadamente
ou simultaneamente, características chamadas de multimídias. Além disso, é uma
tecnologia que possibilita a interatividade em tempo real.
Durante a visita à escola, vimos que o contexto externo é perpassado por
muitas tensões e pressões por parte das políticas no geral e da Secretaria
Municipal de Educação que monitora as ações e os resultados quinzenalmente,
cobrando resultados a curto e médio prazo.
Dessa forma, os professores se sentem sobrecarregados com tantas
demandas, pois são pressionados a apresentarem resultados de excelência e,
muitas vezes, esses resultados não tem como atingir em virtude de desafios do
próprio contexto inusitado da escola, como por exemplo, a infraestrutura
inadequada.
Na fala das gestoras (diretora e supervisora) há uma afirmação de que as
políticas que são feitas pela adesão ao SME são comunicadas a elas e, em seguida,
é feita uma reunião para ser repassado o que diz o regulamento, portaria, objetivos,
matrizes, sobre como será desenvolvida nas escolas. E os gestores têm o objetivo
de multiplicar para os professores, deixando-os informados sobre as ações da
política em destaque, quais são as demandas em relação ao desenvolvimento,
monitoramento e avaliação, as necessidades e, assim, cada escola se organiza para
desenvolver a política; apesar de trazer ideias macro, cada instituição tem
autonomia de desenvolver de acordo com seus contextos e necessidades.
Diante de tudo isso, todos se sentem pressionados, cobrados, pelas
autoridades locais e, nesse contexto diversificado, permeiam múltiplas ações, como
sociais, econômicas e políticas.
Vale frisar que as SME também são pressionadas pelo governo estadual e
federal, para desenvolverem suas políticas e isso gera uma cadeia, cada um exige
93
Nesta fala, inferimos como a SME trabalha com metas, com avaliação de
resultados, com monitoramento, sendo as escolas cobradas por resultados de
excelência. De modo geral, quando os resultados não são atingidos, o professor é
culpabilizado. Percebemos que há muitos discursos que responsabilizam os
professores, afirmando que eles não sabem ensinar e conduzir as aulas.
Essa conjuntura faz parte de todo um sistema global de poder, de ideias
neoliberais que submetem os professores a atividades subservientes de um controle
sobre a educação brasileira. Porém, questionamos: quem está preocupado com a
falta de condições e com a valorização dos professores?
No tocante à cultura profissional, a equipe da escola se fundamenta nos
ideais de solidariedade, de participação e de responsabilidade social, norteada pelos
seguintes eixos:
Então assim, não só fazer com que essas crianças de até 08 anos lessem
de qualquer maneira, mas de uma forma em que ele pudesse questionar em
que ele pudesse participar que ele fosse o centro do processo. Em que a
criança se sentisse valorizada como ser humano, como estudante, como
104
“idade certa” para alfabetizar; as crianças não estão programadas para despertarem
numa faixa etária específica para a leitura e escrita.
Esse processo da alfabetização e letramento vai de acordo com seus
conhecimentos e estudos, requer alguns pressupostos para desenvolverem tais
habilidades necessárias para o processo, que é árduo e complexo.
Fixar uma idade certa implica desconsiderar a cultura, a individualidade, a
percepção da criança e seu contexto. Muitos estudantes em consonância com suas
vivências têm uma maturidade de compreensão dos sons da fala para entenderem o
SEA de forma satisfatória, no entanto, não podemos citar como regra, mas respeitar
que cada um tem seu processo de construção.
Conforme nossos estudos, a criança precisa ser estimulada, despertada,
entusiasmada a aprender, a pensar sobre o que fala e o que faz no seu meio social,
das mais diversas formas. Isso contribui para oportunizar e permitir sua
aprendizagem que ocorre processualmente. A alfabetização pode ocorrer em
qualquer idade; podemos até querer que os alunos se alfabetizem entre os 6 e 7,
mas jamais garantir que existe uma idade certa.
Temos que ver o ideal e o real; alcançar a alfabetização de todas as crianças
é o ideal, mas nunca será real. Não somos pessimistas, entretanto, existem fatores,
princípios, condições e motivos que intercalam nesse processo de leitura e escrita;
as crianças têm história de vida, valores, costumes e conhecimentos distintos.
Para Aurora, quem diz a idade é o aluno, as professoras vão trabalhando,
proporcionando atividades desafiadoras e os alunos vão dando respostas de acordo
com suas conquistas.
Aqui gostaríamos de frisar as interpretações/atuações que a política
proporciona a quem ler. Então, de acordo com a compreensão, cada docente atua
em suas salas de aula partindo daquilo que acredita que julga mais necessário e
prioritário para seu aluno. Assim, realiza as estratégias em consonância com o
cenário, cobranças e limites da escola. Fato observado no relato das entrevistadas
em relação ao contexto da prática, de acordo com suas traduções e interpretações
daquilo que é mais significativo e real.
Não é nosso propósito fazermos julgamentos em dizer quem está certo ou
errado, todavia, queremos compreender os sentidos produzidos pelos professores,
verificando que durante os cinco anos de permanência do PNAIC não foi possível
107
atingir a meta de alfabetizar até os oito anos de idade. Então, como conseguir
tamanha façanha, se cada escola tem sua política micro?
De acordo com as entrevistadas, os alunos melhoraram muito na
socialização, na linguagem, na compreensão do SEA, se interessam mais pelas
atividades, são mais atentos e participativos. Contudo, os resultados que chegam à
SME apontam um grande número de crianças que concluem o 3º ano sem estarem
alfabetizadas. Como pensar nesse cenário? Como podemos avaliar esse paradoxo?
Podemos analisar por quatro vertentes: o primeiro é que as políticas requerem
resultados em curto prazo, são feitas para escolas ideais e, em geral, não têm
continuidade; o segundo aspecto é que o processo de alfabetização é complexo e
cheio de facetas, precisa-se ter muito claro as estratégias desse movimento. O
terceiro, é que as avaliações externas só contemplam o currículo comum, excluindo
a parte diversificada, muito trabalhada nas escolas com eventos, projetos. Por fim, o
quarto aspecto diz respeito ao caráter homogêneo das avaliações que desconsidera
as especificidades dos sujeitos e contextos. Ao afirmarem que seus alunos
apresentaram melhor desempenho, acreditamos que os docentes se referem aos
progressos individuais, considerando o ponto de partida de cada aluno, porém esse
“progresso” poderá não corresponder, necessariamente, aos descritores e
competências estabelecidos de forma padronizada.
Magda Soares (2013), em entrevista exclusiva para a Plataforma do
Letramento, mediada por Antônio Gomes Batista (coordenador de desenvolvimento
de pesquisas do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária - CENPEC), ao discutir sobre Políticas Públicas para a Alfabetização,
entre as quais se destacam o PNAIC e a ANA, considera que as políticas não têm
continuidade, são apenas para apagar fogo e cumprir um mandato; a autora usa até
uma expressão são “Atabalhoadas” e competitivas, prejudicando a autonomia do
professor. Segundo a especialista, os professores querem clareza nos currículos, o
que é ser uma criança alfabetizada em cada nível de ensino, mas entregam pacotes
prontos e dizem façam desta forma (SOARES, 2013).
Em relação às avaliações externas, Magda Soares (2013) se reportou aos
autores das políticas, afirmando que acreditam que vão resolver o problema da
alfabetização realizando avaliações. No entanto, para a autora, essas avaliações
são isoladas, que avaliam um tipo de trabalho do professor, não considerando sua
108
forma diversificada de trabalhar. Muitas vezes os resultados são tão baixos por que
avaliam somente de uma única forma para todo o país (SOARES, 2013).
Dando continuidade à entrevista, questionamos se as formações provocaram
mudanças na prática pedagógica dos professores participantes do PNAIC. As
docentes foram unânimes ao afirmar que a formação trouxe muitas mudanças para
as práticas pedagógicas, particularmente na forma de administrar o ensino em sala.
As entrevistadas se reportam muito às suas práticas, consideram que as atividades
se tornaram mais criativas, com mais participação dos alunos e conseguem perceber
situações que antes não davam conta.
Afrodite afirmou que “houve uma nova maneira de trocar essas experiências,
esses conhecimentos, de experiências na sala, [...] que foi muito valioso”. Essa
professora se reporta aos encontros de formação, pois a cada encontro tínhamos
relatos de todas as professoras sobre suas vivências, suas práticas em sala
relacionada às atividades dos cadernos.
Na ocasião da formação, cada cursista explanava como transcorriam as
atividades por meio de slides, imagens (sem a identificação do aluno), apresentavam
os objetivos, a metodologia e todo o percurso da atividade, os questionamentos e
como decorria aceitação, participação ou não por parte dos alunos. Eram exibidas
amostras dos trabalhos de vários níveis de escrita das crianças para serem
discutidas por todos.
Conforme observam as entrevistadas, o PNAIC não trouxe somente a teoria
para ser desenvolvida na formação, mas a prática para ser discutida, observada,
ouvida, refletida. Os relatos fortaleciam os encontros, pois, no momento em que
apresentavam suas experiências com seus alunos, refletiam sobre o processo.
Ártemis disse que, particularmente na prática, causou sim, as aulas se
tornavam mais dinâmicas e as crianças tinham mais oportunidade de interagir umas
com as outras. Nos encontros incentivávamos muito a utilização dos livros de
literatura, como também os jogos do Centro de Estudos em Educação e Linguagem
(CEEL) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A professora se refere aos
jogos de Língua Portuguesa, que cada escola tinha uma ou duas caixas com jogos
variados e acompanhava um manual didático com orientação sobre como utilizar
cada jogo.
Consideramos esses jogos fundamentais e de grande aproveitamento para as
crianças refletirem sobre SEA, principalmente as crianças quando chegam ao 1º ano
109
os sentidos dados nunca são vitórias completas, mas que exigem contínua
produção.
As políticas são colocadas em ação para serem desenvolvidas, no entanto,
um conjunto de dinâmicas interpretativas deve ser considerada. Ball, Maguire e
Braun (2016) mostram em suas pesquisas que as dimensões contextuais são
importantes na atuação da política:
Interessante que a professora não percebeu ou não quis associar essa ação a
um monitoramento. Todavia, como formadora, compreendemos que havia o intento
de monitorar as ações do PNAIC. Quando se detectava que as ações não estavam
111
cumprimento da base, o que cabe a cada uma é realizar de acordo com suas
interpretações e condições de trabalho que lhes são ofertadas.
Deduzimos que as docentes apresentam uma visão estadocêntrica em
relação às políticas. É como se o professor fosse condicionado a esse modelo
neoliberal de política, que vem de cima para baixo e deve ser cumprido, e quando
municípios e estados aderem às políticas, estas devem ser acatadas pelos
profissionais, a quem cabe executá-las. Então, os profissionais da educação veem a
base como um guia, referência, prescrição, um caminho para a ação, de acordo com
as realidades de cada escola, de cada sala de aula.
Todavia, quando a política é submetida aos docentes, há certa resistência,
protestos, reivindicações, questionamentos, diálogos, porém, ao final buscam
cumprir com os regulamentos que lhes são solicitados.
Perguntamos: Em relação ao “para casa”, atividade que as orientadoras
passavam para as alfabetizadoras. Como vocês observavam esse tipo de atividade?
Afrodite contou-nos que via como “uma atividade desafiadora e prazerosa [...] que
pudesse desenvolver o espírito de equipe, de grupo, não se isolar, mas participar
com todos”. Artemis informou que “não notava que tirava a autonomia, pelo
contrário, vinha confirmar o que tinham aprendido nos estudos”. Atena informou-nos
que a “prática” fazia do jeito que dava certo e Aurora relatou:
que contribuíssem para uma melhor aprendizagem. Para Ártemis, “os desafios
muitas vezes eram relacionados ao tempo que precisávamos para confeccionarmos
materiais, preparar relatórios com fotos, vídeos para apresentarmos nos encontros
do pacto”. Atenas (2020) esclarece que:
O primeiro era cumprir com as tarefas e com o curso presencial, [..] percebia
que isso me deixava sobrecarregada; o outro diz respeito a atender o que o
programa pedia, por exemplo nas aulas de matemática havia uma sugestão
que cada aluno tivesse a sua caixa matemática, isso é uma coisa que
requer um planejamento, requer uma atividade rotineira. O programa era
desenvolvido como se realmente tivesse aquilo na sala de aula, todas
aquelas sugestões didáticas, a nossa realidade era outra.
Ao serem indagas sobre o que melhorou nas turmas em que atuam, após
terem participado por período de 5 cinco anos da formação do PNAIC, as docentes
relataram:
Excelente! Até hoje a gente ainda trabalha com muitos materiais, eles são
muitos bons (AFRODITE, 2020).
Foi uma formação muito boa, como também as atividades, era cansativo,
mas gostávamos. Os cadernos e os materiais que recebíamos traziam uma
leitura bem acessível aos professores e os materiais eram caixas do Centro
de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL) com 10 jogos de Língua
Portuguesa para trabalhar Sistema de Escrita alfabética (SEA) (ARTEMIS,
2020).
A partir das falas é possível inferir que a formação foi avaliada de forma
satisfatória pelas docentes, que nessa perspectiva podem ser consideradas
entusiastas da política. Assim, consideram que a formação possibilitou ressignificar
o processo de alfabetização, auxiliou na produção de novas estratégias pedagógicas
e no planejamento das ações. Contudo, percebe-se em alguns momentos questões
como sobrecarga de trabalho, justaposição de atividades e responsabilidades aos
docentes, monitoramento, cobrança em torno do alcance de metas e de melhorias
dos resultados, ausência e/ou insuficiência de materiais e de infraestrutura.
Questões essas pouco ou não problematizadas pelas participantes da pesquisa.
Diante disso, analisamos que os resultados de nossa pesquisa se coadunam
com a reflexão apresentada por Frangella (2014, p. 3461), quando diz que:
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AVELAR, Marina. Entrevista com Stephen J. Ball: uma análise de sua contribuição
para a pesquisa em Política Educacional. Archivos Analíticos de Políticas
Educativas, v. 24, n. 24, p. 1-18, 2016.
BALL, Stephen J.; MAGUIRE, Meg; BRAUN, Annette. Como as escolas fazem as
políticas: atuação em escolas secundárias. Tradução de Janete Bridon. Ponta
Grossa: Editora UEPG, 2016.
128
BALL, Stephen J.; MAINARDES, Jefferson. Introdução. In: BALL, Stephen J.;
MAINARDES, Jefferson (orgs.). Políticas educacionais: questões e dilemas. São
Paulo: Cortez, 2011, p. 11-18.
LOPES, Alice Ribeiro Casimiro. Quem defende os PCN para o Ensino Médio? In:
LOPES, Alice Ribeiro Casimiro; MACEDO, Elizabeth (orgs.). Políticas de currículo
em múltiplos contextos. São Paulo: Cortez, 2006. (Série Cultura, memória e
currículo).
OLIVEIRA, Meyre Ester Barbosa de. Podem as escolas produzir política? In:
SANTOS, Jean Mac Cole Tavares; OLIVEIRA, Marcia Betânia de; PAZ, Sandra
Regina (orgs.). Reinvenções do Currículo: sentidos e reconfigurações no contexto
escolar. Fortaleza: Edições UFC, 2016, p. 42-62.
SANTOS, Jean Mac Cole Tavares. Novo ensino médio e a produção de políticas em
diferentes contextos. In: SANTOS, Jean Mac Cole Tavares (org.). Pesquisa em
Ensino e Interdisciplinaridade: aproximações com o contexto. Fortaleza: EDUECE,
2017, p. 22-38.
APÊNDICES
APÊNDICE A – DECLARAÇÃO
Declaração
________________________________________
Pesquisador(a) Responsável
134
APÊNDICE B – TCLE
Esclarecimentos
Caso decida aceitar o convite, seu/ sua filho (a) será submetido ao seguinte
procedimento: __________________________________ cuja responsabilidade de
aplicação é de __________________, formação, curso do Campus Avançado
“_____________________________________”, da Universidade Estadual do Rio Grande
do Norte. As informações produzidas serão organizadas em banco de dados em programa
estatístico e analisadas a partir de técnicas de estatística descritiva e inferencial.
Consentimento Livre
Cidade, ______/_______/_______.
__________________________________________
Assinatura do Pesquisador
___________________________________________
Assinatura do Participante
Pág. 02/02
136
ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
Código da participante:
Formação acadêmica:
Tempo de atuação no magistério:
Tempo que ensina nas turmas de alfabetização:
De quais cursos de formação docente já participou?
137
ANEXOS
ANEXO 01 - RELATÓRIO – FORMAÇÃO PNAIC
ANEXO 02 – ROTEIRO A
Mais uma vez, a presença e a participação das professoras foi ponto positivo do encontro. O
almoço fez a diferença, principalmente na otimização do tempo, organização da pauta e
bem-estar das professoras que se deslocaram de muito longe.
Objetivos:
. Leitura deleite:
ANEXO 03 – ROTEIRO B
PLANEJAMENTO 4º ENCONTRO
Data: 26/05/2018
ANEXO 04 – ROTEIRO C
Pauta 09/06/2018
Foco temático
Alfabetização Matemática: a organização do trabalho pedagógico na alfabetização matemática –
aspectos conceituais e pedagógicos
ATIVIDADE OBJETIVOS ESTRATÉGIAS DURAÇÃO RECURSOS
S
- Recepcionar os
professores
alfabetizadores,
Acolhida criando um Chamada matemática 7:30 até 7:40
ambiente
acolhedor e
produtivo.
Apresentaçã
o da Pauta
Socialização
da atividade 7:40 até 8:10
vivencial
Foco - Tempestade de ideias 20
temático: min.
Alfabetizaçã - Exposição dialogada:
8:10 até 10:00 Slides
o “Alfabetização Matemática na
Matemática Perspectiva do Letramento”
1:30
Intervalo 10:00 até 10:15
Leitura
Poema problema / Realizada
deleite da 10:25 até 10:35
pela Escola
Escola
Vivenciar - Solicitar que as professoras
Vivência situações de jogo tragam jogos matemáticos
disponíveis na escola;
Foco - Tempestade de ideias
temático: - Exposição dialogada: papeis
papeis de de brincar e de jogar na 10:25 min. Até
brincar e de alfabetização matemática 12:00
jogar na - em grupos, organizar o jogo e
alfabetizaçã jogar;
o - Preencher ficha de
matemática informações do jogo;
- socializar a experiência.
Nova Escola Educação - Lino de Macedo fala
Vídeo sobre a importância dos jogos na sala de aula
https://www.youtube.com/watch?v=KhV0def45fs
Avaliação
ATIVIDADE VIVENCIAL:
- Trazer uma experiência de matemática vivenciada na sala de aula com as crianças.
- Uma das escolas irá trazer a leitura deleite para o próximo encontro. A escola decide como irá fazer
a sua leitura deleite. A cada encontro terá um sorteio por escola.
142
ANEXO 05 – ROTEIRO D
Planejamento do 6º Encontro
Data 16/06/2018
PAUTA:
. Acolhida
. Leitura deleite 1: Chamada Matemática
. Apresentação da pauta
. Socialização da atividade vivencial
. Temático 1 – Alfabetização matemática
. INTERVALO
. Leitura deleite 2
. Foco temático 2: Papéis de brincar e de jogar na alfabetização matemática
. Vivência: jogos matemático
. Vídeo: a importância dos jogos na sala de aula
. Avaliação
. Encerramento:
Pronunciamento do pesquisador.