Sebenta 11º ESACS 2020 21

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Sebenta de Matemática

11º Ano
ESACS 2020/21

Edmilson Barros
José da Costa
N OTAS INICIAIS

O que é? Esta sebenta constitui um resumo das matérias a tratar no


11◦ ano em Matemática. Almejamos que seja mais um auxílio para o
aluno e professor. Não pretendemos substituir o que quer seja. Aliás
como "Matemáticos" não desejaríamos subtrair nada no processo de en-
sino/aprendizagem.

Pré-requisitos. Os pre-requisitos para a utilização desta sebenta são aque-


les que o programa oficial de Matemática para o 11º ano propõe. Porém,
sempre que acharmos necessário, faremos uma revisão sintética dos con-
ceitos de anos anteriores.

Como ler? A sebenta apresenta sempre uma afirmação teórica (definição,


teorema, propriedade, regra, etc) seguida de pelo menos um exemplo de
aplicação. Após a compreensão deste, o aluno deve resolver o exercício
proposto na margem do texto, imediatamente ao lado do exemplo. No
final de cada capítulo, dispõe-se de uma lista de exercícios, teóricos e práti-
cos, para integrar e consolidar as aprendizagem do capítulo no seu todo.
Aconselhamos que invista alguns neurônios, na resolução dos mesmos!

Erros. Mesmo os manuais didáticos de Matemática oficiais contém erros


de digitação e, às vezes, até erros científicos. Esta sebenta provavelmente
não é uma excepção. Portanto, se ficar preso numa fórmula, não se de-
sespere, pode ser simplesmente um erro de digitação. Erros podem se
esconder em qualquer lugar. Lembre que esta é ainda uma versão beta.
Para quaisquer dúvidas, comentários e sugestões pode reportar para o
endereço: jmcosta1988@gmail.com

Copyright. Esta Sebenta é de uso livre. Não é permitido uso com objetivo
de obtenção de lucro.

Agradecimentos. Nós gostaríamos de agradecer aos nossos ex-alunos


da Escola Secundária Alfredo da Cruz Silva dos anos letivos 2015/16 e
2017/18, por terem aceite experimentar as primeiras versões, não compila-
das, da Sebenta, pela resolução dos problemas propostas e pela comunica-
ção dos erros.
C ONTEÚDO

1 Polinómios 7 4 Inequações 57
1.1 Polinómios numa variável 8 4.1 Inequações inteiras 58
1.2 Polinómio Nulo. Polinómios Idênticos 9 4.2 Inequações fracionárias 60
1.3 Adição, subtração e multiplicação de polinómios 10 4.3 Inequações modulares 62
Exercícios do Capítulo 4 65
1.4 Divisão Inteira de Polinómios 10
1.5 Teorema do resto 16
1.6 Raízes de um polinómio e sua multiplicidade 18 5 Funções 67
1.7 Fatorização de polinómios 19 5.1 Generalidades sobre função 68
1.8 Construção de polinómios a partir das raízes 21 5.2 Função par. Função ímpar 69

Exercícios do Capítulo 1 24 5.3 Operações com funções 69


5.4 Função composta de duas funções 72
5.5 Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas 73
2 Frações Algébricas 27 5.6 Função inversa 75
2.1 Expressões algébricas 28 Exercícios do Capítulo 5 77
2.2 Frações algébricas 29
2.3 Equivalência de frações algébricas 31 6 Trigonometria 81
2.4 Simplificação de frações algébricas 32 6.1 Trigonometria no triângulo retângulo 82
2.5 Operações com frações algébricas 33 6.2 Resolução de triângulos quaisquer 84
Exercícios do Capítulo 2 38 6.3 Ângulos orientados 86
6.4 Generalização da noção de ângulo 87
6.5 Medida de um ângulo 87
3 Equações 41
6.6 Razões trigonométricas de ângulos especiais 89
3.1 Equações inteiras 42
6.7 Razões trigonométricas de um ângulo qualquer 90
3.2 Equações fracionárias 44 6.8 Redução ao 1º quadrante 92
3.3 Equações Irracionais 47 6.9 Equações trigonométricas 96
3.4 Equações modulares 49 6.10Funções trigonométricas 101
Exercícios do Capítulo 3 54 Exercícios do Capítulo 6 108
1 P OLINÓMIOS

Introdução
Os polinómios são objetos muito simples, mas com propriedades muito
ricas. Aprendemos os conceitos iniciais no 9º ano e, nesse ano, alargaremos
o seu estudo.
Nota Histórica
Sabemos resolver as equações do 2◦ grau: ax2 + bx + c = 0. Sabias que a
resolução da equação do 3◦ grau, ax3 + bx2 + cx + d = 0 foi objeto de lutas
aceradas na Itália do século XVI?

Foi organizado um concurso com um prémio para cada uma das trinta
equações de grau 3 a resolver.

Um jovem italiano de nome Tartaglia, encontrou a fórmula geral da re-


solução e resolveu as trinta equações numa só noite. Esta fórmula, que
Tartaglia queria manter em segredo, veio a ser publicado poucos anos mais
tarde como o "método de Cardano".
Nicolo Tartaglia (1500-1557)
Os polinómios desempenham um importante papel na Matemática, Ciência Matemático italiano, criador da
formula resolvente de equações de
e Engenharia. Para modelar curvas necessárias na construção, engenheiros 3º grau.
usam polinómios especiais de 3◦ grau chamado de spline. Os estatísticos
usam os polinómios frequentemente para criarem modelos sobre dados
e fazer previsões entre pontos desses dados, uma técnica chamada inter-
polação. Os matemáticos usam os polinómios para aproximarem funções
complicadas.

Neste capítulo, depois de algumas definições e revisões de conceitos bási-


cos, vamos discutir a operação de divisão de polinómios.

Existe uma estreita analogia entre a divisão de polinómios com a divisão


dos números inteiros.
1. Polinómios

1.1 Polinómios numa variável


No 9◦ ano definimos polinómios como sendo somas de monómios quais-
quer. Por isso um polinómio podia ter várias variáveis (letras). Neste ano
trataremos apenas de polinómios com uma só variável.
Definição: Polinómio numa variável

Um polinómio P( x ), na variável x, de grau n é toda a expressão do A palavra polinómio compõe-se do grego


tipo POLYS, "vários, muitos", mais o latim NO-
MEN, "nome."
P ( x ) = a n x n + a n −1 x n −1 + . . . + a 2 x 2 + a 1 x + a 0 .

Os números reais a0 , a1 , a2 , . . ., an−1 , e an são os coeficientes do polinómio


e an 6= 0. O grau n é um número inteiro não negativo.

Nessa expressão an x n , an−1 x n−1 , . . ., a1 x, e a0 são os termos do polinómio.


Repare que se an for nulo, o polinómio não será de grau n. O termo a0 é
chamado de termo independente.

Dizemos que o polinómio está na forma reduzida se não tiver termos se-
melhantes. Se os termos estão escritos por ordem, crescente ou decrescente,
dos seus expoentes dizemos que o polinómio está ordenado.

Exemplo 1.1 Das expressões seguintes identifique os polinómios e


as que não são polinómios. Justifique. Reescreva os polinómios na
forma reduzida e ordenada e indique o seu grau.
1
(a) F ( x ) = x4 − x2 + 3; (c) H ( x ) = 5x2 + 3x −1 − x;
4√
(b) G ( x ) = 7x − 3 + πx2 ; (d) I ( x ) = x + 2x − 0.6x x .
E.1. As expressões seguintes não são
polinómios. Justifique:
Resolução: Analisando a definição temos:
3 4
(a) A expressão F ( x ) é um polinómio reduzido e ordenado, tem grau 4; (a) A( x ) = 2x +
x2
+
x

(b) A expressão G ( x ) é √
um polinómio de grau 2. Podemos escrevê-la como (b) B( x ) = 3x2 − 5 x + 2
2 √
G ( x ) = πx + 7x − 3. 3 4
(c) C ( x ) = 1 − x3 + −2 + 5x
x
(c) H ( x ) não é um polinómio porque o 3x −1 tem expoente inteiro negativo;
(d) A expressão I ( x ) não um polinómio porque 2x tem uma variável como
expoente.

Exemplo 1.2 Discuta, em função do parâmetro real m, o grau do


polinómio P( x ) = (m2 − 16) x8 + (m + 4) x5 − x4 + 3x − 1.
E.2. Discuta, em função do parâmetro
real k, o grau de cada um dos po-
Resolução: O grau do polinómio P( x ) altera-se se o coeficiente do termo linómios:
de maior grau for zero. Sendo m2 − 16 = 0 ⇔ (m − 4)(m + 4) = 0, temos: 
k

(a) − 1 x2 − 5x + 1
• Se m = 4, o termo de grau 8 é zero, ou seja, P( x ) = 8x5 − x4 + 3x − 1. 2
Portanto o polinómio é de grau 5. (b) k2 x5 − kx3 + (k2 − k ) x + 2
 √ 
• Se m = −4 ambos os coeficientes dos termos de grau 8 e 5 são nulos. (c) 2 − k x2 + (4 − k ) x2 + k
Assim P( x ) = − x4 + 3x − 1 é um polinómio e será de grau 4.
• Para todos os outros valores de m, o polinómio é de grau 8.

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1. Polinómios

1.2 Polinómio Nulo. Polinómios Idênticos


Nesta secção introduzimos dois conceitos que serão importantes na resolu-
ção de diversos problemas a partir de agora.
Definição: Polinómio nulo

Quando todos os termos de um polinómio P são nulos, diz-se que se


trata dum polinómio identicamente nulo ou polinómio nulo. Isso
acontece quando todos os seus coeficientes são nulos. Escrevemos
P( x ) = 0.

Exemplo 1.3 Para que valores de a, b e c o polinómio

P( x ) = ax3 + (2b + 1) x2 + (c − 3b)

é nulo?
E.3. Em cada caso a seguir o polinó-
mio P é nulo. Determine os valo-
Resolução: Para se ter P( x ) = 0 é necessário impor a condição que todos res das constantes a, b e c:
os seus coeficientes sejam nulos. Assim obtemos, (a) P( x ) = ax + (b − 2)
(b) P( x ) = ax2 + (b + 5) x + (c − 3)

 a=0
 a=0

ax2


1 3ax 4−a

 
b=− (c) P( x ) = +
2b + 1 = 0 ⇔ 2
2 3 5

 c = −3

 c−3 = 0 


2

Nota: Convenciona-se que o grau de um polinómio nulo é indeterminado.

Definição: Polinómios idênticos

Dois polinómios P( x ) e Q( x ) são idênticos quando todos os


coeficientes dos termos semelhantes de P( x ) e de Q( x ) são iguais.
Indicamos P( x ) = Q( x ).

Exemplo 1.4 Para que valores de a, b e c, se tem

ax2 + 4x + (c + 2) = −3x2 + (b − 1) x − 1?

E.4. Considere o polinómio:


Resolução: Os coeficientes dos termos semelhantes (termos de mesmo A( x ) = −2x4 + 4x3 − ax2 + b
grau) têm que ser iguais, isto é, Determine a e b, reais, de modo
  que:
 a = −3
  a = −3
 (a) A( x ) = −2x4 + 4x3 + 10
4 = b−1 ⇔ b=5 (b) A( x ) = ax4 + 4x3 + bx2 + 2.

 c + 2 = −1 
 c = −3
(c) A(1) = A(−1) = 0

Nota: • Deve-se sempre reduzir os termos semelhantes de cada polinómio


antes de comparar os seus coeficientes.
• Dois polinómios idênticos diferem quando muito na ordem dos
termos, por exemplo,

x3 + 2x − 1 = 2x − 1 + x3 .

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1. Polinómios

1.3 Adição, subtração e multiplicação de polinómios


As operações de adição, subtração e multiplicação de polinómios seguem
os procedimentos estudados em anos anteriores.

Exemplo 1.5 Considere os polinómios

A( x ) = 4x − 3 e B( x ) = −5x2 + 8x − 7.

Calcule e escreva o resultado na forma reduzida e ordenada:


(a) A ( x ) + B ( x ) (b) A ( x ) − B ( x ) (c) A ( x ) · B ( x )
E.5. Considere os polinómios
A( x ) = x2 − 1

Resolução: Quebra de linha x3


B( x ) = + 3x + 1
3
(a) Dispomos os cálculo da seguinte forma: Calcule, apresentando o resultado
na forma reduzida e ordenada.
A( x ) + B( x ) = (4x − 3) + (−5x2 + 8x − 7) (a) A( x ) + B( x )
2 (b) A( x ) − B( x )
= 4x − 3 − 5x + 8x − 7 Desembaraçar de parêntesis
2 (c) 3B( x ) − x · A( x )
= −5x + 12x − 10 Reduzir termos semelhantes
E.6. Considere os polinómios
(b) Para a subtração, obtemos: A( x ) = −2x2 + 3x − 1
e
A( x ) − B( x ) = (4x − 3) − (−5x2 + 8x − 7) B ( x ) = ( x − 2)2 .
Determine o polinómio C ( x ) tal
= 4x − 3 + 5x2 − 8x + 7 Desembaraçar de parêntesis que
2
= 5x − 4x + 4 Reduzir termos semelhantes A ( x ) − C ( x ) = B ( x ).

Nota: Observe que, dados dois polinómios A( x ) e B( x ), o grau do E.7. Escreva o polinómio
polinómio A( x ) ± B( x ) é, no máximo, igual ao maior grau entre os
 
3
( x + 1) (− x + 2) x +
graus de A( x ) e B( x ). 2
na forma reduzida e ordenada.
(c) Calculemos agora A( x ) · B( x ):

A( x ) · B( x ) = (4x − 3) · (−5x2 + 8x − 7)
= −20x3 + 32x2 − 28x + 15x2 − 24x + 21 P. Distributiva
= −20x3 + 47x2 − 52x + 21

Nota: Observe que, dados dois polinómios A( x ) e B( x ), o grau de


A( x ) · B( x ) é igual à soma do grau de A( x ) com o grau de B( x ).

1.4 Divisão Inteira de Polinómios


Sejam dois polinómios, A( x ) como dividendo e B( x ) como divisor, com A( x ) B( x )
R( x ) Q( x )
B( x ) 6= 0. Dividir A( x ) por B( x ) é determinar dois polinómios: o quoci-
ente Q( x ) e o resto R( x ), tais que:
A( x ) = B( x ) · Q( x ) + R( x )
• A( x ) = B( x ) · Q( x ) + R( x ) Dividendo = Divisor × Quociente + Resto
Por exemplo:
• grauR( x ) < grauB( x ) ou R( x ) = 0 9 4
−8 2 com 9 = 4·2+1
Sendo o grau do dividendo A( x ) não inferior ao grau do divisor B( x ). 1

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1. Polinómios

1.4.1 Algoritmo da divisão inteira de polinómios


Um algoritmo é uma sequência de instru-
Através do seguinte exemplo, ilustramos o algoritmo da divisão inteira de ções ou comandos realizados de maneira sis-
polinómios, proposto pelo matemático grego Euclides. temática com o objetivo de resolver um pro-
blema ou executar uma tarefa.

Exemplo 1.6 Determine o quociente Q( x ) e o resto R( x ) na divisão


de A( x ) = −6x3 + 3x2 + 2 por B( x ) = 2x2 + 1.
E.8. Calcule o quociente e o resto da
divisão de:
Resolução: Com efeito, fazemos:
Escrevem-se, ordenadamente, o dividendo e o divisor (a) 3x3 − 2x2 + x − 1
−6x3 +3x2 +0x +2 2x2 + 0x + 1 segundo as potências decrescentes de x, escrevendo por x2 + x + 1
também todos os seus termos nulos.
(b) x4 − 4x2 + x − 6 por x2 + 1
Dividem-se os termos de maior grau do dividendo e (c) − x2 + x + x3 por x2 + 1
3 2
−6x +3x +0x +2 2x + 0x + 1 2 do divisor:
−6x3
−3x = −3x.
2x2
O resultado é o termo de maior grau do quociente.

3 +3x2 +0x +2 2x2 + 0x + 1


−6x Multiplica-se o divisor pelo termo de maior grau

do quociente, escreve-se o simétrico desse produto
3 +0x2 +3x
6x
 −3x e adiciona-se ao dividendo, obtendo assim o resto
3x2 +3x +2 parcial.

−6x3 +3x2 +0x +2 2x2 + 0x + 1


3 Divide-se o termo de maior grau do resto parcial pelo
6x3 +0x2 +3x −3x +
2 termo de maior grau do divisor.

2 +3x +2
3x 3x2 3
 =
2x2 2
2 +0x − 3
−3x
 2 O resultado é o 2◦ termo do quociente.
Repete-se, em seguida, todo o processo.
1
3x +
2

Portanto,
3 1
Q( x ) = −3x + e R( x ) = 3x + .
2 2

A divisão terminou porque o resto obtido tem grau inferior ao grau do


divisor, ou seja, grauR( x ) < grauB( x ).

Exemplo 1.7 Determine o quociente e o resto da divisão de


A( x ) = 6x4 − x3 + 3x2 − x + 1 por B( x ) = 2x2 + x − 3.

E.9. Relativamente ao exemplo ao


Resolução: Seguindo o algoritmo da divisão inteira, vem: lado, verifique a primeira condi-
6x4 − x3 +3x2 −x +1 2x2 + x − 3 ção da definição de divisão de po-
−6x4 −3x3 +9x2 3x2 − 2x + 7 linómios:
3 2
−4x +12x −x +1 A ( x ) = B ( x ) · Q ( x ) + R ( x ).
3 2
4x +2x −6x
14x2 −7x +1
2 E.10. Calcule o quociente e o resto da
−14x −7x +21 divisão de:
−14x +22
(a) 2x4 + 5x2 − x − 1 por x3 + 2
Os polinómios quociente e resto são respectivamente: (b) −6x3 + 3x2 + 2 por 2x2 + 1
(c) 2x4 + x3 − x2 + x − 1
Q( x ) = 3x2 − 2x + 7 e R( x ) = −14x + 22. por x2 + 4x + 3

Notemos que o grau do resto é inferior ao grau do divisor.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 11


1. Polinómios

O grau do quociente é a diferença entre o grau do dividendo e o grau do


divisor. Se na divisão do polinómio A( x ) por B( x ) o quociente for Q( x ),
então
grau Q( x ) = grau A( x ) − grau B( x ).

Exemplo 1.8 Efetue a divisão de

F ( x ) = 3x3 − 14x2 + 23x − 10 por G ( x ) = x2 − 4x + 5.

E.11. Em cada caso, efetue a divisão de


F ( x ) por G ( x ):
Resolução: Podemos prever então que
(a) F ( x ) = x6 − 2x5 − 2x2 + 5x − 2,
G(x) = −x + 2
grauQ( x ) = 3 − 2 = 1 e grauR( x ) < 2.
2x2 − 5x
(b) F ( x ) = − x3 − ,
3
Aplicando o algoritmo da divisão inteira, vem: 5
G(x) = x +
3
+3x3 −14x2 +23x −10 x2 − 4x + 5 (c) F ( x ) = x3 + x2 − 3x − 3,
G(x) = x + 1
−3x3 +12x2 −15x 3x − 2
−2x2 +8x −10
+2x2 −8x +10
+0
Logo:
Q( x ) = 3x − 2 e R( x ) = 0

Definição: Divisão exata

Quando o resto da divisão de A( x ) por B( x ) é zero diz-se que A( x )


é divisível por B( x ), ou ainda que a divisão de A( x ) por B( x ) é
exata. Neste caso, se Q( x ) é o polinómio quociente, temos:

A( x ) = B( x ) · Q( x )

Exemplo 1.9 Determine os valores de a e b de modo que o polinómio


−2x3 + ax + b seja divisível por − x2 + 6x − 1.

E.12. Em cada caso, A( x) é divisível por


B( x ). Obtenha o valor da cons-
Resolução: Devemos efetuar a divisão e impor a condição R( x ) = 0. tante real m:
Com efeito, (a) A( x ) = x2 + 2mx − 5
e B( x ) = x − 1
−2x3 +0x2 + ax +b − x2 + 6x − 1 (b) A( x ) = 3x3 − 4x4 + mx − 3 e
+2x3 −12x2 +2x 2x + 12 B( x ) = x + 2
−12x2 +( a + 2) x +b (c) A( x ) = x5 + 4x3 + x2 + mx + 7 e
B( x ) = x2 + 7
+12x2 −72x +12
( a − 70) x +(b + 12)

Em seguida fazemos
( (
a − 70 = 0 a = 70
R( x ) = 0 ⇔ ( a − 70) x + (b + 12) = 0 ⇔ ⇔
b + 12 = 0 b = −12.

Portanto, nesta condição, a = 70 e b = −12.

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1. Polinómios

1.4.2 Método dos Coeficientes Indeterminados

Este método, também conhecido como Método de Descartes, baseia-se nos


seguintes factos:

• grauQ( x ) = grauA( x ) − grauB( x ) (o grau do quociente é igual a


diferença entre o grau do dividendo e o grau do divisor);

• grauR( x ) < grauB( x ) (ou R( x ) = 0), o que significa que o grau


do resto é inferior ao grau do divisor, a menos que o resto seja um
polinómio nulo.

O método dos coeficientes indeterminados é aplicado da seguinte forma:


Se considerarmos os parâmetros reais: a, b, c,
1º) Determinam-se grauQ( x ) e o maior valor possível para grauR( x ).
d, e, . . . como coeficientes, podemos construir
polinómios na variável x assim:
2º) Formam-se os polinómios Q( x ) e R( x ) com os respetivos graus obtidos
Grau 0 : a
no primeiro passo e com coeficientes a determinar.
1◦ grau : ax + b
3º) Determinam-se os coeficientes impondo a igualdade ◦
2 grau : ax2 + bx + c
3◦ grau : ax3 + bx2 + cx + d
A ( x ) = B ( x ) · Q ( x ) + R ( x ). ◦
4 grau : ax4 + bx3 + cx2 + dx + e
... ...

Exemplo 1.10 Divida

A( x ) = 3x4 − 2x3 + 7x + 2 por B( x ) = 3x3 − 2x2 + 4x − 1,

usando o método dos coeficientes indeterminados.

Resolução: De acordo com os factos acima, temos:


• Sendo que grauQ( x ) = 4 − 3 = 1 fazemos Q( x ) = ax + b
• Sendo grauR( x ) < 3 ⇒ grauR( x ) = 2 escrevemos R( x ) = cx2 + dx + e.
Por fim fazemos,

A( x ) = B( x ) · Q( x ) + R( x )
⇔ 3x4 − 2x3 + 7x + 2 = (3x3 − 2x2 + 4x − 1)( ax + b) + (cx2 + dx + e)
⇔ 3x4 − 2x3 + 7x + 2 = 3ax4 + 3bx3 − 2ax3 − 2bx2 + 4ax2 + 4bx − ax − b + cx2 + dx + e
⇔ 3x4 − 2x3 + 7x + 2 = 3ax4 + (−2a + 3b) x3 + (4a − 2b + c) x2 + (− a + 4b + d) x − b + e

   

 3a = 3 
 a=1 
 a=1 
 a=1
− + = − − + = − b =  =0
b
   


 2a 3b 2 

 2 3b 2 

 0 

⇔ 4a − 2b + c = 0 ⇔ 4 − 2b + c = 0 ⇔ 4+c = 0 ⇔ c = −4
   



 − a + 4b + d = 7 


 − 1 + 4b + d = 7 


 − 1 + d = 7 


 d=8
−b + e = 2 −b + e = 2 e=2 e=2
   

Portanto,

Q( x ) = x e R( x ) = −4x2 + 8x + 2.

Nota: A escolha do grau 2 para R( x ) é a melhor opção visto que deixa


livre a possibilidade desse polinómio ter grau que verifica a condição,
isto é, ser inferior ao grau do divisor.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 13


1. Polinómios

Exemplo 1.11 Use o método dos coeficientes indeterminados para


determinar o quociente e o resto da divisão de

F ( x ) = 5x3 + x2 − 10x − 24 por G ( x ) = x − 2.

E.13. Efetue as divisões apresentadas


em E.10, aplicando o método dos
Resolução: Seguindo ordenadamente os passos do método temos, coeficientes indeterminados.
grauQ( x ) = 3 − 1 = 2 ⇒ Q( x ) = ax2 + bx + c
grauR( x ) < 1 ⇒ grauR( x ) = 0 ⇒ R( x ) = d

F ( x ) = G ( x ) · Q( x ) + R( x )
⇔ 5x3 + x2 − 10x − 24 = ( x − 2)( ax2 + bx + c) + d
⇔ 5x3 + x2 − 10x − 24 = ax3 + bx2 + cx − 2ax2 − 2bx − 2c + d
⇔ 5x3 + x2 − 10x − 24 = ax3 + (b − 2a) x2 + (c − 2b) x − 2c + d
 

 a=5 
 a=5

 b − 2a = 1 
 b = 11
⇔ ⇔ Portanto,

 c − 2b = −10 
 c = 12
 
−2c + d = −24 d=0
 

Q( x ) = 5x2 + 11x + 12 e R( x ) = 0

Repare que o facto de se ter escolhido para resto a expressão d não impediu
o polinómio de ser nulo.

1.4.3 Divisão de polinómios por ( x − α). Regra de Ruffini

Vamos agora estudar um caso particular de divisão de polinómios, em que


o divisor é um binómio do 1◦ grau do tipo x − α sendo α ∈ R. Nota Histórica
O dividendo A( x ) é um polinómio de grau n (n > 1). Portanto temos que:

• grauQ( x ) = n − 1

• Como o grau do resto é menor que o grau do divisor, devemos


ter grauR( x ) < 1, ou seja grauR( x ) = 0. O resto é um número real
independente de x.

A regra de Ruffini, é um processo que fornece rapidamente o quociente


Q( x ) e também o resto r na divisão de um polinómio A( x ) por x − α.
Se for
A ( x ) = a n x n + . . . + a2 x 2 + a1 x + a0

a regra de Ruffini assume o seguinte aspecto: Paolo Ruffini (1765 - 1822), médico
italiano que nas horas vagas
an ... a2 a1 a0 desenvolvia trabalhos em teoria de
grupo.

α αq2 αq1 αq0


an ... a2 + αq2 a1 + αq1 a0 + αq0
↓ ↓ ↓ ↓
q n −1 ... q1 q0 r0

onde q0 , q1 , q2 , . . ., qn−1 são os coeficientes do polinómio quociente e r0 é


o resto.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 14


1. Polinómios

Exemplo 1.12 Usando a Regra de Ruffini, determine o quociente e o


resto da divisão de A( x ) = 2x4 − 7x2 + 3x − 1 por x − 3.

E.14. Obtenha o quociente e o resto da


divisão de F ( x ) por G ( x ), utili-
Resolução: Sabemos que grauA( x ) = 4, logo prevê-se grauQ( x ) = 3. zando a regra de Ruffini:
O polinómio tem que ser completado, por isso (a) F ( x ) = 3x3 − 17x2 + 15x − 25
e G(x) = x − 5
A( x ) = 2x4 + 0x3 − 7x2 + 3x − 1. (b) F ( x ) = x3 − 729
e G(x) = x − 9
Dispõem-se numa tabela os coeficientes do dividendo ordenados, daí vem (c) F ( x ) = 3x4 − 4x2 + 5
3
e G(x) = x −
2 0 −7 3 −1 2
(d) F ( x ) = x3 − 1 e G ( x ) = x

3 6 18 33 108
2 6 11 36 107

Portanto: Q( x ) = 2x3 + 6x2 + 11x + 36 e R( x ) = 107.

Exemplo 1.13 Determine o quociente e o resto da divisão de


P( x ) = x3 + 2x2 − 5x − 6 por x + 1.

E.15. Use a regra de Ruffini para efetuar


as divisões:
Resolução: Como o grau do dividendo é 3, o grau do quociente Q( x ) será
5x3 + 18x2 + 7x − 6 ÷ ( x + 3)

(a)
igual a 2.  
Temos que x + 1 = x − (−1), logo α = −1. (b) x3 − 512 ÷ ( x + 8)

O dispositivo de Ruffini fica assim, (c) (3x + 2)2 ÷ ( x + 2)


 
(d) x4 − 3x2 + x − 2 ÷ ( x + 1)
1 2 −5 −6

−1 −1 −1 6
1 1 −6 0

Temos então,
Q( x ) = x2 + x − 6 e R( x ) = 0.

1.4.4 Divisão de um polinómio por (ax + b)

Para obter rapidamente o quociente Q( x ) e o resto r da divisão de um


polinómio A( x ), com grauA( x ) > 1, por B( x ) = ax + b onde a 6= 0,
notemos que:

   
b b Q1 ( x )
A( x ) = ( ax + b) Q( x ) + r = a x + Q( x ) + r = x + aQ( x ) +r Q1 ( x ) = aQ( x ) ⇔ Q( x ) =
a a | {z } a
q
Q1 ( x )

do que decorre a seguinte regra prática:


 b
1º) Divide-se A( x ) por x+ , aplicando a regra de Ruffini;
a
2º) Divide-se o quociente encontrado Q1 ( x ) pelo número a, obtendo Q( x ).

A seguir, vejamos uma exemplo que ilustras este procedimento.

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1. Polinómios

5
Exemplo 1.14 Divida F ( x ) = −2x3 − 2x2 + x − 1 por (1 − 2x ),
2
utilizando a Regra de Ruffini.

E.16. Use a Regra de Ruffini para dividir:


(a) 2x3 + 4x2 + 8x + 16 por 2x + 1
 
1
Resolução: Seja, 1 − 2x = −2x + 1 = −2 x − . Portanto conside-
(b) 8x5 + 6x4 + 4x3 + 3x2 − 4x − 3
2
1 por 4x + 3
ramos α = e a = −2. (c) 5x3 − 2x + 3 por 1 − x
2
5
−2 −2 −1
2
1 3 1
−1 −
2 2 2
1
−2 −3 1 −
2
Q1 ( x ) 3 1
Logo, Q1 ( x ) = −2x2 − 3x + 1 e portanto Q( x ) = = x2 + x − .
−2 2 2
Os polinómios quociente e resto são:

3 1 1
Q( x ) = x2 + x − e R( x ) = −
2 2 2

1.5 Teorema do resto


Consideremos, Q( x ) como quociente e r como o resto da divisão de P( x )
por x − α. Tem-se, então P( x ) = ( x − α) Q( x ) + r, onde r é uma constante
real.

Em P( x ), se substituirmos x por α, vem:

P(α) = (α − α) Q(α) + r = 0 · Q(α) + r = 0 + r = r


Logo, o resto é r = P(α).

Para calcular o resto da divisão de um polinómio P( x ) por um binómio do


tipo ( x − α) pode-se aplicar o teorema do resto.

Teorema: Teorema do resto

O resto da divisão de um polinómio P( x ) por ( x − α) é P(α).

Exemplo 1.15 Qual é o resto da divisão de P( x ) = 3x2 − 17x + 15


por x − 2?
E.17. Aplicando o teorema do resto, de-
termine o resto da divisão de F ( x )
por G ( x ) em cada caso:
Resolução: Não é necessário efetuar a divisão para sabermos o valor do (a) F ( x ) = 3x2 − x + 4 e
resto. G(x) = x − 2
(b) F ( x ) = (4 − x )10 + 3x e
• Como x − 2 = 0 ⇔ x = 2 a raiz do divisor é 2 G(x) = x − 4

• Pelo teorema do resto, sabemos que: (c) F ( x ) = 2x5 + x3 − x2 + 1 e


G(x) = x
r = P(2) = 3 · 22 − 17 · 2 + 15 = 12 − 34 + 15 = −7

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1. Polinómios

Como consequência direta do teorema podemos enunciar o seguinte Teo-


rema.
Teorema: Consequência do Teorema do resto

Um polinómio P( x ) é divisível por ( x − α) se e só se P(α) = 0.

Este teorema, também conhecido como teorema de D’Alembert, quer dizer


que um polinómio P( x ) com grauP( x ) > 1 é divisível por x − α se e só se
α é uma raiz do polinómio P( x ).

Exemplo 1.16 Determine a de modo que o polinómio


P( x ) = x5 + 3x + a seja divisível por x + 1.

E.18. Determine m de modo que


A( x ) = 3x4 − mx2 + 5x − 1 seja
Resolução: Calcula-se o resto da divisão de P( x ) por x + 1 aplicando o divisível por x − 5.
Teorema do Resto, e iguala-se o resto a zero. Com efeito, E.19. Sabendo que o resto da divisão do
polinómio P( x ) = x2 − 5x + 7 por
5
P(−1) = 0 ⇔ (−1) + 3(−1) + a = 0 x − a é igual a 1, obtenha o valor
da constante a.
⇔ −1 − 3 + a = 0
⇔ −4 + a = 0
⇔ a=4

Logo, P( x ) é divisível por x + 1 se e só se a = 4.

Teorema: Divisibilidade por um produto de polinómios

Sejam a e b constantes quaisquer, com a 6= b. Um polinómio P( x )


é divisível por x − a e por x − b se, e somente se, P( x ) é divisível
pelo produto ( x − a)( x − b).

Exemplo 1.17 Para que valores de m e n o polinómio


P( x ) = x5 − mx4 + nx3 − 2x2 + 10x − 12 é divisível por ( x − 2)( x − 3)?

E.20. Calcule a e b de modo que −3 e


0 sejam respetivamente, os restos
Resolução: Pelo Teorema anterior, concluímos que P( x ) é divisível por da divisão de P( x ) por x − 2 e e
x − 2 e por x − 3. x + 1.

Assim pelo Teorema do Resto devemos ter: E.21. Obtenha os valores de a e b, sa-
bendo que o polinómio
( (
5 4 3 2 P( x ) = x3 + ax2 + bx − 18
P (2) = 0 2 − m · 2 + n · 2 − 2 · 2 + 10 · 2 − 12 = 0 é divisível por D ( x ) = x2 − 9.

P (3) = 0 35 − m · 34 + n · 33 − 2 · 32 + 10 · 3 − 12 = 0
(
32 − 16m + 8n − 8 + 20 − 12 = 0

243 − 81m + 27n − 18 + 30 − 12 = 0
(
16m − 8n = 32

81m − 27n = 243
(
m=5

n=6
Nesta condição m = 5 e n = 6.

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1. Polinómios

1.6 Raízes de um polinómio e sua multiplicidade

Definição: Raiz de um polinómio

Diz-se que um número real α é uma raiz (ou um zero) de um


polinómio P( x ) se e só se P(α) = 0.

Exemplo 1.18 Mostre que o número 2 é raiz do polinómio E.22. Verifique se cada valor de x in-
P( x ) = x3 − 5x2 + 3x + 6. dicado é uma raiz do polinómio
P ( x ):

(a) P( x ) = 3x2 − 2x − 1 e x = 1
Resolução: De acordo com a definição, calculamos P(2) obtendo, √
(b) P( x ) = x2 + 1 e x = 2
(c) P( x ) = x3 − 5x2 + 6x
P (2) = 23 − 5 · 22 + 3 · 2 + 6
e x = −2
= 8−5·4+6+6 (d) P( x ) = ( x2 − 7x + 12)38
ex=3
= 8 − 20 + 12 = 0 c.q.m.

Vimos que uma das consequência do Teorema do Resto é o facto de que


se P(α) = 0 então P( x ) é divisível por x − α. Nesse caso dizemos que α é
uma raiz simples de P( x ).
Definição: Multiplicidade de uma raiz

Diz-se que α é uma raiz de multiplicidade k, de P( x ), sse P( x ) é


divisível por ( x − α)k com k ∈ N, ou seja, pode-se escrever

P( x ) = ( x − α)k · Q( x )

sendo Q( x ) um polinómio qualquer.

Exemplo 1.19 Investigue qual a multiplicidade da raiz 2 do polinó-


mio P( x ) = x4 − x3 − 6x2 + 4x + 8.
E.23. Mostre que 1 é um raiz de
A( x ) = x4 − 7x3 + 15x2 − 13x + 4
e determine a sua multiplicidade.
Resolução: Se 2 é raiz do polinómio, então P( x ) é divisível por x − 2 e,
E.24. Mostre que o número 2 é raiz tri-
aplicando sucessivamente a regra de Ruffini temos, pla do polinómio
x5 − 6x4 + 11x3 − 2x2 − 12x + 8.
1 −1 −6 4 8
2 2 2 −8 −8
1 1 −4 −4 0
2 2 6 4
1 3 2 0
2 2 10
1 5 12

Na terceira aplicação da regra de Ruffini, o resto foi diferente de zero, logo 2 é


uma raiz dupla de P( x ).

Podemos escrever o polinómio P( x ) na forma

P( x ) = ( x − 2)2 ( x2 + 3x + 2).

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1. Polinómios

1.7 Fatorização de polinómios


O Teorema do Resto aplica-se na fatorização de polinómios. De facto, se α
é raiz de P( x ), este é divisível por x − α, então

P ( x ) = ( x − α ) · Q ( x ).

1.7.1 Fatorização de polinómios do 2º grau


Para fatorizar polinómios do 2◦ podemos uti-
Para fatorizar um polinómio do segundo grau, P( x ) = ax2 + bx + c: lizar alguns casos notáveis da multiplicação
como sejam:
1º) Determinam-se as raízes do polinómio, caso existirem; • Quadrado da soma:
x2 + 2xa + a2 = ( x + a)2
2º) Escreve-se o polinómio assim • Quadrado da diferença:
x2 − 2xa + a2 = ( x − a)2
P( x ) = a( x − α1 )( x − α2 ), • Diferença de dois quadrados:
x2 − a2 = ( x + a)( x − a)
onde α1 e α2 são as raízes de P( x ) e a é o coeficiente do termo de maior
grau.

Exemplo 1.20 Fatorize o polinómio 2x2 + 7x + 3.

E.25. Fatorize os seguintes polinómios:


Resolução: Aplicando ordenadamente os passos acima vem, (a) − x2 + 2x

√ (b) 16x2 − 25
−7 ± 49 − 24 (c) x2 − 16x + 64
2x2 + 7x + 3 = 0 ⇔ x =
4 (d) x2 − 5x + 6
−7 ± 5
⇔ x= (e) 2x + 1 − 3x2
4
1
⇔ x = − ∨ x = −3
2
1
As raízes do polinómio são − e −3.
2
Logo,  
1
2x2 + 7x + 3 = 2 x + ( x + 3).
2

• Se o polinómio não tem zeros reais não pode ser fatorizado em factores
de grau 1.

• Um polinómio com coeficientes reais está fatorizado completamente


se estiver escrito como produto de polinómios não fatorizáveis com
coeficientes reais.

1.7.2 Fatorização de polinómios de grau superior 2

Como não estudamos a fórmula resolvente de uma equação do 3◦ grau, em


certos casos, só podemos fatorizar esses polinómios quando conhecemos
um dos seus zeros.

Para um polinómio do 4◦ grau teríamos que conhecer dois zeros, para um


do 5◦ grau, três zeros, e assim sucessivamente.

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1. Polinómios

Exemplo 1.21 Fatorize o P( x ) = 3x3 − 6x2 − 15x + 18, sabendo que


1 é uma de suas raízes.
E.26. Decomponha em fatores cada um
dos seguintes polinómios:
Resolução: Como 1 é raiz de P( x ) escreve-se P( x ) = ( x − 1) Q( x ). Pela
(a) − x3 + x2 + x + 95, sabendo
regra de Ruffini determinaremos os coeficientes de Q( x ), que é divisível por x − 5.
(b) 2x3 − 9x2 − 6x + 5, sabendo
3 −6 −15 18 que −1 é raiz.
1 3 −3 −18 (c) x4 + x3 − 5x2 + x − 6, sabendo
3 −3 −18 0 que 2 e −3 são raízes.
(d) x4 + x3 − x − 1, sabendo que
Escreve-se então P( x ) = ( x − 1)(3x2 − 3x − 18) admite as raízes 1 e −1.

Vejamos se é possível decompor o trinómio 3x2 − 3x − 18

3x2 − 3x − 18 = 0 ⇔ x2 − x − 6 = 0 ⇔ x = −2 ∨ x = 3

Deste modo,
P( x ) = 3( x − 1)( x + 2)( x − 3).

Quando o polinómio apresenta fatores comuns nos termos, põem-se em


evidencia os fatores comuns e depois se efetua a fatorização. Considere a
aplicação no exemplo seguinte.

Exemplo 1.22 Decomponha em fatores, o polinómio


A( x ) = 5x3 + 30x2 + 25x.

E.27. Decomponha em fatores, cada um


dos seguintes polinómios:
Resolução: Como 5x é um fator comum aos termos de A( x ), esta reescreve-
(a) A( x ) = x3 − 4x
se assim,
(b) B( x ) = 2x3 + 3x2 − 2x
A( x ) = 5x ( x2 + 6x + 5).
(c) C ( x ) = x3 − 11x2 + 28x
2
Fatorizemos agora o fator quadrático x + 6x + 5, obtendo

x2 + 6x + 5 = ( x + 1)( x + 5)

e consequentemente

A( x ) = 5x ( x + 1)( x + 5)

De um modo geral tem-se,


Teorema: Fatorização de polinómios

Se P( x ) for um polinómio de grau n e admitir n raízes,


α1 , α2 , α3 , . . . , αn , então a sua decomposição em factores será:

P( x ) = a( x − α1 )( x − α2 )( x − α3 ) · . . . · ( x − αn )

onde a é o coeficiente do termo de maior grau de P( x ).

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1. Polinómios

Exemplo 1.23 Fatorize o polinómio


P( x ) = 3x4 + 7x3 − 17x2 − 23x + 30, sabendo que é divisível por
x2 + x − 2 e admite −3 como uma raiz.
E.28. Considere o polinómio
Resolução: Como P( x ) é divisível por x2 + x − 2 e podemos escrever A( x ) = −4x4 + 5x2 − 1.

x2 + x − 2 = ( x − 1)( x + 2), concluímos que 1 e −2 são também raízes de (a) Verifique que é divisível por
P( x ). Portanto
 
1
B ( x ) = ( x + 1) · x − .
2
P( x ) = ( x − 1)( x + 2)( x + 3) · Q( x ). (b) Decomponho o polinómio
A( x ) num produto de fatores
Utilizando a regra de Ruffini determinamos os coeficientes de Q( x ). de grau não superior ao pri-
meiro.
3 7 −17 −23 30
1 3 10 −7 −30
3 10 −7 −30 0
−2 −6 −8 30
3 4 −15 0
−3 −9 15
3 −5 0

Assim temos

P( x ) = ( x − 1)( x + 2)( x + 3)(3x − 5).


 
5
Como 3x − 5 = 3 x − tem-se finalmente:
3
 
5
P( x ) = 3( x − 1)( x + 2)( x + 3) x − .
3

1.8 Construção de polinómios a partir das raízes

As técnicas para fatorização de polinómios permite-nos também resolver


problemas reversos, ou seja, construir (ou compor) polinómios a partir de
suas raízes.

Exemplo 1.24 Seja P( x ) um polinómio de grau 3 cujo coeficiente do


termo de maior grau é 6. Sabe-se que P( x ) admite as raízes 0, −1 e 1.
Determine, de forma simplificada, o polinómio P( x ).

E.29. Encontre um polinómio P( x) de


menor grau possível com coefici-
Resolução: Como P( x ) é de 3◦ escreve-se, 1
entes reais tal que α1 = ,
2
3
P( x ) = a( x − α1 )( x − α2 )( x − α3 ). α2 = − e α3 = 1 sejam zeros de
4
P( x ) e o coeficiente do termo de
Considerando os zeros α1 , α2 e α3 respetivamente 0, −1 e 1, e coeficiente do maior grau de P( x ) é −8.
termo de maior grau igual a 6, vem sucessivamente E.30. Encontre um polinómio quadrá-
1
tico cujas raízes são −1 e
e cujo
3
P( x ) = 6( x − 0)( x + 1)( x − 1) valor numérico quando x = 2 é
30.
= 6x ( x + 1)( x − 1)
= 6x ( x2 − 1)
= 6x3 − 6x

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1. Polinómios

Exemplo 1.25 Componha um polinómio do 2◦ grau que admite 2


como raiz dupla e dividindo por x − 4 dê resto 12.
E.31. Determine um polinómio P( x) de
◦ menor grau possível, com coefi-
Resolução: P( x ) é um polinómio do 2 , logo escreve-se cientes reais, tal que α1 = 1 é
um zero de multiplicidade três,
P( x ) = a( x − α1 )( x − α2 ). α2 = 2 é um zero de multipli-
cidade dois e α3 = −1 é um
Como 2 é uma raiz dupla tem-se P( x ) = a( x − 2)2 . zero simples. Sabe-se ainda que
P(1) = 0.
Sabendo que na divisão por x − 4 dá resto 12, aplicando o Teorema do Resto
E.32. Constrói um polinómio P( x) de
vem menor grau possível, com coefici-
entes reais, tal que
P(4) = 12 ⇔ a(4 − 2)2 = 12 1 3
α1 = ; α2 = − e α3 = 1
⇔ a · 22 = 12 2 4
sejam zeros de P( x ) e que P( x )
⇔ 4a = 12 seja divisível por x − 3.
⇔ a = 3.

Logo,

P( x ) = 3( x − 2)2
= 3( x2 − 4x + 4)
= 3x2 − 12x + 12.

Exemplo 1.26 Escreva um polinómio de grau 4 sabendo que −3 é o


coeficiente do termo de maior grau, que admite as raízes −2, 1 e 3 e
que dividido por x + 1 dê resto −24.

E.33. Determine o polinómio de grau


Resolução: Seja 3, mónico (o coeficiente do termo
de maior grau é 1), tal que 1 e 2
P( x ) = a( x − α1 )( x − α2 )( x − α3 )( x − α4 ). sejam as raízes do polinómio
e P(3) = 30.
Como a = 3, α1 = −2, α2 = 1 e α3 = 3 então E.34. Determina o polinómio do 3◦
grau, cujo termo de maior grau
P( x ) = −3( x + 2)( x − 1)( x − 3)( x − α4 ). tem coeficiente igual 2, que ad-
mite os zeros −1 e −2, dividido
por x − 3 dá resto 80, e dividido
Usando o Teorema do Resto, vem por x − 2 dá resto 24.

P(−1) = −24 ⇔ −3(−1 + 2)(−1 − 1)(−1 − 3)(−1 − α4 ) = −24


⇔ −3(1)(−2)(−4)(−1 − α4 ) = −24
⇔ −3 · 8(−1 − α4 ) = −24
⇔ −24(−1 − α4 ) = −24
⇔ 24 + 24α4 = −24
⇔ 24α4 = −48 ⇔ α4 = −2

Portanto,

P( x ) = −3( x + 2)2 ( x − 1)( x − 3)


= −3( x2 + 4x + 4)( x2 − 4x + 3)
 
= −3 x4 − 4x3 + 3x2 + 4x3 − 16x2 + 12x + 4x2 − 16x + 12
 
= −3 x4 − 9x2 − 4x + 12 = −3x4 + 27x2 + 12x − 36

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1. Polinómios

Exemplo 1.27 Escreva um polinómio de grau 4 que admite −3 como


raiz dupla, 1 como uma raiz simples, dividido por 2x + 4 dê resto 12
e por x + 1 dê resto 8.

E.35. Determine um polinómio do 3◦


grau que admite −2, 1 como raí-
Resolução: Seja P( x ) esse polinómio de grau 4. zes, dividido por x − 2 e x − 4 dá
resto respectivamente igual a 3 e
5.
De acordo com as condições do enunciado, escrevemo-lo assim
E.36. Determine um polinómio P( x) de
2 grau 7, com coeficientes reais, tal
P( x ) = a( x + 3) ( x − 1)( x − β), que α1 = 1 é um zero de multipli-
cidade três, α2 = 2 é um zero de
em que a é o coeficiente do termo de maior grau e β é uma raiz desse polinómio. multiplicidade dois e α3 = −1 é
um zero simples. Sabe-se também
que P(3) = 64.
Aplicando o Teorema do Resto vem
( (
P(−2) = 12 a(−2 + 3)2 (−2 − 1)(−2 − β) = 12

P(−1) = 8 (−1 + 3)2 (−1 − 1)(−1 − β) = 8
(
6a + 3aβ = 12

8a + 8aβ = 8
(
2a + aβ = 4

a + aβ = 1
(
aβ = 4 − 2a

a + 4 − 2a = 1
(
− − −−

− a = −3
(
3β = 4 − 2(3)

a=3
(
3β = −2

−−−

2
β=−

⇔ 3
 a=3

 
2
P ( x ) = 3( x + 3)2 ( x − 1) x +
3
ou seja,
  x 2

P( x ) = 3 x2 + 6x + 9 x2 − −
3 3

17x 3 19x 2 
= 3 x4 + + − 7x − 6
3 3
= 3x4 + 17x3 + 19x2 − 21x − 18.

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 1. POLINÓMIOS

1. Determine quais das expressões dadas são polinó- 12. Efetue as operações indicadas, transformando o
mios. Se for um polinómio, indique o grau. Se não resultado num polinómio reduzido e ordenado:
for justifique. 
1

1

(a) 3x − 3x +
2 2 3 2 2
(a) H ( x ) = x −5 (d) P( x) = 8x3 + 2x2 −
x 2 2
3
 
1 1
(b) Q( x ) = x − 4x −2
2 (e) G ( x ) = −7 (b) − x − 2 − 3 − + 2
2 2
(c) 4
K ( x ) = −7x − 0, 3x + x 3
(f) N ( x ) = x2 + | x | 2
x−1

(c) − − ( x − 1)2
2. Determine m para que o grau de
2
Q( x ) = (m − 4) x3 − 5x2 − 3x + 1 seja igual a 3. x3 + x2 x3
(d) + x2 + 1 −
3. Determine o valor de k para que o polinómio: 3  3
1 1
(a) 4x (2k−1) + 3x4 − 4x, seja de grau 7. (e) 2 x−3 x + 3 − 3( x + 1)2
2 2
(b) 4x (3k−5) + 3x4 − 4x, seja de grau 5.
13. Calcule o perímetro:
4. Suponha que F ( x ) = 2ax3 − 3x2 − b2 x − 7 e
G ( x ) = cx4 + 10x3 − (d + 1) x2 − 4x + e. Deter- (a) ...
mine as constantes a, b, c, d e e sabendo que
4x3 − 5x
F ( x ) = G ( x ). 2x3 + 6x
5. Calcule os valores m, n, p de modo que o polinó- 6x3 + x
mio
(b) ...
P( x ) = 2mx3 + (2p + 7) x2 + 5mx + 2m
5x − 2
e o polinómio
2x − 6 3x − 1
Q( x ) = (m + n + p) x4 − ( p + 1) x3 + mx2 + (n − p) x + n
sejam idênticos.
6. Sabe-se que, para todo valor real de x, 14. Define um polinómio A( x ) que dividido por x2 + 1
tem, por quociente x − 1, e resto 1.
( a − 1) x3 + (2a − b + 3) x2 + (b − c) x + (c − 2d) = 0.
Qual é o valor de a + b + c + d? 15. Usando o algoritmo da divisão Determine o quoci-
ente e o resto da divisão inteira de:
7. Calcule os valores de a, b, c e d para que o po-
linômio P( x ) = a( x + c)3 + b( x + d) seja idêntico a (a) 5x3 + 11x2 + 2x por 5x + 1
Q( x ) = x3 + 6x2 + 15x + 14. (b) 2x3 + 4x2 + 3x + 5 por 2x2 + 3
8. Determine o polinômio do 3◦ que satisfaz a condi- (c) x3 − 2x2 + 3x − 1 por x + 3
2
ção P( x − 1) = P( x ) + (2x ) para todo x real.
(d) 6x3 + 4x − 3 − 17x2 por 3x2 − 4x + 1
2
9. Sendo M = 4x − 1, N = ax + bx + c e P =
x2 1
( x − 1)2 , calcule os valores de a, b e c de modo (e) x5 − 2x3 + 3x + 1 por − 2x +
2 2
que 3M + 2N = P. (f) x4 + 2x2 + 1 por 2x + 3
10. Qual é o grau do polinómio x4 x2
(g) − − x por 3x + 1
P( x ) = ( x − 1)( x − 2)2 ( x − 3)3 · . . . · ( x − 100)100 ? 2 2
(h) Um polinómio identicamente nulo por 3x − 2
11. Considere os polinómios P( x ) = 3x2 + 3x,
(i) 5x − 2 por um polinómio identicamente nulo.
Q( x ) = 3x − 2 e R( x ) = x4 + 2x3 − 1, e efetue:
16. Determine o quociente e o resto das seguinte divi-
(a) P( x ) + Q( x ) (e) [ Q( x )]2
sões:
(b) P( x ) − 4 × Q( x ) 2 2
(f) [ P( x )] + [ Q( x )]
(c) P( x ) × Q( x ) (a) ( x3 − x2 + 8x − 5) ÷ ( x2 − 7)
(d) P( x ) × R( x ) (g) R( x) − P( x) × 2 [Q( x)]2 (b) ( x3 + 5x2 + 15) ÷ ( x + 3)

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(c) (2x3 − 6x2 − x + 6) ÷ ( x − 6) (a) ( x3 + 3x2 + 1) ÷ ( x − 3)
(d) ( x4 + 3x3 − x2 − 2x − 7) ÷ ( x2 + 3x + 1) (b) ( x3 − 2x2 + 5) ÷ ( x − 1)

17. Determine m e n de modo que −2x6 + mx2 + n seja


(c) ( x4 − 2x3 + 3x + 7) ÷ ( x + 2)
divisível por x2 + x + 1. (d) ( x3 + 3x2 + 5x + 1) ÷ ( x − 2)
(e) ( x4 + x2 + 1) ÷ ( x + 4)
18. Dividindo A( x ) = −4x3 − 6x2 − 6x + 1 por B( x ),
x4 − 16
obtemos o quociente Q( x ) = 2x + 3 e o resto (f)
x−2
R( x ) = −8x − 2. x5 + 1
(g)
(a) Qual é o grau de B( x )? x+3
(b) Obtenha a expressão de B( x ). x4 − x3 − 1
(h)
1
19. Verifique se A( x ) = x2 + x + 1 é divisor de x−
 3 3 
B( x ) = x3 − 1.

x 1
(i) +x ÷ x+
3 2
20. Dividindo F ( x ) por x2 + x, obtemos o quociente √
4 2
Q( x ) = x2 − x − 2 e o resto R( x ) = 7x − 1. (j) ( x − 5x + 4) ÷ ( x + 2)

(k) (3x3 − x2 − 9x + 3) ÷ ( x − 3)
(a) Obtenha o polinómio F ( x )
(l) ( x4 − 3x2 + x ) ÷ (2x − 4)
(b) Verifique se F ( x ) é divisível por x3 + 2x.  x 
(m) x5 − 4x3 + − 1 ÷ (2x + 1)
21. Sendo D ( x ) o dividendo, d( x ) o divisor, Q( x ) o 2
quociente e R( x ) o resto, sem efetuar a divisão, 26. Use a regra de Ruffini para mostrar que:

determine: (a) x5 − 1 = ( x − 1)( x4 + x3 + x2 + x + 1)


(a) O resto R( x ) sendo D ( x ) = 3x4 + x3 − 6x + 1 (b) x3 + x3 = ( x + a)( x2 − ax + a2 )
d( x ) = x2 − x + 5 e Q( x ) = 3x2 + 4x − 11. 27. Verifique, usando a regra de Ruffini, que x4 − 4x3 +
2
(b) O dividendo D ( x ) conhecidos d( x ) = − x + 3x, 5x2 − 4x + 4 é divisível por ( x − 2)2 .
1 1
Q( x ) = x3 − x + 1 e R( x ) = x + 3. 28. O polinómio x3 − 3x2 + 9x + m (m ∈ R) é divisível
2 2
(c) O quociente Q( x ) sendo por x − 3.
D ( x ) = x3 − 6x2 + 5x − 9, d( x ) = x2 + x e (a) Qual é o valor de m?
R( x ) = 12x − 9. (b) Seja Q( x ) o quociente dessa divisão. Mostre que
22. Determine o quociente e o resto da divisão de −3 é uma raiz de Q( x ).
x100 + x + 1 por x2 − 1. 29. Usando a regra de Ruffini, determine m, n e p de
23. Utilizando o método dos coeficientes indetermi- modo que x4 + x3 + mx2 + nx + p seja divisível por
nados determine o quociente e o resto da divisão ( x + 1)3 .
inteira de: 30. Determine o valor de k de modo que o polinómio
2
(a) x − 3x + 1 por x − 2 2kx3 − (6k − 3) x2 − 3 dividido por x2 − 3x + 1 dê
(b) −6x3 + 3x2 + 2 por x2 + 1 quociente x + 3 e resto 8x − 6.

(c) x3 − 2x2 + 3x − 1 por x + 3 31. Use a regra Ruffini para verificar a fórmula
(d) x4 + 2x2 + 1 por 2x + 3 x n − yn = ( x − y)( x n−1 + x n−2 y + . . . + xyn−2 + yn−1 ).
4 3 2
(e) 2x − 5x + 3x − 4 por x − 3
(f) x5 − 5x2 + 1 por x3 − x2 32. Aplique o teorema do resto para determinar o resto
da divisão de:
(g) 3x5 − 4x2 − 3x + 2 por 2x3 − x + 1
(h) x3 − 3x + 4 por 2x + 1 (a) x3 − 7x2 + 7x + 15, por x + 2

(i) 2x5 − 3x4 + 2x2 − x + 2 por x2 + 3x (b) x5 − 3x3 + 4x + 5. por x − 1


1
(c) 2x3 − 3x + 2, por x −
24. Determina o quociente e o resto de cada uma das 3
divisões do exercício 16, recorrendo ao método dos (d) x3 − 2x + 7, por 2x + 3
coeficientes indeterminados. (e) 3x4 − x2 + 5x, por 3x + 1
25. Utilize a regra de Ruffini para calcular o quociente 33. Usando o teorema do resto, determine o resto das
e o resto da divisão de polinómios indicada em seguintes divisões e depois verifique a resposta
cada um dos seguintes casos. pelo algoritmo de Euclides.

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(a) (4x3 − x2 + 2x + 1) ÷ ( x − 5) (b) admita raiz −1
2
(b) (3x + 12x + 1) ÷ ( x − 1) (c) dividido por x + 2 dê resto 3
34. O polinómio P( x ) = x3 + ax2 + bx, em que a e b (d) dividido por x2 + x + 1 dê resto 3
são números reais, tem restos 2 e 4 quando divi- 47. Sabendo que 1 é raiz de P( x ) = ax3 − 2x2 + bx − 1
dido por x − 2 e x − 1, respectivamente. Determine e que P(2) = 3, calcule a e b.
os valores de a e b.
48. Decomponha num produto de fatores com menor
35. Sem efetuar a divisão, determine para que valor grau possível cada um dos seguintes polinómios:
de m:
(a) y5 + 3y + m é divisível por y + 1 (a) x2 − 7x (d) x3 − x2 − 6x
(b) y3 − my2 + y + 6 é divisível por y + 2 (b) x2 + 6x + 9 (e) x3 − 25x
2
(c) x − 4 (f) 3x2 − 18x + 24
36. Seja P( x ) um polinómio divisível por x − 2.
O quociente da divisão de P( x ) por x − 2 é divi-
49. Mostre que o polinómio Q( x ) = x + a é um fator
dido por x + 4 e o resto obtido é zero. Qual é o
do polinómio P( x ) = x n + an para todo n ímpar.
resto da divisão de P( x ) por por x2 + 2x − 8?
50. Mostre que o polinómio Q( x ) = x + a é um fator
37. Se P( x ) = x4 − 3x3 + 5x2 + mx + n é divisível por
do polinómio P( x ) = x n − an para todo n par.
x2 − 3x + 2, determine m · n.
51. Escreva um polinómio em x sabendo que:
38. Sabendo que P( x ) = x4 − x2 + kx + 2, dividido por
x − 1 tem resto 2, determine k: (a) É do 2◦ grau, admite as raízes 1 e 2, e coeficiente
do termo de maior grau é 5.
(a) Usando a regra de Ruffini
2 1
(b) Usando o teorema do resto (b) É do 3◦ grau, admite os zeros −1, , − e o
5 3
coeficiente do termo de maior grau é 8.
39. (a) Verifique que x2 + x − 20 = ( x − 4) · ( x + 5).
(c) É do 5◦ grau, o coeficiente do termo de maior
(b) Usando a fatorização acima, determine os va-
grau é 4, admite raiz dupla 2, e raiz tripla 1,
lores das constantes reais m e n de modo
dividido x − 3 dá resto 16.
que x4 − x3 + mx2 + 37x + n seja divisível por
(d) É do 3◦ grau, 3 é o coeficiente do termo em x3 ,
x2 + x − 20.
admite as raízes 1 e 0, dividido por x − 3 dá
40. Determine os valores dos parâmetros m e d de resto 4.
modo que o polinómio P( x ) = mx3 + dx2 − 5x − 2 (e) É 2◦ grau, admite zero duplo −3, dividido por
seja divisível por ( x − 1)( x + 1) x + 2 dá resto 5.
(a) Utilizando o teorema do resto (f) É do 4◦ , admite os zeros −1, 2, 3 e 5, dividido
(b) Utilizando a regra de Ruffini por x + 5 dá resto 4
41. Mostre que A( x ) = x n − 1 é divisível por x − 1, 52. Determine um polinómio do 3◦ grau, que admite
qualquer que seja o número natural n. raiz 1, o termo independente e o coeficiente do
42. Verifique quais dos seguintes números: 1, 3, −3,
termo do segundo grau são nulos, e o coeficiente
−2 e 4, são raízes do polinómio x3 − 2x2 − 5x + 6. do termo de maior grau é 3.

53. Determine um polinómio do 4◦ grau, que admite


43. Verifique se −1 é raiz dupla do polinómio
x3 − 3x2 + 4. zeros 2, 3, −1, dividido por x + 2 dá resto 60, e
dividido por x + 3 dá resto 240.
44. Determine o grau de multiplicidade da raiz −3 no
polinómio x4 + 2x3 − 11x − 12x2 + 36. 54. Determine o polinómio de grau 3 com raízes em
√ √
x = 1, x = 1 + 2 e x = 1− 2, e cujo valor para
45. Determine o grau de multiplicidade da raiz 2 no x = 2 é −2.
polinómio x5 − 2x4 − 2x3 + 8x2 − 7x + 2.
55. Determina os valores reais a e b de modo que o
46. Determine o valor de k de modo que o polinómio polinómio ax2 + bx − 2 seja divisível por x + 2 e
P( x ) = x4 + x3 − kx + 2 ( k ∈ R ): que os restos da divisão do polinómio por x + 1 e
(a) seja divisível por x − 1 por x − 1 sejam simétricos.

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2 F RAÇÕES A LGÉBRICAS

Introdução
No quotidiano, muitas vezes usamos expressões sem perceber que as mes-
mas representam expressões algébricas ou numéricas.

Numa papelaria, quando calculamos o preço de um caderno somado ao Nota Histórica


preço de duas canetas, usamos expressões como 1x + 2y, onde x representa
o preço do caderno e y o preço de cada caneta.

Na cantina da escola, ao comprar um lanche, somamos o preço de um


refrigerante com o preço de um pão, usando expressões do tipo 1x + 1y
onde x representa o preço do pão e y o preço do refrigerante.

Usamos a subtração para saber o valor do troco. Por exemplo, se V é o


valor total de dinheiro disponível e T é o valor do troco, então temos uma
expressão algébrica do tipo V − (1x + 1y) = T.

Na Antiguidade, as letras foram pouco usadas na representação de nú- François Viète (1540-1603)
meros e relações. De acordo com fontes históricas, os gregos Euclides e Matemático francês, um dos
grandes responsáveis pelo uso
Aristóteles (384-322 a.C), usaram as letras para representar números. A sistemático das letras na
partir do século XIII o matemático italiano Leonardo de Pisa (Fibonacci), Matemática.
escreveu o livro Liber Abaci (o livro do ábaco) sobre a arte de calcular, onde
observamos alguns cálculos algébricos.

O grande uso de letras para resumir mais racionalmente o cálculo algé-


brico passou a ser estudado pelo matemático alemão Stifel (1486-1567),
pelos matemáticos italianos Germano (1501-1576) e Bombelli (autor de
Álgebra publicada em 1572), porém, foi com o matemático francês François
Viète (1540-1603), que introduziu o uso ordenado de letras nas analogias
matemáticas, quando desenvolveu o estudo do cálculo algébrico.
2. Frações Algébricas

2.1 Expressões algébricas

Definição: Expressão algébrica

Expressão algébrica é uma combinação de letras e números, ligados


uns aos outros por sinais que representam operações.

Expressões algébricas podem combinar mais do que um letra. No entanto,


para o nosso estudo, consideramos apenas expressões algébricas com um
só variável.

Classificação de expressões algébricas

Uma expressão algébrica pode ser racional ou irracional.



• É racional quando não contém nenhuma letra submetida a radical.


  - Inteiras
 - Racional
Ela pode ser inteira ou fracionária:



Expressões - Fracionárias
 
Algébricas 
– É inteira quando os expoentes das letras são números inteiros não- 




negativos; quando não tem letras no denominador ou, se as tem,

- Irracional
seus expoentes são números inteiros negativos.
Os polinómios são expressões algébricas racionais inteiras. Seu
domínio é todo o conjunto R.
– É fracionária, quando pelo menos uma letra tem expoente inteiro
negativo; quando tem letras em denominador, com expoentes intei-
ros positivos.
Seu domínio é conjunto dos números reais que não anulam o deno-
minador.

• Uma expressão algébrica é irracional quando contém


q letras sob radi-
n
cal. O domínio de expressões irracionais do tipo: R( x ) é:

......(i) D = { x ∈ R : R( x ) tem significado}, se n é ímpar.


......(ii) D = { x ∈ R : R( x ) tem significado ∧ R( x ) > 0}, se n é par.

Exemplo 2.1 Classifique cada uma das seguintes expressões algé-


bricas:
3 x5 − 3
(a) x 4 − x ( x − 1)2 − (c)
2 2x2 + 3x
√ √ E.1. Classifique as seguintes expres-
(b) 5x + 1 − 3x + 2 (d) 3 x + 1 sões algébricas:

x3 − 1
(a)
x2 − 3x + 2
Resolução: De acordo com as definições temos: (b)
p
8
−5x + x2 + 6

(a) Expressão algébrica racional inteira. (c) 2x − 3x2 + x4 ;



(d) 1 − 5x + 4
(b) Expressão algébrica irracional.
(c) Expressão algébrica racional fracionária.
(d) Expressão algébrica irracional.

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2. Frações Algébricas

2.2 Frações algébricas

Definição: Fração algébrica

Sendo A( x ) e B( x ) dois polinómios, com grau de B( x ) não inferior a


A( x )
um, ( grauB( x ) > 1), a expressão chama-se fração algébrica.
B( x )

Exemplo 2.2 Das expressões seguintes, indique as que são frações


E.2. Indique as expressões que são fra-
algébricas e justifique as que não são: ções algébricas e as que não sã0.
√ Justifique.
x2 − 1 1+ x x2 + 2x − 3
(a) (b) 2 (c) 2x + 3 x2 − 9
x+8 x +1 1 + x1/2 − 3x2 (a) (c)
5x + 4 x3 + 8x − 15

x2 + 4 x− 5
(b) √ (d)
Resolução: Das expressões algébricas apresentadas tem-se: 2 x x+1

• A expressão da (a) é fração algébrica.


• A expressão da (b) não é fração algébrica porque o numerador não é
um polinómio. Por seu lado a da (c) não é uma fração algébrica porque o
denominador não é um polinómio.

2.2.1 Domínio de uma fração algébrica

O domínio de uma fração algébrica é o conjunto de todos os números reais


exceto os valores que anulam o denominador.
A( x )
Para uma fração algébrica , o domínio é definido como
B( x )

D = { x ∈ R : B ( x ) 6 = 0} .

Exemplo 2.3 Determine o domínio das expressões:


x−3 x + 10 x2 − 2x − 3
(a) (b) (c)
2x + 4 x2 − 25 x2 + 4x − 12

Resolução: Para cada item temos: E.3. Determine o domínio:


1 − 7x
x−3 (a)
x2
(a) O domínio da fração é definindo por
2x + 4 x2 − 3x
(b)
x3 − 4x2 + 3x
D = { x ∈ R : 2x + 4 6= 0}. x3 + 8x2 + 15x
(c)
( x + 3) ( x2 + 6x + 5)
Como 2x + 4 = 0 ⇔ x = −2 então D = R \ {−2}.
x + 10
(b) Para a fração 2 temos D = { x ∈ R : x2 − 25 6= 0}.
x − 25

x2 − 25 = 0 ⇔ ( x − 5)( x + 5) = 0 ⇔ x = 5 ∨ x = −5

Logo, D = R \ {−5, 5}.


x2 − 2x − 3
(c) Para a fração temos
x2 + 4x − 12

D = { x ∈ R : x2 + 4x − 12 6= 0} = R \ {−6, 2}

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2. Frações Algébricas

Exemplo 2.4 Determine o domínio das seguintes frações algébricas:


2x3 + 5 9−x
(a) (b)
x2 + 9 x3 + 17x
E.4. Determine o domínio das seguin-
tes frações algébricas:
Resolução: Com efeito
1−x
(a)
4 + x2
(a) O domínio é definido assim,
5
(b) 4
x −1
D = { x ∈ R : x 2 + 9 6 = 0}.
x2 − 10x + 16
(c)
x3 + x2 + 5x
A quantidade x2 não pode ser negativa para nenhum valor real de x, por
isso o denominador x2 + 9 não pode ser zero.
Portanto nenhum número pode ser excluído do domínio.
Logo
D=R
9−x
(b) Para a fração 3 temos
x + 17x
n o
D = x ∈ R : x3 + 17x 6= 0

Resolvemos a equação
 
x3 + 17x = 0 ⇔ x x2 + 17 ⇔ x = 0 ∨ 
x2


=−17

Logo
D = R \ {0}

Quando uma expressão é constituída por somas ou produtos de duas


ou mais frações algébricas, o domínio é a intersecção dos domínios das
frações.
Vejamos um exemplo.

Exemplo 2.5 Determine o domínio da seguinte expressões:


3x + 1 1−x 1 7
− 2 + · .
x+4 x − 9 x − 5 x2 + 3
E.5. Determine o domínio:
z+1 3
Resolução: Neste caso temos (a)
z
+
z−2
4x2 1
n o
D= x ∈ R : x + 4 6= 0 ∧ x2 − 9 6= 0 ∧ x − 5 6= 0 ∧ x2 + 3 6= 0 . (b)
2x + 5
− 3
x −1
5x x 3
Determinemos os zeros dos denominadores de cada uma das frações: (c) · +
4 − x2 x + 1 x
 
 x+4 = 0
  x = −4

 x2 − 9 = 0
 
 x = 3 ∨ x = −3

 x−5 = 0
  x=5

 2
  2

x +3 = 0 x = −3


Assim temos:
D = R \ {−4, −3, 3, 5}

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2. Frações Algébricas

2.3 Equivalência de frações algébricas

x2 x
Consideremos as frações algébricas 2
e . Substituindo, nas duas
x +x x+1
frações, as variáveis por um real do seu domínio, obtém-se um mesmo
4 2
valor numérico. Por exemplo, para x = 2 temos = .
6 3
Por outro lado tem-se a propriedade
x2 x
= porque x2 ( x + 1) = ( x2 + x ) x.
+xx2 x+1
Nestas condições dizemos que as duas frações algébricas são equivalentes.
Definição: Frações algébricas equivalentes

A( x ) C ( x )
Duas frações e são equivalentes, no conjunto em que
B( x ) D ( x )
ambas tem significado, e escreve-se

A( x ) C(x)
=
B( x ) D(x)
sse
A ( x ) · D ( x ) = B ( x ) · C ( x ).

Exemplo 2.6 Verifique se são equivalentes as frações seguintes e, em


caso afirmativo, indique em que conjunto é válida essa equivalência.

1−x x − x2 3x − x2 x
(a) e (b) e
x x2 x2 − 4x + 3 1−x
E.6. Verifique se são equivalentes as
frações seguintes e, em caso afir-
Resolução: Para cada par de frações, verifiquemos a definição: mativo, indique em que conjunto
é válida essa equivalência.
1−x x − x2
(a) Para e vem, x2 − x x−1
x x2 (a) e
3x2 − 5x 3x − 5
(1 − x ) x 2 = x ( x − x 2 ) ⇔ x 2 − x 3 = x 2 − x 3 4x2 − 9x − 9 4x + 3
(b) e
2x2 − 5x − 3 2x + 1
São equivalentes para todo x ∈ R \ {0}.
E.7. Mostre que em R \ {−1}, são
3x − x2 x equivalentes as frações
(b) Para as frações 2 e temos,
x − 4x + 3 1−x x3 + 3x2 + 2x + 6 x + 3
e
x3 + x2 + 2x + 2 x+1
(3x − x2 )(1 − x ) = ( x2 − 4x + 3) x
⇔ 3x − x2 − 3x2 + x3 = x3 − 4x2 + 3x
⇔ 3x − 4x2 + x3 = x3 − 4x2 + 3x

São equivalentes em R \ {1, 3}.

A( x )
Seja uma fração algébrica e C ( x ) um polinómio não-nulo. Então:
B( x )
A( x ) A( x ) · C ( x )
(a) = , onde ambas as frações têm significados;
B( x ) B( x ) · C ( x )
A( x ) A( x ) ÷ C ( x )
(b) = , onde ambas as frações têm significados.
B( x ) B( x ) ÷ C ( x )
A alínea (a) chama-se Princípio Fundamental das Frações Algébricas
e desempenha um papel fundamental para a simplificação de frações
algébricas como veremos a seguir.

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2. Frações Algébricas

2.4 Simplificação de frações algébricas


Simplificar uma fração algébrica significa escrever uma fração equivalente
cujos termos (numerador e denominador) têm menor grau possível

Para simplificar uma fração algébrica,

1º) fatoriza-se o mais possível o numerador e o denominador da fração;

2º) cancela-se os factores comuns ao numerador e denominador;

3º) determina-se o domínio da expressão equivalente, antes desta ser


simplificada.

Exemplo 2.7 Simplifique e dê o domínio das seguintes expressões:


x2 − 4 8 − 2x
(a) (c)
x2 − 2x x2 − x − 12
x2 + 10x + 24 2x3 + 9x2 + x − 12
(b) 3 (d)
x − x2 − 20x x2 − 1
E.8. Simplifique as expressões:
Resolução: Seguindo os três passos acima temos: x3 − x
(a)
x3 − x2
x2 − 4 ( x − 2)( x + 2)  −
( x 2)( x + 2) ( x + 2) 3 − 3x2
(a) 2
= = = (b)
( x2 + 1)( x2 − 1)
x − 2x x ( x − 2) ( x − 2)
x   x
x3 − x2 − 10x − 8
D = R \ {0, 2}. (c)
x2 − 2x − 8
x2 + 10x + 24 ( x + 6)( x + 4) ( x + 6)
( x+ )
4
(b) = =
x3 − x2 − 20x x ( x2 − x − 20) x ( x − 5)
( x
+ 4)

x+6 x+6
= = 2
x ( x − 5) x − 5x

D = R \ {−4, 0, 5}
8 − 2x −2x + 8 −2( x − 4)
(c) = =
x2− x − 12 ( x − 4)( x + 3) ( x − 4)( x + 3)
−2 ( x− )
4 −2
= =
( x
 −4 )( x + 3) x+3

D = R \ {−3, 4}.
2x3 + 9x2 + x − 12 2x3 + 9x2 + x − 12
(d) Temos que =
x2 − 1 ( x − 1)( x + 1)
Como o numerador é um polinómio de grau 3, para o fatorizar, temos que
conhecer uma das suas raízes. Verificamos as raízes do denominador e
aplicamos a regra de Ruffini.
Com efeito,

2 9 1 −12 Logo o denominador


 fatorizado
 é:
1 2 11 12 ( x − 1) 2x2 + 11x + 12
2 11 12 0

Portanto, ∀ x ∈ R \ {−1, 1}, temos:

) 2x2 + 11x + 12

2x3 + 9x2 + x − 12 −
( x
 1 2x2 + 11x + 12
2
= =
x −1  − 1)( x + 1)
( x 
 x+1

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2. Frações Algébricas

2.5 Operações com frações algébricas


As operações com frações algébricas efetuam-se de uma maneira seme-
lhante às operações com frações onde não aparece variáveis.

2.5.1 Adição e subtração de frações algébricas

Para adicionar ou subtrair frações algébricas, estas devem ter o mesmo


denominador.

Assim como, para frações onde não aparecem variável, adicionamos ou


subtraímos as frações com o mesmo denominador, combinando os termos
no numerador e escrevendo o resultado sobre o denominador comum.

Definição: Adição e subtração de frações algébricas

Sejam A( x ), B( x ), C ( x ) e D ( x ) polinómios, tais que B( x ) 6= 0 e


D ( x ) 6= 0. Então:
A( x ) C(x) A( x ) · D ( x ) + C ( x ) · B( x )
(a) + =
B( x ) D(x) B( x ) · D ( x )
A( x ) C(x) A( x ) · D ( x ) − C ( x ) · B( x )
(b) − =
B( x ) D(x) B( x ) · D ( x )

Portanto, para adicionar ou subtrair frações algébricas

1º) reduzem-se as frações ao mesmo denominador por equivalência;

2º) adicionam-se (ou subtraem-se) os numeradores e atribui-se o denomi-


nador comum.

Exemplo 2.8 Efetue as seguintes operações:


x 2x + 1 3 1
(a) − (b) +
x+3 x+3 2x 5x
E.9. Efetue as operações e simplifique
os resultados:
Resolução: Quebra de linha x 3
(a) −
1+x x ( x + 1)
(a) Nesta subtração, o denominador é comum,
3 2x + 2
(b) +
x−1 1 − x2
x 2x + 1 x − 2x − 1 −x − 1
− = = x 2x + 1 2x2
x+3 x+3 x+3 x+3 (c) + − 2
x−2 x+2 x −4
D = R \ {−3}
(b) Trata-se de uma adição com denominadores diferentes:

3 1 3·5 1·2 15 2 17
+ = + = + =
2x 5x 2x · 5 5x · 2 10x 10x 10x

D = R \ {0}

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2. Frações Algébricas

Na generalidade dos casos utiliza-se como denominador comum o Mínimo


Múltiplo Comum (MMC) dos denominadores (polinómio de menor grau
que é divisível pelos denominadores). Calcula-se do mesmo modo que o
mínimo múltiplo comum de números:

(a) decompõem-se os polinómios em fatores do menor grau possível;

(b) o MMC é o produto dos factores comuns e não comuns elevados ao


seu maior expoente.

x 2 x+2
Exemplo 2.9 Calcule e simplifique + − .
x2 + x x2 − 2x + 1 x2 − 1
E.10. Efetue a operação indicada:
Resolução: Simplificando as frações temos 4 2
(a) −
5−x x−5
1 2 x+2 1 2
+ − , (b) 2 + 2
x −9 x + 3x
x + 1 ( x − 1)2 ( x − 1)( x + 1)
x+1 2x + 1 1
(c) 2 + −
x + 2x 6x + 12 x+2
Portanto D = R \ {0, −1, 1} e
 
MMC x + 1, ( x − 1)2 , ( x − 1)( x + 1) = ( x − 1)2 ( x + 1).

1 2 x+2
= + 2

x + 1 ( x − 1) ( x − 1)( x + 1)
1·( x − 1)2 2·( x + 1) ( x + 2)·( x − 1)
= + −
( x + 1)·( x − 1)2 ( x − 1)2 ·( x + 1) ( x − 1)( x + 1)·( x − 1)
( x − 1)2 + 2( x + 1) − ( x + 2)( x − 1)
=
( x − 1)2 ( x + 1)
x − 2x + 1 + 2x + 2 − x2 − x + 2
2
=
( x − 1)2 ( x + 1)
−x + 5
=
( x − 1)2 ( x + 1)

x+3 x−1 x+2


Exemplo 2.10 Calcule e simplifique − + .
4x2 3x 6
E.11. Efetue a operação indicada:
  3 x−4 5
Resolução: Sendo D = R \ {0}, e MMC 4x2 , 3x, 6 = 12x2 vem: (a)
4x + 2
− 2
2x + x

6x
x2 − 1 x2 1
(b) − + 2
x+3 x−1 x+2 3 · ( x + 3) 4x · ( x − 1) 2x2 · ( x + 2) x x+1 x +x
− + = − +
4x2 3x 6 3 · 4x2 4x · 3x 2x2 · 6 (c)
2x + 1
+
2x
− 2
20 + 4x
3x + 9 4x2 − 4x 2x3 + 4x2 2x + 3 x−2 2x − x − 6
= − + E.12. Determine os parâmetros reais A
12x2 12x2 12x2
e B, de modo que sejam equiva-
3x + 9 − (4x − 4x ) + 2x3 + 4x2
2
lentes, no seu domínio, as expres-
=
12x2 sões:
3x + 9 −  4x + 4x + 2x3 + 
2 4x2 A
+
B
e
5x + 7
= x+2 x + 3 ( x + 2)( x + 3)
12x2
3
2x + 7x + 9
=
12x2

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2. Frações Algébricas

2.5.2 Multiplicação de frações algébricas

Lembremos que para multiplicar frações, multiplicamos os numeradores e


multiplicamos os denominadores.

Definição: Multiplicação de frações algébricas

Sejam A( x ), B( x ), C ( x ) e D ( x ) polinómios, tais que B( x ) 6= 0 e


D ( x ) 6= 0. Então:

A( x ) C(x) A( x ) × C ( x )
× =
B( x ) D(x) B( x ) × D ( x )

Exemplo 2.11 Efetue a multiplicação.


3x x−2
·
x+1 x+1
E.13. Efetue, no respetivo domínio,
cada uma das seguintes multipli-
Resolução: Multiplicando entre si os respetivos numeradores e os deno- cações:
minadores, vem: 2x x−1
(a) ·
1−x x+3
3x x−2 3x ( x − 2) − 6x 3x2 3x 1−x
· = 2
= 2 (b) ·
x+1 x+1 ( x + 1) x + 2x + 1 2x + 1 x − 3
x−1 x+1
(c) ·
D = R \ {−1}. x+3 x+3

Assim como para números racionais, podemos fatorizar, simplificar e


depois multiplicar as frações algébricas.

Exemplo 2.12 Efetue a multiplicação e simplifique o resultado.

x2 − 4 x − 1
·
x2 − x x2 − 2x
E.14. Efetue, as seguintes multiplica-
ções, simplifique os resultados
Resolução: Quando se pretende simplificar o resultado convém, antes de e indique os valores da variável
efetuar a multiplicação, decompor em fatores, os termos das duas frações. para os quais a simplificação é vá-
lida:
Assim:
x2 + 3x x2 − 4
(a) · 2
2−x x −9
x2 − 4 x − 1 ( x − 2)( x + 2) x−1 2x 1 − x2
· 2 = · Fatorizar os termos (b) ·
2 x2 + 2x + 1 x2
x − x x − 2x x ( x − 1) x ( x − 2)
x2 + 4x + 4 x2 − 4x + 4
( x − 2)( x + 2)( x − 1) (c) ·
= Multiplicar x−2 x+2
x2 ( x − 1)( x − 2)
( x− 2)( x + 2) −
( x )
1
= 2 Simplificar
x ( x − 1)
 ( x − 2)
 

x+2
=
x2
D = R \ {0, 1, 2}.

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2. Frações Algébricas

2.5.3 Divisão de frações algébricas

Para dividir duas frações algébricas, multiplicamos a primeira fração pela


inversa da segunda.
Definição: Divisão de frações algébricas

Sejam A( x ), B( x ), C ( x ) e D ( x ) polinómios, tais que B( x ) 6= 0,


C ( x ) 6= 0 e D ( x ) 6= 0. Então:

A( x ) C(x) A( x ) D(x) A( x ) × D ( x )
÷ = × =
B( x ) D(x) B( x ) C(x) B( x ) × C ( x )

Portanto, dividir é multiplicar o dividendo pelo inverso do divisor.

3x x+2
Exemplo 2.13 Efetue a divisão ÷ . E.15. Efetue, as seguintes divisões, sim-
x−2 x+1
plifique os resultados e indique
os valores de x para os quais são
válidas as operações e as simplifi-
Resolução: Multiplicamos o dividendo pelo inverso do divisor: cações:

3x x+2 3x x+1 x4 − 1 x2 + 1
÷ = · (a) 4
÷
x 3x
x−2 x+1 x−2 x+2
x2 − 25 x2 + 10x + 25
3x ( x + 1) 3x2 + 3x (b)
15x
÷
9x2
= = 2
( x − 2)( x + 2) x −4 8t3 + 27 4t2 − 6t + 9
(c) ÷ 2
9 − 4t2 2t − t − 3
D = R \ {−2, −1, 2}

Nota: Numa divisão de frações algébricas, o domínio é o conjunto de


números reais que não anulam os denominadores do dividendo e do
divisor, nem o numerador do divisor pelo fato dos termos do divisor
serem invertidos na divisão.

9 − 3x − 2x2
Exemplo 2.14 Efetue a divisão x2 − 16 .
4x3 − 9x
2x2 + 5x − 12
E.16. Efetue e simplifique:
Resolução: Escrevendo a divisão em notação habitual vem, x2 − 14x + 48
2
9 − 3x − 2x2 (a) x + 10x + 162
−24 + 11x − x
x2 − 16 9 − 3x − 2x2 4x3 − 9x x2 − x − 72
3
= 2
÷ 2
4x − 9x x − 16 2x + 5x − 12 x − 1 2x + 2 4x − 4
2
(b) · ÷
2x + 5x − 12 x+1 x+2 x+2
(3 − x )(2x + 3) x (2x + 3)(2x − 3) 2a + 6 3+a a+3
= ÷ Fatorizar (c) 2 ÷ ·
a −9 3−a 4
( x + 4)( x − 4) ( x + 4)(2x − 3)
(3 − x )(2x + 3) ( x + 4)(2x − 3)
= · Multiplicar
( x + 4)( x − 4) x (2x + 3)(2x − 3)
(3 − x )(2x
+3 )( x
+ )
4 −
(2x )
3
= Simplificar
(x + 4)( x − 4) x
 (2x+ 3)
  −
(2x 3)
3−x
=
x ( x − 4)
 
3 3
D = R \ −4, − , 0, , 4 .
2 2

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2. Frações Algébricas

2.5.4 Potenciação de frações algébricas

Para elevar uma fração algébrica a um expoente natural, eleva-se o nume-


rador e o denominador a esse mesmo expoente.
Definição: Potenciação de frações algébricas

De um modo geral, se A( x ) e B( x ) são polinómios, B( x ) 6= 0 e


n ∈ N, então
A( x ) n [ A( x )]n
 
= .
B( x ) [ B( x )]n

Exemplo 2.15 Escreva na forma de expressões algébricas:


 2  3
2x x+1
(a) (b)
x−1 x
E.17. Considere a expressão
2
Resolução: Em cada caso, aplicamos a definição. x−1 x2 − 5x + 6

·
3−x x2 − 3x + 2
2
(2x )2 4x2

2x (a) Efetue as operações indicadas.
(a) = = D = R \ {1}.
x−1 ( x − 1)2 x2 − 2x + 1 (b) Simplifique o resultado e in-
3 dique os valores de x para os
( x + 1)3 x3 + 3x2 + 3x + 1

x+1
(b) = = D = R \ {0}. quais a simplificação é válida.
x x3 x3

Exemplo 2.16 Respeitando a hierarquia das operações, efetue:


2
x−1

x+2 x 1 x+1
+ · − ÷ .
x+1 x2 − 1 x x + 1 4x + 5

E.18. Efetue e simplifique:


2  3
Resolução: Com efeito, x−1

2x
(a) ·
3−x x−1
2
x−1

x+2 x 1 x+1 
x
3
2x + 1 2x2
+ · − ÷ (b) + − 2
x+1 x2 − 1 x x + 1 4x + 5 x−2 x+2 x −4

( x + 2)2 x x−1 1 x+1


= 2
+ · − ÷
( x + 1) ( x − 1)( x + 1) x x + 1 4x + 5
( x + 2) 2 x ( x − 1) 4x + 5
= + −
( x + 1)2 ( x − 1)( x + 1) x ( x + 1)2
( x + 2)2 · x ( x − 1) x ( x − 1) · ( x + 1) (4x + 5) · x ( x − 1)
= + −
( x + 1)2 · x ( x − 1) ( x − 1)( x + 1) x · ( x + 1) ( x + 1)2 · x ( x − 1)
x ( x + 2)2 ( x − 1) + x ( x − 1)( x + 1) − x (4x + 5)( x − 1)
=
x ( x + 1)2 ( x − 1)
2
 
x (x−1) ( x + 2) + ( x + 1) − (4x + 5)

= 
2 ( x
x ( x + 1)  − 1 )
2
( x + 2) + x + 1 − (4x + 5) x2 + 4x + 4 + x + 1 − 4x − 5
= 2
=
( x + 1) ( x + 1)2
x2 + x x ( x + 1) x
= = =
( x + 1)2 ( x + 1)2 x+1
 
5
D = R \ −1, − , 0, 1 .
4

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2. FRAÇÕES ALGÉBRICAS

1. Classifique cada uma das seguintes expressões al- 6. Verifique se são equivalentes as frações seguintes
gébricas e determine o respetivo domínio: e, em caso afirmativo indique em que conjunto é
válida essa equivalência.
1 √ x+1 x2 − 4 2x3 + 9x2 + x − 12
(a) (d) 5+ (a) 2 ;
x x x − 2x x2 − 1
1 x2 + 3 1−x x − x2
(b) +x (e) (b) ;
2 √8 x x2
√ x+1 3x − x2 x
(c) x (f) (c) 2 ;
x x − 4x + 3 1−x
7. Simplifique cada uma das frações algébricas:
2. Determine o domínio das seguintes expressões:
2x12 −2x − 4
(a) (k)
4x8 x2 + 5x + 6
(a) 3x2 − 4x + 7 x2 − 2x − 3 −2x − 8
(i) 4x2 (l)
(b) 2x2 + 5x − 2 x2 − 6x + 9 (b)
x2 + 2x − 8
2x9
x2 − x − 12 2x + 4 2q8 + q7
(c) 4x3 + 3 (j) (c) (m)
x2 − 8x + 16
√ 4x 2q6 + q5
2
(d) 6x − 9 (k) x+7 2x + 4x2
1 √ (d) 8s12
(e) (l)
6
4−x 4x (n)
3−x √ a−4 12s − 16s5
6
(m) 3
2x − 5 (e) u2 − 6u − 16
x+6 √ 4−a
(f) (o)
3x + 2 (n) 4x + 5 2b − 4 u2 − 16u + 64
(f)
x2 − 1 1 2b + 4 v2 + 3v − 18
(g) 2 (o) √ 2c − 4 (p)
x − 2x + 1 7
x−3 (g) v2 + 12v + 36
x2 − 5x + 6 1 4 − c2 a3 − 8
(h) (p) √
8
−2t − 4 (q)
x2 − 4 x+2 (h) 2a − 4
4 − t2
4w2 − 12w + 36
x2 + 4x + 4 (r)
3. Escreva frações algébricas cujos domínio é
(i) 2w3 + 54
x2 − 4
3x − 6 y − 2y2 − 4y + 8
3
√ (j) (s)
x2 − 4x + 4 y2 − 4y + 4
(a) R \ { 2} (b) R \ {−1, 2}
8. Simplifique as frações:
4. Use multiplicação e divisão para escrever duas fra-
5x x+1
ções algébricas equivalentes a: (a) (c)
10x2 + 10 x2 − 1
x2 + x 5x − 5
3( x + 2) ( x + 5)( x − 1) (b) (d)
(a) (b) 4x 3 − 3x
( x + 2)( x − 4) 2( x − 1)
9. Simplifique cada uma das seguintes frações algé-
bricas, indicando o domínio da equivalência:
5. Preencha os espaços em branco para obter frações
√ √
equivalentes: ( x − 3)( x + 3) x3 + 8x2 + 15x
(a) (g)
5 x2 − 3 ( x + 3)( x2 + 6x + 5)
(a) = 3
3x 9x x2 − 4 x2 − 7x + 12
(b) 2 (h) 3
−5 x +x−6 x − 4x2 + x + 6
(b) = 2
x 4x x2 − 3x − 4 3( x − 1)2
2x (c) 2 (i)
(c) = x + 5x + 4 6x2√ −6
x−1 x ( x − 1)( x + 2) 3x + 12 x− 2
5x (d) (j) 2
(d) = 3x2 − 15x + 12 x −2
2x − 5 (2x − 5)( x + 8) x3 − 8 1−y
y (e) 2 (k) 2
(e) = 2 x − 7x + 10 y −1
y+6 y + 5y − 6 2x2 − x − 1 x2 − 4
t2 (f) (l)
(f) = 2 x3 − 1 x3 − 4x2 + x + 6
t−8 t − 6t − 16

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 38


10. Reduza as expressões seguintes à termos de menor 15. Escreva uma expressões que representam o perí-
grau possível. Apresente todas as restrições: metro de cada um dos polígonos:

x2 − 10x + 9 x2 − 15x + 54 (a) (c)


(a) (d)
5x − 5 x2 + 13x + 42
2
x − 9x + 20 x2 + 2x − 63 2 x+1 5
(b) 2 (e) 2
x − x − 20 x + 13x + 42 3x x x−3
x2 − 2x − 35 n3 − n 6
(c) (f) 2 2x
x2 − 7x n − 5n − 6 x2 x+5

11. Simplifique:
(b)
(d)
x2− x − 12 8− a2
(a) (e) 2 x+1 3
16 − x2 a2 + 2a − 8
x2 x x+2
x2 − 2x − 3 x3 + 4x2 − 21x
(b) (f) x−4 x
x−3 x3 − 9x
3 x+1
4 − 4x 9 − 6x + x2
(c) (g) 2
6x − 6 x − 7x + 12
x2 − 4 6x2 + 5x − 6 16. Determine os parâmetros reais A e B, de modo que
(d) (h)
5ax + 10a 15x2 − 7x − 2 sejam equivalentes, no seu domínio, as expressões:
A B 3x − 4
12. Efetue a operação indicada. Simplifique o resul- (a) + e
x − 1 x − 2 ( x − 1)( x − 2)
tado: A B 13x + 7
(b) + e
5x + 1 x − 2 5x2 − 9x − 2
3 1 3a 15
(a) + (d) + 17. Efetue a operação indicada:
2a 5a a+5 a+5
5 3 w−3 w−4 b3 + b 10
(b) − (e) − (a) · 2
6y 8y 9 12 5 b +b
3 7 5 3   3
(c) + (f) − (b) x2 − 6x + 9 ·
2w 2w 2x − 4 2 − x x−3
12  
13. Efetue a operação indicada. Simplifique o resul- (c) · 4x2 + 20x + 25
4x + 10
tado: 16a + 8 2a2 + a − 1
2 1 1 (d) ·
(a) − + 5a2 + 1 4a2 − 1
x x−1 x+2 6x − 18 4x2 + 4x + 1
1 2 3 (e) ·
(b) − + 2x2 − 5x − 3 6x + 3
a a+1 a−1 w2 − 1 w−1
5 3 4 (f) ·
(c) − + 2 (w − 1)2 w2 + 2w + 1
3a − 9 2a a − 3a
1 3 a2 − 2a + 4 ( a + 2)3
(d) 2 − (g) ·
x − 4 x2 + 4x + 3 a2 − 4 2a + 4
2
x + 6x + 5 x4
2x 3x
(e) 2 + (h) ·
x − 9 x2 + 4x − 3 x 3x + 3
x−1 x+4 3x2 + 16x + 5 x2
(f) 2 + (i) · 2
x − x − 12 x2 + 5x + 6 x 9x − 1
2x − 5 x2 − 2x + 1 18. Simplifique cada expressão:
(g) −
( x − 2)( x + 6) ( x − 2)( x + 6)
x2 + 5x + 4 4x − 8
14. Efetue e simplifique o mais possível o resultado, (a) ·
2x2 − 8x + 8 x2 − 1
indicando o domínio de validade. x2 + 9x + 20 x2 − 1
3x + 5 5 + 2x (b) ·
(a) 2 + 2x2 + 6x − 8 3x + 15
x − 2x + 1 ( x − 1)2 x 4x − 10 12x2 − 60x + 75
x2 − 1 x2 1 (c) ÷
(b) − + 2 x+3 2x2 − 18
x x+1 x +x x−2 3x2 − 12
5 3x (d) ÷ 2
(c) 2 − 3x − 21 3x − 12x − 63
x − 4 ( x − 2)2
1 1 2
(d) + +
x x − 2 x2 − 2x

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 39


19. Efetue a operação indicada: 5
22. Se a largura de uma bandeira é metro e o seu
5x2 10x x
(a) ÷ comprimento é x metros, então qual é a área do
3 21 retângulo?
y−6 6−y
(b) ÷
2 6
4−a a2 − 16
(c) ÷
5 3 5
m
x2 + 4x + 4 ( x + 2)3 x
(d) ÷
8 16
a2 + 2a + 1 a2 − 1 xm
(e) ÷
3 a
2
t + 3t − 10
(f) ÷ (4t − 8) 23. Simplifique as expressões:
t2 − 25
2
w − 7w + 12  2 x2 − x − 6 x2 − x − 30

(g) ÷ w − 9 (a) ·
w2 − 4w x2 + 2x − 15 x2 − 2x − 8
  2x − 5
(h) 2x2 − 3x − 5 ÷ 9 − x2 6x − 2x2
x−1 (b) 2 · 2

2
 2y + 1 x + 3x x − 6x + 9
(i) 6y − y − 2 ÷
3y − 2 24. Simplifique cada expressão:
3 2
x − 1 9x + 9x + 9
(j) 2 ÷ c2 5
x +1 x2 − x (a) ·
2
2x + 19x − 10 4x2 − 1 10 2c
(k) ÷ 2a 3
x2 − 100 2x2 − 19x − 10 (b) ·
9 5a2
20. Simplifique cada expressão algébrica:
4x ( x + 3) 5( x − 1)
5n4 (5n)2 (c) ·
(a) ÷ 3( x − 1) 2x
−2 6
2x2 ( x + 2) 5( x − 4)
7n2 (7n)2 (d) ·
(b) ÷ 3x 8x ( x + 2)
4 −12
2( x + 1) 4( x + 1) 25. Simplifique:
(c) ÷
3x x ( x − 2)
9 + 3x − 2x2 4x3 − 9x
5( x − 3) 10( x − 3) (a) ÷ 2
(d) ÷ 2
x − 16 2x + 5x − 12
2x 3x ( x + 5)
21. Efetue as operações indicadas e simplifique os re- 26. Simplifique as seguintes expressões algébricas:
sultados.
3x 1 3x + 1 1−x x a 1+a
(a) + − + +
2x 2x 2x
3x + 5 5 + 2x (a) x 1+x (b) 1 − a a
(b) 2 + 1+x x 1−a a
x − 2x + 1 ( x − 1)2 x + +
x 1−x a 1+a
3 1
(c) +
2x 5
4 3x + 3 27. Simplifique as frações algébricas compostas:
(d) −
5x 10x2
2x + 3 x + 1 2 3 1
(e) + 2+ +
4x2 6x x p−1 p−2
x 2x + 1 2x2 (a) (b)
4 5 2
(f) + − 2 4− 2 +
x−2 x+2 x −4 x p−2 p−1
x2 − 1 x2 1
(g) − +
x x + 1 x2 + x
5 3x 28. Um carro A demora x horas para viajar 100 km
(h) 2 −
x − 4 ( x − 2)2 enquanto que um carro B demora 1 hora a menos
1 1 2 que o carro A para viajar 100 km.
(i) + +
x x − 2 x2 − 2x
x+2 x−2 (a) Escreva uma expressão algébrica para cada dos
(j) 2 ·
x −4 x carros A e B que representa as suas velocidades
5x + 10 3x + 6 na viajem em termos de x.
(k) 2 ÷
x −1 x + 1
x −2 · 3 − x −1 (b) Escreva um expressão algébrica para a diferença
(l) das suas velocidades.
2x −3

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3 E QUAÇÕES

Introdução
A introdução de variáveis (letras) na Matemática, principalmente nas equa-
ções é responsável por contribuir para uma interpretação errada da função
da própria ciência mas é graças a esta que se podem resolver, rapidamente,
muitas equações e resolver vários problemas.

Antigamente para se formular e resolver uma equação utilizavam-se ape-


nas palavras.

O matemático persa, Al-Khwarizmi, o pai da Álgebra, escreveu um livro


em que ensinava a resolver equações.

Vejamos um excerto em que se resolve a equação quadrática

(10 − x )2 = 81x

em que se usa apenas palavras para representa a incógnita:


Nota Histórica
10 menos uma coisa, multiplicado por si próprio é 100 mais um quadrado, menos
20 coisas e isto é igual a 81 coisas. Separe as 20 coisas de 100 e um quadrado e
adicionas a isso 81. Trás então 100 mais um quadrado que é igual à 101 raízes.
50
Divides as raízes a meio, a metade é . Multiplica isso por si próprio e obténs
2
2551 49
. Subtrai isto de 100, extrai a raiz disto e obténs . Subtrai isto da metade
4 2
50
das raízes que é sobra-te 1. Este 1 é uma das duas raízes.
2
Em cerca de 300 a.C. Euclides desenvolveu uma abordagem geométrica
que, embora mais tarde os matemáticos a usaram para resolver equações
quadráticas, equivalia a encontrar um comprimento que em nossa notação
era a raiz de uma equação quadrática. Euclides não tinha noção de equação,
coeficientes etc. mas trabalhava com quantidades puramente geométricas.
Abu Ja’far Muhammad ibn Musa
Al-Khwarizmi (780 - 850)
Matemáticos hindus levaram os métodos babilônicos mais longe para que Matemático persa (atualmente
Iraque), é considerado o pai da
Brahmagupta dê um método, quase moderno, que admite quantidades Álgebra.
negativas. Ele também usou abreviaturas para o desconhecido, geralmente
a letra inicial de uma cor foi usada, e às vezes várias incógnitas diferentes
ocorrem em um único problema.

Atualmente basta aplicarmos a fórmula resolvente para resolver esta equa-


ção.
3. Equações

3.1 Equações inteiras

Definição: Equação inteira

Chama-se equação inteira a uma expressão do tipo

P( x ) = 0

em que P( x ) é um polinómio.

Em anos anteriores resolvemos equações do 1º e do 2º grau. Estamos agora


preparados para, sob certas condições, resolver equações de grau superior
ao segundo.

3.1.1 Equações de grau superior a dois

Para resolvermos uma equação de grau superior à dois, temos que reduzi-la
a forma
P( x ) = 0,
fatorizar o polinómio P( x ) e aplicar a Lei do Anulamento do Produto (LAP).
Definição: Lei do Anulamento do Produto

Sendo A(x) e B( x ) dois polinómios, então

A( x ) · B( x ) = 0 ⇔ A( x ) = 0 ∨ B( x ) = 0.

Exemplo 3.1 Resolva as seguintes equações

(a) ( x2 − x )( x2 − 3x + 2) = 0 (b) x3 + 2x2 − 15x = 0


E.1. Resolva as seguintes equações
aplicando a LAP:
Resolução: Em cada caso apliquemos Lei do Anulamento do Produto:
(a) x (1 − x )(2x − 3)( x + 5) = 0
(a) Com efeito √  
(b) ( x − 3) 9 − x2 = 0

1−x x−1
 
( x2 − x )( x2 − 3x + 2) = 0 ⇔ x2 − x = 0 ∨ x2 − 3x + 2 = 0 (c) x + =0
2 2
⇔ x ( x − 1) = 0 ∨ x = 1 ∨ x = 2
⇔ x = 0∨x = 1∨x = 1∨x = 2

Portanto,
S = {0, 1, 2} .
(b) Neste caso temos que fatorizar o primeiro membro da equação antes de
aplicar a Lei do Anulamento do Produto:

 
x3 + 2x2 − 15x = 0 ⇔ x x2 + 2x − 15 = 0
⇔ x ( x − 3) ( x + 5) = 0
⇔ x = 0 ∨ x = 3 ∨ x = −5

Portanto,
S = {−5, 0, 3} .

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3. Equações

Exemplo 3.2 Resolva a equação − x3 − 3x2 + 25x + 75 = 0, sabendo


que −3 é uma das soluções.

E.2. Resolva a equação:


Resolução: Como se conhece uma das soluções de
9 3 7 2 9 5
− x3 − 3x2 + 25x + 75 = 0, aplica-se a Regra de Ruffini para fatorizar o (a) x4 − x − x + x+ = 0
2 2 2 2
1
primeiro membro. Com efeito sabendo que − e 5 são solu-
2
ções.
−1 −3 25 75 (b) x5 − x4 − 3x3 + x2 + 2x = 0,
−3 3 0 −75 sabendo que −1 é uma solu-
ção dupla da equação.
−1 0 25 0
x2 + x x3 − 3x2 + x + 1 = 0,
 
(c)
Aplicando agora a Lei do Anulamento do Produto sobre o polinómio fatorizado, sabendo que 1 é uma das solu-
ções da equação.
temos:

− x3 − 3x2 + 25x + 75 = 0 ⇔ ( x + 3)(− x2 + 25) = 0


⇔ x = −3 ∨ x = ±5
⇔ x = −3 ∨ x = 5 ∨ x = −5
S = {−5, −3, 5}

3.1.2 Equação biquadrada

Definição: Equação biquadrada

À toda a equação do tipo

ax4 + bx2 + c = 0

com a, b e c diferentes de zero, chama-se equação biquadrada.

Esta equação é do 4◦ grau e tem nulos os termos de 3◦ e do 1◦ grau.


Para resolvermos uma equação biquadrada, fazemos uma mudança de
variável de modo a obter uma equação do 2 grau.

Exemplo 3.3 Resolva a equação x4 − 13x2 + 36 = 0.

E.3. Resolva as seguintes equações bi-


quadradas:
Resolução: Efetuando a mudança de variável: x2 = y, a equação dada
(a) x4 − 8x2 + 15 = 0.
transforma-se em
(b) x4 − 10x2 = −16

y2 − 13y + 36 = 0 ⇔ y = 4 ∨ y = 9. (c) 3u4 − 6u2 = 24

Como x2 = y vem

x2 = 4 ∨ x2 = 9 ⇔ x = ±2 ∨ x = ±3
⇔ x = −2 ∨ x = 2 ∨ x = −3 ∨ x = 3

Logo,
S = {−3, −2, 2, 3} .

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3. Equações

Exemplo 3.4 Resolva a equação a4 − 15a2 − 16 = 0

E.4. Resolva as seguintes equações bi-


quadradas:
Resolução: Na equação dada, fazemos a2 = y.
(a) x4 − 3x2 − 4 = 0.

y2 − 15y + 16 = 0 ⇔ (y − 16)(y + 1) = 0 ⇔ y = 16 ∨ y = −1 (b) x4 − 8x2 − 8 = 1.


(c) d4 + 29d2 + 100 = 0
2
Como a = y, vem

a2 = 16 ∨ 
a2 

=−1 ⇔ a = ±4 ⇔ a = 4 ∨ a = −4

Portanto,
S = {−4, 4} .

Exemplo 3.5 Resolva a equação (r + 2)4 − 2(r + 2)2 + 1 = 0.

E.5. Transforme numa equação biqua-


drada, efetue uma mudança de
Resolução: Podemos efetuar a seguinte mudança de variável: variável e resolva cada uma das
equações seguintes:
(r + 2)2 = z. (a) ( x − 4)4 − 2x2 + 16x − 32 = 1
(b) 81x4 + x3 − 8x2 = x3 + x2 + 2
Obtemos,
x4 x
z2 − 2z + 1 = 0 ⇔ z = 1 (c)
81
− ( x − 3) − 5 = x + 1
3
Resolvendo em ordem a variável inicial temos

(r + 2)2 = z ⇒ (r + 2)2 = 1
⇔ r + 2 = ±1
⇔ r = ±1 − 2
⇔ r = 1 − 2 ∨ r = −1 − 2
⇔ r = −1 ∨ r = −3

Temos,
S = {−3, −1} .

3.2 Equações fracionárias

Definição: Equação fracionária

Chama-se equação fracionária a uma equação em que a incógnita


aparece no denominador.
É uma equação que se pode escrever da forma:

A( x )
=0
B( x )

em que A( x ) e B( x ) são polinómios e B( x ) tem grau não inferior à


um.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 44


3. Equações

Para resolver uma equação fracionária procede-se da seguinte forma:

1º. Determina-se o domínio da equação, isto é, o conjunto dos valores que


não anulam os denominadores;
A( x )
2º. Reduz-se a equação à forma =0
B( x )
3º. Resolve-se a equação A( x ) = 0

4º. Indicam-se as soluções da equação, que são as soluções de A( x ) = 0


A( x )
que pertencem ao domínio da equação = 0.
B( x )

x2 − 3x + 2
Exemplo 3.6 Resolva a equação = 0.
x−1
E.6. Resolva as seguintes equações:
Resolução: Seguindo o procedimento, vem: (a)
x2 + 5x − 6
=0
x+1
• D = { x ∈ R : x − 1 6 = 0} = R \ {1}. x3 − 8
(b) =0
A( x ) x+3
• A equação já está na forma = 0. x2 − 7x + 12
B( x ) (c) =0
x2 + 4
• x2 + 3x − 2 = 0 ⇔ x = 2 ∨ x = 1.
• Como 1 6∈ D e 2 ∈ D, vem

x2 − 3x + 2
=0⇔x=2
x−1
Logo, S = {2}.

x + 5 13 − x 40
Exemplo 3.7 Resolva a equação − = 1− 2
x x−5 x − 5x
E.7. Resolva em R, as seguistes equa-
ções:
Resolução: Nesta equação temos que D = R \ {0, 5}.
x −6
(a) = 2
x + 5 13 − x 40 x−3 x − 8x + 15
− = 1− 2 1
x x−5 x ( x − 5) (b) x + + =2
2x − 6 x−3
( x + 5)( x − 5) (13 − x ) x x ( x − 5) 40 1 1 − 2x x2
⇔ − = − (c) + = 2
x ( x − 5) ( x − 5) x x ( x − 5) x ( x − 5) 3 6 − 3x x −4
x2 − 25 13x − x2 x2 − 5x 40
⇔ − = −
x ( x − 5) x ( x − 5) x ( x − 5) x ( x − 5)
x2 − 25 13x − x2 x2 − 5x 40
⇔ − − + =0
x ( x − 5) x ( x − 5) x ( x − 5) x ( x − 5)
x2 − 25 − 13x + x2 − x2 + 5x + 40
⇔ =0
x ( x − 5)
x2 − 8x + 15
⇔ =0
x ( x − 5)

x2 − 8x + 15 ⇔ x = 3 ∨ x = 5.
Observemos que 3 ∈ D mas 5 6∈ D.
Logo,
S = {3}.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 45


3. Equações

Podemos também resolver equações fracionárias por um outro processo:

1º. Determina-se o domínio da equação;

2º. Reescreve-se todas as frações da equação com denominador igual ao


MMC dos denominadores;

3º. Multiplica-se ambos os membros da equação pelo MMC. Eliminam-se


os denominadores;

4º. Resolve-se a equação polinomial resultante;

5º. Descarta-se qualquer valor que não pertença ao domínio e verifica-se


as soluções restantes na equação inicial.

2x x−5
Exemplo 3.8 Resolva a equação + 2 = 1.
x−1 x −1
E.8. Resolva em R:
2 3
Resolução: Seguindo os passos do procedimento, obtém-se: (a)
x−1

1−x
− 1 = 0.

x+6 x2 + 3x + 2
D = { x ∈ R : x2 − 1 6= 0} = R \ {−1, 1}. (b)
x−4
−3 = 2
x − 5x + 4
.

1 2 1−x
(c) + 2 =
x−2 x +x−6 x+3
2x x−5 2x ( x + 1) x−5 ( x − 1)( x + 1)
+ 2 =1 ⇔ + 2 =
x−1 x −1 ( x − 1)( x + 1) x − 1 ( x − 1)( x + 1)
⇔ 2x ( x + 1) + x − 5 = ( x − 1)( x + 1)
⇔ 2x2 + 2x + x − 5 = x2 − 1
⇔ x2 + 3x − 4 = 0
⇔ x = −4 ∨ x=1
S = {−4}

1 4
Exemplo 3.9 Resolva a equação: −1 = .
x−1 x
E.9. Resolva as equações:
Resolução: Seja D = { x ∈ R : x − 1 6= 0 ∧ x 6= 0} = R \ {0, 1}. (a)
x+5
−1 = 2
1
x2 − 2x x − 2x
1 4 x x ( x − 1) 4( x − 1) 2x x2
−1 = ⇔ − = (b) − 2 =0
x+8 x + 5x − 24
x−1 x x ( x − 1) x ( x − 1) x ( x − 1)
5 1 1
⇔ x − x2 + x = 4x − 4 (c) − − =0
2x + 1 4x 2x
⇔ − x2 − 2x + 4 = 0
⇔ x2 + 2x − 4 = 0

−2 ± 4 + 16
⇔ x=
2√
−2 ± 2 5
⇔ x=
2√
⇔ x = −1 ± 5
√ √
⇔ x = −1 + 5 ∨ x = −1 − 5

Portanto √ √
S = {−1 − 5, −1 + 5}.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 46


3. Equações

3.3 Equações Irracionais

Definição: Equação irracional

Chama-se equação irracional a toda equação em que a variável


aparece no radicando (ou com expoente fracionária).

Estudaremos a resolução de equações irracionais com raízes de índice 2,


na variável x.

De um modo geral, o processo para resolver equações irracionais consiste


em:

1º. Isolar num membro, um dos radicais;

2º. Elevar ao quadrado os dois membros da equação resultante;

3º. Resolver a equação obtida e verificar se as soluções encontradas satisfa-


zem a equação dada.

Os passos 1º. e 2º. devem ser repetidos se aparecerem mais do que uma
expressão com radical.
A verificação das soluções no final da resolução, justifica-se pelo fato de

A2 = B2 6 ⇔ A = B

pois A = B ⇒ A2 = B2 mas A2 = B2 6⇒ A = B.
Por essa inconveniência, na resolução de equações irracionais não usamos
o símbolo de equivalência (⇔).


Exemplo 3.10 Resolva, em R, a equação 2x − 3 = 5.

E.10. Resolva as equações:



Resolução: Seguindo o procedimento mencionado acima, vem: (a) 19 − 3x − 1 = 3x

(b) 3x + 1 − 3 = 7
Resolução: Verificação: √
√ (c) 4x − 5 = 17
2x − 3 = 5 √
√ 2 2 · 14 − 3 = 5

⇒ 2x − 3 = 52 25 = 5
⇔ 2x − 3 = 25 5=5 P.V
⇔ 2x = 28
⇔ x = 14
Logo
S = {14}.

Quando se aplica este método para a resolução de uma equação irracional,


pode encontrar-se valores para a variável que não são soluções da equação,
por isso, é imprescindível fazer sempre a verificação. Observemos os
exemplos seguintes.

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3. Equações

√ √
Exemplo 3.11 Resolva a equação x+2+ 3x + 4 = 2.

E.11. Resolva, em R, as seguintes equa-


ções:
Resolução: Temos: √ √
(a) 2x − 3 − x − 5 = 2

Resolução: Verificação: (b) x−3+5 = x
√ √ Para x=7 √ √
x + 2 + 3x + 4 = 2 (c) x+5+ x+3 = 5
√ √ √ √
⇔ 3x + 4 = 2 − x + 2 7+2+ 3·7+4 = 2
√ 2  √  2 √ √ Curiosidade!
⇒ 3x + 4 = 2 − x + 2 9 + 25 = 2
√ "A Matemática também diz que te
⇔ 3x + 4 = 4 − 4 x + 2 + x + 2 3+5 = 2 amo"
√ O valor de x que verifica a equação
⇔ 4 x + 2 = 2 − 2x 8 = 2 P.F abaixo comprova isso.
√ 1−x r
⇔ x+2 = Para x = −1 ax + ate
=a
2 mo

1−x
2 √ q
−1 + 2 + 3 · (−1) + 4 = 2 Elevando ao quadrado ambos os
⇒ x+2 =
2 √ √ membros da igualdade, temos:

1 − 2x + x 2 1 + 1=2 ax + ate
⇔ x+2 = = a2 ,
1+1 = 2 mo
4
o que leva a
⇔ 4x + 8 = 1 − 2x + x2 2 = 2 P.V
ax + ate = a2 mo.
⇔ x2 − 6x − 7 = 0
Transpondo a parcela ate para o
⇔ x = 7 ∨ x = −1 outro lado da igualdade e
dividindo-se todos os termos por a,
que é suposto diferente de zero,
obtemos o resultado:
Portanto 7 não verifica a equação, apenas −1 é solução. x = amo − te!
Logo,
S = {−1}.

√ √
Exemplo 3.12 Resolva a equação irracional x+1− x+6 = 1

E.12. Resolva as equações seguintes:



Resolução: Seguindo o procedimento, obtemos: (a) x−5−5 = x
√ √
(b) x+5 = x−1
Resolução: Verificação: √ √
√ √ (c) x+2+ x+7 = 0
x+1− x+6 = 1 √ √
√ √ 3+1− 3+6 = 1
⇔ x+1 = 1+ x+6 √ √
√ 4− 9 = 1
2  √ 2
⇒ x+1 = 1+ x+6 2−3 = 1

⇔ x+1 = 1+2 x+6+x+6 −1 = 1 P.F

⇔ −2 x + 6 = 6

⇔ x + 6 = −3
√ 
⇒ x + 6 = (−3)2
⇔ x+6 = 9
⇔ x=3

Concluímos que a equação não tem solução, ou seja,

S = ∅.

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3. Equações

No exemplo seguinte resolvemos uma equação irracional com três radicais.

√ √ √
Exemplo 3.13 Resolva a equação x+1+ 2x = 5x + 3.

E.13. Resolva as equações:


√ √ √
Resolução: Aqui optamos por isolar a raiz que consideramos mais com- (a) −3x −
1 − 3x = x + 1
√ √ √
plexa: (b) 2x + 1 + 1 − x = 2 + x
√ √ √
Resolução: (c) 7 − 2x − x + 2 = x + 5

√ √ √
x + 1 + 2x = 5x + 3
√ √ 2  √ 2
x + 1 + 2x = 5x + 3
q
x + 1 + 2 ( x + 1)(2x ) + 2x = 5x + 3
p
2 2x2 + 2x = 2x + 2
p
2x2 + 2x = x + 1
p 2
2x2 + 2x = ( x + 1)2
2x2 + 2x = x2 + 2x + 1
x2 − 1 = 0
x = 1 ∨ x = −1

Verificação:
Para x = 1
√ √ √
1+1+ 2·1 = 5·1+3
√ √ √
2+ 2 = 8
√ √
2 2 = 22 · 2
√ √
2 2 = 2 2 P.V

Para x = −1
√ q q
1 − 1 + 2(−1) = 5(−1) + 3
√ √ √
0 + −2 = −2

P.F porque −2 6∈ R

Portanto 1 é solução da equação.

S = {1}.

3.4 Equações modulares


O módulo de uma expressão qualquer, é a própria expressão se ela for
maior ou igual a zero e o seu simétrico se ela for menor que zero.
Definição de módulo de um número
Simbolicamente, se g( x ) é uma expressão algébrica, teremos: 
 x se x > 0
 |x| =
 g( x )
 se g( x ) > 0 
− x se x < 0
| g( x )| =

 − g( x ) se g( x ) < 0

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3. Equações

Exemplo 3.14 Reescreva, sem o símbolo do módulo, as seguinte


expressões:
(a) |3 − x | (b) | x2 − 5x + 6|
E.14. Escreva sem módulo:
Resolução: Aplicando a definição, temos: (a) | − x |
(b) | x2 − 3x |
(a) Com efeito, (c) 1 + | x − 2| − x
(
3−x se 3 − x > 0
|3 − x | =
−(3 − x ) se 3 − x < 0
(
3−x se 3 > x
=
−3 + x se 3 < x

Logo (
3−x se x 6 3
|3 − x | =
x−3 se x > 3

(b) Com efeito,


(
x2 − 5x + 6 se x2 − 5x + 6 > 0
| x2 − 5x + 6| =
−( x2 − 5x + 6) se x2 − 5x + 6 < 0
(
x2 − 5x + 6 se x 6 2 ∨ x > 3
=
−( x2 − 5x + 6) se 2 < x < 3

Portanto
(
2 x2 − 5x + 6 se x 6 2 ∨ x > 3
| x − 5x + 6| =
− x2 + 5x − 6 se 2 < x < 3

O valor absoluto de um número real goza de algumas propriedades.


Teorema: Propriedades do módulo

Se x, y são números reais, com y 6= 0, tem-se:

(a) | x | = 0 ⇔ x = 0 x |x|
(d) =
y |y|
(b) | x | = | − x |

(c) | x · y | = | x | · | y | (e) | x | = | y | ⇔ x 2 = y2

Comecemos, antes de resolver, por definir equações modulares.


Definição: Equação modular

Chama-se equação modular à toda equação em que a variável se


encontra dentro do módulo.

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3. Equações

Veremos alguns casos de resoluções de equações modulares:

1º caso |f(x)| = a; ( a ∈ R)

• Se a < 0 então | f ( x )| = a é impossível.


• Se a > 0 então | f ( x )| = a ⇔ f ( x ) = a ∨ f ( x ) = − a

Exemplo 3.15 Resolva a equação | x − 1| = 2.

E.15. Resolva:
Resolução: Como o módulo é positivo, temos: (a) | x + 4| = −8
(b) | x2 − 3x | = 9
| x − 1| = 2 ⇔ x − 1 = 2 ∨ x − 1 = −2 (c) 3 + |1 − x | = 7

⇔ x = 3 ∨ x = −1

S = {−1, 3}.

2º caso |f(x)| = |g(x)|


Para resolver este tipo de equação, basta lembrar que duas expressões
têm o mesmo módulo se representarem o mesmo valor numérico ou
números simétricos. Como efeito,

| f ( x )| = | g( x )| ⇔ f ( x ) = g( x ) ∨ f ( x ) = − g( x )

Exemplo 3.16 Resolva a equação modular | x + 2| = |3x − 7|.

E.16. Resolva:
Resolução: Seguindo a fórmula acima, obtemos: (a) |5x − 3| = | − x |
(b) |3x − 2| = |5x + 4|
| x + 2| = |3x − 7| ⇔ x + 2 = 3x − 7 ∨ x + 2 = −(3x − 7) (c) |7 − x | − |2x + 3| = 0

⇔ x + 2 = 3x − 7 ∨ x + 2 = −3x + 7
⇔ −2x = −9 ∨ 4x = 5
9 5
⇔ x = ∨x =
2 4
 
9 5
S= ,
2 4

3º caso |f(x)| = g(x)


Atenção, observemos que temos uma expressão em x no segundo mem-
bro da equação representando o resultado do módulo presente no
primeiro membro; sabemos que o resultado de um módulo não pode
ser negativo.

Assim para este tipo de equação modular, devemos iniciar sua resolução
impondo a condição de existência do módulo em questão.

A solução deve verificar também a condição de existência.

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3. Equações

Exemplo 3.17 Resolva a equação |3x − 5| = 5x − 1

E.17. Resolva, no universo dos números


reais, as seguintes equações:
Resolução: Seguimos os seguintes passos:
(a) 3 − 2x = |2x − 3|
1 (b) |5x | = x2 − 6
• Condição de existência do módulo: 5x − 1 > 0 ⇔ 5x > 1 ⇔ x >
5 (c) | x2 − 5x | − 5x + 9
• Resolução

|3x − 5| = 5x − 1 ⇔ 3x − 5 = 5x − 1 ∨ 3x − 5 = −(5x − 1)
⇔ 3x − 5 = 5x − 1 ∨ 3x − 5 = −5x + 1
⇔ −2x = 4 ∨ 8x = 6
3
⇔ x = −2 ∨ x =
4

• Como −2 não satisfaz a condição de existência, vem


 
3
S= .
4

De um modo geral, podemos usar a definição e/ou as propriedades do mó-


dulo para resolver qualquer equação que envolvam modulo de expressões
algébricas. Vejamos alguns exemplos.

Exemplo 3.18 Usando as propriedades do módulo, resolva a equa-


ção
|5x − x2 |
3| x + 1| =
|x|

E.18. Resolva:
Resolução: Aplicando as propriedades do módulo vem: (a) | x + 5| = 2| x − 1|
x−3
(b) − |x| = 0
|5x − x2 | 5x − x2 5
3| x + 1| = ⇔ |3|| x + 1| = Prop. (d)
|x| x (c) |2x + 1| =
7
| x + 2|
⇔ |3( x + 1)| = |5 − x | Prop. (c)
⇔ |3x + 3| = |5 − x |
⇔ (3x + 3)2 = (5 − x )2 Prop. (e)
2 2
⇔ (3x + 3) − (5 − x ) = 0
⇔ [(3x + 3) − (5 − x )] [(3x + 3) + (5 − x )] = 0
⇔ (4x − 2)(2x + 8) = 0
1
⇔ x = ∨ x = −4
2
Logo,  
1
S= −4,
2

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3. Equações

Exemplo 3.19 Resolva a equação | x − 3| + | x − 10| = 11


E.19. Resolva as equações:
Resolução: Aplicando a definição, podemos escrever (a) | x − 3| + | x + 5| = 12
( (b) |4x | + x = 1 + 2| x + 1|
x−3 se x > 3 (c) | x + 2| + | x | = |1 − x |
| x − 3| =
−x + 3 se x < 3
(
x − 10 se x > 10
| x − 10| =
− x + 10 se x < 10
Resume-se a combinação dessas expressões numa tabela

x −∞ 3 10 +∞
| x − 3| −x + 3 0 x−3 7 x−3
| x − 10| − x + 10 7 − x + 10 0 x − 10
| x − 3| + | x − 10| −2x + 13 7 7 7 2x − 13

Reescrevendo a equação sem módulo, resulta


 −2x + 13 = 11 se x < 3

| x − 3| + | x − 10| = 11 ⇔ 7 = 11 se 3 6 x 6 10

 2x − 13 = 11 se x > 10

 x = 1 se x < 3

⇔ 7 = 11 se 3 6 x 6 10 (impossível)

 x = 12 se x > 10

Verifica-se que os valores encontrados no 1º e no último ramo, satisfazem as


condições.
Logo,
S = {1, 12}.

Algumas equações modulares podem ser resolvidas aplicando mudanças


de variáveis.

Exemplo 3.20 Resolva a equação 3| x |2 − |2x | = 1.

E.20. Resolva as seguintes equações:


Resolução: Seja 3| x |2 − |2x | = 1 ⇔ 3| x |2 − 2| x | − 1 = 0.
(a) | x |3 − 7| x |2 + 6| x | = 0
Fazendo | x | = y temos
(b) | x + 2|2 − |4x − 8| = 5

3| x |2 − 2| x | − 1 = 0 ⇔ 3y2 − 2y − 1 = 0 (c) 3| x |2 = |6x |

1
⇔ y = 1∨y = −
3

Retomando a variável inicial vem


1
| x | = 1 ∨ | x |=− ⇔ x = 1 ∨ x = −1
 2
Portanto,
S = {−1, 1} .

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 3. EQUAÇÕES

1. Resolva as seguintes equações: 8. Resolva, em R, cada uma das seguintes equações:

(a) 3( x + 4)( x2 + 1) = 0 20 2
(a) 2x4 + 5 = 11x2 (c) 5x4 − 25 = − x
2 3
(b) 7(2x − 3) ( x + 1) ( x − 5) = 0 3
(c) 4( x − 10)5 (2x − 3) = 4( x − 10)5 ( x − 1) (b) 3x4 − 4x2 = 7 (d) 2x4 − 16x2 − 18 = 0
(d) ( x2 + x + 1)3 (7x − 14)5 = 0
9. Resolva as equações biquadradas:
2. Uma das soluções da equação (a) x4 − 18x2 + 81 = 0
(b) x4 − 6x2 + 10 = 0
x3 − 6x2 + 11x − 6 = 0  2  2
(c) x2 − 2 + x2 − 4 = 4
é o número 1. Determine o conjunto-solução.  2  2
(d) x2 − 3 + x2 + 1 = 26
3. Resolva a equação
x2 − 3 2x2 + 4
(e) x4 − =
2 3
x4 − 4x3 + 8x2 − 16x + 16 = 0 2−5 2+5
x x
(f) x4 − =
sabendo que 2 é raiz dupla da mesma. 4 3
10. Resolva a equação
4. Resolva em, R, a equação   
x4 − 2x2 − 8 x2 − 2 = 0
x4 − 4x3 − x2 + 16x − 12 = 0,
11. Resolva as seguintes equações:
sabendo que duas de suas raízes são 2 e 3. 5 3 x+2 x
(a) = (d) =
5. Resolva, em R, cada uma das equações seguintes, x+4 x−2 x−5 x−1
−3 2x 3x + 1 −x
dada uma de sua raízes r: (b) = (e) 2 =
x+2 x−3 x −1 x+1
(a) x3 − 2x2 − 13x − 10 = 0 e r = 5 x+2 x−1 7x − 15 x−2
1 (c) = (f) 2 =
(b) 2x3 − x2 + 2x − 1 = 0 e r = x−3 x−2 x −9 x−3
2
(c) x3 + 3x2 + 2x + 6 = 0 e r = −3 12. Resolva cada uma das seguintes equações:
1 −10 x
(d) 3x3 − x2 − 3x + 1 = 0 e r = (a) =
3 x2 − 12x + 35 x−5
x x+1 5
6. Resolva, em R, cada uma das seguintes equações, (b) − = 2
x+1 x−4 x − 3x − 4
dadas duas de suas raízes r1 e r2 : x+1 x−2 11x + 32
(c) + = 2
(a) x4 − 5x3 + 3x2 + 15x − 18 = 0, com r1 = 2 e x+6 x+4 x + 10x + 24
x 1 2x + 5
r2 = 3 (d) − = 2
5 4 3 2 x+1 x+2 x + 3x + 2
(b) 3x − 16x + 11x + 22x − 8x = 0, com r1 = −1 x 1 7
e r2 = 4 (e) − = 2
x−2 x+5 x + 3x − 10
(c) 2x4 − 2x3 − 13x2 + x + 6 = 0, com r1 = −2 e 4 1 25
(f) − =
r2 = 3 x−2 2−x x+6
3 1 10
(d) x6 − 4x5 + 5x4 − 4x3 + 4x2 = 0, com r1 = r2 = 2 (g) − = 2
x+1 1−x x −1
1 3 4
7. Resolva as equações biquadradas abaixo em R: (h) + =
x2 − 9 x + 3 x−3
(a) x4 − 8x2 + 16 = 0 3 5 1
(i) − = 2
(b) x4 − 8x2 − 9 = 0 x−2 x+3 x +x−6
2x − 1 3x − 1 x
(c) x4 − 4 = 3x2 (j) + =
3x + 3 6t + 6 x+1
(d) x4 − 5x2 + 10 = 0 x−1 2x + 1 1
(k) + =
x2 − 9 x−3 x+3
  
(e) x2 − 1 x2 − 12 + 24 = 0
x+1 5
2 (l) = 2 +1
x−3 x −3
  
(f) x2 + 2 = 2 x2 + 6

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13. Resolva, em R, cada uma das seguintes equações: 20. Resolva e verifique os valores encontrados:
x+1 √ √
(a) =0 (a) 11x + 3 − 2x = 0 (d) x+7+5 = x
x+2 √ 1
1 (b) 5x + 4 − 3x = 0 (e) ( x + 3) 2 − 1 = x
(b) =0 √ 1
x+5 (c) 3x + 13 − 5 = x (f) (5 − x ) 2 = x
2x + 9
(c) ( x − 2) =0
x−2 21. Resolva as equações seguintes e verifique as solu-
2x2 − 11x + 5
(d) =0 ções:
x−5 √ √
2 1 (a) x + 46 − x − 35 = 1
(e) − =3 √ √
x−1 1−x (b) x − 16 + x + 16 = 8
√ √
x−2 4 8 (c) x − 19 + x − 6 = 13
(f) + = 2 √ √
x x−2 x − 2x (d) x + 31 − x + 12 = 1
x2 1 √ √
(g) − 2x = −1 (e) x − 2 − x − 49 = 1
x+1 x+1 √ √
1 1 (f) x + 13 + x + 8 = 5
(h) 2 + 2 = 3− √ √
9x − 1 1 − 9x2 (g) x + 27 − x − 22 = 1
√ √
1 4 6 (h) x + 10 + x + 13 = 3
(i) − = 2 √ √
x−3 2−x x − 5x + 6 (i) x + 30 − x − 38 = 2
√ √
14. O Mário e o Carlos saíram da Praia ao mesmo (j) x + 36 − x + 11 = 1
tempo, cada um com a sua viatura e partiram para
√ √
(k) x − 17 + x + 3 = 10
um passeio no Tarrafal à 98 km. Se o Mario guia √ √
(l) x + 18 + x + 13 = 5
10 km/h mais rápido que e ele teve que aguardar √ √
(m) x + 3 − x + 1 = 1
10 minutos antes que Carlos chegasse à Tarrafal, √ √
(n) px + 4 + 11 + x p=7
quão rápido eles estavam dirigindo?
(o) 3x − 4x + 34 − 3x2 − 4x − 11 = 5
2

15. Resolva:
22. Resolva:
√ √ √ √
(a) x+1 = x+9
(a) 2 + 3x − 2 = 6 (b) 5x − 1 + 3 = x √ q
(b) 1 + x = 3( x − 1)
√ √
16. Resolva: (c) 3x + 1 = 5x + 1
√ √
√ √ (d) x + 2 = 2x + 7
(a) 4m + 8 m − 5 = 0 (c) 2w + 3 w = 14
√ √ 23. Resolva:
(b) 4m + 8 m − 21 = 0 (d) 3w + 3 w = 12 √ √
(a) 2x + 3 + 2 = x − 2
√ √
(b) 2x − 1 − x − 5 = 3
17. Resolva as seguintes equações: √ √
(c) x+3+ 2−x = 3
√ √ √ √
(a) x+1+x = 5 (e) x+5−x = 3 (d) x+7 = 2+ 3−x
√ √ √ √
(b) x+8−x = 8 (f) x+5+x = 7 (e) 8−x = 1+ x+5
√ √
√ √
(c) x+4+x = 8 (g) x+9−x = 9
(f) p3x + 1 + 2 = x − 1
√ √ (g) 4x2p+ 12x + 1 − 6x = 9
(d) x+8−x = 2 (h) x+7+x = 5
(h) 6x − 4x2 − 20x + 17 = 15

18. Resolva: 24. Resolva as seguintes equações:



√ √ (a) x+6+x−6 = 0

(a) x = 5x + 4 (d) 2x − 1 = 8x + 1 (b) x−2−x+4 = 0
√ √ √ √
(b) x = x+6 (e) x = 3x − 5 + 1 (c) x+2+ x+7 = 0
√ √ √ √
(c) x − 2 = 2x − 1 (f) x − x + 3 = 3 (d) x + 3 − x + 8 = −1
√ √
(e) x+1− x+6 = 1
√ √
19. Resolva: (f) − 2x + 9 + 3x + 16 = 1
1 2
√ √ (g) √ −√ =0
(a) 3 x + 3 = 15 (d) 3x + 4 = 4 x x + 12
√ √ x 2x
(b) 4 x − 1 = 3 (e) 2x + 3 = 7 (h) √ − √ =0
√ √ 2x + 3 3 x + 1
(c) x + 3 = 5 (f) 6 − 3x − 2 = 0

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 55


25. Resolva: 30. Resolva:
√ √ √
(a) 1 + 3x − 2x − 1 = px + 2 (a) x + 8 = |4x + 6|
√ √
(b) 2 x + 3 = 2x − 2 + x2 − 17
(b) 2|3x + 1| = 2x − 8
26. Resolve, em R, cada uma das seguintes equações:
√ √ (c) |5x − 10| = 2x + 3
(a) x + 15 = 2x + 2
√ √ (d) |6 − 3x | = x + 4
(b) x + 15 + 2 x + 1 = 0
√ (e) | x2 − x | = x
(c) px − 8 = 2x + 1
(f) | x2 − 3x | = x − 3
(d) x2 − 2x + 3 − x + 1 = 0
√ (g) |8x − 16| = 7x + 1
(e) 3 − x + 1 = x − 2
√ √
(f) x − 1 − x = 4 (h) |2 − 3x | = 1 − x
√ √
(g) x − 7 − 3 = x − 4 (i) | x2 − 4x | = 5x
√ √
(h) x + 5 + 2x + 8 = 7
√ √ (j) | x2 − 5x | = x − 5
x−1 x
(i) √ = √ (k) | x + 3| − 5 = x
x
√ √ x+1 √
(j) x + 6 + x − 1 = 7x − 21 31. Resolva, em R, as seguintes equações:

r
2x √
(k) − x= 3 (a) x3 − x = x2 + x
3
27. Determine o conjunto-solução das equações irraci- 2x − 1 x
(b) =
onais: x+2 x+2
√ √
(a) x + 8 · x + 3 = 6 (c) x4 − 2x2 = 2x2 − 3
q √
q √
(b) 3 + x = 12 + 4x x2 − x x2 + 2x − 3
(d) =
q √ √ x x+4
(c) x + 2x = 2x
q √ 32. Obtenha o conjunto dos valores x, x ∈ R, que
(d) x + 2x = 2
q satisfaçam cada uma das equações:
p
(e) 1 − x4 − x2 = x (a) |3x + 12| + | x + 6| = 13x
q√ √
(f) x + 25 = x + 5 (b) |3x − 6| + |4 − x | = 6
q √ √
(g) 7 + 4x − 1 = 2 2 (c) |5x + 1| − |1 − x | = 6x

28. Resolva as equações modulares: (d) | x2 − 3x | + |3x − 1| = 8


(e) |3x − 1| + | x + 2| = 2x + 7
(a) 2 = |2x − 4| (f) |2x2 + 4x − 1| = −2
(f) |1 − 2x | − |3 − x | = x − 2
(b) |3x − 6| = 6 (g) |2x2 + 7x − 1| = 3
(g) |2x2 + x | + |1 − x | = 3
(c) | x2 − 2x − 15| = 16 (h) 4 = | − 3( x − 2)2 + 4|
(h) | x2 + 3x | + | x2 − 6x | = 2
(d) 1 = | x2 + 8x + 16| (i) | − x2 + 10x − 8| = 4
(e) 3 = |3x2 − 3| (j) | − x2 + 10x − 8| = 10 33. Resolva cada uma das seguintes equações:
q
29. Resolva, em R, as equações: (a) ( x − 3)2 + | x | = 3x
q
(a) |3x − 1| = |2x + 6| (f) |8x − 1| = | x − 4| (Lembre que ( x − 3)2 = | x − 3|)
(b) |5x + 8| = |4x + 10| (b) | x − 1| + |2x − 1| − |3x − 5| = 0
(g) | x − 2| = | x + 3| p
(c) |3x − 1| = |1 − 2x | (c) x2 − 4x + 4 + | x + 2| = 3
(h) |2x2 − 3x | = | x − 2| (Note que x2 − 4x + 4 = ( x − 2)2 )
(d) | x2 − 3x | = | x |
(e) | x2 − 5x | = | x − 5| (i) | x2 − x | = 2| x | (d) | x2 − x | + | x2 + x | = |2x |

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 56


4 I NEQUAÇÕES

Introdução
O conceito de inequações faz parte do folclore da Matemática. A sua
importância é inquestionável.

Na antiguidade, os matemáticos usavam muito pouco o conceito de ine-


quações. Dentre esses destacaram apenas a desigualdade triangular, a
desigualdade isoperimétrica, etc.

Apenas algumas desigualdades vieram de tradições antigas. Nada acon-


teceu muito até Newton e um século depois Cauchy. Quatro linhas de
desigualdades surgiram nos primeiros oito décadas do século XIX. Nota Histórica

Nas últimas duas décadas várias desigualdades foram provados que tinha
nomes ligados a eles e essas desigualdades começaram para ser consi-
derado parte do conhecimento básico dos analistas. Além disso, certos
artigos cujo único propósito era provar uma desigualdade foram publica-
dos, incluindo um por Chebyshev.

Um grande marco para o desenvolvimento do conceito de inequações foi


o livro Inequações de Hardy et al. onde se organiza algumas inequações
famosas e se lhes atribuem as fontes corretas.

Godfrey Harold Hardy (1877 -


As inequações são vitais para a Matemática. São aplicadas como ferramen- 1947) Matemático inglês que
tas especializada no estudo de funções, na demostração de desigualdades, contribui muito para o
desenvolvimento do conceito de
no estudo de aproximações e otimizações, entre muitas outras áreas.
inequações.

Hoje em dia já existem dois jornais especializados em inequações e uma


disciplina dentro da Matemática chamada inequações.
4. Inequações

4.1 Inequações inteiras

Definição: Inequação inteira

Chama-se inequação inteira a qualquer expressão que pode ser


escrita numa das formas

P( x ) < 0, P( x ) > 0, P( x ) 6 0 ou P( x ) > 0,

em que P( x ) é um polinómio na variável x.

Grande parte das propriedades em equações são aplicáveis para inequações,


com excepção do princípio de multiplicação que se apresenta de forma
seguinte:
Teorema: Princípio de multiplicação

• Multiplicando ou dividindo ambos os membros de uma ine-


quação por um número positivo não altera o sentido da desi-
gualdade.

• Multiplicando ou dividindo ambos os membros de uma inequa-


ção por um número negativo inverte o sentido da desigualdade.

4.1.1 Inequações de 1º e 2º graus

Já é conhecida, de anos anteriores, o procedimento para resolver inequações


de grau 1 e 2. A título de revisão, vejamos então alguns exemplos.

Exemplo 4.1 Resolva a inequação


6x − 1
   
1 1
3 x− − >5 .
2 3 6

E.1. Resolva cada uma das inequações


seguintes, indicando para cada
Resolução: Aplicando passos análogos às equações, temos: transformação, o principio que
justifica:
6x − 1
   
1 1
3 x− − >5 (a) 2(2x + 3) − 10 < 6( x − 2)
2 3 6
2x − 3 4x
3 1 30x − 5 (b) +6 > 2+
4 3
⇔ 3x − − > Desembaraçar de parêntesis
2 3 6 (c)
2x

x−3
6
2x

3
( x + 2)
5 2 3 10
⇔ 18x − 9 − 2 > 30x − 5 Desembaraçar de denominadores
⇔ 18x − 30x > −5 + 9 + 2 Agrupar termos semelhantes
⇔ −12x > 6
1
⇔x<−
2
Portanto,
 
1
S = −∞, − .
2

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 58


4. Inequações

Exemplo 4.2 Resolva a inequação x2 − 4x + 3 6 0.

E.2. Resolva em R, cada uma das ine-


quações:
Resolução: A técnica de resolução, consiste em considerar o primeiro
(a) x2 − 10x + 9 > 0
membro como sendo uma função, esboçar o seu gráfico (uma parábola, nesse
(b) 2x2 + 7x < 0
caso) e estudar o sinal dessa função.
(c) x2 + 2x > 8
Com efeito teremos:
Zeros da função: x2 − 4x + 3 = 0 ⇔ x = 1 ∨ x = 3.
Graficamente temos:

+ +
−∞ 1 − 3 +∞

Estamos interessados no intervalo do x em que a função é não-positiva, logo

S = [1, 3].

4.1.2 Inequações de grau superior a 2

Comecemos por ver um exemplo.

Exemplo 4.3 Resolva a inequação 2x3 − x2 − 8x + 4 < 0 sabendo


que 2 é uma das raízes do polinómio P( x ) = 2x3 − x2 − 8x + 4.

E.3. Resolva as seguintes inequações:


Resolução: Interessa-nos que o segundo membro da inequação seja 0 e (a) 2x3 − 5x2 − 4x + 3 6 0,
sendo −1 sua raiz.
que o primeiro membro esteja fatorizado para, de seguida, fazermos o estudo
(b) x4 − 13x2 + 19 > −17
do sinal. Conhecida uma das raízes, recorre-se a regra de Ruffini para fatorizar
(c) (− x3 + 8)( x2 − 4) > 0
o polinómio. Assim,
P( x ) = ( x − 2)(2x2 + 3x − 2)
2 −1 −8 4
2 4 6 −4
2 3 −2 0 1
2x2 + 3x − 2 = 0 ⇔ x = −2 ∨ x =
2
 
1
Portanto, P( x ) = 2( x − 2)( x + 2) x − .
2
Através da tabela seguinte, estudamos o sinal

1
x −∞ −2 2 +∞
2
x−2 − − − − − 0 +
x+2 − 0 + + + + +
1
x− − − − 0 + + +
2
P( x ) − 0 + 0 − 0 +

Na tabela identificamos o intervalo de x em que P( x ) é negativo.


Portanto,  
1
S =] − ∞, −2[∪ , 2 .
2

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4. Inequações

4.2 Inequações fracionárias


As inequações

x+2 2x − 3 x x2 − 1
>2, <0 e >
x−3 x+5 x+4 5−x
são chamadas inequações fracionarias.

Na resolução de inequações fracionárias, estudamos o sinal do quociente


do primeiro membro, quando o segundo membro é zero.

Os próximos exemplos mostram como usar uma tabela de sinal para


resolver inequações fracionárias.

Exemplo 4.4 Resolva a inequação


x−5
60
3−x
e apresente a solução em notação de intervalo.

E.4. Resolva cada uma das seguintes


inequações:
Resolução: A variável x toma valores de −∞ a +∞.
3x − 2
(a) 60
x−4
• Determinação dos zeros do numerador e do denominador:
( x + 2)( x − 3)
x−5 = 0 ⇔ x = 5 (b)
x+5
<0
3−x = 0 ⇔ x = 3 x2 + 7
(c) >0
x2 − 6x + 8
• Estudo de sinal

x −∞ 3 5 +∞
x−5 − − − 0 +
3−x + 0 − − −
x−5
− n.d. + 0 −
3−x

• Conclui-se, observando o quadro, que

S =] − ∞, 3[∪[5, +∞[.

Na resolução da inequação anterior, o procedimento consistiu em estudar


x−5
o sinal do quociente , para determinar o intervalo de x em que o
3−x
quociente é negativo ou zero, que só acontece se o numerador e o denomi-
nador tiverem sinais diferentes ou o numerador for zero.

x−5
Com isso lembramos que as inequações 6 0 e ( x − 5)(3 − x ) 6 0
3−x
tem as mesmas soluções porque a regra dos sinais para o produto e para o
quociente é a mesma.

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4. Inequações

Para resolver uma inequação fracionária adotamos o seguinte procedi-


mento:
A( x )
1º. Reescreve-se a inequação com o primeiro membro na forma e
B( x )
zero no segundo membro.

2º. Determina-se os zeros do numerador e do denominador

3º. Constrói-se um quadro de sinal para o primeiro membro

4º. Usa-se a regra dos sinais para a divisão de números, para determinar
as regiões que satisfazem a condição encontrada no 1º. passo.

2x + 7
Exemplo 4.5 Resolva, em R, a inequação > 3.
x−4
E.5. Resolva as seguintes inequações:
Resolução: O método para a resolução de inequações fracionarias é base- x2 − 4x + 3
(a) 61
x2 + 3x
ada no estudo do sinal de um quociente. Em ultima instância, isso requer que
1 −1 1
um membro da inequação seja zero. (b) 2 < −
x −1 x−1 3
x−2 4 8
(c) + > 2
O domínio é R \ {4}. x x−2 x − 2x
E.6. Recorrendo a intervalos de núme-
ros reais, represente em R, o do-
Se a inequação não estiver dessa forma, nosso primeiro trabalho é transformá- mínio das seguintes expressões al-
la nessa forma. gébricas:
s
x2 − 4x + 3
(a)
2x + 7 2x + 7 2x + 7 3( x − 4) x2 + 2x + 1
>3 ⇔ −3 > 0 ⇔ − >0
x−4 x−4 x−4 x−4
s
x2 − 1
2x + 7 − 3x + 12 − x + 19 (b) 2
−1
x − 5x + 6
⇔ >0⇔ >0
x−4 x−4 2
(c) r
x
Determinação dos zeros −7
x−1
− x + 19 = 0 ⇔ x = 19
x−4 = 0 ⇔ x = 4
Quadro de sinal

x −∞ 4 19 +∞
− x + 19 + + + 0 −
x−4 − 0 + + +
− x + 19
− n.d. + 0 −
x−4

− x + 19
O conjunto-solução consiste do intervalo em que o quociente é
x−4
não-negativo.

Logo,
S =]4, 19].

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4. Inequações

4.3 Inequações modulares


Do mesmo modo como fizemos o estudo das equações modulares, faremos Inequações com módulos
o estudo das inequações modulares, classificando-as em alguns casos: Seja a um número real positivo:
1. | x | < a ⇔ − a < x < a
1º caso: |f(x)| < a ou |f(x)| 6 a ou |f(x)| > a ou |f(x)| > a
As inequações desse tipo, com a positivo, resolvem-se aplicando, res- −∞ −a 0 a +∞

pectivamente: 2. | x | 6 a ⇔ − a 6 x 6 a

| f ( x )| < a ⇔ − a < f ( x ) < a −∞ −a 0 a +∞

| f ( x )| 6 a ⇔ − a 6 f ( x ) 6 a 3. | x | > a ⇔ x < − a ∨ x > a

| f ( x )| > a ⇔ f ( x ) < − a ∨ f ( x ) > a −∞ −a 0 a +∞

| f ( x )| > a ⇔ f ( x ) 6 − a ∨ f ( x ) > a 4. | x | > a ⇔ x 6 − a ∨ x > a

−∞ −a 0 a +∞

Exemplo 4.6 Resolva, em R, as seguintes inequações:

(a) |3x − 1| 6 8 (b) 5 − 6| x + 7| 6 −1

Resolução: Aplicamos as propriedades acima, cada caso:


E.7. Resolva, em R, as inequações:
(a) Com efeito, temos: x 1
(a) − >4
2 3
|3x − 1| 6 8 ⇔ −8 6 3x − 1 6 8 (b) 2x2 − x − 2 < 1
(c) 9 − 2|4x + 1| > 3
Essa dupla desigualdade
 é equivalente a:
( 7
3x − 1 > −8 
x>−
⇔ 3
3x − 1 6 8  x63

O conjunto-solução do sistema é a interseção das duas condições, ou


seja,

−∞ 7 3 +∞

3

Assim,    
7 7
S= x∈R:− 6x63 = − ,3 .
3 3
(b) Com efeito, fazemos

5 − 6| x + 7| 6 −1 ⇔ −6|4x + 1| 6 −6
⇔ | x + 7| > 1
⇔ x + 7 > 1 ∨ x + 7 6 −1
⇔ x > −6 ∨ x 6 −8

−∞ −8 −6 +∞

Portanto,

S = { x ∈ R : x 6 −8 ∨ x > −6} = ]−∞, −8] ∪ [−6, +∞[ .

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4. Inequações

2º caso: |f(x)| < g(x) ou |f(x)| 6 g(x) ou |f(x)| > g(x) ou |f(x)| > g(x)
Resolvemos essas inequações usando a seguinte técnica:

1º. Isola-se o módulo do 1º membro


2º. Escreve-se a função do primeiro membro sem modulo (definida por
ramos), com recurso à uma tabela, se necessário
3º. Resolve-se as inequações obtidas em cada intervalo respetivo
4º. O conjunto-solução será união dos conjunto-soluções encontradas
em cada região.

Exemplo 4.7 Resolva, em R, a inequação

|4x + 2| > −5x + 7.

E.8. Determine, em R, o conjunto solução


de cada uma das seguintes inequa-
Resolução: Pela definição de modulo, tem-se ções:

1 (a) x2 − 3x + 2 < x2

 4x + 2

 ⇐x>−
2 (b) |3x − 1| 6 x2 + 1

|4x + 2| = (c) |5x − 4| 6 4x − 5


 −4x − 2 1 x2 − 2x
⇐x<−

(d) 6 x+1
2 x+1

Então temos,
1

 4x + 2 > −5x + 7 se x > −


 2
|4x + 2| > −5x + 7 ⇔


 −4x − 2 > −5x + 7 1
se x < −

2
1

 9x > 5 se x > − 2





 1
 x>9 se x < −

2
5 1

 x> 9

 se x > −
 2

1


 x>9 se x < − (impossível)

2
5
⇔x>
9

−∞ 1 5 +∞

2 9

O conjunto-solução é então
   
5 5
S= x∈R:x> = , +∞ .
9 9

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4. Inequações

Agora, vejamos um exemplo em que a inequação tem mais do que uma


expressão dentro do módulo.

Exemplo 4.8 Resolva em, R, a inequação | x | + | x − 1| < 3.

E.9. Determine o conjunto de todos


os números reais que satisfaçam
Resolução: Os termos com módulos estão isolados no 1º membro. cada uma das seguintes desigual-
Pela definição de módulo de um número real, dades:
(a) |2x − 6| + | x − 8| < 15
 (b) 2| x + 1| − 3| x − 2| < 2
 x
 ⇐x>0
(c) x2 + 1 − 2 < | x2 − x |
|x| =

 −x ⇐ x < 0
 
 x−1
 ⇐ x−1 > 0  x−1
 ⇐x>1
| x − 1| = =

 −x + 1 ⇐ x − 1 < 0 
 −x + 1 ⇐x<1

Podemos, assim, elaborar um quadro do sinal:

x −∞ 0 1 +∞
|x| −x 0 x 1 x
| x − 1| −x + 1 1 −x + 1 0 x−1
| x | + | x − 1| −2x + 1 1 1 1 2x − 1

Então,



 −2x + 1 < 3 se x < 0




| x | + | x − 1| < 3 ⇔ 1<3 se 0 6 x 6 1 (universal)





2x − 1 < 3 se x > 1



 x > −1 se x < 0




⇔ 1<3 se 0 6 x 6 1





x<2 se x > 1

⇔ (−1 < x < 0) ∨ (0 6 x 6 1) ∨ (1 < x < 2)


⇔ −1 < x < 2

−∞ −1 0 1 2 +∞

Portanto
S = { x ∈ R : −1 < x < 2} = ]−1, 2[ .

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 4. INEQUAÇÕES

1. Resolva as seguintes inequações: 7. Resolva cada uma das inequações:


x+1 x+2 1+x
(a) − < x−2 x (2x + 7)
2 3 6 (a) 60 (m) >0
3 − 2x x−2 5x + 2 1 x+4 ( x + 1)(5 − x )
(b) − < − x+3
5 10 2 5 (b) >0 ( x + 1)2
x−1 (n) 60
(c) 2( x − 4) + 1 − 5x 6 3(1 − x ) − 7 x+4 x2 + 2x − 3
3 − x 2x + 1 1 (c) 60
(d) − > x+3 1−x x2 − x − 12
5 10 2 3−x (o) 60
(d) 60 x2 + 4
2. Resolva em R, cada uma das inequações: x+5 ( x + 3)( x + 5)
x−7 (p) 60
(a) − x2 + 2x − 1 < 0 (e) <0 x+2
x−1
(b) x2 + x − 6 < 0 x+5 x+6
(f) 60 (q) 2
>0
2 x−4 x − 5x − 24
(c) x − 3x + 4 > 0 1
√ (g) >0 ( x + 7)( x − 3)
(d) (2 − x )( x − 2) < 0 x+2 (r) >0
( x − 5)2
x−3
3. Resolva: (h) 60 x2 − x − 12
x+2 (s) >0
x x2 + x − 6
(a) (3x − 2)( x + 1)(7 − 2x ) < 0 (i) >0
x2 − 1 3x2 − 5x − 2
2 2
(b) (2x − 3)(2x − 7x − 1) 6 (3 − 2x )(3x + 6x + 1) 4x (t) <0
(j) >0 x2 − 9
(c) ( x − 3)(−2x2 + 5x − 3) 6 ( x − 3)2 x2 + 4
x − 3x2 x3 + 2x2 + x
(d) (3 − x )(5x − 4)2 > 3 − x (k) >0 (u)
x2 − x − 2
>0
( x − 3)2
(e) 9( x + 2)2 − (2x − 2)2 6 0 x2 + 5x x2 + 5x + 6
2 (l) >0 (v) >0
(f) (2 − x )( x + 7) > 4 − x x−3 x2 − 1
(g) 81 − (3x − 1)4 > 0
8. Resolva a inequação fracionária. Apresente o
(h) ( x − 3)(5 − 2x ) 6 0
conjunto-solução em notação de intervalo:
(i) 6x3 + x2 − 4x + 1 < 0
x + 32 − x3 + 4x
(j) 4x4 + 9x3 − 3x2 − 10x > 0 (a) 63 (g) > 4x
x+6 x2 − 9
(k) 8x3 + 2x2 < 6x + 4 x + 68 10 11
(b) >5 (h) − >−
(l) ( x − 5)(2 − x ) 6 0 x+8 x−5 x−6
3x + 1 3 4
(m) (4x + 3)(4 + 5x ) > 0 (c) 61 (i) − 6−
x+4 x+7 x+8
(n) ( x − 2)(2x + 8) − (5x − 7)( x − 2) > 0 5x − 8 7 8
(d) >2 (j) − 6−
(o) ( x + 1)2 − 9x2 > 0 x−5 x+5 x+6
3x − 1 2 1
4. Seja A( x ) = x2 − 4x e B( x ) = x (5x − 10). (e) 61 (k) >
x2 + 1 x+1 x−2
(a) Escreva A( x ) − B( x ) na sua forma fatorizada. 2x + 17 3 2
(f) > x+5 (l) 6
x+1 x−3 x+2
(b) Faça uma tabela de sinais para o produto obtido.

5. Considere F ( x ) = −( x − 2)(2x + 7) + ( x2 − 4). 9. Resolva as seguintes inequações:


3 2
(a) Fatorize F ( x ). (a) >
1 − 3x 1 + 2x
(b) Determine o conjunto-solução S da inequação 2x + 5 1 − 2x
(b) >
F ( x ) > 0. 1 + 2x 5 − 2x
x+1 x−1 14
6. Resolva as seguintes inequações:
(c) + > 2
x+2 x−2 x −4
2x − 3 3 2x2
(d) + 6 2
(a) x4 > 1 (e) 2x3 + x2 > 6x x+1 x−1 x −1
(b) x3 + 2x2 6 8x 1 5 −3x
(f) 4x4 + 4 6 17x2 (e) − 6 2
x − 2 2x + 4 x −4
(c) x3 > 2x2 + x
4x − 8
(d) x3 6 4x2 + 3x (g) x4 + 36 > 13x2 (f) 0< 62
−5x − 3

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 65


x − 3( x + 2) 17. Resolva cada uma das inequações:
10. Estude o sinal de A = .
x+2
q
11. Escreva uma inequação fracionária cujo conjunto- w 3
(a) − <2 (e) (1 − 3t)2 6 2
solução é: ]−1; −1[ ∪ ]1; +∞[. 2 4 q
z 5 (f) (3 − 2x )2 < 5
12. Para que valores reais, as expressões seguintes re- (b) | + |=1
√ 6
3 q
presentam números reais? (c) x2 < 2
(g) (2t − 3)2 > 3
√ q
(d) m2 > 3 (h) (3m + 5)2 > 4
p r
(a) p x2 − 9 x+7
(e)
(b) p4 − x2 3−x
18. Resolva sucessivamente |2x − 9| = 5, |2x − 9| < 5
(c) p2x2 + x − 6 r
x−1 e |2x − 9| > 5.
(d) 3x2 − 7x − 6 (f)
x+3
19. Determine, em R, o conjunto solução de cada uma
13. Reescreva os seguintes conjuntos utilizando a nota- das seguintes inequações:
ção de intervalos:

x−1
 (a) |5x − 4| 6 4x + 5 3x
(a) A = x ∈ R : >2 (e) −1 < x+1
x 2
(b) |2 − 3x | > 2x − 12
(f) 2x2 − 8 6 x2 − 4x
 
1
(b) B = x ∈ R : 2 6 1 2
x (c) x − 2x < 3x
(g) |5x − 4| 6 4x + 5
2x − 1
 
(c) C = x ∈ R : 2 >0 (d) |6x − 1| > 5x − 10 (h) |2 − 3x | > 2x − 12
x −3
x2
 
(d) D = x ∈ R : 60 20. Determine o conjunto de todos os números reais
x+1
que satisfaçam cada uma das seguintes desigualda-
14. Resolva as seguintes inequações:
des:

(a) | x + 2| = 6 (g) | x + 1| − 4 6 −2 (a) | x + 1| − | x + 4| 6 2


(b) | x + 2| < 6 (h) |4 − x | + 15 > 21 (b) |2x + 3| − 2 > 5 | x |
(c) 0 < | x + 2| < 6 (c) |2x + 5| − −4 + x2 > 1
(i) | x + 4| − 10 6 2
(d) | x + 2| > 6 x
(j) 3| x − 7| > 9 (d) | x | − 1 < 2 −
(e) | x + 3| + 1 > 4 2
(f) | x − 2| − 3 < 1 (k) |2x + 3| < 5 (e) x2 − x + |2 − x | > 2

(f) x2 + 5x + 4 + |2x + 5| > 3


15. Resolva cada uma das inequações:
(g) |3x − 3| + | x − 2| > x
n
(a) 1 + |1 + b| < 4 (i) 7 − 9 < 12 (h) |5x − 10| + |2 − x | 6 6x
3
(b) |v + 5| − 6 < −5 (i) 2| x | · |4 − x | 6 4x + x2 − 4x
(j) 2|10b + 7| − 1 > 73
(c) |10p − 4| < 34
(k) 7 + |6v + 7| 6 60 (j) x2 − 3x + |3x − 6| < x
(d) |6 + 9x | 6 24
(l) 4|6 − 2a| + 8 6 24 21. Uma máquina em um moinho de madeiras corta
(e) | − 8a − 3| > 11
(m) 9|3n − 2| + 6 > 51 placas de 3, 25 metros de comprimento. É acei-
(f) 9|m − 8| − 10 < 26
(n) 9|1 + 8n| − 3 > 78 tável para o comprimento diferir deste valor em
(g) 9| x + 8| + 10 < 55
pelo menos 0, 02 metros. Escreva e resolva uma
(h) 9|r − 2| − 10 < −73 (o) x2 − 5 6 4
inequação modular para encontrar o intervalo de
comprimentos aceitáveis.
16. Resolva cada uma das seguintes inequações:
22. Uma caixa de cereal é suposto pesar 125 gramas,
n |3 + r |
(a) 63 (g) 65 mas é aceitável que o peso varie no máximo 5
4 7
x gramas. Escreva uma inequação modular para en-
(b) >5
6 |2 + 3x | contrar o intervalo de pesos aceitáveis para uma
(c) |7x + 4| > 74 (h) >5
2 caixa de cereal.
(d) |b − 8| + 10 > 22 x+1
| x − 4| (i) >2 23. O ar condicionado de uma casa marca 24◦ C, mas a
(e) 62 x temperatura atual da casa pode variar em até 3◦ C.
5
(f) −3 + |n − 2| > 5 (j) 8 + |4v − 7| > 17 Qual é o intervalo de temperatura possível?

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 66


5 F UNÇÕES

Introdução
O conceito de função é um dos mais importantes da Matemática. Este
conceito sofreu uma grande evolução ao longo dos séculos, sendo que
a introdução do método analítico na definição de função (séc., XVI, séc.
XVII) veio revolucionar a Matemática.

A definição de uma função mudou ao longo do tempo. Os matemáticos


raramente concordaram.

A palavra função foi usada pela primeira vez em 1673 por Gottfried Leibniz.
Ele viu funções como relacionadas a uma curva geométrica e sua inclinação. Nota Histórica

Com o desenvolvimento do estudo de curvas por meios algébricos, tornou-


se indispensável um termo que representasse quantidades dependentes de
alguma variável por meio de uma expressão analítica. Com esse propósito,
a palavra "função"foi adoptada na correspondência trocada entre 1694 e
1698 por Leibniz e Johann Bernoulli (1667 - 1748).

O termo "função"não aparecia ainda num léxico matemático surgido em


1716. Mas, dois anos mais tarde Johann Bernoulli publicou um artigo, que
viria a ter grande divulgação, contendo a sua definição de função de uma
certa variável como uma quantidade que é composta de qualquer forma
dessa variável e constantes. Nikolai Ivanovich Lobachevsky
(1792 - 1856) Matemático russo
No século XVIII Johann Bernouilli (1667-1748) e Leonard Euler (1707-1783) responsável pela definição moderna
de funções.
pensaram em funções do mesmo modo que nós agora pensamos em expres-
sões - apenas coleções de constantes e variáveis.
O matemático e astrónomo francês Alexis Clairaut (1713-1765) introduziu
a notação de função comummente utilizada f ( x ).

A Matemática e, particularmente, o cálculo ganharam bases firmes no


século XIX.

Johan Dirichlet (1805-1859), um Matemático alemão e Nikolai Lobachevsky


da Rússia nos deu a nossa definição moderna de função, em que cada um
elemento de um conjunto está relacionado a apenas um correspondente
membro em outro.

Vamos estudar esta definição precisa em detalhes, nas próximas sessões.


5. Funções

5.1 Generalidades sobre função

Definição: Função

Dados dois conjuntos A e B, uma função de A em B é uma corres-


pondência que a cada elemento x ∈ A associa um e um só elemento
y ∈ B. Ao conjunto A chamamos domínio de f e ao conjunto B
conjunto de chegada de f .

Para se determinar a domínio de uma função devemos ter em atenção as


impossibilidades nas operações com número reais. São elas:

1. Não existe divisão por zero;

2. Não existe raiz, de índice par, de um número negativo.

Exemplo 5.1 Considere as seguintes funções definidas, em R, por


2−x √
f ( x ) = x4 − 6x2 + 8; g( x ) = e h( x ) = 3x − 5
x2 − 9

(a) Determine o domínio de h. (c) Estude o sinal de g.


(b) Determine os zeros de f .
E.1. Determine o domínio das seguin-
tes funções:
Resolução: As expressões algébricas das funções f , g e h são respetiva-
mente polinómio, fração algébrica, e expressão irracional. x2
(a) a( x ) = − + 4x + 5
3
√ 7−x
(a) A função definida por h( x ) = 3x − 5 é um função irracional. Como (b) b( x ) = 2
x − 5x + 4
não existe raiz de índice par de um número negativo, o domínio será p
(c) c( x ) = 1 − x2
   
5 5
Dh = { x ∈ R : 3x − 5 > 0} = x ∈ R : x > = , +∞ E.2. Determine os zeros de cada uma
3 3 das seguintes funções:

(b) Para calcular os zeros de qualquer função, iguala-se a sua expressão a x4 2


(a) f ( x ) = − − x2 +
3 3
zero e resolve a equação resultante. Com efeito,
x2 1
(b) g( x ) = + +7
4 − x2 x−2
f (x) = 0 ⇔ x4 − 6x2 + 8 = 0 √ √
(c) h( x ) = x + 3 + 1 + 5x − 2
x2 = u ⇔ u2 − 6u + 8 = 0 ⇔ u = 4 ∨ u = 2 ⇔ x2 = 4 ∨ x2 = 2
√ √
⇔ x = 2 ∨ x = −2 ∨ x = 2 ∨ x = − 2

Então E.3. Considere a função real f , defi-


n √ √ o x2 − 3x
Zeros = −2, − 2, 2, 2 . nida por f ( x ) = .
x+1
(a) Determine o domínio de f
(c) Aqui recorremos a um quadro de sinal. Sendo que 2 é um zero do
(b) Calcule o valor de
numerador e os zeros do denominador são −3 e 3. Assim temos,  
1
f (−1) − f + 2 f (2)
x −∞ −3 2 3 +∞ 2

2−x + + + 0 − − − (c) Determine o valor de k, de


modo que f (k ) = 1
x2 − 9 + 0 − − − 0 + (d) Calcule os zeros de f
g( x ) + n.d − 0 + n.d −

Conclui-se então que, g é positiva em ] − ∞, −3[∪]2, 3[ e negativa em


] − 3, 2[∪]3, +∞[.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 68


5. Funções

5.2 Função par. Função ímpar

Definição: Funções pares e ímpares

Uma função f é par se à objetos simétricos correspondem imagens


iguais, ou seja,

f (− x ) = f ( x ), ∀ x, − x ∈ D f .
Função Par
y
Uma função é ímpar se à objetos simétricos correspondem imagens
simétricas, ou seja,

f (− x ) = − f ( x ), ∀ x, − x ∈ D f .
0 x
O gráfico de uma função par é simétrico relativamente ao eixo y.
O gráfico de uma função ímpar é simétrico relativamente à origem.

Exemplo 5.2 Verifique se as funções seguintes são pares ou ímpares:


Função Ímpar
5 y
x4 + 3x2 (b) g ( x ) = x · | x |
(a) f ( x ) =
2 1
(c) h ( x ) = + 1
x

Resolução: Aplicamos a definição e calculamos, em cada caso, a imagem 0 x


do − x para comparar com a imagem do x:

x4 + 3x2
(a) Para f ( x ) = , substituindo x por − x, temos
2
(− x )4 + 3(− x )2 x4 + 3x2
f (− x ) = = = f (x)
2 2
Como D f = R e f (− x ) = f ( x ), ∀ x ∈ R, a função é par. E.4. Estude a paridade de cada uma
das seguintes funções:
(b) Em g( x ) = x5 · | x |, fazemos:
(a) f ( x ) = x4 − 3x2
1
 
g(− x ) = (− x )5 · |− x | = − x5 · | x | = − x5 · | x | = − g( x ) (b) f ( x ) = −3x3 −
x
2x + 1
(c) f ( x ) =
Como Dg = R e g(− x ) = − g( x ), ∀ x ∈ R, a função é ímpar. x−1
1
(c) Para a função h( x ) = + 1, temos:
x
1 1
h(− x ) = +1 = − +1
−x x
1
−h( x ) = − − 1
x Curiosidade!
Logo: "Porquê usar as palavras par e
ímpar?"
• h(− x ) 6= h( x ), h não é par; A função f : x 7→ x n tem a
propriedade:
• h(− x ) 6= −h( x ), h não é ímpar.
f (− x ) = f ( x ) para valores de n
pares e
f (− x ) = − f ( x ) para valores de n
ímpares.
5.3 Operações com funções
Assim como podemos operar com expressões algébricas, também se opera
com duas funções.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 69


5. Funções

5.3.1 Soma de Funções

Definição: Soma de funções


f + g : D f ∩ Dg −−−→ R
A soma de funções f e g, que designamos por f + g, é tal que
x 7−−→ f ( x ) + g( x )
( f + g) ( x ) = f ( x ) + g( x )

sendo D f + g = D f ∩ Dg .

1
Exemplo 5.3 Sendo f ( x ) = x2 e g( x ) = , caraterize f + g. E.5. Sejam as funções reais de variável
x−2 real definidas por
j( x ) = x2 + 5 e k ( x ) = x2 − 5
(a) Caraterize a função j + k
Resolução: De acordo com a definição, temos:
(b) Calcule ( j + k)(5)
1 x3 − 2x2 + 1 E.6. Considere as funções r.v.r defini-
( f + g) ( x ) = f ( x ) + g( x ) = x2 + = 2x
x−2 x−2 das por a( x ) = , b( x ) = 5 e
1−x
7
D f + g = D f ∩ D g = R ∩ R \ {2} = R \ {2} c( x ) = .
x2 − 1
Portanto tem-se (a) Determine o domínio de cada
função;
f + g : R \ {2} −−→ R (b) Calcule a(3) + b(7) + 5c(0);

x3 − 2x2 +1 (c) Caraterize a função a + b + c.


x 7−−→ .
x

5.3.2 Diferença de funções

Definição: Diferença de funções


f − g : D f ∩ Dg −−−→ R
A diferença de funções f e g, que designamos por f − g, é tal que
x 7−−→ f ( x ) − g( x )
( f − g) ( x ) = f ( x ) − g( x )

sendo D f − g = D f ∩ Dg .

1
Exemplo 5.4 Sendo f ( x ) = x2 − x e g( x ) = , caraterize a
x+1 E.7. Considere as funções r.v.r defini-
função f − g. das por m( x ) = x + 1 e
8
n( x ) = :
x−1

Resolução: De acordo com a definição temos: (a) Determine o domínio e os ze-


ros de cada uma das funções

1 x3 − x − 1 (b) Caracterize a função m − n


( f − g) ( x ) = f ( x ) − g( x ) = x2 − x − = (c) Determine os zeros da função
x+1 x+1
m−n
D f − g = D f ∩ Dg = R ∩ R \ {−1} = R \ {−1} (d) Resolva as condições:

Portanto tem-se i. (m − n) ( x ) = 4
ii. (m − n) ( x ) ≤ 0
f − g : R \ {−1} −−→ R (e) Estude a paridade das funções
m, n e m − n.
x3 − x − 1
x 7−−→ .
x+1

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 70


5. Funções

5.3.3 Produto de funções

Definição: Produto de funções


f · g : D f ∩ Dg −−−→ R
O produto de funções f e g, que designamos por f · g, é tal que
x 7−−→ f ( x ) · g( x )
( f · g) ( x ) = f ( x ) · g( x )

sendo D f · g = D f ∩ Dg .

E.8. Considere as√funções f definida


√ 3 por f ( x ) = √ 2x + 8 e g definida
Exemplo 5.5 Sendo f ( x ) = x − 3 e g( x ) = 2 , caraterize f · g. por g( x ) = 3 − x.
x
(a) Determine o domínio de cada
uma das funções.
Resolução: De acordo com a definição, temos: (b) Caraterize a função f · g.
√ (c) Calcule ( f · g) (2).
√ 3 3 x−3
( f · g) ( x ) = f ( x ) · g( x ) = x−3· = (d) Caraterize a função f 2 .
x2 x2
E.9. Dadas as funções
D f · g = D f ∩ Dg = [3, +∞[∩R \ {0} = [3, +∞[ x
f : x 7→ e g : x 7→ 3x2
x+1
Portanto tem-se
(a) Determine D f e Dg

f · g : [3, +∞[ −−→ R (b) Caraterize f + g, f − g e f · g


√ (c) Calcule o valor numérico de:
3 x−3
x 7−−→ . ( f + g) (−3) + ( f − g) (0) + 2 ( f · g) (1)
x2

5.3.4 Quociente de Funções

Definição: Quociente de funções


f
f : D f −−−→ R
O quociente de funções f e g, que designamos por , é tal que g g

g f (x)
x 7−−→
  g( x )
f f (x)
(x) =
g g( x )

sendo D f = D f ∩ D g ∩ { x ∈ R : g ( x ) 6 = 0}.
g

3 f
Exemplo 5.6 Sendo f ( x ) = e g( x ) = x2 − 1, função .
x g
E.10. Considere as funções definidas
por f ( x ) = 7x − 3 e
Resolução: De acordo com a definição, g( x ) = x2 + 6x
  3 (a) Determine D f e Dg
f f (x) 3
(x) = = 2x =
g g( x ) x −1 x ( x 2 − 1) (b) Caraterize a função
f
e
g
g f
D f = R \ {0} ∩ R ∩ { x ∈ R : x 6= 1 ∧ x 6= −1} = R \ {−1, 0, 1}
   
f g
g (c) Calcule (1) − (5)
g f
Portanto tem-se (d) Resolva a equação
 
f f
: R \ {−1, 0, 1} −−→ R g
(x) = 0
g
3 (e) Estude a paridade de
f
x 7−−→ . g
x ( x2− 1)

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5. Funções

5.4 Função composta de duas funções

Definição: Funções compostas

Dadas as funções f e g, a composta de f por g é a função que se f ◦ g : D f ◦ g −−−→ R


representa por f ◦ g e se define por x 7−−→ f ( g( x ))

• ( f ◦ g) ( x ) = f ( g( x ))
n o g f
• D f ◦ g = x ∈ R : x ∈ Dg ∧ g( x ) ∈ D f
x g( x ) f ( g( x ))

À função f ◦ g também se lê “ f após g´´. A definição indica que para


determinar o valor de ( f ◦ g) ( x ), primeiro determina-se g( x ) e depois
f ( g( x )). f ◦g

√ 1
Exemplo 5.7 Sejam f ( x ) = x, g( x ) = x2 e h( x ) = .
x
Caraterize:

(a) f ◦ g
(b) g ◦ h

E.11. Calcule, em cada caso,


( f ◦ g) (−2) e ( g ◦ f ) (2), sendo:
Resolução: Temos: D f = [0, +∞[; Dg = R e Dh = R \ {0}
(a) f ( x ) = x2 + 1 e g( x ) = 2x − 2

2 1 √
(a) ( f ◦ g) ( x ) = f [ g( x )] = f ( x ) = x2 = | x | (b) f ( x ) = e g( x ) = x
x−4
1 √
(c) f ( x ) = e g( x ) = x + 1
x
D f ◦g = { x ∈ R : x ∈ Dg ∧ g( x ) ∈ D f }
E.12. Sejam
= { x ∈ R : x ∈ R ∧ x2 ∈ R0+ } 4
f ( x ) = 2x − 1 e g( x ) =
= R∩R = R x−1
(a) Caraterize f ◦ g
Logo, ( f ◦ g ) (2)
(b) Calcule
f (2) · g (2)
f ◦ g : R −−→ R E.13. Sejam
x 7−−→ | x | f ( x ) = 4x + 1 e g( x ) = 2x2 + 5x
  Mostre que
1 1
(b) ( g ◦ h) ( x ) = g [h( x )] = g = 2 ( f ◦ g ) ( x ) 6 = ( g ◦ f ) ( x ).
x x

Dg◦h = { x ∈ R : x ∈ Dh ∧ h ( x ) ∈ D g }
 
1
= x ∈ R : x ∈ R \ {0} ∧ ∈ R
x
= R \ {0} ∩ R \ {0} = R \ {0}.

Logo,

g ◦ h : R \ {0} −−→ R
1
x 7−−→
x2

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5. Funções

5.5 Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas

Definição: Função injetiva


A B
Sendo f : A → B, diz-se que f é uma função injetiva se não
existem dois elementos diferentes de A com a mesma imagem.
x1 f ( x1 )
nestas condições,
x2 f ( x2 )
∀ x1 , x2 ∈ A, x x 6 = x2 ⇒ f ( x1 ) 6 = f ( x2 )

ou ainda, usando a Lei de Conversão,

f ( x1 ) = f ( x2 ) ⇒ x1 = x2 .

Exemplo 5.8 Verifique se as seguintes funções são injetivas:


2x
(a) g ( x ) =
1−x
(b) h( x ) = x2 − 2x + 4

E.14. Verifique se as seguintes funções


são injetivas:
Resolução: Em cada caso, utilizando a Lei de Conversão:
1
(a) f : R \ {0} → R : f ( x ) =
x
(a) Começamos por assumir que, para todo x1 , x2 ∈ Dg = R \ {1},
(b) f : R → R+ : f ( x ) = x2
g( x1 ) = g( x2 ) e tentarmos mostrar que x1 = x2 .
(c) f : R → R : f ( x ) = x − 5
2x1 2x2
g ( x1 ) = g ( x2 ) ⇔ =
1 − x1 1 − x2
⇔ 2x1 (1 − x2 ) = 2x2 (1 − x1 )
⇔ 2x1 − 2x1 x2 = 2x2 − 2x1 x2
⇔ 2x1 = 2x2
⇔ x1 = x2

Fica provado assim que g é injetiva.


(b) Seja Dh = R. Começamos com h( x1 ) = h( x2 ). Procedemos como
seguintes:

h ( x1 ) = h ( x2 ) ⇔ x12 − 2x1 + 4 = x22 − 2x2 + 4


⇔ x12 − 2x1 = x22 − 2x2
⇔ x12 − x22 − 2x1 + 2x2 = 0
⇔ ( x1 + x2 )( x1 − x2 ) − 2( x1 − x2 ) = 0
⇔ ( x1 − x2 )(( x1 + x2 ) − 2) = 0
⇔ x1 − x2 = 0 ∨ x1 + x2 − 2 = 0
⇔ x1 = x2 ∨ x1 = 2 − x2

Temos x1 = x2 como uma possibilidade mas também temos como possibi-


lidade que x1 = 2 − x2 . Isto sugere que h não seja injetiva. Por exemplo,
se tomarmos x2 = 0 vem que x1 = 2. Assim temos dois diferentes objetos
com uma mesma imagem, ou seja, f (0) = 4 e f (2) = 4, significando que
h não é injetiva.

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 73


5. Funções

Definição: Função sobrejetiva

Uma função f diz-se sobrejetiva se qualquer elemento de B é


imagem de algum elemento de A, ou seja

∀y ∈ B, ∃ x ∈ A tal que y = f ( x ).

Por outras palavras, f é sobrejetiva se f ( A) = B.

Nota: Dizemos que um função é sobrejetiva, se o conjunto de chegada


coincide com o contradomínio da função.

Exemplo 5.9 Verifique se são sobrejetivas as seguintes funções reais:

(a) f ( x ) = 2 − 3x
(b) g ( x ) = x 2

E.15. Nas funções seguintes verifique se


são injetivas e sobrejetivas:
Resolução: De acordo com a definição, tentamos provar que qualquer
(a) f : R → R com f ( x ) = 3x − 7
número real é imagem de um outro real pela função f .
(b) g : R → R+ se g( x ) = | x − 1|
(a) Se y ∈ R, então podemos determinar x ∈ R tal que f ( x ) = y. Para (c) h : R → R com
2−y h ( x ) = | x | · ( x − 1)
isso temos que ter 2 − 3x = y que implica x = . Podemos ver que
3
2−y 2−y
   
f (x) = f = 2−3 = 2−2+y = y
3 3

Assim f é sobrejetiva.
(b) A função g( x ) = x2 não é sobrejetiva porque nem todos elementos de R
são imagens pela função g. O conjunto R contém todos os reais negativos,
e não existe um número cujo quadrado é negativo.
Formalmente se y = −1, não existe x2 ∈ R tal que g( x ) = x2 = −1.

Nota: No nosso estudo, quando não se específica nada, supõe-se sempre


que as funções são reais, isto é, que o conjunto de chegada é R.

Definição: Função bijetiva

Se a função f é injetiva e sobrejetiva, diz-se que é bijetiva.

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5. Funções

5.6 Função inversa

Definição: Função inversa


Df D 0f
Dada uma função bijetiva f , a inversa de f é a função f −1 tal que: f

• D f −1 = D 0f x f (x)

• D 0f −1 = Df
f −1
−1
• y = f (x) ⇔ x = f ( y ), ∀ x ∈ D f , ∀ y ∈ D 0f −1 D 0f −1 D f −1

y
Nota: Os gráfico de duas funções inversas entre si são simétricas em f x

relação reta y = x.

Para determinar a inversa de uma função e caraterizá-la, adotamos o f −1

seguinte procedimento:
0 x
1º. Determina-se o domínio de f .

2º. Substitui-se f ( x ) por y.

3º. Trocam-se as variáveis x por y.

4º. Resolve-se a equação x = f (y) em ordem a y para obter y = f −1 ( x ).

5º. O domínio de f −1 é o contradomínio de f e o contradomínio de f −1 é


o domínio de f . Portanto:

f −1 : D 0f −−→ D f
x 7−−→ y = f −1 ( x )

Exemplo 5.10 Seja f uma função real de variável real, definida por:

f ( x ) = 2x + 4.

Determine a expressão analítica da inversa de f e caraterize-a.

E.16. Determine a expressão analítica


da função inversa de f , sendo:
Resolução: Seguindo sucessivamente os passos indicados, vem:
(a) f ( x ) = 6x + 1
• Sendo f ( x ) = 2x + 4 temos D f = R (b) g( x ) =
x
x−3
• f ( x ) = 2x + 4 ⇔ y = 2x + 4 7
(c) h( x ) =
x−1
• x = 2y + 4

E.17. Para cada função abaixo, prove
x = 2y + 4 ⇔ 2y = x − 4 que é injetiva e determine sua in-
versa:
x−4 x
⇔ y= ⇔ y = −2 (a) f : R → R tal que
2 2 f ( x ) = 2x − 5
• Define-se a função (b) g : R \ {4} → R \ {1} tal que
x+1
g( x ) =
f −1 : R −−→ R x−4

x (c) h : R → R tal que h( x ) = x5


x 7−−→ − 2
2

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5. Funções

Relação entre uma função e a sua inversa


x
No exemplo anterior verificou-se que f ( x ) = 2x + 4 e f −1 ( x ) = − 2.
2

Note-se que:
    x  x 
f ◦ f −1 ( x ) = f f −1 ( x ) = f −2 = 2 − 2 +4 = x−4+4 = x
2 2
  2x + 4
f −1 ◦ f ( x ) = f −1 ( f ( x )) = f −1 (2x + 4) = −2 = x+2−2 = x
2
Verificou-se que:
 
f f −1 ( x ) = x e f −1 ( f ( x )) = x

De um modo geral, tem-se: E.18. Caraterize a inversa da função


3x
Definição: Relação entre uma função e a sua inversa h( x ) = e verifique que
x−1
 
• h ◦ h −1 ( x ) = x
Seja f uma função real de variável real que possui inversa f −1 .
e que
   
(a) f −1 ◦ f ( x ) = f −1 ( f ( x )) = x, ∀ x ∈ D f • h −1 ◦ h ( x ) = x

   
(b) f ◦ f −1 ( x ) = f f −1 ( x ) = x, ∀ x ∈ D f −1

Utilização a função inversa na determinação do contradomínio de uma


função

Como é fácil determinar o domínio de uma função conhecida a sua ex-


pressão algébrica podemos utilizar a função inversa para determinar o
contradomínio de uma função.

x
Exemplo 5.11 Seja f ( x ) = . Determine D f e D 0f .
x−1
E.19. Determine o contradomínio das
funções:
Resolução: Temos que D f = R \ {−1}.
(a) f : x 7→ 1 − x
3
Para determinarmos D 0f , vamos utilizar a expressão algébrica de f −1 . (b) g : x 7→
x−5
2x
(c) h : x 7→
Para x = −1, vem 1−x

x y
y= ⇔ x= ⇔ xy + x = y
x+1 y+1
−x
⇔ y ( x − 1) = − x ⇔ y =
x−1
Temos,
x − 1 6= 0 ⇔ x 6= 1.
Logo, D 0f = R \ {1}.

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 5. FUNÇÕES

1. Determine o domínio de cada uma das funções: 4. Estude a paridade das seguintes funções:

(a) a( x ) = x2 − 5x 3x
√ (i) i ( x ) = √
x2
p −4 (a) f ( x ) = x2 (i) f ( x ) = − x3 − x
(b) b(t) = 3 5 − t
√ (j) j(t) = t2 − 2t + 5 3 2
(c) c( x ) = 3 x + 9 (b) f ( x ) = x (j) f ( x ) = x + 2x

s
(d) d(t) = −1 − t x2 − 4x + 5 (c) f ( x ) = 4x + 5 (k) f ( x ) = ( x − 4)2
(k) k( x) = 3
2x + 3 x2 + 2x + 3 (d) f ( x ) = x − x (l) f ( x ) = x (1 − x )
(e) e( x ) =
(e) f ( x ) = 2x2 − 4
r
x−4 t−1
(l) l (t) = (m) f ( x ) = x2 + 6x + 5
1 − 2t 5−t (f) f ( x ) = x2 − 6
(f) f (t) = 2 1
t +3 (n) f ( x ) = x − 2
r
x−3 (g) f ( x ) = x3 − x − 2 2
3x + 7 (m) m( x ) =
(g) g( x ) = 2 x+2 (h) f ( x ) = x4 − x2 + 4 (o) f ( x ) = 3x − 4x3
x +x−2 s
2
t + 4t + 6
2t2 − 9 (n) n(t) =
(h) h(t) = 2 t2 + 4t + 3
t −t−6

5. Classifique as funções seguintes em par ou ímpar:


2. Determine os zeros reais, caso os houver, das se-
guintes funções:

√ 1 1
(a) f ( x ) = (d) f ( x ) = x +
(a) f ( x ) = 6x − 3 (d) f ( x ) = x+3 x2 x
(b) f ( x ) = x2 − 4x + 4 (e) f ( x ) = 3x3 − 5x2 2 1
(b) f ( x ) = (e) f ( x ) = x + 2
x x
(c) f ( x ) = x4 − 1
1 2 1
(c) f ( x ) = x2 + (f) f ( x ) = x + 2
x x

3. Determine os zeros e estude o sinal de cada uma


das funções cuja expressão analítica se indica:
x+1 6. Identifique em cada gráfico se a função é par, ímpar
(a) f ( x ) = ou nem par nem ímpar:
x2 +x−7
x4 − 3x + 1
(b) f ( x ) =
x2 − x
x2 − 2x − 3 (a) (a) (c) (c)
(c) g( x ) =
4x − x2 y y
x3 + x2 − 9x − 9
(d) g( x ) =
x2 − 4x + 3
16x − x5
(e) g( x ) = x x
5 − x2 0 0
4 5
(f) g( x ) = − 2
2 − 2x x −1
4 5 3
(g) g( x ) = + 2 −
x − 3 x − 3x 5x (b) (b) (d) (d)
3x − 6 x2 5x y y
(h) g( x ) = ×
10 − 2x 4 − x2
1 4
(i) g( x ) = 1 − − 2
x+1 x +x
x+1 1 0 x 0 x
(j) g( x ) = − −2
2x + 1 x
x3 − 1 1 x3 + 1
(k) g( x ) = + −
x+1 x x−1

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7. Classifique cada uma das funções em par, ímpar 10. Use as funções f ( x ) = 2x2 − 5 e g( x ) = x2 − 3x + 1
ou nem par nem ímpar: para determinar os valores de:

x−2 (a) ( f + g) (1) (c) ( f · g) (4)


(a) f ( x ) = x3 − x
(f) f ( x ) =
  
x2 + 2 f 3
x5 (d)
1 + x2 (b) ( f − g) (−2) g 2
(b) f ( x ) = |x| − 2
x2 (g) f ( x ) = 2 x+1 x+2
2x x −4 11. Use as funções f ( x ) = e g( x ) = para
(c) f ( x ) = x−3 x+3
1 + x2 −4x − 4 determinar, na forma simplificada:
1+x (h) f ( x ) =
(d) f ( x ) = x2 + 2x + 5 (a) ( f + g) ( x )
1 + x2
x4 − x −5x2 + 4x − 8 (b) ( f − g) ( x )
(e) f ( x ) = (i) f ( x ) =
x5 − x x2 + x − 2 (c) ( f · g) ( x )
 
f
(d) (x)
8. Determine as expressões algébricas das g
 funções
f 12. Para as funções indicadas f e g, determine carate-
( f + g ) ( x ), ( f − g ) ( x ), ( f · g ) ( x ) e
( x ) para
g rize a função f ◦ g e g ◦ f :
cada par f ( x ) e g( x ). Determine os respetivos do- √
(a) f ( x ) = x + 2; g( x ) = 4 − x
mínios. √
√ (b) f ( x ) = x2 ; g( x ) = 9 − x
(a) f ( x ) = x2 + 4 e g( x ) = x 1
(c) f ( x ) = x + 3; g( x ) =
(b) f ( x ) = 8 − x3 e g( x ) = x − 3 x−2
2x + 1 x+2
2
(c) f ( x ) = x + 5x + 6 e g( x ) = x + 2 (d) f ( x ) = ; g( x ) =
x−2 x−3
x
(d) f ( x ) = x − 9 e g( x ) = x + 5 (e) f ( x ) = | x + 2|; g( x ) =
x −
p3
2
(e) f ( x ) = x + x e g( x ) = 9x
p
2
(f) f ( x ) = x + 5; g( x ) = x2 − 4
(f) f ( x ) = x − 7 e g( x ) = x + 7 1
(g) f ( x ) = x − 1; g( x ) = 2x +
6 2
(g) f ( x ) = e g( x ) = x3 + x √ 1
x (h) f ( x ) = x2 ; g( x ) =
x 3 x+1
(h) f ( x ) = e g( x ) = 13. Sejam as funções reais f e g definidas por:
4 x
1 √ (
(i) f ( x ) = √ e g( x ) = 4 x 4x − 3 se x > 0
x f (x) = 2
x − 3x + 2 se x < 0
3
(j) f ( x ) = e g( x ) = x4
x e
√ √ (
(k) f ( x ) = x + 8 e g( x ) = x + 5 − 3 x+1 se x > 2
√ √ g( x ) =
1 − x2 se x 6 2
(l) f ( x ) = x + 6 e g( x ) = x − 4
Caraterize as funções f ◦ g e g ◦ f .
9. Considere os gráficos de f ( x ) e g( x ):
14. Sejam
√ 2x
y y f ( x ) = x2 − 4x; g( x ) = 2 − x+3 e h( x ) =
x+1
3 3 g( x )
f (x) (a) Determine os valores de:
2 2
1 1
i. ( g ◦ f )(1) iii. ( g ◦ g)(6)
−3 −2 −10 1 2 3x −3 −2 −10 1 2 3x
−1 −1 ii. ( f ◦ g)(1)
−2 −2
−3 −3 (b) Escreva na forma simplificada as funções com-
postas. Determine o domínio de cada uma.

i. ( g ◦ f )( x ) v. (h ◦ h)( x )
Calcule os valores de:
ii. ( f ◦ g)( x )
vi. (h ◦ ( g ◦ f ))( x )
iii. ( g ◦ h)( x )
(a) ( f + g) (1) (c) ( f · g) (2)
iv. (h ◦ g)( x ) vii. ((h ◦ g) ◦ f )( x )
(b) ( f − g) (−1) (d) ( f ÷ g) (−3)

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15. Dada a função f , definida por 19. Use os pares de funções para escrever, na firma sim-
f ( x ) = x − 2, defina uma função g, de modo que plificada, as expressões algébricas das suas com-
postas. Determine o domínio de cada uma.
( f ◦ g)( x ) = ( g ◦ f )( x ),
• ( g ◦ f )( x ) • ( f ◦ g)( x ) • ( f ◦ f )( x )
ou seja, que as funções f e g sejam permutáveis.
(a) f ( x ) = 2x + 3, g( x ) = x2 − 9
16. Escreva cada uma dos funções como composição
(b) f ( x ) = x2 − x + 1, g( x ) = 3x − 5
de duas ou mais funções (diferentes da identidade):
2
(c) f ( x ) = x − 4, g( x ) = | x |
(a) f ( x ) = |3x − 1| √
(d) f ( x ) = 3x − 5, g( x ) = x
2 √
(b) g( x ) = 2 (e) f ( x ) = | x + 1|, g( x ) = x
x +1 √
√ (f) f ( x ) = 3 − x2 , g( x ) = x + 1
x+1 √
(c) h( x ) = √
x−1 (g) f ( x ) = | x |, g( x ) = 4 − x

(h) f ( x ) = x2 − x − 1, g( x ) = x − 5
17. Use os pares de funções dados calcular os seguintes
1
valores, se existir: (i) f ( x ) = 3x − 1, g( x ) =
x+3
3x x
(j) f ( x ) = , , g( x ) =
• ( g ◦ f )(0) • ( g ◦ f )(−3) x−1 x−3
 
1 x 2x + 1
• ( f ◦ g)(−1) • ( f ◦ g) (k) f ( x ) = , g( x ) =
2 2x + 1 x
2x √
• ( f ◦ f )(2) • ( f ◦ f )(−2) (l) f ( x ) = 2 , g( x ) = 1 − x
x −4
20. Sendo a função f : R → R definida como
(a) f ( x ) = x2 , g( x ) = 2x + 1
(
(b) f ( x ) = 4 − x, g( x ) = 1 − x2 3x + 3, x60
f (x) =
(c) f ( x ) = 4 − 3x, g( x ) = | x | x2 + 4x + 3, x>0

(d) f ( x ) = | x − 1|, g( x ) = x2 − 5 Calcule ( f ◦ f ) ( x ).



(e) f ( x ) = 4x + 5, g( x ) = x
√ 21. Para cada par de funções, determine ( f ◦ g) ( x ),
(f) f ( x ) = 3 − x, g( x ) = x2 + 1 ( g ◦ f ) ( x ) e ( f ◦ g ) (6):

(g) f ( x ) = 6 − x − x2 , g( x ) = x x + 10
√ (a) f ( x ) = 2x − 3 e g( x ) = 4x − 8
(h) f ( x ) = 3 x + 1, g( x ) = 4x2 − x 2
(b) f ( x ) = −2x − 5x + 1 e g( x ) = −5x + 6
3 4x 2
(i) f ( x ) = , g( x ) = 2 (c) f ( x ) = 8 − x e g( x ) = x2 + x + 1
1−x x +1
x 2 (d) f ( x ) = x2 − 16 e g( x ) = x2 + 7x + 11
(j) f ( x ) = , g( x ) =
x+5 7 − x2 (e) f ( x ) = 3 − x2 e g( x ) = x3 + 1
2x √
(k) f ( x ) = , g( x ) = 4x + 1 (f) f ( x ) = 2 + x4 e g( x ) = − x2
5−x 2
√ 10x 22. Classifique em injetiva, sobrejetiva ou bijetiva cada
(l) f ( x ) = 2x + 5, g( x ) = 2
x +1 uma das seguintes:
18. Escreva as funções dadas, como composição de (a) f : R → R definida por f ( x ) = 2 − 3x
duas ou mais funções. 1 − 2x
(b) f : R → R definida por f ( x ) =
5
(c) f : R → R definida por f ( x ) = 2x2 + 3
(a) p( x ) = (2x + 3)3 |x| + 1
(g) q( x ) = (d) f : R → R definida por f ( x ) = 5x − 1
 2 |x| − 1
(b) p( x ) = x2 − x + 1
√ 2x3 + 1 (e) f : R+ → R : f ( x ) = x2
(c) h( x ) = 2x − 1 (h) q( x ) = 3
x −1 (f) f : R → R : f ( x ) = x3
(d) h( x ) = |7 − 3x |
2x + 1 (g) f : R → R com
2 (i) v( x ) =
(e) r ( x ) = 3 − 4x
5x + 1 (
7 x2 4 − x2 se x 6 1
(f) r ( x ) = 2 (j) w( x ) = m( x ) =
x −1 x4 + 1 x2 − 6x + 8 se x > 1

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23. Nas funções seguintes classifique em 30. Mostre que as funções dadas são injetivas e deter-
I- Injetiva mine a a função inversa de cada uma.
II- Sobrejetiva (a) f ( x ) = 6x − 2
III- Bijetiva (b) f ( x ) = 42 − x
IV- Nem injetiva nem sobrejetiva x−2
(c) f ( x ) = +4
(a) f : R → R tal que f ( x ) = 2x + 1 3
4 + 3x
(b) g : R → R tal que g( x ) = 1 − x2 (d) f ( x ) = 1 −
5
(c) h : R → R+ tal que h( x ) = | x − 1| 3
(d) i : R → R tal que i ( x ) = x3 (e) f ( x ) =
2x − 5

(e) j : R → R tal que j( x ) = | x | · ( x − 1) (f) f ( x ) = 3x − 1 + 5

(f) k : R \ {0} → R \ {0} tal que k ( x ) = 2x + 1 (g) f ( x ) = 2 − x − 5

24. Classifique cada uma das funções como injetivas, (h) f ( x ) = 3 x − 1 − 4

sobrejetivas ou bijetivas: (i) f ( x ) = 1 − 2 2x + 5
2x √
(a) f : R \ {3} → R tal que f ( x ) = (j) f ( x ) = 5 3x − 1
x−3 √
x+2 (k) f ( x ) = 3 − 3 x − 2
(b) f : R \ {−3} → R \ {1} tal que f ( x ) =
x+3 3
2x + 1 (l) f ( x ) =
(c) f : R \ {1} → R tal que f ( x ) = 4−x
x−1 x
1−x (m) f ( x ) =
(d) f : R \ {−1} → R \ {−1} tal que f ( x ) = 1 − 3x
1+x 2x − 1
(n) f ( x ) =
25. Determine b em B = {y ∈ R : y 6 b} para que a 3x + 4
função f : R → B, definida por (o) f ( x ) =
4x + 2
3x − 6
f ( x ) = x2 − 4x + 6, −3x − 2
(p) f ( x ) =
seja sobrejetiva. x+3
x−2
26. Determine a em A = { x ∈ R : x 6 a} para que a (q) f ( x ) =
2x − 1
função f : A → R, definida por
31. Dada a função f : R → R, f ( x ) = 2x + 2, obtenha
f ( x ) = 2x2 − 3x + 4, f −1 e represente na mesma figura os gráficos de f
seja injetiva. e f −1 .

27. As seguinte funções são injetivas. Determine f −1 : 32. Determine as inversas das funções:

1 4x 2x 5
(a) f ( x ) = x (h) f ( x ) = (a) f : R → R, f ( x ) = +
5 2−x 5 2
(b) f ( x ) = 4x 1
(i) f ( x ) = 8x3 − 5 (b) f : R \ {0} → R, f ( x ) =
x
(c) f ( x ) = 2x + 7
(j) f ( x ) = 2x5 + 9 (c) f : R → R, f ( x ) = x3 + 1
(d) f ( x ) = 7 − 8x √
2 (k) f ( x ) = 2 9 − x (d) f : R → R, f ( x ) = ( x − 1)3
(e) f ( x ) = 3 − √ √
x (l) f ( x ) = 3 x − 4 (e) f : R → R, f ( x ) = 8 + 5 3x − 7
4 √
(f) f ( x ) = 5 + √ (f) f : R → R f ( x ) = −1 + 4 − 5x
3
x (m) f ( x ) = 2 + 3 − x
2x √ 3x − 1
(g) f ( x ) = (n) f ( x ) = 4 − x + 5 33. Se f ( x ) = , com x ∈ R, calcule:
x+1 2
28. Determine as inversas das funções:
   
−1 5 −1 7
x (a) f (b) f −
(a) f : R → R, f ( x ) = 2 4
2
x+1
(b) f : R → R, f ( x ) = 34. Seja f uma função injetiva definida por
4
29. Esboce o gráfico da função f : R → R definida por 1
f (x) = .
( x x−2
se x 6 0 (a) Determine o domínio de f
f (x) = 2
2x se x > 0 (b) Calcule f −1 ( x )
e observe que f é injetiva. Determine f −1 . (c) Determine o domínio de f −1

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 80


6 T RIGONOMETRIA

Introdução

A palavra trigonometria tem origem na Grécia, da palavra trigonos (tri-


ângulo) + metrûm (medida). Etimologicamente, trigonometria significa
medida de triângulos.

Enquanto ramo do conhecimento científico, é impossível separar a Trigo-


nometria da Astronomia. Daí que o seu desenvolvimento como ciência
exata viesse a facilitar medições e cálculos de grande precisão. É neste
Nota Histórica
contexto que o astrônomo grego Hiparco de Niceia (180-125 a.C.) é conside-
rado o fundador da Trigonometria. Foi ele quem introduziu as medidas
sexagesimais em Astronomia e elaborou a primeira tabela trigonométrica.
Hiparco utilizou a trigonometria para fazer medições, prever eclipses, fazer
calendários e na navegação. A Hiparco seguiram-se outros no estudo e
desenvolvimento da trigonometria, como, por exemplo, Ptolomeu (séc. II
d.C).

O estabelecimento de certas relações como, por exemplo, aquela que hoje


chamamos Fórmula Fundamentai da Trigonometria deve-se aos matemáti-
cos hindus, do séc. V ao séc. XII. De entre eles destaca-se Aryabhata (séc.
VI), um astrônomo indiano, tendo já nesta altura associado o seno de um
ângulo ao centro à medida da corda correspondente e elaborado também Hiparco (190 a.C - 120 a.C), foi um
matemático grego que compilou
uma tábua de valores do seno.
um primeiro exemplo de tabela
trigonométrica e criou métodos
Matemáticos árabes, desenvolveram o estudo das razões trigonométricas para resolver triângulos.

em triângulos retângulos e estabeleceram, para qualquer triângulo, o cha-


mado teorema ou lei dos senos. A partir do séc. XI, Al-Biurine reúne todas
as demonstrações, quer de origem grega, quer de origem indiana, até então
conhecidas e usadas em Trigonometria.

Na Europa, a instituição da Trigonometria, é iniciada através da elaboração


de uma introdução completa à Trigonometria, e ficou a dever-se a Johaness
Müller, um astrônomo prussiano, mais conhecido por Regiomontano (1436-
1476). No séc. XVI, François Viète (1540-1603) introduziu novos teoremas
que permitiram relacionar lados e ângulos de triângulos não retângulos.
Neper e Briggs usaram o cálculo logarítmico para estabelecerem novas
fórmulas trigonométricas (séc. XVII).

No séc. XIX, a trigonometria atinge o seu ponto máximo, ficando ligada à


análise através das séries. Hoje, a trigonometria usa-se em muitas situações,
nomeadamente na física.
6. Trigonometria

6.1 Trigonometria no triângulo retângulo

Razões trigonométricas num triângulo retângulo

Considerando um triângulo retângulo [ ABC ], com α um dos seus ângulos


agudo, chama-se hipotenusa do triângulo retângulo, ao lado maior do
triângulo. Chama-se cateto oposto à α, o lado que opõe (que fica a frente)
o ângulo agudo α. Ao outro lado do triângulo retângulo chamamos cateto
adjacente à α, isto porque este ladeia o ângulo α.

Definição: Razões trigonométricas

As razões entre os lados do triângulo tem as seguintes definições:


C
BC Comprimento do cateto oposto à α Curiosidade!
sin α = =
AC Comprimento da hipotenusa Uma mnemônica é um dispositivo
c ou um processo que te ajuda a
a
AB Comprimenro do cateto adjacente à α lembrar de algo. Para lembrar das
cos α = = razões trigonométricas, alguns
AC Comprimento da hipotenusa α
estudantes usam o acróstico
A b B "SOH CAH TOA " como uma
BC Comprimento do cateto oposto à α
tan α = = mnemônica.
AB Comprimenro do cateto adjacente à α
Seno:
Oposto
Hipotenusa
Fórmulas trigonométricas Co-seno:
Adjacente
Aplicando o Teorema de Pitágoras ao triângulo da definição anterior,
Hipotenusa
obtemos
Tangente:
a2 + b2 = c2 ,
Oposto
dividindo ambos os membros por c2 e substituindo cada termo pela res- Adjacente
pectiva razão trigonométrica, vem

a2 b2 c2  a 2  b 2
+ 2 = 2 ⇔ + = 1 ⇔ sin2 α + cos2 α = 1 Para além das três razões trigonométri-
c2 c c c c
cas básicas (seno, cosseno e tangente),
existem outras que são razões trigono-
Esta fórmula é denominada de Fórmula Fundamental da Trigonometria. métricas inversas dessas:
• Secante é inversa do cosseno:
Derivada desta, temos as fórmulas secundárias: 1
sec α =
cos α
• Tendo sin2 α + cos2 α = 1, dividindo por sin2 α temos:
• Cossecante é inversa do seno:
1
sin2 α cos2 α 1 1 csc α =
+ = ⇔ 1 + cot2 α = sin α
sin2 α sin2 α sin2 α sin2 α
• Cotangente é inversa da tangente:
2 2 2 1
• sin α + cos α = 1, dividindo por cos α temos: cot α =
tan α
sin2 α cos2 α 1 1
2
+ 2
= 2
⇔ tan2 α + 1 =
cos α cos α cos α cos2 α

A tangente de um ângulo agudo relaciona o seno e o cosseno do mesmo


ângulo agudo. Assim,
a
a c sin α
tan α = ⇔ tan α = b
⇔ tan α = .
b c
cos α

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6. Trigonometria

Resolução de triângulos retângulos

Resolver triângulos é determinar os lados, ângulos e outros segmentos do


triângulo.

Exemplo 6.1
Uma escada de um carro pode
estender-se até um comprimento
máximo de 30 m quando é le-
vantada à um ângulo máximo
de 70◦ . Sabe-se que a base da
escada está colocada sobre um
camião, à uma altura de 2 m do
solo.
Que altura, em relação ao solo,
essa escada pode alcançar?
(use sin 70◦ = 0, 94; cos 70◦ = 0, 34; tan 70◦ = 2, 75). E.1. Considere o triângulo retângulo
em A e agudo em α.

13 cm
Resolução: Notemos que podemos modelar aqui um triângulo retângulo
em que a escada constitui a hipotenusa e a altura procurada é o cateto oposto C
α
12 cm A
do ângulo agudo de 70◦ .
A razão trigonométrica que usa o cateto oposto e a hipotenusa é o seno, (a) Calcule o valor de cada uma
das razões trigonométricas do
portanto temos
ângulo α.
h h (b) Qual é a amplitude de α.
sin 70◦ = ⇔ 0, 94 = ⇔ h = 28, 2 m
30 30
A = 28, 2 + 2 = 30, 2.

Em relação ao solo, essa escada pode alcançar 30, 2 m.

Exemplo 6.2 Sabendo que sin α = 0, 4 e α um ângulo agudo, deter-


mine:
(a) cos α (b) 2 cos α − 3 tan α

E.2. Use a formula


1
Resolução: (a) Aplicando a Fórmula Fundamental da Trigonometria. 1 + tan2 β =
cos2 β
para determinar cos β, sabendo
sin2 α + cos2 α = 1 ⇔ (0, 4)2 + cos2 α = 1 que tan β = 2 e que β é um ân-
⇔ cos2 α = 1 − 0, 16 gulo agudo.

⇔ cos α = 0, 84 (porque α é agudo)
⇔ cos α = 0, 91.
E.3. Prove que
(b) Conhecidos os valores das razões trigonométricas, e com algumas opera- 1
(a) 1 + tan2 x =
ções vem cos2 x
cos2 θ
  (b) 1 − = sin θ
0, 4 1 + sin θ
2 cos α − 3 tan α = 2(0, 91) − 3 cos α 1 + sin α 2
0, 91 (c) + =
1 + sin α cos α cos α
= 1, 82 − 3(0, 43)
= 1, 82 − 1, 92 = 0, 53.

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6. Trigonometria

6.2 Resolução de triângulos quaisquer


Para a resolução de triângulos quaisquer, estudaremos duas proprieda-
des importantes dos triângulos, conhecidas por lei dos senos e lei dos
cossenos. Embora seja um conteúdo a tratar poste-
riormente, até la usamos a calculadora
para determinar as razões trigonométri-
6.2.1 Lei dos senos cas dos ângulos, inclusive os obtusos.

Teorema: Lei dos senos

Em qualquer triângulo [ ABC ], as medidas dos lados são proporcio-


nais aos senos dos ângulos opostos, ou seja:
C
a b c
= =
sin  sin B̂ sin Ĉ a
b

B c A

Podemos usar a Lei dos senos para resolver qualquer triângulo quando se
conhece as medidas de:
• dois ângulos e um lado qualquer, ou

• dois lados e um ângulo oposto a um deles.

Exemplo 6.3
Do alto de seus faróis, que distam 5 km um
do outro, dois faroleiros avistam um barco no
mar, como mostra a figura ao lado. Determine
a distância do Barco ao Farol A.
E.4. Relativamente ao exemplo ao
lado, determine a distância do
Resolução: Sabendo que a soma de todos os ângulos internos de um Barco ao Farol B.
◦ ◦
triângulo é 180 , conclui-se que o ângulo com vértice no Barco mede 45 .
E.5. Calcule as medidas dos lados b
Seja x a distancia (em km) entre o Barco e o Farol A. Aplicando a Lei dos e c num triângulo [ ABC ] em que
senos obtemos, a = 10 cm, B̂ = 30◦ e Ĉ = 45◦ .

x 5

= ⇔ x sin 45◦ = 5 · sin 105◦
sin 105 sin 45◦
5 · sin 105◦
⇔ x= ⇔ x ≈ 6.83
sin 45◦
A distância do Barco ao Farol A é 6, 83 km aproximadamente.

Exemplo 6.4 No triângulo [ ABC ] os lados [ AC ] e [ BC ] medem 8 cm


e 6 cm, respectivamente, e o ângulo  mede 30◦ . Determine o valor E.6. O quadro de uma bicicleta é mos-
de sin B̂. trado abaixo. Sabendo que a
mede 22 cm, use a lei dos senos
para calcular o comprimento b da
Resolução: Aplicando as Lei dos senos, temos C barra que liga o eixo da roda ao
eixo dos pedais.
AC BC 8 6
= ⇔ = 8
sin B̂ sin  sin B̂ sin 30◦
8 · sin 30◦ 6
⇔ sin B̂ =
6
2 30◦
⇔ sin B̂ = A
3 B

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6. Trigonometria

6.2.2 Lei dos cossenos

Teorema: Lei dos cossenos

Em qualquer triângulo [ ABC ], o quadrado da medida de um lado


é igual à soma dos quadrados das medidas dos outros dois lados
menos duas vezes o produto das medidas desses lados pelo cosseno
do ângulo que eles formam, ou seja:
A
• a2 = b2 + c2 − 2bc · cos Â

• b2 = a2 + c2 − 2ac · cos B̂ c b

• c2 = a2 + b2 − 2ab · cos Ĉ
B C
a

Podemos usar a Lei dos cossenos para resolver qualquer triângulo quando
se conhece as medidas de:
• dois lados e o ângulo por eles formado, ou

• todos os três lados.

Exemplo 6.5 Dois lados de um triângulo medem 6 cm e 10 cm e


formam entre si um ângulo de 120◦ . Determine a medida do terceiro E.7. A tirolesa é um desporto no qual
lado. uma pessoa desce ao longo de
um cabo aéreo, suspenso por rol-
danas. A figura abaixo ilustra
Resolução: Aplicando a Lei dos cossenos, temos: C um local para a prática desse des-
x porto, mostrando o cabo [ AB],
bem como o caminho a ser per-
a2 = b2 + c2 − 2bc cos B̂
A 120◦ 10 corrido para voltar do ponto B ao
⇔ x2 = 102 + 62 − 2 · 10 · 6 cos 120◦ 6
ponto A. Determine a distância
  x percorrida por um atleta que
1 B
⇔ x2 = 100 + 36 − 2 · 10 · 6 · − desce atado ao cabo.
2
⇔ x2 = 136 + 60 = 196

⇔ x = 196 = 14

O terceiro lado mede 14 cm.

Exemplo 6.6 Calcule a amplitude de Ĉ, sabendo que:


√ C
a=3 2
b
b=4 a
√ A
c = 10
c
B E.8. Resolva os triângulos cujos lados
são a, b e c:
Resolução: Aplicamos a lei dos cossenos e obtemos:
(a) a = 33; b = 51, 47 e c = 46, 25
a2 + b2 − c2
c2 = a2 + b2 − 2ab · cos Ĉ ⇔ cos Ĉ = (b) a = 28; b = 34 e c = 26, 3
√2ab √
(3 2)2 + 42 − ( 10)2 1 E.9. Dois lados consecutivos de um pa-
⇔ cos Ĉ = √ = √ ralelogramo medem 8 cm e 12 cm
2(3 2)(4) 2
√ e formam um ângulo de 60◦ . Cal-
2 cule o comprimento das diago-
⇔ cos Ĉ = ⇔ Ĉ = 45◦ nais.
2

O ângulo Ĉ mede 45◦ .

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6. Trigonometria

6.3 Ângulos orientados


O movimento dos ponteiros do relógio é utilizado em trigonometria para 12
definir o sentido de um ângulo.

Associamos o sentido do movimento dos ponteiros de um relógio com o 9 3


sentido negativo e ao sentido positivo associamos o contrário do movi-
mento dos ponteiros do relógio.
6

6.3.1 Sentido de um ângulo

Sentido Positivo Sentido Negativo

Lado origem
Lado extremidade

−45◦

45◦

Lado origem Lado extremidade

A semi-reta roda no sentido con-


A semi-reta roda no sentido dos
trário dos ponteiros do relógio
ponteiros do relógio e descreve
e descreve um ângulo de sen-
um ângulo de sentido negativo.
tido positivo.

Definição: Ângulo Orientado

A um ângulo ao qual se atribui um sentido (positivo ou negativo),


chama-se ângulo orientado.

6.3.2 Ângulo num referencial


E.10. Represente cada um dos seguintes
Representa-se um ângulo num referencial quando: ângulos num referencial e indique
o quadrante a que pertencem:
• O vértice do ângulo coincide com a origem das coordenadas;

• O lado origem do ângulo está sobreposto ao semi-eixo positivo do (a) −45◦ (c) 55◦

eixo Ox. (b) 215◦ (d) −200◦

O ângulo pertence ao 1º, 2º, 3º ou 4º quadrantes, conforme o lado extremi-


dade pertence, respetivamente ao 1º, 2º,3º ou 4º quadrantes.
y y y y

α α
α
O x O x O x O x
α

α ∈ 1.◦ Q α ∈ 2.◦ Q α ∈ 3.◦ Q α ∈ 4.◦ Q


0◦ < α < 90◦ 90◦ < α < 180◦ 180◦ < α < 270◦ 270◦ < α < 360◦

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6. Trigonometria

6.4 Generalização da noção de ângulo


Na figura está representado um ângulo do 1.º quadrante.
Como se representa um ângulo y

30◦ + 360◦ , 30◦ − 360◦

ou
30◦ + 5 × 360◦ ?
Concluímos que, qualquer ângulo da forma 30◦

O x
30◦ + k × 360◦ , k ∈ Z

teria uma mesma representação geométrica.

De um modo geral tem-se:

Nota: Se α é uma das amplitudes, em graus, de um ângulo orientado,


então α + k · 360◦ , k ∈ Z são também amplitudes de um ângulo que
tem o mesmo lado origem e o mesmo lado extremidade. O termo
k × 360◦ , com k ∈ Z, representa o número de voltas completas (no
sentido positivo de k > 0 ou no sentido negativo se k < 0).

Definição: Amplitude principal

Chama-se amplitude principal à amplitude α se

−180◦ < α ≤ 180◦ .

A amplitude principal corresponde ao trajeto mínimo da semi-reta que


descreve o ângulo.

Exemplo 6.7 Indique a amplitude α de um ângulo, de modo que


−180◦ < α ≤ 180◦ e cujos lados do ângulo sejam coincidentes com os
de um ângulo de 1515◦ .

Resolução: Para determinarmos quantas voltas completa o ângulo dá,


fazemos: E.11. Desenhe o ângulo α tal que:
−180 < α ≤ 180◦ e de modo que
1515 360 y os lados de α coincidam com os
75 4 lados do ângulo:
(a) 1476◦
Como 75◦ (b) −2605◦
1515 = 4 · 360 + 75 O x
(c) −1515◦
o ângulo tem a mesma representação geométrica (d) 1715◦
que um ângulo de amplitude 75◦ .

...

6.5 Medida de um ângulo

Um segmento de reta é medido em centímetros ou metros. Ângulos são


medidos em unidades diferentes. As unidades mais usuais para se medir
ângulos são grau e radiano.

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6. Trigonometria

6.5.1 Sistema sexagesimal

Definição: Grau Curiosidade!


O sistema é denominado
sexagesimal porque tem por base o
1
Um grau (◦ ) é igual de uma ângulo giro. 60◦ .
360 O grau como unidade de medida,
usa-se desde o tempo dos
Babilônios.
O grau e o seus submúltiplos (o minuto e o segundo) constituem o sistema
Da Mesma forma que mediam os
sexagesimal de medida de ângulos. ângulos, mediam o tempo:

1h = 60min
• Um ângulo giro mede 360◦ • Um minuto corresponde a 6000
1min = 60s.
• Um grau corresponde a 600

Exemplo 6.8 Escreva em valores unidade (grau, minuto, segundo) a


E.12. Converta em sistema Grau-
amplitude do ângulo α = 25, 23◦ Minuto-Segundo, os ângulos:

(a) 63, 75◦ (c) −317, 06◦


Resolução: Tem-se sucessivamente: (b) 200, 325◦ (d) 179, 999◦

α = (25, 23)◦ 1◦ −−−→ 600


E.13. Escreva os ângulos em graus deci-
◦ ◦
= 25 + 0, 23 0, 23◦ −−−→ x ⇔ x = 13, 80 mais (arredonde cada resultado a
◦ 0 três casas decimais).
= 25 (13, 8)
= 25◦ 130 + 0, 80 10 −−−→ 6000 (a) 125◦ 500 (c) 502◦ 350
◦ 0 00
(b) −32 10 12 (d) 273◦ 580 4300
= 25◦ 130 4800 0, 80 −−−→ y ⇔ y = 4800

6.5.2 Sistema Circular

O sistema circular tem como unidade de medida o radiano (rad).


Definição: Radiano

Um radiano (rad) é a amplitude de um ângulo ao centro cujo arco r

tem comprimento igual ao raio da circunferência. α


O r
Quantos radianos tem uma circunferência?
Comprimento da circunferência 2πr
= = 2π
raio r α = 1 rad
Portanto,
360◦ = 2π rad e 180◦ = π rad

Exemplo 6.9 Escreva em graus:


5π 3π
(a) rad (b) rad
4 7
E.14. Escreva em graus:
Resolução: Sabendo que π rad equivale à 180◦ , vem: 7π
(c) 3, 14 rad
(a) rad
4
5π 5 × 180 11π
(a) = = 225◦ (b) rad (d) 0, 2 rad
4 4 20
3π 3 × 180
(b) = ≈ 77, 14◦
7 7

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6. Trigonometria

Exemplo 6.10 Escreva em radianos:


(a) 112◦ (b) 31◦ 470 1200
E.15. Escreva em radianos:
Resolução: Nesses exemplos utilizamos a regra de três simples: (a) 62◦ (c) 15◦ 300
(b) 300◦ (d) 12◦ 100 1300
(a) Com a informação conversão 180◦ → π rad, obtemos:

112◦ −−→ x rad x=


112π
=
28π
180 45
180◦ −−→ π rad
28π
Logo, 112◦ = rad.
45
(b) Primeiro, reduzir o ângulo 31◦ 470 1200 a grau:

12 ◦
 
◦ 0 00 47
31 47 12 = 31 + + ≈ 31, 787◦ .
60 3600

De seguida temos:

31, 787◦ −−→ y rad y=


31, 787π
=
31787π
180 18000
180◦ −−→ π rad
31787π
Logo, 31◦ 470 1200 = rad.
18000

6.6 Razões trigonométricas de ângulos especiais


π 
Razões trigonométricas de 45◦ rad
4

Consideremos um quadrado de lado a: a



◦ a 1 2
sin 45 = √ = √ =
a 2 2 2 45◦

√ a a 2 a
a 1 2
cos 45◦ = √ = √ =
a 2 2 2
a 45◦

tan 45 = = 1 a
a
π  π 
Razões trigonométricas de 30◦ rad e de 60◦ rad
6 3
Em resumo:
Seja [ ABC ] um triângulo equilátero de lado a:
π π π
α 30◦ = 45◦ = 60◦ =
6 4 3
a √ √ √
30◦ 1 2 3
1 3 sin α
sin 30◦ = 2 = sin 60◦ = 2 2 2
a√ 2 2 √ √ √
a 3
a 3 a a 3 2 1
√ 2 cos α
2 2 2
3 1
cos 30 = 2 =

cos 60◦ = √
3 √
a 2 2 tan α 1 3
a √ 3
2 = 3 √ 60 ◦
tan 30◦ = √ tan 60◦ = 3
a 3 3 a a
2 2 2

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6. Trigonometria

Exemplo 6.11 Calcule o valor das seguintes expressões:

(a) sin 30◦ − 2 cos 30◦ × tan 60◦


sin π6 × cos π3 π
(b) × sin2
tan π4 3
E.16. Calcule o valor da expressão
Resolução: Observando o quadro temos: cos 60◦ + cos2 30◦
E=
√ !  sin3 30◦ + tan5 45◦
◦ ◦ ◦ 1 3 √
(a) sin 30 − 2 cos 30 × tan 60 = − 2 3 E.17. Calcule o valor da expressão
2 2
1 5 E=
sin 2x + cos 4x
,
= −3 = − cos2 2x
2 2
1 1
√ !2 para x =
π
.
sin 6 × cos 3
π π
π × 3 1 3 3 12
(b) π × sin2 = 2 2 × = × =
tan 4 3 1 2 4 4 16

6.7 Razões trigonométricas de um ângulo qualquer


Observe agora a figura ao lado.
No referencial estão representadas duas circunferências de centro y
O, uma de raio 1 e outra de raio r. r

O ângulo α tem o lado origem coincidente com a parte positiva b P0 ( a, b)


do eixo Ox e o seu lado extremidade, intersecta a circunferência 1

de raio 1 no ponto P( x, y) e a conferencia de raio r no ponto y P( x, y)


P0 ( a, b). α
−r −1 O x 1 a r x
O ponto P é o ponto associado a circunferência de raio 1 e o ponto
P0 é o ponto associado à circunferência de raio r.
−1
Definição: Razões trigonométricas nos círculos

ordenada do ponto associado




 sin α = −r

 raio da circunferência
... sin α = y
 sin α = b = y = y



r 1

 cos α = abcissa do ponto associado

raio da circunferência


... cos α = x
 cos α = a = x = x



r 1
 ordenada do ponto associado
 tan α =
abcissa do ponto associado


 y
... tan α =
x
 tan α = b = y



a x

Nota: É importante notar que:

1º. Se algum dos denominadores é zero, não existe a razão trigonomé-


trica.
2º. O valor de cada uma das razões trigonométricas não depende do
raio.

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6. Trigonometria

Para simplificar, passamos a utilizar sempre o circulo de raio 1 a qual


chamamos círculo trigonométrico.
Definição: Círculo trigonométrico
y
Círculo trigonométrico é um circulo de centro na origem do refe-
1 cot α
rencial e raio igual a unidade.

tan α
Para o estudo das razões trigonométricas vamos associar ao círculo, quatro

sin α
α
eixos:
−1 O cos α 1 x

• O eixo horizontal x, das abcissas, é chamado eixo do cosseno.

−1 ≤ cos α ≤ 1 −1

• O eixo vertical y, das ordenadas, é chamado eixo do seno.

−1 ≤ sin α ≤ 1

• O eixo paralelo ao eixo y e que passa pelo ponto de coordenadas (1, 0)


é o eixo da tangente.
tan α ∈ R

• O eixo paralelo ao eixo x e que passa pelo ponto de coordenadas (0, 1)


é o eixo da cotangente.
cot α ∈ R

Sinal das razões trigonométricas

Seno Co-seno Tangente

y y y
1 1 1

+ + − + − +
−1 O 1 x −1 O 1 x −1 O 1 x
− − − + + −
−1 −1 −1

Exemplo 6.12 Se tan θ < 0 e cos θ > 0 indique o quadrante a que


pertence o ângulo θ.

E.18. Se sin θ < 0 e cos θ < 0 indique


o quadrante a que pertence o ân-
Resolução: Quando tan θ < 0, θ é do 2º ou 4º Quadrante. gulo θ.
Quando cos θ > 0, θ é um ângulo do 1º ou 4º Quadrante.
Como se tem ambas as condições (tan θ < 0 e cos θ > 0), θ é um ângulo do
4º Quadrante.

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6. Trigonometria

Razões trigonométricas de ângulos sobre os eixos

Da definição de razões trigonométricas no círculo trigonométrico resulta o


que se resume no quadro seguinte:

π 3π
α 0◦ = 0 90◦ = 180◦ = π 270◦ =
2 2

sin α 0 1 0 −1

cos α 1 0 −1 0

tan α 0 n.d. 0 n.d.

Exemplo 6.13 Calcule o valor da expressão


 
3π 3 cos π
sin −
2 2
E=
E.19. Calcule o valor de cada uma das
π π
1 − csc − tan expressões:
2 4
3π π
cos − cos
(a) A = 2 3
Resolução: Com as informações da tabela acima, resulta: sin

+ cos
π
  2 3
3π 3 cos π 3(−1) 3 π
tan π − sin + cos π
sin − −1 − −1 + 2
E =
2 2
π = 2 = 2 = −1 (b) B =
3π 3π
π cos − sin
1 − csc − tan 1−1−1 −1 2 2 2
2 4

6.8 Redução ao 1º quadrante


Nosso objetivo agora é, dado um ângulo de medida x qualquer, encontrar
no 1.º quadrante, um ângulo cujas razões trigonométricas, em valor abso-
luto, são os mesmos que as do ângulo x.

Consideramos primeiro os casos de ângulos x é do 2.º, do 3.º ou do 4.º


quadrante. Vejamos caso a caso.

Exemplo 6.14 Recorrendo a um ângulo do 1.º quadrante, expresse


sin α, cos α e tan α do ângulo cuja amplitude é 135◦
E.20. Calcule sin x, cos x e tan x se:
◦ ◦ ◦ ◦
Resolução: Sendo 135 ∈ 2.ºQ, fazemos 135 = 180 − 45 4π
(a) x = 150◦ (c) x = −
y 3
11π
sin 135◦ = sin(180◦ − 45◦ ) (b) x = (d) x = 120◦
√ √ ! √ √ !
4
√ −
2
,
2
1 2
,
2

◦ 2 2 2 2 2
= sin 45 = E.21. Sabendo que
2 135◦

3
cos 135◦ = cos(180◦ − 45◦ ) cos(π − α) =
√ 5
2 −1 O 1 x π
= − cos 45◦ = − e
2
< α < π determine o valor
2 exato de
tan 135◦ = tan(180◦ − 45◦ ) π  


−1 sin + α − cos −α .
= − tan 45◦ = −1 2 2

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6. Trigonometria

Exemplo 6.15 Recorrendo a um ângulo do 1º quadrante, determine



as razoes trigonométricas de um ângulo de amplitude .
3
E.22. Calcule sin x, cos x e tan x se:
4π (a) x = 210◦
Resolução: Sendo ∈ 3.ºQ, fazemos 5π
3 (b) x =
4
240◦ = 180◦ + 60◦ . 5π
(c) x = −
6
Assim temos: 4π
(d) x =
3
y
4π  π
sin = sin π + 1
√ !
3
3 3 √ 1 ,
2 2

π 3
= − sin = −
3 2 240◦
4π  π
cos = cos π +
3 3 −1 O 1 x
π 1
= − cos = −
3 2
4π  π 1
√ !
3
tan = tan π + − ,−
2 2 −1
3 3
π √
= tan = 3
3

Exemplo 6.16 Recorrendo a um ângulo do 1º quadrante, determine


sin θ, cos θ e tan θ para o ângulo θ = 300◦

E.23. Calcule sin x, cos x e tan x se:


Resolução: Sendo este um ângulo do 4º quadrante, podemos fazemos (a) x = −30◦
11π
(b) x =
◦ ◦ ◦ 6
300 = 360 − 60 .

(c) x =
4
Assim temos:
y E.24. Sabendo que
√ !  
1
1
,
3 3π 1
◦ ◦ ◦ 2 2 sin +x =
sin 300 = sin(360 − 60 ) 2 3

3 e x ∈]π, 2π [, calcule o valor exato
= − sin 60◦ = − de
2 300 ◦
π 
cos 300◦ = cos(360◦ − 60◦ ) cos(π + x ) − 2 cos +x
−1 O 1 x 2
1
= cos 60◦ =
2 √ !
tan 300 = tan(360 − 60◦ )
◦ ◦ 1 3
−1 ,−
2 2

= − tan 60◦ = − 3

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6. Trigonometria

Redução ao 1º Quadrante (Generalização)


y y y
1 1 1

Q(?, ?) P( x, y) P( x, y) P( x, y)
180◦ − α 360◦ − α
α 180◦ + α α α
−1 O 1 x −1 O 1 x −1 O 1 x
Q(?, ?) Q(?, ?)

−1 −1 −1

Q 7→ (− x, y) Q 7→ (− x, −y) Q 7→ ( x, −y)
sin(180◦ − α) = sin α sin(180◦ + α) = − sin α sin(360◦ − α) = − sin α

cos(180◦ − α) = − cos α cos(180◦ + α) = − cos α cos(360◦ − α) = cos α


tan(180◦ − α) = − tan α tan(180◦ + α) = tan α tan(360◦ − α) = − tan α

y y
1 1
Q(?, ?) Q(?, ?)
90◦ − α
P( x, y) 90◦ + α P( x, y)

α α
−1 O 1 x −1 O 1 x

−1 −1

Q 7→ (y, x ) Q 7→ (−y, x )
sin(90◦ − α) = cos α sin(90◦ + α) = cos α

cos(90◦ − α) = sin α cos(90◦ + α) = − sin α


tan(90◦ − α) = cot α tan(90◦ + α) = − cot α

y y
1 1

P( x, y) P( x, y)
270◦ − α
α α
−1 O 1 x −1 O 1 x
270◦ + α

Q(?, ?) Q(?, ?)
−1 −1

Q 7→ (−y, − x ) Q 7→ (y, − x )

sin(270 − α) = − cos α sin(270◦ + α) = − cos α
cos(270◦ − α) = − sin α cos(270◦ + α) = sin α
tan(270◦ − α) = cot α tan(270◦ + α) = − cot α

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6. Trigonometria

Método prático para a redução de ângulo ao 1º quadrante

• O ângulo a reduzir é dado


Escreve-se o ângulo na forma 180◦ − α ou 180◦ + α ou 360◦ − α conforme
o ângulo seja do 2.º, 3.º ou 4.º quadrante, respectivamente. Atende-se
ao sinal e mantém-se a razão trigonométrica.

Exemplo 6.17 Escreva como seno de um ângulo do 1.º quadrante


sin 293◦ .
E.25. Calcule:
Resolução: Temos que (a) sin(−45◦ )
 π
293◦ ∈ 4.◦ Q. y (b) cos −
3
360 − 67 = 293 1 (c) tan(1200◦ )
 
sin(360 − 67) =? sin 67◦ (d) cot −
11π
6

−1 O −67◦ 1 x
Como o seno no 4.º quadrante é negativo,
vem:
sin 293◦ = sin(360◦ − 67◦ ) = − sin 67◦ . −1

• O ângulo não é dado

– Se o ângulo está escrito como uma soma ou diferença com 180◦


(ou π ) ou 360◦ (ou 2π ), mantém-se a razão.
– Se o ângulo está  escrito como
 uma soma ou diferença com 90◦
 π  3π
ou ou 270◦ ou , passa-se à "co-razão", isto é, o seno
2 2
passa a co-seno, o co-seno passa a seno ...

Em ambas as situações atende-se ao sinal.

Exemplo 6.18 Reduza ao 1.º quadrante sin( x − π )


E.26. Reduza ao 1.º quadrante:
Resolução: Temos: sin( x − π ) = sin( x + π − 2π ) = sin(π + x )
 

(a) cos +x
O ângulo é uma soma com π, mantem a razão trigonométrica, portanto 2
(b) tan( x − 5π )
sin(π + x ) =? sin x. Como (π + x ) ∈ 3.◦ Q e no 3.ºQ o seno é negativo,
vem: E.27. Obedecidas as condições de existên-
cia, simplifique a seguinte expressão:

sin(π + x ) = − sin x. sin π2 + α + cos(2π − α)
sin2 ( 32 − α)

Exemplo 6.19 Determine os valores da cada razão trigonométrica:



 

(a) sin (b) tan −
4 4
E.28. Determine os valores da cada ra-
zão trigonométrica:
Resolução: Usando os métodos de redução ao 1º quadrante, obtemos:
√ 5π



(a) cot (b) cos −
 
9π 8π π  π π 2 4 4
(a) sin = sin + = sin 2π + = sin =
4 4 4 4 4 2
     
5π 5π 4π π
(b) tan − = − tan = − tan +
4 4 4 4
 π π
= − tan π + = − tan = −1
4 4

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6. Trigonometria

6.9 Equações trigonométricas


Chamamos equações trigonométricas aquelas em que a incógnita são ân-
gulos de uma razão trigonométrica qualquer.

Definição: Equações trigonométricas

Chama-se equação trigonométrica, qualquer equação na qual a


incógnita faz parte do ângulo (ou arco) de alguma razão trigonomé-
trica.

Uma grande parte dessas equações podem ser resolvidas se soubermos


resolver as seguintes equações fundamentais:

(a) sin x = sin α (b) cos x = cos α (c) tan x = tan α

Equação do tipo sin x = a (ou sin x = sin α)


y
Se sin x = sin α = a, então as imagens de x e α estão sobre a reta r que 1
é perpendicular ao eixo dos senos no ponto P1 , isto é, estão em P ou P0 .
P0 P1 P r
(Figura ao lado)
π−α
a
α
Há, portanto, duas possibilidades: −1 O 1 x

1.ª x e α tem a mesma imagem, isto é são


ângulos com a mesma representação geométrica, ou,
−1

2.ª x e α tem imagens simétricas em relação ao eixo dos senos, isto é, são
ângulos suplementares.

Em resumo
Teorema: Equação seno

sin x = sin α ⇔ x = α + 2kπ ∨ x = π − α + 2kπ, k ∈ Z.

π
Exemplo 6.20 Resolva a equação sin x = sin .
8
E.29. Resolva, em R, as equações:
π
Resolução: Esta é uma equação fundamental. Aplicamos diretamente, a (a) sin x = sin
4
definição e obtemos: 2π
(b) sin (5x + 1) = sin
5
π π π
sin x = sin ⇔ x= + 2kπ ∨ x = π − + 2kπ (c) sin x = sin
π
8 8 8 2
π 7π 2π
⇔ x = + 2kπ ∨ x = + 2kπ, k ∈ Z (d) csc x = csc
3
8 8
(e) sin(−2x ) − sin x = 0
Escrevemos então, em compreensão, o conjunto-solução da equação:
 
π 7π
S = x ∈ R : x = + 2kπ ∨ x = + 2kπ, k ∈ Z
8 8

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6. Trigonometria

Exemplo 6.21 Resolva, em R, a equação sin x = 0, 5.

E.30. Resolva as equações:


π π (a) 2 sin(2x ) + 1 = 0
Resolução: Uma solução dessa equação é x = , porque sin = 0, 5. π √
6 6

π (b) 2 sin x − = 2
3
Então uma equação fundamental é sin x = sin . Logo, vem: x
6 (c) 4 + 8 sin =0
2
π π π (d) 2 sin(πx ) − 1 = 0
sin x = sin ⇔ x= + 2kπ ∨ x = π − + 2kπ
6 6 6
π 5π
⇔ x = + 2kπ ∨ x = + 2kπ, k ∈ Z
6 6
Logo,
 
π 5π
S= x ∈ R : x = + 2kπ ∨ x = + 2kπ, k∈Z
6 6

No exemplo seguinte, resolvemos uma equação em que o lado extremidade


do ângulo coincide com um dos eixos coordenados.

Exemplo 6.22 Resolva a equação sin x = −1.

E.31. Resolva as equações:


3π 3π (a) 2 sin(2x ) − 2 = 0
Resolução: Uma solução é x = , pois sin = −1
2 2 (b) sin x − 4 = 5 sin x
(c) 4 (sin x + 1) = 9 − sin x
3π 3π
sin x = sin ⇔x= + 2kπ, k∈Z
2 2
Portanto,  

S= x∈R:x= + 2kπ, k∈Z .
2

3π π
Obs.: Não há contradição com o que foi dito, pois π − = − que tem
2 2

os mesmos lados origem e extremidade que o ângulo .
2

Equação do tipo cos x = a (ou cos x = cos α)


y r
Se cos x = cos α = a, então as imagens de x e α no circulo estão sobre a 1
reta r que é perpendicular ao eixo dos co-senos no ponto P2 , isto é, estão
em P ou P0 . (Figura ao lado)
P
α P2
Há, portanto, duas possibilidades: −1 O a −α 1 x
0
1.ª x e α têm a mesma imagem, isto é, são P
ângulos com a mesma representação geométrica, ou
−1
2.ª x e α têm imagens simétricas em relação ao eixo dos co-senos (são
replementares).

Em resumo
Teorema: Equação cosseno

cos x = cos α ⇔ x = α + 2kπ ∨ x = −α + 2kπ, k ∈ Z.

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6. Trigonometria

Neste exemplo, fazemos uma mudança de variável, de forma a obter uma


equação fundamental cosseno.

Exemplo 6.23 Resolva as equação 4 cos2 x − 12 cos x + 5 = 0.

E.32. Resolva as equações:


Resolução: Fazendo uma mudança de variável y = cos x, (a) sin2 = 1 − cos x

com −1 6 y 6 1, temos a equação do 2.º grau (b) 4 cos2 x = 3


(c) cos x + cos2 x = 0
20
 1
4y2 − 12y + 5 = 0 ⇔ y =
 ∨y = .

 8 2
Voltando a variável inicial, obtemos
1 π π
cos x = ⇔ cos x = cos ⇔ x = ± + 2kπ, k∈Z
2 3 3
Logo, n π o
S= x∈R:x=± + 2kπ, k∈Z
3

No seguinte exemplo, restringimos o número de soluções a um determi-


nado intervalo.

Exemplo 6.24 Resolva a equação


π
2 cos(5x ) = 1 para 0<x< .
2
E.33. Resolva as equações:
 π
1 (a) 2 cos(2x ) + cos x + = 0
Resolução: Temos: 2 cos(5x ) = 1 ⇔ cos (5x ) = . 4
2 para 0 < x < π
π π 1 π
Uma solução é 5x = , porque cos = . Então cos(5x ) = cos
3 3 2 3
Dessa forma, devemos ter:

π π 2kπ π 2kπ
5x = ± + 2kπ ⇔ x = + ∨x =− + , k ∈ Z.
3 15 5 5 5
π
Como 0 < x < , faremos k variar até que seja conveniente. Assim:
2
Para
π π


k=0→x= ∨x = −

15   15
7π π
k=1→x= ∨x =−
15 3
13π
 π

k=2→x= 15 ∨ x = −

   15
Logo  
π 7π π
S= , , .
15 15 3

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6. Trigonometria

Exemplo 6.25 Determine todas as possíveis soluções da equação


sec θ + 3 5
= sec θ +
2 2
em graus.

E.34. Resolva a equação:


√ √
Resolução: Começamos com as técnicas habituais de resolução de qual- (a) sec x + 2=2 2

quer equação: (b) sec θ csc θ + 2 csc θ = 0
para 0 6 θ 6 2π
sec θ + 3 5 (c) 2 sin x + 1 = csc x
= sec θ + ⇔ sec θ + 3 = 2 sec θ + 5 Resolver para sec θ
para x ∈ [0, 2π ]
2 2
⇔ −2 = sec θ
1
⇔ cos θ = − Resolver para cos θ
2
⇔ cos θ = cos 120◦

⇔θ=± + 2kπ, k ∈ Z
3
Portanto,
 
2π 2π
S= θ∈R:θ= + 2kπ ∨ θ = − + 2kπ, k∈Z .
3 3

Podemos resolver equações com razões trigonométricas diferentes, em que


efetuamos redução ao primeiro quadrante, de modo a obtermos mesmas
razões trigonométricas. Vejamos o exemplo a seguir.

Exemplo 6.26 Resolva a equação

sin x = cos x

em [0, 2π ].

E.35. Resolva as equações:


(a) sin x + cos x = 0
π 
Resolução: Sabemos que sin x = cos − x . Com efeito, temos
2
 

(b) cos(2x ) = sin x +
π  4
sin x = cos x ⇔ cos − x = cos x (c) sin (2x ) − cos x = 0
2
π π
⇔ − x = x + 2kπ ∨ − x = − x + 2kπ
2 2
π
⇔ −2x = − + 2kπ
2
π
⇔ x = + kπ, k ∈ Z
4
π 5π
Para k = 0 e k = 1 obtemos as soluções e que pertencem ao intervalo
4 4
indicado.

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6. Trigonometria

Equação do tipo tan x = a (ou tan x = tan α)


y
r
Se tan x = tan α = a, então as imagens de x e α estão sobre a reta r deter- 1
minada por O e T, isto é, estão em P ou P0 . P
a
Há, portanto, duas possibilidades: α

−1 O 1 x
1.ª x e α têm a mesma imagem, isto é são
ângulos com a mesma representação geométrica, ou
P0

2.ª x e α têm imagens simétricas em relação ao centro do circulo (são −1


explementares).

Em resumo
Teorema: Equação tangente

tan x = tan α ⇔ x = α + kπ, k ∈ Z.

π π
Exemplo 6.27 Resolva a equação tan(3x ) = tan para 0 < x < .
8 2
E.36. Resolva as seguintes equações:
 π π
Resolução: Devemos ter (a) tan x −
6
− tan = 0
5
 π
π π kπ (b) tan(4x ) = tan x −
3x = + kπ ⇔ x = + , k∈Z 4
8 24 3 π
(c) tan 5x = −1 para 0 < x <
2
Faremos k variar até que seja conveniente. 1 3
(d) =
Para k < 0 obtemos valores negativos para x, o que não convém ao problema. 1 + tan2 x 4

π
k=0→
24
π π 9π 3π
k=1→ + = =
24 3 24 8
π 2π 17π
k=2→ + =
24 3 24
Logo  
π 3π
S= , .
24 8


2 3
Exemplo 6.28 Resolva, em R, a equação cot(2x ) = − .
3
E.37. Resolva as equações:
√ √ 3π
2 3 3 (a) tan x = tan
Resolução: Temos cot(2x ) = − ⇔ tan(2x ) = . Um valor 7
3 √ 2 π
  (b) tan 2x = tan
5π 5π 3 4
possível para 2x é , pois tan =− . Então temos
(c) 3 tan x = 3
6 6 2
1 1
(d) tan x = √
5π 5π 5π kπ 3 3
tan(2x ) = tan ⇔ 2x = + kπ ⇔ x = + , k ∈ Z. √
6 6 12 2 (e) 7 tan θ = 2 3 + tan θ

O conjunto solução é
 
5π kπ
S= x∈R:x= + , k∈Z .
12 2

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6. Trigonometria

6.10 Funções trigonométricas


Chamamos de funções trigonométricas, aquelas em que a variável é um
ângulo (ou arco) de uma razão trigonométrica. Fazem parte de um grupo
de funções periódicas.
Definição: Função periódica

Uma função f é periódica se existe um numero real positivo p, tal


que
f ( x ) = f ( x + p ), ∀ x ∈ D f .
Ao menor valor de p, se existe, é chamado de período da função.

O período da função y = sin x e y = cos x é 2π, pois

sin x = sin( x + 2kπ ), ∀k ∈ Z

cos x = cos( x + 2kπ ), ∀k ∈ Z


O período da função y = tan x e y = cot x é π, pois

tan x = tan( x + kπ ), ∀k ∈ Z

cot x = cot( x + kπ ), ∀k ∈ Z.

Exemplo 6.29 Considere a função real de variável real definida por

f ( x ) = 4 sin(2x ).

(a) Determine o período de f .


 
π 5π
(b) Calcule o valor de f −f .
4 4

E.38. Prove que:


Resolução: Tendo em conta a expressão algébrica da função, temos: (a) O período de
 π
x 7→ f ( x ) = sin 3x −
(a) Pela definição, o período é um número positivo p tal que: 2

é .
f ( x + p) = f ( x ) ⇔ 4 sin (2( x + p)) = 4 sin (2x ) 3
(b) O período de
⇔ sin (2x + 2p) = sin (2x ) x
x 7→ g( x ) = tan
⇔ 2p = 2π Porque o período da função seno é 2π 2
é 2π.
⇔p=π
(c) O período de
(b) Calculando as imagens na expressão dada, vem: x 7→ h( x ) = cos
 πx 
3
   
π 5π π 5π é 6.
f −f = 4 sin − 4 sin
4 4 2 2
π π 
= 4 sin − 4 sin + 2π
2 2
= 4·1−4·1 = 0

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6. Trigonometria

6.10.1 Função seno

Definição: Função seno

Chama-se função seno a uma função que a cada ângulo de am-


plitude α, dado em graus ou em radianos, faz corresponder um
número real sin α.

Vejamos algumas imagens pela função seno.

y
β sin β
(0,1)
(cos β,sin β) 0 0
1
π
β
x
1
(−1,0) O (1,0) 2
π 0
(0,−1) 3π
−1
2
2π 0

A seguir apresenta-se o gráfico da função seno relativo ao intervalo [0, 2π ].

π
y
2
1

β
π
O 0 0 x
β π π 3π 2π
2 2
−1

2

Abaixo resumimos os resultados acima e mostramos o gráfico de seno,


aproveitando o fato de esta ser uma função periódica de período 2π.

Gráfico de f : x 7→ sin x
y

0 x
−4π −3π −2π −π π 2π 3π 4π

−1

Df = R Máximo absoluto: 1
D 0f = [−1, 1] Máximizantes: x =
π
+ 2kπ, k∈Z
2
Zeros: x = kπ, k∈Z
Mínimo Absoluto: −1
Período: 2π
π
Função Ímpar: sin(− x ) = − sin x Minimizantes: x = − + 2kπ, k∈Z
2

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6. Trigonometria

Exemplo 6.30 Considere a função real de variável real definida por


 π
f ( x ) = 1 + sin 3x + .
2
(a) Determine o contradomínio de f .
(b) Determine a expressão geral do zeros de f .
(c) Calcule o período de f .
(d) Estude a função f quanto a paridade.

E.39. Determine domínio, o período e o


contradomínio das funções:
Resolução: Notemos que D f = R, pois não há restrição no argumento
(a) f ( x ) = 2 sin(5x )
desta função seno. x
(b) f ( x ) = 1 − 3 sin
3
(a) Por um processo de enquadramento, fazemos (c) f ( x ) = − sin(π + x )
 π 2 sin x
−1 6 sin 3x + 61 (d) f ( x ) =
3
2 π
 π
(e) f ( x ) = −4 + 2 sin x +
⇔ 1 − 1 6 1 + sin 3x + 6 1+1 4
2
⇔ 0 6 f (x) 6 2

Logo, D 0f = [0, 2].


(b) Igualando a expressão da função a zero obtemos,
 π
f ( x ) = 0 ⇔ 1 + sin 3x − =0
3
 π   π 3π
⇔ sin 3x − = −1 ⇔ sin 3x − = sin
2 2 2
π 3π π 2kπ
⇔ 3x − = + 2kπ ⇔ x = + com k ∈ Z
2 2 3 3
 
π 2kπ
Zeros = x ∈ R : x = + ,k ∈ Z
3 3
(c) Sabendo o período da função seno é 2π. Temos,
 π  π
f ( x + p) = f ( x ) ⇔ 1 + sin 3x + 3p + = 1 + sin 3x +
2 2
 π  π
⇔ sin 3x + + 3p = sin 3x +
2 2

Assim o período de f é, 3p = 2π ⇔ p = .
3
(d) Sejam x, − x ∈ D f , temos
 π
f (− x ) = 1 + sin 3(− x ) +
2
 π
= 1 + sin −3x +
2 
  π
= 1 + sin − 3x −
2
 π
= 1 − sin 3x − A função não é um par
 2 π 
= − −1 + sin 3x − A função não é um ímpar
2
Como f (− x ) não igual nem a f ( x ) nem a − f ( x ), a função não é par
nem ímpar.

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6. Trigonometria

6.10.2 Função co-seno

Definição: Função co-seno

Chama-se função co-seno a uma função que a cada ângulo de


amplitude α, dado em graus ou em radianos, faz corresponder um
número real cos α.

Vejamos alguns valores da função co-seno

y x cos x
(0,1)
(cos β,sin β) 0 1
1 π
β 0
O
x 2
(−1,0) (1,0)
π −1
(0,−1)

0
2
2π 1

Na figura seguinte apresenta-se o gráfico da função co-seno relativo ao


intervalo [0, 2π ].

π
y
2
1

β
π
O 0 0 x
πβ π π 3π 2π
4 2 2
−1

2

Abaixo resumimos os resultados acima e mostramos o gráfico de seno,


aproveitando o fato de esta ser uma função periódica de período 2π.

Gráfico de f : x 7→ cos x
y

0 x
−4π −3π −2π −π π 2π 3π 4π

−1

Df = R Máximo absoluto: 1
D 0f
= [−1, 1]
Máximizantes: x = 2kπ, k∈Z
π
Zeros: x = + kπ, k ∈ Z
2 Mínimo Absoluto: −1
Período: 2π
Função Par: cos(− x ) = cos x Minimizantes: x = π + 2kπ, k∈Z

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6. Trigonometria

Exemplo 6.31 Considere a função real de variável real


 π
g : x 7→ y = 1 − 2 cos x − de domínio [0, 2π ] .
3
(a) Determine Dg0 .
 

g 3
(b) Calcule 
5 · g (0) − g π
3
(c) Determine os zeros de g.
(d) Indique o mínimo absoluto e determine os minimizantes de g.

E.40. Considere a função definida em


R por
Resolução: Nesse exemplo, em cada item a seguir, devemos sempre obser- 
3 3 cos x − π
4
var o domínio da função dada. h( x ) = − +
4 2
.

(a) Dg0 = [−1, 3], porque (a) Determine o domínio eo con-


tradomínio de h.
 π  π (b) Calcule o período da função.
−1 6 cos x − 6 1 ⇔ 2 > −2 cos x − > −2
3  3 π
(c) Escreva uma expressão geral
dos maximizantes de h.
⇔ −2 6 −2 cos x − 62
 3 π (d) Represente em extensão o con-
junto
⇔ 1 − 2 6 1 − 2 cos x − 6 1+2
3 Z = { x ∈ [0, 2π ] : h( x ) = 0} .
⇔ −1 6 g ( x ) 6 3
 
g 4π3 3
(b) π = 5 · 0 − (−1) = 3

5 · g (0) − g 3

(c) Igualamos a expressão da função a zero,


 π
g( x ) = 0 ⇔ 1 − 2 cos x − =0
3
 π  1  π π
⇔ cos x − = ⇔ cos x − = cos
3 2 3 3
π π π π
⇔ x − = + 2kπ ∨ x − = − + 2kπ
3 3 3 3

⇔ x= + 2kπ ∨ x = 2kπ
3


 
k=0→x= ∨x =0 2π
3 Zeros = 0, , 2π .
3
8π
k=1→x=  ∨ x = 2π
3

(d) Como o contradomínio de g é [−1, 3], o mínimo absoluto da função é


−1. A expressão dos minimizantes é então dada por:
 π
g( x ) = −1 ⇔ 1 − 2 cos x − = −1
3
 π   π
⇔ cos x − = 1 ⇔ cos x − = cos 0
3 3
π π
⇔ x − = 2kπ ⇔ x = + 2kπ,
3 3

π nπo
k=0→x= Minimizantes = .
3 3

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6. Trigonometria

6.10.3 Função tangente e função co-tangente

Definição: Função tangente e função co-tangente

Chama-se função tangente (função co-tangente) a uma função que


a cada ângulo de amplitude α, dado em graus ou em radianos, faz
corresponder um número real tan α (cot α).

Função Tangente Função Co-tangente

y x cos x x cos x
y
(0,1) 0 0 0 S.S
(0,1) cot β
π π
tan β 1 1
β
4 4
x
(−1,0) O (1,0) π β π
S.S x 0
2 (−1,0) O (1,0) 2
π 0 π S.S
(0,−1)
3π (0,−1) 3π
S.S 0
2 2

Gráfico de f : x 7→ tan x Gráfico de g : x 7→ cot x


y y
3 3
2 2
1 1

5π −2π 3π −π − π 0 π π 3π 2π 5πx 5π −2π 3π −π − π 0 π π 3π 2π 5πx


− − −
2 1 2 − − −
2 1 2
2 2 2 2 2 2 2 2
−2 −2
−3 −3

nπ o
Df = R \ + kπ, k ∈ Z Dg = R \ {kπ, k ∈ Z}.
2
D 0f = R Dg0 = R
π
Zeros: x = kπ, k∈Z Zeros: x = + kπ, k ∈ Z
2
Período: π Período: π
Função Ímpar: tan(− x ) = − tan x, ∀ x ∈ D f Função Ímpar: cot(− x ) = − cot x, ∀ x ∈ Dg
Máximo absoluto: Não há Máximo absoluto: Não há
Mínimo Absoluto: Não há Mínimo Absoluto: Não há
Mínimo Monotonia: Mínimo Monotonia:
i π π h
Crescente em − + kπ, + kπ , k ∈ Z. Decrescente em ]kπ, π + kπ [, k ∈ Z.
2 2

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6. Trigonometria

Exemplo 6.32 Considere as funções reais de variável real definidas


por
 
x+π π 
h( x ) = −3 + tan e i ( x ) = 1 + 2 cot −x
2 4

(a) Determine Dh e Di .
(b) Determine o período da função i.
(c) Determine x ∈ [0, 2π ] tal que 2h( x ) = i ( x ) − 7.

E.41. Seja
x π
Resolução: Atendendo as duas funções, temos: h : x 7→ tan +
2 4
 
x+π π uma função real de variável real.
(a) Dh = x ∈ R : 6= + kπ, k ∈ Z = R \ {2kπ, k ∈ Z} .
2 2 (a) Determine o domínio da exis-
n π o nπ o
tência de h e o seu período.
Di = x ∈ R : − x 6= kπ, k ∈ Z = R \ − kπ, k ∈ Z .
4 4 (b) Escreva uma expressão geral
(b) Aplicando a definição de função periódica e sabendo que co-tangente dos zeros de h.
tem período π, temos
π  π 
i ( x + p) = i ( x ) ⇔ 1 + 2 cot − ( x + p) = 1 + 2 cot −x
π 4  π  4
⇔ cot − x − p = cot −x
4  4
π   π 
⇔ − cot − − x − p = − cot − −x
4 4
 π   π
⇔ − cot x − + p = − cot x −
4 4
 π   π
⇔ cot x − + p = cot x −
4 4
⇔ p=π

(c) Com efeito,

2h( x ) = i ( x ) − 7
  
x+π π 
⇔ 2 −3 + tan = 1 + 2 cot −x −7
2 4
 
x+π  π 
⇔ −6 + 2 tan = −6 + 2 cot −x
2 4
 
x+π  π 
⇔ tan = cot −x
2 4
 
x+π π π 
⇔ tan = tan − +x
2 2 4
 
x+π  π 
⇔ tan = tan +x
2 4
x+π π
⇔ = + x + kπ
2 4
π
⇔ x = − 2kπ, k ∈ Z
2
π
k=0→x=
2
nπo
Logo C.S = .
2

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EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 6. TRIGONOMETRIA

1. Determine o valor de x, nos triângulos abaixo: 7. Com os dados da figura abaixo, qual o valor apro-
ximado de cos α?
(a)
α
x 7
5 cm 5

30◦ 45◦

8
(b)
8. Determine o perímetro da figura abaixo:

√ x
2 2 cm
45◦ 30◦ 5 cm

60◦
(c) 8 cm

9. Dado o triângulo [ ABC ] e sabendo que o lado [ BC ]


√ mede 16 cm, o lado [ AC ] mede 10 cm e o ângulo
3 cm
formado por estes lados é de amplitude 60◦ , qual
60◦
30◦ é o valor do lado [ AB] do triângulo?
x
10. Resolva os seguintes triângulos:
(a)
2. No Triângulo [ PQR], PQ = 8 cm, P̂ = 55◦ e
QR = 12 cm.

(a) Esboce o triângulo.


(b) Resolva o triângulo. Expresse ângulos com va- 78◦ 36◦
lores aproximados a unidades de grau e lados
8 cm
com comprimentos reduzidos à décimas.
(b)
3. Dado um triângulo [SOL], e sabendo que os ân-
gulos Ŝ e Ô medem 15◦ e 45◦ respectivamente e
15 cm
que o lado em comum mede 18 cm, quais são os
120◦
comprimentos dos lados [SL] e [ LO]? 25◦

4. Dois lados de um triângulo medem 6 cm e 10 cm, 11. Dado o triângulo cinza da figura abaixo, determine

e formam entre si um ângulo de 60 . Determine a as medidas x e y.
medida do terceiro lado desse triângulo.

5. Dois lados consecutivos de um paralelogramo me- 70◦



dem 6 cm e 2 3 cm e formam entre si um ângulo
de 30◦ . Calcule as medidas das diagonais desse y
paralelogramo. (Dado: cos 150◦ = − cos 30◦ ) x 8m

6. Um triangulo tem lados iguais a 4 cm, 5 cm e 6 cm.


Calcule o co-seno do maior ângulo interno desse 50◦
60◦
triangulo.

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12. Determine a que quadrante pertence os ângulos de 19. Calcule os valores das expressões seguintes:
amplitude:
π π π π
(a) 3 sin + 6 cos2 (g) csc2 + tan2
(a) 150 ◦
(c) −300 ◦ 7π 190π 6 4 6 4
(e) − (g) 2 π 2 π cos2 30◦ + tan2 30◦
4 4 (b) 5 tan + 2 sec (h)
3π 11π 4 4 sin2 45◦ + cos2 60◦
◦ (d) (f)
(b) 1280 4 4 (h) 0, 7 rad (c) 4 cos 30◦ + 6 sin 45◦ π π
π π tan2 + sin2
(d) 6 tan + 2 csc (i) 6 6
13. Converta cada ângulo para a forma de grau deci- 6 4 2
π 2
π
csc + csc
mal (com três casas decimais): (e) sin2 30◦ + sec2 45◦ 4 6
π π cos 60 + cos 30◦

(f) cos2 + sin2 (j)
(a) 22◦ 300 (c) 5◦ 510 3300 (e) 354◦ 80 2900 3 4 csc2 30◦ + cos2 45◦

(b) 31◦ 150 4500 (d) 14◦ 180 3700 (f) 184◦ 310 700 20. Determine m de modo que tenham sentido as ex-
pressões:
14. Converta cada ângulo para a forma grau-minuto-
segundo: (a) 2 sin α = 5m
(b) cos α = 2m − 5
(a) 3.042◦ (c) 403.223◦ (c) csc α =
2
(b) 49.715◦ (d) 156.808◦ m+1
2m − 3
(d) 1 + cos α =
5
15. Converta cada medida de ângulos de grau para 2m − 5
radiano: (e) sin α =
2−m
1 − m2 h πh
(a) 20◦ (f) 315◦ (k) −240◦ (f) tan α = e α ∈ 0,
8m 2
(b) 150◦ (g) 40◦ 1+m 2m
(l) 720◦ (g) sin α = e cos α = −
(c) 300 ◦
(h) 330 ◦ 5 5
(m) 80◦ 1 2
(d) 240◦ (i) −120◦ (h) sin α = √ e cot α = m − 1
10
(e) 300◦ (j) −210◦ (n) 160◦
21. Seja θ um ângulo no referencial, indique o qua-
drante a que pertence, sabendo que:
16. Converta cada medida de ângulo de radiano para
grau:
(a) sin θ > 0, cos θ > 0 (d) tan θ < 0, sin θ < 0
(a)
π
rad 11π 5π (b) sin θ < 0, cos θ > 0 (e) tan θ < 0, cos θ < 0
5 (e) rad (i) rad
6 9 (c) sin θ < 0, cos θ < 0 (f) cot θ > 0, sec θ < 0
3π 5π (j) 0, 7 rad
(b) rad (f) rad
5 6 (k) −3.91 rad
22. Determine o menor ângulo positivo θ, em grau e
3π 5π (l) −9.79 rad
(c) rad (g) rad radiano, cujo:
4 3
(m) 9.27 rad
2π 11π √
(d) rad (h) rad (n) 4.96 rad 1 (d) tan θ = − 3
9 6 (a) cos θ = −
2

3 2
17. Um arco de de circunferência mede 30 cm e o raio (b) sin θ = − (e) csc θ = − √
2 3
mede da circunferência mede 10 cm. Calcule a 1 √
medida do arco em radianos. (c) sin θ = − (f) sec θ = − 2
2
18. Uma circunferência tem diâmetro de 10 metros.
23. Calcule, sem utilizar calculadora:
Para cada medida de ângulos ao centro abaixo,
π
determine o comprimento, em metros, do arco for- (a) cos − tan π − sin π
2
mado pelos lados do ângulo: (b) sin 90◦ + cos 270◦ − 2 sin 180◦ − 3 cos 360◦
π (c) tan 0◦ + sin 360◦ + 2 cos 180◦ + 2 sin 270◦
(a) 3.8 rad (e) 4.28 rad (h) rad
2 (d) sin 0◦ + cos 90◦ − cot 270◦ + sin 180◦ + cos 0◦
(b) 2.4 rad 7π π 3 π
(f) 0.67 rad (i) rad (e) sin − cot + 2 cos π − 5 cos(−π ) +
(c) 45 rad 4 2 2 2
π 7π 3 
(d) 72 rad (g) rad (j) rad 2 sin − π
4 6 2

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24. Reduza ao 1º quadrante: 29. Simplifique cada expressão:
π π 3π
(a) cos 178◦ (a) E = sin · cos π − cos · sin
 
5π 3 3 2
(h) cos −
(b) sin 251◦ 3 π π
cos − cos
6 3
 
(c) tan 290◦ 3π (b) E =
(i) tan − π π
7π 4 cos + cos
(d) cot 4 2
6 21π 3π π
(j) sin sin − sin π + sin
(e) sec 1924◦ 4 2 6
23π (c) E =
31π 5π
(f) csc (k) cos 2 · sin + sin 0
6  6 6
7π 11π π 3π
(g) sin − (l) tan tan · tan − tan π
6 3 3 4
(d) E =
2π 7π
tan · tan
25. Determine os valores exatos de seno e cosseno dos 3 4
π π π π
ângulos dados: (e) E = 6 sin + 3 sin + 2 sin + 4 sin
6 3 2 4
3π 7π 3π π π 6π
(a) α = (e) α = (i) α = − (f) E = sin + 2 sin − sin
4 4 4 7 6 7
7π 23π 11π 5π 11π 5π
(b) α = (f) α = (j) α = −
π (g) E = sin cos + cos sin
6 6 6 4 6 4 6
5π 13π 17π 5π 17π 5π
(c) α = (g) α = 10π (h) E = sin cos + cos sin
4 2 (k) α = 3 4  3  4 
3π 43π 3 3π 15π 5π
(d) α = (h) α = (l) α = 117π (i) E = sin tan − − cos −
2 6 2 4 3
   
3π 8π 5π
26. Calcule: (j) E = sin tan − + cos −
2 3 6
(a) sin 300◦ + tan 225◦ − cos 210◦ 30. Obedecidas as condições de existência, simplifique
5π 7π 7π cada uma das seguintes expressões:
(b) sin + cos − tan
4 4 6
3π cos π6 sin (2π − x ) · cos (π − x )
π
(c) tan · cos + (a) π   3π 
3 2 cos 11π
6 tan +x · −x
2 2
2π π π
− 2 sin · cos

(d) sin sin(− x ) + sin(π + x ) + cos π2 + x
3 3 3 (b) 
cos2 π2 − x
 
7π 5π 7π 7π
(e) sin + cos + cos − tan −  
4 4 2 2 sin 9π 13π
2 + sin 2 − x − cos(− x )
27. Determine o valor exato, ou diga se não for defi- (c)
2 sin(π − x ) + cos 3π

2 −x
nida:
π π
31. Sabendo que sin α = −0.6 e que − < α < ,
2 2
(a) cos(−240◦ )
 
11π 3
(f) tan −

6 calcule: sin π + α − tan(3π − α)
(b) sin(960◦ )   2


 13π 1 π π
(c) cos − (g) cot 32. Seja tan(π + a) = e − < a < . Calcule:
3 2 π   2π 2 2
− a + sin2 (π − a)
 
31π
 
5π tan + a + cot
(d) csc (h) tan 2 2
6 6 π  π
 

 
3π 33. Seja tan − b = 20 e −π < b < − . Calcule:
(e) cot (i) cot 2 2
3 4 1 1
+
sin2 b cos2 (π + b)
28. Calcule:
34. Simplifique as expressões:
(a) cos(−675◦ ) + tan(225◦ ) − sin(−270◦ ) 


19π  25π  (a) cos( x − 5π ) − cos(3π − x ) + sin − +x
(b) sin × cos − 2
3 6 

 


7π 3π 5π (b) sin( x − 7π ) + cos + x − sin −x
(c) sin − 3 cos − 2 tan 2 2
4 4 4    
π 5π 2π 7π 7π
(d) sin − cos + tan (c) sin x − + cos(11π − x ) − cos − +x
6 3 3 2 2
sin 0 + sin π2 − sin 5π (d) cos(180◦ − α) − 2 sin(180◦ − α)
6
(e)
sin 7π
6
(e) sin(π + b) + tan(π + b) + sin b

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(f) cos(2π − a) − sin(− a) + 2 cos(π − a) 40. Para cada uma das seguintes funções indique o
(g) cos( x − 8π ) − sin(7π − x ) + tan( x − π ) + sin x domínio, o contradomínio e o período:
3   π 
(h) sin π + x − cos(3π − x ) − tan − + x (a) y = 3 sin x
2 2
(i) sin( x + 4π ) + cos( x + 6π ) − sin(− x + 5π ) (b) y = −1 + cos x
(c) y = −2 + 2 sin x
   
sin π2 − x · cos 3π 2 +x x
(j)   (d) y = −3 + 2 sin
cos π2 + x · sin(π + x ) 2 π
(e) y = −1 + 3 cos 3π + −
35. Determine as soluções nos intervalos indicados: 3
(a) 2 sin x + 1 = 0, 0 6 x < 2π 41. No intervalo [−2π, 2π ], indique os zeros e cada
(b) 2 cos x + 1 = 0, 0 6 x < 2π uma das funções:

(c) tan x + 3 = 0, 0 6 x < π
√ (a) y = 1 − sin x (d) y = cos x + sin x ×
(d) 3 tan x + 1 = 0, 0 6 x < π
√ (b) y = 2 cos x − 1 tan x
(e) 2 cos x − 3 = 0, 0◦ 6 x < 360◦ √
√ (c) y = 2 sin x − 2
(f) 2 sin x − 1 = 0, 0◦ 6 x < 360◦
36. Resolva as seguinte equações: 42. Determine o período e o contradomínio das fun-
2 ◦ ◦ ções:
(a) 6 sin θ + 5 sin θ = 6, 0 6 θ 6 90
2 ◦ ◦
(b) 4 cos θ = 7 cos θ + 2, 0 6 θ 6 180 (a) f ( x ) = 2 cos(5x )
2 x
(c) 3 cos x − 8 cos x = 3, 06x6π (b) f ( x ) = 1 − 3 tan
2 π 3
(d) 8 sin x + 10 sin x = 3, 0 6 x 6
2 (c) f ( x ) = − cos(π + x )
(e) sin2 x = (1 − cos x ) (1 + cos x ), ∀ x ∈ R 2 sin x
(d) f ( x ) =
(f) 2 sin2 x = 1 − 2 sin x, ∀x ∈ R 3  π
2
(g) 2 sin x + 5 sin x = 3, com 0 < x < 2π (e) f ( x ) = −4 + 2 sin x +
4
(h) cos2 x = 3 − 5 cos x, ∀x ∈ R 43. Determine uma expressão geral dos zeros das fun-
37. Resolva as seguintes equações: ções definidas, no seus intervalos de existência,
por:
(a) tan2 x − 3 tan x + 2 = 0  π
(b) 3 cos2 x − 4 cos x + 1 = 0 (a) tan 2x +
 x 3
(c) 9 sin2 x − 9 sin x + 2 = 0
(b) 1 − tan
(d) 25 cos2 x − 4 = 0 3
(c) sin x + tan x
(e) tan2 x + 4 tan x − 12 = 0 tan x
(d)
(f) sec2 x − 7 sec x + 12 = 0 1 − cos x
38. Resolva, em [0, 2π ], as seguintes equações: 44. Determine o domínio de existência em R das fun-
ções definidas por:
π π
(a) sin x = sin (e) cos x = cos 1
7 5 (a)
5π √ tan x
(b) sin x = sin 2 sin x
√ 3 (f) cos x = (b)
3 2 1 −tan x
(c) sin x = (g) cos x + 1 = 0 π
2 (c) tan 2x −
3π π 3
(d) sin x − sin =0 (h) cos x = − cos
4 3 45. Estude a paridade das funções definidas por:

39. Estude a paridade das funções definidas, em R, (a) f ( x ) = sin x + tan x


 π
por: (b) g( x ) = tan x −
3
  (c) h( x ) = x cos x + tan x
t (b) x 7→ sin x − x
(a) x 7→ sin (d) i ( β) = cos β + tan2 β
2

Sebenta de Matemática 11º Ano ESACS 2020/21 Página 111

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