01 Pressão Venosa Central (PVC)
01 Pressão Venosa Central (PVC)
01 Pressão Venosa Central (PVC)
A pressão venosa central (PVC) ou pressão do átrio direito refere-se à pré-carga do ventrículo direito
(VD), ou seja, a capacidade de enchimento do ventrículo direito ao final da diástole.
A PVC é uma medida hemodinâmica frequente na UTI. É determinada pela interação entre o volume
intravascular, função do ventrículo direito, tônus vasomotor e pressão intratorácica.
A pressão venosa central foi introduzida na prática médica na década de 60. (Machado, Moura e Fi-
gueiredo 2003)
Cintra (2003) reforça que o principal propósito de mensurar a PVC é estimar a pressão diastólica final
do ventrículo direito. Em pacientes com reserva cardíaca e resistência vascular pulmonar normal, a
PVC pode orientar o manuseio hemodinâmico global.
Outra grande utilidade da PVC é a possibilidade de colheita de exames laboratoriais com frequência
sem incomodar o paciente com punções venosas.
A PVC é obtida através de um cateter locado na veia cava superior, o cateter central com uma ou
duas vias; para mensurar a PVC o mais indicado é o cateter de duas vias (duplo lúmen).
As principais vias de acesso utilizadas são a braquial, subclávia e jugular. E assim como vimos na
pressão arterial invasiva à mensuração da PVC é realizada através de uma coluna de água ligada a
um transdutor de pressão ou manualmente a uma régua.
A zeragem da linha de pressão venosa central é feita da mesma forma que a pressão arterial inva-
siva, alinhado a linha média axilar.
Caso a conexão escolhida seja continua, ou seja, com transdutor de pressão, após a passagem do
cateter central, conexão ao transdutor de pressão e ao monitor multiparametrico, observamos na tela
do monitor uma curva característica do átrio direito.
Não podemos esquecer que para pacientes intubados a medida da pressão venosa central deve ser
realizada ao final da expiração, para pacientes em ventilação espontânea deve ser realizada no final
da inspiração. (Machado, Moura e Figueiredo)
Os valores normais da PVC são 2-8 mmHg (uso de transdutor de pressão) ou 3-11 cmH2O (uso da
régua com solução salina)
D’Arco, Costa e Laselva (2006) afirmam que valores abaixo do normal podem sugerir hipovolemia e
valores mais altos podem sugerir sobrecarga volumétrica ou falência ventricular, mas devem ser ava-
liados com outros parâmetros
Entretanto o uso da PVC apresenta algumas limitações e por isso não deve ser o único parâmetro de
volemia. Está entre as situações de que podem alterar a PVC:
Assim como a pressão arterial invasiva, a pressão venosa central pode apresentar algumas complica-
ções, que são:
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PRESSÃO VENOSA CENTRAL
Cuidados de Enfermagem
Definição
A Pressão Venosa Central (PVC) é determinada pela interação entre volume intravascular, função do
ventrículo direito, tônus vasomotor e pressão intratorácica.
Portanto, ela fornece informações sobre três parâmetros: volume sanguíneo, eficácia do coração
como bomba e tônus vascular.
Vias de acesso
O acesso é obtido por meio de um cateter intravenoso, posicionado dentro da veia cava superior, pró-
ximo ao átrio direito.
Podem ser utilizados cateteres venosos centrais (procedimento realizado por profissional médico) ou
cateteres centrais de inserção periférica – Peripherally Inserted Central Venous Catheter (PICC) – dis-
positivo de acesso vascular inserido perifericamente, tendo a ponta localizada em nível central, na al-
tura do terço distal da veia cava (procedimento realizado por enfermeiros habilitados).
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PRESSÃO VENOSA CENTRAL
O cateter pode ser conectado diretamente a uma coluna de água (mensuração manual – dados ex-
pressos em cmH2O) ou a um transdutor eletrônico de pressão (mensuração eletrônica – dados ex-
pressos em mmHg).
Introduz-se um manômetro com uma torneira tridirecional entre a fonte líquida e o cateter intravenoso
do paciente. Desse modo, podem-se criar 3 sistemas independentes de manipulação da torneira.
Sistema 1 – liga a fonte de líquido com o paciente e pode ser utilizado para a administração rotineira
de líquidos intravenosos ou como caminho para manter a permeabilidade do sistema.
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Sistema 2 – corre da fonte líquida para o manômetro da PVC e é aberto para elevar a coluna líquida
no manômetro antes de medir a pressão venosa.
Sistema 3 – une o cateter intravenoso do paciente com o manômetro e é esse caminho que deve ser
aberto para registrar a PVC. A pressão na veia cava se desloca ou se equilibra com a pressão exer-
cida pela coluna de líquido no manômetro. O ponto em que o nível de líquido se estabiliza é regis-
trado como a PVC.
Suporte de soro
Fita métrica
Fita adesiva
Caneta – marcador
Bolsa pressurizadora
Certifique-se que o paciente está em decúbito dorsal horizontal – retire travesseiros e desça a eleva-
ção da cama – e com os braços ao longo do corpo (posição anatômica)
Obtenha o eixo flebostático – o ponto zero do manômetro ao nível do quarto espaço intercostal, que
corresponde a linha axilar média (LAM). A literatura nacional e internacional considera a LAM como
referência anatômica padrão ouro para definir o zero
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Faça todas as leituras com o paciente colocado na mesma posição e o ponto zero calculado da
mesma maneira
Mantenha o sistema permeável – na mensuração, a coluna líquida corre livremente e é possível ver
uma leve flutuação. Essa flutuação segue o padrão respiratório do paciente: cairá na inspiração e se
elevará na expiração, devido a alterações na pressão intrapulmonar. Quando o paciente está em uso
de respirador será observada uma leitura falsamente elevada
Segundo Dias et al, não é recomendada a retirada da ventilação mecânica, pois esta manobra pode
promover o desrecrutamento alveolar, e isso é extremamente deletério ao paciente.
Indicações
Choque
Sepse grave
Traumas extensos
Contraindicações
Contraindicações absolutas:
Infecção
Queimadura
Síndrome da veia cava superior (obstrução ao fluxo sanguíneo na veia cava superior)
Alterações anatômicas
Contraindicações relativas:
Alterações da coagulação
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Pneumotórax
Trauma cervical
É a tendência da leitura que é mais significativa, independente do valor básico. Uma tendência ascen-
dente ou descendente da PVC, associada com avaliação clínica do paciente, determinará as interven-
ções adequadas.
Insuficiência cardíaca congestiva- o coração não pode tratar eficazmente o retorno venoso
Tamponamento cardíaco
Complicações
Embolia aérea – penetração de ar no sistema e seu trajeto para o ventrículo direito através da veia
cava. Os pacientes podem apresentar confusão, lipotímia, ansiedade e diminuição do débito cardíaco
devido à espuma que se forma dentro do ventrículo a cada contração cardíaca
Relativas à introdução do cateter – arritmias, hemotórax, pneumotórax, hidrotórax, lesão vascular: ca-
rótida, subclávia, lesões de nervos/ducto torácico, dissecção e formação de êmbolos, perfuração car-
díaca: hemorragia, tamponamento
A mensuração da PVC sofre a influência de vários fatores que comprometem a sua exatidão e, con-
sequentemente, levam a leituras incorretas. Esses fatores compreendem desde a qualidade do equi-
pamento, condições do paciente até a destreza do profissional.
Os erros mais frequentes relacionam-se diretamente à obstrução parcial ou total do cateter em situa-
ções como:
Presença de coágulos que diminuem a luz ou que provocam sua obstrução completa
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PRESSÃO VENOSA CENTRAL
Localização incorreta da extremidade interna do cateter: antes da última válvula do sistema venoso
central, ou o cateter pode ter-se desviado para a veia periférica ou jugular
Posição incorreta do paciente (incluído o estrado da cama, posição anatômica do corpo, travesseiros,
membros não estendidos, o nivelamento da linha axilar média e o ponto zero da coluna d’água – zero
hidrostático). Este é o erro mais frequente que leva a leituras e resultados falsos
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