Aula 02 - Princípios Bíblicos Na Administração Eclesiástica

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Teologia

Administração Eclesiástica
Aula 2

Professor Acyr de Gerone Junior

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Conversa Inicial
Um fato muito comum na maioria das grandes religiões existentes no
mundo é a existência de textos sagrados. Tal expressão caracteriza um tipo de
literatura exclusivamente religiosa. Esses textos, normalmente, estão
catalogados em coleções de livros/escritos e servem como fundamento e
expressão das práticas religiosas e cotidianas vivenciadas através dos povos.
Algumas religiões assumem que esses textos têm origem divina,
transcendental, portanto, são consideradas como a “Palavra de Deus”.
Brustolin reitera que:
As tradições religiosas preservam seus ensinamentos e
normas através de textos que são considerados sagrados.
Atribui-se a eles uma origem divina através de um mensageiro,
um iluminado ou um discípulo. Os textos são expressões da
relação do humano com o divino. Neles há um forte apelo do
Criador e das forças sobrenaturais para que o ser humano
torne-se mais justo, compassivo, bom e santo. O leitor sabe
que, ao acolher os ensinamentos dos textos sagrados, pode
tornar-se perfeito ou aproximar-se da divindade, dando maior
sentido à sua existência. Os livros sagrados revelam o desejo
de transcendência presente nas culturas e povos das mais
diferentes regiões do planeta nos diversos períodos da história
(BRUSTOLIN, 2004, p. 1).

Nessa perspectiva, os textos ensinam, advertem e indicam o caminho


que os fiéis devem seguir, permitindo um estreito vínculo do ser humano ao ser
divino através da revelação que eles trazem. São aspectos que se relacionam
à fé, mas que vão além e servem como fundamento que norteia a vida em
todos os aspectos possíveis, tais como os relacionamentos, os valores, os
negócios, o trabalho etc.
Entre os textos sagrados mais conhecidos está a Bíblia Sagrada,
também conhecida como “Escrituras” ou “Escrituras Sagradas” para os
seguidores do cristianismo, uma das maiores religiões do mundo. Para os
cristãos, a Bíblia é o livro por excelência, o fundamento da sua fé e a
manifestação verbal e real do próprio Deus, isto é, a Bíblia foi inspirada por
Deus e é através dela que o ser humano pode alcançar a transcendência
espiritual e o contato com o divino (MILLER e HUBER, 2006).

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Para além do aspecto da fé, a Bíblia é um manual de vida para o cristão.
Nela, o fiel aprende como conviver e como se relacionar com os múltiplos
aspectos da vida. Assim, é utilizada também como inspiração para os afazeres
cotidianos. Ou seja, tanto na igreja como fora dela, em ambientes educativos,
corporativos, entre tantos outros, a Bíblia tem servido como um referencial.
Nessa aula buscaremos ressaltar os aspectos bíblicos que se
relacionam com nossa temática, isto é, a administração. Nossos objetivos
serão, então:

 Compreender a administração eclesiástica sob o ponto de vista bíblico;

 Estabelecer os princípios bíblicos de administração;

 Entender o conceito Bíblico de administração;

 Apresentar modelos de administração na Bíblia;

 Conhecer os princípios de liderança e de administração de Jesus.

Antes de começar, acesse o material on-line e assista a um vídeo com


os comentários iniciais do professor Acyr!

Contextualizando
De fato, independentemente das posições religiosas, a Bíblia tem sido
considerada como o mais importante livro da história da humanidade. Sua
influência nos dias atuais se estende, entre outros, pela ciência, pela
arqueologia, pela cultura e pela história (SCHOLZ e ZIMMER, 2008), sempre, é
claro, em relação com fontes de maior rigor científico e acadêmico. Não há, no
entanto, como negar a forte influência que a Bíblia exerceu (e exerce) sobre o
mundo ocidental.
No aspecto eclesiológico, temos como pressuposto que a missão da
igreja é ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo a Deus;
pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade e por meio
das Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão

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evangelizadora entre todos os povos e pelo incansável testemunho cristão.
A Bíblia é, portanto, nosso referencial. Entretanto, diferente do que
muitas pessoas pressupõem, ela não se limita a tratar somente de questões
ligadas à fé ou à religião; pelo contrário, ela apresenta questões fundamentais
para se estabelecer um alicerce sólido para a vida profissional. A Bíblia, de
fato, ensina como administrar bem os recursos que temos.
Alguém poderia contra-argumentar que a Bíblia não tem relação alguma
com questões profissionais. De fato, é exatamente o contrário. A Bíblia fala
muito sobre variadas questões da vida. Vejamos um exemplo a partir de um
texto de Max Gehringer, administrador de empresas, escritor, autor de diversos
livros sobre carreiras e gestão empresarial e colunista de rádios e revistas,
levado ao ar pela Rádio CBN no dia 08/02/2012:

Motive-se
Numa transmissão recente da rádio CBN Max Gheringer disse o seguinte:
“Existem muitos gurus que sabem dar respostas profundas e criativas às
grandes questões sobre o mercado de trabalho atual”. Aqui vai um pequeno
resumo da entrevista com o famoso Reynold Remhn:

 Ainda é possível ser feliz num mundo tão competitivo?


Resposta: Quanto mais conhecimento conseguimos acumular, mais
entendemos que ainda falta muito para aprendermos. É por isso que
sofremos. A felicidade só existe para quem souber aproveitar agora os
frutos do seu trabalho.

 O profissional do futuro será um individualista?


Resposta: Pelo contrário. O azar será de quem ficar sozinho, porque se
cair, não terá ninguém para ajudá-lo a levantar-se.

 Que conselho o senhor dá aos jovens que estão entrando no


mercado de trabalho? Resposta: É melhor ser criticado pelos sábios do
que ser elogiado pelos insensatos. Elogios vazios são como gravetos

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atirados em uma fogueira.

 E para os funcionários que tem chefes centralizados e perversos?


Resposta: Muitas vezes os justos são tratados pela cartilha dos injustos,
mas isso passa. Por mais poderoso que alguém pareça ser, essa
pessoa ainda será incapaz de dominar a própria respiração.

 O que é exatamente sucesso? Resposta: É o sono gostoso. Se a


fartura do rico não o deixa dormir, ele estará acumulando ao mesmo
tempo, sua riqueza e sua desgraça.

Belas e sábias respostas. Eu só queria que me perdoassem pelo fato de


não existir nenhum Reynold Remhn, é um nome fictício. Todas as respostas,
embora extremamente atuais, foram retiradas do livro de Eclesiastes, do Velho
Testamento (Bíblia Sagrada) escrito, portando, há 2.300 anos. Mas se eu digo
isso logo no começo, muita gente talvez nem tivesse interesse em continuar
ouvindo.

Baseado em:
<http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/max-gehringer/2012/02/08/OS-GURUS-E-O-
MERCADO-DE-TRABALHO.htm>. Acesso em 29 abr. 2016.

Não há dúvidas, portanto, de que tanto para as questões da vida quanto


da administração da igreja, a Bíblia apresenta importantes lições que podem
nortear o trabalho de quem pretende exercer uma administração com
excelência e ética. Ela é, portanto, um importante manual para quem quer
administrar.

Para mais informações sobre a contextualização dos temas que serão


trabalhados durante essa aula, acesse o material on-line e confira o vídeo do
professor Acyr.

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Pesquise

Tema 1 – Administrar a partir da Bíblia


O que seria, de fato, administrar a partir da Bíblia? Ou, ainda, que
relação há entre administrar e ler a Bíblia?
A resposta é ampla, porém de início cabe a reflexão de que o objetivo
não é transformar a Igreja numa grande empresa, como infelizmente
observamos em alguns casos. Aliás, isso é enormemente prejudicial para a
causa do Evangelho, pois as Igrejas acabam imitando as empresas e
enxergando as pessoas como números e peças de uma engrenagem.
Devemos ter como objetivo administrar a igreja em prol do Evangelho e
do Reino de Deus. E, sem dúvida, devemos fazer isso de modo organizado,
planejado e objetivo, gerando o desenvolvimento da Igreja, de seus
departamentos e de seus membros, dentro do conceito bíblico da
administração!

Para saber mais, leia a seguir um trecho do texto “A Filosofia Bíblica da


Administração” (MYRON, 2005, p. 17).
Todos os líderes e administradores que trabalham na obra de
Deus precisam compreender e praticar a filosofia bíblica de
administração. Cada vez mais os líderes cristãos têm notado
que o povo de Deus precisa ser mais eficaz na administração
da obra dele.
No passado, as instituições evangélicas não conseguiram
manter o equilíbrio entre o aspecto “espiritual” e o
“administrativo” da liderança. Todos sempre reconheceram a
importância e a necessidade de uma boa liderança espiritual.
Porém, só mais recentemente é que as instituições evangélicas
começaram a dar mais atenção à necessidade de ter uma
liderança que seja tão eficaz no aspecto administrativo quanto
o é no espiritual.
Hoje, quase toda a capacitação administrativa que a maioria
dos líderes de instituições evangélicas recebe provém do meio
empresarial secular. Isso significa que muitos líderes cristãos
estão tentando administrar a obra de Deus com base numa
filosofia que o próprio Deus reprova.
Para conseguir operacionalizar o trabalho, o mundo usa o
poder e a autoridade para “oprimir” o trabalhador. Contudo a
Bíblia nos ensina que o poder e a autoridade têm de ser
empregados para servir aos outros em suas necessidades.
Portanto as instituições evangélicas devem agir conforme a

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abordagem bíblica da administração, que nos orienta a suprir
as necessidades dos subordinados enquanto eles trabalham no
cumprimento de suas tarefas.
Os quatro elementos-chave para uma administração bem-
sucedida são o compromisso de trabalhar em torno de um
mesmo objetivo, a unidade entre as pessoas envolvidas, um
sistema eficaz de comunicação e o compromisso de agir
conforme a vontade de Deus.

Acessando o link a seguir você confere um interessante texto que


investiga qual o termo bíblico para o conceito de administração.
http://seminarioyosef.blogspot.com.br/2012/03/a-administracao-
eclesiastica.html

Tema 2 – Princípios bíblicos da administração


Muito bem, até agora falamos que a Bíblia é um livro importante para
alguém que quer administrar. Mas ela se fundamenta, única e exclusivamente,
em termos de fé e religião, não é mesmo?
Essa é uma verdade, de forma parcial. Trata-se, de fato, de um livro que
tem uma mensagem de salvação, afinal apresenta a história do amor de Deus
pela humanidade e o plano que ele tem para salvá-la. Porém, além disso, traz
diversos princípios que podem ser utilizados na vida, seja nos negócios, na
família, no estudo, na saúde, etc.
Considerando, então, que a Bíblia apresenta princípios importantes para
a administração cabe a pergunta: quais seriam esses princípios? Antes de
entendermos essa pergunta emergem algumas questões norteadoras:

 Qual o seu modelo de administração?

 Quer experimentar algo novo, baseado em princípios bíblicos?

Atualmente, diversos fatores sociais, econômicos e políticos têm


contribuído para que os líderes seculares e eclesiásticos busquem aperfeiçoar
suas habilidades administrativas. Não tenha dúvida que isso é bom e
necessário. O líder cristão, seja ele o pastor ou administrador, deve conhecer
todas as ferramentas possíveis para que realize uma boa gestão.

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Porém, no caso eclesial, muitos vêm descobrindo que a maneira secular
de administrar e liderar nem sempre se baseia em modelos que valorizam os
princípios bíblicos e cristãos. O que fazer, então? Sem dúvidas, a Bíblia pode
nos ajudar. O maior livro de todos os tempos destaca com muita sabedoria
vários exemplos sobre as boas práticas de administração!
Vejamos o case abaixo sobre os princípios bíblicos para liderança e
administração eclesiástica:
O que é necessário para uma empresa ou organização ser
bem-sucedida? Qual o perfil do administrador cristão do século
XXI. As respostas serão as mais variadas possíveis e talvez
bastante interessantes. É na Bíblia que vamos identificar os
elementos-chave para o sucesso na administração. O
desenvolvimento e êxito de uma instituição cristã podem ser
construídos, segundo Rush (2005, p. 15), a partir da
observação de quatro princípios extraídos do texto bíblico de
Gênesis 11:1-9
Ora, em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só
maneira de falar. Sucedeu que, partindo eles do Oriente, deram
com uma planície na terra de Sinar; e habitaram ali. E disseram
uns aos outros: Vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem. Os
tijolos serviram-lhes de pedra, e o betume, de argamassa.
Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre
cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso
nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.
Então, desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre, que os
filhos dos homens edificavam; e o SENHOR disse: Eis que o
povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o
começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam
fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem,
para que um não entenda a linguagem de outro. Destarte, o
SENHOR os dispersou dali pela superfície da terra; e cessaram
de edificar a cidade. Chamou-se-lhe, por isso, o nome de
Babel, porque ali confundiu o SENHOR a linguagem de toda a
terra e dali o SENHOR os dispersou por toda a superfície dela.
Os princípios são os seguintes:
- O trabalho em torno de um só objetivo (v. 3, 4)
- Unidade entre as pessoas envolvidas (v. 6)
- Um sistema eficaz de comunicação (v. 1, 6)
- Agir segundo a vontade de Deus (v. 7-9), fato este que não foi
observado neste episódio.
A observação destes princípios resultará numa única frase:
sucesso para a glória de Deus!

Acesse o link a seguir e leia o texto na íntegra!


http://www.altairgermano.net/2008/04/princpios-bblicos-para-liderana-
e.html

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Curiosidade
Você sabia que Deus amaldiçoa quem administra de forma
negligenciada as ações que se referem à sua obra (igreja, evangelização etc.)?
Veja o que a Bíblia diz sobre isso em Jeremias 48.10 em cinco traduções
diferentes:
“Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente” (Revista e
Corrigida - SBB);
“Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente ou
fraudulentamente” (Revista e Atualizada - SBB);
“Maldito aquele que é relaxado no serviço de Deus!” (Nova Tradução na
Linguagem de Hoje - SBB);
“Maldito o que faz com negligência o trabalho do Senhor” (NVI – SBI);
“Maldito o que faz com negligência o trabalho de Iahweh!” (Bíblia de
Jerusálem – Paulus).

Perceba que em todas as traduções o termo “maldito” se repete. Fazer


um serviço para Deus sem se atentar para os cuidados necessários pressupõe
que a pessoa que o fez está sob maldição. Deus não tolera meio termo ou
coisas mal realizadas. Ele quer o nosso melhor e, por isso, devemos aprender
os princípios bíblicos da administração, para que possamos executar um
excelente serviço na obra de Deus.

Acesse o link a seguir e leia o texto “Bíblia: o livro proeminente da


administração”:
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/biblia-o-livro-proeminente-
da-administracao/80386/
Para mais informações sobre os princípios bíblicos de administração,
acesse o material on-line e confira o vídeo do professor Acyr.

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Tema 3 – Administradores na Bíblia
Você consegue ver muitos administradores na imagem a seguir?

Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/biblia-o-livro-proeminente-da-


administracao/80386/>. Acesso em: 28 abr. 2016.

Não há dúvidas de que, ao folhearmos as páginas da Bíblia,


encontraremos diversos relatos de personagens que foram administradores.
Entre alguns podemos destacar Moisés, Jetro, Davi, Salomão, Daniel,
Neemias, Jesus e os dicípulos.
Aliás, podemos afirmar sem medo de errar que Deus foi o primeiro
administrador por excelência, afinal quando olhamos para os capítulos iniciais
da Bíblia percebemos que a criação foi planejada e organizada (Gn 1-2).

Entre tantos personagens bíblicos que administram com excelência,


podemos destacar José, o administrador do Egito. Para saber um pouco de sua
vida, acesse o link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=RaT-J8D7QJA

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José, de escravo a governador no Egito.

Disponível em: <https://servasdadivinamisericordia.wordpress.com/2015/07/03/o-povo-


e-salvo-da-fome/>. Acesso em: 28 abr. 2016.

Na sequência, faremos uma análise de Gêneses 41, a fim de mostrar as


características administrativas de José, acompanhe:
No texto, evidencia-se a importância de um administrador, o que prova a
necessidade real da existência de uma pessoa capacitada para administrar
uma organização. Mesmo o Faraó tendo todo o poder sobre seu império, o
único que podia resolver o problema era José, o administrador.
Sem dúvida, fica claro que qualquer instituição ou igreja, que procure
alcançar êxito no seu desempenho, deve se preocupar com a administração.
Inicialmente, há uma ideia do que se precisa realizar, o administrador, então,
entra como alguém que pode, com seus conhecimentos e experiências,
resolver o problema.
Na escalada de José, passando de preso a administrador de um império,
podemos visualizar várias características que precedem uma boa
administração:

 Especialização já que num momento em que ninguém no império todo


conseguiu decifrar os sonhos do Faraó, José estava preparado, mais do
que isso, era sua esfera de especialização.

 Planejamento, já que, com muita sabedoria, antecipou o problema e


determinou os objetivos a serem alcançados em vista dele, mostrando o

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caminho para isso. Mostra-se neste texto que os objetivos estavam
definidos e que a maneira de resolver seria a aplicação de alguns
métodos administrativos.

 José procura ainda estabelecer alguns pontos importantes na


organização. Ele explica o que tem a fazer, deixando evidente uma
definição funcional. Cada membro da sociedade egípcia compreendia
sua responsabilidade em armazenar alimentos para uso na hora da
escassez. De maneira geral, no capítulo 41, visualizamos o princípio
escalar, sendo: Faraó, José, povo. Na escala hierárquica do Egito, José
se reportava somente ao Faraó, sendo o governador/administrador do
povo.

 Nos versículos 40 a 45, reconhecemos a importância do princípio da


direção, o que fica claro na unidade de comando. Havia concordância
entre Faraó e Jose, desta forma, todos sabiam o que fazer, como fazer e
quando fazer, pois os líderes conseguiam comandar e direcionar o povo
em um mesmo sentido. Aliás, José usa alguns meios de direção. A
comunicação, certamente foi fundamental para o sucesso do projeto e,
somada à sua liderança, contribuiu para a concretização dos ideais
egípcios.

 Ainda nos versículos 46 a 49, outros princípios importantes estão


presentes. O planejamento que José realizou determinou sua ação
conjunta com o povo, o que envolveu recursos, métodos, pessoas,
propósito etc. Depois de estabelecido o objetivo, através do
planejamento, José partiu para ação. Não há uma referência explicita no
texto, porém, podemos imaginar que José procurou agrupar todas as
pessoas, com suas funções estratégicas, em prol da realização do que
fora planejado.

 Para isso, foi necessária organização, por meio da divisão de trabalho


em cada cidade, cada repartição etc., a qual permitiu que o Egito

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alcançasse o êxito. Prova disso é que o que foi arrecadado superou a
necessidade, não havendo mais lugar para estocar os alimentos
(versículo 49).

 Se isso aconteceu, fica evidente o fator controle administrativo, que


assegura que o processo administrativo de planejar, organizar e dirigir
foi bem-sucedido.

 José, indubitavelmente, deu direção ao planejamento realizado em prol


dos objetivos. Ele coordenou toda a ação dos egípcios, delegando
funções para cada necessidade. Não está literalmente descrito, porém,
entendemos que para alcançar tal êxito, foi necessário o fator
motivação.

Acesse o link a seguir e leia o texto intitulado “Liderança e administração


na Bíblia”.
http://prcristiano.blogspot.com.br/2009/09/lideranca-e-administracao-na-
biblia.html

Para mais informações sobre os personagens da Bíblia que foram


administradores, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor Acyr.
http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter
.com.br/2016/ABR/MT200018-A02-P04.mp4

Tema 4 – Modelos de administração na Bíblia


Já falamos, mas vale a pena repetir. A Bíblia não se propõe a ser um
livro de história, ciência ou qualquer outro que não esteja de acordo com a sua
finalidade específica, isto é, apresentar Jesus Cristo como o Filho de Deus, que
veio ao mundo para salvar o ser humano perdido.
Entretanto, mesmo não sendo um livro de administração, nem mesmo
com a intenção de apresentar modelos de administração, tem diferentes relatos
de vida. Aliás, a Bíblia não se restringe a mostrar somente o lado correto ou
bom das pessoas; pelo contrário, ela apresenta os acertos e os erros, as coisas

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boas e as coisas ruins.
Para tanto, por vezes, usa linguagens específicas, tais como as
parábolas, que são histórias que nunca aconteceram de fato, mas ocorrem na
vida de todas as pessoas devido às semelhanças com a realidade. É nesse
ínterim, por exemplo, que Jesus utiliza dois exemplos sobre modelos de
administração. Vejamos:
Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula
quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele
consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção.
Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele,
dizendo: “Este homem começou a construir, mas não pôde
terminar!” (LUCAS, 14.28-30).

O que aprendemos com essa história? Em síntese podemos perceber


que, de forma simples, Jesus fala sobre:

 Planejamento antes da ação;


 Preparação e provisão;
 Avaliação de custos;
 Prevenir possíveis danos;
 Prejuízo por falta de cálculo.

Perceba que em um simples e curto texto podemos extrair significativas


lições que podem contribuir com qualquer administrador de nosso tempo.
Vejamos mais um exemplo na parábola do administrador infiel:
Jesus disse aos seus discípulos: — Havia um homem rico que
tinha um administrador que cuidava dos seus bens. Foram
dizer a esse homem que o administrador estava desperdiçando
o dinheiro dele. Por isso ele o chamou e disse: “Eu andei
ouvindo umas coisas a respeito de você. Agora preste contas
da sua administração porque você não pode mais continuar
como meu administrador.” Aí o administrador pensou: “O
patrão está me despedindo. E, agora, o que é que eu vou
fazer? Não tenho forças para cavar a terra e tenho vergonha de
pedir esmola. Ah! Já sei o que vou fazer. Assim, quando for
mandado embora, terei amigos que me receberão nas suas
casas.”
Então ele chamou todos os devedores do patrão e perguntou
para o primeiro: “Quanto é que você está devendo para o meu
patrão?”
— “Cem barris de azeite!” — respondeu ele. O administrador
disse: — “Aqui está a sua conta. Sente-se e escreva
cinquenta.” — Para o outro ele perguntou: “E você, quanto

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está devendo?” — “Mil medidas de trigo!” — respondeu ele. —
“Escreva oitocentas!” — mandou o administrador. — E o patrão
desse administrador desonesto o elogiou pela sua esperteza
(LUCAS, 16.1-8).

Se pensarmos somente com base no aspecto espiritual, essa parábola é


uma das mais difíceis de se compreender, afinal, mesmo sendo desonesto o
administrador foi elogiado devido à sua esperteza. O que podemos, então,
aprender com essa história?
Na verdade, a parábola do administrador infiel evidencia o quanto um
mau administrador é astuto e desprezível. A “Bíblia da Liderança” (SBB, 2007)
apresenta algumas lições práticas (boas e ruins) sobre a parábola:

 O administrador usou a liderança em benefício próprio (v. 1);

 Um administrador não esconde a realidade (v. 1-2);

 Mesmo que injustamente, foi proativo para enfrentar problemas (v. 3);

 Entendeu a importância de seus relacionamentos (v. 4);

 Exerceu sua influência (v. 4-5);

 Motivou a outros (v. 5-7).

Mas a maior lição que Jesus recorda é sobre o valor de ter uma
liderança firmada em Deus (v. 8-10). Jesus está recomendando que seus
seguidores, neste caso “específico os administradores”, sejam honestos e fiéis
no uso dos recursos que lhe são confiados.

A necessidade de organização para atingir melhores resultados não é


estranha à Bíblia. A história de Moisés e seu sogro Jetro é um belo exemplo!
Antes de continuar, acesse o link a seguir e leia o texto em Êxodo 18.13-27.
https://www.bibliaonline.com.br/acf/ex/18

O caso em si
Jetro deu conselhos a Moisés, seu genro, que estava encontrando
muitas dificuldades na difícil tarefa de liderar o povo de Deus na saída do Egito

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em busca da Terra Prometida. Moisés não estava conseguindo resolver todos
os problemas que apareciam.
Diante da realidade, Jetro o aconselha a criar um regime de governança,
no qual Moisés deveria localizar pessoas aptas entre o povo, desafiá-las e
posicioná-las, de maneira que as responsabilidades fossem divididas e
sobrasse mais tempo para que se ocupasse dos assuntos mais difíceis e
importantes.

Análise
Constatamos alguns passos importantes na busca de uma solução, que
possuem total relação com a administração. Vejamos:

 Observação e inspeção pessoal (13 e 14);

 Investigação perspicaz (14);

 Resolução de conflito – correção (15 e 16);

 Ajuizamento (17);

 Avaliação do efeito sobre o povo e sobre o líder (18);

 Instrução, aconselhamento, definição de procedimentos e representação


(19);

 Ensino, demonstração e atribuição de responsabilidades (20);

 Liderança e cadeia de comando (21);

 Hierarquia de problemas, controle, avaliação, administração por exceção


(22);

 Resiliência e explicação sobre benefícios (23);

 Obediência ao conselho, ouvir e colocar em prática (24);

 Escolha, seleção, atribuição de responsabilidades e extensão do


controle (25).

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Solução
Jetro viu que o modelo de administração seguido por Moisés era
cansativo tanto para ele quanto para o povo, pois não apenas Moisés se
cansava atendendo o povo, mas o próprio povo se sentia cansado de esperar
por uma solução da parte de Moisés. A solução de Jetro organizou com
eficiência a liderança e o ministério de Moisés (Êx. 18.18,19).

Para mais informações sobre a administração nos estudos bíblicos,


acesse o link a seguir.
http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/07/estudo-biblico-
administracao.html

Tema 5 – Jesus, um líder administrador


Administrando na necessidade: multiplicação de pães e peixes.

Disponível em: <http://www.rudecruz.com/a-multiplicacao-dos-paes-e-peixes-


prosperidade-oferta-dizimo.php>. Acesso em: 28 abr. 2016.

Vamos iniciar nossa reflexão com o texto introdutório da obra “Os


métodos de Administração de Jesus” (BRINER, 1997, p. 10):
Com certeza você já ouviu falar de Átila, rei dos hunos, que
viveu no século V e teve o cognome de "flagelo de Deus" pelo
terror supersticioso que provocava em seus adversários e cujo
império não sobreviveu à sua morte. Que ensino ele nos deixou
quanto à gerência empresarial?
Nenhum! O maior empresário de todos os tempos foi Jesus
Cristo. Basta olhar para o que ele realizou. Qualquer que seja o
processo de avaliação, a evidência dos fatos atesta que a
organização fundada por Jesus é a mais bem-sucedida de

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todos os tempos. Longevidade? Dois mil anos. Riquezas?
Incalculáveis. Números? Impossível avaliar. Lealdade de seus
membros? Muitos chegam a dar a vida por esta organização.
Distribuição? No mundo inteiro, em todas as nações.
Diversificação? Integrada com grande sucesso em todo tipo de
empreendimento. Eis o resultado final: Jesus Cristo reina,
supremo, como o maior administrador que o mundo já
conheceu.
Átila, o huno? Foi malsucedido, igual a tantos outros
conquistadores. Se você realmente deseja ser bem-sucedido,
estude, aprenda e aplique os princípios gerenciais de Jesus
Cristo.
Não me entenda mal. Não quero dizer que Jesus é um guru
para os empresários de hoje, cheio de fórmulas, slogans e
seminários para uma revolucionária vida de negócios. Em
primeiro lugar, ele é muito mais do que isso. Muitas pessoas já
colocaram Jesus dentro de muitos modelos, desejosos de
adaptá-lo às ideias que possuem. Mas o que me impressiona e
o que espero que lhe cause um grande impacto é: coloque a
vida e o ensino de Jesus fora de qualquer contexto místico ou
espiritual, e encontrará uma sabedoria altamente relevante ao
meu e ao seu mundo, o mundo dos negócios. Pense sobre
isso!

Não temos dúvidas de que Jesus foi um grande líder, que inspirou o
mundo. Sua mensagem transformou a realidade de muitas pessoas. Mesmo
sendo nosso Salvador, Jesus deu significativos exemplos de que sabia
administrar diversas situações e ser um líder. Um exemplo é que, mesmo tendo
condições de gerar milagres com o poder sobrenatural que obteve sendo Deus,
Jesus sempre procurou obter a ajuda de pessoas como, por exemplo:

 Na ressurreição de Lazaro (Lc 11.39);

 Nas Bodas de Caná (Jo 2.7);

 Na multiplicação dos pães (Mc 6.30-44).

As situações acima eram desafiadoras, cheias de questões complicadas.


Para muito além da questão espiritual, Jesus também provoca perspectivas
humanas. Na multiplicação dos pães, por exemplo, Jesus pediu que os
discípulos buscassem uma solução inicial. Após alguns cálculos, eles
perceberam que não resolveriam o problema. No mesmo texto, Jesus organiza
a distribuição do alimentando estabelecendo grupos e planejando a ação.

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Portanto, não há dúvidas de que Jesus é um caso de sucesso quando
pensamos em liderança e administração. A igreja e os administradores atuais
devem buscar em seu legado belos exemplos de como agir de forma correta,
ética, eficiente e significativa. Seu projeto (a igreja) teve tanto sucesso que,
passados dois mil anos, continua funcionando e se reciclando. O profissional
que deseja ser líder tem uma grande oportunidade de aprender com essa
história milenar.

O livro “O monge e o executivo” conta a história de um homem


aparentemente bem-sucedido, o qual percebe que que as coisas não andam
assim tão bem e é aconselhado a fazer um retiro espiritual para refletir sobre
sua vida. Acesse o link a seguir, leia o resumo e se inspire para ler o livro na
íntegra!
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/resumo-do-livro-o-monge-
e-o-executivo/14410/

Acessando o link a seguir você confere os conselhos bíblicos de um dos


melhores administradores: Jesus.
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/conselhos-biblicos-de-um-
dos-melhores-administradores/53866/

Trocando Ideias
Falamos de vários pressupostos bíblicos sobre a administração. De fato,
a Bíblia apresenta modelos de administração e de administradores que fizeram
diferença na história.
Escolha um dos líderes citados ou, caso prefira, encontre outro
personagem bíblico que inspire você, e apresente aspectos que caracterizem
essa pessoa como um administrador. Não se esqueça de citar a referência
bíblica!

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Na Prática
Como pudemos perceber, o conceito de “administração” na Bíblia é bem
amplo. É possível destacar alguns aspectos que estamos apresentando nesse
curso e que estão relatados na tabela abaixo.
Procure relacioná-los com algum personagem e/ou alguma situação em
que tais ações estratégicas aconteceram na história bíblia. Aponte também
como você pode aplicar esses conhecimentos em sua igreja.
Característica Quem? Por quê?
Previsão e
planejamento
Organização
Comando
Coordenação
Controle

Depois preencher com sua resposta, veja a seguir a resolução do


professor Acyr, lembrando que ela pode ser diferente da sua, já que se trata de
uma questão de análise.

 Previsão e planejamento: Noé construindo a Arca exigiu previsão e


planejamento. Toda e qualquer ação na igreja deve ter planejamento.

 Organização: a construção da Torre de Babel exigiu que aquele povo


se organizasse, mesmo que fosse algo ruim. Na igreja, é necessário
organizar e delegar.

 Comando: José foi um exemplo de líder que soube comandar em meio


a muitas dificuldades. Sua liderança foi efetiva a ponto de garantir a
governabilidade de um império. A igreja, da mesma forma, precisa de
um líder/pastor que seja uma voz de liderança em meio a diferentes
pensamentos.

 Coordenação: Moisés foi um líder que conseguiu coordenar e apontar o

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caminho. Havia um objetivo e ele foi conquistado porque havia
coordenação e propósito bem específico. Além do ministério pastoral
(pregação, oração etc.), a igreja precisa de coordenação das diversas
atividades e os diversos ministérios existentes.

 Controle: Salomão é um exemplo de um administrador que exerce o


controle da situação. Ele avaliou cada etapa da construção do templo,
estabelecendo padrão e medindo o desempenho até fosse concluído
com qualidade. A avaliação e o controle das ações que a igreja exerce
precisam ser constantemente monitorados.

Síntese
A Bíblia é um livro especial na abordagem de conceitos e práticas sobre
a administração. Visão, missão, valores, princípios, normas de procedimento e
metas são elementos que ganharam status organizacional no século XX e
constam nas Escrituras de forma clara e explícita.
Entendemos que se lêssemos, refletíssemos e vivenciássemos com
maior frequência os ensinamentos contidos na Bíblia, teríamos mais êxito em
nossa tarefa administrativa.
Somos acostumados a pregar sobre o sucesso que muitos dos
personagens bíblicos alcançaram e, quando o fazemos, quase sempre levamos
para o “lado espiritual”. Entretanto, é preciso uma abertura de mente na
visualização de que, além do preparo espiritual de tantas pessoas da Bíblia,
elas eram administradoras. José é um exemplo de alguém que sabia o que
fazer, quando fazer e como fazer, usando vários princípios gerais de
administração.
Infelizmente, percebemos hoje que muitas igrejas estão perdendo sua
relevância na sociedade por sua falta de preparo ou ainda falha na sua
administração. Uma igreja bem administrada, por um pastor que entenda e
aplique as necessidades administrativas, é alicerçada em lugares seguros, que
certamente resultarão em êxito, por meio de uma reflexão administrativa e

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espiritual. Afinal, quem não gosta de entrar e participar de uma igreja em que a
organização, o planejamento, o senso de direção e o controle fazem parte do
seu cotidiano? Para isso, precisamos aprender também com a Bíblia.

Não finalize seus estudos sem antes acessar o material on-line e conferir
a videoaula com os comentários finais do professor Acyr.

Referências

BÍBLIA da Liderança Cristã. Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), 2007.

BRINER, Bob. Os métodos de administração de Jesus (Trad. Milton


Azevedo Andrade). São Paúlo: Mundo Cristão, 1997.

KLESSER, N.; CÂMARA, S. Administração Eclesiástica. CPAD, 1992.

MYRON, Rusch. Administração uma abordagem Bíblica. 1. ed. Belo


Horizonte: Betânia, 2005.

PRÁTICAS Pastorais [livro eletrônico]. Editora InterSaberes (Org.). Curitiba:


InterSaberes, 2015.

STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. Rio de


Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.

SWINDOLL, Charles R. Liderança em tempos de crise. São Paulo: Mundo


Cristão, 2004.

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