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Módulo | Enfermagem na Atenção à Saúde do

Adulto Técnico Em Enfermagem


Aqui
começa
a sua
jornada
Vamos nessa?

Módulo | Enfermagem na Atenção à Saúde do


Adulto Técnico Em Enfermagem
Proz
SUMÁRIO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES, RESPIRATÓRIAS E


ENDÓCRINAS

INTRODUÇÃO........................................................................................................................7

TEMA 01: Anatomia / Fisiologia do Sistema Cardiovascular........................................................... 8

TEMA 02: Arritmias / IAM / Insuficiência Cardíaca....................................................................... 16

TEMA 03: HAS / AVE / Aneurisma / Eventos Tromboembólicos................................................... 21

TEMA 04: Aula Prática ECG............................................................................................................ 27

TEMA 05: Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório / Asma / Bronquite / Pneumonia / Enfi-
sema Pulmonar / Edema Agudo de Pulmão / Embolia Pulmonar................................................ 33

TEMA 06: Aula Prática SSVV.......................................................................................................... 49

TEMA 07: Aula Prática Oxigenoterapia + Aspiração de Vias Aéreas............................................. 61

TEMA 08: Anatomia e Fisiologia do Sistema Endócrino / Hipotireoidismos / Hipertireoidismo/


Diabetes / Pré-diabetes............................................................................................................ 70

TEMA 09: Prática Glicemia Capilar + Cuidados com Pé diabético................................................ 83

TEMA 10: Aula Prática Terapias de Banho + Mudança de Decúbito............................................ 89

EAD...................................................................................................................................110

1. História da Enfermagem + Entidades de Classe...................................................................... 110

2. Código de Ética da Enfermagem............................................................................................. 115

3. Ação e Efeito de medicamentos - Os certos da medicação..................................................... 118

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................134

MATERIAL DE APOIO.........................................................................................................135

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS, URINÁRIAS E


NEUROLÓGICAS

INTRODUÇÃO....................................................................................................................139

TEMA 01: Anatomia e Fisiologia do Sistema Digestório / Gastrite / Úlcera Peptídica / Pan-
creatite.........................................................................................................................140

TEMA 02: Aula Prática Cateter Gástrico / enteral / ostomia..............................................171

Proz
SUMÁRIO

TEMA 03: HAS / AVE / Aneurisma / Eventos Tromboembólicos................................................. 189

TEMA 04: Infecção do Trato Urinário / Cálculo Renal................................................................. 202

TEMA 05: Aula Prática cateterismos vesicais.............................................................................. 213

TEMA 06: Anatomia e Fisiologia do Sistema Neurológico.......................................................... 222

TEMA 07: Meningites / Esclerose / Epilepsia / Crise convulsiva................................................. 238

TEMA 08: Preparo e Administração de Medicamentos O/IM/SUB/ET/RT................................ 262

TEMA 09: Confecção de Acesso Venoso e hipodermóclise........................................................ 296

TEMA 10: Preparo e Administração de Medicamentos EV......................................................... 303

EAD...................................................................................................................................310

1. Anticonvulsivante / Antihipertensivos / Antiarrítmicos.......................................................... 310

2. Insulina / Antibióticos.............................................................................................................. 321

3. Broncodilatadores / Laxantes.................................................................................................. 329

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................336

Proz
Assistência de Enfermagem nas Patologias
Cardiovasculares, Respiratórias e Endócrinas

INTRODUÇÃO

Caros alunos, nesta unidade, abordaremos algumas das doenças mais relevantes e
desafiadoras da atualidade. A hipertensão arterial e o diabetes melittus representam
uma parcela significativa das preocupações atuais na saúde pública tanto no Brasil
quanto globalmente. As consequências dessas enfermidades levam a elevadas taxas
de morbidade e mortalidade.

As condições de saúde discutidas neste módulo são consequências diretas dos de-
terminantes sociais que enfrentamos diariamente. Ademais, ressalta-se a dificuldade
do cidadão brasileiro em assumir um papel ativo no seu próprio processo de saúde e
doença. Nesse contexto, a medicina e campos relacionados se deparam com um de-
safio crescente. Diante deste cenário, a enfermagem, através de seus profissionais,
destaca-se como essencial no cuidado e atenção ao paciente.

Como futuros técnicos em enfermagem, é essencial reconhecer e assimilar a gravi-


dade dos desafios na área da saúde. Nossa função não é somente prestar cuidados
imediatos, mas também nos envolver na prevenção e gestão de doenças crônicas e
incentivar hábitos de vida saudáveis. Ao identificar as origens dessas preocupações
de saúde, somos capazes de criar abordagens de tratamento mais impactantes,
oferecendo um cuidado integral a cada paciente. Não esqueçam que somos o pri-
meiro escudo contra o avanço dessas doenças. Assim, é fundamental que nossa ca-
pacitação vá além das habilidades técnicas e incorpore também competências de
educação e aconselhamento em saúde.
TEMA 01

Anatomia/Fisiologia do Sistema Cardiovascular

O sistema cardiovascular é, sem dúvida, um dos mais cruciais para a fisiologia humana, dada sua
interligação e influência em diversos órgãos e sistemas correlatos. Quando mencionamos o risco de
morte, é inevitável pensar em parada cardíaca, reforçando a sua relevância, especialmente para os
enfermeiros que lidam com uma ampla gama de pacientes em suas rotinas diárias.

Para entender completamente as enfermidades que comprometem o sistema cardiovascular, é im-


perativo conhecer sua anatomia e funcionamento. Considerando que somos seres multicelulares e
que todas as nossas células, em plena atividade, requerem nutrição, oxigênio e outras substâncias
vitais, é fundamental que haja uma circulação eficiente do sangue através de nossa extensa rede
vascular.

Anatomicamente, esse sistema é composto pelo coração e pelos vasos sanguíneos, sejam eles arteri-
ais ou venosos, complementados por uma ampla rede de vasos linfáticos.O coração, encarregado de
impulsionar o sangue, é uma estrutura cavilosa, primordialmente muscular, situada no mediastino,
com uma ligeira inclinação à esquerda.

Para entender melhor sua anatomia e sua associação com as patologias discutidas neste conteúdo,
podemos dividi-lo em: estruturas contráteis e estruturas responsáveis pela condução do estímulo
elétrico cardíaco.
As estruturas contráteis incluem os átrios (direito e esquerdo) e os ventrículos (direito e esquerdo),
separados pelas válvulas tricúspide (lado direito) e mitral (lado esquerdo).
O lado direito do coração recebe o sangue desoxigenado do corpo através das veias cavas superior e
inferior, que se conectam ao átrio direito, coletando a maioria do sangue retornado (com alto teor de
dióxido de carbono).
Este sangue é então direcionado através da válvula tricúspide para o ventrículo direito e, posterior-
mente, enviado aos pulmões pelas artérias pulmonares. Ao chegar aos pulmões, ocorre a hematose,
processo em que o dióxido de carbono é trocado por oxigênio.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Fonte: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/coracao/. Acesso em 10/11/2023

Após o referido processo, o sangue, agora oxigenado, retorna ao coração pelas veias pulmonares.
Este trajeto pelo qual o sangue circula é denominado pequena circulação. As veias pulmonares se
conectam ao átrio esquerdo, ativando, assim, a porção esquerda do coração. O sangue, ao fluir at-
ravés da válvula mitral, alcança o ventrículo esquerdo e, posteriormente, é propulsado para a aorta,
distribuindo-se pela circulação sistêmica, ou grande circulação.

Toda essa sequência de eventos é conhecida na literatura como ciclo cardíaco. No entanto, é im-
portante destacar que ambos os lados do coração operam de forma sincronizada, produzindo a
cada minuto uma quantidade variável de batimentos, que é influenciada por diversos fatores que
abordaremos a seguir.
Sobre o aparelho circulatório é necessário ressaltar que existem dois tipos principais de
vasos sanguíneos:

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/sistemas/379/vasos-sanguineos#google_vignette. Acesso em 10/11/2023

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Artérias: são vasos cuja principal função é ajustar seu diâmetro, controlando voluntariamente
seu tônus mediante mediadores químicos liberados por uma de suas camadas, o endotélio.
Esta propriedade faz com que desempenhem um papel ativo na regulação da pressão arterial.
Quando possuem diâmetros menores, são designadas como arteríolas ou capilares arteriais.
•• Veias: diferentemente das artérias, têm uma capacidade limitada de controlar o tônus vascular,
mas apresentam uma grande capacidade de distensão. Além de transportar o sangue de volta
ao coração, funcionam também como reservatório de sangue. Possuem pequenas válvulas que
garantem um fluxo sanguíneo unidirecional. Isso significa que o sangue é impulsionado princi-
palmente pela contração dos músculos circundantes. Quando têm um diâmetro reduzido, são
referidas como vênulas ou capilares venosos.

Hematose

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/hematose.htm. Acesso em 10/11/2023

Após apresentar as estruturas contráteis do coração e sua relação com o sistema circulatório, tor-
na-se essencial abordar os estímulos responsáveis por manter o coração em atividade e o sangue
fluindo por esse intrincado sistema de veias e artérias.
O coração possui estruturas especializadas de condução, como o nó sinusal, que age como o marcapasso
cardíaco. Ele é responsável por gerar o potencial de ação cardíaco, regulando assim a frequência cardíaca.
Seguidamente, o nó sinoatrial transmite, no momento adequado, esse sinal às outras partes do siste-
ma condutor: feixe de His, ramos direito e esquerdo e, finalmente, às fibras de Purkinje que trans-
mitem o sinal às células do coração.
O potencial de ação cardíaco origina-se das variações nas correntes de sódio e potássio através das
membranas celulares dessas estruturas condutoras. Além destes, o íon cálcio desempenha um papel
vital, já que modula a força da contração cardíaca.
Assim, podemos perceber que as correntes formadas por esses movimentos iônicos na membrana
das células cardíacas são cruciais para os eventos do ciclo cardíaco. Durante a despolarização, a entra-
da de sódio na célula possibilita a contração cardíaca. O platô, correspondente ao trânsito do cálcio,
permite a manutenção da contração. E, por fim, a repolarização, marcada pela saída de potássio,
indica o relaxamento das estruturas do coração.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Caminho do potencial de ação cardíaco e representação do ECG

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/
arritmias-card%C3%ADacas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-arritmias-card%C3%ADacas. Acesso em 10/11/2023

Na seção dedicada à eletrocardiografia, veremos que entender esses processos pode simplifi-
car a compreensão da técnica e de seus resultados diretos no paciente.

O sistema cardiovascular não se resume apenas às estruturas mencionadas anteriormente; ele tam-
bém engloba o sangue, que é essencialmente um tecido conjuntivo. O sangue se divide em compo-
nentes distintos: o plasma, que representa cerca de 60% do seu volume total, é composto principal-
mente por água, proteínas, açúcares, gorduras e eletrólitos. Por outro lado, o hematócrito refere-se
às células sanguíneas, incluindo eritrócitos (ou glóbulos vermelhos/hemácias), plaquetas e leucócitos
(células responsáveis pela defesa do organismo).

Composição do Sangue

Fonte:https://www.todamateria.com.br/sangue/. Acesso em 10/11/2023

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
O sangue desempenha um papel vital no transporte de diversas substâncias. Ele é responsável por:
•• Levar oxigênio e nutrientes essenciais às células;
•• Eliminar resíduos resultantes das atividades celulares, como o gás carbônico gerado durante a
respiração celular;
•• Transportar hormônios pelo corpo.

Além de suas funções de transporte, o sangue também atua como uma linha de defesa contra agen-
tes prejudiciais ao organismo. Portanto, pode-se resumir as principais atividades anatômicas e fisi-
ológicas do sistema cardiovascular às funções de transporte e proteção, ambas cruciais para a sobre-
vivência humana.

RESUMO

A anatomia, um subcampo da morfologia, investiga a estrutura macroscópica do corpo humano,


aquela visível a olho nu. Para uma análise aprofundada, a anatomia emprega técnicas de dissecção,
permitindo um exame detalhado dos órgãos internos.

O corpo humano possui um sistema de circulação de substâncias conhecido como Aparelho Circu-
latório, que se divide em:
•• Sistema cardiovascular: Inclui vasos sanguíneos - artérias, veias e capilares - e o coração. É um
sistema fechado pelo qual o sangue flui.
•• Sistema linfático: É formado por vasos linfáticos - capilares linfáticos, vasos linfáticos maiores
e troncos linfáticos - além de órgãos linfoides, como linfonodos e tonsilas. Este é um circuito
aberto por onde a linfa circula.

O coração, uma estrutura fibromuscular, tem quatro cavidades internas que são preenchidas pelo
sangue e tem um formato similar ao de um cone. Seu interior é composto por quatro câmaras: átrio
direito, ventrículo direito, átrio esquerdo e ventrículo esquerdo.

As artérias são estruturas tubulares elásticas, que conduzem o sangue do coração para os tecidos,
enquanto as veias transportam o sangue, que já interagiu com os tecidos, de volta ao coração. As
veias, conectadas aos capilares, direcionam o sangue desde as extremidades do corpo até o coração,
o centro do sistema circulatório.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

O texto a seguir deve ser utilizado para responder às questões 1, 2 e 3.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Hoje as doenças cardiovasculares são as que mais matam, superando a AIDS e o câncer. Problemas
como arteriosclerose, a qual causa danos à túnica íntima e média das artérias, conduzindo alterações
na pressão arterial, irrigação dos tecidos e fluxo sanguíneo. Alguns defeitos congênitos que ocorrem
no coração podem não ser tão graves, como a maioria dos prolapsos de valva mitral, em compen-
sação outros podem conduzir ao óbito, como as cardiopatias ventriculares, principalmente se o dano
for no ventrículo que participa da circulação sistêmica (grande circulação). Além destes problemas
citados há outros que podem gerar complicações severas se não forem devidamente tratados, um
deles é o dano causado às duas lâminas serosas que revestem esse órgão, ocasionando uma doença
chamada de pericardite. Devido a todos estes casos citados e a outros, temos altos índices de mortal-
idade relacionados ao sistema cardiovascular. Assim sendo, grandes centros de pesquisa ao redor do
mundo buscam soluções para quem sabe, em um futuro próximo, tais dados sejam números passa-
dos e não mais uma realidade presente.

1. No texto acima são descritas algumas doenças que afetam o sistema cardiovascular. Que estru-
tura anatômica é encontrada apenas no átrio direito?

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2. Qual ventrículo é citado no texto e o nome da membrana serosa que reveste o coração?

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
3. As valvas atrioventriculares, como por exemplo, a valva mitral citada no texto, apresentam
duas estruturas associadas a elas, que atuam em conjunto na mecânica valvar. Quem são essas
estruturas?

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4. Relacione as colunas abaixo e utiliza a dica delas para descrever o trajeto dos tipos de circulação
sistêmica e pulmonar:

1. irrigação do miocárdio ( ) veia pulmonar

2. conduz sangue arterial ( ) pequena circulação

3. leva oxigênio para os tecidos ( ) artéria pulmonar

4. conduz o sangue venoso ( ) grande circulação

5. retira o gás carbônico dos tecidos ( ) artérias coronárias

5. Responda:

a. Qual estrutura anatômica impede o contato entre os átrios? E entre os ventrículos?

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
b. O que são valvas?

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6. (IADES - 2019) A função básica do coração é impulsionar o sangue aos órgãos periféricos, de
modo semelhante a uma bomba hidráulica. O átrio e o ventrículo funcionam como uma bomba
em série, sendo que o átrio direito e o ventrículo direito impulsionam o sangue para os pulmões,
e o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, para os tecidos. Acerca desse assunto, assinale a al-
ternativa que indica a valva cardíaca que permite a passagem do sangue do átrio direito para o
ventrículo direito.

a. ( ) Mitral

b. ( ) Tricúspide

c. ( ) Pulmonar

d. ( ) Aórtica

e. ( ) Cardíaca

7. (CESPE - 2018) Acerca da anatomia cardíaca e coronariana, julgue o item subsequente.


Artérias coronárias são os vasos responsáveis pela chegada de oxigênio e outros nutrientes ao
miocárdio.

( ) Errado

( ) Certo

8. (IBADE - 2018) Marque a alternativa que corresponde à estrutura do coração responsável por
expulsar o sangue venoso para o pulmão através da artéria do tronco pulmonar.

a. ( ) Ventrículo direito.

b. ( ) Átrio esquerdo.

c. ( ) Ventrículo esquerdo.

d. ( ) Valva bicúspide.

e. ( ) Átrio direito

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
TEMA 02

Arritmias/IAM/Insuficiência Cardíaca

Arritmias

Conforme abordado, o coração opera com base na produção de potenciais de ação pelo nó sinusal, o
que confere a regularidade indispensável para o funcionamento saudável do coração. Assim, podem-
os definir as arritmias como anomalias na geração ou transmissão desses impulsos elétricos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), as arritmias são as principais
responsáveis por mortes súbitas no Brasil. Considerando a alta incidência de doenças cardiovascu-
lares atualmente, é provável que as arritmias continuem a ser uma causa frequente de óbitos no país.
Importante notar que a maioria desses eventos ocorre fora do ambiente hospitalar, aumentando a
taxa de mortalidade.

As principais causas incluem qualquer doença cardíaca, como alterações anatômicas ou funcionais
congênitas, capazes de desregular o ritmo. Fatores sistêmicos que podem induzir ou contribuir para
a alteração do ritmo englobam anormalidades eletrolíticas (especialmente níveis baixos de potássio
ou magnésio), hipóxia (o infarto do miocárdio é uma das principais causas), desequilíbrios hormonais
(por exemplo, hipotireoidismo e hipertireoidismo) e fármacos e toxinas (como álcool e cafeína).

A maioria das arritmias é assintomática, mas palpitações, sintomas associados a alterações hemod-
inâmicas como dispneia, desconforto torácico e desmaios podem surgir. Infelizmente, a parada cardíaca
é o principal sintoma dessa doença, tornando o diagnóstico impraticável em muitos casos. A palpação
do pulso e a ausculta cardíaca podem determinar a frequência ventricular e sua regularidade ou irreg-
ularidade. Sintomas associados à parada cardíaca também podem auxiliar no diagnóstico do problema.

Cuidados de Enfermagem

•• Manter o ambiente calmo.


•• Manter o paciente confortável.
•• Orientar o paciente sobre exames e procedimentos.
•• Auxiliar nos cuidados de higiene.
•• Auxiliar no processo de alimentação, se necessário.
•• Administrar medicamentos prescritos.
•• Controle de sinais vitais, ênfase em pulso.

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
IAM

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é definido como uma situação em que parte do músculo cardíaco
é danificada ou morre devido à inadequada circulação sanguínea nas artérias coronárias. Juntamente
com as arritmias, está relacionado a altas taxas de mortalidade, tanto no Brasil quanto globalmente.

Existem várias categorias de IAM, resultantes de diferentes causas. A aterosclerose, o vasoespasmo


coronário, embolias (como coágulos de gordura ou sangue) e vasculites são as principais causas. A
gravidade do IAM varia de acordo com a causa subjacente.

O diagnóstico é determinado por uma combinação de manifestações clínicas e exames adicionais.


A dor subesternal - profunda e frequentemente descrita como uma sensação de pressão - que pode
irradiar para as costas, mandíbula, braços, ombros, ou ambas as áreas, é o sintoma inicial mais
comum do infarto.

Dispneia, suor excessivo, vômitos e alterações de consciência também são comuns. É importante
notar que muitos indivíduos apresentam sintomas leves ou podem ter um IAM silencioso. Em muitos
casos, o desconforto gástrico é o sintoma mais distintivo, mas é frequentemente negligenciado se
aliviado por antiácidos.

Quanto ao diagnóstico através de exames, o ECG é o mais comum e crucial, e deve ser realizado o
mais rápido possível. Alterações no segmento ST (elevação ou depressão de ST) são comuns em paci-
entes com qualquer tipo de infarto.

Adicionalmente, marcadores cardíacos, como enzimas cardíacas (ex.: creatinoquinase CK-MB) e


substâncias celulares (ex.: troponinas I e T e mioglobina), são liberados na corrente sanguínea após
a morte celular do miocárdio.

Nestes casos, amostras de sangue são coletadas ao longo do tempo para monitorar os níveis destes
marcadores e avaliar a extensão e gravidade da lesão. Em alguns centros avançados, pode-se re-
alizar uma angiografia coronária para identificar a localização exata da obstrução.

Após o diagnóstico e avaliação da extensão da lesão, o tratamento é determinado, priorizando


terapias medicamentosas e estratégias de reperfusão para restaurar o fluxo sanguíneo. É funda-
mental iniciar o tratamento o mais rápido possível para limitar os danos e melhorar o prognóstico
do paciente. Medicamentos como antiplaquetários (ácido acetilsalicílico e clopidogrel), betablo-
queadores, heparina, doadores de óxido nítrico como nitroglicerina, fibrinolíticos e inibidores da
ECA são comumente utilizados.

A equipe de enfermagem deve manter uma vigilância meticulosa dos sinais vitais, administrar os me-
dicamentos conforme prescrito e orientar o paciente sobre mudanças no estilo de vida, como exer-
cícios, dieta balanceada, perda de peso e cessação do tabagismo. É essencial também educar sobre a
importância de continuar a medicação, como antiplaquetários, betabloqueadores, inibidores da ECA
e estatinas, conforme indicado.

Por último, é fundamental intervir nos fatores de risco e gerenciar condições associadas, como diabe-
tes e hipertensão, para prevenir futuros episódios e melhorar o prognóstico do paciente.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca refere-se à incapacidade do coração de atender adequadamente às deman-


das do corpo. Isso frequentemente resulta em redução da circulação sanguínea, congestão de sangue
nas veias e pulmões e, possivelmente, outras complicações que podem afetar a função cardíaca.

Em termos simples, o coração não consegue bombear sangue suficiente para todas as partes do cor-
po. Embora este texto não descreva toda a complexidade desta condição, vale ressaltar que ela pode
se manifestar desde a infância, devido a defeitos congênitos. No entanto, os idosos são particular-
mente suscetíveis, dada a prevalência de doenças relacionadas à idade, como doenças coronarianas
ou problemas nas válvulas cardíacas.
Em seus estágios iniciais, a insuficiência cardíaca pode ser assintomática. Contudo, com a pro-
gressão da doença, os seguintes sintomas podem surgir:
•• Falta de ar;
•• Fadiga;
•• Acúmulo de líquidos (edema) nas pernas;
•• Incapacidade de realizar exercícios ou outras atividades que exijam esforço;
•• Sintomas indefinidos como sonolência, confusão e desorientação.

É importante observar que os sintomas geralmente surgem de maneira progressiva, mas nos idosos,
sua manifestação pode ser mais rápida. Em várias situações, estes sintomas podem ser tão intensos
que comprometem as atividades diárias, surgindo até mesmo em momentos de repouso.

Não é incomum que a insuficiência cardíaca atinja mais um lado do coração do que o outro. Assim, os
sinais da insuficiência do lado direito se contrastam com os do lado esquerdo. A insuficiência no lado
esquerdo pode, com o tempo, desencadear a insuficiência do lado direito. Enquanto o lado direito
está frequentemente associado ao edema generalizado, o lado esquerdo pode levar ao acúmulo de
líquido nos pulmões, resultando em falta de ar.
Para um diagnóstico preciso desta condição, além de observar os sintomas, são recomendados
exames como:
•• Radiografia do tórax;
•• Eletrocardiograma (ECG);
•• Ecocardiograma;
•• Exames sanguíneos.

O tratamento abordará estratégias tanto farmacológicas quanto não farmacológicas, dependendo da


natureza e gravidade do quadro. Dentre as intervenções não medicamentosas, destacam-se ajustes
na dieta, modificações no estilo de vida e, em situações mais sérias, a necessidade de cardiorversores
e até transplantes cardíacos.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
No contexto medicamentoso, a abordagem da insuficiência cardíaca envolve:
•• Medicamentos sintomáticos como diuréticos, nitratos e digoxina;
•• Medicamentos voltados para o aumento da sobrevida: inibidores da ECA, betabloqueadores,
antagonistas da aldosterona, BRAs, INRAs, SGLT2s e inibidores do nó sinusal.

Embora a insuficiência cardíaca possa resultar em morte súbita, frequentemente, é uma condição de
longo prazo que requer uma abordagem paliativa para melhorar a qualidade de vida do paciente. O
plano de cuidados será determinado conforme o ambiente clínico do paciente e a terapia já aplicada.

RESUMO

A arritmia cardíaca representa uma alteração na atividade elétrica do coração, resultando em ba-
timentos que podem ser acelerados, retardados ou irregulares. O infarto do miocárdio, ou ataque
cardíaco, ocorre quando as células de uma área específica do músculo cardíaco morrem devido à ob-
strução súbita do fluxo sanguíneo por um coágulo. Este evento é comumente causado pela ateroscle-
rose, uma condição em que o acúmulo de gordura nas artérias coronárias pode levá-las à obstrução.

O infarto pode se manifestar em várias partes do coração, dependendo de qual artéria foi bloqueada.
Em casos raros, pode ser causado pela contração de uma artéria, interrompendo o fluxo sanguíneo,
ou pelo deslocamento de um coágulo formado no coração que se aloja nas artérias. A insuficiência
cardíaca (IC) surge quando o coração é incapaz de circular o sangue adequadamente, afetando a
nutrição de todo o corpo. Esse problema tende a ser o desfecho de várias doenças cardíacas, como
hipertensão, infarto ou doenças inflamatórias como a miocardite, que ao longo do tempo reduzem a
eficácia do coração.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. (FAFIPA - 2020) Considere um paciente internado com diagnóstico de angina, durante a aval-
iação de enfermagem ele relata estar com dor torácica, náusea, dormência de membros superi-
ores e dispneia. Neste momento, o enfermeiro deve:

a. Estimulá-lo a caminhar para aumentar a oxigenação e diminuir o sentimento.

b. Deitá-lo no leito em decúbito dorsal e posicionar a cama em Trendelemburg.

c. Sentá-lo com os pés na escadinha da cama, e orientá-lo a reclinar a cabeça entre as pernas para
melhorar a oxigenação.

d. Colocá-lo em decúbito ventral e deixar a cama em semi-Fowler ou Fowler.

e. Colocá-lo em semi-Fowler, a fim de reduzir as necessidades de oxigênio do miocárdio isquêmico.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
2. (UFU-MG - 2018) O impulso elétrico que se movimenta pelo coração pode ser visualizado por
meio de eletrocardiografia, cujo produto final é um eletrocardiograma (ECG). Cada fase do ciclo
cardíaco é refletida em forma de ondas, de complexos, de segmentos e de intervalos na tela de um
monitor cardíaco ou em uma fita de papel gráfico (ECG).
Assinale a alternativa que representa no ECG a repolarização ventricular.

a. ( ) Complexo QRS.

b. ( ) Onda P.

c. ( ) Onda T.

d. ( ) Onda U.

3. (CESPE - 2018) Julgue o item seguinte, relativo a enfermagem clínica e cirúrgica cardiovascular;
enfermagem em emergência cardiovascular; e assistência de enfermagem ao paciente cardíaco.
Caso clínico: Paciente é atendido na emergência de um hospital com relato de dor torácica sub-
esternal, aguda, forte, intermitente. A dor piora com deglutição e tosse com duração superior a 30
min e às vezes é aliviada com a retificação das costas. Assertiva: Com base nessas manifestações
clínicas, a principal hipótese nesse caso é infarto agudo do miocárdio.

( ) Errado

( ) Certo

4. (COMPERVE - 2018) Um eletrocardiograma (ECG) exibe correntes elétricas geradas pelo coração,
sendo um dos recursos diagnósticos mais valiosos e de uso mais frequente. Uma onda de ECG tem
três componentes básicos: onda P, complexo QRS e onda T. A análise da onda P no ECG representa

a. ( ) o platô.

b. ( ) a despolarização ventricular.

c. ( ) a despolarização atrial.

d. ( ) o potencial de repouso.

5. Quais são as principais causas do infarto do miocárdio e como a aterosclerose contribui para
esse problema cardíaco?

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
TEMA 03

HAS/AVE/Aneurisma/Eventos Tromboembólicos

HAS

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos problemas de saúde mais comuns na sociedade
moderna, impactando uma ampla gama de indivíduos de diferentes idades. Este estado patológico
é caracterizado pelo aumento persistente da pressão arterial sistólica e diastólica acima dos níveis
normais de uma pessoa. O aspecto insidioso da HAS é a falta de sintomas proeminentes na maio-
ria dos pacientes, o que frequentemente leva a um diagnóstico tardio e um gerenciamento clínico
inadequado.

A HAS tem uma forte conexão com os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) e com fatores inerentes
ao indivíduo. A doença é mais comum entre pessoas com histórico familiar da condição, idosos, obe-
sos, negros e aqueles que seguem estilos de vida não saudáveis. Mulheres pós-menopausa e ges-
tantes também têm maior susceptibilidade. Os DSS, que são influenciados pelas condições políticas
e econômicas, têm um grande impacto na saúde física e mental, exacerbando as condições pré-exis-
tentes em pessoas predispostas a doenças cardiovasculares.

A hipertensão é classificada como secundária quando a causa é claramente identificável, enquanto a


hipertensão primária ocorre quando a doença é multifatorial. Apesar da alta prevalência de HAS em
pacientes diabéticos, esta não é considerada mais uma causa direta, mas sim um fator concomitante,
devido aos danos vasculares resultantes do excesso de glicose no sangue. Para entender a fisiologia
da hipertensão, é necessário levar em conta que a pressão arterial é a relação entre o débito cardíaco
(DC) e a resistência vascular periférica (RVP). O DC é a quantidade de sangue que o coração bombeia
a cada minuto, e a RVP é a resistência que o sangue encontra ao percorrer o sistema circulatório após
deixar o coração. Portanto, os mecanismos patológicos da HAS envolvem um aumento do DC, um
aumento da RVP ou ambos.

Diversos mecanismos fisiológicos são impactados no contexto da hipertensão, entre eles a estimu-
lação simpática e a disfunção do sistema renina-angiotensina-aldosterona, os quais costumam ser
comumente afetados. Este último sistema gerencia, através da angiotensina e aldosterona, funções
que regulam os rins, o débito cardíaco e a resistência vascular periférica. Como resultado, podem sur-
gir efeitos como a retenção de líquidos, vasoconstrição periférica e ação coordenada com o sistema
simpático para aumentar a força e a frequência cardíaca.

No Brasil, o diagnóstico de hipertensão geralmente se baseia em medições múltiplas da pressão ar-


terial, utilizando dois métodos frequentes: Monitorização Ambulatorial da PA de 24 horas (MAPA) e a
medição residencial da pressão arterial (MRPA) seguindo um protocolo específico.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Este último envolve a medição da pressão arterial corretamente durante 3 dias consecutivos pela
manhã em jejum, antes de tomar a medicação. O MAPA é um registro indireto e intermitente realiza-
do durante 24 horas por meio de um dispositivo automatizado.

O Ministério da Saúde define que a média de ambos os métodos com valores inferiores a 135/85
mmHg são considerados normais. Valores acima desse são classificados como hipertensos de acordo
com a tabela estabelecida. Em todos os casos, são realizados exames adicionais para avaliar os danos
aos órgãos-alvo, como os rins, a retina e até o coração.
O manejo clínico da hipertensão será baseado em duas estratégias:
•• Manejo clínico não farmacológico: perda de peso, exercícios físicos, melhora da alimen-
tação, cessação do tabagismo, moderação do consumo de álcool dentre estratégias associa-
das aos DSS.
•• Manejo clínico farmacológico: será selecionado pelo menos dois fármacos de classe dif-
erentes a fim de avaliar os benefícios. O médico fará a seleção segundo os protocolos do
ministério da saúde e também com base na avaliação do risco cardiovascular (aqui pensem
no IAM como maior problema associado). Dentre os fármacos mais utilizados estão: diuréti-
cos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), BRA e blo-
queadores dos canais de cálcio.

Por fim deve-se pontuar que o maior desafio diante a doença é fazer com que o hipertenso se man-
tenha motivado com o tratamento, e principalmente que ele compreenda os riscos aos quais a hiper-
tensão pode levar devido ao comprometimento dos órgãos alvo.

AVE

Os Acidentes Vasculares Encefálicos (AVE), também conhecidos como derrames, são uma categoria
de doenças cardiovasculares que impactam diretamente outros sistemas do corpo. São caracteriza-
dos por problemas que interrompem o fluxo sanguíneo para o cérebro de maneira repentina e em
locais específicos, provocando consequências neurológicas. Esses eventos são classificados com base
em sua origem e podem ser isquêmicos, responsáveis por mais de 80% dos casos, ou hemorrágicos,
que representam 20% dos casos, porém com uma maior gravidade.
Os fatores de risco para o AVE são muito amplos e podemos destacar os seguintes:
•• Hipertensão; •• Diabetes;
•• Idade; •• Obesidade;
•• Genética; •• Consumo excessivo de álcool;
•• Tabagismo; •• Falta de atividade física;
•• Dislipidemia; •• Má alimentação;

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•• Estresse psicossocial (por exemplo depressão);
•• Doenças cardíacas (principalmente o IAM);
•• Doenças sanguíneas;
•• Aneurismas intracranianos (somente hemorragia subaracnoide);
•• Uso de determinados drogas (p. ex., cocaína, anfetamina);
•• Vasculites.

Os sintomas de um Acidente Vascular Encefálico (AVE) variam conforme a região do cérebro afetada,
mas comumente incluem alterações na consciência, dormência, debilidade em membros ou face,
dificuldade de fala, problemas visuais, vertigem, desequilíbrio, coordenação precária e dor de cabeça.

É essencial a atenção imediata a uma avaliação precisa e encaminhamento rápido para um trata-
mento protocolar em casos suspeitos de AVE. Portanto, a identificação dos sintomas e a confirmação
através de exames de imagem são as melhores estratégias para o diagnóstico.

O tratamento tem como focos primários a estabilização do paciente com suporte respiratório e técni-
cas para possivelmente reduzir edemas cerebrais. Se o infarto do miocárdio for a causa, os protocolos
de tratamento específicos devem ser seguidos. O procedimento de reperfusão para alguns casos de
AVE isquêmico e intervenções para lesões hemorrágicas serão executados na UTI conforme a neces-
sidade médica. É importante lembrar que o uso da escala de Glasgow auxilia na monitorização do
estado de saúde do paciente.

Segundo o protocolo da American Heart Association as seguintes medidas corretivas podem ser
necessárias durante a avaliação e a estabilização iniciais principalmente das lesões isquêmicas.
•• Suporte das vias respiratórias e assistência ventilatória;
•• Suplementar oxigênio apenas se necessário para manter a saturação de oxigênio > 94%;
•• Correção da hipertermia (temperatura > 38° C) usando um antipirético e identificando e tratando
a causa da hipotermia;
•• Monitorização e correção dos índices de glicemia;
•• Uso de medicações anticoagulantes, antiplaquetárias segundo o tipo do AVE.

Para prevenir futuros AVEs isquêmicos, o paciente deve ser orientado a gerenciar os fatores de risco
modificáveis e a tratar, quando apropriado, com medidas adicionais indicadas pelo médico para con-
trolar condições que possam aumentar a chance de eventos recorrentes.

Aneurismas

Os aneurismas são definidos como a dilatação anormal de vasos sanguíneos no cérebro, geralmente
relacionados a condições genéticas, hipertensão e tabagismo. Embora muitas vezes assintomáticos,
aneurismas de grande porte podem produzir sintomas e condições muito parecidas com um Acidente
Vascular Encefálico (AVE) hemorrágico.

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Em muitos casos, o acúmulo de sangue em um dos espaços entre as meninges pode causar dor de
cabeça, náuseas, sensibilidade à luz, vômitos, alterações no nível de consciência e até convulsões.

O diagnóstico dos aneurismas é comumente feito através de exames de imagem, como a angiografia
e a ressonância magnética.

O tratamento é determinado pelo tipo e gravidade do aneurisma. Comumente são realizadas mi-
crocirurgias, radiocirurgias ou cirurgias endovasculares. No entanto, para muitas pessoas, a melhor
estratégia é o monitoramento de aneurismas não rompidos. Além disso, mudanças no estilo de vida
são frequentemente recomendadas como parte do tratamento.

RESUMO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição crônica comum e está fortemente associada
ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo a principal causa de óbitos no Brasil e no
mundo. Anualmente, aproximadamente 350 mil indivíduos morrem de doenças cardiovasculares no
país, e a maioria dessas mortes tem a HAS como um dos fatores contribuintes. A hipertensão é re-
sponsável por 80% dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e também agrava condições como
infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal.

O AVC ocorre quando uma obstrução ou ruptura nas artérias que fornecem sangue ao cérebro resulta
em paralisia da área cerebral afetada por falta de fluxo sanguíneo adequado.
Tipos de Acidente Vascular Encefálico (AVE):
•• Isquêmico: entupimento das artérias que levam sangue ao cérebro;
•• Hemorrágico: rompimento de artérias provocando sangramento no cérebro.

Um aneurisma é uma dilatação anormal de uma artéria. Ele pode romper, causando uma hemorragia,
ou pode permanecer intacto por toda a vida. Aneurismas podem se formar em qualquer artéria do
corpo, incluindo as do cérebro, coração, rins ou abdômen. Aneurismas cerebrais e da aorta torácica e
abdominal têm altas taxas de mortalidade.

A Trombose Venosa Profunda é a formação de um coágulo de sangue em uma veia profunda, geral-
mente na panturrilha, coxa ou pelve. Esta condição pode ser assintomática ou causar dor e inchaço no
membro afetado. A embolia pulmonar é uma complicação imediata. Esta condição é mais comum em
pacientes que permanecem imobilizados por longos períodos, como após cirurgias, ou em pacientes
acamados.

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. (FAFIPA, 2020) O tratamento não medicamentoso é parte fundamental no controle da Hiper-


tensão Arterial Sistêmica (HAS) e de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV),
como obesidade e dislipidemia. Esse tratamento envolve mudanças no estilo de vida (MEV) que
acompanham o tratamento do paciente por toda a sua vida. Entre as MEV, está:

I. Redução no uso de bebidas alcoólicas.

II. Consumo de alimentos condimentados.

III. Redução no consumo de sal.

IV. Substituição do uso de anticoncepcionais hormonais orais por outro método.


Está(ão) CORRETA(S):

a. ( ) I, II, III e IV.

b. ( ) Somente I, II e III.

c. ( ) Somente I, III e IV.

d. ( ) Somente III e IV.

e. ( ) Somente III.

2. (IBFC - 2016) Infelizmente, no Brasil, a adesão dos pacientes ao tratamento do Diabetes Melli-
tus e da Hipertensão arterial é muito baixa, com isso essas doenças se tornam as duas principais
causas da _____________________. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.

a. ( ) Doença Renal Crônica d. ( ) Síndrome de Cushing

b. ( ) Osteoporose e. ( ) Colite ulcerativa

c. ( ) Doença de Chagas

3. (IADES - 2019) A função básica do coração é impulsionar o sangue aos órgãos periféricos, de
modo semelhante a uma bomba hidráulica. O átrio e o ventrículo funcionam como uma bomba
em série, sendo que o átrio direito e o ventrículo direito impulsionam o sangue para os pulmões,
e o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, para os tecidos. Acerca desse assunto, assinale a al-
ternativa que indica a valva cardíaca que permite a passagem do sangue do átrio direito para o
ventrículo direito.

a. ( ) Mitral d. ( ) Aórtica

b. ( ) Tricúspide e. ( ) Cardíaca

c. ( ) Pulmonar

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4. (CESPE - 2018) Artérias coronárias são os vasos responsáveis pela chegada de oxigênio e outros
nutrientes ao miocárdio.

( ) Errado

( ) Certo

5. (IBADE - 2018) Marque a alternativa que corresponde à estrutura do coração responsável por
expulsar o sangue venoso para o pulmão através da artéria do tronco pulmonar.

a. ( ) Ventrículo direito.

b. ( ) Átrio esquerdo.

c. ( ) Ventrículo esquerdo.

d. ( ) Valva bicúspide.

e. ( ) Átrio direito.

6. (IDECAN - 2014) O acidente vascular encefálico (AVE) consiste na perda súbita da função cere-
bral em decorrência da ruptura do aporte sanguíneo para uma região do cérebro. As lesões são
provocadas por um enfarte devido à isquemia ou à hemorragia, resultante do comprometimento
da função cerebral. Assinale, a seguir, as complicações mais comuns do AVE.

a. ( ) Paraplegia, angina e anemia.

b. ( ) Xantoma, hiperlipidemia e pneumonia aspirativa.

c. ( ) Tromboembolismo venoso, uremia e diverticulose.

d. ( ) Úlcera de decúbito, paraplegia e erupção cutânea.

e. ( ) Pneumonia aspirativa, úlcera de decúbito e tromboembolismo venoso.

7. (FCC - 2010) Um dos procedimentos recomendados pelas V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão


para aferição da pressão arterial (PA), com o cliente sentado, é

a. ( ) proceder à deflação rapidamente, com velocidade de 10 a 15 mmHg por segundo.

b. ( ) auscultar cerca de 20 a 30 mmHg acima do último som, para confirmar seu desaparecimento.

c. ( ) inflar rapidamente até ultrapassar 30 a 40 mmHg o nível estimado da pressão sistólica.

d. ( ) determinar a pressão diastólica no aparecimento do som fase V de Korotkoff.

e. ( ) colocar o manguito, sem deixar folgas, acima da fossa cubital, cerca de dois a três cm.

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TEMA 04

Aula Prática ECG

O Eletrocardiograma é um exame simples, rápido e indolor que capta os impulsos elétricos do coração
e os registra em papel. Eletrodos são colocados na parte frontal do peito, nos punhos e tornozelos.
Um gel é aplicado nesses eletrodos para otimizar a captação da atividade elétrica. O eletrocardiógrafo,
ligado a esses eletrodos através de cabos, monitora e registra a atividade elétrica do coração. Ao final
do procedimento, o equipamento imprime 12 diferentes perspectivas da atividade cardíaca.

Fonte: https://www.souenfermagem.com.br/fundamentos/assistencia/eletrocardiograma-ecg-e-
sua-utilizacao-nos-setores-hospitalares/#google_vignette. Acesso em 10/11/2023

Uma correta realização do ECG é fundamental para garantir uma análise precisa do exame. Questões
como um eletrocardiógrafo descalibrado, tomadas não aterradas, cabos com falhas de isolamento,
eletrodos ressecados, reutilização de eletrodos descartáveis, interferências eletromagnéticas, exces-
so de pelos na área de aplicação, obesidade, alterações tireoidianas, complicações pulmonares (como
pneumotórax e hemotórax), e a posição inadequada do paciente são fatores que podem comprome-
ter a execução e a qualidade do registro do ECG.

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Um traçado normal e com qualidade do exame e como o da imagem abaixo:

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/
arritmias-card%C3%ADacas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-arritmias-card%C3%ADacas. Acesso em 10/11/2023

Para realizar o exame com eficiência é necessário seguir o seguinte protocolo:

Materiais:
•• 01 Aparelho de Eletrocardiograma completo (braçadeiras, eletrodos ou peras);
•• 01 Bandeja;
•• 02 Bolas de Algodão;
•• 01 Caneta;
•• 05 mL Solução alcoólica a 70%;
•• 01 Biombo;
•• 01 par de Luvas de procedimento;
•• 01 Aparelho de barbear;
•• 01 Folha de Papel milimetrado.
Procedimentos:
•• Verificar no pedido de ECG, o tipo de exame requisitado, se 12 derivações ou uma derivação
específica;
•• Higienizar as mãos;
•• Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente;
•• Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante;
•• Conferir o nome do paciente pela pulseira de identificação;
•• Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante;
•• Calçar luvas de procedimento;
•• Solicitar a retirada de adornos e outros objetos metálicos;

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•• Posicionar o paciente no leito ou mesa de exame;
•• Certifique-se que o paciente não esteja em contato com alguma parte metálica
•• Abaixar a cabeceira da cama à 0º, exceto quando contraindicado;
•• Conectar o aparelho à rede elétrica conforme voltagem indicada pelo fabricante ou conectar ao
computador com programa específico;
•• Expor o tórax e realizar a antissepsia da pele com a gaze umedecida com o álcool á 70%, na
região precordial;
•• Realizar a antissepsia da pele nas extremidades dos membros (na face interna e longe dos os-
sos) com gaze umedecida com álcool a 70%;
•• Evitar aplicar os eletrodos sobre saliências ósseas, locais peludos, áreas para compressão
torácica;
•• Colocar eletrodos descartáveis ou peras na linha precordial (figura 1):
•• V1: 4º espaço intercostal à direita do externo;
•• V2: 4º espaço intercostal à esquerda do externo;
•• V3: 5º entre V2 e V4;
•• V4: 5º espaço intercostal e linha hemiclavicular à esquerda;
•• V5: 5º espaço intercostal e linha axilar anterior à esquerda;
•• V6: 5º espaço intercostal e linha axilar média à esquerda;
•• Colocar as braçadeiras ou eletrodos descartáveis nas áreas preparadas;
•• RA: braço direito (right arm);
•• LA: braço esquerdo (left arm);
•• RL: perna direita (right leg);
•• LL: perna esquerda (left leg);

Fonte: https://neomed.com.br/o-que-e-e-como-e-feito-o-eletrocardiograma-entenda/. Acesso em 10/11/2023

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•• Conectar os cabos aos seus respectivos eletrodos ou peras e braçadeiras, conforme indicação
presente nos mesmos;
•• Ligar o aparelho e iniciar o ECG, seguindo as orientações do fabricante;
•• Identificar o ECG com data, hora, nome completo, idade, sexo, número do leito e carimbo do
profissional;
•• Desligar o aparelho, desconectando os cabos do paciente;
•• Deixar o paciente no leito seguro e confortável ou encaminhá-lo à consulta
•• Deixar a unidade em ordem;
•• Proceder à desinfecção do eletrocardiógrafo, das braçadeiras e/ou das peras com o pano limpo
umedecido em álcool a 70% e guardá-los em local próprio, mantendo-o conectado à rede elé-
trica, conforme recomendação do fabricante;
•• Desprezar o material utilizado em local próprio;
•• Higienizar as mãos;
•• Anotar no prontuário a realização do exame.

Posicionamento dos eletrodos

Fonte: https://neomed.com.br/o-que-e-e-como-e-feito-o-eletrocardiograma-entenda/. Acesso em 10/11/2023

RESUMO

O eletrocardiograma é amplamente empregado no cotidiano clínico devido à sua alta sensibilidade e


eficácia na detecção de anomalias cardíacas. A precisão desse exame depende tanto da qualidade dos
equipamentos quanto da correta aplicação da técnica. Nesse contexto, o técnico de enfermagem tem
a responsabilidade de seguir rigorosamente o protocolo, assegurando o posicionamento adequado
do paciente. Fatores externos como condições de saúde, obesidade, idade e inconsistências na rede
elétrica do ambiente podem influenciar negativamente os resultados do ECG.

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. O que é o eletrocardiograma?

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2. Quais tipos de doenças podem ser identificados pelo exame?

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3. Por que pacientes com a presença de adornos ou próteses metálicas apresentam resultados
alterados ao exame?

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4. Qual é a responsabilidade do técnico de enfermagem ao realizar um eletrocardiograma?

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5. Quais fatores externos podem influenciar negativamente os resultados de um ECG?

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TEMA 05

Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório


/ Asma/Bronquite/Pneumonia/Enfisema Pulmonar/
Edema Agudo de Pulmão/Embolia Pulmonar

Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório

O sistema respiratório é essencial para a troca de gases, permitindo a sobrevivência do organismo.


Para efetuar tal tarefa, conta com diversas estruturas anatômicas, classificadas da seguinte maneira:
•• Porção condutora: Nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios.
•• Porção respiratória: pulmões.
•• Porção mecânica: músculos inspiratórios e expiratórios.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-respiratorio/. Acesso em 10/11/2023

O nariz e suas cavidades direcionam o ar pelos primeiros segmentos do sistema, onde ocorrem os
estágios iniciais de filtragem e umidificação. Estas ações se dão devido à presença de pelos, secreção
mucosa e abundante vascularização. Ademais, esta região possui o nervo olfativo, responsável pela
sensação de olfato.

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A faringe é um canal ligado à cavidade nasal, atuando na passagem de ar e alimentos. É constituída
majoritariamente por músculos e revestida por mucosa. Na parte inferior, conecta-se à laringe.

A laringe é o segmento que une a faringe à traqueia. Na sua extremidade superior, encontra-se a
epiglote, que se fecha durante a deglutição, impedindo a passagem de alimentos. Além disso, abri-
ga as cordas vocais.

A traqueia, formada por músculo liso e anéis cartilaginosos, desempenha papel crucial na filtra-
gem, aquecimento e umidificação do ar que respiramos. Ela possui, aproximadamente, de 15 a 20
anéis cartilaginosos e é revestida internamente por mucosa. No seu término, bifurca-se em dois
brônquios principais.

Os brônquios, semelhantes à traqueia em sua composição, penetram os pulmões. Com funções


parecidas às da traqueia, eles se diferenciam um pouco entre os lados esquerdo e direito. Os brô-
nquios primários se subdividem, gerando três brônquios no pulmão direito e dois no esquerdo,
denominados brônquios secundários ou lobares. Estes, por sua vez, ramificam-se em brônquios
terciários ou segmentares, que se bifurcam sucessivamente até formarem os bronquíolos.

Os bronquíolos, com um diâmetro aproximado de 1 mm, estão localizados integralmente den-


tro dos lobos pulmonares e não possuem cartilagem. Eles se ramificam em múltiplos bronquíolos
terminais, que por sua vez se bifurcam em bronquíolos respiratórios. Estes últimos conduzem ao
ducto alveolar, que termina nos alvéolos.

Localizados ao término dos ductos alveolares, os alvéolos podem aparecer individualmente ou


agrupados em sacos alveolares. Sua estrutura lembra um cacho de uvas e são circundados por va-
sos sanguíneos, tanto venosos quanto arteriais.

Os pulmões, divididos entre direito e esquerdo, são os protagonistas do processo respiratório. Eles
estão situados na cavidade torácica, protegidos pela pleura. Seu formato é cônico, tendo uma base
e um ápice, e se dividem em lobos – três no lado direito e dois no esquerdo. É nos pulmões que
ocorre a hematose, uma função vital.

A hematose é o processo que converte o sangue com baixa concentração de oxigênio em um san-
gue oxigenado. Esse mecanismo envolve a troca de dióxido de carbono por oxigênio através da
difusão, sendo que o ar oxigenado impulsiona essa difusão, eliminando o dióxido de carbono. Este
fenômeno acontece majoritariamente nos alvéolos.

Asma

A asma é uma doença comum das vias aéreas ou brônquios, causando inflamação das vias aéreas. A
asma causa os seguintes sintomas:
•• falta de ar ou dificuldade para respirar
•• sensação de aperto no peito ou peito pesado
•• chiado no peito
•• tosse

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Os sintomas da asma flutuam ao longo do dia, intensificando-se frequentemente durante a noite,
madrugada ou quando se pratica exercício físico. A intensidade e presença dos sintomas podem va-
riar com o tempo, podendo até desaparecer temporariamente. No entanto, mesmo em períodos de
alívio, a condição asmática persiste, já que a doença não tem cura.

A manifestação da asma diverge entre os indivíduos e pode também variar na mesma pessoa em
diferentes momentos. Há fases em que os sintomas são brandos e praticamente imperceptíveis, e há
outras em que se agravam, exigindo cuidados emergenciais e, em casos extremos, hospitalização. A
severidade das crises asmáticas não é constante, sendo algumas mais intensas que outras.

Embora a origem precisa da asma ainda seja incerta, acredita-se que ela decorra de uma combinação
de fatores genéticos, como predisposição familiar a alergias respiratórias, e fatores ambientais. Certos
estímulos podem exacerbar a condição do asmático, seja intensificando os sintomas ou inflamando
mais os brônquios.

Os principais gatilhos da asma são:

•• Ácaros – organismos microscópicos que se alimentam de descamação da pele humana, de pe-


los de animais e também do mofo.
•• Fungos – micro-organismos que crescem a uma temperatura acima de 37ºc e umidade acima
de 50%.
•• Pólens – são gatilhos comuns (flores, gramas, árvores) que predominam fora de casa sendo
carregados pelo vento.
•• Animais De Estimação – os pelos de animais podem piorar a asma, mas o grau e a frequência
da exposição é que determinarão os sintomas. Além dos pelos, a descamação da pele do ani-
mal, a saliva, a urina e outros tipos de excreções podem ser gatilhos da asma e essas podem fi-
car no ambiente por até seis meses após a retirada do animal. Alguns animais são considerados
capazes de provocar alergias mais do que outros, tais como gatos e cavalos.
•• Fezes De Barata – exposição a fezes pode provocar sintomas de asma. Piora por aumento da
inflamação dos brônquios.
•• Infecções Virais – algumas infecções virais são capazes de causar sintomas de asma ou de pio-
rá-la e entre eles o vírus da gripe e do resfriado comum. Alguns asmáticos são mais sensíveis
do que outros.
•• Fumaça De Cigarro – a fumaça do cigarro é prejudicial aos asmáticos, mesmo se o doente não
fumar. Asmáticos filhos de pais fumantes estão sujeitos a piora dos sintomas e da própria gra-
vidade da asma. A fumaça do cigarro, além de aumentar os sintomas, também pode aumentar
a inflamação dos brônquios.
•• Poluição Ambiental – a exposição à poluição do ambiente em geral e poluição do ambiente de
trabalho também pode piorar a asma.
•• Exposição Ao Ar Frio – Ar muito frio e seco pode desencadear sintomas de asma por irritar os
brônquios do asmático. Contudo, esse ar tem que ser muito frio, como o que ocorre nos invernos.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Sinais e Sintomas
•• Falta de ar;
•• chiados no peito;
•• cansaço;
•• tosse;
•• produção de muco (secreção tipo clara de ovo);
•• dificuldade para fazer suas tarefas e/ou exercícios habituais.

Tratamento

A asma, apesar de não ter cura, possui tratamentos eficazes que controlam seus sintomas e ajudam
na gestão da doença.
A asma é tratada com dois tipos de medicação:
•• Medicamentos controladores ou de manutenção: Estes são usados regularmente para preve-
nir sintomas e minimizar o risco de crises asmáticas.
•• Medicamentos de alívio ou resgate: Estes são empregados para aliviar os sintomas em episó-
dios agudos ou quando a condição se agrava.

Cuidados de Enfermagem
•• Monitorar sinais vitais. •• Auxílio no autocuidado, se necessário.
•• Garantir ambiente calmo e arejado. •• Monitorização da saturação de oxigênio.
•• Administração de medicamentos prescritos. •• Administrar oxigênio, se prescrito.
•• Posicionar o paciente em decúbito elevado, •• Atentar-se para taquicardia: é um efeito de
para facilitar a respiração. medicamentos broncodilatadores.

Fonte: https://www.mdsaude.com/pneumologia/asma/. Acesso em 10/11/2023

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Bronquite

Bronquite refere-se à inflamação dos brônquios, que ocorre quando os minúsculos cílios que for-
ram o interior dos brônquios deixam de expulsar o muco das vias respiratórias. Isso resulta em um
acúmulo de secreção, mantendo os brônquios inflamados e estreitados, levando à manifestação
principal, que é a tosse.

A bronquite aguda manifesta-se em episódios que têm duração de uma a duas semanas. Embora
comumente seja desencadeada por vírus, algumas vezes pode ser causada por infecções bacteria-
nas. Além disso, a exposição a poluentes e substâncias químicas (como poeira, inseticidas e ácaros)
pode provocar crises. O tabagismo é um fator agravante significativo da condição.

Por outro lado, a bronquite crônica é marcada por episódios que se intensificam principalmente
pela manhã e persistem por pelo menos três meses em dois anos seguidos, aumentando o risco de
outras complicações respiratórias, como a pneumonia. Essa forma pode evoluir a partir da bronqui-
te aguda, mas o tabagismo é sua principal causa.

Sintomas
•• Tosse: na bronquite aguda pode ser seca ou produtiva. Na bronquite crônica é sempre produti-
va e a expectoração é clara no início e torna-se amarelada com a evolução da doença;
•• Falta de ar;
•• Chiado ao respirar;
•• Febre e calafrios (menos frequentes).

Tratamento

A bronquite aguda, que geralmente dura de 10 a 15 dias, é uma condição que se resolve por si só. Em-
bora não haja um tratamento direto para episódios virais, manter-se hidratado, utilizar vaporizadores,
analgésicos, descongestionantes e minimizar a exposição a agentes desencadeantes pode ajudar a
aliviar os sintomas e evitar recorrências.

Para a bronquite crônica, a ação mais eficaz é deixar de fumar. O uso de broncodilatadores, antibióti-
cos, mucolíticos e anti-inflamatórios pode auxiliar no alívio dos sintomas. É recomendado que pesso-
as com bronquite crônica sejam vacinadas contra gripe e pneumonia.

Cuidados de Enfermagem
•• Monitorar sinais vitais.
•• Garantir ambiente calmo e arejado.
•• Administração de medicamentos prescritos.
•• Posicionar o paciente em decúbito elevado, para facilitar a respiração.
•• Auxílio no autocuidado, se necessário.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Monitorização da saturação de oxigênio.
•• Administrar oxigênio, se prescrito.
•• Atentar-se para taquicardia: é um efeito de medicamentos broncodilatadores.

Fonte: https://www.sanarmed.com/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc. Acesso em 10/11/2023

Pneumonia

A pneumonia é uma infecção que afeta os tecidos dos pulmões, particularmente os alvéolos. Nor-
malmente causada por bactérias, ela também pode ser originada por vírus ou fungos. Durante a
pneumonia, os alvéolos ficam repletos de secreções inflamatórias, o que bloqueia a troca de gases.
Se muitos alvéolos forem afetados, a situação pode se tornar grave. Em casos extensos de pneumo-
nia, a pessoa pode desenvolver insuficiência respiratória, necessitando de intubação e assistência
de um respirador para manter a oxigenação adequada.

A condição pode se desenvolver quando um microorganismo invasivo supera as defesas do trato


respiratório, especialmente se o sistema imunológico estiver debilitado. Uma gripe pode facilitar
o surgimento da pneumonia, já que danifica o trato respiratório e cria uma oportunidade para
bactérias invadirem. Pessoas mais velhas ou aquelas com condições de saúde preexistentes, como
insuficiência cardíaca, alcoolismo ou diabetes, estão em maior risco devido à fragilidade do seu
sistema imunológico.

Principais fatores de risco:


•• Idade maior que 65 anos.
•• Infecções respiratórias virais, como gripe.
•• Tabagismo.
•• Doenças imunossupressoras (como HIV, transplante e câncer).
•• DPOC (bronquite crônica e enfisema pulmonar).

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Usuários de drogas.
•• Doentes acamados.
•• Pessoas com redução do nível de consciência.
•• Hospitalizações prolongadas.
•• Pacientes em ventilação mecânica (em uso de respirador artificial).
•• Pacientes com outra doença pulmonar prévia (como sequelas de tuberculose, bronquiectasias
ou fibrose cística).

Sinais e Sintomas
•• Tosse com expectoração;
•• febre e calafrios (a febre da pneumonia é geralmente alta);
•• falta de ar;
•• dor no peito quando se respira fundo;
•• vômitos, perda de apetite;
•• prostração;
•• dores pelo corpo;
•• além disso, pode haver presença de sangue misturado ao escarro.

Tratamento
•• Antibiótico.
•• Antitérmico.
•• Analgésico.

Prevenção

Existe vacina contra a pneumonia estreptocócica, causada pelo Streptococcus pneumoniae, que é o
tipo mais comum. Ela está indicada em crianças e pessoas acima dos 50 anos, mas não evita pneumo-
nias causadas por outros germes.

Cuidados de Enfermagem
•• Monitorar sinais vitais.
•• Garantir ambiente calmo e arejado.
•• Administração de medicamentos prescritos.
•• Posicionar o paciente em decúbito elevado, para facilitar a respiração.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Auxílio no autocuidado, se necessário.
•• Monitorização da saturação de oxigênio.
•• Administrar oxigênio, se prescrito.
•• Atenção ao intervalo de administração de antibiótico e sua diluição, se for prescrito pela via
endovenosa.

Fonte: https://sp.unifesp.br/epm/ultimas-noticias/dia-da-pneumonia. Acesso em 10/11/2023

Enfisema Pulmonar

O enfisema pulmonar é uma condição progressiva onde os tecidos pulmonares sofrem degeneração,
normalmente devido à longa exposição ao tabaco e outras substâncias tóxicas presentes no ar. O
consumo de cigarro é o principal agente causador, embora a inalação de poluentes ambientais e de
fumaça e partículas no ambiente de trabalho também possam agravar a doença.

Sintomas

A principal manifestação do enfisema é a sensação de falta de ar e a dificuldade de inspiração pro-


funda. Outros sinais incluem tosse persistente, dificuldade em respirar e produção contínua de muco.

Tratamento

O tratamento para o enfisema pulmonar abrange diversas abordagens, sendo a cessação do taba-
gismo o mais crucial. É igualmente importante evitar outros poluentes atmosféricos. As alternativas
terapêuticas incluem:
•• broncodilatadores,
•• anti-inflamatórios corticosteroides,

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•• terapia com oxigênio
•• cirurgia de redução dos pulmões,
•• transplante de pulmão (devido aos riscos é viável apenas para um pequeno grupo de pacientes),
•• programa de exercícios físicos.

Cuidados de Enfermagem
•• Monitorar sinais vitais.
•• Garantir ambiente calmo e arejado.
•• Administração de medicamentos prescritos.
•• Posicionar o paciente em decúbito elevado, para facilitar a respiração.
•• Auxílio no autocuidado, se necessário.
•• Monitorização da saturação de oxigênio.
•• Administrar oxigênio, se prescrito.
•• Atentar-se para taquicardia: é um efeito de medicamentos broncodilatadores.

Fonte: https://www.sanarmed.com/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc. Acesso em 11/11/2023

Edema Aguda de Pulmão

O edema pulmonar agudo é uma situação onde os pulmões se enchem de líquido, prejudicando a
respiração. Essa acumulação de fluido geralmente acontece quando o coração enfrenta problemas
para circular o sangue, fazendo com que a pressão nos vasos sanguíneos pulmonares aumente. Com
isso, os vasos começam a liberar líquido nos pulmões, o que compromete a absorção adequada de
oxigênio, levando à sensação de falta de ar.

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Muitas vezes, a causa principal é a insuficiência cardíaca, que se dá quando o coração não consegue
bombear sangue de forma eficaz. Contudo, outras situações também podem desencadear o edema
pulmonar, como pneumonia, exposição a certos venenos e medicamentos, e traumas no peito. Além
disso, em altitudes superiores a 2.500 metros, onde a pressão atmosférica é mais baixa e o ar contém
menos oxigênio, a condição pode surgir. O risco de desenvolver edema pulmonar aumenta quanto
mais rapidamente alguém ascende a essas altitudes.
Outras condições relacionadas ao coração também podem ser desencadeadoras:
•• Doença isquêmica do coração (infarto).
•• Disfunção das válvulas e do músculo cardíaco.
•• Diabetes.
•• Alcoolismo crônico.
•• Infecções virais.
•• Cardiotoxicidade de alguns medicamentos.
•• Edema pulmonar ou doenças pulmonares, como tuberculose e doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC), ou com distúrbios vasculares estão mais propensas a desenvolver um edema
pulmonar.

Sinais e Sintomas
•• Falta de ar;
•• sudorese excessiva;
•• ansiedade;
•• inquietação ou sensação de apreensão;
•• sensação iminente de morte;
•• dificuldade para respirar, com piora quando deitado;
•• sibilos ou suspiros;
•• palpitações e dor no peito.

Tratamento
O tratamento, que depende da gravidade do caso, pode incluir:
•• Diuréticos;
•• Vasodilatadores;
•• Administração de oxigênio por meio de máscara facial, cânula nasal ou ventilação mecânica;
•• Aspiração.

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Fonte: https://www.mdsaude.com/pneumologia/edema-pulmonar-agudo/. Acesso em 11/10/2023

Cuidados de Enfermagem
•• Monitorar sinais vitais.
•• Garantir ambiente calmo e arejado.
•• Administração de medicamentos prescritos.
•• Manter o paciente sentado, pois ao deitar o líquido que a princípio fica alojado na base do pul-
mão, ele poderá se espalhar para todo o pulmão, impedindo a mecânica respiratória.
•• Auxílio no autocuidado, se necessário.
•• Monitorização da saturação de oxigênio.
•• Administrar oxigênio, se prescrito.
•• Controle de diurese: monitorar a eficácia do diurético.
•• Restringir ingestão de líquidos, inclusive por via endovenosa.
•• Apoio e orientação sobre os procedimentos devido à sensação de morte.

Embolia Pulmonar – Tromboembolismo Pulmonar (TEP)

A embolia pulmonar, frequentemente referida como tromboembolismo pulmonar (TEP), é uma con-
dição médica grave. Ela acontece quando um coágulo sanguíneo, formado em uma veia das pernas
ou da pelve, se desloca e se fixa em uma das artérias pulmonares, impedindo a circulação sanguínea.
Dependendo do tamanho e da localização do coágulo, essa condição pode levar a uma situação de
risco de vida, como a morte súbita.

Quando uma artéria pulmonar é bloqueada, partes do pulmão podem ser privadas de sangue e oxi-
gênio, resultando em isquemia e eventualmente em infarto da área afetada. A gravidade do TEP é
determinada pelo tamanho da área pulmonar afetada.

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Causas

A origem mais comum da embolia pulmonar são coágulos que vêm de tromboses venosas profundas
(TVP) nas pernas, coxas ou pelve. Esses coágulos, ou êmbolos, podem se deslocar e viajar até os pul-
mões, causando a obstrução. Assim, a presença de uma TVP é frequentemente um indicador de risco
para a ocorrência de um TEP.

Sintomas

A manifestação clínica da embolia pulmonar varia conforme a gravidade e a localização do coágulo.


Se o coágulo afeta pequenos vasos pulmonares, o paciente geralmente experimenta dor no peito,
agravada pela respiração profunda, tosse seca e, em alguns casos, tosse com sangue.

Se a obstrução afetar uma área maior do pulmão, os sintomas se intensificam, incluindo súbita falta
de ar, palpitações e tosse com presença de sangue. Uma área pulmonar extensivamente comprome-
tida eleva a gravidade da situação.

Em situações extremas, como no tromboembolismo maciço, um coágulo de grande proporção pode


bloquear quase todo o fluxo sanguíneo do pulmão. Esta é uma situação crítica, onde, além do infarto
pulmonar, o sangue represado pode causar um aumento abrupto da pressão no coração, levando a
um quadro de insuficiência cardíaca aguda, com risco de morte iminente.

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/saude/embolia-pulmonar.htm. Acesso em 11/11/2023

Tratamento

Para a embolia pulmonar, muitas vezes, não existe um protocolo de tratamento específico. O principal
objetivo do tratamento é estabilizar o paciente, garantindo controle da pressão arterial e fornecendo
oxigênio quando há baixa saturação de oxigênio no sangue.

Em casos de embolias menos severas, a administração de anticoagulantes pode ser o único tratamen-
to necessário, evitando a formação de novos coágulos. É importante ressaltar que os tecidos pulmo-
nares danificados pela embolia geralmente não se regeneram.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Para embolias de maior magnitude, medicamentos trombolíticos, que ajudam a dissolver coágulos,
podem ser indicados com o intuito de retomar a circulação sanguínea na região afetada. Em situações
mais críticas, pode ser necessário considerar uma intervenção cirúrgica para remover o coágulo, em-
bora essa abordagem possa ter riscos associados.

Cuidados de enfermagem
•• Monitoração de sinais vitais.
•• Coleta de exames laboratoriais.
•• Administração de heparina.
•• Orientar sobre risco de sangramento.
•• Observar presença de sangramento.
•• Promover mudança de decúbito e ambiente confortável.
•• Auxiliar na higiene corporal.
•• Administrar oxigênio, se prescrito.

RESUMO

A asma é uma condição crônica que afeta os brônquios, resultante da inflamação das vias aéreas.

A bronquite é caracterizada pela inflamação dos brônquios, manifestando-se principalmente quando


os cílios internos dos brônquios não conseguem remover o muco adequadamente, resultando em
tosse frequente.

Pneumonia refere-se à infecção dos alvéolos pulmonares. Embora comumente causada por bacté-
rias, vírus e fungos também podem ser os causadores. Nesta condição, os alvéolos ficam repletos de
secreções, interferindo nas trocas gasosas. Se muitos alvéolos forem afetados, a gravidade do quadro
aumenta, podendo resultar em insuficiência respiratória e necessidade de ventilação mecânica.

O enfisema pulmonar resulta de danos prolongados aos tecidos pulmonares, comumente devido ao
tabagismo ou à exposição a outras toxinas atmosféricas.

O edema pulmonar surge quando líquido se acumula nos pulmões, comumente devido ao coração
não conseguir bombear sangue eficientemente, levando ao aumento da pressão nos vasos sanguíne-
os pulmonares e subsequente acumulação de líquido nos pulmões, afetando a respiração.

A embolia pulmonar, também conhecida como tromboembolismo pulmonar (TEP), é uma situação
crítica onde um coágulo, geralmente originário das veias das pernas ou pelve, se desloca e obstrui
uma artéria pulmonar, comprometendo a circulação sanguínea no pulmão.

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. (IDIB - 2020) O Tromboembolismo Pulmonar (TEP) é uma causa potencialmente reversível


de choque e parada cardiorrespiratória (PCR), e o tratamento é determinado pela gravidade.
Sabendo disso, assinale V para as alternativas que forem verdadeiras e F para as que forem falsas.
A diminuição aguda da pressão do ventrículo esquerdo, devido à obstrução da artéria pulmonar
e à liberação de mediadores vasoativos, produz choque cardiogênico que pode progredir rapida-
mente para o colapso cardiovascular.
A PCR pode ocorrer em algumas horas do início dos sintomas, sendo o ritmo chocável primário o
mais comum.
Deve-se considerar o potencial risco de sangramento após a fibrinólise e acesso na escolha de in-
tervenção, tendo em conta a localização, a disponibilidade de intervenções e as contra indicações
para a fibrinólise.
Não há consenso sobre a dose ideal de terapêutica trombolítica em PCR por TEP.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta.

a. ( ) F, F, V, V

b. ( ) F, V, V, F

c. ( ) F, V, F, V

d. ( ) V, V, V, F

2. (CESPE - 2016) Julgue os itens subsequentes, relativos a doenças respiratórias que podem aco-
meter a criança.A pneumonia caracteriza-se por sinais e sintomas de desconforto respiratório e
pela presença de opacidades na radiografia de tórax, sendo seu diagnóstico feito com base na
história clínica, no exame físico e na radiografia de tórax.

( ) Errado

( ) Certo

3. (IF–RN - 2012) O Edema Agudo de Pulmão (EAP) constitui-se numa das emergências clínicas
mais graves, levando a uma insuficiência respiratória aguda. Classifica-se em cardiogênico e não
cardiogênico, de acordo com sua etiologia. Sobre EAP, relacione a justificativa para cada procedi-
mento da assistência de enfermagem a ser seguida.

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A sequência correta é:

1. Manter via aérea pérvia ( ) Avaliar a resposta ao tratamento instituído.

2. Manter monitorização cardíaca ( ) Identificar arritmias.

3. Administração de oxigênio por catéter ( ) Retirar próteses e realizar aspiração de secreções.

4. Verificar Pressão Arterial e Frequência Cardíaca ( ) Melhorar a oferta de oxigênio para os tecidos.

5. retira o gás carbônico dos tecidos ( ) artérias coronárias

a. ( ) 4, 2, 1, 3.

b. ( ) 3, 2, 1, 4.

c. ( ) 2, 4, 3, 1.

d. ( ) 1, 4, 3, 2.

4. Quais são as principais causas da bronquite e como ela se manifesta no organismo?

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5. O que ocorre nos alvéolos pulmonares durante uma infecção de pneumonia e quais são seus
potenciais causadores?

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TEMA 06

Aula Prática SSVV

Sinais vitais

Os sinais vitais fornecem medidas indiretas fundamentais sobre a saúde atual de uma pessoa. Eles
incluem: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, temperatura e sensação de
dor. Para monitorar o bem-estar geral de um paciente, profissionais da saúde frequentemente me-
dem estes sinais. Em consultas médicas ou serviços de emergência, geralmente é tarefa do técnico de
enfermagem verificar esses indicadores. Essa aferição é particularmente importante quando alguém
busca atendimento médico devido a mal-estar. Durante esta avaliação, o técnico determinará a tem-
peratura, frequência respiratória, cardíaca e a pressão arterial do paciente. Adicionalmente, a dor
também pode ser um indicador significativo de possíveis complicações.

Pulso

O pulso representa o fluxo sanguíneo perceptível em uma artéria periférica. Sua medição é uma
das avaliações clínicas mais básicas, porém reveladoras, do sistema cardiovascular. Essa leitura não
apenas reflete a frequência cardíaca, mas também sugere alterações no volume sistólico e irregulari-
dades no nodo sinoatrial. Durante a aferição, o técnico deve estar ciente de potenciais influências no
pulso, como estresse, atividade física, doenças cardíacas e consumo de substâncias. A frequência e o
ritmo do pulso devem ser cuidadosamente documentados. Embora a artéria radial seja comumente
utilizada por ser facilmente palpável, em situações de emergência, a artéria carótida pode ser a esco-
lhida. Além destes, a tabela abaixo demonstra os demais sítios de palpação do pulso.

Locais de verificação do pulso

Local Localização Critérios de Avaliação

Sobre o osso temporal da cabeça, Local facilmente acessível utilizado para


Temporal
acima e lateral ao olho avaliar o pulso em crianças

Ao longo da borda medial do Local facilmente acessível utilizado durante


Carotida músculo estemoclidomastoideo o choque fisiológico ou parada cardíaca
no pescoço quando outros locais não estão palpáveis

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Local Localização Critérios de Avaliação

Quarto a quinto espaço intercostal


Apical Local utilizado para auscultar o pulso apical
na linha mesoclavicular esquerda

Local utilizado para avaliar o estado de


Sulco entre os músculos bíceps e
Braquial circulação para a parte inferior do braço
tríceps na fossa antecubital
e auscultar a pressão arterial

Local comum utilizado para avaliar o


Lado radial ou do polegar do
Radial caráter do pulso perifericamente e
antebraço no punho
o estado de circulação para a mão

Local utilizado para avaliar o estado da


Lado ulnar ou do dedo mínimo
Ulnar circulação até a mão; também utilizado
do antebraço no punho
para realizar um teste de Allen

Local utilizado para avaliar o caráter do


Abaixo do ligamento inguinal,
pulso durante choque fisiológico ou parada
na metade da distância entre a
Femoral cardíaca quando outros pulsos não estão
sínfise púbica e a espinha iliaca
palpáveis; utilizado para avaliar o estado
superior anterior
da circulação para a perna

Abaixo do joelho na Local utilizado para avaliar o estado da


Popliteo
fossa poplitea circulação para a parte inferior da pema

Lado interno do tomozelo, Local utilizado para avaliar a


Tibial posterior
abaixo do maléolo medial circulação para o pé

Ao longo da parte superior


Local utilizado para avaliar a
Dorsal do pe do pé, entre os tendões de
circulação para o pé
extensão do hálux

Para avaliar o pulso apical, é essencial o uso de um estetoscópio, que deve ser colocado na região api-
cal. Este local na parede torácica permite sentir a batida cardíaca mais claramente. Dependendo da
constituição física do indivíduo, sua localização típica está na intersecção do 4º ou 5º espaço intercos-
tal esquerdo com a linha médio-clavicular esquerda, especialmente em pessoas com uma estrutura
corpórea padrão.

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Achados do pulso

A frequência e ritmo do pulso podem ser influenciados por fatores externos, mas também podem
mudar de acordo com a idade do indivíduo. Antes de chegar a conclusões, é crucial levar em con-
sideração as causas das variações observadas no pulso. Se a frequência estiver abaixo dos padrões
estabelecidos em uma tabela de referência, indica-se bradicardia. Se estiver dentro dos limites, é
considerada normocardia, e se estiver acima, taquicardia.

Idade Frequência Cardíaca (batimentos/min)

Lactente 120 a 160

Toddler 90 a 140

Pré-escolar 80 a 110

Criança em idade escolar 75 a 100

Adolescente 60 a 90

Adulto 60 a 100

Ao avaliar a intensidade do pulso por palpação, pode-se classificá-la em diversas categorias: delimi-
tado, amplo, padrão esperado, fraco ou imperceptível. Adicionalmente, é essencial avaliar o pulso
bilateralmente para garantir simetria e isocronia em ambas as partes do corpo.

Pressão arterial

A pressão arterial refere-se à força que o sangue exerce sobre as paredes dos vasos sanguíneos. Esse
indicador, fundamental na avaliação cardiovascular, reflete o equilíbrio entre o débito cardíaco e a
resistência das artérias periféricas. Outros elementos, como o volume sanguíneo, sua viscosidade e
a tensão arterial, também influenciam essa medida. Por isso, a pressão arterial pode variar constan-
temente, adaptando-se às alterações fisiológicas do corpo. Os valores obtidos na medição indicam
a pressão máxima, que ocorre durante a ejeção de sangue (pressão sistólica), e a pressão mínima,
quando os ventrículos estão em repouso (pressão diastólica). Assim como o pulso, a pressão arterial
pode sofrer influências tanto internas quanto externas, incluindo variações relacionadas à idade.

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Idade Pressão Arterial (mmHg)

Recém-nascido (3.000g) 40 (média)

1 mês 85/54

1 ano 95/65

6 anos 105/65

10 a 13 anos* 110/65

14 a 17 anos* 119/75

A partir de 18 anos <120/<80

Além da influência da idade, aspectos como estresse, ansiedade, sensações de dor ou medo, origens
étnicas (especialmente em relação à hipertensão) e o consumo de medicamentos podem impactar
diretamente ou indiretamente os resultados obtidos durante uma avaliação clínica. Para garantir a
precisão dos resultados, o enfermeiro deve priorizar a correta aplicação da técnica de medição da
pressão arterial. Erros frequentes podem ocorrer devido a falhas no método empregado.

Aferição da pressão arterial

Antes de iniciar o procedimento, é fundamental assegurar a posição adequada do paciente, que pode
ser: deitado, sentado ou em pé (ortostático). Importante destacar que o braço do paciente deve estar
alinhado ao nível do coração para garantir uma aferição precisa.
Métodos:
•• Diretos (invasivos): cateter intra-arterial (PIA).
•• Indiretos (não invasivos): esfigmomanômetria.

Descrição do procedimento de medida da pressão arterial:

Lavar as mãos antes de iniciar.

1. Explicar o procedimento ao paciente.

2. Certificar-se de que o paciente:

a. Não está com a bexiga cheia

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
b. Não praticou exercícios físicos

c. Não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumou até 30 minutos antes da medida.

d. Está ou não sentindo alguma dor.

3. Deixar o paciente descansar por 5-10 minutos em ambiente calmo e com temperatura agradável.

4. Localizar a artéria braquial por palpação.

Artéria braquial: braço em leve flexão; palpar com dedos indicador, médio e anular e sentir pulsações
da artéria braquial, medialmente ao ventre/tendão do bíceps, acima da fossa cubital.

5. Colocar o manguito adequado firmemente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, cen-


tralizando a bolsa de borracha (manguito) sobre a artéria braquial.

6. Manter o braço do paciente na altura do coração.

7. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do manômetro.

8. Palpar o pulso radial, inflar o manguito até o desaparecimento do pulso para estimação do nível
da pressão sistólica, desinsuflar rapidamente e aguardar de 14 a 30 segundos antes de inflar
novamente.

9. Colocar as olivas do estetoscópio nas orelhas, com a curvatura voltada para frente.

10. Identificar a artéria braquial na fossa cubital e posicionar a campânula do estetoscópio suave-
mente sobre ela evitando compressão excessiva.

11. Solicitar ao paciente que mantenha o braço relaxado, não levante a cabeça e não fale durante
o processo da medida.

12. Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até ultrapassar 20 a 30 mmHg, o nível estimado da


pressão sistólica.

13. Proceder à deflação a velocidade constante inicial de 2 a 4 mmHg/seg.

14. Após a determinação de PA sistólica (PS), aumentar para 5 a 6 mmHg/seg, evitando congestão
venosa e desconforto para o paciente.

15. Determinar a PS no momento do aparecimento do primeiro som (Fase I de Korotkoff) que se


intensifica com o aumento da velocidade de deflação.

16. Determinar a Pressão Diastólica (PD) no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff), exceto
em condições especiais. Auscultar cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som para confirmar
o seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
17. Registrar os valores das PS e PD, complementando com a posição do paciente, tamanho do
manguito, e o braço em que foi feita a mensuração. Deverá ser registrado sempre o valor da
pressão identificado na escala do manômetro, que varia de 2 em 2 mmHg, evitando-se arredon-
damentos e valores terminados em 5. 18. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medi-
das. Orientar para que o paciente faça movimentos de fechar e abrir as mãos para restabelecer
adequadamente a circulação local.

18. 19. Lave as mãos novamente ao término.

Sons de Korotkoff

Surgimento dos primeiros sons (pequena


Fase I:
intensidade e alta frequência).
Sons suaves e prolongados. Podem ser
Fase II:
inaudíveis (hiato auscultatório).
Sons mais intensos e nítidos
Fase III:
(hiato auscultatório).
Sons de baixa intensidade e abafados (níveis de pressão
Fase IV:
da bolsa discretamente > pressão diastólica).

Fase V: Desaparecimento dos sons.

Variações da pressão arterial

Erros na Medida da PA Erros do


Fatores que Influenciam PA:
Examinador:

Sobrecarga física e emocional, Observação

Fumo, Consumo de bebidas alcoólicas, Princípios básicos

Colocação inadequada do manguito, Aplicação do método

Emprego inadequado do estetoscópio,

Local da medida da pressão arterial, Erros instrumentais: Emprego


do aparelho com manguito de
tamanho inadequado ou
Posicionamento do paciente, descalibrado.

Método auscultatório.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Frequência respiratória

Ventilação: Processo pelo qual o ar chega aos alvéolos. Ocorre pela ação de músculos respiratórios
com a intenção de aumentar ou reduzir o volume da cavidade torácica.

Ciclo ventilatório: Consiste em uma sequência de inspiração, seguida por uma expiração, com um
breve intervalo de pausa entre elas.

Frequência respiratória: Refere-se à quantidade de ciclos respiratórios completados em um minuto.


Para avaliá-la, observa-se o movimento de expansão e contração do tórax e abdômen.
Material: Relógio ou cronômetro
xx Técnica:

1. Higienizar as mãos;

2. Informar o paciente sobre o que será realizado, evitando mencionar que sua taxa respiratória
será monitorada, pois isso pode levar a alterações involuntárias no ritmo respiratório;

3. Posicionar o paciente deitado com a face voltada para cima, expondo o tórax e o abdômen;

4. Monitorar e contabilizar os ciclos respiratórios durante 60 segundos;

5. Registrar o número observado;

6. Higienizar novamente as mãos após concluir o procedimento.

7. Registro padrão do resultado: FR: ........ irpm (incursões respiratórias por minuto).

Achados normais:

Frequencia Respiratória Normal por Idade

Idade Respirações por Minuto

Lactente (<1 ano) 30 a 60

Crianças pequenas (1 a 3 anos) 24 a 40

Pré-escolares (4 a 5 anos) 22 a 34

Idade escolar (6 a 12 anos) 18 a 30

Adolescentes (13 a 18 anos) 12 a 16

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Temperatura

Material – termômetro clínico de mercúrio: de vidro graduado em quintos ou décimos, marcando de


35 a 42ºC. Em geral, a marca dos 37ºC é de cor diferente; termômetro digital.

Tipos de termômetros:

Fonte:https://img.freepik.com/vetores-gratis/colecao-de-tipos-de-termometro-de-design-plano_52683-43077jpg?w=740&
t=st=1699753955~exp=1699754555~hmac=e7932f25caeb2df1f7ba4330212e00715657d2d2d34a03e5e3528f04145007c8.
Acesso em 11/11/2023

Técnica:

1. 1. Higienizar as mãos;

2. 2. Descer a coluna de mercúrio abaixo de 35ºC ou zerar o mostrador do termômetro digital.

3. 3. Colocar na axila com o braço colado ao corpo. Dobrar o cotovelo e dobrar o braço oposto
por cima.

4. 4. Aguardar 3 min ou até ouvir o apito final do termômetro digital.

5. 5. Retirar o termômetro, verificar a TAX e anotar.

6. 6. Lavar as mãos ao término.

7. 7. Como escrever no exame normal: Temperatura axilar ou TAX.....º C

Locais de verificação e valores normais:


•• Temperatura axilar: 35,5 a 37°C.
•• Temperatura bucal: 36 a 37,4°C.
•• Temperatura retal: 36 a 37,5°C.

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Padrões de febre:
•• Febre Persistente: A temperatura corporal permanece consistentemente alta, com flutuações
mínimas. Um exemplo dessa febre é a tifoide.
•• Febre Remitente: A temperatura corporal varia em mais de 2ºC diariamente e não retorna ao
padrão normal. Doenças como tuberculose, algumas viroses, infecções bacterianas e condições
não infecciosas podem causar esse tipo de febre.
•• Febre Intermitente: A temperatura normaliza diariamente, mas aumenta novamente após al-
gum tempo. Se a variação for muito pronunciada, essa febre é chamada de séptica.
•• Febre Recorrente: Episódios de febre são intercalados por períodos prolongados com tempe-
ratura corporal normal. Doenças como malária, linfomas, infecções piogênicas e a febre decor-
rente da arranhadura de gato são exemplos de causas desse tipo de febre.

RESUMO

Os sinais vitais fornecem informações iniciais importantes sobre o estado de saúde do paciente. É
essencial que o aluno desenvolva habilidades para aferi-los durante o seu trabalho como profissional
da enfermagem.

Devemos avaliar:

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Sinal vital Diminuído Normal Aumentado

Frequência de pulso - FP palpação <60 >100


60 a 100 ppm
da artéria radial (pulsações por
minuto - ppm)
Bradisfigmia Taquisfigmia
Frequência cardíaca - FC ausculta
do impulso apical com o estetoscó-
Bradicardia Normocardia Taquicardia
pio (batimentos por minuto - bpm)

<35,5° C > 37.4° C


Temperatura corporal (°C) 35,5 - 37,4°C
Hipotermia Hipertermia/febre

Frequência respiratória - FR
<12 irpm > 20 irpm
(incursões respiratórias por 12-20 irpm
Bradipnéia Taquipnéia
minuto - irpm)

Até 139 x 89 > ou = 140 x 90


Pressão Arterial (PA)
mmHg mmHg

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. (AMEOSC – 2021) Em relação a verificação do pulso periférico, marque Verdadeiro (V) ou Falso
(F) nos itens abaixo.
xx As artérias, femoral e carótida são locais de fácil palpação utilizadas normalmente para pacien-
tes inconscientes.
xx A avaliação do pulso inclui a verificação da frequência (bpm), do ritmo (rítmico ou arrítmico) e
da amplitude (cheio ou filiforme).
xx Os locais para verificação independem do estado do paciente.
xx Em bebês aferir pulso em artéria carótida.
Após análise, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

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a. ( ) V,V,F,F.

b. ( ) F,V,F,V.

c. ( ) F,F,V,V.

d. ( ) V,F,V,F.

2. (AMEOSC – 2021)Também consideradas como importante parâmetro dos sinais vitais, as oscila-
ções da pulsação, verificadas através do controle de pulso, podem trazer informações significati-
vas sobre estado do paciente. Em relação ao controle de pulso, é CORRETO afirmar que:

a. Aos 18 anos, atinge 70 bpm nas mulheres e 75 bpm nos homens.

b. Habitualmente, faz-se a verificação do pulso sobre as artérias mais calibrosas - como a carótida
e a femoral e, eventualmente, quando o pulso está filiforme, sobre a artéria radial.

c. A frequência do pulso no recém-nascido é, em média, de 120 batimentos por minuto (bpm),


podendo chegar aos limites de 70 a 170 bpm.

d. O pulso apresenta as seguintes alterações: bradicardia: frequência cardíaca abaixo da normal;


taquicardia: pulso fino e taquicárdico; taquisfigmia: frequência cardíaca acima da normal.

3. (AMEOSC – 2021) A verificação da pressão arterial é um procedimento feito rotineiramente em


pacientes internados para tratamento terapêutico. Para aferição deste sinal vital, a técnica exige
habilidade e conhecimento científico. Quanto à qualidade dos sons de Korotkoff, gerados pelos
batimentos cardíacos durante a deflação do manguito, é correto afirmar que:

a. ( ) o som de Korotkoff I representa um som baixo, fraco e pouco definido.

b. ( ) o som de Korotkoff II representa um som forte bem definido e curto.

c. ( ) o som de Korotkoff III surge mais nítido e intenso, com desaparecimento de sons soprosos.

d. ( ) o som de Korotkoff IV desaparece por completo, não sendo mais audível.

4. Qual é a principal característica da febre remitente e quais condições podem causá-la?


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5. Como a febre recorrente se diferencia da febre intermitente e quais doenças são típicas de cada
padrão?

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TEMA 07

Aula Prática Oxigenoterapia + Aspiração de Vias Aéreas

Nebulização

É a administração de oxigênio e medicamentos pela via aérea superior.


Equipamentos necessários:
•• Fluxômetro;
•• Máscara, podendo ser simples ou do tipo “Venturi”, esterilizada e com formato adequado;
•• Nebulizador;
•• Tubo plástico corrugado, também conhecido como traqueia;
•• 250 ml de água destilada esterilizada.

Procedimento
•• Configurar e testar o fluxômetro;
•• Adicionar a água destilada ao recipiente do nebulizador, fechar e ligar ao fluxômetro;
•• Conectar a máscara ao tubo corrugado e, em seguida, ao nebulizador;
•• Posicionar a máscara no paciente, garantindo um ajuste confortável, sem causar pressão
excessiva;
•• Ajustar o fluxo de oxigênio conforme indicado na prescrição médica;
•• Marcar o nebulizador com uma etiqueta indicando data, hora e volume;
•• A cada 6 horas, substituir a água do nebulizador, descartando o conteúdo anterior e atualizando
a etiqueta;
•• Substituir todo o conjunto a cada dois dias.

Fluxômetro e nebulizador para oxigênio/ Cânula Nasal


(óculos)/Cateteres de oxigênio

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Proz
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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Fonte: https://medalpha.corpsuite.com.br/cateteres/zzkitml-cateter-po2-tipo-oculos-c100-
medsonda-kit-c10. Acesso em 11/11/2023

Fonte: https://www.medicalexpo.com/pt/prod/amcaremed-technology/product-118167-965155.html. Acesso em 11/11/23

Material
•• Cânula nasal dupla estéril;
•• Umidificador de bolhas estéril;
•• Extensão de borracha
•• Fluxômetro calibrado por rede de oxigênio;
•• 50 ml de AD esterilizada.

Procedimento
•• Orientar o paciente sobre o procedimento;
•• Lavar as mãos;
•• Instalar o fluxômetro e testá-lo;

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•• Colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;
•• Conectar a extensão ao umidificador;
•• Identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);
•• Instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la sem tracionar as narinas;
•• Conectar a cânula à extensão, abrir e regular o fluxômetro (conforme prescrição);
•• Trocar a cânula nasal diariamente;
•• Trocar o umidificador e extensão plástica a cada 48 horas.

Máscara
•• Mesmo procedimento para o cateter, somente substituindo-o pela máscara.

Inalação
Material
•• Fluxômetro;
•• Micronebulizador, com máscara e extensão;
•• 10ml de SF ou água destilada esterilizada;
•• Medicamento;
•• Etiqueta;
•• Gaze esterilizada.

Fonte: https://portalhospitaisbrasil.com.br/inalacao-aliada-na-epoca-mais-fria-do-ano-alem-de-tratar-previne-doencas-
respiratorias/. Acesso em 21/11/23

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Procedimento
•• Orientar o paciente;
•• Lavar as mãos;
•• Instalar o fluxômetro na rede de oxigênio ou ar comprimido e testá-lo;
•• Abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
•• Colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento, fechar e conectar ao fluxômetro;
•• Conectar a máscara ao micronebulizador;
•• Regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);
•• Aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o nariz e a boca, solicitando que
respire com os lábios entreabertos;
•• Manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por 5 minutos, ou até terminar a solu-
ção (quando possível orientá-lo a fazê-lo sozinho);
•• Identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
•• Fechar o fluxômetro e retirar o micronebulizador;
•• Secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na cabeceira do paciente;
•• Trocar o nebulizador a cada 48 horas.

Intubação

O procedimento médico envolve a inserção de uma cânula na traqueia do paciente, facilitando a


circulação de ar, incluindo a entrada de oxigênio e a saída de gás carbônico. O enfermeiro assiste na
organização dos materiais e na execução do procedimento, de acordo com as orientações médicas ou
diretrizes da instituição.

Laringoscópio com lâminas

Fonte: https://www.marcamedica.com.br/kit-laringoscopio-fibra-optica-md/. Acesso em 12/11/23

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Traqueostomia

Procedimento médico cirúrgico em que é feita uma abertura na traqueia do paciente, assim possibi-
litando sua respiração.

Cânula de traqueostomia

Fonte: https://www.expressmedicalstore.com.br/produto/canula-de-traqueostomia-com-balao-
crystalclear-10mm-rusch/5395692. Acesso em 12/11/23

Fonte: https://www.tuasaude.com/como-cuidar-de-uma-pessoa-com-traqueostomia/. Acesso em 12/11/23

Fonte: https://www.cpaps.com.br/blog/traqueostomia-o-que-e-para-que-serve-modos-ventilatorios/. Acesso em 11/11/23

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Cuidados de Enfermagem

•• Preparar o paciente para o procedimento cirúrgico.


•• Controle de sinais vitais e saturação de oxigênio.
•• Orientar o paciente e familiares sobre protocolos institucionais.
•• Administrar medicamentos, se necessário.

Aspiração de vias aéreas

Técnica utilizada para retirar secreções das vias aéreas do paciente. Em muitas instituições de saúde,
esses procedimentos são realizados por fisioterapeutas.

Material
•• Sonda de aspiração de calibre adequado;
•• Intermediário de conector Y;
•• Luva estéril;
•• Aparelho de sucção (aspirador);
•• Frasco com água (500 ml) de SF 0.9% para limpeza do circuito após a utilização;
•• Gaze estéril;
•• Máscara de proteção;
•• Seringa de 10 ml s/n;
•• Agulhas 40x12 s/n;
•• Ampola de SF s/n.

Procedimento
•• Orientar o paciente;
•• Testar o aspirador;
•• Elevar a cabeça do paciente e lateralizá-la;
•• Abrir a extremidade da sonda e adaptar ao aspirador;
•• Manter o restante da sonda na embalagem;
•• Colocar a máscara e a luva (considerar uma das mãos estéril e a outra não);
•• Introduza a sonda com a válvula aberta, na fase inspiratória, abrindo o Y;
•• Aspire e retire a sonda com a mão estéril;

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•• Desprezar em caso de obstrução e colocar as luvas (s/n fluidificar a secreção, instalando 2 ml de SF);
•• Aspirar a boca e nariz com nova sonda;
•• Lavar todo o circuito com SF e desprezar a sonda;
•• Trocar todo circuito a 24hs;
•• Lavar as mãos;
•• Anotar data e hora; quantidade; característica das secreções; reações do paciente;
•• Aspirar durante 15 segundos e dar intervalos de 30 segundos.

Fonte: https://saude.londrina.pr.gov.br/images/protocolos-clinicos-saude/02-TRAQUEOSTOMIA-_
ASPIRA%C3%87%C3%83O_OROFAR%C3%8DNGEA_E_ENDOTRAQUEAL.pdf. Acesso em 12/11/23

RESUMO

Haverá momentos em que pacientes sob nossa responsabilidade enfrentarão situações críticas de
redução na taxa de oxigênio circulante, levando a desconfortos respiratórios. É dever da equipe de
enfermagem identificar essa situação e aplicar a técnica adequada para atender a essa demanda.
A implementação da Oxigenoterapia é uma atribuição da enfermagem, que envolve a aplicação de
máscaras e cateteres.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. No que consiste a oxigenoterapia?


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2. Quais as formas de se administrar oxigênio ao paciente?

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3. Quais os cuidados de enfermagem a serem administrados, a administração de oxigênio ao


paciente?

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4. (GESTÃO DE CONCURSO - 2018) A nebulização consiste na oferta de um jato contínuo de medi-


camento em forma de aerossol ao paciente durante alguns minutos por via respiratória. Em rela-
ção à nebulização, analise as afirmativas a seguir.

I. Um dos objetivos é diminuir a inflamação por meio das associações de corticoides à nebulização.

II. Está indicada para administrar agentes antiespumantes nos casos de edema agudo de pulmão.

III. A nebulização com broncodilatador deve ser diluída em soro fisiológico; a dose recomendada é
de 5 mL, independentemente da idade do paciente, três vezes por dia, de 8 em 8 horas.

IV. Durante a nebulização, deve-se colocar o paciente em posição sentada ou em posição de Fowler
no leito. Estão corretas as afirmativas

a. ( ) I e II, apenas.

b. ( ) II e III, apenas.

c. ( ) I e IV, apenas.

d. ( ) II, III e IV, apenas.

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5. (INSTITUTO MACHADO DE ASSIS - 2018) São cuidados corretos na administração de Oxigênio ao
paciente, exceto:

a. ( ) Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado.

b. ( ) Controlar a quantidade de litros por minutos.

c. ( ) Manter vias aéreas obstruídas.

d. ( ) Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à umidade

6. (INSTITUTO MACHADO DE ASSIS - 2018) São vantagens na Administração de Oxigênio por cânu-
la nasal, EXCETO:

a. ( ) Permite nebulização

b. ( ) Conforto maior do que no uso do cateter.

c. ( ) Convivência, pois o paciente pode comer, falar, sem obstáculos

d. ( ) Dispositivo simples e de baixo custo.

7. (INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO - 2018) Máscara utilizada em oxigenoterapia, bastante útil em


emergências para restaurar os níveis de oxigenação do paciente:

a. ( ) Máscara de Bertullini;

b. ( ) Máscara de Venturi;

c. ( ) Máscara de Roger;

d. ( ) Máscara de Haller.

8. (CESPE - 2018) Mariana, com setenta e seis anos de idade, apresenta, em atendimento hospi-
talar de emergência, forte dor precordial, em aperto, contínua, com irradiação para o pescoço, e
leve tontura — segundo a paciente, há cerca de 30 min. Ela tem história de hipertensão arterial
crônica e vem sendo acompanhada regularmente por seu cardiologista. No exame, Mariana en-
contra-se dispneica, agitada, com PA de 190 mmHg × 130 mmHg e oximetría de pulso em 92%.
Acerca desse caso clínico, julgue o item a seguir.
Deverá ser instalado na paciente acesso venoso periférico e ser-lhe oferecida oxigenoterapia.

( ) Errado
( ) Certo

9. (CESPE - 2018) Ao se contrair, o diafragma, um dos músculos mais importantes para a respira-
ção, se eleva, o que permite a entrada de ar na cavidade torácica; esse processo é conhecido como
inspiração.

( ) Errado
( ) Certo

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TEMA 08

Anatomia e Fisiologia do Sistema Endócrino / Hipotireoidismos/


Hipertireoidismo/ Diabetes/Pré-diabetes

O corpo humano conta com dois principais sistemas para comunicação e coordenação: o sistema ner-
voso e o endócrino. Ambos têm papel fundamental na regulação dos processos corporais. O sistema
nervoso transmite informações através de impulsos elétricos, proporcionando respostas rápidas e,
em sua maioria, de curta duração. Em contraste, o sistema endócrino usa sinais químicos, os hormô-
nios, para se comunicar. Esses sinais são mais lentos e costumam ter efeitos prolongados.

O sistema endócrino é composto por glândulas que liberam hormônios diretamente na corrente
sanguínea, já que são glândulas sem ductos. Esses hormônios, que funcionam como mensageiros
químicos, modulam ou controlam ações de outros tecidos ou órgãos. Ao serem liberados, viajam
pelo sangue e podem atuar em regiões distantes do ponto de origem. Dentre as principais glândulas
endócrinas estão:

1. Hipófise

2. Glândula Tireoide

3. Glândulas Paratireoides

4. Glândulas Supra-renais

5. Pâncreas

6. Gônadas (Ovários e Testículos)

7. Timo

8. Glândula Pineal

Hipófise

A hipófise, por exemplo, é uma glândula de pequeno porte, semelhante a uma ervilha, frequente-
mente referida como pituitária. Ela é dividida em adeno-hipófise (anterior) e neuro-hipófise (poste-
rior). Essa glândula é responsável pela produção de oito hormônios distintos, impactando diversas
funções do organismo.

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Fonte: https://www.infoescola.com/sistema-endocrino/hipofise/. Acesso em 12/11/23

Adeno-hipófise

A adeno-hipófise, região anterior da hipófise, é formada por tecido epitelial glandular e apresenta uma
rica vascularização. Suas células epiteliais, variadas em tamanho e forma, organizam-se em estruturas
de cordões ou folículos irregulares. Esta parte da hipófise é responsável pela síntese e liberação de pelo
menos oito hormônios vitais:
•• Somatotropina (STH) - atua no controle do crescimento corporal;
•• Mamotropina (LTH) - promove crescimento e secreção das mamas;
•• Adrenocorticotropina (ACTH) - regula a secreção de determinados hormônios da glândula
supra-renal;
•• Tirotropina (TSH) - potencializa a atividade da glândula tireoide;
•• Hormônio estimulador do folículo (FSH) - impulsiona o crescimento dos folículos ováricos e a
produção de esperma;
•• Hormônio das células intersticiais (ICSH) - promove a secreção de andrógenos nos testículos;
•• Hormônio Luteinizante (LH) - induz a secreção de progesterona pelo corpo lúteo;
•• Hormônio estimulador de melanócitos (MSH) - amplifica a pigmentação da pele.

Neuro-hipófise

A neuro-hipófise, porção posterior da hipófise, é uma extensão do diencéfalo e é formada predomi-


nantemente por tecido nervoso. Ela é responsável pela síntese de dois hormônios principais:

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•• Vasopressina (ADH) - um hormônio antidiurético que regula a reabsorção de água nos túbulos
renais;
•• Ocitocina - induz contrações em músculos lisos do útero e das mamas.

Os hormônios da neuro-hipófise são originalmente produzidos no hipotálamo, sendo transportados


até a glândula onde são armazenados. A liberação desses hormônios é desencadeada por impulsos
nervosos que chegam ao hipotálamo.

Fonte: https://www.anatomiaemfoco.com.br/sistema-endocrino/hipofise-sistema-endocrino/, Acesso em 12/11/23

Glândula Tireoide

Localizada na parte frontal inferior do pescoço, a glândula tireoide tem um tom avermelhado-a-
castanhado, pesando aproximadamente 25 g e apresentando uma rica vascularização. Situa-se
logo abaixo da laringe e à frente da traqueia, estendendo-se da quinta vértebra cervical até a pri-
meira vértebra torácica. Composta por dois lobos (direito e esquerdo) ligados pelo istmo central,
cada lobo mede cerca de 5 cm. Rodeada por uma cápsula de tecido conjuntivo, a tireoide alberga
dois grupos de células: as foliculares, encontradas nos folículos tireoidianos, e as parafoliculares,
situadas entre esses folículos.
As células foliculares secretam e armazenam dois hormônios tireoidianos:
•• Triiodotironina (T3)
•• Tetraiodotironina (T4 ou tiroxina)

Desses, a T3 é o principal regulador do metabolismo celular, com efeito intenso e rápido, enquanto
a T4 tem ação potente, mas menos acelerada. Por outro lado, as células parafoliculares secretam a
calcitonina, hormônio que monitora o metabolismo do cálcio, atenuando a reabsorção óssea.

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https://www.todamateria.com.br/tireoide/. Acesso em 12/11/23

Glândulas Paratireoides

Essas pequenas glândulas ovoides ou lentiformes de cor marrom-amarelada pesam cerca de 30 mg.
Normalmente, situam-se na borda posterior da glândula tireoide, mais precisamente entre esta e sua
cápsula. Costumam ser quatro no total: duas superiores e duas inferiores. Cada uma é envolta por
uma fina cápsula de tecido conjuntivo, embora não possuam lóbulos.

A principal função das glândulas paratireoides é a secreção do hormônio paratireoideo (PTH). Esse
hormônio regula a quantidade e distribuição de cálcio e fósforo no corpo. Sua ação é concentrada
em três áreas principais: ossos, intestino e rins. O resultado global do PTH é o aumento dos níveis de
cálcio no plasma e a redução dos níveis de fosfato.

Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/08/glandula-paratireoides.jpg, Acesso em 12/11/23

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Glândulas Supra-Renais (adrenais)

Essas pequenas estruturas amareladas e achatadas localizam-se logo acima de cada rim, posicionadas
na parte frontal e superior. Embora estejam envolvidas pela fáscia renal, são separadas dos rins por
uma camada de tecido fibroso e circundadas por tecido conjuntivo repleto de gordura perinéfrica.
Uma secção da glândula revela uma camada externa amarela, o córtex, e uma fina medula de tom
vermelho-escuro. O córtex envolve completamente a medula, exceto na região do hilo.

Córtex Supra-Renal

O córtex supra-renal, uma fina camada externa (periférica), mostra três zonas celulares: as zonas
glomerulosa (mais externa), fasciculada (mais larga) e reticulada (mais interna). O córtex secreta os
hormônios chamados esteróides.
•• Zona Glomerulosa: Situada na parte mais externa, secreta aldosterona, um mineralocorticóide
que regula o volume sanguíneo, pressão arterial e equilíbrio eletrolítico. Principalmente, retém
sódio e água e elimina potássio.
•• Zona Fasciculada: Sua principal função é a produção de hormônios responsáveis pelo equilíbrio
metabólico de carboidratos, proteínas e gorduras. O principal dentre eles é o cortisol.
•• Zona Reticulada: Nessa zona, hormônios sexuais como progesterona, estrógenos e andrógenos
podem ser produzidos.
xx O córtex é essencial para a vida; a remoção completa é letal sem terapia de substituição.
Também exerce considerável controle sobre os linfócitos e tecido linfático.

Medula Supra-Renal

Atuando como uma extensão do sistema nervoso autônomo simpático, a medula supra-renal consiste
em células cromafins agrupadas e divididas por amplos sinusóides venosos. Há pequenas concentra-
ções de neurônios na medula.
A medula da supra-renal secreta dois hormônios:
•• Epinefrina (Adrenalina), que possui efeito acentuado sobre o metabolismo de carboidratos.
•• Norepinefrina (Noradrenalina), que produz aceleração do coração vasoconstrição e pressão
sanguínea elevada.
Esses hormônios são produzidos em situações de emergência e estresse, produzindo os seguin-
tes efeitos (além dos descritos acima):
•• Transformação de glicogênio em glicose no fígado;
•• Elevação do padrão metabólico da maioria das células;
•• Dilatação dos brônquios.

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Pâncreas

Localizado na parte superior do abdome, o pâncreas é um órgão de formato alongado que se estende
desde o duodeno até o baço. Ele tem a função de secretar dois hormônios cruciais: insulina e glu-
cagon, que atuam na regulação dos níveis de glicose no sangue. Enquanto a insulina trabalha para
reduzir a glicose sanguínea, o glucagon age no sentido oposto, elevando seus níveis.
Ação da Insulina - diminui os níveis de glicose através de dois mecanismos:
•• aumenta o transporte de glicose do sangue para o interior das células;
•• estimula as células a queimar glicose como combustível. A insulina é o único hormônio que
diminui a glicose sanguínea.
Ação do Glucagon - esse hormônio aumenta a glicose sanguínea de duas maneiras:
•• estimula a conversão de glicogênio em glicose no fígado;
•• incentiva a conversão de proteínas em glicose.

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/pancreas.htm. Acesso em 18/11/23

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Gônadas (Ovários e Testículos)

Gônadas referem-se às glândulas reprodutivas: ovários nas mulheres e testículos nos homens. Estas
glândulas têm a dupla função de gerar gametas - os óvulos nas mulheres e espermatozoides nos ho-
mens - e de secretar hormônios.

Ovários: Localizados na cavidade pélvica, as mulheres possuem dois ovários, um de cada lado. A des-
crição mais aprofundada sobre sua anatomia pode ser encontrada sob o tema Sistema Genital Femi-
nino. Os ovários são responsáveis pela produção de dois hormônios essenciais femininos: estrógeno
e progesterona. Estes hormônios têm papéis fundamentais na formação e no funcionamento dos
órgãos genitais femininos, além de influenciar nas características sexuais secundárias das mulheres.
Sob a influência predominante do estrógeno, ocorrem:
•• Desenvolvimento das mamas;
•• Distribuição da gordura nos quadris, coxas e mamas;
•• Crescimento de pelos em áreas específicas do corpo;
•• Maturação de órgãos genitais;
•• Fechamento das cartilagens epifisiais dos ossos longos.

O estrógeno e a progesterona têm sua produção e liberação reguladas por hormônios do hipotálamo
e pelas gonadotropinas presentes na adenohipófise.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/ovarios/. Acesso em 16/11/23

Testículos: Localizados no interior do escroto, os testículos são os principais produtores de testoste-


rona, um esteroide originado de suas células intersticiais. A liberação de testosterona é incentivada
pelo hormônio luteinizante (LH), que vem da adeno-hipófise.

A testosterona tem um papel crucial no amadurecimento dos espermatozoides e determina as carac-


terísticas sexuais masculinas, incluindo:

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•• Crescimento e desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos;
•• Crescimento musculoesquelético;
•• Crescimento e distribuição dos pelos;
•• Expansão da laringe, acompanhado por alterações da voz.

O processo de secreção da testosterona é regulado por hormônios liberados pelo hipotálamo e pelos
hormônios luteinizantes originários da adeno-hipófise.

Fonte:https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-reprodutor/masculino/testiculos/. Acesso em 18/11/23

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/upload/htmleditor/testiculo1.webp. Acesso em 19/11/23

Timo

O timo desempenha funções cruciais na secreção hormonal e na produção de linfócitos T. Sua di-
mensão e atividade variam conforme a idade, condições de saúde e estado fisiológico do indivíduo,
mantendo-se funcional mesmo em idades mais avançadas.

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Localizado na porção superior do tórax, o timo fica posicionado atrás do esterno e das primeiras
quatro cartilagens costais, estando abaixo da glândula tireoide. Seus limites anteriores encontram-se
com o pericárdio, o arco da aorta e suas ramificações. O timo é responsável pela geração de várias
substâncias, incluindo hormônios, que orientam a produção, diferenciação e atividades dos linfócitos
dentro deste órgão.

Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/ti/mo/timoglandula.jpg. Acesso em 19/11/23

Corpo (ou Glândula) Pineal

OA glândula pineal influencia a atividade da adeno-hipófise, neuro-hipófise, pâncreas endócrino, pa-


ratireoides, córtex, medula supra-renal e gônadas. Suas secreções podem chegar às células-alvo tanto
pelo líquido cérebro-espinal quanto pela circulação sanguínea. Este órgão produz a melatonina, um
hormônio que regula o ciclo reprodutivo, afetando a secreção de hormônios liberadores do hipotála-
mo. Há uma crença de que a melatonina também esteja associada ao ritmo sono-vigília, tendo um
papel sedativo.

Fonte: https://www.tuasaude.com/glandula-pineal/. Acesso em 19/11/23

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Outros Hormônios: Hormônios Associados a Sistema Orgânicos Específicos
•• Hormônios secretados por células no sistema digestivo incluem a colecistoquinina, gastrina
e secretina, que atuam na regulação do processo digestivo.
•• Os rins liberam a eritropoietina, um hormônio vital na modulação da produção de glóbulos
vermelhos.
•• As prostaglandinas, derivadas de ácidos graxos e do ácido aracdônico, são hormônios quími-
cos produzidos em vários tecidos. Elas geralmente têm ação local, perto de onde são secre-
tadas. Estas substâncias são cruciais para controlar a contração do músculo liso, mediando a
resposta inflamatória e potencializando a sensibilidade das terminações nervosas à dor.

RESUMO

Glândula Tecidos/
Hormônio Ação Principal do Hormônio
Endócrina Órgãos Alvo
Liberadores e Liberadores: estimulam a secreção hormonal.
Hipotálamo Adenohipófise
inibidores Inibidores: inibem a secreção hormonal.
Hormônio do
crescimento (GH)
Ossos e teci-
(somatotropina)
dos moles Promove crescimento de todos os tecidos.
Prolactina (PRL)
Glândulas Estimula a produção de leite.
Tireoestimulante
mamárias Estimula a produção de T3 e T4.
(TSH e Tireotropi-
Glândula Estimula a secreção de hormônios do córtex
na)
tireóide da supra-renal, principalmente o cortisol.
Adenohipófise Adrenocorti-
Córtex da su- Estimula o desenvolvimento dos óvulos/es-
cotrófico (ACTH)
pra-renal permatozóides e estrógeno nas mulheres.
Gonadotrofinas:
Ovários e Provoca a ovulação; estimula secreção de
   – Folícu-
testículos progesterona na mulher e testosterona nos
lo-estimulante
Ovários e homens.
(FSH)
testículos
   – Luteinizante
(LH)
Estimula reabsorção da água pelos rins e de-
Rins e vasos
Antidiurético termina a constrição dos vasos sanguíneos.
sanguíneos
Neurohipófise (ADH) Contração da musculatura uterina no parto
Útero e ma-
Ocitocina e liberação ou ejeção do leite das glândulas
mas
mamárias.
Estimulam o padrão metabólico e regulam o
Todos os teci-
Glândula T3 e T4 crescimento e o desenvolvimento.
dos
Tireóide Calcitonina Favorece a formação de osso e diminui os
Ossos e rins
níveis de cálcio.

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Glândula Tecidos/
Hormônio Ação Principal do Hormônio
Endócrina Órgãos Alvo
Determina a reabsorção óssea, aumenta
Glândulas Paratireóideo Ossos, rins e os níveis de cálcio, estimula a absorção de
Paratireóides (PTH) intestinos cálcio pelos rins e intestinos e estimula a
excreção de fosfato pelos rins.
Diversos teci-
Epinefrina (em
Glândula Su- dos, especial-
pequena quanti- Estimula a elevação dos níveis de glicose e
pra-renal mente coração
dade a norepine- participa da resposta ao estresse.
Medula e vasos sanguí-
frina)
neos
Auxiliam na regulação do metabolismo de
proteínas, carboidratos e gorduras, elevam
Glicocorticóides Todos os teci-
os níveis de glicose no sangue e participam
(cortisol) dos
na resposta ao estresse.
Glândula Su- Mineralocor- Rins
Estimulam os rins a reabsorver sódio e
pra-renal ticóides (aldoste- Órgãos sex-
excretar potássio e auxiliam a regular o
Córtex rona) uais, ossos,
equilíbrio hídrico e eletrolítico.
Hormônios músculos e
Estimula o desenvolvimento das carac-
sexuais pele
terísticas sexuais secundárias em homens e
mulheres.
Pâncreas
Fígado, múscu-
(Ilhotas pan-
Glucagon los e tecido Eleva níveis de glicose no sangue.
creáticas)
adiposo
Células Alfa
Pâncreas
Fígado, múscu- Regula o metabolismo de carboidratos,
(Ilhotas pan-
Insulina los e tecido gorduras e proteínas e diminui os níveis de
creáticas)
adiposo glicose no sangue.
Células Beta
Órgãos sexu-
Gônadas Estrógenos e Estimulam o desenvolvimento dos óvulos e
ais, pele, ossos
Ovários progesterona das características sexuais femininas.
e músculos
Órgãos sex- Estimulam o desenvolvimento dos
Gônadas Andrógenos
uais, pele e espermatozóides e das características
Testículos (testosterona)
músculos sexuais masculinas.

Timo Timosina Linfócitos T Estimula a maturação dos linfócitos T.

Glândula Diversos Auxilia a ajustar o biorritmo e controla


Melatonina
Pineal tecidos o sono.

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. (UFG - 2017) Uma série de sinais e sintomas pode ocorrer em inúmeros distúrbios endócrinos.
Nos distúrbios da glândula tireoide, especificamente no hipotireoidismo, as alterações mais fre-
quentes são:

a. ( ) nervosismo, palpitação e exoftalmia.

b. ( ) fadiga extrema, ganho de peso e mixedema.

c. ( ) exoftalmia, bócio e confusão mental.

d. ( ) amenorreia, nervosismo e perda de pelos.

2. (FAUEL - 2016) O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 15 cm de extensão do sistema


digestivo e endócrino dos seres humanos que se localiza atrás do estômago e entre o duodeno e o
baço. Ele é tanto exócrino (secretando suco pancreático, que contém enzimas digestivas), quanto
endócrino (produzindo muitos hormônios importantes). Assinale alternativa que apresenta al-
guns dos hormônios produzidos pelo pâncreas.

a. ( ) Endorfina, serotonina, dopamina.

b. ( ) Insulina, glucagon e somatostatina.

c. ( ) Prolactina, estradiol, FSH.

d. ( ) TSH, T4 livre, PSA.

3. Descreva a fisiopatologia do diabetes.

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4. Quais são as principais consequências do diabetes?

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5. Descreva os cuidados com a administração de insulina.

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TEMA 09

Prática Glicemia Capilar + Cuidados com Pé diabético

A glicemia capilar é uma avaliação que mede a concentração de glicose presente no sangue. O teste é
realizado coletando-se uma gota de sangue da extremidade de um dedo através de uma pequena punção.

Fonte: https://www.tuasaude.com/como-medir-a-glicemia/. Acesso em 19/11/23

Objetivos

•• Controlar os níveis de glicose no sangue;


•• Estabelecer referências para dosagem de insulina;
•• Analisar e acompanhar a eficácia do plano alimentar, do uso de medicamentos e de outras prá-
ticas intervencionistas.

Indicação

•• Em pacientes com níveis elevados de glicose (como diabéticos, indivíduos com pancreatite,
entre outros);
•• Em pacientes com baixos níveis de glicose;
•• Pacientes prestes a passar por cirurgia;
•• Casos críticos;
•• Pacientes em regime de jejum.

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Materiais necessários

•• Bandeja ou cuba rim;


•• Luvas de Procedimentos;
•• Lanceta específica ou Agulha 13x4,5, em caso de absoluta inexistência da lanceta;
•• Dispositivo de leitura glicêmica (glicosímetro);
•• Fita biossensora descartável contendo glicose desidrogenase ou glicose oxidase;
•• Bola de algodão embebida em álcool a 70%;
•• Bola de algodão seco.

Procedimento

1. Identificar o paciente corretamente, realizando a dupla checagem da pulseira de identificação.

2. Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante.

3. Higienizar as mãos.

4. Reunir o material dentro da cuba rim.

5. Verificar se o aparelho de leitura está calibrado e pronto para o procedimento.

6. Colocar luvas de procedimento.

7. Limpar a polpa digital de eleição do paciente com algodão embebido no álcool a 70% aguar-
dar secar.

8. Introduzir a tira teste no aparelho, evitando tocar na parte reagente.

9. Lancetar a polpa digital e coletar material na fita reagente, para a leitura glicêmica.

10. Aguardar o tempo necessário para que o aparelho realize a leitura.

11. Pressionar o local da punção o suficiente para suspender o sangramento.

12. Descartar imediatamente a lanceta.

13. Realizar a leitura do índice glicêmico e limpar o dedo do paciente com algodão embebido em
álcool a 70% e depois o seco.

14. Certificar-se de que não há prolongamento do período de sangramento.

15. Desprezar o material utilizado na caixa para perfurocortante.

16. Retirar a luva de procedimentos e desprezá-la no lixo.

17. Higienizar as mãos.

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18. Registrar a taxa de glicemia capilar do paciente, no plano terapêutico de enfermagem.

19. Adotar medidas terapêuticas mediante índice apresentado pelo paciente, conforme prescrição
médica.

ATENÇÃO:

Só coletar se o local da punção estiver totalmente seco; certificar-se de que o álcool


secou totalmente.

Cuidados com o pé diabético

O pé diabético refere-se às complicações que podem surgir nos pés de pessoas que possuem dia-
betes não controlado. Entre as questões mais frequentes estão infecções, má circulação, resultando
em feridas de cicatrização lenta e infecções. Se negligenciadas, essas complicações podem chegar à
necessidade de amputação.
•• Sintomas: As manifestações incluem sensações de formigamento, redução da sensibilidade,
dores, sensações de queimação e fraqueza nas pernas. Estes podem se agravar durante a noite.
Muitas vezes, são identificados tardiamente, já com presença de feridas ou infecções, compli-
cando o tratamento devido à má circulação.

Prevenção:
•• Inspecione seus pés todos os dias em local bem iluminado. Se tiver dificuldade, peça a alguém
para ajudar ou utilize um espelho. Em visitas médicas, solicite uma revisão dos pés e informe
sobre quaisquer alterações.
•• Mantenha os pés higienizados usando água morna (evite água quente) e seque suavemente
com uma toalha macia. Evite esfregar a pele e aplique hidratante, tomando cuidado para não
deixá-lo acumular entre os dedos ou ao redor das unhas.
•• Escolha meias de algodão ou lã, de preferência sem costuras, evitando tecidos sintéticos.
•• Ao cuidar das unhas, lave e seque-as antes de cortar. Utilize ferramentas adequadas e faça um
corte reto com bordas suavemente arredondadas, evitando remover cutículas. Em vez de ma-
nicures e pedicures tradicionais, opte por um podólogo familiarizado com os cuidados para dia-
béticos. Evite cortar calosidades e converse com seu médico sobre qualquer formação de calos.
•• Nunca caminhe descalço. Mesmo em ambientes como praias ou piscinas, proteja seus pés.
•• Escolha sapatos confortáveis, macios, de solado resistente e fechados. Ao adquiri-los, verifique
se não apresentam imperfeições internas. Mulheres devem optar por saltos baixos e largos. Evite
calçados muito apertados, rígidos, ou que deixem seus pés expostos. Se for utilizar um par novo,
faça-o progressivamente para amaciá-lo. Se perceber alterações na estrutura dos seus pés devi-
do a neuropatias, considere a possibilidade de sapatos terapêuticos sob orientação médica.

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Terapia:

A abordagem requer um enfoque especializado e abrangente, que englobe um modelo de cuidado in-
tegral. Isso envolve educação, avaliação de risco, exame adequado, tratamento apropriado da ferida,
intervenções cirúrgicas especializadas, uso de equipamentos adequados e reabilitação abrangente,
com o objetivo de prevenir complicações e restaurar a funcionalidade do membro afetado.

RESUMO

O teste de glicemia capilar é conduzido com o propósito de avaliar os níveis de glicose no sangue em
um momento específico. Esse procedimento requer a utilização de um medidor de glicemia, o qual
analisa uma pequena gota de sangue obtida a partir da ponta do dedo. A mensuração da glicemia
capilar é particularmente apropriada para indivíduos com histórico de hipoglicemia, pré-diabetes ou
diabetes.

Especialmente para aqueles com essa condição, é recomendado que a verificação seja realizada antes
e após as refeições. Isso possibilita um monitoramento contínuo dos níveis de glicose, permitindo
ajustes na dieta ou alterações na dose de medicamentos, conforme necessário. Esse processo de
acompanhamento auxilia no controle efetivo da glicemia e na otimização do tratamento, visando a
manutenção da saúde metabólica.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. No monitoramento da glicemia capilar com auxílio do glicosímetro, o técnico de enfermagem ao


realizar o procedimento deve saber, dentre outras, que

a. o aparelho que mede a glicemia por biosensor deve ser higienizado internamente, pois o
sangue tem contato direto com o sistema.

b. as tiras reagentes devem ser armazenadas apenas na embalagem original com temperatura
que pode variar de 2 a 30 graus.

c. a amostra de sangue diluída em água ou álcool, resultante da higienização ou antissepsia


do local da punção, garante resultado satisfatório.

d. a amostra de sangue para diagnosticar hipoglicemia deve ser, coletada, obrigatoriamente,


na região peri umbilical.

e. a amostra de sangue depositada na tira reagente deve ser espalhada e ordenhada.

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2. O técnico em enfermagem realizou glicemia capilar de jejum em uma usuária da Unidade Básica
de Saúde, 65 anos, diabética, cujo resultado foi de 90 mg/dL. A conduta indicada nesse caso é

a. repetir a glicemia após o intervalo de meia hora, pois o resultado está abaixo do normal.

b. manter os cuidados terapêuticos que a usuária vem realizando, pois a glicemia apresenta-se
normal.

c. repetir a glicemia após intervalo de meia hora, pois o resultado está acima do normal.

d. encaminhar para consulta de enfermagem, pois o resultado da glicemia indica que a usuária
não está aderindo ao tratamento.

e. encaminhar para consulta médica, pois o resultado da glicemia indica que há necessidade de
realizar exames de sangue e urina.

3. Qual é o propósito do teste de glicemia capilar e como ele é realizado?

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4. Quais são as condições de saúde para as quais a dosagem da glicemia capilar é mais indicada?

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5. Por que é recomendado realizar o teste de glicemia capilar antes e após as refeições? Como esse
monitoramento beneficia o controle da glicose no sangue?

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TEMA 10

Aula Prática Terapias de Banho + Mudança de Decúbito

Higiene das mãos

No decorrer de nossas atividades diárias de trabalho, frequentemente realizamos uma ampla va-
riedade de procedimentos, alguns dos quais se repetem frequentemente. O valor atribuído a esses
procedimentos muitas vezes está relacionado à sua complexidade, ao grau de tecnologia envolvida, à
capacidade de causar danos aos pacientes e à frequência com que são realizados.

A adesão limitada dos profissionais da área de saúde à prática de lavagem das mãos reflete, em parte,
essa situação. Isso ocorre porque a lavagem das mãos é uma medida simples, comum na esfera social
como um hábito de higiene, o que pode diminuir seu reconhecimento como um procedimento de alta
tecnologia. São frequentemente citadas diversas justificativas pela equipe para evitar essa prática, como
a falta de pias e produtos desinfetantes adequados, sobrecarga de trabalho e situações de emergência.

Por outro lado, especialistas concordam que a lavagem das mãos é um dos procedimentos mais sig-
nificativos para prevenir e controlar infecções hospitalares. A prática é conhecida por ser capaz de
reduzir consideravelmente a carga microbiana quando realizada com água, sabão e desinfetantes
como povidine ou clorexidina.

Técnica de lavagem das mãos

Para garantir a eficácia da lavagem das mãos, é fundamental seguir uma técnica apropriada para a re-
moção mecânica da sujeira, do suor, das células mortas e dos microrganismos transitórios presentes em
todas as partes das mãos, incluindo a palma, o dorso, os espaços entre os dedos, as unhas e os punhos.

Antes de iniciar a lavagem, é necessário remover adornos para evitar contaminação durante o pro-
cesso. Utilize sabão líquido e evite o contato direto das mãos com a pia durante a lavagem. A fricção
repetida deve ser feita com as mãos e os antebraços voltados para baixo, impedindo que a água e
o sabão sujos retornem para áreas limpas. Cinco fricções de cada tipo são suficientes para eliminar
mecanicamente os microrganismos.

Depois desse procedimento, não enxágue as mãos em água corrente. Em vez disso, posicione as mãos
sob a torneira com os dedos voltados para cima, permitindo que a água escorra dos dedos até os pu-
nhos. Após a lavagem, com os dedos ainda voltados para cima, seque as mãos e os antebraços com
papel-toalha descartável, começando pelas mãos. Em situações especiais, como surtos de infecção
ou isolamento de microrganismos multirresistentes, siga as orientações da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar (CCIH).

89
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_
e_agravos/index.php?p=328460. Acesso em 19/11/23

90
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/00_hm_5momentos_A3.pdf. Acesso em 19/11/23

Terapias de Banho

O procedimento de higienização de pacientes, em muitas instituições, inclui também a organização


da cama, tornando necessária a limpeza adequada.

Técnicas de Limpeza Concorrente


•• Essa abordagem envolve a limpeza diária na unidade do paciente;
•• A higienização do chão, janelas e banheiro é realizada pela equipe de limpeza;
•• Os itens e equipamentos usados pelo paciente são higienizados pela equipe de enfermagem
com pano embebido em álcool, após o banho e conforme necessário.

Técnica de Limpeza Termina

A limpeza terminal é realizada após a alta, transferência ou falecimento do paciente. Inclui a limpeza
de pisos, paredes, janelas, banheiro, cama, sofá para acompanhantes, armários e mesa de refeições,
e é conduzida pela equipe de limpeza.

Banho de Leito

Material
99 Equipamentos da cama: colcha, cobertor, 1 lençol superior, 1 lençol inferior ajustável, 1 lençol
impermeável, 1 fronha;
99 Luvas de procedimento; 1 toalha de rosto; 1 toalha de banho; 2 luvas de banho ou compressas;
1 camisola; 2 bacias de banho ou balde; jarro de água quente; 1 sabonete antisséptico; coma-
dre ou urinol; biombo opcional; saco de coleta.

91
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Procedimento
•• Orientar o paciente sobre o procedimento;
•• Colocar o biombo s/n;
•• Fechar janelas e portas;
•• Desocupar a mesa de cabeceira;
•• Calçar as luvas de procedimento;
•• Oferecer comadre ou papagaio antes de iniciar o banho;
•• Desprender a roupa de cama, retirar a colcha, o cobertor, o travesseiro e a camisola, deixando-o
protegido com o lençol;
•• Abaixar a cabeceira da cama, caso seja possível;
•• Colocar o travesseiro sobre o ombro;
•• Ocluir os ouvidos;
•• Colocar a bacia sob a cabeça;
•• Lavar os cabelos;
•• Fazer higiene oral;
•• Molhar as luvas de banho retirando o excesso de água;
•• Lavar os olhos do paciente do ângulo interno;
•• Lavar os olhos do paciente do ângulo interno para o externo;
•• Utilizar água limpa para lavar cada olho;
•• Ensaboar pouco e secar com a toalha de rosto;
•• Colocar a toalha de banho sob um dos braços do paciente e lavá-lo no sentido do punho para
as axilas em movimentos longos;
•• Enxaguar e secar com a toalha de banho;
•• Repetir a operação com o outro braço;
•• Colocar a toalha de banho sobre o tórax do paciente, cobrindo-o até a região púbica;
•• Com uma as mãos suspender a toalha e com a outra lavar o tórax e abdômen;
•• Enxaguar, secar e cobri-lo com o lençol;
•• Lavar as pernas fazendo movimentos passivos nas articulações,
•• Massagear as proeminências ósseas e panturrilha;
•• Flexionar o joelho do paciente e lavar os pés, secando bem entre os dedos;

92
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Colocar o paciente em decúbito lateral, com as costas voltadas para você, protegendo-a com
toalha, lavar, enxugar e secar;
•• Fazer massagem de conforto;
•• Colocar o paciente em posição dorsal;
•• Colocar a toalha de banho e comadre sob o paciente;
•• Oferecer a luva de banho para que o paciente possa fazer sua higiene íntima (se tiver limitação,
calçar a luva e fazer a higiene para o paciente);
•• Lavar as mãos;
•• Vestir a camisola;
•• Trocar a roupa de cama;
•• Recolocar o travesseiro e deixá-lo em posição confortável.

Fonte: https://pt.wikihow.com/Dar-um-Banho-no-Leito. Acesso em 19/11/23

Higiene do Couro Cabeludo

Materiais
99 Os mesmos do banho no leito, acrescentando uma bacia ou balde para coletar a água.

Fonte: https://pt.wikihow.com/Dar-um-Banho-no-Leito. Acesso em 18/11/23

93
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Procedimento
•• Antes de iniciar o banho no leito, coloque um material impermeável sob a cabeça do paciente
e remova o travesseiro;
•• Umedeça o cabelo com cuidado;
•• Aplique o xampu, massageando suavemente o couro cabeludo;
•• Enxágue bem, permitindo que a água flua pelo material impermeável até ser coletada na bacia
ou balde;
•• Use uma toalha para remover o excesso de água dos cabelos. Caso necessário, utilize um seca-
dor para finalizar;
•• Por fim, penteie o cabelo do paciente após o banho.

Banho de Aspersão

O banho de aspersão ocorre quando levamos o paciente para o banheiro. Pode ser feito com o pa-
ciente deambulando sozinho, deambulando com auxílio e com auxílio de cadeira higiênica.

Cadeira higiênica

Fonte: Acervo do autor, 2016.

94
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Higiene Oral

Materiais
99 Escova dental, pasta de dente, copo descartável com água, toalha facial, recipiente para en-
xágue, espátula, canudo (se necessário), lubrificante para lábios (como vaselina), antisséptico
bucal, luvas descartáveis e gaze.
Procedimento para pacientes com mobilidade limitada:
•• Posicionar o paciente em Fowler com a cabeça virada para o lado.
•• Usar a toalha facial para proteger o tórax.
•• Colocar o recipiente de enxágue sob a bochecha do paciente.
•• Pedir para abrir a boca ou auxiliar com a espátula.
•• Escovar os dentes, movendo-se da gengiva para a ponta dos dentes, aplicando uma pressão
uniforme. Repetir o movimento 6 a 10 vezes por superfície dental.
•• Fazer o mesmo nas superfícies externas e internas dos dentes, segurando a língua com uma
gaze enrolada na espátula (se necessário).
•• Dar água para o paciente enxaguar a boca. Usar um canudo, se necessário.
Passo a Passo para Pacientes com Prótese Dental:
•• Pedir ao paciente para remover a prótese ou auxilie usando a gaze.
•• Colocar a prótese no recipiente.
•• Escovar gengiva, céu da boca e língua.
•• Devolver a prótese ao paciente para inserir enquanto ainda está úmida.

Fonte: https://irp-cdn.multiscreensite.com/cfa5fc7a/files/uploaded/FUNDAMENTOS%
20ENFERMAGEM%20-%20AULA%2004.pdf. Acesso em 18/11/23

95
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Higiene Íntima

Materiais
99 Comadre, luvas de procedimento, jarro com água, toalha, papel higiênico, sabonete.

Procedimento
•• Orientar o paciente;
•• Calçar as luvas;
•• Posicionar a comadre;
•• Fazer limpeza com papel higiênico, se necessário;
•• Umedecer a região pubiana;
•• Ensaboar a região;
•• Enxaguar a região;
•• Retirar a comadre;
•• Enxugar o paciente;
•• Deixar o paciente confortável;
•• Retirar a luva.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=h1zowPzXM9k. Acesso em 18/11/23

Arrumação de Leito

Cama coberta

É considerada cama aberta, o leito que está preparado para receber o paciente quando o mesmo já
se encontra internado no setor.

96
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Material
99 Dois lençóis;
99 Fronha;
99 Travesseiro;
99 Colcha;
99 Edredom ou cobertor.

Procedimento

Com a cama já limpa, proceder a arrumação da cama na seguinte ordem: lençol de baixo, lençol su-
perior, travesseiro, colcha e edredom, se necessário. O lençol fica dobrado para o lado que o paciente
deitará na cama.

Cama de Operado
É o leito preparado para receber o paciente no pós-operatório imediato.

Material
99 Dois lençóis;
99 Fronha;
99 Travesseiro, se permitido;
99 Lençol para travessa (mudança no leito ou transporte);
99 Impermeável, se necessário;
99 Forro para região da cabeça;
99 Colcha;
99 Edredom ou cobertor.

Procedimento
•• Com a cama já limpa, esticar o lençol inferior;
•• Colocar o impermeável na altura do quadril do paciente, se necessário;
•• Colocar o lençol de travessa sobre o impermeável;
•• Esticar o lençol superior, juntamente com o cobertor e enrolá-los para a lateral da cama, lado
oposto à entrada do paciente;
•• Posicionar o forro na altura da cabeça.

97
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Cama aberta - Cama sem utilização, aguardando paciente.

Fonte: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/05/25/arrumacao-do-
leito-hospitalar-e-tipos-de-leitos/. Acesso em 18/11/23

Posicionamento no Leito

Existem algumas posições padrões que facilitam a realização de procedimentos ou proporcionam


maior conforto ao paciente.

Fowler
xx Decúbito elevado, que permite ao paciente ficar na posição sentado.

Cama na posição Fowler

Fonte: https://enfermagemacienciaearte.blogspot.com/2015/10/posicoes-no-
leito-ou-para-exames.html. Acesso em 18/11/23

98
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Semi - fowler
xx Decúbito elevado em aproximadamente 30 - 45 graus, semi-sentado.

Cama na posição semi-fowler.

Fonte: https://enfermagemacienciaearte.blogspot.com/2015/10/posicoes-no-
leito-ou-para-exames.html. Acesso em 18/11/23

Dorsal
xx Paciente deitado com as costas apoiada no colchão.

Paciente na posição dorsal.

Fonte: https://enfermagemacienciaearte.blogspot.com/2015/10/posicoes-no-leito-
ou-para-exames.html. Acesso em 18/11/23

Ventral ou Prona
xx Paciente de bruços com o abdome apoiado no colchão.

Posição na posição ventral.

99
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Fonte: https://enfermagemacienciaearte.blogspot.com/2015/10/posicoes-no-leito-ou-para-exames.html. Acesso em 18/11/23

Genupeitoral
xx Paciente com o peito apoiado no colchão, joelhos fletidos e elevação das nádegas.

Fonte: https://enfermagemflorence.com.br/conheca-as-posicoes-para-exames/. Acesso em 18/11/23

Ginecológica
xx Paciente com as pernas abertas e joelhos flexionados, com exposição da região genital.

Posição ginecológica.

Fonte: https://enfermagemflorence.com.br/conheca-as-posicoes-para-exames/. Acesso em 18/11/23

100
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Lateral
x x Paciente com a lateral do corpo apoiado sobre o colchão, podendo ser do lado direito ou
esquerdo.
Paciente em decúbito lateral.

Fonte: https://enfermagemonline.com/posicoes-para-exames-e-procedimentos/#google_vignette. Acesso em 18/11/23

Sims
xx Paciente em decúbito lateral esquerdo com o membro inferior esquerdo em extensão e o mem-
bro inferior direito discretamente flexionado. Posição para procedimentos na região anal.

Paciente em decúbito lateral.

Fonte: https://enfermagemflorence.com.br/conheca-as-posicoes-para-exames/. Acesso em 18/11/23

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Trendelemburg
xx Paciente com os membros inferiores mais elevados que a cabeça.

paciente na posição trendelemburg

Fonte: https://enfermagemflorence.com.br/conheca-as-posicoes-para-exames/. Acesso em 18/11/23

Transferência para Cadeira

Materiais
•• Cadeira de rodas ou banho;
•• Lençol para transferência.

Procedimento
•• Orientar o paciente sobre o procedimento;
•• Realizar o procedimento no mínimo em dois profissionais;
•• Higienizar as mãos;
•• Retirar o excesso de cobertas do paciente;
•• Sentar o paciente na cama, o mais próximo da beira possível;
•• Orientar o paciente para manter os membros superiores sobre o abdome;
•• Um profissional deve segurar o paciente pela região torácica, com o braço sob a axila do
paciente;
•• Outro profissional deve segurar o paciente pelas pernas;
•• Ao mesmo tempo, o paciente deverá ser erguido e colocado sobre a cadeira;
•• Posicionar o paciente confortavelmente;
•• Efetuar o transporte.

102
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Fonte: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/GsLKstbT6V9n7YMTYbWGZQb/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 18/11/23

Transporte de paciente leito X maca

Procedimento
•• Orientar o paciente sobre o procedimento;
•• Realizar o procedimento no mínimo em dois profissionais;
•• Higienizar as mãos;
•• Retirar o excesso de cobertas do paciente;
•• Posicionar o paciente na beira da cama o mais próximo possível da maca;
•• Orientar o paciente a manter os membros superiores sobre o abdome;
•• Com auxílio do lençol de transporte, erguer o paciente e colocá-lo na maca;
•• Posicionar o paciente confortavelmente na maca;
•• Efetuar o transporte.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Utilização de travessa para transportar o paciente.

Fonte: https://www2.ufjf.br/fundamentosenf//files/2019/08/POP-FACENF-Transporte-e-
mobiliza%c3%a7%c3%b5es-n.-08.pdf. Acesso em 18/11/23

RESUMO

Neste tema, discutimos a relevância da limpeza concorrente e terminal, bem como as diferentes for-
mas de higienização voltadas ao paciente/cliente. Estas práticas são cruciais para garantir o bem-estar
do paciente durante sua estadia hospitalar e são fundamentais para sua recuperação. Abordamos
também a correta preparação do leito, garantindo um ambiente adequado para o paciente.

Exploramos, ainda, algumas posições padrão que otimizam a execução de procedimentos e oferecem
maior conforto ao paciente. Além disso, foi abordada a maneira correta de realizar procedimentos e
de transportar o paciente, visando sua segurança e conforto.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. (COTEC - 2019) Entre as medidas de segurança adotadas em um ambiente de promoção e cui-


dado da saúde, a higienização das mãos é uma das iniciativas simples que garantem aos pacientes
e aos profissionais proteção contra várias doenças. Segundo dados da Organização Mundial da
Saúde (OMS), infecções relacionadas à assistência à saúde afetam milhões de pacientes e têm um
impacto significativo nos doentes e nos sistemas de saúde em todo o mundo. Na técnica de higie-
nização simples das mãos, recomenda-se:

a. Higienizar também os punhos esfregando-os com a palma da mão oposta em movimento


circular

b. Limpar sob as unhas das mãos friccionando o local com o auxílio das unhas da mão oposta,
evitando limpá-las

104
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
c. Respeitar o tempo de duração do procedimento que varia de 20 a 35 segundos.

d. Utilizar papel toalha para secar as mãos, após a fricção antisséptica das mãos com preparações
alcoólicas.

2. (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO - 2019) As mãos são o instrumento mais utilizado durante o
cuidado com o cliente, e sua higienização caracteriza a ação mais simples e importante na pre-
venção e controle das infecções em serviço de saúde. Toda pele humana é colonizada pela flora
microbiana natural, chamada de flora:

a. ( ) transitória

b. ( ) transversa

c. ( ) resistente

d. ( ) residente

3. (COSEAC - 2019) Quanto ao procedimento de lavagem das mãos, avalie se são verdadeiras (V)
ou falsas (F) as afirmativas a seguir:

I. É indicado higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estiverem visivelmente sujas ou
manchadas de sangue ou outros fluidos corporais, ou após uso do banheiro.

II. Sabonete líquido e preparação alcoólica para a higiene das mãos não devem ser utilizados
concomitantemente.

III. A utilização de preparação alcoólica para higiene das mãos tem como finalidade reduzir a carga
microbiana das mãos e pode substituir a higienização com água e sabonete líquido quando as
mãos não estiverem visivelmente sujas.

IV. O uso de luvas não altera nem substitui a higienização das mãos; seu uso por profissionais de
saúde não deve ser adotado indiscriminadamente.
As afirmativas I, II, III e IV são, respectivamente:

a. ( ) A. V, F, F, V.

b. ( ) B. V, V, F, F.

c. ( ) C. F, V, V, V.

d. ( ) D. F, F, V, V.

e. ( ) E. F, V, V, F.

4. (CEPEURJ - 2019) Segundo a ANVISA (2018) e de acordo com o fluxo de cuidados assistenciais,
a higiene das mãos deve ser realizada em momentos essenciais e necessários, como antes e após
tocar o paciente, além de:
a. antes de calçar as luvas; antes de iniciar o plantão; após contato com superfícies anexas ao
paciente

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
b. antes de realizar procedimento limpo; após retirar as luvas; após o manuseio dos prontuários
e livros do setor

c. antes de calçar as luvas; após risco de exposição a fluidos corporais; após o término do plantão
de 24 horas

d. antes de realizar procedimento limpo/asséptico; após risco de exposição a fluidos corporais;


após contato com superfícies próximas ao paciente

5. (IADES - 2019) A higiene das mãos (HM) é amplamente reconhecida como uma das principais
estratégias para a prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). O termo HM
engloba a higiene simples, a higiene antisséptica e a antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operató-
rio das mãos. Em relação a esse tema, assinale a alternativa correta.
a. A correta HM em serviços de saúde tem sido foco de especial atenção para a prevenção da
disseminação de micro-organismos, especialmente os multirresistentes, muitas vezes não vei-
culados pelas mãos dos profissionais de saúde.

b. As mãos devem ser higienizadas com o produto apropriado em momentos essenciais e neces-
sários, ou seja, nos cinco momentos para a higiene das mãos, de acordo com o fluxo de cuida-
dos assistenciais para a prevenção das IRAS: antes de tocar o paciente; antes de realizar proce-
dimento limpo/asséptico; após risco de exposição a fluidos corporais; após tocar o paciente; e
após contato com superfícies próximas ao paciente.

c. As preparações alcoólicas contendo fragrâncias podem ser toleradas pelos profissionais de saú-
de e não causam dermatites de contato.

d. A maioria das preparações alcoólicas para HM disponíveis no País contém etanol (álcool etílico),
mas também pode conter isopropanol (álcool isopropílico), mas nunca a combinação desses
dois álcoois.

e. Quanto ao tempo de contato com a pele das mãos, recomenda-se que a HM com preparações
alcoólicas nos serviços de saúde seja feita durante 60 segundos, friccionando-se as mãos em
todas as respectivas superfícies.

6. (FUNDEP - 2018) “Higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higie-
nizar as mãos para prevenir a transmissão de micro-organismos e, consequentemente, evitar que
pacientes e profissionais de saúde adquiram infecções. De acordo com a Agência Nacional de Vigi-
lância Sanitária, o termo engloba a higiene simples, a higiene antisséptica e a fricção antisséptica
das mãos com preparação alcoólica. A esse respeito, assinale a alternativa incorreta.
a. Higiene simples das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a forma
líquida e fricção subsequente de álcool em gel.

b. Higiene antisséptica das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete associado a
agente antisséptico.

106
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
c. Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: aplicação de preparação alcoólica nas
mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou seca-
gem com papel toalha ou outros equipamentos.

d. Preparação alcoólica para higiene das mãos sob as formas gel, espuma e outras (preparações
contendo álcool, na concentração final mínima de 70%, com atividade antibacteriana compro-
vada por testes de laboratório in vitro (teste de suspensão) ou in vivo) são destinadas a reduzir
o número de microrganismos.

7. (FUNDEP - 2018) Instituir e promover a higiene das mãos nos serviços de saúde é fundamental
para prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e visa a segurança
do paciente, dos profissionais de saúde e de todos aqueles envolvidos nos cuidados aos pacientes.
Em relação à higienização das mãos em serviços de saúde, analise as afirmativas a seguir e as-
sinale V para as verdadeiras e F para as falsas.
A higiene simples das mãos é o ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a
forma líquida.
A fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica significa a aplicação de preparação
alcoólica nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em
água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos.
Deve-se realizar a higiene simples das mãos sempre que elas não estiverem visivelmente sujas,
antes e depois de tocar o paciente e após remover luvas.
A higienização simples das mãos deve ter duração mínima de 15 a 30 segundos.
Assinale a sequência correta.

a. ( ) VFVF

b. ( ) VVFF

c. ( ) FFFV

d. ( ) FVVV

8. (AMAUC - 2018) É considerada pelo Ministério da Saúde, a medida individual mais simples e
menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde:
a. ( ) Lavagem e esterilização de todo o material que será utilizado no paciente.

b. ( ) Antissepsia de ferimentos.

c. ( ) limpeza correta de pisos e paredes.

d. ( ) Higienização das mãos.

e. ( ) Uso de luva cirúrgica em procedimentos invasivos.

107
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
9. (AMAUC - 2018) O álcool é um dos mais seguros e efetivos antissépticos, reduzindo rapidamen-
te a contagem microbiota da pele. Para ser eficaz precisa estar em uma concentração de:
a. ( ) 56%;

b. ( ) 70%

c. ( ) 92%

d. ( ) 100%

e. ( ) 80%

10. (HRTN - 2018) O enema ou lavagem intestinal é um procedimento que consiste na instilação
de líquidos no reto e no cólon sigmoide. Sua principal função é promover a evacuação por meio
da estimulação do peristaltismo. Para a realização do enema, o técnico de enfermagem deve po-
sicionar o paciente em
a. ( ) semi-Fowler.

b. ( ) SIMS à esquerda.

c. ( ) SIMS à direita.

d. ( ) Trendelenburg invertido.

11. (FUNCERN - 2018) O paciente encontra-se deitado em decúbito dorsal e com os MMII mais
elevados em relação ao corpo. Esse decúbito é denominado de
a. ( ) genupeitoral.

b. ( ) fowler.

c. ( ) trendelemburg.

d. ( ) litotomia.

12. Para a realização de uma cirurgia na coluna vertebral, região lombar e coccígea e parte poste-
rior dos membros inferiores, a posição mais adequada deve ser.
a. ( ) Fowler.

b. ( ) Ventral ou Prona.

c. ( ) Ginecológica ou Litotomia.

d. ( ) Dorsal ou Supina.

108
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
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13. (GESTÃO DE CONCURSO - 2013) O posicionamento adequado do paciente contribui para o seu
conforto e avaliação de suas condições, devendo a enfermagem colocá-lo em posição funcional,
zelando para que se sinta protegido. Considerando os posicionamentos mais comuns, analise as
alternativas e assinale a CORRETA.
a. Na posição de decúbito ventral, o paciente se deita de costas, com as extremidades inferiores
em extensão ou ligeiramente flexionadas.

b. A posição de fowler é aquela em que o paciente fica deitado sobre o abdômen.

c. posição de decúbito dorsal, o paciente fica semisentado, com apoio nos joelhos e pés.

d. O decúbito lateral direito ou esquerdo também é conhecido como posição de sims.

14. (FUNDEP - 2018) Em relação ao banho e aos cuidados com a pele de pacientes, assinale a al-
ternativa incorreta.
a. O banho de leito completo é administrado ao paciente totalmente dependente, muitas vezes,
esgotando-o. É indicado avaliar a frequência cardíaca antes, durante e após a realização desse
procedimento para avaliação da tolerância física do paciente.

b. O banho de leito é o procedimento que proporciona limpeza mais completa para pacientes
dependentes e independentes.

c. Pacientes com a pele excessivamente ressecada estão predispostos ao comprometimento cutâ-


neo. Deve-se evitar água quente demais, pois isso pode piorar o ressecamento da pele.

d. É recomendado colocar uma cadeira na área do chuveiro para pacientes com fraqueza ou falta
de equilíbrio.

15. (FAU - 2018) Os cuidados de enfermagem durante a higiene corporal no leito auxiliam na ma-
nutenção da pele. Assinale outro objetivo da higienização do paciente realizado pelo técnico de
enfermagem:
a. Ativar a circulação sanguínea com exercícios em membros superiores e inferiores.

b. Facilitar o relaxamento muscular e a segurança física do paciente.

c. Promover o conforto e o alívio das áreas de contato com o colchão.

d. Estimular a movimentação do paciente.

e. Todas alternativas corretas.

109
Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
EAD

1. História da Enfermagem + Entidades de Classe

Direção da escola por uma enfermeira;

Ensino mais metódico;

Seleção das candidatas sob o ponto de vista intelectual, moral, físico e de aptidão
profissional.

As enfermeiras formadas através do novo método difundiram esse sistema para todos os países. No
Brasil, a enfermagem foi exercida durante muitos anos pelos religiosos da Companhia de Jesus, Irmãs
de Caridade, voluntários e outros leigos. No século XIX durante a guerra Brasil Paraguai, Ana Neri,
uma senhora baiana foi cognominada “mãe dos brasileiros” devido ao seu trabalho junto aos feridos
de guerra. Um dos fatores decisivos para o progresso da Enfermagem brasileira foi:
•• Determinação dos requisitos e funções dos profissionais de Enfermagem através da regulamen-
tação profissional.

Florence Nightingale visitando pacientes

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/florence-nightingale.htm. Acesso em 12/11/23

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Florence Nightingale

Fonte: https://www.rcn.org.uk/magazines/History/2021/Nursing-history-goes-beyond-Nightingale. Acesso em 12/11/23

Enfermagem no Brasil

•• Fundação da Escola Alfredo Pinto no Rio de Janeiro, em l890;


•• Programa de Enfermeiras visitadoras, iniciado por Carlos Chagas e fundação Rockefeller;
•• Fundação da Escola Ano Neri em l923, sendo Raquel Hadock Lobo sua primeira diretora brasi-
leira. Em l954 foi incorporada à Universidade do Brasil;

Ana Nery

Fonte: https://www.ceappr.com.br/enfermagem/qual-a-importancia-de-ana-neri-para-a-enfermagem/. Acesso em 12/11/23

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
A Enfermagem

A Enfermagem reconhecida por seu respectivo conselho profissional é uma profissão que possui
um corpo de conhecimentos próprios, voltados para o atendimento do ser humano nas áreas de
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, composta pelo enfermeiro, técnico e
auxiliar de enfermagem.

A Enfermagem realiza seu trabalho em um contexto mais amplo e coletivo de saúde, em parceria
com outras categorias profissionais representadas por áreas como Medicina, Serviço Social, Fisio-
terapia, Odontologia, Farmácia, Nutrição, etc. O atendimento integral à saúde pressupõe uma ação
conjunta dessas diferentes categorias, pois, apesar do saber específico de cada uma, existe uma
relação de interdependência e complementaridade. Nos últimos anos, a crença na qualidade de
vida tem influenciado, por um lado, o comportamento das pessoas, levando a um maior envolvi-
mento e responsabilidade em suas decisões ou escolhas; e por outro, gerado reflexões em esferas
organizadas da sociedade como no setor saúde, cuja tônica da promoção da saúde tem direcionado
mudanças no modelo assistencial vigente no país.

No campo do trabalho, essas repercussões evidenciam-se através das constantes buscas de ini-
ciativas públicas e privadas no sentido de melhor atender às expectativas da população, criando
ou transformando os serviços existentes. No tocante à enfermagem, novas frentes de atuação são
criadas à medida que essas transformações vão ocorrendo como sua inserção no Programa Saúde
da Família (PSF), do Ministério da Saúde; em programas e serviços de atendimento domiciliar, em
processo de expansão cada vez maior em nosso meio; e em programas de atenção a idosos e ou-
tros grupos específicos.

Quanto às ações e tarefas afins efetivamente desenvolvidas nos serviços de saúde pelas categorias
de Enfermagem no país, estudos realizados pela ABEn e pelo INSS as agrupam em cinco classes,
com as seguintes características:

Ações de natureza propedêutica e terapêutica complementares ao ato médico e de outros pro-


fissionais - as ações propedêuticas complementares referem-se às que apoiam o diagnóstico e o
acompanhamento do agravo à saúde, incluindo procedimentos como a observação do estado do
paciente, mensuração de altura e peso, coleta de amostras para exames laboratoriais e controle de
sinais vitais e de líquidos. As ações terapêuticas complementares asseguram o tratamento prescri-
to, como, por exemplo, a administração de medicamentos e dietas enterais, aplicação de calor e
frio, instalação de cateter de oxigênio e sonda vesical ou gástrica;

Ações de natureza terapêutica ou propedêutica de enfermagem - são aquelas cujo foco centra-se
na organização da totalidade da atenção de enfermagem prestada à clientela. Por exemplo, ações
de conforto e segurança, atividades educativas e de orientação;

Ações de natureza complementar de controle de risco - são aquelas desenvolvidas em conjun-


to com outros profissionais de saúde, objetivando reduzir riscos de agravos ou complicações de
saúde. Incluem as atividades relacionadas à vigilância epidemiológica e as de controle da infecção
hospitalar e de doenças crônico-degenerativas;

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Ações de natureza administrativa - nessa categoria incluem-se as ações de planejamento, gestão,
controle, supervisão e avaliação da assistência de enfermagem;

Ações de natureza pedagógica - relacionam-se à formação e às atividades de desenvolvimento para


a equipe de enfermagem.

Fonte: https://seeklogo.com/vector-logo/438837/lampada-enfermagem. Acesso em 11/11/23

Fonte: https://seeklogo.com/vector-logo/433498/tecnico-em-enfermagem#google_vignette. Acesso em 12/11/23

Entidades de Classe

No Brasil existem 03 tipos de entidades:

a. 1926: Fundação da Associação de Enfermagem diplomadas Brasileiras, atual Associação


Brasileira de Enfermagem (ABEN) seu objetivo principal é promover aos profissionais o aprimo-
ramento científico-cultural e desenvolvimento profissional.

b. 1973: Criação do Órgão disciplinador do exercício profissional; uma autarquia vinculada ao mi-
nistério do trabalho abrangendo o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) que normatiza
as atividades de Enfermagem e o Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Que fiscaliza o
cumprimento do exercício profissional

A inscrição é obrigatória para enfermeiras obstetrizes, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfer-


magem. Os conselhos atuam como:

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Poder executivo; poder legislativo: elaborando as normas disciplinares que possuem força de lei para
os inscritos no conselho; poder judiciário: julgando os profissionais, em processo ético, que transgre-
direm as normas do Código de Ética do COFEN.

c. Sindicato é o órgão que representa e reivindica pelos seus associados.

Instrumentos Básicos de Enfermagem

Cada membro da equipe de Enfermagem deve utilizar conhecimentos, atitudes e habilidades que
permitem um desempenho eficiente de suas funções. Empregam-se esses instrumentos em maior ou
menor grau de acordo com a complexidade das funções de cada um, mas todos os instrumentos de-
vem ser observados durante o trabalho. Os instrumentos básicos de Enfermagem mais utilizados são:
99 Observação: utilizam-se todos os órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, tato, gustação).
Uma observação objetiva baseia-se em conhecimentos científicos; portanto o profissional deve
adquirir conhecimentos que o levem a compreender o que observa;
99 Resolução de problemas: perante um problema observado, deve-se defini-lo, apontar soluções
práticas, submeter essas soluções a uma apreciação e aplicar as conclusões;
99 Aplicação dos princípios científicos: utiliza-se nas tomadas de decisões, redução de proble-
mas, orientações prestação de cuidados de Enfermagem e outros;
99 Planejamento: Compreende a seleção de objetivos e determinação dos procedimentos base-
ando-se nos dados coletados e avaliados. O planejamento deve ter uma unidade de ação, linha
de continuidade, eficiência precisão e flexibilidade;
99 Avaliação: Através da observação faz-se a apreciação e controle daquilo que foi planejado da
qualidade e da quantidade do trabalho executado. A avaliação deve ser objetiva e contínua;
99 Criatividade: Para a Enfermagem, ela é importante no atendimento individual aos pacientes e
visa resolução de determinados problemas. Para demonstrá-la é necessário segurança psicoló-
gica, sensibilidade às mudanças, flexibilidade e autenticidade;
99 Destreza manual: é a habilidade de utilizar adequadamente as mãos na execução de um
trabalho.
99 Comunicação: é o mecanismo pelo qual se desenvolvem, as relações humanas através de men-
sagens verbais (orais e escritas), gestuais, emotivas e outras. A interação enfermeira/paciente
depende basicamente da comunicação, e para que ela ocorra, é necessário bom relaciona-
mento, pensamento objetivo, linguagem adequada, escolha do momento e local apropriados,
demonstração de interesse, atenção ao escutar o paciente e honestidade na entrevista;
99 Trabalho de equipe: é o trabalho de um pequeno grupo por um objetivo comum. A enferma-
gem trabalha em equipe junto com seus profissionais e os da saúde.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
EAD

2. Código de Ética da Enfermagem

Código de Ética da Enfermagem

A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, o caráter. Os romanos
traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no plural “mores”), que quer dizer costume, de
onde vem a palavra moral. Tanto “ethos” (caráter) como “mos” (costume) indicam um tipo de com-
portamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um
instinto, mas que é “adquirido ou conquistado por hábito” (VÁZQUEZ).

Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, dizem respeito a uma realidade humana que é cons-
truída histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde
nascem e vivem.

A moral é definida como o conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam
o comportamento do indivíduo no seu grupo social. A moral é normativa.

Enquanto a ética é definida como a teoria, o conhecimento ou a ciência do comportamento moral,


que busca explicar, compreender, justificar e criticar a moral ou as morais de uma sociedade. A ética
é filosófica e científica.

“Nenhum homem é uma ilha”. Esta famosa frase do filósofo inglês Thomas Morus, ajuda-nos a com-
preender que a vida humana é convívio. Para o ser humano viver é conviver. É justamente na con-
vivência, na vida social e comunitária, que o ser humano se descobre e se realiza enquanto um ser
moral e ético. É na relação com o outro que surgem os problemas e as indagações morais: o que devo
fazer? Como agir em determinada situação? Como comportar-me perante o outro? Diante da corrup-
ção e das injustiças, o que fazer?

Portanto, constantemente no nosso cotidiano encontramos situações que nos colocam problemas
morais. São problemas práticos e concretos da nossa vida em sociedade, ou seja, problemas que
dizem respeito às nossas decisões, escolhas, ações e comportamentos - os quais exigem uma avalia-
ção, um julgamento, um juízo de valor entre o que socialmente é considerado bom ou mau justo ou
injusto, certo ou errado, pela moral vigente.

O problema é que não costumamos refletir e buscar os “porquês” de nossas escolhas, dos comporta-
mentos, dos valores. Agimos por força do hábito, dos costumes e da tradição, tendendo a naturalizar
a realidade social, política, econômica e cultural. Com isto, perdemos nossa capacidade critica diante
da realidade. Em outras palavras, não costumamos fazer ética, pois não fazemos à crítica, nem busca-
mos compreender e explicitar a nossa realidade moral.

No Brasil, encontramos vários exemplos para o que afirmamos acima. Historicamente marcada pelas
injustiças socioeconômicas, pelo preconceito racial e sexual, pela exploração da mão-de-obra infantil,

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pelo “jeitinho” e a “lei de Gerson”, etc. A realidade brasileira nos coloca diante de problemas éticos
bastante sérios. Contudo, já estamos por demais acostumados com nossas misérias de toda ordem.

Naturalizamos a injustiça e consideramos normal conviver lado a lado as mansões e os barracos, as


crianças e os mendigos nas ruas; achamos inteligente e esperto levar vantagem em tudo e tendemos
a considerar como sendo otário quem procura ser honesto.

Bioética

Bioética é um ramo da ética aplicada que reúne um conjunto de conceitos, princípios e teorias, com
a função de dar legitimidade às ações humanas que podem ter efeito sobre os fenômenos vitais e a
vida em geral.

A Bioética surge no século 20 como uma proposta de integração do ser humano à natureza. A cres-
cente complexidade das intervenções científicas, especialmente na área da saúde, provocou uma
reflexão sobre essas questões. A Bioética, que antes era uma resposta a problemas, amplia a sua
abrangência ao refletir pró-ativamente sobre novas situações, utilizando um amplo referencial teóri-
co para dar suporte às suas discussões.

Em 1978 foi publicado o Relatório de Belmont, que propõe os princípios éticos fundamentais para
a pesquisa que envolva seres humanos. Buscou-se com isso o respeito pela autonomia das pessoas,
beneficência e a justiça. São os princípios bioéticas, que devem permear todas as relações entre os
seres humanos e pesquisadores. O princípio da Autonomia objetiva a exigência sempre do consen-
timento informado, o da Beneficência visa a avaliação de riscos e benefícios e que estão expostos os
sujeitos das pesquisas, e o de justiça propugna uma distribuição equitativa dos sujeitos e recursos
experimentados.

Em 1978 após muitas atrocidades cometidas em pesquisas com negros, idosos e doentes mentais,
pela voz da “Comissão norte-americana para a proteção dos sujeitos humanos na pesquisa biomédi-
ca e comportamental”, foram divulgados os seguintes princípios: o da Autonomia da pessoa (conexa
com sua dignidade), o da Beneficência (maximizar o bem do outro supõe minimizar o mal) e o da
Justiça, que melhor convém ser chamado de princípio da Equidade.

O princípio da defesa da vida física. Para quem está escutando isso pela primeira vez pode parecer
paradoxal: como foi que partindo da questão da essência, da unitotalidade, da transcendência da
pessoa agora se fala da vida física? Não há paradoxo se entendermos que a vida física é coessencial
para a manifestação dos valores. Por exemplo, se você está com dor de barriga, ah! Meu amigo, todo
o teu dia fica em função da dor de barriga. Não adianta tentar, não vai ter filme para você assistir, não
vai ter namorado ou namorada bonita, pois todo o teu dia vai ser condicionado pela dor de barriga.
Então a defesa da vida física é fundamental e aparece, então, como primeira referência porque ela é
coessencial à manifestação desses valores ou à plena manifestação desses valores, sendo, então, a
vida o direito primeiro e o valor primeiro da pessoa. Porém, é bom estar atento ao fato de que ser o
primeiro não significa que esse o torna em princípio absoluto.

O princípio da liberdade e da responsabilidade. Implica este princípio, na responsabilidade do pro-


fissional de tratar o enfermo, como um fim e jamais como um meio. Implica também na responsabi-

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
lidade do médico de não aderir a um pedido do paciente considerado pela consciência moral como
inaceitável, pois não se tem o direito de dispor da própria integridade física recusando, por exemplo,
cuidados indispensáveis à sobrevivência, quando está em jogo a sobrevivência do ser. Isso porque o
direito de defesa da vida vem, ontologicamente, antes do direito da liberdade. Portanto, eu não pos-
so prescindir da minha vida como um bem só meu que eu faço uso do jeito que eu melhor achar. A
minha liberdade em decidir sobre os aspectos que dizem respeito à minha vida física tem implicações
outras, tem implicações que me transcendem. Portanto, eu tenho responsabilidades como indivíduo
sobre minhas decisões pois tais decisões têm natureza transcendental.

O princípio terapêutico. Este princípio trata da decisão sobre a terapêutica que vai ser proposta, a
terapêutica que se vai implementar no paciente. Segundo esse princípio, é lícito intervir sobre a vida
física da pessoa, por exemplo, fazendo cortes e mutilações cirúrgicas. Vejam que coisa curiosa, fala-
va-se do respeito à vida física, mas existem terapêuticas que propõem a mutilização cirúrgica. Nos
nossos centros cirúrgicos os profissionais estão diariamente fazendo mutilações em favor do quê? Da
preservação da vida física. Então se o princípio da defesa da vida física aparece em primeiro lugar, ele
é relativo frente às questões que envolvem a própria sobrevida. A este princípio se liga a norma da
proporcionalidade das terapias para avaliar o equilíbrio entre riscos e benefícios.

O princípio da sociabilidade e subsidiariedade, dois princípios que não podem ser separados. So-
ciabilidade é quando eu reconheço que participo de uma sociedade, que eu compartilho a minha
vida com outros e, portanto, eu tenho papéis relativamente aos outros também. E o desdobramento
disto é o princípio da subsidiariedade: onde as necessidades forem maiores e onde os grupos sociais
já estiverem estruturados no sentido de responder a estas necessidades, cabe à estrutura social, à
estrutura estatal, apoiar estas iniciativas. Se existe, por exemplo, uma ONG que está desenvolvendo
um projeto que coincide com os interesses sociais, com a sociabilidade e que presta um serviço que
coincide com os objetivos da sociedade como um todo, mas instituições estatais devem apoiar e não
inibir ou substituir essa entidade.

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EAD

3. Ação e Efeito de medicamentos - Os certos da medicação

Conceitos Básicos de Farmacologia

Fármacos e Medicamentos

Podem aqui ser considerados sinônimos. São substâncias ou associação de substâncias de estrutura
química bem definida, introduzida no organismo que tem finalidade terapêutica e também ação pro-
filática através de vacinas, prevenido surgimento de doenças e ajudando nos exames como tomogra-
fia, através de contraste.

Os Medicamentos podem ter Origem

a. Animal - são extratos fundamentais retirados de tecidos de animais, temos por exemplo a insu-
lina obtida do pâncreas de suínos e bovinos.

b. Plantas - são obtidas das diversas partes das plantas: flores, folhas, frutos, raízes, como exem-
plos têm a folha da digitalis roxa que estimula o coração e óleo de oliva ou rícino

c. Minerais - São usadas na medicina de maneira purificada, como exemplos têm, o enxofre que
após um cuidadoso processo, usa-se como parte de medicamentos da família das sulfas para
tratar infecções, temos também iodo e ferro.

d. Vitaminas - são fontes de vitaminas as plantas e animais, fundamentais ao organismo, encon-


trados em sua grande maioria nos alimentos naturais.

e. Drogas sintéticas - Embora preparados com o auxílio de matéria-prima natural, são resultados
exclusivamente do trabalho de laboratório. Alguns não têm correspondente na natureza, outros
são a reprodução exata de drogas naturais, obtidas à custa de processos artificiais

Conceitos Importantes
•• Posologia - são doses indicadas para aplicação dos medicamentos por dia ou por período.
•• Efeitos colaterais - São efeitos indesejáveis ao fazer uso dos medicamentos.
•• Remédio - É tudo aquilo que é aplicado com a intenção de combater a dor, a doença.
xx Exemplos: Tratamento dietético, cirurgia, psicologia, alteração de hábitos, higiene, crenças.
•• Forma farmacêutica - é a maneira física pela qual o medicamento se apresenta.
xx Exemplos: lasix comprimido, Binotal suspensão.

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Proz
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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Prescrição medicamentosa - é o documento ou a principal fonte de informações. Deve ser au-
tolimitada, nela deve constar o nome do paciente, a data da prescrição, o registro e o nome
do medicamento, a dose, a frequência e horário da administração e a assinatura e carimbo do
profissional. Só poderá ser verbal em situação de emergência.
•• Princípio Ativo - E a substância isolada do órgão animal ou vegetal, que contém atividade
farmacológica.
•• Medicamento de Uso Externo - São aqueles aplicáveis na superfície do corpo ou nas mucosas.
xx Exemplos: Cremes, Xampus.
•• Medicamentos de Uso Interno - São aqueles que se destinam à administração no interior do
organismo por via bucal e pelas cavidades naturais (vagina, nariz, ânus, ouvidos, olhos etc.)
•• Adição - Efeito combinado de dois fármacos.
•• Efeito Adverso ou Indesejado - Ação diferente do efeito planejado.
•• Potencialização - Efeito que ocorre quando um fármaco aumenta ou prolonga a ação de outro
fármaco.
•• Efeito Colateral - Efeito imprevisível que não está relacionado à principal ação do fármaco.
•• Medicamentos Placebos - São substâncias ou preparações inativas, administradas para satisfa-
zer a necessidade psicológica do paciente de tomar drogas.
•• Medicamentos Homeopáticos - são preparados a partir de substâncias naturais provenientes
dos reinos animal, vegetal e mineral, e não apenas plantas como muitos acreditam.
•• Genéricos - São medicamentos que passaram por ensaios de bioequivalência e biodisponibili-
dade e são registrados como tal na ANVISA/MS.
xx Devem ter os parâmetros técnicos (farmacocinéticos) comprovados, que garantem que
o produto tenha disponibilidade ao produto original ou inovador (primeiro no mercado e
patenteado).
xx Deve ser comercializado apenas com o nome dos princípios ativos e apresentar a frase:
Medicamento Genérico – Lei Nº 9.787/99.
•• Marca ou nome fantasia- É o medicamento de referência e inovador, primeiramente comercia-
lizado e patenteado pelo laboratório fabricante, com proteção patentária (exclusividade).
•• Similares - Medicamentos produzidos por qualquer laboratório, após a expiração de patente
pelo 1º fabricante. Deverá ser comercializado apenas pelo nome ou denominação genérica
(nome do P.A) o que está longe de ser um medicamento Genérico.

Tipos de Ação e Efeitos dos Medicamentos

As drogas utilizadas na terapêutica farmacológica podem de acordo com o lugar de ação, atuar de
duas maneiras:

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Drogas de ação local: são aquelas que tem os efeitos restritos a uma pequena porção do organismo
onde foi aplicada, pode ser na pele ou mucosa.
•• Na pele: Através da aplicação de pomada em uma ferida, toque com nitrato de prata, lavagem
de uma ferida.
•• Na mucosa: Colocação de supositório retal, aplicação vaginal ou instilação na conjuntiva (olho).

Tipos de ação local


•• Antisséptico: Impede o desenvolvimento de microrganismos. Ex: álcool iodado, clorexedina.
•• Adstringente: Medicamento que contrai o tecido. Ex: loção para fechar os poros.
•• Irritante: Medicamentos que irritam os tecidos.
•• Paliativo: Aplicado no local para alívio da dor.
•• Emoliente: Lubrifica e amolece o tecido.
•• Anestésico: Paralisa as terminações nervosas sensoriais.

Ação Geral ou Sistêmica: para produzir um efeito geral, é necessário que o remédio caia na corrente
sanguínea, pois através dela o medicamento atinge o órgão ou tecido sobre o qual tem ação específica.

Tipos de ação geral ou sistêmica


•• Estimulante: aumentam a atividade de um órgão ou tecido.
xx Exemplo: Cafeína estimula o SNC.
•• Depressor: diminuem as funções de um tecido ou órgão
xx Exemplo: Morfina deprime o SNC.
•• Cumulativo: medicamento cuja a eliminação é mais lenta do que sua absorção, e a concentra-
ção do mesmo vai aumentando no organismo.
xx Exemplo: Digitalina
•• Anti-infeccioso: Capaz de destruir os microrganismos responsáveis por uma infecção.
•• Antagônicos: Quando as duas ou mais substâncias administradas têm efeito contrário.
•• Ação Remota: Ocorre em partes distantes do organismo. Uma droga pode estimular um órgão
que por sua vez estimula outro. (Digitalina = coração – aumenta a circulação = maior atividade
diurética)
•• Ação Local Geral: Uma droga aplicada poderá produzir um efeito local, ser absorvida e provocar
um efeito geral.
xx Exemplo: epinefirna aplicada na mucosa nasal = estanca a hemorragia = absorção da corren-
te circulatória = aumento da pressão arterial.

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Formas de Apresentação dos Medicamentos

Os medicamentos são apresentados no mercado nos seguintes estados; sólido, líquido e gasoso.
Sólido
•• Pó; •• Cápsulas;
•• Frascos; •• Pílulas;
•• Comprimidos; •• Supositório ou óvulo vaginal;
•• Drágeas; •• Lápis.
Líquido
•• Solução; •• Suspensão;
•• Xarope; •• Colírio;
•• Elixir; •• Ampola.
•• Emulsão;
Gasoso
•• Inalação;
•• Vapores;
•• Gases inalantes.
Semissólidos
•• Pomadas;
•• Cremes;
•• Geleias em geral.
Solução
É uma mistura homogênea composta de duas partes distintas, que são:
•• Soluto - é a substância a ser dissolvida. Ex.: cloreto de sódio;
•• Solvente - é o liquido no qual o soluto será dissolvido. Ex.: água.

Farmacologia, Farmacodinâmica e Farmacocinética

Farmacologia

É a ciência que estuda os fármacos e os medicamentos, suas propriedades físico-químicas, efeitos


terapêuticos fisiológicos e bioquímicos, reações adversas, etc. É uma ciência que se subdivide em dois
outros grandes ramos de estudo: a Farmacocinética e a Farmacodinâmica.

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Farmacocinética

É o estudo quantitativo, absoluto ou relativo dos processos de Liberação, Absorção, Distribuição, Me-
tabolismo/Biotransformação, Excreção de drogas e ligação da droga ao Receptor específico. Determi-
na a quantidade de fármaco no sítio de ação em diferentes tempos após a sua administração, através
de modelos e cálculos matemáticos. Estuda a ação do organismo sobre a droga.

Farmacodinâmica

Estuda a ação dos fármacos, assim como os efeitos terapêuticos objetivos e subjetivos que eles pro-
vocam em organismos sãos e doentes. Estuda a ação da droga sobre o organismo.

Fatores que alteram o efeito dos fármacos e os parâmetros farmacocinéticos

Os fatores que podem de alguma maneira alterar o efeito desejado ou esperado de um fármaco ou
medicamento são dois. Estas alterações estão intimamente ligadas ao paciente ou ao medicamento
propriamente dito. Vejamos então, quais são estes fatores.
Fatores intrínsecos
São aqueles fatores relacionados com o organismo do paciente:
•• Genética; •• Idade;
•• Sexo; •• Estado nutricional;
•• Variabilidade individual; •• Estado patológico;
•• Espécie humana; •• Estado fisiológico.
•• Peso;
Fatores extrínsecos
Trata-se daqueles fatores relacionados aos fármacos/ medicamentos:
•• Formulações farmacêuticas;
•• Força de compressão de um comprimido;
•• Quantidade de excipiente;
•• Solubilidade;
•• Afinidade por proteínas plasmáticas;
•• Forma farmacêutica.

Administração de Medicamentos e Prevenção de Erros

•• Cada via de administração tem respectiva indicação, portanto atenção à prescrição;


•• Durante o preparo da medicação evite distrações;

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•• Confira os nove certos:
•• Caso haja alguma dúvida na prescrição, procure esclarecer antes de administrar a medicação;
•• É direito do paciente tirar quaisquer dúvidas sobre a medicação que está tomando, e é dever do
profissional orientá-lo nestes questionamentos;
•• Deve-se ficar atento para possíveis efeitos colaterais decorrentes de drogas utilizadas;
•• Lembre-se: qualquer injetável provoca dor, e ninguém gosta de tomá-los. Respeite as reações
do paciente frente a esses tipos de medicamentos;
•• Sempre utilize duas agulhas: uma para aspirar soluções de frasco ampola e a outra para
administrar;
•• É desperdício de material utilizar uma seringa de 20 ml para aplicar uma solução de 2 ml;
•• Permita que o paciente participe do processo, escolhendo o local da aplicação;
•• Respeite a privacidade do paciente;
•• Providenciar a identificação do medicamento preparado com nome do paciente, quarto, leito,
nome da droga, via de administração, dose e horário.

Nove Itens Certos Para a Correta Administração de Medicamentos:

1. Paciente certo; 6. Tempo certo;

2. Medicamento certo; 7. Validade certa;

3. Dose certa; 8. Abordagem certa;

4. Via certa; 9. Registro certo.

5. Hora certa;

Sistema de Medidas
•• Sistema numérico

Unidades utilizadas
•• Litro – volume;
•• Grama – peso;
•• Metro – extensão (comprimento);
•• UI – unidades internacionais;
•• 1000 ml = 1 litro (L);
•• 1000 mg = 1 grama (g);
•• 1000g = 1 quilograma (Kg

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1 COLHER DE CHA 5 ML

1 COLHER DE SOPA 15 ML

1 XICARA 240 ML

1 COPO AMERICANO 250 ML

1 GOTA 0,060 ML

1 ML 20 GTS

1 GOTA 3 MICROGOTAS

Anticonvulsivante

São fármacos que deprimem seletivamente o Sistema Nervoso Central (SNC) e desta forma aumen-
tam ou mantém o limiar da crise convulsiva. Sua principal aplicação está na supressão de crises, aces-
sos ou ataques epilépticos sem causar dano ao SNC nem depressão da respiração.

Classificação e Principais Drogas Utilizadas

Os anticonvulsivantes são encontrados em várias classes químicas (brometos, barbitúricos, hidanto-


ínas, oxazolidinodionas, succinimidas, acilureídas, benzodiazepínicos) mas os sete seguintes são os
essenciais:
•• Fenobarbital – Gardenal;
•• Fenitoína – Hidantal;
•• Carbamazepina – Tegretol;
•• Etosuximida – Zarontin;
•• Valproato sódico - Depakene;
•• Diazepan e Clonazepan (para status epilepticus) (Diempax) (Rivotril).

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Fenobarbital Gardenal Sonolência, hipotonia, O Diazepam, quando


irritabilidade, depen- EV, não deve ser diluí-
Fenitoína Hidantal dência, hipersensibi- do, faça-o diretamente
lidade potencializada na veia. Quando vier
Diazepam Dienpax com o álcool, insônia. apresentado sob a for-
ma de suspensão, agite
Carbamazepina Tegretol vigorosamente o frasco
antes do uso.
Ácido valproico Depakene

Cuidados de Enfermagem
•• Conferir a regra de CERTOS DE MEDICAMENTOS, antes da administração
•• Orientar o paciente antes da administração do medicamento
•• Orientar o paciente para não suspender a medicação sem ordem médica
•• Orientar para que o paciente faça uso do medicamento no horário padronizado
•• Orientar o paciente para não ingerir bebidas alcóolicas durante o tratamento

Anti-hipertensivos

Definição

São medicamentos que agem e regulam a pressão arterial. Todos os fármacos anti-hipertensivos atu-
am por inibição de algum dos sistemas do organismo responsáveis pela manutenção da pressão arte-
rial (normal ou elevada), independentemente de sua origem.

Principais Drogas Utilizadas


•• Redutores de Noradrenalina liberada.
xx Aldomet, Hidromet (alfametildopa).
•• Estimulantes ou bloqueadores Alfa adrenérgicos pós-sinápticos.
xx Minipress (prazosin).
•• Bloqueadores beta adrenérgicos.
xx Inderal, Propanolol (propanolol).

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Bloqueadores Ganglionares.
xx Arfonad (trimetafan).
•• Vasodilatadores diretos sobre a parede vascular.
xx Apressina (hidralazina), Minoxidil (minoxidil), Nipride (Nitroprussionato de Sódio)
•• Os que exercem ação no Sistema Renina-Angiotensina.
xx Capoten, Captropila (captropil).

Cuidados de Enfermagem
•• Conferir a regra de CERTOS DE MEDICAMENTOS, antes da administração
•• Orientar o paciente antes da administração do medicamento
•• Orientar o paciente para não suspender a medicação sem ordem médica
•• Orientar para que o paciente faça uso do medicamento no horário padronizado
•• Orientar o paciente controlar a dieta (hipossódica ou assódica) independente do uso de
medicamentos
•• Orientar o paciente que os medicamentos que agem sobre o Sistema Renina-Angiotensina têm
ação diurética (aumenta a excreção de urina)

Antiarrítmicos

Definição

São fármacos que agem especificamente nas arritmias, diferentemente dos cardiotônicos e digitálicos.

Principais Drogas Utilizadas


Grupo I: Quinidina – Quinidine;
Grupo II: Propanolol - Propanolol/Inderal;
Grupo III: Amiodarona – Ancoron;
Grupo IV: Verapamil – Dilacoron;

Cuidados de Enfermagem
•• Conferir a regra de CERTOS DE MEDICAMENTOS, antes da administração
•• Orientar o paciente antes da administração do medicamento
•• Orientar o paciente para não suspender a medicação sem ordem médica
•• Orientar para que o paciente faça uso do medicamento no horário padronizado

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Insulina

É um hormônio secretado pelas células beta das Ilhotas de Langherans do pâncreas. A insulina trans-
porta a glicose livre na corrente sanguínea para dentro das células, promovendo hipoglicemia, por
isso é conhecida como agente hipoglicemiante. A insulina é classificada como um hormônio hipogli-
cemiante utilizada em vários tipos do Diabetes. O tratamento do Diabetes pode ser dar através de:
•• Dieta específica;
•• Terapia com insulinas;
•• Agentes Hipoglicemiantes Orais

Tipos e Classificação (De acordo com a duração da atividade hipoglicemiante)

Insulina de Ação Rápida

Também conhecida como regular, simples ou cristalina, apresenta-se na forma de solução aquosa,
incolor e transparente como a água. Indicada principalmente durante as emergências (complicações
como o coma).
Vias de Administração
SC, IM e IV (circunstâncias especiais-Soro).

Apresenta efeito 30 minutos após a sua administração, atinge o pico de concentração entre 2 – 4 ho-
ras e se esgota entre 6 – 8hs. Apresentações Comerciais: 1ml de insulina corresponde a 100 UI

Insulina NPH

O N é de pH Neutro, P de protamina e H de Hagedorn. Apresenta aspecto turvo causado pelo zinco e


pela proteína que existe em seu conteúdo.
Vias de Administração
Somente subcutânea.

Apresenta efeito de 1-2 horas após a sua administração, atinge o máximo de concentração entre 8
– 12hr. Esgota-se entre 24 – 28hr. Apresentações Comerciais: 1ml de insulina corresponde a 100 UI

Insulina Monocompetente

É um tipo de insulina extremamente purificada, não tendo atividade antigênica, isto é, não forma an-
ticorpos, responsáveis por certas reações das insulinas comuns. É muito utilizada em jovens.

Existem com dois nomes: Actrapid = Simples, Monotard = NPH e são obtidas do pâncreas do boi e do
porco (a insulina que mais se assemelha a insulina humana).

Cuidados de Enfermagem
•• Conferir a regra de CERTOS DE MEDICAMENTOS, antes da administração

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Orientar o paciente antes da administração do medicamento
•• Orientar o paciente para não suspender a medicação sem ordem médica
•• Orientar para que o paciente faça uso do medicamento no horário padronizado
•• Orientar para que o paciente mantenha a dieta orientada pelo médico e nutricionista
•• Orientar o paciente para que não permaneça longos períodos sem alimentação
•• Orientar o paciente sobre sinais de hipoglicemia e hiperglicemia e como agir nessas situações
•• Orientar o paciente sobre a aplicação correta da insulina, incluindo rodízio dos locais de aplicação
•• Orientar o paciente sobre a conservação do medicamento

Fonte: https://www.todamateria.com.br/insulina/. Acesso em 11/11/23

Antibióticos

Definição: São substâncias químicas que exercem ação seletiva sobre os microrganismos. São usados
no tratamento ou controle de moléstias causadas por organismos ou células invasoras patogênicas.
Segundo o tipo de parasitos ou invasores sobre os quais atuam podem ser:
•• Antihelmínticos; •• Antibacterianos (antibióticos);
•• Antiprotozoários; •• Antivirais;
•• Antifúngicos; •• Antineoplásicos (quimioterapia).

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Mecanismo de Ação
Os antibióticos podem atuar de quatro maneiras distintas:
•• Prejudicando a formação da parede celular;
•• Desorganizando a membrana celular;
•• Impedindo a divisão dos cromossomos;
•• Bloqueando a síntese das proteínas.
Todo o quimioterápico, de acordo com a ação que vai exercer sobre o microrganismo podem ser:
•• Cida: Bactericida, Viricida, Fungicida;
•• Stático: Bacteriostático, Virustático, Fungistático.

Penicilinas
Encontrada em diferentes tipos, a penicilina apresenta-se, em geral, como um sólido cristalino bran-
co, ou branco amarelado inodoro. Os vários tipos isolados foram designados pelas letras F, G, K, O e
V, sendo as penicilinas G e V as mais utilizadas.

Mecanismo
Dependendo da concentração podem ser bactericidas ou bacteriostáticas.

Indicações

Infecções graves produzidas por gram-positivos; pré-operatório em pacientes portadores de altera-


ções valvulares cardíacas; pacientes submetidos a tratamento por corticóide.
xx Vias de Administração: Oral, IV, IM. Outras vias possíveis são: retal, inalações, intratecal
(intra-raquidiana).

Principais penicilinas comercializadas


Benzilpenicilia (penicilina G)
•• Despacilina;
•• Penicilina G Potássica;
•• Pentid.
Ampicilina
•• Ampicil; •• Binotal;
•• Ampicilin; •• Policilin.
Carbenicilina
•• Carbenicilina;
•• Pyopen;

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Cloxacilina
•• Bactopen;
•• Cloxacilina.
Oxacilina
•• Staficilin N.
Fenoximetilpenicilina
•• Pen-Ve-Oral
(Penicilina V)
Amoxicilina
•• Amoxil;
•• Amoxilin;
•• Benzoral;
•• Hiconcil;

•• Novocilin.

Tetraciclinas

As tetraciclinas apresentam-se sob a forma de sólido cristalino, de cor amarela inodoro.

Mecanismo:
São bacteriostáticas de amplo espectro, abrangendo bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.
xx Vias de administração: Via oral é a mais utilizada, IV, IM e aplicações tópicas.

Principais tetraciclinas comercializadas


Tetraciclina
•• Acromicina;
•• Tetraciclina;
•• Tetrex.
Oxitetraciclina: Terramicina.
Doxicilina: Vibramicina.

Cuidados de Enfermagem
•• Conferir a regra de CERTOS DE MEDICAMENTOS, antes da administração

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
•• Orientar o paciente antes da administração do medicamento
•• Orientar o paciente para não suspender a medicação sem ordem médica
•• Orientar para que o paciente faça uso do medicamento no horário padronizado
•• Orientar para que a ingestão do medicamento seja feita com água (alguns antibióticos não po-
dem ser ingeridos com leite)
•• Orientar o paciente sobre a conservação do medicamento, muitos antibióticos após reconstitui-
ção devem ser conservados sob refrigeração

frasco ampola

Fonte: https://www.turbosquid.com/pt_br/3d-models/3d-vial-medicine-bottle-1414794. Acesso em 11/11/23

frasco para reconstituir

Fonte: https://enfermagemilustrada.com/reconstituicao-vs-diluicao-as-diferencas/. Acesso em 11/11/23

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Broncodilatadores

São os fármacos que dilatam os brônquios, facilitando a saída das secreções, propiciando melhor res-
piração. São normalmente utilizados para alívio das crises de dispnéias agudas ou prevenção destas.
Muito usados em portadores de asma.
•• Fedrina ou epinefrina – Adrenalina;
•• Isoprenalina;
•• Salbutamol – Aerolin;
•• Terbutalina – Bricanyl;
•• Fenoterol – Berotec
•• Atrovent= Brometo de Ipratrópio)

Cuidados de Enfermagem
•• Conferir a regra de CERTOS DE MEDICAMENTOS, antes da administração
•• Orientar o paciente antes da administração do medicamento
•• Orientar o paciente para não suspender a medicação sem ordem médica
•• Orientar para que o paciente faça uso do medicamento no horário padronizado
•• Orientar e observação presença de taquicardia após administração de broncodilatadores (efeito
colateral)

Laxantes

São medicamentos que auxiliam o trânsito do conteúdo intestinal, facilitando a evacuação. Bisacodil
(VO e supositórios) - Ducolax, Picossulfato de sódio, óleo de rícino (forte, portanto, purgativo, Laxol),
supositório de glicerina, fenolftaleína + óleo mineral (Agarol).
•• Antidiarréicos/ Constipantes
xx São medicamentos que eliminam a diarreia: Elixir palegórico, Difenoxilato, Ioperamida.
•• Antifiséticos/Antigases
xx São medicamentos usados para impedir o acúmulo de gases no interior do TGI: Dimeticona
(Luftal).
•• Antiespasmódicos
xx São medicamentos que tem a capacidade de diminuir os tônus e o peristaltismo intestinal.
Ocorre um retardo no esvaziamento gástrico em tratamento de úlcera péptica duodenal:
Atropina (Atroveran), Hioscina (Buscopan), Hioscina+dipirona (Buscopan Composto).

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Cuidados de Enfermagem
•• Conferir a regra de CERTOS DE MEDICAMENTOS, antes da administração
•• Orientar o paciente antes da administração do medicamento
•• Orientar o paciente para não suspender a medicação sem ordem médica
•• Orientar para que o paciente faça uso do medicamento no horário padronizado
•• Orientar sobre a ingestão de dieta adequada ao quadro clinico apresentado pelo paciente

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL - LEI No 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986.

BRUNNER & SUDDARTH, Manual de enfermagem médico-cirúrgica / revisão técnica Sonia Regina de Sou-
za; tradução Patricia Lydie Voeux. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.CARNEIRO; J C.
Capítulo 12. In: Histologia básica: texto e atlas / L. C . Junqueira, José Carneiro; autorcoordenador Paulo
Abrahamsohn. – 13. ed.- [Reimpr.].- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. il. ISBN 978-85-277-3216-1

COFEN – Código de ética - RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017.

CURI, Rui; ARAUJO FILHO, Joaquim Procópio de. Fisiologia básica. 2. ed. Rio de Janeiro: 2 0 Guanabara
Koogan, 2017. xx, 817 p. ISBN 9788527731966.

DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana básica. 2003.

DOCHETERMAN, J. M. & BULECHEK, G. M. (2016). Classificação das Intervenções de Enfermagem


(NIC). (6ª ed.). Porto Alegre: Artmed.

GOLAN, David E. e col. Princípios de Farmacologia. A Base Fisiopatológica da Farmacologia Editora


Guanabara Koogan, 3ª edição, 2014.

GOMES, et al. Semiotécnica em enfermagem [recurso eletrônico] / organizadores: Cleide Oliveira

Gomes ... [et al.]. – Natal, RN : EDUFRN, 2018. 431 p. : il., PDF ; 13,6 MB.

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 14.ed. 2021. Tratado
de fisiologia médica : fundamentos de Guyton. 10.ed. 2021. ISBN 8595158614

HERDMAN, T.H.; KAMITSURU, S. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação


2018-2020/ [NANDA Internacional]. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

PORTO, Celmo Celeno Semiologia Médica-7ª Edição. 2013. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan.

POTTER, Patricia Ann Fundamentos de enfermagem / Patricia A. Potter, Anne Griffi n Perry ; [tradução
de Maria Inês Corrêa Nascimento... et al.]. – 9ed - Rio de Janeiro : Elsevier, 2017. ISBN 978-85-352-
8701-1

RANG, H.P; DALE, M.M. Farmacologia. Editora Elsevier, 8ª edição, 2016.

TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e 5 0 fisiologia.
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TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2019. xvii, 1201 p. ISBN 9788527728621.

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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
MATERIAL DE APOIO

Cadernos de Atenção Básica


Prevenção Clínica de Doenças Cardiovascular, Cerebrovascular e Renal Crônica
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Cadernos de Atenção Básica


Estratégias para Cuidado da Pessoa com Doenças Crônicas - Diabetes Mellitus
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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Cadernos de Atenção Básica
Doenças Respiratórias Crônicas
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Cadernos de Atenção Básica Estratégia para o


Cuidado da Pessoa com Doença Crônica e Hipertensão Arterial Sistêmica
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Cadernos de Atenção Básica


Hipertensão Arterial e Sistêmica
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RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Código de Ética
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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS CARDIOVASCULARES,
RESPIRATÓRIAS E ENDÓCRINAS
Assistência de Enfermagem nas Patologias
Gastrintestinais, Urinárias e Neurológicas

INTRODUÇÃO

A assistência de enfermagem é essencial no cuidado de pacientes com patologias gas-


trointestinais, urinárias e neurológicas. Essas doenças afetam diretamente a qualidade de
vida do paciente e podem levar a complicações graves se não tratadas adequadamente.

O papel do profissional de enfermagem é crucial nesse processo, pois é responsável por


avaliar e monitorar constantemente o estado de saúde do paciente, fornecer cuidados
adequados, orientar sobre os tratamentos e promover a prevenção de complicações.
Nesta abordagem, a enfermagem atua de forma integral, considerando as necessidades
biopsicossociais do paciente e sua família, com a finalidade de proporcionar uma assis-
tência humanizada e de qualidade.

Além disso, a equipe de enfermagem desempenha um papel fundamental na educação


do paciente e de seus familiares, transmitindo informações sobre a doença, tratamen-
tos disponíveis e cuidados pós-tratamento. Esta educação permite que os pacientes se
tornem mais autônomos em relação ao seu próprio cuidado, o que contribui significa-
tivamente para sua reabilitação e bem-estar. A capacidade de estabelecer uma comu-
nicação eficaz e empática é essencial, pois cria um ambiente de confiança, facilitando
a adesão ao tratamento e a tomada de decisões informadas. Em suma, a assistência
de enfermagem vai além dos cuidados técnicos, englobando uma abordagem holística
que prioriza o bem-estar global do paciente.
TEMA 01

Anatomia e Fisiologia do Sistema Digestório/


Gastrite/Úlcera Peptídica/Pancreatite

1. Anatomia e Fisiologia do Sistema Digestório

“Doze metros de tubo muscular em movimento, umedecidos por secreções mucosas, ácidas e
enzimáticas de glândulas tão grandes como o fígado ou tão pequenas como as células, um reves-
timento de vilosidades que absorvem águas e substâncias nutritivas... Eis o sistema digestório,
através do qual o corpo se abastece de energia e matérias-primas.” (Rigutti, 2007)

O sistema digestório é formado por uma série de órgãos e estruturas que trabalham em conjunto
para processar os alimentos que ingerimos e extrair nutrientes que são necessários para o funciona-
mento do nosso corpo.
Ele é composto por seis estruturas principais e os órgãos anexos.

Fonte: https://blog.stoodi.com.br/blog/biologia/sistema-digestivo/. Acesso em 18/11/23

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS,
URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Estruturas principais Estruturas anexas

Cavidade oral Dentes

Faringe Língua

Esôfago Glândulas salivares

Estômago Fígado

Intestino delgado Vesícula biliar

Intestino grosso Pâncreas

1.1 Estruturas Principais

1.1.1 Boca

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/sistemas/389/sistema-digestorio#google_vignette. Acesso em 18/11/23

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS,
URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Localizada no rosto dos humanos e de outras espécies, a boca é uma cavidade com múltiplas funções,
como falar, respirar e iniciar o processo digestivo. Em termos anatômicos, é composta por lábios, ca-
vidade oral, língua, dentes, gengivas, palato, úvula e glândulas salivares.

A cavidade oral, também denominada boca, representa o começo do trato gastrointestinal. Ela é vital
para o processo digestivo, atuando em etapas como:
99 Preensão: Trata-se do processo de capturar e introduzir alimentos na boca. A preensão ade-
quada é importante para garantir que alimentos não seguros não entrem no sistema digestivo.
99 Mastigação: Quando os alimentos são colocados na boca, eles são mastigados e triturados por
dentes, língua e saliva para reduzir o tamanho das partículas. A mastigação adequada ajuda a
aumentar a superfície de contato do alimento com os sucos digestivos e enzimas que são pro-
duzidos no sistema digestivo. Isso permite que as enzimas sejam mais eficazes no processo de
digestão.
99 Lubrificação: A saliva, produzida na boca, possui enzimas que iniciam a quebra de carboidratos
e lipídios. Além de proporcionar a decomposição parcial dos alimentos, a saliva amolece e ume-
dece o bolo alimentar, preparando-o para a deglutição. O bicarbonato presente nela ainda age
equilibrando a acidez estomacal.
99 Deglutição: Após a mastigação, o bolo alimentar é empurrado para a faringe e o esôfago por
contrações musculares controladas pelo sistema nervoso. Essas contrações empurram o ali-
mento em direção ao estômago, onde ocorre a maior parte da digestão. A boca é importan-
te para iniciar o processo de deglutição e ajudar a empurrar o bolo alimentar em direção ao
esôfago.
99 Percepção de sabor: A boca apresenta receptores de sabor que nos permitem identificar os
sabores dos alimentos. Isso é importante porque o sabor dos alimentos pode afetar a escolha
alimentar e a quantidade de alimentos consumidos.

1.1.2 Faringe

A faringe é um órgão tubular que faz parte tanto do sistema respiratório quanto do sistema diges-
tório. Ela é uma estrutura muscular oca localizada na parte posterior da boca e na frente da coluna
vertebral cervical.

A faringe é dividida em três partes:


•• Nasofaringe é a parte mais superior e se conecta com as cavidades nasais.
•• Orofaringe é a parte intermediária e se encontra na região posterior da boca, posterior à língua.
•• Laringofaringe é a parte inferior e está localizada abaixo da orofaringe, se estendendo até a
entrada do esôfago e da laringe.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS,
URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/09/faringe.jpg. Acesso em 18/11/23

No processo de digestão, a faringe é responsável por conduzir o bolo alimentar para o esôfago, bem
como por permitir a passagem do ar em direção aos pulmões durante a respiração. Durante a de-
glutição, os músculos da faringe contraem-se e empurram o alimento em direção ao esôfago, que se
encontra abaixo dela.

A faringe também desempenha um papel importante na fala e no sentido do olfato. Na parte superior
da nasofaringe, estão localizadas as células olfatórias, que ajudam a detectar odores. Além disso, a
faringe é responsável por produzir sons, pois é um órgão que pode vibrar devido à passagem do ar
em sua cavidade, contribuindo para a produção de sons na fala e no canto.

1.1.3 Esôfago

O esôfago é um órgão muscular oco que faz parte do trato gastrointestinal e é responsável por trans-
portar o alimento da faringe para o estômago. Ele é um tubo longo e delgado, com cerca de 25 centí-
metros de comprimento e 2 centímetros de diâmetro, que se estende desde a faringe até o estômago.

O esôfago é composto por três camadas de tecido: uma camada externa de tecido conjuntivo, uma
camada muscular intermediária e uma camada interna de tecido epitelial. A camada muscular é res-
ponsável por impulsionar o alimento em direção ao estômago através de contrações rítmicas, conhe-
cidas como movimentos peristálticos.
99 Também possui dois esfíncteres musculares, que funcionam como válvulas para controlar a
entrada e saída do alimento.

O esfíncter superior, localizado na parte inferior da faringe, controla a entrada do alimento no esô-
fago, enquanto o esfíncter inferior, localizado na parte superior do estômago, impede o refluxo do
conteúdo gástrico para o esôfago.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS,
URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/dist%C3%BArbios-esof%C3%A1gicos-e-de-
degluti%C3%A7%C3%A3o/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-es%C3%B4fago. Acesso em 18/11/23

A principal função do esôfago é transportar o alimento mastigado e umedecido pela saliva da boca
até o estômago, onde ocorre a digestão química e a absorção dos nutrientes. Durante a deglutição, o
alimento é empurrado para o esôfago pelos músculos da faringe e, em seguida, é impulsionado pelo
movimento peristáltico ao longo do esôfago até chegar ao estômago.

1.1.4 Estômago

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/63/Estomago.svg/
800px-Estomago.svg.png. Acesso em 18/11/23

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS,
URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
O estômago é um órgão muscular sacular que faz parte do trato gastrointestinal e tem como princi-
pal função armazenar e misturar o alimento com o suco gástrico para iniciar o processo de digestão
química das proteínas. Ele está localizado abaixo do diafragma, no lado esquerdo do abdômen, e se
conecta ao esôfago pelo esfíncter gastroesofágico e ao intestino delgado pelo piloro.
Anatomicamente, o estômago é dividido em quatro partes:
•• Cárdia é a parte do estômago que se conecta ao esôfago.
•• Fundo é a porção mais alta do estômago.
•• Corpo é a porção principal do estômago.
•• Piloro é a porção inferior que se conecta ao intestino delgado.

Fonte: https://www.infoescola.com/sistema-digestivo/estomago/. Acesso em 18/11/23

A parede do estômago é composta por três camadas de tecido: uma camada externa de tecido con-
juntivo, uma camada muscular intermediária que é responsável por misturar o alimento com o suco
gástrico através de contrações rítmicas, conhecidas como movimentos peristálticos, e uma camada
interna de tecido epitelial. O estômago produz o suco gástrico, uma solução ácida composta por ácido
clorídrico, enzimas digestivas e muco.
99 O ácido clorídrico ajuda a matar as bactérias presentes no alimento e também ativa a enzima
pepsina, que é responsável pela digestão das proteínas.
99 O muco forma uma camada protetora que reveste a mucosa gástrica, evitando que o ácido gás-
trico e as enzimas digestivas danifiquem o tecido do estômago.

A digestão no estômago começa quando o alimento é misturado com o suco gástrico e se transforma
em uma pasta ácida chamada quimo. O quimo é liberado do estômago para o intestino delgado atra-
vés do piloro, em pequenas quantidades, onde continuará sendo digerido e absorvido.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
1.1.5 Intestino Delgado

O intestino delgado é um órgão tubular longo e estreito, que fica localizado entre o estômago e o in-
testino grosso. É dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. A maior parte da digestão e absorção
dos nutrientes ocorre no intestino delgado.
Anatomicamente, o intestino delgado tem uma parede formada por quatro camadas:
•• Camada mucosa é a camada mais interna e é responsável pela absorção dos nutrientes e possui
muitas dobras e vilosidades, que aumentam a superfície de absorção do órgão. As células intes-
tinais presentes nas vilosidades possuem microvilosidades em sua superfície, que aumentam
ainda mais a superfície de absorção.
•• Camada submucosa contém as glândulas intestinais, que produzem enzimas que ajudam na
digestão dos alimentos.
•• Camada muscular é responsável pelos movimentos peristálticos que impulsionam o alimento
pelo intestino.
•• Camada serosa é a camada mais externa, que protege o órgão.

As glândulas intestinais produzem diversas enzimas digestivas, incluindo a amilase, a lactase, a saca-
rase e a lipase, que atuam na digestão de carboidratos, proteínas e lipídeos. Além disso, o pâncreas
também produz enzimas digestivas, como a tripsina, a quimotripsina e a lipase pancreática, que são
secretadas no duodeno para ajudar na digestão.

O intestino delgado é responsável pela absorção de nutrientes, como carboidratos, proteínas, lipíde-
os, vitaminas e minerais, para serem utilizados pelo organismo. As células intestinais possuem trans-
porte ativo e passivo para absorver os nutrientes dos alimentos digeridos. Os nutrientes são trans-
portados para a corrente sanguínea e, em seguida, são levados para as células do corpo, onde são
utilizados como fonte de energia.

O intestino delgado é dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. Cada parte possui característi-
cas e funções específicas no processo de digestão e absorção de nutrientes.

Fonte: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/intestino-delgado/. Acesso em 18/11/23

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1. Duodeno: é a primeira parte do intestino delgado, e é responsável por receber o quimo, que é
a mistura de alimentos parcialmente digeridos que vem do estômago, bile e suco pancreático. A
bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, e tem a função de emulsificar as gor-
duras, facilitando a ação das enzimas digestivas. O suco pancreático, produzido pelo pâncreas,
contém enzimas que ajudam na digestão de proteínas, carboidratos e gorduras. No duodeno,
o quimo é neutralizado com bicarbonato produzido pelo pâncreas, já que o conteúdo do estô-
mago é bastante ácido.

2. Jejuno: é a segunda parte do intestino delgado e é onde ocorre a maior parte da absorção de
nutrientes. Ele é revestido por vilosidades intestinais, que são pequenas projeções em forma
de dedos que aumentam a área de absorção. Cada vilosidade é coberta por microvilosidades,
o que aumenta ainda mais a superfície de absorção. As células das vilosidades produzem en-
zimas digestivas, como a sacarase, lactase e maltase, que atuam na digestão de açúcares. Os
nutrientes são absorvidos pelas células das vilosidades e levados pela corrente sanguínea para
o fígado.

3. Íleo: é a terceira e última parte do intestino delgado e é responsável por absorver a maior parte
da vitamina B12, bem como sais biliares e outras substâncias que não foram absorvidas no jeju-
no. O íleo tem uma relação próxima com o intestino grosso, já que é responsável por controlar
a passagem do conteúdo intestinal para o cólon através do esfíncter ileocecal.

CURIOSIDADE

O mecanismo de esvaziamento ileocecal é um processo regulado pelo esfíncter ileocecal,


que é um músculo que separa o íleo (última porção do intestino delgado) do ceco (primei-
ra porção do intestino grosso). O esfíncter ileocecal age como uma válvula que controla o
fluxo do conteúdo intestinal do íleo para o ceco.
O esvaziamento ileocecal ocorre quando o conteúdo intestinal do íleo, que contém os
nutrientes já digeridos e absorvidos, atinge o esfíncter ileocecal. O esfíncter então relaxa,
permitindo que o conteúdo intestinal passe para o ceco. A presença de conteúdo no ceco
estimula a contração do músculo cecal, levando a uma onda peristáltica que empurra o
conteúdo intestinal para o cólon.
O mecanismo de esvaziamento ileocecal é importante para garantir uma transição sua-
ve do conteúdo intestinal do intestino delgado para o intestino grosso, permitindo uma
absorção máxima de nutrientes no intestino delgado antes que o material restante seja
eliminado pelo cólon. Também ajuda a prevenir o refluxo do conteúdo intestinal do in-
testino grosso para o intestino delgado, o que pode causar problemas digestivos e de
absorção de nutrientes.

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1.1.6 Intestino Grosso

O intestino grosso é a última parte do sistema digestório e é responsável por absorver água e sais
minerais do conteúdo intestinal, formar as fezes e eliminá-las do corpo. Ele é composto pelo ceco, o
cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmoide) e o reto, terminando no ânus.

O ceco é a primeira parte do intestino grosso e se conecta ao íleo do intestino delgado pelo esfíncter
ileocecal. No ceco, há uma pequena extensão em forma de bolsa chamada de apêndice vermiforme,
que não tem uma função clara no processo de digestão e pode até mesmo causar problemas de saú-
de em caso de inflamação.

O cólon é a maior parte do intestino grosso e é dividido em quatro segmentos principais: o cólon
ascendente, o cólon transverso, o cólon descendente e o cólon sigmoide.

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/intestino-grosso.htm. Acesso em 18/11/23

•• Cólon ascendente começa no ceco e se move para cima em direção ao fígado.


•• Cólon transverso atravessa a cavidade abdominal de um lado para o outro, passando pela al-
tura do umbigo.
•• Cólon descendente se move para baixo pela cavidade abdominal até o nível da pelve, onde se
transforma no cólon sigmoide,
•• Cólon sigmóide que é uma porção em forma de S do cólon que se conecta ao reto.

A principal função do intestino grosso é a absorção de água e eletrólitos do conteúdo intestinal.


O conteúdo intestinal é bastante líquido ao entrar no intestino grosso, mas à medida que avan-
ça, a maior parte da água e dos eletrólitos é absorvida pelas células do intestino e devolvida à
corrente sanguínea. Isso resulta em uma concentração cada vez maior do conteúdo intestinal e
na formação de fezes.

As fezes são armazenadas no reto até serem eliminadas pelo ânus em uma ação conhecida como
defecação. O processo de defecação é controlado por dois esfíncteres, um esfíncter interno invo-
luntário e um esfíncter externo voluntário. Quando as fezes se acumulam no reto e distendem as
paredes do órgão, os nervos enviam sinais para o cérebro que ativam o reflexo de defecação.

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O esfíncter interno relaxa e as paredes do reto se contraem, empurrando as fezes para for a do cor-
po. O esfíncter externo pode então ser controlado conscientemente para permitir a passagem das
fezes. Além disso, o intestino grosso também abriga uma grande população de bactérias benéficas,
conhecidas como microbiota intestinal, que ajudam a decompor e fermentar alimentos não dige-
ridos, produzir vitaminas e ácidos graxos de cadeia curta e ajudar a regular o sistema imunológico
do corpo.

1.2 Estruturas Anexas

1.2.1 Dentes

Os dentes são estruturas anatômicas duras e calcificadas localizadas na boca, que desempenham um
papel crucial no processo de digestão.

Em seres humanos, existem dois conjuntos de dentes: os dentes de leite (também chamados de
dentes decíduos) e os dentes permanentes. A dentição humana completa é composta por 32 dentes
permanentes e 20 dentes decíduos, totalizando 52 dentes ao longo da vida.

Os dentes permanentes são compostos por 8 incisivos (4 superiores e 4 inferiores), 4 caninos (2


superiores e 2 inferiores), 8 pré-molares (4 superiores e 4 inferiores) e 12 molares (6 superiores
e 6 inferiores).

A principal função dos dentes é a mastigação, que é o processo de triturar e cortar alimentos em pe-
daços menores para facilitar a deglutição e a digestão. Os dentes humanos têm diferentes formas e
tamanhos, cada um adaptado para uma função específica no processo de mastigação.
•• Incisivos: têm uma forma cônica e são usados para cortar os alimentos, como frutas, verduras
e carnes.
•• Caninos: têm uma forma mais pontiaguda e são usados para rasgar e desfiar os alimentos mais
duros, como a carne.
•• Molares e pré-molares: têm superfícies planas e são usados para triturar e moer os alimentos
para uma consistência mais fácil de engolir.

Fonte: https://ortodontiacuritiba.com.br/blog/entenda-a-funcao-de-cada-dente.html. Acesso em 18/11/23

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Os dentes também têm uma função importante na digestão química dos alimentos. A mastigação
ajuda a expor uma maior superfície do alimento aos sucos digestivos, incluindo a saliva, que contém
enzimas digestivas, como a amilase salivar, que começa a quebrar os carboidratos presentes nos ali-
mentos. Com a trituração, os alimentos se misturam com a saliva e as enzimas digestivas, permitindo
que a digestão química comece a ocorrer enquanto os alimentos ainda estão na boca.

Além disso, os dentes também desempenham um papel importante na saúde bucal e na digestão
geral. Dentes saudáveis e bem cuidados, por meio da escovação, uso de fio dental e visitas regulares
ao dentista, ajudam a garantir uma mastigação eficaz e uma boa digestão dos alimentos, o que, por
sua vez, pode promover uma boa nutrição e saúde geral.

Por outro lado, a falta de dentes ou problemas dentários pode afetar negativamente a capacidade de
uma pessoa para mastigar adequadamente e digerir os alimentos, levando a problemas de nutrição
e saúde gastrointestinal.

1.2.2 Língua

A língua é um órgão muscular localizado na cavidade oral, na parte inferior da boca, que desempenha
várias funções, como ajudar na mastigação e deglutição dos alimentos, na fala e no paladar, através
das papilas gustativas. No processo de digestão ela é responsável pela manipulação dos alimentos e
pela preparação para a deglutição.

Durante a mastigação, a língua ajuda a manipular e posicionar o alimento na boca para uma melhor
trituração pelos dentes. A língua também auxilia na mistura dos alimentos com a saliva, que contém
enzimas digestivas. Quando a língua movimenta o alimento para a parte de trás da boca, ela estimula
a deglutição, que é o ato de engolir. Além disso, a língua é importante na percepção dos sabores, o
que ajuda a determinar a preferência alimentar e a estimular a produção de saliva e sucos digestivos.
99 Existem cinco tipos de papilas gustativas na língua que são sensíveis a diferentes sabores:
doce, salgado, azedo, amargo e umami (sabor um pouco salgado encontrado em alimentos
ricos em proteínas).

Fonte: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/lingua/. Acesso em 18/11/23

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A língua também é importante na formação do bolo alimentar, que é a mistura de alimentos e saliva
que é formada na boca antes da deglutição. A formação do bolo alimentar ajuda a facilitar a degluti-
ção e a digestão dos alimentos no estômago.

1.2.3 Glândulas Salivares

As glândulas salivares são órgãos responsáveis pela produção de saliva, lubrificação da boca e prote-
ção contra infecções. Existem três pares principais de glândulas salivares em seres humanos: as glân-
dulas parótidas, submandibulares e sublinguais, que produzem cerca de 1 a 1,5 litros de saliva por dia.

No processo de digestão, essa saliva, que é uma mistura de água, enzimas digestivas e outras substân-
cias na cavidade oral, que desempenham várias funções importantes no processo de digestão. Uma
das funções da saliva é ajudar na mastigação e na deglutição dos alimentos. Ela umedece os alimen-
tos e os torna mais fáceis de mastigar e engolir. Além disso, a saliva contém enzimas, como a amilase
salivar, que inicia o processo de digestão dos carboidratos, quebrando-os em açúcares menores.

A saliva também ajuda a manter a boca limpa e saudável, protegendo os dentes contra a cárie dentá-
ria e a infecção bacteriana. Ela contém substâncias antibacterianas e anticariogênicas, que impedem
a proliferação de bactérias na boca e reduzem o acúmulo de placa dentária.

Outra função da saliva é ajudar na digestão dos alimentos no estômago. Quando engolimos, a saliva
é transportada para o estômago juntamente com o alimento. Lá, ela ajuda a neutralizar o ácido es-
tomacal, reduzindo a acidez e protegendo as paredes do estômago. Além disso, a saliva contém uma
enzima chamada lipase lingual, que ajuda na digestão dos lipídios (gorduras).

Fonte: https://www.tuasaude.com/glandulas-salivares/. Acesso em 18/11/23

Existem três tipos principais de glândulas salivares no corpo humano, que diferem em tamanho, lo-
calização e função:

1. Glândulas parótidas: são as maiores glândulas salivares e estão localizadas na frente e abaixo
das orelhas. Elas produzem cerca de 25% da saliva total e são responsáveis pela produção da
saliva aquosa, que contém principalmente água e eletrólitos. As glândulas parótidas produzem
uma enzima chamada amilase salivar, que ajuda na digestão dos carboidratos.

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2. Glândulas submandibulares: estão localizadas abaixo da mandíbula e produzem cerca de 70%
da saliva total. Elas produzem uma saliva mista, que contém água, eletrólitos e enzimas digesti-
vas, incluindo a amilase salivar e a lisozima, que tem propriedades antibacterianas.

3. Glândulas sublinguais: são as menores glândulas salivares e estão localizadas abaixo da língua.
Elas produzem cerca de 5% da saliva total e produzem uma saliva espessa e viscosa, rica em
muco e outras substâncias protetoras. A saliva produzida pelas glândulas sublinguais contém
uma pequena quantidade de enzimas digestivas, mas é principalmente responsável por lubrifi-
car e proteger a boca e a garganta.

1.2.4 Fígado

O fígado é o maior órgão interno do corpo humano e é localizado no lado direito da cavidade abdo-
minal, abaixo do diafragma. Anatomicamente, o fígado é composto por duas partes principais, o lobo
direito e o lobo esquerdo, separados pelo ligamento falciforme. O fígado também tem uma estrutura
microscópica complexa, com células especializadas chamadas hepatócitos organizados em pequenos
lobos. O sangue flui através desses lobos hepáticos em canais chamados sinusóides, que se unem
para formar as veias hepáticas que saem do fígado.

Fonte: https://aprovatotal.com.br/sistema-digestorio/. Acesso em 18/11/23

O fígado é um órgão vital para o processo de digestão, pois ele produz a bile, que é uma substância
que ajuda a emulsificar as gorduras no intestino delgado, tornando-as mais solúveis e, portanto,
mais facilmente digeríveis pelas enzimas pancreáticas. A bile também ajuda a neutralizar o con-
teúdo ácido do estômago que entra no intestino delgado, tornando o pH mais favorável para as
enzimas digestivas.

Além disso, o fígado também é responsável por armazenar e liberar glicose na corrente sanguínea
quando necessário, regulando, assim, os níveis de açúcar no sangue. Ele também converte a amônia,
um subproduto do metabolismo de proteínas, em ureia, que é eliminada pelos rins na urina.

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O fígado também tem a função de armazenar vitaminas e minerais, como as vitaminas A, D, E, K e o
ferro, e produz proteínas importantes para o transporte de substâncias no sangue, como a albumina
e as proteínas da coagulação. Além disso, o fígado é responsável por filtrar as toxinas do sangue e
eliminá-las do corpo, contribuindo para a desintoxicação do organismo.

1.2.5 Vesícula Biliar

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ves%C3%ADcula_biliar#/media/Ficheiro:Illu_
pancrease_portugu%C3%AAs.jpg. Acesso em 19/11/23

A vesícula biliar é um pequeno órgão em forma de pera, localizado abaixo do fígado e conectado a
ele por meio de ductos biliares. Sua função principal é armazenar e concentrar a bile produzida pelo
fígado até que ela seja liberada no intestino delgado.

A bile é um líquido produzido pelo fígado que contém ácidos biliares, colesterol e outras substâncias
que ajudam a digerir as gorduras no intestino delgado. Quando a gordura entra no intestino delgado,
a vesícula biliar se contrai e libera a bile através do ducto biliar comum, que se une ao ducto pancre-
ático antes de entrar no duodeno, a primeira parte do intestino delgado.

A vesícula biliar é capaz de concentrar a bile até dez vezes mais do que ela é produzida pelo fígado,
o que é importante para a digestão eficiente das gorduras. Quando a bile é liberada no intestino
delgado, ela ajuda a emulsificar as gorduras, tornando-as mais facilmente digeríveis pelas enzimas
pancreáticas.

Além disso, a vesícula biliar também pode ser responsável por armazenar e liberar outras substâncias,
como a bilirrubina, que é um subproduto da degradação dos glóbulos vermelhos, e o bicarbonato,
que ajuda a neutralizar o conteúdo ácido do estômago que entra no intestino delgado. No entanto,
essas funções são secundárias em relação à sua função principal de armazenar e liberar a bile.

Assim, a vesícula biliar desempenha um papel crítico na digestão e absorção de gorduras, permitindo
que o organismo obtenha os nutrientes necessários para suas funções. Sem a bile, a digestão de gor-
duras seria muito menos eficiente e as gorduras não seriam absorvidas adequadamente, resultando
em problemas de saúde, como diarreia, esteatorréia e deficiência de vitaminas lipossolúveis.

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1.2.6 Pâncreas

O pâncreas é uma glândula localizada atrás do estômago, na região superior do abdômen. Ele de-
sempenha duas funções principais no processo de digestão e metabolismo: produção de enzimas
digestivas e secreção de hormônios.

Anatomicamente, o pâncreas é dividido em três regiões: cabeça, corpo e cauda. A cabeça está locali-
zada próxima ao duodeno, a primeira parte do intestino delgado. O corpo e a cauda estão localizados
mais para a esquerda, atrás do estômago.
99 A principal função exócrina do pâncreas é produzir enzimas digestivas que são liberadas no
intestino delgado para ajudar a digerir carboidratos, proteínas e gorduras.

Essas enzimas são produzidas em células especializadas chamadas células acinares e transportadas
para o duodeno através do ducto pancreático. Entre as enzimas produzidas pelo pâncreas estão a
amilase pancreática, tripsina, quimotripsina, lipase pancreática e outras enzimas que degradam car-
boidratos, proteínas e gorduras.

Fonte:https://lh6.googleusercontent.com p8Mf8S5J5jyNEh5sJEwQ7twXRWO7rD06FZUbi04ijvoYT7NmRrDp5VlnzY7yfQxvDBY5T9qsCD
dWN51dWzVFHF98KKX1nvgMSbjDKNBZ5WdQdaMpXsFd1_Q1QPxtca6r3j6hahLe.Acesso em 19/11/2023

Além de sua função exócrina, o pâncreas também desempenha uma importante função endócrina.
Ele produz e secreta os hormônios insulina e glucagon, que regulam os níveis de glicose no sangue.
As células produtoras de hormônios, chamadas de ilhotas de Langerhans, estão localizadas no tecido
pancreático e produzem insulina e glucagon, que são liberados diretamente na corrente sanguínea.

Dessa forma, o pâncreas é uma glândula vital para a digestão e o metabolismo do organismo, ajudan-
do na quebra de nutrientes e na regulação dos níveis de açúcar no sangue. Problemas no pâncreas
podem afetar significativamente a digestão, o metabolismo e a saúde geral do indivíduo.

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1.3 Circulação Esplênica

A circulação esplênica é uma das vias de irrigação sanguínea do trato gastrointestinal, que tem um
papel importante no processo de digestão. O baço é um órgão linfático localizado no quadrante supe-
rior esquerdo do abdômen, próximo ao estômago, e faz parte do sistema reticuloendotelial, que está
envolvido na defesa do organismo contra infecções.

É responsável por levar o sangue para o baço, onde ele é filtrado, removendo células vermelhas do
sangue antigas ou danificadas e outras substâncias estranhas. O baço também é capaz de armazenar
uma quantidade significativa de sangue, que pode ser liberado para a circulação em caso de necessi-
dade, como durante a digestão.

Durante a digestão, o pâncreas secreta enzimas digestivas no duodeno, a primeira parte do intestino
delgado. Essas enzimas são transportadas pelo sangue e chegam ao duodeno através da artéria es-
plênica, que é uma das principais artérias que irrigam o baço. A artéria esplênica se ramifica em várias
artérias menores, que irrigam o pâncreas, o estômago e o intestino delgado.

Além disso, a circulação esplênica também está envolvida na regulação do suprimento de sangue
para o trato gastrointestinal. Durante a digestão, ocorre uma dilatação dos vasos sanguíneos no trato
gastrointestinal, incluindo a artéria esplênica, que aumenta o fluxo sanguíneo para o trato gastroin-
testinal e ajuda na absorção de nutrientes, além de ajudar a regular a pressão arterial durante a di-
gestão, já que o aumento do fluxo sanguíneo para o trato gastrointestinal pode levar a uma queda na
pressão arterial em outras partes do corpo.

1.4 Circulação Arterial

A circulação arterial do sistema digestório é responsável por levar sangue oxigenado e rico em nu-
trientes aos órgãos que participam do processo de digestão. Ela tem início na artéria celíaca, que se
origina na aorta abdominal e se divide em três ramos principais: artéria gástrica esquerda, artéria
hepática comum e artéria esplênica.

A artéria gástrica esquerda é responsável por irrigar o estômago, enquanto a artéria hepática comum
se divide em artéria hepática própria e artéria gastro-duodenal. A artéria hepática própria é respon-
sável por irrigar o fígado, enquanto a artéria gastro-duodenal irriga o estômago e o duodeno.

Por fim, a artéria esplênica irriga o baço, o pâncreas e o próprio estômago. A partir desses ramos
principais, outras artérias menores se ramificam e se distribuem para os diversos órgãos do sistema
digestório, levando oxigênio e nutrientes para que as células possam realizar suas funções metabóli-
cas, como a produção de enzimas digestivas e a absorção de nutrientes.

1.5 Vilosidade Intestinal

As vilosidades intestinais são pequenas projeções em forma de dedo que revestem a mucosa do in-
testino delgado, aumentando consideravelmente a área de absorção de nutrientes. Cada vilosidade é
revestida por células especializadas em absorção, chamadas de enterócitos.

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Fonte: https://alexmabr.files.wordpress.com/2021/11/intestino-delgado_adaptacoes-para-absorcao-1.png. Acesso em 19/11/23

Os enterócitos possuem microvilosidades em sua superfície apical, aumentando ainda mais a super-
fície de absorção de nutrientes. Essas células são responsáveis por absorver a grande maioria dos
nutrientes digeridos, como aminoácidos, açúcares, ácidos graxos e vitaminas, e transportá-los para a
corrente sanguínea ou para o sistema linfático.

Além disso, as vilosidades também possuem células caliciformes que produzem muco para lubrificar
e proteger a mucosa intestinal, e células de Paneth que produzem enzimas antibacterianas para pro-
teger o intestino de micro-organismos prejudiciais.
99 As vilosidades intestinais são fundamentais para a absorção eficiente de nutrientes durante
o processo de digestão, permitindo que o corpo aproveite ao máximo os nutrientes dos ali-
mentos ingeridos.

1.6 Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem em relação ao sistema digestivo podem incluir:


•• Avaliar o estado nutricional, histórico médico, medicamentos em uso e hábitos alimentares do
paciente para planejar a melhor abordagem de cuidados.
•• Monitorar a ingestão de alimentos e líquidos do paciente, o padrão intestinal, sinais de dor
abdominal, náusea, vômito, diarreia ou constipação. Também é importante monitorar os sinais
vitais do paciente, incluindo a temperatura, a frequência cardíaca e a respiratória.
•• Administrar medicamentos prescritos para aliviar sintomas gastrointestinais, como antiácidos,
antieméticos, laxantes ou antidiarreicos.
•• Promover escolhas alimentares saudáveis, e com a forma de como os alimentos são prepara-
dos. Também pode ser necessário administrar nutrição enteral ou parenteral em pacientes que
não conseguem se alimentar adequadamente por via oral.

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•• Educar o paciente sobre hábitos alimentares saudáveis, evitar alimentos que possam agravar os
sintomas gastrointestinais, e o que fazer em caso de sintomas gastrointestinais.
•• Orientar sobre medidas de higiene para prevenir infecções gastrointestinais, como lavar as
mãos antes de comer ou manusear alimentos, cozinhar bem os alimentos, e não compartilhar
utensílios com outras pessoas.
•• Estimular a mobilização precoce: que é importante para evitar a estase intestinal e prevenir
complicações como constipação e íleo paralítico, especialmente em pacientes hospitalizados
ou com limitações físicas.
•• Estes são apenas alguns dos cuidados de enfermagem em relação ao sistema digestivo, a de-
pender da condição específica do paciente, outros cuidados específicos podem ser necessários.

2.0 Patologias do Sistema Digestório

2.1 Gastrite

2.1.1 Definição

Gastrite é uma inflamação da mucosa do estômago que pode ser causada por diversos fatores, como
o uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), infecção por Helico-
bacter pylori, excesso de álcool ou determinadas substâncias e estresse emocional.
A mucosa do estômago é composta por três camadas:
•• Camada mucosa: responsável pela secreção de muco, que protege a mucosa do estômago con-
tra o ácido gástrico e outros agentes irritantes. Também contém glândulas que produzem ácido
clorídrico e enzimas digestivas. Quando a mucosa é danificada ou exposta a um agente irritante,
ocorre uma resposta inflamatória que leva à dilatação dos vasos sanguíneos e à infiltração de
células inflamatórias, como leucócitos e células plasmáticas.
•• Camada submucosa: composta por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e nervos que contro-
lam a contração muscular do estômago.
•• Camada muscular: responsável pela movimentação dos alimentos no estômago. Ela é compos-
ta por duas camadas de músculo liso que se contraem e relaxam para misturar os alimentos
com os sucos gástricos e empurrá-los em direção ao intestino delgado.
•• Camada serosa: camada mais externa do estômago, composta por tecido conjuntivo e uma ca-
mada de células epiteliais. Ela protege o estômago contra o atrito com outros órgãos e tecidos
do abdômen.

2.1.2 Epidemiologia

A gastrite é uma condição bastante comum em todo o mundo, afetando milhões de pessoas, princi-
palmente por sua predominância estar associada a colonização pela bactéria Helicobacter pylori. A
seguir algumas características relacionadas a incidência da gastrite.
•• Em relação a faixa etária e sexo, a incidência da gastrite aumenta com a idade e afeta igualmente
homens e mulheres.

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•• A prevalência da gastrite é maior em países em desenvolvimento, onde as condições sanitárias
e de higiene são precárias e a ingestão de alimentos contaminados é mais comum.
•• A gastrite pode ocorrer em pessoas de todas as raças e etnias.
•• Algumas condições médicas, como infecção pelo H. pylori, doenças autoimunes e doenças gas-
trointestinais, podem aumentar o risco de desenvolvimento de gastrite.
•• O uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) pode causar gas-
trite em algumas pessoas.
•• O consumo excessivo de álcool e o tabagismo também são fatores de risco para a gastrite.

2.1.3 Fisiopatologia

A fisiopatologia da gastrite envolve uma resposta inflamatória da mucosa do estômago a um agente


irritante ou agressor, como ácido gástrico, H. pylori ou substâncias químicas. Existem diferentes tipos
de gastrite, cada um com suas causas e características específicas.
Abaixo estão alguns dos tipos mais comuns de gastrite:
•• Gastrite aguda: se desenvolve rapidamente e pode ser causada por uma variedade de fatores,
como o consumo excessivo de álcool, o uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides
(AINEs – que inibem a produção de prostaglandinas, que são responsáveis pela proteção da
mucosa gástrica contra o ácido gástrico) por tempo prolongado e infecção por H. pylori.
•• Gastrite crônica: é uma inflamação persistente da mucosa gástrica que pode ser causada prin-
cipalmente por infecção por H. pylori (bactéria que coloniza a mucosa do estômago e induz
uma resposta inflamatória crônica que pode levar à destruição das células produtoras de ácido
gástrico, resultando em hipocloridria ou acloridria. Isso pode levar a uma diminuição da capa-
cidade do estômago de digerir alimentos e absorver nutrientes, além de predispor a infecções
gastrointestinais), consumo excessivo de álcool, refluxo biliar, doença autoimune ou outras con-
dições médicas.
•• Gastrite atrófica: é uma forma de gastrite crônica que ocorre quando a mucosa do estômago é
danificada e as células produtoras de ácido gástrico são destruídas. Isso pode levar a uma dimi-
nuição na produção de ácido gástrico e à dificuldade em absorver nutrientes.
•• Gastrite erosiva: é um tipo de gastrite que causa lesões na mucosa gástrica, muitas vezes re-
sultando em sangramento. Pode ser causada por consumo excessivo de álcool, uso de AINEs ou
infecção por H. pylori.
•• Gastrite hemorrágica: é uma forma grave de gastrite que pode causar hemorragia no estô-
mago. Pode ser causada por consumo excessivo de álcool, uso de AINEs ou outras condições
médicas.
•• Gastrite por estresse: é uma forma de gastrite aguda que ocorre em pessoas que passam por
estresse emocional ou físico intenso, como trauma, cirurgia ou doença grave.
•• Gastrite alérgica: é um tipo de gastrite que pode ser causada por uma reação alérgica a alimen-
tos ou outras substâncias.

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2.1.4 Manifestações Clínicas

Os sintomas da gastrite podem variar de acordo com o tipo de gastrite, a causa e a gravidade do qua-
dro. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
•• Dor abdominal: geralmente localizada na parte superior do abdômen.
•• Náusea e vômitos: muitas vezes ocorrem após as refeições.
•• Indigestão: sensação de desconforto ou queimação no estômago.
•• Sensação de plenitude: mesmo após uma pequena quantidade de comida.
•• Perda de apetite.
•• Sensação de desconforto ou dor ao engolir.
•• Fezes escuras (indicando sangramento no estômago).
•• Azia.
•• Eructação (arroto) e flatulência.
•• Fadiga e falta de energia.

Em casos de gastrite aguda ou hemorrágica, os sintomas podem ser mais graves e incluem:
•• Hematêmese (vômito com sangue).
•• Melena (fezes com sangue).
•• Dor abdominal intenso.
•• Síncope.
•• Taquipnéia.

Fonte: https://enfpatologias.blogspot.com/2016/04/gastrite.html. Acesso em 19/11/23

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
2.1.5 Diagnóstico

O diagnóstico da gastrite geralmente começa com uma consulta com um médico, que fará uma ava-
liação clínica e analisará os sintomas do paciente. O médico pode realizar exames para determinar se
a gastrite é aguda ou crônica, e pode recomendar exames adicionais para identificar causas ocultas.
Alguns dos exames que podem ser utilizados no diagnóstico da gastrite incluem:
•• Endoscopia: procedimento em que um tubo flexível com uma câmera é inserido pela boca do
paciente para visualizar o interior do estômago e da parte superior do intestino delgado.
•• Testes de sangue: para detectar infecções por H. pylori e avaliar a saúde geral do paciente.
•• Testes respiratórios: para detectar infecções por H. pylori.
•• Testes de fezes: para detectar sangue oculto nas fezes.
•• Biópsia: uma amostra de tecido pode ser coletada durante a endoscopia para análise em
laboratório.
•• Radiografia: uma imagem do abdômen pode ser obtida para avaliar a saúde do estômago e dos
órgãos adjacentes.

Com base nos resultados desses exames, o médico pode determinar se o paciente tem gastrite e, em
caso afirmativo, qual é o tipo e a causa da gastrite. Isso permitirá que o médico prescreva o tratamen-
to mais adequado para o paciente.

2.1.6 Tratamento

O tratamento da gastrite depende do tipo e da causa da doença. O objetivo principal do é reduzir a


inflamação e aliviar os sintomas, além de tratar a causa subjacente para prevenir o desenvolvimento
de complicações.
Algumas das opções de tratamento mais comuns para a gastrite incluem:
99 Mudanças na dieta: o paciente deve evitar alimentos que possam irritar o estômago, como
alimentos gordurosos, picantes, ácidos ou fritos. Além disso, pode ser recomendado que o pa-
ciente coma refeições menores e mais frequentes ao longo do dia.
99 Medicamentos: podem ser prescritos medicamentos para reduzir a produção de ácido gástri-
co, aliviar a dor e reduzir a inflamação. Isso pode incluir medicamentos antiácidos, inibidores da
bomba de prótons (IBP) e antagonistas do receptor H2.
99 Tratamento de H. pylori: se a gastrite for causada por infecção por H. pylori, pode ser necessá-
rio um tratamento com antibióticos.
99 Evitar álcool e tabaco: ambos podem piorar a inflamação do estômago, e é recomendado que
o paciente evite o consumo dessas substâncias.
99 Tratar outras condições médicas: se a gastrite for causada por outra condição médica, como
refluxo gastroesofágico ou doença autoimune, o tratamento dessa condição pode ajudar a ali-
viar os sintomas da gastrite.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Em casos graves, pode ser necessário hospitalização para o tratamento da desidratação, desequilíbrio
eletrolítico ou sangramento grave. É importante que o paciente siga as recomendações do médico e
faça o acompanhamento necessário para o controle da doença.

2.1.7 Cuidados de Enfermagem


Os cuidados de enfermagem para pacientes com gastrite podem incluir:
99 Monitoras sinais vitais: para avaliar a estabilidade do paciente.
99 Observar e registrar a ocorrência, a intensidade e a característica da dor abdominal.
99 Inspecionar, palpar e auscultar o abdome para detectar a ocorrência de alterações tais como
distensão, rigidez e abolição de ruídos hidroaéreos.
99 Observar e registrar a ocorrência e a característica de vômitos.
99 Observar e registrar a ocorrência de sangue nos vômitos e/ou nas fezes.
99 Realizar o controle da dor: uso de medicamentos analgésicos e técnicas de relaxamento, como
massagem e compressas quentes.
99 Administrar os medicamentos prescritos pelo médico de forma adequada, seguindo as orien-
tações de dosagem e horários.
99 Monitor ingesta alimentar: monitorar a ingestão de alimentos do paciente e orientar sobre a
escolha de alimentos adequados, evitando alimentos que possam irritar o estômago.
99 Orientar sobre hábitos saudáveis: importância de manter hábitos saudáveis, como a prática
regular de exercícios físicos, redução do estresse e abandono do hábito de fumar.
99 Monitorar possíveis complicações: atentar a possíveis complicações, como hemorragia gas-
trointestinal e desidratação, e tomar as medidas necessárias para preveni-las ou tratá-las.
99 Educar o paciente sobre a gastrite, suas causas, sintomas e tratamento, para ajudá-lo a enten-
der melhor a doença e a adotar medidas de prevenção e tratamento adequados.
Ao adotar esses cuidados de enfermagem, é possível ajudar o paciente a controlar os sintomas da
gastrite, reduzir o risco de complicações e melhorar sua qualidade de vida.

2.2 Úlcera Peptídica

2.2.1 Definição

A úlcera péptica é uma condição na qual ocorre a formação de feridas ou úlceras na mucosa que ul-
trapassa a camada muscular da mucosa na parede que reveste o estômago ou o duodeno (primeira
parte do intestino delgado). Essas úlceras são causadas pela exposição prolongada da mucosa gás-
trica ou duodenal ao ácido gástrico e enzimas digestivas, que normalmente ajudam na digestão dos
alimentos. Independentemente do local, a úlcera peptídica costuma ocorrer em áreas de mucosa
inflamada e seu diâmetro deve ser superior a 0,5 cm (se for menor, a lesão é chamada de erosão). A
úlcera péptica é uma condição comum, afetando milhões de pessoas em todo o mundo, e pode ser
classificada como aguda ou crônica.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
2.2.2 Epidemiologia

A úlcera péptica é uma das doenças gastrointestinais mais custosa e prevalente. Sua incidência global
é de cerca de 1 caso para 1000 pessoas/ano.
A seguir, estão algumas informações sobre a epidemiologia da úlcera péptica:
•• A úlcera péptica é mais comum em adultos, afetando mais frequentemente pessoas entre 40 e
60 anos de idade.
•• Homens e mulheres são afetados igualmente.
•• A úlcera péptica é mais prevalente em países em desenvolvimento, onde as condições sanitá-
rias e de higiene são precárias e a ingestão de alimentos contaminados é mais comum.
•• A infecção pelo H. pylori é a principal causa da úlcera péptica em todo o mundo. A prevalência
dessa infecção varia amplamente de acordo com a região geográfica, mas é mais comum em
países em desenvolvimento.
•• O uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) também pode
causar úlceras pépticas em algumas pessoas.
•• O tabagismo e o consumo excessivo de álcool também são fatores de risco para o desenvolvi-
mento de úlceras pépticas.
•• A úlcera péptica pode ser uma condição aguda ou crônica, e as úlceras podem ocorrer no estô-
mago ou no duodeno.

2.2.3 Fisiopatologia

A úlcera péptica é uma lesão na mucosa do estômago ou duodeno que pode ser causada por diversos
fatores, incluindo a infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), o uso prolongado de medi-
camentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e o aumento da produção de ácido no estômago.
A seguir, descrevemos a fisiopatologia da úlcera péptica relacionada a esses fatores:
•• Infecção por H. pylori: H. pylori é uma bactéria que pode infectar a mucosa do estômago e duo-
deno. Ela se adapta ao ambiente ácido do estômago, produzindo substâncias que neutralizam
o ácido e permitindo que ela se fixe à mucosa. A H. pylori causa inflamação crônica na mucosa
gástrica e duodenal, o que pode levar à formação de úlceras.
•• Uso prolongado de AINEs: Os AINEs, como o ibuprofeno e o ácido acetilsalicílico (aspirina), são
medicamentos comumente usados para aliviar a dor e a inflamação. Eles agem inibindo a pro-
dução de prostaglandinas, que são substâncias que protegem a mucosa do estômago. Quando
os AINEs são usados por um período prolongado, eles podem causar inflamação na mucosa
gástrica e duodenal e diminuir a produção de muco, o que pode levar à formação de úlceras.
•• Aumento da produção de ácido: O ácido clorídrico é produzido pelas células parietais do es-
tômago e é necessário para a digestão dos alimentos. No entanto, quando há um aumento
na produção de ácido, ele pode causar irritação e inflamação na mucosa gástrica e duodenal,
levando à formação de úlceras.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Uma vez que ocorre a lesão na mucosa, as úlceras podem ser exacerbadas pelo aumento da produção
de ácido e pela atividade de enzimas digestivas, o que pode levar a complicações como sangramento,
perfuração ou obstrução do trato digestivo.

2.2.4 Manifestações Clínicas

Os sintomas da úlcera péptica podem variar em intensidade e duração, dependendo da localização da


úlcera e do estágio da doença. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
•• Dor abdominal: sintoma mais comum da úlcera péptica. Ela pode ser sentida como uma sen-
sação de queimação ou dor intensa na região do estômago, podendo se espalhar para outras
áreas do abdômen.
•• Azia e refluxo: A azia é uma sensação de queimação na parte superior do abdômen ou no peito,
que pode se agravar quando a pessoa se deita ou se curva. O refluxo é o retorno do conteúdo
do estômago para o esôfago, causando uma sensação de regurgitação ou vômito.
•• Náusea e vômito: A náusea é uma sensação de mal-estar que pode ser acompanhada de vômi-
to. Esses sintomas podem ocorrer devido à irritação da mucosa gástrica ou duodenal.
•• Perda de apetite e perda de peso: A úlcera péptica pode causar uma diminuição do apetite e
perda de peso, devido à dor abdominal e outros sintomas relacionados.
•• Sangramento: Em alguns casos, a úlcera péptica pode causar sangramento, que pode ser iden-
tificado através da presença de fezes com sangue ou vômito com sangue
É importante lembrar que nem todos os pacientes com úlcera péptica apresentam sintomas, e algumas
pessoas podem ter sintomas atípicos, como dor nas costas, dor no peito, indigestão ou dor ao engolir.

2.2.5 Diagnóstico

O diagnóstico da úlcera péptica envolve uma anamnese completa, histórico médico e exames com-
plementares. Alguns dos métodos mais comuns utilizados para diagnosticar a úlcera péptica incluem:
•• Endoscopia: É um exame no qual um tubo flexível com uma câmera na extremidade é inserido
pela boca até o estômago e o duodeno para visualizar a mucosa desses órgãos. Esse exame
permite a identificação direta da úlcera e coleta de biópsias para análise laboratorial.
•• Teste respiratório para detecção de H. pylori: Esse teste avalia a presença da bactéria H. pylori
no trato gastrointestinal através da análise do ar exalado após a ingestão de uma substância
marcadora.
•• Testes sanguíneos: Alguns testes de sangue podem ser realizados para avaliar a presença de
anticorpos contra a bactéria H. pylori e também para verificar a presença de anemia ou outros
distúrbios metabólicos associados à úlcera péptica.
•• Radiografia com contraste: Nesse exame, é ingerido um líquido que contém um contraste que
permite visualizar o estômago e o duodeno através de raios X.
•• Testes de fezes: É possível realizar testes de fezes para identificar a presença da bactéria H.
pylori ou sangue nas fezes.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
2.2.6 Tratamento

O tratamento da úlcera péptica depende da causa relacionada ao desenvolvimento da doença. A se-


guir, estão os tratamentos mais comuns utilizados para úlceras pépticas:
•• Antibióticos: se a úlcera é causada pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), o tratamento
pode incluir uma combinação de antibióticos para eliminar a infecção.
•• Inibidores da bomba de prótons (IBP): esses medicamentos reduzem a quantidade de ácido
produzida no estômago, ajudando a aliviar a dor e a curar a úlcera. Exemplos de IBPs incluem
omeprazol, pantoprazol e esomeprazol.
•• Antagonistas dos receptores de histamina H2: esses medicamentos também reduzem a quan-
tidade de ácido produzida no estômago, ajudando a aliviar a dor e a curar a úlcera. Exemplos
incluem ranitidina e cimetidina.
•• Antiácidos: esses medicamentos neutralizam o ácido presente no estômago e ajudam a aliviar
a dor. Exemplos incluem hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e carbonato de cálcio.
•• Mudanças no estilo de vida: evitar alimentos e bebidas que irritam a mucosa gástrica, reduzir
o consumo de álcool e tabaco e controlar o estresse podem ajudar a prevenir o agravamento da
úlcera péptica e acelerar a cicatrização.
•• Cirurgia: em casos raros, quando o tratamento conservador não funciona ou há uma complica-
ção grave, como uma hemorragia, pode ser necessário recorrer a cirurgia para remover a úlcera
ou parte do estômago

2.2.7 Cuidados de Enfermagem


Os cuidados de enfermagem prestados ao paciente com úlcera péptica incluem:
•• Administrar medicamentos prescritos, incluindo antibióticos, inibidores da bomba de prótons,
antagonistas dos receptores de histamina H2 e antiácidos.
•• Monitorar possíveis efeitos colaterais dos medicamentos, como náuseas, diarreia, dor de cabe-
ça e tontura, e informar ao médico se necessário.
•• Promover alívio da dor por meio de analgésicos, compressas quentes ou frias e técnicas de
relaxamento.
•• Orientar o paciente sobre os cuidados necessários para prevenir o agravamento da úlcera pép-
tica, incluindo mudanças na dieta e no estilo de vida.
•• Monitorar ingesta alimentar, com alimentos que não irritem a mucosa gástrica e evitando ali-
mentos que possam agravar a úlcera, como alimentos ácidos, apimentados ou gordurosos.
•• Monitor hidratação incentivando-o a beber água e outros líquidos para prevenir a desidratação.
•• Prevenir complicações como hemorragias, e agir rapidamente em caso de emergência.

É importante lembrar que os cuidados de enfermagem devem ser individualizados para cada pacien-
te, levando em consideração o quadro clínico e as necessidades específicas de cada um.

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2.3 Pancreatite

2.3.1 Definição

Pancreatite é a inflamação do pâncreas, uma glândula localizada no abdômen que tem impor-
tante papel na digestão e na produção de hormônios que controlam a glicemia (nível de açúcar
no sangue).

A pancreatite pode ser aguda, quando ocorre de forma súbita e intensa, ou crônica, quando
ocorre de forma recorrente e prolongada, levando a danos irreversíveis na glândula. A pancre-
atite pode ter diversas causas, incluindo o consumo excessivo de álcool, cálculos biliares, infec-
ções e doenças autoimunes.

2.3.2 Epidemiologia

A pancreatite é uma condição relativamente comum, com uma incidência anual estimada de 4,9
casos por 100.000 habitantes. A prevalência da doença é maior em homens do que em mulheres,
com uma relação de cerca de 2:1. A pancreatite aguda é mais comum em pessoas com idade entre
40 e 60 anos, enquanto a pancreatite crônica é mais comum em pessoas com mais de 50 anos.

Entre as causas mais comuns de pancreatite aguda estão o consumo excessivo de álcool, a pre-
sença de cálculos biliares e o uso de medicamentos como estatinas e diuréticos. Já a pancreatite
crônica pode estar relacionada ao consumo excessivo de álcool ao longo do tempo, bem como a
fatores genéticos e autoimunes.

A pancreatite pode ser uma condição grave e potencialmente fatal, especialmente em casos de
pancreatite aguda grave, que podem levar à falência de múltiplos órgãos e até mesmo à morte. O
tratamento e a prevenção adequados são essenciais para evitar complicações e melhorar a quali-
dade de vida dos pacientes com pancreatite.

2.3.3 Fisiopatologia

A fisiopatologia da pancreatite é complexa e envolve múltiplos mecanismos que levam à infla-


mação e à lesão do pâncreas. Em geral, a pancreatite pode ser desencadeada por lesão celular,
inflamação e necrose (morte celular), que podem ser causadas por diversos fatores.

Uma das principais causas de pancreatite é o consumo excessivo de álcool, que pode levar à
formação de acetaldeído e outros metabólitos tóxicos que causam danos ao tecido pancreático.
Além disso, o álcool pode estimular a produção de enzimas pancreáticas, que, se não forem eli-
minadas adequadamente, podem causar inflamação e lesão do tecido pancreático.

Outra causa comum de pancreatite é a presença de cálculos biliares, que podem obstruir o duc-
to pancreático, impedindo o fluxo adequado de enzimas pancreáticas e causando inflamação
e necrose do tecido glandular. A inflamação e a necrose do pâncreas podem causar uma série
de sintomas, incluindo dor abdominal intensa, náuseas, vômitos e febre. A inflamação também
pode causar danos aos vasos sanguíneos, levando a uma diminuição do fluxo sanguíneo para a
glândula e, em casos graves, à formação de abscessos ou à falência de múltiplos órgãos.

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2.3.4 Manifestações Clínicas

A pancreatite pode se manifestar com uma variedade de sintomas, que podem variar em gravidade e
duração. Os sintomas mais comuns incluem:
•• Dor abdominal intensa localizada na parte superior do abdômen e pode se estender para as
costas ou para o peito. A dor pode ser contínua ou intermitente e pode durar vários dias.
•• Náuseas e vômitos especialmente após as refeições.
•• Perda de apetite.
•• Febre em casos graves de pancreatite.
•• Icterícia causada por cálculos biliares.
•• Aumento do ritmo cardíaco e da respiração: em casos graves de pancreatite devido à dor e à
inflamação.
•• Em casos graves de pancreatite, os pacientes podem desenvolver complicações como absces-
sos, hemorragias internas ou insuficiência renal. Por isso, é importante procurar atendimento
médico imediato se você suspeitar de pancreatite ou apresentar sintomas abdominais intensos
e persistentes.

Fonte: https://www12.senado.leg.br/institucional/sis/imagens/sintomas-pancreatite/
image_view_fullscreen. Acesso em 19/11/23

2.3.5 Diagnóstico

O diagnóstico da pancreatite pode ser feito com base na avaliação clínica dos sintomas e em exames
complementares. Os exames mais utilizados incluem:
•• Exames de sangue: os níveis de enzimas pancreáticas no sangue (amilase e lipase) podem estar
elevados em caso de pancreatite.

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•• Exames de imagem: a ultrassonografia abdominal, a tomografia computadorizada (TC) e a res-
sonância magnética (RM) podem ser utilizadas para visualizar o pâncreas e detectar sinais de
inflamação ou lesão.
•• Endoscopia: a endoscopia digestiva alta pode ser utilizada para examinar o pâncreas e coletar
amostras de tecido para biópsia.

O diagnóstico da pancreatite também pode ser confirmado com base na presença de sintomas típi-
cos, como dor abdominal intensa, náuseas e vômitos, e nos resultados de exames de imagem que
mostram sinais de inflamação ou lesão pancreática. Em casos crônicos, pode ser necessário realizar
exames adicionais para avaliar a função pancreática e a presença de complicações, como obstrução
biliar ou diabetes.

2.3.6 Tratamento

O tratamento da pancreatite depende da causa e da gravidade da condição. Em geral, o tratamento


pode incluir:
•• Repouso intestinal: o paciente pode ser orientado a não comer ou beber nada por um período
de tempo para permitir que o pâncreas descanse se recupere.
•• Controle da dor: analgésicos podem ser prescritos para aliviar a dor abdominal.
•• Reposição de líquidos e eletrólitos: em casos de pancreatite aguda, pode ser necessário admi-
nistrar líquidos e eletrólitos por via intravenosa para evitar a desidratação.
•• Tratamento da causa subjacente: se a pancreatite for causada por uma infecção, cálculos bilia-
res ou uso de álcool, pode ser necessário tratar a causa subjacente para prevenir novos episó-
dios de pancreatite.
•• Cirurgia: em casos graves de pancreatite aguda, pode ser necessário remover o tecido pancre-
ático danificado ou drenar fluidos acumulados na região abdominal.
•• Tratamento nutricional: pode ser necessário ajustar a alimentação para evitar sobrecarregar o
pâncreas e fornecer nutrientes essenciais para a recuperação.

Em casos de pancreatite crônica, o tratamento pode ser mais complexo e envolver o controle de
sintomas a longo prazo, a prevenção de complicações e a administração de enzimas pancreáticas
para ajudar na digestão. O tratamento pode ser personalizado de acordo com as necessidades de
cada paciente e pode envolver uma equipe multidisciplinar, incluindo gastroenterologistas, nutri-
cionistas e cirurgiões.

2.3.7 Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem para pacientes com pancreatite podem incluem:


99 Monitorar a dor e administrar analgésicos prescritos.
99 Controlar ingestão alimentar e nutrição adequada
99 Monitorar sinais vitais, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória

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99 Administrar líquidos e eletrólitos, conforme necessário
99 Monitorar os níveis de açúcar no sangue, especialmente em pacientes com diabetes
99 Monitorar os sinais de infecção, como febre e aumento da dor abdominal

RESUMO

O sistema digestivo é um conjunto de órgãos responsável pela digestão, absorção e eliminação de


alimentos. É formado por estruturas como boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e in-
testino grosso, além de órgãos anexos como fígado, vesícula biliar e pâncreas.

Esses órgãos e estruturas formam um tubo longo e contínuo, que é revestido por epitélio e mede
aproximadamente 8 metros de comprimento. Esse tubo começa na cavidade oral, ou boca, onde os
alimentos são ingeridos e termina no ânus, por onde as fezes são eliminadas.

A função principal desse sistema é fornecer os nutrientes necessários para o organismo, além de
eliminar os resíduos produzidos no processo de digestão. Para o seu adequado funcionamento, é im-
portante adotar hábitos alimentares saudáveis e realizar exames preventivos para detectar possíveis
problemas de saúde que possam afetar o seu funcionamento.

Gastrite, úlcera péptica e pancreatite são condições gastrointestinais comuns que podem afetar a
qualidade de vida do paciente.

A gastrite é uma inflamação da mucosa do estômago, geralmente causada por bactérias ou uso pro-
longado de medicamentos anti-inflamatórios.

Já a úlcera péptica é uma lesão na mucosa do estômago ou duodeno, causada principalmente pela
bactéria Helicobacter pylori ou pelo uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios. Ambas as
condições podem causar sintomas como dor abdominal, náusea e vômito.

A pancreatite, por sua vez, é uma inflamação do pâncreas, que pode ser aguda ou crônica, e é causa-
da por diversos fatores, incluindo cálculos biliares, consumo excessivo de álcool e doenças autoimu-
nes. Os sintomas incluem dor abdominal intensa, náusea, vômito e febre.

O tratamento para todas essas condições geralmente inclui mudanças na dieta, uso de medicamentos
e, em casos mais graves, intervenção cirúrgica.

A assistência de enfermagem é essencial em todos os estágios do tratamento, desde a avaliação


inicial até o acompanhamento pós-operatório, com o objetivo de fornecer cuidados adequados e
promover a recuperação do paciente.

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual é a função principal do sistema digestivo?

a. ( ) Produzir urina.

b. ( ) Controlar a respiração.

c. ( ) Absorver oxigênio.

d. ( ) Processar alimentos para obter nutrientes.

2. Qual a importância da higiene bucal e da mastigação adequada na saúde do sistema digestivo?


Como o técnico em enfermagem pode orientar os pacientes sobre hábitos alimentares saudáveis
e prevenção de doenças gastrointestinais?

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3. Relacione os órgãos do sistema digestivo com as suas principais funções:

a. Boca

b. Esôfago

c. Estômago

d. Intestino Delgado

e. Intestino Grosso

f. Pâncreas

g. Fígado

h. Vesícula Biliar

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( ) Sua principal função é a absorção de água e eletrólitos.
( ) Produz enzimas digestivas e é responsável pela absorção de nutrientes através das micro-
vilosidades.
( ) Responsável pela produção da bile, e filtrar as toxinas do sangue e eliminá-las do corpo
( ) Local onde acontece o processo de preensão, mastigação e início da digestão dos alimentos.
( ) Transporta o alimento mastigado e umedecido pela saliva da boca até o estômago.
( ) Responsável pelo armazenamento e concentração da bile
( ) Armazena e mistura o alimento com o suco gástrico para iniciar o processo de digestão quí-
mica das proteínas.
( ) Responsável pela produção e secreção do suco pancreático.

4. Quais são as duas funções principais do pâncreas no processo de digestão e metabolismo?

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5. Descreva as características epidemiológicas da pancreatite.

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TEMA 02

Aula Prática Cateter Gástrico/enteral/ostomia

1. Cateter Gástrico

O cateter gástrico, também conhecido como sonda nasogástrica ou SNG, é um dispositivo utilizado
para drenar líquidos, ar ou conteúdo gástrico do estômago ou para administrar medicamentos e ali-
mentação enteral. Ele é inserido através do nariz (SNG – sondagem nasogástrica) ou pela boca (SOG
– sondagem orogástrica) e avança pela faringe e esôfago até o estômago.

O cateter gástrico é composto de um tubo flexível, geralmente de silicone ou poliuretano, que possui
uma abertura na extremidade distal para retirar ou administrar substâncias. É fixado ao nariz ou à
bochecha do paciente por meio de uma fita adesiva ou de uma fixação especial, para que permaneça
no lugar durante o tempo necessário. A escolha do tamanho e do tipo de cateter gástrico depende da
finalidade do uso e das características anatômicas e clínicas do paciente.

1.1 Sonda Gástrica

Fonte: https://www.souenfermagem.com.br/wp-content/uploads/
2018/05/Sondagem-Gastrointestinal.webp. Acesso em 19/11/23

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Objetivos
•• Descompressão gástrica, através do esvaziamento do conteúdo gástrico.
•• Lavagem gástrica.
•• Investigação diagnóstica, como lavagem gástrica, dilatação de estenoses ou retirada de corpos
estranhos.
•• Administração de medicamentos, líquidos ou alimentação enteral diretamente no estômago
em casos de impossibilidade de alimentação oral e problemas de deglutição.
•• Mensuração e avaliação do volume e do conteúdo gástrico.

Material
•• EPIs (luvas de procedimento, jaleco, máscara cirúrgica e óculos protetor).
•• Bandeja.
•• Sonda gástrica do tipo Levine em calibre adequado (geralmente nº 16, 18 ou 20).
•• Frasco coletor de sistema aberto.
•• Seringa de 20 ml.
•• Compressa de gaze.
•• Xilocaína gel.
•• Esparadrapo e micropore para fixação.
•• Estetoscópio.
•• Compressa não estéril ou papel toalha
•• Biombo (se necessário)
•• Tesoura
•• Abaixador de língua

Descrição do Procedimento

1. Higienizar as mãos.
2. Preparar material e ambiente.
3. Cortar um pequeno pedaço de fita esparadrapo para marcar a medida da sonda, um pedaço de
fita micropore e de esparadrapo para fixar a sonda na lateral da face do paciente.
4. Dirigir-se ao leito do paciente.
5. Paramentar-se adequadamente.
6. Explicar ao paciente/família sobre o procedimento e seus benefícios e objetivos.

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7. Promover a privacidade ao paciente, colocando biombo, se necessário.
8. Posicionar o paciente confortavelmente, em posição de fowler (45º) sem travesseiro. Caso não
seja possível posicionar em decúbito lateral esquerdo para evitar aspiração do conteúdo gástrico.
9. Proteger o tórax do paciente com compressa não estéril.
10. Inspecionar as condições da cavidade oral e verificar o uso de prótese dentária móvel pelo
paciente, solicitar que as retire. Se não puder ser removida pelo paciente o profissional deverá
retirá-las.
11. Medir a sonda da boca (sondagem orogástrica) até o apêndice xifóide e daí mais 5 cm marcan-
do com esparadrapo; ou do nariz (sondagem nasogástrica) ao lóbulo da orelha até o apêndice
xifoide e daí mais 5 cm marcando com o esparadrapo. Caso pretenda alcançar o duodeno (oro-
enteral ou nasoenteral) acrescentar mais 20 cm.
12. Lubrificar a ponta da sonda com xilocaína gel.
13. Caso possível, peça que o paciente abra a boca e deslize a sonda em direção a garganta, ou
introduza em uma das narinas. Se for necessário, abaixe a língua com um abaixador de língua.
Ao alcançar a orofaringe, faça uma pausa para minimizar a possibilidade de náuseas e vômitos.
Então, se possível, instruir o paciente a flexionar sua cabeça para frente e deglutir.
14. Se o paciente não estiver lúcido e consciente, introduzir lentamente a sonda, sem forçar.
15. Em caso de náuseas, vômitos, sinais de sufocamento, tosse, cianose e agitação, retirar a sonda
e reiniciar o procedimento após sua melhora.
16. Introduzir a sonda até a porção marcada com o esparadrapo.
17. Verificar se a sonda está bem-posicionada no estômago: aspirando o conteúdo gástrico e/ou
através do teste auscultatório (introdução de 20 ml de ar na sonda com a seringa e ausculta
da região epigástrica simultaneamente) confirmar o posicionamento gástrico se presença de
ruídos hidroaéreos positivo.
18. Fechar a sonda.
19. Ajustar a sonda na posição correta e fixá-la com micropore sobre a pele do paciente (região
lateral da face).
20. Identificar a data da sondagem com um pequeno pedaço de esparadrapo.
21. Recolher o material.
22. Retirar as luvas e higienizar as mãos.
23. Anotar o procedimento realizado no prontuário do paciente, registrando intercorrências, sinais
de resíduos e posicionamento da sonda.
24. Solicitar a realização de RX junto à equipe médica para confirmação do posicionamento, antes
da administração de dietas e/ou medicamentos, de acordo com o protocolo da instituição.

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Riscos Assistenciais

A sondagem gástrica é um procedimento invasivo que apresenta riscos assistenciais, sendo alguns
dos principais:
•• Trauma nasal ou oral: durante a introdução da sonda pode acontecer lesões na mucosa nasal
ou oral, especialmente se o procedimento for realizado de forma inadequada ou com o uso de
um tamanho inadequado de sonda.
•• Engasgo ou aspiração: durante a sondagem gástrica, há risco de que o paciente se engasgue ou
aspire o conteúdo gástrico, o que pode levar a problemas respiratórios graves.
•• Infecção: a sondagem gástrica pode aumentar o risco de infecção respiratória, devido ao con-
tato com a flora microbiana da orofaringe e da nasofaringe.
•• Hemorragia: em casos raros, a sondagem gástrica pode causar hemorragia gástrica, especial-
mente em pacientes com histórico de úlceras ou outras condições gastrointestinais.
•• Deslocamento ou obstrução da sonda: a sonda gástrica pode se deslocar ou ficar obstruída, o
que pode levar a complicações como vômito, distensão abdominal e desconforto.
•• Interferência na alimentação: em alguns casos, a sondagem gástrica pode interferir na ali-
mentação do paciente, especialmente se a sonda não estiver posicionada corretamente ou se
houver problemas com a administração da dieta.

Riscos Ocupacionais

A sondagem gástrica envolve alguns riscos ocupacionais para os profissionais de saúde envolvidos no
procedimento, como enfermeiros e técnicos de enfermagem. Dentre os riscos mais comuns estão:
•• Exposição a fluídos corporais: há risco de exposição a fluidos corporais, como saliva e vômito,
que podem conter micro-organismos patogênicos.
•• Lesões por objetos cortantes: durante o processo de preparação e inserção da sonda, há risco
de lesão por objetos cortantes, como tesouras e pinças.
•• Contaminação cruzada: pode ocorrer quando o material utilizado para o procedimento não é
esterilizado corretamente ou quando as mãos dos profissionais envolvidos não são higienizadas
adequadamente, aumentando o risco de infecções.
•• Lesão de mucosa: principalmente em pacientes com alterações anatômicas ou com patologias
gástricas prévias.

Para minimizar esses riscos, é fundamental que os profissionais envolvidos no procedimento tenham
conhecimento adequado sobre as técnicas e cuidados necessários para a sondagem gástrica, além de
seguir rigorosamente as normas de biossegurança e higiene pessoal.

Riscos Ambientais

É importante considerar os riscos ambientais associados ao descarte inadequado dos materiais uti-
lizados durante a sondagem gástrica, como seringas, agulhas e luvas, que podem representar riscos

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biológicos e ambientais. Por isso, é importante seguir as normas e diretrizes de descarte de resíduos
e materiais contaminados, visando à prevenção de doenças e à proteção do meio ambiente.

Contraindicações à passagem da sonda nasogástrica

Existem algumas situações em que a sondagem gástrica é contraindicada, sendo elas:


•• Obstrução intestinal completa;
•• Perfuração gastrointestinal;
•• Suspeita de fratura da base do crânio ou lesão traumática na face;
•• Queimaduras ou lesões faciais;
•• Histórico de cirurgia gástrica recente;
•• Doenças do esôfago, como esofagite grave ou varizes esofágicas;
•• Estenose esofágica;
•• Risco de hemorragia, como em pacientes com distúrbios de coagulação;
•• Choque ou instabilidade hemodinâmica.

É importante ressaltar que a decisão sobre a contraindicação da sondagem gástrica deve ser feita
por um médico, levando em consideração a situação clínica do paciente e a presença de outras
comorbidades.

Cuidados de Enfermagem

Checar sempre a permeabilidade e o posicionamento da sonda antes de iniciar uma nova dieta e an-
tes de administrar medicamentos.
99 Manter o leito do paciente com a cabeceira elevada entre 30º a 45º.
99 Avaliar, registrar e comunicar o conteúdo drenado.
99 Atentar a manipulação do paciente para não ocasionar o deslocamento acidental da sonda.
99 Manter a sonda fechada ao manipular o paciente.
99 Lavar a sonda com 20 ml de água antes e após administração de medicação, para evitar obstrução.
99 Trocar fixação da sonda a cada 24h (após banho), ou quando necessário, para evitar saída acidental.

Em caso de perda ou deslocamento da sonda em clientes de pós-operatório de cirurgias de esôfago e


estômago a sonda não pode ser repassada nem mesmo reintroduzida sem avaliação médica.

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1.2 Gastrostomia

Fonte:https://www.tuasaude.com/gastrostomia/. Acesso em 19/11/23

Objetivos

Gastrostomia é um procedimento cirúrgico (privativo do médico) que envolve a criação de uma aber-
tura artificial no estômago (estoma) para fornecer uma via de acesso direta para a alimentação, medi-
camentos ou líquidos em pacientes que têm dificuldade em engolir ou que precisam receber nutrição
prolongada. É uma técnica que pode ser realizada por cirurgia aberta ou por procedimentos minima-
mente invasivos, como a gastrostomia endoscópica percutânea (PEG).

A gastrostomia é realizada quando há necessidade de oferecer alimentação enteral (por meio de uma
sonda) a longo prazo, ou seja, quando a alimentação oral não é possível, inadequada ou insuficiente
para suprir as necessidades nutricionais do paciente.
Algumas das situações que podem indicar a realização de uma gastrostomia são:
•• Doenças neuromusculares que afetam a musculatura da deglutição, como a doença de
Parkinson, esclerose múltipla, paralisia cerebral, entre outras;
•• Lesões traumáticas ou doenças que afetam a cavidade oral, faringe ou esôfago, impedindo ou
dificultando a alimentação oral;
•• Cirurgias que afetaram a capacidade de deglutição ou o trato gastrointestinal, como a retirada
do estômago ou parte dele, por exemplo;
•• Doenças que causam perda de peso significativa, como o câncer, a AIDS, a fibrose cística, entre
outras;
•• Pacientes em estado de coma ou em cuidados paliativos, que não têm capacidade de se ali-
mentar de forma oral.

A gastrostomia também pode ser realizada como medida preventiva, em pacientes que serão subme-
tidos a tratamentos que podem afetar a capacidade de se alimentar oralmente, como a radioterapia
na região da cabeça e pescoço.

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Cuidados de Enfermagem
99 Verificar a posição correta da sonda na gastrostomia e avaliar o estado da incisão cirúrgica.
99 Realizar a higiene diária do paciente e da região ao redor da gastrostomia.
99 Verificar se há sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, dor ou secreção no local da
gastrostomia.
99 Verificar se a sonda de alimentação está corretamente conectada ao equipamento de nutrição
enteral.
99 Verificar se o fluxo de nutrição enteral está adequado e se há qualquer sinal de obstrução.
99 Administrar a medicação e dieta prescrita pelo médico de acordo com as instruções.
99 Monitorar os sinais vitais do paciente e a resposta ao tratamento.
99 Monitorar o peso corporal do paciente e garantir que ele esteja recebendo a quantidade ade-
quada de nutrientes.
99 Realizar a limpeza e a troca do curativo de acordo com as instruções médicas.
99 Fornecer suporte emocional e educar o paciente e seus cuidadores sobre os cuidados com a
gastrostomia e como lidar com possíveis complicações.

2. Cateter Enteral

2.1 Sonda Entérica

A sonda entérica é um tipo de dispositivo usado para alimentação, medicação e remoção de resíduos
do trato gastrointestinal em pacientes que não conseguem se alimentar pela boca ou que têm difi-
culdade em engolir alimentos. Ela pode ser usada a curto prazo ou a longo prazo, dependendo das
necessidades do paciente.

A sondagem entérica pode ser realizada pelo médico ou enfermeiro, e consiste na inserção de uma
sonda através do nariz, da boca ou diretamente na parede abdominal do paciente, para fornecer
nutrição, hidratação, medicação e/ou remoção de resíduos do trato gastrointestinal, podendo seu
posicionamento ser pré pilórico (gástrico) ou pós pilórico (intestino delgado).
Essa técnica é utilizada em pacientes que não podem se alimentar normalmente pela boca ou
têm dificuldade de deglutição, como:
•• Pacientes com câncer de cabeça e pescoço que passaram por cirurgia ou radioterapia;
•• Pacientes com doenças neurológicas que afetam a deglutição, como a doença de Alzheimer,
esclerose múltipla e doença de Parkinson;
•• Pacientes que sofreram lesões traumáticas na boca ou no esôfago;
•• Pacientes com doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa;
•• Pacientes em estado de coma ou em ventilação mecânica prolongada.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
A técnica e os materiais utilizados na sondagem entérica são os mesmos da sondagem gástrica, exce-
to pelo tipo da sonda e maneira de medir o dispositivo que se deve adicionar de 10 a 15 cm a além da
marcação feita para o posicionamento gástrico.

Riscos Assistenciais

Alguns dos riscos assistenciais relacionados à sondagem entérica são:


•• Trauma: pode causar traumas na mucosa intestinal, o que pode levar a sangramentos e
infecções.
•• Aspiração: a aspiração acidental do conteúdo entérico pode ocorrer durante a inserção da son-
da, alimentação ou manuseio inadequado da mesma.
•• Infecção: pode ocorrer durante a inserção da sonda, ou devido à permanência da sonda no
trato gastrointestinal, o que pode levar à infecção do trato urinário, pneumonia ou sepse.
•• Deslocamento da sonda: pode se movimentar da sua posição correta, causando desconforto e
dor ao paciente, além de risco de aspiração.
•• Reações adversas: podem ocorrer devido à alimentação enteral, como diarreia, náuseas, vômi-
tos e distensão abdominal.
•• Desidratação: pode ser insuficiente para suprir as necessidades de hidratação do paciente, o
que pode levar a desidratação e outros problemas de saúde.

Por isso, é importante que a sondagem entérica seja realizada por um profissional de saúde capacita-
do e que os cuidados adequados sejam tomados para minimizar esses riscos. Os riscos ocupacionais
e ambientais relacionados a sondagem entérica são os mesmos da sondagem gástrica.

Cuidados de Enfermagem
99 Observar sinais de cianose ou desconforto respiratório, neste caso retirar a sonda e aguardar o
paciente se recuperar para reiniciar o procedimento.
99 Testar o posicionamento da sonda nasoentérica (SNE), conectando uma seringa de 20 ml e as-
pirando o conteúdo gástrico e a seguir injete 20 ml de ar pela sonda enquanto é feita a ausculta
do quadrante abdominal superior esquerdo.
99 Lembrar que a ausculta da entrada do ar pela sonda não garante seu posicionamento adequa-
do, sendo necessário a confirmação radiológica após o término do procedimento.
99 Retirar o fio guia, tracionando-o firmemente e guardá-lo em uma embalagem limpa e mantê-la
junto aos pertences do paciente, caso a sonda precise ser repassada.
99 O fio guia deve ser realizado antes da realização do RX de tórax para verificar o posicionamento
da sonda.
99 Abaixar a cabeceira da cama, quando não houver contraindicação e, posicionar o paciente em
decúbito lateral direito para facilitar a migração da sonda para o duodeno.
99 Não abaixar a cabeceira da cama de pacientes intubados e com alto risco de broncoaspiração.

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2.2 Jejunostomia

Fonte: https://www.scielo.br/j/abcd/a/7Dr6z4z69nc8Kf7YPJg3yxn/?lang=pt#ModalFigf03. Acesso em 19/11/23

Jejunostomia é um procedimento cirúrgico no qual um tubo é inserido diretamente no jejuno (parte


média do intestino delgado) por meio de uma pequena incisão na parede abdominal. O objetivo da
jejunostomia é permitir que líquidos, nutrientes e medicamentos sejam administrados diretamente
no intestino delgado.

A jejunostomia é frequentemente utilizada quando o paciente é incapaz de receber nutrição oral ou


enteral (por meio de um tubo nasogástrico ou nasoenteral) por um longo período de tempo. Isso po-
de ocorrer em casos de obstrução intestinal, doenças inflamatórias intestinais, câncer de estômago
ou esôfago, ou outras condições que afetam a capacidade do corpo de absorver nutrientes.

O procedimento de jejunostomia geralmente é realizado em um ambiente hospitalar por um médi-


co e requer monitoramento cuidadoso para garantir que o paciente esteja recebendo a quantidade
adequada de nutrientes e líquidos. É importante seguir as orientações do médico sobre o cuidado e
manutenção do cateter para evitar complicações.

Fonte: https://blog.portaleducacao.com.br/tecnica-de-administracao-de-medicamentos-por-gastrostomia/. Acesso em 19/11/23

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem com a jejunostomia são importantes para prevenir complicações e ga-
rantir que o paciente receba nutrição adequada. Alguns dos cuidados de enfermagem que devem ser
considerados incluem:
99 Observar e monitorar: quanto à presença de sinais flogísticos, sangramento ou drenagem ao
redor do local da incisão, bem como sinais de desconforto abdominal. Além disso, a saída de
líquidos ou nutrientes da jejunostomia deve ser monitorada, para garantir que o paciente esteja
recebendo a quantidade adequada de nutrientes.
99 Cuidado com o tubo: O tubo de jejunostomia deve ser fixado corretamente, para evitar desloca-
mentos. Além disso, o enfermeiro deve cuidar da higiene do tubo, lavando as mãos e utilizando
técnicas assépticas durante a manipulação do tubo.
99 Cuidado com o local da incisão: O enfermeiro deve limpar o local da incisão regularmente,
utilizando uma solução antisséptica e trocando o curativo de acordo com a orientação médica.
99 Lavar a cateter da jejunostomia com 50ml de água filtrada antes e após administração de dieta
e medicação para evitar obstrução.
99 Comunicar ao enfermeiro e chamar o médico caso o cateter de jejunostomia exteriorize.

É importante lembrar que os cuidados de enfermagem com a jejunostomia devem ser individualiza-
dos, de acordo com as necessidades e condições do paciente e com a orientação médica.

Administração de dieta enteral

A administração de dieta enteral é um dos cuidados mais importantes que a enfermagem deve pres-
tar ao paciente. Devem ser considerados:
•• Avaliar o paciente: Antes de administrar a dieta enteral, deve-se avaliar o estado geral do pa-
ciente, incluindo o estado de hidratação, função gastrointestinal, intolerâncias alimentares,
alergias alimentares e quaisquer restrições dietéticas.
•• Conferir a dieta conforme a prescrição médica, verificando programação de infusão e identificando.
•• Identificar a data e horário da dieta e dispositivos utilizados (equipo).
•• Monitorização do paciente: Durante a administração da dieta enteral, o enfermeiro deve moni-
torar o paciente quanto a sinais e sintomas de intolerância alimentar, náusea, vômito, diarreia,
constipação, distensão abdominal, cólicas e outras complicações gastrointestinais.
•• Cuidado com a sonda de alimentação: O enfermeiro deve cuidar da permeabilidade da sonda
de alimentação que deve ser lavada antes e após a administração da dieta.
•• Registrar: É importante documentar a administração da dieta enteral, incluindo a quantidade e
o tipo de dieta administrada, bem como quaisquer problemas ou complicações.
•• Orientar paciente e cuidadores: O profissional de enfermagem deve orientar o paciente e seus
cuidadores sobre os cuidados com a sonda de alimentação, a higiene adequada, a monitoriza-
ção dos sinais e sintomas de intolerância alimentar e a importância da adesão à dieta prescrita.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
É importante lembrar que os cuidados de enfermagem na administração da dieta enteral devem ser
individualizados, de acordo com as necessidades e condições do paciente e com a orientação médica.

Resolução COFEN Nº 619/2019

Compete ao Técnico de Enfermagem e/ou ao Auxiliar de Enfermagem na sondagem oro/nasoenteral:


xx Auxiliar ao enfermeiro na execução do procedimento da sondagem oro/nasoenteral;
xx Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou protoco-
lo pré-estabelecido;
xx Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda do procedimento;
xx Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e
pontual.

3. Ostomias

Fonte: https://tudoparaostomia.com.br/tipos-de-ostomia/. Acesso em 19/11/23

Ostomia é uma cirurgia que consiste na criação de uma abertura artificial em alguma parte do sistema
digestivo ou urinário, com o objetivo de permitir a saída de fezes ou urina para uma bolsa coletora
externa. Essa abertura é chamada de estoma e pode ser criada em diferentes partes do corpo, como
no intestino grosso, no intestino delgado ou na bexiga, por exemplo.

A ostomia pode ser necessária em casos de doenças graves do sistema digestivo ou urinário, como
câncer, doença de Crohn, colite ulcerativa, entre outras, que podem afetar a capacidade do corpo de
eliminar fezes ou urina de forma natural. A ostomia pode permitir que os pacientes possam continuar
a realizar suas atividades cotidianas, mesmo após a remoção de parte do sistema digestivo ou urinário.

Existem diferentes tipos de ostomias, como a colostomia (abertura feita no intestino grosso), a ileos-
tomia (abertura feita no intestino delgado) e a urostomia (abertura feita na bexiga). A bolsa coletora
é fixada ao redor do estoma para coletar as fezes ou urina, e pode ser esvaziada e trocada conforme
necessário.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Os cuidados com a ostomia incluem a limpeza e troca da bolsa coletora, a avaliação da condição da
pele ao redor do estoma e a observação de possíveis complicações, como obstrução do estoma, infec-
ções ou vazamentos da bolsa coletora. O paciente deve receber orientação de um profissional de saú-
de especializado em ostomias para garantir um cuidado adequado e prevenir possíveis complicações.

Indicações

As indicações para a confecção de ostomias variam de acordo com cada paciente e situação clínica,
mas algumas das condições que podem levar à necessidade de uma ostomia incluem:
•• Câncer: uma das principais indicações para a realização de uma ostomia, pois em alguns casos
pode ser necessário remover uma parte do intestino ou da bexiga para tratar a doença.
•• Doenças inflamatórias do intestino: colite ulcerativa, a doença de Crohn e outras doenças
inflamatórias do intestino podem causar inflamação e danos no tecido intestinal, o que pode
levar à necessidade de uma ostomia.
•• Trauma ou lesões: Lesões graves ou traumas no intestino ou bexiga podem levar à necessidade
de uma ostomia para permitir a cicatrização e recuperação do tecido.
•• Obstrução intestinal: pode ser necessário realizar uma ostomia temporária para permitir que o
intestino se cure e volte a funcionar normalmente.
•• Anomalias congênitas: Algumas pessoas nascem com anomalias congênitas que podem afetar
o sistema digestivo ou urinário, como a doença de Hirschsprung, que pode levar à necessidade
de uma ostomia.
•• Incontinência fecal ou urinária: Em casos de incontinência fecal ou urinária grave, pode ser ne-
cessário realizar uma ostomia para permitir a eliminação controlada de fezes. Cada caso é único
e deve ser avaliado individualmente por um médico especializado em ostomias, que poderá in-
dicar a melhor opção de tratamento para o paciente. É importante lembrar que a ostomia pode
ser uma solução temporária ou permanente, dependendo da condição clínica do paciente.

Tipos de ostomias

Existem vários tipos de ostomias, que são classificadas de acordo com a localização da abertura cirúr-
gica e o tipo de material que é coletado.
•• Colostomia: criada no cólon (intestino grosso), geralmente no lado esquerdo do abdômen. As
fezes que são eliminadas através da colostomia tendem a ser mais sólidas e possuem um odor
mais forte, pois o cólon é responsável pela absorção de água e pelo armazenamento das fezes
antes da eliminação. Existem diferentes tipos de colostomia, dependendo do local da abertura,
incluindo colostomia sigmoide, transversa e ascendente.
•• Ileostomia: criada no íleo (intestino delgado), geralmente no lado direito do abdômen. As fezes
que são eliminadas através da ileostomia são líquidas e possuem um odor menos forte, pois o
íleo é responsável pela digestão e absorção de nutrientes, e as fezes ainda não passaram pelo
cólon. Por isso, a bolsa coletora da ileostomia precisa ser esvaziada com mais frequência do que
a da colostomia.

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•• Urostomia: criada na bexiga, geralmente no baixo ventre. Ela é realizada quando a bexiga não
funciona adequadamente e não é possível urinar normalmente. A urostomia pode ser feita para
drenar diretamente a urina da bexiga para uma bolsa coletora, ou para criar um novo canal
urinário que seja drenado através de uma abertura no abdômen. A bolsa coletora da urostomia
pode ser esvaziada com menos frequência do que a da colostomia ou ileostomia.

É importante lembrar que cada caso é único e deve ser avaliado individualmente por um médico es-
pecializado em ostomias, que poderá indicar o melhor tipo de ostomia para o paciente, dependendo
da condição clínica e das necessidades individuais.

As ostomias também podem ser temporárias e permanentes. A ostomia temporária é realizada com
o objetivo de ser revertida em algum momento no futuro, enquanto a ostomia permanente é criada
com o objetivo de ser permanente, sem previsão de reversão.

A ostomia temporária é geralmente realizada em situações em que o intestino ou a bexiga precisam


ser temporariamente desviados ou removidos para permitir a cicatrização, tratamento ou recupera-
ção, e espera-se que possam ser reconectados em algum momento no futuro. Após a cicatrização, a
ostomia temporária é revertida por meio de uma nova cirurgia, que é realizada para reconectar o in-
testino ou a bexiga ao seu local original, fechando a abertura da ostomia. Exemplos de condições que
podem exigir uma ostomia temporária incluem lesões traumáticas, obstruções intestinais, doenças
inflamatórias e câncer.

Por outro lado, a ostomia permanente é geralmente realizada em situações em que a reconexão dos
intestinos ou bexiga não é possível ou recomendada, e a ostomia se torna uma forma permanente
de eliminação de fezes ou urina. Isso pode acontecer em casos de câncer avançado, lesões graves,
doenças crônicas, incontinência fecal ou urinária, ou quando a condição clínica não permite a recone-
xão do intestino ou bexiga. A ostomia permanente exige que o paciente utilize uma bolsa coletora de
maneira permanente para coletar as fezes.

Em ambos os casos, a ostomia pode ter um grande impacto na qualidade de vida do paciente e é
importante que os pacientes e seus familiares recebam apoio e orientação adequados para lidar com
as mudanças físicas e emocionais que a ostomia pode causar.

Diferenças entre bolsa coletora de colostomia e ileostomia

A bolsa de ileostomia e a bolsa de colostomia são dispositivos usados para coletar as fezes de pa-
cientes que tiveram seu intestino delgado ou grosso desviado cirurgicamente para a superfície ab-
dominal. A bolsa de ileostomia é usada em pacientes que tiveram seu intestino delgado desviado
cirurgicamente para a superfície abdominal. As fezes que passam pelo estoma são frequentemente
líquidas e ácidas, o que pode irritar a pele ao redor do estoma. A bolsa de ileostomia é feita de ma-
teriais à prova d’água e tem um adesivo na parte de trás que adere à pele ao redor do estoma para
manter a bolsa no lugar. A bolsa é esvaziada regularmente e pode ser trocada conforme necessário.

A bolsa de colostomia é usada em pacientes que tiveram seu intestino grosso desviado cirurgicamente
para a superfície abdominal. As fezes que passam pelo estoma são frequentemente mais sólidas do que
as fezes de uma ileostomia. A bolsa de colostomia é semelhante a bolsa de ileostomia, mas pode ter

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uma abertura maior para a passagem de fezes mais sólidas. Como a pele ao redor do estoma pode ficar
úmida ou irritada, a bolsa de colostomia é feita de materiais à prova d’água e tem um adesivo na parte
de trás que adere à pele ao redor do estoma para manter a bolsa no lugar. A bolsa é esvaziada regular-
mente e pode ser trocada conforme necessário.

É importante que os pacientes que usam bolsas de ileostomia ou colostomia recebam orientação adequa-
da sobre como cuidar do estoma, como trocar a bolsa e como lidar com as mudanças no estilo de vida.
Os pacientes também devem ser monitorados regularmente por um profissional de saúde para garantir
que a ostomia esteja funcionando adequadamente e para identificar quaisquer complicações precoces.

Fonte: https://sobest.com.br/estomias/. Acesso em 20/11/23

Como esvaziar a bolsa de colostomia ou ileostomia


Para esvaziar a bolsa de colostomia ou ileostomia, é necessário:
•• Reunir o material: luvas descartáveis, um saco plástico para descarte, papel higiênico e água
corrente.
•• Lavar bem as mãos e coloque as luvas descartáveis.
•• Abrir a parte inferior da bolsa, onde fica a saída para esvaziar as fezes ou urina. Alguns modelos
possuem um clip que deve ser retirado para abrir a saída. Outros possuem uma tampa que deve
ser removida.
•• Segurar a bolsa sobre o vaso sanitário ou um recipiente próprio para coletar as fezes ou urina.
•• Abrir a saída da bolsa e deixar o conteúdo esvaziar completamente.
•• Usar papel higiênico para limpar cuidadosamente a saída da bolsa e, se necessário, a pele ao
redor do estoma.
•• Fechar a saída da bolsa, certificando-se de que está bem vedada para evitar vazamentos.
•• Retirar as luvas e lavar bem as mãos novamente.

É importante esvaziar a bolsa regularmente, sempre que estiver cheia ou pelo menos a cada 3 a 4
horas. Além disso, é fundamental manter a área ao redor do estoma limpa e seca para prevenir irri-
tações na pele e infecções.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Troca da bolsa de ostomia

A troca da bolsa de colostomia ou ileostomia deve ser feita sempre que necessário, geralmente a cada
3 a 7 dias, se necessário ou de acordo com protocolo institucional. Para realizar a troca, é importante:
•• Reunir todo o material necessário: luvas descartáveis, bolsa de colostomia ou ileostomia nova,
adesivo para pele, compressa úmida, saco plástico para descarte, papel higiênico e água corrente.
•• Lavar bem as mãos e calçar as luvas descartáveis.
•• Remover a bolsa de colostomia ou ileostomia antiga cuidadosamente, descolando-a da pele len-
tamente e com cuidado para não machucar ou puxar o estoma.
•• Limpar cuidadosamente a pele ao redor do estoma com uma compressa úmida ou com água e
sabão neutro. Seque a pele cuidadosamente.
•• Medir o tamanho do estoma e cortar o adesivo da nova bolsa de colostomia ou ileostomia de
acordo com o tamanho correto. Certifique-se de que o adesivo esteja bem centralizado sobre o
estoma.
•• Aplicar a nova bolsa de colostomia ou ileostomia na pele, tomando cuidado para que o adesivo
esteja bem fixado e sem dobras ou rugas. Pressione o adesivo firmemente com as mãos para
garantir uma boa aderência.
•• Conectar a bolsa de colostomia ou ileostomia ao dispositivo coletor se dispositivo de duas peças
e verificar se a conexão está bem segura.
•• Fechar o clip.
•• Registrar realização do procedimento no prontuário.

Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem com ostomias são essenciais para manter a integridade da pele ao redor
do estoma e prevenir complicações. Alguns dos cuidados incluem:
99 Manter a área ao redor do estoma limpa e seca, com água e sabão neutro, ou produtos espe-
cíficos para a limpeza de ostomias. Após a limpeza, seque cuidadosamente a pele com uma
compressa macia e limpa, sem esfregar.
99 Trocar a bolsa: a troca deve ser realizada regularmente para evitar vazamentos, irritações e in-
fecções. O tempo recomendado de troca pode variar de acordo com a orientação do fabricante
do dispositivo ou instituição.
99 Observar o aspecto do estoma e pele periestoma: para verificar se há alterações na aparência,
cor, secreção ou sangramento. Qualquer mudança deve ser informada ao médico ou enfermei-
ro imediatamente.
99 Manter uma dieta equilibrada e adequada, com a orientação de um nutricionista. É importante
evitar alimentos que possam causar gases ou diarreia, além de beber bastante água.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS,
URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
99 Cuidar da pele: é importante utilizar produtos adequados para proteger a pele ao redor do esto-
ma, como adesivos especiais, pomadas ou cremes. É importante também evitar o uso de produ-
tos que possam irritar a pele, como loções, perfumes e sabonetes.

Os cuidados de enfermagem em ostomias são fundamentais para garantir o bem-estar físico e emo-
cional dos pacientes ostomizados, além de prevenir complicações e promover uma recuperação mais
rápida e tranquila.

RESUMO

Os dispositivos gástricos e enterais são utilizados para fornecer nutrição e medicamentos diretamen-
te no trato gastrointestinal do paciente. Esses dispositivos incluem sondas nasogástricas, sondas de
alimentação, gastrostomias e jejunostomias. A escolha do dispositivo dependerá das necessidades do
paciente e da condição clínica.

A sonda nasogástrica é utilizada para descomprimir o estômago, remover líquidos ou gases acumula-
dos e administrar medicamentos, enquanto a sonda de alimentação é utilizada para fornecer nutrição
enteral. As gastrostomias e jejunostomias são utilizadas em pacientes com dificuldades para alimen-
tação oral prolongada, como aqueles com doenças neurológicas ou câncer de cabeça e pescoço.

Estes dispositivos devem ser manuseados e cuidadosamente monitorados para prevenir complica-
ções, como infecção, obstrução e deslocamento. A nutrição e a hidratação adequadas fornecidas pelos
dispositivos gástricos e enterais são essenciais para a recuperação do paciente e sua melhora clínica.

Já a ostomia é um procedimento cirúrgico em que uma abertura é criada no corpo para permitir a
eliminação de fezes, urina ou outros produtos corporais. Existem diferentes tipos de ostomias, como
a colostomia, ileostomia e urostomia, dependendo da parte do corpo em que a abertura é criada. As
ostomias podem ser temporárias ou permanentes, dependendo da condição médica do paciente.

Pacientes com ostomias podem enfrentar desafios físicos e emocionais, e por isso os cuidados de en-
fermagem são essenciais para ajudá-los a lidar com as mudanças decorrentes do procedimento cirúr-
gico. Esses cuidados incluem avaliação e monitoramento do estoma, ensino e orientação ao paciente e
à família, prevenção de complicações, suporte psicológico e monitoramento da nutrição e hidratação.

Com os cuidados apropriados, os pacientes com ostomias podem manter uma boa qualidade de vida
e continuar a realizar suas atividades cotidianas com normalidade.

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual é o objetivo principal do uso de uma ostomia?

a. ( ) Melhorar a digestão.

b. ( ) Facilitar a eliminação de fezes e urina.

c. ( ) Prevenir a ocorrência de infecções.

d. ( ) Controlar a pressão arterial.

2. Quais são os principais cuidados de enfermagem que devem ser realizados em pacientes com
ostomias, desde a avaliação pré-operatória até o pós-operatório, a fim de prevenir complicações
e promover a adaptação do paciente à nova condição de vida?

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3. O processo de esvaziamento e troca da bolsa de ostomia requer cuidados especiais. Indique se


as afirmações abaixo são verdadeiras ou falsas, em seguida assinale a alternativa correspondente:
A bolsa deve ser esvaziada sempre que estiver cheia.
A troca da bolsa deve ser realizada sempre no mesmo horário todos os dias.
Antes de esvaziar a bolsa, não é necessário realizar a higienização adequada da região periestomal.
Durante a troca da bolsa, é recomendável utilizar produtos adequados para proteger a pele ao
redor do estoma, como adesivos especiais, pomadas ou cremes.
Caso ocorra algum vazamento ou descolamento da bolsa, é importante realizar a troca ime-
diatamente.

a. ( ) V- V- V- F – V c. ( ) V- F- F- V- V

b. ( ) F- V- F- V- V d. ( ) F- F- V- V- F

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
4. Quais são os principais riscos assistenciais associados à sondagem gástrica?

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5. Qual é a principal diferença entre a bolsa de ileostomia e a bolsa de colostomia?

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TEMA 03

Anatomia e Fisiologia do Sistema Urinário

“A depuração do sangue, dos resíduos da atividade celular (excreção) e a manutenção do equilíbrio


hídrico (homeostase) são as funções fundamentais do aparelho excretor.” (Rigutti, 2007)

3.1 Introdução

Fonte: https://www.sobiologia.com.br/figuras/Corpo/urinario.jpg. Acesso em 20/11/23

O sistema urinário é um dos sistemas mais importantes do corpo humano, responsável pela elimina-
ção de resíduos e excesso de água do organismo. Ele é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra.

Os rins são órgãos responsáveis por filtrar o sangue e produzir a urina, que é transportada pelos
ureteres para a bexiga urinária. A bexiga, por sua vez, armazena a urina até que seja expelida do
corpo através da uretra. Além de sua função excretora, o sistema urinário também desempenha
um papel importante na regulação do equilíbrio ácido-base e na manutenção do equilíbrio hidro-
eletrolítico do corpo.

Problemas no sistema urinário podem ser muito graves e afetar a qualidade de vida de uma pessoa,
incluindo infecções urinárias, cálculos renais, insuficiência renal e câncer de bexiga ou rim.Portan-
to, é importante manter o sistema urinário saudável e buscar atendimento médico caso haja algum
sintoma ou problema relacionado a ele.

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3.2 Anatomia e Fisiologia do Sistema Urinário

Anatomia

Fonte: https://www.sobiologia.com.br/figuras/Corpo/rim.gif. Acesso em 20/11/23

O sistema urinário é composto por vários órgãos e estruturas anatômicas que trabalham em conjunto
para produzir, armazenar e eliminar a urina. Esses órgãos e estruturas incluem:
•• Rins: são dois órgãos em forma de feijão localizados na parte superior do abdômen, atrás das
costelas. Os rins são responsáveis por filtrar o sangue, removendo resíduos e excessos de água,
e produzir a urina.
•• Ureteres: são dois tubos estreitos que transportam a urina dos rins para a bexiga urinária. Eles
são compostos de músculo liso e têm cerca de 25 cm de comprimento.
•• Bexiga urinária: é um órgão muscular oco que armazena a urina antes de ser eliminada do cor-
po. A bexiga urinária tem capacidade média de armazenar de 500 ml a 600 ml de urina.
•• Uretra: é um tubo muscular que transporta a urina da bexiga para for a do corpo. Nos homens,
a uretra também é responsável por transportar o esperma.

Além desses órgãos principais, o sistema urinário também inclui outras estruturas, como os músculos
do assoalho pélvico e o esfíncter uretral, que ajudam a controlar o fluxo de urina e a evitar a incon-
tinência urinária. A anatomia do sistema urinário é complexa e altamente especializada, permitindo
que o corpo mantenha um equilíbrio hidroeletrolítico saudável e elimine resíduos metabólicos de
maneira eficiente.

Fisiologia

A fisiologia do sistema urinário envolve uma série de processos complexos que trabalham juntos para
produzir, armazenar e eliminar a urina. Esses processos incluem:

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Filtração glomerular: ocorre nos rins, onde o sangue é filtrado através de pequenos vasos san-
guíneos chamados glomérulos. A filtração glomerular remove resíduos metabólicos, como a
ureia, e outros produtos químicos indesejados do sangue, enquanto mantém moléculas impor-
tantes, como proteínas e células sanguíneas.
•• Reabsorção tubular: depois que a urina é filtrada pelos glomérulos, ela passa pelos túbulos
renais, onde a maioria da água e dos sais necessários para o corpo é reabsorvida de volta para
o sangue. A reabsorção tubular é um processo altamente regulado que garante que o corpo
retenha os nutrientes e eletrólitos necessários.
•• Secreção tubular: durante a secreção tubular, o corpo elimina resíduos adicionais e subs-
tâncias indesejadas, como íons hidrogênio e toxinas, que não foram removidos durante a
filtração glomerular.
•• Micção: quando a bexiga está cheia, os nervos sensoriais enviam sinais ao cérebro para indicar
que é hora de urinar. Isso desencadeia a contração da musculatura da bexiga, que empurra a
urina para for a do corpo através da uretra.

A fisiologia do sistema urinário é crucial para manter o equilíbrio hidroeletrolítico do corpo e eliminar
resíduos metabólicos. Distúrbios nesse sistema, como infecções urinárias, cálculos renais e insuficiên-
cia renal, podem ter efeitos graves sobre a saúde e o bem-estar geral do indivíduo.

3.3 Órgãos do Sistema Urinário

3.3.1 Rins

Fonte: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/sistema-urinario/. Acesso em 20/11/23

Os rins são órgãos em forma de feijão localizados na parte posterior do abdômen, atrás das coste-
las, e são responsáveis por filtrar o sangue e produzir a urina. Eles têm cerca de 11 cm de compri-
mento, 6 cm de largura e 3 cm de espessura, e são protegidos por uma camada de gordura e pelas
costelas inferiores.

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A anatomia dos rins é composta por várias estruturas, incluindo:
•• Cápsula renal: é uma camada fibrosa externa que envolve o rim e o protégé contra lesões.
•• Medula renal: é a camada interna do rim que contém a maioria dos néfrons, que são as unida-
des funcionais responsáveis pela filtragem do sangue.
•• Córtex renal: é a camada externa do rim, que contém os glomérulos e os túbulos renais.
•• Artéria renal: é a principal artéria que fornece sangue aos rins.
•• Veia renal: é a veia que drena o sangue dos rins de volta ao coração.
99 A fisiologia dos rins é responsável por filtrar o sangue e produzir a urina. Esses processos
incluem:
•• Filtração glomerular: ocorre nos glomérulos renais, que são pequenos vasos sanguíneos em
forma de novelo. A filtração glomerular remove resíduos metabólicos, como a ureia, e outros
produtos químicos indesejados do sangue, enquanto mantém moléculas importantes, como
proteínas e células sanguíneas.
•• Reabsorção tubular: depois que a urina é filtrada pelos glomérulos, ela passa pelos túbulos
renais, onde a maioria da água e dos sais necessários para o corpo é reabsorvida de volta para
o sangue. A reabsorção tubular é um processo altamente regulado que garante que o corpo
retenha os nutrientes e eletrólitos necessários. Ajuda a manter o equilíbrio hídrico do corpo.
•• Secreção tubular: durante a secreção tubular, o corpo elimina resíduos adicionais e subs-
tâncias indesejadas, como íons hidrogênio e toxinas, que não foram removidos durante a
filtração glomerular.
•• Regulação hormonal: os rins também desempenham um papel importante na regulação do
equilíbrio hidroeletrolítico do corpo, incluindo a regulação da pressão arterial e do equilíbrio
ácido-base. Esses processos são controlados por hormônios produzidos pelos rins, incluindo a
renina e a eritropoietina.
•• Regulação do pH: os rins ajudam a manter o equilíbrio ácido-base do corpo, excretando ácidos
ou bases excessivos na urina.
•• Ativação de vitamina D: os rins convertem a vitamina D em sua forma ativa, que é necessária
para a absorção de cálcio.

Os rins são órgãos vitais para a saúde geral do corpo humano e, portanto, é importante mantê-los
saudáveis, prevenindo a ocorrência de doenças renais, como insuficiência renal, cálculos renais e
nefrite.

Néfron

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Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-urinario/. Acesso em 20/11/23

O néfron é a unidade funcional básica do rim, responsável por filtrar o sangue e produzir a urina. Cada
rim humano contém cerca de um milhão de néfrons. Cada néfron é composto por dois componentes
principais: o corpúsculo renal e o túbulo renal.
•• O corpúsculo renal é composto pelo glomérulo e pela cápsula de Bowman.
xx O glomérulo é uma rede de pequenos capilares sanguíneos que realiza a filtração do sangue,
removendo os resíduos metabólicos e outras substâncias indesejadas.
xx A cápsula de Bowman é uma estrutura em forma de cápsula que envolve o glomérulo e re-
colhe a urina filtrada.
•• O túbulo renal é composto por várias partes, incluindo o túbulo proximal, alça de Henle, túbulo
distal e ducto coletor.
xx O túbulo proximal é responsável pela reabsorção de grande parte da água (70%) e sais ne-
cessários de volta para o corpo a partir da urina filtrada.
xx A alça de Henle é responsável pela regulação da concentração de sais e água no corpo.
xx O túbulo distal é responsável pela secreção de íons e ácidos adicionais na urina.
xx O ducto coletor é onde a urina finalmente se acumula antes de ser excretada para a bexiga.

A função do néfron é controlada por mecanismos hormonais e nervosos que ajudam a regular a produ-
ção de urina e a manter o equilíbrio de eletrólitos no corpo. Alguns hormônios importantes que afetam
a função do néfron incluem a aldosterona, a vasopressina e o hormônio paratireóideo.

Problemas no néfron podem levar a doenças renais, como insuficiência renal e nefrite. Por isso, é impor-
tante manter uma boa saúde renal, fazendo exames regularmente, evitando hábitos que possam prejudi-
car os rins, como o consumo excessivo de álcool e cigarro, e mantendo uma dieta saudável e equilibrada.

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3.3.2 Ureteres

Os ureteres são estruturas tubulares que conectam os rins à bexiga urinária. Eles possuem uma ana-
tomia simples, mas essencial para o processo de excreção da urina. Cada ureter é um tubo muscular
com cerca de 25 a 30 cm de comprimento e 3 a 4 mm de diâmetro. Eles começam na pelve renal,
onde recebem a urina filtrada pelos néfrons, e se estendem até a bexiga urinária.
Cada ureter é composto por três camadas de tecido: a mucosa, a muscular e a adventícia.
•• A camada mucosa é revestida por células que secretam muco para proteger o ureter contra
danos causados pela urina.
•• A camada muscular é responsável por transportar a urina por meio de contrações rítmicas cha-
madas de peristaltismo.
•• A camada adventícia é uma camada externa de tecido conjuntivo que ajuda a fixar o ureter aos
tecidos circundantes.

Os ureteres funcionam por meio de um mecanismo de peristaltismo, onde a musculatura lisa contrai
de forma rítmica para empurrar a urina em direção à bexiga urinária. O peristaltismo é desencadeado
por estímulos nervosos e hormonais que respondem à pressão do volume de urina nos ureteres.

Além disso, a camada muscular dos ureteres possui fibras musculares longitudinais e circulares que
ajudam a garantir o movimento unidirecional da urina.

Os ureteres também possuem mecanismos de prevenção contra refluxo de urina, que é o fluxo in-
verso da urina da bexiga urinária para os ureteres. Isso é importante para evitar infecções urinárias
e lesões renais. Esses mecanismos incluem a localização dos orifícios ureterais na bexiga urinária em
um ângulo oblíquo e a ação da musculatura esfincteriana ao redor desses orifícios, que se contrai
para impedir o refluxo.

3.3.3 Bexiga

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/sistemas/391/sistema-urinario#google_vignette. Acesso em 20/11/23

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A bexiga urinária é um órgão muscular localizado na pelve, que armazena a urina produzida pelos rins
até que possa ser eliminada do corpo. A bexiga tem formato de uma bolsa muscular que varia em
tamanho e forma de acordo com a quantidade de urina que contém.
Ela é composta por três camadas de tecido: mucosa, muscular e serosa.
•• A camada mucosa é revestida por células que permitem a expansão da bexiga à medida que ela
é preenchida com urina.
•• A camada muscular é composta por músculos lisos que se contraem para ajudar a expelir a urina.
•• A camada serosa é uma fina camada de tecido conjuntivo que recobre a superfície externa da
bexiga.

A bexiga urinária é um órgão dinâmico que funciona por meio de reflexos nervosos complexos. A
urina flui dos ureteres para a bexiga por meio da ação peristáltica dos músculos ureterais e é armaze-
nada na bexiga até que o volume de urina alcance um ponto crítico e seja ativado o reflexo miccional,
que desencadeia a micção.

Durante a micção, os músculos da bexiga se contraem, e a abertura da uretra se relaxa para permitir
a saída da urina. Esse processo é controlado pelo sistema nervoso autônomo, que pode ser influen-
ciado pela vontade consciente e pela regulação hormonal.

A capacidade da bexiga varia de acordo com a idade, sexo e estado de saúde de cada indivíduo. Em
média, ela é capaz de armazenar cerca de 500 ml de urina em um adulto saudável.
Entretanto, é importante ressaltar que o esvaziamento da bexiga deve ocorrer com frequência ade-
quada, pois o acúmulo de urina por períodos prolongados pode levar a infecções urinárias, inflama-
ções e até lesões renais.

3.3.4 Uretra

A uretra é um tubo muscular que tem como função transportar a urina da bexiga para o meio externo
do corpo. A anatomia e fisiologia da uretra variam de acordo com o gênero. sendo que a uretra fe-
minina é mais curta e simples em comparação com a uretra masculina, que é mais longa e complexa.
Ambas as uretras são compostas por camadas de tecido que têm como função lubrificar, proteger e
ajudar na expulsão da urina.

Uretra Feminina

A uretra feminina tem cerca de 4 cm de comprimento e se estende da bexiga até a abertura externa
na vulva. É dividida em três partes: uretra proximal, uretra média e uretra distal.
•• A uretra proximal é a parte que se conecta à bexiga.
•• A uretra média atravessa o assoalho pélvico.
•• A uretra distal se abre externamente na vulva.
•• A uretra feminina é composta por duas camadas de tecido: a camada muscular e a camada mucosa.

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•• A camada muscular é constituída por fibras musculares lisas que ajudam a expelir a urina durante
a micção.
•• A camada mucosa é revestida por células secretoras de muco que lubrificam e protegem a uretra
durante a passagem da urina.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-urinario/. Acesso em 20/11/23

Uretra Masculina

A uretra masculina tem cerca de 20 cm de comprimento e é dividida em três partes: uretra prostática,
uretra membranosa e uretra peniana.
•• A uretra prostática atravessa a próstata.
•• A uretra membranosa atravessa o assoalho pélvico.
•• A uretra peniana percorre o pênis e se abre externamente na glande.
•• A uretra masculina é composta por três camadas de tecido: a camada mucosa, a camada mus-
cular e a camada adventícia.
•• A camada mucosa é revestida por células secretoras de muco e células produtoras de enzimas.
•• A camada muscular é constituída por fibras musculares lisas e fibras musculares estriadas que
ajudam a expelir a urina e o sêmen durante a ejaculação.
•• A camada adventícia é uma camada de tecido conjuntivo que recobre a uretra.

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Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-urinario/. Acesso em 20/11/23

3.4 Sistema Urinário e controle da Pressão Arterial

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/multimedia/figure/regula%C3%A7%C3%A3o-
da-press%C3%A3o-arterial-o-sistema-renina-angiotensina-aldosterona. Acesso em 20/11/23

O sistema urinário e o controle da pressão arterial estão intimamente relacionados. Os rins desempe-
nham um papel importante na regulação da pressão arterial por meio de um mecanismo conhecido
como “sistema renina-angiotensina-aldosterona”.

Quando a pressão arterial está baixa, as células do rim produzem uma enzima chamada renina. A re-
nina converte uma proteína chamada angiotensinogênio em angiotensina I, que é convertida em an-
giotensina II pela ação da enzima conversora de angiotensina (ECA), encontrada principalmente nos
pulmões. A angiotensina II causa a vasoconstrição (contração dos vasos sanguíneos), aumentando a
resistência vascular periférica e elevando a pressão arterial.

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A angiotensina II também estimula a produção de aldosterona pelas glândulas suprarrenais, que leva
à reabsorção de sódio e água pelos rins, aumentando o volume sanguíneo e a pressão arterial. Por
outro lado, quando a pressão arterial está alta, os rins diminuem a produção de renina, diminuindo
a formação de angiotensina II e a reabsorção de sódio e água. Isso leva a uma diminuição no volume
sanguíneo e na pressão arterial.
99 Assim, os rins desempenham um papel fundamental no controle da pressão arterial, por meio
da regulação do volume sanguíneo e da produção de hormônios vasoativos.

Problemas renais, como insuficiência renal, podem levar a distúrbios graves do equilíbrio da pres-
são arterial, como hipertensão arterial, que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e
acidentes vasculares cerebrais. É importante, portanto, manter uma boa saúde renal para garantir a
regulação adequada da pressão arterial e prevenir complicações relacionadas.

3.5 Curiosidades sobre o Sistema Urinário

•• O sistema urinário é um sistema vital e complexo que desempenha várias funções importantes
no nosso corpo, desde a regulação da composição sanguínea até o controle do volume e da
composição da urina. Algumas curiosidades interessantes sobre o sistema urinário:
•• Os rins são órgãos incríveis que conseguem filtrar e processar cerca de 190 litros de sangue por
dia para produzir cerca de 1 a 2 litros de urina.
•• A cor da urina pode indicar muitas coisas sobre a nossa saúde. Por exemplo, a urina amarela
pálida pode indicar hidratação adequada, enquanto a urina amarela escura pode indicar de-
sidratação. A urina vermelha ou rosa pode ser um sinal de problemas no trato urinário ou de
outras condições médicas.
•• Os rins também produzem hormônios importantes, como a eritropoietina, que estimula a pro-
dução de células vermelhas do sangue, e a renina, que ajuda a controlar a pressão arterial.
•• A urina é estéril quando sai do corpo, o que significa que não contém bactérias ou outros mi-
crorganismos. No entanto, ela pode se contaminar ao entrar em contato com o meio ambiente.
•• Os cálculos renais, ou pedras nos rins, são uma condição comum que afeta cerca de 10% da
população mundial. Eles se formam quando substâncias como cálcio, oxalato ou ácido úrico se
acumulam nos rins e se cristalizam.
•• O sistema urinário é importante para a reprodução masculina, pois a uretra masculina também
transporta o sêmen durante a ejaculação.

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Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-urinario/. Acesso em 20/11/23

RESUMO

O sistema urinário é um conjunto de órgãos responsáveis pela produção, armazenamento e elimi-


nação da urina, que é um líquido produzido pelos rins e que contém substâncias que precisam ser
removidas do corpo, como ureia, creatinina e excesso de água.

Os principais órgãos que compõem o sistema urinário são os rins, os ureteres, a bexiga e a uretra. Os
rins são responsáveis pela filtração do sangue e produção da urina, que é então transportada pelos
ureteres até a bexiga, onde é armazenada. Quando a bexiga está cheia, a urina é eliminada do corpo
através da uretra.

Além de remover substâncias tóxicas do corpo, o sistema urinário também regula o equilíbrio de água
e eletrólitos no organismo, bem como a pressão arterial e a produção de glóbulos vermelhos.

Problemas no sistema urinário, como infecções urinárias, pedras nos rins e insuficiência renal, podem
levar a complicações sérias na saúde e devem ser tratados por um profissional de saúde qualificado.

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual das seguintes opções é uma das funções do sistema urinário humano?

a. Produzir insulina

b. Transportar oxigênio para as células do corpo

c. Armazenar e liberar fezes do corpo

d. Filtrar o sangue para remover resíduos metabólicos e regular o equilíbrio eletrolítico e ácido-base

2. Qual das seguintes estruturas é responsável pela condução da urina dos rins até a bexiga?

a. Ureter

b. Uretra

c. Néfrons

d. Veia cava

3. Como ocorre a formação da urina no sistema urinário humano, desde a filtração do sangue pe-
los glomérulos renais até a eliminação final através da uretra? Explique as etapas principais desse
processo fisiológico e quais são os fatores que podem influenciar sua regulação.

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4. Como os rins regulam a pressão arterial quando ela está baixa e quando ela está alta, e qual é o
papel do sistema renina-angiotensina-aldosterona neste processo?

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5. Como a insuficiência renal pode influenciar o equilíbrio da pressão arterial?

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
TEMA 04

Infecção do Trato Urinário/Cálculo Renal

O sistema urinário pode ser afetado por uma variedade de patologias, incluindo infecções, obstru-
ções, cálculos renais, tumores, inflamações, lesões e disfunções metabólicas. Algumas das patologias
mais comuns do sistema urinário incluem:
•• Infecções urinárias: causadas por bactérias que infectam o trato urinário e podem levar a sinto-
mas como dor e queimação ao urinar, aumento da frequência urinária e sangue na urina.
•• Cálculo renal: formado por cristais de sais minerais que se acumulam nos rins e podem causar
dor intensa nas costas, no abdômen ou na região genital, além de náuseas, vômitos e dificulda-
de para urinar.
•• Incontinência urinária: caracterizada pela perda involuntária de urina, que pode ser causada
por fraqueza muscular, danos nos nervos ou disfunções metabólicas.
•• Insuficiência renal: uma condição grave em que os rins perdem a capacidade de filtrar e elimi-
nar resíduos e excesso de líquidos do sangue, levando a uma acumulação de toxinas e fluidos
no corpo.
•• Câncer de rim, bexiga ou uretra: tumores que se desenvolvem nos tecidos do sistema urinário
e podem levar a sintomas como dor, sangue na urina, perda de peso e fadiga.

4.1 Infecção do Trato Urinário

Fonte: https://enfermagemcontinuada.blogspot.com/2013/02/infeccao-do-trato-urinario.html. Acesso em 20/11/23

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Existem diferentes tipos de infecções do trato urinário, que variam de acordo com a parte do sistema
urinário afetada. Alguns dos principais tipos de ITU incluem:
•• Cistite: é a infecção da bexiga, sendo a forma mais comum de ITU. É geralmente causada pela bac-
téria Escherichia coli (E. coli) e os sintomas incluem dor ou ardor ao urinar, aumento da frequência
urinária e dor na região pélvica.
•• Uretrite: é a infecção da uretra, que é o tubo que transporta a urina da bexiga para for a do cor-
po. Os sintomas incluem dor ao urinar, coceira ou sensação de queimação na uretra e, em alguns
casos, descarga uretral.
•• Pielonefrite: é a infecção dos rins, que pode ocorrer como uma complicação de uma infecção
não tratada ou não diagnosticada da bexiga ou da uretra. Os sintomas incluem dor nas costas,
febre, calafrios e náusea.
•• Prostatite: é a infecção da próstata, que é uma glândula presente nos homens. Os sintomas in-
cluem dor na região genital, dificuldade para urinar, dor ao ejacular e febre.

Infecção do trato urinário (ITU) é uma condição médica em que as bactérias ou outros microrganismos
infectam uma ou mais partes do sistema urinário, incluindo a bexiga, os rins, a uretra ou os ureteres.
Geralmente, as bactérias entram no trato urinário através da uretra, que é o tubo que transporta a
urina da bexiga para for a do corpo, mas também pode ocorrer infecções nos rins devido a problemas
de fluxo sanguíneo ou anomalias anatômicas (fístulas).

A ITU é mais comum em mulheres do que em homens e seus sintomas incluem disúria, polaciúria,
necessidade urgente de urinar, dor na região pélvica ou na parte inferior das costas e hematúria.

O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos para eliminar as bactérias causadoras da in-
fecção. A prevenção da ITU envolve a adoção de medidas como a ingestão adequada de água, evitar
segurar a urina por períodos prolongados, urinar após as relações sexuais, manter uma boa higiene
pessoal e evitar o uso excessivo de produtos de higiene íntima.

4.1.1 Epidemiologia

A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções bacterianas mais comuns, especialmente em
mulheres. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 150 mi-
lhões de pessoas desenvolvam uma ITU a cada ano em todo o mundo. A ITU é mais comum em mu-
lheres do que em homens, e isso se deve à anatomia feminina, onde a uretra é mais curta e está mais
próxima do ânus, o que facilita a entrada de bactérias na bexiga. As mulheres sexualmente ativas têm
maior risco de desenvolver ITU, especialmente se usam diafragmas contraceptivos, espermicidas ou
têm uma história de ITU recorrente. A ITU também pode ocorrer em homens, especialmente em ido-
sos ou em homens com problemas de próstata. Crianças e idosos também são grupos de risco para
ITU. Em termos de causas, a maioria das ITUs são causadas por bactérias, com a Escherichia coli sen-
do a causa mais comum. Além disso, outros fatores de risco incluem diabetes, problemas urinários,
sistema imunológico comprometido, cirurgia recente e uso de dispositivos médicos, como cateteres
urinários. É importante buscar tratamento médico adequado para a ITU, pois ela pode levar a com-
plicações graves se não tratada, como infecções renais, sepse e danos permanentes ao trato urinário.

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4.1.2 Fisiopatologia

A infecção do trato urinário (ITU) é causada pela invasão de microrganismos patogênicos no trato
urinário, geralmente bactérias que colonizam a flora intestinal. A Escherichia coli é a bactéria mais
comum envolvida na ITU, mas outras bactérias, vírus, fungos e parasitas também podem causar in-
fecções do trato urinário. A infecção começa quando as bactérias entram no trato urinário através da
uretra, que é o tubo que conecta a bexiga ao exterior do corpo. A aderência das bactérias nas células
epiteliais da uretra e da bexiga é um passo crucial na patogênese da ITU. Além disso, as bactérias po-
dem secretar substâncias, como lipopolissacarídeos, proteases, toxinas e enzimas, que danificam as
células epiteliais, causando inflamação e lesão tecidual.

A inflamação resultante da infecção pode causar sintomas como dor, ardor e aumento da frequência
urinária. Em casos mais graves, a infecção pode se espalhar para os rins, causando pielonefrite, que
pode levar a febre, dor nas costas e infecção sistêmica grave, chamada sepse. Fatores como imunos-
supressão, diabetes, obstrução do trato urinário e uso prolongado de cateteres urinários aumentam
o risco de infecções complicadas do trato urinário.

4.1.3 Manifestações Clínicas

Os sintomas da infecção do trato urinário (ITU) podem variar de leves a graves e dependem da locali-
zação e extensão da infecção. Os sintomas mais comuns incluem:
•• Aumento da frequência urinária: a pessoa pode sentir a necessidade de urinar com mais fre-
quência do que o normal, mesmo que pouco ou nenhum urina seja eliminado.
•• Dor ou ardor ao urinar: a urinação pode ser acompanhada de dor ou ardor na uretra.
•• Dor na região lombar: em casos de infecção nos rins, pode haver dor na região lombar ou
no flanco.
•• Urina turva ou com cheiro forte: a urina pode ter um odor forte e desagradável, e pode ser
turva ou escura devido à presença de células inflamatórias ou bactérias.
•• Sensação de mal-estar geral: pode haver uma sensação de cansaço, fadiga, febre baixa e
calafrios.

Em casos mais graves de infecção, especialmente em pacientes imunocomprometidos ou com outras


condições de saúde subjacentes, podem ocorrer sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal,
confusão mental e até mesmo choque séptico.

É importante ressaltar que nem todos os pacientes com ITU apresentam sintomas. Algumas pessoas,
como idosos e pacientes com diabetes, podem ter infecções assintomáticas, o que pode atrasar o
diagnóstico e o tratamento.

4.1.4 Diagnóstico

O diagnóstico da infecção do trato urinário (ITU) geralmente envolve uma combinação de sintomas
clínicos, exame físico e exames laboratoriais. Os seguintes testes podem ser realizados:

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•• Exame de urina: É o teste mais comum para diagnosticar ITU. É feito por meio da coleta de
uma amostra de urina do paciente e o exame microscópico e cultivo das bactérias presentes na
amostra. A presença de um grande número de células brancas do sangue e bactérias na urina
sugere uma infecção.
•• Urocultura: É uma técnica laboratorial que consiste em cultivar as bactérias presentes na urina.
Este exame ajuda a identificar o tipo de bactéria e a determinar qual antibiótico é o mais ade-
quado para o tratamento.
•• Testes de imagem: Em alguns casos, pode ser necessário realizar testes de imagem, como ultras-
sonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para identificar anomalias
no sistema urinário, como cálculos renais ou obstruções que podem contribuir para a infecção.
•• Exames de sangue: Em casos graves de ITU, os médicos podem solicitar exames de sangue para
avaliar a função renal e detectar possíveis sinais de infecção generalizada ou septicemia.

É importante que o diagnóstico seja realizado por um profissional de saúde qualificado, que irá avaliar
os sintomas, histórico médico do paciente e os resultados dos exames para chegar a um diagnóstico
preciso e prescrever o tratamento adequado.

4.1.5 Tratamento e Prevenção

Tratamento

O tratamento da infecção do trato urinário (ITU) é feito com antibióticos, que são medicamentos que
combatem as bactérias causadoras da infecção. O tipo de antibiótico e a duração do tratamento de-
pendem da gravidade da infecção, do tipo de bactéria envolvida e da saúde geral do paciente.

Geralmente, para as infecções mais leves, o tratamento é feito com antibióticos orais, prescritos pelo
médico. É importante seguir rigorosamente as instruções médicas e tomar todos os medicamentos
prescritos pelo tempo indicado, mesmo que os sintomas desapareçam antes do fim do tratamento.

Para as infecções mais graves ou que não respondem ao tratamento oral, pode ser necessário o uso
de antibióticos intravenosos, administrados diretamente na corrente sanguínea, em um hospital ou
clínica. Além do tratamento com antibióticos, podem ser indicadas medidas para aliviar os sintomas,
como analgésicos para dor e febre, repouso e aumento da ingestão de líquidos.

Em casos recorrentes de ITU, o médico pode indicar exames mais detalhados para avaliar possíveis
anomalias no sistema urinário, como cálculos renais ou obstruções, que podem estar contribuindo
para as infecções. Além disso, medidas preventivas podem ser recomendadas, como a adoção de
hábitos de higiene adequados, aumento da ingestão de água e uso de antibióticos profiláticos em
alguns casos.

Prevenção

Algumas medidas podem ser tomadas para prevenir a infecção do trato urinário: Beber bastante
água: Aumentar a ingestão de líquidos, principalmente água, ajuda a diluir a urina e a eliminar
bactérias da bexiga.

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•• Urinar com frequência: Evite segurar a urina por muito tempo, pois isso pode favorecer a pro-
liferação de bactérias. Urinar com frequência ajuda a manter a bexiga vazia e a eliminar as
bactérias.
•• Higiene pessoal adequada: Manter uma boa higiene pessoal é fundamental para prevenir a
infecção do trato urinário. As mulheres devem limpar-se de frente para trás, para evitar que as
bactérias da região anal contaminem a uretra.
•• Evitar o uso de produtos irritantes: Produtos irritantes, como perfumes, cremes e duchas vagi-
nais, podem irritar a uretra e favorecer a infecção. Evite o uso desses produtos.
•• Escolha roupas íntimas adequadas: As roupas íntimas devem ser de algodão e confortáveis, evi-
tando tecidos sintéticos e muito apertados, que favorecem a umidade e a proliferação de bactérias.
•• Urinar após as relações sexuais: Urinar logo após as relações sexuais ajuda a eliminar as bacté-
rias que possam ter entrado na uretra durante o ato sexual.
•• Mantenha uma dieta equilibrada: Uma dieta equilibrada e rica em nutrientes pode ajudar a
manter o sistema imunológico saudável e a prevenir infecções.
•• Uso de antibióticos profiláticos: Em alguns casos, o médico pode indicar o uso de antibióticos
profiláticos para prevenir infecções recorrentes em pessoas com histórico de ITUs frequentes.

4.1.6 Cuidados de Enfermagem


Os cuidados de enfermagem ao paciente com infecção do trato urinário podem incluir:
99 Monitorar os sinais vitais, como temperatura, frequência cardíaca e respiratória, pressão arte-
rial, e diurese.
99 Administrar medicamentos prescritos pelo médico, como antibióticos, analgésicos e
anti-inflamatórios.
99 Estimular o paciente a beber bastante água e líquidos para ajudar a eliminar as bactérias e pre-
venir a desidratação.
99 Orientar o paciente sobre a importância da higiene pessoal adequada, incluindo a limpeza da
área genital antes e após a micção e a troca de roupas íntimas e de cama.
99 Ajudar o paciente a manter a bexiga vazia, incentivando-o a urinar com frequência.
99 Monitorar do volume de diurese e da aparência da urina.
99 Orientar sobre a importância de completar todo o curso de antibióticos prescrito pelo médico,
mesmo que os sintomas melhorem.
99 Avaliar e monitorar dos sinais de complicações, como pielonefrite, sepse e insuficiência renal.
99 Educar sobre medidas de prevenção, como higiene adequada, beber bastante água e urinar
após as relações sexuais.
99 Garantir acompanhamento regular do paciente para avaliar a resposta ao tratamento e prevenir
recorrência da infecção.

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4.2 Cálculo Renal

Cálculo renal, também conhecido como pedra nos rins, é uma condição na qual se formam massas
sólidas nos rins ou nas vias urinárias, a partir de substâncias presentes na urina. Essas pedras podem
variar em tamanho e composição química, sendo que as mais comuns são compostas de oxalato de
cálcio e ácido úrico. Quando pequenas, essas pedras podem ser eliminadas na urina sem causar sin-
tomas significativos. No entanto, pedras maiores podem causar dor intensa e outras complicações,
exigindo tratamento médico adequado.

4.2.1 Epidemiologia

A epidemiologia do cálculo renal varia de acordo com a região geográfica, com prevalência estimada
entre 5% e 10% da população mundial. A condição é mais comum em adultos jovens e de meia-idade,
com maior frequência em homens do que em mulheres. Alguns fatores de risco para a formação de
cálculos renais incluem história familiar da condição, baixa ingestão de líquidos, dieta rica em sódio
e proteínas, obesidade, sedentarismo, doenças metabólicas como diabetes e hiperparatireoidismo,
entre outros. A ocorrência de cálculos renais também tem sido associada a certas ocupações, como
trabalho em ambientes quentes e úmidos.

4.2.2 Fisiopatologia

A fisiopatologia do cálculo renal envolve diversos fatores, incluindo a formação e a retenção de cris-
tais na urina, a obstrução do trato urinário e a inflamação local.

A formação de cálculos renais está relacionada com o aumento da concentração de substâncias na


urina, como cálcio, oxalato, ácido úrico, cistina e fosfato. Quando a concentração dessas substâncias
ultrapassa a capacidade de dissolução da urina, elas se cristalizam e se agregam, formando pequenos
cristais que podem se tornar maiores com o tempo.

Esses cristais podem ficar retidos no rim ou descer pelo trato urinário, causando dor e obstrução do
fluxo urinário. A obstrução pode levar a uma dilatação dos rins e das vias urinárias acima da pedra, o
que aumenta a pressão dentro do sistema urinário e pode causar dor intensa. Além disso, a obstrução
pode favorecer a proliferação bacteriana e aumentar o risco de infecção urinária.

A inflamação local também é um componente importante na fisiopatologia do cálculo renal, podendo


contribuir para a dor e os sintomas associados à condição. Além disso, a inflamação pode afetar a
função renal, especialmente se a obstrução persistir por um período prolongado de tempo.

4.2.3 Manifestações Clínicas

Os sintomas do cálculo renal podem variar dependendo do tamanho e da localização da pedra no


trato urinário. Alguns pacientes podem não apresentar sintomas, enquanto outros podem apresentar
dor intensa e outros sintomas. Os principais sintomas do cálculo renal incluem:
•• Dor lombar ou abdominal, que pode ser constante ou intermitente e pode se irradiar para a
virilha ou para a região genital;

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•• Náusea e vômito;
•• Dificuldade para urinar ou presença de sangue na urina;
•• Sensação de queimação ao urinar;
•• Urina com odor forte e desagradável;
•• Sensação de necessidade urgente de urinar com frequência.

Alguns pacientes podem apresentar febre e calafrios, indicando que a pedra pode estar obstruindo o
fluxo de urina e causando infecção urinária. Se houver suspeita de cálculo renal, é importante procu-
rar um médico para avaliação e diagnóstico adequados.

4.2.4 Diagnóstico

O diagnóstico de cálculo renal é geralmente realizado por meio de uma combinação de exame clínico,
exames de imagem e exames laboratoriais. O médico pode começar com um exame clínico para ava-
liar os sintomas e realizar um exame físico. O exame de urina é uma das principais ferramentas para o
diagnóstico de cálculo renal, pois pode detectar a presença de sangue, bactérias ou cristais na urina.

Os exames de imagem, como radiografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada ou resso-


nância magnética, são muito úteis para detectar a presença de cálculos renais e avaliar sua localiza-
ção, tamanho e número. Esses exames também podem ajudar a determinar se há algum bloqueio do
trato urinário e qual o grau de comprometimento renal.

Os exames laboratoriais, como dosagem de cálcio, ácido úrico e creatinina no sangue, podem ajudar
a determinar a causa subjacente do cálculo renal e orientar o tratamento adequado.

É importante lembrar que o diagnóstico e o tratamento do cálculo renal devem ser realizados por
um médico especialista em urologia, que irá avaliar o paciente de forma individualizada e orientar o
tratamento adequado.

4.2.5 Tratamento e Prevenção

Tratamento

O tratamento do cálculo renal depende do tamanho, localização e composição do cálculo, bem como
dos sintomas e condições de saúde do paciente. Geralmente, o tratamento é realizado por um urolo-
gista e pode envolver as seguintes opções:
•• Observação: se o cálculo for pequeno e não causar sintomas, o médico pode recomendar
a observação e a espera para que o cálculo possa ser eliminado naturalmente.
•• Medicamentos: em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para ajudar a dissolver
o cálculo ou para aliviar os sintomas, como dor ou inflamação.
•• Terapias minimamente invasivas: técnicas como litotripsia extracorpórea por ondas de cho-
que (LEOC), ureteroscopia e nefrolitotomia percutânea podem ser utilizadas para quebrar o
cálculo em pedaços menores, facilitando sua eliminação ou remoção.

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•• Cirurgia aberta: em casos raros, a cirurgia aberta pode ser necessária para remover o cálculo
renal, especialmente se for muito grande ou estiver bloqueando o trato urinário

Após o tratamento, é importante que o paciente adote medidas para prevenir a formação de novos cál-
culos renais, como aumentar a ingestão de água, seguir uma dieta equilibrada e evitar fatores de risco,
como sedentarismo e consumo excessivo de alimentos ricos em sódio e proteínas animais. O acompa-
nhamento médico regular também é fundamental para monitorar a saúde renal e prevenir recidivas.

Prevenção
Algumas medidas preventivas para cálculo renal incluem:
•• Beber bastante água: A ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a formação de cálcu-
los renais. É recomendado beber pelo menos 2 a 3 litros de água por dia para ajudar a diluir a
urina e evitar a concentração excessiva de minerais que podem formar pedras.
•• Reduzir o consumo de sódio: O sódio pode aumentar a concentração de minerais na urina,
favorecendo a formação de pedras. Por isso, é recomendado reduzir o consumo de alimentos
ricos em sódio, como salgadinhos, enlatados, embutidos, entre outros.
•• Aumentar o consumo de cálcio: Embora a ingestão de cálcio possa parecer contraproducente
na prevenção de cálculos renais, a verdade é que a falta de cálcio na dieta pode aumentar o ris-
co de pedras nos rins. O cálcio ajuda a bloquear a absorção de oxalato, que é um dos principais
componentes dos cálculos renais.
•• Reduzir o consumo de oxalato: Alimentos ricos em oxalato, como espinafre, beterraba, choco-
late e chá preto, devem ser consumidos com moderação por pessoas com histórico de cálculos
renais.
•• Consumir menos proteína animal: O consumo excessivo de proteína animal pode aumentar o
risco de formação de cálculos renais. Por isso, é importante limitar a quantidade de carne, ovos
e laticínios na dieta.
•• Evitar suplementos alimentares: Suplementos contendo vitamina C e D, cálcio e ferro podem
aumentar o risco de cálculos renais. Por isso, é importante falar com um médico ou nutricionis-
ta antes de tomar qualquer tipo de suplemento.

4.2.6 Cuidados de Enfermagem


Os cuidados de enfermagem ao paciente com cálculo renal incluem:
99 Monitorar os sinais vitais e a dor do paciente.
99 Administrar medicamentos prescritos pelo médico para alívio da dor e controle da infecção, se
necessário.
99 Encorajar o paciente a beber muita água para ajudar a expelir o cálculo renal e prevenir a for-
mação de novos cálculos.
99 Incentivar o paciente a adotar uma dieta adequada para prevenir a formação de novos cálculos,
conforme orientação do nutricionista.

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99 Fornecer informações claras e precisas sobre o tratamento, os cuidados em casa e a prevenção
de novos episódios.
99 Monitorar a eliminação urinária do paciente, verificando a cor, quantidade e presença de
sangue.
99 Realizar a higiene adequada do paciente e dos equipamentos utilizados, como sondas urinárias
e bolsas coletoras.
99 Observar e relatar quaisquer complicações, como infecções urinárias recorrentes ou obstrução
da eliminação urinária.
99 Fornecer suporte emocional e encorajamento ao paciente durante o tratamento e recuperação.

RESUMO

Infecções do trato urinário (ITU) são infecções bacterianas que afetam qualquer parte do sistema
urinário, incluindo rins, bexiga, uretra e ureteres. As ITUs são comuns e podem causar sintomas como
dor ou ardor ao urinar, vontade frequente de urinar e dor na região abdominal. O tratamento geral-
mente envolve o uso de antibióticos prescritos por um médico.

Já os cálculos renais são depósitos sólidos de minerais e sais que se formam nos rins e podem causar
obstrução do trato urinário. Os sintomas incluem dor intensa nas costas ou na região abdominal,
náusea e vômito, e sangue na urina. O tratamento pode incluir medicamentos para controlar a dor e
a inflamação, e em casos graves, cirurgia para remover os cálculos renais. A prevenção pode incluir
beber bastante água, reduzir o consumo de alimentos ricos em oxalato e evitar a desidratação.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual dos seguintes sintomas é um sinal comum de infecção do trato urinário?

a. ( ) Febre alta

b. ( ) Coceira na pele

c. ( ) Palpitações cardíacas

d. ( ) Dor ao urinar

2. Qual das seguintes opções descreve uma das principais causas do desenvolvimento de cálculos
renais?

a. ( ) Consumo excessivo de água

b. ( ) Dieta rica em vegetais verdes

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c. ( ) Baixo consumo de cálcio

d. ( ) Concentração anormalmente alta de substâncias como oxalato, cálcio e ácido úrico na urina

3. Quais são os principais cuidados de enfermagem a serem adotados em pacientes com infecção
do trato urinário? Explique as medidas preventivas e de tratamento que podem ser aplicadas para
prevenir complicações e garantir uma recuperação adequada.

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4. Liste três fatores de risco para a formação de cálculos renais.

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5. Por que o exame de urina é considerado uma das principais ferramentas para o diagnóstico de
cálculo renal?

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TEMA 05

Aula Prática cateterismos vesicais

5.1 Conceito

O cateterismo vesical é um procedimento em que um cateter (tubo fino e flexível) é inserido na be-
xiga através da uretra para drenar a urina. O procedimento pode ser realizado por diferentes razões,
como coletar amostras de urina estéril para análises laboratoriais, monitorar a produção de urina em
pacientes gravemente doentes, esvaziar a bexiga em casos de retenção urinária aguda ou crônica, ou
administrar medicação diretamente na bexiga.

O cateterismo vesical pode ser realizado em ambiente hospitalar ou ambulatorial e é geralmente


realizado por um profissional de saúde treinado. É uma atividade privativa do enfermeiro. O proce-
dimento pode ser desconfortável, mas geralmente é indolor. A inserção do cateter pode causar uma
sensação de queimação ou pressão, e o paciente pode sentir vontade de urinar durante a colocação
ou após a remoção do cateter.

5.2 Tipos de Cateterismo Vesical

Existem dois tipos principais de cateterismo vesical: cateterismo vesical de alívio ou intermitente e
cateterismo vesical de permanência.

5.2.1 Cateterismo Vesical de Alívio

Neste tipo de cateterismo, um cateter é inserido na bexiga para esvaziá-la completamente, e em se-
guida, o cateter é removido. Esse procedimento pode ser realizado em intervalos regulares ou confor-
me necessário para aliviar a retenção urinária ou para coletar amostras de urina estéril para análise.

Fonte: https://dinheiropublico.blog.br/justica-federal-obriga-uniao-a-fornecer-em-todo-o-
pais-insumos-para-o-cateterismo-vesical-de-alivio/. Acesso em 20/11/23

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Indicações
O cateterismo vesical intermitente é indicado em algumas situações, como:
•• Retenção urinária: quando o paciente é incapaz de urinar normalmente e precisa de ajuda para
esvaziar a bexiga.
•• Incontinência urinária: quando o paciente perde o controle da bexiga e precisa de ajuda para
esvaziá-la de forma regular e controlada.
•• Neuropatia vesical: quando o paciente tem problemas de coordenação entre a bexiga e o mús-
culo esfincteriano e precisa de ajuda para esvaziar a bexiga completamente.
•• Doenças que afetam a função urinária, como esclerose múltipla, lesão medular ou outras con-
dições neurológicas.
•• Realização de exames laboratoriais que exigem amostras de urina estéril.

O cateterismo vesical intermitente é geralmente realizado em pacientes que precisam de ajuda para
esvaziar a bexiga, mas não precisam de um cateter de permanência. O procedimento é geralmente
realizado em intervalos regulares durante o dia, de acordo com as necessidades do paciente e as ins-
truções do médico ou enfermeiro responsável pelo cuidado do paciente.

Complicações

Embora o cateterismo vesical intermitente seja um procedimento relativamente seguro, existem al-
gumas complicações que podem ocorrer. Algumas das possíveis complicações incluem:
•• Infecção do trato urinário: a introdução de um cateter na uretra pode aumentar o risco de
infecção do trato urinário.
•• Trauma uretral: a inserção ou a remoção do cateter podem causar lesões na uretra, o que
pode levar a dor e sangramento.
•• Hematúria: a presença de sangue na urina pode ocorrer após o procedimento.
•• Retenção urinária: em alguns casos, o paciente pode ter dificuldade em urinar após o
procedimento.
•• Dor ou desconforto: a inserção do cateter pode ser desconfortável ou dolorosa para alguns
pacientes.
•• Reação alérgica ao material do cateter: algumas pessoas podem ter uma reação alérgica ao
material do cateter.
•• Formação de estenose uretral: o uso frequente do cateter pode aumentar o risco de estenose
uretral, que é o estreitamento da uretra.

É importante que o procedimento seja realizado por um profissional de saúde treinado e que sejam
tomadas precauções para minimizar o risco de complicações. Se o paciente apresentar sintomas co-
mo febre, dor abdominal, dor lombar ou dor ao urinar após o procedimento, é importante comunicar
a equipe médica.

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Cuidados de Enfermagem no Cateterismo Vesical Intermitente
99 Os cuidados de enfermagem no cateterismo vesical intermitente são importantes para garantir
a segurança do paciente e minimizar o risco de complicações. Alguns cuidados que os enfer-
meiros devem tomar incluem:
99 Higienizar as mãos e usar equipamentos de proteção individual (EPI) adequados, como luvas
estéreis, para evitar a transmissão de infecções.
99 Usar técnicas assépticas para evitar a contaminação da área genital e do cateter.
99 Verificar se o paciente entende o procedimento e está confortável com ele. Certifique-se de que
o paciente esteja em uma posição confortável e que a área genital esteja limpa.
99 Lubrificar o cateter estéril antes da inserção para ajudar a minimizar o desconforto e a dor.
99 Inserir o cateter delicadamente, evitando causar lesões na uretra.
99 Certificar de que a urina esteja fluindo adequadamente durante o procedimento.
99 Monitorar o paciente para detectar sinais de desconforto, dor ou infecção.
99 Ajudar o paciente a se limpar e a se vestir após o procedimento.
99 Descartar adequadamente os materiais utilizados durante o procedimento, seguindo as normas
de biossegurança.
99 Registrar o procedimento no prontuário do paciente, incluindo a data, hora, quantidade de uri-
na coletada e quaisquer complicações ou observações relevantes.
99 Educar o paciente sobre a importância da higiene genital adequada e do acompanhamento
médico regular para evitar infecções do trato urinário.

É importante lembrar que o cateterismo vesical intermitente deve ser realizado por um profissional
de saúde treinado e que os cuidados de enfermagem devem ser personalizados de acordo com as
necessidades e condições de cada paciente.

5.2.2 Cateterismo Vesical de Permanência

Fonte: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/pdf/saude24b202104.pdf. Acesso em 20/11/23

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Cateterismo Vesical de Permanência: Neste tipo de cateterismo, um cateter é inserido e perma-
nece na bexiga por um período prolongado de tempo, podendo variar de alguns dias a várias se-
manas. Esse procedimento é usado para monitorar a produção de urina em pacientes gravemente
doentes, esvaziar a bexiga em casos de retenção urinária aguda ou crônica, ou administrar medica-
ção diretamente na bexiga.

O cateterismo vesical de permanência pode ser realizado utilizando diferentes tipos de cateteres,
como os de silicone ou látex, é realizado por via uretral. O tipo e a duração do cateterismo vesical são
determinados pelo médico.

Indicações

O cateterismo vesical de permanência é um procedimento invasivo que envolve a colocação de um


tubo estéril (cateter) na bexiga para esvaziá-la continuamente ou permitir o acesso para a adminis-
tração de medicamentos ou terapia. As principais indicações para o cateterismo vesical de perma-
nência incluem:
•• Retenção urinária aguda: Quando o paciente é incapaz de esvaziar a bexiga completamente
devido a uma obstrução ou fraqueza da musculatura da bexiga.
•• Monitorização da diurese: Em pacientes críticos que precisam de monitorização contínua da
produção de urina para garantir a função renal adequada.
•• Incontinência urinária: Para pacientes com incontinência urinária grave que não conseguem
controlar a micção.
•• Prevenção de complicações pós-operatórias: Para pacientes que passaram por cirurgias abdo-
minais, pélvicas ou urológicas, onde a bexiga pode ficar temporariamente incapaz de esvaziar.
•• Facilitar a administração de medicamentos: Em situações em que a administração de medica-
mentos diretamente na bexiga é necessária, como no caso de infecções urinárias.

Complicações

O cateterismo vesical de permanência é um procedimento invasivo que pode estar associado a várias
complicações, incluindo:
•• Infecções do trato urinário: A infecção é uma das complicações mais comuns do cateterismo
vesical de permanência, pois o cateter pode servir como uma porta de entrada para as bacté-
rias. Isso pode levar a sintomas como febre, dor ao urinar, urgência urinária e dor abdominal.
•• Lesão uretral: A inserção do cateter pode causar lesões na uretra, resultando em dor, sangra-
mento e obstrução da passagem da urina.
•• Hematúria: A inserção do cateter pode causar sangramento na bexiga, levando à presença
de sangue na urina.
•• Dor e desconforto: O cateterismo vesical de permanência pode causar dor e desconforto
na área da bexiga, uretra e abdômen.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Obstrução do cateter: O cateter pode ficar obstruído devido a coágulos sanguíneos, cristaliza-
ção de urina ou acúmulo de sedimentos, resultando em dificuldade para your
•• Lesão da bexiga: Em casos raros, a inserção do cateter pode causar lesões na parede da bexiga,
levando a sangramento, dor abdominal e infecção.
•• Reações alérgicas: Algumas pessoas podem ter reações alérgicas aos materiais do cateter
ou ao lubrificante utilizado para facilitar a inserção.
•• Incontinência urinária: O uso prolongado de cateteres pode causar danos aos músculos da
bexiga, levando à incontinência urinária.

É importante que a inserção e manutenção do cateter sejam realizadas por profissionais de saúde
treinados e que as precauções adequadas sejam tomadas para minimizar o risco de complicações.

Cuidados de Enfermagem no Cateterismo Vesical Permanente

Os cuidados de enfermagem no cateterismo vesical permanente são essenciais para prevenir compli-
cações e garantir a segurança e conforto do paciente. Algumas das principais medidas que os profis-
sionais de enfermagem devem tomar incluem:
99 Higienizar as mãos: Lave as mãos antes e depois de tocar no cateter ou no paciente, para evitar
a transmissão de bactérias.
99 Selecionar adequadamente o cateter: Escolha o tamanho e o tipo de cateter adequados para o
paciente, levando em consideração o sexo, idade e condições médicas.
99 Inserir do cateter: Realize a inserção do cateter de forma asséptica, usando técnicas estéreis,
para minimizar o risco de infecção.
99 Fixar o cateter: Fixe o cateter adequadamente para evitar movimentos e trações desnecessárias.
99 Verificar a drenagem de urina regularmente, para garantir que o cateter esteja funcionando
corretamente e evitar obstruções.
99 Higienizar os dispositivos antes e depois de manuseá-los.
99 Monitorar sinais vitais: Monitore os sinais vitais do paciente, especialmente a temperatura,
para detectar precocemente sinais de infecção.
99 Avaliar bexigoma.
99 Orientar o paciente: Oriente o paciente e sua família sobre os cuidados com o cateter e os sinais
de complicações, para que possam monitorar e relatar qualquer problema o mais cedo possível.

Os profissionais de enfermagem devem sempre seguir as políticas e protocolos institucionais para


garantir a segurança do paciente e evitar erros ou violações das práticas recomendadas.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
5.3 Procedimento Cateterismo Vesical

Materiais necessários

Os materiais necessários para realizar o cateterismo vesical intermitente são:


•• Cateter: existem diferentes tipos de cateteres disponíveis no mercado, como cateteres de silico-
ne ou látex para cateterismo de alívio. Para cateterismo permanente é utilizado o cateter vesical
tipo Foley. O tamanho e o tipo do cateter devem ser escolhidos de acordo com a idade e o sexo
do paciente, bem como com a indicação do procedimento.
•• Kit estéril para sondagem vesical (cuba rim, cuba redonda, pinças, campo frenestrado).
•• Luvas estéreis: para garantir que o procedimento seja realizado com segurança e para minimi-
zar o risco de infecção, é necessário usar luvas estéreis.
•• Luvas de procedimento.
•• Solução antisséptica: é necessário limpar a área genital com uma solução antisséptica para mi-
nimizar o risco de infecção.
•• Solução de Clorexidene aquosa 2%.
•• Compressa de gaze estéril: para secar a área genital após a limpeza com a solução antisséptica.
•• Lubrificante estéril: para ajudar a inserir o cateter na uretra com mais facilidade e minimizar o
desconforto do paciente.
•• Recipiente de coleta graduado: para coletar a urina que sai da bexiga durante o procedimento.
•• Fralda, absorvente ou traçado impermeável: para que o paciente possa se proteger de possíveis
vazamentos de urina após o procedimento.
•• Saco de lixo ou lixeira de lixo comum.
•• Biombo (se necessário).
Somente para cateterismo vesical permanente
•• Seringa 20 ml.
•• Agulha 40x12.
•• Bolsa coletora sistema fechado.
•• Água destilada.
•• Fita adesiva hipoalergênica.

É importante garantir que todos os materiais utilizados durante o cateterismo vesical intermitente
sejam estéreis e que o procedimento seja realizado por um profissional de saúde treinado.

Descrição dos procedimentos


•• Lavar as mãos com água e sabão e secá-las com uma toalha limpa.

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•• Reunir o material necessário e levar até o paciente.
•• Promover um ambiente iluminado e privativo, utilizando biombo, se necessário.
•• Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante.
•• Calçar as luvas de procedimento.
•• Peça ao paciente que se deite em uma posição confortável, exponha a área genital e coloque uma
toalha ou lençol debaixo dele para coletar a urina que sairá da bexiga durante o procedimento.
•• Verificar as condições de higiene da genitália.
•• Limpe a área genital com uma solução antisséptica e seque-a com uma gaze estéril.
•• Sexo feminino: iniciar antissepsia da região genital iniciando pelo meato uretral, pequenos lá-
bios e grande lábios.
•• Sexo masculino: Retrair o prepúcio com a mão não dominante, segurar o pênis abaixo da glan-
de. Fazer movimento circular do meato uretral para baixo até a base da glande.
•• Abrir o pacote de cateterismo vesical com técnica asséptica.
•• Calçar as luvas estéreis.
Somente para cateterismo vesical permanente
•• Aspirar a água destilada na seringa de 20ml.
•• Testar o cuff (balonete) do cateter.
•• Conectar o cateter no coletor de urina sistema fechado.
•• Coloque o cateter no lubrificante estéril para ajudar na inserção do cateter.
•• Peça ao paciente que relaxe os músculos da bexiga e da uretra.
•• Com a mão não dominante, abra delicadamente os lábios genitais (em mulheres) ou puxe deli-
cadamente o prepúcio (em homens).
•• Com a outra mão, segure o cateter e insira-o na uretra até que a urina comece a sair.
•• Quando a urina começar a sair, insira o cateter cerca de 2,5 a 5 cm a mais e deixe a sua
•• Quando a urina parar de sair, retire delicadamente o cateter e descarte-o.
•• Limpe a área genital novamente com a solução antisséptica e seque-a com uma toalha de papel
ou gaze estéril.
•• Ajude o paciente a se vestir e a se limpar, se necessário.
•• Descarte todos os materiais utilizados no procedimento.
•• Higienizar as mãos novamente.
•• Registrar o procedimento realizado, características e volume urinário.

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É importante lembrar que o cateterismo vesical intermitente deve ser realizado por um profissio-
nal de saúde treinado e que o procedimento deve ser feito com cuidado para minimizar o risco
de infecção ou lesão.

RESUMO

O cateterismo vesical é um procedimento utilizado para drenar a urina da bexiga, seja por alívio ou
de forma permanente.

O cateterismo vesical de alívio é uma técnica utilizada para esvaziar a bexiga temporariamente, geral-
mente para coletar uma amostra de urina ou para aliviar a retenção urinária aguda. Já o cateterismo
vesical de permanência é uma técnica utilizada quando o paciente não é capaz de urinar normalmen-
te por um longo período, devido a condições médicas, como paralisia ou obstruções urinárias.

Ambas as técnicas estão associadas a riscos e complicações, como infecções do trato urinário, lesões
uretrais e obstruções do cateter.

Os cuidados de enfermagem são essenciais para prevenir complicações e garantir a segurança e con-
forto do paciente. Os enfermeiros devem tomar medidas preventivas para evitar complicações, como
infecções do trato urinário, obstruções do cateter e lesões uretrais. É importante que a inserção e
manutenção do cateter sejam realizadas por profissionais de saúde treinados e que as precauções
adequadas sejam tomadas para minimizar o risco de complicações.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual das seguintes afirmações sobre cateterismo vesical de alívio é verdadeira?

a. O cateterismo vesical de alívio é realizado apenas por profissionais de saúde especializados.

b. O cateterismo vesical de alívio é um procedimento invasivo e doloroso.

c. O cateterismo vesical de alívio é uma técnica utilizada para esvaziar a bexiga de forma rápida em
casos de retenção urinária aguda.

d. O cateterismo vesical de alívio é uma técnica indicada apenas em casos de incontinência urinária.

2. Qual das seguintes opções NÃO se relaciona com o cateterismo vesical permanente?

a. Indicado para pacientes com retenção urinária crônica.

b. Técnica invasiva que apresenta riscos de infecções urinárias recorrentes.

c. Pode ser realizado em casa pelo próprio paciente.

d. Indicado para o tratamento de incontinência urinária de esforço.

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3. Quais são os principais cuidados de enfermagem que devem ser realizados em pacientes com
cateter vesical permanente?

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4. Quais são algumas das complicações associadas ao cateterismo vesical de permanência e que
medidas de prevenção são recomendadas para minimizar os riscos?

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5. Descreva três práticas essenciais que os profissionais de enfermagem devem adotar ao realizar
o cateterismo vesical permanente para garantir a segurança e conforto do paciente.

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TEMA 06

Anatomia e Fisiologia do Sistema Neurológico

6.1 Introdução

O sistema neurológico é uma complexa rede responsável por controlar e coordenar todas as funções
do corpo, desde as mais básicas, como a respiração e o batimento cardíaco, até as mais complexas,
como o pensamento, a emoção e a coordenação motora. Esse sistema é composto, fundamental-
mente, pelo cérebro, medula espinhal e uma vasta extensão de nervos que percorrem todo o corpo,
interligando-se e assegurando a comunicação entre as diversas partes do organismo.

Fonte: https://www.docsity.com/pt/sistema-neurologico-cefaleia/4800249/. Acesso em 20/11/23

O sistema nervoso é um dos sistemas mais complexos do corpo humano e é responsável pelo con-
trole de todas as funções corporais. Ele é composto por um conjunto de órgãos, células e estruturas
que trabalham juntos para garantir que as mensagens elétricas e químicas possam ser transmitidas
de forma rápida e eficiente em todo o corpo.

O cérebro e a medula espinhal são os principais órgãos do sistema nervoso e são responsáveis por re-
ceber, processar e enviar informações sensoriais e motoras para o corpo. Os neurônios são as células
do sistema nervoso que transmitem essas informações em forma de impulsos elétricos.

O sistema nervoso também inclui o sistema nervoso periférico, que é composto por nervos que co-
nectam o cérebro e a medula espinhal a outras partes do corpo, incluindo órgãos internos, músculos
e tecidos. Esse sistema permite que o corpo responda a estímulos externos e internos, regulando
funções como a respiração, a digestão e o movimento.

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6.2 Anatomia e Fisiologia do Sistema Nervoso

O sistema nervoso é multifuncional, pois atua direta ou indiretamente no controle praticamente de


todos os outros sistemas do organismo. Essa atuação confere ao sistema nervoso diversas funções
•• Função sensorial: transmitir informações geradas pelos estímulos exteriores e do próprio or-
ganismo para diferentes centros nervosos, que por sua vez devem analisar e processar essas
informações.
•• Função motora: relacionada ao controle da musculatura músculo esquelética e lisa (visceral) e
as secreções das glândulas endócrinas e exócrinas.
•• Função integradora: se refere ao processamento das informações e a reação de resposta do
organismo. Isso implica as avaliações de sensação da dor, relaxamento, prazer, raiva, de suas
intensidades e da memória. A integração de todos os centros nervosos permite a elaboração
do pensamento abstrato.
•• Função de manutenção da homeostase
•• Função neurossecretora: relacionada a secreção de substâncias, como os hormônios.

Para que todas essas funções aconteçam, existe a participação de células altamente especializadas,
com propriedades de excitabilidade e condução de estímulos, os neurônios.
99 Os neurônios, juntamente com as células da glia (função auxiliar), constituem o tecido nervoso,
que é formado por uma extensa rede de complexas conexões, distribuída por todo organismo.

Neurônio

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/multimedia/figure/estrutura-
t%C3%ADpica-de-um-neur%C3%B4nio. Acesso em 20/11/23

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
O neurônio é a unidade básica do sistema nervoso responsável por transmitir sinais elétricos e quími-
cos entre as células nervosas e outras células do corpo.
A anatomia do neurônio é composta por três principais partes: o corpo celular, os dendri-
tos e o axônio.
•• O corpo celular do neurônio é onde se encontra o núcleo, que contém o material genético ne-
cessário para a produção de proteínas e outras moléculas que mantêm a função celular normal.
•• Os dendritos são estruturas ramificadas que se estendem a partir do corpo celular do neurônio
e são responsáveis por receber sinais de outros neurônios ou células do corpo. Eles são especia-
lizados em receber sinais elétricos e químicos vindos de outras células nervosas e transmiti-los
para o corpo celular do neurônio. Os dendritos são cobertos por receptores de neurotrans-
missores, que são proteínas que se ligam a neurotransmissores liberados por outras células
nervosas.
•• O axônio é uma estrutura longa e fina que se estende a partir do corpo celular do neurônio e
é responsável por transmitir sinais elétricos e químicos para outras células nervosas ou células
do corpo. O axônio é recoberto por uma camada de mielina, que é produzida pelas células de
Schwann, e essa camada ajuda a isolar o impulso elétrico do axônio, acelerando sua transmis-
são. As terminações axônicas são responsáveis pela liberação de neurotransmissores que trans-
mitem sinais químicos para outras células.

A fisiologia do neurônio está relacionada à capacidade da célula nervosa de transmitir e processar


informações em forma de sinais elétricos e químicos. O neurônio é capaz de gerar um sinal elétrico
através de um processo chamado potencial de ação. Esse processo começa quando a membrana do
neurônio é estimulada por um estímulo elétrico ou químico suficiente para desencadear um impulso
elétrico. Essa mudança no potencial elétrico na membrana do neurônio é chamada de despolarização
e leva à abertura de canais de sódio na membrana, permitindo que íons sódio entrem no neurônio e
aumentem ainda mais o potencial elétrico da célula.

Quando o potencial elétrico atinge um certo limiar, ocorre uma despolarização rápida, levando à ge-
ração de um potencial de ação, que é um impulso elétrico que se propaga ao longo do axônio até as
terminações nervosas, onde é convertido em um sinal químico, o neurotransmissor, que é liberado e
transmite informações para outras células.

Os neurotransmissores são moléculas químicas que permitem a comunicação entre as células ner-
vosas e outras células do corpo. Quando um potencial de ação chega às terminações nervosas, os
neurotransmissores são liberados nas sinapses, onde se ligam a receptores específicos nas células-al-
vo, como neurônios, músculos ou glândulas. A ligação dos neurotransmissores aos seus receptores
desencadeia uma resposta celular, que pode ser excitatória ou inibitória, dependendo do tipo de
neurotransmissor e do tipo de receptor envolvido.

Além disso, o neurônio é capaz de processar informações através de sua rede de dendritos e sinapses,
que permitem que o neurônio integre informações de múltiplas fontes e determine uma resposta
apropriada. Essa capacidade de integração de informações é fundamental para a coordenação de
funções corporais complexas.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Neuróglia ou células da glia

Fonte:https://www.biologianet.com/histologia-animal/celulas-glia.htm. Acesso em 20/11/23

A neuroglia, também conhecida como células da glia, são células do sistema nervoso central e periférico
que atuam em conjunto com os neurônios para manter o ambiente adequado para o funcionamento
neural.

Existem vários tipos de células da glia, incluindo os astrócitos, oligodendrócitos, células de Schwann,
micróglia e células ependimárias. Cada tipo tem uma função específica no sistema nervoso.
•• Astrócitos são as células da glia mais abundantes no cérebro e estão envolvidos em várias fun-
ções, incluindo regulação do fluxo sanguíneo cerebral, manutenção da barreira hematoencefá-
lica, fornecimento de nutrientes aos neurônios e regulação do equilíbrio iônico.
•• Oligodendrócitos e as células de Schwann são responsáveis pela produção da bainha de mie-
lina, uma camada de isolamento que envolve os axônios dos neurônios e ajuda a acelerar a
transmissão dos impulsos nervosos.
•• Micróglia é responsável pela limpeza e remoção de células mortas e detritos no sistema nervo-
so, bem como a resposta imune em casos de lesões e inflamações.
•• Células ependimárias são encontradas nos ventrículos cerebrais e ao longo do canal central da
medula espinhal e são responsáveis pela produção e circulação do líquido cefalorraquidiano.

Além disso, a neuroglia também desempenha um papel importante na regulação da plasticidade si-
náptica, neurotransmissão e neurogênese.

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6.2 Organização do Sistema Nervoso

Fonte: https://blogdoenem.com.br/biologia-sistema-nervoso/. Acesso em 20/11/23

O Sistema Nervoso em termos anatômicos, é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema
Nervoso Periférico (SNP). Já em termos funcionais, o sistema nervoso pode ser dividido em Sistema
Nervoso Somático e Sistema Nervoso Autônomo.

6.2.1 Sistema Nervoso Central

Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/central/. Acesso em 20/11/23

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O sistema nervoso central (SNC) é a parte do sistema nervoso que inclui o encéfalo e a medula espi-
nhal. É responsável por processar informações sensoriais, coordenar movimentos e controlar funções
corporais complexas, como a regulação da respiração e da circulação sanguínea.
A anatomia do SNC começa com o encéfalo, que é composto pelo cérebro, cerebelo e tronco
cerebral.
•• Cérebro é a parte mais volumosa do encéfalo e é dividido em dois hemisférios cerebrais.
Cada hemisfério cerebral é responsável por controlar o lado oposto do corpo e é subdividi-
do em lóbulos que têm funções específicas, como a visão, audição, linguagem, movimento
e percepção sensorial.
•• Cerebelo é responsável pelo controle e coordenação do movimento.
•• Tronco cerebral conecta o cérebro e a medula espinhal e é responsável por funções vitais, como
a respiração, batimentos cardíacos e pressão arterial.

A medula espinhal é um cordão nervoso que se estende da base do cérebro até a região lombar da
coluna vertebral. Ela é protegida pelas vértebras e está envolvida por três camadas de membranas
chamadas meninges e é responsável por transmitir informações sensoriais e motoras entre o cérebro
e o resto do corpo. Os nervos espinhais saem da medula espinhal em cada nível da coluna vertebral,
conectando a medula espinhal aos músculos, órgãos e tecidos do corpo.

Tanto o encéfalo quanto a medula espinhal são compostos por dois tipos principais de tecido ner-
voso: o tecido nervoso cinzento e o tecido nervoso branco. O tecido nervoso cinzento é composto
principalmente por corpos celulares neuronais, enquanto o tecido nervoso branco é composto prin-
cipalmente por axônios mielinizados que conectam os neurônios do SNC a outras partes do corpo.

A medula espinhal contém um núcleo de tecido nervoso cinzento em sua porção central, cercado por
um anel de tecido nervoso branco. O cérebro contém uma camada externa de tecido nervoso cinzen-
to chamado de córtex cerebral, que é responsável por funções mais complexas, cercado por camadas
de tecido nervoso branco.

A fisiologia do SNC envolve a integração de informações sensoriais e a coordenação de respostas mo-


toras. Quando um estímulo sensorial é detectado pelos receptores sensoriais, como os olhos, ouvidos
ou pele, ele é transmitido para o SNC por meio dos nervos cranianos. O SNC processa essas informa-
ções sensoriais e coordena respostas motoras por meio de neurônios motores, que transmitem sinais
do SNC para os músculos e órgãos do corpo.

Nervos Cranianos

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Fonte: https://www.sanarmed.com/nervos-cranianos-colunistas. Acesso em 20/11/23

Os pares de nervos cranianos são 12 pares de nervos que emergem diretamente do cérebro e que são
responsáveis por controlar funções sensoriais, motoras e autonômicas em diversas partes da cabeça
e do pescoço. Abaixo estão os pares de nervos cranianos e suas funções:

1. Nervo olfatório (I): É responsável pela sensação do olfato, ou seja, pela percepção dos cheiros.

2. Nervo óptico (II): É responsável pela visão e pela transmissão das informações visuais para o
cérebro.

3. Nervo oculomotor (III): Controla a maioria dos movimentos oculares, incluindo a dilatação da
pupila e o ajuste da lente para focar objetos próximos.

4. Nervo troclear (IV): Controla um músculo ocular que ajuda a mover o olho para baixo e para
dentro.

5. Nervo trigêmeo (V): É o maior dos nervos cranianos e é responsável pela sensação da face, da
cabeça e da boca, além de controlar a mastigação.

6. Nervo abducente (VI): Controla um músculo ocular que ajuda a mover o olho para o lado.

7. Nervo facial (VII): Controla a expressão facial, a salivação e o paladar na parte anterior da
língua.

8. Nervo vestibulococlear (VIII): É responsável pela audição e pelo equilíbrio.

9. Nervo glossofaríngeo (IX): Controla a deglutição, o paladar na parte posterior da língua e a


produção de saliva.

10. Nervo vago (X): Controla funções autonômicas, como a frequência cardíaca, a respiração e a
digestão, além de enviar informações sensoriais do abdômen e do tórax para o cérebro.

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11. Nervo acessório (XI): Controla os músculos do pescoço e dos ombros, além de ajudar na
respiração.

12. Nervo hipoglosso (XII): Controla os movimentos da língua.

Os nervos cranianos são essenciais para a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, permitin-
do que os seres humanos realizem funções vitais, como a visão, a audição, a respiração e a deglutição.
Quando um ou mais desses nervos estão danificados ou não funcionam corretamente, pode ocorrer
uma variedade de problemas de saúde, incluindo deficiências sensoriais, paralisia facial, dificuldades
de fala e de deglutição, e outros sintomas neurológicos.

Além disso, o SNC é responsável pela regulação do sistema nervoso autônomo, que controla funções
corporais involuntárias, como a pressão arterial, frequência cardíaca e digestão. O SNC também é
responsável pela regulação do sistema endócrino, que secreta hormônios para regular funções cor-
porais, como o crescimento e o metabolismo.

Arco Reflexo

Fonte: https://www.coladaweb.com/biologia/corpo-humano/ato-reflexo. Acesso em 20/11/23

O arco reflexo é um mecanismo automático de resposta do corpo a um estímulo sensorial. É um pro-


cesso que ocorre de forma rápida e sem a necessidade de controle consciente.

O arco reflexo consiste em cinco componentes principais: receptor sensorial, neurônio aferente, cen-
tro de processamento, neurônio eferente e efetor. O receptor sensorial é responsável por detectar o
estímulo sensorial, como uma dor ou uma mudança na temperatura. O neurônio aferente transmite o
sinal do receptor sensorial para o centro de processamento, que é geralmente uma área específica do
sistema nervoso central, como a medula espinhal ou o tronco cerebral. O neurônio eferente transmi-
te o sinal do centro de processamento para o efetor, que é geralmente um músculo ou uma glândula.

Quando um estímulo sensorial é detectado pelo receptor sensorial, um impulso nervoso é gerado e
transmitido pelo neurônio aferente para o centro de processamento. No centro de processamento,
o impulso é integrado e processado antes de ser transmitido para o neurônio eferente. O neurônio
eferente transmite o sinal para o efetor, que realiza a resposta adequada ao estímulo sensorial.

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Um exemplo comum de arco reflexo é o reflexo patelar, que é um reflexo involuntário que ocorre
quando o joelho é atingido com um martelo de reflexo. O estímulo sensorial é o impacto do mar-
telo na rótula, que é detectado pelo receptor sensorial na extremidade inferior do músculo qua-
dríceps femoral. O impulso nervoso é transmitido pelo neurônio aferente até a medula espinhal,
onde é processado. O neurônio eferente transmite o sinal para o músculo quadríceps femoral, que
contrai, estendendo o joelho.

Sistema Nervoso Autônomo

Fonte: https://anatomiaefisioterapia.com/31-sistema-nervoso-autonomo/. Acesso em 20/11/23

O sistema nervoso autônomo (SNA) é a parte do sistema nervoso que controla as funções involuntá-
rias do corpo, como a regulação da frequência cardíaca, da respiração, da digestão, da pressão arte-
rial, da temperatura corporal e outras funções que ocorrem automaticamente, sem a necessidade de
controle consciente.

O SNA é dividido em dois ramos principais: o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso paras-
simpático. Esses sistemas trabalham juntos para manter o equilíbrio fisiológico do corpo.
•• O sistema nervoso simpático é ativado em situações de estresse ou perigo, como durante uma
situação de luta ou fuga. Ele é responsável por aumentar a frequência cardíaca, a pressão arte-
rial, a dilatação das vias aéreas e a liberação de açúcar no sangue. Ele também reduz a atividade
do sistema digestivo.
•• O sistema nervoso parassimpático, por outro lado, é ativado em situações de relaxamento ou
descanso. Ele é responsável por reduzir a frequência cardíaca, a pressão arterial, a dilatação das
vias aéreas e aumentar a atividade do sistema digestivo.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Ambos os sistemas são controlados pelo hipotálamo, que é uma área do cérebro responsável pela
regulação das funções corporais básicas.

O SNA é responsável por manter a homeostase do corpo. Ele atua em conjunto com outras partes do
sistema nervoso, como o sistema endócrino, para manter o equilíbrio interno do corpo.

Os impulsos nervosos são transmitidos do sistema nervoso central para as fibras nervosas autôno-
mas, que se conectam aos órgãos viscerais. As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas geralmen-
te se conectam ao mesmo órgão e têm efeitos opostos.

Por exemplo, durante uma situação de estresse, o sistema nervoso simpático aumenta a frequência
cardíaca e a pressão arterial para preparar o corpo para uma resposta de luta ou fuga. Enquanto
isso, o sistema nervoso parassimpático reduz a frequência cardíaca e a pressão arterial, ajudando
a relaxar o corpo.

Estruturas protetoras do Sistema Nervoso Central

Fonte: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/
uploads/sites/38/2019/09/meninges.jpg. Acesso em 21/11/23

As estruturas protetoras do sistema nervoso central (SNC) incluem as meninges e o líquido cefalorra-
quidiano (LCR). Essas estruturas ajudam a proteger o cérebro e a medula espinhal de danos físicos,
além de ajudar a regular a pressão intracraniana e fornecer nutrientes e oxigênio aos tecidos nervosos.
As meninges são três camadas de tecido que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
•• Dura-máter: camada mais externa, é uma camada grossa e resistente que fornece proteção
física. Aracnóide: camada intermediária, é uma camada mais fina e delicada que contém vasos
sanguíneos e forma a barreira hematoencefálica para impedir a entrada de substâncias nocivas
no cérebro.
•• Pia-máter: camada mais interna, é uma camada fina e vascular que cobre a superfície do cére-
bro e da medula espinhal.

O líquido cefalorraquidiano é um líquido claro que preenche o espaço entre as meninges e o cérebro
e a medula espinhal. Ele é produzido pelos plexos coróides nos ventrículos cerebrais e circula através
dos espaços subaracnoides e dos ventrículos cerebrais.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
O LCR atua como um amortecedor, protegendo o cérebro e a medula espinhal de choques e traumas.
Também ajuda a manter a pressão intracraniana e fornece nutrientes e oxigênio aos tecidos nervosos.

A fisiologia das estruturas protetoras do SNC envolve a manutenção da homeostase e proteção do


cérebro e da medula espinhal. As meninges e o LCR trabalham juntos para fornecer uma barreira físi-
ca contra danos externos e ajudar a regular a pressão intracraniana. O LCR também ajuda a remover
resíduos e toxinas do cérebro e da medula espinhal.

Além disso, a meninge aracnoide é importante para formar a barreira hematoencefálica, que impede
a entrada de substâncias nocivas no cérebro e permite que apenas nutrientes e oxigênio essenciais
atravessem. Quando essa barreira é comprometida, como em lesões traumáticas ou inflamações,
pode ocorrer inflamação cerebral e danos aos tecidos nervosos.

6.2.2 Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico (SNP) é composto por todos os nervos que se estendem a partir do cé-
rebro e da medula espinhal para o resto do corpo, exceto para os nervos cranianos que se conectam
diretamente ao cérebro. É responsável por transmitir informações sensoriais e motoras entre o SNC
e os músculos, órgãos e tecidos periféricos.

A anatomia do SNP começa com os nervos cranianos, que saem diretamente do cérebro e se conec-
tam aos músculos, órgãos e tecidos da cabeça, pescoço e face.

Os nervos espinhais, que se originam da medula espinhal, se dividem em nervos sensoriais e nervos
motores. Os nervos sensoriais transmitem informações sensoriais dos órgãos e tecidos periféricos
para o SNC, enquanto os nervos motores transmitem sinais do SNC para os músculos e órgãos peri-
féricos.
•• Os nervos periféricos são classificados em três tipos principais: nervos sensoriais, nervos moto-
res e nervos mistos, que contêm fibras nervosas sensoriais e motoras.
•• Os nervos sensoriais são responsáveis por detectar estímulos sensoriais, como temperatura,
dor e pressão, e transmiti-los para o SNC.
•• Os nervos motores são responsáveis por transmitir sinais do SNC para os músculos e órgãos,
permitindo a execução de movimentos voluntários.
•• Os nervos mistos possuem ambas as fibras, permitindo a transmissão bidirecional de informa-
ções sensoriais e motoras.

Nervos Espinhais

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Fonte: https://www.sanarmed.com/nervos-espinhais-seus-plexos-e-dermatomos-colunistas. Acesso em 21/11/23

Os pares de nervos espinhais são 31 pares de nervos que emergem da medula espinhal e se esten-
dem por todo o corpo para fornecer inervação sensorial e motora. Esses nervos são divididos em
cinco regiões: cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea.

Cada nervo espinhal é formado por duas raízes nervosas: a raiz dorsal e a raiz ventral. A raiz dorsal é
responsável pela inervação sensorial, ou seja, leva informações sensoriais (táteis, térmicas, doloro-
sas) da pele, dos músculos e dos órgãos internos para a medula espinhal. A raiz ventral, por sua vez,
é responsável pela inervação motora, ou seja, controla a contração muscular e a movimentação das
estruturas do corpo.
Abaixo estão os pares de nervos espinhais e suas funções:
•• Nervos cervicais (C1-C8): Inervam o pescoço, a nuca, os ombros, os braços, as mãos e o diafragma.
•• Nervos torácicos (T1-T12): Inervam a parede torácica, os músculos intercostais, os órgãos inter-
nos do tórax e a região abdominal superior.

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•• Nervos lombares (L1-L5): Inervam a região lombar, a pelve, as coxas e as pernas.
•• Nervos sacrais (S1-S5): Inervam a região glútea, as pernas, os pés e os órgãos pélvicos.
•• Nervo coccígeo: Inerva a região do cóccix.

Os nervos espinhais são essenciais para a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, permitin-
do que os seres humanos realizem funções vitais, como a movimentação, a sensação, a digestão e a
respiração. Quando um ou mais desses nervos estão danificados ou não funcionam corretamente,
pode ocorrer uma variedade de problemas de saúde, incluindo dor, fraqueza muscular, paralisia, dis-
função autonômica e outros sintomas neurológicos.

A fisiologia do SNP envolve a transmissão de informações sensoriais e motoras através dos nervos
periféricos. Quando um estímulo sensorial é detectado pelos receptores sensoriais, como a pele ou
órgãos internos, os nervos sensoriais enviam sinais ao SNC para processamento. Da mesma forma,
quando o SNC coordena uma resposta motora, os nervos motores transmitem sinais para os múscu-
los e órgãos periféricos, permitindo a execução de movimentos voluntários.

Além disso, o SNP é responsável por controlar funções corporais involuntárias, como a regulação da
frequência cardíaca, pressão arterial e respiração, por meio do sistema nervoso autônomo. O siste-
ma nervoso autônomo é composto por duas divisões principais: o sistema nervoso simpático, que
prepara o corpo para situações de estresse e emergência, e o sistema nervoso parassimpático, que
promove o relaxamento e a recuperação.

Sistema Nervoso Somático

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-
nervos/nervo-perif%C3%A9rico-e-dist%C3%BArbios-relacionados/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-
o-sistema-nervoso-perif%C3%A9rico. Acesso em 21/11/23

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O sistema nervoso somático é uma parte do sistema nervoso periférico que é responsável pelo con-
trole voluntário do movimento e da sensação somática. Ele é composto pelos nervos que conectam o
sistema nervoso central aos músculos esqueléticos e aos receptores sensoriais da pele, dos músculos
e dos tendões.

O sistema nervoso somático é responsável pela coordenação de movimentos voluntários do cor-


po, bem como pela recepção de informações sensoriais. Os impulsos nervosos são transmitidos dos
neurônios motores para as fibras musculares, estimulando a contração muscular. Esses impulsos são
controlados pelo córtex motor do cérebro e pelo cerebelo, que ajustam a atividade muscular de acor-
do com o movimento necessário.

Os neurônios sensoriais somáticos, por sua vez, transmitem informações sensoriais da pele, músculos
e tendões para o sistema nervoso central. Essas informações são utilizadas para fornecer feedback
sobre a posição, movimento e tensão muscular, permitindo que o cérebro monitore e controle a ati-
vidade muscular de forma eficiente.

RESUMO

O sistema nervoso é um sistema complexo que coordena e controla as funções do corpo humano. É
composto por duas partes principais: o sistema nervoso central, que inclui o cérebro e a medula espi-
nhal, e o sistema nervoso periférico, que inclui os nervos que se estendem por todo o corpo.

O sistema nervoso é responsável por processar informações sensoriais, enviar e receber sinais elé-
tricos e químicos e controlar funções corporais, como movimento muscular, percepção sensorial,
pensamento, memória, emoção e comportamento. Além disso, ele é dividido em dois sistemas prin-
cipais, o sistema nervoso somático, que controla ações voluntárias, e o sistema nervoso autônomo,
que controla funções involuntárias, como a respiração e o ritmo cardíaco.

O sistema nervoso também é composto por células especializadas chamadas neurônios, que trans-
mitem sinais elétricos e químicos, e células de suporte chamadas células gliais ou neuróglia, que
fornecem suporte e nutrição aos neurônios. É um sistema vital que coordena e controla as funções
corporais e é essencial para o bem-estar e a sobrevivência humana.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Quais são as principais diferenças entre o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico?

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2. Qual das seguintes opções descreve corretamente a divisão do sistema nervoso humano?

a. ( ) Sistema nervoso autônomo e sistema nervoso somático.

b. ( ) Sistema nervoso central e sistema nervoso periférico.

c. ( ) Sistema nervoso sensorial e sistema nervoso motor.

d. ( ) Sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.

3. Qual das seguintes opções NÃO é uma função do sistema nervoso humano?

a. ( ) Controle do movimento voluntário e involuntário.

b. ( ) Coordenação das atividades do corpo.

c. ( ) Regulação do equilíbrio hídrico e eletrolítico.

d. ( ) Liberação de hormônios na corrente sanguínea.

4. Qual é a função da meninge aracnoide e como ela contribui para a proteção do sistema nervoso
central?
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5. Identifique qual parte do sistema nervoso periférico é responsável pelo controle voluntário do
movimento e pela recepção de informações sensoriais.
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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
TEMA 07

Meningites/Esclerose/Epilepsia/Crise convulsiva

7.1 Meningites

Fonte: https://www.tuasaude.com/meningite-meningococica/. Acesso em 23/11/23

A meningite é uma inflamação das meninges (as membranas que revestem o cérebro e a medula
espinhal) causada por diversos agentes infecciosos, incluindo bactérias, vírus, fungos e outros orga-
nismos. A doença pode se apresentar de duas formas: meningite séptica e meningite asséptica.
•• Meningite séptica: também conhecida como meningite bacteriana, é uma forma grave de me-
ningite causada por bactérias que entram na corrente sanguínea e se espalham para as menin-
ges. A meningite séptica é caracterizada por febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez do pescoço,
confusão mental, convulsões e outros sintomas graves. A meningite séptica é uma emergência
médica e requer tratamento imediato com antibióticos e outras medidas de suporte.
•• Meningite asséptica: é uma forma de meningite que ocorre sem a presença de bactérias ou
fungos no líquido cerebrospinal. A meningite asséptica é geralmente causada por vírus, em-
bora possa ser causada por outras condições médicas, como lesões na cabeça, reações a me-
dicamentos e outras doenças. A meningite asséptica é caracterizada por febre, dor de cabeça,
rigidez do pescoço, náusea e outros sintomas semelhantes aos da meningite bacteriana. A me-
ningite asséptica geralmente é tratada com medidas de suporte, como hidratação e controle da
dor, e a maioria dos pacientes se recupera completamente em poucos dias a semanas.

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7.1.1 Epidemiologia

A meningite é uma doença infecciosa que ocorre em todo o mundo, afetando pessoas de todas as
idades, mas é mais comum em crianças pequenas, adolescentes e jovens adultos. A incidência de me-
ningite varia de acordo com o tipo de meningite, a região geográfica e os fatores de risco envolvidos.
Aqui estão algumas informações gerais sobre a epidemiologia da meningite:
•• Meningite bacteriana: é responsável pela maioria dos casos de meningite grave e pode ocorrer
em epidemias localizadas ou esporadicamente em todo o mundo. A Neisseria meningitidis, por
exemplo, é uma causa comum de meningite bacteriana epidêmica em regiões da África conhe-
cidas como “Cinturão da Meningite”. A incidência de meningite bacteriana é maior em bebês e
crianças, e também em pessoas com sistema imunológico comprometido.
•• Meningite viral: é a causa mais comum de meningite em todo o mundo, com epidemias espo-
rádicas que ocorrem em todo o mundo. A meningite viral é mais comum no verão e no outono,
e as crianças são mais frequentemente afetadas do que os adultos.
•• Meningite fúngica: é uma forma rara de meningite, que geralmente ocorre em pessoas com
sistema imunológico comprometido. A incidência de meningite fúngica é maior em áreas com
alta prevalência de HIV e em regiões com clima úmido e quente.
•• Meningite não infecciosa: é menos comum do que a meningite infecciosa e pode ocorrer em
pessoas de todas as idades. A meningite não infecciosa pode ser causada por várias condições,
como câncer, doenças autoimunes ou reações a medicamentos.

7.1.2 Fisiopatologia

A fisiopatologia da meningite pode variar dependendo da causa subjacente, mas em geral, o processo
envolve a invasão e proliferação de bactérias, vírus ou outros agentes infecciosos nas meninges, o que
resulta em uma resposta inflamatória do sistema imunológico.

A invasão dos agentes infecciosos nas meninges pode ocorrer de várias maneiras, incluindo a disse-
minação através do sangue (meningite séptica) ou através do sistema nervoso (meningite viral). As
bactérias causam inflamação das meninges através da liberação de toxinas que estimulam a resposta
inflamatória, levando à vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e infiltração de células
inflamatórias no espaço subaracnoide.

Essa resposta inflamatória pode causar danos aos neurônios, levando a sintomas neurológicos, como
convulsões, confusão mental e rigidez do pescoço. Além disso, a inflamação pode aumentar a pressão
intracraniana, o que pode levar a danos no cérebro e outros órgãos. Em casos graves, a inflamação
pode levar a complicações como edema cerebral, formação de abscessos, hidrocefalia, sepse e cho-
que séptico. A meningite também pode causar danos permanentes ao cérebro e ao sistema nervoso,
especialmente em crianças e idosos.

A meningite asséptica, que é causada por vírus ou outras causas não bacterianas, pode ter uma fisio-
patologia diferente da meningite bacteriana, mas ainda envolve uma resposta inflamatória do siste-
ma imunológico. A maioria dos casos de meningite asséptica tem um curso mais leve e uma resolução
mais rápida do que a meningite bacteriana.

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7.1.3 Manifestações Clínicas
As manifestações clínicas da meningite variam dependendo da causa subjacente da doença, mas
em geral incluem:
•• Febre: a febre é um sintoma comum da meningite e pode ser alta em casos graves.
•• Dor de cabeça: a dor de cabeça é outro sintoma comum da meningite e pode ser intensa e
persistente.
•• Rigidez do pescoço: a rigidez do pescoço é um sinal clássico da meningite e pode ser causada
pela inflamação das meninges.
•• Sensibilidade à luz: a sensibilidade à luz (fotofobia) é comum em pacientes com meningite.
•• Confusão mental: a meningite pode causar confusão mental, dificuldade de concentração, irri-
tabilidade e sonolência.
•• Convulsões: a meningite pode causar convulsões em alguns pacientes.
•• Náusea e vômito: a meningite pode causar náusea e vômito em alguns pacientes.
•• Erupções cutâneas: em alguns casos de meningite bacteriana, podem aparecer erupções cutâ-
neas na pele.
•• Alterações neurológicas: a meningite pode causar alterações neurológicas, como perda de
sensibilidade, fraqueza muscular e paralisia.

É importante notar que os sintomas da meningite podem se desenvolver rapidamente e se agravar


em questão de horas, especialmente em casos de meningite bacteriana. Qualquer pessoa com sin-
tomas de meningite deve procurar atendimento médico imediatamente. O diagnóstico e tratamento
precoces são essenciais para reduzir o risco de complicações e danos permanentes.

Fonte: https://portal.fiocruz.br/doenca/meningites. Acesso em 23/11/23

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7.1.4 Diagnóstico

O diagnóstico das meningites pode ser desafiador, pois os sintomas iniciais podem ser semelhantes
aos de outras condições médicas. No entanto, existem várias técnicas e exames que podem ajudar
a confirmar o diagnóstico de meningite. Alguns dos métodos de diagnóstico mais comuns incluem:

1. Exame físico: o médico irá realizar um exame físico para avaliar a presença de sinais de menin-
gite, como rigidez do pescoço, sensibilidade à luz e erupções cutâneas.

2. Análise do líquido cefalorraquidiano (LCR): uma amostra de LCR é coletada através de uma
punção lombar e analisada em laboratório para detectar a presença de bactérias, vírus ou ou-
tras anormalidades.

3. Exames de imagem: como a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética


(RM), podem ser usados para avaliar a inflamação das meninges e possíveis complicações,
como edema cerebral.

4. Exames de sangue: exames de sangue podem ser usados para avaliar a presença de infecção e
inflamação no corpo.

5. Culturas de sangue: a cultura de sangue pode ser realizada para identificar a presença de bac-
térias no sangue, o que pode ser um sinal de meningite bacteriana.

6. Testes rápidos: testes rápidos de antígeno podem ser usados para detectar a presença de
antígenos específicos de bactérias ou vírus no LCR ou no sangue.

7. Testes moleculares: como a reação em cadeia da polimerase (PCR), podem ser usados para
detectar o DNA ou RNA de bactérias ou vírus no LCR ou em amostras de sangue.

7.1.5 Tratamento e Prevenção

Tratamento

O tratamento das meningites depende da causa subjacente da doença, e geralmente começa antes
da confirmação definitiva do diagnóstico, com base nos sintomas e nos fatores de risco do paciente.
O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para reduzir o risco de complicações e danos
permanentes.

O tratamento normalmente envolve a administração de medicamentos para tratar a infecção, contro-


lar os sintomas e prevenir complicações. Algumas das opções de tratamento mais comuns incluem:

1. Antibióticos: se a meningite for causada por bactérias, o tratamento geralmente envolve a


administração de antibióticos intravenosos para eliminar a infecção. A escolha do antibióti-
co depende do tipo de bactéria envolvida e da susceptibilidade aos antibióticos.

2. Antivirais: se a meningite for causada por vírus, o tratamento geralmente envolve a administra-
ção de antivirais para reduzir a replicação viral e diminuir os sintomas.

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3. Corticosteroides: em alguns casos, os corticosteroides podem ser administrados para reduzir a
inflamação e o inchaço ao redor do cérebro e da medula espinhal.
4. Controle dos sintomas: para aliviar os sintomas da meningite, como dor de cabeça, febre e
náusea, podem ser administrados medicamentos específicos.
5. Tratamento de suporte: em casos graves de meningite, pode ser necessário hospitalização para
monitorar os sinais vitais do paciente, administrar líquidos e nutrientes intravenosos e prevenir
complicações.

Prevenção
Algumas das medidas preventivas para a meningite incluem:
1. Vacinação: existem vacinas disponíveis para prevenir a meningite bacteriana causada por
Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae. É importan-
te seguir as orientações do calendário vacinal, que pode variar de acordo com a idade e os
fatores de risco individuais.
2. Boas práticas de higiene: lavar as mãos regularmente com água e sabão, cobrir a boca e o nariz
ao tossir ou espirrar e evitar compartilhar utensílios pessoais, como copos e talheres, podem
ajudar a prevenir a propagação de bactérias e vírus que causam a meningite.
3. Evitar contato com pessoas doentes: evitar contato próximo com pessoas que apresentam
sinais de doenças infecciosas, como gripes e resfriados, pode ajudar a prevenir a propagação
de bactérias e vírus.
4. Manter um sistema imunológico saudável: manter um estilo de vida saudável, com uma dieta
balanceada, atividade física regular e sono adequado, pode ajudar a fortalecer o sistema imu-
nológico e prevenir infecções.
5. Tratamento precoce: é importante diagnosticar e tratar precocemente infecções que podem
levar a meningite, como otites, sinusites e pneumonias, para evitar a disseminação da infecção.
6. Profilaxia com antibióticos: em alguns casos, pode ser necessário administrar antibióticos para
pessoas que estiveram em contato próximo com indivíduos com meningite bacteriana, a fim de
prevenir a propagação da infecção.
7. Isolamento: em casos de surtos ou epidemias de meningite, pode ser necessário isolar pacien-
tes infectados para evitar a propagação da doença.
É importante notar que a prevenção da meningite depende do tipo de agente causador da doença.
Portanto, é importante seguir as orientações do médico e dos profissionais de saúde em relação às
medidas preventivas específicas para cada caso.

7.1.6 Cuidados de Enfermagem


Os cuidados de enfermagem ao paciente com meningite são extremamente importantes para ga-
rantir a recuperação e prevenir possíveis complicações. Algumas das principais intervenções de
enfermagem incluem:

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99 Monitorar os sinais vitais: É importante monitorar regularmente a pressão arterial, frequência
cardíaca, frequência respiratória e temperatura do paciente, uma vez que as alterações nesses
parâmetros podem indicar complicações da meningite.
99 Controlar convulsões: Pacientes com meningite podem apresentar convulsões, portanto, é im-
portante monitorar a ocorrência de convulsões e administrar medicamentos anticonvulsivantes
conforme prescrição médica.
99 Administrar medicamentos: Os medicamentos prescritos pelo médico para tratar a menin-
gite devem ser administrados rigorosamente conforme as orientações médicas, inclusive em
relação aos horários, doses e formas de administração. Além disso, é importante monitorar os
efeitos colaterais dos medicamentos.
99 Controlar a dor: A meningite pode causar dores de cabeça intensas, que podem afetar a quali-
dade de vida do paciente. Os enfermeiros devem estar atentos ao controle da dor, administran-
do analgésicos conforme a prescrição médica.
99 Estimular hidratação: Pacientes com meningite podem perder líquidos e eletrólitos importan-
tes devido a febre e sudorese excessiva. É importante monitorar o estado de hidratação do
paciente e administrar fluidos e eletrólitos conforme a prescrição médica.
99 Monitoramento neurológico: Pacientes com meningite podem apresentar alterações neuroló-
gicas, como confusão, sonolência e alterações na visão. É importante monitorar regularmente
o estado neurológico do paciente e reportar imediatamente quaisquer alterações aos médicos.
99 Aplicar medidas de isolamento e precaução: Pacientes com meningite bacteriana devem ser
isolados para evitar a propagação da infecção. É importante seguir as precauções de isolamento
prescritas pelos protocolos de controle de infecção.
99 Oferecer suporte emocional: Pacientes com meningite podem sentir medo, ansiedade e in-
certeza sobre a sua condição de saúde. Os enfermeiros devem oferecer suporte emocional e
educar o paciente e sua família sobre a doença e o tratamento.
Essas são algumas das principais intervenções de enfermagem que devem ser realizadas no cuidado
ao paciente com meningite. É importante lembrar que a intervenção de enfermagem deve ser indivi-
dualizada, levando em consideração as necessidades e particularidades de cada paciente.

7.2 Esclerose Múltipla

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central, que
inclui o cérebro, a medula espinhal e o nervo óptico. Na EM,o sistema imunológico do corpo ataca e
danifica a mielina, que é uma camada protetora que envolve os nervos. Isso pode levar a uma inter-
rupção na transmissão de sinais nervosos, afetando a capacidade do cérebro de se comunicar com
outras partes do corpo.

7.2.1 Epidemiologia
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica que afeta milhões de pessoas em todo
o mundo. A incidência e a prevalência da EM variam consideravelmente em todo o mundo, mas há
algumas características epidemiológicas amplamente observadas:

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•• Sexo: a doença afeta mais as mulheres do que os homens, com uma relação de 2:1.
•• Idade: pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens, entre 20 e 40 anos.
•• Geografia: é mais comum em países de clima temperado, como a Europa do Norte, América do
Norte e Austrália. As taxas de EM são mais baixas em países mais próximos ao equador.
•• Etnia: é mais comum em pessoas de origem caucasiana e menos comum em pessoas de origem
africana ou asiática.
•• Histórico familiar: pode ocorrer em famílias, sugerindo uma predisposição genética para a doença.
•• Fatores ambientais: exposição a certos fatores ambientais, como a deficiência de vitamina D, pode
aumentar o risco de desenvolver EM.
•• Prevalência: a prevalência da EM varia de acordo com a região, mas estima-se que cerca de 2,5
milhões de pessoas em todo o mundo têm EM.

Essas características epidemiológicas podem ajudar a identificar grupos de risco para a EM e fornecer
informações importantes para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento da doença.

7.2.2 Fisiopatologia

Fonte: https://esclerosemultiplario.com.br/o-que-e-esclerose-multipla/o-que-e-esclerose-multipla/. Acesso em 23/11/23

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune em que o sistema imunológico do corpo ataca erro-
neamente a mielina, a camada protetora que envolve os nervos do cérebro e da medula espinhal. Isso re-
sulta em inflamação e danos aos nervos, que podem levar a uma ampla gama de sintomas neurológicos.

Ainda não está totalmente claro o que causa o sistema imunológico a atacar a mielina, mas é provável
que a genética, os fatores ambientais e as interações entre eles desempenhem um papel importante.
Acredita-se que os seguintes processos patológicos estejam envolvidos na fisiopatologia da EM:

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•• Inflamação: O sistema imunológico desencadeia uma resposta inflamatória na mielina, que
pode causar danos aos nervos e contribuir para a formação de lesões.
•• Desmielinização: A inflamação pode levar à perda de mielina ao redor dos nervos, o que pode
afetar a condução nervosa.
•• Reparo de mielina: O corpo tenta reparar a mielina danificada, mas esse processo pode ser
incompleto ou inadequado, deixando os nervos vulneráveis a novos danos.
•• Neurodegeneração: A EM pode causar degeneração dos nervos e perda de células cerebrais, o
que pode levar a incapacidade a longo prazo.
•• Plasticidade neuronal: O cérebro pode compensar os danos causados pela EM através de mu-
danças na organização e função dos neurônios remanescentes.

Esses processos patológicos complexos podem levar a uma ampla gama de sintomas neurológicos e
danos permanentes aos nervos. O tratamento da EM visa interromper ou retardar esses processos
para ajudar a controlar os sintomas e prevenir a incapacidade a longo prazo.

7.2.3 Manifestações Clínicas

As manifestações clínicas da Esclerose Múltipla (EM) podem variar amplamente, dependendo da lo-
calização e extensão dos danos nos nervos do cérebro e da medula espinhal. Alguns dos sintomas
mais comuns incluem:
•• Fadiga: é um dos sintomas mais comuns da EM e pode ser debilitante.
•• Problemas de visão: pode causar visão turva, visão dupla, perda parcial ou total da visão em
um ou ambos os olhos.
•• Problemas motores: pode afetar a coordenação motora, o equilíbrio e a capacidade de andar.
Pode também causar espasmos musculares, rigidez muscular e fraqueza.
•• Problemas sensoriais: pode causar dormência, formigamento, queimação ou dor em diferen-
tes partes do corpo.
•• Problemas de controle da bexiga e intestino: pode afetar a capacidade de controlar a bexiga
e o intestino.
•• Problemas cognitivos: pode causar problemas de memória, dificuldade de concentração e di-
minuição da capacidade de processar informações.
•• Problemas emocionais: pode causar depressão, ansiedade e alterações de humor.
•• Problemas sexuais: pode afetar a função sexual em homens e mulheres.

Os sintomas da EM podem aparecer repentinamente e desaparecer rapidamente (forma de recaí-


da-remissão) ou piorar gradualmente ao longo do tempo (forma progressiva). A evolução da doença
pode ser imprevisível e variar amplamente de pessoa para pessoa. O tratamento visa controlar os
sintomas, prevenir ou retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.

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7.2.4 Diagnóstico

O diagnóstico da Esclerose Múltipla (EM) é feito com base em uma combinação de sinais e sintomas
clínicos, exames laboratoriais e de imagem. Não existe um único teste diagnóstico definitivo para a
EM, portanto, o processo de diagnóstico pode ser complexo e envolver a exclusão de outras possíveis
causas dos sintomas do paciente.
O processo de diagnóstico pode incluir:
•• História clínica detalhada: O médico fará uma série de perguntas sobre os sintomas, a duração
e a frequência das crises, bem como quaisquer fatores de risco ou doenças preexistentes.
•• Exame neurológico: O médico realizará um exame neurológico completo para avaliar a função
motora, a sensibilidade, a coordenação e o equilíbrio.
•• Exames laboratoriais: O médico pode solicitar exames de sangue para excluir outras condições
que possam imitar os sintomas da EM, como infecções ou doenças autoimunes.
•• Exames de imagem: A ressonância magnética (RM) é a principal ferramenta de imagem usada
para diagnosticar a EM. As imagens de RM podem mostrar lesões no cérebro e na medula espi-
nhal que são consistentes com a doença.
•• Testes de potencial evocado: Esses testes avaliam a função dos nervos sensoriais e motores,
medindo as respostas elétricas aos estímulos sensoriais.
•• Líquido cefalorraquidiano (LCR): Uma amostra de líquido cerebrospinal pode ser coletada atra-
vés de uma punção lombar. Os resultados do LCR podem ajudar a excluir outras doenças e
confirmar o diagnóstico de EM.

Após a avaliação completa dos sintomas, exames laboratoriais e de imagem, o médico pode diagnos-
ticar a EM com base em critérios clínicos específicos. É importante lembrar que o diagnóstico da EM
pode levar tempo e pode exigir vários exames e consultas médicas.

7.2.5 Tratamento e Prevenção

Tratamento
O tratamento da Esclerose Múltipla (EM) tem como objetivo controlar os sintomas, prevenir ou retar-
dar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. Não existe cura para a EM,
mas vários medicamentos e terapias podem ajudar a controlar os sintomas e reduzir a frequência e
gravidade das crises.
Os tratamentos para a EM incluem:
•• Medicamentos moduladores da doença: que modificam a resposta do sistema imunológico
para reduzir a inflamação e a atividade da doença. Os exemplos incluem interferon beta, aceta-
to de glatirâmero, teriflunomida, fingolimode, entre outros.
•• Terapias imunossupressoras: que reduzem a atividade do sistema imunológico e diminuem
a inflamação e a atividade da doença. Os exemplos incluem natalizumabe, alemtuzumab,
ocrelizumab, entre outros.

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•• Medicamentos sintomáticos: que ajudam a controlar os sintomas da EM, como fadiga, espas-
ticidade, dor e depressão. Os exemplos incluem modafinila, baclofeno, carbamazepina, antide-
pressivos, entre outros.
•• Fisioterapia e terapia ocupacional: A fisioterapia pode ajudar a manter a mobilidade, o equi-
líbrio e a força muscular, enquanto a terapia ocupacional pode ajudar a adaptar o ambiente
doméstico e de trabalho para torná-lo mais acessível e seguro.
•• Suporte psicológico: O diagnóstico de EM pode ser estressante e emocionalmente desafiador.
O suporte psicológico, como a terapia de conversa ou a psicoterapia, pode ajudar os pacientes
a lidar com os aspectos emocionais da doença.
•• Dieta saudável e exercício físico: Uma dieta saudável e equilibrada e exercícios físicos regulares
podem ajudar a melhorar a saúde geral e o bem-estar emocional dos pacientes com EM.
O tratamento da EM é individualizado e pode variar de acordo com a gravidade e o tipo da doença,
bem como com a idade, a saúde geral e as preferências do paciente. O tratamento é geralmente co-
ordenado por um neurologista especializado em doenças do sistema nervoso central.

Prevenção

A Esclerose Múltipla (EM) não tem uma causa conhecida e não existe uma maneira conhecida de
preveni-la completamente. No entanto, existem algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco
de desenvolver a doença:
•• Exercício físico: atividade física regular pode ajudar a manter o sistema imunológico saudável e
reduzir o risco de desenvolver doenças autoimunes, incluindo a EM.
•• Dieta saudável: Uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, pode ajudar a
manter a saúde geral e reduzir o risco de desenvolver doenças autoimunes.
•• Suplementos de vitamina D: A vitamina D é importante para a saúde do sistema imunológi-
co. A deficiência de vitamina D tem sido associada ao aumento do risco de desenvolver EM.
Suplementos de vitamina D podem ser recomendados em alguns casos.
•• Evitar o tabagismo: Fumar cigarros pode aumentar o risco de desenvolver EM, além de piorar
os sintomas em pacientes já diagnosticados.
•• Gerenciar o estresse: O estresse crônico pode afetar a saúde geral do corpo, incluindo o sis-
tema imunológico. Gerenciar o estresse pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver doenças
autoimunes, como a EM.
•• Evitar exposição a toxinas: A exposição a algumas substâncias químicas e toxinas pode au-
mentar o risco de desenvolver EM em algumas pessoas. Evitar a exposição a produtos químicos
tóxicos sempre que possível pode ajudar a reduzir o risco.
É importante ressaltar que essas medidas não garantem a prevenção completa da EM e não devem
ser consideradas como uma garantia de que a doença não vai se desenvolver. No entanto, essas me-
didas podem ajudar a manter o corpo saudável e reduzir o risco de desenvolver a doença. Se houver
histórico familiar de EM, é recomendável conversar com um médico sobre o risco individual e medi-
das preventivas adicionais que possam ser apropriadas.

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7.2.6 Cuidados de Enfermagem

A equipe de enfermagem desempenha um papel importante na assistência ao paciente portador de


Esclerose Múltipla (EM), fornecendo suporte e cuidados para ajudar o paciente a lidar com os sinto-
mas da doença e melhorar a qualidade de vida. Alguns cuidados de enfermagem específicos incluem:
99 Educação do paciente: O enfermeiro pode fornecer informações e educação sobre a EM, seus
sintomas, tratamentos e manejo dos sintomas. Isso inclui orientações sobre a administração de
medicações, atividades físicas e alimentação saudável.
99 Monitorização de sinais vitais: O enfermeiro deve monitorar regularmente os sinais vitais do
paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, e temperatura. Isso ajuda a
detectar quaisquer alterações que possam requerer a intervenção médica.
99 Controle dos sintomas: O enfermeiro pode ajudar a aliviar os sintomas da EM, como fadiga,
dor, espasmos musculares e problemas de coordenação. Isso pode envolver a administração de
medicamentos e terapias não medicamentosas, como terapia ocupacional e fisioterapia.
99 Prevenção de complicações: O enfermeiro deve estar atento a quaisquer complicações que
possam surgir devido à EM, como infecções, problemas respiratórios e distúrbios de degluti-
ção. Medidas preventivas, como lavagem adequada das mãos e posicionamento adequado do
paciente, podem ser tomadas para minimizar o risco de complicações.
99 Apoio emocional: O enfermeiro pode fornecer suporte emocional ao paciente, que pode
estar lidando com ansiedade, depressão e outros problemas emocionais devido à doença.
O enfermeiro pode oferecer orientação, apoio e encaminhamento para terapia psicológica e
grupos de apoio.
99 Promover a independência: O enfermeiro pode ajudar a promover a independência do pacien-
te, incentivando-o a realizar atividades diárias e fornecendo suporte quando necessário. Isso
pode incluir a adaptação do ambiente domiciliar e o uso de dispositivos de assistência.
99 Monitorização da adesão ao tratamento: O enfermeiro deve monitorar a adesão do paciente
ao tratamento, incluindo a administração de medicações e outras terapias prescritas. O enfer-
meiro pode fornecer lembretes, esclarecer dúvidas e ajudar a solucionar problemas relaciona-
dos à adesão ao tratamento.

7.3 Epilepsia

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Fonte: https://hmsportugal.wordpress.com/2012/05/23/epilepsia/. Acesso em 23/11/23

A epilepsia é uma condição neurológica crônica caracterizada por convulsões recorrentes, que ocorrem
devido a um desequilíbrio na atividade elétrica no cérebro. Ou seja, a crise convulsiva é uma das princi-
pais manifestações clínicas da epilepsia. As convulsões podem variar em intensidade e duração, e po-
dem afetar diferentes partes do corpo e funções, dependendo da área do cérebro afetada. A epilepsia
pode ter diversas causas, incluindo lesões cerebrais, infecções, desequilíbrios químicos no cérebro,
além de fatores genéticos e ambientais.

7.3.1 Epidemiologia

A epilepsia é uma condição neurológica comum em todo o mundo, afetando cerca de 50 milhões de
pessoas globalmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A sua prevalência varia entre
diferentes países e regiões, e pode ser influenciada por fatores genéticos, ambientais e sociais.

Estima-se que a prevalência da epilepsia seja de cerca de 1% da população mundial, o que significa
que cerca de 70 milhões de pessoas vivem com epilepsia atualmente. A incidência, ou seja, o número
de novos casos diagnosticados a cada ano, varia de acordo com a faixa etária e a região geográfica.

A epilepsia pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em crianças e idosos. Em
crianças, a epilepsia pode ser causada por fatores como lesões cerebrais, infecções, anomalias con-
gênitas e fatores genéticos. Nos idosos, a epilepsia pode ser resultado de doenças cerebrais degene-
rativas, como a doença de Alzheimer, ou de acidentes vasculares cerebrais (AVC).

A epilepsia também pode afetar de forma desproporcional certas populações, como pessoas de baixa
renda, em áreas rurais e em países em desenvolvimento, onde o acesso aos cuidados de saúde pode
ser limitado. Além disso, a epilepsia pode ser acompanhada por estigma social e discriminação, o que
pode limitar ainda mais o acesso aos cuidados médicos e a qualidade de vida das pessoas afetadas.

7.3.2 Fisiopatologia

A fisiopatologia da epilepsia é complexa e envolve uma série de processos neuroquímicos e neuro-


fisiológicos no cérebro. A epilepsia é caracterizada por uma desregulação na atividade elétrica cere-
bral, que pode levar a convulsões e outros sintomas associados. Normalmente, a atividade elétrica
no cérebro é controlada por neurônios, que se comunicam por meio de sinais elétricos e químicos.
Durante uma convulsão, ocorre uma desregulação na atividade elétrica, que pode levar a um aumen-
to na frequência e na intensidade dos sinais elétricos no cérebro.

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Existem diferentes tipos de epilepsia, que podem ser classificados de acordo com a área do cére-
bro afetada, a causa subjacente e outros fatores. Em geral, a epilepsia pode ser causada por uma
série de fatores, incluindo lesões cerebrais, infecções, desequilíbrios químicos no cérebro, além de
fatores genéticos e ambientais.

Um dos principais mecanismos envolvidos na fisiopatologia da epilepsia é a hipersincronia neural,


que se refere a uma sincronização anormal dos sinais elétricos no cérebro. Isso pode levar a uma
hiperexcitabilidade dos neurônios e a um aumento na probabilidade de convulsões. Outro meca-
nismo envolvido na epilepsia é a plasticidade sináptica, que se refere à capacidade das sinapses
(ou conexões entre os neurônios) de se adaptarem e mudarem em resposta a diferentes estímulos.
A plasticidade sináptica pode estar envolvida na formação de redes neurais anormais que podem
contribuir para a epilepsia.

Além disso, a fisiopatologia da epilepsia pode envolver uma série de neurotransmissores e modu-
ladores neurais, incluindo o glutamato, o GABA, a dopamina e a serotonina. Desequilíbrios nesses
neurotransmissores podem contribuir para a hipersincronia neural e para a hiperexcitabilidade dos
neurônios no cérebro.

7.3.3 Manifestações Clínicas

As manifestações clínicas da epilepsia podem variar de acordo com o tipo de epilepsia, a área do
cérebro afetada e a intensidade da crise. As convulsões são o sintoma mais comum da epilepsia, mas
existem outros sintomas associados que podem ocorrer antes, durante ou após as crises epilépticas.
A seguir, descrevemos as principais manifestações clínicas da epilepsia:

1. Convulsões: As convulsões são o sintoma mais característico da epilepsia e ocorrem quan-


do há uma atividade elétrica anormal no cérebro. Durante uma convulsão, a pessoa pode
ter espasmos musculares, perda de consciência, movimentos involuntários, salivação ex-
cessiva e incontinência urinária.

2. Aura: A aura é uma sensação que algumas pessoas podem sentir antes de uma convulsão. Ela
pode incluir sintomas como tontura, formigamento, alterações visuais, olfativas ou auditivas, e
sensação de despersonalização.

3. Perda de consciência: Algumas pessoas podem perder a consciência durante uma convulsão,
mas outras podem permanecer conscientes durante todo o episódio.

4. Automatismos: Alguns pacientes podem apresentar movimentos automáticos, como mexer


as mãos, movimentos de mastigação, ou mesmo andar sem rumo durante uma crise epiléptica.

5. Alterações comportamentais: Em algumas formas de epilepsia, pode haver alterações no


comportamento, como comportamentos repetitivos, agressividade, e mesmo alucinações.

6. Sintomas psicológicos: Em alguns casos, a epilepsia pode estar associada a sintomas psicoló-
gicos, como ansiedade, depressão e alterações de humor.

7. Alterações cognitivas: Alguns pacientes podem apresentar alterações cognitivas, como dificulda-
de de concentração, lapsos de memória e dificuldades de aprendizado.

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8. Outros sintomas: A epilepsia também pode estar associada a sintomas como dor de cabeça,
fadiga, náuseas e vômitos.

Crise Tônico Clônico Generalizada


A crise tônico-clônica generalizada, também conhecida como grande mal, é um tipo de crise epilépti-
ca que afeta todo o cérebro e pode causar perda de consciência e convulsões intensas.
A crise tônica é caracterizada por uma contração muscular rígida, em que o paciente pode ter uma
postura arqueada e manter os braços estendidos. Nesse período, o paciente pode não conseguir res-
pirar e sua pele pode ficar pálida ou azulada.
Já na fase clônica, há movimentos rítmicos e violentos dos membros, com a pessoa podendo cair e
se debater. Durante essa fase, o paciente pode apresentar espuma na boca e morder a língua. Após a
fase clônica, o paciente pode entrar em um período de sonolência ou coma. É comum que o paciente
sinta dores musculares e esteja confuso e desorientado após a crise.
99 Após a crise, é importante manter o paciente em repouso e buscar atendimento médico se
necessário.

Crise de Ausência
A crise de ausência, também conhecida como petit mal, é um tipo de crise epiléptica que afeta a cons-
ciência e pode ser confundida com distração ou desatenção. Essa crise ocorre mais comumente em
crianças, mas também pode afetar adultos.
Durante uma crise de ausência, o paciente pode parecer desconectado do ambiente e ficar parado,
com os olhos abertos, sem responder a estímulos externos. A duração da crise pode variar, mas geral-
mente é curta, de alguns segundos a alguns minutos.
Além disso, o paciente pode apresentar alguns movimentos repetitivos, como piscar os olhos, mo-
vimentos de chupar ou mastigar, ou mexer as mãos. É comum que o paciente não se lembre do que
aconteceu durante a crise.
É importante que os familiares e cuidadores estejam cientes dos sintomas da crise de ausência e
saibam como agir durante a crise, mantendo o paciente em segurança e buscando ajuda médica se
necessário. Também é importante que a escola ou ambiente de trabalho do paciente esteja ciente da
condição e saiba como agir em caso de crise.

Crises Parciais Complexas


As crises parciais complexas, também conhecidas como crises de lobo temporal, são um tipo de crise
epiléptica que afeta apenas uma região do cérebro. Geralmente, essa crise se inicia no lobo temporal,
que é uma região responsável pelo processamento da memória e das emoções.
Durante uma crise parcial complexa, o paciente pode apresentar alguns sintomas, como movimentos
repetitivos sem sentido, como mexer as mãos ou os lábios, além de comportamentos estranhos e al-
terações da consciência. O paciente pode parecer confuso e desorientado, e pode ter dificuldade em
entender ou seguir instruções.

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Também é comum que o paciente tenha uma sensação de déjà vu, em que parece que está vivencian-
do uma situação que já ocorreu anteriormente. O paciente pode ainda ter uma sensação de medo ou
de desconforto.
99 A duração da crise pode variar, geralmente dura alguns minutos e pode ser seguida por um
período de sonolência ou desorientação.

Crise Parcial Simples ou Focal

As crises parciais simples ou focais são um tipo de crise epiléptica que afeta apenas uma região do
cérebro. Diferentemente das crises parciais complexas, as crises parciais simples não afetam a cons-
ciência do paciente. Durante uma crise parcial simples, o paciente pode apresentar sintomas como
movimentos involuntários, formigamentos ou sensações estranhas em uma parte do corpo, como
braços, pernas ou rosto. O paciente pode ainda apresentar alterações visuais ou auditivas, como ver
ou ouvir coisas que não existem na realidade.
99 A duração da crise pode variar, mas geralmente dura alguns segundos a alguns minutos. Após a
crise, o paciente pode se sentir cansado ou confuso.

7.3.4 Diagnóstico

O diagnóstico da epilepsia envolve uma avaliação médica completa, incluindo história clínica detalha-
da, exame físico e testes diagnósticos. A seguir, descrevemos os principais métodos utilizados para o
diagnóstico da epilepsia:

1. História clínica: O médico realizará uma entrevista detalhada com o paciente e seus familia-
res, buscando identificar a presença de sintomas característicos da epilepsia, como convulsões,
aura, alterações comportamentais e outros sinais.

2. Exame físico: Durante o exame físico, o médico avaliará os sinais vitais, examinará o sistema ner-
voso e verificará a presença de outras condições médicas que possam estar relacionadas com as
crises epilépticas.

3. EEG: O eletroencefalograma (EEG) é um teste não invasivo que registra a atividade elétrica do cé-
rebro. O EEG pode ajudar a identificar padrões anormais de atividade elétrica que podem estar
associados com a epilepsia.

4. Ressonância magnética (RM): A ressonância magnética é um teste que utiliza campos magné-
ticos e ondas de rádio para criar imagens detalhadas do cérebro. A RM pode ajudar a identificar
anormalidades estruturais no cérebro que possam estar relacionadas com a epilepsia.

5. Tomografia computadorizada (TC): A tomografia computadorizada é um teste que utiliza raios-


-X para criar imagens detalhadas do cérebro. A TC pode ser utilizada para identificar anormali-
dades estruturais ou lesões no cérebro.

6. Testes neuropsicológicos: Testes neuropsicológicos podem ser realizados para avaliar o funcio-
namento cognitivo do paciente e ajudar a identificar possíveis alterações cognitivas relaciona-
das à epilepsia.

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7. Monitoramento vídeo-EEG: O monitoramento vídeo-EEG é um teste que combina a gravação
de vídeo com a gravação da atividade elétrica do cérebro. Este teste pode ajudar a identificar o
tipo de epilepsia e a localização da atividade elétrica anormal no cérebro.

8. Em resumo, o diagnóstico da epilepsia envolve uma avaliação médica completa, incluindo his-
tória clínica, exame físico e testes diagnósticos, como EEG, RM e TC. O diagnóstico preciso é
fundamental para o tratamento adequado da epilepsia.

7.3.5 Tratamento e Prevenção

Tratamento

O tratamento da epilepsia pode incluir medicamentos antiepilépticos, cirurgia, estimulação do nervo


vago (VNS) e dieta cetogênica. O tratamento é individualizado e depende do tipo de epilepsia, da
gravidade das crises, da idade e do estado geral de saúde do paciente. A seguir, descrevemos as prin-
cipais opções de tratamento para a epilepsia:
1. Medicamentos antiepilépticos: Os medicamentos antiepilépticos são o tratamento mais co-
mum para a epilepsia. Eles podem ajudar a controlar as crises epilépticas, reduzir a frequência
e a intensidade das crises e melhorar a qualidade de vida do paciente. Existem muitos tipos
diferentes de medicamentos antiepilépticos, cada um com seus próprios benefícios e efeitos
colaterais potenciais. O médico irá prescrever um medicamento antiepiléptico com base no tipo
de epilepsia do paciente e em outros fatores, como idade, sexo e estado geral de saúde.
2. Cirurgia: A cirurgia é uma opção de tratamento para pacientes com epilepsia que não respon-
dem bem aos medicamentos antiepilépticos. A cirurgia pode envolver a remoção de uma área
do cérebro que está causando as crises epilépticas ou a estimulação elétrica de áreas do cére-
bro para controlar as crises.
3. Estimulação do nervo vago (VNS): A estimulação do nervo vago é um tratamento no qual um
dispositivo é implantado no pescoço do paciente e envia impulsos elétricos ao nervo vago, que
se conecta ao cérebro. A estimulação do nervo vago pode ajudar a reduzir a frequência e a in-
tensidade das crises epilépticas em alguns pacientes.
4. Dieta cetogênica: A dieta cetogênica é uma dieta com alto teor de gordura, baixo teor de car-
boidratos e proteínas moderadas. A dieta cetogênica pode ajudar a controlar as crises epilépti-
cas em alguns pacientes, especialmente em crianças com epilepsia refratária.
O tratamento da epilepsia é individualizado e depende de vários fatores. O objetivo do tratamento é
controlar as crises epilépticas, melhorar a qualidade de vida do paciente e minimizar os efeitos colaterais
do tratamento. É importante que o tratamento seja monitorado regularmente por um médico especia-
lista em epilepsia para garantir que o paciente esteja recebendo o tratamento mais adequado e eficaz.

Prevenção
Não existem medidas preventivas específicas para a epilepsia, já que a maioria dos casos não pode
ser prevenida. No entanto, algumas medidas podem ajudar a prevenir lesões cerebrais que podem
levar à epilepsia, como:

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1. Prevenir lesões na cabeça: Evite atividades que aumentem o risco de lesões na cabeça, como
esportes de contato sem proteção adequada, e use capacetes em atividades como andar de
bicicleta e andar de skate.
2. Prevenir infecções do sistema nervoso central: Infecções como meningite, encefalite e toxo-
plasmose podem causar lesões cerebrais e, consequentemente, epilepsia. É importante tomar
medidas para prevenir essas infecções, como manter a higiene adequada, tomar vacinas e evi-
tar contato com pessoas doentes.
3. Evitar drogas e álcool: O uso excessivo de drogas e álcool pode causar lesões cerebrais e au-
mentar o risco de epilepsia.
4. Tratar condições médicas subjacentes: Algumas condições médicas, como diabetes, doença
cardíaca e doença renal, podem aumentar o risco de epilepsia. É importante tratar essas con-
dições médicas adequadamente para prevenir lesões cerebrais e outras complicações que po-
dem levar à epilepsia.
5. Tomar medicação adequadamente: Se você tem epilepsia, é importante tomar seus medica-
mentos antiepilépticos conforme prescrito pelo seu médico. Pular doses ou parar de tomar os
medicamentos pode aumentar o risco de crises epilépticas.

7.3.6 Cuidados de Enfermagem


Os cuidados de enfermagem ao paciente epiléptico são importantes para garantir que o paciente
esteja seguro e receba o tratamento adequado durante as crises epilépticas. Aqui estão algumas me-
didas importantes que os enfermeiros podem tomar ao cuidar de um paciente epiléptico:
99 Monitorar paciente: É importante que o paciente seja monitorado continuamente para de-
tectar sinais de uma crise iminente. O enfermeiro deve estar sempre atento aos sinais vitais,
movimentos musculares e comportamento do paciente.
99 Posicionar paciente da maneira adequado: Durante uma crise, o paciente pode perder o con-
trole do corpo e cair. É importante que o enfermeiro posicione o paciente em uma superfície
macia e plana, afastando qualquer objeto que possa causar lesões.
99 Administrar medicamentos: O enfermeiro deve administrar os medicamentos antiepilépticos
prescritos pelo médico e observar os efeitos colaterais. O enfermeiro deve estar ciente das inte-
rações medicamentosas e orientar o paciente sobre os efeitos colaterais do tratamento.
99 Prevenir de lesões: O enfermeiro deve tomar medidas para prevenir lesões durante as crises,
como proteger a cabeça do paciente com um travesseiro ou almofada, afastar objetos perigo-
sos e manter o ambiente seguro.
99 Acompanhar e orientar: O enfermeiro deve orientar o paciente e seus familiares sobre os cui-
dados necessários e o manejo das crises epilépticas, além de esclarecer quaisquer dúvidas que
possam surgir.
99 Oferecer suporte emocional: O enfermeiro deve estar atento às necessidades emocionais do
paciente e seus familiares, fornecendo suporte e orientação, além de incentivar a busca por
tratamento psicológico, se necessário.

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Em resumo, os cuidados de enfermagem ao paciente epiléptico devem ser abrangentes e focados na
prevenção de lesões, administração de medicamentos, monitoramento constante, suporte emocio-
nal e orientação.

7.4 Crise Convulsiva

A crise convulsiva é um episódio súbito e transitório de atividade elétrica excessiva e anormal no cé-
rebro, que leva a alterações físicas e comportamentais. Essas alterações podem incluir movimentos
descoordenados e involuntários, perda de consciência, rigidez muscular, espasmos, tremores e con-
vulsões. As crises convulsivas podem ter várias causas, como epilepsia, traumatismo craniano, infec-
ções cerebrais, distúrbios metabólicos, entre outros. O tratamento depende da causa subjacente da
crise convulsiva e pode incluir medicamentos antiepilépticos, mudanças no estilo de vida e terapias
complementares. Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária.

7.4.1 Epidemiologia

A crise convulsiva é um problema comum de saúde em todo o mundo, afetando pessoas de todas as
idades, sexo e etnias. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que
cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo tenham epilepsia, que é a principal causa de crises
convulsivas recorrentes.

No Brasil, estudos epidemiológicos indicam que a prevalência de epilepsia é de cerca de 1% da popu-


lação, o que significa que cerca de 2 milhões de pessoas no país têm essa condição. A idade de início
mais comum da epilepsia é na infância e adolescência, embora a condição possa se desenvolver em
qualquer idade.

As causas da crise convulsiva são diversas e incluem traumas cerebrais, infecções cerebrais, doenças
metabólicas, abuso de álcool e drogas, além de fatores genéticos. Fatores socioeconômicos, como
baixa escolaridade, renda e acesso limitado a cuidados de saúde adequados, também podem aumen-
tar o risco de crises convulsivas.

Embora a crise convulsiva possa ocorrer em qualquer pessoa em qualquer lugar, algumas populações
são mais vulneráveis, como pessoas com epilepsia, doenças neurológicas, doenças crônicas e lesões
cerebrais. Além disso, pessoas que vivem em áreas de conflito, desastres naturais e crises humanitá-
rias também estão em risco aumentado de crises convulsivas devido a trauma físico e emocional, falta
de medicamentos antiepilépticos e acesso limitado a cuidados de saúde.

7.4.2 Fisiopatologia

A fisiopatologia da crise convulsiva envolve uma atividade elétrica excessiva e anormal no cérebro,
que leva a uma disfunção temporária do controle motor e sensorial. Essa atividade elétrica excessiva
pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo desequilíbrios químicos no cérebro, lesões
cerebrais, infecções cerebrais, doenças metabólicas, tumores cerebrais e fatores genéticos.

Durante uma crise convulsiva, as células cerebrais (neurônios) começam a disparar sinais elétricos
em uma taxa anormalmente alta e sincronizada, o que leva a uma superexcitação das vias neuronais.
Isso pode causar um aumento na atividade elétrica em todo o cérebro, levando a uma amplificação

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e propagação do sinal elétrico. O resultado final é uma “tempestade elétrica” no cérebro que pode
causar os sintomas típicos de uma crise convulsiva, incluindo movimentos descoordenados, perda de
consciência, rigidez muscular, espasmos, tremores e convulsões.

A origem da crise convulsiva pode variar dependendo da causa subjacente. Por exemplo, em casos de
epilepsia, uma condição caracterizada por crises convulsivas recorrentes, a atividade elétrica excessiva
é geralmente desencadeada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Já em casos de
lesões cerebrais, como traumatismo craniano, infecções cerebrais e acidente vascular cerebral, a crise
convulsiva pode ser desencadeada por uma interrupção física na atividade elétrica normal do cérebro.

7.4.3 Manifestações Clínicas

As manifestações clínicas da crise convulsiva variam dependendo do tipo e da gravidade da crise. No


entanto, algumas das características comuns incluem:
•• Movimentos descoordenados e involuntários: durante uma crise convulsiva, o paciente pode
apresentar movimentos involuntários dos membros, como tremores, espasmos e contrações
musculares rítmicas.
•• Alterações da consciência: a crise convulsiva pode levar a uma perda temporária de consciên-
cia, com o paciente podendo ficar desorientado, confuso ou até mesmo inconsciente.
•• Alterações respiratórias: durante a crise convulsiva, o paciente pode apresentar respiração
irregular, ofegante ou interrompida, o que pode levar a complicações respiratórias se não for
tratada adequadamente.
•• Mudanças na visão, audição e sensação: o paciente pode apresentar mudanças temporárias
na visão, como visão embaçada ou dupla, ou alterações na audição e na sensação.
•• Incontinência urinária ou fecal: durante a crise convulsiva, o paciente pode perder o controle
da bexiga ou do intestino, levando a incontinência urinária ou fecal.
•• Dificuldade de comunicação: após a crise convulsiva, o paciente pode apresentar dificuldades
na fala, na compreensão e na comunicação, além de fadiga e confusão mental.

É importante ressaltar que a crise convulsiva pode ser um evento único ou pode ocorrer repetida-
mente, dependendo da causa subjacente. Além disso, nem todas as crises convulsivas são acom-
panhadas de convulsões ou movimentos corporais visíveis, e algumas podem se apresentar apenas
como um breve período de confusão ou desorientação. Por isso, é importante buscar ajuda médica
imediatamente se houver suspeita de crise convulsiva ou se houver qualquer tipo de alteração neu-
rológica súbita e inexplicável.

7.4.4 Diagnóstico

O diagnóstico da crise convulsiva é geralmente baseado na avaliação clínica do paciente, em que o


médico irá considerar os sintomas apresentados, histórico médico e familiar, além de realizar exames
físicos e neurológicos. Alguns dos exames que podem ser realizados para ajudar a confirmar o diag-
nóstico incluem:

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1. EEG (eletroencefalograma): um exame que mede a atividade elétrica do cérebro, que pode
ajudar a detectar padrões anormais de atividade que são comuns em crises convulsivas.
2. Exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética
(RM) do cérebro: esses exames podem ajudar a identificar lesões ou anormalidades no cére-
bro que podem estar relacionadas à crise convulsiva.

3. Exames de sangue: podem ser realizados para avaliar o nível de glicose, eletrólitos e outras subs-
tâncias no sangue que podem estar associadas a crises convulsivas.

4. Testes genéticos: podem ser realizados em casos de suspeita de epilepsia genética.


99 Além disso, o médico pode considerar outros fatores, como histórico médico e familiar, ida-
de do paciente, medicações em uso e sintomas específicos da crise convulsiva para determi-
nar o diagnóstico e o tratamento adequado.

É importante destacar que, em alguns casos, pode ser difícil diagnosticar a causa exata da crise con-
vulsiva, especialmente se o paciente teve apenas uma crise isolada ou se os exames não mostram
anormalidades significativas. Nesses casos, pode ser necessário realizar exames adicionais ou moni-
torar o paciente para detectar outras crises convulsivas

7.4.5 Tratamento e Prevenção

Tratamento
O tratamento para a crise convulsiva depende da causa subjacente da crise, do tipo e da gravidade
da crise, além de fatores como a idade e a condição geral de saúde do paciente. Algumas opções de
tratamento comuns incluem:

1. Medicamentos anticonvulsivantes: medicamentos como fenitoína, carbamazepina e valpro-


ato são frequentemente usados para tratar crises convulsivas e prevenir crises futuras. A dosa-
gem e o tipo de medicamento prescrito dependerão da causa subjacente da crise convulsiva,
bem como da idade e da condição geral de saúde do paciente.
2. Tratamento de emergência: em casos de crises convulsivas graves, especialmente aquelas que
duram mais de cinco minutos ou ocorrem em sequência, pode ser necessário atendimento de
emergência. Nesse caso, o paciente pode ser tratado com medicamentos intravenosos, como
benzodiazepínicos, para controlar a crise.

3. Cirurgia: em casos de epilepsia que não respondem aos medicamentos, pode ser considerada
a cirurgia para remover a parte do cérebro que está causando as crises convulsivas.

4. Tratamento da causa subjacente: em casos em que a crise convulsiva é causada por uma con-
dição subjacente, como tumor cerebral ou infecção, o tratamento se concentrará na resolução
dessa causa subjacente.

5. Terapia ocupacional e fisioterapia: em alguns casos, após a crise convulsiva, o paciente pode
precisar de terapia ocupacional ou fisioterapia para ajudar a recuperar a função e a mobilidade.

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É importante ressaltar que o tratamento para a crise convulsiva deve ser feito por um médico quali-
ficado e que o tratamento pode variar de acordo com a causa subjacente e a gravidade da crise con-
vulsiva. Se houver suspeita de crise convulsiva, é fundamental buscar ajuda médica imediatamente.

Prevenção

A epilepsia é uma condição neurológica que pode ser difícil de prevenir, uma vez que as causas sub-
jacentes podem ser diversas, como lesões cerebrais, infecções, tumores, genética, entre outras. No
entanto, algumas medidas podem ajudar a prevenir ou minimizar o risco de desenvolver crises con-
vulsivas associadas à epilepsia. Algumas delas incluem:

1. Evitar lesões cerebrais: evitar lesões cerebrais é uma das maneiras mais eficazes de prevenir
a epilepsia. Algumas maneiras de fazer isso incluem usar capacetes quando andar de bicicleta
ou moto, usar cinto de segurança quando estiver dirigindo ou em um veículo e tomar medidas
de segurança ao praticar esportes.
2. Evitar o uso de drogas recreativas: o uso de drogas recreativas, como cocaína ou ecstasy, pode
aumentar o risco de desenvolver epilepsia.

3. Tratar condições médicas subjacentes: algumas condições médicas, como tumores cerebrais,
infecções e acidente vascular cerebral (AVC), podem aumentar o risco de epilepsia. O tratamen-
to dessas condições pode ajudar a prevenir a epilepsia.

4. Dormir o suficiente: a falta de sono pode aumentar o risco de crises convulsivas em pessoas
com epilepsia. É importante dormir pelo menos sete horas por noite.

5. Evitar o estresse excessivo: o estresse excessivo pode aumentar o risco de crises convulsivas
em pessoas com epilepsia. Medidas como práticas de relaxamento, como meditação ou yoga,
podem ajudar a reduzir o estresse.

6. Tomar medicação prescrita: pessoas com epilepsia podem precisar tomar medicamentos an-
ticonvulsivantes prescritos pelo médico para ajudar a prevenir crises convulsivas. É importante
tomar a medicação conforme prescrito e não interrompê-la sem orientação médica.

Embora essas medidas possam ajudar a minimizar o risco de epilepsia, não há garantia de que a con-
dição não irá se desenvolver. É importante conversar com um médico para avaliar o risco individual e
receber orientações específicas para prevenção e tratamento.

7.4.6 Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem ao paciente com crise convulsiva devem ser imediatos e precisos, com
o objetivo de garantir a segurança do paciente e prevenir possíveis lesões. Alguns cuidados incluem:
99 Observar: durante a crise convulsiva, é importante observar a duração, intensidade e tipo de
convulsão para informar o médico. Também é importante observar a frequência respiratória,
cor da pele, e presença de salivação ou incontinência urinária.

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99 Posicionamento: posicionar o paciente em decúbito dorsal sem apoio, ou decúbito lateral (para
prevenir aspiração de secreções e garantir a permeabilidade das vias aéreas).
99 Proteger: é importante proteger o paciente de possíveis lesões durante a crise convulsiva, re-
movendo objetos próximos e evitando que o paciente se machuque.
99 Administrar medicamentos: em alguns casos, medicamentos anticonvulsivantes podem ser
administrados durante ou após a crise convulsiva, seguindo as orientações médicas.
99 Monitorar: após a crise convulsiva, é importante monitorar o paciente para detectar possíveis
complicações, como lesões devido a quedas, lesões na língua, hipóxia ou hipoglicemia.
99 Orientar paciente e familiares: é importante orientar o paciente e seus familiares sobre a epi-
lepsia, suas possíveis causas, tratamento e medidas preventivas, além de orientar sobre o uso
correto dos medicamentos prescritos.

Além disso, é importante oferecer suporte emocional ao paciente e sua família, pois a epilepsia pode
ter um impacto significativo na qualidade de vida e bem-estar psicológico do paciente. A equipe de
enfermagem pode fornecer informações sobre grupos de apoio e outras fontes de suporte disponíveis.

RESUMO

O sistema nervoso é responsável por coordenar e controlar as funções corporais em resposta aos
estímulos do ambiente. Ele é dividido em sistema nervoso central, composto pelo cérebro e medula
espinhal, e o sistema nervoso periférico, que é formado pelos nervos que se estendem do cérebro e
medula espinhal para o resto do corpo.

As doenças relacionadas ao sistema nervoso podem ter diferentes causas e sintomas, e afetam dife-
rentes partes do sistema nervoso. A meningite é uma inflamação das meninges, que são as membra-
nas que revestem o cérebro e a medula espinhal, e pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos.
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço e confusão mental.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, causando danos à
mielina, que é a camada protetora que cobre os nervos. Os sintomas podem incluir fadiga, dificuldade
de coordenação, fraqueza muscular e problemas de visão.

A epilepsia é um distúrbio do sistema nervoso que causa crises convulsivas recorrentes, que podem
variar em intensidade e duração. As convulsões são causadas por uma descarga elétrica anormal no
cérebro, que pode afetar a consciência, o movimento e a sensação.

As crises convulsivas podem ter diferentes causas, incluindo trauma craniano, tumores cerebrais,
acidente vascular cerebral, infecções cerebrais e transtornos genéticos. O tratamento pode incluir
medicamentos antiepilépticos, cirurgia e terapia ocupacional.

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual das seguintes opções é uma causa comum de meningite?

a. ( ) Alimentação inadequada.

b. ( ) Exposição prolongada ao sol.

c. ( ) Infecção por bactérias, vírus ou fungos.

d. ( ) Excesso de atividade física.

2. Qual das seguintes opções NÃO é um sintoma comum da esclerose múltipla?

a. ( ) Fadiga extrema.

b. ( ) Visão dupla ou embaçada.

c. ( ) Perda de equilíbrio e coordenação.

d. ( ) Febre e sudorese excessiva.

3. O que é epilepsia? Quais são os cuidados de enfermagem que devem ser tomados com pacien-
tes com epilepsia?

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4. A crise convulsiva é uma condição que pode ser causada por diversas doenças e situações, como
epilepsia, febre alta, uso de drogas e traumas na cabeça.
Analise a afirmativa acima e assinale a resposta correta:

a. ( ) Verdadeira.

b. ( ) Falsa.

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5. Explique quais são os principais cuidados de enfermagem ao lidar com um paciente em crise
convulsiva e como a equipe pode oferecer suporte emocional ao paciente e seus familiares.

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TEMA 08

Preparo e Administração de Medicamentos O/IM/SUB/ET/RT

O preparo e administração de medicamentos dentro dos cuidados prestados pela equipe de enfer-
magem, é de fundamental importância. O técnico de enfermagem é uma figura essencial dentro de
uma equipe de saúde, responsável por auxiliar e assistir os pacientes em diversos aspectos, incluindo
a administração de medicamentos.

Para garantir a segurança e a eficácia do tratamento, é importante que o técnico esteja devidamente
capacitado para realizar essa atividade com cuidado e precisão, pois se trata de uma tarefa que re-
quer atenção e cuidado, pois a administração inadequada de medicamentos pode colocar em risco a
saúde do paciente.

Para realizar tal tarefa o profissional dispõe de uma série de barreiras, a fim de evitar erros, como os
13 certos no preparo e administração de medicamentos e o preparo e administração de medicamen-
tos a beira leito, conforme orientação descrito no PARECER COREN-SP CAT Nº 035 / 2010.
“Nesse sentido, uma recomendação para a prevenção de erros de medicação é o preparo do
medicamento a beira leito. Por meio desta estratégia, envolve-se o paciente e a família no
cuidado e previne-se que erros relacionados ao preparo e administração de medicamentos
pelas diferentes vias. Além disso, o envolvimento da família no cuidado é uma das recomen-
dações da Organização Mundial da Saúde como ferramenta para a promoção da segurança
do paciente.” (COREN SP, 2010)

8.1 - 13 Certos do preparo e administração de medicamentos

Os “13 certos” são uma lista de verificação que ajuda a garantir a segurança na preparação e administra-
ção de medicamentos que devem ser seguidas pelo profissional de enfermagem durante o preparo e ad-
ministração de medicamentos, com o objetivo de evitar erros e garantir a segurança do paciente. São eles:
1. Prescrição certa

Prescrição certa é uma prescrição que é clara, completa e correta, contendo todas as informações
necessárias para que o medicamento possa ser preparado e administrado de forma segura e eficaz.
Ela deve conter informações como o nome completo do paciente, a dose do medicamento a ser ad-
ministrado, a via de administração, o intervalo entre as doses, a duração do tratamento e quaisquer
outras informações importantes para segurança do paciente.

Uma prescrição incorreta ou incompleta pode levar a erros de medicação, reações adversas ou outras
complicações, que podem agravar o quadro clínico do paciente, ou até mesmo levá-lo a óbito.

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2. Paciente certo

Verificar se o paciente correto receberá o medicamento, verificando o nome e outros dados. É pre-
conizado realizar a conferência de pelo menos duas informações de identifiquem o paciente, como:
nome completo, data de nascimento, número de identificação hospitalar ou número de registro mé-
dico. Essas informações devem estar descritas na prescrição médica e na pulseira de identificação do
paciente.
3. Medicamento certo

Verificar se o medicamento correto foi selecionado, conferindo a prescrição médica, a embalagem do


medicamento e as orientações de preparo, bem como a dosagem e a forma farmacêutica.
4. Dose certa

Verificar se está administrando a dose correta do medicamento. Confira a prescrição médica para a
dose exata e verifique a embalagem do medicamento para ter certeza de que a dosagem é correta.
5. Forma/Apresentação certa

Se refere ao formato ou apresentação física em que o medicamento é disponibilizado para o paciente,


como comprimidos, cápsulas, soluções, suspensões, cremes, pomadas, entre outras.

A forma de apresentação do medicamento certa é importante para garantir que o paciente receba
o medicamento de forma adequada e possa administrá-lo corretamente. Por exemplo, alguns me-
dicamentos podem ser disponibilizados em diferentes formas de apresentação, como comprimidos
ou líquidos, mas algumas formas de apresentação podem ser mais adequadas para pacientes com
dificuldade em engolir comprimidos, enquanto outras formas de apresentação podem ser mais ade-
quadas para crianças.
99 É importante que os profissionais de saúde prescrevam a forma de apresentação do medicamen-
to correta, levando em consideração as características do paciente e as orientações do fabricante.
6. Validade certa

Verificar a validade do medicamento e se sua embalagem está íntegra e livre de sinais de deterioração.
7. Compatibilidade certa

A compatibilidade certa no preparo e administração de medicamentos refere-se à capacidade dos


medicamentos de serem misturados e administrados juntos, sem perder a eficácia e a segurança.

Muitas vezes, os pacientes precisam receber mais de um medicamento ao mesmo tempo, seja para
tratar diferentes condições ou para melhorar a eficácia do tratamento. Porém, alguns medicamentos
podem ser incompatíveis entre si, o que pode levar a reações químicas, perda de eficácia ou risco de
danos ao paciente. Por isso, é importante que os profissionais de saúde verifiquem a compatibilidade
dos medicamentos antes de prepará-los e administrá-los juntos. Eles devem verificar as informações
do fabricante sobre a compatibilidade de cada medicamento, considerando fatores como pH, tempe-
ratura, concentração e outros.

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Além disso, é importante que os profissionais de saúde administrem os medicamentos em diferentes
vias ou locais do corpo, caso seja necessário, para evitar a incompatibilidade e garantir a segurança
do paciente.
8. Orientação certa

Orientar o paciente sobre a medicação que está sendo administrada, a dosagem, via de administra-
ção e efeitos colaterais possíveis.
9. Via de administração certa

Verificar se está administrando o medicamento pela via correta. Confira a prescrição médica para
determinar a via de administração correta e assegure-se de que está seguindo as técnicas de admi-
nistração adequadas para a via escolhida. Além da compatibilidade da via com a medicação prescrita.
10. Ação certa

A ação certa no preparo e administração de medicamentos se refere à capacidade dos profissionais


de saúde de realizar as ações corretas para garantir a eficácia e a segurança do medicamento.

Isso inclui verificar a prescrição do medicamento para confirmar a dose, a via de administração e o
intervalo entre as doses, preparar o medicamento corretamente seguindo as instruções do fabrican-
te, armazenar o medicamento adequadamente para evitar danos, e administrar o medicamento na
via e na dose corretas, observando atentamente o paciente para detectar possíveis reações adversas.

Além disso, é importante que os profissionais de saúde sigam todas as normas e diretrizes para a pre-
paração e administração de medicamentos, como a lavagem adequada das mãos, o uso de equipa-
mentos de proteção individual, a verificação da identidade do paciente e a documentação adequada
do medicamento administrado.
99 A ação certa no preparo e administração de medicamentos é fundamental para garantir a seguran-
ça e eficácia do tratamento, reduzir o risco de erros de medicação e prevenir danos ao paciente.
11. Tempo de administração certo

Verificar por quanto tempo a droga será infundida (4 horas, 12 horas, 24 horas, etc).

O tempo de administração pode variar dependendo do medicamento e da condição do paciente.


Algumas medicações devem ser administradas antes das refeições, outras depois ou durante. Algu-
mas medicações precisam ser administradas em horários específicos para manter uma concentração
efetiva no organismo do paciente.

Além disso, o tempo de administração certo também pode estar relacionado com outros fatores,
como a duração do tratamento, o intervalo entre as doses e as interações com outros medicamentos
ou alimentos.
12. Horário certo

Verificar se a administração do medicamento está dentro do horário prescrito pelo médico, evitando
atrasos ou doses duplas.

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13. Registro certo

Registro correto: registrar todas as informações relacionadas à administração do medicamento, como


dose, horário, via de administração, reações adversas, e quaisquer outros dados relevantes. Mante-
nha registros precisos e atualizados.

8.2 Seis Metas de Segurança do Paciente

As 6 Metas de Segurança do Paciente foram estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
para melhorar a segurança do paciente e reduzir os riscos associados à assistência à saúde. São elas:

Fonte: https://redesentinela-anvisa.blogspot.com/2013/07/programa-sentinelas-em-acao-de-hoje.html. Acesso em 23/11/23

1. Identificação correta do paciente

O objetivo é garantir que o paciente seja identificado corretamente em todos os momentos, evitando
erros de medicação e outras falhas que possam afetar a segurança do paciente. Para alcançar essa
meta, é necessário implementar um sistema de identificação padronizado, como pulseiras de identifi-
cação, e garantir que os profissionais de saúde verifiquem a identidade do paciente antes de fornecer
qualquer cuidado.

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2. Comunicação efetiva
O objetivo é garantir que a comunicação entre os profissionais de saúde seja clara, precisa e efetiva,
reduzindo assim a ocorrência de erros de medicação, quedas, lesões e outras complicações. Para
alcançar essa meta, é necessário implementar um sistema de comunicação padronizado, como a utili-
zação de um sistema eletrônico de prontuários, além de treinar os profissionais de saúde em técnicas
de comunicação efetiva.
3. Melhoria na segurança dos medicamentos de alta vigilância
O objetivo é reduzir os erros de medicação e outras falhas relacionadas ao uso de medicamentos de
alta vigilância, que são aqueles que possuem maior risco de causar danos ao paciente. Para alcançar
essa meta, é necessário implementar políticas e procedimentos padronizados para a administração
desses medicamentos, além de monitorar e avaliar continuamente sua segurança.
4. Cirurgia segura
O objetivo é garantir que os pacientes sejam submetidos a procedimentos cirúrgicos com seguran-
ça, evitando complicações e erros. Para alcançar essa meta, é necessário implementar políticas e
procedimentos padronizados para a realização de cirurgias, incluindo a verificação de identidade do
paciente e a marcação do local correto da cirurgia.
5. Prevenção de quedas e lesões relacionadas à mobilidade
O objetivo é reduzir a ocorrência de quedas e outras lesões relacionadas à mobilidade do paciente.
Para alcançar essa meta, é necessário implementar políticas e procedimentos padronizados para a
avaliação do risco de queda do paciente, além de providenciar recursos como barras de apoio, cadei-
ras de rodas e outras ajudas técnicas para minimizar o risco de queda.
6. Prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde
O objetivo é reduzir a ocorrência de infecções associadas à assistência à saúde, incluindo infecções
hospitalares e infecções relacionadas à assistência domiciliar. Para alcançar essa meta, é necessá-
rio implementar políticas e procedimentos padronizados para a prevenção de infecções, incluindo a
higiene das mãos, o uso adequado de equipamentos de proteção individual e a implementação de
práticas adequadas de limpeza e desinfecção.

8.3 Cuidados para evitar erros de medicação

O preparo e administração de medicamentos é uma das principais responsabilidades do profissional


de enfermagem e exige cuidados e atenção redobrados para garantir a segurança do paciente. Alguns
dos principais cuidados que o profissional de enfermagem deve ter são:
•• Conhecer o medicamento: é essencial que o profissional de enfermagem conheça as caracte-
rísticas do medicamento que está preparando e administrando, incluindo a dosagem, forma de
administração, possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas.
•• Verificar a prescrição médica: antes de preparar e administrar o medicamento, o profissional
de enfermagem deve verificar a prescrição médica para garantir que está seguindo corretamen-
te as orientações do médico.

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•• Identificar corretamente o paciente: antes de administrar o medicamento, o profissional
de enfermagem deve identificar corretamente o paciente, verificando seu nome completo e
número de registro.
•• Preparar o medicamento em local adequado: o medicamento deve ser preparado em local lim-
po e adequado, seguindo as normas de higiene e segurança.
•• Utilizar técnica asséptica: ao preparar e administrar medicamentos, o profissional de enferma-
gem deve seguir as técnicas assépticas, como lavagem das mãos e uso de luvas, para evitar a
contaminação do medicamento e prevenir infecções.
•• Administrar o medicamento corretamente: o profissional de enfermagem deve administrar o
medicamento na dosagem, via e horário corretos, seguindo as orientações da prescrição médica.
•• Monitorar o paciente: após a administração do medicamento, o profissional de enfermagem
deve monitorar o paciente para detectar possíveis reações adversas ou efeitos colaterais.
•• Registrar a administração do medicamento: é fundamental registrar a administração do medi-
camento no prontuário do paciente, incluindo a dose, via e horário da administração, além de
quaisquer observações ou reações adversas.

Fonte: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2018/01/CARTAZ_COREN_10_PASSOS_
FINAL_SEM_CORTES.compressed.pdf. Acesso em 23/11/23

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8.4 Finalidades da administração de medicamentos

Fonte: https://ibapcursos.com.br/formas-farmaceuticas-e-vias-de-
administracao-de-medicamentos/. Acesso em 23/11/23

A administração de medicamentos tem como finalidade tratar, prevenir ou controlar doenças ou con-
dições de saúde, aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. A administração de
medicamentos pode ser feita por via oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea, tópica, inalatória,
entre outras, e pode ser realizada em diferentes ambientes de cuidados de saúde, como hospitais,
clínicas, consultórios, farmácias, entre outros.
A administração de medicamentos tem diversas finalidades, que incluem:

Tratamento de doenças e condições de saúde: a administração de medicamentos é um dos principais


recursos terapêuticos utilizados para tratar e controlar doenças e condições de saúde, como hiper-
tensão, diabetes, infecções, dor, ansiedade, entre outras.
•• Prevenção de doenças e condições de saúde: alguns medicamentos são utilizados para preve-
nir o surgimento de doenças e condições de saúde, como vacinas, contraceptivos, anti-hiper-
tensivos, entre outros.
•• Alívio de sintomas: alguns medicamentos são utilizados para aliviar sintomas, como a dor, fe-
bre, náuseas, vômitos, diarreia, entre outros.
•• Controle de sintomas: os medicamentos também podem ser usados para controlar sintomas,
como dor, náusea, vômito, diarreia, entre outros, melhorando o bem-estar do paciente.
•• Controle de efeitos colaterais de outros medicamentos: em alguns casos, medicamentos são
utilizados para controlar os efeitos colaterais de outros medicamentos utilizados no tratamento
de uma doença.
•• Diagnóstico de doenças e condições de saúde: em alguns casos, medicamentos são utilizados
para diagnosticar doenças e condições de saúde, como os testes de provocação, em que o pa-
ciente recebe um medicamento para avaliar sua resposta.

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•• Melhoria da qualidade de vida: em alguns casos, a administração de medicamentos pode me-
lhorar a qualidade de vida do paciente, como no caso de medicamentos utilizados para tratar
sintomas de doenças crônicas, como a dor em pacientes com câncer.

É importante ressaltar que a administração de medicamentos deve ser realizada com cuidado e se-
guindo os procedimentos adequados, visando garantir a eficácia e a segurança do tratamento.

8.5 Formas Farmacêuticas

As formas farmacêuticas são as diversas apresentações dos medicamentos, que podem ser utilizadas
para administrar as substâncias ativas ao organismo. Algumas das formas farmacêuticas existentes são:

Comprimido
São formas sólidas de medicamentos, que são administrados por via oral e devem ser engolidos com
água. Podem ser revestidos ou não, e podem ser de liberação imediata ou controlada.

O comprimido é uma das formas farmacêuticas mais utilizadas no mundo, sendo composto por um
ou mais princípios ativos, que podem estar misturados com excipientes e revestimentos. Essa forma
farmacêutica é caracterizada por apresentar formato sólido e forma geométrica variável, como circu-
lar, oval, retangular, entre outras.

Podem ser classificados em diversos tipos, como os comprimidos revestidos, que possuem uma ca-
mada protetora que evita a desintegração precoce do comprimido no trato gastrointestinal; os com-
primidos efervescentes, que liberam gás carbônico quando em contato com água, produzindo uma
solução efervescente; e os comprimidos mastigáveis, que são facilmente mastigados e engolidos.

A administração de comprimidos é uma das formas mais simples e convenientes de administração


de medicamentos, sendo amplamente utilizada para o tratamento de diversas doenças e condições
de saúde. No entanto, é importante destacar que a absorção e eficácia dos comprimidos pode ser
influenciada por diversos fatores, como a presença de alimentos no trato gastrointestinal, pH gástrico,
entre outros.

A dose e a frequência de administração de comprimidos devem ser prescritas pelo profissional de


saúde, levando em consideração a idade, peso, condições de saúde e outras características individu-
ais do paciente. Além disso, é importante seguir as orientações quanto à forma correta de administra-
ção, que pode incluir a ingestão do comprimido com água, mastigação ou dissolução na boca.

Cápsula
São formas farmacêuticas sólidas e gelatinosas que contêm substâncias ativas. Podem ser ingeridas
via oral e, em alguns casos, abertas para liberar o conteúdo.

A vantagem das cápsulas é que elas podem ser uma forma de administração mais conveniente para
pacientes que têm dificuldade em engolir comprimidos ou que têm necessidades específicas de do-
sagem. Além disso, elas podem ser utilizadas para proteger o princípio ativo de condições adversas,
como a acidez gástrica.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
No entanto, é importante destacar que nem todos os medicamentos estão disponíveis em forma de
cápsula, e que algumas cápsulas podem ser mais difíceis de engolir do que comprimidos. Além disso,
a dosagem das cápsulas pode ser menos precisa do que outras formas farmacêuticas, pois a quanti-
dade de medicamento dentro da casca pode variar devido a diferenças na compactação do conteúdo.

A dosagem e a frequência de administração de cápsulas devem ser prescritas pelo profissional de saú-
de, levando em consideração a idade, peso, condições de saúde e outras características individuais do
paciente. As cápsulas devem ser engolidas inteiras, com um copo de água, seguindo as orientações
específicas do fabricante e/ou do profissional de saúde.

Drágeas
São uma forma farmacêutica sólida, que consiste em um comprimido revestido por uma camada de
açúcar ou polímero. Essa camada confere à drágea uma aparência brilhante e uma textura lisa, facili-
tando a sua deglutição.

As drágeas podem conter um ou mais princípios ativos, que são a substância responsável pelo efeito
farmacológico do medicamento. O revestimento de açúcar ou polímero tem como objetivo proteger o
princípio ativo da oxidação, umidade, luz e outros fatores que podem afetar a sua estabilidade e eficácia.

As drágeas podem ser utilizadas para diversas finalidades terapêuticas, como para o tratamento de
doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes, ou para o tratamento de sintomas agudos,
como dor e inflamação.

Alguns cuidados devem ser tomados na administração de drágeas, como a necessidade de ingeri-las
inteiras, sem mastigar ou quebrar, para que o princípio ativo seja liberado no momento correto e com
a dosagem adequada. Além disso, é importante seguir as orientações do profissional de saúde quanto
ao horário, dose e duração do tratamento.

Fonte: https://farmaceuticodigital.com/2014/10/formas-farmaceuticas.html#FORMAS-
FARMACEUTICAS. Acesso em 23/11/23

Pó Granulado
É uma forma farmacêutica sólida que consiste em partículas finas de medicamento agregadas em
grânulos de tamanho uniforme. Essa forma farmacêutica pode ser utilizada para diversas finalida-
des terapêuticas, como para o tratamento de doenças respiratórias, alergias, infecções e outras
condições de saúde.

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O pó granulado é fácil de administrar, uma vez que pode ser dissolvido em água ou misturado com
alimentos. Além disso, essa forma farmacêutica permite uma dosagem mais precisa, uma vez que os
grânulos são produzidos em tamanho uniforme.

Uma das vantagens do pó granulado é a sua rápida dissolução em líquidos, o que permite uma absor-
ção mais rápida e eficiente pelo organismo. Além disso, o pó granulado é geralmente mais estável e
menos suscetível à degradação do que outras formas farmacêuticas, como comprimidos e cápsulas.

No entanto, a administração de pó granulado exige alguns cuidados, como a necessidade de agitar bem
a solução antes da administração, para garantir a homogeneização do medicamento. Além disso, é im-
portante seguir as orientações do profissional de saúde quanto à dose, horário e duração do tratamento.

Suspensão

Fonte: https://farmacotecnico.blogspot.com/2010/11/dicas-para-
o-preparo-de-suspensoes.html. Acesso em 23/11/23

É uma forma farmacêutica que contém partículas sólidas dispersas em um meio líquido, geralmente a
água. É frequentemente utilizada em medicamentos pediátricos, uma vez que pode ser mais fácil de
administrar do que outras formas farmacêuticas líquidas, como soluções e xaropes.

As suspensões podem ser utilizadas para diversas finalidades terapêuticas, como para o tratamento
de infecções, inflamações, alergias e outras condições de saúde. Elas podem ser administradas por
via oral, ou seja, ingeridas pela boca, ou por via tópica, ou seja, aplicadas diretamente sobre a pele.

Uma das vantagens da suspensão é a sua versatilidade, uma vez que é possível ajustar a dosagem e a
consistência do medicamento de acordo com as necessidades do paciente. Além disso, a suspensão
pode ser mais facilmente adaptada para diferentes sabores e aromas, para tornar a administração
mais agradável, especialmente para crianças.

No entanto, a administração de suspensões exige alguns cuidados, como a necessidade de agitar bem
o frasco antes da administração, para garantir a homogeneização do medicamento.

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Solução
É uma forma farmacêutica líquida, homogênea e transparente, que contém um ou mais princípios
ativos dissolvidos em um solvente. É utilizada para diversas finalidades terapêuticas, tanto para ad-
ministração oral quanto tópica.

Uma das vantagens da solução é que ela pode ser facilmente absorvida pelo organismo, pois o princí-
pio ativo já está dissolvido no solvente. Além disso, é possível ajustar a dosagem do medicamento de
acordo com as necessidades do paciente, já que é mais fácil de medir a quantidade exata de princípio
ativo em uma solução do que em outras formas farmacêuticas líquidas.

No entanto, a administração de soluções também exige alguns cuidados, como a necessidade de ar-
mazená-las em local fresco e protegido da luz, para evitar a degradação do princípio ativo.

Xarope
Forma farmacêutica líquida, que consiste em uma solução ou suspensão de princípios ativos em uma
base açucarada ou não açucarada, geralmente adicionada de sabores e corantes para melhorar o
sabor e a aparência. São frequentemente utilizados em pediatria. Os xaropes podem ser utilizados
para diversos fins, como para aliviar sintomas de doenças respiratórias, como tosse e congestão nasal,
bem como para tratar infecções bacterianas ou virais, alergias, problemas digestivos, entre outros.

A forma líquida dos xaropes pode facilitar a administração, especialmente para crianças e idosos que
podem ter dificuldade em engolir comprimidos ou cápsulas. No entanto, é importante destacar que
alguns xaropes podem conter açúcar em sua composição, o que pode ser um problema para pacien-
tes com diabetes ou outras condições de saúde que exigem restrição de açúcar na dieta.

Também é importante armazenar o xarope de acordo com as instruções do fabricante, para garantir
a estabilidade do medicamento.

Pomada

Fonte: https://www.sutori.com/en/story/formas-farmaceuticas-semi-solidas-
pomada--S4WuwjfBnmCq8pzPvRhKVAuj. Acesso em 23/11/23

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Forma farmacêutica semissólida que consiste em uma mistura homogênea de um ou mais princí-
pios ativos em uma base de consistência oleosa ou aquosa, adicionada ou não de emulsificantes,
estabilizantes e conservantes. As pomadas são geralmente utilizadas para aplicação na pele, com o
objetivo de tratar ou prevenir uma variedade de condições, como inflamações, infecções, feridas,
queimaduras, entre outras.

A consistência das pomadas permite que o princípio ativo seja liberado lentamente, o que pode au-
mentar sua eficácia e proporcionar um efeito terapêutico prolongado. Além disso, a aplicação tópica
da pomada pode ser mais segura e menos invasiva do que outras formas de administração de medi-
camentos, como a via oral ou injetável.

No entanto, é importante destacar que a pomada pode causar efeitos colaterais ou reações alérgicas
em alguns pacientes, especialmente se for utilizada de forma inadequada. Por isso, é fundamental
seguir as instruções de uso e dosagem prescritas, além de verificar as contraindicações e possíveis
interações com outros medicamentos.

Creme

Fonte: https://www.enfermagemnovidade.com.br/2014/08/forma-de-
apresentacao-dos-medicamentos.html. Acesso em 23/11/23

Forma farmacêutica semissólida, geralmente branca, que é composta por um princípio ativo dissol-
vido ou disperso em uma base de creme. Essa forma é usada principalmente para aplicação tópica.

A base de creme é composta por uma mistura de água e lipídios, que podem incluir óleos vegetais,
ceras, lanolina e outros componentes que conferem viscosidade e textura ao produto. A escolha da
base de creme pode influenciar na absorção e eficácia do princípio ativo, além de afetar a textura e o
cheiro do produto. O creme é indicado para tratar diversos tipos de condições dermatológicas, como
dermatites, eczemas, psoríase, queimaduras, feridas, entre outras. Além disso, também pode ser
usado para hidratação e proteção da pele, prevenindo ressecamento e rachaduras.

O uso do creme exige alguns cuidados, como a aplicação em áreas limpas e secas, evitando contato
com mucosas e olhos. Além disso, é importante seguir as orientações prescritas quanto à frequência
e duração do tratamento, para evitar o uso excessivo e minimizar os riscos de efeitos colaterais.

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Aerossol

Fonte: https://a3analitica.com.br/bloga3pharma/2019/08/23/in-no-42-2019-boas-praticas-de-fabricacao-complementares-
a-medicamentos-aerossois-pressurizados-dosimetrados-para-inalacao/. Acesso em 23/11/23

São formas farmacêuticas líquidas ou sólidas que são convertidas em pequenas partículas em sus-
pensão no ar por meio de um dispositivo. É armazenada em recipientes pressurizados, que pos-
suem uma válvula de liberação para a administração do produto. Quando o usuário aciona a válvu-
la, o conteúdo é liberado em forma de jato ou névoa, permitindo a administração do medicamento
pela via inalatória ou tópica.

Os aerossóis são amplamente utilizados para o tratamento de doenças respiratórias, como a asma e a
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), por permitirem que o medicamento seja entregue dire-
tamente aos pulmões. Também podem ser utilizados para o tratamento de doenças dermatológicas,
como a psoríase, e para a administração de anestésicos tópicos durante procedimentos cirúrgicos.

Essa forma apresenta algumas vantagens em relação a outras formas de administração de medica-
mentos, como a facilidade de uso, a rapidez de ação e a possibilidade de alcançar áreas específicas do
corpo. No entanto, é importante seguir as instruções de uso e dosagem prescritas, pois o uso exces-
sivo ou inadequado do aerossol pode causar efeitos colaterais indesejados, como irritação das vias
respiratórias e aumento da frequência cardíaca.

Injetável

Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/farmaceutica-lanca-novo-medicamento-
injetavel-para-pacientes-com-hiv/. Acesso em 23/11/23

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Forma farmacêutica líquida administrada por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea. Podem
ser apresentados em ampolas, seringas pré-carregadas, frascos-ampola ou frascos.

Consiste em um medicamento líquido ou solução, que é administrado por meio de uma injeção. Ge-
ralmente, essa forma farmacêutica é utilizada em casos em que o medicamento precisa ser absorvido
rapidamente pelo organismo, ou quando a via oral não é uma opção viável, como em casos de náuse-
as, vômitos ou incapacidade de engolir.

Os injetáveis podem ser administrados em diferentes regiões do corpo, dependendo do tipo de me-
dicamento e da finalidade da administração. As principais vias de administração são: intramuscular
(IM), subcutânea (SC), intradérmica (ID) e intravenosa (IV). A via intramuscular é indicada para me-
dicamentos que precisam ser absorvidos lentamente pelo organismo. Já a via subcutânea é utilizada
para administração de medicamentos que precisam ser absorvidos de forma mais rápida. E a via
intravenosa é utilizada para medicamentos que precisam ter efeito imediato no organismo.

Essa forma farmacêutica pode ser utilizada para o tratamento de diversas doenças, como infecções,
doenças autoimunes, alergias, doenças cardiovasculares, entre outras. Além disso, também é utiliza-
da para a administração de vacinas e imunoglobulinas.

É importante lembrar que a administração de medicamentos por via injetável deve ser realizada ape-
nas por profissionais de saúde qualificados e com treinamento adequado, para garantir a segurança
do paciente e evitar riscos de infecções ou outros problemas de saúde.

Colírio

Fonte: https://www.enfermagemnovidade.com.br/2014/08/forma-de-
apresentacao-dos-medicamentos.html. ACesso em 23/11/23

Forma farmacêutica utilizada para administração de medicamentos diretamente nos olhos. Ele é
apresentado em forma líquida e é geralmente administrado em forma de gotas, sendo aplicado dire-
tamente nos olhos por meio de um conta-gotas ou frasco especial.
99 É importante lembrar que a higiene das mãos deve ser mantida durante a administração do
colírio para evitar a contaminação do produto.

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Existem diferentes tipos de colírios, que podem conter diferentes substâncias ativas, como anti-inflama-
tórios, antibióticos, antialérgicos, lubrificantes e vasoconstritores, por exemplo. A escolha do colírio ade-
quado deve ser feita de acordo com a condição específica do paciente. Além disso, é importante seguir
as orientações quanto ao tratamento com colírio, para garantir a eficácia e segurança do medicamento.

Supositório

Fonte: https://www.enfermagemnovidade.com.br/2014/08/forma-de-
apresentacao-dos-medicamentos.html. Acesso em 23/11/23

Forma farmacêutica sólida e ovoide que é introduzida via retal, vaginal ou uretral, com o objetivo
de administrar medicamentos localmente ou sistemicamente. Não podem ser administrados por via
oral. vEssa forma farmacêutica é geralmente utilizada para o tratamento de condições gastrointes-
tinais, como hemorroidas, constipação intestinal e fissuras anais, além de infecções e inflamações
genitais e urinárias. Podem ser fabricados com diferentes tipos de bases, como a glicerina, o óleo de
cacau e a gelatina, que derretem ou se dissolvem quando em contato com a temperatura corporal,
permitindo a liberação gradual do medicamento.

Os supositórios podem conter diferentes substâncias ativas, como analgésicos, anti-inflamatórios, an-
tibióticos, antifúngicos e hormônios, por exemplo. A escolha do supositório adequado deve ser feita
pelo médico, de acordo com a condição específica do paciente.

Adesivo Transdérmico

Fonte: https://www.enfermagemnovidade.com.br/2014/08/forma-de-
apresentacao-dos-medicamentos.html. Acesso em 23/11/23

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O adesivo transdérmico é uma forma farmacêutica utilizada para administrar medicamentos por via
transcutânea, ou seja, através da pele. É um adesivo que contém a substância ativa do medicamento
em uma matriz ou reservatório, que é liberada gradualmente através da pele para a corrente san-
guínea. Essa forma farmacêutica é geralmente utilizada para administração de medicamentos com
efeitos sistêmicos, como analgésicos, hormônios, medicamentos para o tratamento da hipertensão
arterial, terapia hormonal de reposição, entre outros.

São fáceis de usar, discretos e geralmente possuem uma duração de ação prolongada, o que permite
que o medicamento seja administrado com menor frequência em comparação com outras formas
farmacêuticas.

É importante seguir as orientações quanto à posologia e duração do tratamento com adesivo trans-
dérmico, para garantir a eficácia e segurança do medicamento. Além disso, é importante escolher a
região adequada para aplicação do adesivo, para garantir a absorção correta do medicamento e evitar
irritações na pele.

Solução para Irrigação

Fonte: https://www.equipeenfermagem.com.br/soroterapia.php. Acesso em 23/11/23

A solução para irrigação é uma forma farmacêutica líquida utilizada para limpar e irrigar superfícies e
cavidades corporais, como a cavidade oral, a bexiga, o reto, o ouvido, o nariz e os olhos. Essa forma
farmacêutica pode ser utilizada para remover substâncias indesejáveis, como secreções, pus, sangue
e outros fluidos, além de ajudar na aplicação de medicamentos tópicos e lubrificantes.

As soluções para irrigação são geralmente compostas por água destilada ou estéril, com ou sem adi-
ção de outras substâncias, como eletrólitos, antissépticos, anti-inflamatórios e analgésicos, depen-
dendo da finalidade do uso.

A escolha da solução para irrigação adequada deve ser feita pelo médico ou profissional de saúde,
levando em consideração a condição específica do paciente e a área que será irrigada.

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8.6 Vias de Administração de Medicamentos

As vias de administração de medicamentos são os diferentes caminhos pelos quais os medicamentos


podem ser administrados no organismo. Existem diversas vias de administração de medicamentos,
cada uma com suas vantagens, desvantagens e indicações específicas.

8.6.1 Via Ótica

A via ótica de administração de medicamentos é utilizada para tratar doenças ou infecções do ouvido,
como otites externas, médias ou internas. Essa via consiste na aplicação de medicamentos direta-
mente no canal auditivo externo.

Os medicamentos para aplicação ótica geralmente são administrados em forma de gotas, soluções,
emulsões ou pomadas. As gotas são a forma mais comum de administração.

Técnica de administração
•• Preparação do profissional: higienizar as mãos e utilizar EPIs necessários.
•• Preparação do paciente: antes da administração do medicamento, o paciente deve ser posi-
cionado sentado ou deitado com a cabeça inclinada para o lado oposto ao ouvido a ser tratado.
•• Limpeza do ouvido: o ouvido externo deve ser cuidadosamente limpo com um cotonete ou
gaze para remover quaisquer secreções ou acúmulo de cera, que possam interferir na absorção
do medicamento.
•• Aquecimento do medicamento: alguns medicamentos, como gotas auriculares, devem ser
aquecidos antes da administração para evitar desconforto.
•• Administração do medicamento: a dose prescrita do medicamento é então introduzida len-
tamente no ouvido afetado, enquanto o paciente mantém a posição correta da cabeça (Em
adultos deve-se segurar a parte superior do pavilhão auricular e puxar suavemente para cima e
para trás). Não se deve encostar o bico dosador do frasco no paciente.
•• Massagem do ouvido: após a administração do medicamento, o paciente deve manter a posi-
ção da cabeça por alguns minutos (2 a 3 mim), enquanto se faz uma leve massagem na região
auricular, para auxiliar na absorção do medicamento.
•• Lave as mãos novamente: após a aplicação, lave as mãos novamente com água e sabão.
•• É importante lembrar que se o frasco de medicamento de uso ótico é de uso pessoal. E se for
utilizado conta gotas e houver sobra de medicamento no mesmo, não se deve devolver essa
sobra ao frasco.

Vantagens e desvantagens

A vantagem da via ótica de administração é que o medicamento é aplicado diretamente na área afe-
tada, garantindo uma ação localizada e rápida. Além disso, a via ótica é segura e apresenta poucos
efeitos colaterais.

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No entanto, essa via de administração também possui algumas desvantagens, como a dificuldade de
aplicação em crianças pequenas ou em pacientes com deficiência auditiva. Além disso, a presença de
cerume ou secreções pode interferir na absorção do medicamento, e a aplicação excessiva pode levar
à ototoxicidade, uma condição que pode causar danos permanentes à audição.

8.6.2 Via Ocular/Oftálmica

A via ocular de administração de medicamentos é utilizada para tratar doenças ou condições ocula-
res, como infecções, inflamações, glaucoma, entre outras. Essa via consiste na aplicação de medica-
mentos diretamente no olho.

Os medicamentos para aplicação ocular podem ser apresentados em diferentes formas, como colí-
rios, pomadas ou soluções. Os colírios são a forma mais comum de administração, e devem ser apli-
cados no saco conjuntival, que é a região entre a pálpebra e o olho. Já as pomadas são aplicadas na
borda da pálpebra, e as soluções podem ser utilizadas tanto em colírios como em lavagens oculares.

Técnica de administração
•• Preparação do profissional: o profissional de saúde que realizará a administração do medica-
mento deve higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel e utilizar EPIs necessários.
•• Preparação do paciente: antes da administração do medicamento, o paciente deve estar sen-
tado ou deitado confortavelmente com a cabeça inclinada para trás.
•• Limpeza dos olhos: o olho afetado deve ser limpo cuidadosamente com uma gaze estéril, para
remover quaisquer secreções ou resíduos que possam interferir na absorção do medicamento.
•• Abertura do frasco: o frasco do medicamento oftálmico deve ser aberto cuidadosamente, evi-
tando qualquer contato do conta-gotas com as mãos ou qualquer outra superfície.
•• Administração do medicamento: Colírio – o paciente deve olhar para cima, e o profissional de
saúde deve puxar suavemente a pálpebra inferior para formar uma bolsa. Uma gota do medi-
camento é então introduzida nesta bolsa, evitando tocar no olho com o conta-gotas. Pomada
– puxe suavemente a pálpebra inferior para baixo e aplique uma fina camada do medicamento
próximo a bolsa formada pela pálpebra inferior.
•• Fechamento dos olhos: após a administração do medicamento, o paciente deve manter os
olhos fechados por alguns segundos, para permitir que o medicamento se espalhe por toda a
superfície ocular.
•• Limpe o excesso de medicamento ou secreção: se houver excesso de pomada ao redor do
olho, limpe-o com um lenço de papel limpo.
•• Lave as mãos novamente: após a aplicação, lave as mãos novamente com água e sabão.

Importante lembrar que se o frasco de medicamento de uso ótico é de uso pessoal. E se for utilizado
conta gotas e houver sobra de medicamento no mesmo, não se deve devolver essa sobra ao frasco.

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Vantagens e desvantagens

A vantagem da via ocular de administração é que o medicamento é aplicado diretamente na região


afetada, permitindo uma ação localizada e rápida. Além disso, essa via de administração é considera-
da segura e geralmente apresenta poucos efeitos colaterais.

No entanto, a aplicação inadequada do medicamento pode levar à redução da eficácia e a efeitos colate-
rais indesejados. Além disso, a via ocular de administração pode ser difícil de ser realizada por pacientes
idosos, crianças ou pessoas com dificuldades motoras. Também é importante observar sinais de irrita-
ção ou reações adversas durante o uso do medicamento e buscar orientação médica imediatamente em
caso de dúvidas ou efeitos adversos.

8.6.3 Via Inalatória

Via inalatória: a administração de medicamentos por via inalatória é utilizada para tratar condições
respiratórias, como a asma. Os medicamentos são administrados por meio de um inalador, que trans-
forma a substância ativa em partículas finas que são inaladas e absorvidas pelos pulmões, e pode ser
inalado por via nasal, oral ou através de dispositivos invasivos (tubo endotraqueal e traqueostomia).

Os medicamentos para inalação podem ser apresentados em diferentes formas, como aerossóis, pós
ou líquidos nebulizados. Os aerossóis são a forma mais comum de administração, e podem ser utiliza-
dos em dispositivos como bombinhas ou nebulizadores. Já os pós são inalados através de dispositivos
específicos, como os inaladores de pó seco.

Técnica de administração
Aerossol
•• Lave as mãos com água e sabão antes de manusear o dispositivo inalatório.
•• Verifique se o dispositivo inalatório está limpo e seco antes de usá-lo.
•• Agite o dispositivo inalatório (exceto no caso de alguns dispositivos específicos) para garantir
que o medicamento esteja bem misturado.
•• Expire completamente (esvaziando os pulmões) antes de colocar o dispositivo na boca.
•• Posicione o dispositivo inalatório na boca de forma adequada e firme, com a boca formando um
selo ao redor do bocal. Alguns dispositivos podem exigir que uma máscara seja colocada sobre
o nariz e a boca.
•• Inspire profundamente e lentamente, enquanto pressiona o dispositivo inalatório para liberar
o medicamento.
•• Mantenha a respiração por 5 a 10 segundos para permitir que o medicamento se deposite nos
pulmões.
•• Expirar lentamente.
•• Se mais de uma dose for prescrita, aguarde pelo menos um minuto entre cada dose e repita
o processo.

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Nebulização
•• Lave as mãos com água e sabão antes de manusear o nebulizador.
•• Verifique se o nebulizador está limpo e montado corretamente.
•• Posicione o paciente em decúbito dorsal entre 45º e 90º.
•• Coloque o medicamento prescrito no recipiente do nebulizador, de acordo com as instruções
do médico ou farmacêutico.
•• Instale o fluxômetro na fonte de oxigênio.
•• Conecte uma extremidade do tubo extensor ao fluxômetro e a outra ao reservatório do inala-
dor e este a máscara.
•• Abra o fluxômetro (2 e 7 l/min) e verifique se há saída de nevoa pelo inalador.
•• Coloque a máscara ou bocal do nebulizador na boca ou nariz do paciente, garantindo que haja
um ajuste seguro e confortável.
•• Instrua o paciente a respirar normalmente e profundamente pela boca ou nariz, dependendo
do tipo de nebulizador.
•• Deixe o medicamento ser administrado até que todo o líquido tenha sido transformado em
névoa e o nebulizador pare de produzir névoa.
•• Desligue o nebulizador e remova a máscara ou bocal da boca ou nariz do paciente.
•• Lave as mãos e limpe o nebulizador de acordo com as instruções do fabricante.

Vantagens e desvantagens

A vantagem da via inalatória de administração é que o medicamento é levado diretamente aos pul-
mões, atuando de forma rápida e efetiva no tratamento de doenças respiratórias. Além disso, essa
via de administração apresenta poucos efeitos colaterais sistêmicos, uma vez que a maior parte da
substância ativa permanece nos pulmões.

No entanto, a administração inadequada do medicamento pode levar a uma absorção insuficiente ou


excessiva da substância, comprometendo a eficácia do tratamento ou causando efeitos colaterais in-
desejados. Além disso, a via inalatória de administração pode ser difícil de ser realizada por pacientes
idosos, crianças ou pessoas com dificuldades motoras.

8.6.4 Via Oral

Via oral: é a via de administração mais utilizada. Consiste na ingestão do medicamento por via oral,
geralmente na forma de comprimidos, cápsulas, xaropes ou soluções. O medicamento é absorvido
pelo trato gastrointestinal e, em seguida, entra na corrente sanguínea.

A via oral de administração de medicamentos é uma das formas mais comuns e populares de trata-
mento, e consiste na administração de medicamentos pela boca, geralmente na forma de comprimi-
dos, cápsulas, soluções ou xaropes.

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Os medicamentos administrados por via oral são absorvidos pelo trato gastrointestinal e, em seguida,
são distribuídos pelo corpo. A via oral é utilizada para tratar uma grande variedade de condições, co-
mo infecções, inflamações, dor, hipertensão, diabetes, entre outras.

Técnica de administração
•• Lave as mãos com água e sabão antes de manusear o medicamento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Certifique-se de que o paciente esteja sentado ou em posição confortável para a administração
do medicamento. Não oferecer o medicamento se o paciente não estiver bem acordado.
•• Abra a embalagem do medicamento, se necessário, e retire o medicamento da embalagem, e
coloque num copo, nunca direto na mão do paciente. As suspensões devem ser agitadas antes
do preparo, para que sejam homogeneizadas.
•• Ofereça um copo de água ao paciente.
•• Certifique-se de que o paciente engoliu o medicamento completamente.
•• Se o medicamento tiver gosto ruim ou se o paciente tiver dificuldade para engolir, pode ser
necessário usar uma técnica diferente (diluir ou triturar o medicamento).
•• Se houver outras instruções específicas, siga-as cuidadosamente, como tomar o medicamento
com alimentos ou em horários específicos.
•• Lave as mãos e limpe quaisquer superfícies ou utensílios usados para administrar o medicamento.

Vantagens e desvantagens

A vantagem da via oral de administração é a sua praticidade e conveniência, já que é fácil de ser re-
alizada e pode ser administrada até mesmo em casa pelo próprio paciente. Além disso, a absorção
dos medicamentos por via oral é geralmente previsível, permitindo o desenvolvimento de protocolos
terapêuticos mais precisos. Além de ser uma via mais barata e indolor.

No entanto, a via oral de administração pode apresentar algumas limitações, como a possibilidade de
degradação dos medicamentos pelo trato gastrointestinal, interações com outros alimentos e medi-
camentos, além de efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia e constipa-
ção. Essa via de administração também não pode ser utilizada em paciente inconscientes.

8.6.5 Via Sublingual

A via sublingual de administração de medicamentos consiste na colocação do medicamento embaixo


da língua, onde ele é absorvido diretamente pelos capilares sanguíneos presentes na mucosa oral.
Essa via é utilizada para medicamentos que são rapidamente absorvidos e necessitam de ação rápida,
como os medicamentos para angina, hipertensão, dor e ansiedade.

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Técnica de administração
•• Lave as mãos com água e sabão antes de manusear o medicamento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Certifique-se de que o paciente esteja sentado ou em posição confortável para a administração
do medicamento.
•• Abra a embalagem do medicamento, se necessário, e retire o comprimido ou líquido do medi-
camento da embalagem e coloque em um copo.
•• Coloque o comprimido ou líquido debaixo da língua do paciente.
•• Instrua o paciente a não engolir o medicamento e a permitir que o medicamento se dissolva
lentamente na boca. Isso pode levar alguns minutos. Oriente o paciente a não mastigar e a não
engolir o medicamento, mas mantê-lo debaixo da língua ate ser absorvido totalmente.
•• Se houver outras instruções específicas, siga-as cuidadosamente, como evitar comer ou beber
enquanto o medicamento é absorvido.
•• Lave as mãos e limpe quaisquer superfícies ou utensílios usados para administrar o medicamento.

Vantagens e desvantagens

A vantagem da via sublingual é que ela permite uma absorção mais rápida e eficiente dos medica-
mentos, uma vez que eles são absorvidos diretamente pelos capilares sanguíneos e não passam pelo
trato gastrointestinal, evitando a metabolização hepática de primeira passagem. Além disso, a via
sublingual evita a exposição dos medicamentos aos ácidos gástricos, que podem degradá-los.

No entanto, nem todos os medicamentos podem ser administrados por via sublingual, uma vez que
eles precisam ser solúveis em água ou em solventes adequados para serem absorvidos corretamente.
Além disso, a via sublingual não é adequada para medicamentos de ação prolongada, uma vez que a
mucosa oral não é capaz de reter grandes quantidades de medicamentos por um longo período.

8.6.6 Via Transdérmica

A via transdérmica de administração de medicamentos é uma forma de entrega de medicamentos


na qual a droga é absorvida através da pele e entra na corrente sanguínea, sem que seja necessário
à sua ingestão ou injeção.

Essa via é utilizada principalmente para medicamentos que necessitam de uma absorção prolongada
e constante, como alguns tipos de analgésicos, hormônios, medicamentos para o controle da pressão
arterial, tratamento da dor crônica, entre outros.

A administração por via transdérmica pode ser feita por meio de adesivos ou patches transdérmicos,
que são colocados diretamente na pele e liberam gradualmente a droga para a corrente sanguínea ao
longo do tempo. A absorção dos medicamentos pode ocorrer por difusão passiva através da pele, ou
por meio de sistemas de entrega mais avançados, como microagulhas.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Técnica de administração
•• Lave as mãos com água e sabão antes de manusear o adesivo.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Certifique-se de que a área de aplicação do adesivo esteja limpa e seca. Se necessário, limpe a
área com água e sabão e seque completamente.
•• Abra a embalagem do adesivo e retire-o cuidadosamente.
•• Aplique o adesivo na área recomendada pelo médico. Certifique-se de que o adesivo esteja bem
colocado na pele e pressione suavemente com os dedos para garantir a aderência adequada.
•• Se houver instruções específicas, como evitar áreas com pelos ou áreas que serão expostas à luz
solar, siga-as cuidadosamente.
•• Certifique-se de que o paciente não remova ou toque no adesivo após a aplicação.
•• Se houver outras instruções específicas, siga-as cuidadosamente, como a duração do uso do
adesivo ou a frequência de troca.
•• Lave as mãos e limpe quaisquer superfícies ou utensílios usados para administrar o adesivo.

Vantagens e desvantagens
Uma das principais vantagens da via transdérmica é que ela permite a administração controlada e
constante da droga, evitando picos de concentração no sangue e minimizando os efeitos colaterais
associados. Além disso, a via transdérmica é uma forma conveniente e fácil de administração, que não
requer a ingestão ou injeção de medicamentos.

No entanto, a via transdérmica pode apresentar algumas limitações, como a dificuldade de absorção
de certos medicamentos através da pele, o potencial de irritação ou reação alérgica na pele e a possi-
bilidade de deslocamento ou perda do adesivo. Também é importante observar sinais de irritação ou
reações adversas na pele durante o uso do medicamento.

8.6.7 Via Tópica

A administração de medicamentos via tópica é utilizada quando se deseja tratar uma condição locali-
zada na pele ou nas mucosas. Os medicamentos são aplicados diretamente na área afetada, na forma
de pomadas, cremes, loções, ou adesivos transdérmicos.

A via tópica de administração de medicamentos é aquela em que o medicamento é aplicado dire-


tamente na superfície da pele, mucosas ou membranas, com o objetivo de tratar uma determinada
condição. Essa forma de administração é comum em diversas áreas da medicina, incluindo dermato-
logia, oftalmologia, otorrinolaringologia, entre outras.

Os medicamentos tópicos podem ser apresentados em diversas formas farmacêuticas, como poma-
das, cremes, géis, loções, sprays, colírios, entre outros. Essas formas farmacêuticas possuem dife-
rentes composições e propriedades, permitindo que o medicamento seja aplicado de forma mais
adequada à condição a ser tratada.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
A absorção dos medicamentos tópicos pode ocorrer por difusão através da pele ou mucosas, ou por
meio de sistemas de entrega mais avançados, como nanopartículas. Dependendo da condição a ser
tratada e do medicamento utilizado, a administração tópica pode ser feita uma ou várias vezes ao dia.

Técnica de administração
•• Lave as mãos com água e sabão antes de manusear o medicamento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Certifique-se de que a área de aplicação do medicamento esteja limpa e seca. Se necessário,
limpe a área com água e sabão e seque completamente.
•• Abra a embalagem do medicamento, se necessário, e retire a quantidade recomendada pelo
médico.
•• Aplique o medicamento diretamente na área recomendada pelo médico. Use as mãos com luvas
ou um aplicador apropriado, como uma espátula ou um cotonete, para aplicar o medicamento.
•• Espalhe o medicamento uniformemente na pele ou membrana mucosa. Certifique-se de seguir
as instruções do médico ou do fabricante do medicamento quanto à quantidade de medica-
mento a ser aplicada e a frequência de aplicação.
•• Se houver outras instruções específicas, siga-as cuidadosamente, como evitar áreas sensíveis
ou feridas na pele ou evitar contato com os olhos ou a boca.
•• Certifique-se de que o paciente não toque ou remova o medicamento após a aplicação.
•• Lave as mãos e limpe quaisquer superfícies ou utensílios usados para administrar o medicamento.

Vantagens e desvantagens
Uma das principais vantagens da via tópica é que ela permite que o medicamento seja aplicado di-
retamente na área afetada, o que pode aumentar a eficácia do tratamento e minimizar os efeitos
colaterais associados à administração sistêmica. Além disso, a via tópica é uma forma conveniente e
fácil de administração, que não requer a ingestão ou injeção de medicamentos.

No entanto, a absorção dos medicamentos tópicos pode ser influenciada por diversos fatores, como
a integridade da pele, o tipo de forma farmacêutica utilizada, o local de aplicação e a frequência de
administração. Por isso, é importante seguir as orientações do médico ou farmacêutico quanto à
posologia, horário e técnica de administração do medicamento tópico, para garantir a eficácia e segu-
rança do tratamento. Também é importante observar sinais de irritação ou reações adversas na pele
durante o uso do medicamento.

8.6.8 Via Vaginal

A via vaginal de administração de medicamentos é uma forma de entrega de fármacos que consiste
na aplicação de medicamentos diretamente na vagina. Essa via de administração é frequentemente
utilizada para tratar condições que afetam a área vaginal, como infecções, inflamações, atrofia e
distúrbios hormonais.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Os medicamentos podem ser administrados por meio de diferentes formas farmacêuticas, como
comprimidos, óvulos, cremes e géis, que são introduzidos na vagina com o auxílio de um aplicador.
Os medicamentos aplicados por via vaginal são absorvidos pela mucosa vaginal e distribuídos pela
corrente sanguínea, atingindo as áreas que precisam ser tratadas.

Técnica de administração
•• Lave as mãos com água e sabão antes de manusear o medicamento.
•• Promova a privacidade do paciente.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Calce as luvas de procedimentos.
•• Certifique-se de que a área genital esteja limpa e seca. Se necessário, limpe a área com água e
sabão e seque completamente.
•• Abra a embalagem do medicamento e retire a quantidade recomendada pelo médico.
•• Coloque o medicamento na posição recomendada pelo médico, preferencialmente posição
ginecológica.
•• Use as mãos com luvas ou um aplicador apropriado, como um aplicador vaginal descartável ou
um aplicador reutilizável, para inserir o medicamento na vagina, após separar os grandes lábios
e visualizar o canal vaginal.
•• Depois de inserir o medicamento, retire o aplicador e descarte-o ou lave-o de acordo com as
instruções do fabricante.
•• Certifique-se de que o paciente não remova o medicamento após a aplicação e que permaneça
deitada por 15min e evite urinar por pelo menos 30 minutos após a administração.
•• Lave as mãos e limpe quaisquer superfícies ou utensílios usados para administrar o medicamento.

Vantagens e desvantagens

Uma das principais vantagens da via vaginal é que ela permite que o medicamento atue diretamen-
te na área afetada, o que pode aumentar a eficácia do tratamento e minimizar os efeitos colaterais
sistêmicos. Além disso, a via vaginal é uma forma conveniente de administração, que não requer a
ingestão ou injeção de medicamentos.

No entanto, a absorção dos medicamentos pela mucosa vaginal pode ser influenciada por diversos
fatores, como a integridade da mucosa, o pH vaginal, o tipo de forma farmacêutica utilizada, o horá-
rio de administração e a frequência de aplicação. Também é importante observar sinais de irritação
ou reações adversas na mucosa vaginal durante o uso do medicamento e buscar orientação médica
imediatamente em caso de dúvidas ou efeitos adversos.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
8.6.9 Via Epidural/Peridural

A via epidural de administração de medicamentos é um método de aplicação de fármacos diretamen-


te no espaço epidural, que é uma área do canal vertebral que fica ao redor da medula espinhal. Essa
via de administração é frequentemente utilizada para aliviar a dor crônica, aguda ou pós-operatória,
bem como para reduzir a inflamação em algumas condições.

Os medicamentos mais comumente utilizados na via epidural incluem anestésicos locais, como a
bupivacaína e a lidocaína, e corticosteroides, como a dexametasona e a metilprednisolona. A admi-
nistração desses medicamentos no espaço epidural pode resultar em um alívio mais efetivo da dor e
da inflamação em comparação com outras vias de administração, pois eles podem atuar diretamente
na área afetada.

Técnica de administração

A administração de medicamentos pela via epidural é feita por meio de um cateter que é inserido
no espaço epidural, geralmente na região lombar da coluna vertebral, e conectado a uma bomba de
infusão. Os medicamentos podem ser administrados de forma contínua ou em intervalos regulares, e
a dosagem pode ser ajustada de acordo com a resposta do paciente.

Vantagens e desvantagens

No entanto, a administração de medicamentos pela via epidural também pode apresentar riscos e
efeitos colaterais, como infecções, hematomas, lesão da medula espinhal, cefaleia, hipotensão, rea-
ções alérgicas e neuropatias. Por isso, essa via de administração deve ser realizada apenas por profis-
sionais capacitados e com experiência em anestesia regional, e deve ser monitorada cuidadosamente
durante todo o período de administração do medicamento.

8.6.10 Via Retal

A administração de medicamentos via retal é utilizada quando não é possível ou desaconselhável a


administração por via oral. Os medicamentos são inseridos no reto, através do ânus, na forma de su-
positórios ou enemas, e são absorvidos pela mucosa retal.

A escolha da via de administração de medicamentos depende das características do medicamento e


das necessidades do paciente. O profissional de saúde deve avaliar cuidadosamente cada caso para
determinar a melhor via de administração e garantir a eficácia Essa via é comumente utilizada em
casos de constipação intestinal, hemorroidas, inflamações intestinais e para evitar náuseas e vômitos.

Técnica de administração
•• Lave as mãos com água e sabão antes de manusear o medicamento.
•• Promova a privacidade do paciente.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Calce as luvas de procedimentos.

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•• Prepare o paciente para a administração do medicamento, explicando o procedimento e a
posição que deverá ser adotada. O paciente deve ser posicionado deitado de lado com as
pernas flexionadas em direção ao peito, ou em posição genupeitoral, de joelhos e cotovelos
apoiados no chão.
•• Realize a higienização da região.
•• Introduza o medicamento no reto do paciente utilizando um aplicador específico ou uma serin-
ga sem agulha.
•• Solicitar que o paciente permaneça na posição por alguns minutos para que o medicamento
seja absorvido.
•• Descartar o material utilizado e realizar a higiene das mãos.

Vantagens e desvantagens

A via retal é útil para pacientes que apresentam dificuldades de deglutição ou que estejam incons-
cientes, pois permite uma absorção rápida do medicamento, uma vez que a mucosa retal é altamente
vascularizada. Essa via também evita o metabolismo hepático de alguns medicamentos, o que pode
aumentar a biodisponibilidade do fármaco.

Pode ser utilizada para o tratamento de doenças do trato gastrointestinal, como a inflamação retal
e a constipação intestinal. É uma via de administração relativamente simples e segura, que pode ser
realizada em ambiente ambulatorial.

Entretanto, a absorção do medicamento pode variar dependendo do pH retal, da presença de fezes


e de outras condições fisiológicas; e alguns pacientes podem apresentar desconforto e irritação retal
durante a administração do medicamento.

A administração de medicamentos por via retal pode ser difícil em pacientes com incontinência fecal,
prolapso retal, ou em casos de cirurgia retal prévia.

8.6.11 Via Parenteral

A administração de medicamentos por via parenteral consiste na introdução do medicamento dire-


tamente na corrente sanguínea, sem passar pelo trato gastrointestinal. As vias parenterais incluem
a intravenosa (IV), intramuscular (IM), intradérmica (ID) e subcutânea (SC), e são utilizadas para
administrar medicamentos que não podem ser administrados por via oral ou que precisam de uma
ação mais rápida.

A via parenteral de administração de medicamentos é aquela em que o medicamento é introduzido


diretamente no corpo por meio de uma injeção, infusão intravenosa, infusão intra-arterial, infusão
intramuscular, subcutânea ou intradérmica. Essa via de administração é geralmente usada em situ-
ações de emergência, para medicamentos que não podem ser administrados por via oral ou que
precisam agir rapidamente.

É importante seguir os protocolos e cuidados para garantir a segurança do paciente, como o uso de
agulhas e seringas estéreis, manipulação e administração adequadas para evitar danos aos tecidos e

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infecções, e a escolha do local de aplicação apropriado, conforme o medicamento. As vias parenterais
também podem apresentar riscos e efeitos colaterais, como dor no local da injeção, infecções, he-
morragias, danos aos tecidos e órgãos, reações alérgicas e anafiláticas, e embolia pulmonar em casos
de infusões intravenosas.

Por isso, é importante que a administração de medicamentos pela via parenteral seja realizada por
profissionais de saúde capacitados e treinados para essa finalidade, a fim de garantir a eficácia e se-
gurança do tratamento.

A. Via Intradérmica

A via intradérmica é uma das vias de administração de medicamentos por meio da injeção na qual o
medicamento é injetado diretamente na camada superficial da pele, conhecida como derme.

Essa via é geralmente utilizada para realizar testes de sensibilidade a medicamentos, como a tubercu-
lina, ou para aplicação de pequenas doses de medicamentos, como vacinas. Também pode ser usada
para realização de testes alérgicos e para diagnóstico de algumas doenças. O volume máximo tolera-
do pela via é de 0,5 ml e deve-se utilizar seringa de 1 ml e agulha 13x0,45 mm.

Técnica de administração
•• Separe todo o material necessário.
•• Lave as mãos com água e sabão e coloque luvas e EPIs necessários.
•• Oriente o paciente quanto ao procedimento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Escolha a região para aplicação e posicione o paciente.
•• Realize a antissepsia do local.
•• Segure a seringa com uma mão e com a outra estique a pele no local da aplicação.
•• Insira o bisel da agulha voltado para cima em um ângulo de 15º, por aproximadamente 3mm.
•• Aspire para verificar se não há retorno de sangue para a seringa, o que pode indicar que a agu-
lha está em um vaso sanguíneo.
•• Injete o medicamento lentamente, formando uma pequena pápula.
•• Retire a agulha com um movimento rápido e suave.
•• Oriente o paciente a não esfregar nem coçar o local.
•• Anote o medicamento, dose, localização da injeção e horário da administração no prontuário
médico.
•• Recolha e despreze o material utilizado.
•• Retire as luvas e higienize as mãos.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Vantagens e desvantagens

A administração de medicamentos via intradérmica é relativamente fácil de realizar e não requer


equipamentos complexos. A absorção do medicamento é mais lenta e gradual em comparação com
outras vias de administração, o que pode ser benéfico em alguns casos, além de permitir a adminis-
tração de pequenas quantidades de medicamentos, como no caso dos testes alérgicos. É considerada
uma via segura e bem tolerada em geral.

Entretanto, a velocidade de absorção pode também ser uma desvantagem, pois pode levar a um início
de ação mais demorado, além de poder ser mais dolorosa do que outras vias, como a via subcutânea
ou intramuscular.
99 Não é uma via apropriada para a administração de medicamentos que requerem absorção rá-
pida ou que precisam ser administrados em grandes quantidades.

É importante lembrar que a via intradérmica é uma técnica que requer treinamento e habilidade
por parte do profissional de saúde responsável pela administração do medicamento. A realização
da técnica de forma inadequada pode levar a efeitos colaterais indesejados, como dor, inflamação e
infecções.

B. Via Subcutânea

A via subcutânea é uma das vias parenterais de administração de medicamentos, na qual o medica-
mento é injetado sob a pele, diretamente no tecido subcutâneo, que é a camada de tecido adiposo
abaixo da pele. Essa via de administração é frequentemente usada para a administração de medica-
mentos que precisam ser absorvidos de forma lenta e gradual no organismo, como insulina e alguns
medicamentos para tratamento da dor.

Para administrar um medicamento por via subcutânea, é necessário selecionar uma região do corpo
com quantidade suficiente de tecido adiposo, como abdômen, coxas ou braços. O local de injeção
deve ser escolhido com cuidado, evitando áreas com hematomas, cicatrizes ou infecções.

O volume tolerado por essa via em adultos é de 0,5 a 1,5 ml de medicamentos hidrossolúveis; e de-
ve-se utilizar agulha 13 x 0,45 mm ou 13 x 0,4 mm.

Técnica de administração
•• Separe todo o material necessário.
•• Lave as mãos com água e sabão e coloque luvas e EPIs necessários.
•• Oriente o paciente quanto ao procedimento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Escolha a região para aplicação (braços, abdômen, nádegas e coxas) e posicione o paciente.
•• Realize a antissepsia do local.
•• Segure a seringa com uma mão e com a outra faça uma prega cutânea no local da aplicação.

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•• Insira a agulha completamente com bisel lateralizado em um ângulo 45º ou 90º (dependendo
do tamanho da agulha) na prega cutânea, por aproximadamente 3mm.
•• Solte a pele e injete o medicamento lentamente.
•• Retire a agulha com um movimento rápido e suave e pressione o local com algodão seco.
•• Anote o medicamento, dose, localização da injeção e horário da administração no prontuário
médico.
•• Recolha e despreze o material utilizado.
•• Retire as luvas e higienize as mãos.

Vantagens e desvantagens

A via subcutânea pode apresentar efeitos colaterais, como dor, vermelhidão e inchaço no local da in-
jeção, além de riscos de infecções e formação de nódulos. Por isso, é importante seguir as orientações
médicas e as técnicas de administração corretas para minimizar esses riscos.

Os medicamentos administrados por via subcutânea podem apresentar efeitos mais prolongados em
comparação com outras vias parenterais, o que pode ser vantajoso em alguns casos, como no trata-
mento de diabetes. Entretanto, a absorção pode ser influenciada por fatores como a vascularização do
local de injeção, a espessura da pele e a idade do paciente, o que pode afetar a eficácia do tratamento.

C. Via Intramuscular

A via intramuscular é uma das vias parenterais de administração de medicamentos, na qual o medica-
mento é injetado diretamente no músculo. Essa via de administração é frequentemente usada para
medicamentos que precisam ser absorvidos rapidamente pelo organismo, como vacinas e alguns
medicamentos para dor.

Para administrar um medicamento por via intramuscular, é necessário selecionar uma região do cor-
po com músculos grandes e bem desenvolvidos, como a região lateral do quadril, a região deltoide
do braço ou a região glútea. O local de injeção deve ser escolhido com cuidado, evitando áreas com
nervos, vasos sanguíneos ou ossos próximos.
•• Deltoide: traçar um triângulo na região lateral do braço iniciando de 3 a 5 cm da escápula (3
dedos), o braço deve estar relaxado ao lado do corpo. O volume máximo suportado por essa
via é de 2 ml.
•• Ventroglúteo: identifica-se essa região localizando a crista ilíaca do paciente, que é o osso na par-
te superior do quadril. Coloque o polegar no ponto em que a crista ilíaca encontra o dedo indica-
dor. Deslize o dedo médio na direção do quadril, formando um triângulo com o polegar e o dedo
indicador. O dedo médio deve estar apontando para a região da articulação do quadril. A área
dentro do triângulo é a região ventroglútea. O volume máximo suportado por essa via é de 4 ml
•• Glúteo: localiza-se ao fazer uma linha imaginária do sulco interglúteo, dividindo o glúteo no
meio, com 4 quadrantes. Administra-se no quadrante superior externo. O volume máximo su-
portado nessa via é de 5 ml.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Vasto lateral da coxa: identifica-se essa região localizando a grande protuberância óssea na
lateral da coxa, que é a crista ilíaca. Coloque o polegar na crista ilíaca e o dedo indicador na
patela (rótula). Deslize o dedo médio para baixo da coxa até chegar a uma depressão que está
localizada entre o vasto lateral e o músculo bíceps femoral. Esta depressão é a região do vasto
lateral da coxa. O volume máximo suportado por essa via é de 4 ml.

Técnica de administração
•• Separe todo o material necessário.
•• Lave as mãos com água e sabão e coloque luvas e EPIs necessários.
•• Oriente o paciente quanto ao procedimento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Escolha a região para aplicação (deltóide, ventroglútea, glútea e vasto lateral da coxa) e posi-
cione o paciente.
•• Realize a antissepsia do local.
•• Prepare a seringa e a agulha: A seringa deve ser escolhida de acordo com a dose e o volume do
medicamento a ser administrado. A agulha também deve ser escolhida de acordo com o local
de injeção e o tipo de medicamento a ser administrado.
•• Introduza a agulha com a mão não dominante, segure a pele ao redor do local de injeção. Com
a outra mão, segure a seringa como faria para uma caneta, inserindo a agulha em um ângulo de
90 graus em direção ao músculo. Empurre o êmbolo lentamente para injetar o medicamento.
•• Retire a agulha com um movimento rápido e suave e pressione o local com algodão seco.
•• Anote o medicamento, dose, localização da injeção e horário da administração no prontuário
médico.
•• Recolha e despreze o material utilizado.
•• Retire as luvas e higienize as mãos.

Vantagens e desvantagens

Os medicamentos administrados por via intramuscular podem apresentar efeitos mais rápidos em
comparação com outras vias parenterais, o que pode ser vantajoso em alguns casos, como na admi-
nistração de vacinas. Entretanto, a absorção pode ser influenciada por fatores como a vascularização
do local de injeção e a espessura do músculo, o que pode afetar a eficácia do tratamento.

A via intramuscular pode apresentar efeitos colaterais, como dor, vermelhidão e inchaço no local da
injeção, além de riscos de infecções e lesão do músculo. Por isso, é importante seguir as orientações
médicas e as técnicas de administração corretas para minimizar esses riscos.

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RESUMO

Existem várias vias de administração de medicamentos diferentes que podem ser utilizadas para tra-
tar uma variedade de doenças e condições de saúde. Algumas das vias mais comuns incluem:

Via oral: Este é o método mais comum de administração de medicamentos, onde o medicamento é
ingerido por via oral. Os medicamentos são geralmente tomados em forma de comprimidos, cápsulas
ou líquidos. A via oral é conveniente, mas pode ser afetada pela absorção intestinal e metabolismo de
primeira passagem pelo fígado.

Via tópica: Nesta via, o medicamento é aplicado diretamente sobre a pele, em forma de cremes, po-
madas, géis, adesivos ou sprays. Os medicamentos aplicados por via tópica são absorvidos através da
pele, e muitas vezes são usados para tratar condições como eczema, psoríase e artrite.

Via inalatória: Nesta via, o medicamento é inalado através dos pulmões, geralmente em forma de
aerossol ou nebulizador. É frequentemente utilizado para tratar condições respiratórias, como asma
e bronquite.

Via intramuscular: Nesta via, o medicamento é injetado no músculo com uma seringa. Os medica-
mentos administrados por esta via são absorvidos mais rapidamente do que por via oral e podem ser
usados para tratar uma variedade de condições.

Via subcutânea: Nesta via, o medicamento é injetado sob a pele com uma seringa, geralmente na
região abdominal, coxa ou braço. É usado para administrar medicamentos de ação prolongada, como
insulina.

Via retal: Nesta via, o medicamento é inserido no reto em forma de supositórios ou enemas. É usado
para tratar condições gastrointestinais e inflamatórias.

Cada via de administração tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha dependerá do medica-
mento em questão e das necessidades do paciente.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual das seguintes opções NÃO é uma boa prática durante o preparo e administração de
medicamentos?

a. ( ) Checar o nome do paciente e o medicamento prescrito antes de administrar.

b. ( ) Lavar as mãos antes e após a administração do medicamento,

c. ( ) Utilizar seringas e agulhas descartáveis.

d. ( ) Compartilhar a mesma seringa e agulha para múltiplas doses de medicamentos.

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2. Qual das seguintes opções é uma das seis metas de segurança do paciente definidas pela Orga-
nização Mundial de Saúde (OMS)?

a. Promover a limpeza dos hospitais e clínicas.

b. Treinar os pacientes para autoadministração de medicamentos.

c. Garantir a privacidade do paciente durante a internação hospitalar

d. Identificar corretamente o paciente antes da realização de qualquer procedimento ou trata-


mento médico.

3. Quais são os principais cuidados que devem ser adotados pelos profissionais de enfermagem
durante o preparo e administração de medicamentos? Descreva pelo menos três medidas que
devem ser tomadas para garantir a segurança do paciente durante esse processo.

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4. Sobre a administração de medicamentos via intradérmica, assinale a alternativa CORRETA:

a. A via intradérmica é utilizada para administração de medicamentos em grandes volumes, de-


vido à sua rápida absorção na corrente sanguínea.

b. A técnica de administração intradérmica envolve a inserção do bisel da agulha a um ângulo


de 90º, inserindo profundamente na pele.

c. A administração de medicamentos por essa via é ideal para medicamentos que requerem
absorção rápida e imediata na corrente sanguínea.

d. A via intradérmica é geralmente utilizada para testes de sensibilidade a medicamentos, como


a tuberculina, e a absorção do medicamento é mais lenta e gradual quando comparada com
outras vias de administração.

e. Na técnica intradérmica, não há necessidade de antissepsia do local de aplicação, visto que a


introdução do medicamento é superficial.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
5. Sobre as vias sublingual e transdérmica de administração de medicamentos, analise as afirma-
tivas abaixo e assinale a alternativa correta:

I. A via sublingual permite a administração de medicamentos que são absorvidos rapidamente e evita
a metabolização hepática de primeira passagem.

II. A técnica de administração via sublingual permite que o paciente mastigue e engula o medi-
camento assim que for colocado debaixo da língua.

III. A via transdérmica é utilizada para medicamentos que requerem absorção prolongada e cons-
tante, sendo comumente administrada por meio de adesivos colocados na pele.

IV. A absorção de medicamentos via transdérmica sempre ocorre por difusão passiva através da pele.

V. Uma das limitações da via transdérmica é o potencial de irritação ou reação alérgica na pele.
Alternativas:

a. ( ) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas.

b. ( ) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.

c. ( ) Somente as afirmativas II, III e V estão corretas.

d. ( ) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.

e. ( ) Todas as afirmativas estão corretas.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
TEMA 09

Confecção de Acesso Venoso e hipodermóclise

9.1 Acesso Venoso periférico

O acesso venoso periférico é um procedimento que envolve a inserção de uma agulha ou cateter em
uma veia periférica, geralmente no braço, para permitir a administração de medicamentos, líquidos
e/ou retirada de sangue.

Esse tipo de acesso venoso é considerado menos invasivo do que os acessos venosos centrais, que
envolvem a inserção de um cateter em uma veia de maior calibre, como a jugular ou subclávia. O
acesso venoso periférico é frequentemente utilizado em hospitais, clínicas e ambulatórios para a ad-
ministração de fluidos, antibióticos, quimioterapia e outras terapias intravenosas.

Existem vários tipos de cateteres que podem ser usados para confecção de acesso venoso periférico,
e a escolha do tipo adequado dependerá da finalidade e duração do tratamento, bem como da pre-
ferência do médico e do paciente.

Punção AVP

Observações
•• Considerar a preferência do paciente para seleção do membro para a inserção do cateter.
•• Preferência por membros não dominantes devido a menor movimentação e menor chance de
perda do acesso.
•• Evitar veias frágeis e tortuosas, preferência para as mais calibrosas.
•• Evitar região de flexão, membros comprometidos por lesões.
•• Não puncionar membros que contenham fístulas ou que correspondam ao lado do corpo em
que foi realizado mastectomia.

Antes da realização do procedimento


•• Organizar o material em uma bandeja de inox previamente higienizada.
•• Levar o material até o leito, apresentar-se, e explicar o procedimento ao paciente e/ou
acompanhante.
•• Confirmar a identificação do paciente.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Utilizar os EPI’s necessários.
•• Realizar a higienização das mãos.
•• Preparar o extensor de 2 vias, preenchendo-o com cloreto de sódio 0,9%.

Procedimento
•• Selecionar e realizar a inspeção do local a ser puncionado.
•• Fazer a antissepsia do local com algodão/gaze embebida em clorexidina alcoólica 0,5%, com
movimentos no sentido do retorno venoso ou circular do centro para fora.
•• Não tocar o sítio de inserção do cateter após aplicação do antisséptico.
•• Aguardar a secagem espontânea do antisséptico antes de proceder à punção.
•• Garrotear o membro escolhido aproximadamente de 15 a 20 cm acima do local escolhido para
punção.
•• Abrir a embalagem do cateter escolhido com base no objetivo pretendido, duração da terapia,
viscosidade e componentes da infusão e condições do acesso venoso.
•• Firma a pele ao redor do local da punção.
•• Introduzir o cateter suavemente na veia escolhida com o bisel voltado para cima, com angula-
ção de 30 a 45 graus, até haver retorno/refluxo sanguíneo.
•• Canular o cateter, inserindo-o lentamente e retirando o guia do dispositivo.
•• Retirar o garrote após a canulação da veia.
•• Comprimir com os dedos da mão não dominante a região acima do local da punção, para que
não extravase sangue após a retirada do guia.
•• Conectar o extensor já preparado anteriormente.
•• Fixar o acesso conforme protocolo institucional, devidamente identificado.
•• Recolher o material utilizado e desprezá-lo em local adequado.
•• Higienizar as mãos.

Cuidados de Enfermagem

1. Assepsia: antes da punção, a área escolhida para o acesso venoso deve ser higienizada com um
antisséptico para reduzir o risco de infecções. Durante o uso do cateter, é importante manter a
assepsia do local da punção e trocar o curativo regularmente.

2. Observação regular: o local do cateter deve ser observado regularmente para detectar sinais
de infecção, como vermelhidão, inchaço, dor ou secreção.

3. Fixação adequada: o cateter deve ser fixado adequadamente para evitar deslocamentos ou
trações que possam levar à retirada acidental do cateter.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
4. Verificação da permeabilidade: é importante verificar regularmente se o cateter está permeá-
vel, aspirando uma pequena quantidade de sangue ou infusão de uma solução salina.

5. Mudança de posicionamento: o cateter deve ser posicionado de forma que haja menor chance
de obstrução, evitando dobras e torções do cateter.

6. Administração adequada de medicamentos e soluções: é importante administrar medica-


mentos e soluções de forma adequada, respeitando a via de administração e as orientações
específicas para cada fármaco.

7. Remoção do cateter: o cateter deve ser removido imediatamente se houver sinais de infecção,
extravasamento de solução, deslocamento do cateter ou obstrução.

Além disso, é importante lembrar que os profissionais de saúde devem seguir as diretrizes e protoco-
los institucionais para a utilização do cateter venoso periférico. A correta utilização do cateter venoso
periférico e a observação de medidas de assepsia são fundamentais para minimizar o risco de compli-
cações, prevenir infecções e garantir a segurança do paciente.

9.2 Hipodermóclise

A hipodermóclise é uma técnica utilizada para a administração de fluidos e medicamentos em pacien-


tes que apresentam dificuldade de acesso venoso ou que necessitam de uma via de administração
alternativa. Algumas das indicações para a realização da hipodermóclise incluem:
99 Pacientes idosos, com veias frágeis e de difícil acesso venoso;
99 Pacientes pediátricos, em que a punção venosa pode ser muito dolorosa;
99 Pacientes com desidratação moderada, que necessitam de reposição de líquidos;
99 Pacientes com insuficiência renal crônica, que precisam de hidratação parenteral contínua;
99 Pacientes em cuidados paliativos, que precisam de alívio de sintomas como dor, náusea ou vômito;
99 Pacientes em que a via oral de administração de medicamentos não é possível, como em casos
de náusea, vômito ou obstrução intestinal.

A hipodermóclise é uma técnica segura e eficaz, desde que realizada por profissionais habilitados e
seguindo as técnicas corretas. É importante lembrar que a escolha da solução ou medicamento e a
dosagem a ser administrada devem ser determinadas por um médico ou outro profissional de saúde
habilitado. Além disso, a técnica deve ser realizada com materiais estéreis e descartáveis, a fim de
prevenir a ocorrência de infecções.

Punção Hipodermóclise

Observações
•• É recomendada a troca de acesso a cada 7 dias, ou quando houver presença de sinais flogísticos
e falha de funcionamento e permeabilidade.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Deverá ser realizado o rodízio do sítio de inserção do acesso a cada punção, respeitando a dis-
tância de 5 cm da punção anterior.
•• Evitar puncionar região abdominal em pacientes com ascite, e região subclavicular em pacien-
tes muito emagrecidos, devido ao risco de pneumotórax.
•• Em paciente com infusão de soluções contínuas, deve-se observar o volume /dia a que pode ser
infundido em cada região:
•• Região anterolateral da coxa: até 1500 ml/dia.
•• Região abdominal e interescapular: até 1000 ml/dia.
•• Região subclavicular e deltóide: até 250ml/dia.

Antes da realização do procedimento


•• Organizar o material em uma bandeja de inox previamente higienizada.
•• Levar o material até o leito, apresentar-se, e explicar o procedimento ao paciente e/ou
acompanhante.
•• Confirmar a identificação do paciente.
•• Utilizar os EPI’s necessários.
•• Realizar a higienização das mãos.
•• Preparar o extensor de 2 vias, preenchendo-o com cloreto de sódio 0,9%.

Procedimento
•• Eleger a melhor área para realização da punção (subclávia, interescapular, abdominal ou ante-
rolateral da coxa).
•• Realizar a inspeção da área a ser puncionada.
•• Posicionar o paciente de forma adequada, para que fique exposta a região a ser puncionada.
•• Fazer a antissepsia do local com algodão/gaze embebida em clorexidina alcoólica 0,5%, com
movimentos circulares do centro para fora.
•• Fazer uma prega na pele, introduzindo o cateter com o bisel para cima em um ângulo de 45º.
Paciente emagrecidos a angulação deve ser menor, 30º. A punção deve ser sempre em direção
centrípeta, voltada para a região ganglionar local.
•• Aspirar para certificar que nenhum vaso tenha sido atingido. Se houver retorno venoso, retire o
cateter e puncione novamente em outro sítio.
•• Fixar o acesso conforme protocolo institucional, devidamente identificado.
•• Recolher o material utilizado e desprezá-lo em local adequado.
•• Higienizar as mãos.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Cuidados de Enfermagem

1. Avaliação prévia do paciente: Antes de iniciar a técnica, é importante avaliar o estado geral
do paciente, incluindo a sua hidratação, o estado da pele no local da punção, a presença de
doenças pré-existentes e a medicação em uso. Isso ajudará a determinar se a hipodermóclise é
apropriada para o paciente e a escolher o local de punção mais adequado.

2. Seleção e preparo dos materiais: Os materiais necessários para a hipodermóclise devem ser
selecionados e preparados de acordo com as normas e protocolos de segurança e assepsia. Isso
inclui a escolha do cateter adequado, seringas, agulhas, soluções, e os equipamentos de prote-
ção individual (EPIs) para o profissional.

3. Preparo do local de punção: O local de punção deve ser preparado e higienizado com soluções
antissépticas, como álcool 70%, para minimizar o risco de infecção. O profissional de saúde
deve ter atenção especial ao limpar e secar a área de punção antes da inserção do cateter.

4. Técnica asséptica: Durante a inserção do cateter, é importante seguir as técnicas assépticas


para minimizar o risco de contaminação. O profissional deve utilizar EPIs, manter o ambiente
limpo e higienizado, e utilizar técnicas corretas para inserção e fixação do cateter.

5. Monitorização do paciente: Durante a administração da solução, o profissional deve monitorar


o paciente para identificar possíveis complicações, como dor, desconforto, extravasamento de
fluidos, bolhas ou edemas. Além disso, deve-se monitorar a taxa de infusão e o volume admi-
nistrado para garantir a segurança do paciente.

6. Troca e cuidados com o cateter: O cateter deve ser trocado de acordo com as recomendações
do fabricante e as normas da instituição de saúde. Além disso, é importante manter o local de
punção limpo e seco, evitando a manipulação excessiva e minimizando o risco de infecções.

7. Orientação ao paciente: O profissional de saúde deve orientar o paciente sobre a técnica da


hipodermóclise, o objetivo da terapia, os cuidados com o local de punção e as possíveis compli-
cações. É importante fornecer informações claras e simples para que o paciente possa compre-
ender e colaborar com o tratamento.

RESUMO

A punção de acesso venoso periférico (AVP) é um procedimento invasivo comum realizado pelo pro-
fissional de enfermagem para administrar medicamentos e soluções intravenosas. Durante o proce-
dimento, uma agulha é inserida em uma veia superficial, geralmente no braço, para permitir a admi-
nistração de fluidos e medicação diretamente na corrente sanguínea. Deve-se seguir um protocolo
cuidadoso durante a punção de AVP, que inclui limpar cuidadosamente a área de punção, escolher a
veia adequada e usar técnicas assépticas para minimizar o risco de infecção.

A hipodermóclise é outra forma de administração de soluções parenterais, mas em vez de ser adminis-
trada diretamente na corrente sanguínea através de uma agulha, é introduzida no espaço subcutâneo

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com o auxílio de uma agulha curta. É geralmente usada para pacientes idosos ou com veias comprome-
tidas e em situações em que a punção venosa é difícil ou impossível.

Em ambos os procedimentos, é importante que a equipe de enfermagem monitore cuidadosamen-


te o paciente para detectar sinais de reações adversas, como infecção, extravasamento de líquidos,
hematoma e outras complicações. Além disso, deve-se registrar a data e a hora da administração do
medicamento ou solução, bem como o local de administração e outras informações relevantes.

Com os cuidados apropriados, a punção de AVP e a hipodermóclise são procedimentos seguros e efica-
zes para a administração de medicamentos e soluções parenterais em pacientes.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual das seguintes opções é um cuidado adequado durante a punção de acesso venoso
periférico (AVP)?

a. Usar luvas de procedimento somente durante a punção, removendo-as logo em seguida.

b. Limpar a área de punção com água e sabão antes do procedimento.

c. Utilizar técnica asséptica durante todo o procedimento para minimizar o risco de infecção.

d. Escolher a veia mais próxima ao local da dor do paciente, mesmo que não seja adequada para
a punção.

2. Qual das seguintes opções é um cuidado adequado durante a punção de hipodermóclise?

a. Utilizar agulhas de grande calibre (18G ou 20G) para facilitar a infusão de soluções.

b. Escolher um local de punção próximo a uma região óssea.

c. Não realizar a técnica em pacientes idosos ou com pele frágil.

d. Utilizar agulhas curtas (25G ou 26G) para minimizar o desconforto e reduzir o risco de
complicações.

3. Quais são os principais cuidados de enfermagem que devem ser adotados durante a realização
de um acesso venoso periférico ou hipodermóclise? Descreva os passos e precauções que devem
ser tomados antes, durante e após o procedimento para minimizar o risco de complicações e ga-
rantir a segurança do paciente.

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4. Quais são as principais recomendações após a realização de uma punção AVP para garantir a
segurança do paciente e a eficácia do procedimento?

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5. Qual é a importância da avaliação prévia do paciente e da técnica asséptica, e quais são as prin-
cipais orientações a serem dadas ao paciente sobre a técnica?

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TEMA 10

Preparo e Administração de Medicamentos EV

A via endovenosa (EV) é uma das vias parenterais de administração de medicamentos, na qual o
medicamento é injetado diretamente na corrente sanguínea através de um vaso sanguíneo. Essa
via de administração permite uma absorção rápida e completa do medicamento, tornando-a uma
opção comum em situações de emergência ou quando é necessário um efeito imediato. Pode ser
utilizada também para administração de hemocomponentes e nutrição parenteral (atividade priva-
tiva do enfermeiro).

Para administrar um medicamento por via endovenosa, é necessário acessar uma veia com uma
agulha ou cateter venoso. É comum o uso de dispositivos como cateteres periféricos, que são in-
seridos em veias superficiais, ou cateteres centrais, que são inseridos em veias profundas, como a
veia jugular ou subclávia.

A administração de medicamentos por via endovenosa requer cuidados especiais para evitar a con-
taminação do medicamento e reduzir os riscos de infecções e complicações. É importante garantir
a esterilidade do local de inserção do cateter e o uso de equipamentos adequados para a adminis-
tração do medicamento.

Preparo e administração

Materiais Necessários
•• Prescrição médica
•• Bandeja
•• Medicamento e diluente conforme prescrito
•• 1 seringa (em tamanho a ser definido conforme o volume da medicação a ser ministrada)
•• 1 agulha para aspirar medicação (40mm x 12mm ou 30mm x 10mm)
•• 1 agulha para administrar medicação (25mm x 7mm ou 25mm x 8mm)
•• Algodão
•• Clorexidina alcoólico 0,5%
•• Fita adesiva
•• EPI’s
•• Equipo e bomba de infusão ou extensor se necessário

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Preparo Solução em frasco ou bolsa, já pronta para uso (dose certa)
•• Separe todo o material necessário.
•• Lave as mãos com água e sabão e coloque luvas e EPIs necessários.
•• Oriente o paciente quanto ao procedimento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Conectar o frasco ou bolsa (já pronta para uso) ao equipo de infusão estéril e descartável.
•• Fixe o equipo no suporte de soro ou no braço do paciente.
•• Conecte o equipo ao dispositivo de acesso venoso e ajuste a infusão de acordo com a prescrição
médica.
•• Monitore a administração do medicamento e observar possíveis reações adversas.
•• Ao final da infusão, retire o equipo, lave o acesso venoso e realize a limpeza e desinfecção dos
dispositivos.
•• Descarte os resíduos e materiais utilizados em locais apropriados, seguindo as normas de segu-
rança e higiene.

Solução em frasco/ampola sem necessidade de diluição


•• Separe todo o material necessário.
•• Lave as mãos com água e sabão e coloque luvas e EPIs necessários.
•• Oriente o paciente quanto ao procedimento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Verifique a integridade do frasco ou ampola do medicamento, verificando se não há vazamen-
tos ou danos.
•• Higienize o frasco ou ampola.
•• Prepare a seringa, conectando a agulha (40 x 12 mm) estéril e descartável.
•• Aspire a dose prescrita do frasco ou ampola.
•• Realize a antissepsia dos dispositivos e introduza a agulha, de acordo com a técnica indicada e
seguindo as normas de segurança.
•• Monitorar a administração do medicamento e observar possíveis reações adversas.
•• Descarte os resíduos e materiais utilizados em locais apropriados, seguindo as normas de segu-
rança e higiene.

Solução em frasco/ampola com necessidade de diluição


•• Separe todo o material necessário.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Lave as mãos com água e sabão e coloque luvas e EPIs necessários.
•• Oriente o paciente quanto ao procedimento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Verifique a integridade do frasco ou ampola do medicamento, verificando se não há vazamen-
tos ou danos.
•• Higienize o frasco ou ampola.
•• Prepare a seringa, conectando a agulha (40 x 12 mm) estéril e descartável.
•• Calcule a quantidade de diluente necessária para preparar a solução.
•• Realize a diluição da medicação, seguindo as orientações do fabricante e da prescrição médica.
•• Aspire a dose prescrita do frasco ou ampola.
•• Administre a medicação diluída por via endovenosa, seguindo as normas de segurança e moni-
torando o paciente durante todo o procedimento;
•• Observe possíveis reações adversas e monitore a resposta do paciente à medicação.
•• Descarte os resíduos e materiais utilizados em locais apropriados, seguindo as normas de segu-
rança e higiene.

Pó ou liofilizado
•• Separe todo o material necessário.
•• Lave as mãos com água e sabão e coloque luvas e EPIs necessários.
•• Oriente o paciente quanto ao procedimento.
•• Verifique a prescrição médica e a dose recomendada.
•• Verifique a integridade do frasco ou ampola do medicamento, verificando se não há vazamen-
tos ou danos.
•• Agite o frasco ampola para desprender o pó do fundo do frasco.
•• Higienize o frasco ampola.
•• Prepare a seringa, conectando a agulha (40 x 12 mm) estéril e descartável.
•• Selecione o frasco ou ampola contendo o pó liofilizado, e verificar as instruções específicas para
a reconstituição, seguindo as orientações da prescrição médica e das normas do fabricante.
•• Calcule a quantidade de solução necessária para reconstituir o pó liofilizado, utilizando seringas
estéreis e materiais descartáveis;
•• Realize a reconstituição da medicação, seguindo as orientações do fabricante e da prescrição
médica;

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•• Aspire a dose prescrita do frasco ou ampola.
•• Administre a medicação reconstituída por via endovenosa, seguindo as normas de segurança e
monitorando o paciente durante todo o procedimento.
•• Se houver sobra de medicamento armazenar ou desprezar conforme orientações do fabricante.
•• Observe possíveis reações adversas e monitore a resposta do paciente à medicação.
•• Descarte os resíduos e materiais utilizados em locais apropriados, seguindo as normas de segu-
rança e higiene.

Vantagens e desvantagens

A via endovenosa pode apresentar alguns efeitos colaterais, como irritação da veia, trombose, infec-
ção e reações alérgicas. Por isso, é importante seguir as orientações prescritas e as técnicas de admi-
nistração corretas para minimizar esses riscos.
99 Os medicamentos administrados por via endovenosa podem apresentar efeitos mais rápidos
em comparação com outras vias de administração, o que pode ser vantajoso em situações de
emergência.

Além disso, essa via permite a administração de doses maiores de medicamentos que não poderiam
ser administrados por outras vias devido à sua toxicidade ou baixa biodisponibilidade. Entretanto, a
administração de medicamentos por essa via requer habilidade e treinamento especializado, e deve
ser realizada apenas por profissionais de saúde capacitados.

Cuidados de enfermagem
99 Sempre realize a desinfecção do frasco, bolsa ou ampola com algodão e álcool 70%.
99 Antes de administrar o medicamento verifique a permeabilidade do acesso venoso, e realize a
desinfecção dos dispositivos do acesso venoso.
99 Atente para o preenchimento completo do rótulo das soluções.
99 Após o término da infusão, salinize o acesso venoso.
99 Verifique se a medicação é de via exclusiva.
99 Confira o prazo de estabilidade da medicação após diluída e necessidade do uso de equipo
fotossensível.
99 Realize dupla checagem para os medicamentos de alta vigilância.
99 Registre todo o procedimento no prontuário do paciente.

Cálculo de Medicamentos

Unidades Internacionais
O cálculo em unidades internacionais no preparo e administração de medicamentos é feito com base
na quantidade de uma substância biológica ou farmacêutica presente no medicamento, utilizando a

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
unidade internacional (UI) como medida. Normalmente é utilizado a seringa de 01 ml que é utilizada
normalmente para administração de insulina, ela é graduada de 02 em 02 unidades.
1 ml = 100 UI
0,1 ml = 10 UI

Gotejamento soro

O cálculo de gotejamento é utilizado para determinar a taxa de administração de soluções parente-


rais, como soro fisiológico ou medicamentos, por via intravenosa. Para auxiliar nesse cálculo, é impor-
tante seguir os seguintes passos:

Verificar a prescrição médica para identificar a quantidade e a concentração do medicamento a ser


administrado, assim como a duração do tratamento e a via de administração (no caso, intravenosa).

Verificar o tipo de equipo que será utilizado, que pode ser microgotas (geralmente 60 gotas/mL) ou
macrogotas (geralmente 20 gotas/mL).
Calcular a taxa de infusão em mL/hora, utilizando a fórmula:
•• (Total de volume a ser administrado / Duração do tratamento em horas) = Taxa de infusão em
mL/hora
Calcular o número de gotas por minuto (gpm), utilizando a fórmula:
•• (Taxa de infusão em mL/hora x Gotejamento do equipo em gotas/mL) / 60 minutos = Número
de gotas por minuto

É importante ressaltar que o cálculo de gotejamento deve ser feito com cuidado e atenção, para evi-
tar erros de administração que possam prejudicar o paciente. Sempre siga as orientações do médico
e peça ajuda de um profissional de saúde capacitado em caso de dúvidas.

IMPORTANTE

xx 1 gota equivale a 3 microgotas.


xx 20 gotas equivalem a 1 ml.
xx ml = mililitro

RESUMO

A administração de medicamentos por via intravenosa (IV) é uma das formas mais comuns de admi-
nistração em ambiente hospitalar, pois permite uma rápida absorção e resposta do paciente. O pre-
paro e administração de medicamentos IV deve ser feito com extrema precisão e cuidado para evitar
complicações graves para o paciente.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Para preparar e administrar o profissional de enfermagem deve:
99 Verificar a prescrição médica: antes de administrar qualquer medicamento, o profissional de
enfermagem deve verificar a prescrição médica para garantir que o medicamento, dose e via de
administração estejam corretos.
99 Conhecer as características do medicamento: é importante conhecer as características do me-
dicamento, incluindo a concentração, diluente recomendado, velocidade de infusão e possíveis
reações adversas.
99 Preparar o medicamento: o medicamento deve ser preparado de acordo com as instruções do
fabricante e as diretrizes de segurança. O profissional de enfermagem deve verificar a compa-
tibilidade do medicamento com outros medicamentos que já estão sendo administrados na
mesma via.
99 Verificar a via e o acesso: antes de administrar o medicamento, o profissional de enfermagem
deve verificar a via de acesso venoso e garantir que a mesma esteja permeável e sem sinais de
infecção.
99 Administrar o medicamento: a administração do medicamento deve ser feita de acordo com a
prescrição médica e as diretrizes de segurança. É importante observar o paciente durante todo
o período de infusão para detectar possíveis reações adversas.
99 Documentar a administração: é importante documentar a administração do medicamento no
prontuário do paciente, incluindo a dose, horário, via de administração e possíveis reações
adversas.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

1. Qual a técnica recomendada para preparar um medicamento endovenoso?

a. Utilizar uma seringa e agulha de calibre maior para retirar o medicamento do frasco-ampola.

b. Agitar vigorosamente o frasco-ampola antes de retirar o medicamento.

c. Utilizar uma técnica asséptica e um equipo estéril para retirar o medicamento do frasco-ampola.

d. Retirar o medicamento com uma seringa e agulha de calibre menor para facilitar a administração.

2. Qual o local mais indicado para a administração de medicamento endovenoso?

a. ( ) Veia jugular

b. ( ) Veia femoral

c. ( ) Veia subclávia

d. ( ) Veia periférica

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
3. Quais são os principais cuidados que devem ser observados pelos profissionais de enfermagem
durante o preparo e administração de medicamentos via endovenosa, visando garantir a seguran-
ça e a eficácia do tratamento?

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4. Explique o cálculo de gotejamento do soro, detalhando os passos para determinar a taxa de


administração de soluções parenterais.

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5. Como é realizado o cálculo em unidades internacionais no preparo e administração de me-


dicamentos?

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EAD

1. Anticonvulsivante / Antihipertensivos / Antiarrítmicos

1.1 Anticonvulsivantes

Os medicamentos anticonvulsivantes são utilizados para prevenir ou reduzir a frequência e a inten-


sidade das convulsões em pessoas que sofrem de epilepsia ou outras condições neurológicas que
causam convulsões.

Mecanismo de ação

Os medicamentos anticonvulsivantes têm como mecanismo de ação principal a redução da excitabili-


dade neuronal no sistema nervoso central. As convulsões ocorrem quando há uma atividade elétrica
anormal e excessiva nos neurônios cerebrais, causando uma má condução elétrica nas células cerebrais.

Cada medicamento anticonvulsivante tem um mecanismo de ação específico, mas a maioria age blo-
queando canais de íons, principalmente canais de sódio, nas membranas celulares dos neurônios. Ao
bloquear esses canais, os medicamentos anticonvulsivantes impedem a entrada excessiva de íons nos
neurônios, reduzindo a excitabilidade neuronal e prevenindo a propagação de descargas elétricas anor-
mais que causam as convulsões.

Outros mecanismos de ação dos medicamentos anticonvulsivantes incluem a ativação de receptores de


neurotransmissores inibitórios, como o ácido gama-aminobutírico (GABA), que reduzem a excitabilida-
de neuronal, e a inibição de enzimas que produzem neurotransmissores excitatórios, como o glutamato.

Além disso, alguns medicamentos anticonvulsivantes também podem ter efeitos neuroprotetores,
protegendo os neurônios do cérebro contra danos causados por convulsões prolongadas ou lesões
cerebrais.

Via de administração

Os medicamentos anticonvulsivantes podem ser administrados por diversas vias, dependendo do medi-
camento, da situação clínica e da preferência do médico e do paciente.
As principais vias de administração são:
•• Via oral: a forma mais comum de administração de medicamentos anticonvulsivantes é por via
oral, ou seja, através da boca, em forma de comprimidos, cápsulas ou soluções.
•• Via intravenosa: em situações de emergência ou quando a via oral não é possível, os medica-
mentos anticonvulsivantes podem ser administrados por via intravenosa, ou seja, diretamente
na veia. Essa via de administração é mais rápida e eficaz do que a via oral, mas requer cuidados
especiais e monitorização constante do paciente.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Via intramuscular: em casos selecionados, os medicamentos anticonvulsivantes podem ser ad-
ministrados por via intramuscular, ou seja, através de uma injeção no músculo. Essa via é menos
comum do que a via oral ou intravenosa, mas pode ser útil em situações específicas.
•• Via enteral: através de sonda entérica, gastrostomia ou jejunostomia.

Medicamentos

Existem diversos tipos de medicamentos anticonvulsivantes disponíveis no mercado, cada um com


mecanismos de ação e indicações específicas. Alguns dos principais tipos são:
•• Ácido valpróico: utilizado para o tratamento de crises epilépticas generalizadas e parciais,
transtornos do humor e enxaquecas. Atua aumentando os níveis de GABA (ácido gama-ami-
nobutírico), um neurotransmissor inibitório que reduz a excitabilidade neuronal.
•• Carbamazepina: utilizado para o tratamento de crises epilépticas parciais, neuralgia do trigê-
meo e transtorno bipolar. Atua bloqueando canais de sódio, reduzindo a excitabilidade neuronal.
•• Fenitoína: utilizado para o tratamento de crises epilépticas tônico-clônicas e parciais, arritmias
cardíacas e dor neuropática. Atua bloqueando canais de sódio e diminuindo a excitabilidade
neuronal.
•• Lamotrigina: utilizado para o tratamento de crises epilépticas generalizadas e parciais, e trans-
torno bipolar. Atua bloqueando canais de sódio e diminuindo a excitabilidade neuronal.
•• Topiramato: utilizado para o tratamento de crises epilépticas generalizadas e parciais, e
enxaqueca.
•• Levetiracetam: utilizado para o tratamento de crises epilépticas generalizadas e parciais. Atua
ligando-se a uma proteína específica no cérebro e reduzindo a excitabilidade neuronal.
•• Oxcarbazepina: utilizado para o tratamento de crises epilépticas parciais.
•• Gabapentina: utilizado para o tratamento de crises epilépticas parciais e dor neuropática.
•• Pregabalina: utilizado para o tratamento de crises epilépticas parciais, dor neuropática e ansie-
dade generalizada.

A escolha do medicamento mais adequado para cada paciente depende de vários fatores, como o
tipo de crise, a idade e as condições de saúde do paciente, e a presença de outras doenças ou medi-
cações em uso.

Armazenamento

O armazenamento dos medicamentos anticonvulsivantes deve seguir as recomendações de cada fa-


bricante, que podem variar conforme o tipo de medicamento. No entanto, algumas orientações gerais
incluem:
•• Armazenar os medicamentos em local fresco e seco, protegido da luz e umidade.
•• Manter os medicamentos em suas embalagens originais, com as informações de identificação,
dosagem e validade.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Verificar a data de validade dos medicamentos antes do uso, e descartar aqueles que estiverem
vencidos.
•• Evitar o armazenamento de medicamentos anticonvulsivantes em ambientes com variações de
temperatura, como cozinhas e banheiros.
•• Armazenar os medicamentos em local seguro, longe do alcance de crianças e animais de
estimação.
•• Diluições não utilizadas devem ser desprezadas.
•• Atentar para estabilidade das soluções após preparadas.

É importante que os medicamentos anticonvulsivantes sejam armazenados de maneira adequada


para garantir a eficácia e segurança do tratamento. Em caso de dúvidas sobre o armazenamento de
um medicamento específico, é importante consultar o farmacêutico responsável.

Efeitos colaterais

Os medicamentos anticonvulsivantes podem apresentar efeitos colaterais, que podem variar con-
forme o tipo de medicamento e a dose utilizada. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem:
•• Sonolência e fadiga: muitos medicamentos anticonvulsivantes podem causar sonolência, fadi-
ga e diminuição da atenção e da coordenação motora.
•• Tontura e vertigem: algumas pessoas podem sentir tontura e vertigem ao utilizar
anticonvulsivantes.
•• Náusea e vômitos: os medicamentos anticonvulsivantes podem causar desconforto gastroin-
testinal, como náusea e vômitos.
•• Alterações no apetite e no peso: alguns anticonvulsivantes podem levar a alterações no apetite
e no peso corporal.
•• Mudanças de humor e comportamento: alguns anticonvulsivantes podem afetar o humor e
o comportamento das pessoas, podendo causar irritabilidade, ansiedade, depressão e outros
sintomas.
•• Alterações na função hepática: alguns anticonvulsivantes podem afetar a função do fígado,
sendo necessário monitorar periodicamente a função hepática.
•• Alterações na função renal: alguns anticonvulsivantes podem afetar a função renal, sendo ne-
cessário monitorar periodicamente a função renal.
•• Risco de malformações congênitas: o uso de anticonvulsivantes durante a gestação pode au-
mentar o risco de malformações congênitas.
•• Risco de interação medicamentosa: os anticonvulsivantes podem interagir com outros medi-
camentos, podendo reduzir sua eficácia ou aumentar o risco de efeitos colaterais.

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Proz
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS,
URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Cuidados de enfermagem
Os cuidados de enfermagem ao administrar medicamentos anticonvulsivantes incluem:
99 Realizar os 13 certos para o preparo e administração de medicamentos.
99 Verificar a prescrição médica: É importante verificar se o medicamento, a dose e a via de ad-
ministração estão corretos e se há alguma interação medicamentosa que possa prejudicar o
paciente.
99 Orientar o paciente e a família: o paciente e seus familiares devem ser orientados sobre a im-
portância de seguir as orientações médicas, tomar o medicamento na dose e horários corretos,
e relatar qualquer reação adversa.
99 Monitorar efeitos colaterais: Algumas medicações anticonvulsivantes podem ter efeitos colate-
rais, como sonolência, tontura, náusea e alterações na pressão arterial. O enfermeiro deve estar
atento para identificar possíveis reações adversas e notificar o médico responsável.
99 Monitorar a eficácia do tratamento: É importante monitorar a frequência e a intensidade das
convulsões para avaliar a eficácia do tratamento e ajustar a dose do medicamento, se necessário.
99 Registrar a administração do medicamento: Todas as informações relacionadas à administração
do medicamento devem ser registradas no prontuário do paciente, como a dose, a via de admi-
nistração, o horário e quaisquer reações adversas observadas.

É importante lembrar que a administração de medicamentos anticonvulsivantes é uma atividade que


requer atenção e cuidados específicos por parte dos profissionais de saúde, a fim de garantir a segu-
rança e eficácia do tratamento.

1.2 Antihipertensivos

Os medicamentos anti-hipertensivos são utilizados para controlar e ajudar a reduzir a pressão arterial
e prevenir complicações, como doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e insu-
ficiência renal. Cada tipo de medicamento anti-hipertensivo tem seus próprios efeitos colaterais e
precauções específicas, e a escolha do medicamento e dose dependerá das necessidades individuais
de cada paciente. O acompanhamento médico regular é importante para monitorar a eficácia e se-
gurança do tratamento.

Mecanismo de ação

Existem vários tipos de medicamentos anti-hipertensivos que atuam em diferentes mecanismos fisio-
lógicos para diminuir a pressão arterial. Os principais tipos incluem:
•• Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): Esses medicamentos bloqueiam a
ação da enzima conversora de angiotensina (ECA), que converte a angiotensina I em angio-
tensina II. A angiotensina II é um potente vasoconstritor, o que significa que estreita os vasos
sanguíneos, aumentando a resistência ao fluxo sanguíneo e, consequentemente, elevando a
pressão arterial. Ao bloquear a ação da ECA, os IECA diminuem a produção de angiotensina II,
resultando em vasodilatação e consequentemente na diminuição da pressão arterial.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS PATOLOGIAS GASTRINTESTINAIS,
URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA): Esses medicamentos bloqueiam espe-
cificamente os receptores da angiotensina II, impedindo que ela se ligue e produza seus efeitos
vasoconstritores. Isso resulta em vasodilatação e diminuição da pressão arterial.
•• Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC): Esses medicamentos bloqueiam a entrada de íons de
cálcio nas células musculares lisas das paredes dos vasos sanguíneos. O cálcio é necessário para
a contração muscular, então o bloqueio desse influxo reduz a resistência ao fluxo sanguíneo e
diminui a pressão arterial.
•• Diuréticos: Esses medicamentos aumentam a excreção de sal e água pelos rins, o que reduz o
volume de líquido circulante e, consequentemente, diminui o volume sanguíneo e a pressão
arterial.
•• Betabloqueadores: Esses medicamentos bloqueiam os receptores beta-adrenérgicos, que são
responsáveis por responder aos sinais do sistema nervoso simpático que aumentam a frequên-
cia cardíaca e a força da contração cardíaca. Ao bloquear esses receptores, os betabloqueado-
res reduzem a frequência cardíaca e a força da contração, diminuindo a demanda do coração
por oxigênio e diminuindo a pressão arterial.
•• Agonistas adrenérgicos centrais: Esses medicamentos atuam no sistema nervoso central, re-
duzindo a atividade simpática e diminuindo a resistência vascular periférica, resultando em uma
diminuição da pressão arterial.
•• Vasodilatadores diretos: Esses medicamentos relaxam diretamente os músculos lisos das pare-
des dos vasos sanguíneos, resultando em vasodilatação e diminuição da pressão arterial.

Cada classe de medicamentos anti-hipertensivos atua em diferentes pontos do sistema cardiovas-


cular, mas todos têm como objetivo comum a diminuição da pressão arterial. A escolha do medica-
mento e a dosagem adequada dependem das características do paciente e do grau de elevação da
pressão arterial.

Via de administração

Os medicamentos anti-hipertensivos podem ser administrados por diferentes vias, sendo as mais
comuns a via oral, a via subcutânea e a via intravenosa.
Via oral: é a forma mais comum. Os medicamentos são ingeridos por via oral e, em seguida, são
absorvidos pelo trato gastrointestinal e levados para a corrente sanguínea, onde exercem seus
efeitos. Alguns exemplos incluem os inibidores da ECA, os bloqueadores dos receptores de angio-
tensina, os diuréticos, os beta-bloqueadores e os antagonistas dos canais de cálcio.
Via subcutânea: que envolve a injeção do medicamento em uma camada de gordura abaixo da
pele. Essa via é menos comum que a via oral e é utilizada principalmente em situações em que é
necessária uma ação rápida do medicamento, como em crises hipertensivas.
Via intravenosa: a administração de medicamentos é realizada diretamente na corrente sanguí-
nea. Essa via é utilizada principalmente em situações de emergência, como em casos de hiperten-
são grave ou falência cardíaca aguda. Alguns exemplos de medicamentos administrados por via
intravenosa incluem o nitroprussiato de sódio, a nicardipina e o labetalol.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Além dessas vias, existem outras menos comuns, como a via intramuscular e a via transdérmica. A
escolha da via de administração depende do tipo de medicamento, da indicação, da gravidade da
hipertensão e das condições clínicas do paciente.

Medicamentos
Existem vários tipos de medicamentos anti-hipertensivos, que atuam em diferentes mecanismos fi-
siológicos para reduzir a pressão arterial. Alguns dos principais tipos incluem:
•• Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): reduzem a produção de angiotensina
II, uma substância que causa constrição dos vasos sanguíneos, resultando em vasodilatação e
redução da pressão arterial. Exemplos incluem enalapril, captopril e lisinopril.
•• Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA): impedem que a angiotensina II se ligue
aos seus receptores, causando vasodilatação e redução da pressão arterial. Exemplos incluem
losartan, valsartan e candesartan.
•• Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC): impedem a entrada de cálcio nas células musculares
dos vasos sanguíneos, o que reduz a constrição e causa vasodilatação. Exemplos incluem amlo-
dipina, nifedipina e verapamil.
•• Diuréticos: aumentam a eliminação de sal e água pelos rins, o que reduz o volume sanguíneo e
a pressão arterial. Exemplos incluem hidroclorotiazida, furosemida e espironolactona.
•• Beta-bloqueadores: bloqueiam os receptores beta-adrenérgicos, o que diminui a frequência
cardíaca e reduz a força de contração do coração, resultando em uma redução da pressão arte-
rial. Exemplos incluem atenolol, propranolol e metoprolol.
•• Inibidores diretos da renina: impedem a produção de renina, uma enzima que desempenha
um papel chave na regulação da pressão arterial. Exemplos incluem alisquireno.

Armazenamento
O armazenamento correto dos medicamentos anti-hipertensivos é importante para garantir a efi-
cácia e a segurança do tratamento. As recomendações de armazenamento podem variar de acordo
com o tipo de medicamento, por isso é importante ler a bula ou seguir as orientações do médico
ou farmacêutico.
Algumas orientações gerais para o armazenamento dos medicamentos anti-hipertensivos incluem:
•• Armazenar em local fresco e seco, longe da umidade, do calor e da luz direta. Armários ou ga-
vetas em temperatura ambiente são bons locais para armazenamento.
•• Armazenar longe do alcance de crianças e animais de estimação, pois alguns deles podem ser
tóxicos se ingeridos acidentalmente.
•• Verificar a validade e descartar medicamentos vencidos, pois medicamentos vencidos podem
não ser eficazes ou podem ser prejudiciais à saúde.
•• Não armazenar em locais úmidos ou quentes, pois alguns medicamentos são sensíveis à umi-
dade ou ao calor. Por isso, não devem ser armazenados em locais úmidos, como banheiros, ou
em locais quentes, como perto de radiadores ou fogões.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Manter na embalagem original para protegê-los da luz, da umidade e da contaminação.
•• Não transferir medicamentos para outros recipientes, como frascos de plástico ou envelopes,
pois isso pode causar confusão ou deterioração do medicamento.

Efeitos colaterais

Os medicamentos anti-hipertensivos são prescritos para reduzir a pressão arterial elevada e, em ge-
ral, são bem tolerados pelos pacientes. No entanto, como qualquer outro medicamento, eles podem
ter efeitos colaterais, que variam de acordo com o tipo de medicamento e a dose prescrita. Alguns
dos possíveis efeitos colaterais dos medicamentos anti-hipertensivos incluem:
•• Hipotensão: alguns medicamentos podem reduzir a pressão arterial de forma excessiva, o que
pode levar a tonturas, desmaios, fraqueza e sensação de cansaço.
•• Tontura: medicamentos que reduzem a pressão arterial podem causar tontura e vertigem, es-
pecialmente quando se levanta rapidamente de uma posição sentada ou deitada.
•• Fadiga e sonolência: o que pode afetar a capacidade de concentração e desempenho no trabalho.
•• Náusea e vômito: especialmente quando ingeridos com o estômago vazio.
•• Impotência sexual: alguns medicamentos podem afetar a função sexual em homens e mulheres.
•• Ganho de peso: alguns medicamentos podem levar ao ganho de peso, o que pode aumentar o
risco de outros problemas de saúde, como diabetes e doenças cardiovasculares.
•• Distúrbios do sono: como insônia e sonhos vívidos.

É importante ressaltar que nem todos os pacientes que tomam medicamentos anti-hipertensivos
apresentam efeitos colaterais e que muitos desses efeitos podem ser controlados com ajustes na
dosagem ou troca do medicamento.

Cuidados de enfermagem

Os cuidados de enfermagem ao administrar medicamentos anti-hipertensivos incluem:


99 Avaliar a pressão arterial do paciente antes de administrar o medicamento para verificar se é
necessário ajustar a dose ou suspender a administração da medicação.
99 Verificar se o paciente tem alergias conhecidas aos medicamentos anti-hipertensivos ou a qual-
quer outro medicamento.
99 Informar ao paciente sobre os efeitos colaterais comuns do medicamento, como tontura, fa-
diga, náusea e vômito, e orientá-lo sobre como relatar esses efeitos a equipe de enfermagem.
99 Verificar se o paciente está tomando outros medicamentos, pois alguns medicamentos podem
interagir com os anti-hipertensivos e aumentar ou diminuir seu efeito.
99 Orientar o paciente sobre a importância de seguir a dosagem prescrita e não alterar ou inter-
romper a medicação sem consultar um médico.

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99 Verificar se o paciente tem uma dieta baixa em sódio e orientar o paciente a evitar alimentos
ricos em sódio que possam interferir na eficácia do medicamento.
99 Monitorar a pressão arterial do paciente após a administração do medicamento para verificar
se a dose foi eficaz em reduzir a pressão arterial.
99 Observar os efeitos colaterais do medicamento e relatar quaisquer reações adversas.
99 Manter um registro preciso da administração do medicamento e da pressão arterial do paciente.
99 Monitorar os sinais vitais do paciente, incluindo frequência cardíaca e respiratória, durante a
administração do medicamento e após a administração, especialmente se a dose for ajustada.

1.3 Antiarrítmicos

Os medicamentos antiarrítmicos são um grupo de medicamentos utilizados para tratar distúrbios


do ritmo cardíaco anormais, conhecidos como arritmias cardíacas. As arritmias cardíacas podem
ser causadas por uma variedade de fatores, incluindo doenças cardíacas, distúrbios metabólicos,
uso de drogas ou álcool e alterações no equilíbrio de eletrólitos no sangue. Os medicamentos an-
tiarrítmicos agem para corrigir ou prevenir arritmias cardíacas ao afetar a condutividade elétrica do
coração, a frequência cardíaca ou a força de contração do músculo cardíaco.

Existem diferentes tipos de medicamentos antiarrítmicos, cada um com diferentes mecanismos de


ação e indicados para tratar diferentes tipos de arritmias. O uso de medicamentos antiarrítmicos
deve ser cuidadosamente monitorado, pois podem ter efeitos colaterais e interações com outros
medicamentos.

Mecanismo de ação
Os medicamentos antiarrítmicos têm diferentes mecanismos de ação, mas geralmente afetam a con-
dução elétrica do coração para tratar ou prevenir arritmias cardíacas. Alguns dos mecanismos de ação
comuns incluem:
•• Bloqueio de canais iônicos: estes medicamentos podem bloquear a entrada de íons, como
sódio, potássio e cálcio, nas células cardíacas. Isso afeta a condutividade elétrica do coração e
pode ajudar a tratar certos tipos de arritmias.
•• Prolongamento do potencial de ação: alguns medicamentos podem prolongar a duração do
potencial de ação nas células cardíacas, o que pode ajudar a prevenir arritmias.
•• Bloqueio de receptores adrenérgicos: estes medicamentos podem bloquear os receptores
adrenérgicos no coração, que são ativados pelo sistema nervoso simpático e podem aumentar
a frequência cardíaca e a força de contração. Bloquear esses receptores pode ajudar a reduzir
a ocorrência de arritmias.
•• Redução da atividade do nó sinusal: alguns medicamentos podem reduzir a atividade do nó
sinusal, que é responsável por iniciar os batimentos cardíacos regulares.

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•• Redução da atividade dos tecidos ectópicos: alguns medicamentos podem reduzir a ativida-
de dos tecidos ectópicos no coração, que são responsáveis por iniciar batimentos cardíacos
anormais.

O mecanismo de ação específico de cada medicamento antiarrítmico depende do tipo de arritmia


que está sendo tratada e do tipo de canal iônico ou receptor que o medicamento está direcionando.
O uso de medicamentos antiarrítmicos deve ser cuidadosamente monitorado, pois podem apresen-
tar efeitos colaterais e interações com outros medicamentos.

Via de administração

Os medicamentos antiarrítmicos podem ser administrados por diversas vias, incluindo:


•• Oral: a via oral é a forma mais comum de administração. Os comprimidos ou cápsulas são inge-
ridos por via oral, geralmente com água ou alimentos.
•• Endovenosa: são injetados diretamente na veia por um profissional de saúde.
•• Intramuscular: injetados diretamente no músculo por um profissional de saúde.
•• Transdérmica: são absorvidos através da pele. Os medicamentos são aplicados na forma de
adesivos transdérmicos.

A via de administração escolhida depende do tipo de medicamento antiarrítmico e das necessidades


individuais do paciente.

Medicamentos
Existem quatro classes principais de medicamentos antiarrítmicos, classificadas de acordo com o seu
mecanismo de ação e seus efeitos sobre o coração. Cada classe de medicamento tem diferentes indi-
cações para o tratamento de diferentes tipos de arritmias.
•• Bloqueadores de canal de sódio: como a lidocaína, são usados para tratar arritmias ventricula-
res, que ocorrem nas câmaras inferiores do coração. Esses medicamentos diminuem a atividade
elétrica nas células cardíacas, impedindo que batimentos cardíacos anormais se desenvolvam.
•• Bloqueadores de canal de potássio: como a amiodarona, são usados para tratar arritmias
atriais, que ocorrem nas câmaras superiores do coração. Esses medicamentos prolongam o tem-
po de repolarização das células cardíacas, ajudando a prevenir batimentos cardíacos anormais.
•• Bloqueadores de canal de cálcio: como a verapamil, são usados para tratar arritmias supra-
ventriculares, que incluem taquicardia atrial e flutter atrial. Esses medicamentos reduzem a en-
trada de cálcio nas células cardíacas, reduzindo a velocidade de condução elétrica no coração.
•• Beta-bloqueadores: como o propranolol, são usados para tratar diferentes tipos de arritmias, in-
cluindo arritmias supraventriculares e ventriculares. Esses medicamentos reduzem a frequência
cardíaca e a força de contração do coração, reduzindo o risco de batimentos cardíacos anormais.

Cada classe de medicamentos antiarrítmicos tem diferentes efeitos colaterais e pode interagir com
outros medicamentos, por isso é importante que a escolha do medicamento e a dosagem seja feita
cuidadosamente, com base na avaliação individual do paciente e suas necessidades.

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Armazenamento

O armazenamento adequado de medicamentos antiarrítmicos é importante para garantir a sua eficá-


cia e segurança. Aqui estão algumas orientações gerais:
•• Armazenar em local fresco e seco: a maioria dos medicamentos antiarrítmicos deve ser arma-
zenada em temperatura ambiente, entre 15 e 30 graus Celsius. Evite armazenar em locais com
excesso de umidade, calor ou luz solar direta, como banheiros e janelas.
•• Manter os medicamentos em embalagens originais: para que seja fácil identificar o medica-
mento e a data de validade.
•• Manter fora do alcance de crianças e animais de estimação: para evitar a ingestão acidental.
•• Verificar a data de validade: descartar os medicamentos vencidos ou que não foram armazena-
dos adequadamente.
•• Não dividir ou triturar comprimidos: a menos que seja orientado pelo seu médico ou farmacêutico.

Lembre-se de que o armazenamento adequado dos medicamentos antiarrítmicos é importante para


garantir sua eficácia e segurança.

Efeitos colaterais
Alguns dos possíveis efeitos colaterais dos medicamentos antiarrítmicos incluem:
•• Arritmias: alguns medicamentos podem piorar as arritmias em vez de melhorá-las.
•• Tontura e desmaio: alguns medicamentos podem afetar a pressão arterial e causar tontura ou
desmaio.
•• Náusea e vômito.
•• Fadiga.
•• Problemas de visão: podem afetar a visão e causar distúrbios visuais.
•• Problemas respiratórios: Alguns medicamentos podem afetar a respiração e causar falta de ar.
•• Sensibilidade à luz solar: Alguns medicamentos antiarrítmicos podem aumentar a sensibilidade à
luz solar e causar queimaduras.
•• Problemas de pele: podem causar reações alérgicas na pele.
•• Aumento de peso.
•• Danos ao fígado.

É importante lembrar que nem todos os pacientes terão os mesmos efeitos colaterais e que alguns
medicamentos antiarrítmicos têm efeitos colaterais mais graves do que outros.

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Cuidados de enfermagem

Ao administrar medicamentos antiarrítmicos, é importante que se tome medidas de segurança e mo-


nitorize cuidadosamente o paciente. Alguns cuidados de enfermagem ao administrar antiarrítmicos
incluem:
99 Obter um histórico médico completo do paciente, incluindo medicamentos anteriores e atuais,
alergias e problemas de saúde.
99 Verificar a prescrição médica, dose, via e horário da medicação, bem como as precauções ou
contraindicações.
99 Monitorizar o ritmo cardíaco do paciente antes, durante e após a administração do medicamen-
to, observando quaisquer alterações significativas.
99 Verificar a pressão arterial do paciente antes da administração do medicamento e monitorizar a
pressão arterial durante a infusão, especialmente se for uma medicação intravenosa.
99 Monitorizar a função hepática e renal do paciente para detectar quaisquer alterações ou
problemas.
99 Avaliar o paciente em relação a efeitos colaterais comuns dos medicamentos antiarrítmicos,
como tontura, náusea, vômito e fadiga.
99 Educar o paciente sobre os efeitos colaterais potenciais e a importância de informar o se ocor-
rerem sintomas incomuns.
99 Manter o paciente confortável e calmo durante a administração do medicamento, uma vez que
alguns medicamentos antiarrítmicos podem causar desconforto ou irritação no local da injeção
ou infusão.

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

Anticonvulsivantes são medicamentos usados principalmente para controlar convulsões em pacien-


tes com distúrbios como epilepsia, mas também podem ser prescritos para tratar certas formas de
dor crônica e transtornos de humor. Estes medicamentos atuam sobre os neurotransmissores cere-
brais, ajudando a estabilizar a atividade elétrica anormal no cérebro que pode causar convulsões.

Antihipertensivos são medicamentos destinados a tratar a hipertensão, ou pressão arterial elevada.


Eles funcionam através de diversos mecanismos, como relaxamento dos vasos sanguíneos ou dimi-
nuição do volume de sangue, e são fundamentais na prevenção de complicações cardíacas e renais
decorrentes da hipertensão.

Já os Antiarrítmicos são medicamentos que regularizam o ritmo cardíaco, sendo utilizados para tratar
arritmias cardíacas, que são irregularidades na frequência ou no ritmo dos batimentos do coração.
Esses medicamentos atuam interferindo nos canais iônicos cardíacos ou no sistema autonômico para
restaurar o ritmo cardíaco normal.

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EAD

2. Insulina/Antibióticos

2.1 Insulina

A insulina é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas e é fundamental para o controle
do nível de glicose (açúcar) no sangue. A sua principal função é permitir a entrada da glicose nas célu-
las do corpo para ser utilizada como fonte de energia. A insulina também ajuda a armazenar a glicose
no fígado e músculos sob a forma de glicogênio.

A falta ou a insuficiência de insulina no organismo resulta em uma condição chamada diabetes melli-
tus, que é caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue. Existem dois tipos principais de dia-
betes: o tipo 1, que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente, e o tipo 2, que ocorre
quando o organismo é resistente à insulina produzida pelo pâncreas.

A insulina pode ser administrada por injeção subcutânea ou por meio de dispositivos como canetas de
insulina ou bombas de insulina, para pacientes com diabetes que não produzem insulina suficiente.
Existem diferentes tipos de insulina disponíveis, que variam na velocidade de ação e duração do efeito.

O monitoramento regular dos níveis de glicose no sangue é fundamental para determinar a dose
adequada de insulina a ser administrada. O excesso de insulina no organismo pode levar a níveis
baixos de glicose no sangue, conhecido como hipoglicemia, que pode causar sintomas como tontura,
fraqueza, confusão e até mesmo convulsões e coma.

Mecanismo de ação

A insulina é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas e é essencial para o controle da
glicemia (nível de açúcar no sangue). A insulina sintética é um medicamento utilizado para o trata-
mento do diabetes mellitus, uma condição caracterizada pela produção insuficiente ou ausente de
insulina pelo pâncreas.

O mecanismo de ação da insulina sintética no organismo é similar ao da insulina produzida pelo pân-
creas. Ela se liga aos receptores de insulina nas células do corpo, principalmente no fígado, músculos
e tecido adiposo, estimulando a captação de glicose do sangue para dentro dessas células.

Ela também estimula a síntese de glicogênio no fígado e nos músculos, que armazena a glicose para
ser utilizada posteriormente como fonte de energia. Ainda, ela inibe a lipólise, a quebra de gorduras
armazenadas no tecido adiposo, o que ajuda a reduzir os níveis de ácidos graxos livres no sangue.

A insulina sintética tem ação rápida, começando a agir em cerca de 15 minutos após a administração,
atingindo o pico de ação em 1 a 2 horas e permanecendo em circulação por até 6 horas. Existem di-
ferentes tipos de insulina, como a insulina de ação rápida, insulina de ação intermediária, insulina de
ação prolongada e insulina de ação ultrarrápida, que diferem em sua duração e perfil de ação.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
É importante ressaltar que o uso da insulina sintética deve ser feito sob orientação médica e adequa-
do ajuste de dosagem, pois a dose deve ser individualizada para cada paciente, levando em conside-
ração sua glicemia, peso, idade e outras condições de saúde. O uso inadequado pode levar a
hipoglicemia (baixa glicemia) ou hiperglicemia (alta glicemia), que podem causar sintomas graves e
até mesmo levar a complicações a longo prazo.

Via de administração

A insulina pode ser administrada por várias vias, dependendo das necessidades e preferências do
paciente, bem como da sua condição médica. As principais vias de administração são:
•• Injeção subcutânea: é a via mais comum de administração de insulina. Nesse método, a in-
sulina é injetada no tecido subcutâneo, geralmente na região do abdômen, coxa ou braço. A
injeção subcutânea pode ser feita manualmente com seringas e agulhas ou com dispositivos de
injeção automática, como canetas de insulina.
•• Infusão subcutânea contínua de insulina (ISCI): a insulina é administrada por meio de uma
bomba de insulina, que infunde insulina continuamente ao longo do dia e da noite por meio
de um cateter subcutâneo. A bomba de insulina é programada para liberar insulina em doses
pré-determinadas de acordo com as necessidades individuais do paciente.
•• Injeção intramuscular: é uma opção menos comum pois é mais dolorosa e menos previsível em
relação à absorção. No entanto, em alguns casos, pode ser usada em situações de emergência
ou quando a absorção subcutânea é prejudicada.
•• Injeção intravenosa: é usada em situações de emergência, como coma hiperglicêmico, quando
os níveis de glicose no sangue estão muito elevados e a administração subcutânea de insulina
não é suficiente para reduzir rapidamente os níveis de glicose no sangue.

Medicamentos

Existem diferentes tipos de insulina disponíveis para o tratamento do diabetes, que se diferenciam
em relação à velocidade de início, duração e pico de ação. Os principais tipos de insulina incluem:
•• Insulina de ação ultrarrápida: é uma nova classe de insulinas de ação rápida que tem início de
ação em menos de 15 minutos e pico de ação em 30 minutos a 1 hora. É usada para controlar
o aumento rápido dos níveis de glicose após as refeições em pessoas com diabetes tipo 1 e tipo
2. Exemplos incluem insulina afrezza.
•• Insulina de ação rápida: tem início de ação em cerca de 15 minutos após a administração, com
pico de ação em 1 a 2 horas e duração de 3 a 4 horas. É usada para controlar o aumento rápido
dos níveis de glicose após as refeições e pode ser administrada antes ou depois das refeições.
Exemplos incluem insulina lispro, insulina aspart e insulina glulisina.
•• Insulina de ação intermediária: tem início de ação em 2 a 4 horas após a administração, com
pico de ação em 4 a 10 horas e duração de 10 a 18 horas. É usada para manter os níveis de
glicose sob controle durante o período entre as refeições e durante a noite. Exemplos incluem
insulina NPH e insulina detemir.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Insulina de ação prolongada: tem início de ação em cerca de 1 a 2 horas após a administração,
com duração de 24 horas ou mais e sem pico de ação definido. É usada para fornecer uma
cobertura basal constante e prolongada dos níveis de glicose no sangue. Exemplos incluem
insulina glargina e insulina degludec.

Armazenamento

A insulina é um medicamento que deve ser armazenado de forma cuidadosa para garantir sua eficácia
e segurança.
•• Armazenar na geladeira: deve ser mantida em um ambiente refrigerado entre 2°C e 8°C ou em
temperatura ambiente (até 30ºC) por até 30 dias¹ protegido do calor excessivo e da luz. Nunca
congele a insulina e não a deixe exposta a temperaturas extremas de calor ou frio
•• Proteger a insulina da luz: a luz direta do sol ou a exposição a fontes de luz intensa podem de-
gradar a insulina. Armazene a insulina em um local escuro ou envolva-a em um invólucro opaco.
•• Não agitar: Agitar a insulina pode danificar as moléculas da proteína, afetando sua eficácia.
Para misturar a insulina, role o frasco entre as mãos suavemente.
•• Verificar a data de validade: não usar a insulina após a data de validade.

Efeitos colaterais

A insulina é um medicamento que é geralmente bem tolerado, mas pode causar efeitos colaterais em
algumas pessoas. Os efeitos colaterais mais comuns incluem:
•• Hipoglicemia: especialmente se a dose for muito alta. A hipoglicemia é caracterizada por níveis
baixos de açúcar no sangue, o que pode levar a sintomas como tontura, fraqueza, sudorese,
tremores, fome, dor de cabeça, irritabilidade e confusão.
•• Ganho de peso: pois pode estimular o armazenamento de gordura no corpo.
•• Reações alérgicas: algumas pessoas podem desenvolver reações alérgicas à insulina, incluindo
coceira, vermelhidão, inchaço e urticária.
•• Lipodistrofia: é uma alteração na gordura corporal que pode ocorrer no local da injeção de in-
sulina. Isso pode levar a um acúmulo de gordura ou uma perda de gordura no local da injeção.
•• Retinopatia: pode aumentar o risco de retinopatia diabética, que é uma complicação ocular do
diabetes.
•• Neuropatia: pode aumentar o risco de neuropatia diabética, que é uma complicação do diabe-
tes que afeta os nervos e pode causar dormência, formigamento e dor nas extremidades.
•• Edema: que é o acúmulo de líquido nos tecidos do corpo.

É importante lembrar que nem todas as pessoas que usam insulina experimentarão esses efeitos co-
laterais e que alguns podem precisar de doses mais altas ou mais frequentes do que outras.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
Cuidados de enfermagem

Os cuidados de enfermagem ao preparar e administrar insulina incluem:


99 Verificar a prescrição médica certificando-se de que a dose e o tipo de insulina que você está
preparando correspondem à prescrição médica.
99 Lavar as mãos: antes de preparar e administrar a insulina.
99 Verificar a data de validade: não usar insulina vencida ou danificada.
99 Escolher a agulha apropriada
99 Preparar uma dose
99 Verificar a aparência da insulina: a insulina deve estar clara e não deve ter partículas visíveis.
99 Administrar a insulina: administrar a insulina no local prescrito e com a técnica correta.
99 Verificar os níveis de glicose: Antes e após a administração da insulina para monitorar a eficácia
do tratamento e prevenir a hipoglicemia.
99 Descartar os materiais adequadamente.
99 Lembre-se de que essas são apenas diretrizes gerais e os cuidados específicos podem variar
dependendo das necessidades individuais do paciente.

2.1 Antibióticos

Os antibióticos são medicamentos usados para tratar infecções causadas por bactérias. Eles são uma
das principais classes de medicamentos usados para tratar doenças infecciosas em todo o mundo. Os
antibióticos funcionam de várias maneiras para matar ou impedir o crescimento de bactérias.

Alguns tipos de antibióticos destroem as paredes celulares das bactérias, outros interferem com a
síntese de proteínas bacterianas e outros ainda impedem a replicação do DNA bacteriano. A escolha
do antibiótico depende do tipo de infecção e da sensibilidade das bactérias causadoras a cada tipo de
medicamento. O uso inadequado de antibióticos pode levar ao desenvolvimento de bactérias resis-
tentes a antibióticos, tornando mais difícil tratar infecções no futuro.

Mecanismo de ação
Os antibióticos são medicamentos que são utilizados para matar ou impedir o crescimento de bac-
térias que causam infecções. O seu mecanismo de ação pode variar dependendo do tipo de medica-
mento e da bactéria alvo.

Alguns dos principais mecanismos de ação dos antibióticos incluem:


•• Inibição da síntese da parede celular: A maioria das bactérias tem uma parede celular que é
essencial para sua sobrevivência. Os antibióticos como penicilinas e cefalosporinas impedem
a síntese da parede celular, resultando em danos à parede celular bacteriana e, consequente-
mente, na morte da bactéria.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Inibição da síntese de proteínas: As tetraciclinas, eritromicina e cloranfenicol impedem a sínte-
se de proteínas bacterianas. As proteínas são necessárias para a sobrevivência das bactérias e,
quando a síntese de proteínas é interrompida, a bactéria não consegue sobreviver e se reproduzir.
•• Inibição da síntese de ácidos nucleicos: As quinolonas e metronidazol impedem a síntese de
ácidos nucleicos, que são necessários para a replicação do DNA bacteriano. Quando a síntese de
ácidos nucleicos é interrompida, a bactéria não consegue se replicar e, eventualmente, morre.
•• Interferência com a membrana celular: Polimixinas e anfotericina B interferem com a mem-
brana celular bacteriana, causando danos que resultam em morte da bactéria.
•• Inibição de vias metabólicas específicas: As sulfonamidas e trimetoprim, interferem com as vias
metabólicas específicas das bactérias, impedindo sua capacidade de sobreviver e se reproduzir.

É importante lembrar que cada tipo de antibiótico tem um mecanismo de ação específico e que a
escolha do antibiótico deve levar em consideração o tipo de infecção e a sensibilidade da bactéria
causadora ao medicamento.

Via de administração
Os antibióticos podem ser administrados por diversas vias, sendo as mais comuns a via oral, a via in-
travenosa (IV), a via intramuscular (IM) e a via tópica. A escolha da via de administração depende do
tipo de infecção, da gravidade da doença, da idade do paciente e da condição geral de saúde.
•• Via oral: Os antibióticos administrados por via oral são ingeridos pela boca e passam pelo trato
gastrointestinal antes de serem absorvidos pela corrente sanguínea. Esta é a via de administra-
ção mais comum para tratamentos de infecções leves a moderadas, como infecções respirató-
rias, do trato urinário e de pele.
•• Via intravenosa (IV): Os antibióticos administrados por via intravenosa são injetados direta-
mente na veia, permitindo que o medicamento atinja rapidamente a corrente sanguínea. Esta
via de administração é utilizada em situações de emergência, quando é necessário um efeito
rápido, ou em casos de infecções graves que requerem doses mais altas de medicamento.
•• Via intramuscular (IM): Os antibióticos administrados por via intramuscular são injetados no
músculo, onde são absorvidos pela corrente sanguínea. Esta via de administração é utilizada
para infecções moderadas a graves e é especialmente útil para pacientes que não podem tomar
medicamentos por via oral.
•• Via tópica: Os antibióticos administrados por via tópica são aplicados diretamente na pele ou
nas mucosas, como nos olhos ou ouvidos. Esta via de administração é utilizada para infecções
locais, como infecções de pele, olhos e ouvidos.

Além dessas vias de administração, existem outras vias menos comuns, como a via intratecal (injeção
no líquido cefalorraquidiano), a via inalatória (inalação de medicamento) e a via retal (supositórios).
A escolha da via de administração deve levar em consideração a eficácia do medicamento, a conveni-
ência para o paciente e a tolerabilidade do medicamento.

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Medicamentos
Existem vários tipos de antibióticos, que diferem em sua estrutura química, mecanismo de ação e
espectro de atividade. Alguns dos principais tipos de antibióticos incluem:
•• Penicilinas: São antibióticos beta-lactâmicos que inibem a síntese da parede celular bacteria-
na. São eficazes contra muitas bactérias Gram-positivas, mas menos eficazes contra bactérias
Gram-negativas. Exemplos de penicilinas incluem a penicilina G, a amoxicilina e a ampicilina.
•• Cefalosporinas: Também são antibióticos beta-lactâmicos que inibem a síntese da parede ce-
lular bacteriana. Têm um espectro de atividade mais amplo do que as penicilinas e são eficazes
contra muitas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Exemplos de cefalosporinas incluem
a cefalexina, a ceftriaxona e a cefepima.
•• Macrolídeos: São antibióticos que inibem a síntese de proteínas bacterianas. São eficazes con-
tra muitas bactérias Gram-positivas, como Streptococcus e Staphylococcus, e também têm ati-
vidade contra algumas bactérias Gram-negativas. Exemplos de macrolídeos incluem a eritromi-
cina, a azitromicina e a claritromicina.
•• Fluoroquinolonas: São antibióticos que interferem no processo de replicação do DNA bac-
teriano. São eficazes contra muitas bactérias Gram-negativas, incluindo Escherichia coli e
Pseudomonas aeruginosa, e também têm atividade contra algumas bactérias Gram-positivas.
Exemplos de fluoroquinolonas incluem a ciprofloxacina, a levofloxacina e a moxifloxacina.
•• Tetraciclinas: São antibióticos que inibem a síntese de proteínas bacterianas. Têm um espectro
de atividade amplo, mas são menos eficazes contra bactérias Gram-positivas. Exemplos de te-
traciclinas incluem a doxiciclina, a minociclina e a tetraciclina.
•• Aminoglicosídeos: São antibióticos que inibem a síntese de proteínas bacterianas. São eficazes
contra muitas bactérias Gram-negativas, mas menos eficazes contra bactérias Gram-positivas.
Exemplos de aminoglicosídeos incluem a gentamicina, a amicacina e a tobramicina.
•• Sulfonamidas: São antibióticos que inibem a síntese do ácido fólico bacteriano. São eficazes
contra muitas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Exemplos de sulfonamidas incluem a
sulfadiazina, a sulfametoxazol e a trimetoprima-sulfametoxazol.

Armazenamento
O armazenamento adequado dos antibióticos é importante para garantir que eles permaneçam segu-
ros e eficazes até a data de validade. Alguns cuidados são:
•• Armazenar em local fresco e seco, longe da luz direta do sol e da umidade. As temperaturas
ideais de armazenamento variam de acordo com o tipo de antibiótico, mas geralmente ficam
entre 15-30°C.
•• Manter em sua embalagem original até o momento da administração, para evitar contamina-
ção e garantir a identificação correta do medicamento.
•• Verificar a data de validade antes de utilizar o antibiótico. Os medicamentos vencidos podem
perder a eficácia e causar danos à saúde.

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•• Seguir as instruções específicas do fabricante que podem variar entre os diferentes tipos de
antibióticos. É importante seguir as instruções do fabricante em relação ao armazenamento,
temperatura, reconstituição e administração do medicamento.
•• Descartar corretamente. Os antibióticos não utilizados ou vencidos devem ser descartados cor-
retamente. Não podem ser desprezados no lixo comum ou na pia ou no vaso sanitário.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais dos antibióticos variam de acordo com o tipo de medicamento, a dose, a duração
do tratamento e a sensibilidade individual do paciente, mas podem incluir:
•• Diarreia: É um efeito colateral comum, que ocorre devido à alteração da flora intestinal. Pode
ser leve ou grave, e em alguns casos, pode levar a complicações, como desidratação e desequi-
líbrio eletrolítico.
•• Náuseas e vômitos: Alguns podem causar náuseas e vômitos, especialmente se tomados com
o estômago vazio.
•• Reações alérgicas: Algumas pessoas podem desenvolver reações alérgicas, que variam de leves
a graves. Os sintomas podem incluir erupções cutâneas, coceira, inchaço, dificuldade para res-
pirar, tontura e choque anafilático.
•• Problemas renais e hepáticos: Alguns antibióticos podem afetar a função renal ou hepática,
especialmente se tomados em altas doses ou por longos períodos.
•• Fotossensibilidade: Alguns antibióticos podem tornar a pele mais sensível à luz solar, aumen-
tando o risco de queimaduras solares e erupções cutâneas.
•• Distúrbios sanguíneos: Alguns podem afetar a produção de células sanguíneas, levando a ane-
mia, trombocitopenia e outras condições.
•• Superinfecção: O uso prolongado de antibióticos pode alterar a flora normal do corpo, permi-
tindo que outras bactérias ou fungos cresçam e causem infecções secundárias.

É importante ressaltar que nem todas as pessoas que tomam antibióticos desenvolvem efeitos cola-
terais, e que os efeitos colaterais podem variar de leves a graves.

Cuidados de enfermagem

Os cuidados de enfermagem ao preparar e administrar antibióticos incluem:


99 Conferência da prescrição médica
99 Verificação da dosagem: A dosagem deve ser individualizada de acordo com a idade, peso, fun-
ção renal e hepática do paciente.
99 Preparo correto do medicamento: Deve-se preparar o medicamento de acordo com as instru-
ções do fabricante. Alguns medicamentos devem ser reconstituídos com diluentes específicos
e outros precisam ser misturados com outros medicamentos ou soluções.

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99 Cuidados com a higiene: Lavar as mãos antes de preparar e administrar o medicamento, usar
luvas e outros equipamentos de proteção individual, e descartar corretamente as seringas e
agulhas usadas.
99 Verificação da via de administração
99 Monitoramento dos efeitos colaterais: A equipe de enfermagem deve monitorar o paciente
para detectar possíveis efeitos colaterais do medicamento, como reações alérgicas, náuseas,
vômitos, diarreia, entre outros.

RESUMO

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, essencial para a regulação dos níveis de glico-
se no sangue. Sua principal função é permitir a entrada de glicose nas células para ser usada como
energia, mantendo, assim, a glicemia dentro dos valores normais. Em pacientes com diabetes, onde
a produção ou utilização da insulina pelo organismo é deficiente, a administração exógena de insulina
torna-se necessária, podendo ser de diversos tipos: rápida, intermediária ou prolongada, cada uma
atendendo a diferentes necessidades terapêuticas.

Já os antibióticos são medicamentos utilizados para tratar infecções causadas por bactérias. Eles atu-
am inibindo o crescimento bacteriano ou matando as bactérias diretamente. É crucial administrá-los
conforme prescrito e completar o ciclo completo de tratamento, mesmo que os sintomas tenham
melhorado, para evitar a resistência bacteriana. O uso inadequado de antibióticos pode levar a bac-
térias resistentes, tornando infecções futuras mais desafiadoras para tratar.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
EAD

3. Broncodilatadores/Laxantes

3.1 Broncodilatadores

Os medicamentos broncodilatadores são utilizados para aliviar sintomas como falta de ar, tosse e
chiado no peito em pessoas com condições respiratórias, como asma, bronquite crônica e doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Eles agem relaxando os músculos das vias respiratórias, aumen-
tando o diâmetro dos bronquíolos e permitindo que o ar flua mais facilmente.

Alguns exemplos de broncodilatadores comumente usados incluem o salbutamol, fenoterol e terbu-


talina (beta-agonistas de curta duração), salmeterol, formoterol e vilanterol (beta-agonistas de longa
duração) e ipratrópio e tiotrópio (anticolinérgicos).

É importante lembrar que o uso desses medicamentos deve ser sempre prescrito e acompanhado
por um profissional de saúde qualificado, pois o uso inadequado ou excessivo pode levar a efeitos
colaterais graves.

Mecanismo de ação

Os medicamentos broncodilatadores atuam relaxando os músculos das vias respiratórias, permitindo


que o ar flua mais facilmente. Eles funcionam através de dois mecanismos principais: estimulação dos
receptores beta-adrenérgicos ou bloqueio dos receptores muscarínicos.

Os broncodilatadores beta-agonistas estimulam os receptores beta-adrenérgicos, que se encontram


nos músculos das vias respiratórias, levando ao relaxamento dos mesmos. Isso leva a uma abertura
maior dos brônquios e alívio dos sintomas respiratórios. Esses medicamentos podem ser de curta ou
longa duração, dependendo da velocidade com que o efeito ocorre e da duração do efeito.

Os broncodilatadores anticolinérgicos, por outro lado, bloqueiam os receptores muscarínicos, que se


encontram nos músculos das vias respiratórias. Ao bloquear esses receptores, ocorre um relaxamen-
to dos músculos, aumentando a abertura dos brônquios e aliviando os sintomas respiratórios.

Via de administração

Os medicamentos broncodilatadores podem ser administrados por várias vias, dependendo do tipo
de medicamento e da gravidade da condição respiratória do paciente. As vias de administração mais
comuns incluem:
•• Inalatória: Esta é a via mais comum de administração de broncodilatadores. O medicamento
é entregue diretamente nos pulmões por meio de um inalador, que pode ser um inalador de
dose medida ou um nebulizador. Esta via de administração permite que o medicamento atue
diretamente nos brônquios, oferecendo um alívio rápido dos sintomas respiratórios.

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URINÁRIAS E NEUROLÓGICAS
•• Oral: Alguns broncodilatadores podem ser administrados oralmente, em forma de comprimi-
dos, xarope ou cápsulas. No entanto, a administração oral pode levar mais tempo para agir do
que a administração inalatória.
•• Injeção intravenosa: Em casos de emergência, o medicamento pode ser administrado por meio
de uma injeção intravenosa. Esta via de administração oferece uma ação rápida e imediata do
medicamento.

É importante lembrar que a escolha da via de administração deve ser feita pelo profissional de saúde
responsável pelo tratamento, levando em consideração a condição do paciente e o tipo de medica-
mento prescrito.

Medicamentos

Existem dois tipos principais de medicamentos broncodilatadores: os beta-agonistas e os antico-


linérgicos.
•• Beta-agonistas: Os beta-agonistas são os broncodilatadores mais comuns e atuam estimulando
os receptores beta-adrenérgicos dos músculos das vias respiratórias, levando ao relaxamento
dos mesmos. Eles são divididos em dois tipos: de curta duração e de ação prolongada. Os be-
ta-agonistas de curta duração têm um início de ação rápido, mas duram apenas algumas horas,
enquanto os beta-agonistas de ação prolongada têm um início de ação mais lento, mas duram
por várias horas. Os beta-agonistas podem ser administrados por inalação ou por via oral.
•• Anticolinérgicos: Os anticolinérgicos bloqueiam a ação do neurotransmissor acetilcolina nos
receptores muscarínicos, levando ao relaxamento dos músculos das vias respiratórias. Eles são
frequentemente prescritos em conjunto com os beta-agonistas para potencializar o efeito bron-
codilatador. Os anticolinérgicos podem ser administrados por inalação ou por via oral.

Além desses dois tipos principais, há outros medicamentos broncodilatadores menos comuns, como
os xantinas, que são administrados por via oral ou intravenosa e atuam através da inibição de uma
enzima específica para aumentar a concentração de AMP cíclico nas células musculares das vias res-
piratórias, levando ao relaxamento muscular. No entanto, os xantinas têm uma margem terapêutica
estreita e podem causar efeitos colaterais graves se não forem administrados corretamente.

Armazenamento

O armazenamento adequado dos medicamentos broncodilatadores é importante para garantir sua


eficácia e segurança. Geralmente, as instruções de armazenamento podem variar dependendo do
tipo de medicamento broncodilatador, portanto, é importante seguir as instruções específicas forne-
cidas pelo fabricante.

No geral, os medicamentos broncodilatadores devem ser armazenados em temperatura ambiente,


em local fresco, seco e protegido da luz direta. É importante evitar temperaturas extremas, como
calor excessivo ou frio intenso, pois isso pode afetar a eficácia do medicamento. Além disso, os medi-
camentos devem ser mantidos longe do alcance de crianças.

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Os medicamentos broncodilatadores que são fornecidos em forma líquida ou aerossol devem ser ar-
mazenados em suas embalagens originais. É importante verificar a data de validade do medicamento
antes de usar e descartar qualquer medicamento que tenha expirado. Também é importante seguir
as instruções de armazenamento específicas para cada tipo de medicamento broncodilatador, como
manter os inaladores limpos e secos e substituir os cartuchos ou baterias conforme necessário.

Efeitos colaterais

Os medicamentos broncodilatadores podem apresentar efeitos colaterais em algumas pessoas. No


entanto, nem todas as pessoas experimentam esses efeitos colaterais e, quando ocorrem, geralmen-
te são leves e desaparecem rapidamente. Alguns dos efeitos colaterais comuns dos medicamentos
broncodilatadores incluem:
•• Tremores: os medicamentos broncodilatadores podem causar tremores nas mãos, dedos e
até nos lábios.
•• Taquicardia: alguns medicamentos broncodilatadores podem aumentar a frequência cardí-
aca e causar palpitações.
•• Dores de cabeça.
•• Boca seca: a boca seca é um efeito colateral comum dos medicamentos broncodilatadores.
•• Náusea e vômito.
•• Tontura.
•• Irritação da garganta: a inalação do medicamento pode causar irritação na garganta, causando
tosse e irritação.
•• Insônia: alguns medicamentos broncodilatadores podem interferir no sono, deixando a pessoa
mais agitada.
•• Pressão arterial alta.

Cuidados de enfermagem

Os cuidados de enfermagem que devem ser tomados ao se preparar e administrar broncodilatadores


incluem:
99 Avaliar o paciente: Antes de administrar o medicamento, a equipe de enfermagem deve avaliar
o paciente quanto a possíveis alergias, condições médicas preexistentes, histórico de medica-
mentos e sintomas atuais.
99 Preparar a medicação: Preparar a medicação de acordo com as instruções do fabricante e se-
guir as diretrizes de segurança, como usar luvas e outras precauções.
99 Instruir o paciente: Instruir o paciente sobre a forma correta de usar o medicamento, incluindo
a técnica de inalação e como lidar com possíveis efeitos colaterais.

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99 Monitorar o paciente: Monitorar o paciente para detectar possíveis reações alérgicas ou efei-
tos colaterais. Isso pode incluir monitorar a frequência cardíaca, a respiração, a pressão arterial
e a oxigenação.
99 Registrar a administração: Registrar a administração do medicamento, incluindo a dose, a via
de administração, a hora e quaisquer observações ou reações do paciente.

Observar as precauções de segurança: A equipe de enfermagem deve observar as precauções de se-


gurança ao manusear o medicamento, como o descarte apropriado de agulhas e seringas.

3.2 Laxantes

Os medicamentos laxantes são usados para tratar a constipação e outras condições que dificultam a
evacuação. Eles funcionam aumentando o movimento do intestino, tornando as fezes mais macias e
facilitando sua eliminação. Existem diversos tipos de laxantes, incluindo os osmóticos, estimulantes,
formadores de massa e lubrificantes.

Os laxantes podem ser encontrados em diversas formas, como comprimidos, cápsulas, pó, líquidos e
supositórios. Eles podem ser comprados sem prescrição médica ou prescritos por um profissional de
saúde, dependendo da gravidade da condição.

Devem ser usados com cautela, pois o uso excessivo ou prolongado pode levar a complicações como
desidratação, desequilíbrio eletrolítico, diarreia crônica e até mesmo dano ao cólon. Portanto, é im-
portante seguir as instruções de uso e consultar um médico se a constipação persistir ou piorar após
o uso do laxante.

Além disso, eles podem interagir com outros medicamentos e afetar a absorção de nutrientes. Por
fim, é importante lembrar que os laxantes devem ser usados como um tratamento temporário e que
mudanças na dieta e no estilo de vida podem ajudar a prevenir a constipação a longo prazo.

Mecanismo de ação

Os medicamentos laxantes têm vários mecanismos de ação que ajudam a estimular o trato gastroin-
testinal e promover a evacuação. Alguns dos principais mecanismos de ação incluem:
•• Aumento do volume das fezes: Os laxantes que atuam aumentando o volume das fezes, como
as fibras e os laxantes osmóticos, trabalham retendo água nas fezes, o que as amolece e aumen-
ta o volume, estimulando a contração intestinal e promovendo a evacuação.
•• Estimulação da motilidade intestinal: Alguns estimulam a motilidade intestinal, aumentando
as contrações musculares que empurram as fezes pelo trato gastrointestinal. Os laxantes esti-
mulantes, como o bisacodil e o sene, agem diretamente nos músculos do intestino, aumentan-
do a força das contrações e reduzindo a absorção de água pelas fezes.
•• Amolecimento das fezes: Alguns laxantes, como os emolientes, amaciam as fezes, facilitando a
eliminação. Esses medicamentos agem diminuindo a tensão superficial das fezes, o que facilita
a retenção de água nas fezes e amacia-as.

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•• Redução da absorção de água pelas fezes: Os laxantes osmóticos, como o lactulose e o polie-
tilenoglicol, atraem água para as fezes, reduzindo a absorção de água pelo intestino e aumen-
tando o volume das fezes, o que estimula a evacuação.

É importante ressaltar que o uso prolongado de laxantes pode causar dependência e prejudicar a
saúde intestinal.

Via de administração

Os medicamentos laxantes podem ser administrados por diferentes vias, dependendo da formulação
do medicamento e da condição clínica do paciente. As principais vias de administração dos medica-
mentos laxantes incluem:
•• Via oral: A via oral é a forma mais comum. Eles podem ser apresentados na forma de com-
primidos, cápsulas, líquidos ou pós, e são ingeridos por via oral, com água ou outro líquido. A
absorção do medicamento pelo trato gastrointestinal pode ser mais lenta do que outras vias,
mas é a via mais conveniente para a maioria dos pacientes.
•• Via retal: Alguns medicamentos podem ser administrados por via retal, como supositórios ou
enemas. Essa via é útil para pacientes que têm dificuldade em engolir medicamentos ou que
precisam de uma ação mais rápida e efetiva do medicamento.
•• Via parenteral: Em casos raros, quando há uma condição clínica grave ou impossibilidade de
administrar medicamentos por via oral ou retal, os medicamentos laxantes podem ser adminis-
trados por via parenteral, como injeções intravenosas ou intramusculares. Essa via é reservada
para casos especiais e deve ser realizada somente por profissionais de saúde qualificados.

A escolha da via de administração dos medicamentos laxantes depende da condição clínica do pa-
ciente, da formulação do medicamento, da urgência do tratamento e da preferência do paciente.
É importante seguir as orientações médicas e utilizar os medicamentos laxantes com moderação e
cuidado, evitando a automedicação e os riscos de dependência e efeitos colaterais.

Medicamentos

Existem diferentes tipos de medicamentos laxantes, cada um com um mecanismo de ação específico.
Alguns dos tipos mais comuns incluem:
•• Laxantes osmóticos: esses medicamentos atraem água para o intestino, aumentando o volume
das fezes e estimulando a evacuação. Os laxantes osmóticos incluem o lactulose, o sorbitol, o
polietilenoglicol, entre outros.
•• Laxantes emolientes: esses medicamentos amolecem as fezes, facilitando a eliminação. Eles
reduzem a tensão superficial das fezes, permitindo a retenção de água e amolecendo as fezes.
Os laxantes emolientes incluem óleo mineral e docusato de sódio.
•• Laxantes estimulantes: esses medicamentos estimulam a motilidade intestinal, aumentando as
contrações musculares que empurram as fezes pelo trato gastrointestinal. Eles podem causar
contrações intensas e imediatas, resultando em evacuação rápida. Os laxantes estimulantes
incluem bisacodil e sene.

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•• Laxantes de volume: esses medicamentos atuam aumentando o volume das fezes. Eles funcio-
nam retendo água nas fezes, o que as amolece e aumenta o volume, estimulando a contração
intestinal e promovendo a evacuação. Os laxantes de volume incluem as fibras alimentares,
como psyllium e metilcelulose.
•• Laxantes lubrificantes: esses medicamentos revestem as fezes com uma camada de gordura
ou óleo mineral, o que facilita o trânsito das fezes pelo trato intestinal. Os laxantes lubrificantes
incluem óleo mineral e glicerina.

Cada tipo de laxante tem um mecanismo de ação específico e pode ser mais adequado para determi-
nados pacientes ou condições clínicas. É importante seguir as orientações médicas e utilizar os medi-
camentos laxantes com moderação e cuidado, evitando a automedicação e os riscos de dependência
e efeitos colaterais.

Armazenamento
Algumas recomendações importantes para o armazenamento dos medicamentos laxantes incluem:
•• Armazenar em local fresco e seco: longe de fontes de calor, umidade e luz direta. Lugares como
o banheiro não são recomendados para armazenar medicamentos, pois a umidade e tempera-
tura elevada podem alterar a qualidade do medicamento.
•• Armazenar na embalagem original: com a etiqueta do medicamento e a data de validade vi-
síveis. Isso ajuda a evitar a confusão com outros medicamentos e garante que o medicamento
esteja dentro do prazo de validade.
•• Descartar medicamentos vencidos: medicamentos vencidos devem ser descartados adequa-
damente, seguindo as orientações do fabricante ou de serviços de saúde locais.
•• Verificar a temperatura de armazenamento: Algumas formulações de medicamentos laxantes
requerem cuidados especiais de armazenamento, como temperatura controlada. É importante
seguir as orientações do fabricante e verificar a temperatura de armazenamento adequada
para o medicamento em questão.

Efeitos colaterais
O uso inadequado e/ou em excesso de medicamentos laxantes pode causar alguns efeitos colaterais
indesejados, como:
•• Diarreia: é um efeito colateral comum do uso excessivo de laxantes, especialmente dos laxantes
osmóticos e estimulantes. Isso pode levar à desidratação e à perda de eletrólitos importantes.
•• Cólicas e dor abdominal: O uso excessivo de laxantes pode causar cólicas e dor abdominal de-
vido à irritação da parede do intestino.
•• Dependência: O uso crônico de laxantes pode levar à dependência, o que significa que o intes-
tino fica incapaz de evacuar sem o uso contínuo de laxantes.
•• Desidratação: Alguns laxantes podem causar desidratação, pois retiram água do organismo
para amolecer as fezes e estimular a evacuação. Isso pode levar a sintomas como sede, boca
seca, tontura e diminuição da produção de urina.

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•• Desequilíbrio eletrolítico: Alguns laxantes, como os laxantes osmóticos e estimulantes, podem
levar a um desequilíbrio eletrolítico no organismo, pois interferem na absorção de eletrólitos
importantes, como sódio, potássio e cálcio.
•• Má absorção de nutrientes: O uso crônico de laxantes pode interferir na absorção de nutrien-
tes importantes, como vitaminas e minerais, devido à aceleração do trânsito intestinal.

É importante lembrar que o uso adequado de laxantes é importante para aliviar a constipação, mas
eles devem ser utilizados com moderação e sempre sob orientação médica.

Cuidados de enfermagem
Os cuidados de enfermagem ao preparar e administrar medicamentos laxantes incluem:
99 Verificar a prescrição médica: É importante verificar a prescrição médica para garantir que o
medicamento laxante seja administrado corretamente, na dose e horário indicados.
99 Conhecer o medicamento: É importante conhecer o medicamento laxante, sua ação, dosagem,
via de administração e possíveis efeitos colaterais, para garantir uma administração segura.
99 Preparar a medicação corretamente: É importante preparar a medicação laxante corretamen-
te, seguindo as instruções do fabricante ou orientações médicas. Algumas medicações podem
precisar ser diluídas ou misturadas a outros líquidos para serem administradas.
99 Administrar o medicamento na via correta: Os medicamentos laxantes podem ser administra-
dos por via oral, retal ou parenteral. É importante garantir que o medicamento seja administra-
do na via correta, de acordo com a prescrição médica.
99 Observar os efeitos colaterais: É importante monitorar os efeitos colaterais do medicamento
laxante, como diarreia, cólicas abdominais, desidratação, entre outros.

RESUMO

Broncodilatadores são medicamentos utilizados principalmente no tratamento de condições res-


piratórias como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Eles funcionam relaxando
e expandindo as vias aéreas, facilitando a passagem do ar e aliviando os sintomas de falta de ar,
sibilos e opressão no peito. Existem diferentes tipos de broncodilatadores, incluindo beta-agonis-
tas de curta e longa duração, anticolinérgicos e teofilina, cada um com seu mecanismo de ação e
indicações específicas.

Laxantes, por outro lado, são substâncias que promovem a evacuação intestinal. Eles são frequente-
mente usados para tratar e prevenir a constipação, facilitando a passagem das fezes. Laxantes podem
atuar de várias maneiras: aumentando o volume das fezes, lubrificando o intestino, estimulando o
movimento intestinal ou alterando a absorção de água no intestino. Embora sejam úteis, é importan-
te usar laxantes sob a orientação de um profissional de saúde, pois o uso prolongado ou inadequado
pode levar a desequilíbrios eletrolíticos ou dependência.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BARTEL, Michael. Considerações Gerais sobre o Sistema Digestivo; Manual MSD. Merck & Co., Inc.,
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CECIL, Medicina Interna Básica / Editor chefe Thomas E. Andreoli; editores Charles C. J. Carpenter, Ro-
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COFEN. Resolução 619/2019. São Paulo: COFEN, 2019. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/
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RIGUTTI, Addriana. Atlas Ilustrado de Anatomia. São Paulo. Girassol, 2007.

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SILVA, Junior, César da; Biologia 1,2 e 3 / Cesar da Silva Junior, Sezar Sasson, Nelson Caldini Júnior. 9
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