Pericia Ambiental 2

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PERICIA AMBIENTAL

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Sumário
Sumário ........................................................................................................... 1

1. NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 2

2. Perícia Ambiental ................................................................................... 3

3. Aplicação do VEDA,na Perícia Ambiental .............................................. 3

4. Perícia Ambiental e Sua Importância Contra o Dano Ambiental ............ 5

1. Dano Ambiental ................................................................................... 5


5. Perícia Ambiental/ Atividade da perícia e seus efeitos ........................... 8

6. A importância da perícia ambiental utilizado em processos judiciais ... 11

7. A Importância da Perícia Ambiental na Solução de Crimes Ambientais no


Brasil 15

8. Definições Básicas Sobre Perícia Ambiental e as suas Inovações no


Código de Processo Civil ......................................................................................... 17

9. Leis de Crimes Ambientais ................................................................... 20

10. Crimes Ambientais ............................................................................... 20

11. Os Problemas Enfrentados na Perícia ................................................. 21

12. A Perícia Ambiental Como Instrumento na Solução de Crimes Ambientais


22

13. Referências .......................................................................................... 25

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1. NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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2. Perícia Ambiental

Perícia ambiental essencialmente subdivide-se em perícia ambiental cível e


perícia ambiental criminal (PAC). A primeira, é regida pelo Código de Processo Civil
e amparada por legislações ambientais (KASKANTZIS, 2005). Já a PAC é regida pelo
Código de Processo Penal e por legislações específicas. A perícia ambiental (PA)
envolve diversas áreas do conhecimento e da investigação forense, como aspectos
sociais, econômicos, ambientais, sanitários e geológicos. A PA pode ser entendida
como uma investigação e/ou identificação do que está no meio ambiente, de onde
vem, quando ocorreu a alteração e quem foi autor do delito (BOEHM & MURPHY,
2014); (MUDGE, 2008). Esses elementos podem ser utilizados durante a PAC, a qual
tem por pilar a Lei 9.605/98, apresentando 24 artigos que requerem PAC, sendo
relativos a crimes contra a flora, fauna, ordenamento territorial e poluição, bem como
relativos à valoração econômica do prejuízo causado ao meio ambiente.

3. Aplicação do VEDA,na Perícia Ambiental

Para entendermos a óptica e égide o pagamento da multa penal consiste no


pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada em sentença, sendo definido pelo
Código Penal, artigos 49 a 52, e valorado pelo juiz criminal (BRASIL, 2007). O valor
da multa pode variar de 10 a 360 dias multa, não podendo o dia-multa ser inferior a
1/30 do salário mínimo nem 5 vezes superior a este. Quando o valor máximo for
ineficaz, a multa poderá ser aumentada em até três vezes (GAIOTTO, 2013). Dessa
maneira, a VEDA apresenta-se como ferramenta para o perito transformar a
proporção do dano ambiental em algo mensurável, com intuito de proteção do meio
ambiente e como forma de auxiliar o magistrado na decisão do valor de multa a ser
aplicada. Embora danos ambientais (DA) sejam de difícil mensuração, a VEDA busca
estimar os custos associados à degradação ambiental. Motta (1998) descreve o valor
econômico total (VET) de um recurso ambiental como o somatório dos valores de uso
(VU) e de não-uso (VNU). Os métodos de valoração desses recursos utilizam-se da
definição de VET e dividem-se em métodos de função de produção (MFP) e métodos
de função de demanda (MFD). Os MFP são indiretos e estimam o valor do recurso

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ambiental através da relação entre os impactos das alterações ambientais e os
produtos com preços de mercado. Já os MFD podem ser considerados diretos, pois
utilizam-se das preferências dos indivíduos (MAIA, REYDON & ROMEIRO, 2004).
Cada método apresenta limitações, principalmente associadas ao grau de
sofisticação da metodologia e da base de dados exigida (MOTTA, 1998). Os métodos
de valoração indireta são mais simples, menos onerosos e estimam o preço do bem
ou serviço ambiental através da comparação com produtos comercializáveis. Esses
métodos geram estimativas subvalorizadas por considerar apenas o VU dos recursos
ambientais, mas, geralmente, possibilitam o uso sustentável do meio ambiente.
Todavia, ao se considerar que, em muitas situações o valor do bem ambiental está
relacionado ao VNU (preservação do habitat natural, valores éticos e culturais, etc.),
torna-se necessário a utilização de métodos diretos através da Disposição a Pagar
ou a receber da população. Contudo, para efeito de PAC, o estado não tem estrutura
nem recursos para aplicação dos MFD (ALMEIDA, 2014). Ademais, a valoração
econômica ambiental não se confunde com VEDA. Enquanto a primeira avalia o meio
ambiente em si, a VEDA está relacionada às alterações causadas no ambiente em
função de atividade, regular ou irregular, que causou o dano a ser valorado.
Geralmente, a avaliação de DA é composta por uma parcela objetiva e uma subjetiva
(ALMEIDA, 2014). Alguns autores incluem também uma parcela de “lucro cessante”
(ou intercorrente), que representa a privação, imposta à coletividade, do equilíbrio
ecológico, do bem-estar e da qualidade de vida que aquele recurso ambiental
proporcionava antes de sofrer o dano (ALVARENGA, 2016). O mais importante é que
a metodologia usada seja clara e de uso expedito, de modo a compatibilizar-se com
a demanda de perícias ambientais criminais (SILVA & CORRÊA, 2015). Para Almeida
(2014) e Silva & Corrêa (2015), os MFD são laboriosos, custosos e/ou subjetivos. Os
métodos de Custo de Viagem e Bens Substitutos são mais aplicáveis à PAC, mas o
mais usado na VEDA é o Custo de Reposição, sendo sua principal desvantagem não
incluir o eventual valor de ecossistemas quando estes são destruídos (SILVA &
CORRÊA, 2015). Embora a função da valoração do dano seja diversa da função da
multa penal (reparação do patrimônio lesado x punição), é possível usar os valores
obtidos pela aplicação de metodologias de VEDA para auxiliar o magistrado na
determinação do valor da multa penal, como preconiza o artigo 19 da Lei 9.605/98.
Entretanto, pela diversidade de métodos de VEDA, possibilidade de aplicação de
vários métodos para uma mesma situação e pela subjetividade embutida em cada um

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deles, a aplicabilidade da técnica de VEDA dependerá do caso concreto
(ALVARENGA, 2016). Assim, é esperado discrepância entre valores atribuídos ao
condenado a depender da metodologia utilizada, fazendo com que a multa penal
possa não atender aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Dessa forma,
Silva & Corrêa (2015) recomendam a utilização da taxa de juros para cálculo da
parcela dos danos indiretos visando a garantir a razoabilidade.

4. Perícia Ambiental e Sua Importância Contra o Dano Ambiental

Torna-se relevante ressaltar que o meio ambiente presentemente vem sendo


estudado não exclusivamente com a conotação simplesmente ecológica, ligada, claro,
ao chamado ambiente natural, mas ao mesmo tempo acaba envolvendo um conjunto
de outras questões e preocupações, que envolvem aspectos físicos, artificiais,
urbanísticos, históricos, paisagísticos e outros talvez ainda nem explorados, por
serem importantes e essenciais à sobrevivência do homem.

O dano ambiental, que são vivenciados na época presente torna-se cada vez
mais complicado, e isso acaba por envolver questões de diversas áreas do
conhecimento. Deste modo, a procura de soluções para esses problemas passa,
fundamentalmente, por um compartilhamento de saberes.

Acerca deste problema, surge um novo profissional para amenizar estes


impactos: o perito ambiental. Para tentar minimizar e reverter os impactos e/ou danos
ambientais, há a necessidade de um especialista com atuação multidisciplinar para
auxiliar o legislador a fazer uma aplicação correta e eficaz da lei a ser cumprida.

1. Dano Ambiental
O meio ambiente é um dos bens que mais têm chamado a atenção e causado
preocupação em parte da sociedade, em juristas e cientistas, sendo inclusive
garantido pelos ordenamentos jurídicos.

(ANTUNES, 2016, p.1438).

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O planeta passa por uma séria crise ambiental, que vem se
agravando a cada dia. A atuação indiscriminada e inconsequente do homem
na busca dos bens naturais (que são limitados), necessários à satisfação de
seu bem estar, tem sido fator determinante para o desequilíbrio e a
progressiva destruição de ecossistemas.

Nas sociedades modernas, o crescimento econômico vem sendo observado


com um acompanhamento de um processo de degradação ambiental e de destruição
de ecossistemas. Esse procedimento, que de alguma forma sempre houve, produziu
um salto bem maior com a revolução industrial no século XVIII, em que as atividades
humanas passam a alcançar uma linha jamais antes idealizada. Deste modo tem-se
conhecimento que o uso intenso de combustíveis fósseis (primeiramente o carvão,
depois o petróleo) consente o desenvolvimento do setor de transportes, do comércio
e das atividades industriais em muitos países, pressionando com tudo isso o apoio de
recursos naturais (ROMEIRO, 2003, p.318).

O dano ambiental apresenta-se como um fato físico-material e também pode


se associar á um fato jurídico considerado por uma norma e sua inobservância, e
apenas pode cogitar-se de um dano se a conduta for avaliada injurídica no referente
ordenamento legal. Resumindo, sempre deve existir uma norma que impeça certa
atividade ou proteja apontado bem ecológico. É claro que, no ato da subsunção dos
acontecimentos ao texto da norma sempre vai existir influência da atitude pessoal do
intérprete (MACHADO, 2016, p.1407). Por muitas vezes, o mau uso da terra pode
acabar gerando graves danos ambientais, que refletem na maioria das vezes muitos
prejuízos para o homem, e isso pode vir a causar em casos extremos perdas de vidas
humanas. Sendo assim, entende-se que os relevos estabelecem os pisos a propósito
de os quais se fixam as populações humanas, desenvolvendo suas atividades,
derivando daí valores econômicos e sociais que lhes são conferidos.

Em função de suas particularidades e dos processos que sobre eles atuam,


proporcionam, para as populações, tipos e níveis de benefícios ou riscos dos mais
variados. Suas maiores ou menores estabilidades procedem, ainda, de suas
convergências evolutivas e das interferências que podem sofrer dos demais
componentes ambientais ou da ação do homem (GUERRA, 2011, p.45).

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Os problemas que passaram a avançar contra a sociedade nos derradeiros
tempos, peculiares de uma sociedade de risco, se depararam com a necessidade de
reconstrução de novos padrões (não negando os tradicionais, mas dando-lhes novos
contornos), a fim de que o direito possa responder com segurança e efetividade as
demandas sócio-político-econômicas emergentes, tendo sucessivamente em vista a
dignidade humana, bem como da assistência independente do meio ambiente
(FERNANDES, 2010 p.55).

A assistência ao ambiente não se abrevia somente à conservação, mas à


organização e a racionalização do uso dos recursos, com a intenção de defender o
futuro do homem. Constata-se que há, de certa maneira, uma multiplicidade de
fatores que se juntam ao procedimento de desequilíbrio e inquietação do meio
ambiente. Na visão de Silva (2013, p.78):

“Meio ambiente, é a influência mútua do conjugado de subsídios naturais,


artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento tranquilo da vida em todas as
suas configurações” (SILVA, 2013 p.78),

Para MEZZOMO, 2008, p.23, O aquecimento global, a extinção de espécies


da fauna e flora, dentre outros, denotam de forma clara o caráter crescente que tal
problema vem adquirindo.

Torna-se importante destacar que, por um lado com o passar dos tempos á
exploração desordenada dos recursos naturais e a contaminação do ambiente são
características constatadas, tanto por países desenvolvidos como em
desenvolvimento, e a natureza, em muitos casos, não consegue repor seus recursos
renováveis na velocidade de sua utilização, nem recuperar os meios impactados. Isso
sem fazer referência à exploração dos recursos naturais não renováveis. Esse cenário
culmina em situações de conflitos, decorrentes da limitação do bem ambiental e da
crescente concentração populacional, e tem gerado demandas judiciais cada vez
mais complexas envolvendo questões ambientais (BELTRÃO, 2009, p.477).

Em relação à reparação do dano ambiental, não há que cogitar se o causador


do dano deveria prevê-lo ou não, se agiu com dolo ou culpa, o que realmente importa

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é que o meio ambiente não pode sofrer a consequência sem que sejam tomadas
providências com o intuito de reparação. Tudo que for passível de recuperação
deverá ser recuperado, e o que não for deverá ser indenizado em moeda corrente,
revertendo esses valores para a preservação ambiental, a fim de que o infrator não
fique impune (LIMA, 2010, p. 65). A Constituição Federal, em seu art. 225, § 2o,
determina que: “Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.” O §3o acrescenta: “As condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar o dano” (MIRRA, 2004, p.251).

O crescente interesse da sociedade em questões relativas à proteção


ambiental tem implicado em diferentes demandas de perícias relacionadas a esta
área.

5. Perícia Ambiental/ Atividade da perícia e seus efeitos


Pode-se dizer que, com a chegada da globalização, o resultado que se teve foi
o uso descontrolado dos recursos naturais, e também o estilo de vida se tornou
extremamente consumista e isso acabou produzindo o que se conhece como
degradação ambiental, gerando numerosos riscos.

Conforme descrito na Lei nº 9.605/98 (lei dos crimes ambientais), dano


ambiental pode acontecer, contra a fauna, a flora, a administração ambiental, o
ordenamento urbano e o patrimônio cultural, por ação de poluentes, ou outros casos
específicos, configurando dessa forma, uma vasta gama de objetos de estudo
(ALMEIDA, 2009, p.55).

Com a instituição da Lei da Ação Civil Pública, de 1985, cresceram, em


quantidade e complexidade técnica, os conflitos ambientais levados a juízo. Assim,
há a necessidade crescente de aparelhamento do poder judiciário par a absorção e
solução dos embates apresentados. O necessário meio para o cumprimento do
prescrito normativo mostra-se como um arcabouço, que:

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“O esforço de se proteger o meio ambiente e solucionar esses conflitos, que
na maioria das vezes resultam num alto custo ambiental e social, tem demandado,
nos últimos anos, a construção de teorias, princípios, métodos e instrumentos
inovadores, tanto na área do Direito quanto nas diversas áreas do conhecimento
relacionadas com a questão ambiental” (CUNHA; GUERRA, 2008, p. 266).

Segundo Cunha; Guerra (2008, p.222), a Perícia é utilizada em processos


judiciais, estando disciplinada pelos artigos 420 a 439 da Seção VII – Da Prova
Pericial (CAPÍTULO VI – DAS PROVAS), do Código de Processo Civil (CPC). Nos
processos que se destinam a defender o meio ambiente, está interligada a Ação Civil
Pública Ambiental juntamente com a perícia ambiental que tem como objetivo
desvendar os problemas ambientais, punindo os causadores dos danos ambientais
fazendo com que eles tomem providências a respeito, com indenização ou reparação
do âmbito.

Neto (2010, p.44), define perícia ambiental, como um procedimento metódico


previamente planejado, fornecendo ao final do trabalho resultados consistentes,
reconhecidos pela comunidade científica. As atividades de investigação do dano
ambiental devem ser conduzidas de forma técnica e independente, sem a intervenção
ou ingerências das partes do processo. Sendo que seu objetivo fundamental é a prova,
visando informações necessárias para responder de forma técnica e imparcial, os
quesitos formulados pelas partes. Em geral, as principais atividades da perícia
ambiental incluem: a pesquisa documental; exame do local do evento; amostragens
de campo; testes analíticos; análise e discussão de resultados; conclusões; respostas
dos quesitos e; elaboração do laudo pericial.

A atividade pericial ambiental é vinculada à legislação tutelar do meio ambiente,


a legislação ambiental, que regulamenta a proteção ambiental nos níveis federal,
estadual e municipal, no âmbito de uma nova disciplina do Direito, o direito ambiental
(CUNHA; GUERRA, 2008, p.90).

A perícia ambiental, importante especialidade de perícia e relativamente nova


no Brasil, tem evoluído consideravelmente nos últimos anos, principalmente devido
ao aprimoramento da legislação ambiental, que, cada vez mais, visa a proteger os
diversos compartimentos que compõem o bem jurídico “meio ambiente”. Essa

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modalidade pericial consiste em atividade profissional de relevante interesse social,
de natureza complexa e ainda em fase inicial de estruturação, que requer uma prática
multidisciplinar e atuação de profissionais especializados para o trato das questões
envolvidas, além de exames, estudos e pesquisas que fundamentem o
desenvolvimento de seus aspectos jurídicos, teóricos, técnicos e metodológicos
(SOARES; SALVADOR, 2015, p.95).

Pode-se dizer, que o empenho que por muitas vezes, nota-se de se proteger o
meio ambiente e resolver muitos conflitos, na maioria das vezes procedem num
elevado custo ambiental e social, tem demandado, nos últimos anos, a construção de
teorias, princípios, métodos e instrumentos inovadores tanto na área de Direito quanto
nas diversas áreas do conhecimento relacionadas com a questão ambiental. Dentro
neste processo, encontra-se a Perícia Ambiental, uma extraordinária especialidade
de perícia, relativamente nova no Brasil, mas que tem evolucionado respeitosamente
nos últimos anos, sobretudo devido ao aperfeiçoamento da legislação ambiental
(CUNHA; GUERRA, 2008, p.245).

Sendo assim, quando se realiza uma perícia ambiental, do mesmo modo como
as outras modalidades de perícia, necessita ser desempenhada por técnico que tenha
comprovada sua idoneidade profissional e possuidor de conhecimentos técnico-
científicos especializados para verificação da complexidade da verdade dos fatos
denunciados (SAROLDI, 2009, p.10).

O Novo Código de Processo Civil (NCPC) não alterou muito a respeito deste
tema, mas trouxe algumas inovações, que serão abordadas a seguir. A função de
perito judicial está disciplinada nos artigos 156 a 158, da Seção II, do Capítulo III, do
Título IV, da Parte Geral, que trata dos auxiliares da justiça. O juiz será assistido por
perito, sempre que “a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico”
(art. 156, caput, NCPC). Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma
área de conhecimento especializado, como normalmente ocorre com as perícias
ambientais, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um
assistente técnico (art. 475, do NCPC) (FREIRE, et.al. 2014, p.61).

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6. A importância da perícia ambiental utilizado em processos
judiciais
É fato que frequentemente o procedimento produtivo traz em si elementos
prejudiciais ao meio ambiente. Isso exige que o poluidor tenha consciência do fato de
que aufere lucro e deixa para a coletividade os prejuízos ambientais que necessita
reparar.

A perícia ambiental é um meio de prova aproveitado por muitas vezes, em


processos judiciais, segundo Correia (2003, p. 4), sujeito à mesma regulamentação
prevista pelo Código do Processo Civil (CPC), com a mesma prática forense, mas
que irá atender a demandas específicas advindas das questões ambientais, onde o
principal objeto é o dano ambiental ocorrido, ou risco de sua ocorrência.

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Segundo o que tange o art. 421 do CPC, as partes envolvidas no
processo são incumbidas de indicarem assistentes técnicos e apresentarem
os quesitos a serem respondidos claramente pelo perito. Os quesitos devem
ser formulados segundo cada caso respeitando suas peculiaridades de forma
personalizada, e feito por um profissional devidamente habilitado, pois os
advogados têm conhecimento da sequencia lógica para enunciá-las porem
desconhecem certas peculiaridades e terminologia especifica da meteria o
que pode prejudicar uma das partes (VENDRAME, 2006).

Conforme visão de Oliveira (2010, p.45):

“O perito ambiental é alguém escolhido pelo juiz e de confiança deste. Cabe


a ele levantar todos os dados possíveis acerca das causas, dimensões e
naturezas dos danos ambientais causados, podendo (ou mesmo devendo)
para isso contar com a ajuda de uma equipe multidisciplinar escolhida por
ele mesmo e que seja de sua confiança. Mais uma vez, isto se deve à
dificuldade de se dimensionar ou qualificar danos ambientais, pois tal tarefa
exige conhecimentos especializados, dificilmente, alcançáveis por apenas
uma pessoa.”

A perícia pode ser de iniciativa de uma das partes interessadas ou, do juiz no
caso do processo não apresentar os elementos suficientes para a elucidação dos
autos que levem a um julgamento justo. O objetivo do perito é de sempre buscar
provas materiais embasadas em dados científicos obtidos por meio de procedimentos
analíticos que possibilitem o esclarecimento das indagações geradas no processo
através de investigação, mensuração e avaliação de dados gerando um laudo
conclusivo coeso e direto (MARTINS JUNIOR, 2006, p.40). Deste modo, de forma
ilustrativa através da figura 1 é demonstrado de forma mais clara, o fluxo da prova
pericial no âmbito do processo judicial.

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Deste modo, a Perícia Ambiental vem tornado-se, peça-chave nestes novos
tempos, no qual a dinâmica e a velocidade das mudanças ocorridas na sociedade
contemporânea promoveram um rápido processo de transformações no meio
ambiente em decorrência da ação do homem, causando de forma acelerada e
acentuada o desequilíbrio, a redução e até mesmo o desaparecimento espécies e
ecossistemas (ALMEIDA; OLIVEIRA; PANNO, 2003, p.205).

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Por sua vez, Almeida (2009, p.215) destaca que:

“Na perícia ambiental, devem ser apurados e quantificados todos os


danos causados ao meio ambiente, tais como ao solo, aos lençóis freáticos,
à fauna, à flora, à paisagem, à saúde, à cultura, entre outros. A amplitude
dessa avaliação demanda conhecimento técnico em áreas diversas, difícil de
ser alcançada por um único profissional. A complexidade da perícia
ambiental exige, portanto, uma atuação multidisciplinar, o que a diferencia
da tradicional perícia judicial.”

Em outras palavras, “a perícia ambiental tem como objetivo o estudo e a


preservação do meio ambiente, o que abrange a natureza e as atividades humanas”
(NADALINI, 2013, p.34). É comum o envolvimento de equipe multidisciplinar com
outros profissionais das mais diversas especializações em ações que necessitam de
uma equipe técnica capacitada nas áreas em questão.

Por isso, o art. 158 do novo Código prevê que o perito que, por dolo ou culpa,
prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e
ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar
o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis
(FREIRE, 2014, p.55).

A característica de ter uma função auxiliar em juízo e de ser destinada a


fornecer dados na fase instrucional do processo, para a formação dos elementos de
prova que serão utilizados pelo magistrado, poder proferir sua sentença com a
adequada fundamentação que, confere ao laudo pericial uma função primordial junto
à decisão final do processo. O laudo pericial deve ser claro, objetivo, fundamentado
e conclusivo. Todos os dados e elementos que o perito julgar importantes e que
possam contribuir efetivamente para o convencimento do juiz devem ser levantados.
O mesmo deve ocorrer nas perícias fora da esfera da Justiça (MARTINS JUNIOR,
2006, p.40).

Deste modo, considera-se relevante ressaltar que o dano ao meio ambiente,


vem sendo cada vez mais, considerado um objeto de estudo para a perícia ambiental,
e isso envolve seus aspectos abióticos, bióticos e socioeconômicos, compreendendo
a natureza e as atividades humanas.

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Constatou-se deste modo que, a perícia ambiental, vem cada vez mais sendo
importante, pois visa esclarecer tecnicamente a existência ou não de ameaça ou
dano ambiental, produzindo a prova e o laudo pericial e assessorando o juiz na
formação do seu convencimento.

7. A Importância da Perícia Ambiental na Solução de Crimes


Ambientais no Brasil

O modelo atual de desenvolvimento econômico torna-se cada dia mais


insustentável, comprometendo assim o equilíbrio ecológico do planeta e por sua vez
a qualidade de vida de todos os seres humanos. Devido ao aumento do consumo,
estimula-se o consumismo exacerbado, tornando-se insustentável a sobrevivência
com qualidade dos seres humanos.

A partir da década de 70, surgem as Auditorias e Perícias nos Estados Unidos


e Inglaterra, sendo que hoje seu emprego é muito aplicado na América do Norte
principalmente nos Estados Unidos e Canadá como ferramentas instrutivas
preventivas ou corretivas.

No Brasil somente após a criação da Lei nº 9.605/98 que trata sobre os crimes
ambientais houve uma preocupação com sua aplicabilidade; com essa novidade a
legislação ambiental brasileira passou então a contar com instrumento
importantíssimo na preservação ambiental, através da responsabilização e aplicação
de sanções sejam eles penais ou administrativas, aos causadores de tais danos
sendo considerados agora, crimes ambientais.

Portanto, a nova legislação permitiu a formação de subsídios necessários para


as empresas, onde possam se tornar conscientes, sempre buscando seu

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aprimoramento, evitando assim problemas relacionados à degradação do meio
ambiente.

Com advento da Lei da Ação Civil Pública que foi editada em 1985 (Lei nº 7.347,
24/07/85), os conflitos ambientais, foram levados a Juízo tanto em quantidade, tão
quanto na sua complexidade. Com finalidade de guardar o ambiente e solucionar tais
conflitos, por consequência, elevados custos ao meio ambiental e também ao meio
social, demandado por muitos anos, com base em teorias, princípios, métodos
considerados inovadores no campo do Direito Ambiental relacionado a questões
ambientais.

O principal objetivo consiste em descrever, conceituar a importância das


perícias ambientais no Brasil, sendo que em dias atuais, é vista como prova em lides
processuais, sendo sua regulamentação prevista no novo CPC1, de acordo com as
práticas forenses vigentes, sempre atendendo as demandas específicas a questões
relacionadas ao meio ambiente, focando assim, dano ao meio ambiente ou possível
risco de sua ocorrência.

A Auditoria e Perícia Ambiental surgiram nos Estados Unidos e Inglaterra, em


meados de 70, sendo que hoje seu emprego aplicado principalmente na América do
Norte em destaque Canadá e Estados Unidos com a utilização de instrumentos
preventivos ou corretivos. No Brasil somente após a criação da Lei nº 9.605/98, a sua
aplicabilidade ainda é nova, porém, já fornecem subsídios necessários para que haja
nas empresas, conscientização e aprimoramento para que evitem problemas
relacionados, principalmente na geração de resíduos, uso de energia renováveis e no
tratamento de efluentes.

Com isso, a Perícia Ambiental tornou-se fundamental na sociedade atual,


promovendo assim mudanças significativas devido à interferência do homem,
causando um desequilíbrio e desaparecimento de algumas espécies do ecossistema
(ALMEIDA; OLIVEIRA; PANNO, 2003).

1 CPC Código de Processo Civil, Criado pela lei nº 5.589, de 11 de janeiro de 1973 possui todas as normas relacionadas aos

processos judiciais de origem civil. Ou aquelas fora da esfera penal, tributário, trabalhista e eleitoral e outros

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8. Definições Básicas Sobre Perícia Ambiental e as suas
Inovações no Código de Processo Civil
A Perícia trata-se de uma diligência na qual é realizada na maioria das vezes
por peritos, com a finalidade de esclarecer, evidenciar ou elucidar fatos que geram
dúvidas ou incertezas. Portanto, é uma investigação, com base em exames,
verificando a verdade, ou fatos a serem esclarecidos, é necessário que haja pessoas
altamente capacitadas e tenham uma habilidade profissional com reconhecida
experiência quando na qual a matéria será abordada e idoneidade moral (SILVEIRA,
2006). Para ASSIS, (2011) a perícia pode acontecer em qualquer área quando houver
alguma controvérsia ou a pendência, incluindo em situações empíricas.

Já a perícia ambiental é um meio de prova utilizada em lides que envolvam


questões ambientais, regulamentada e prevista no CPC, de acordo com as práticas
forenses, mas sempre buscando atender as questões específicas que envolvam
questões ambientais, onde o seu principal objeto é o dano ambiental ocorrido, ou ate
mesmo um possível risco do mesmo ocorrer.

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Vejamos agora um quadro comparativo sobre as inovações do NCPC2 2015 e
CPC 7

NCPC 2015 CPC 73

Art. 464. Considera como prova pericial, Art. 420. A prova pericial pode ser um
sendo um conjunto de exames exame, vistoria ou avaliação.
necessários, como vistorias e avaliações.

§ 2º. Através de ofício ou requerimento Não há uma correspondência no CPC de


das partes, cabe ao magistrado, à 1973
substituição da prova, para que possa
determinar uma nova produção de prova
mais simplificada, quando o ponto de
divergência é menor complexidade.

§ 3º. Para o Magistrado a prova técnica Não há uma correspondência no CPC de


simples, constituída por um especialista, 1973
sobre determinado ponto divergência que
venha causar, ou que demande
conhecimentos especiais.

§ 4º. Durante as arguições, o perito Não há uma correspondência no CPC de


nomeado, deverá ter uma formação 1973
específica na área na qual se pretende
discutir, podendo o perito, utilizar de
recursos tecnológicos para que sejam
assim esclarecidos os fatos.

§ 2º. Tendo conhecimento de sua Não há uma correspondência no CPC de


nomeação, o mesmo terá um prazo de 1973
cinco dias: I – Para que possa propor
seus honorários; II – Exibir seu currículo,

2 NCPC Novo Código de Processo Civil. Houve uma reformulação do Código do Processo Civil passando a vigora a partir de

17 de março de 2016.

18
com devida comprovação de suas
habilidades específicas; III – Contatos,
como e-mail, no qual serão
encaminhadas todas as intimações
pessoais.

§ 2º. Cabe ao perito e seus assistentes Não há uma correspondência no CPC de


de cada uma das partes envolvidas, o 1973
seu acesso como também o devido
acompanhamento em diligências e
exames a serem realizados, com prévia
antecedência mínima de cinco anos.

Art. 471. As partes estando em comum Não há uma correspondência no CPC de


acordo, podem escolher o perito, 1973
devendo indicá-lo mediante a um
requerimento, desde que: I – sejam
completamente capazes; II – a lide possa
ser discutida por auto composição.

Art. 473. O laudo pericial deve conter: I – Não há uma correspondência no CPC de
Uma exposição dos objetos da perícia 1973
realizada; II – Uma análise técnica ou
científica do perito; III – A indicação de
um método utilizado, de forma clara e
explicativa. IV – uma resposta conclusiva
a todos os quesitos assim apresentados
pelo juiz de forma com as partes e
Ministério Público.

§ 1º. Em se tratando sobre a gratuidade Não há uma correspondência no CPC de


em relação à justiça, cabe aos órgãos 1973
que competem cumprir conforme a
determinação judicial com preferência,
em prazo estabelecido.

19
§ 2º. A prorrogação de prazo conforme Não há uma correspondência no CPC de
descrito §1º deve-se requerida 1973
motivadamente

Fonte: Adaptado do NCPC 2015

9. Leis de Crimes Ambientais

A Lei 9.605/98 em sua matéria trata sobre crimes ambientais, dispondo ao


longo do seu texto com sanções penais e administrativas, provenientes de condutas
e atividades que lesam o meio ambiente, dando assim outras providências
necessárias. Sendo considerada a primeira lei que realmente criminalizou condutas,
nocivas ao meio ambiente antes tratado apenas como contraversões penais, de
acordo com Artigo 26 da Lei 4771/65 também conhecida como Código Florestal.
Devido à fraca rigidez ou ausência de punibilidade, a maioria dos crimes ambientais
da época era tratada com certo descaso. Com penas baixas, que não ultrapassavam
três meses a um ano muitas das vezes eram convertidas em multas. Realidade
totalmente diferente a conduta atual do novo Código. Outro instrumento importante a
meio ambiente foi a CF/88 em especial no seu artigo 225 § 3º no qual traz uma
preocupação, com meio ambiente e trazendo a responsabilidade para aqueles que
agridem o meio ambiente.

10. Crimes Ambientais

De acordo com Sampaio (2010) podemos classificar os crimes ambientais em:

Crimes contra fauna;

 Crimes contra flora;

 A Poluição hídrica;

 A Poluição sonora;

 A Poluição do ar;

20
 Contaminação do solo:

 Crimes contra ordenamento urbano e patrimônio cultural.

Podendo então definir que crimes contra fauna são aqueles que se enquadram
no comércio ilegal, ou seja, na venda, na exposição de venda, na aquisição, na
guarda e transporte para exportação de espécies estando vivas ou abatidas, ovos,
filhotes, larvas sem que haja uma autorização ambiental ou em desacordo com
mesma. Temos ainda, a danificação ou destruição dos seus ninhos, abrigo ou habita
natural. Outro fato que de grande relevância é a introdução de espécies consideradas
estrangeiras no Brasil sem a devida autorização e estudo podendo assim causar
impactos ambientais a determinadas espécies.

11. Os Problemas Enfrentados na Perícia


A decisão de preservar, ou não, meio ambiente, estimula conflitos de
interesses e acaba gerando um custo a sociedade que acaba por arcar e, podendo
ser justificado pela determinação do valor econômico dos recursos em questão. Daí
a necessidade de tal discussão para que haja a valoração do meio ambiente
aplicando assim diversas metodologias, como também trazem controvérsias geradas
pelo tema. Ao longo do trabalho pode-se verificar que valor de um recurso ambiental
não se dá apenas por uma simples expressão matemática ou apenas números ou
cifras, estando ali implícitas inúmeras questões que ao longo procuramos abordar.

A perícia ambiental é uma importante especialidade na área de perícia, porém


muito nova no Brasil, contudo há se destacar uma evolução considerável nos últimos
anos, com melhor aprimoramento da legislação ambiental, visando assim à proteção
de diversas divisões nas quais compõem o bem jurídico “meio ambiente”.

A perícia ambiental é uma atividade, de cunho social, com natureza bem


complexa, tendo na sua fase de estruturação a necessidade de certa prática
associada a uma equipe multidisciplinar, com profissionais especializados e
legalmente habilitados aos seus conselhos profissionais. As perícias ambientais
procuram sempre atender às demandas que decorrem a respeito de questões
ambientais, onde seu principal objetivo é o dano ambiental ocorrido ou que por
ventura possa ocorrer. Podemos ainda ter uma concepção que a maioria dos danos
ambientais pode causar efeitos irreversíveis, e as ações de cunho ambiental devem

21
seguir o caninho baseado nos princípios da Prevenção, da Precaução e do Não
Retrocesso.

Por se tratar de uma matéria extremamente complexa na qual envolvem o dono


e aos interesses da coletividade.

12. A Perícia Ambiental Como Instrumento na Solução de Crimes


Ambientais
Segundo Nunes (1994) a Perícia é realizada por um técnico, ou pessoa que
comprove e tenha idoneidade, para verificar e esclarecer um fato ou estado que
acabando sendo objeto de legítimo para concretizar uma prova ou oferecer a Justiça
ou poder de julgar. De acordo com a norma técnica NBR (Norma Brasileira
Regulamentar) 14653-1: 2011 podemos definir a perícia como sendo uma atividade
de cunho técnica realizada por profissional qualificado de forma específica, tais como:
Administradores, Bacharéis em Direito, Biólogos, Gestores Ambientais, Contadores
entre outros, que possam averiguar e esclarecer fatos ou até verificar o estado de um
bem, apurando as causas que motivaram a alcançar determinado evento, avaliando
seus bens, custos, seus frutos ou direitos.

A atividade perícia no campo ambiental é coordenada pelo Novo Código de


Processo Civil, assim como as demais modalidades de perícia que são submetidas à
prática forense. A perícia surgiu da necessidade de uma demanda, que se se iniciou
pelas ou por uma das partes interessadas em busca de provas, atos e fatos que são
levantados para então fundamentar a um possível direito a ser pleiteado.

A perícia também pode surgir a partir da necessidade do juiz, para que haja
um conhecimento esclarecer de atos e fatos ALMEIDA, (2011, p.21). Observe agora
algumas peculiaridades sobre a perícia ambiental. Destaca-se entre elas a principal
que é de um laudo ambiental e um laudo técnico. Ao primeiro momento apresentam
a mesma finalidade, porem há uma diferença entre Laudo Pericial e Laudo Técnico.

É sobre a competência legal para sua realização, ou seja, por mais que ambas
tenham fundamento técnico e são realizadas por profissionais habilitados, há uma
diferença na competência legal para sua realização. O laudo pericial apresenta
algumas divergências básicas em sua aplicação, o responsável pela sua realização

22
e responsável pela sua condução desenvolvimento dos seus trabalhos é pessoa uma
designada pela lei, ou seja, peritos oficiais, ou nomeadas pelo juiz para atuar perito
nomeado. Já o laudo técnico é um documento que resulta também de uma analise
técnica por uma pessoa que apesar de não ter conhecimento técnico sobre o assunto,
não tem a competência legal para atuar como perito seja ele oficial ou nomeado.

Para Abunahman (2006) existem três espécies de “provas específicas”:

- Exame: é uma inspeção mais superficial, pois analisa as coisas, pessoas ou


documentos, para verificação de fatos que possam surgir ou até mesmo
circunstâncias ao interesse do litígio;

- Vistoria: é considerada sendo a mesma inspeção, porem realizada sobre


bens e imóveis;

- Avaliação (ou Arbitramento): que consiste na apuração de valores, em


espécie, de coisas, direitos e obrigações em litígio.

Observa-se que os papeis do perito e assistente técnico. Durante toada a


execução da perícia é indispensável à presença de algumas pessoas que são
fundamentais para sua elaboração. O perito após ser escolhido pelo magistrado, os
seus assistentes técnicos serão escolhidos pelas partes no processo. Alguns
procedimentos que ocorrem durante uma perícia ambiental. Primeiro passo consiste
na leitura completa e criteriosa dos autos. Nesse momento que o perito tem a
consciência do processo. Com isso possibilita o profissional estruturar todas as suas
ações que serão realizadas no processo, a fim de obter um melhor embasamento as
suas decisões enquanto perito, ainda no mesmo procedimento, o perito deve
identificar, os seus Assistentes Técnicos e por sua vez das partes para então solicitar
as informações necessárias tais como: documentos, como também para marcar data
e hora da vistoria ao local a ser analisado. O próximo passo é buscar instrumentos
legais (urbanística/ambiental/ específica) como também informações a respeito da
temática da pericia e consequentemente enquadrar ou não a atividade ou o dano
decorrente da mesma dentro de padrões legais. Logo após é realizada uma visitação
do local para tomada de informações por meio de fotos, relatos de funcionários
pessoas que moram próximo ao local. Nesse momento, o perito reúne todos os
materiais das fases anteriores e começando assim redigir, reproduzir os anexos e

23
montar assim o laudo final para entrega a juiz que solicitou a pericia. Com a
elaboração final do laudo pericial dá-se por meio de uma a leitura e análise dos fatos:

Documentos técnicos disponíveis, Interpretação cartográfica, topográfica,


aerofotogramétrica e imagens de satélite Cruzamento dos resultados de campo,
laboratório e escritório. Por fim procede-se a redação, digitação, reprodução dos
anexos e montagem do laudo.

24
13. Referências
A IMPORTÂNCIA DA PERÍCIA AMBIENTAL NA SOLUÇÃO DE CRIMES
AMBIENTAIS NO BRASIL OLIVEIRA, Héckzon1 PACHECO, Rosely2
heckzon.oliviera@gmail.com,BenciTec,2017,CRIAR,INOVAR,EMPREENDER.

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Avaliações. São Paulo: Pini, 2006.

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Passivo Ambiental. Rio de Janeiro: Thex Ed., 2009.

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Perícia ambiental. Rio de Janeiro: Thex, 2003. 205 p.

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Milllennium, 2014. Cap. 6. p. 269-292.

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responsabilização civil por danos ambientais: Contributos teóricos e críticos a
partir de um diálogo entre direito, ecologia e economia. In: MÁXIMO, Maria
Flávia Cardoso; VIEIRA, Gabriella de Castro;

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e ampl. São Paulo, Atlas, 2016.1438 p.

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Informação e documentação de referencia – Normas sobre o trabalho de Pericia. Rio
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BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal.


Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940.

BRASIL. Lei Federal Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as


sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente, e dá outras providências.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Ordinário em Mandado de


Segurança nº 21922. RECORRENTE: ANTÔNIO RIBEIRO E OUTROS.
RECORRIDO: AGÊNCIA GOIANA DE REGULAÇÃO CONTROLE E
FISCALIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. Relator: Ministro Teorio Albino
Zavascki. Brasília, DF, 05 de junho de 2007.Diário de Justiça. Brasília, 21 jun.
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