O Epicurismo
O Epicurismo
O Epicurismo
O Epicurismo
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2024
Arão Bernardo Arão Rafael
O Epicurismo
Universidade Rovuma
2024
Índice
Introdução..................................................................................................................4
1.Breve contextualizacao da escola de epicurista......................................................5
1.1.A Cânon Epicurista..............................................................................................6
1.2.A física Epicurista................................................................................................6
1.3.A Ética Epicurista................................................................................................7
Conclusão.................................................................................................................10
Referências bibliográficas........................................................................................11
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Introdução
O trabalho presente tem como o tema o Epicurismo- Até abrir sua famosa escola – o
Jardim – nos arredores de Atenas, Epicuro (Samos, 341a.C. - Atenas, 270a.C.)
enfrentou muitas dificuldades, estas, porém, lhe proporcionaram ocasiões para o
exercício prático de sua filosofia. Ao contrário do que pensam alguns filósofos, sua obra
não se limitou a interpretar, mas efectivamente transformar o mundo. Todos os
infortúnios foram superados pela ataraxia a imperturbabilidade da ma – desde as
dificuldades de uma vida na pobreza, a oposição de platónicos e aristotélicos em lhe
deixar abrir sua escola e, também, os inúmeros detractores que insistentemente
difamavam sua teoria e sua pessoa. Assim como, também, nos momentos de êxito, não
se deixou levar por um êxtase desmedido. A ataraxia, eixo de todo o seu pensamento,
não ficou limitada a ser, somente, um conceito teórico, mas era efectivamente um
princípio de vida.
A obra de Epicuro incorpora seu momento histórico, suas influências intelectuais – o
atomismo e a lógica – e, principalmente, sua percepção de que era preciso elaborar uma
filosofia e um ensino diferentes para a época em que vivia, daí a importância e a
originalidade do seu princípio hedonista.
Objectivo geral
Compreender o Epicurismo.
Objectivos específicos
Contextualizar o Epicurismo;
Descrever A Cânon Epicurista;
Explicar a física Epicurista e a Ética Epicurista;
Metodologia
Epicuro nasceu na ilha de Samos, em 341 a.C., pouco tempo depois da morte de Platão.
Começou a se interessar pela filosofia ainda muito jovem. Estudou com seguidores de
Platão e Demócrito, dois dos filósofos mais importantes da antiguidade. Em 306 a. C.
fundou em Atenas uma escola própria e se dedicou a elaborar uma nova filosofia.
Em 306 a.C., Epicuro voltou à Atenas, comprou uma propriedade e fundou sua própria
escola, que chamou de “Jardim”, onde formou uma comunidade e conviveu com
amigos e discípulos, entre eles Metrodoro e Polieno.
Segundo Reale e Antiseri (2003, p: 259), Epicuro de Samos, que fundou sua Escola em
Atenas em 30/1306 a.C., retomou de Leucipo e Demócrito a teoria atomista, de Sócrates
o conceito de filosofia como arte de viver, e dos Cirenaicos a estreita relação entre
felicidade e prazer, mas entendendo esta relação de maneira inteiramente diversa.
Epicuro dividiu sua filosofia (finalizando as primeiras duas partes com a terceira),
conforme a tripartição de Xenocrates, em:
2) Física;
3) Ética;
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O homem pode também construir, por via de mediação, partindo das prolepses, dos
julgamentos. Temos assim a opinião. Neste caso, porém, falta a garantia da evidência, e,
por isso, é preciso um critério de avaliação. Portanto, nem todas as opiniões resultam
verdadeiras, mas de verdade apenas as que são confirmadas pela sensação ou não
desmentidas por ela.
Todavia, o modo com que Epicuro concebia os átomos não era perfeitamente idêntico
aquele que era concebido pelos antigos Atomistas: estes os individuavam graças à
figura, ordem e a posição; Epicuro, ao contrário, os caracterizava através da figura, do
peso e da grandeza. Além disso, Epicuro considera os átomos como realidades
compostas de partes praticamente não divisíveis (átomo significa justamente
"indivisível"), mas idealmente distinguíveis. Essas partes são chamadas mínimas; e o
mínimo constitui a unidade de medida absoluta de todas as coisas. Outra diferença
importante refere-se ao seu movimento, que para Epicuro e de queda do alto para baixo
(Ullmann, 1996, p. 54).
Epicuro, contudo, foi forçado a introduzir um desvio (ou declinação, clinámen) da linha
de queda dos átomos - porque, de outro modo, eles jamais ter-se-iam encontrado, caindo
em linha recta -, da qua1 em última analise depende seu impacto e a formação do
mundo e de todas as coisas. Do que, porem, deriva este desvio da vertical? Epicuro
sustenta que não há nenhuma causa e que vem do nada.
O mundo que deriva do encontro dos átomos e infinito (os átomos, com efeito, do
infinitos de numero), tanto no espago como no tempo (se regenera infinitas vezes).
Também a alma (distinta em racional e irracional) e um agregado de átomos; trata-se
porem, de átomos diferentes dos outros.
E ainda átomos de carácter especial são os que constituem os deuses, de cuja existência
Epicuro se mostra absolutamente certo. Os deuses de Epicuro têm numerosas
características em comum com os deuses da religião tradicional, excepto por um
detalhe: não se ocupam de modo nenhum do mundo e dos homens, e vivem urna vida
absolutamente feliz e beata (Reale e Antiseri, 2003, p: 263).
Para Epicuro o verdadeiro bem e o prazer; mas seu hedonismo tem um carácter todo
particular. Esta tese que faz coincidir o bem do homem com o prazer já fora formulada
pelos Cirenaicos, que, porem, reduziam o prazer a um doce movimento, negando que a
ausência de dor fosse prazer. Epicuro, ao contrário, identificou expressamente o
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máximo prazer com a ausência de dor. E, sempre tomando distância dos Cirenaicos,
considera os prazeres (e as dores) da alma superiores aos do corpo. Com efeito, a alma
sofre também por causa das experiências passadas e por causa das futuras, enquanto o
corpo sofre apenas por aquelas presentes. A ausência da dor, tanto em relação a alma
(ataraxia) como em relação ao corpo (aponia), e considerada como sumo prazer, porque
e o único que não pode crescer ulteriormente e, portanto, não pode nos deixar
insatisfeitos (Reale e Antiseri, 2003, p: 268).
Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos
prazeres dos intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos, como
acreditam certas pessoas que ignoram o nosso pensamento, ou não concordam
com ele, ou o interpretam erroneamente, mas ao prazer que é a ausência de
sofrimentos físicos e de perturbações da alma. Não são, pois, bebidas nem
banquetes contínuos, nem a posse de mulheres e rapazes, nem o sabor dos
peixes ou das outras iguarias de uma mesa farta que tornam doce uma vida, mas
um exame cuidadoso que investigue as causas de toda escolha e de toda rejeição
e que remova as opiniões falsas em virtude das quais uma imensa perturbação
toda conta dos espíritos. (Epicuro, 2002, p. 43-45).
Em resumo, a vida feliz é: quando nada nos perturba a alma e fazemos coisas
agradáveis.
E o que dizer do ma1 físico, do moral e da morte? Não são eles obstáculos insuperáveis
que se opõem a felicidade do homem? A resposta de Epicuro é um não categórico. Com
efeito, o mal físico ou e facilmente suportável, ou, se e insuportável, dura pouco e leva a
morte. E a morte não e um mal: quando existimos, ela não existe, e quando para
alcançar ela existe, nos não existimos. Com a morte vamos para o nada. a felicidade No
que se refere aos males da alma, a filosofia esta em grau de cura-los e de nos libertar
completamente deles(Ibidem, p:268).
Para realizar seu ideal de vida, o homem deve fechar-se em si, e permanecer distante da
multidão e dos encargos políticos, que só trazem perturbação e fastio. A única ligação
com os outros a ser cultivada deve ser a amizade, que nasce certamente pela busca do
útil ou para ter determinadas vantagens, mas depois, uma vez nascida, torna-se ela
própria fonte autónoma de prazer.
Conclusão
Concordamos com Ullmann quando ele afirma: “Logramos, pois, dizer que, em nosso
mundo conturbado, ansioso, mais desejoso de ter do que de ser, as lições do filho de
Samos representam uma mensagem altamente positiva” (1996, p. 109). De fato, vale
muito a pena explorar seus conteúdos nas aulas de filosofia, especialmente nos
primeiros anos do ensino superior e no ensino médio, por dois motivos.
Quanto ao conteúdo ético chama a atenção três factores. O primeiro é o fato de que
Epicuro não nega a fruição dos prazeres, mas analisando detidamente a natureza
humana, considera que se deve ter prudência e distinguir a natureza dos desejos, se são
naturais ou impostos por valores sociais e, pelo autodomínio, saber o que fazer ou não
fazer. O segundo é o fato de que elabora uma ética materialista que, mesmo aceitando a
existência de religiões, não dependerá dos dogmas para justificar seus fundamentos.
Num ambiente de ampla liberdade religiosa faz-se necessário não decidir por nenhuma
como principal para não se gerar o fenômeno da intolerância civil.
Por fim, sua ética também contribui para com a ideia de que praticar injustiças inclusive
desrespeitar a lei não trará nenhum castigo futuro na vida além-túmulo, nem por alguma
lei metafísica pagar-se-á o mal feito com sofrimento, mas observa que aqueles que agem
de modo injusto o fazem por ter a alma perturbada e esta é uma evidência de que
sofrem. Para acabar com essa perturbação é preciso estudar filosofia, conhecer a
natureza dos desejos e o efeito dos prazeres para ter domínio de si .
Quanto ao conteúdo lógico, sua contribuição vem, como vimos, pelo extremo rigor com
o qual define seus conceitos e os encadeia logicamente. Quando os alunos estudam sua
obra participam de um exercício rigoroso e sútil de pensamento filosófico que, sem
dúvida, proporciona uma experiência transformadora. Podemos, sem dúvida, discordar
deste autor, mas estudá-lo e compreender seus argumentos é um exercício ímpar para os
que estão iniciando seus estudos filosóficos.
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Referências bibliográficas
Diógenes Laertius. (1988). Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Tradução de Mário
da Gama Kury. Brasília: Editora da UnB.