Aula 01: MPU (Analista - Direito) Direito Processual Penal
Aula 01: MPU (Analista - Direito) Direito Processual Penal
Aula 01: MPU (Analista - Direito) Direito Processual Penal
Autor:
Equipe Legislação Específica
Estratégia Concursos, Renan
Araujo
05 de Outubro de 2024
Índice
1) Inquérito Policial
..............................................................................................................................................................................................3
INQUÉRITO POLICIAL
Natureza e características
Antes de tudo, precisamos definir o que seria o Inquérito Policial, para, a partir daí, estudarmos
os demais pontos. Podemos defini-lo como:
Assim, por Polícia Judiciária podemos entender a Polícia responsável por apurar fatos criminosos
e coligir (reunir) elementos que apontem se, de fato, houve o crime e quem o praticou
(materialidade e autoria). A Polícia Judiciária é representada, no Brasil, pela Polícia Civil e pela
Polícia Federal.
A Polícia Militar, por sua vez, não tem precípua função investigatória, mas apenas função
administrativa (Polícia administrativa), de caráter ostensivo, ou seja, sua função é agir na
prevenção de crimes, não na sua apuração!
Nos termos do art. 4° do CPP:
Porém, é bom ressaltar: embora o IP seja instaurado e conduzido pela Polícia Judiciária (Polícia
Civil, Polícia Federal, etc.), isso não significa que tais polícias façam parte do Poder Judiciário ou
que o IP seja um processo judicial. Não! O IP tem natureza de procedimento administrativo, e
não de processo judicial, como veremos adiante.
O inquérito policial possui algumas características, atreladas à sua natureza. São elas:
a) Administrativo
O Inquérito Policial, por ser instaurado e conduzido por uma autoridade policial, possui nítido
caráter administrativo. O Inquérito Policial não é fase do processo! Cuidado! O IP é
pré-processual!
1
Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 – Processo penal, volume 1 / Fernando da Costa Tourinho Filho. – 28. ed.
ver. e atual. - São Paulo: Saraiva, 2006.
(...)
b) Inquisitorialidade
2
Para entendermos, devemos fazer a distinção entre sistema acusatório e sistema inquisitivo.
O sistema acusatório é aquele no qual há dialética, ou seja, uma parte defende uma tese, a outra parte rebate as
teses da primeira e um Juiz, imparcial, julga a demanda. Ou seja, o sistema acusatório é multilateral.
Já o sistema inquisitivo é unilateral. Não há acusador e acusado, nem a figura do Juiz imparcial. No sistema
inquisitivo não há acusação propriamente dita.
3
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124. Isso não significa que o indiciado não possua direitos, como o de ser
acompanhado por advogado, etc. Inclusive, o indiciado, embora não possua o Direito Constitucional ao
Contraditório e à ampla defesa nesse caso, pode requerer sejam realizadas algumas diligências. Entretanto, a
realização destas não é obrigatória pela autoridade policial.
c) Oficiosidade
d) Oficialidade
4
Entretanto, CUIDADO:
O STJ possui decisões concedendo Habeas Corpus para determinar à autoridade policial que atenda a
determinados pedidos de diligências;
O exame de corpo de delito não pode ser negado, nos termos do art. 184 do CPP:
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas
partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
O IP é conduzido por um órgão oficial do Estado, qual seja, a Polícia Judiciária, através da
autoridade policial.
Ainda que estejamos diante de um crime de ação penal de iniciativa privada (ex.: crime de dano
simples, praticado contra um particular), a atividade de investigação criminal realizada por meio
do inquérito policial incumbirá ao Estado, por meio da Polícia Judiciária. Ou seja, mesmo nos
crimes em que se confere à vítima a titularidade do direito de ajuizar a ação penal, o inquérito
policial será instaurado, conduzido e presidido por órgão oficial do Estado.
e) Procedimento escrito
Todos os atos produzidos no bojo do IP deverão ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que
forem orais (como depoimento de testemunhas, interrogatório do indiciado, etc.):
==1db84a==
Essa regra encerra outra característica do IP, citada por alguns autores, que é a da formalidade.
f) Indisponibilidade
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Assim, quem instaura, conduz e preside o IP não possui poderes para DISPOR do inquérito, ou
seja, para mandar arquivar os autos do IP. JAMAIS.
Frise-se que, atualmente, o CPP estabelece o arquivamento direto pelo MP, embora o STF
entenda pela necessidade de submissão da manifestação de arquivamento ao Juiz competente.
Seja como for, o arquivamento do IP não é conferido à autoridade policial, ainda que haja
evidente hipótese de arquivamento (ex.: atipicidade, extinção da punibilidade, etc.).
g) Dispensabilidade
O Inquérito Policial é dispensável, ou seja, é perfeitamente possível que a ação penal seja
ajuizada sem que tenha havido inquérito policial anteriormente. Dado seu caráter informativo
(busca reunir informações), caso o titular da ação penal já possua todos os elementos necessários
ao oferecimento da ação penal, o Inquérito será dispensável. Um dos artigos que fundamenta
isto é o art. 39, § 5° do CPP5.
EXEMPLO: Ministério Público instaura um inquérito CIVIL para apurar suposta prática de ato de
improbidade administrativa. Todavia, no curso das investigações do inquérito CIVIL, o MP
concluir ter havido, também, prática de crime. Entendendo que os elementos ali obtidos são
suficientes, o MP pode, perfeitamente, oferecer denúncia com base em tais elementos,
dispensando a instauração do inquérito policial.
h) Discricionariedade
A autoridade policial pode conduzir a investigação da maneira que entender mais frutífera, sem
necessidade de seguir um padrão pré-estabelecido6. Essa discricionariedade não se confunde
com arbitrariedade, não podendo o Delegado (que é quem preside o IP) determinar diligências
meramente com a finalidade de perseguir o investigado, ou para prejudicá-lo.
Exatamente pela discricionariedade conferida à autoridade policial na condução da atividade
investigatória, o art. 14 do CPP estabelece que o delegado de polícia poderá indeferir os
requerimentos de diligências formulados pelo ofendido (ou seu representante legal), bem como
pelo indiciado.
A finalidade da diligência deve ser sempre o interesse público, materializado no objetivo do
Inquérito, que é reunir elementos de autoria e materialidade do delito. Ademais, a
discricionariedade não está relacionada à instauração (ou não) do IP. Quanto à instauração,
havendo elementos para tanto, o IP deve ser instaurado. A discricionariedade se refere à
condução das investigações.
i) Sigilo
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se
suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Como se vê, apesar de não haver possibilidade de arguição de suspeição da autoridade policial, esta tem o dever de
se declarar suspeita quando ocorrer motivo legal que gere suspeição.
7
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124
Todavia, o IP não é, em regra, sigiloso em relação aos envolvidos (ofendido, indiciado e seus
advogados), motivo Pelo qual foi editada a súmula vinculante 14:
Súmula vinculante 14
Assim, a autoridade policial não pode negar ao defensor do investigado o acesso aos elementos
de convicção que já constem nos autos do inquérito policial.
Todavia, o defensor não terá acesso às diligências investigatórias ainda pendentes (não iniciadas
ou ainda em curso), cuja ciência pela defesa possa gerar prejuízo à investigação (ex.:
interceptação telefônica do investigado, ainda em curso).
Caso tenha sido decretado segredo de Justiça (grau de sigilo ainda maior) em relação ao
inquérito como um todo ou a algumas peças específicas (ex.: quebra de sigilo bancário, fiscal,
etc.), o advogado do investigado precisará apresentar procuração para ter acesso a tais
elementos.
A própria súmula vinculante 14 já menciona que tal acesso deve se dar “no interesse do
representado”. Ora, de início, só há representação quando há mandato, e a procuração é o
instrumento de mandato, o que confere poderes ao advogado para agir em nome de alguém, no
caso, em nome do investigado.
(...)
A partir daí, firmou-se o entendimento de que o acesso aos autos do inquérito policial pelo
advogado, a princípio, independe de procuração. Todavia, nas hipóteses em que seja decretado
o sigilo do inquérito policial (sigilo de grau superior ao inerente a qualquer inquérito policial,
popularmente conhecido como “segredo de justiça”), passa a ser exigida a procuração para que
o advogado tenha acesso aos autos do inquérito policial, até pelo que dispõe o art. 7º, XIV do
EOAB:
Art. 7º (...) § 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar
procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV. (Incluído
pela Lei nº 13.245, de 2016)
As formas pelas quais o Inquérito Policial pode ser instaurado variam de acordo com a natureza
da Ação Penal para a qual ele pretende angariar informações. A ação penal pode ser pública
incondicionada, condicionada ou ação penal privada.
Tomando a autoridade policial conhecimento da prática de fato definido como crime cuja ação
penal seja pública incondicionada, poderá proceder (sem que haja necessidade de requerimento
de quem quer que seja) à instauração do IP, mediante Portaria.
Mas, e no caso de se tratar de uma denúncia anônima. Como deve proceder o Delegado, já que
a Constituição permite a manifestação do pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso,
estamos diante da “delatio criminis” inqualificada, que abrange, inclusive, a chamada
“disque-denúncia”, muito utilizada nos dias de hoje. A solução encontrada pela Doutrina e pela
B. Requisição do MP
O IP poderá ser instaurado, ainda, mediante requisição do MP. Nos termos do art. 5°, II do CPP:
Essa requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo Delegado, não havendo juízo de
discricionariedade por parte do delegado de polícia quanto à conveniência, ou não, da
instauração do IP nesse caso, de forma que não pode o delegado recusar cumprir a requisição,
pois requisitar é sinônimo de “exigir com base na Lei”. Contudo, o Delegado pode se recusar9 a
instaurar o IP quando a requisição:
Com relação à instauração do IP por requisição do Juiz (prevista no art. 5º, II do CPP), a Doutrina
já há muito tempo criticava tal possibilidade, entendendo ser afronta ao princípio da inércia e, em
8
(...) Admite-se a denúncia anônima como instrumento de deflagração de diligências, pela autoridade policial, para
apurar a veracidade das informações nela veiculadas, conforme jurisprudências do STF e do STJ. (...) (AgRg no RMS
28.054/PE, Rel. MIN. ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA,
julgado em 27/03/2012, DJe 19/04/2012)
O STF corrobora esse entendimento: (...) Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal, nada impede a
deflagração da persecução penal pela chamada ‘denúncia anônima’, desde que esta seja seguida de diligências
realizadas para averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen Gracie, DJe de 22.08.2008; 90.178, rel. min.
Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010; e HC 95.244, rel. min. Dias Toffoli, DJe de 30.04.2010 – Informativo 755 do STF).
A denúncia anônima só pode ensejar a instauração do IP, excepcionalmente, quando se constituir como o próprio
corpo de delito (ex.: carta na qual há materialização do crime de ameaça, etc.).
9
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 111/112
10
Neste último caso o Delegado deve oficiar a autoridade que requisitou a instauração solicitando que sejam
fornecidos os elementos mínimos para a instauração do IP.
última análise, ao sistema acusatório. Hoje, com as alterações promovidas pela Lei 13.964/19,
cremos que esta possibilidade se torna absolutamente inviável, tendo havido a revogação tácita
de tal previsão.
Isso porque o novo art. 3º-A estabelece que o processo penal terá estrutura acusatória, vedadas
a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de
acusação.
Ora, se é absolutamente vedada a iniciativa do Juiz na fase de investigação, isto obviamente
deve se estender à própria instauração da investigação. Se ao Juiz é vedado agir de ofício
DURANTE a investigação, com muito mais razão deve ser vedado ao Juiz agir de ofício ANTES
de instaurada a investigação. Não faz sentido proibir o Juiz de, por exemplo, determinar uma
diligência ex officio, mas permitir que o Juiz tome a iniciativa de requisitar a instauração de
inquérito policial.
Porém, em provas cuja literalidade do CPP seja o único conhecimento exigido para a resposta da
questão, recomenda-se entender como “correta” a assertiva/alternativa que mencione que o IP
pode ser instaurado por requisição da autoridade judiciária.
Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, não requisição. Por isso, a Doutrina entende que
nessa hipótese o Delegado não está obrigado a instaurar o IP, podendo, de acordo com a
análise dos fatos, entender que não existem indícios de que fora praticada uma infração penal e,
portanto, deixar de instaurar o IP.
O requerimento feito pela vítima ou por seu representante deve preencher alguns requisitos.
Entretanto, caso não for possível, podem ser dispensados. Nos termos do art. 5°, § 1° do CPP:
Caso seja indeferido o requerimento, caberá recurso para o Chefe de Polícia. Vejamos:
Embora essa hipótese não conste no rol do art. 5° do CPP, trata-se de hipótese clássica de fato
que enseja a instauração de IP. Parte da Doutrina, no entanto, a equipara à notitia criminis e,
portanto, estaríamos diante de uma instauração ex officio.
A ação penal pública condicionada é aquela que, embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da
representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado.
Nestes crimes, o IP pode se iniciar:
Trata-se da chamada delatio criminis postulatória, que é o ato mediante o qual o ofendido
autoriza formalmente o Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à
responsabilização do autor do fato, se for o caso. Trata-se de formalidade necessária nesse tipo
de crime, nos termos do art. 5°, § 4° do CPP:
Não se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao Juiz, ao Delegado e ao
membro do MP. Caso não seja dirigida ao Delegado, será recebida pelo Juiz ou Promotor e
àquele encaminhada. Nos termos do art. 39 do CPP:
Caso a vítima não exerça seu direito de representação no prazo de seis meses, a contar da data
em que tomou conhecimento da autoria do fato, estará extinta a punibilidade (decai do direito
de representar), nos termos do art. 38 do CPP:
Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve representar é o seu representante legal.
Caso não o faça, entretanto, o prazo decadencial só começa a correr quando a vítima completa
18 anos, para que esta não seja prejudicada por eventual inércia de seu representante. Inclusive,
o verbete sumular n° 594 do STF se coaduna com este entendimento.
E se o autor do fato for o próprio representante legal? Nesse caso, aplica-se o art. 33 do CPP11,
por analogia, nomeando-se curador especial para que exerça o direito de representação.
B. Requisição do MP
Como nos crimes de ação penal pública incondicionada, o IP pode ser instaurado mediante
requisição do MP, entretanto, neste caso, dependerá da existência de representação da vítima.
Ou seja, nada impede que a vítima ofereça representação perante o Ministério Público
(possibilidade prevista expressamente no art. 39 do CPP) e este, de posse da representação,
envie ao Delegado de Polícia requisição de instauração do Inquérito Policial.
Esta hipótese só se aplica a alguns crimes, como nos crimes cometidos por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil (art. 7°, § 3°, b do CP) e nos crimes contra a honra cometidos contra o
11
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por
curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo
penal.
Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro (art. 141, I do CP), por
exemplo.
Trata-se de requisição não dirigida ao Delegado, mas ao membro do MP! Entretanto, apesar do
nome “requisição”, se o membro do MP achar que não se trata de hipótese de ajuizamento da
ação penal, não estará obrigado a promovê-la. Logo, essa requisição não vincula o MP,
funcionando como uma “autorização” para o início da persecução penal e futuro eventual
ajuizamento da denúncia.
Diferentemente da representação, a requisição do Ministro da Justiça não está sujeita a prazo
decadencial, podendo ser exercitada enquanto o crime ainda não estiver prescrito.
Art. 5º (...) § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Caso a vítima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o requerimento para a
instauração do IP, nos termos do art. 31 do CPP:
O requerimento de instauração do inquérito policial deve atender aos requisitos previstos no art.
5°, § 1° do CPP, sempre que possível:
Art. 5º (...)
Como a vítima deve exercer o direito de queixa no prazo decadencial de 06 meses, a contar da
ciência da autoria delitiva (art. 38 do CPP), eventual requerimento de instauração do inquérito
deve ser formulado dentro deste prazo. Isso porque após o decurso do prazo de 06 meses, a
contar da ciência da autoria delitiva, caso não tenha havido o oferecimento da queixa-crime em
desfavor do infrator, haverá a extinção da punibilidade, ou seja, o infrator não poderá mais ser
punido pelo crime cometido, de maneira que eventual requerimento de instauração do inquérito
policial formulado após a decadência do direito de queixa deverá ser indeferido pelo delegado
de polícia, em razão da extinção da punibilidade do fato.
Também segue a mesma regra dos crimes de ação penal pública condicionada, devendo o
ofendido manifestar seu interesse na instauração do IP dentro do prazo de 24h contados a partir
da prisão, findo o qual, sem que haja manifestação da vítima nesse sentido, ser o autor do fato
liberado.
Logo, dependerá de requerimento da vítima, de seu representante legal ou, em caso de morte
ou declaração judicial de ausência, dos seus sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão).
4. Fluxograma
ATENÇÃO! Se o inquérito policial visa a investigar pessoa que possui foro por prerrogativa de
função (“foro privilegiado”), a autoridade policial dependerá de autorização do Tribunal para
instaurar o IP (posição do STF, aplicável aos casos de foro por prerrogativa de função no STF).
Qual Tribunal? O Tribunal que tem competência para processar e julgar o crime supostamente
praticado pela pessoa detentora do foro por prerrogativa de função (Ex.: STF, relativamente aos
crimes comuns praticados por deputados federais). Este é o entendimento adotado pelo STF.
Vejamos:
Como se vê, o STF estende esse entendimento também para a instauração de investigações
penais originárias que envolvam autoridades com prerrogativa de foro nos Tribunais de segundo
grau.
Todavia, é importante ressaltar que há decisões do STJ em sentido contrário, motivo pelo qual
deve-se ter atenção ao comando da questão na hora da prova. Vejamos:
No mesmo sentido:
Assim, a princípio, é necessária autorização do Tribunal competente para que seja instaurado
inquérito policial para apurar fato praticado por autoridade que goza de foro por prerrogativa de
função. Todavia, especificamente quanto às autoridades que gozam de foro privilegiado perante
o STJ, o tema não se encontra devidamente pacificado.
Tramitação do IP
Já vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamos estudar agora como se
desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP).
1. Diligências Investigatórias
Após a instauração do IP algumas diligências devem ser adotadas pela autoridade policial. Estas
diligências estão previstas no art. 6° do CPP:
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
Alguns cuidados devem ser tomados quando da realização destas diligências, como a
observância das regras processuais de apreensão de coisas, bem como as regras constitucionais
sobre inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI da CF), direito ao silencio do investigado (art. 5°,
LXIII da CF), aplicando-se no que tange ao interrogatório do investigado, as normas referentes ao
interrogatório judicial (arts. 185 a 196 do CPP), no que for cabível.
Percebam que o art. 7° prevê a famosa “reconstituição”, tecnicamente chamada de reprodução
simulada. Essa reprodução é vedada quando contrariar a moralidade ou a ordem pública (no caso
de um estupro, por exemplo). O investigado não está obrigado a participar desta diligência, pois
não é obrigado a produzir prova contra si.
Importante, ainda, destacar o interrogatório do imputado em sede policial. Primeiramente,
deve-se aplicar, no que couber, o disposto a respeito do interrogatório em sede judicial. Além
disso, entende-se que não é indispensável a presença de defesa técnica no interrogatório em
sede policial, sendo suficiente que a autoridade policial assegure ao imputado o direito de se
fazer representar por advogado ou defensor público.
Ademais, o indiciado, em seu interrogatório em sede policial, tem direito ao silêncio, exatamente
como ocorre no interrogatório judicial. O direito ao silêncio engloba, ainda, o direito de ser
informado (antes do interrogatório) de que possui o direito ao silêncio, ou seja, conhecido como
“direito de advertência”. Caso o delegado de polícia proceda ao interrogatório em sede policial
sem informar ao indiciado seu direito ao silêncio isso irá configurar hipótese de nulidade relativa
do ato (tese nº 13 da edição 69 da Jurisprudência em teses do STJ).
Caso haja confissão por parte do imputado, deve o respectivo termo de confissão ser assinado
por duas testemunhas que tenham ouvido a leitura do termo.
Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP poderão requisitar dados
ou informações cadastrais da vítima ou de suspeitos12. São eles:
➔ Tráfico de pessoas
12
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima
ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344,
de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito
em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade
de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e
duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
13
Embora seja necessária a prévia autorização judicial, caso o Juiz não se manifeste em até 12h, a autoridade (MP ou
autoridade policial) poderá requisitar diretamente, sem a autorização judicial. Nesse caso, deverá comunicar tal fato
ao Juiz, imediatamente.
(meios técnicos) que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (como
sinais, informações e outros).
Contudo, o acesso a esse sinal:
➔ Deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período
não superior a 30 dias (renovável uma vez por mais 30 dias). Para períodos superiores
será necessária ordem judicial
Nesses crimes (relacionados ao tráfico de pessoas) o IP deverá ser instaurado em até 72h, a
contar do registro de ocorrência policial (informação da ocorrência do crime à autoridade, o
chamado “B.O.”).
De forma esquematizada:
14
ADI 5.642/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento finalizado em 18.04.2024
Como se vê, o delegado não está obrigado a realizar as diligências requeridas (solicitadas) pela
vítima ou pelo indiciado, exatamente pela discricionariedade que possui quanto à condução da
atividade investigatória. Todavia, é importante destacar que o delegado, ao indeferir os
requerimentos formulados, deverá fazê-lo de forma fundamentada, ou seja, explicando os
motivos pelos quais entende que a diligência requerida é desnecessária ou incabível.
Contudo, com relação ao exame de corpo de delito, este é obrigatório quando estivermos diante
de crimes que deixam vestígios (homicídio, estupro, etc.), não podendo o Delegado deixar de
determinar esta diligência. Nos termos dos arts. 158 e 184 do CPP:
(...)
A Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) introduziu o art. 14-A e seus §§ ao CPP,
estabelecendo algumas regras quando se tratar de inquérito policial (ou outro procedimento
investigatório criminal) instaurado para apurar conduta em tese praticada por agente de
segurança pública no exercício da função:
Como se vê, o regramento trazido se aplica apenas quando se tratar de inquérito para apurar
possível infração penal relativa ao uso da força letal por determinados agentes públicos no
exercício da função. São eles:
Nos termos do §6º do referido art. 14-A, tais disposições se aplicam também aos militares das
Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), desde que os fatos investigados digam
respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Mas, professor, quais são os regramentos especiais em casos tais? Basicamente, como vimos pela
leitura do dispositivo legal, quando se tratar de procedimento investigatório com estas
características:
Vale ressaltar que os §§3º, 4º e 5º, que estabelecem que a defesa de tais agentes públicos deve
ser realizada primordialmente pela Defensoria Pública, haviam sido vetados pelo Presidente da
República, por inconstitucionalidade, já que não cabe à DP (nos termos da CRFB/88) realizar tal
função (defesa de agentes públicos por ato funcional), cabendo à DP realizar a defesa jurídica dos
NECESSITADOS (e nem sempre um agente público se enquadrará em tal conceito).
Todavia, o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional em 19.04.2021, e esses três parágrafos
passaram a integrar o Código de Processo Penal15, de maneira que:
4. Identificação criminal
Art. 5º (...)
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
IV – passaporte;
15
incluídos pela Lei 13.964/19, mas com vigência somente a partir de 30.05.2021, por se tratar de uma das partes
que foi originalmente vetada, mas cujo veto foi derrubado pelo Congresso Nacional, de forma que o Presidente da
República realizou a promulgação somente em 30.04.2021, com vacatio legis de 30 dias.
Contudo, percebam que a CF/88 veda a identificação criminal do civilmente identificado “salvo
nas hipóteses previstas em lei”. Quais são estas exceções?
A Lei que regulamenta a matéria, atualmente, é a Lei 12.037/09. Vejamos o que diz seu art. 3º:
Assim, em qualquer destes casos, poderá ser realizada a identificação criminal. Contudo, ainda
que haja necessidade de se proceder a este tipo vexatório de identificação, não se pode
proceder de forma a deixar constrangida a pessoa, devendo a autoridade (Em regra, o Delegado)
tomar as precauções necessárias a evitar qualquer tipo de constrangimento ao investigado.
O art. 15 prevê a figura do curador para o menor de 21 anos quando de seu interrogatório:
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade
policial.
Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudência são pacíficas no que tange à alteração desta idade para
18 anos, pois a maioridade civil foi alterada de 21 para 18 anos com o advento do Novo Código
Civil em 2002.
Assim, atualmente este artigo está sem utilidade, pois não há possibilidade de termos um
indiciado que é civilmente menor (eis que a maioridade civil e a maioridade penal ocorrem no
mesmo momento, aos 18 anos), diferentemente do que ocorria quando da edição do CPP, já que
naquela época a maioridade penal ocorria aos 18 anos e a maioridade civil ocorria apenas aos 21
anos. Assim, era possível haver um indiciado que era penalmente maior, mas civilmente menor de
idade.
6. Forma de tramitação
16
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124
Durante muito tempo houve uma divergência feroz na Doutrina e na Jurisprudência acerca do
direito do advogado de acesso aos autos do IP, principalmente porque o acesso aos autos do IP,
em muitos casos, acabaria por retirar completamente a eficácia de alguma medida preventiva a
ser tomada pela autoridade.
Visando a sanar essa controvérsia, o STF editou a súmula vinculante n° 14, que possui a seguinte
redação:
Súmula vinculante nº 14
⇒ Sim, o IP é sigiloso
⇒ Não, o IP não é sigiloso em relação ao advogado do indiciado, que deve ter livre acesso
aos autos do IP, no que se refere aos elementos que já tenham sido juntados a ele.17
É óbvio, portanto, que se há um pedido de prisão temporária, por exemplo, esse mandado de
prisão, que será cumprido em breve, não deverá ser juntado aos autos, sob pena de o advogado
ter acesso a ele antes de efetivada a medida, o que poderá levar à frustração da medida.
Outro tema que pode ser cobrado, se refere à necessidade (ou não) da presença do defensor
(Advogado ou Defensor Público) no Interrogatório Policial.
É pacífico que a presença do advogado no interrogatório JUDICIAL é INDISPENSÁVEL, até por
força do que dispõe o art. 185, §1° do CPP18.
Entretanto, não há norma que disponha o mesmo no que se refere ao interrogatório em sede
policial. Vejamos o que diz o art. 6° do CPP:
17
Não às diligências que ainda estejam em curso.
18
Art. 185 (...)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido,
desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a
presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
Vejam que o inciso que trata do interrogatório em sede policial determina a aplicação das regras
do inquérito judicial, NO QUE FOR APLICÁVEL. A questão é: Exige-se, ou não, a presença do
advogado?
Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser alertado sobre seu direito à
presença de advogado, mas, caso queira ser ouvido mesmo sem a presença do advogado, o
interrogatório policial é válido. Assim, a regra é: deve ser possibilitado ao indiciado, ter seu
advogado presente no ato de seu interrogatório policial. Caso isso não ocorra (a POSSIBILIDADE
de ter o advogado presente), haverá nulidade neste interrogatório em sede policial.
Contudo, mais uma polêmica surgiu. A Lei 13.245/16, que alterou alguns dispositivos do Estatuto
da OAB, passou a prever, ainda, que é direito do defensor “assistir a seus clientes investigados
durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente”.
7. Incomunicabilidade do preso
A incomunicabilidade consiste em deixar o preso sem contato algum com o mundo exterior, seja
com a família, seja com seu advogado.
A despeito de o art. 21 do CPP ainda estar formalmente em vigor, a Doutrina é PACÍFICA (há um
ou outro entendimento isolado em sentido contrário) ao entender que tal previsão NÃO foi
recepcionada pela CF/88, por duas razões:
⇒ A CF/88 prevê que é direito do preso o contato com a família e com seu advogado
⇒ A CF/88, em seu art. 136, §3º, IV, estabelece ser vedada a incomunicabilidade do preso
durante o estado de defesa. Ora, se nem mesmo durante o estado de defesa (situação na qual há
a flexibilização das garantias individuais) é possível decretar a incomunicabilidade do preso, com
muito mais razão isso não é possível em situação normal.
8. Indiciamento
Vejam, portanto, que a autoridade policial começa investigando algumas pessoas (suspeitas), mas
no decorrer das investigações vai descartando algumas, até indiciar uma ou alguma delas. É claro
que nem sempre isso vai acontecer, ou seja, é possível que só haja um suspeito e ele seja
indiciado, ou, é possível ainda que haja vários suspeitos e todos sem indiciados, etc.
O indiciamento não desconstitui o caráter sigiloso do Inquérito Policial, sendo apenas um ato
mediante o qual a autoridade policial passa a direcionar as investigações sobre determinada ou
determinadas pessoas.
O ato de indiciamento é PRIVATIVO da autoridade policial19, nos termos do art. 2º, §6º da Lei
12.830/13:
Art. 2º (...)
Ainda que tal previsão legal não existisse, tal conclusão poderia ser extraída da própria lógica do
IP: ora, se é a autoridade policial quem instaura, preside e conduz o IP, naturalmente é a
autoridade policial quem tem atribuição para o ato de indiciamento.
19
Se a pessoa a ser indiciada possui foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”), a autoridade policial
dependerá do Tribunal que tem competência para processar e julgar o crime supostamente praticado pela pessoa
detentora do foro por prerrogativa de função (Ex.: STF, relativamente aos crimes comuns praticados por deputados
federais) (STF – Inq. 2.411). Todavia, há decisões, no âmbito do STJ, em sentido contrário.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Caso o Delegado não consiga elucidar o fato no prazo previsto, deverá encaminhar os autos do
IP ao Juiz, solicitando prorrogação do prazo. Estando solto o indiciado, o Juiz pode deferir a
prorrogação do prazo, sucessivas vezes. Vejamos o art. 10, §3º do CPP:
Porém, é necessário destacar que, mesmo em caso de inidicado solto, a investigação não pode
se estender por um lapso temporal absurdamente longo, sob pena de configurar
constrangimento ilegal. Assim, apesar de ser admissível a prorrogação do prazo de conclusão do
inquérito policial por sucessivas vezes, a injustificada duração alongada da investigação criminal
pode, em determinados casos, configurar constrangimento ilegal.
Caso o indiciado esteja preso, o novo art. 3º-B, §2º do CPP estabelece que o prazo pode ser
prorrogado pelo Juiz uma vez, por até 15 dias. Vejamos:
Art. 3-B (...) § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá,
mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público,
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o
que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.
Porém, o STF, quanto ao art. 3º-B, § 2º do CPP, ao julgar as ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305,
atribuiu interpretação conforme à CRFB/88, para definir que: “a) o juiz pode decidir de forma
fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante de
elementos concretos e da complexidade da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto
em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581;”
Em linhas gerais, o STF concluiu que:
➢ Ainda que não seja observado o prazo legal de conclusão do inquérito policial com
indiciado preso, isso não gera ilegalidade automática da prisão, devendo ser provocado o
Juízo competente para que avalie se é o caso de revogar ou não a prisão preventiva
decretada.
Dessa forma, não há que se falar em “relaxamento automático” da prisão preventiva pelo simples
fato de ter sido atingido o prazo máximo previsto no art. 3º-B, §2º do CPP, sendo possível ao Juiz
decidir, de maneira fundamentada, pela necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante
de elementos concretos e da complexidade da investigação, sem que isso implique revogação
automática da prisão preventiva. Trata-se de decisão fundada nos princípios da
proporcionalidade, da inafastabilidade da jurisdição e da razoabilidade. Vejamos:
“(...) (n) O relaxamento automático da prisão cautelar ao fim do prazo legal para a
conclusão das investigações, imposto pelo artigo 3º-B, § 2º, revela-se
absolutamente desproporcional e em dissonância com a inafastabilidade da
jurisdição. A jurisprudência desta Corte tradicionalmente submete ao princípio da
razoabilidade todos os dispositivos de lei que estabelecem prazos peremptórios
de duração de medidas cautelares processuais. (o) Com efeito, o primado da
realidade exige que se considerem razões concretas e imperiosas, fundadas na
complexidade do caso e na periculosidade dos envolvidos, a demandar a
prorrogação excepcional das investigações e a manutenção da custódia prisional,
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária competente. (p) Nestes
termos, é necessária a interpretação conforme a Constituição, para atribuir
interpretação conforme ao § 2º do art. 3º-B, para assentar que: a) o juiz pode
decidir de forma fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas
prorrogações do inquérito, diante de elementos concretos e da complexidade
da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto em lei não implica a
revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581 (...)”
20
ADI 6298, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 24-08-2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n
DIVULG 18-12-2023 PUBLIC 19-12-2023
Estes prazos (10 dias e 30 dias) são a regra prevista no CPP. Entretanto, existem exceções
previstas em outras leis21:
➔ Crimes da lei de Drogas – 30 dias para indiciado preso e 90 dias para indiciado
solto. Podem ser duplicados em ambos os casos.
➔ Crimes contra a economia popular – 10 dias tanto para indiciado preso quanto para
indiciado solto.
➔ Crimes militares (Inquérito Policial Militar) – 20 dias para indiciado preso e 40 dias
para indiciado solto (pode ser prorrogado por mais 20 dias).
21
Importante ressaltar que, caso se trate de crime hediondo ou equiparado, e tenha sido decretada a prisão
temporária, o IP deverá ser concluído no prazo máximo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, que é o prazo
máximo da prisão temporária em relação a tais delitos.
Outra parcela da Doutrina, que parece vem se tornando majoritária, entende que o destinatário
IMEDIATO seria o titular da ação penal, já que a ele se destina o IP (do ponto de vista de sua
finalidade). Para esta corrente o Juiz seria o destinatário MEDIATO, pois as provas colhidas no IP
seriam utilizadas, ao fim e ao cabo, para formar o convencimento do Juiz na futura ação penal
(ainda que o Juiz não possa fundamentar uma condenação apenas com base em elementos da
fase de investigação).
Vejam, portanto, que a despeito de ter mudado a sistemática, continua havendo um controle da
decisão de arquivamento. Cabe, agora, ao próprio membro do MP (após ordenar o arquivamento
e realizar as comunicações legais) encaminhar os autos do procedimento para a instância revisora
(um órgão superior do MP, geralmente chamado de “Câmara de Coordenação e Revisão”).
Vale frisar que a revisão do arquivamento pode se dar, ainda, por requerimento expresso da
vítima ou do seu representante legal (no prazo de 30 dias a contar do recebimento da
comunicação de arquivamento):
➢ Art. 28, caput, do CPP - Foi atribuída interpretação conforme à CRFB/88, para “assentar
que, ao se manifestar pelo arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos
informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público submeterá sua
manifestação ao juiz competente e comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade
➢ Art. 28, § 1º do CPP - Foi atribuída interpretação conforme à CRFB/88, para “assentar que,
além da vítima ou de seu representante legal, a autoridade judicial competente também
poderá submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, caso
verifique patente ilegalidade ou teratologia no ato do arquivamento”.
Em resumo, o STF decidiu no sentido de que, apesar da expressa previsão legal no sentido da
desnecessidade de controle judicial do arquivamento do inquérito policial (ou qualquer outro
procedimento da mesma natureza), continua havendo necessidade de que o arquivamento seja
submetido à apreciação do Juiz competente, sem prejuízo da possibilidade de o órgão do MP
que se manifestou pelo arquivamento encaminhar os autos para o Procurador-Geral ou para a
instância de revisão ministerial, quando houver, para fins de homologação. Além disso, o próprio
Juiz competente também poderá submeter o arquivamento à revisão da instância competente do
órgão ministerial, caso verifique que há evidente ilegalidade ou teratologia no ato do
arquivamento.
Ou seja:
Assim, de acordo com a interpretação dada pelo STF ao art. 28 do CPP, a revisão do
arquivamento pelo PGJ (ou instância revisora do MP, quando houver) não se dará em todos os
casos, somente quando o órgão do MP (que promoveu o arquivamento) enviar para
homologação ou quando a vítima, seu representante legal ou o Juiz competente submeterem a
matéria à revisão.
Em se tratando de crime de ação penal privada, depois de concluído o IP, os autos serão
remetidos ao Juízo, onde permanecerão até o fim do prazo decadencial (para oferecimento da
queixa), aguardando manifestação do ofendido. Essa é a previsão do art. 19 do CPP:
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de
seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
A Doutrina criou a figura do arquivamento implícito. Embora não tenha previsão legal, o
arquivamento implícito, como o nome diz, é deduzido pelas circunstâncias. Ocorreria em duas
hipóteses:
Nesses casos, como o MP teria sido omisso em relação a determinados fatos ou a determinados
indiciados, parte da Doutrina sustenta ter havido um arquivamento implícito em relação a estes.
No entanto, o STF vem rechaçando a sua aplicação em decisões recentes, afirmando que não
existe “arquivamento implícito”: “(...) O sistema processual penal brasileiro não prevê a figura do
arquivamento implícito de inquérito policial. ” (HC - 104356, informativo 605 do STF).
Outros pontos merecem destaque:
A decisão de arquivamento do IP faz coisa julgada? Em regra, NÃO, pois o CPP admite que a
autoridade policial proceda a novas diligências investigatórias, se de OUTRAS PROVAS tiver
notícia.
Isso significa que, uma vez arquivado o IP por falta de base para a denúncia, teremos uma
espécie de “coisa julgada secundum eventum probationis”, ou seja, a decisão fará “coisa
julgada” em relação àquelas provas. Assim, não poderá o MP ajuizar a ação penal posteriormente
com base nos mesmos elementos de prova, nem se admite a reativação da investigação.
O STF, inclusive, possui um verbete de súmula nesse sentido:
Entretanto, apesar de o arquivamento do IP, a princípio, não fazer coisa julgada material, existem
EXCEÇÕES, ou seja, situações em que o arquivamento do IP irá produzir “coisa julgada material”
(não será possível retomar as investigações). Vejamos:
22
STF - Inq 3114/PR
extinção da punibilidade se deu pela morte do agente (art. 107, I do CP) mediante apresentação
de certidão de óbito falsa (o agente não estava morto) é possível reabrir as investigações.
Para fins de prova, acredito ser mais prudente, hoje, ficar com o entendimento do STF: só haveria
coisa julgada material (impedindo a retomada futura das investigações) nos casos de
arquivamento do IP com base na atipicidade da conduta ou no caso de extinção da punibilidade.
Apenas em caso de questão que peça especificamente o entendimento do STJ é que se deve
ampliar tais possibilidades.
O direito processual penal brasileiro adota, como regra, o sistema do livre convencimento
motivado ou persuasão racional no que tange à valoração da prova pelo Juiz. Ou seja, o Juiz é
livre para apreciar e valorar as provas produzidas no processo, conferindo a cada uma delas o
peso que entender que merecem, não estando obrigado a conferir maior peso a esta ou aquela
prova.
Assim, por exemplo, a confissão não é uma prova “superior” às demais. O Juiz pode, inclusive,
entender que a confissão não tem valor algum em determinado caso, podendo absolver o
acusado mesmo em caso de confissão, se entender que as demais provas dos autos apontam a
inocência do réu confesso.
Mas, o Juiz pode levar em conta os elementos de prova colhidos na fase de investigação para
fundamentar sua decisão?
Sim, o Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o Juiz
NÃO PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o IP. Nos
termos do art. 155 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Vejam, portanto, que esta liberdade do Magistrado (Juiz) não é absoluta, pois:
➔ As provas devem ter sido produzidas sob o crivo do contraditório judicial – Assim,
as provas exclusivamente produzidas na fase de investigação (ex.: Inquérito Policial) não
podem, por si sós, fundamentar a decisão do Juiz, à exceção das provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas.
Além disso, o CPP determina que as provas urgentes, que não podem esperar para serem
produzidas em outro momento (cautelares, provas não sujeitas à repetição, etc.), estão
ressalvadas da obrigatoriedade de serem produzidas necessariamente pelo crivo do contraditório
judicial, embora se deva sempre procurar estabelecer o contraditório em sede policial quando da
realização dessas diligências.
Poder de investigação do MP
Advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e
XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de
Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente
documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos membros dessa
Instituição.
Assim, o MP pode investigar por meio de seus PICs (Procedimentos investigatórios criminais),
mas não pode instaurar, conduzir e presidir o IP.
Apenas para finalizar, é importante destacar que existem muitas críticas à interpretação de que o
MP poderia investigar. Elas se fundamentam, basicamente, na compreensão de que, além de não
haver previsão legal expressa, isso violaria o sistema acusatório, já que poderia manchar a
necessária imparcialidade do MP (o MP deve ser imparcial). O exercício de atividade
investigatória por aquele que irá futuramente ajuizar a ação penal (no caso, o MP) poderia fazer
com que o procedimento investigatório viesse a focar apenas nos indícios e provas relativos à
acusação, sem apurar circunstâncias relacionadas ao fato e que fossem benéficas ao investigado.
I - de ofício;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e
no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa
privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período
não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a
apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique
defensor para a representação do investigado. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade
policial.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de
seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim
providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 3° da Lei 12.037/09 - Regulamentação do art. 5º, VIII da CRFB/88, acerca das hipóteses de
admissibilidade da identificação criminal:
Súmula Vinculante 14: Garante ao defensor do indiciado, na defesa dos interesses deste, o
acesso aos elementos de prova já documentados nos autos do IP, e que digam respeito ao direito
de defesa:
Súmula 524 do STF: Estabelece a impossibilidade de ajuizamento da ação penal quando tenha
havido arquivamento por falta de provas, salvo se surgirem novas provas, em consonância com o
art. 18 do CPP.
(...)
➔ STJ - Instauração direta de inquérito policial pelo MP - Possibilidade de sanar o vício - Nos
termos do entendimento do STJ, o fato de o inquérito policial ter sido (incorretamente)
instaurado pelo membro do MP não impede que o delegado dê prosseguimento ao
procedimento:
“(...) O fato de o inquérito ter sido instaurado pelo Promotor de Justiça não
impede que o Delegado continue a dar prosseguimento a ele e seja a autoridade
coatora a respondê-lo.”
(AgRg no RHC n. 101.190/TO, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma,
julgado em 17/9/2019, DJe de 1/10/2019.)
Todavia, isso não significa que o MP possa requisitar diretamente tais dados e informações à
Receita Federal, eis que acobertados pelo sigilo fiscal. Dessa forma, em síntese, podemos
concluir que a Receita Federal pode encaminhar ao MP, de ofício, os dados coletados no âmbito
do procedimento administrativo fiscal, quando verifique indícios da prática de crime, mas isso
não autoriza que o MP requisite diretamente esses mesmos dados, sem autorização judicial.
Vejamos:
(...)
(...)
(RHC n. 83.447/SP, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, julgado
em 9/2/2022, DJe de 15/3/2022.)
(...)
“(...) É constitucional norma que permite, mesmo sem autorização judicial, que
delegados de polícia e membros do Ministério Público requisitem de quaisquer
órgãos do Poder Público ou de empresas da iniciativa privada o repasse de
(...)
➔ STJ - Jurisprudência em teses - Edição nº 231 - O STJ publicou a edição 231 de sua
Jurisprudência em Teses, compilando teses relativas a julgamentos com perspectiva de gênero.
Uma delas se refere ao arquivamento do inquérito policial relativo a infração penal praticada no
contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher, hipótese na qual a decisão que
homologa o arquivamento do inquérito deve observar a devida diligência na investigação e os
aspectos básicos do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do Conselho
Nacional de Justiça, em especial quanto à valoração da palavra da vítima:
Quanto à investigação preliminar realizada sob a forma de inquérito policial, é correto afirmar que:
B) gravidade e complexidade do fato investigado não são fatores que legitimam, por si sós, a
duração alongada da investigação preliminar, ensejando constrangimento ilegal;
C) a reforma do Código de Processo Penal pela Lei nº 12.403/2011 passou a prever, em hipóteses
urgentes ou com risco de ineficiência da medida, que o juiz da causa poderá estabelecer cautelas,
independentemente da oitiva antecipada do interessado, no curso da investigação;
D) não há nulidade na juntada posterior de provas colhidas durante o inquérito, desde que a
defesa seja intimada para se manifestar sobre elas antes da sentença;
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois na investigação há submissão a controle jurisdicional, eis que há
sempre um Juízo que supervisiona a investigação, autorizando diligências que dependem de
decisão judicial (ex.: busca domiciliar para fins de apreensão), decretando prisão cautelar, etc.
B) ERRADA: Item errado, pois a gravidade e complexidade do fato investigado são fatores que
podem legitimar a duração alongada da investigação preliminar, ensejando constrangimento
ilegal:
C) ERRADA: Item errado, pois, a despeito da necessidade de oitiva da parte contrária em caso de
requerimento de medida cautelar, ressalvadas as hipóteses de urgência ou perigo de ineficácia da
medida (art. 282, §3º do CPP), tal previsão não se aplica na fase investigatória, eis que não há
propriamente “partes” nesse momento da persecução penal:
(...) (RHC 150.738/PA, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 21/09/2021, DJe 29/09/2021)
E) ERRADA: Item errado, pois a jurisprudência dos Tribunais Superiores entende que a presença
de advogado durante o interrogatório policial do réu não é obrigatória, devendo, contudo, ser o
interrogando informado do seu direito de estar acompanhado por advogado:
GABARITO: Letra D
O inquérito policial é dispensável, razão pela qual pode ser exercido o direito de ação sem que
tenha havido anterior instauração do inquérito.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois uma das características do inquérito policial é a dispensabilidade, ou seja, o
inquérito policial é dispensável ao ajuizamento da ação penal, de maneira que é perfeitamente
possível ao titular da ação penal oferecê-la ao Juízo mesmo que não tenha havido inquérito policial
prévio, caso o titular da ação já possua os elementos necessários para tanto (prova da
materialidade e indícios suficientes de autoria).
GABARITO: Correta
COMENTÁRIOS
Item correto, pois para que seja possível o desarquivamento dos autos do inquérito policial é
necessário que haja notícia da existência de prova nova, nos termos do art. 18 do CPP:
GABARITO: Correta
04. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
No curso de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Napoleão pela prática do crime de
homicídio qualificado, em que pese os elementos de informação colhidos demonstrassem de
maneira clara que o investigado agiu em legítima defesa. Visando combater tal decisão e buscar
o “trancamento” do inquérito policial, o advogado de Napoleão poderá:
A) interpor recurso para o chefe de polícia;
B) impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;
C) impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento o Tribunal de Justiça respectivo;
D) interpor recurso em sentido estrito, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;
E) impetrar habeas corpus para análise pelo chefe de polícia.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, o indiciado poderá impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento um
juiz de 1º grau, eis que se trata de habeas corpus manejado contra ato da autoridade policial.
Frise-se que o trancamento nada mais é que o encerramento forçado do inquérito policial, nas
situações em que sua manutenção configure flagrante constrangimento ilegal.
GABARITO: Letra B
05. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a existência de um grupo que se destinava
a praticar roubos a agências bancárias. Diante da notícia recebida, com base no entendimento dos
Tribunais Superiores, a autoridade policial:
A) terá discricionariedade para instauração ou não do inquérito policial;
B) não poderá adotar qualquer medida, por tratar-se de denúncia anônima;
C) deverá realizar diligências preliminares para averiguação, antes de instaurar o inquérito policial;
D) deverá instaurar imediatamente inquérito policial para apurar o fato;
E) poderá dispensar o inquérito policial e encaminhar as informações recebidas ao órgão
ministerial para o oferecimento imediato de denúncia.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, nos termos do entendimento do STF, deverá a autoridade policial realizar diligências
preliminares para averiguação, antes de instaurar o inquérito policial. Verificando que as
informações procedem, aí sim a autoridade policial instaura o IP.
GABARITO: Letra C
06. (FGV/2021/PCRN/AGENTE)
O inquérito policial é procedimento administrativo que possui características próprias destacadas
pela doutrina e pela jurisprudência.
Com relação ao tema, analise as afirmativas a seguir.
I. Pode ser instaurado de ofício ou a requerimento, tanto nos crimes de ação pública quanto nos
de ação privada, mas o oferecimento da ação penal dependerá da vontade da vítima nesse último
caso.
II. Contra a decisão que indefere o seu requerimento de abertura, cabe recurso ao Poder
Judiciário.
III. Pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja possível identificar o autor do fato naquele
momento.
Está correto somente o que se afirma em:
A) II;
B) III;
C) I e II;
D) I e III;
E) II e III.
COMENTÁRIOS
I. ERRADA: Item errado, pois o IP não pode ser instaurado de ofício nos crimes de ação penal
pública condicionada e de ação privada, nos termos do art. 5, §§4º e 5º do CPP.
II. ERRADA: Item errado, pois contra a decisão que indefere o seu requerimento de abertura, cabe
recurso ao chefe de polícia, nos termos do art. 5º, §2º do CPP.
III. CORRETA: Item correto, pois pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja possível
identificar o autor do fato naquele momento, pois é no bojo do IP que a autoridade policial irá
buscar identificar o autor do fato.
GABARITO: Letra B
07. (FGV/2019/TJCE)
Lauro figura como indiciado em inquérito policial em que se investiga a prática do crime de
concussão. Intimado a comparecer na Delegacia para prestar declarações, fica preocupado com
as medidas que poderiam ser determinadas pela autoridade policial, razão pela qual procura seu
advogado.
Com base nas informações expostas, a defesa técnica de Lauro deverá esclarecer que:
A) a reprodução simulada dos fatos poderá ser determinada pela autoridade policial, não
podendo, contudo, ser Lauro obrigado a participar contra sua vontade;
B) a defesa técnica do indiciado não poderá ter acesso às peças de informação constantes do
inquérito, ainda que já documentadas, em razão do caráter sigiloso do procedimento;
C) o indiciado e o eventual ofendido, diante do caráter inquisitivo do inquérito policial, não
poderão requerer a realização de diligências durante a fase de investigações;
D) o procedimento investigatório, caso venha a ser arquivado com base na falta de justa causa,
não poderá vir a ser desarquivado, ainda que surjam novas provas;
E) a autoridade policial, em sendo de interesse das investigações, poderá determinar a
incomunicabilidade do indiciado pelo prazo de 10 (dez) dias.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Item correto, pois a reprodução simulada dos fatos poderá ser determinada pela
autoridade policial, na forma do art. 7º do CPP. Todavia, não poderá Lauro ser obrigado a
participar contra sua vontade, pelo princípio da vedação à autoincriminação (nemo tenetur se
detegere).
B) ERRADA: Item errado, pois a defesa técnica do indiciado poderá ter acesso às peças de
informação constantes do inquérito, caso já documentadas nos autos, nos termos da súmula
vinculante 14.
C) ERRADA: Item errado, pois o indiciado e o eventual ofendido, poderão requerer a realização
de diligências durante a fase de investigações, mas caberá à autoridade policial deferi-las ou não,
nos termos do art. 14 do CPP.
D) ERRADA: Item errado, pois o IP, caso venha a ser arquivado com base na falta de justa causa,
poderá vir a ser desarquivado, caso haja notícia da existência de prova nova, nos termos do art.
18 do CPP.
E) ERRADA: Item errado, pois a incomunicabilidade, nos termos do CPP, só poderia ser decretada
pelo Juiz, e pelo prazo máximo de 03 dias (art. 21 do CPP). Todavia, é pacífico na Doutrina o
entendimento de que este artigo não foi recepcionado pela Constituição Federal.
GABARITO: Letra A
(C) poderá haver desarquivamento dos inquéritos que investigavam as mortes de Joana e Maria,
pois em ambos os casos houve prova nova, ainda que o gravador já existisse antes do
arquivamento;
(D) poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de Joana, mas não do de
Maria, tendo em vista que apenas no primeiro caso houve prova nova;
(E) não poderá haver prosseguimento das investigações, tendo em vista que houve decisão de
arquivamento que fez coisa julgada.
COMENTÁRIOS
Neste caso, poderá haver desarquivamento dos IPs que investigavam as mortes de Joana e Maria,
pois em ambos os casos houve prova nova, ainda que o gravador já existisse antes do
arquivamento, pois tal prova não foi apreciada quando do arquivamento, sendo considerada prova
nova, autorizando-se a retomada das investigações, na forma do art. 18 do CPP.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 107 do CPP:
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do
inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
b) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial nunca pode mandar arquivar os autos do IP,
conforme art. 17 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois o IP é um procedimento DISPENSÁVEL.
d) ERRADA: Item errado, pois é perfeitamente possível a instauração de IP para apurar crimes de
ação penal pública condicionada, embora seja necessária a representação da vítima, na forma do
art. 5º, §4º do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois é necessária a representação da vítima para a instauração do IP, na
forma do art. 5º, §4º do CPP.
(E) juiz promover pelo arquivamento, podendo o promotor de justiça requerer o encaminhamento
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça em caso de discordância, em controle ao princípio da
obrigatoriedade.
COMENTÁRIOS
Cabe ao Ministério Público promover pelo arquivamento, cabendo ao juiz analisar o pedido de
decidir pelo arquivamento, na forma do art. 28 do CPP.
GABARITO – LETRA D
COMENTÁRIOS
Neste caso, a filmagem é considerada prova nova, pois não constava no IP quando do
arquivamento, ou seja, não foi apreciada quando do arquivamento do IP, motivo pelo qual será
possível o desarquivamento do IP pela autoridade policial, na forma do art. 18 do CPP.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal pública condicionada à representação o
IP não poderá ser instaurado sem ela, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
b) CORRETA: Item correto, pois a autoridade policial não pode mandar arquivar os autos do IP,
na forma do art. 17 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois uma das características do IP é sua DISPENSABILIDADE, já que a
ação penal pode ser ajuizada mesmo que não tenha havido um IP previamente.
d) ERRADA: Item errado, pois a reprodução simulada dos fatos é perfeitamente admitida pelo
CPP, que determina em seu art. 7º que a autoridade policial poderá realizar a reprodução simulada
dos fatos, desde que isto não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
e) ERRADA: Item errado, pois o IP é formal (não informal) e escrito (não oral).
COMENTÁRIOS
Súmula Vinculante nº 14
C) ERRADA: A autoridade policial nunca poderá mandar arquivar auto de inquérito policial, nos
termos do art. 17 do CPP.
D) ERRADA: Estando o indiciado solto, o IP deverá terminar em 30 dias, nos termos do art. 10 do
CPP.
E) CORRETA: O arquivamento por justa causa (ausência de elementos de prova para o ajuizamento
da ação penal) não impede o desarquivamento caso surjam NOVAS provas, nos termos do art. 18
do CPP. Diz-se, assim, que este tipo de arquivamento não faz “coisa julgada material”, pois
permite a reabertura do caso na hipótese do aparecimento de provas novas.
No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes estes que foram a
causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do delito, foi instaurado inquérito policial e
foram realizadas diversas diligências, dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos
da vítima e exame pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter
indícios suficientes de autoria, razão pela qual o inquérito policial foi arquivado pela autoridade
judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após manifestação nesse sentido da autoridade
policial e do Ministério Público. Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália encontrou, entre
os bens da filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex namorado de Natália, em
30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o relacionamento amoroso
ou deveria arcar com as consequências. A referida carta foi encaminhada para a autoridade
policial.
Nesse caso,
A) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o desarquivamento do
inquérito pela autoridade competente.
C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser considerada
prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente pela
autoridade policial, independentemente de manifestação do Ministério Público ou do juiz.
COMENTÁRIOS
Como o arquivamento se deu apenas em razão da ausência de justa causa para o oferecimento da
ação penal (ausência de elementos de prova suficientes), o IP pode ser reaberto, pois surgiu prova
NOVA, nos termos do entendimento doutrinário e jurisprudencial, bem como do que dispõe o art.
18 do CPP:
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois o titular da ação penal pode já dispor dos elementos necessários
para o ajuizamento da ação penal. O IP é, portanto, um procedimento dispensável.
B) ERRADA: Item errado, pois tal despacho é recorrível, cabendo recurso ao Chefe de Polícia, nos
termos do art. 5º, §2º do CPP.
C) ERRADA: Item errado, pois a despeito do caráter sigiloso do IP, é direito do defensor, no
interesse do representado, ter amplo acesso aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa, nos termos do que dispõe a súmula vinculante nº 14
do STF.
D) CORRETA: De fato, a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos
termos do art. 17 do CPP.
COMENTÁRIOS
Súmula vinculante nº 14
D) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de inquérito policial, nos
termos do art. 17 do CPP.
E) ERRADA: Em tendo sido arquivado o IP por falta de provas (falta de base para a denúncia), é
possível seu desarquivamento, caso haja notícia do surgimento de prova NOVA, nos termos do
art. 18 do CPP.
COMENTÁRIOS
Súmula vinculante nº 14
D) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de inquérito policial, nos
termos do art. 17 do CPP.
E) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal pública condicionada à representação
esta é indispensável também para a instauração do IP, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
a) fez coisa julgada material, de modo que não mais é possível seu desarquivamento;
b) não fez coisa julgada, mas não é possível o desarquivamento porque a mensagem de texto não
pode ser considerada prova nova, já que existia antes mesmo da instauração do inquérito policial;
c) foi realizado diretamente pela autoridade policial, de modo que não faz coisa julgada material;
d) não fez coisa julgada material, podendo o inquérito ser desarquivado, tendo em vista que a
mensagem de texto pode ser considerada prova nova;
e) não fez coisa julgada material, mas não mais caberá desarquivamento, pois passados mais de
06 meses desde a decisão.
COMENTÁRIOS
Em tendo sido arquivado o IP por falta de provas (falta de base para a denúncia), é possível seu
desarquivamento, caso haja notícia do surgimento de prova NOVA, nos termos do art. 18 do CPP.
Assim, no presente caso, a decisão de arquivamento NÃO fez coisa julgada material, pois é
possível o desarquivamento dos autos do IP, a fim de que sejam retomadas as investigações, já
que há notícia de prova NOVA.
COMENTÁRIOS
principal finalidade é a obtenção de justa causa para a propositura da ação penal. Sobre o
inquérito policial é correto afirmar que:
(A) é procedimento prévio imprescindível;
(B) poderá ser arquivado diretamente pela autoridade policial;
(C) é sigiloso, razão pela qual o defensor do indiciado não poderá ter acesso a elemento de prova
algum, ainda que documentado no procedimento investigatório;
(D) dependerá de representação, caso a investigação trate de crime em que a ação penal seja
pública condicionada;
(E) é prescindível, logo é uma faculdade da autoridade policial instaurá-lo ou não, ainda que haja
requisição do Ministério Público.
COMENTÁRIOS
e) o inquérito pode ser considerado indisponível para a autoridade policial, já que, uma vez
instaurado, não poderá ser por ela diretamente arquivado.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O IP é dispensável, pois o titular da ação penal pode já dispor dos elementos
necessários para o ajuizamento da ação penal (provas da materialidade e indícios de autoria).
B) ERRADA: O advogado deve ter GARANTIDO o acesso aos elementos de prova já
documentados nos autos, nos termos da Súmula Vinculante nº 14 do STF:
Súmula Vinculante nº 14
COMENTÁRIOS
B) CORRETA: Esta é uma exigência que está prevista no art. 5º, §4º do CPP.
C) ERRADA: O IP pode ser instaurado em tais crimes, mas dependerá de requerimento da vítima
ou de quem tenha qualidade para representá-la, nos termos do art. 5º, §5º do CPP. O Termo
circunstanciado somente é cabível nas infrações penais de menor potencial ofensivo (da
competência dos Juizados Especiais Criminais).
D) CORRETA: Item correto, pois uma das características do IP é a sua DISPENSABILIDADE, pois é
mera peça que visa à colheita de informações. Se as informações já existem, o IP pode ser
dispensado.
COMENTÁRIOS
D) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do art.
17 do CPP.
COMENTÁRIOS
(E) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministro da Justiça; mediante
requisição do ofendido; e por auto de resistência.
COMENTÁRIOS
O IP, nos crimes de ação penal pública incondicionada, poderá ser instaurado de ofício, pela
autoridade POLICIAL, por requisição do MP, por requerimento do ofendido ou pela lavratura do
auto de prisão em flagrante (embora esta última seja uma modalidade de instauração ex officio).
Vejamos:
I - de ofício;
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A autoridade policial JAMAIS poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do art.
17 do CPP.
B) CORRETA: O item está correto, pois se trata do princípio do nemo tenetur se detegere, ou seja,
ninguém é obrigado a produzir prova contra si.
C) CORRETA: Item correto, pois estas são, de fato, duas das características do IP.
D) CORRETA: Item correto, pois isto é o que consta na Súmula Vinculante nº 14 do STF.
E) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 5º, §2º do CPP.
COMENTÁRIOS
O advogado do indiciado, conforme a súmula vinculante nº 14 do STF, deve ter acesso irrestrito
aos elementos de prova JÁ DOCUMENTADOS nos autos do IP. Vejamos:
Ora, assim podemos entender que a autoridade policial poderá negar acesso, ao advogado do
indiciado, aos elementos de prova que ainda NÃO tenham sido documentados no procedimento
investigatório.
COMENTÁRIOS
Neste caso, a conduta do Promotor de Justiça foi legal, pois tem o MP poder de investigação
direta (por meio de procedimentos próprios de investigação), conforme entendimento pacífico do
STF.
COMENTÁRIOS
Súmula Vinculante nº 14
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois é necessária a representação da vítima para a instauração do IP nos
crimes de ação penal pública condicionada, na forma do art. 5º, §4º do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois o inquérito deverá ser finalizado no prazo de 10 dias, se o indiciado
estiver preso, e no de 30 dias, quando estiver solto, conforme art. 10 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois “quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto,
a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão
realizadas no prazo marcado pelo juiz”, conforme art. 10, §3º do CPP.
d) ERRADA: Item errado, pois uma vez arquivado o IP por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, desde que tenha notícia de prova nova,
conforme art. 18 do CPP.
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 14 do CPP:
COMENTÁRIOS
Conforme previsão da súmula vinculante 14, o advogado do indiciado tem direito de ter acesso
aos elementos de prova já documentados no IP, o que não pode ser negado pela autoridade
policial. Vejamos:
Súmula Vinculante nº 14
COMENTÁRIOS
A notitia criminis (mais precisamente, delatio criminis) deverá conter, sempre que possível, a
narração do fato, com todas as suas circunstâncias, a individualização do indiciado e as razões de
convicção sobre ser ele o autor do fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua
profissão e residência, conforme art. 5º, §1º do CPP:
I - de ofício;
Frise-se que a letra B está errada porque o art. 5º, §3º do CPP só autoriza a comunicação no caso
de crime de ação pública.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errrado, pois Uma vez formalizado o relatório final do inquérito policial pelo
Delegado de Polícia, o Ministério Público não poderá determinar o retorno dos autos à delegacia
de polícia.
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 5º, §2º do CPP:
c) ERRADA: Item errrado, pois nem mesmo o IP é necessário para o ajuizamento da ação penal,
motivo pelo qual, com muito mais razão, o indiciamento também é desnecessário.
d) ERRADA: Item errrado, pois é perfeitamente possível a instauração de IP nos crimes de ação
penal privada, conforme art. 5º, §5º do CPP.
e) ERRADA: Item errrado, pois o IP é DISPENSÁVEL para o oferecimento de denúncia, ainda que
se trate de crime hediondo.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Não há contraditório e ampla defesa no IP, embora a lei assegure alguns direitos ao
indiciado, como requerer diligências, etc.
B) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar os autos do IP, nos termos do
art. 17 do CPP.
C) ERRADA: O IP deve se encerrar em 10 dias se o réu estiver preso e 30 dias se estiver solto,
conforme prevê o art. 10 do CPP.
D) ERRADA: O art. 12 do CPP prevê que o IP deverá acompanhar a denúncia ou a queixa, sempre
que servir de fundamento para estas.
E) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 14 do CPP:
D) requerer o arquivamento.
COMENTÁRIOS
GABARITO – LETRA D
COMENTÁRIOS
O prazo para o encerramento do IP, neste caso, será de 30 dias, no caso de réu preso, e de 90
dias no caso de réu solto, nos termos do art. 51 da Lei de Drogas:
O Juiz poderá, excepcionalmente, duplicar tais prazos, mediante pedido justificado da autoridade
policial, ouvido sempre o MP:
Art. 51 (...) Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.
Vemos, assim, que no caso de réu solto, o prazo máximo (já com a duplicação) é de 180 dias.
COMENTÁRIOS
COMENTÁRIOS
Estando preso o indiciado o prazo para conclusão do IP será de 10 dias, nos termos do art. 10 do
CPP:
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
COMENTÁRIOS
Inicialmente, deve-se deixar claro que a autoridade policial não pode arquivar autos de IP, nos
termos do art. 17 do CPP.
Nesse caso específico, o arquivamento não faz “coisa julgada material”, pois se refere apenas à
ausência de provas, de forma que poderá ser reaberto o IP se surgirem novas provas, como é o
caso. Vejamos o art. 18 do CPP.
Quanto à investigação preliminar realizada sob a forma de inquérito policial, é correto afirmar que:
B) gravidade e complexidade do fato investigado não são fatores que legitimam, por si sós, a
duração alongada da investigação preliminar, ensejando constrangimento ilegal;
C) a reforma do Código de Processo Penal pela Lei nº 12.403/2011 passou a prever, em hipóteses
urgentes ou com risco de ineficiência da medida, que o juiz da causa poderá estabelecer cautelas,
independentemente da oitiva antecipada do interessado, no curso da investigação;
D) não há nulidade na juntada posterior de provas colhidas durante o inquérito, desde que a
defesa seja intimada para se manifestar sobre elas antes da sentença;
O inquérito policial é dispensável, razão pela qual pode ser exercido o direito de ação sem que
tenha havido anterior instauração do inquérito.
04. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
No curso de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Napoleão pela prática do crime de
homicídio qualificado, em que pese os elementos de informação colhidos demonstrassem de
maneira clara que o investigado agiu em legítima defesa. Visando combater tal decisão e buscar
o “trancamento” do inquérito policial, o advogado de Napoleão poderá:
A) interpor recurso para o chefe de polícia;
B) impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;
C) impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento o Tribunal de Justiça respectivo;
D) interpor recurso em sentido estrito, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;
E) impetrar habeas corpus para análise pelo chefe de polícia.
05. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a existência de um grupo que se destinava
a praticar roubos a agências bancárias. Diante da notícia recebida, com base no entendimento dos
Tribunais Superiores, a autoridade policial:
A) terá discricionariedade para instauração ou não do inquérito policial;
B) não poderá adotar qualquer medida, por tratar-se de denúncia anônima;
C) deverá realizar diligências preliminares para averiguação, antes de instaurar o inquérito policial;
D) deverá instaurar imediatamente inquérito policial para apurar o fato;
E) poderá dispensar o inquérito policial e encaminhar as informações recebidas ao órgão
ministerial para o oferecimento imediato de denúncia.
06. (FGV/2021/PCRN/AGENTE)
O inquérito policial é procedimento administrativo que possui características próprias destacadas
pela doutrina e pela jurisprudência.
Com relação ao tema, analise as afirmativas a seguir.
I. Pode ser instaurado de ofício ou a requerimento, tanto nos crimes de ação pública quanto nos
de ação privada, mas o oferecimento da ação penal dependerá da vontade da vítima nesse último
caso.
II. Contra a decisão que indefere o seu requerimento de abertura, cabe recurso ao Poder
Judiciário.
III. Pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja possível identificar o autor do fato naquele
momento.
Está correto somente o que se afirma em:
A) II;
B) III;
C) I e II;
D) I e III;
E) II e III.
07. (FGV/2019/TJCE)
Lauro figura como indiciado em inquérito policial em que se investiga a prática do crime de
concussão. Intimado a comparecer na Delegacia para prestar declarações, fica preocupado com
as medidas que poderiam ser determinadas pela autoridade policial, razão pela qual procura seu
advogado.
Com base nas informações expostas, a defesa técnica de Lauro deverá esclarecer que:
A) a reprodução simulada dos fatos poderá ser determinada pela autoridade policial, não
podendo, contudo, ser Lauro obrigado a participar contra sua vontade;
B) a defesa técnica do indiciado não poderá ter acesso às peças de informação constantes do
inquérito, ainda que já documentadas, em razão do caráter sigiloso do procedimento;
C) o indiciado e o eventual ofendido, diante do caráter inquisitivo do inquérito policial, não
poderão requerer a realização de diligências durante a fase de investigações;
D) o procedimento investigatório, caso venha a ser arquivado com base na falta de justa causa,
não poderá vir a ser desarquivado, ainda que surjam novas provas;
E) a autoridade policial, em sendo de interesse das investigações, poderá determinar a
incomunicabilidade do indiciado pelo prazo de 10 (dez) dias.
(E) não poderá haver prosseguimento das investigações, tendo em vista que houve decisão de
arquivamento que fez coisa julgada.
(D) Ministério Público promover pelo arquivamento, cabendo ao juiz analisar a homologação em
respeito ao princípio da obrigatoriedade;
(E) juiz promover pelo arquivamento, podendo o promotor de justiça requerer o encaminhamento
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça em caso de discordância, em controle ao princípio da
obrigatoriedade.
d) o Código de Processo Penal proíbe a reprodução simulada dos fatos antes do oferecimento da
denúncia, ainda que com a concordância do indiciado;
e) o inquérito policial tem como características a oralidade, a informalidade e o sigilo.
C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser considerada
prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente pela
autoridade policial, independentemente de manifestação do Ministério Público ou do juiz.
15. (FGV – 2015 – OAB - XVI EXAME DA OAB)
O inquérito policial pode ser definido como um procedimento investigatório prévio, cuja principal
finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da ação penal possa propô-la contra o
suposto autor da infração penal.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
A) A exigência de indícios de autoria e materialidade para oferecimento de denúncia torna o
inquérito policial um procedimento indispensável.
B) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial é irrecorrível.
C) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos elementos
informativos que nele constem, ainda que já documentados.
D) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não poderá mandar
arquivar os autos do inquérito já instaurado.
e manifestou o interesse na apuração do fato, razão pela qual foi instaurado inquérito.
Considerando a hipótese narrada e as características do inquérito policial, é correto afirmar que:
a) caso houvesse indícios da autoria e prova da materialidade delitiva, a instauração de inquérito
policial seria prescindível para propositura da ação penal;
b) o inquérito policial tem como algumas de suas principais características a oralidade, a
oficialidade e oficiosidade;
c) uma das características do inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não poderá o defensor
do indiciado ter acesso aos autos, ainda que em relação àquilo já documentado;
d) o inquérito policial é disponível, de modo que a autoridade policial poderá determinar seu
arquivamento diretamente;
e) a natureza de ação pública condicionada à representação do crime de estupro exige que a
representação seja ofertada para fins de propositura da ação penal, mas não para instauração de
inquérito.
B) Inquisitório.
C) Indispensável.
D) Formal.
c) Nos crimes de ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial, mas sim a
lavratura de termo circunstanciado.
d) O inquérito policial, mesmo nos crimes hediondos, poderá ser dispensável para o oferecimento
de denúncia.
23. (FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem)
Acerca das disposições contidas na Lei Processual sobre o Inquérito Policial, assinale a alternativa
correta.
a) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito a requerimento
de qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal.
b) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o
tribunal competente.
c) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
d) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
24. (FGV - 2008 - PC-RJ - Oficial de Cartório)
A respeito do inquérito policial, analise as afirmativas a seguir:
I. Nos crimes de ação pública, o inquérito policial será iniciado de ofício ou mediante requisição
da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem
tiver qualidade para representá-lo.
II. Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito de ofício
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
III. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
Assinale:
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(A) de ofício pela autoridade policial; mediante requisição do Ministério Público; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
(B) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
(C) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministério Público; mediante
requisição do ofendido; e por auto de resistência;
(D) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de resistência;
(E) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministro da Justiça; mediante
requisição do ofendido; e por auto de resistência.
d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento
investigatório.
d) A notitia criminis deverá conter, sempre que possível, a narração do fato, com todas as suas
circunstâncias, a individualização do indiciado e as razões de convicção sobre ser ele o autor do
fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
e) Quando versar sobre crime de ação penal privada e o lesado possuir todos os elementos
informativos necessários à elucidação do caso, a notitia criminis poderá ser ofertada diretamente
ao juízo competente.
33. (FGV – 2012 – SENADO FEDERAL – POLICIAL)
Quanto ao inquérito policial, assinale a alternativa correta.
a) Uma vez formalizado o relatório final do inquérito policial pelo Delegado de Polícia, o Ministério
Público não poderá determinar o retorno dos autos à delegacia de polícia.
b) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe
de polícia.
c) Nos crimes persequíveis por ação penal pública incondicionada, o indiciamento formal do
acusado é condição de procedibilidade para a instauração de processo criminal.
d) Nos crimes persequíveis por ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial.
e) Nos crimes hediondos persequíveis por ação penal pública incondicionada, o inquérito policial
será indispensável para o oferecimento de denúncia.
34. (FGV - 2008 - TJ-MS – Juiz)
Relativamente ao inquérito policial, é correto afirmar que:
a) a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato, aplicando, porém,
em todas as suas manifestações, os princípios do contraditório e da ampla defesa.
b) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito por falta de base para a
denúncia.
c) o inquérito deverá terminar no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, ou no prazo de 60
dias, quando estiver solto.
d) o inquérito policial não acompanhará a denúncia ou queixa quando servir de base a uma ou
outra.
e) o indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer diligência.
35. (FGV – 2013 - X EXAME UNIFICADO DA OAB)
Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível
ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente narrado
na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia enviou
o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a
conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor deverá
A) arquivar os autos.
B) oferecer denúncia.
C) determinar a baixa dos autos.
D) requerer o arquivamento.
Brenda, empregada doméstica, foi presa em flagrante pela prática de um crime de furto
qualificado contra Joana, sua empregadora. O magistrado, após requerimento do Ministério
Público, converteu a prisão em flagrante em preventiva. Nessa hipótese, de acordo com o Código
de Processo Penal, o prazo para conclusão do inquérito policial será de:
(A) 05 (cinco) dias;
(B) 10 (dez) dias;
(C) 15 (quinze) dias, improrrogáveis;
(D) 15 (quinze) dias, prorrogáveis por decisão judicial;
(E) 30 (trinta) dias.
39. (fgv – 2014 – tj/rj – analista – execução de mandados)
Foi instaurado inquérito policial para investigar a prática de um crime de homicídio que teve como
vítima Ana. Apesar de Wagner, seu marido, ter sido indiciado, não foi reunida justa causa suficiente
para oferecimento da denúncia, razão pela qual foi o procedimento arquivado na forma prevista
em lei. Três meses após o arquivamento, a mãe de Ana descobriu que a filha havia lhe deixado
uma mensagem de voz no celular uma hora antes do crime, afirmando que temia por sua
integridade física, pois estava sozinha com seu marido em casa e prestes a contar que teria uma
relação extraconjugal. Diante desses fatos, de acordo com a jurisprudência majoritária dos
Tribunais Superiores, é correto afirmar que:
(A) nada poderá ser feito, tendo em vista que o arquivamento do inquérito policial fez coisa
julgada material;
(B) poderá ser oferecida denúncia, apesar de o inquérito não poder ser desarquivado em virtude
da coisa julgada material que fez seu arquivamento;
(C) caberá desarquivamento do inquérito policial pela autoridade competente diante do
surgimento de provas novas;
(D) nada poderá ser feito, pois a gravação de voz existia antes do arquivamento do inquérito,
logo não pode ser incluída no conceito de prova nova;
(E) poderá a autoridade policial realizar o desarquivamento a qualquer momento, assim como
pode por ato próprio determinar o arquivamento do inquérito.
GABARITO
1. ALTERNATIVA D
2. CORRETA
3. CORRETA
4. ALTERNATIVA B
5. ALTERNATIVA C
6. ALTERNATIVA B
7. ALTERNATIVA A
8. ALTERNATIVA C
9. ALTERNATIVA A
10. ALTERNATIVA D
11. ALTERNATIVA C
12. ALTERNATIVA B
13. ALTERNATIVA E
14. ALTERNATIVA B
15. ALTERNATIVA D
16. ALTERNATIVA C
17. ALTERNATIVA A
18. ALTERNATIVA D
19. ALTERNATIVA C
20. ALTERNATIVA D
21. ALTERNATIVA E
22. ALTERNATIVA C
23. ALTERNATIVA C
24. ALTERNATIVA C
25. ALTERNATIVA A
26. ALTERNATIVA A
27. ALTERNATIVA D
28. ALTERNATIVA D
29. ALTERNATIVA E
30. ALTERNATIVA E