IEL II Programa 2021

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Introdução aos Estudos Literários II 2º semestre de 2021


Prof. Edu Teruki Otsuka
Teoria e análise da narrativa literária

I. Objetivos
O curso tem como objetivo introduzir os alunos no universo da análise e da interpretação de textos
narrativos, a partir da discussão de textos teóricos e da análise de contos e romances. Busca-se
desenvolver a formação de um repertório de leituras, a assimilação de procedimentos analítico-
interpretativos e a reflexão crítica sobre as relações entre texto e tradição literária, bem como entre
literatura e sociedade.

II. Itens programáticos


1. A questão dos gêneros. O gênero épico.
2. Os elementos da narrativa: história e enredo; foco narrativo; personagens; espaço e tempo.
3. Leituras analítico-interpretativas.
4. Formas da narrativa literária. Aspectos da teoria do conto. Aspectos da teoria do romance.
5. Literatura e sociedade.

III. Métodos
Aulas expositivas, tendo por base a análise e a interpretação de textos literários, bem como a
discussão de textos teóricos fundamentais.

IV. Atividades dos alunos


Leitura dos textos indicados pelo professor na sala de aula; participação nas aulas. Realização das
avaliações a serem definidas pelo professor no decorrer do curso. Apresentação de um trabalho final
de aproveitamento de curso (trabalho escrito, individual, de análise de texto).

V. Critérios de avaliação
Participação nas aulas; qualidade do trabalho de aproveitamento e de outras avaliações, levando em
consideração a capacidade analítica, a clareza de exposição e a citação adequada das fontes
consultadas.

Bibliografia básica

 Teoria dos gêneros


ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Souza. São Paulo: Ars Poética, 1992.
ROSENFELD, Anatol. “A teoria dos gêneros”. In: O teatro épico. São Paulo: Perspectiva, 1985,
pp. 13-36.
STAIGER, Emil. Conceitos fundamentais da poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.

 Elementos estruturais da narrativa


ARRIGUCCI Jr., Davi. “Teoria da narrativa: posições do narrador”. In: Jornal de Psicanálise, vol.
31, n. 57, 1998, pp. 9-43.
BOOTH, Wayne. A retórica da ficção. Lisboa: Arcádia, 1980.
CANDIDO, Antonio. “A personagem do romance”. In: CANDIDO, A. et al. A personagem de
ficção. São Paulo: Perspectiva, 1987, pp. 51-80.
DIMAS, Antonio. Espaço e romance. São Paulo: Ática, 1985. (Série Princípios)
EIKHENBAUM, B. et al. Teoria da literatura: Formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1971.
[Esp. TOMACHEVSKI, B. “Temática”, pp. 169-204.]
FORSTER, E. M. Aspectos do romance. São Paulo: Globo, 2005.
2
FRIEDMAN, Norman. “O ponto de vista na ficção”. Revista USP, n. 53, São Paulo, março/ abril/
maio 2002, pp. 166-182.
KAYSER, Wolfgang. Análise e interpretação da obra literária. 7ª ed. Coimbra: Arménio Amado,
1985. [Especialmente Cap. X, itens 1, 2 e 4; Cap. VI, item 3; Cap. V, item 3.]
LEITE, Lígia Chiappini M. O foco narrativo. São Paulo: Ática, 1985. (Série Princípios)
LINS, Osman. “Espaço romanesco e ambientação”. In: Lima Barreto e o espaço romanesco. São
Paulo: Ática, 1976.
LODGE, David. A arte da ficção. Porto Alegre: L&PM, 2010.
LUBBOCK, Percy. A técnica da ficção. São Paulo: Cultrix/EDUSP, 1976.
MEYERHOFF, Hans. O tempo na literatura. São Paulo: McGraw-Hill, 1976.
NUNES, Benedito. O tempo na narrativa. São Paulo: Ática, 1988. (Série Fundamentos)
PAMUK, Orhan. O romancista ingênuo e o sentimental. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
WOOD, James. Como funciona a ficção. São Paulo: Cosac Naify, 2011.

 Sobre o romance
BAKHTIN, Mikhail. “Epos e romance”. In: Questões de literatura e estética: a teoria do romance.
São Paulo: Hucitec / Ed. Unesp, 1988, pp. 397-428.
CANDIDO, Antonio. “Um instrumento e descoberta e interpretação”. In: Formação da literatura
brasileira (momentos decisivos). 7ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1993, vol. II, cap. 3, pp. 97-
105.
CANDIDO, Antonio. “Timidez do romance”. In: A educação pela noite e outros ensaios. São
Paulo: Ática, 1987, pp. 82-99.
CARPEAUX, Otto Maria. “Formas do romance”. Literatura e sociedade, n. 1, São Paulo: DTLLC-
FFLCH-USP, 1996, pp. 114-118.
EAGLETON, Terry. “What is a novel?”. In: The English Novel: An introduction. Oxford:
Blackwell, 2005, pp. 1-21.
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. São Paulo: Duas Cidades / Ed. 34, 2000.
LUKÁCS, Georg. “O romance como epopeia burguesa”. In: Arte e Sociedade: escritos estéticos
1932-1967. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2009, pp. 193-243.
MAGRIS, Claudio. “O romance é concebível sem o mundo moderno?”. In: MORETTI, Franco
(org.). O romance 1: a cultura do romance. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
MORETTI, Franco. “O século sério”. Novos estudos CEBRAP, n. 65, São Paulo, março 2003, pp. 3-
33.
MORETTI, Franco. O burguês: entre a história e a literatura. São Paulo: Três Estrelas, 2014.
ROSENFELD, Anatol. “Reflexões sobre o romance moderno”. In: Texto / contexto. 2ª ed. São
Paulo: Perspectiva, 1973, pp. 75-97.
VASCONCELOS, Sandra Guardini T. Dez lições sobre o romance inglês do século XVIII. São
Paulo: Boitempo, 2002.
WATT, Ian. A ascensão do romance: estudos sobre Defoe, Richardson e Fielding. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990. [Cap. 1: “O realismo e a forma do romance”, pp. 11-33; cap.
2: “O público leitor e o surgimento do romance”, pp. 34-54.]

 Sobre o conto
ANDRADE, Mário de. “Contos e contistas”. In: O Empalhador de Passarinho. 3ª ed. São Paulo:
Martins; Brasília: INL, 1972, pp. 5-8.
ANGELIDES, Sophia. A. P. Tchekhov: Cartas para uma poética. São Paulo: Edusp, 1995.
3
BOSI, Alfredo. “Situação e formas do conto brasileiro contemporâneo”. In: BOSI, A. (org.). O
conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix/ EDUSP, 1975, pp. 7-22.
CORTÁZAR, Julio. Valise de Cronópio. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1993. [Ver os ensaios “Poe:
o poeta, o narrador e o crítico”, pp. 103-46; “Alguns aspectos do conto”, pp. 147-66; “Do
conto breve e seus arredores”, pp. 227-37.]
GOTLIB, Nádia. Teoria do conto. São Paulo: Ática, 1985. (Série Princípios)
PASSOS, Cleusa Rios P. “Breves considerações sobre o conto moderno”. In: BOSI, V. et al.
(orgs.). Ficções: leitores e leituras. São Paulo: Ateliê, 2001, pp. 67-90.
POE, Edgar Allan. “Review of Hawthorne – Twice Told Tales” (1842). <www.eapoe.org>
PIGLIA, Ricardo. “Teses sobre o conto”. In: Formas breves. São Paulo: Cia. das Letras, 2004, pp.
87-94.

 Literatura e sociedade
ADORNO, Theodor W. “Posição do narrador no romance contemporâneo” In: Notas de literatura I.
São Paulo, Duas Cidades / Ed. 34, 2003, pp. 55-63.
AUERBACH, Erich. Mimesis: A representação da realidade na literatura ocidental. 2ª ed. São
Paulo: Perspectiva, 1987. [Especialmente: “Epílogo”, “Na mansão de La Mole”, “A meia
marrom”.]
BENJAMIN, Walter. “O narrador”. In: Obras escolhidas I: Magia e técnica, arte e política. São
Paulo: Brasiliense, 1985, pp. 197-221.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. 6ª ed. São Paulo: Nacional, 1980.
LUKÁCS, Georg. “Narrar ou descrever?”. In: Ensaios sobre literatura. 2ª ed. Rio, Civilização
Brasileira, 1968, pp. 47-99.
SCHWARZ, Roberto. “A importação do romance e suas contradições em Alencar”. In: Ao vencedor
as batatas: Forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo:
Duas Cidades, 1977, pp. 29-60.

 Análise e interpretação
Sobre Machado de Assis
BOSI, Alfredo. “A máscara e a fenda”. In: BOSI, A. et al. Machado de Assis: antologia & estudos.
São Paulo: Ática, 1982, pp. 437-457.
CANDIDO, Antonio. “Esquema de Machado de Assis”. In: Vários escritos. São Paulo: Duas
Cidades, 1970, pp. 13-32.
GLEDSON, John. Por um novo Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
PEREIRA, Lúcia Miguel. “Machado de Assis”. In: Prosa de Ficção (de 1870 a 1920). 2ª ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1957, pp. 59-107.
SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Duas
Cidades, 1990.
SCHWARZ, Roberto. “Duas notas sobre Machado de Assis”. In: Que horas são? São Paulo:
Companhia das Letras, 1987, pp. 165-178.
Sobre outros autores
CANDIDO, Antonio. “Dialética da malandragem”. In: O discurso e a cidade. São Paulo: Duas
Cidades, 1993, pp. 19-54. [Ver também o “Prefácio”, pp. 9-15.]
CANDIDO, Antonio. “De cortiço a cortiço”. In: O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades,
1993, pp. 123-152.
CARONE, Modesto. “O realismo de Franz Kafka”. In: Lição de Kafka. São Paulo: Companhia das
Letras, 2009, pp. 37-46.
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LAFETÁ, João Luiz. “O mundo à revelia”. In: A dimensão da noite e outros ensaios. São Paulo:
Duas Cidades / Ed. 34, 2004, pp. 72-102.
RABELLO, Ivone Daré. A caminho do encontro: uma leitura de Contos Novos de Mário de
Andrade. São Paulo: Ateliê, 1999.
SPITZER, Leo. “Uma reinterpretação de ‘A queda da casa de Usher’”. Magma, n. 7, DTLLC-
FFLCH-USP, 2001, pp. 111-119.

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