Prática de Leitura Da Obra o Rapaz Do Metrô
Prática de Leitura Da Obra o Rapaz Do Metrô
Prática de Leitura Da Obra o Rapaz Do Metrô
PROPOSTA DIDÁTICA
CORNÉLIO PROCÓPIO
2021
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PROPOSTA DIDÁTICA
CORNÉLIO PROCÓPIO
2021
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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS .....................................................................................................78
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2. METODOLOGIA DE LEITURA
para fomentar uma discussão sobre o tema do livro selecionado. Desse modo, o
primeiro passo de montagem de uma estratégia de motivação é estabelecer o
objetivo, aquilo que se deseja trazer para os alunos como aproximação do texto a
ser lido. O autor reitera a necessidade de se ter o cuidado para não dispersar o
aluno com uma motivação muito longa, sendo que apenas uma aula é o suficiente
para desenvolver com grande eficácia essa proposta.
Como próxima etapa, a “Introdução”, Cosson destaca que uma simples e
breve apresentação do autor e da obra pode ser a atividade mais adequada nesse
momento. Considerando-se que a apresentação biográfica não deve conter dados
muito longos e descritivos e sim apenas informações básicas que sejam relevantes
aos leitores e que também sejam relacionadas à obra. Do mesmo modo, a
apresentação física da obra, além dos elementos paratextuais é uma estratégia para
justificar sua escolha, abordando sua importância e relevância para o atual contexto.
Nesse sentido, Cosson (2006, p.61) relata que “[...] as apreciações críticas
presentes nas orelhas ou na contracapa são instrumentos facilitadores da introdução
e muitas vezes trazem informações importantes para a interpretação”. Portanto, a
apresentação de várias edições da obra, leitura das primeiras páginas, prefácio,
orelhas ou até mesmo uma entrada temática, que tome a motivação como eixo,
podem ser exemplos aplicáveis na Introdução. No entanto, o professor durante essa
etapa, deve tomar o cuidado de não ultrapassar o limite de uma aula no
desenvolvimento das atividades propostas, a fim de que ela apenas possa despertar
o interesse do aluno pela obra e não a realização de sua interpretação.
Na sequência, inicia-se o procedimento da “Leitura”, que convém ser feita
prioritariamente extraclasse. Dessa maneira, o professor, junto aos alunos, deverá
se organizar na escolha da data adequada para o término da leitura. Para tanto, é
necessário que haja uma verificação da efetividade da leitura extraclasse realizada
pelos alunos, que pode ser feita por meio dos intervalos de leitura, momentos esses
de enriquecimento da leitura do texto principal, podendo, assim, utilizar-se de
outros textos – literários ou não, a fim de dialogar com a obra em diferentes
enfoques. Cosson (2006) destaca a importância desses momentos no processo de
acompanhamento de leitura:
sua vez, busca analisar o diálogo entre obra e período literário, relacionando suas
dependências entre si. A contextualização poética responde pela estruturação ou
composição da obra. Busca-se nessa contextualização analisar os princípios de
organização e estruturação da obra. A contextualização crítica trata da recepção do
texto literário, podendo ser uma abordagem histórica da edição da obra, mesmo ela
sendo contemporânea, como também a crítica em suas diversas vertentes. Em
outras palavras, ela é uma análise de outras leituras que tem por objetivo contribuir
para a ampliação do horizonte de leitura do leitor. Em relação à contextualização
presentificadora, trata-se da atualidade do texto. A identificação do leitor, seu mundo
social com a obra lida. No que se refere à contextualização temática, é sem dúvida a
maneira mais familiar de tratar uma obra para qualquer que seja o leitor. Aborda-se,
aqui, o tema ou temas que permeiam a obra. No entanto, é importante salientar que
não se pode entreter-se apenas com o tema em si, mas envolver-se na repercussão
dele dentro da obra.
A contextualização não se limita apenas às apresentadas acima, elas podem
ir além, cabe ao professor ampliá-las e adequá-las conforme a proposta a ser
realizada. Desse modo, a contextualização é uma maneira de aprofundar a leitura do
texto, na perspectiva de ampliar os horizontes de leitura de modo consistente e
consoantes aos objetivos do letramento literário. É pertinente que essa etapa seja
elaborada por meio de pesquisas, envolvendo os mais diversos procedimentos de
coleta de dados, como seminários, debates, produção de ensaios, entre outros. É
necessário, também, que as atividades propostas aqui sejam todas elaboradas em
grupo, já que o objetivo é levar a um aprofundamento compartilhado de leitura.
A próxima etapa, “Segunda Interpretação”, consiste em um aprofundamento
de um dos aspectos abordados nas contextualizações. Há uma ligação indissociável
entre contextualização e segunda interpretação, que pode acontecer de modo direto
ou indireto, articulando, dessa forma, o estudo do contexto e a leitura da obra,
integrando, assim, as duas etapas. Devem ser evitadas, nesse momento, atividades
em grupos de três ou mais alunos, podendo ser realizadas individualmente ou em
duplas. Atividades como elaboração de projetos ou ensaios são exemplos
pertinentes para realização do registro formal nessa etapa. Importante mencionar
que a pesquisa conduza a um aprofundamento da interpretação inicial e não perca a
obra como seu horizonte de leitura. Portanto, é necessário que esteja claro para o
professor que a primeira interpretação é um momento de introjecção da obra, o
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encontro pessoal do leitor na obra, sendo que a segunda interpretação deve resultar
no compartilhamento de leitura, um saber coletivo que une a turma em um mesmo
horizonte de leitura, reconhecendo-se que a obra literária amplia e renova através
das amplas abordagens que suscita.
Encerrado o processo de leitura com a segunda interpretação, chega-se,
então, o momento de se investir nas relações textuais: a “Expansão”. Conforme o
autor apresenta: “É esse movimento de ultrapassagem do limite de um texto para
outros textos, quer visto como extrapolação dentro do processo de leitura, quer visto
como intertextualidade no campo literário, que denominamos de expansão
(COSSON, 2006, p.94). Essa etapa busca dialogar e articular com textos que
precederam a obra, contemporâneos ou posteriores a ela. Busca-se uma
intertextualidade no âmbito literário, comparando e confrontando obras a partir de
suas relações e pontos de ligação. É importante que o resultado seja registrado
pelos alunos, como fechamento da sequência, propor uma feira literária a ser
apresentada para toda a escola pode ser a melhor atividade a ser desenvolvida.
Cabe ressaltar que essa última etapa pode ser utilizada também como ponto de
partida para outras sequências, básicas ou expandidas.
Em relação à concepção de avaliação o autor reitera sobre a existência de um
consenso teórico nesse âmbito, sendo, portanto, um diagnóstico de aprendizagem e
das condições realizadas por ela, a fim de verificar a análise do desempenho dos
alunos, professores e também da própria escola. Isso porque, “[...] quando
analisados criticamente, permitem que se corrijam ou confirmem procedimentos e se
identifiquem necessidades que estão ou deveriam ser atendidas para se atingir os
objetivos” (COSSON, 2006, p.111).
Diante dessa proposição, a avaliação na perspectiva do letramento literário
deve considerar, segundo o autor, a literatura como uma experiência e não um
conteúdo a ser avaliado. Não cabe avaliar como certo ou errado e sim proporcionar
momentos para que a leitura do aluno possa ser discutida, analisada e questionada.
Nesse sentido, cabe ao professor, como mediador de leitura, validar e aceitar os
posicionamentos e as impressões de leituras dos alunos, sem a interrupção da
intervenção docente ou até mesmo do livro didático, como sendo as únicas corretas
e aceitáveis, porque esses registros são, por sua vez, resultado de uma
introspecção e junção da sensibilidade do leitor com a obra. Além disso, o autor
aponta que o engajamento do leitor com a obra, bem como a construção de sentido
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Volta ao Brasil com pretensão de conseguir uma bolsa de estudos para redigir
a tese e retornar à Universidade. Acaba encontrando-se novamente em Zero Hora,
mas sem perspectiva de bolsa. A partir dessa época, regressa à Europa e fica um
ano viajando de um lado para o outro, de Paris a Munique, de Munique a Lisboa, de
Lisboa a Roma, de Roma a Estocolmo e de novo a Roma e Amsterdã, Copenhague,
Frankfurt, Madri e Veneza. Decide voltar a Porto Alegre e se estabilizar: sete meses
depois, tinha ganhado um importante prêmio de jornalismo, tinha um fusca,
trabalhava na Folha da Manhã, estava casado com a jornalista Eva Oyarzábal de
Castro e havia encaminhado os papéis para a compra de um apartamento no bairro
Menino Deus. Em 1978 nasce sua filha, Lívia Capparelli. Ele, então, escreve seu
primeiro livro para crianças, intitulado Os Meninos da Rua da Praia, hoje com mais
de trinta e cinco edições e mais de 500 mil livros vendidos.
Esse primeiro livro, Os Meninos da Rua da Praia, foi publicado pela Editora
L&PM, em convênio com o Instituto Estadual do Livro. O Instituto era dirigido na
ocasião por Lígia Averbuck e tinha um programa de incentivo aos jovens escritores.
Com grande aceitação no Rio Grande do Sul e, mais tarde, no Brasil, o livro infantil o
animou a escrever. Pouco tempo depois estava publicando outros, como Boi da
Cara Preta (poesia, 1981) e Vovô Fugiu de Casa (novela, 1982), ambos premiados.
Seis anos depois havia terminado seu doutorado e já lecionava no curso de
jornalismo da Famecos, da PUCRS, e da Unisinos, mas, a partir de 1984, apenas no
curso de Jornalismo da UFRGS. Em 1983 nasce seu segundo filho, Daniel e Eva
morre três semanas depois por motivos de complicações do parto. Em 1991, decidiu
ir para o Canadá. Levou consigo os filhos e foi cursar pós-doutorado em Montreal.
Nesse período, conheceu Maria Alice e pouco tempo depois estavam casados.
Depois que seus filhos já estavam formados, Sérgio decidiu, então, dedicar-se à
literatura.
Atualmente, Sergio vive em San Vito al Tagliamento e não mais pertence ao
âmbito acadêmico, mas exerce, com afinco, a função de escritor. Conforme Camilo
(2019), a produção literária do autor é vasta, mais de 30 obras em poesia e prosa,
para adultos, crianças e jovens. Entretanto, Sérgio Capparelli se destaca no âmbito
da literatura infantojuvenil, cujas principais obras são: Os meninos da rua da praia
(1978), Vovô fugiu de casa (1981), Boi da cara preta (1981), A jiboia Gabriela
(1984), Meg Foguete (1985), As meninas da Praça da Alfândega (1994), Ana de
salto alto (1996), 33 Ciberpoemas e uma Fábula Virtual (1996), A Árvore que Dava
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1
Site: http://www.capparelli.com.br/
14
policiais. Tal como à página 05, em que o título da obra “O rapaz do metrô” se
assemelha a estrutura de um carimbo. Ou seja, situações de um contexto que
envolve crimes, depoimentos e afins.
Contracapa
Página 5
19
Tutu Marambá,
Não venha mais cá,
Que o pai do menino
Te manda matar.
(CAPPARELLI, 2014, p.9).
22
Os cavaleiros
Chegaram quatro
Em cavalos de gelo.
Portavam dois deles
Fuzis de brinquedo.
De negros capuzes.
Os olhos cegos.
Ou vesgos. E atiraram.
Cada bala, um beijo.
Então se contorceram
Bonecos e titeriteiros.
E de cada peito jorrou
Um sangue vermelho.
Foram-se os cavaleiros
Por entre ruelas e becos.
Rubras, as suas mãos,
Com sangue já velho.
(CAPPARELLI, 2014, p. 17)
à vida, a utilização das armas como se fossem brinquedos, para cada bala ou morte
assim, recorrente, beijos. Considerando-se que o beijo é sinônimo de amor, um
paradoxo com a própria morte, que é dor e tristeza, marcado, assim, pela forte
presença da cor vermelha relacionada ao sangue derramado por mãos que já se
acostumaram a tal ato. Além disso, já no próprio título “Os cavaleiros” chama a
atenção pela imponência presente, simbolizando o poder sobre os mais vulneráveis.
Camilo (2019) reitera a forte menção ao Apocalipse, último livro da Bíblia, presente
no título do poema:
Quem eu sou
Dezesseis anos
Bem distribuídos.
II
Quando me irrito,
Solto fogo pelas ventas.
Eu tô que tô
E, se quiser provar, Tenta.
Mas me contenho.
Ah, como me contenho,
O “metrô” também pode ser entendido numa linguagem metafórica como uma
representação da “vida” – no qual pessoas embarcam e desembarcam
constantemente, deixando apenas lembranças. E ele, o rapaz, tendo o metrô como
seu primeiro emprego, fica responsável por sua manutenção. Tal como na vida real,
ele acaba presenciando situações violentas que o deixam horrorizado e que
demandam sábias atitudes para enfrentamento e resolução de questões, nas quais
está inserido. No entanto, muitas vezes acaba se deparando com sentimentos como
os de revolta, medo e angústia, refletindo, dessa forma, o típico comportamento
juvenil, que aparenta maturidade ou infantilidade diante dos problemas e
dificuldades enfrentados pelos jovens em geral.
No poema intitulado “No dia seguinte”, ainda no primeiro capítulo, há a
descrição da manhã, após uma violenta chacina:
26
No dia seguinte
No dia seguinte
À chacina
A vila acordou
Horrorizada.
Quem eram?
Um dos bilhões
Na contabilidade,
Caixa dois?
Um matador
Do tráfico, Para servir
De exemplo?
Mas certo,
O trem não para
Ou avança
Fora da linha,
Vergonha
E nós cantamos
E nós dançamos
E nós comemos.
E nós cantamos
E nós dançamos
E gargalhamos.
A dentadura de Napoleão,
A Nau Capitânia de Cabral
Mais um diploma de doutor
Embrulhado num jornal
E nós cantamos
E nós dançamos
29
E nós comemos.
E nós cantamos
E nós dançamos
E gargalhamos.
(CAPPARELLI, 2014, p. 48).
Absorto em panorâmicas,
Closes, cliques, portas da padaria
Eu registro, clique, Beatriz
Reentrando no Bar, Beatriz,
Com um copo cheio na mão,
Nando que se dirige ao balcão
Kiko que encena os trejeitos
Do artista Charlie Chaplin.
longa estrofe composta de 30 versos o eu-lírico traz à tona a dor e indignação pelas
vidas ceifadas, sobretudo a de Beatriz. A forte presença de metáforas, comparando-
o a um retrato pálido ou a um oceano denotam a solidão que o corrompe e
atormenta cruelmente seus pensamentos. Também a certeza permeada de revolta,
no último verso “um dia tem de acabar!”, posicionando-se, assim, a lutar e seguir em
frente, ainda com o coração doloroso, mas tal qual o metrô, que faz algumas
paradas, entregando cada um a seu caminho - ou cada um seguindo sua jornada,
segue cumprindo o seu propósito:
perseguição, pelo fato de ter testemunhado e gravado a mais terrível das chacinas,
pois ali estavam seus amigos e Beatriz. O poema “Encontro na Angélica” apresenta
em tom totalmente narrativo, numa longa estrofe de vinte versos, a descrição do
encontro com o possível culpado e, em seguida, apenas uma única estrofe com um
verso finaliza deixando muitas informações implícitas:
Encontro na Angélica
fatos ocorridos, emociona o eu-lírico, tal como o próprio leitor, que interage e
mergulha na profundidade da narrativa. Com uma estrutura fixa de onze tercetos e
apenas a última estrofe com somente um verso, o poema permite essa interação,
pois a angústia de decidir pelo certo ou pelo errado também atinge o próprio leitor.
Desse modo, a narrativa segue ao fim e o jovem rapaz faz justiça e entrega,
portanto, o tão temido vídeo revelado no poema “Aleluia”. Com uma estrutura fixa de
oito tercetos, no próprio título já se percebe a concepção de alívio e de ter feito a
escolha correta, no entanto, no poema são apresentados também os dois lados:
aqueles que se sentem aliviados e cantarolam a vitória e aqueles que se entristecem
– comparados pelo eu-lírico como “urubus em revoada”, pois os consideravam como
amigos:
Aleluia
Sequência Expandida
O rapaz do metrô: poemas para jovens em oito chacinas ou capítulos
DURAÇÃO: 23 Aulas
OBRA: CAPPARELLI, Sérgio. O rapaz do metrô: poemas para jovens em oito chacinas ou
capítulos. Rio de Janeiro: Galera, 2014.
MOTIVAÇÃO
DURAÇÃO: 1 Aula
OBJETIVO: Preparar o aluno, instigando-o e provocando-o, por meio de atividade
lúdica e motivadora, a fim de que ele venha a se interessar pela leitura da obra,
motivado pela leitura de uma reportagem e a realização de um quiz em relação a
curiosidades e conhecimentos sobre o Metrô de São Paulo.
REPORTAGEM
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QUIZ
40
41
42
43
44
45
46
47
48
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INTRODUÇÃO
Duração: 2 aulas
Objetivo: Apresentar aos alunos uma breve biografia do autor e oportunizar o
contato físico com a obra.
– APRESENTAÇÃO DO AUTOR
Sérgio Capparelli
Fonte: http://literaturainfantojuvenil-poesia.blogspot.com/2016/05/sergio-capparelli.html
50
(2019)
53
Nesse momento será apresentada aos alunos a obra física, assim como deve
ser realizada a leitura dos elementos paratextuais que compõem a obra.
Primeiramente, serão abordadas a partir da capa: imagens, cores, fontes, título e
subtítulo; após, explanada a leitura da contracapa e possíveis inferências em relação
ao texto. Segue-se, então, com as leituras dos textos que compõem as orelhas
(síntese da obra e dados do autor) e a parte interna do livro como sumários, as
imagens que abrem cada capítulo, bem como o posfácio, o qual traz uma reflexão
ao discutir a temática dos direitos humanos e aplicação da lei, assunto amplamente
abordado no conteúdo da obra. Importante ressaltar que cada aluno terá seu
exemplar em mãos para iniciar a leitura individual da obra e em cada etapa serão
instigados a manifestar criticamente e reflexivamente seus posicionamentos em
relação ao exposto.
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– APRESENTAÇÃO DA OBRA
Orelha 2
Orelha 1
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Primeiro Sumário
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LEITURA
Duração: 1 aula
Objetivo: Negociar com os alunos os prazos de finalização da leitura.
A obra foi dividida para três intervalos de leitura. Após a leitura do primeiro e
segundos capítulos – 1º Intervalo; Leitura do terceiro e quartos capítulos – 2º
Intervalo; Leitura do quinto e sextos capítulos - 3º Intervalo; e, então, leitura final dos
dois últimos capítulos. Nesse momento, é importante oferecer ao aluno o diário de
leitura, para que ele possa anotar possíveis dúvidas, alguns trechos importantes,
vocabulários, impressões pessoais, conforme a progressão da leitura da obra, bem
como o acompanhamento, orientação e auxílio do professor.
1º INTERVALO
Duração: 2 aulas
Objetivo: Verificar a compreensão de leitura dos primeiros capítulos (páginas 15 a
58
– VÍDEO
Link: https://youtu.be/Ri-eF5PJ2X0
59
CONCEITO DE INTERTEXTUALIDADE
Conforme descreve Pinheiro (2020, p. 90), a letra do rap é uma releitura dos
contos de fadas. Tendo a escola e o teatro como componentes formadores do
espaço, o conjunto de elementos abordados demonstra a caracterização simbólica
de imagens metafóricas carregadas de novos significados imaginários, num
propósito de buscar respostas diante da complexidade do sentido da vida atrelada
às constantes ameaças e a perseguição diária do mal. Nesse sentido, “[...] a
intertextualidade constitutiva da letra traz várias referências aos contos de fadas e
canções infantis, que associadas ao audiovisual, configuram um mito de heroísmo
moderno, em que a arma é a palavra e a redenção é o amor (PINHEIRO, 2020,
p.89).
60
“Era uma casa muito engraçada “Era uma casa não muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada Por falta de afeto não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não Até tinha teto, piscina, arquiteto
61
Porque na casa não tinha chão Só não deu pra comprar aquilo que faltava
Ninguém podia dormir na rede Bem estruturada, às vezes lotada
Porque na casa não tinha parede Mas memo lotada uma solidão
Ninguém podia fazer pipi Dizia o poeta, o que é feito de ego
Porque penico não tinha ali Na rua dos tolos gera frustração...”
Mas era feita com muito esmero (...)
Na rua dos bobos, número zero “...Yeah, havia outra casa, canto da quebrada
Mas era feita com muito esmero Sem rua asfaltada, fora do padrão
Na rua dos bobos, número zero” Eternit furada, pequena, apertada
Mas se for colar tem água pro feijão
Fonte: Musixmatch Se o mengão jogar, pode até parcelar
Compositores: Vinicius De Moraes / Sergio Vai ter carne, cerveja, refri e carvão
Bardotti As moeda contada, a luz sempre cortada
Letra de A casa © Universal Music Publishing Mas fé não faltava, tinham gratidão.”
Mgb Spain S.a
Canção Infantil, CESAR MC. FEAT CRYSTAL
3) Por que, na sua opinião, o autor compara a vida a uma “Canção Infantil” e quais
elementos ele utiliza para exemplificar tal posicionamento?
“A vida é uma canção infantil
É, sério, pensa, viu?
Belas e feras, castelos e celas
Princesas, pinóquios, mocinhos e...
É, eu não sei se isso é bom ou mal
Alguém me explica o que nesse mundo é real
O tiroteio na escola, a camisa no varal
O vilão que tá na história ou aquele do jornal”
(...)
sobre quais elementos presentes nesse poema dialogam com a música “Canção
Infantil”?
Os cavaleiros
Vergonha
INTERVALO 2
Duração: 2 aulas
Objetivo: Verificar a compreensão de leitura dos capítulos 3 e 4 (páginas 53 a 86).
Analisar a imagem e fazer inferências dialogando com a obra que está sendo lida.
- IMAGEM
Fonte: https://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/sp-no-diva/e-se-a-policia-federal-entrasse-
de-vez-no-combate-aos-grupos-de-exterminio-no-brasil/
INTERVALO 3
Duração: 4 aulas
Objetivo: Verificar a compreensão de leitura dos capítulos 5 e 6 (páginas 87 a
117). Apresentar aos alunos elementos que configurem uma narrativa policial
através da leitura do conto “Os Crimes da Rua Morgue”, de Edgar Allan Poe.
https://youtu.be/yldMiGdTfFc
Professor, por se tratar de um conto extenso, convém que a leitura seja feita
durante as aulas destinadas para essa finalidade e também que seja mediada pelo
docente. O texto pode ser encontrado no endereço:
https://www.ufmg.br/centrocultural/wp-content/uploads/2020/05/8-Os-Crimes-da-
Rua-Morgue-Edgar-Allan-Poe.pdf
Edgar Allan Poe, além de ser conhecido com seus contos de horror, também
foi um dos precursores das histórias policiais. Na narrativa não há elementos
sobrenaturais, mas sim elementos que configuram uma literatura policial. Nesse
sentido, o leitor assume a posição de um detetive e vivencia as emoções narradas
na história, o que faz, de certa forma, com que o conto dialogue com a obra O
Rapaz do Metrô, em se tratando de elementos que retratam situações de contextos
policiais.
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Dezesseis anos
Bem distribuídos.
II
Quando me irrito,
Solto fogo pelas ventas.
Eu tô que tô
E, se quiser provar, Tenta.
Mas me contenho.
Ah, como me contenho,
Assim, de repente,
Uma moto, a mesma moto,
E dois motoqueiros.
Professor, para finalizar essa etapa, como síntese integradora, após terem sido
respondidas e discutidas as questões acima, é importante que os alunos registrem
seus posicionamentos, justificando em um parágrafo a relação entre os textos e
suas respectivas especificidades.
PRIMEIRA INTERPRETAÇÃO
Duração: 2 aulas
Objetivo: Levar o aluno a traduzir uma impressão geral da obra, considerando o
impacto resultante de sua sensibilidade enquanto leitor, produzindo, assim, uma
resenha sobre ela.
– MODELO DE RESENHA
Sinopse: O personagem central deste conto, o francês Monsieur C. Auguste Dupin, poderia ser
Sherlock Holmes e o narrador poderia ser o Dr. Watson. O fascinante personagem de Poe,
através de um sistema próprio de dedução baseado na sua profunda capacidade de observação
dos fatos, é capaz de ler os pensamentos do seu interlocutor e desvendar um dos mais
intrincados e misteriosos casos de assassinato já enfrentado pela polícia francesa: o bárbaro
duplo assassinato de mãe e filha num apartamento na rua Morgue. Meio século depois, Conan
Doyle tomou emprestada a alma de Dupin para criar seu Sherlock. A partir daí o gênero caiu no
gosto do público e os grandes personagens se multiplicaram.
O livro reúne alguns contos de Poe e esse pequeno livro mostra o indiscutível
talento de Edgar Alla Poe e todo o universo do suspense e mistério. O principal
conto é o qual leva o título do livro, uma história de suspense do qual mãe e filha
são assassinadas brutalmente em uma casa na rua Morgue. A polícia e alguns
detetives investigaram e não chegaram a lugar nenhum.
Assassinatos na rua Morgue foi publicado pela primeira vez em 1841 e nesta
edição que a editora L & PM lançou, podemos conhecer um pouco sobre Edgar. O
livro é edição de bolso e mesmo assim é de uma excelente qualidade, livro muito
bem diagramado.
Antes mesmo de apresentar a obra, vale ressaltar que Poe foi inspiração
para outros grandes autores mundiais como Conan Doyle e até mesmo Aghata
Christie. A obra é dividida em outros contos dos quais: O demônio da perversidade,
Hop – Frog ou os oito orangotangos acorrentados, os fatos que envolveram o caso
de Mr. Valdemar, e etc. Alguns desses contos são muitos sombrios e misteriosos, a
partir dos contos menores conhecemos ainda mais a essência da escrita de Poe,
sendo bem refinado e detalhista, outro ponto em questão são as tramas muito bem
desenvolvidas, sendo que o leitor só vai encontrar a solução nas últimas páginas.
Para todos os leitores e amantes de romances policiais esse é o livro que
super recomendo para se ler, já os que tem curiosidade em ler romances policiais e
conhecer todo esse universo, esse é o livro que vocês devem iniciar. Na rede social
Skoob o livro recebeu avaliação de 4.0
Fonte: http://www.livreando.com.br/2015/09/resenha-assassinatos-na-rua-morgue.html
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CONTEXTUALIZAÇÃO PRESENTIFICADORA
Duração: 2 aulas
Objetivo: Buscar a correspondência da obra com o presente da leitura.
- VÍDEO
https://youtu.be/dfZda8g3vYY
Professor,
Para o desenvolvimento da atividade 12, é necessário providenciar os materiais
com antecedência, tais como: cartolina, régua, cola, canetinha colorida, papel
craft, papeis coloridos, dentre outros.
CONTEXTUALIZAÇÃO TEMÁTICA
Duração: 2 aulas
Objetivo: Refletir, por meio do exercício de uma produção textual de poesia, sobre
as fortes emoções e dificuldades vivenciadas pelo eu-lírico, através da ótica do
próprio leitor sendo o protagonista.
Professor, cabe ressaltar que, conforme COSSON (2006, p.91), “[...] é conveniente
que o professor tenha em mente que a contextualização é uma atividade destinada
a grupos de alunos e que o grupo do eu sozinho deve ser evitado, já que o objetivo
é levar um aprofundamento compartilhado de leitura”. Desse modo, os alunos
deverão estar em grupos para o desenvolvimento da atividade proposta. Após a
escrita e reescrita dos textos, esses deverão ser anexados em um painel e também
serem apresentados com uma leitura em voz alta para os demais alunos e grupos.
CONTEXTUALIZAÇÃO POÉTICA
Duração: 2 aulas
Objetivo: Observar a estruturação e organização da obra
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Professor, é importante salientar que essa etapa busca compreender como a obra
está estruturada, quais os princípios de sua organização: “É a leitura da obra de
dentro para fora, do modo como foi constituída em termos de sua tessitura verbal”
(COSSON, 2006, p.88).
SEGUNDA INTERPRETAÇÃO
Duração: 2 aulas
Objetivo: Identificar a leitura aprofundada da obra, sobretudo no âmbito do
relacionamento entre o protagonista e Beatriz.
Cosson (2006, p. 92) apresenta essa etapa como “[...] uma viagem guiada ao
mundo do texto, a exploração desse enfoque. Ela pode estar centrada sobre uma
personagem, um tema, um traço estilístico, uma correspondência com questões
contemporâneas, questões históricas, outra leitura, e assim por diante [...].”
O enfoque nesse momento é analisar a influência que a personagem Beatriz
exerce na jornada que o rapaz deve percorrer, além das questões que o atormentam
após presenciar sua trágica morte. Para tanto, o desenvolvimento dessa atividade se
dará por meio de produção de um ensaio individual.
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BEATRIZ CANTO II
Olha
Será que ela é moça Depois da invocação às Musas, Dante,
Será que ela é triste considerando a sua fraqueza, duvida de
Será que é o contrário aventurar-se na viagem. Dizendo-lhe, porém,
Será que é pintura Virgílio, que era Beatriz quem o comandava, e
O rosto da atriz que havia quem se interessava pela sua
Se ela dança no sétimo céu salvação, determina-se segui-lo e entra com o
Se ela acredita que é outro país seu guia no difícil caminho.
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida [...]
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
Chico Buarque
Fonte: https://www.escritas.org/pt/t/5344/beatriz
Duração: 1 aula
Objetivo: Destacar as possibilidades de diálogo com outras obras.
REFERÊNCIAS