2 - Aula 01 - Epidemiologia

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EPIDEMIOLOGIA E

PROCESSOS
PATOLÓGICOS

ELISA MATILE
Introdução
Patologia: estuda as alterações estruturais, bioquímicas e funcionais
das células, tecidos e órgãos visando explicar os mecanismos através
dos quais surgem os sinais e sintomas.
Processo patológico é o inverso do estado de homeostasia.
Introdução
Dvide-se em dois grandes ramos:

Geral: estuda os processos patológicos gerais dando ênfase à lesão


em si, suas causas e efeitos nas células e tecidos.

Específica ou Sistêmica: estuda as lesões nos diferentes aparelhos e


sistemas, correlacionando-as com achados clínicos e laboratoriais.
Etiologia: estudo das causas ou agentes causadores do
processo patológico.
Patogênese: estudo dos mecanismos que geram as
alterações patológicas
Anatomia Patológica: estudo das alterações morfológicas
dos tecidos (lesões).
Fisiopatologia: Alterações funcionais dos orgãos afetados e
divergência no processo de homeostasia.
Introdução
Saúde: estado de adaptação do organismo ao ambiente físico,
psíquico ou social em que vive, sentindo-se bem e sem apresentar
sinais e sintomas.
Segundo a OMS "Saúde é "um estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade."

Doença: perturbação da saúde, isto é, um mal-estar causado por


distúrbio orgânico, mental ou social e pode ter causas exógenas,
endógenas e idiopáticas.
Introdução
A doença pode evoluir para a cura (com ou sem sequelas), cronificação,
complicações ou óbito.
É constituída por:
Etiologia (Causas);
Patogenia (Desenvolvimento);
Alterações morfológicas (Alterações estruturais nas células e
órgãos);
Desordens funcionais (Manifestações clínicas).
Introdução

Causa: agente agressor


Incubação: período onde o indivíduo já
tem contato com o agente agressor mas
ainda não manifesta a doença
Prodômico: caracterizado pela
manifestação de sintomas, porém,
sintomas inespecíficos
Estado: reconhecido como o
estabelecimento definitivo da doença
Lesão e adaptação celular
Quando o equilíbrio das células é rompido pelo efeito de uma agressão,
a célula pode adaptar-se, sofrer um processo regressivo ou morrer.
Lesão Celular
As causas mais frequentes de lesão celulares são:
Hipóxia
Agentes físicos (temperatura, radiações)
Drogas e agentes químicos
Agentes biológicos (bactérias, fungos, protozoários)
Reações imunológicas (doenças autoimune)
Distúrbios genéticos
Distúrbios nutricionais
Lesão e Morte Celular
As lesões celulares irreversíveis ocorrem quando a célula não
consegue se adaptar e caminha progressivamente para a morte.

Morte celular é definida como a perda irreversível das atividades


integradas da célula com consequente incapacidade de manutenção
de seus mecanismos de homeostasia, isto é, de equilíbrio da célula
com o seu meio.
Morte Celular
A partir do momento da morte celular, após uma agressão, havendo
incapacidade irreversível de retorno à integridade bioquímica,
funcional e morfológica, a célula passa a desencadear uma série de
fenômenos bioquímicos e, consequentemente, funcionais e
morfológicos. A esta sequência de fenômenos denomina-se necrose
celular.

A necrose celular pode ocorrer em consequência da atuação de


enzimas da própria célula (autólise) ou da atuação de enzimas
extracelulares (heterólise).
Morte Celular

A morte celular em tecidos normais como uma forma de regulação


da população celular é um fenômeno biológico conhecido cuja
causa é intrínseca à célula e não depende de alterações do seu meio
ambiente. Essa autodestruição ativa de células ou grupos de células
é uma forma de morte denominada apoptose.
Morte Celular
Adaptação celular
As adaptações celulares são mecanismos relacionados às ações
indiretas que permitem realizar mudanças celulares no intuito de
inviabilizar a morte celular ou lesões irreversíveis.
São exemplos de adaptações celulares:

Hipóxia Hipoplasia
Anóxia Metaplasia
Hipoxemia Degenerações
Hipertrofia Regeneração
Atrofia Cicatrização
Hiperplasia

Outras alterações celulares que não são reversíveis podem ser


classificadas como morte celular NECROSE.
Adaptação celular
DEGENERAÇÃO
Adaptação caracterizada pelo acúmulo de substâncias no interior das
células, ou fora delas, resultando em modificações da morfologia da
célula com diminuição de suas funções. São lesões de caráter reversível.

As degenerações se situam entre a célula normal e a morte celular.

Deste modo, as lesões degenerativas são classificadas de acordo com o


tipo de substância acumulada.
Degeneração hidrópica
(acúmulo de água)

A degeneração hidrópica ocorre em função do comprometimento da


regulação do volume celular, que é um processo basicamente centrado
no controle das concentrações de sódio e potássio no citoplasma.
Todos os processos agressivos que reduzem a atividade da membrana
plasmática, da bomba de sódio/potássio e da produção de ATP
(energia) pela célula, levam à retenção do sódio no citoplasma
deixando escapar o potássio e aumentando a água citoplasmática na
tentativa de manter as condições isosmóticas da célula.

É vista com mais frequência nas células parenquimatosas,


principalmente do rim, fígado e coração.
Degeneração gordurosa - esteatose
(acúmulo de lipídios)
Refere-se ao acúmulo anormal de lipídios no interior das células
parenquimatosas. Como o fígado é o órgão diretamente relacionado com o
metabolismo lipídico, é nele que encontra-se mais comumente a esteatose.

As principais causas da esteatose são a obesidade e o alcoolismo; as


consequências são variáveis, dependendo da intensidade e da associação
com outros fatores.

Na grande maioria dos casos, a lesão é reversível e, cessada a causa, a célula


volta a normal. Quando a esteatose é grave e duradoura, pode ocasionar a
morte do hepatócito com alterações funcionais do órgão e a progressão
para a cirrose hepática.
Degeneração Hialina
(acúmulo de proteínas)

Este tipo de degeneração resulta da ação de substâncias irritantes


com intensidade moderada. Caracteriza-se pela presença de massas
translúcidas de formas arredondadas, com parte central de
aparência calcificada.
Degeneração mucóide
(acúmulo de muco)
Ocorre pela hiperprodução de muco pelas células mucíparas dos
tratos digestório e respiratório, levando-as a se abarrotarem de
glicoproteínas, podendo inclusive causar morte celular ou pela
síntese exagerada de mucinas em adenomas e adenocarcinomas,
as quais geralmente extravasam para o interstício e conferem ao
mesmo aspecto de tecido mucóide.
Acúmulo de açúcar

Anormalidades no metabolismo da glicose ou glicogênio levam a


um aumento no depósito intracelular de glicogênio, o qual se
mostra como vacúolos claros no citoplasma.
Afecções que levam ao acúmulo de glicogênio são principalmente o
diabetes melitus e as doenças de armazenamento de glicogênio ou
glicogenoses.
Obrigada
Referências

Patologia Geral; Daniel de Azevedo Teixeira; 2020

Introdução à Patologia Adaptação, degeneração e morte celular;


USP; 2021

@cuidadocomvoce

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