Farmacologia Do Transtornos Do Pensamento Dinâmico PDF

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Farmacologia do Transtornos do

pensamento: Parte II
Profa. Me. Andréia Cristina Zago da Silva
2

Transtorno do Pensamento:
Introdução

 Se confunde com a história da psicanálise


Introdução
◼ Freud inicialmente referiu-se à esquizofrenia como
"demência precoce", um termo popularizado pelo
psiquiatra Emil Kraepelin, antes de ser redefinido
como esquizofrenia por Eugen Bleuler.

 Esquizofrenia: “mente dividida” (1911), Eugen Bleuler

Sintomas positivos x negativos


3

Manicômios, prisões e liberdade: entre o pessimismo da razão e o


ideal de igualdade

“...miserável, incapaz, improdutivo, perigoso, abandonado e esquecido.


Os manicômios foram o dispositivo engendrado para dar conta dessa massa
populacional que não convinha à cidade e a psiquiatria erigiu sua
racionalidade como uma forma de cientificamente tornar-se guardiã de uma
verdade sobre essa população; e, assim, portar um direito de tratá-la em
nome de um suposto bem estar comum: as cidades ficam protegidas dos
loucos, e estes, protegidos da cidade.”

Fonte: https://revistalacuna.com/2016/05/22/manicomios-prisoes-e-liberdade/
Fonte: 18 de maio - Dia Nacional de Luta Antimanicomial
Centro de Atenção Psicossocial — CAPS (1989)
4

Sigmund Freud (1856-1939)


2ª Revolução Psiquiátrica

No início do século XX, com o


desenvolvimento da psicanálise, fruto
da genialidade de S. Freud, a loucura
passou a ser melhor compreendida e
o doente mental resgatou a dignidade
perdida.
5

Conceito

 São distorções características do


pensamento, da percepção e por
inadequação dos afetos com prejuízo
tão severo que é capaz de interferir
amplamente na capacidade de
atender às exigências da vida e da
realidade.
Esquizofrenia

Uma mente brilhante


Sobre o filme...
 Vencedor de 4 oscars (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz
Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado,) Uma mente
brilhante traz a história de John Forbes Nash Jr., um
reconhecido gênio da matemática. Trava uma luta contra
esquizofrenia quando estava no auge da carreira.
“Deve haver uma razão para a
sua falta de contato com pessoas
que possa ser considerada uma
vantagem.”

“Comparado com castores,


alguns de nós são sempre
fracassados.”
Alucinações

“Às vezes, eu realmente sinto falta de


conversar com ele.”
Evolução da doença e início do tratamento
Tratamento – 2 momentos
abandono quando ele deixa o tratamento medicamentoso

“O único meio que tenho pra ajudá-lo, é


mostrar a diferença entre o que é real e o
que está em sua mente.”

“Estava com tanto medo que você não


fosse real.”
Fatores de risco conhecidos no ambiente e relacionados à esquizofrenia:
Períodos do
Desenvolvimento Fatores Ambientais de Risco
Cerebral
Período Pré-Natal Viroses (influenza, rubéola, herpes) na mãe, particularmente 2º trimestre
de gravidez;
Desnutrição materna;
Morte do esposo;
Catástrofes;
Gravidez indesejada;
Depressão durante a gravidez.
Período Neonatal Complicações da gravidez (sangramentos, diabetes, incompatibilidade rH,
pré- eclâmpsia);
Crescimento ou desenvolvimento fetal anormal (baixo peso ao nascer,
prematuridade, malformações congênitas, redução do perímetro
encefálico);
Complicações do parto (atonia uterina, asfixia/hipóxia neonatal, parto
cesáreo emergencial);
Interação mãe- criança atípica ou maternagem deficiente;
Perda precoce de um dos pais.
Primeira Infância Infecções do SNC (meningite, encefalite, sarampo);
Experiências psicológicas negativas;
Traumas, abuso físico e sexual.
Adolescência Uso de maconha. http://entendendoaesquizofrenia.com.br/website/?page_id=129
1
2

Bom Prognóstico
 início mais tardio e sexo feminino,
 personalidade pré-mórbida sociável,
 quociente intelectual (QI) mais elevado,
 presença de um desencadeante na esfera emocional quando do início,
 início agudo,

 sintomas predominantemente positivos


(afetivos)
 menor número de episódios prévios,
 ausência de história familiar
1
3

Taxa de mortalidade elevada


 Elevado risco de suicídio,
 Aos distúrbios cardiovasculares,
 Às doenças respiratórias e infecciosas,
 Aos acidentes e às injúrias traumáticas
1
5
Vias dopaminérgicas centrais e suas ações

Mesolímbica Relacionada a
(Comportamental) comportamentos e

emoções.
Mesocortical Papel na mediação de
(Comportamental) sintomas psicóticos ainda
é controverso.
Nigroestriada Coordenação dos
Controle motor movimentos
(75%) voluntários.
Tuberoinfundibular Relacionada à inibição da
Controle endócrino secreção de prolactina.
Meduloperiventricular Comportamento alimentar.
1
6
Fisiopatogenia
D2

5-HT2 ( – ) D2

Região
nigro-estriatal

Hipótese dopamínica: atividade


excessiva da DOPA

1. Excesso de dopamina
2. Excesso de receptores
3. Hipersensibilidade ao NT
4. Combinação destes fatores
1
7

a) SINTOMAS POSITIVOS

 São manifestações decorrentes de alterações neuroquímicas da via


mesolímbica onde ocorreria:

Aumento da atividade dopaminérgica


sobre os receptores do tipo D2
1
8

Manifestações...
 Distúrbios do pensamento: seqüência extravagante
 Produz frases sem sentido, comparações inexistentes, frases deturpadas
com conclusões irracionais, desconfiança
1
9

 Alucinações
 Auditivas: vozes que dão ordem ou xingam
 Visuais: vultos, pessoas que não existem
 Delírios
 Incorporação de personagens que podem ter um fundo religioso
2
0

 Agressividade: comportamento anormal com


condutas estereotipadas e ocasionalmente
agressiva
2
1

b) SINTOMAS NEGATIVOS
 São manifestações precipitadas pela ↓ da
atividade neuroquímica da via
mesocortical onde ocorreria:

Diminuição da
atividade
dopaminérgica
sobre os
receptores do tipo
D2
2
2

Negativos
 Afastamento social e anedonia
 Indiferença emocional (insensibilidade)
 Discurso pobre (fala pouco e sem
sentido)
 diminuição dos comportamentos
direcionados a metas
2
3

Tratamento medicamentoso

Rauwolfia serpentina
 Extrato: medicina tradicional
indiana para tratamento dos
transtornos mentais
2
4

Histórico 3ª Revolução Psiquiátrica

 1ª droga antipsicótica: clorpromazina, ação descoberta


acidentalmente
 1950: cirurgião francês Laborit
 1951: psiquiatras franceses Delay, Deniker e Harl

Laborit
Mecanismo de ação

 Efeito antagonista competitivo de receptores D2


nas vias mesolímbicas/mesocorticais e
nigroestriatais
2
6

Classificação dos antipsicóticos


2
7

Efeitos comportamentais

 Produção de estados de apatia e de iniciativa


reduzida
 Paciente mostra poucas emoções, é lento para
responder estímulos externos
 Sonolência
 Tendências agressivas inibidas
 Atividades antieméticas (inibição DOPA)
 Atividade antihistamínicas (fenotiazidas)
2
8

Vias dopaminérgicas centrais e suas ações

Mesolímbica Relacionada a comportamentos e


Comportamental emoções. Sua hiperatividade

relaciona-se aos sintomas
psicóticos positivos
Mesocortical Papel na mediação de sintomas
Comportamental psicóticos ainda é controverso, mas
parece que seu bloqueio associa-se
a piora de sintomas negativos
Nigroestriada Coordenação dos movimentos
Controle motor voluntários. Seu bloqueio está
(75%) associado a distúrbios motores.

Tuberoinfundibular Relacionada à inibição da secreção


Controle endócrino de prolactina. Seu bloqueio
associa-se a aumento dos níveis
desse hormônio
Meduloperiventricu Comportamento alimentar (náuseas e vômitos)

lar
2
9

Efeitos indesejáveis
 Distúrbios motores extrapiramidais
 Distonias agudas: movimentos involuntários
(espasmos, língua protusa – fora da boca,
torcicolo)
 Bloqueio da via nigroestriatal

 Discinesia tardia: movimentos involuntários de


face e língua, tronco e membros
 Incapacitante e irreversível
 20-40 % após anos de uso
 Bloqueio crônico dos receptores D2
3
0

 Bloqueio de receptores muscarínicos


 Efeitos periféricos
 Visãoturva, boca e olhos secos,
constipação e retenção urinária
 Efeitos endócrinos
 Dopa (inibidor de prolactina)
 Com o bloqueio de receptores D2
 Turgescência das mamas, dor e lactação
3
1

Reações idiossincrásicas (reações


individuais)

 Icterícia
 Leucopenia
 Reações cutâneas
 síndrome malígna antipsicótica (= hipertensão
malígna)
 Rigidez muscular, ↑ temperatura corpórea e
confusão mental
 10 a 20 % falência renal e cardiovascular
3
2

Sem saliva
3
3

Eletroconvulsivoterapia
Último ano de sua vida
Ritter, James M. Rang & Dale Farmacologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th
edição). Grupo GEN, 2020.
Silva, Penildon. Farmacologia, 8ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN,
2010.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-
psiqui%C3%A1tricos/esquizofrenia-e-transtornos-relacionados/introdu%C3%A7%C3%A3o-
%C3%A0-esquizofrenia-e-transtornos-relacionados

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