Riskmanagementplanbrazil Pt 1
Riskmanagementplanbrazil Pt 1
Riskmanagementplanbrazil Pt 1
Ministro da Cultura
Ana de Holanda
Diretora Executiva
Loana Lagos Maia
Coordenadoria de Preservação
Jayme Spinelli
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-333-0633-2
Galeno Amorim
Presidente
Fundação Biblioteca Nacional
Jayme Spinelli • José Luiz Pedersoli Jr.
Sumário
I Introdução...................................................................................................................................................07
II Objetivo e alcance................................................................................................................................. 08
III Requisitos para implementação..................................................................................................... 09
IV A Biblioteca Nacional:
1. Missão..................................................................................................................................................... 10
2. Coleções................................................................................................................................................10
3. Instituição............................................................................................................................................... 13
4. Atores e partes interessadas.................................................................................................... 16
5. Monitoramento e revisão do contexto................................................................................. 17
V Avaliação de riscos:
1. Definição de risco............................................................................................................................ 18
2. Os 10 agentes de deterioração:
1º. Forças físicas..................................................................................................................18
2º. Criminosos...................................................................................................................... 19
3º. Fogo................................................................................................................................... 19
4º. Água...................................................................................................................................19
5º. Pragas..............................................................................................................................20
6º. Poluentes......................................................................................................................... 20
7º. Luz e radiação UV e IR............................................................................................ 21
8º. Temperatura incorreta............................................................................................. 21
9º. Umidade relativa incorreta................................................................................... 22
6 10º. Dissociação..................................................................................................................... 22
3. Riscos genéricos para o patrimônio da BN, segundo os 10 agentes de deterioração,
conforme os principais componentes para a descrição do risco: possíveis causas,
mecanismos/rotas de propagação e efeitos esperados.................................................... 23
4. Monitoramento e revisão de riscos......................................................................................... 31
Plano de gerenciamento de riscos
salvaguarda & emergência
VI Tratamentos de riscos:
1. Definição................................................................................................................................................ 32
2. Os 5 estágios de controle de riscos:
1. Evitar.................................................................................................................................................32
2. Bloquear.........................................................................................................................................33
3. Detectar..........................................................................................................................................34
4. Responder.....................................................................................................................................34
5. Recuperar......................................................................................................................................34
3. Tratamento de riscos para o patrimônio da BN segundo os 10 agentes de
deterioração/riscos genéricos e os 5 estágios de controle para cada risco......35
1º. Forças físicas...................................................................................................................35
2º. Criminosos........................................................................................................................43
3º. Fogo.................................................................................................................................... 51
4º. Água................................................................................................................................... 58
5º. Pragas............................................................................................................................... 68
6º. Poluentes.......................................................................................................................... 74
7º. Luz e radiação UV e IR............................................................................................. 79
8º. Temperatura incorreta.............................................................................................. 82
9º. Umidade relativa incorreta.................................................................................... 82
10º. Dissociação...................................................................................................................... 87
4. Monitoramento e revisão do tratamento de riscos........................................................ 90
5. Tratamento de riscos à saúde e ao meio ambiente....................................................... 91
6. Critérios para identificação de acervos e peças prioritários para ações de
tratamento de risco, em especial nas emergências.......................................................... 92
VII Bibliografia................................................................................................................................................. 93
VIII Anexos.......................................................................................................................................................... 96
I. Introdução
A Biblioteca Nacional não é somente um museu de livros, mas sim um
centro de conhecimentos e o repositório da produção intelectual do Brasil.
Considerada pela UNESCO uma das dez maiores Bibliotecas Nacionais
do mundo, tem como missão coletar, registrar, preservar e dar acesso a
um diversificado universo de produções e registros de relevante valor
histórico, literário, científico e artístico. A BN atua de forma proativa
visando a fomentar o estudo e a pesquisa em seu monumental e precioso
acervo. Atende, em média por mês, a 4 mil usuários presenciais, 1.270.000
consultas aos catálogos em linha e a 44 mil consultas a BN Digital.
1. Missão
A Biblioteca Nacional tem a missão de “coletar, registrar, salvaguardar
e dar acesso à produção intelectual brasileira, assegurando o intercâmbio
com instituições nacionais e internacionais e a preservação da memória
bibliográfica e documental do país”.
2. Coleções
O acervo da Biblioteca Nacional contém cerca de 9 milhões de peças entre
livros, cartografia, iconografia, manuscritos, música, obras raras e periódicos.
10
Entre as grandes coleções que integram o acervo merecem atenção
especial, por seu valor histórico e raridade, as seguintes:
Plano de gerenciamento de riscos
salvaguarda & emergência
Impressos:
V. Avaliação de riscos
1. Definição de risco
Risco pode ser definido como “a chance de algo acontecer causando um
impacto sobre objetivos” (Norma técnica australiana e neozelandesa de
gerenciamento de riscos, AS/NZS 4360:2004).
3º. Fogo
As instituições patrimoniais no país, em não poucos casos, se encontram
sob elevado risco de incêndio devido a deficiências na prevenção, detecção
e contenção de incêndios. Fatores como a falta de manutenção preventiva
em edificações e equipamentos, a natureza dos acervos (materiais altamente
combustíveis) e dos edifícios (sem compartimentação e, muitas vezes,
construídos em madeira), a falta de sistemas de detecção e supressão
automática de incêndios e a falta de capacitação de funcionários para 19
responder em caso de (princípio de) incêndio contribuem para esse risco.
Os incêndios podem ser de pequenas proporções até a queima total do
4º. Água
A interação da água com as coleções e outros elementos patrimoniais pode
causar, dependendo da composição dos mesmos, desintegração, deformação,
dissolução, manchas, mofo, enfraquecimento, eflorescência e corrosão. Há
inúmeras fontes de água (internas e externas ao edifício, naturais e tecnológicas)
e diferentes mecanismos pelos quais ela pode atingir as coleções (infiltrações,
vazamentos, inundações, respingos, ascensão por capilaridade, etc.). Os riscos
podem ser pontuais ou em grande escala. Exemplos típicos incluem infiltração
de água pluvial (via telhado defeituoso, janelas defeituosas ou esquecidas
5º. Pragas
O conceito de pragas engloba os organismos vivos capazes de desfigurar,
danificar e destruir o patrimônio cultural. Exemplos típicos incluem os insetos,
roedores, aves e morcegos. Em decorrência de suas atividades de alimentação,
excreção, reprodução e abrigo, a interação das pragas com os materiais
do patrimônio pode causar, dependendo de sua vulnerabilidade, perfurações,
perdas de partes, enfraquecimento estrutural, sujidades e manchas. A ação
das pragas pode variar de danos isolados a infestações em larga escala.
6º. Poluentes
Substâncias poluentes são os gases, aerossóis, líquidos ou sólidos, de
origem natural ou antropogênica, que afetam negativamente as coleções e
outros elementos patrimoniais por meio de reações químicas ou formação de
depósitos, causando corrosão, enfraquecimento, alterações estéticas, etc. Há
inúmeras fontes de poluentes (internas e externas ao edifício) e diferentes
mecanismos pelos quais eles podem atingir as coleções (transporte pelo ar,
transferência por contato, contaminações acidentais por derramamentos, etc.).
Em alguns casos, o poluente é intrínseco, ou seja, se encontra presente ou é
formado a partir dos próprios materiais que constituem o patrimônio. Os
principais poluentes que afetam o patrimônio cultural incluem: material
particulado (poeira), dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, ozônio, acido
acético, acido sulfídrico, formaldeído. Além da poluição do ar, o uso de
materiais inadequados em intervenções de conservação-restauração e
acidentes, que provoquem o derramamento ou vazamento de produtos
utilizados em obras, manutenção e limpeza no ambiente, representam perigos
típicos de contaminação por poluentes.
10º. Dissociação
A dissociação refere-se à tendência natural, com o passar do tempo,
de desorganização de sistemas. Ela envolve a perda de objetos da coleção
(dentro da própria instituição), a perda de dados e informações referentes
aos objetos da coleção, ou a perda da capacidade de recuperar ou associar
objetos e informações. As causas de dissociação incluem a deterioração de
etiquetas e rótulos; a inexistência de cópias de segurança (backups) de
registros informativos referentes às coleções (inventários, etc.) em caso de
sinistro; erros ao se registrar informações sobre o objeto ou coleção;
recolocação inadequada de objetos (por exemplo, livros e documentos) na
área de armazenamento após o uso; aposentadoria de funcionários
detentores de conhecimento exclusivo sobre as coleções; obsolescência de
hardware para o acesso de registros legíveis por máquinas, etc.
Tipologias de riscos: evento raro e catastrófico; evento esporádico
de impacto moderado; processo contínuo.
• Efeitos esperados:
Acúmulo gradual de deformações, quebras, rasgos, vincos, abrasões e
perfurações em uma fração significativa do acervo. Possível risco colateral
de dissociação em caso de dano a rótulos ou etiquetas de identificação.
• Possíveis causas:
Colisão de veículos (carros, caminhões, ônibus, aeronaves); explosão
(gasoduto, botijão de gás, terrorismo, etc.); falha de elementos
estruturais do edifício devido à ação de fatores ambientais; falha do
sistema de elevador do edifício; queda de árvores sobre o edifício,
ventos extremos, etc.
• Efeitos esperados:
Destruição ou danos físicos severos (deformações, quebra, rupturas,
etc.) súbitos de todo ou uma fração significativa do acervo. Contaminação
de todo o acervo, ou de fração significativa, com material particulado
produzido pelo colapso do edifício ou de parte dele. Possíveis riscos
colaterais de furto, de dissociação de objetos não destruídos pelo colapso,
de incêndio e de danos ao acervo devidos à exposição a chuvas e à
ação do tempo. Possíveis danos à saúde de funcionários e usuários.
2º. Criminosos:
Furto e roubo de itens do acervo ou de outros bens
patrimoniais da BN; atos de vandalismo.
• Possíveis causas:
Elevado valor no mercado de arte ou demanda por colecionadores
de itens do acervo da BN; furto oportunista; manifestações de natureza
política, social e religiosa; falta de educação.
24
• Acesso às coleções e outros elementos patrimoniais:
O contato direto do público com as peças do acervo ocorre
exclusivamente na(s) sala(s) de consulta e durante o horário de atendimento
Plano de gerenciamento de riscos
salvaguarda & emergência
3º. Fogo:
Incêndio no prédio-sede afetando o acervo e outros
elementos patrimoniais.
• Possíveis causas:
Podem ser múltiplas, internas e externas % usos e práticas de
risco (atividades com chama aberta e fontes de calor, armazenamento
e atividades com solventes e outros líquidos inflamáveis, fumar no entorno
do edifício, inobservância à proibição de fumar e cozinhar nas
dependências do edifício); falha nos sistemas elétricos do edifício 25
(instalações elétricas obsoletas ou sobrecarregadas, defeitos na casa
de máquinas, vazamentos ou defeitos nas instalações de gás, etc.);
falha de equipamentos de pequeno ou médio porte operando dentro
• Mecanismos/rotas de propagação:
Em virtude da elevada carga de incêndio e da configuração do
edifício, sem divisórias resistentes ao fogo (compartimentação),
espera-se rápida propagação do fogo, caso a resposta não seja
rápida e eficiente.
• Efeitos esperados:
Queima total ou parcial; deposição de fuligem e danos colaterais
por água ou forças físicas e em demais itens do patrimônio cultural
da instituição. Possíveis riscos colaterais de furto e de dissociação de
objetos não destruídos pelo incêndio. Possíveis danos à saúde de
funcionários e usuários.
4º. Água:
Danos e perda de valor de itens do acervo ou de outros
elementos patrimoniais causados por ação de água.
• Possíveis causas:
Podem ser múltiplas, internas e externas - chuvas; enchentes; vazamentos
na rede de abastecimento; falhas na rede de esgoto; umidade ascendente;
dano ou uso inadequado das instalações hidráulicas do edifício (vazamento
ou ruptura de tubulações, transbordamento de pias, vasos sanitários ou
drenos, etc.); mau funcionamento ou operação inadequada de instalações
ou equipamentos de controle climático (desumidificadores, etc.); acidentes
durante procedimentos de limpeza e manutenção no edifício.
• Efeitos esperados:
Número variável de documentos do acervo e de outros elementos
patrimoniais (de alguns poucos a uma grande fração do acervo) molhados
em consequência do volume de água empregado no combate ao fogo e na
razão direta da extensão da área afetada. Deformações, manchas,
depósitos, enfraquecimento, dissolução, perdas e adesão (irreversível ou de
difícil reversão) de páginas ou documentos nos itens afetados.
Desenvolvimento de mofo em substratos orgânicos, se a resposta não for
rápida e eficiente. Possíveis riscos colaterais de furto e dissociação de objetos
no caso de emergências de grandes proporções (por exemplo, inundações).
Possível perda de registros digitais se a água afetar computadores e
servidores. Possíveis danos à saúde de funcionários e usuários no caso de
emergências de grandes proporções (inundações relâmpago, etc.).
5º. Pragas:
Danos e perda de valor de itens do acervo ou de outros
elementos patrimoniais por ação de pragas.
• Possíveis atratores:
Restos de alimentos; poeira e sujidades; plantas; fontes de água e
umidade; fontes de luz e calor; materiais das coleções e de outros elementos
patrimoniais da BN que constituem fontes de alimento (materiais proteicos,
polissacarídeos, etc.) para pragas; micro-ambientes propícios ao
aninhamento, reprodução ou desenvolvimento; árvores do jardim no
entorno do prédio. Pragas típicas de bibliotecas, como brocas, cupins,
traças, baratas, formigas e roedores.
6º. Poluentes:
Danos e perda de valor de itens do acervo ou de outros
elementos patrimoniais por ação de poluentes.
• Possíveis fontes:
Podem ser múltiplas, internas e externas - emissões de veículos,
domésticas e industriais; construções; queimadas; produtos de limpeza e
manutenção utilizados no edifício, tintas; bebidas e alimentos; usuários e
funcionários (fibras de roupas e pêlos, secreções sebáceas, sujidades nos
calçados, etc.); alguns materiais de acabamento e decoração; madeira e
compensados; fotocopiadoras e impressoras a laser; alguns materiais e
produtos (indevidamente) utilizados no uso ou conservação-restauração
das coleções (tintas e materiais de escrita, clipes e grampos metálicos,
fitas adesivas, colas e filmes, solventes, agentes alvejantes, equipamentos
e ferramentas, etc.); alguns materiais constituintes das coleções que geram
ou contêm poluentes intrínsecos (acetato de celulose, papel ácido, etc.).
• Efeitos esperados:
Todo ou quase todo o acervo afetado continuamente por poluentes
transportados pelo ar (gases e poeira); número variável (tipicamente
limitado) de documentos/itens das coleções e outros elementos patrimoniais
da BN afetado por evento de contaminação (derramamentos acidentais,
reformas, etc.); número variável de documentos/obras continuamente
afetados por contato direto com certos materiais de armazenamento; número
variável de documentos/obras periodicamente afetados por consulta e
uso inadequado. Acidificação e acúmulo de poeira progressivos; formação
de depósitos, enfraquecimento, desintegração, abrasão, alterações
estéticas, corrosão de metais. Possível perda de registros digitais se a
contaminação danificar computadores/servidores (por exemplo, através
da corrosão de partes, acúmulo excessivo de poeira, curto-circuito). Possível
risco colateral de dissociação em caso de dano de rótulos/etiquetas de
identificação. Possíveis danos à saúde de funcionários e usuários,
dependendo do tipo de poluente e da dose ou grau de exposição.
7º. Luz e radiação UV e IR:
Danos e perda de valor de itens do acervo ou de outros
elementos patrimoniais por ação de luz e radiação UV e IR.
• Fontes:
Sol e diferentes tipos de fontes elétricas (lâmpadas).
• Mecanismos/rotas de propagação:
Janelas, clarabóias, portas abertas e outras aberturas externas no
edifício; armazenamento sob iluminação constante e sem proteção; em
situações de consulta e exposição; através de vitrines e invólucros
transparentes.
• Efeitos esperados:
Esmaecimento de cores, amarelecimento de certos tipos de papel,
enfraquecimento e perda de flexibilidade de materiais orgânicos, afetando
progressivamente a fração exposta das coleções e outros elementos
patrimoniais expostos à luz e à radiação UV, em função da dose recebida
(intensidade da radiação x tempo de exposição). Possível deformação,
29
ressecamento e fraturas de um número limitado de itens patrimoniais por
exposição prolongada à radiação infravermelha (IR). Possível risco colateral
• Possíveis fontes:
Podem ser múltiplas, internas e externas - clima local, sol, sistema de
controle climático defeituoso, fontes localizadas de calor (equipamentos,
lâmpadas, etc.) e umidade (vazamentos no sistema hidráulico, umidade
ascendente, infiltrações, etc.).
• Mecanismos/rotas de propagação:
Condução, convecção, irradiação (calor); evaporação/difusão,
absorção e liberação de vapor d’água por materiais higroscópicos
(umidade relativa).
• Possíveis causas:
Deterioração de etiquetas e rótulos; erros ao se registrar informações
sobre o objeto ou coleção; recolocação inadequada de objetos (por
exemplo, livros e documentos) na área de armazenamento após seu uso;
falha ou obsolescência do sistema de identificação e rastreamento de
objetos utilizando código de barras; obsolescência de hardware para o
acesso de registros legíveis por maquinas; falhas na aquisição e/ou
gestão de imagens digitais e informação contextual associada; perda
de informação em procedimentos de reformatação.
• Efeitos esperados:
Perda temporária ou permanente de acesso a um número variável de
itens da coleção ou outros elementos patrimoniais. Descarte ou
desvalorização de itens devido à falta de informação sobre os mesmos.
Perda de valor de itens do acervo devido a, igualmente, à falta ou
insuficiência de informação.
4. Monitoramento e revisão de riscos
Os riscos ao patrimônio cultural da BN devem ser continuamente
monitorados e revistos pela equipe de gerenciamento, o que incluirá a
avaliação do nível de mitigação daqueles já identificados e a identificação
de eventuais novos riscos. Isso permitirá a verificação da eficiência e a
atualização contínua das medidas de tratamento propostas. Conforme a
necessidade, os riscos acima descritos poderão ser ulteriormente
desagregados em riscos mais específicos.
31
2. BLOQUEAR
Bloquear os agentes de deterioração para que não atinjam as coleções
ou outros elementos patrimoniais. Envolve a instalação e manutenção de
barreiras físicas eficientes nos diferentes “níveis de invólucros” do acervo
(edifício, salas, estantes/armários/vitrines, embalagens) para impedir a 33
ação de forças físicas, água, fogo, criminosos, pragas, poluentes, luz e
radiação UV e IR, temperatura e umidade relativa incorretas, além de
3. DETECTAR
Detectar a presença dos agentes de deterioração no interior e no entorno
imediato do prédio, em particular nas áreas de guarda e uso de acervos.
Inclui a instalação, manutenção e correta operação de detectores de calor
e fumaça, sistemas de vídeo-vigilância, sensores de movimento ou equivalente
contra intrusos, detectores de vazamentos de água, alarmes e conexões
com centrais de segurança, corpo de bombeiros e polícia, medidores de
temperatura e umidade relativa; inspeção sistemática do edifício, instalações
e acervos para a detecção de qualquer tipo de problema ou não-
conformidade; monitoramento contínuo de usuários por equipe de vigilância
e funcionários; rondas noturnas; instalação de iluminação de segurança no
entorno do edifício para facilitar a detecção de intrusos; monitoramento
sistemático da presença de pragas, utilizando armadilhas pegajosas ou
sistemas equivalentes; quantificação dos níveis de luz e radiação UV e IR;
quantificação dos níveis de poluentes.
34 4. RESPONDER
Responder aos agentes de deterioração detectados no interior do prédio
e, em particular nas áreas de guarda e uso de acervos e no entorno imediato.
Plano de gerenciamento de riscos
salvaguarda & emergência
5. RECUPERAR
Recuperar os danos e perdas de valor causados pelos agentes de
deterioração em itens do acervo. Inclui as intervenções de conservação-
restauração, tentativas de recuperação de objetos dissociados ou furtados,
reaquisição de imagens e dados digitais perdidos ou corrompidos, ativação
de seguros, realização de obras civis de recuperação e adequação do
espaço físico, etc.
3. Tratamento de riscos para o patrimônio da BN
A seguir, são apresentadas medidas de tratamento para os riscos ao
acervo e a outros elementos patrimoniais da BN. Essas medidas estão,
estruturadas segundo os dez agentes de deterioração/riscos gerais e os
5 estágios de controle para cada risco.
dotados de cofre.
4º. Água:
Danos e perda de valor de itens do acervo e de outros
elementos patrimoniais causados por ação de água.
.
• Itens que não foram molhados não devem ser expostos a umidades
relativas elevadas (> 75-80%) por períodos de tempo prolongados, o
que também ocasiona o crescimento de mofo (quanto mais elevada for a
umidade relativa, menor o tempo necessário para o surgimento do mofo).
Monitorar os níveis de umidade relativa dos locais em que esses itens se
encontram e, se necessário e possível, utilizar desumidificadores e ventilação
para reduzi-los a valores seguros. Caso a umidade relativa esteja muito
elevada e não for possível reduzi-la, remover os itens do local e transferi-
los para áreas com condições de umidade relativa menos extremas.
5º. Pragas:
Danos e perda de valor de itens do acervo e de outros
elementos patrimoniais por ação de pragas.
6º. Poluentes:
Danos e perda de valor de itens do acervo e de outros
elementos patrimoniais da BN por ação de poluentes.
conforme necessidade.
89
90
Plano de gerenciamento de riscos
salvaguarda & emergência
5. Tratamento de riscos à saúde e ao meio ambiente
O tratamento de riscos à saúde de funcionários e usuários da instituição,
assim como ao meio ambiente, está subentendido e neste Plano de
gerenciamento de riscos deve ser rigorosamente observado em todas as
medidas acima apresentadas. O detalhamento desse tratamento, contudo,
está fora do escopo deste plano. Não obstante, algumas diretrizes básicas
são apresentadas a seguir.
94
Manuais Técnicos
ABREU, Ana Lúcia de. Acondicionamento e guarda de acervos fotográficos. Rio de Janeiro:
Plano de gerenciamento de riscos
salvaguarda & emergência
http://www.abracor.com.br/novosite
http://www.cecor.eba.ufmg.br
http://www.ifla.org
http://www.clir.org
http://www.iccrom.org
http://www.cac-accr.ca
http://www.getty.edu/conservation
http://www.casaruibarbosa.com.br
http://www.escudoazul.arquivonacional.gov.br
http://www.conarq.arquivonacional.gov.br
95
http://www.palimpsest.stanford.edu
http://www.nedcc.org
VIII. Anexos
Plantas dos andares do prédio-sede da Biblioteca Nacional
96
Plano de gerenciamento de riscos
salvaguarda & emergência
Fundação Biblioteca Nacional
Plano de gerenciamento de riscos
97
98
salvaguarda & emergência
Jayme Spinelli • José Luiz Pedersoli Jr.
Fundação Biblioteca Nacional
Plano de gerenciamento de riscos
99
100
Jayme Spinelli • José Luiz Pedersoli Jr.
Este trabalho Plano de gerenciamento de riscos – salvaguarda &
emergência para a Biblioteca Nacional foi desenvolvido em
conjunto por:
Jayme Spinelli
Mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais pelo Centro de Pesquisa e Documentação
de História Contemporânea do Brasil/CPDOC - Fundação Getúlio Vargas/FGV.
Pós-graduação em conservação e restauração de bens culturais pelo Centro de
Consercação e Restauração de Bens Culturais/CECOR, Escola de Belas Artes/EBA,
Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG. Pós-graduação em Arqueologia pelo
Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Técnico em conservação
e restauração da Biblioteca Nacional desde 1984. Coordenador de Preservação na
Biblioteca Nacional desde 1998.
(jspinellijr@gmail.com)