Modelo 07

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Contestação (Ação cautelar de arresto)

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA ... COMARCA DE ... DO ESTADO DE ... .

(Dez espaços duplos para despacho)

... (nome completo), já qualificado nos autos n. ..., nesse ato


representado por seu advogado infra-assinado, com instrumento de
mandato em anexo, com escritório profissional situado na Rua ..., n. ...,
Bairro ..., Cidade de ... – ..., CEP: ..., onde recebe intimações e
notificações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, com suporte no artigo 300 do Código de Processo Civil
(corresponde ao artigo 333, do novo CPC), e demais dispositivos
legais aplicáveis, propor:

CONTESTAÇÃO,

contra ... (nome completo), ... (nacionalidade), ... (estado civil), ...
(profissão), portador da Carteira de Identidade – RG n. ... e do CPF n. ...,
residente e domiciliado na Rua ..., n. ..., Bairro ..., Cidade de ... – ...,
CEP: ..., pelos fatos e motivos que passa a expor.

BREVE RESUMO DA INICIAL

No dia ... de ... de ..., foi ajuizada ação cautelar incidental de


arresto pelo Senhor ..., contra o Senhor ..., na qual alegou que o
contestante tentou lesar inúmeras pessoas, com a venda e doação de
parte de seu patrimônio, pois reza a inicial que foi feita uma doação
em favor do filho do ..., fls. ... .

Diante disso, o contestado ajuizou a peça inicial com pedido de


liminar, pois o contestante possui um apartamento na Rua ..., n. ...,
Bairro ..., nesta cidade, consequentemente, para amenizar os seus
prejuízos sofridos (doc. anexado).

Diante desse quadro, os dizeres da presente peça de


contestação irão provar a inverdade dos fatos descritos na inicial.
PRELIMINARMENTE

No presente caso, alega o contestante preliminarmente a


inexistência de uma das condições da ação, o interesse, na
modalidade adequação ... .

Vejamos o artigo 301 e incisos do Código de Processo Civil que


fundamentam a presente contestação.

“Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:


I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta;
III – inépcia da petição inicial;
IV – perempção;
V – litispendência;
VI – coisa julgada;
VII – conexão;
VIII – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de
autorização;
IX – convenção de arbitragem;
X – carência de ação;
XI – falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como
preliminar.”
(O artigo 301, e seus incisos correspondem ao artigo 334 e seus
incisos do novo CPC)
“Art. 334. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de
autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como
preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça.”

MÉRITO

Observa-se que, para ocorrer o arresto é preciso existir prova


literal da dívida líquida e certa.

Assim, para ajuizar ação cautelar de arresto, é preciso que a


relação a ser tutelada seja de crédito/débito, como reza o Código de
Processo Civil, consequentemente, hipótese não verificada nos autos,
fls. ... .

Além disso, ocorreu no caso em tela, o fenômeno da


prescrição, pois se passaram mais de 20 (vinte) anos desde a
contratação (doc. anexado).

Ora, Excelência, o contestado não cumpriu com todas as


cláusulas, pois deixou de pagar as prestações vencidas, acordadas
naquela ocasião (doc. anexado).

Na nobre decisão do Desembargador Jaime Luiz Vicari, do TJSC,


no julgamento da Apelação Cível n. 2008.050765-6, decide que:

“Voto
Cuida-se de recurso interposto por ... da sententia que, nos autos
da “ação cautelar de arresto” que deflagrou contra ..., rejeitou o
pedido invocado na exordial.
Ab initio, convém ressaltar que o arresto é medida cautelar típica ou
nominada, e compete ao credor, acentue-se, que se vê em grave
risco de perder seu crédito.
Verifica-se que para concessão do arresto é necessário que haja
prova literal da dívida líquida e certa, além da figura do devedor.
No caso sub judice, o apelante ajuizou ação de indenização, a qual
foi julgada improcedente, logo, não há dívida e, tampouco,
devedor.
Sobre o tema, valiosa é a lição de Luiz Guilherme Marinoni:
Por isso mesmo, pode-se dizer, grosso modo, que a finalidade do
arresto é proteger a futura penhora – a ocorrer na execução do
crédito, depois de reconhecido ou depois de eficaz – segregando,
desde logo, bens que serão passíveis de penhora, de modo a
viabilizar a ulterior efetivação de crédito monetário (Curso de
processo civil, vol. 4: processo cautelar. 2 tir. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2008. p. 319-321) (destaque em negrito
não constante no texto original).
No mesmo sentido, leciona Humberto Theodoro Júnior:
Exige-se, em regra, que o interessado demonstre ser titular da ação
executiva, que pressupõe sempre título de obrigação certa e
líquida (art. 586).
A exigência do título executivo não se refere à possibilidade de
ser o crédito líquido e certo satisfeito por meio do arresto, porque
esta não é a finalidade da medida cautelar, mas apenas à
necessidade de demonstrar o interesse processual do autor na
cautela de um provável processo de execução por quantia certa.
Corresponde à prova do que na doutrina costuma chamar-se de
fumus boni iuris, conceito que Ronaldo Cunha Campos substitui
pelo de direito ao processo principal (direito de ação) (ver, retro,
n. 41 e 50). Se o arresto visa garantir uma execução por quantia
certa, o requerente, como é óbvio, para legitimar-se a seu
manejo, terá que provar sua condição de titular do direito de
promovê-la, ou pelo menos de futuramente vir a sê-lo, o que será
feito mediante exibição da prova literal de dívida líquida e certa,
reclamada pelo art. 814, n. I (Processo cautelar. 24 ed. rev. e atual.
São Paulo: Livraria e Ed. Universitária de Direito, 2008. p. 210)
(destaque em negrito não constante no texto original).
Então, para mover cautelar de arresto, é necessário que a relação
a ser tutelada seja de crédito/débito, como deixa claro o Código
de Processo Civil. Hipótese não verificada nos autos.
Ex positis, conhece-se do recurso para, de ofício, extingui-lo sem
exame do mérito, diante da inexistência de uma das condições da
ação, o interesse, na modalidade adequação. O apelante deve
suportar as custas e os honorários advocatícios, conforme
arbitrados em primeiro grau.
Este é o voto.”

O entendimento jurisprudencial do TJSC, é favorável aos pedidos


do contestante.

“Ementa: Medida cautelar de arresto. Ação principal de


indenização por danos materiais e morais julgada improcedente.
Cautelar inadequada. Extinção do feito sem julgamento do mérito.
Não verificada a existência de dívida líquida e certa, inadequado é
o manejo da medida cautelar de arresto.”

PEDIDOS
Ante ao exposto:

– que seja julgada procedente a presente contestação;


– preliminarmente requer a inexistência de uma das
condições da ação, o interesse, na modalidade
adequação;
– requer no mérito a improcedência dos pedidos do
contestado;
– requer a condenação do contestado nos ônus de
sucumbência, fls. ... .

PROVAS

Que sejam admitidos todos os meios de provas previstas na


legislação vigente, tais como: documental, testemunhal, pericial,
entre outras ... .

Dá-se à causa o valor de R$ ... (valor por extenso) reais.

Nestes termos,
Pede deferimento.

..., ... de ... de ...

Nome e assinatura do Advogado


OAB/... n. ...

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