FRUTICULTURA

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FRUTICULTURA

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-


sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário
FRUTICULTURA ............................................................................................................ 1
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4
IMPORTÂNCIA DAS ÁRVORES E DOS FRUTOS ..................................................... 6
Árvores grandes e árvores pequenas ............................................................................ 6
Quem consome fruta e porquê ...................................................................................... 7
Por que NÃO cultivar espécies fruteiras ...................................................................... 8
Sistemas de cultivo para fruteiras ............................................................................... 10
A horta ........................................................................................................................ 10
POMARES E PLANTAÇÕES ....................................................................................... 11
Pequeno é bonito ........................................................................................................ 13
FORMA E FUNÇÃO ..................................................................................................... 15
Culturas fruteiras mono caules e culturas fruteiras ramificadas ................................. 15
Crescimento contínuo e intermitente .......................................................................... 16
Quais serão os rebentos que florescerão ..................................................................... 18
Stress e produção sazonal ........................................................................................... 19
CRESCIMENTO INTERMITENTE E CONTÍNUO .................................................... 20
Padrões de crescimento dos rebentos ......................................................................... 22
ENCAIXE DA FLORAÇÃO/FRUTIFICAÇÃO NO CRESCIMENTO DE REBENTOS
........................................................................................................................................ 24
Separação no tempo .................................................................................................... 24
Floração em locais separados ..................................................................................... 25
Botões florais nos galhos em repouso ........................................................................ 26
Sincronização da floração ........................................................................................... 26
O POMAR: ESQUEMATIZAÇÃO E ESTABELECIMENTO .................................... 28
Espaçamento das árvores ............................................................................................ 29
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 32

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INTRODUÇÃO

Sem flores não haverá frutos! Uma floração escassa é a razão principal
para a ocorrência de culturas decepcionantes nas regiões tropicais, de forma a
que o hábito da floração duma cultura fruteira é extremamente importante.
O hábito da floração está ligado ao padrão de crescimento da árvore. São
muito poucas as culturas fruteiras comuns ananaseiro, bananeira, papaieira (e
também palmeiras) que têm o porte de um só rebento grande. Em geral, quando
o seu crescimento é bom, estas fruteiras têm também uma floração e frutificação
adequadas. Quer dizer, reagem às medidas comuns para fomentar o cresci-
mento rega, adubação e proteção das culturas que todo o agricultor conhece.
Mas a maior parte das culturas fruteiras ramificam-se livremente, produzindo
centenas e até milhares de rebentos. Cada espécie fruteira ramifica-se dum
modo específico.
Razão principal para floração escassa é simples: a árvore esquece-se de
formar botões, visto que está muito ocupada com a formação de novos rebentos.
De facto, a maioria das culturas fruteiras ramificantes requerem um período de
stress. Na forma de uma estação seca ou fria para parar o crescimento dos re-
bentos em benefício da formação de botões florais. E se o stress natural não for
suficiente. Como é o caso para muitas culturas fruteiras em grandes partes das
regiões tropicais e na maioria dos anos, deverá você mesmo verificar o cresci-
mento dos rebentos. Por conseguinte, em tais culturas arbóreas devem-se alter-
nar, consoante as estações, as medidas para limitar o crescimento dos rebentos
e as medidas para o estimular. Deste modo, o fruticultor dessas espécies precisa
de aptidões especiais e deve aplicá-las no momento adequado. O objetivo é
atingir um melhor EQUILÍBRIO entre o crescimento vegetativo e o desenvolvi-
mento reprodutivo (o decorrer dos acontecimentos desde o começo dos botões
florais até o amadurecimento dos frutos).

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A poda é uma das aptidões empregues no tratamento das árvores ram-
ificantes. Mas nas regiões tropicais, os resultados da poda são, muito fre-
quentemente, negativos. A razão principal é que a poda leva a um novo cresci-
mento compensador, que retarda a formação dos botões florais. Por isso, a poda
é importante principalmente quando as árvores têm uma floração e frutificação
abundantes, de forma a que se deve fomentar o crescimento dos rebentos em
vez da floração. Sem floração não haverá frutos, mas, de igual modo: sem polini-
zação não haverá frutificação! Esta regra tem algumas exceções, mas as flores
precisam, geralmente, de ser polinizadas para frutificarem, preferivelmente atra-
vés de uma polinização cruzada. As culturas fruteiras diferem, em grande me-
dida, no que diz respeito aos tipos de flores que portam e no modo que se efetua
a polinização e a frutificação.

Figura 1

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IMPORTÂNCIA DAS ÁRVORES E DOS FRUTOS

Árvores grandes e árvores pequenas


As árvores formam a vegetação natural em grandes partes das regiões
tropicais, particularmente nas regiões húmidas. A importância das árvores
deriva, parcialmente, do seu grande tamanho e carácter perene. As árvores dão
forma às paisagens, são usadas para o esqueleto de edifícios e fornecem som-
bra a pessoas e animais. Protegem o solo do sol ardente, das chuvas torrenciais
e ventos fortes, particularmente durante as estações nas quais não se encontram
culturas anuais nos campos. As raízes exploram camadas profundas do solo,
reciclando água e nutrientes que não podem ser atingidos pelas raízes das cul-
turas arvenses.
Deste modo, as árvores melhoram o seu ambiente circundante imediato.
Existe evidência crescente de que as árvores protegem e exploram o meio am-
biente dum modo mais eficaz do que as plantas anuais. As árvores sempre-
verdes (perenifólias) têm uma vantagem em comparação às culturas sazonais
no que diz respeito à cobertura das folhas estar presente durante todo o ano.

Figura 2

Você como fruticultor colhe os frutos, não recolhe as folhas nem a ma-
deira. Infelizmente, o chamado ‘índice de produção’ – quer dizer, a proporção do

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frutos no volume total da massa orgânica produzida – é, muitas das vezes, bas-
tante reduzido, particularmente no caso da maioria das árvores fruteiras de ram-
ificação livre.
Os tomateiros, as berinjelas, abóboras etc. cultivados pelo horticultor
possivelmente não exploram tão adequadamente o ambiente como o fazem as
árvores fruteiras mas, contudo, produzem muito mais toneladas por hectare do
que a maioria das árvores. Talvez seja recomendável cultivar hortaliças.
As pessoas acham natural que as árvores cresçam até atingirem um grande ta-
manho, mas em realidade as árvores atingem este tamanho porque a floração e
a frutificação são deficientes e deixam as árvores com suficiente energia para
desenvolverem cada vez mais rebentos. Para um fruticultor o objetivo deve ser
a produção de frutos combinada com uma produção mínima de madeira! Se pu-
der fazer com que a árvore produza, anualmente, a partir de alguns anos após o
seu plantio, uma quantidade de frutos que seja abundante em relação ao seu
tamanho, nunca crescerá até atingir um porte grande. Imagine uma mangueira
madura com o tamanho dum cafezeiro e pense na facilidade da poda, da
proteção da cultura, da colheita seletiva.
Para o fruticultor o lema é “PEQUENO É BONITO”. Argumenta-se que
um tamanho grande da árvore não vai a par com uma alta qualidade: será im-
possível colher cada fruto no seu melhor momento e será difícil evitar deficiên-
cias.

Quem consome fruta e porquê

Na África, a fruta é geralmente considerada como alimento para as aves


(no Swahili: “chakula cha ndege”) e deixa-se que as crianças concorram com as
aves. Na América Central e América do Sul, as pessoas estão, geralmente, mais
conscientes do consumo de fruta, enquanto que as populações na Ásia têm uma
grande apreciação da fruta. Parece que a apreciação da fruta está relacionada
com os métodos de propagação.

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Até recentemente, as árvores fruteiras na África foram correntemente
cultivadas a partir de sementes; de forma que não havia variedades denomina-
das ou cultivares (com uma excepção importante: a bananeira). Por outro lado,
a Ásia é a zona donde provêm vários métodos importantes de clonagem, permit-
indo aos cultivadores propagarem variedades superiores.
A apreciação do sabor distinto de cada variedade desenvolveu-se no
decorrer dos séculos. Atualmente, as hortas florescem, as pessoas estão famil-
iarizadas com os métodos caseiros de conservação e prática culinária e estão
conscientes dos benefícios para a saúde tradicionalmente atribuídos a cada es-
pécie de fruta. Mas, apesar de tudo, a maioria das pessoas na Ásia têm que
contentar-se com muito menos fruta do que gostariam, efetivamente, de con-
sumir.

Figura 3

Por que NÃO cultivar espécies fruteiras

Este manual está destinado a pessoas com hortas, fruticultores e exte


sionistas para fornecer-lhes novas ideias. Obviamente que se pretende fomentar
a ideia de cultivar espécies fruteiras. Contudo, é simplesmente razoável apresen-
tar também uma lista sucinta de razões para não cultivar espécies fruteiras,
mesmo que já tenha pensado nessas razões. Sem dúvida, você teve em conta
que leva anos até se poder efetuar a primeira colheita de fruta. E quando as

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árvores chegarem à fase de produzir frutos, possivelmente não florescem ou não
frutificam, ou que os frutos caem prematuramente.
O fruticultor vê-se confrontado com muita insegurança na produção duma
colheita, e se se houver uma boa colheita, ainda fica a insegurança do mercado.
É verdade o ditado de que a produção duma colheita de fruta é a menor metade
do problema, enquanto que a maior metade é constituída pelo tratamento pós-
colheita e pela comercialização… É de prever que tenha prestado a devida
atenção a todos estes riscos, problemas e contratempos potenciais, visto que
neste Agrodok não podemos fazê-lo para si! Primeiro, o conteúdo limita-se à
produção de fruta. Alguns aspectos, como sejam a produção fora da época,
estão relacionados com a comercialização, mas este tema em si não é tratado
no texto.

Figura 4

Os mercados locais e os acordos correntes com intermediários são tão


variados e a situação do mercado muda tão rapidamente quando a produção
duma fruteira nova aumenta, que um aconselhamento sobre comercialização
deve basear-se nas condições locais.

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Sistemas de cultivo para fruteiras

Em quase todos os sistemas de cultivo se produz fruta. Alguns tipos de


fruta são colhidos na vegetação natural (‘na natureza’). Nos sistemas de ex-
ploração itinerante, após desbravar um lote, as árvores fruteiras são, muitas das
vezes, plantadas com as culturas arvenses. Durante os primeiros dois anos do
período de pousio a vegetação natural ressurgente é cortada para permitir às
arvores fruteiras sobreviverem e darem frutos. Neste modo os índios da
Amazônia enriquecem a vegetação do pousio (alqueive) com um leque de cultu-
ras fruteiras indígenas, como sejam o canistel, o mapati, a pupunheira e outras
palmeiras.

A horta

A evolução de um lote mais permanente adjacente à habitação de um


agricultor de exploração itinerante para a horta de um agricultor sedentário con-
stitui apenas um passo. O significado original da palavra ‘horta’ (e também de
‘horto’, da qual se derivou a palavra ‘horticultura’) é ‘cerca’ ou ‘cercado’. As cul-
turas hortícolas são cultivadas dentro de um cercado, enquanto que as culturas
arvenses se encontram fora do mesmo. O cercado fornece proteção de forma a
que apenas os familiares, mas não as crianças da escola nem cabras, ao
passarem, podem colher os produtos das culturas.
Existe uma quantidade abundante de culturas hortícolas, que são culti-
vadas em pequena escala – parcialmente pelo seu carácter perecível - e que
conjuntamente ocupam a horta durante todo o ano, de forma que uma proteção
se torna ainda mais necessária. A proteção da horta realiza-se com mais fa-
cilidade se a horta se situar ao redor da casa. Desta forma também se facilitam
os tratamentos culturais. Muitas técnicas de tratamento cultural, que se explicam
nos livros didáticos, mas que, raramente, se veem no campo, são correntes na
horta, como sejam a rega à mão, a compostagem, a aplicação de uma cobertura
morta (mulching), a poda, a utilização de uma latada e simples medidas para
proteger as culturas.

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A proteção e os tratamentos culturais asseguram que a horta forneça
pequenas quantidades de frutos, hortaliças e ervas para completar a dieta, mas
também produtos medicinais, rações para os animais, e comodidades como
postes e paus de madeira e de bambu.

Figura 5

POMARES E PLANTAÇÕES

Na proximidade das cidades em ascensão, algumas hortas desen-


volveram-se em hortas comerciais e a especialização subsequente levou à
criação de novas profissões: horticultor, fruticultor, cultivador do viveiro, etc., to-
dos produzindo principalmente para o mercado. Contudo, das muitas e diversas
culturas fruteiras nas hortas apenas algumas se encontram também nos
pomares que produzem para o mercado. A razão tanto é simples como lamen-
tável: os fruticultores não podem cultivar estas culturas de uma forma rentável,

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visto que a produção é demasiadamente reduzida e/ou demasiado irregular e
leva muitos anos até estas produzirem frutos. Porquê plantar um pomar de durião
se se tiver de esperar até 10 anos para as árvores produzirem uma colheita que
vale a pena?
E olhe para as mangueiras na sua região: as pessoas notam uma única
mangueira cheia de frutos, mas tendem a omitir dez outras que quase não têm
frutos. De fato, a mangueira, que é uma das fruteiras mais importantes das
regiões tropicais, produz frutos com tanta irregularidade que é difícil fazer uma
estimativa de qual a produção que é “normal”. Por outro lado, o ananaseiro e a
bananeira mostram um padrão de produção muito regular e elevada. Por conse-
guinte, os investidores estão dispostos a financiar plantações de grande escala
de ananaseiro ou bananeira.

Figura 6

Algumas espécies fruteiras apenas crescem na natureza; as outras es-


pécies fruteiras são cultivadas em hortas, mas apenas algumas conseguiram
singrar em pomares ou plantações. As culturas que foram promovidas da horta
para os pomares e/ou plantações não só têm um alto nível de rendimento, mas
também o período necessário entre o plantio até à produção plena é curto, e as
culturas permanecem baixas. O ananaseiro e a bananeira, as duas culturas de
plantação, mostram estas propriedades de uma maneira extrema.

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Figura 7

Pequeno é bonito

Uma produção alta e temporã está associada com um tamanho de árvore


reduzido. Para o fruticultor “PEQUENO É BONITO”. O desejo das pessoas é que
as suas árvores cresçam e fiquem GRANDES. Ao fim e ao cabo, a característica
distintiva duma árvore é o seu tamanho. Árvores grandes ou altas são, com
efeito, atrativas para o silvicultor, mas o que um fruticultor pretende é colher fru-
tos e não a madeira. O cultivo de macieiras nos Países Baixos fornece um ex-
emplo impressionante do desenvolvimento para árvores cada vez mais pe-
quenas.
Entre 1930 e 1970, o número médio de árvores por hectare aumentou de
100 para 2.500 (o espaçamento reduziu-se de 10m x 10m a 3,20m x 1,25 m).
Durante estes 40 anos, o rendimento médio no país aumentou de 8 para 32
toneladas por hectare. Se as árvores permanecerem pequenas, será necessário
plantar muito mais árvores por hectare, mas este inconveniente é compensado

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pelo rápido alcance de um nível de plena produção. Para além disso, as árvores
pequenas requerem um maneio muito mais fácil: a poda, a proteção das culturas,
a colheita, etc. podem ser feitos com muito mais eficiência. As árvores pequenas,
de maneio fácil e com uma produção rápida, devem reduzir os custos da
produção fruteira de forma a que o cultivador consiga obter benefícios mesmo a
preços de mercado muito mais baixos, permitindo que muito mais pessoas com-
prem fruta.

Figura 8

Embora o controle do tamanho da árvore seja essencial para o fruticultor


comercial, também é proveitoso para os hortelões. Imagine a substituição de
uma mangueira grande por 3 ou 5 mangueiras pequenas, frutíferas, de diferentes
variedades. (Contudo, é possível que estas árvores sejam demasiadamente pe-
quenas para poder sentar-se à sua sombra...).

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FORMA E FUNÇÃO

Culturas fruteiras mono caules e culturas fruteiras ramificadas

Existem algumas culturas fruteiras que se destacam quando as con-


dições de crescimento permitem o seu cultivo: a papaieira, o coqueiro, o ana-
naseiro e a bananeira. O porte de todas estas plantas assemelha-se a um só
rebento gigantesco. Por isso, denominam-se plantas mono caules (quer dizer,
com um único caule ou tronco), embora, rigorosamente, este termo não seja
correto. Este rebento cresce continuamente, enquanto que a sua ponta forma
folhas e inflo rações numa sucessão ordenada. A papaieira e o coqueiro formam
flores na axila de cada folha, enquanto que o ananaseiro e a bananeira florescem
na ponta do rebento quando se produziram suficientes folhas para sustentar o
crescimento do fruto.
A forma de estas culturas mono caules implica que, se crescerem mais
rapidamente, também florescerão e frutescerão mais rapidamente. Para além
disso, as folhas e os frutos crescerão mais quando as condições de crescimento
são favoráveis. Para o fruticultor estas culturas são relativamente simples, visto
que reagem bem aos tratamentos culturais (rega, adubação, proteção das cultu-
ras). Se se fizer com que as plantas cresçam bem, fornecerão níveis de rendi-
mento alto’s e previsíveis. Como a ponta de crescimento sempre é ativa, a fruta
pode ser colhida a cada momento do ano, de forma que não é surpreendente
que estas culturas sejam cultivadas onde é possível.

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Figura 9

Crescimento contínuo e intermitente

As culturas fruteiras mono caules formam apenas uma minoria, ainda que
uma minoria extremamente importante. A maioria das culturas fruteiras são, de
longe, árvores de ramificação. Os rebentos da maioria destas espécies ramifica-
das não crescem continuamente mas de forma intermitente. Os rebentos esten-
dem-se durante um fluxo, desenrolando rapidamente várias folhas. Pouco tempo
depois o rebento para de crescer, deixa de produzir folhas novas, e amadurece
para formar um galho aparentemente em estado de repouso. As culturas mono
caules podem crescer continuamente, visto que imediatamente depois de desen-
volverem um conjunto completo de folhas, a superfície da folhagem fica igual,
cada folha nova substituindo uma folha murcha. Quase toda a água e os nutrien-
tes necessários para uma árvore são absorvidos pelos rebentos novos.
Por conseguinte, as raízes não podem parar o seu crescimento, senão
dentro de pouco tempo já não haveria raízes novas. A superfície de folhagem,
razoavelmente constante, das plantas mono caules pode ser abastecida de água
e nutrientes se as raízes crescerem a um ritmo constante.
Se o número de rebentos e folhas aumentar desenfreadamente, as raízes das
árvores ramificadas teriam de crescer cada vez mais rapidamente. Isto não é
possível, e talvez seja a razão pela qual a maioria das árvores ramificadas
cresçam de modo intermitente em vez de contínuo.

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Figura 10

Durante um fluxo, o número de folhas incrementa tão rapidamente que o


sistema radicular não consegue seguir este ritmo. Contudo, depois do fluxo, o
crescimento das raízes continua e a queda das folhas reduz, de forma gradual,
a superfície da folhagem. Desta forma, após um período de (numerosos) meses,
a árvore é, de novo, capaz de sustentar um fluxo. Como resultado, a razão re-
bento: raizame em árvores ramificadas não é estável, mais varia. Sob condições
favoráveis de crescimento pode haver uma sucessão rápida de fluxos, de forma
que, dentro de poucos anos, a ramificação se torna bastante complexa.

Figura 11

17
Quais serão os rebentos que florescerão

Para o fruticultor, a característica mais saliente das culturas fruteiras ram-


ificadas é que a floração e a frutificação não ocupam um lugar bem-definido no
seu padrão de crescimento, contrário às culturas mono caules. Uma papaieira
ou um coqueiro que cresce razoavelmente bem, floresce em cada axila foliar
depois de se terminar o período juvenil, mas, no caso duma mangueira, é impos-
sível dizer quais das centenas ou milhares dos seus galhos vão florescer e dar
frutos. Uma mangueira pode florescer abundantemente num ano e quase não
florescer num outro. Por conseguinte, a produção de frutos nas árvores ramifica-
das é imprevisível e muito mais reduzida, em média, do que nas culturas fruteiras
mono caules.
Visto que o crescimento se efetua primeiro, não é provável que através
da estimulação do crescimento se melhorem a floração e a frutificação.

Figura 12

18
Stress e produção sazonal

O cultivador de fruteiras mono caules esforça-se para que as suas cultu-


ras não sofram de stress, enquanto que, no caso de árvores fruteiras ramificadas
de crescimento intermitente, um período de stress é, de fato, bem-vindo ou, até
mesmo, necessário. Um período de clima desfavorável, como seja um período
frio ou seco, provoca que o crescimento dos rebentos pare e dá tempo aos
galhos para iniciarem botões florais. Uma temperatura baixa é mais eficaz do
que condições secas, o que pode ser mostrado por comparação de culturas
fruteiras que crescem nas regiões subtropicais, bem como nas tropicais, tais
como a mangueira e o abacateiro.
O stress sazonal, imposto pelo clima e pelas condições do solo, provoca
a floração simultânea de todas as árvores duma mesma cultura (ou cultivar). Por
conseguinte, os frutos das árvores mais ramificadas têm um período de oferta
curto, enquanto que os frutos das plantas mono caules estão disponíveis durante
todo o ano.

Figura 13

19
CRESCIMENTO INTERMITENTE E CONTÍNUO

O amplo grupo de árvores fruteiras ramificadas é muito diverso. Já vimos


que a ramificação se encontra, geralmente, associada com o crescimento inter-
mitente dos rebentos, floração escassa e frutificação sazonal. A estreita relação
entre a ramificação e o crescimento intermitente é evidenciada pelas mudanças
de padrão de crescimento, no decorrer da vida de árvores ramificadas, particu-
larmente no caso de serem cultivadas a partir de sementes. Uma plântula cresce,
geralmente, de modo contínuo, mas o crescimento intermitente realiza-se logo
que se formem os primeiros rebentos laterais.
Com uma ramificação crescente, o intervalo entre os fluxos tende a tor-
nar-se mais longo e, geralmente, há mais galhos que permanecem num estado
de repouso durante um fluxo. De uma certa distância é possível que a árvore
pareça estar em pleno fluxo mas se a examinar mais de perto, verá que muitos
galhos estão em repouso. (Estes galhos em repouso podem ser os que vão flo-
rescer) As árvores que se propagam de modo vegetativo tendem a crescer de
forma intermitente desde o começo, mas quando a ramificação se tornar mais
complexa, ver-se-ão mudanças similares no modo de fluxo tal como se manifes-
tam nas árvores cultivadas a partir de sementes.

Figura 14

20
Algumas plantas lenhosas podem crescer continuamente e florescem
nas axilas foliares do rebento em crescimento, tal como a papaieira mono caule.
O exemplo mais elucidativo é o das plantas trepadeiras, como sejam o mara-
cujazeiro e a videira. Em busca de luz, os seus rebentos continuam a crescer até
que com a ramificação crescente o crescimento dos rebentos abrande. A árvore-
do-pão e o cafezeiro são exemplos de culturas arbóreas de crescimento contínuo
em combinação com floração nas axilas foliares. Também a jaqueira e o durião
têm rebentos que tendem a crescer de modo contínuo, mas estas árvores flo-
rescem nos ramos principais e no tronco (`caulifloro’).
Os rebentos de crescimento intermitente (em fluxos) param de crescer
mesmo que as condições sejam ideais, enquanto que o crescimento de rebentos
do tipo contínuo para devido a condições adversas, como sejam um período
seco ou a presença duma grande quantidade de frutos em crescimento, tal como
no caso do cafezeiro e do maracujazeiro. Nesta Secção concentramo-nos nas
árvores de crescimento intermitente, visto que a maioria das culturas fruteiras,
sendo quase todas espécies importantes, pertencem a este grupo. Contudo,
mencionar-se-ão também, de vez em quando, as culturas fruteiras de cresci-
mento contínuo.

Figura 15

21
Padrões de crescimento dos rebentos

O crescimento do rebento em fluxo pode seguir um ritmo de ‘vai - para’,


parando bruscamente por aborto da sua ponta de crescimento, tal como é o caso
do cacaueiro e, muitas das vezes, dos rebentos de citrinos. De modo mais fre-
quente, a ponta de crescimento forma um botão terminal em repouso, coberto
por escamas de botão, tal como na mangueira. No botão ‘em repouso’ a ponta
de crescimento continua a formar inícios foliares, que se desenrolarão quando o
botão se abrir durante o fluxo seguinte. O fluxo pode seguir também um ritmo
alternado `rápido – lento’, quer dizer, depois do desenrolamento rápido das
folhas no começo do fluxo, o crescimento abranda a um ritmo extremamente
lento (‘velocidade de caracol’), até acelerar, de novo, no fluxo seguinte (ram-
buteira, noqueira-moscada).
Neste caso, o botão “em repouso” está, geralmente, nu, quer dizer, sem
cobertura de escamas (botão nu). O crescimento do rebento denomina-se “de-
terminado” se, durante o fluxo, apenas se desenrolarem as folhas que já estavam
presentes no botão como inícios foliares. Se a ponta de rebento continuar a for-
mar folhas novas, o fluxo prolongar-se-á e o crescimento do rebento denomina-
se “indeterminado”.

Figura 16

22
São várias as culturas fruteiras que produzem rebentos determinados
(rebentos curtos ou spurs, nas culturas da romãzeira, macieira, pereira e
ameixeira) e rebentos indeterminados (rebentos compridos ou whips, nas cultu-
ras da ameixeira e da fruta-do-conde/fruta-pinha). Os rebentos indeterminados
podem ser considerados como um passo para a formação de rebentos de cresci-
mento contínuo. Poderá observar os vários padrões de fluxo nas suas próprias
árvores.

23
ENCAIXE DA FLORAÇÃO/FRUTIFICAÇÃO NO
CRESCIMENTO DE REBENTOS

As árvores ramificadas têm, um modo de crescimento muito mais flexível


do que as plantas monocaules. Infelizmente, para o fruticultor esta flexibilidade
é ganha à custa da floração e da frutificação. A função natural da frutificação é
fornecer as sementes necessárias para produzir a seguinte geração. Portanto,
não é de se estranhar que as árvores ramificadas tenham efetuado adaptações
para assegurar que a sua produção de sementes seja o melhor possível, apesar
do seu abundante crescimento de rebentos. Existem duas estratégias comuns:
o crescimento de rebentos e o crescimento reprodutivo que têm lugar em mo-
mentos diferentes ou em locais diferentes.

Separação no tempo

As culturas fruteiras de crescimento intermitente aproveitam o intervalo


entre os fluxos para o desenvolvimento floral: estas formam, com apenas algu-
mas exceções, os botões florais no galho em repouso. Portanto, estas culturas
combinam a floração/frutificação com uma ramificação livre através duma sepa-
ração temporal dos ditos processos: o crescimento de rebentos e o desenvolvi-
mento floral têm lugar em momentos diferentes.
Os botões florais podem ser formados nas axilas foliares ou na ponta do
galho em repouso. Quando estes botões florais se abrirem, podem produzir ou
apenas uma inflorescência ou um rebento em fluxo com inflorescência(s).

24
Floração em locais separados

As anonas, a romãzeira, a macieira, a pereira e a ameixeira formam todas


botões florais no galho em repouso; e também têm rebentos compridos (indeter-
minados) bem como curtos (determinados ou spurs). O crescimento dos reben-
tos curtos termina cedo, permitindo aos ditos spurs mais tempo para iniciarem
flores. Apesar de a floração se verificar também nos rebentos compridos, a flo-
ração e a frutificação têm melhores resultados nos rebentos curtos (spurs).
A distinção entre as chamadas `penas’ horizontais e os ramos robustos
verticais está bem clara em árvores jovens. Embora, ao contrário do cafezeiro,
ambos os tipos de ramos produzam frutos, os ramos ortótropicos contribuem,
principalmente, para o tamanho da árvore enquanto que os ramos plagiótropicos
contribuem, principalmente, para a produção dos frutos. O durião tem tipos de
rebento mais ou menos distintos, mas a característica mais saliente é que as
suas flores são formadas no lado inferior dos ramos, perto do tronco da árvore.
A característica cauliflora, quer dizer, a floração no tronco e nos ramos
principais, é uma maneira eficaz para repartir o crescimento de rebentos e o
desenvolvimento floral para pontos diferentes e, portanto, liberta o crescimento
de rebentos. O durião e a jaqueira têm um crescimento de rebentos mais ou
menos contínuo, enquanto que os rebentos do cacaueiro crescem em fluxos fre-
quentes.

Figura 17

Os exemplos supramencionados do durião, das anonas, etc. mostram


que são comuns as estratégias combinadas, para separar melhor a formação de
flores e o crescimento de rebentos. Contudo, uma floração deficiente continua a

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ser o fator principal que limita a produção das culturas fruteiras ramificadas. Isto
aplica-se, particularmente, ao amplo e importante grupo das espécies que
formam botões florais nos galhos em repouso. Embora não haja ainda muito
conhecimento sobre o comportamento destas culturas, nas secções seguintes
apresenta-se uma abordagem para efetuar uma melhor floração.

Botões florais nos galhos em repouso

Apesar da informação fragmentária, parece que uma floração adequada


depende, em grande parte, de duas condições: Fluxo sincrónico e Ausência de
rebentos em fluxo antes e durante a formação dos botões florais.

Figura 18

Sincronização da floração

O fluxo sincrónico implica que a árvore atravessa fases distintas no que


diz respeito ao crescimento de rebentos e ao desenvolvimento floral. Se uma
grande proporção dos galhos produzem, simultaneamente, rebentos novos, es-
tes amadurecem no mesmo momento, tornando-se galhos em repouso que, no

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devido tempo, hão de produzir um fluxo floral sincrónico. Há indicações de que
a floração se tornará mais abundante, se toda a árvore entrar no `modo floral’ e
não apenas os galhos individuais. Uma florescência tão concentrada também
favorece a polinização e a frutificação.

O resultado, um ciclo de cultivo anual nítido, facilita muito o maneio ar-


bóreo, visto que estabelece os momentos apropriados para a fertilização, a poda,
os tratamentos de proteção da cultura, a colheita, etc. A sincronização é provo-
cada como resultado do stress imposto pelo ambiente. As espécies arbóreas
diferem muito no que diz respeito à severidade do stress requerida para provocar
um crescimento sincrónico dos rebentos e uma floração sincrónica. Um certo
grau de sincronização é comum, até nas regiões tropicais húmidas, onde um
curto período seco ou um aguaceiro refrescante após alguns dias quentes são
os maiores transtornos climáticos.

Alguns clones da árvore da borracha (seringueira) até perdem as suas


folhas em reação a uma alteração climática tão insignificativa que passa desper-
cebida para a maior parte das pessoas. As espécies de Spondias (cajazeira,
cirigueleira) ficam sem folhas depois de um curto período ‘seco’. A perda de
folhas permite às raízes arrancarem um fluxo sincrónico, seja um fluxo floral ou
um fluxo de rebentos.

Outras culturas fruteiras familiares nas regiões tropicais húmidas, como


sejam a rambuteira e o mangostãozeiro, muitas das vezes produzem frutos duas
vezes por ano. (Contudo, dependendo do momento em que se verifica o stress
a floração e, portanto, o/s período/s de colheita, podem variar consideravelmente
de ano a ano). As culturas fruteiras que crescem bem num clima de monção
requerem muito mais stress para se forçar um fluxo sincrónico. Caso sejam cul-
tivadas num ambiente húmido, crescem ainda mais vigorosamente, de forma que
o fluxo contínuo e desorganizado suprime a formação de botões florais.

É isto que sucedeu no caso da mangueira e esclarece o crescimento fre-


quente de rebentos novos e a ausência de flores. As únicas culturas fruteiras
que parecem dar frutos igualmente bem quando crescem de um modo não-sin-
crónico são a sapotilha, a gravioleira (coração-da-Índia) e a noguiera moscada.

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Embora certo grau de sincronização seja corrente, a sincronização está, muitas
das vezes, longe de ser perfeita.

Não é incomum ver-se uma árvore em pleno fluxo enquanto que uma
árvore vizinha está em repouso, ou um único ramo que se encontra em fluxo,
enquanto que os outros estão em repouso, ou um fluxo espalhado de rebentos
durante toda a estação de chuvas.

Figura 19

O POMAR: ESQUEMATIZAÇÃO E ESTABELECI-


MENTO
O pomar é, geralmente, um dos primeiros tópicos nos livros sobre a fruti-
cultura, mas deve-se ter, na realidade, todos os outros tópicos bem claros antes
de se começar a planear a esquematização dum pomar. Devem-se levar em
conta: As diferenças de vigor entre as cultivares e as medidas para controlar o
vigor duma árvore (clima seco, poda de raízes, anel agem, etc.)

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Espaçamento das árvores

Nos pomares, o plantio efetua-se, tradicionalmente, em `quadrados’,


p.ex. de 10 x 10 m no caso da mangueira. Isto é adequado para grandes árvores,
desenvolvidas a partir de plântulas, cujas copas são imensas. Se um menor ta-
manho das árvores permitir duplicar o número de árvores por hectare até 200
(aproximadamente 7 x 7 m), outros padrões de plantio possivelmente não serão
vantajosos. Contudo, se se puder plantar 400 árvores por hectare, ou mais, as
árvores devem permanecer tão pequenas que se lhes pode permitir formarem
uma fileira cerrada ou sebe. Isto implica que, com um número de 400 árvores
por hectare, a tendência é para levar a cabo um espaçamento de 6 x 4 m, em
vez de quadrados de 5 x 5 m, quer dizer: um CULTIVO EM FILEIRAS.
É necessário que a sebe seja penetrada por luz suficiente para poder
produzir frutos de boa qualidade até nas pernadas inferiores.
O padrão do plantio em quadrados baseia-se nas noções de que todas
as árvores crescem igualmente bem e que se pode prever, com bastante ex-
atidão, qual será o tamanho das árvores. Contudo, ambas as noções são falsas.
Geralmente, há muita variação no tamanho das árvores, mesmo numa única cul-
tivar. Também é bastante comum que as árvores fiquem muito mais pequenas
ou cresçam até atingir um tamanho muito maior do que se previu. Se houver
algumas boas colheitas sucessivas, depois de a árvore começar a dar frutos, isto
ajudará muito a limitar o tamanho da árvore. No modelo de cultivo em fileiras, as
margens abertas em redor das árvores, plantadas em quadrados, tornam-se
numa azinhaga aberta.
O espaçamento mais cerrado na fileira implica que uma árvore mais vig-
orosa pode compensar por uma vizinha mais débil. Se o crescimento for decep-
cionante, as próprias árvores enchem as fileiras de forma que se possa continuar
o cultivo intercalar, nas azinhagas, durante mais alguns anos. Se o vigor for ex-
cessivo, as azinhagas servem como saída durante algum tempo. E se o vigor se
tornar incontrolável, o desarraigamento da metade das árvores produzirá um
novo padrão de fileiras com um espaçamento de 8 x 6.25 m.
Em comparação com o plantio em quadrados, o cultivo em fileiras é uma
configuração muito flexível, que também dá oportunidade para o plantio de con-
torno (plantio segundo as curvas de nível duma ladeira) ou, num local exposto a

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ventos fortes, para o plantio perpendicular à direção do vento predominante.
Atualmente, visto que os fruticultores se concentram na redução do tamanho das
árvores, através da propagação clonada e outros métodos, a tendência é para
plantar em fileiras. Ao se usar material de plantio clonado ou cultivares denomi-
nadas, recomenda-se plantar, lado a lado, várias cultivares no pomar para: Min-
imizar o risco duma cultivar que não corresponde às suas expectativas e Facilitar
a polinização cruzada.
A falta de informação crucial faz com que seja arriscado concentrar-se
numa única cultivar. Para a maioria das culturas, a informação disponível sobre
as cultivares limita-se, em grande parte, aos FRUTOS: a sua forma, cor, sabor,
tempo de armazenamento, etc. Contudo, para o fruticultor a informação sobre a
ÁRVORE, como sejam o vigor, a produtividade, a tolerância a doenças, é
igualmente importante. Os livros didáticos oferecem pouca ou nenhuma in-
formação sobre estas três características, parcialmente porque se veem muito
influenciadas pelas condições de cultivo locais (e no caso de árvores enxertadas,
estas características são determinadas tanto pelo porta-enxertos como pela cul-
tivar).
Portanto, a menos que se disponha localmente de suficiente informação,
o espaçamento adequado é um processo fortuito, os prognósticos da produção
baseiam-se em conjecturas, e as árvores podem ser destruídas por pragas e
doenças. Então, é necessário informar-se ao seu redor, consultar exte sionistas,
outros fruticultores e cultivadores do viveiro. Se não se tiver a certeza,
recomenda-se plantar a cultivar principal nas fileiras 1, 3, 5, 7, etc. e, por exem-
plo, uma outra cultivar nas fileiras 2, 6, 10, etc., e uma terceira nas fileiras 4, 8,
12, e assim por diante.
Este padrão de plantio de três cultivares criará boas condições para a
polinização cruzada. Para além disso, poder-se-á compensar qualquer cresci-
mento débil numa fileira por um crescimento mais vigoroso na fileira adjacente
(e ao saber com antecipação, poder-se-á adaptar o espaçamento dentro da
fileira conforme o vigor da cultivar). Visto que numa fileira, os requisitos para a
poda, a proteção de culturas, a colheita, etc. são iguais, que facilita os tratamen-
tos culturais.

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Figura 20

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BIBLIOGRAFIA

Department of Horticultural Science, University of Natal Private Bag X01, Scotts-


ville 3209 Pietermaritzburg, África do Sul T: (+27)33-2605969 W:
www.sciag.unp.ac.za, E: upfolds@nu.ac.za

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical Rua Embrapa, s/nº. Cruz das Almas,
BA - Brasil - CEP 44380-000 T: (75) 3621-8000, F: (75) 3621-8097 W: www.em-
brapa.br

Fundecitrus, Fundo de defesa da citricultura Av. Adhemar Pereira de Barros, 201


14807-040 - Araraquara - São Paulo - Brasil T: (16) 3301-7000 / 0800-11-2155,
F: (16) 3332-2589 W: www.fundecitrus.com.br, E: fpdc@fundecitrus.com.br

Global Horticulture Initiative Interim Administrative Office c/o AVRDC - The World
Vegetable Center P.O. Box 42, Shanhua, Tainan Taiwan 74199, R.O.C.
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mento de Fruticultura Tropical 38200, La Laguna, Tenerife, Espaňa
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Chargé de Recherches BP 2067, Yaoundé, Camarões T: (237) 238549, F:
(237)237571, E: irad@ramnet.cm

Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA) São Jorge


dos òrgãos – Santiago, CP 84, Cidade da Praia, Cabo Verde T: (00238) 711 147
/ 711 161, F: (00238) 711 133 / 711 155 E: inida@cvtelecom.cv,

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W: www.inida.cv Jardim Botânico, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Apartado 1013, 5001 - 911 Vila Real, Portugal F: (+351) 259 350 480, E: jbu-
tad@utad.pt

National Centre for Genetic Resources and Biotechnology (NACGRAB) Contacto


para as culturas fruteiras sob-utilizadas: c/o Prof. C.P.E. Omaliko, Director
POBox 331, Abuja, Nigéria T: (234)9-5235765, F: (244)9-5233903 E:
gpo.abuja@nipost.pinet.net

TOFNET, Trees on Farm Network for East and Central Africa Coordinator: World
Agroforestry Centre (ICRAF), POBox 30677-00100, Nairobi, Quénia W: www.tof-
net.org, E: tofnet@asareca.org WAFNET, West African Fruit Network Coordina-
tion: Plant Genetic Resources Centre POBox 7, Bunso, E/R, Gana

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