Versão Final_Dissertação_Marcia Fumiku Itokazu
Versão Final_Dissertação_Marcia Fumiku Itokazu
Versão Final_Dissertação_Marcia Fumiku Itokazu
CURITIBA
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
CURITIBA
2023
MARCIA FUMIKU ITOKAZU
CURITIBA
2023
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 96
1 INTRODUÇÃO
1.3 Hipóteses
1.4 Objetivos
1.5 Justificativa
Para esses autores é sistemática porque deve-se ter uma certa disciplina na
realização da pesquisa científica, ou seja, deve-se seguir alguns critérios, é empírica,
pois os dados são coletados e analisados; e crítica porque deve ser avaliada e
aperfeiçoada constantemente.
Para Matias-Pereira (2019), a pesquisa científica deve apresentar métodos
científicos que as fazem diferentes de outras pesquisas, critérios esses que lhe darão
maior credibilidade e aceitação. Podemos dizer então, que para realizar uma pesquisa
científica considerando os requisitos citados acima, o autor da pesquisa deve ter o
conhecimento mínimo sobre metodologia da pesquisa.
dados, apresentação dos resultados e análise dos resultados. Para a escolha dos
critérios foram utilizados os seguintes autores: Gil (2022), Moreira e Caleffe (2008),
Mattar e Ramos (2021), Creswell e Creswell (2021) e Sampieri, Collado e Lucio
(2013).
Os critérios quanto à natureza e quanto aos objetivos são comuns nas três
abordagens e estão comentados separadamente, os outros critérios: procedimentos,
instrumentos de coleta de dados e análise dos dados, estão inclusos na abordagem
no capítulo intitulado: abordagem da pesquisa.
Sobre esse aspecto a pesquisa pode ser pura ou aplicada, segundo Matias-
Pereira (2019), a pesquisa pura, também chamada de básica, é aquela que objetiva a
aquisição do conhecimento, não tendo pretensão de aplicação prática; já na pesquisa
aplicada, os conhecimentos que foram adquiridos durante a pesquisa são a utilização
em uma aplicação prática visando a solução de algum problema da sociedade.
A pesquisa pura se preocupa em contribuir com o conhecimento, adicionando
informações aos conhecimentos já adquiridos, ou seja, ela agrega informações àquilo
que já era conhecido e, não se preocupa com resultados concretos e práticos, pois
sem conhecimento nada pode ser analisado, mudado ou criado. Por sua vez, a
pesquisa aplicada procura a solução de um problema específico, ela procura
resultados concretos que possam ser aplicados na prática, ela traz resultados ao
pesquisador no sentido de sua aplicabilidade, pois tem como objeto final um produto
que pode ser utilizado. Podemos até completar dizendo que a pesquisa pura ou básica
dá ferramentas essenciais para a realização da pesquisa aplicada, pois sem o
conhecimento não há a possibilidade de produzir um produto.
Para Moreira e Caleffe (2008), tanto a pesquisa básica, quanto a aplicada são
utilizadas na pesquisa educacional, mas essa última é mais comum, pois tem a
intenção de resolver um problema, ou um produto ou até, um novo processo. Podemos
dizer que a educação precisa de pesquisas que auxiliem o processo de aprendizagem,
que possa comprovar o que está no caminho certo e mudar os processos que não
trouxeram resultados positivos, a educação precisa de pesquisa científica.
27
Creswell e Clark (2013), é prática, pois o pesquisador é livre para utilizar todos os
métodos possíveis em um problema de pesquisa, também é considerada prática, pois
faz uso do método indutivo e dedutivo, de números e palavras para resolver um
determinado problema, sendo natural o seu uso para entender o mundo.
Para Creswell e Clark (2013), existem alguns desafios no uso dos métodos
mistos, pois o uso destes métodos requer certas habilidades, recursos e tempo para
vasta coleta e análise de dados, o desafio, talvez o mais importante, seja, “educar e
convencer os outros da necessidade de empregar um projeto de métodos mistos para
que o estudo de métodos mistos de um pesquisador seja aceito pela comunidade
acadêmica”.
a) A questão da habilidade, os autores sugerem que o uso da abordagem
mista aconteça após os pesquisadores terem familiaridade com os métodos
quantitativos e qualitativos, ele deve estar acostumado com os métodos de
coleta de dados quantitativos, com o uso de instrumento de mensuração e
as escalas de atitudes com questões fechadas, os pesquisadores devem ter
conhecimento de lógica, testagem de hipóteses, análises estatísticas,
procedimentos descritivos e inferenciais acessíveis em softwares
estatísticos, incluindo ainda entender questões como validade,
confiabilidade, generalizabilidade e controle experimental. Do mesmo modo
o pesquisador deve estar familiarizado com o processo de coleta de dados
qualitativos, o uso de perguntas abertas e observações qualitativas, deve
ter habilidades básicas para analisar dados de textos qualitativos,
codificação de textos, softwares de análise qualitativas, deve compreender
as questões essenciais da pesquisa qualitativa, como credibilidade,
confiabilidade e estratégia comum de validação.
b) A questão do tempo e dos recursos, nesse quesito Creswell e Clark (2013)
apontam que um estudo de método misto pode requerer tempo, esforços
amplos e recurso do pesquisador, por isso a necessidade de na fase de
planejamento verificar se o método possível. A necessidade então de
consideras as seguintes questões: Há tempo suficiente para coletar e
analisar os dois tipos de dados? Os recursos são suficientes para coleta e
análise dos dados quantitativos e qualitativos? Antes de iniciar um estudo
misto é necessário se atentar a essas questões para que o pesquisador
38
Os autores Creswell e Clark (2013), citam que antes de optar pelo método misto
de pesquisa, o pesquisador não deve considerar apenas seu problema de pesquisa,
mas também ter o conhecimento sobre o método. O pesquisador deve conhecer o
suficiente para referenciar trabalhos significativos que indicaram essa abordagem, e
não apenas definir métodos mistos e suas principais características. Para esses
autores os pesquisadores devem ter conhecimento acerca das bases históricas e
filosóficas dos métodos mistos, bem como conhecer os principais teóricos que podem
ser utilizados na pesquisa de método misto. Na sequência será feito um breve
apanhado das bases histórica, filosófica e teórica dos métodos mistos segundo a ótica
de Creswell e Clark (2013).
Segundo Creswell e Clark (2013) os métodos mistos tiveram início no final dos
anos de 1980, com publicações de diversos autores direcionadas a definir e descrever
o que hoje conhecemos por métodos mistos. Autores de disciplinas e países diversos
chegaram ao mesmo tempo em uma mesma ideia, podendo citar na sociologia
(Brewer e Hunter, 1989) dos Estados Unidos e (Fielding e Fielding, 1986) do Reino
Unido, na disciplina de avaliação (Greene, Caracelli e Graham, 1989) dos Estados
Unidos, (Bryman, 1988) de administração no Reino Unido, na área da enfermagem
39
Precisa de
explicações
de
acompanham
ento após um
teste
experimental
(sequencial/
depois)
Paradigm Pragmatismo 1ª fase Pós- 1ª fase A principal Visão de Se
a como uma positivista Construtivista abordagem mundo simultâneo a
filosofia pode ser o transformati visão de
abrangente 2ª fase 2ª fase Pós- retrato da va como
Construtivista positivista
56
Se for Para o
sequencial elemento
para o qualitativo a
componente visão de
qualitativo a mundo é a
visão é a pós- construtivista
positivista, , para o
para os dados elemento
qualitativos a quantitativo,
visão é a o pós-
construtivista positivismo,
se
sequencial
Interação Independent Interativo Interativo Interativo Interativo Interativo
e
Prioridade Ênfase igual Ênfase Ênfase Ênfase Ênfase Ênfase igual
dos quantitativa qualitativa quantitativa ou igual para
membros qualitativa os
enfoques
quantitativo
se
qualitativos
Momento Simultâneo Sequencial Sequencial Simultânea ou Simultânea Combinação
dos quantitativo qualitativo sequencial ou multifásica
elementos primeiro primeiro sequencial
Ponto Interpretação Coleta dos Coleta de Nível do Durante o Durante o
principal independent dados dados projeto projeto projeto
de e
conexão
para a Análise
mistura interativa
Principais Fusão dos Conexão dos Ligação dos A Mistura Mistura
estratégia dois dois dois incorporação com uma dentro de
s mistas elementos: elementos: elementos: de um estrutura uma
elemento em teórica: estrutura
Após a Parte da Análise dos um projeto é objetiva do
análise análise dos dados baseada no Fusão, programa:
separada dados qualitativos conexão ou
outro tipo de
dos dados quantitativos para a coleta incorporaçã Conexão e
elemento:
para a coleta dos dados o dos provavelment
Com mais dos dados quantitativos Antes, durante elementos e fusão e, ou
análises, qualitativos ou depois de consideran incorporação
quando Utilização do uma partindo de
um elemento
houver Há o uso dos dos dados lente um objetivos
comparações qualitativos importante programático
dados teórica
ou quantitativos para tomar Os resultados transformati
transformaçõ para a decisões secundários va
es de tomada de sobre a serve para
resultados decisão de amostragem melhorar, ou
como se dará e coleta de explicar os
a dados primeiros
amostragem quantitativos resultados
e coleta de na fase 2
dados
57
qualitativos
na 2ª fase
Variantes Bando de Explanações Desenvolvi- Experimento Lente Desenvolvi-
comuns dados de mento da incorporado. feminista mento do
paralelos acompanha- teoria programa
mento Projeto Lente escala e
Transformaç Desenvolvi- correlacional incapacitad avaliação de
ão dos dados Seleção dos mento do incorporado. o projetos
participantes instrumento
Validação Estudos de Lente da Estudos
dos dados caso dos classe estaduais
métodos social multiníveis
mistos. econômica
Estudos de
Pesquisa métodos
narrativa dos mistos
métodos isolados que
mistos combinam
tanta a fase
Etnografia dos simultânea
métodos quanto a
mistos sequencial
a) Variantes de base de dados paralelas: o pesquisador faz uso dos dois tipos
de dados para analisar as características do fenômeno e os resultados
independentes são resumidos ou confrontados.
b) Variante da transformação dos dados: essa variante ocorre quando é dado
maior ênfase ao dado quantitativo e utiliza um processo de fusão da
transformação dos dados. Após a análise inicial dos dados os
pesquisadores utilizam meios para quantificar os dados qualitativos.
c) Variante da validação dos dados: é utilizada, quando o pesquisador usa
questionários com questões abertas e fechadas, sendo utilizado os
resultados das questões abertas para validar os resultados das questões
fechadas.
Os projetos sequenciais explanatórios são bastantes destacados na maioria
dos escritos sobre métodos mistos, podendo ser chamados de modelo sequencial
(Tashakkori e Teddlie, 1998), triangulação sequencial (Morse, 1991), e projeto de
interação (Greene, 2007). O projeto sequencial explanatório tem o propósito de utilizar
os resultados qualitativos para explicar os resultados quantitativos iniciais. Para
Creswell e Clark (2013) os projetos explanatórios são os mais práticos dos projetos
mistos e descrevem esse tipo de projeto em quatro etapas, conforme tabela abaixo:
QUALITATIVO
DURANTE
O projeto transformativo para Creswell e Clark (2013), vai adiante dos quatro
projetos de métodos mistos, acontece quando a pesquisa de métodos mistos utiliza
uma estrutura de base teórica, cuja a visão de mundo é transformativa, esse tipo de
67
1º PASSO
Definir um problema e fazer uma busca na literatura
Procurar intencionalmente na literatura as inquietações de diversos grupos e tópicos sobre
discriminação e opressão.
Acolher a definição do problema que nasce da comunidade de interesse.
Criar confiança com os integrantes da comunidade.
Persistir às estruturas teóricas com base na carência.
Produzir questões equilibradas de pesquisa – negativas e positivas.
Apresentar questões que levem à respostas transformativas, podem ser questões com
concentração na autoridade e nas relações de poder nas comunidades e instituições.
2º PASSO
Identificar o projeto de pesquisa
Utilizar métodos mistos para compreender as dificuldades do problema e responder as diversas
carências das partes interessadas.
Garantir que o projeto de pesquisa respeite o modo de pensar e o modo de pensar dos
participantes.
Não negar tratamento a nenhum do grupos, no caso de procedimentos experimentais.
3º PASSO
Identificar as fontes de dados e selecionar os participantes
68
Focar nos participantes dos grupos associados que sofrem discriminação ou são oprimidos.
Fugir de rótulos estereotípicos aos participantes.
Identificar dentro da população alvo as diversidades.
Utilizar métodos de amostragem que melhoram a introdução da amostra para expandir as
chances de que os grupos marginalizados sejam apropriadas e primorosamente apresentada.
4º PASSO
Identificar ou construir instrumentos e métodos de coleta de dados
Refletir como os resultados e o processo de coleta de dados vão favorecer a comunidade
estudada.
Utilizar métodos que assegurem que os achados da pesquisa serão possíveis para essa
comunidade.
Utilizar métodos de coleta de dados que sejam sensíveis aos ambientes culturais da comunidade.
Programar a coleta de dados para que essa dê acesso à participação no processo de mudança
social.
5º PASSO
Analisar, interpretar, relatar e usar os resultados
Estar receptivo a resultados que gerem novas hipóteses.
Explorar subgrupos, para verificar os diferentes impactos nos diferentes grupos.
Organizar os resultados para esclarecer e ajudar na compreensão das relações de poder.
Apresentar os resultados de modo que auxiliem a mudança e ação sociais.
Fonte: Da autora.
Creswell e Clarck (2013), colocam algumas vantagens e alguns desafios sobre
o projeto transformativo.
Tabela 13: Pontos forte e fracos do projeto transformativo
PONTOS FORTES DESAFIOS
O pesquisador situa a pesquisa dentro Há poucas orientações na literatura que auxilie
de uma organização transformativa, na implementação dos métodos mistos
ou de uma visão de mundo defensiva e transformativos, a possibilidade é recorrer a
autônoma. estudos publicados sobre métodos mistos que
O pesquisador auxilia a preparar os usam uma visão transformativa.
indivíduos criar mudança e ação. O pesquisador talvez deva explicar o uso do
Os componentes normalmente método mi
desempenham papel participativo e sto transformativo, conversando sobre as
ativo na pesquisa. bases teóricas e filosóficas como parte da
O pesquisador é preparado para usar proposta ou e do relato do estudo.
um conjunto de métodos que O pesquisador precisa criar confiança e ser
estabelecem resultados que são úteis capaz de guiar a pesquisa de modo
para os sujeitos da comunidade e culturalmente sensíveis.
também são vistos como merecedores
de créditos para os formadores de
política e financiadores.
Fonte: Da autora.
As variantes no projeto transformativo acontecem mais pelas diversas
estruturas teóricas do que pelas diferentes decisões do método, são três as possíveis
variantes deste projeto:
Creswell e Clark (2013) falam também sobre o projeto misto multifásico, ele
acontece quando uma equipe de pesquisadores ou apenas um pesquisador explora
um problema por meio da relação entre os dados quantitativos e qualitativos,
sequencialmente alinhados.
Os projetos mistos multifásicos atualmente combinam métodos simultâneos e
sequenciais e são mais utilizados em estudos grandes fundamentados, com várias
questões sendo investigadas para prosseguir com um objetivo programático. Tem
como objetivo lidar com questões de pesquisa impulsionais que progridem um objetivo
de pesquisa programático. Os procedimentos gerais dos projetos mistos multifásicos
permitem que cada estudo cuide de um conjunto específico de questões de pesquisa
que se fortalecem para cuidar de um objetivo maior do programa, o pesquisador
precisa esclarecer metodicamente, em cada fase, as questões de pesquisa,
evidenciando o que contribui para o programa geral de investigação quanto parte do
que foi aprendido nas fases anteriores nos procedimentos criados considerando os
achados anteriores.
As variantes dos projetos multifásicos citadas por Creswell e Clark (2013), para
os autores são apenas o início de um pensamento em como classificar essas
variantes, pois são difíceis de identificar e, normalmente, são publicadas em diferentes
periódicos com diferentes métodos. Os autores citam alguns como:
primeira fase é a coleta e análise dos dados quantitativos - identificação dos resultados
para follow-up, a segunda fase é a coleta e análise dos dados qualitativos -
interpretação dos resultados, como o qualitativo explica o quantitativo.
Na abordagem de métodos mistos sequenciais exploratórios a coleta de dados
se dá em dois momentos: a coleta de dados inicial é qualitativa e o teste da
característica quantitativa acontece na terceira fase do projeto. A dificuldade se dá em
como usar a informação qualitativa da fase inicial na elaboração ou constatação da
característica quantitativa. Na abordagem sequencial exploratória o planejamento
acontece em três fases: na primeira coleta e análise de dados qualitativos, na segunda
fase identificação da característica para testagem (os autores citam como exemplo,
novo instrumento, novas atividades experimentais, nova variável) e na terceira fase, a
testagem quantitativa da característica designada - interpretação dos resultados, com
o teste, melhora os resultados.
Nos métodos mistos Sampieri, Collado e Lucio (2013) citam a necessidade do
pesquisador ter bem definido e especificado o tipo de dado que será coletado, isso
deve ser definido no instante da proposta, embora saibamos que, em se tratando dos
dados qualitativos, não é possível saber com antecedência o número de dados e
casos que serão coletados, sem esquecer que o momento da coleta de dados ser
finalizada é aquele onde há um grande número de categorias e essas dão o
entendimento desejado do problema estudado. Hoje, devido aos avanços dos
métodos mistos, há programas que fazem as análises dos métodos quantitativos e
qualitativos, os dados coletados podem hoje, serem codificados como números e
também serem sua análise em forma de texto. Sem esquecer que no relatório deve
constar quais tipos de dados e instrumentos foram utilizados para a coleta de dados.
73
Fonte: Tabela construída por Creswell (2009) e citada Sampieri, Collado e Lucio (2013)
Sampieri, Collado e Lucio (2013) ainda colocam exemplos de dados que podem
ser analisados como texto ou ainda codificados numericamente, são elas: pesquisas
de levantamento (questionário com questões abertas); entrevistas não estruturadas
ou semiestruturada, registros de documentos e registros históricos, observações e
grupos focais. Acrescentam que o tipo de instrumento e dados deve ser determinados
pela caracterização da pesquisa.
Creswell e Clark (2013) apresentam diversas orientações na coleta de ambas
as formas de dados na pesquisa de métodos mistos, são elas:
As amostras terão tamanhos Reflita que opção usar, como precisar que
iguais? não é um empecilho ter tamanhos
diferentes, optar por amostras de
tamanhos iguais, ou optar que tamanhos
desiguais é um problema para o estudo.
A análise dos dados dos métodos mistos para Creswell e Clarck (2013) é um
conjunto de técnicas analíticas aplicadas aos dados qualitativos e aos dados
quantitativos, sendo também uma combinação das duas formas de dados simultânea
e sequencial em um projeto multifásico ou isolado. A interpretação dos métodos
mistos, deve olhar para os achados quantitativos e analisar como as informações
lidam com as questões dos métodos mistos no estudo, ou seja, extrair “inferências” e
“metainferências”, como são chamadas essas informações por Teddlie e Tashakkori
(2009). Creswell e Clarck trazem alguns passos e decisões que devem ser
consideradas na análise dos dados dos métodos mistos que serão descritos na tabela
abaixo:
Tabela 18: Passos e decisões na análise dos dados dos métodos mistos
84
Para a coleta dos dados quantitativos foi criado um formulário no Google Forms
com os critérios observados nas metodologias das dissertações de abordagens
mistas, para cada um desses critérios foram colocadas alternativas a serem
assinaladas, a cada dissertação de abordagem mista visitada os critérios foram
assinalados.
Pode-se dizer que os instrumentos utilizados foram a análise de materiais e
documentos, que no caso foram as dissertações, com uso do formulário para
organizar os dados quantitativos obtidos na pesquisa, e para os dados qualitativos
foram feitas análises de materiais bibliográficos sobre o tema, considerando diversos
autores da atualidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pode-se observar que das 667 dissertações visitadas 214 (32,1%) do total das
dissertações pesquisadas, são de instituições da região Sul (A, D, E e L), seguida de
206 (30,9%) da região Nordeste (H, I e M), 168 (25,2%) da região Sudeste (B, C e G)
e 79 (11,8%) da região Norte (F, J e K). Pensando somente nas 136 dissertações de
métodos mistos observa-se que na região Norte das 79 dissertações, 19 (24%), são
de abordagem mista, a região Nordeste teve 43 (20,9%) de abordagens mistas do
total de 206, já o Sudeste de um total de 168 dissertações, 41 (24,4%) das suas
dissertações usam métodos mistos e, por fim a região Sul de um total de 214
dissertações visitadas apenas 33 (15,4%) utilizaram a abordagem mista.
Na segunda etapa da pesquisa quantitativa, “classificação das dissertações
mistas”, considerando os critérios do capítulo 2.3, os resultados serão apresentados
utilizando os gráficos gerados no formulário Google Forms.
O gráfico 2 mostra que, das 136 dissertações que mencionaram ter usado a
abordagem mista, apenas 1 (0,7%) se classificaram como básica, 56 (41,2%)
disseram ser uma pesquisa aplicada e a maioria 79 (58,8%) não mencionaram a
natureza da pesquisa, talvez o motivo de não mencionar a natureza da pesquisa se
dê ao fato das dissertações pesquisadas serem de mestrados profissionais, e esses
tipos de mestrados apresentam um produto no final.
Segundo Moreira e Caleffe (2008), tanto a pesquisa pura, também chamada de
básica, ou aplicada, são utilizadas em pesquisas educacionais, sendo esta última a
mais comum. Enquanto a pesquisa básica se preocupa com o conhecimento a
aplicada está focada na solução de um problema específico, talvez o motivo desta
última ser a mais utilizada na Educação, pois ela auxilia na obtenção de resultados
concretos que possam ser aplicados, pois ela chega a um novo produto ou processo
enriquecendo o processo de ensino. Os resultados encontrados estão de
conformidade com o que disse Moreira e Caleffe (2008), mesmo considerando que
das 136 dissertações 58,1%, ou seja, 59 dissertações não mencionaram qual a
natureza da pesquisa.
99
Quanto aos objetivos, das 136 dissertações visitadas a maioria não classificou
a dissertação quanto aos objetivos, foram um total de 63 (46,3%) do total, do restante
45 (33,1%) foram classificadas como exploratória, 32 (23,5%) descritiva e 7 (5,1%)
como explicativa, 11 dissertações se classificaram como exploratória e descritiva, e
foram computadas em cada uma delas (Gráfico 3).
Para Gil (2019) a classificação de uma pesquisa quanto aos seus objetivos
depende de sua finalidade, do quanto você vai aprofundar o elemento estudado.
Mattar e Ramos (2021) acreditam que a maior parte das pesquisas em Educação são
exploratórias, pois procuram conhecer um tema sem muito aprofundamento, sem
descrever as características dos elementos (descritiva) e nem se aprofundar em
explicações do porquê das coisas (explicativa).
Verifica-se que nos resultados encontrados nesta pesquisa, a maioria das
dissertações que mencionou qual o objetivo da pesquisa, se declararam exploratória
45 (33,1%) das dissertações, como acreditam Mattar e Ramos (2021). Mas do total
100
das dissertações de abordagem mista 136, quase metade 63 (46,3%) não citou a
classificação quanto aos objetivos.
Quanto aos instrumentos utilizados na coleta de dados (Gráfico 6), os três mais
utilizados foram em ordem decrescente: questionário, análise de materiais ou
documentos e entrevistas, seguidos do uso de formulário, observação e observação
participantes, dos instrumentos listados no gráfico o menos usado foi o grupo focal,
nesse critério duas dissertações não mencionariam como os dados foram coletados.
Aqui, como no critério dos procedimentos utilizados, os números e porcentagens não
foram utilizados, pois as dissertações em sua maioria utilizaram mais de um desses
instrumentos para a coleta de dados.
Creswell e Clarck (2013), distinguem os dados quantitativos e qualitativos e
seus instrumentos de coleta de dados da seguinte maneira: os dados qualitativos são
obtidos usando perguntas abertas, sem restrições de respostas; já os dados
quantitativos com perguntas fechadas, com base em respostas predeterminadas e
escalas. Nas pesquisas qualitativas os dados coletados são mais amplos do que na
pesquisa quantitativa, a permanecem constante com o passar do tempo.
Nesta pesquisa é claramente perceptível que a preferência dos pesquisadores
na hora da coleta dos dados quantitativos e qualitativos foi optarem por questionários
(abertos e fechados), 108 (79,4%) fizeram uso de pelo menos esse instrumento,
lembrando que a maioria das dissertações utilizaram mais de um instrumento para
coleta de dados. Outro ponto interessante neste critério, é que em apenas 2 (1,5%)
dissertações não foi possível verificar qual instrumento foi utilizado na coleta de dados.
104
o bastante para ser reconhecido. Vale deixar claro que as porcentagens citadas no
texto são diferentes do gráfico, pois a maioria das dissertações utilizaram mais de um
tipo de análise.
Para Creswell e Creswell (2021), uma interpretação quantitativa, é aquela em
que o pesquisador chega as suas conclusões considerando os resultados estatísticos
encontrados das questões, ao passo que a interpretação qualitativa deve vir de textos
e imagens gerados na coleta dos dados. Nesta pesquisa os resultados apontam que
a técnica mais usada na análise dos dados é a análise de conteúdo, bem próxima a
ela o uso da estatística descritiva, que seriam as formas mais comuns de análise dos
dados qualitativos e quantitativos. Mas em contrapartida tem-se 43 (35,3%) das
dissertações mistas não citaram como os dados foram analisados.
8) Lacunas encontradas:
5 PRODUTO
O blog está hospedado em Hospedagem Wix. O link para acesso ao blog a seguir:
https://helpservicesgustav.wixsite.com/marciamestradoresumo.
111
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS
CRESWELL, John W.; CLARK, Vicki L. P. Pesquisa de Métodos Mistos. 2ª ed. Porto
Alegre: Penso, 2013.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 7ª. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 7ª. ed. São Paulo: Atlas, 2022.
OLIVEIRA, Edjofre Coelho; MOREIRA, Francisco Jadson Franco; SILVA, Saulo Vieira
Cavalcante da. Abordagens mistas na pesquisa em dissertações de mestrado de um
programa de pós-graduação de educação. Revista Transmutare, Curitiba, v. 4, e
1911322, p. 1-17, 2019. Disponível em
<https://periodicos.utfpr.edu.br/rtr/article/view/11322>. Acesso em 21/06/2022.
SANTOS, Jânio Ribeiro dos; SANTOS, Marismênia Nogueira dos; LIMA Natasha
Alves Correia. Abordagens mistas na Pesquisa em Educação: levantamento e análise
das dissertações (2017-2019) do PPGE/UFMG. Revista Cocar, Pará, V.15.
N.32/2021 p.1-19 Disponível em <
https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/3920> Acesso em 15/02/2022.