Diagramação: Marcelo A. S. Alves
Capa: Lucas Fontella Margoni
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Série Filosofia e Interdisciplinaridade – 94
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
TASSINARI, Ricardo Pereira; BAVARESCO, Agemir; MAGALHÃES, Marcelo Marconato; (Orgs.)
Enciclopédia das ciências filosóficas: 200 anos [recurso eletrônico] / Ricardo Pereira Tassinari;
Agemir Bavaresco; Marcelo Marconato Magalhães (Orgs.) -- Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2018.
440 p.
ISBN - 978-85-5696-358-1
Disponível em: http://www.editorafi.org
1. Filosofia, 2. Hegel, 3. Enciclopédia; 4. Interpretação; 5. 200 anos; I. Título. II. Série
CDD-100
Índices para catálogo sistemático:
1. Filosofia
100
11
Ser (Neo)Hegeliano Hoje:
O Esṕrito Encicloṕdico.1
Ricardo Pereira Tassinari2
Introdução: a(s) filosofia(s)
Almeja-se neste trabalho apresentar as linhas gerais de uma
filosofia (neo)hegeliana contemporânea.
Nesse sentido, cabe salientar inicialmente que o termo
filosofia será usado aqui para designar uma visão de
mundo/vida/totalidade que alguém tem.
Logo, assume-se aqui que, na medida em que cada um de
nós tem uma concepção de mundo/vida/totalidade, cada um de
nós tem uma filosofia. Cada um de nós é, portanto, um filósofo.
Em geral, algumas pessoas tendem a aplicar os predicados
de forma dualista, querendo dividir, por exemplo, filósofos e nãofilósofos. Aqui, as filosofias (e, consequentemente, os filósofos que
as constituem) se diferenciam pelas diversas propriedades que
cada uma tem. Em especial, pode-se diferenciar as filosofias por
certo grau de elaboração. Em certo sentido, o grau de elaboração
1Este artigo expõe parte das reflexões realizadas no desenvolvimento das pesquisas do Projeto de
Pesquisa Filosofia Especulativa e Epistemologia Genética: Construção do Objeto, Razão e
Liberdade , realizadas na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, sob a supervisão do Prof. Dr. JeanFrançois Kervégan, com auxílio Bolsa Pesquisa no Exterior FAPESP 2016/13547-6 da Fundação de
Apoio a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) à qual agradeço vivamente!
2 Universidade Estadual Paulista – UNESP; ricardotassinari@gmail.com
238 | Enciclopédia das Ciências Filosóficas: 200 anos
de uma filosofia está diretamente relacionado ao campo de
abrangência que uma filosofia tem em relação a um conjunto de
respostas que ela é capaz de fornecer. É necessário trabalho para se
constituir uma filosofia. Muitas filosofias não resistem a uma
pequena série de questões iniciais. Em geral, na História da
Filosofia, estudamos filósofos cujas filosofias têm um alto grau de
elaboração e influenciaram a história com suas concepções de
mundo, vida e totalidade.
São as respostas às questões sobre o mundo, a vida e a
totalidade que mantém em geral o interesse pela filosofia para nós
seres humanos.
Note-se que, ainda que uma filosofia que se recuse admitir
que as filosofias estabelecem uma visão de mundo/vida/totalidade,
já a partir dessa posição mesma começa a esboçar uma visão desse
tipo (em especial em relação ao papel da filosofia) e nesse sentido,
assume-se aqui, que ela ainda exerce tal função.
Se uma filosofia é uma visão de mundo/vida/totalidade,
pode-se dizer que as filosofias têm também uma função até mesmo
adaptativa, pois, no seu processo de adaptação, um ser depende de
uma certa noção do seu meio-ambiente (e mais elaboradamente do
mundo, da vida e da totalidade). Relativamente aos seres vivos em
geral, essa certa noção do meio-ambiente tem vários graus de
elaboração, deste de as noções apenas sensório-motoras até as
noções conceituais e teóricas. Quanta destruição já se fez ao mundo
em que vivemos, aos seres vivos em geral e a nós próprios por não
compreendermos bem o mundo, a vida e a totalidade que nos cerca
e a nós próprios!
Em especial, um cientista necessita (e tem) uma filosofia,
isto é, uma visão de mundo/vida/totalidade, que possibilita a ele
coordenar o conhecimento de sua ciência específica com as demais
ciências e com a sua prática e a sua atuação no mundo e na vida.
Nesse sentido, cada uma das ciências contemporâneas ao tratar de
um sistema de objetos específicos não constitui propriamente uma
filosofia, ou melhor, é uma filosofia em grau menor de elaboração
Ricardo Pereira Tassinari | 239
que uma filosofia que considere o conhecimento já alcançado por
essa ciência e outras questões sobre o mundo, a vida e a totalidade.
Em especial, o conhecimento de um cientista a respeito de sua
ciência é (apenas) parte de sua filosofia.
Como compreender pois a vida e a nós próprios?
Essa é a questão que se põe para nós na medida em que
compreendemos que é necessário compreender o mundo, a vida, a
totalidade e a nós próprios, em suma, fazer uma filosofia. Como
pois respondê-la?
Heranças Filosóficas
De fato, a elaboração de uma filosofia que possibilite dar
minimamente conta do mundo em que vivemos, da vida em geral,
de nós próprios e do sistema da totalidade exige muito tempo e
trabalho. Não é fácil responder satisfatoriamente a questão: Como
compreender a vida e a nós próprios?
Na medida em que as filosofias dos filósofos estudados na
História da Filosofia apresentam um alto grau de elaboração das
respostas em relação ao mundo, à vida e à totalidade, é natural que
nós nos utilizemos delas (ou do que compreendemos delas) para
constituir nossas próprias visões, nossas próprias filosofias.
Em especial, tem-se visto várias filosofias contemporâneas
que se utilizam de (ou se inspiram em) conceitos, argumentos e
teses da filosofia de Georg W. F Hegel. Talvez, o caso mais famoso
seja o de Karl Marx e dos marxianos, mas não apenas.
A filosofia hegeliana parece ser propícia para isso, por ser
uma filosofia que intenciona:
(1) Ser argumentativa desde seu início;
(2) Ter o mínimo possível de pressupostos;
(3) Ser uma instituição de sentidos;
(4) Em especial, ser uma instituição de sentidos por meio de
argumentos relacionados as mais diversas experiências da
240 | Enciclopédia das Ciências Filosóficas: 200 anos
consciência, desde as mais imediatas e comuns até as relativas a
visões de mundo mais elaboradas; e
(5) Instituir o sentido de vários termos que abrange as diferentes
esferas da totalidade da vida humana.
Como anunciado no início, almeja-se apresentar aqui as
linhas gerais de uma filosofia (neo)hegeliana contemporânea.
Nesse sentido, visa-se aqui constituir conceitos, argumentos e teses
inspirados na filosofia de Hegel para constituir uma visão do
mundo, da vida, de nós próprios e da totalidade. Em especial,
porque a filosofia de Hegel, além das características listadas, ainda
tem a características de:
(1) Ser autorreferente e instituir sentido de termos que possibilite
falar de si própria;
(2) Tratar das diversas formas de se ver a totalidade das filosofias
sem simplesmente desprezá-las, organizando-as em um sistema; e
(3) Tratar das diversas filosofias e de si própria conjuntamente
em um sistema.
Note-se que, como se trata aqui de apresentar uma filosofia
própria, o discurso em terceira pessoa se entremeará com um
discurso em primeira pessoa, contando um pouco de minha
própria trajetória pessoal que desembocou na visão filosófica que
hoje se apresenta aqui.
Compreendendo (e Explicando) a Realidade
Certamente, pode-se estudar História da Filosofia estudando
o que os filósofos disseram sem se preocupar com sua
aplicabilidade imediata à nossa vida. Também pode-se aplicar (ou
se inspirar em) um ou outro conceito, argumento e tese análogos
aos que os filósofos utilizaram. Mas podemos querer compreender
a vida e a nós próprios tout court, e, como caracterizada aqui, uma
filosofia é propriamente o resultado dessa atividade.
Ricardo Pereira Tassinari | 241
De certa forma, sempre me ocupou a questão: Como
compreender a vida e a nós próprios?
De forma geral, tal questão é natural a todo ser humano,
mas alguns se ocupam mais dela do que outros.
Comecei estudando Física, por esta constituir uma explicação
da realidade física com a clareza e a precisão matemáticas, tanto na
ordenação de seus conceitos quanto na correlação desses com a
experiência. Por exemplo, ao descrever como parabólica a trajetória
de lançamento livre de um corpo em nosso campo gravitacional, tal
parábola prevista poder ser experimentalmente verificada ponto a
ponto com a trajetória estabelecida pelo próprio corpo.
Entretanto, a Física é um fragmento de interpretação do
Mundo.
Nesse sentido, me perguntava: E os outros conteúdos? E os
seres humanos?
Em geral, de uma perspectiva que parte da Física, tende-se a
ver o ser humano como um organismo biológico, um organismo
que, a princípio, pode ser explicado por ciclos bio-químicos-físicos,
no qual a Biologia é uma extensão da Química que, por sua vez, é
uma extensão da Física.
Digo a princípio pois não se tem (ainda?) tal explicação. Isto
é, não se tem, como nas explicações da Física, uma explicação
precisa da realidade humana (do homem e de seus
comportamentos) a partir de um sistema de entidades da Física
mais elementares e de suas relações, de forma a que haja uma
perfeita correlação ponto a ponto com o que é observado na
experiência (em especial, com experimentos científicos) e o
mecanismo estabelecido pela teoria física que mostre perfeitamente
como ocorre o que é observado na experiência da realidade humana.
Com tal visão calcada na Física, eu vivia na confortável (e
quase dogmática) crença de que (por princípio) tal explicação
poderia ser realizada, sem de fato ela já ter sido feita, e, em certo
sentido, vivia na (quase ansiosa) esperança de que aquele ainda
deixasse de existir e se atingisse satisfatoriamente tal explicação.
242 | Enciclopédia das Ciências Filosóficas: 200 anos
Acordando do Sonho Dogmático
No contexto do estudo dos seres humanos, podemos nos
perguntar: E a mudança de nosso conhecimento do Mundo?
Nesse ponto, julgo interessante contar sobre certa
brincadeira que um jovem amigo arquiteto faz com seus amigos a
mesa de um bar.
Inspirado pelo Argumento do Sonho de Descartes, de quem
ele gosta muito, em especial pela significação apontada aqui, ele
argumenta com seus amigos: como você sabe que não está
sonhando agora? Como você sabe que realmente está bebendo
comigo agora e não está dormindo, podendo acordar a qualquer
instante?
A brincadeira tem sabor especial para ele pois no decorrer da
argumentação os amigos se sentem muito constrangidos por não
conseguirem lhe dar uma resposta satisfatória, e acabam por
simplesmente querer parar e mudar o rumo da conversa, ainda
com o desconforto por não poderem responder satisfatoriamente à
questão (para si próprios?).
Por mais absurda e distante do dia-a-dia que possa parecer
tal conversa, ela me faz refletir muito sobre a atual situação das
ciências contemporâneas.
Ninguém hoje acredita que as verdades das ciências
contemporâneas são verdades absolutas.
Sabemos em especial que, por exemplo, Karl Popper adota o
Critério de Falseabilidade como distintivo do que deve ser
contemporaneamente considerado ciência. De forma bem simples
e resumida, para se constituir como conhecimento científico, as
proposições de uma ciência devem ser passíveis de serem testadas
experimentalmente e nesse sentido a experiência deve ter a
possibilidade de responder negativamente ao que a proposição
expressa; se ela passa pelo crivo da experiência retidamente, as
experiências vão corroborando (mas não demonstrando) as
Ricardo Pereira Tassinari | 243
proposições em teste, mas ela sempre deve poder vir a ser
falseadas em um novo contexto experimental.
De forma geral, como se disse, não se acredita que as
verdades das ciências contemporâneas são verdades absolutas, e,
em geral, pensamos que provavelmente algum dia serão falsas,
como são falsos hoje o espaço e o tempo absolutos newtonianos.
Mas na época de Isaac Newton (inclusive para o próprio
Newton), vivia-se a realidade desse espaço e desse tempo absolutos !!!
Vivia Newton em uma espécie de sonho científico
influenciado pela precisão e beleza e sua teoria? (Já que hoje
sabemos que não é mais assim.)
Será que, ao adotarmos as atuais proposições científicas
conjuntamente com nossas filosofias não estamos vivendo em uma
espécie de sonho científico-filosófico?
A Coisa-em-si mesma
Pode-se ver nessa última questão um problema análogo ao
que Hegel aponta em relação a coisa-em-si kantiana.
De forma geral, para a maioria dos cientistas
contemporâneos, existe uma coisa-em-si (que motiva sua própria
pesquisa científica) que as teorias científicas vão desvelando cada
vez mais sem nunca a desvelar completamente; nesse sentido,
nossa compreensão não corresponde (e nunca corresponderá) as
próprias coisas-em-si mesmas.
Ora, mas ao extremo, tal concepção implica que o que
vivemos a partir de nossas teorias científicas (e filosóficas) nunca
será realmente a Verdade. Nossa-Verdade é uma não-verdade !
Nossa-Verdade não é mais e não busca mais ser a Verdade !
E tal concepção de Verdade, com V maiúsculo, um substantivo
próprio indicando um objeto singular, parece não mais existir !
Digo mais porque, como aponta Hegel (2016, p. 47), os
antigos diferenciavam opinião (doxa) e conhecimento (episteme) e
nesse sentido buscavam elaborar um conhecimento da Verdade.
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Por exemplo, segundo a fórmula bem conhecida de Platão no
Teeteto, Ciência deve ser ao menos opinião verdadeira justificada.
Para a Antiguidade, o conceito de ciência da ciência
contemporânea não faria sentido. Ciência que é falseável? Ciência
não pode vir a ser falsa, Ciência tem que ser verdadeira.
Existe aqui uma dupla Conhecimento e Verdade que estão em
correlação: Conhecimento é necessariamente conhecimento da
Verdade.
E se algo se mostrou falso, necessariamente não era
conhecimento, se o tomava como tal, mas não era.
Parece, pois, que, se vivemos acreditando nas ciências
contemporâneas, vivemos em um sonho.
Ou ainda, sonhamos acordados, pois, em geral, nem mesmo
nos damos conta desse sonho.
Pode-se até dizer que vivemos em uma ilusão, a Ilusão
Científico-Filosófica, de tomar por verdade nossas ciências e
filosofias sem que o sejam, e sem se saber dessa ilusão.
Na época em que comecei a perceber que poderia estar
vivento nessa Ilusão Científico-Filosófica, comecei a perceber
claramente a necessidade do trabalho filosófico e de se constituir
uma filosofia, para além dos sistemas das ciências contemporâneas
e das opiniões de senso comum.
Mais adiante, apresenta-se uma possível solução ao
paradoxo que tal Ilusão coloca.
Sobre o Sistema de Seres Humanos
Voltemos, por ora, a questão: Como compreender a vida e a
nós próprios? Como compreender os seres humanos?
Em especial: como compreender o seres humanos se para o
fazer, utilizamos essa própria capacidade de compreender?
Se a ciência quer explicar o ser humano, como explicar essa
capacidade de conhecer do ser humano?
Ricardo Pereira Tassinari | 245
Existe na resposta a essas questões um problema de
circularidade, pois para explicar a capacidade de conhecer do ser
humano, tem-se que se usar essa própria capacidade.
Elaborar uma teoria sobre essa capacidade, implica, em
última instância, em elaborar uma teoria que explique também
como se elabora teorias, inclusive, tal teoria deve explicar a
elaboração de si própria.
Para começar a tratar do problema, pode-se utilizar aqui da
noção contemporânea de sistema da Sistêmica, para tornar mais
precisas tais questões.
Por definição, um sistema S é constituído por um conjunto E
de elementos e um conjunto R de relações entre eles.
Um sistema S é pois uma unidade de pluralidades que pode
ser representado por um par ordenado (E,R).
Em especial, no caso da Sistêmica, o que motivou a definição
geral de sistema introduzida é que, para certos sistemas físicos,
químicos e biológicos, as relações de R tinham uma forma
matemática e possibilitavam prever o comportamento dos
elementos de E do sistema S em função dessas relações e das
condições iniciais; quando não completamente, pelo menos de
forma estatística.
Pode-se, pois, tornar mais precisa a questão central aqui:
Como compreender o sistema de seres humanos e de seus
comportamentos, se o comportamento de cada ser humano
dependem de seu conhecimento?
Nesse caso:
E = Conjunto dos seres humanos; e
R = Conjunto das relações (que se expressam nos
comportamentos dos e) entre os seres humanos.
Soluções Específicas e Soluções Gerais
Poder-se-ia tratar aqui dessa capacidade de conhecer de
forma específica utilizando por exemplo o MoSEAOSS, isto é, o
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Modelo do Sistema de Esquemas de Ações e Operações sobre
Símbolos e Signos (TASSINARI, 2014, 2016).
A meu ver, de forma mais geral, tal análise leva a um tipo de
filosofia do espírito teórico (HEGEL, 1995, v. 3, p. 219-263), só que
de forma mais detalhada e mais diretamente correlacionada aos
comportamentos que os seres humanos apresentam (e que podem
ser estudados experimentalmente) durante o desenvolvimento
dessa capacidade de conhecer, incluindo aqui as noções necessárias
a ela, como as noções de espaço, tempo, causalidade, permanência
dos objetos (no espaço), conservação da substância, dos pesos,
volumes, de número, classes, etc.
Entretanto, aqui não estamos tanto interessados nessa forma
específica de conhecer, mas na questão mais geral da possibilidade
de elaboração de uma resposta a questão:
Como compreender a vida e a nós próprios?
Como compreender o sistema dos seres humanos e de seus
comportamentos levando em considera̧ão que esses
comportamentos dependem do conhecimento de cada ser humano a
respeito do mundo que o cerca e a respeito desse próprio sistema?
Voltando a Questão
Utilizando a conceituação relativa à Sistêmica, pode-se
reformular a questão anterior da seguinte forma:
Como compreender o sistema dos seres humanos
(elementos do sistema) e de seus comportamentos (atividades dos
elementos do sistema) levando em considera̧ão que esses
comportamentos (atividades dos elementos) dependem do
conhecimento de cada ser humano (elemento) a respeito do
mundo que o cerca e a respeito desse próprio sistema (que se
busca aqui compreender)?
Viu-se que as filosofias resultam dessa própria atividade de
compreensão do mundo, da vida, de nós próprios e da totalidade.
Logo, a questão posta se torna: Como compreender o sistema dos
Ricardo Pereira Tassinari | 247
seres humanos levando em considera̧ão que esse próprio ser
humano é capaz de constituir filosofias?
Sobre às Diversas Realidades
A História da Filosofia nos apresenta diversas filosofias.
Pode-se dizer que existem tantas filosofias quanto filósofos
existem; ou ainda mais, já que um mesmo filósofo pode ter mais de
uma filosofia durante sua vida.
De forma geral, cada filosofia estabelece para si uma forma
de compreensão do mundo, da vida, de nós próprios e da
totalidade. E o comportamento de cada ser humano depende de
sua filosofia.
Nesse sentido, pode-se dizer ainda que:
A Totalidade (para cada um de nós), incluindo nela o
mundo, nós próprios e a vida em geral (para cada um de nós) é a
compreensão dela (que cada um de nós tem).
Pode-se dizer aqui da realidade de nossa compreensão do
mundo.
Pode-se dizer aqui que a realidade (para cada um de nós) é a
nossa compreensão do mundo.
Por exemplo, em especial, viu-se que na época de Isaac
Newton, vivia-se a realidade de um espaço e um tempo absolutos.
Como pois responder a questão anterior levando em conta
que a realidade (para cada um de nós) é a compreensão (que cada
um de nós tem) do mundo, da vida, de nós próprios e da
Totalidade?
Em especial, em relação a minha história de vida, a
consciência dessas diversas realidades (para cada um de nós) e da
realidade ser (para cada um nós nossa) compreensão do mundo,
da vida, de nós próprios e da Totalidade (inclusive em relação a
Ilusão Científico-Filosófica citada anteriormente, cuja questão data
da mesma época), veio com o aprofundamento no estudo da
Epistemologia Genética de Jean Piaget. Foi nessa época que a
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descoberta e a leitura da Introdução (das Lições de) à História da
Filosofia de Hegel me trouxe a possibilidade racional de solução
dessa questão, como se verá a seguir.
O Sistema das Autoconsciências, sua Apreensão Racional e a
Filosofia
Como compreender o sistema dos seres humanos levando
em considera̧ão que esse próprio ser humano é capaz de
constituir filosofias e que para cada um sua filosofia se mostra
como sendo a expressão do mundo, da vida, de nós próprios e da
Totalidade para ele?
No sentido de formular uma filosofia que responda a essa e
às questões até aqui colocadas, introduzo a seguir alguns conceitos,
argumentos e teses inspirados na filosofia de Hegel.
Denominarei de autoconsciência uma inteligência (no caso,
aqui, um ser humano) que tem a possibilidade de compreensão de
que o mundo, a vida, nós próprios e a Totalidade para ela é a
compreensão que ela própria tem deles, isto é, sua filosofia.
Nesse sentido, o sistema dos seres humanos e de seus
comportamentos se mostra como um
Sistema das
Autoconsciências .
Como, o comportamento de cada um depende da filosofia
que cada um tem naquele dado momento, para explicar o Sistema
das Autoconsciências precisamos considerar o conjunto dessas
diversas filosofias possíveis.
Ou melhor, precisamos considerar, não apenas o conjunto
dessas diversas filosofias, mas o sistema dessas diversas filosofias:
o conjunto delas e a relações entre elas.
Denominarei de Razão ao sistema das diversas filosofias
possíveis, incluindo nela própria o nosso próprio conhecimento
atual do mundo, da vida, de nós próprios e da Totalidade.
Note-se que a elaboração do conhecimento da Razão, do
sistema das filosofias possíveis (que coordena as diversas
Ricardo Pereira Tassinari | 249
filosofias), é ainda a elaboração de uma filosofia. Nesse sentido,
denominarei de Filosofia (com F maiúsculo designando um
substantivo próprio) a atividade de elaboração de filosofias que
busquem o conhecimento da Razão, do sistema das diversas
filosofias possíveis.
A Filosofia é assim um saber enciclopédico, segundo a
etimologia
do
Grego
enkyklios
paideia,
literalmente
educação/formação circular, no qual o conhecimento de cada um e
especial dos autores da História da Filosofia e das ciências, inclusive
contemporâneas, são coordenados uns com os outros (enkyklios)
com vista a formação (paideia) de um grande todo ideal.
Nesse sentido, segundo os conceitos aqui introduzidos, a
Filosofia se mostra ser o conhecimento da Razão e essa se mostra
ser a própria Totalidade.
E conhecer a Totalidade é conhecer a Razão.
Em especial, é por isso que se fala em razões das coisas,
como, por exemplo, razões na natureza, inclusive em razões ainda
desconhecidas para nós (expressão que careceria de sentido, se a
razão fosse tomada como uma mera faculdade humana e seu
produto…).
Não é mais um materialismo que explica a vida, mas um
idealismo da Razão, no qual se reconhece o mundo como a si
próprio, como manifestação da Razão.
Tal concepção leva como se verá à noção de noésis noéseos –
atividade cognoscente na qual conhecimento e conhecido são o
mesmo (HEGEL, 1995, v. 1, § 236, p. 366).
Idealidade e Realidade
Em geral, se opõe ideia e realidade (como em Kant ou nas
ciências contemporâneas), como se, por um lado tivéssemos a
coisa-para-nós (ideia), dada pela ciência e/ou filosofia, e, por outro,
a coisa-em-si mesma (realidade), que buscamos atingir, sem nunca
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o conseguir. De forma que a natureza da coisa-em-si mesma é
distinta da coisa-para-nós.
Mas como podemos saber que existe essa diferença de
natureza entre a coisa-para-nós e a coisa-em-si mesma, se não
temos acesso a coisa-em-si mesma?
Um dos argumentos utilizados é que é diferente ter ideias
(subjetivas) das coisas e as coisas (objetivas reias) nelas mesmas, e
que em geral sempre nos enganamos em relação as coisas
mesmas, o que mostraria que as coisas-para-nós não
correspondem às coisas-em-si mesmas.
Mas ainda que exista uma diferença entre a nossa
compreensão atual da coisa (coisa-para-nós) e a coisa-em-si
mesma, isso não implica que a natureza das duas sejam diferentes,
ambas podem ter a mesma natureza, em especial, a natureza ideal
(que não se opõe ao real, ao contrário lhe determina), como se
argumenta aqui.
Além disso, argumentam que as coisas-em-si mesmas têm
certa resistência e persistência, que nossas ideias delas parece não ter.
Vê-se que tais argumentos desconhecem a característica da
Ideia e da Razão hegelianas, ou ainda do próprio Argumento do
Sonho de Descartes. Na Razão está também a sensibilidade, as
intuições etc. a tal ponto que podemos sentir, intuir, etc. os
conteúdos ideais da Razão, inclusive a resistência e persistência de
alguns deles que estão em nossa sensibilidade.
Talvez desconheçam sua própria consciência, não sejam
conscientes de si próprios, autoconscientes…
E talvez seja por isso que não se tenha uma teoria que a
partir da Física explique a própria capacidade de compreensão do
ser humano: materialidade é apenas uma das propriedades das
coisas ideias (em especial daquelas que vivenciamos em nossa
realidade física) sendo o ideal muito mais amplo e contendo a
nossa realidade física.
Ricardo Pereira Tassinari | 251
A Compreensão da Coisa Mesma
Vê-se assim que segundo a filosofia aqui apresentada, a
natureza do objeto é a mesma do conhecimento do objeto, e as
diversas verdades que temos sobre ele são apenas aspectos,
momentos do mesmo objeto e do objeto mesmo.
O verdadeiro significado do objeto é o sistema dos vários
momentos que o determinam.
Temos aqui, como salientado a noésis noéseos, atividade
cognoscente em si e para si própria na qual conhecimento e
conhecido são o mesmo.
Assim, aqui não temos a dualidade coisa-em-si mesma e
coisa-para-nós, pois se está sempre conhecendo a própria coisa-emsi mesma: é ela que se expõe a nós quando buscamos conhecê-la.
A Razão como a Verdade
A totalidade das coisas-em-si mesmas é a Razão.
Nesse sentido, a Razão é a Verdade. Logo, na visão filosófica
aqui apresentada existe a Verdade e não apenas verdadesfalseáveis. A Razão enquanto Verdade é o fio prumo que
caracteriza o conhecimento (episteme) em oposição as opiniões
(doxa), que se mantem como meras opiniões se justamente não se
consideram como parte dessa Verdade, da Razão, e não a buscam.
Em geral, as pessoas que não aceitam a existência da Razão e
desta como Verdade argumentam dizendo ainda que nas
concepções que admitem a Razão existe uma espécie de privilégio
de um ponto de vista em detrimento dos outros, uma espécie de
atitude autoritária. Ora, mas como se viu, a Razão se constitui em
(e coordena as) diversas visões, filosofias e ciências, buscando
respeitá-las na compreensão que elas próprias colocam; mas, é
verdade, que a Razão se coloca como fim da reunião delas em um
todo. De qualquer forma, parece-me aqui ao contrário, ou seja, que
as concepções que criticam a Razão (e portanto criticam sua
252 | Enciclopédia das Ciências Filosóficas: 200 anos
benevolência para com as demais filosofias e sua capacidade de
reconciliação delas) parecem se colocar em um ponto de vista
privilegiado em detrimento dos outros, em uma espécie de atitude
autoritária, sem se colocar em relatividade com as outras visões,
inclusive com as que admitem a existência da Razão.
Conhecendo a Razão
No sentido aqui adotado, a própria da Razão pode ser
compreendida para nós como o próprio raciocinar que a busca e
que nessa busca segue suas razões.
Hegel usa aqui o conceito de silogismo para descrever esse
processo. Como diz Hegel (1995, v. 1, §181, p. 315): O silogismo é o
racional e todo o racional.
Aqui, esse raciocinar esse caminhar pode ser designado
como silogismo pois é um movimento que segue e tem razões.
Mais ainda, pode-se compreender esse movimento como um
movimento na Totalidade, no sistema dos seus momentos, que a
expõe. Esses próprios movimentos se mostram no tempo, mas o
próprio silogismo não dependente do tempo, no sentido de que
não muda com o tempo, mas o próprio tempo está nele.
A própria Filosofia pode ser compreendida como a atividade
de auto-exposição da Razão e de compreensão da vida e de nós
próprios.
Em especial, na exposição enciclopédica e filosófica da
Filosofia, na Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio, o
movimento lógico de auto-exposição da Filosofia começa com a
consideração pensante dos objetos (HEGEL, 1995, v. 1, § 2, p. 40),
progride para as categorias que permitem pensar seu ser na
Doutrina do Ser (HEGEL, 1995, v. 1, p. 171-219), vai ao
aprofundamento de uma essência que lhe esclarece esse ser na
Doutrina da Essência (HEGEL, 1995, v. 1, p. 221-289), e, por fim,
na Doutrina do Conceito (HEGEL, 1995, v. 1, p. 291-371), chega à
atividade de auto-exposição enquanto compreensão e
Ricardo Pereira Tassinari | 253
autocompreensão noésis noéseos que leva a identificação do que se
conhece com a sua determinação imediata que é.
O Espírito Absoluto
Por fim, a noção de noésis noéseos, atividade cognoscente
em si e para si própria, na qual conhecimento e conhecido são o
mesmo, pode levar a uma concepção de Razão, na qual a Razão é a
Totalidade consciente de si própria, sabe-se a si própria; e nós,
autoconsciências no interior dela, nos auto-expomos ela, em um
movimento no interior dela, seguindo suas razões ou ainda sua
Razão.
Pode-se chamar de Espirito à Razão assim compreendida.
A realização máxima de sua compreensão é a Razão como
Espírito Absoluto. (HEGEL, 1995, v. 3, § 384z, p. 26, § 385, p. 29, §
439, p.209, § 577, p. 364).
Os argumentos e teses apresentados anteriormente que
expõe o conceito de Razão não implicam (necessariamente) que a
Razão deva ser considerada como Espírito Absoluto, mas também
não o negam.
Nesse sentido, a Ideia do Espírito Absoluto é a mais completa
e supera (aufheben) todas as demais compreensões do mundo, da
vida, de nós próprios e da totalidade, na medida em que todas
estão contidas nela e ela as explica e compreende. Ela eleva ao
máximo a Razão como A Verdade existente (seiende) em si e para
si (HEGEL, 1995, v. 3, § 438, p. 209).
Nesse sentido, a progressão na exposição enciclopédica da
Filosofia, na Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio, é
a progressão da exposição e do conhecimento do Espírito Absoluto
(ou ainda de Deus, como Hegel, 1995, v. 1, p. 39, anuncia no §1,
para usar um termo pelo qual em geral tal objeto é representado
mas não compreendido conceitualmente). Tal exposição se mostra
como um caminho (filosófico) de compreensão de nossos espíritos
no interior do Espírito Absoluto. E leva a conhecer a esse próprio
254 | Enciclopédia das Ciências Filosóficas: 200 anos
Espírito Absoluto, como o mais belo e atraente e como o melhor,
como o próprio motor imóvel, ao qual Hegel (1995, v. 3, p. 365)
referencia utilizando uma citação de Aristóteles que trata desse
movimentos, depois do último parágrafo da Enciclopédia que
expõe a Ideia da Filosofia e o Espírito Absoluto.
É um movimento interior, pois, é tanto interior ao Espírito
Absoluto, em que tudo está contido, quanto interior a nós próprios,
enquanto, em cada um de nossos eus, o Espírito Absoluto é a
Verdade desse eu, cuja a expansão do conhecimento de si leva
justamente ao Espírito Absoluto que se mostra em nós.
No interior do Espírito Absoluto, tudo está em movimento,
inclusive o nosso reconhecimento do Todo que ele é.
Tal reconhecimento não é o conhecimento específico de
tudo, mas o reconhecimento de tudo no Todo, cujo conhecimento
específico para nós vai sempre se expandindo.
Mas, uma vez que se chega a esse conceito do Todo como
Espírito Absoluto, nele se mantém, embora os elementos mais
específicos que o constituem continuem em sua eterna exposição
para nós.
Cabe notar, que tal esfera do Espírito Absoluto permite
justificar e explicar a ética, as artes, as religiões e a Filosofia.
Certamente essas atividades fazem parte do mundo humano,
dos comportamentos humanos, e, nesse sentido, devem ser
explicadas.
Arte, Religião e Filosofia: a Auto-Exposição do Espírito
Absoluto Enciclopédico
Em especial, são formas de auto-exposição do Espirito
Absoluto, a arte (exposição sensível dele), a religião (exposição dele
na representação) e a Filosofia (exposição conceitual e adequada
dele).
A arte se mostra como a exposição sensível de momentos do
conteúdo do Espírito Absoluto, de tudo o que pode ser vivido pela
Ricardo Pereira Tassinari | 255
consciência humana, inclusive de forma ética e religiosa, que é
representado em uma obra de arte sensível cuja significação
ultrapassa sua realidade meramente material e é elevada a sua
relação com as demais partes do Espírito Absoluto, no interior da
História e da Cultura.
A religião se dá pelas diversas formas de apreensão (ainda
imperfeitas) desse Espírito Absoluto na representação (imperfeitas
sobretudo pois a representação não é uma forma adequada de
apresentar-lhe).
No entanto, a religião é um momento essencial da exposição
do Espírito Absoluto, pois, como diz Hegel (1969, p. 28, 1983, p.
63): A filosofia só se explicita enquanto explicita a religião, e ao se
explicitar, explicita a religião .
Em especial, a compreensão do Espírito Absoluto como
sucintamente aqui exposta possibilita compreender o conceito de
religião revelada, na qual o Espírito Absoluto se determina apenas
a partir de si próprio e por meio do que lhe é próprio.
Como se viu, a Razão que se sabe se mostra como o próprio
Espírito Absoluto.
E também como nos diz Hegel (1995, v. 1, § 19z2, 68): Só o
espírito pode reconhecer o espírito.
Mas, mais ainda, a partir do que se viu até aqui, pode-se
parafrasear o que Hegel (1995, v. 3, § 564a, p. 347) diz citando
Göschel que: o Espírito Absoluto é somente Espírito Absoluto
enquanto ele sabe a si próprio; e seu saber-se é além disso sua
autoconsciência no homem e o saber do homem sobre o Espírito
Absoluto: saber que avaņa para o saber-se do homem no Espírito
Absoluto.
Nesse conceito de Espírito, o Espírito revela-se a si próprio,
pois ele é a própria expressão daquilo que ele é: a compreensão
disso que ele é.
Por fim, a Filosofia é, como se viu, sua compreensão
adequada, enquanto compreensão conceitual e racional do Espírito
Absoluto.
256 | Enciclopédia das Ciências Filosóficas: 200 anos
Um grande homem condena os humanos a explicá-lo , diz
Hegel (1994, p. 7, 1995, v. 1, p. 375), como salienta Bernard
Bourgeois. A filosofia de Hegel certamente faz parte da Razão como
aqui definida e se manifesta no Sistema das Autoconsciências, na
medida em que influenciam o comportamento humano (como por
exemplo o que escreveu este texto). Como, pois, compreender o
mundo, a vida, nós próprios e a Totalidade senão com os conceitos
aqui exposto? Que você leitor com sua filosofia decida !
Enfim, pode-se falar aqui de Espírito Enciclopédico , na
medida em que o Espírito Absoluto contém todos os saberes e os
caminhos (paideia) que levam a si próprio como Saber Supremo e
Absoluto, que conserva ainda em si todos os saberes, os
coordenando em um todo (enkyklios).
Referências
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(Werke in 20 Bänden). Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1969.
______. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio (1830).
Volume I: A Ciência da Lógica. Volume II: Filosofia da Natureza. Volume
III: A Filosofia do Espírito. Tradução de Paulo Meneses com a
colaboração de José Machado. Petrópolis: São Paulo: Loyola, 1995.
______. Encyclopédie des Sciences Philosophiques I. La Science de la
Logique. Texto integral apresentado, traduzido e comentado por Bernard
Bourgeois. Paris: J. Vrin, 1994.
______. Vorlesungen. Ausgewählte Nachschriften und Manuskripte – Band
3 / Vorlesungen über die Philosophie der Religion: Teil 1. Der Begriff
der Religion. Hamburg: Felix Meiner, 1983.
______. Ciência da Lógica: 1. A Doutrina do Ser. Tradução brasileira de
Christian G. Iber, Marloren L. Miranda e Federico Orsini, sob a
coordenação de Agemir Bavaresco, com a colaboração de Michela
Bordignon, Tomás Farcic Menk, Danilo Costa e Karl-Heinz Efken.
Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São
Francisco, 2016.
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______. Como é Possível a Filosofia? Uma Análise a partir do Modelo do Sistema
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Colóquio Internacional de Epistemologia e Psicologia Genéticas:
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Editora,
2016.
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1-20.
Disponível
em:
https://unesp.academia.edu/RicardoPereiraTassinari. Acesso em: 30
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