Revista Paisagens Híbridas Vol. 1 No 2
Revista Paisagens Híbridas Vol. 1 No 2
Revista Paisagens Híbridas Vol. 1 No 2
2 | 1
PAISAGENS HÍBRIDAS
Revista do Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas
Escola de Belas Artes | Universidade Federal do Rio de Janeiro - EBA/UFRJ
Av. Horácio Macedo, 2151 - Faculdade de Letras - Térreo, Bloco D - Espaço EBA
Cidade Universitária | Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - CEP. 21941-917
ISSN - 2595-9638
ISSN 2595-9638
SUMÁRIO
4 Editorial
Pedro Mergulhão e Rubens de Andrade
EDITORIAL
VOL. 1 - NO. 2 | 7
Boa leitura!
Pedro Mergulhão
Editor Convidado
Rubens de Andrade
Editor
Dezembro | 2018.
VOL. 1 - NO. 2 | 11
12 | VOL. I - NO. 2
jones@ufpa.br
RESUMO ABSTRACT
Diante disto, fica a questão: até que ponto uma vivência comunitária
nas margens das cidades ribeirinhas mobiliza as expressões da arte
popular atualmente? Ora, foram as artes de fazer que permitiram os
modos de vida ribeirinho. Exemplos relevantes desse processo são as
comunidades católicas que organizam seus principais rituais (missas,
festas, ladainhas, autos, oratórios) em torno do culto aos santos,
numa linguagem que deu acesso as técnicas instrumentais, usos das
linguagens orais, do canto, produção de adereços, compondo com
outras estéticas um mundo rural singularizado; em Abaetetuba o
foifoi8, a simbolada9, os pássaros juninos10 e os brinquedos de Miriti (Il.
4 e 5) , formaram uma conjugação de cores, ritmos, movimentos, sons e
performances teatrais. Algumas destas artes de fazer ainda sobrevivem
em meio a uma natureza e tradições que agonizam no “progresso” que
vai aos poucos soterrando a cultura popular. A cerâmica marajoara e
suas expressões na feira de Icoaraci, o uso do talento da pintura nas
cuias de Santarém, são exemplos da Cultura Paraense mais próximos
de nós. Vale a penas ainda destacar a Marujada de Bragança, o Boi
de São Caetano de Odivelas e o Carnaval das águas de Cametá como
estéticas híbridas.
Il. 4 e 5: Brinquedos
tradicionais de Miriti.
Fonte: Valdeli Costa, 2017.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olhar uma cidade pela dimensão estética-cultural, a partir do símbolo
da comunidade foi nosso desafio neste artigo, para isso, percorremos
o caminho das artes de fazer dos rios às ruas da cidade, observamos
os eventos de arte que expressam uma sensibilidade ciclicamente
organizada. Neles reconhecemos uma Abaetetuba submersa a
influenciar o trabalho criativo de artesões, dançarinos, músicos,
atores, coreógrafos, espectadores pelo imaginário; fenômeno que
chamamos de Comunidade da Arte. Portanto, o complexo simbólico
das paisagens amazônicas são expressos nas imagens específicas das
quais tentamos detalhar as experiências compartilhadas nas margens.
Por isso, a Cidade da Arte constitui relações mediadas por interesses
estéticos diversos e concordantes. Justificamos isso em cada um dos
eventos: Autos, Quadra Junina, Semana de Arte e Folclore e o Festival
do Miriti.
REFERÊNCIAS
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32 | VOL. I - NO. 2
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GADAMER. Hans. Hermenêutica da obra de arte. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
GOMES, Jones. Cidade da Arte: uma poética da resistência nas Margens de Abaetetuba.
Tese (Doutorado). PPGCS. IFCH/UFPA. Belém, 2013.
RODRIGUES, Neuza. Auto da padroeira (A procissão das artes) In: Olhos da padroeira,
V. II. Abaetetuba, CD.
NOTAS
1
BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. São Paulo,
Brasiliense, 1989.
2
JURANDIR, Dalcídio. Chove nos Campos de Cachoeira. Belém: UFPA, 2008.
3
Pacoca: Ilha encantada localizada no rio Maratauíra suposto lugar de morada da
cobra-grande e da cidade submersa- em Nheengatu significa rio de correntezas.
4
Ver GOMES, J. Cidade da arte: Uma poética da resistência nas Margens de Abaetetuba.
Tese de Doutorado, PPGSA/UFPA. Belém, 2013
5
Ato de refletir em meio ao movimento do rio/cidade, em meio ao estado de choque
da cidade, o aspecto reflexivo da arte
6
RODRIGUES, Neuza. Auto da Padroeira (Procissão das Artes) In: Olhos da Padroeira
.V. II. Abaetetuba, CD.
VOL. 1 - NO. 2 | 33
7
Ver JORNAL O liberal. O colorido de Abaetetuba pode ganhar o mundo. Belém, 03
de fevereiro de 2010.
8
Casamento dos ribeirinhos que dirigiam-se a cidade de reboque e o retorno as suas
casas nas ilhas era marcado por cantos e versos dirigidos aos noivos, onde ocorreria
uma grande festa.
9
Dança atribuídas aos negros remanescente dos Quilombos do rio Itacuruçá-
Abaetetuba-PA
10
Teatro popular das comunidades rurais tradicionais das cidades ribeirinhas
11
São artesãos ou vendedores que carregam uma cruz de miriti no círio de Nazaré
Belém-PA, com finalidades devocionais e econômicas, cumprem uma tradição que
virou símbolo estético do círio.
12
Carimbo ritmo musical de origem indígena muito popular entre ribeirinhos que
também o utilizam como dança.
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ARQUITETURA ECOLÓGICA:
MODELOS PAISAGÍSTICOS,
REQUALIFICAÇÃO E
REFUNCIONALIZAÇÃO DE ESPAÇOS
PÚBLICOS VERDES URBANOS.1
RESUMO ABSTRACT
Park serviu de modelo para outros grandes parques urbanos nos EUA,
como: Lincoln Park, em Chicago, com 490 hectares, Golden Gate Park,
em São Francisco, com 1.013 hectares e o Parque Boston Common,
em Boston (SCALISE, 2002).
Terra (2004) considera que no Brasil a criação das áreas verdes surge
no final do século XVIII, no Rio de Janeiro e no início do século XIX,
em diversas cidades, aliadas ao discurso higienista com ideal de
salubridade e a preocupação com a paisagem e a arborização que
passa a fazer parte de algumas cidades brasileiras.
Neste cenário, ao longo dos séculos XIX e XX, a evolução da linha dos
projetos paisagísticos dos parques urbanos brasileiros passou por
grandes transformações. Neste período são identificadas três linhas
projetuais: a eclética, a moderna e a contemporânea (idem, ibidem).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas últimas décadas, os novos papéis desempenhados pelos espaços
verdes possuem duas vertentes de ações que geram mudanças no
tratamento da gestão dos parques urbanos brasileiros. A primeira
vertente utiliza o parque urbano como estratégia de conservação dos
recursos naturais, em especial a partir da década de 1980, quando a
questão ambiental passa a ser institucionalizada através da Política
Nacional de Meio Ambiente (PNMA).
REFERÊNCIAS
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Landscape and Urban Planning. v. 83, n.4, p. 308-317, 2007.
NOTAS
1
“O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de
Financiamento 001”.
A FORMAÇÃO DA IMAGEM E DA
PAISAGEM URBANA DO MUNICÍPIO
DE TOMÉ-AÇU
FELIPE COSTA DE ALMEIDA
DAVI JOSÉ DA ROSA SANTOS
JOSÉ JÚLIO FERREIRA LIMA
d4virsantos@gmail.com
felipealmeidx@gmail.com
jjlimaufoa@gmail.com
RESUMO ABSTRACT
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O início da formação do Brasil que é conhecido hoje foi dado por
um processo de migração. A migração de pessoas trouxe, além de
seres humanos, mercadorias, costumes e ideologias – um conjunto
de modos de viver que se somaram aos habitantes locais que, com o
andar dos séculos, montou o Brasil onde hoje vivemos. A peculiaridade
de Tomé-Açu foi a vinda arquitetada de japoneses que imprimiram
parte de suas identidades em solos amazônicos. A jornada social
e econômica vivida pelos imigrantes os fez, a cada dia, transformar
e adaptar o território de tal forma que suas necessidades fossem
cumpridas, seja plantando culturas, delimitando vias ou construindo
suas casas.
VOL. 1 - NO. 2 | 71
REFERÊNCIAS
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paisagens cênicas do trajeto entre o distrito de Taquaruçú e Palmas/TO. Palmas,
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Belém: EDUFPA, 2006.
LIMA, José Júlio. Study on the imageability of Japanese cities. 1991. Dissertação
(Mestrado em Arquitetura). Universidade Fukui, Cidade de Fukui, 1989-1991.
loboso@museu-goeldi.br
RESUMO ABSTRACT
METODOLOGIA E RESULTADOS
A metodologia aplicada in situ, nesta investigação, constituiu-se
de: contagem de veículos leves e pesados nas vias adjacentes aos
parques; realização de soundwalks nos parques (NILSSON et al., 2012;
LIU et al., 2014); medições/gravações sonoras no interior e entorno
dos parques (BOUBEZARI & BENTO COELHO, 2004abcd, 2005abc;
ISO, 1987, 2003, 2007) e aplicação de inquéritos aos utilizadores dos
parques (AXELSSON & NILSSON, 2010; GENUIT, 2013; MAFFEI et al.,
2014). As gravações sonoras foram utilizadas para determinação de
limites de audibilidade e percepção de agradabilidade, em atividades
em laboratório (ZHANG & KANG, 2007; AXELSSON, NILSSON &
BERGLUND, 2010).
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A audição dos trechos de 30’ foi realizada com fones de ouvido estéreo
(Beyerdinamic, modelo DT770) conectados a um microcomputador
estéreo e uma placa de som (Rme Babyface Pro). O sistema de
reprodução foi calibrado, utilizando uma cabeça artificial para
assegurar que os níveis de pressão sonora, apresentados aos ouvintes,
eram os mais próximos possíveis dos encontrados no local de gravação.
DISCUSSÃO
O contexto como elemento da paisagem sonora dos parques
Il. 3a: Mapas de audibilidade das principais fontes sonoras dos parques em
Belém
Fonte: Imagens produzidas pelo autor.
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Il. 3b: Mapas de audibilidade das principais fontes sonoras dos parques em
Lisboa.
Fonte: Imagens produzidas pelo autor.
VOL. 1 - NO. 2 | 85
No Verão, tudo se torna mais animado. Com menos chuva nos trópicos
e a ausência de temperaturas frias em regiões temperadas, as pessoas
saem com mais frequência às ruas e os parques, trazendo consigo os
seus hábitos e sons típicos.
TABELA 1A
Síntese das respostas sobre a percepção de alteração de qualidade sonora
nos parques de Belém.
PARQUES DE BELÉM
BRA
DENTRO FORA
PZB
PBC
TABELA 1B
Síntese das respostas sobre a percepção de alteração de qualidade sonora
nos parques de Lisboa.
PARQUES DE LISBOA
JES
DENTRO FORA
JFG
PBC
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parques urbanos são locais de valorização e estímulo dos sentidos,
de manutenção da saúde do corpo e da mente, e, de qualidade de
vida. Quanto mais sentidos forem estimulados no ambiente, mais
agradável será avaliado e maior a sua capacidade de abstrair os seus
utilizadores do ambiente urbano exterior, dominado pelo ruído do
tráfego, de obras, de máquinas e equipamentos.
REFERÊNCIAS
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Soundscape Research, Proceedings of the Internoise. Portugal, 2010.
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98 | VOL. I - NO. 2
claudia.nascimento@ufrr.br
cibelecampos.a@hotmail.com
RESUMO ABSTRACT
Visões de um Parque
Intervenções posteriores
Il. 4: Intervenções dos períodos Ottomar de Souza Pinto: Praça Interativa, Ginásio
Vicente Feola, Forródromo e Parque Aquático.
Fonte: Laboratório de Práticas de Projeto e Pesquisa da UFRR.
112 | VOL. I - NO. 2
Temos que, do projeto original, de Otacílio Teixeira Lima Neto, das duas
escolas previstas, apenas o edifício da Escola Estadual de Música de
Roraima (EMUR) está ativo ; a Companhia Independente Policiamento
Ambiental e Grupamento Independente de Intervenção Rápida
Ostensiva (GIRO), estão locados na estrutura de um dos edifícios
previstos para abrigar o conjunto de bares; o centro cultural/museu
está desativado; o anfiteatro sofreu alterações estruturais e abriga a
Galeria de Artes Luiz Canará; todas as demais estruturas – estação do
bondinho, dois conjuntos de bares, restaurantes, ancoradouro – a
exceção do pórtico de entrada, já não existem mais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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1980. 23 p. Trabalho não publicado.
LIMA NETO, Otacílio Teixeira. Anauá: área verde, lazer e cultura para a capital de
Roraima. In: Revista Projeto 120, 1989.
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ttps://www.flogao.com.br/kontreracss/139777676. Acesso em dez.2018.
NASCIMENTO, Claudia H. C.; NUNES, Gustavo N.; OLIVEIRA, Kelly C. R. de; PEREIRA,
Yanne, C. C.; TRIANI, Angélica P.; SILVA, Ohana P. da. Ginásio Poliesportivo Vicente Ítalo
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2018, Belém. Anais... Belém: UFPA, 2018.
NASCIMENTO, Claudia H. C.; PAZ, Cibele C. A.; SANDER, Rafaela C.; ALMEIDA, Suelen
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III Seminário de Arquitetura Moderna da Amazônia. Belém. Anais... Belém: UFPA,
2018.
PONCE DE LEON, Delberg; NEVES, Nelson Serra ; LIMA NETO, Otacílio (Orgs). Panorama
da Arquitetura Cearense V. 1 e 2 (série Cadernos Brasileiros de Arquitetura nº 9 e 10).
São Paulo: Projeto Editores Associados Ltda., 1982
116 | VOL. I - NO. 2
QUADROS, Lennon Uriel Brito. Os lugares no/do parque: uma proposta placemaking
para o Parque Anauá. Boa Vista: Universidade Federal de Roraima, 2016. (monografia
de graduação em Arquitetura e Urbanismo).
NOTAS
1
Segundo informações do arquiteto José Freire (DPJ-Belém) e da arquiteta
Perpétua Barbosa (arquiteta aposentada da Secretaria de Estado de
Infraestrutura de Roraima).
2
Observamos que o mesmo modelo de ladrilho hidráulico utilizado como um
elemento característico dos projetos de Otacílio Teixeira Lima Neto, visto que
o mesmo padrão gráfico proposto para o calçadão externo do Parque Anauá
foi produzido para ser utilizado no projeto do mesmo arquiteto para a Beira-
Mar de Fortaleza, um de seus projetos mais importantes (NASCIMENTO et all.,
2018b). Registramos esse ponto por considerar que, diante da condição da
construção civil na capital roraimense à época ser precária e o recurso em
termos de materiais de construção ser, até hoje, em alguns aspectos, de difícil
acesso, essa escolha reflete certa posição conservadora do arquiteto em
relação às suas propostas.
3
Sobre esse equipamento, especialmente, a descontinuidade de ações e a falta
de envolvimento dos setores públicos têm levado à perda incalculável, visto
ser esse a única instituição museal do Estado de Roraima. Portanto, embora
tenha sido iniciado processo para sua recuperação, tanto o edifício quanto o
acervo tem sofrido gravemente.
4
Ottomar de Souza Pinto, brigadeiro da Aeronáutica, foi gestor de Roraima em
três ocasiões: uma no período do Território Federal (de 2 de abril de 1979 a 7
de abril de 1983) e duas como governador eleito, de 1 de janeiro de 1991 a 1
de janeiro de 1995 e de 10 de novembro de 2004 a 11 de dezembro de 2007.
5
O papel dos arquitetos pioneiros em Roraima, que vão ocupar funções técnicas
e de gestão em órgãos públicos, será fundamental na construção da expressão
arquitetônica em Boa Vista e, em especial, nas intervenções do chamado
Período Ottomar.
6
A Lei Estadual nº 634, de 11 de janeiro de 2008 altera o nome do ginásio,
passando a se chamar Ginásio de Esportes Governador Ottomar de Souza Pinto,
mantendo a primeira denominação como nome de fantasia. Totozão passa a
ser um apelido, em referência ao homenageado, Ottomar (NASCIMENTO et
all ., 2018a).
VOL. 1 - NO. 2 | 117
7
Não nos aprofundaremos nesse tema, mas tem sido trabalhado em outras
pesquisas dentro da equipe dos Laboratórios de Práticas de Projeto e Pesquisa
e de História da Arquitetura e Urbanismo, a partir da representação do poder
através da Arquitetura e Urbanismo roraimenses.
8
Parques Aquáticos Públicos foram instalados nos bairros Caçari, Caranã, Asa
Branca e Jardim Primavera, além do Parque Anauá e no município de São Luiz,
no sul do estado (NASCIMENTO et all., 2018b).
9
A outra edificação, prevista no projeto para abrigar uma escola de educação
especial, sofreu sinistro de incêndio em 2014, e encontra-se abandonada.
10
Órgãos ligados ao Instituto de Amparo a Ciência, Tecnologia e Inovação do
Estado de Roraima (IACTI).
11
“Diante da situação de abandono do Parque, a organização comunitária ‘Amigos
do Parque Anauá’, desde 2014, promove eventos e ações (...), o coletivo realizou
eventos independentes do poder público, como um ‘mutirão’ para limpeza do
lago do Parque e o ‘I Sarau Amigos do Parque’, apresentando novas formas de
apropriação e manutenção do espaço” (QUADROS, 2016, p.62).
118 | VOL. I - NO. 2
PERFORMANCES ENDÊMICAS NO
MERCADO DO VER-O-PESO,
BELÉM DO PARÁ
RESUMO ABSTRACT
Este artigo objetiva identificar as relações This article aims to perceive the social
sociais no Mercado do Ver-o-Peso, relations in the Ver-o-Peso Market, in Belém
em Belém do Pará, por meio de uma do Pará, through an exploratory
pesquisa exploratória evidenciando sua research evidencing its situational
perspectiva situacional, que faz desse perspective, that makes of this public
espaço público um mercado de bens space a market of symbolic goods.
simbólicos. Os dados para este artigo The data for this article were obtained
foram obtidos por meio da pesquisa- through action research.
ação. Baseando-se na metáfora teatral Based on Goffman’s theatrical metaphor
de Goffman (2010), constatou-se que (2010), it was found
espaços públicos como o Mercado do that public spaces such as the
Ver-o-Peso não são pautados por uma Ver-o-Peso Market are not
lógica puramente econômica a partir based on a purely economic
de um centro irradiador de objetivos logic from a radiating center of
racionalmente definidos. Ao contrário, o rationally defined objectives. On the
espaço público neste artigo é entendido contrary, the public space in this
como um teatro de arena, onde article is understood as a
todos os atores sociais desenvolvem theater of arena, where all the
suas performances em um contexto social actors develop their performances
relacional, que coloca a situação em in a relational context, that puts the
evidência. situation in evidence.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseando-se na metáfora teatral de Goffman (2010), constatou-se que
espaços públicos como o Mercado do Ver-o-Peso não são pautados
por uma lógica puramente econômica a partir de um centro irradiador
de objetivos racionalmente definidos. Ao contrario o espaço público
aqui é entendido como um teatro de arena, onde todos os atores
sociais (pedestres, feirantes, agentes públicos, clientes, turistas,
ambulantes, artistas, prostitutas, moradores de rua, etc) desenvolvem
suas performances em um contexto relacional, que coloca a situação
em evidência. Essa situação, bem entendida, é marcada pelo encontro
do ator com outro em uma interação face a face que pode gerar
constrangimentos ou não. Assim, percebeu-se que a co-presença
deixa as pessoas mais acessíveis, disponíveis e sujeitas umas às outras
sendo, portanto, uma forma de gerar sociabilidades.
REFERÊNCIAS
CARDOSO, S. L. C.; FIGUEIREDO, S. L. Jardins Botânicos e a Relação com a Cidade:
Gestão e turismo no Jardim Botânico de Curitiba, Curitiba, Paraná, Brasil. In : II SIALAT
- Seminário Internacional América Latina: Políticas e conflitos contemporâneos,
Belém. Anais. Belém, Universidade Federal do Pará/NAEA, 2017.
NOTAS
1
O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de
Financiamento 001.
2
É a ação prática do ser humano que em relação dialética com a teoria é por ele
iluminada e a ilumina, ou ainda, a teoria não reduz a prática, mas a complementa
e também a faz avançar, realizando-se sempre através da ação humana, é,
portanto, a [...] atividade material do homem que transforma o mundo natural
e social para fazer dele um mundo humano [...] atividade humana que produz
objetos, sem que por outro lado essa atividade seja concebida com o caráter
estritamente utilitário (VASQUEZ, 1968, p.3).
3
Suco e salgado por um preço acessível.
4
Estilo musical bastante tocado nas festas de aparelhagens no estado do Pará.
5
Fruto negro, de sabor exótico, que é servido em forma de suco consistente,
acompanhado de farinha d’água ou farinha de tapioca – os caroços de açaí são
triturados em máquina própria. O fruto faz parte da gastronomia paraense e é
bastante consumido pela população.
VOL. 1 - NO. 2 | 135
6
O ritual é um ato formal e convencional através do qual o indivíduo manifesta
seu respeito e sua consideração por um objeto de valor absoluto ou por sua
representação (JOSEPH, 2000, p. 28).
7
Molho feito do suco da mandioca e uma pitada de sal, alho e pimenta de
cheiro. Utilizado para compor as comidas típicas da gastronomia paraense: o
tacacá e o pato-no-tucupi.
8
A gestão do mercado do Ver-o-Peso é de responsabilidade da Prefeitura
Municipal de Belém (PMB), através da Secretaria Municipal de Economia
(SECON) e do Departamento de Feiras e Mercados (DFM). Contudo, há um mix
de órgãos municipais desenvolvendo atividades no local, como por exemplo,
a Guarda Municipal de Belém (GMB), os Agentes de Fiscalização da SESAN,
Vigilância Sanitária (SESMA), Secretaria de Meio Ambiente (SEMMA), dentre
outros.
136 | VOL. I - NO. 2
claudia.nascimento@ufrr.br
judson.wojtila@ufrr.br.
RESUMO ABSTRACT
OS CAMINHANTES E A
TRANSFORMAÇÃO DA
PAISAGEM
No momento em que o homem deixou
a vida nômade para se tornar sedentário,
uma transformação no olhar, relacionada
ao meio que o cercava, se fez perceptível.
Com esse novo modo de vida outras coisas
também se modificaram, dentre elas, a
própria paisagem.
Em 1943 foi criado o Território Federal do Rio Branco, tendo Boa Vista
como sede administrativa, possivelmente como forma de gerenciar
o fluxo econômico advindo da pecuária e garimpo de diamantes
descoberto à época na Serra do Tepequém6.
Il. 3: Vegetação
Fonte: Vegetação (SIPAM/IBGE, 2004), limite do Lavrado
(Barbosa & Campos, 2011).
SUA PRESERVAÇÃO
RESTRIÇÕES
Il. 4: Loteamento
na zona
oeste de Boa
Vista,2006/2011.
Foto: Tiago
Orihuela, 2006; J.
Pavani 2011.
VOL. 1 - NO. 2 | 149
POTENCIALIDADES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento, seja de forma científica ou empírica, é uma
necessidade humana para sua própria sobrevivência e ainda possibilita
a modificação da sociedade e do meio que se habita.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Ciro (org). Diversidade Socioambiental de Roraima. Subsídios para debater
o futuro sustentável da região. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2011.
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bn.br/acervo_digital/anais/anais_095_1975-1976_01.pdf. Acesso em: mai. 2014.
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< http://www.oeco.org.br/> Acesso: 10.ago.2014.
JUCÁ, Joelly Kalyne Bessa. Habitação de Interesse Social em Boa Vista/RR: legislações
ambientais e contradições. Boa Vista: Universidade Federal de Roraima, 2014
(monografia de conclusão de curso de bacharelado em Arquitetura e Urbanismo).
LINS, Judson W. de Rolim. Unidade de Estudos Avançados para o Lavrado. Boa Vista:
Universidade Federal de Roraima, 2015 (monografia de conclusão de curso de
bacharelado em Arquitetura e Urbanismo).
SILVA, Manoela Ferreira Fernandes da; SILVA, João Batista Fernandes da. Orquídeas
nativas da Amazônia brasileira . Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi / Universidade
Federal Rural da Amazônia, 2011.
NOTAS
1
São imagens geometrizadas e representações simbólicas, geralmente
associadas, que registram fatos e mitos e eram gravadas nas rochas das paredes
internas e externas de cavernas por populações neolíticas ou calcolíticas. São
encontrados em todo o mundo.
2
A palavra RORAIMA vem de Roro-imã que significa grande verde azulado na
língua indígena Pemon (Taurepang). Outro sentido atribuído à palavra é Serra
do Caju. Mas o nome do estado de Roraima, segundo os historiadores, é uma
referência ao Monte Roraima, uma formação da era pré-cambriana, a 2.875
metros de altitude.
3
Em 1639 Pedro Teixeira chegou à foz do grande Rio que foi batizado rio Branco
devido ao contraste da água no seu encontro com o rio Negro. Para os nativos
que o acompanhavam o rio se chamava Queçoene. Durante a cheia, quando
está carregado de sedimentos arrastados pela chuva, a água fica ‘branca’,
semelhante a do rio Solimões (DIVERSIDADE SOCIOAMBIENTAL DE RORAIMA,
2ª Edição, 2008, p. 17).
VOL. 1 - NO. 2 | 155
4
Em 1787 Manoel Lobo D’Almada, o então governador do Estado do Amazonas,
introduziu as primeiras cabeças de gado na Região do Rio Branco e em
consequência disso foram criadas as Fazendas Reais que posteriormente
receberam o nome de Fazendas Nacionais. O objetivo da instalação das
mesmas era, através da ocupação efetiva pela pata do boi, assegurar a posse
lusa nestas áreas periféricas da bacia do rio Amazonas (BARROS, 1995, p. 47).
5
Entre os anos de 1775 e 1776 foi iniciada a construção do Forte São Joaquim, à
margem direita do rio Tacutu, no ponto de encontro com o Uraricoera, formando
o rio Branco, posição estratégica, pois barraria a passagem de espanhóis e
holandeses para o Branco, impedindo qualquer tentativa de incursões estrangeiras
no rio Negro. (DIVERSIDADE SOCIOAMBIENTAL DE RORAIMA, , 2008, p. 12).
6
Serra localizada no município de Amajari há 210 km da Capital Boa Vista, reconhecido
pelo seu potencial turístico além de possuir riquezas minerais como ouro e
diamantes. Disponível:<http://revista.ufrr.br/> Acesso: 10.ago.2014.
7
LEI COMPLEMENTAR Nº 153 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009. Acrescenta e modifica
dispositivos da Lei Complementar nº 007, de 26 de agosto de 1994, que Institui
o Código de Proteção ao Meio Ambiente para a Administração da Qualidade
Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e uso
adequado dos Recursos Naturais do Estado de Roraima, para declarar de interesse
social e de utilidade pública as atividades que especifica, e dá outras providências.
Disponível: < http://www.tjrr.jus.br /> Acesso: 10.abr.2015.
8
Entendemos por agronegócio, a totalidade das operações de produção e distribuição
de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do
armazenamento, do processamento e da distribuição. Conceito de Agronegócio.
Disponível:< http://www.gestaonocampo.com.br/> Acesso: 10.ago.2014.
9
De acordo com estudos realizados pelo Departamento Nacional de Extração Mineral
– DNPM, 2002. Disponível: < http://www.dnpm.gov.br/> Acesso em: 10.mai.2015.
10
O Projeto Radam Brasil, que operou entre 1970 e 1985, foi dedicado à
cobertura de diversas regiões do território brasileiro (em especial a Amazônia)
por imagens aéreas de radar, captadas por avião. O uso do radar permitiu
colher imagens da superfície, sob a densa cobertura de nuvens e florestas.
Com base na interpretação dessas imagens, foi realizado um amplo estudo
integrado do meio físico e biótico das regiões abrangidas pelo projeto, que
inclui textos analíticos e mapas temáticos sobre geologia, geomorfologia,
pedologia, vegetação, uso potencial da terra e capacidade de uso dos recursos
naturais renováveis, que até hoje é utilizado como referência nas propostas
de zoneamento ecológico da Amazônia brasileira. Disponível: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/Projeto_Radambrasil/> Acesso: 10.mai.2015.
156 | VOL. I - NO. 2
RESUMO ABSTRACT
Kevin Lynch ainda conclui que: nossa percepção da cidade não é integra,
mas sim bastante parcial, fragmentária, envolvida noutras referências
(LYNCH, 1960, p. 12). Logo, uma cidade pode evocar diferentes tipos
de imagem. No entanto, quando um componente dessa realidade é
percebido em diversas imagens construídas pelos habitantes, adquire o
que o autor define como “imagens públicas”, resultado de uma cultura
comum.
A CIDADE DE AFUÁ
Cada cidade possui características únicas, exclusivas de sua cultura,
formação geográfica, definidas pelo modo de vivência e pelas
interpretações de seu povo, refletindo sua paisagem e organização
urbana.
A cidade de Afuá é uma delas. Com uma malha urbana se estende por
cerca de 8.373 km2. Está localizada entrada do estuário amazônico,
na parte meridional da ilha do Marajó, Estado do Pará, no rio Afuá,
à direita, margeada pelo rio Cajú-Una, e, à esquerda, pelo rio
Marajozinho, as cheias das marés conferem a cidade paisagem e
dinâmica socioespacial particulares. (Il. 1)
urbanos não são conectados por vias de pedestres e sim pelos próprios
rios; as edificações encontram-se distantes entre si, apesar de estarem
agrupadas. Já no modelo associado, as unidades habitacionais e os
equipamentos urbanos estão próximos uns dos outros, situando-
se, no máximo, a dez metros de distância. Mas, diferentemente do
modelo dissociado, existe no modelo associado a articulação espacial
entre as edificações através de vias de pedestres construídas também
sobre os rios. A cidade de Afuá se insere no modelo associativo, como
se nota em sua vista aérea.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do estudo possibilitou uma reflexão acerca da
percepção e da paisagem de Afuá. Revelou que a cidade está passando
por processos de modificação da paisagem que, como já havia
constatado Mergulhão ameaçam valores materiais e simbólicos cujos
resultados são a inter-relação entre elementos abióticos, bióticos,
culturais (TÂNGARI et al., 2016, p. 5) e tendem a romper a identidade
arquitetônica, morfológica e paisagística da cidade (TÂNGARI et al.,
2016, p. 8).
REFERÊNCIAS
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as águas, onde só a bicicleta tem vez In: Revista aU: Arquitetura e Urbanismo, São
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Cidades Amazônicas. In: Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação
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SP. Anais (on-line). São Paulo: ENAPUR, 2017. Disponível: < http://anpur.org.br/
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Goretti da Costa (Org.). Cidades ribeirinhas na Amazônia: mudanças e permanências.
Belém: Edufpa, 2008. p. 27-48.
NOTAS
1
No modelo associado compacto de Granell e Runge (2007) as unidades
habitacionais e equipamentos urbanos estão próximos uns dos outros,
situando-se no máximo a 10 metros de distância, possuindo integração através
de vias pedonais, organizando cidades inteiras ao longo de ruas, calçadas ou
estivas com aproximadamente um metro de largura. Este modelo foi um dos
constituídos pelos autores após a análise de 25 povoados palafíticos no Lago
Maracaibo, na Venezuela.
VOL. 1 - NO. 2 | 179
PARICARANA VERDE
GRACIETE G. COSTA
NÚBIA ABRANTES GOMES
SUED T. OLIVEIRA
graciete.costa@ufrr.br
nubia.gomes@ufrr.br
sued.trajano@ufrr.br
RESUMO ABSTRACT
Percebe-se que muitos espaços livres poderiam ser mais bem utilizados,
mas são esquecidos devido à ausência de vegetação e de condicionantes
de conforto térmico, sobrecarregando assim os sistemas de ventilação
e iluminação artificial dos edifícios. Constatam-se poucas espécies que
promovem sombra, além de grande quantidade de palmeiras, plantas
ornamentais e árvores de pequeno porte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A paisagem se compõe do conjunto de tudo que a vista alcança.
Nesse sentido, a paisagem de Roraima é considerada deslumbrante:
Boa Vista e sua localização setentrional privilegiada à margem do
rio Branco; o Monte Roraima; a Serra Grande; Serra do Tepequém;
as palmeiras das matas ciliares e a flora completam a paisagem do
lavrado roraimense. Essa paisagem fascinante constatada pelo turista
não aparece na realidade do Campus Paricarana para seus usuários
devido à insuficiência de arborização.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Rubens. Amazônias, cidades e jardins: anatomia urbana e identidades
paisagísticas: Rio de Janeiro: Paisagens híbridas, 2016.
BERQUE, Augustin. Paysage, milieu, histoire. In: BERQUE, Augustin (Dir.). Cinq
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FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Viagem filosófica pelas capitanias do Grão Pará, Rio
Negro, Mato Grosso e Cuiabá: 1783-1792 (2 v.). Rio de Janeiro: Conselho Federal de
Cultura, 1971.
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Convênio INPA-FUA, Manaus, AM, 1993.
SILVA, José Hamilton Gondim. Anos que transformaram Roraima: uma visão crítica e
histórica da UFRR. Boa Vista: UFRR, 2017. 215p.
mlampiao@gmail.com
jpdoamaral@yahoo.com.br
RESUMO ABSTRACT
O trabalho procura estudar as relações This paper proposes the study of the
das expressões culturais de Belém relations of the cultural expressions of
através de uma observação sobre o the city of Belém through observations
Círio de Nossa Senhora de Nazaré. concerning the Círio de Nossa Senhora de
Analisamos os espaços livres e da Nazaré. We analysed open spaces
rua como um suporte cênico,como and streets with scenic support, such
elementos estruturadores da as landscape structural elements. The
paisagem. As abordagens associadas approaches associated with open spaces
aos espaços livres agregam valores add value, with the potential to promote
com potencial de promover a conexão the connection between green areas and
entre áreas verdes e atividades cultural activities, favoring the collective
culturais, favorecendo a convivência interaction in squares, ‘largos’ and streets
coletiva nas praças, largos e vias por through which the religious
onde passa o cortejo religioso. procession goes by
REFERÊNCIAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS
A reflexão sobre o conceito de lugar e cultura é necessária para
a compreensão sobre os valores materiais e imateriais sobre a
paisagem, no transcorrer da definição e consolidação de uma relação
que fora construída ao longo do tempo, impregnando os elementos
de uma paisagem ribeirinha, de uma cidade inserida em um contexto
capitalista mundial.
Metodologia Utilizada
Para uma das análises foi feita uma sobreposições das imagens de
alguns postais, do início do século, com imagens feitas em outubro
de 2016, especificamente no perímetro da avenida Nazaré, como
um recorte de um dos trechos da procissão do Círio, para que fosse
feita uma leitura da relação dos elementos pertencentes à paisagem
urbana e seu processo evolutivo.
Il. 1a: Área que recebeu plantio de mangueiras na época de Antônio Lemos (verde)
e o percurso da procissão na primeira légua patrimonial da cidade de Belém no
início de século XX. 1- Catedral Metropolitana de Belém e Basílica Santuário de
Nossa Senhora de Nazaré
Fonte: Autor sobre mapa da cidade que consta no Relatório do Intendente Antônio
Lemos, 1905. Disponivel: https://fauufpa.org/2015/02/20/planta-da-cidade-de-
belem-―-1905-por-jose-sidrim/. Acesso: 24.Out.18.
206 | VOL. I - NO. 2
Em meio à multidão
quisera ser
tão só
um desses lírios em teu andor,
para estar a teus pés
para sentir teu perfume
VOL. 1 - NO. 2 | 209
Il. 2: Avenida Nazereth, final do século XIX (A). Avenida Nazereth, final do século
XIX(B). Avenida Nazaré do século XX (C).
Fonte: Belém da Saudade(1998), pag. 93(A). Belém da Saudade (1998), pag. 94(B).
Fonte: Autor. Capturado em setembro de 2016(C).
210 | VOL. I - NO. 2
Il. 5: Chuva/ circa 1957, assinada xilogravura a cores, 2/12 22 x 29,5 cm Osvaldo
Goeldi, Coleção Frederico Mendes de Moraes.
Fonte:http://www.centrovirtualgoeldi.com/paginas.aspx?Menu=obras_
interior&opcao=T&IDItem=232. Acesso: 23.ago.2015.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percorrer as ruas de Belém no segundo domingo de outubro é
uma experiência de um uso muito particular das vias da cidade,
pois o percurso da procissão do Círio propicia uma conexão com o
espiritual. A paisagem, além de ser o ambiente da procissão, propicia
um desencadear de várias possibilidades sensoriais aos espectadores
imersos no percurso. Algo que vai além do sentido do Círio, mas uma
ligação à sua origem e memória afetiva. Um resgate da historia do
belenense, de sua culinária, seus laços de família etc.
REFERÊNCIAS
AMARAL, João Paulo Carvalho do. Arborização urbana de Belém. Disponível: <https://
my.survio.com/ ->. Acesso: 15.jun. 2007.
ARGAN, Giulio Carlo. Historia da arte como história da cidade. São Paulo: Martins
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Contribuição de Roberto Burle Max. Rio de Janeiro: UFRJ/PROURB,1997.
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PROURB, 2006, v. 1, p. 164-179.
LYNCH, K. A Theory of good city form. Cambridge, MA: The M.I.T. Press, 1982.
MORAES, Eneida Costa de. Aruanda - Crônicas. Rio de Janeiro: Livraria Olympio, 1957.
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SILVA, Armando. Imaginários Urbanos. São Paulo: Perspectiva; Bogotá, Col: Convenio
AndresBello , 2001.
NOTAS
1
Georges-Eugène Haussmann, autor da mais significativa reforma urbana de
Paris do final do século XIX.
2
Tradução dos autores.
3
Romaria que antecede o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Realizada no final
da tarde do segundo sábado de outubro, para que a imagem da santa em sua
berlinda chegue à Catedral da Sé para que, no dia seguinte, seja realizado o
Círio.
4
Entrevista realizada em 31 de maio de 2016, sobre os processos de arborização
na cidade.
5
Entrevista realizada para a produção da Exposição Devoção e Doação, em 2014.
222 | VOL. I - NO. 2