PBL 3º Semestre
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FORMULÁRIO DE RELATÓRIO
PBL
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 - Componentes do Grupo
Lidia Freitas Lizzi
Marina Nery Neves
Sandra Santos de Oliveira
Tadeuza Lima da Silva
Juliana Bezerra da Silva Melo
Ana Luiza Alves Cardoso
Thaís Araújo dos Santos
Raiana Delgado
Maysa
Lorena
1.2 - Curso e Semestre
Psicologia
3º Semestre
1.3 – Disciplina(s)
Teorias e Sistemas Psicológicos I
Psicologia do Desenvolvimento I
Psicologia Educacional
1.4 – Professor(es)
Ana Paula da Costa Fernandes
Nadia Andrade
Denise Nery
Jhordana Araujo
2. INTRODUÇÃO
O cenário da pandemia de COVID-19 vivenciado entre os anos de 2019 a 2022, trouxe
modificações para o dia a dia dos indivíduos, considerando a necessidade de medidas
sanitárias, como isolamento social e suspensão de várias atividades presenciais. Dentre tais
atividades, o ensino presencial nas escolas também teve que ser adaptado para aulas remotas,
acarretando em desafios tanto para os alunos quanto para os professores.
Nesse sentido, as adaptações feitas ocorreram de forma bruta e imediata, o que
ocasionou muitas dúvidas e preocupações, a partir do momento em que o ensino foi adaptado
para a forma remota. Junto a isso, adquiriu - se o desafio de fazer a aula remota ficar o mais
próximo possível da aula ministrada dentro do ambiente escolar, fazendo com que as crianças
interajam e tenham estímulo para a aprendizagem (ANTONIASSI; LACERDA, 2020).
Na Educação Infantil, é imprescindível o contato com demais indivíduos, pois é um
novo ambiente que a criança começa frequentar, a partir da saída da exclusividade do
contexto familiar para então descobrir novas possibilidades e experiências. A convivência e
interações que são proporcionadas no ambiente escolar são fundamentais para o
desenvolvimento da criança, de modo que tal contato incentiva potenciais e habilidades da
criança (SANTOS; MORAES, 2020). A imediata mudança nos meios de ensino-
aprendizagem fez com que muitos se sentissem desnorteados, devido à falta de habilidade
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Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
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para o manuseio de novas ferramentas digitais ou até mesmo a falta de recursos para tal.
Depois de um longo período de atividades remotas, o processo de reabertura das escolas
exigiu mais envolvimento e mudanças de rotina por parte de todos os envoltos no processo
de ensino - aprendizagem, principalmente no que diz respeito as consequências educacionais
e para amenizar o cenário deixado pela pandemia que desequilibrou o mundo, o sistema de
saúde, a economia e a educação, todos os agentes desse processo precisarão estar preparados
para lidar com os desafios que estarão presentes por muito tempo em nosso cotidiano e isso
só será possível através da união e do conhecimento.
3. METODOLOGIA
A realização deste trabalho se deu através de pesquisas bibliográficas, tendo como
procedimento a pesquisa qualitativa descritiva, com o uso de um questionário com perguntas
relacionadas as consequências notadas nos alunos e profissionais, após o retorno às
atividades presenciais, depois da pandemia.
A pesquisa utilizou – se de uma abordagem qualitativa, pois de acordo com Teixeira
(2006, p. 137):
Na pesquisa qualitativa o pesquisador procura reduzir a distância entre a teoria e os
dados, entre o contexto e a ação, usando a lógica da análise fenomenológica, isto é,
da compreensão dos fenômenos pela sua descrição e interpretação. As experiências
pessoais do pesquisador são elementos importantes na análise e compreensão dos
fenômenos estudados (TEIXEIRA, 2006, p. 137).
Com esse propósito, a pesquisa investigou quais são os desafios encontrados pelos
gestores e professores, após o período pandêmico. Para o desenvolvimento deste trabalho,
foram feitas entrevistas com 11 perguntas abertas e fechadas, realizadas através da
ferramenta Google Forms, entre os dias 16 a 20 de Março no ano de 2023, afim de agregar
conteúdos e informações para que os autores pudessem verificar o quão real é o cenário
descrito no problema do projeto, além de traçar estratégias de intervenção para a situação –
problema e até mesmo para as instituições investigadas.
4. DESENVOLVIMENTO
4.1. Resumo do Problema
Na Creche Municipal Rubens Alves, as professoras estão encontrando muitas
dificuldades com o comportamento das crianças após o período pandêmico. A diretora da
creche, então, resolveu solicitar ajuda à coordenação pedagógica do município. No relatório
disponibilizado pela diretora da creche à equipe multidisciplinar, a principal queixa é a de
muita agressividade entre as crianças, intolerância às frustrações e dificuldade em seguir as
regras e horários das atividades desenvolvidas ao longo do dia. Relata ainda um cansaço
muito grande da equipe de professoras, que ainda não recuperaram o ritmo anterior à
pandemia, apresentando transtornos preocupantes que, segundo a diretora, parecem ser
depressão e muita ansiedade. Diante desse quadro apresentado pela diretora da creche,
apresente um projeto de intervenção como proposta para enfrentamento do problema
apresentado.
4.2. Fundamentação Teórica e Discussão
Compreende-se que, para que ocorra uma aprendizagem adequada, a criança necessita
atravessar diferentes experiências que lhe proporcionem a descoberta de novas habilidades,
por meio de um ambiente que ofereça tal fato, associado de segurança e alto potencial de
desenvolvimento do cognitivo, psicomotor e socioemocional. Para isso, identifica-se a
necessidade da associação de brincadeiras e interações sociais que impulsionem a criança
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Aprendizagem infantil
O cenário desafiador
patológicos nos sintomas das auto-avaliações: 55,7% estava na faixa clínica em ao menos
uma dimensão de psicopatologia; 36% em duas dimensões, 26% em 3, e 10% em 4. A
gravidade de sintomas depressivos incluiu também pacientes com ideação e planejamento
suicida.
Mulheres e pacientes com história psiquiátrica prévia apresentaram maiores índices
de psicopatologia em todas as dimensões, confirmando estudos anteriores e sugerindo que
sexo feminino e história psiquiátrica prévia possam ser considerados fatores de risco para
psicopatologia pós COVID-19.
Desta forma, é possível dizer que grande parte da população que foi acometida pelo
vírus, mesmo depois de encerrar o período de transmissão, sofrem com as sequelas deixadas
pela doença, sejam elas físicas ou psicológicas.
Se tratando de aprendizagem infantil, a vivência de todo este caos trouxe ainda mais
desafios aos agentes do processo de ensino. Segundo Antoniassi e Lacerda (2020), o
ambiente em que a criança está inserida para desenvolver suas atividades educacionais é de
extrema importância para garantir um bom desempenho e compreensão do que está sendo
repassado. Com o ensino remoto, os pais e responsáveis ficaram responsáveis em construir a
ponte entre os alunos e professores, a fim de repassar o conteúdo e auxiliá-los na execução.
Entretanto, foi perceptível o quanto a mudança de modelo presencial para online
trouxe impactos na aprendizagem de muitas crianças, devido ao fato da necessidade de
recursos tecnológicos para que o ensino fosse acompanhado de forma rápida, onde muitas
famílias não apresentavam condições de investir em instrumentos tecnológicos para, de
repente, adaptar-se ao modelo remoto, com a utilização de computadores, smartphones,
internet. Além disso, pôde – se perceber também a dificuldade de manuseio destes
equipamentos, pois muitas vezes as crianças tiveram que passar boa parte do dia com avós,
babás ou responsáveis que não possuíam muita instrução tecnológica, para que os pais
pudessem exercer suas atividades profissionais, o que também trouxe muitas dificuldades na
execução de qualidade deste processo.
A pandemia trouxe danos para vários setores, acarretando altos índices de
desemprego e, consequentemente, a falta de recursos para custear alimentação e moradia,
fazendo com que muitas famílias passassem a viver em condições precárias. Logo, não se
obteve êxito na aplicação do ensino remoto para as crianças, principalmente as com menos
condições, causando uma divergência no contexto educacional para muitos, que ficaram sem
um encaminhamento escolar e por consequência, com atraso no processo de aprendizagem.
apontam que o total de óbitos por lesões autoprovocadas (suicídio) dobrou nos últimos 20
anos, passando de 7 mil para 14 mil. Segundo a professora e coordenadora da Comissão
Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conasem/Cofen), Dorisdaia Humerez, “O
aumento nos transtornos ansiosos e depressivos é uma tendência dos últimos anos, mas
atingiu patamares muito mais alarmantes após a crise sanitária”. Conclui – se então, que
agora o país enfrenta uma nova pandemia, a da saúde mental.
Após dois anos de convivência e enfrentamento a COVID-19, pesquisadores e
cientistas começam a chamar a atenção para a necessidade de pensarmos os cuidados pós-
COVID. Neurologistas, neuropsicólogos e fisioterapeutas voltam seus olhares aos novos
desafios apresentados, pois a doença atinge não somente o paciente, mas a família, o círculo
de amizades e o desenvolvimento de suas atividades cotidianas.
No contexto educacional, todo esse cenário traz à tona uma urgência de intervenção,
seja exclusivamente psicológica ou multidisciplinar, afim de amenizar os desafios
encontrados na retomada das atividades como eram antes da pandemia e nos prejuízos
causados por ela. A fim de elucidar as melhores maneiras de enfrentamento a essa situação, a
entrevista realizada com as responsáveis das instituições trouxe os seguintes resultados nas
perguntas abertas:
Tabela 1 – Faixa etária
R4: 3 a 17 anos
R6: 2 a 5 anos
Fonte: próprios autores
restrições de contato, além da suspensão das aulas presenciais, o que consequentemente, fez
com que ao retornar as atividades presenciais, as crianças apresentassem grande dificuldade
de interação, intolerância as frustrações e agressividade.
R1: Não
R2: Sim
R3: Sim
R4: Sim
R5: Sim
R6: Sim
Fonte: próprios autores
Essas crianças, em um contexto normal, já exigem uma atenção maior por parte dos
profissionais e com o cenário pandêmico, sem a interação, o convívio e o estímulo que
acontece nas creches, a aprendizagem dessas crianças ficou comprometida, dificultando o
retorno ao contato social e gerando ainda mais obstáculos na evolução da aprendizagem.
R3: Não
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R5: Não
No que diz respeito a rede de apoio para essas crianças e aos professores, percebe –
se um déficit onde faltam profissionais para atender todas as demandas ou que exigem que os
alunos e professores vão de encontro a esses especialistas disponibilizados pela rede, o que
muitas vezes dificulta o acesso por falta de tempo ou condições e acabam não sendo
atendidos, dificultando a evolução para ambas as partes.
R3: Sim
R5: Parquinho
R4: Sim
Para o enfrentamento de toda essa dificuldade pós – pandemia, foi possível perceber
que algumas instituições já apresentam estratégias voltadas ao controle emocional das
crianças, com parcerias família – escola, o que favorece a própria evolução do aluno e
colabora com o papel desempenhado pelo professor, trazendo melhores resultados.
R3: Não
R5: Não
R6: Não
Fonte: próprios autores
Por outro lado, é possível perceber a ausência da participação dos pais dentro do
contexto escolar, muitas vezes por motivos profissionais, que comprometem o
desenvolvimento da criança, além de incumbir atribuições aos professores que precisam ser
aplicadas no contexto familiar, gerando uma maior sobrecarga ao profissional e fazendo com
que esta criança gere um vínculo afetivo com o professor que muitas vezes não cabe a ele
suprir.
renda?
Opções Resultados
A importância de falar sobre a renda familiar dos alunos diz respeito a entender os
fatores externos ao ambiente escolar, que podem prejudicar ou favorecer o desempenho da
criança, conforme as condições de investimento dos pais. Das 6 instituições entrevistadas, 3
atendem crianças incluídas em famílias com até 2 salários mínimos e 3 atendem crianças
pertencentes a uma faixa de renda maior, de até 4 salários mínimos, o que comprova a
discrepância de condições entre as crianças.
Sim 6 respostas
Não 0 respostas
Fonte: próprios autores
Sim 5 respostas
Não 1 resposta
Fonte: próprios autores
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Diante de todo esse cenário complicado que a educação vem enfrentando após a
pandemia, também foi perceptível a diferença no comportamento dos profissionais, onde
90% das instituições entrevistadas, disseram notar mudanças nos profissionais.
Cansaço 3 respostas
Estresse 4 respostas
Outros
Fonte: próprios autores
Através da tabela 11, percebe – se que o problema enfrentado após o volta as aulas
não se diz respeito somente a aprendizagem e desenvolvimento das crianças, mas também,
aos profissionais das instituições.
Diversos fatores podem ter contribuição para o surgimento destes sintomas após o
período pandêmico, entre eles podemos citar: dificuldade com o uso da tecnologia exigida
para adaptação as aulas remotas; falta de recursos (as vezes o profissional não tinha bons
equipamentos em casa para ministrar as aulas, precisou investir, gerando gastos financeiros);
falta de comprometimento dos pais para realizar a ponte entre o aluno e a escola e auxiliar na
realização e entrega das atividades, o que gerou sobrecarga para os profissionais; processo de
luto vivenciado por esses indivíduos (muitas pessoas vieram a óbito com o vírus);
dificuldades físicas e cognitivas que o próprio covid trouxe; condicionamento ao medo
(medo de se contaminar, contaminar alguém, morrer, etc); mudança no planejamento escolar;
pressão para conseguir oferecer aprendizagem aos alunos mesmo a distância; aumento da
carga horária de trabalho (além de preparar as aulas em casa, precisava ministrar as aulas
com um pouco mais de paciência devido a todas as dificuldades de conexão, compreensão,
etc); vontade dos profissionais de mudar a realidade dos alunos através da educação (e
naquele momento não estava sendo possível desempenhar com total qualidade); medo da
escassez de alimentos; isolamento social; atos discriminatórios (desconforto para espirrar ou
tossir em público); medo do desemprego; uso excessivo de redes sociais, equipamentos
eletrônicos (celular, notebook) como um dos fatores de estresse; o próprio comportamento
alterado das crianças após retornar as atividades presenciais que contribui, mesmo que
indiretamente, para a alteração no comportamento dos profissionais, entre outros.
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5. CONCLUSÃO
Diante de todos os relatos expostos, é possível perceber a semelhança das situações
vivenciadas pelas instituições de ensino que foram entrevistadas com a situação enfrentada
pela Creche Municipal Rubens Alves, apresentada na situação – problema deste projeto.
Reconhecendo a forte necessidade de ações de intervenção conjuntas, que envolvam
tanto os profissionais, quanto as crianças e toda comunidade escolar, apresentamos a seguir
algumas sugestões como forma de amenizar esses déficits e impulsionar os envolvidos para
uma nova forma de aprender e ensinar.
Aos profissionais:
Por fim, muito se percebe o medo e a incerteza, seja dos profissionais ou das crianças
após o retorno as atividades presenciais. Situações que antes não provocavam nenhuma
insegurança, hoje já soam como ameaça, por exemplo, ao ver uma pessoa utilizando uma
máscara já pode se criar o pensamento de que a pessoa está com covid ou com alguma outra
doença, o que consequentemente gera um sentimento de aversão, mesmo que se trate de um
profissional da saúde como médico, dentista, etc, que utilizam a máscara como ferramenta de
trabalho, o medo do abraço, do aperto de mão, tudo isso precisa ser descontruído, a passos
lentos, para que a rotina possa voltar ao normal e aos poucos, amenizar o efeito deste terrível
momento vivenciado pelo mundo. Essa evolução acontecerá a longo prazo, vai depender
muito da parceria entre escola, família e profissionais especializados. Por meio do diálogo e
da troca de conhecimentos, é possível traçar estratégias para a evolução dessas crianças e
ações de intervenção precoce, evitando maiores transtornos.
6. REFERÊNCIAS
6. MAPA MENTAL
Pandemia. Saúde Mental. Educação infantil. Intervenções.