Trabalho de Campo 1
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Índice
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3
1.2. Objectivo geral ................................................................................................................. 3
1.2.1. Objectivos Específicos .................................................................................................. 3
1.3. Metodologia ..................................................................................................................... 3
2. Descentralização em Moçambique ..................................................................................... 4
3. Evolução histórica da descentralização em Moçambique .................................................. 5
3.1. Ao nível distrital ........................................................................................................... 6
3.2. Objectivo geral da política de descentralização ........................................................... 9
3.3. Objectivos específicos da política de descentralização: ............................................... 9
4. Conceitos básicos .............................................................................................................. 10
4.1. Descentralização......................................................................................................... 10
4.2. Descentralização política............................................................................................ 11
4.3. Descentralização administrativa ................................................................................. 12
4.4. Descentralização fiscal ............................................................................................... 12
4.5. Descentralização económica ou de mercado .............................................................. 13
4.6. Desconcentração......................................................................................................... 13
4.7. Delegação ................................................................................................................... 13
5. Modelo da descentralização do estado moçambicano ...................................................... 14
5.1. Estrutura da administração pública ............................................................................ 14
5.2. Estado unitário............................................................................................................ 15
5.3. Níveis de descentralização ......................................................................................... 16
5.4. Aspectos centrais sobre a descentralização ................................................................ 17
5.5. Objectivos da descentralização .................................................................................. 17
5.6. Limites da descentralização ....................................................................................... 17
6. Desafio para a adopção da descentralização fiscal ........................................................... 18
6.1. Os objectivos primordiais da descentralização .......................................................... 19
6.3. Oportunidades da descentralização ............................................................................ 20
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 22
REFERENCIAS ....................................................................................................................... 23
INTRODUÇÃO
1.3. Metodologia
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2. Descentralização em Moçambique
A administração das zonas libertadas tem por fim estabelecer o poder do povo. Só por
meio de administração adequada será possível consolidar a defesa das zonas
libertadas, promover o seu desenvolvimento e o progresso económico-social do povo
e, assim, lançar as bases dum crescimento vitorioso da luta armada revolucionária pela
libertação nacional.
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A direcção da administração das zonas libertadas será empreendida por comissão a
todos níveis orgânicos da FRELIMO: provinciais, distritais, locais, etc., conforme
consta dos regulamentos gerais.
Serão criadas as comissões populares de gestão, eleitas pelo povo, sempre que for
possível, para superintender em tarefas gerais.
As comissões provinciais, distrital e local, cada uma a seu nível, orientarão a criação
destas comissões populares de gestão, e prestar-lhes-ão, quando for necessário e tanto
quanto possível, a necessária assistência técnica.
A Constituição de 1990 previa no seu artigo 115º que: podem ser criados, a nível provincial,
órgãos de representação democrática, e remeteu para a legislação ordinária a competência
para regular a sua organização, composição, bem como o seu funcionamento e a definição das
suas competências.
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Estes órgãos, de forma deliberada, não foram designados de representativos, por não serem
Assembleias eleitas com as suas competências decisórias. O espírito do debate constitucional
configura-os como órgãos de auscultação e consulta. As hipóteses a considerar podem
assumir modalidades tais como:
Assim, por exemplo, um Conselho Provincial (ou outro nome) poderia ter uma determinada
composição quando se trate de discutir os assuntos económicos e outra quando se tratar de
discutir os assuntos sociais. Isso permitiria que as assembleias de escalão inferior
especializassem deputados capazes de levar junto do Governo Provincial preocupações e
propostas específicas, nas áreas mais importantes da acção do Governo Provincial.
Parece à partida claro que ao nível distrital deverão existir órgãos locais. Nos termos da
Constituição, os órgãos locais são compostos por um órgão representativo, a assembleia
distrital, e um executivo que se propõe seja por esta escolhido.
A primeira questão que se coloca é a de estabelecer a designação dos órgãos. Pode-se escolher
um nome idêntico para todos os órgãos ou podem ser escolhidos nomes diversos para cada
nível territorial. A segunda questão é a da composição do executivo distrital: a Lei nº 7/78
estabelecia uma composição de três a cinco membros por Conselho Executivo, além do seu
dirigente. Estes membros eram concebidos não como os chefes ou directores
de serviços, mas como pessoas de confiança da Assembleia respectiva. Parece óbvio que este
último princípio deve manter-se e ser aplicado. Resta a decidir a questão do número e das
competências respectivas. Concretamente trata-se de dizer se o órgão executivo é composto
por tantos membros que se encarregam: um das questões tais, outro das questões tais.
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Exemplo: um responsável pelas questões económicas, outro pelas questões sociais, segundo
as prioridades e afinidades.
O artigo 186º da Constituição da República de 1990 previa que “1. Os órgãos locais do Estado
constituem em órgãos representativos e órgãos executivos. […] 2. Os órgãos representativos
são constituídos por cidadãos eleitos pelos eleitores de uma determinada área territorial. […]
3. Os órgãos executivos são designados nos termos da lei”. Por sua vez, o artigo 187º da
Constituição de 1990 preceituava que “Os órgãos representativos tomam decisões obrigatórias
na área das suas competências, criam comissões necessárias à realização das suas atribuições
e responsabilizam individualmente os seus membros pela execução de tarefas específicas”.
A Constituição de 2004 define no seu artigo 250º que a Administração Pública se estrutura
com base no princípio de descentralização e desconcentração, promovendo a modernização e
a eficiência dos serviços, sem prejuízo da unidade de acção dos poderes de direcção do
Governo.
A constituição de 2004 cria as Assembleias provinciais, que foram definidas no artigo 142º
como órgãos de representação democrática. De acordo com o no 1 do artigo 142º as
Assembleias provinciais são eleitas por sufrágio universal, directo e igual, secreto e periódico
de representação proporcional, cujo mandato tinha a duração de cinco anos.
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província, e aprovar o programa do Governo Provincial, fiscalizar e controlar o seu
cumprimento.
Autarquias locais;
Administração indirecta do Estado;
Instituições Públicas do Ensino Superior;
Associações Públicas.
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Da representação territorial dos órgãos centrais do Estado (artigo 145º da CRM), e em
especial a representação da administração do Estado nas autarquias locais (artigo 263º,
no 4 da CRM)
Da descentralização e desconcentração como bases de estruturação da administração
pública em geral e da organização e funcionamento dos órgãos locais do Estado, sem
prejuízo da unidade de acção e dos poderes de direcção do Governo (artigos 250º, no 1
e 263º, no 1 da CRM)
Do imperativo de os órgãos locais do Estado actuarem respeitando as atribuições,
competências e autonomia das autarquias locais (artigo 263º, no 3 da CRM)
Da valorização do conhecimento endógeno – o conhecimento gerado a nível local
deve ser sistematizado, disseminado, compartilhado e usado no aprofundamento do
processo de descentralização
Da capacitação - os intervenientes no processo de descentralização devem ser
capacitados para uma cultura de trabalho, de iniciativas de desenvolvimento.
4. Conceitos básicos
4.1. Descentralização
É nesta ordem de ideia que alguns autores antemuram que a descentralização é tida como uma
das principais saídas, para resolver a crise do Estado. Entretanto, há uma corrente de opiniões
que é mais radical, vendo na descentralização a única alternativa ou solução de todos os
problemas. Essa visão ingénua e romancista, serve apenas para encobrir responsabilidades de
determinadas agências governamentais que, ao não cumprir as suas obrigações, culpam a
centralização pelo mau desempenho.
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participação social, exercício da democracia participativa na gestão pública e a roptura com o
autoritarismo e o clientelismo.
A descentralização política visa dar aos cidadãos ou aos seus representantes eleitos mais
poder na tomada de decisões públicas. É, frequentemente, associada a políticas pluralistas e
Estados representativos, mas também pode apoiar a democratização, dando aos cidadãos ou
aos seus representantes mais inf luência na formulação e implementação de políticas.
O conceito pressupõe que a selecção de representantes das jurisdições eleitorais locais permita
que os cidadãos os conheçam melhor e que as autoridades eleitas compreendam as
necessidades e desejos dos seus eleitores. A descentralização política exige, muitas vezes,
reformas constitucionais ou estatutárias, o desenvolvimento de múltiplos partidos políticos, o
fortalecimento de legislaturas, a criação de unidades políticas locais e o incentivo de grupos
de interesse público eficazes.
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entre pessoas jurídicas diferentes, com atribuições e responsabilidades juridicamente definidas
pela lei. MAZULA. (1998, pág.77)
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Foi observado que, contrariamente a um equívoco comum, os sistemas fiscais
descentralizados oferecem mais potencial para uma melhor governação macroeconómica do
que os sistemas fiscais centralizados, porque exigem maior clareza sobre os papéis de vários
actores e decisores e – para garantir um jogo justo – maior transparência nas regras que regem
as interacções.
4.6. Desconcentração
4.7. Delegação
De acordo com o plasmado no artigo 248º da CRM, a Administração Pública estrutura-se com
base no princípio de descentralização e desconcentração, promovendo a modernização e a
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eficiência dos seus serviços, sem prejuízo da unidade de acção e dos poderes de direcção do
Governo.
Já em relação a outros poderes estaduais, é – e tem sido – possível a sua distribuição entre o
Estado e outras estruturas políticas infra estaduais, de outro tipo de funções e actos,
nomeadamente: (1) da função administrativa, e dos actos de natureza administrativa; (2) da
função política, e dos actos políticos; (3) da função legislativa, e dos actos legislativos. E,
portanto, o Estado unitário tanto pode ser (1) um Estado unitário centralizado (com diferentes
níveis de descentralização administrativa), como pode ser (2) um Estado descentralizado ou
regional.
Um Estado unitário pode ser centralizado politicamente, mas apresentar diferentes níveis de
descentralização administrativa. Em bom rigor, não existe, hoje, um exemplo de centralização
total do Estado, uma vez que, pelo menos a função administrativa está sempre em maior ou
menor grau repartido por outras entidades. Interessa, por isso, aferir a opção do legislador
constituinte relativamente a essa matéria. “A República de Moçambique é um Estado
unitário” (artigo 8.º, 1.ª parte, da CRM).
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federalização ou equivalente. Unidade do Estado quer dizer, por isso, uma República una,
com uma única Constituição e órgãos de soberania únicos para todo o território nacional. Este
carácter unitário constitui um limite material de revisão constitucional intimamente ligado à
soberania e à independência nacional (artigo 300º, nº 1, a) da CRM).
Contudo, o princípio da unidade do Estado não exclui, antes é congruente, nos termos da
CRM, com a autonomia das autarquias locais (artigo 8.º, 2.ª parte, da CRM), também
constituí um limite material de revisão constitucional (artigo 300.º, nº 1, j) da CRM).
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De referir que a autonomia dos órgãos descentralizados de governação provincial e distrital
não se confundem com a autonomia territorial das províncias e dos distritos, pois o modelo de
descentralização adoptado é o da descentralização administrativa e não política, pelo que a
autonomia é conferida aos órgãos e não aos territórios e essa autonomia é administrativa,
patrimonial e financeira, exercida dentro dos limites fixados na Constituição e na lei, pois o
poder legislativo e judicial continuará centralizado, assim como as áreas de soberania
continuarão a ser da responsabilidade exclusiva do Estado e configuram um limite à própria
descentralização.
Nos termos do estatuído no artigo 267º da CRM, a Descentralização tem como objectivos
organizar a participação dos cidadãos na solução dos problemas próprios da sua comunidade e
promover o desenvolvimento local, o aprofundamento e a consolidação da democracia, no
quadro da unidade do Estado Moçambicano, apoia-se na iniciativa e na capacidade das
populações e actua em estreita colaboração com as organizações de participação dos cidadãos.
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ao mar territorial, na plataforma continental e na zona económica exclusiva; […] n) a criação
e alteração dos impostos”.
No distrito existem as seguintes entidades: primeiro, três órgãos que fazem parte dos
órgãos de governação descentralizada distrital, Administrador de Distrito, Assembleia
Distrital e o Conselho Executivo Distrital; segundo, um Representante do Estado;
terceiro, o Representante do Governador Provincial no Distrito, e quanto aos Distritos
com autarquias, mais três órgãos autárquicos, o Presidente do Conselho Autárquico, a
Assembleia Autárquica e a Assembleia Autárquica. Esta situação tem um grande
potencial de gerar conflitos negativos e positivos de competências, havendo
necessidade de uma boa articulação, colaboração, coordenação e cooperação.
Ao nível dos órgãos representativos teremos Deputados da Assembleia da República,
Membros da Assembleia Provincial, Membros da Assembleia Distrital e Membros da
Assembleia Municipal, o que dita a necessidade de uma melhor clarificação do papel
de cada um no âmbito do exercício da função fiscalizadora e representativa, bem como
as formas de articulação, coordenação e cooperação, para que haja complementaridade
e não sobreposição na sua actuação.
A existência dos vários órgãos vai significar uma sobrecarga no Orçamento do Estado
e naturalmente para o cidadão.
Antevendo que por hipótese podem existir Governadores de Província,
Administradores de Distrito e Presidentes de Conselhos Autárquicos sem maioria na
Assembleia, significa que deverá haver muito diálogo, negociações, alianças para
garantir a governabilidade, pois caso os órgãos executivos não tenham o apoio das
respectivas assembleias, dificilmente poderão governar sem o suporte necessário da
Assembleia.
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Contudo, esta dependência dá espaço e poder para que o Governo central continue a
implementar parte das actividades que são da competência da gestão municipal. Ao fim e ao
cabo, o objectivo de dar voz às necessidades dos munícipes não é alcançado gerando
frustração no seio dos munícipes. Em todo o processo, um aspecto tem permanecido rígido: o
facto de o sistema político ser altamente centralizado.
Além disso, deve-se dar resposta às perguntas levantadas por Moges (1994), acima citado, ou
pelo menos torná-las claras e operacionais:
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Que tipo de despesas devem ser executadas pelos níveis central, provincial ou distrital e
autárquico?
Para responder a estas questões, há certos pré-requisitos relevantes que devem ser cumpridos
previamente, nomeadamente: transparência, prestação de contas e melhoria de capacidade de
colecta de recursos. Estes tópicos são detalhados nos capítulos subsequentes deste texto.
A Descentralização permite uma resolução mais rápida das situações apresentadas pelos
cidadãos que evitam a demora que acarreta enviar as situações a entidades da Administração
Central e a resposta que estas demoram a dar por terem entre mãos inúmeras situações.
Efectivamente, a Descentralização permite evitar a burocratização, ou seja, demoras e
formalidades sem qualquer utilidade evitando com esses formalismos inúteis alimentar a
máquina administrativa com bloqueios e distorções.
Isto significa que ainda que seja importante a aproximação da Administração Pública aos
cidadãos se esta aproximação não corresponder a entidades descentralizadas com poder de
decisão continua a dependência aos centros de decisão e à Administração Central não se
obtendo os verdadeiros intentos a que se propõe a caminhada para a Descentralização. Deve,
no entanto, procurar que seja equivalente a Desconcentração consagrada em cada espaço
territorial e, simultaneamente, deve também procurar-se que a representatividade das
competências desconcentradas seja igual em cada Região Administrativa. A Descentralização
favorece o Princípio Democrático, que a nível constitucional pode ser concretizado de três
formas: a democracia representativa (através dos órgãos deliberativos e dos órgãos
executivos); a democracia semidirecta (através do referendo) e a democracia directa nas
freguesias de população diminuta (assembleia de freguesia).
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CONCLUSÃO
Num contexto em que o País está a preparar-se para eleger governos provinciais, é inevitável
que tenha, igualmente, de se preparar para devolver recursos para as províncias e de ter
consolidados os mecanismos de gestão de finanças públicas a nível local, sob pena de este
processo não ser suficientemente dinâmico.
No entanto, até ao momento, a nível dos municípios, alguns autores defendem que existe um
relativo ambiente de concorrência entre a gestão municipal e distrital que dificulta o controlo
dos gastos públicos executados por cada um deles. Associado a isto, há pouca informação
pública referente à gestão financeira nas autarquias, um mecanismo de prestação de contas
débil e dificuldade em reforçar a colecta de receitas. o sistema de transferências para os
municípios através do Fundo de Compensação
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REFERENCIAS
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