Proteção Contraincêndio

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COMANDO DA AERONÁUTICA

COMANDO GERAL DE APOIO


INSTITUTO DE LOGÍSTICA DA AERONÁUTICA

CONTRAINCÊNDIO

Aptl 92-00

PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO

2020

Av.Monteiro Lobato 6365, Cumbica - Guarulhos SP -CEP 07184000


http://www.ila.intraer - http://www2.fab.mil.br/ila/
Tel: (11) 2465-2009 - (11) 2465-6416
Rejeição de Responsabilidade
O presente trabalho foi desenvolvido para uso didático, em cursos que são oferecidos pelo Insti-
tuto de Logística da Aeronáutica (ILA). O seu conteúdo é fruto de pesquisa em fontes citadas na
referência bibliográfica, e que o(s) autor(es)/revisor(es) acreditam ser confiáveis. No entanto,
nem o ILA, nem o(s) autor(es)/revisor(es) garantem a exatidão e a atualização das informações
aqui apresentadas, rejeitando a responsabilidade por quaisquer erros e/ou omissões, ou por
danos e prejuízos que possam advir do uso dessas informações. Esse trabalho é publicado com
o objetivo de suprir informações acerca dos temas nele abordados, não devendo ser entendido
como um substituto dos serviços prestados por profissionais da área, ou das publicações técni-
cas específicas que tratam de assuntos correlatos.
Aptl 92-00/2020

OBJETIVOS
(Cn) - Identificar o conceito de fogo, os elementos que o compõe e suas carac
terísticas;
(Cn) - Identificar o conceito de incêndio, suas características, fases, classifica
ção e formas de extinção;
(Cn) - Identificar o fenômeno de reação em cadeia;
(Cn) - Identificar os diversos tipos de combustíveis e suas características;
(Cn) - Identificar as fontes de calor, formas de propagação e seus efeitos;
(Cn) - Identificar o processo de combustão e suas consequências;
(Cn) - Identificar os fatores que ocasionam incêndio;
(Cn) - Enumerar as situações que contribuem para que ocorra o incêndio;
(Ap) - Praticar as ações de prevenção de contraincêndio;
(Cn) - Identificar os agentes extintores principais e complementares;
(Cn) - Identificar as características dos agentes extintores;
(An) - Distinguir as maneiras de aplicação dos agentes extintores; e
(Cp) - Discutir as desvantagens dos agentes extintores.
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SUMÁRIO
1 PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO EM EDIFICAÇÕES ...........................................7
1.1 ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES EM INCÊNDIOS ..............................................8
1.1.1 PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO...............................................................................8
1.1.2 DESENVOLVIMENTO DE UM INCÊNDIO...............................................................9
1.1.3 RESISTÊNCIA DA ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO AO FOGO .........................10
1.1.4 REVESTIMENTOS, SELAGENS E VEDAÇÕES DE PROTEÇÃO ......................10
1.2 PROTEÇÃO PASSIVA CONTRA O FOGO ..................................................................14
1.2.1 PROTEÇÃO DAS ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES ........................................15
1.2.2 ISOLAMENTO DE UMA EDIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À OUTRA ...................15
1.2.3 COMPARTIMENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO ...........................................................16
1.2.4 PROTEÇÃO DE CABOS ELÉTRICOS ......................................................................18
1.2.5 CONTROLE DO MATERIAL DE ACABAMENTO .................................................19
1.2.6 CONTROLE DO MATERIAL DEPOSITADO NA EDIFICAÇÃO .........................20
1.2.7 IGNIFUGAÇÃO ............................................................................................................20
1.2.8 ISOLAMENTO DE RISCOS DENTRO DA EDIFICAÇÃO ....................................21
1.2.9 MEIOS DE FUGA..........................................................................................................21
1.2.10 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA ........................................................................38
1.2.11 CORES UTILIZADAS NA SEGURANÇA EM EDIFICAÇÕES ...........................42
1.2.12 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS
ATMOSFÉRICAS - SPDA ........................................................................................43
1.2.13 PLANTAS DE RISCO .................................................................................................50
1.2.14 ACESSO PARA VIATURAS DE BOMBEIROS ......................................................52
1.3 PROTEÇÃO ATIVA CONTRAINCÊNDIO ...................................................................52
1.3.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES ......................................................53
1.3.2 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR HIDRANTES ........................................................54
1.3.3 LINHAS DE MANGUEIRA .........................................................................................58
1.3.4 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS ................................................63
1.3.5 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
(SPRINKLERS) .............................................................................................................63
1.3.6 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR GASES EXTINTORES .......................................81
1.3.7 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ..................................................82
1.3.8 SISTEMA DE DETECÇÃO, ALARME E COMUNICAÇÕES ................................83
1.3.9 BRIGADA CONTRAINCÊNDIO ................................................................................94
1.3.10 MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO ..................................................95

2 EXTINTORES DE INCÊNDIO PORTÁTEIS: SOBRE RODAS E


REBOCÁVEIS ....................................................................................................................96
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES .......................................................................96
2.1.1 APRESENTAÇÃO .........................................................................................................96
2.1.2 PORTABILIDADE ........................................................................................................97
2.1.3 PRESSÃO DE TRABALHO.........................................................................................97
2.1.4 PRESSURIZAÇÃO .......................................................................................................97
2.1.5 INDICADOR DE PRESSÃO ........................................................................................98
2.1.6 CILINDRO DE PRESSURIZAÇÃO ...........................................................................99
2.1.7 AGENTES EXPELENTES ...........................................................................................99
2.1.8 CÂMARA DE EXPANSÃO (OU DE PRESSURIZAÇÃO) ......................................99
2.1.9 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................99
2.1.10 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA .......................................................................100
2.1.11 RÓTULO .....................................................................................................................102
2.1.12 TRANSPORTE DOS APARELHOS EXTINTORES .............................................103
2.1.13 APARELHOS EXTINTORES PORTÁTEIS ..........................................................103
2.1.14 APARELHOS EXTINTORES SOBRE RODAS (CARRETAS) ...........................120
2.1.15 APARELHOS EXTINTORES REBOCÁVEIS .......................................................128
2.1.16 APARELHOS EXTINTORES FIXOS .....................................................................129
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3 NOÇÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO .........................................................132


3.1 NOÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO APLICADA ÀS ATIVIDADES DE
BOMBEIRO ....................................................................................................................132
3.1.1 CONCEITOS DE ACIDENTE DE TRABALHO .....................................................132
3.1.2 INCIDENTE DO TRABALHO ..................................................................................134
3.1.3 TEORIA DE HEINRICH (TEORIA DOMINÓ) .......................................................134
3.1.4 CAUSAS DO ACIDENTE DO TRABALHO ...........................................................136
3.1.5 RISCOS AMBIENTAIS – NR 15 (ATIVIDADES E OPERAÇÕES
INSALUBRES) ............................................................................................................139
3.1.6 LIMITE DE TOLERÂNCIA .......................................................................................146
3.1.7 ESTABELECIMENTO DE UM TRABALHO SEGURO........................................147
3.1.8 ATIVIDADES RELATIVAS A UM ACIDENTE OU INCIDENTE DO
TRABALHO .................................................................................................................147
3.1.9 CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DO TRABALHO.........................................148

4 DISPOSIÇÕES FINAIS ..................................................................................................149


REFERÊNCIAS ...............................................................................................................150

Anexo A - GLOSSÁRIO ...................................................................................................151


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1 PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO EM EDIFICAÇÕES


INTRODUÇÃO
No Brasil, geralmente, providências só são tomadas após as consequências de
algum evento e, no caso de incêndios, estes, muitas vezes, constituem-se em tragédias.
Os incêndios dos edifícios Andraus (1972) e Joelma (1974), ambos na cidade de
São Paulo, estão no consciente coletivo de todos os brasileiros, mesmo aqueles que não eram
nascidos na época em que ocorreram, ouviram falar deles.
Legislações consistentes sobre prevenção contraincêndio em edificações só fo-
ram criadas a partir desses episódios. Em 1976, o Estado do Rio de Janeiro publicou, através do
Decreto nº 897, de 21 de setembro, o primeiro Código de Segurança Contraincêndio e Pânico
do Brasil, estabelecendo normas, levando em consideração a proteção de pessoas e bens.
Em 1978, o então Ministério do Trabalho, através da Portaria GM nº 3214, de
08 de setembro, editou as primeiras Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e
medicina do trabalho, sendo a NR 23 destinada à proteção contraincêndio.

Figura - 1 Figura - 2

Mas o país ainda está longe de alcançar suficiência nesta área. Um exemplo é
a proteção passiva (meios de proteção incorporados à construção da edificação, os quais não
requerem nenhum tipo de acionamento para o seu funcionamento em situação de incêndio).
Ela ainda não recebeu a devida abordagem pelas legislações das esferas federal, estadual e
municipal, que ainda dão um maior enfoque para a proteção ativa (equipamentos e sistemas
que precisam ser acionados, quer manual ou automaticamente, para funcionar em situação de
incêndio).
Apenas em 1980 foi publicada a primeira norma brasileira, a NBR 5267, sobre
“Exigências particulares das obras de concreto armado, em relação à resistência ao fogo”, que
fixava as condições exigidas das obras de concreto armado e protendido com relação à resis-
tência ao fogo.
Em 1992, o Sistema de Contraincêndio do então Ministério da Aeronáutica, ela-
borou sua primeira Norma sobre proteção contraincêndio em edificações (NSMA 92-2), com a
finalidade de orientar as seções contraincêndio do Ministério da Aeronáutica quanto aos proce-
dimentos básicos de segurança contraincêndio nas suas edificações.
Somente em 1993, o Decreto Estadual de São Paulo nº 38.069 apresenta as exi-
gências mínimas para se proporcionar um nível adequado de segurança aos ocupantes de uma
edificação em caso de incêndios, bem como minimizar as possibilidades de propagação do fogo
para edificações vizinhas, diminuir os danos e facilitar ações de socorro público.
Em 1994, o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo publicou a Instrução
Técnica 02-33/94 especificando as exigências para edificações com estrutura metálica.
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Em junho de 1999 e janeiro de 2000, respectivamente, são publicadas as Normas


NBR 13.323 “Dimensionamento das estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio” e
a NBR 14.432 “Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edifícios”.
Em 2001, um novo Decreto Estadual de São Paulo, o 46.076, institui o regula-
mento de segurança contraincêndio das edificações e áreas de risco, e o Corpo de Bombeiros
do Estado de São Paulo publica a Instrução Técnica 08/01 abordando a segurança estrutural em
situação de incêndio.
Em 2011, o Decreto Estadual de São Paulo 56.819 revogou o Decreto Esta-
dual de São Paulo 46.076, passando a vigorar no lugar deste.
A segurança contraincêndio
é bastante complexa e envolve uma série
de questões que devem ser valorizadas
para que a vida e o patrimônio sejam pre-
servados. Os primeiros passos já foram da-
dos, porém, ainda há uma longa estrada a
ser percorrida. Estamos caminhando, ain-
da lentamente, mas estamos caminhando.
Podemos citar também a
tragédia ocorrida na boate Kiss, na cidade
de Santa Maria (RS), no dia 27 de janei-
ro de 2013. Um incêndio foi causado pelo
acendimento de um sinalizador por um in-
tegrante de uma banda que se apresentava Figura - 3
na casa noturna. As más condições de segu-
rança da casa ocasionaram a morte de 241 pessoas e feriu outras 123.
1.1 ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES EM INCÊNDIOS
1.1.1 PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO
A Proteção Contraincêndio pode ser definida como um conjunto de fatores
estruturais, aparelhos e sistemas de detecção, alarme, contenção e extinção de um incêndio,
dimensionados para serem aplicados
numa edificação, com os objetivos de:
• Preservar vidas;
• Limitar o cresci-
mento do incêndio e facilitar a sua ex-
tinção ainda nos estágios iniciais;
• Dificultar a propa-
gação do incêndio dentro da edifica-
ção e para edificações vizinhas;
• Evitar o colapso es-
trutural;
• Permitir que as pes-
soas abandonem a edificação em segu-
rança; e
• Permitir ações de
combate a incêndio e resgate. Figura - 4

As medidas de proteção contraincêndio devem ser introduzidas no momento em


que se começa a projetar uma edificação, seja comercial, residencial ou industrial, e até mesmo
quando se projeta uma cidade.
Os diferentes equipamentos e sistemas constituintes da proteção contraincêndio
de uma edificação que funcionam com eletricidade, devem ser projetados para funcionarem,
inclusive, com a interrupção do fornecimento normal de energia elétrica.
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Basicamente podemos dividir a Proteção Contraincêndio da seguinte forma:


• Proteção Passiva; e
• Proteção Ativa.
Todos os meios de proteção contraincêndio possuem suas características técni-
cas estabelecidas em legislação específica.
1.1.2 DESENVOLVIMENTO DE UM INCÊNDIO
Durante um incêndio, a temperatura atinge valores muito elevados (em média
700 a 900 ºC), fazendo com que a estrutura da edificação sofra expansões térmicas diferencia-
das e se degrade, ocasionando a perda progressiva da resistência de seus materiais constituintes.
Durante esse processo pode ocorrer o colapso estrutural (parcial ou total) da edificação. Por
exemplo:
• Madeira - Entra em combustão, o que
produz a redução gradual da seção das peças, provocan-
do o colapso estrutural.
• Aço - Sofre redução acentuada de suas
propriedades físicas, em razão da elevação da tempera-
tura, provocando o colapso estrutural (Fig. 05).
• Concreto armado - Sua resistência à
compressão reduz quando exposto à temperaturas eleva-
das, podendo provocar o colapso estrutural.
Os gases tóxicos, o calor e o próprio fogo
se propagam por toda edificação através de passagens
e aberturas desprotegidas, criando rapidamente uma si-
tuação crítica para a sobrevivência e impedindo que as
pessoas consigam sair da edificação. Figura - 5

As pessoas desprovidas de conhecimento e treinamento entram em pânico e, em


desespero, fazem coisas absurdas. A tragédia parece ser inevitável... Porém, é evitável sim! Vá-
rios especialistas (bombeiros, engenheiros e arquitetos) afirmam que muitas tragédias poderiam
ter sido evitadas.
Como são de natureza construtiva, a proteção passiva deve ser pensada e levada
em consideração desde o início da concepção do projeto de qualquer edificação, seja ela indus-
trial, residencial, comercial ou para lazer.
As lajes, por
exemplo, em situação de in-
cêndio, devem ser capazes de
evitar que o fogo se propague
para os pavimentos superiores.
As paredes e portas também de-
vem ter ação passiva (Fig. 06).
Para tanto, precisam ser corta-
-fogo, para evitar que o fogo se
propague para outros compar-
timentos no mesmo pavimento
da edificação.
As estruturas
(vigas, colunas, pilares) que ba-
sicamente são de aço ou concre-
to necessitam ser protegidas da
ação do calor de um incêndio.
Figura - 6
No caso do aço, por exemplo, é
aconselhável que seja envolvido com materiais de proteção térmica. Para o uso do concreto, as
dimensões mínimas devem ser respeitadas.
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A intercomunicação entre
os pavimentos, normalmente feita pelas
escadas e poços de elevadores, podem se
transformar em passagem para os gases e
para o fogo. Por isso, as escadas e os poços
dos elevadores precisam ser enclausurados
e suas paredes e portas serem corta-fogo.
Outro caminho que pode ser
tomado pelo incêndio são os shafts (pas-
sagens de instalações elétricas, telefônicas,
hidráulicas, dutos de ar condicionado, etc.
Fig. 07). Em razão disso precisam ser pro-
tegidos e a solução pode ser a selagem.
Figura - 7
Os materiais de acabamento de uma obra não devem permitir que o fogo se alas-
tre com rapidez.
1.1.3 RESISTÊNCIA DA ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO AO FOGO
É a capacidade que os elementos estruturais das edificações devem possuir para
resistir, por um determinado período de tempo, à energia térmica oriunda de um incêndio, sem
que percam suas características funcionais (vedação e estabilidade estrutural), para que possa
permitir a fuga das pessoas. Este Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF) é estabe-
lecido em normas específicas, em função do tipo de edificação e do material utilizado em sua
estrutura.
Em suma, as estruturas das edificações, principalmente as de grande porte, de-
vem ser dimensionadas e constituídas de modo a possuírem resistência ao fogo compatível com
a magnitude do incêndio que possam vir a serem submetidas.
1.1.4 REVESTIMENTOS, SELAGENS E VEDAÇÕES DE PROTEÇÃO
Os revestimentos de proteção são aplicados nas estruturas da edificação com o
intuito de protegê-las da ação do calor e manter a sua estabilidade estrutural.
As selagens de proteção são aplicadas nos shafts, nas lajes e paredes, com o
objetivo de impedir a passagem de gases e fogo para outras partes da edificação.
As vedações de proteção são aplicadas em junções de lajes, paredes, e em ou-
tras aberturas desprotegidas, também com o objetivo de impedir a passagem de gases e fogo
para outras partes da edificação (Fig. 08).

Figura - 8
Aptl 92-00/2020 11/152

Os materiais utilizados como selagem, vedação e revestimento devem apresen-


tar as seguintes características:
• Ser incombustível ou de difícil combustibilidade;
• Possuir baixa velocidade de propagação de chamas;
• Não emitir gases tóxicos quando sob efeito do calor do fogo;
• Emitir pouca fumaça; e
• Emitir fumaça que não atrapalhe os meios de fuga.
Essas características de reação ao fogo podem ser avaliadas em laboratórios,
obtendo-se assim subsídios para a seleção dos materiais ainda na fase de projeto da edificação.
Os métodos de ensaio utilizados em laboratório, estipulam condições padroniza-
das a que os materiais devem ser expostos, visando reproduzir certas situações críticas que são
características dos incêndios antes que eles se tornem generalizados.
Os métodos de ensaio básicos para avaliar as características dos materiais de
selagem e revestimento são os seguintes:
a) Ensaio de incombustibilidade
Possibilita verificar se os materiais de revestimento são passíveis de sofrer a
ignição (Fig. 09).

Figura - 9: Câmara para ensaio de incombustibilidade


b) Ensaio da propagação superfi-
cial de chamas
Por meio do qual os materiais de
revestimento passíveis de ignição (materiais com-
bustíveis) podem ser classificados com relação à
rapidez de propagação superficial de chamas e a
quantidade de calor desenvolvido neste processo
(Fig. 10).
c) Ensaio para determinação da
densidade ótica da fumaça
Para verificar a quantidade de fu-
maça que pode ser produzida e sua opacidade, para
que não provoquem empecilhos à fuga das pessoas
e ao combate ao incêndio (Fig. 11).
d) Ensaio de toxicidade
Para verificar o nível de toxidez
da fumaça liberada quando os materiais de proteção
são expostos ao calor de um incêndio. Figura - 10: Painel radiante para ensaio da
propagação superficial de chamas
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Figura - 11: Câmara de ensaio para determinação de densidade ótica

1.1.4.1 Tipos de Revestimentos, Selagens e Vedação de Proteção


Podemos citar, basicamente, três famílias de materiais:
a) Tintas intumescentes
São aplicadas como revestimentos de proteção. Elas são reativas ao calor
iniciando, à aproximadamente 200°C, um processo de expansão volumétrica, atingindo muitas
vezes o seu volume inicial. Neste processo são liberados gases atóxicos que atuam em conjunto
com resinas especiais formando uma espuma rígida na superfície da estrutura, provocando o
retardamento da elevação das temperaturas nos elementos metálicos.
b) Placas e mantas pré-fabricadas
Podem ser compostas de gesso, lã de rocha ou fibra cerâmica. São fixadas por
pinos previamente soldados às estruturas, através de parafusos ou grampos suportes, abraçadei-
ras, etc. São utilizadas como revestimentos e selagens (Figs. 12 a 15).

Figura - 12

Figura - 13

Figura - 14
Figura - 15
Figuras 12 a 15
c) Revestimentos projetados (argamassas)
Dependendo da composição, apresentam densidades variadas e, consequen-
temente, resistências mecânicas diferentes. Desta forma, para cada tipo de produto há um tipo
de aplicação mais indicado.
Podem ser aplicados por jateamento (Fig. 16). Após a secagem, trabalham
monoliticamente com a estrutura, acompanhando seus movimentos, sem a ocorrência de fissu-
ras ou desprendimentos (Fig. 17).
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Figura - 16 Figura - 17

Podemos dividir os revestimentos em 2 grupos:


• Cimentitious - Provido de alto índice de material aglomerante (mínimo de
80% de gesso ou cimento), o que lhe confere boas características mecânicas, tais como resis-
tência à erosão sob corrente de ar, alta aderência do substrato, alta resistência à compressão e
à abrasão. Não possuem fibras minerais, asbestos ou qualquer outro produto nocivo à saúde.
• Fibras projetadas - Constituídas de fibras (geralmente lã de rocha) com bai-
xo teor aglomerante (menor que 30 % de escória). Por esta razão, apresentam característica
mecânica muito inferior as dos cimentitious.
As argamassas, mantas e placas pré-fabricadas podem ser utilizadas para veda-
ção de shafts (Figs. 18 e 19), permitindo dessa forma a compartimentação da edificação.

Figura - 18 Figura - 19
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Os materiais utilizados para a vedação dos shafts devem ser capazes de impedir
a passagem de fogo, gases e água.
As tintas intumescentes podem ser aplicadas para revestir os cabos elétricos
(Fig. 20).

Figura - 20

1.2 PROTEÇÃO PASSIVA CONTRA O FOGO


Segundo a Instrução Técnica nº
03 do Corpo de Bombeiros do Estado de São
Paulo, Proteção Passiva compreende uma série
de medidas de segurança contraincêndio que não
dependem de ação inicial (manual ou automáti-
ca) para o seu funcionamento.
Exemplos: compartimentação ho-
rizontal, compartimentação vertical, escada de Figura - 21
segurança, materiais retardantes de chama, etc.
Figura - 22
De uma maneira mais abrangen-
te, podemos definir proteção passiva como sendo Figura - 23
características construtivas e técnicas de prote-
ção que, incorporadas às estruturas das edifica-
ções, aumentam o tempo de resistência ao fogo
e dificultam ou impedem a sua propagação para
outras partes da edificação incendiada e para as
vizinhas. Assim, o fogo fica confinado em seu
local de origem, a integridade estrutural da edifi-
cação fica preservada, permitindo, dessa forma,
que as pessoas abandonem a edificação em tem-
po hábil e em segurança, além de permitir tam-
bém a aproximação e a entrada dos bombeiros
para ações de salvamento e combate ao incêndio.

Figuras 21 a 23
Aptl 92-00/2020 15/152

Em caso de incêndio, os meios de proteção passiva fornecerão por mais tempo,


maior estabilidade estrutural e estanqueidade à ação do fogo e da fumaça, e esse tempo adicio-
nal será muito importante para:
a) Possibilitar a saída dos
ocupantes da edificação em condições de
segurança (Fig. 24);
b) Garantir condições razo-
áveis para o emprego de socorro público,
permitindo o acesso operacional de viatu-
ras, equipamentos e recursos humanos, em
tempo hábil para exercer as atividades de
salvamento e combate a incêndio (extin-
ção); e
c) Evitar ou minimizar
danos à própria edificação, a edificações
adjacentes, a infra-estrutura pública e ao
meio ambiente. Figura - 24

Em nosso estudo, abordaremos os seguintes tipos de proteção passiva:


• Proteção das estruturas das edificações;
• Isolamento de riscos;
• Isolamento de uma edificação em relação à outra;
• Saídas de emergência;
• Compartimentação;
• Sinalização de emergência;
• Proteção de cabos elétricos;
• Cores utilizadas na segurança em edificações;
• Controle do material de acabamento;
• Sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA);
• Controle dos materiais depositados na edificação;
• Plantas de risco;
• Ignifugação;
• Acesso para viaturas de bombeiros.
1.2.1 PROTEÇÃO DAS ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES
A proteção das estruturas das edificações é realizada com a aplicação ou colo-
cação de produtos capazes de isolar termicamente essas estruturas, com o intuito de limitar o
ingresso de calor, permitindo preservar por um tempo maior, a estabilidade estrutural da edifi-
cação em situações de incêndio.
O uso destes produtos teve início na década de 40 em navios de guerra america-
nos. Nos anos 60 e 70, foram empregados nas usinas nucleares como “firestops” em bandejas e
conduítes de cabos elétricos, vedações de aberturas de lajes, juntas de construção e passagens
de tubulações. No Brasil, também tiveram o mesmo destino, inclusive, sendo utilizados na
Usina Nuclear Angra I, mas só recentemente (na década de 90) começaram a ser direcionados
à construção civil e indústrias.
1.2.2 ISOLAMENTO DE UMA EDIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À OUTRA
Consiste no isolamento entre duas edificações vizinhas para evitar que o fogo
se propague de uma para outra. Há duas maneiras de isolar uma edificação em relação à outra.
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1.2.2.1 Distanciamento (Afastamento) Entre Edificações


O distanciamento seguro entre
edificações pode ser obtido por meio de uma
distância mínima horizontal entre fachadas de
edificações adjacentes, capaz de evitar a pro-
pagação de incêndio entre as mesmas, decor-
rente do calor transferido por radiação térmi-
ca, convecção ou contado direto das chamas.
Logicamente esse fator deve ser verificado na
fase de projeto (Fig. 26).
O afastamento entre edifica-
ções está previsto em legislação própria, e é
em função de alguns fatores, tais como: altura
das edificações, existência de aberturas (jane- Figura - 25
las), tipo de material da estrutura e da fachada das edificações, etc.
1.2.2.2 Barreiras de Proteção (Parede Corta-Fogo)
Com a previsão de barreiras, como paredes corta-fogo, uma edificação é consi-
derada totalmente estanque em relação à edificação contígua (Fig. 26).

Figura - 26
1.2.3 COMPARTIMENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO
Compartimentar uma edificação significa dividí-la em células capazes de resistir
à queima dos materiais combustíveis nelas contidos, evitando ou dificultando a propagação de
fogo, gases e calor para outras partes da própria edificação. Os principais propósitos da com-
partimentação são:
a) Conter o fogo em seu ambiente de origem;
b) Manter as rotas de fuga seguras contra os efeitos do incêndio; e
c) Facilitar as operações de resgate e combate ao incêndio.
Há duas maneiras de compartimentar uma edificação:
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1.2.3.1 Compartimentação Horizontal


A compartimentação
horizontal se destina a impedir que o
incêndio atinja grandes áreas de um
mesmo pavimento de uma edificação
e facilitar o seu controle.
A compartimentação
horizontal pode ser obtida das seguin-
tes maneiras:
a) Paredes e portas
corta-fogo (Fig. 27);
b) Registros corta-fo-
go nos dutos que transpassam as pa- Figura - 27 Figura - 28
redes corta-fogo (dampers, Fig. 28);
c) Selagem corta-fogo nas aberturas de passagem de cabos elétricos e tubula-
ções nas paredes corta-fogo (shafts);
d) Afastamento horizontal entre janelas de setores compartimentados (Fig. 29).

Figura - 29

1.2.3.2 Compartimentação Vertical


A compartimentação vertical se destina a impedir que o incêndio se propague
para os pavimentos superiores ao de sua origem e facilitar o seu controle.
A compartimentação vertical
pode ser obtida das seguintes maneiras:
a) Lajes corta-fogo;
b) Enclausuramento das escadas
e poços de circulação dos elevadores através de
paredes e portas corta-fogo;
c) Registros corta-fogo em dutos
que intercomunicam os pavimentos;
d) Bidros resistentes ao fogo;
e) Selagem corta-fogo nas aber-
turas das passagens de cabos elétricos e tubula-
ções, através das lajes (shafts);
f) Utilização de abas verticais
(parapeitos/peitoris) e abas horizontais resis-
tentes ao fogo, projetando-se além da fachada,
separando as janelas de pavimentos consecutivos. Figura - 30
18/152 Aptl 92-00/2020

Nesse caso é suficiente que estes elementos mantenham suas características fun-
cionais, obstruindo dessa forma a livre emissão de chamas para o exterior.

Figura - 34

Figura - 35

Figura - 36

Figura - 31 Figura - 32

1.2.4 PROTEÇÃO DE CABOS ELÉTRICOS


É uma unanimidade entre os especialistas em incêndio que, para evitar a propa-
gação de fogo, deve-se compartimentar ou isolar as altas concentrações de cabos elétricos. Isso
pode ser obtido das seguintes formas:
a) Pintura antichamas
A aplicação de tinta antichamas em grupos de cabos evita que um curto cir-
cuito se transforme em fogo, dificultando o início de um incêndio e não permitindo, caso ele
ocorra, que se propague pelos outros cabos que estão protegidos.
b) Envelopamento das eletrocalhas (bandejas de cabos)

Figura - 33
Aptl 92-00/2020 19/152

Isolamento das bandejas condutoras de fios elétricos com material inibidor de


chamas. Além de não permitir a propagação do fogo através da bandeja, deve eliminar o risco
de incêndio que venha de dentro para fora da bandeja, ou seja, aquele provocado por curto-
-circuito. (Fig. 34).
c) Eletrodutos

Figura 34
O uso de eletrodutos deve seguir as normas em vigor, devendo ser respeitada
a quantidade máxima de cabos permitida em cada eletroduto, ser evitado o uso de eletrodutos
quebrados para que os cabos não sofram danos, ser respeitada a distância de instalação entre os
eletrodutos, etc. (Figs. 35 e 36).

Figura 35 Figura 36

1.2.5 CONTROLE DO MATERIAL DE ACABAMENTO


Os tipos de materiais de acabamento a serem utilizados como revestimento tér-
mico, acústico e embelezamento, devem ser escolhidos ainda na fase de projeto e construção da
edificação, levando-se em consideração as características de segurança contraincêndio. Vários
incêndios iniciaram ou se propagaram de uma maneira muito rápida em função do uso incor-
reto de alguns materiais. Como exemplo, podemos citar os materiais plásticos que, além de
não retardar a propagação do fogo, agrava a situação emanando gases muito tóxicos. O intuito
principal é o de limitar ou eliminar a contribuição que esses materiais podem dar ao desenvol-
vimento de um incêndio.
A composição do forro é outro item que merece atenção. Deve ser evitada a ins-
talação de forros constituídos de materiais combustíveis, pois o calor do incêndio se acumula
na parte de cima do ambiente, provocando a sua ignição e uma rápida propagação das chamas.
20/152 Aptl 92-00/2020

1.2.6 CONTROLE DO MATERIAL DEPOSITADO NA EDIFICAÇÃO


Os responsáveis pela segurança contraincêndio de uma edificação devem exer-
cer o controle sobre o material combustível que nela é depositado ou colocado (mobiliário,
decoração, livros, papéis, produtos, materiais de consumo, etc), pois a proteção contraincêndio
está relacionada diretamente com a quantidade e qualidade dos materiais que existem dentro de
uma edificação (Fig. 37).

Figura 37
O controle dos combustíveis depositados na edificação apresenta dois objetivos
distintos:
• Dificultar que o incêndio se generalize no local em que ele se originou; e
• Considerando que o incêndio tenha tomado todo o ambiente onde ele teve
origem, evitar que ele se propague para outros ambientes da edificação.
A possibilidade de um foco de incêndio se extinguir ou evoluir para um grande
incêndio, depende diretamente da quantidade e da qualidade dos materiais combustíveis exis-
tentes no local, bem como do espaçamento entre eles.
1.2.7 IGNIFUGAÇÃO
Ignifugação é o nome do tratamento que confere aos materiais incorporados na
edificação e aos materiais usados como acabamento, a característica de resistência ao fogo
(Figs. 38 e 39).

Figura 38 Figura 39
Aptl 92-00/2020 21/152

1.2.8 ISOLAMENTO DE RISCOS DENTRO DA EDIFICAÇÃO


Consideramos áreas de risco em uma edificação, aquelas com grande potencial
de ocorrência de um princípio de incêndio, tais como:
• Casa de caldeira;
• Casa de força;
• Depósito de inflamáveis;
• Depósito de materiais de classe A;
• Laboratórios;
• Cozinha industrial;
• Posto de combustíveis; etc.
Tais áreas devem receber a devida proteção contraincêndio prevista na legisla-
ção.
1.2.9 MEIOS DE FUGA
1.2.9.1 Saída de emergência
Para salvaguardar a vida hu-
mana, em caso de incêndio é necessário que
as edificações sejam dotadas de meios ade-
quados de fuga. Estes permitem aos ocu-
pantes se deslocarem com segurança para
um local livre da ação do fogo, calor e fu-
maça, a partir de qualquer ponto da edifica-
ção, independentemente do local de origem
do incêndio.
Além disso, nem sempre o
incêndio pode ser combatido pelo exterior
do edifício, decorrente da altura do pavi-
mento onde o fogo se localiza ou pela ex-
tensão do pavimento (edifícios térreos). Figura - 40

Nestes casos, há a necessidade da brigada de incêndio ou do Corpo de Bombei-


ros adentrar ao edifício pelos meios internos, a fim de efetuar ações de salvamento ou combate.
Para que essas ações sejam rápidas e seguras, utilizam-se os meios de acesso da
edificação, que são as próprias saídas de emergência ou escadas de segurança utilizadas para
a evacuação de emergência. Mas atenção, para que essa rota seja possível, devem atender as
condições básicas a seguir:
a) Número de saídas
O número de saídas difere para os diversos tipos de ocupação, em função da
altura, dimensões em planta e características construtivas. Normalmente o número mínimo de
saídas consta de códigos e normas técnicas que tratam do assunto.
b) Distância a percorrer
A distância máxima a percorrer consiste no caminhamento entre o ponto mais
distante de um pavimento até o acesso a uma saída neste mesmo pavimento. Da mesma forma
como visto no item 1.2, essa distância varia conforme o tipo de ocupação e as características
construtivas do edifício e a existência de chuveiros automáticos como proteção. Os valores
máximos permitidos constam dos textos de códigos e normas técnicas que tratam do assunto.
22/152 Aptl 92-00/2020

c) Largura das escadas de segurança e das rotas de fuga horizontais.


O número previsto de pessoas que deverão usar as escadas e rotas de fuga
horizontais é baseado na lotação da edificação, ou seja, calculada em função das áreas dos pa-
vimentos e do tipo de ocupação.
As larguras das escadas de segurança e outras rotas devem permitir desocupar
todos os pavimentos em um tempo aceitável como seguro.
Isto indica a ne-
cessidade de compatibilizar a lar-
gura das rotas horizontais e das
portas com a lotação dos pavimen-
tos e, de adotar escadas com lar-
gura suficiente para acomodar em
seus interiores toda a população do
edifício.
As normas técni-
cas e os códigos de obras estipu-
lam os valores das larguras míni-
mas (denominado de Unidade de
Passagem) para todos os tipos de
ocupação, conforme mostra a ima-
gem ao lado.
d) Localização das
Figura - 41: Escada com largura apropriada para saída
saídas e das escadas de segurança.
As saídas (para um local seguro) e as escadas devem ser localizadas de forma
a propiciar efetivamente aos ocupantes a opor-
tunidade de escolher a melhor rota de escape.
Para isto, devem estar suficientemente afasta-
das uma das outras, pois em caso de proximi-
dade, o foco de fogo tornará o local inacessível.
Veja a ilustração ao lado:
e) Descarga das escadas de se-
gurança e saídas finais.
A descarga das escadas de
segurança deve se dar preferencialmente para
saídas com acesso exclusivo para o exterior, lo-
calizado em pavimento ao nível da via pública.
Outras saídas podem ser aceitas, como as dire-
tamente no átrio de entrada do edifício, desde
que alguns cuidados sejam tomados, represen-
tados por:
1. Sinalização dos cami-
nhos a tomar;
2. Saídas finais alternati-
vas; e
3. Compartimentação em
relação ao subsolo e proteção contra queda
de objetos (principalmente vidros) devido ao
incêndio e etc.

Figura - 42
Aptl 92-00/2020 23/152

f) Projeto e construção das escadas de segurança.


A largura mínima das escadas de segurança varia conforme os Códigos e Nor-
mas Técnicas, sendo normalmente 2,20m para hospitais e entre 1,10m a 1,20m para as demais
ocupações, devendo possuir patamares retos nas mudanças de direção com largura mínima
igual à largura da escada. As escadas de segurança devem ser construídas com materiais in-
combustíveis, sendo também desejável que os materiais de revestimento sejam incombustíveis.
As escadas de segurança devem possuir altura e largura ergométrica dos de-
graus, corrimãos corretamente posicionados, piso antiderrapante, além de outras exigências
para conforto e segurança. Veja um exemplo na imagem ao lado.
g) Escadas de segurança.
Todas as escadas de segurança devem ser enclausuradas com paredes resis-
tentes ao fogo e portas corta-fogo. Em determinadas situações estas escadas também devem ser
dotadas de antecâmaras enclausuradas de maneira a dificultar o acesso de fumaça no interior da
caixa de escada. As dimensões mínimas (largura e comprimento) são determinadas nos Códigos
e Normas Técnicas.

Figura - 43: Detalhe da extremidade do corrimão na parede.

A antecâmara só deve dar acesso à escada e a porta entre ambas, quando


aberta, não deve avançar sobre o patamar da mudança da direção, de forma a prejudicar a livre
circulação.
Para prevenir que o fogo e a fumaça desprendidos por meio das fachadas do
edifício penetrem em eventuais aberturas de ventilação na escada e antecâmara, deve ser man-
tida uma distância horizontal mínima entre estas aberturas e as janelas do edifício.
24/152 Aptl 92-00/2020

h) Corredores
Quando a rota de fuga horizontal incorporar corredores, o fechamento destes
deve ser feito de forma a restringir a penetração de fumaça durante o estágio inicial do incêndio.
Para isto, suas paredes e portas devem apresentar resistência ao fogo.
Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário pre-
ver aberturas de exaustão e sua subdivisão com portas à prova de fumaça, veja nas ilustrações
a seguir:

Figura - 44: Corredor desobstruído e sinalizado.

Figura - 45
Aptl 92-00/2020 25/152

i) Portas nas rotas de fuga.


As portas incluídas nas rotas de fuga não podem ser trancadas, entretanto
devem permanecer sempre fechadas, dispondo para isto de um mecanismo de fechamento au-
tomático.
Alternativamente, estas portas podem permanecer abertas, desde que o fecha-
mento seja acionado automaticamente no momento do incêndio.
Estas portas devem abrir no sentido do fluxo, com exceção do caso em que
não estão localizadas na escada ou na antecâmara e não são utilizadas por mais de 50 pessoas.
Para prevenir acidentes e obstruções, não devem ser admitidos degraus junto à soleira, e a aber-
tura de porta não deve obstruir a passagem de pessoas nas rotas de fuga.
O único tipo de porta admitida é aquela com dobradiças de eixo vertical com
único sentido de abertura. Dependendo da situação, tais portas podem ser a prova de fumaça,
corta fogo ou ambos. A largura mínima do vão livre deve ser de 0,8 m. Veja os exemplos a se-
guir:

Figura - 46: Porta com barra antipânico


Agora que você foi apresentado aos meios de fugas, caso esteja numa situa-
ção de incêndio, conheça os elevadores e como atuar em emergências em elevadores.
A provisão de saídas de emergência também é uma medida de proteção pas-
siva que deve ser prevista no projeto arquitetônico de uma edificação.
Entendemos como saída de emergência, o caminho contínuo, devidamente
protegido, sinalizado e iluminado, proporcionado por portas, corredores, halls, passagens exter-
nas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas, conexões entre túneis paralelos ou outros dispositivos
de saída, ou combinações desses, a ser percorrido pelo usuário em caso de emergência, de qual-
quer ponto da edificação, recinto de evento ou túnel, até atingir a via pública ou espaço aberto
(área de refúgio), com garantia de integridade física.
Para salvaguardar a vida humana em caso de incêndio, é necessário que as
edificações sejam dotadas de meios de fuga adequados, em conformidade com a legislação em
vigor, que permitam que os ocupantes se desloquem com segurança para um local livre da ação
do fogo, calor e fumaça.
Além disso, existem situações em que é necessário que a brigada de incêndio
ou os Bombeiros, se desloquem pela edificação para efetuar ações de salvamento ou combate ao
fogo. Essas ações devem ser rápidas e seguras. Normalmente são utilizados os próprios meios
de fuga.
A quantidade de saídas que uma edificação deve possuir, sua localização, a
distância máxima a ser percorrida pelas pessoas até encontrar uma saída de emergência, bem
como suas dimensões, variam em função da quantidade de pessoas existente na edificação, área
26/152 Aptl 92-00/2020

construída, número de pavimentos, tipo de estrutura da edificação e seu tipo de ocupação. Tudo
está previsto em legislação específica.
A saída de emergência pode conter:
j) Acessos
Caminho a ser percorrido pelos usuários do pavimento ou do setor, consti-
tuindo a rota de saída horizontal (corredores), para alcançar a escada ou rampa, área de refúgio
ou descarga para saída de um recinto. Os acessos podem ser constituídos por corredores, passa-
gens, vestíbulos, balcões, varandas ou terraços.

Figura - 47
A estanqueidade (vedação) das rotas de saída horizontais deve ser feita de
forma a restringir a penetração de fumaça e fogo durante o estágio inicial do incêndio. Para isso
suas paredes e portas devem apresentar resistência ao fogo.
Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário pre-
ver aberturas de exaustão e sua subdivisão com portas à prova de fumaça.
k) Porta corta-fogo (PCF)
Porta constituída de material resistente ao fogo, instalada nas passagens das
paredes de compartimentação de área, impedindo a propagação horizontal do incêndio, e em
acessos às escadas de emergência, impedindo a propagação vertical. É um dispositivo móvel
que ao fechar, deve possuir perfeita vedação, impedindo que o fogo e fumaça passem através
de frestas, possibilitando assim, que os ocupantes das edificações possam circular pelas rotas de
fuga com segurança. Devem atender às exigências de resistência mecânica, resistência ao fogo,
estanqueidade e isolamento térmico previstos na legislação específica (Fig. 48).

Figura - 48
Aptl 92-00/2020 27/152

É importante a adequação das escadas ao


uso da edificação. Como exemplo, pode ser citada a neces-
sidade de corrimão adicional à baixa altura para escolas ou
outras ocupações onde há crianças e outras pessoas de baixa
estatura.
Quando construídas dentro da edificação,
as escadas devem ser enclausuradas por paredes resistentes
ao fogo, providas de antecâmara com exaustão de fumaça ou
serem pressurizadas. Quando localizadas no lado de fora da
edificação, devem estar isoladas das aberturas existentes na
fachada da edificação (Fig. 49).
l) Rampas
Estrutura construtiva inclinada de uma rota
de fuga, que se destina a unir dois níveis ou setores de uma
edificação. Pode ser interna ou externa (Figs. 50 e 51).

Figura - 49

Figura - 50 Figura - 51
Estrutura construtiva utilizada como rota de fuga unindo duas edificações vi-
zinhas (Fig. 52).
m) Descarga
Parte da saída de emer-
gência de uma edificação que fica entre a
escada e o logradouro público (rua) ou área
externa com acesso a este.

Figura - 52
28/152 Aptl 92-00/2020

1.2.9.2 Elevadores
O elevador é um meio de transporte vertical, muito utilizado em predios acima
de cinco andares que pode ser utilizado para transporte exclusivamente de pessoas conforme
NB-223, cargas conforme NB-129, ou para ambos concomitantemente. Como é nos caso dos
andaimes de obras, que transportam pessoas e alguns materias de construção.
Nesta infinidade de aplicações os equipamentos possuem os mais diversos itens
de segurança e proteção aos usuários. Em termos de transporte humano, como em condomínios,
por exemplo, os equipamentos possuem reguladores de velocidade, freios de segurança, limites
de parada. botões de emergência. etc, itens que dão ao passageiro segurança no transporte. Já
nos elevadores exclusivamente para cargas, as Normas Técnicas (NB-30) são menos abrangen-
tes e específicas quanto à proteção do usuário, pois que o meio de transporte é exclusivo para
cargas.

Figura - 54
Figura - 53
1.2.9.2.1 Características do elevador

Figura - 55
Aptl 92-00/2020 29/152

O elevador pode ser dividido em três partes construtivas principais:


a) Conjunto de máquinas
Localizado na parte superior de um elevador, é construído em uma área deno-
minada casa de máquinas.

Quadro de comandos Quadro de força


Podemos ver na imagem que, o Conforme gura ao lado, o quadro
quadro de comandos gerencia de força deve ser exclusivo para
as informações elétricas do o elevador, com chave de força
elevador para a realização dos padrão NH. Logo, iremos ver mais
comandos de parada e partida. detalhes sobre isso.
Constituído de bobinas, relês,
transformadores e chaves de
força ou contratoras. Reguladores de velocidade
Como podemos observar na
Máquina de tração
imagem, os reguladores de
Conforme imagem, a máquina de
velocidade tem a nalidade de
tração é conjunto motriz que tem
travar o elevador em caso de
a nalidade de realizar a força no
aumento de velocidade acima do
transporte vertical. Constituído
padrão de segurança, travando
de motor gerador, sistema de Figura - 56
assim uma eventual queda livre do
tração, coroa sem m, freio
elevador.
eletromecânico, polia de tração e
cabos de tração.

b) Cabine / pavimento c) Passadiço do elevador


Compartimento de transporte onde Área de transporte do elevador, conhecido
estão os comandos ou botoeiras. portas como poço do elevador. onde estão
de fechamento, e em cada parada, itens localizados itens de reconhecimento
de segurança como trincos, portas de elétrico do movimento do elevador, o
pavimento e fechadores. que permite saber externamente em que
andar se encontra, e, o sistema de molas (
no fundo do passadiço ), para diminuição
de impacto, Passadiço (Poço do elevador),
conforme podemos observar na imagem
ao lado e abaixo.

Figura - 57
30/152 Aptl 92-00/2020

Todas as características acima descritas podem variar de equipamento para


equipamento, porém, estes são padrões para elevadores de passageiros onde a complexidade é
maior, podendo portanto, serem utilizados como um ambiente padrão para o estudo de salva-
mento e resgate.
1.2.9.3 Emergências em Elevadores

Figura - 58

O crescimento vertical de nossas cidades vem dando oportunidade ao apareci-


mento de um novo tipo de ocorrência. Trata-se de pessoas retidas em elevadores, normalmente
por falta de energia elétrica, por defeito no mecanismo de paragem, ou, então, por uso indevido
do equipamento, quando normalmente a ocorrência se reveste de maior gravidade. Os locais
que o Bombeiro deve dar maior atenção durante o atendimento de uma emergência em elevador
são:
• A casa de máquinas, conhecido como o coração do sistema;
• A porta em pavimento, com diversos modelos e, consequentemente, com
diversos tipos de chaves; e
• A porta de cabine;
• As saídas de emergência.
a) Salvamento em Elevadores
Ao se atender a ocorrências deste tipo, deve-se, como primeira providência,
desligar a chave geral de corrente elétrica do elevador acidentado. Esta providência é prioritária
e simplifica os procedimentos necessários ao resgate, pois
garante que a volta da energia não fará qualquer aciona-
mento da cabine.
Em seguida, o bombeiro deve dirigir-se
ao andar em que se supõe estar a cabine e, abrindo com
chave apropriada a porta de pavimento do andar imediata-
mente superior ou inferior, deve decidir por onde tirar as
pessoas presas. Para melhor entrosamento entre os bom-
beiros que estão na casa de máquinas e os que estão resga-
tando as vítimas, há necessidade de comunicação via rádio
portátil HT, pois em prédios muito altos a comunicação
pela voz torna-se difícil.
Existem vários tipos de portas de pavi-
mento, bem como vários tipos de chave para abri-las. A
viatura deve possuir um jogo completo dessas chaves e o Figura - 59: Salvamento em elevador
bombeiro deve conhecê-las. Na sua falta, lembrar que o
zelador do prédio sempre dispõe de uma cópia.
Outro problema, bastante comum, é que, por desconhecimento, os moradores
do prédio contratam serviços de revestimento para as portas de pavimento e, via de regra, os
executores desses serviços acabam cobrindo os orifícios de destravamento das portas. É neces-
sário lembrar que, esses orifícios ficam na parte superior, no centro ou nos cantos (dependendo
do tipo de elevador.)
Aptl 92-00/2020 31/152

Outro ponto bastante importante é que as portas de emergência existentes nas


cabines não são para saída, embora possam ser utilizadas para isso. Sua finalidade principal é de
garantir acesso aos socorristas. A maioria delas possui trava por fora, isto é, só podem ser aber-
tas por quem chega no teto ou na lateral do carro. Só se deve retirar pessoas por elas quando se
dispõe de cinto de segurança, cabos fixos e cadeiras de lona, previamente colocados na vítima.
ATENÇÃO
Em nenhuma hipótese as vítimas deverão ser retiradas antes que a chave geral
seja DESLIGADA
As vítimas não devem ser retiradas antes chave geral ser desligada mesmo
que, a princípio, o elevador fique imobilizado enquanto qualquer porta estiver aberta, pois nem
sempre isso acontece onde o excesso de confiança pode enganar, fator que tem sido causa de
graves acidentes durante emergências com elevadores.
Por fim, vale lembrar que uma cabine de elevador não despenca em queda
livre, mesmo que todos os cabos de sustentação tenham se rompido. Isso porque os elevadores
possuem um freio de segurança, abaixo do assoalho, na parte inferior do carro, que é acionado,
toda vez que eles excedam 25% da sua velocidade máxima. Quando isso ocorre, garras espe-
ciais atuam como uma cunha na cabine através dos trilhos-guia do elevador.
A maioria das ocorrências em elevadores são para retirada de pessoas presas
na cabine. Se não sofrerem qualquer mal súbito, estarão mais seguras dentro do elevador, do
que fora dele. Portanto, o bombeiro deve acalmar as vítimas e dispor de todo o tempo necessá-
rio para retirá-las com segurança. Ocorrências onde as vítimas estão prensadas ou presas entre
a cabine e a caixa de concreto (normalmente conhecido como poço) são de natureza grave, e de
difícil liberação.
b) Procedimentos Ope-
racionais para salvamentos em eleva-
dores
Para o salvamento em
elevadores dez procedimentos opera-
cionais são necessários. São eles:
• Análise da situa-
ção;
• Estacionamento da
viatura e sinalização;
• Desligamento da
chave do elevador;
• Localização da ca-
bine do elevador;
• Verificação do nú-
mero e estado das vítimas; Figura - 60: Salvamento em elevador
• Abertura da porta
do pavimento;
• Nivelamento da cabine;
• Retirada de vítimas; e
• Orientação dos responsáveis.
32/152 Aptl 92-00/2020

Analise da situação
Durante o deslocamento para a ocorrência o Chefe de Equipe deverá estabelecer
as funções de cada integrante de sua equipe, de forma que não haja desperdício de esforços no
local e o trabalho seja executado coordenadamente.
Desde o recebimento da chamada, o atendente (telefonista) deve orientar o so-
licitante para que verifique a localização da chave de abertura da porta do elevador, junto ao
síndico ou zelador. Também é necessário saber qual a empresa que presta os serviços de manu-
tenção para eventual contato e acionamento. Outras informações, como andar em que está pa-
rado o elevador bem como o número de vítimas poderão ser importantes para um prévio estudo
da situação e definição do socorro a ser despachado, como Unidades de Resgate viaturas para
iluminação, no caso de falta de energia elétrica. etc.
Todas essas informações devem ser repassadas ao Comandante do socorro, para
que possa analisar previamente a situação. Normalmente, as viaturas de intervenção operacio-
nal num caso deste, são os carros de combate a incêndio, carros de resgate e salvamento, carro
de comando e ambulância.
Os materiais normalmente utilizados são HT, chave de fenda, chaves do eleva-
dor e manílhas, estas específicas, de acordo com o hidrante, devendo estar de posse do síndico,
ou como acessório na casa de máquinas, e, se necessário equipamento frei-seg.
Estacionamento da viatura e sinalização.

Figura - 61: Local sinalizado com cones

Esse tipo de ocorrência não exige maiores cuidados com a distância da viatura
em relação à edifìcação, bastando sinalizar o local de estacionamento.
Desligamento da chave do elevador
Como primeira providência
quando da chegada ao local, deve-se desli-
gar a chave do elevador no quadro de força,
independente de haver ou não energia elétri-
ca. Esta providência é de suma importância,
pois, numa eventual falta de energia elétrica,
esta poderá voltar a qualquer momento, po-
dendo causar acidentes as pessoas envolvidas
na ocorrência, seja pela movimentação da
cabine, ou pelo contato com circuitos ener-
gizados.
Não se deve confiar na pala-
vra de pessoas que porventura disserem que
já desligaram a chave do elevador. Mesmo Figura - 62: Quadro de força
havendo essa informação, ela deverá ser che-
cada. Em locais com mais de um elevador, geralmente existem chaves individuais para o desli-
gamento individualizado de cada elevador, junto a casa de máquinas.
Aptl 92-00/2020 33/152

Localização da cabine do eleva-


dor
Esse trabalho será feito quase que
ao mesmo tempo que o desligamento da chave do
elevador, pois não precisa necessariamente ser fei-
to pela mesma pessoa.
Informações de pessoas presentes
no local são de suma valia para a determinação
exata do local onde se encontra parada a cabine.
Verificação do número e estado das
vítimas.
Figura - 63: Indicador de andar
Uma vez localizada a cabine, e, ha-
vendo condições de contato verbal com o seu interior, verificar a quantidade de pessoas que
eventualmente estão retidas no elevador, bem como seu estado. Isso implica no acionamento de
viaturas de apoio, como por exemplo, Unidades de Resgate, para socorro.
Esse é um momento propício para procurar acalmar as vítimas em pânico, atra-
vés de palavras de conforto ou mesmo de orientações de como proceder diante da situação.
É essencial acalmá-las no sentido de que não há possibilidade de queda ou deslocamento do
elevador, pois os sistemas de emergências foram acionados. As pessoas claustrofóbicas estão
mais propensas a entrar em pânico. Orientá-las a sentar-se e fechar os olhos pode surtir um bom
efeito sobre seu estado de espírito.
Abertura da porta do pavimento
Decorridas as providên-
cias anteriores, e, após certificar via
HT(Atividades administrativas e opera-
cionais) se os circuitos elétricos já estão
desligados, os bombeiros que estiverem no
pavimento da cabine deverão abrir a porta
do pavimento, que dá acesso ao poço do
elevador, usando para isso a chave res-
pectiva, que deverá estar de posse do zela-
dor, síndico ou porteiro.
È comum, no entanto não
ser encontrada a chave de abertura da porta
do pavimento para o poço do elevador no
momento de urna emergência, para se evi-
tar esse contratempo é conveniente que as Figura - 64: Abertura da porta do pavimento
viaturas dos Bombeiros, que se prestam a utilizando a chave.
esse tipo de socorro, possuam uma caixa de
ferramentas que contenha diversos tipos de chaves de elevadores. As chaves são de diferentes
tipos, variam de fabricante para fabricante, possuindo contudo o mesmo procedimento para a
abertura.
Devemos frisar, também, que se for constatado em algum momento que a
manutenção dos equipamentos encontra-se em situação precária ou mesmo inexistente,
antes da abertura da porta é necessário que avisar todos os condôminios dos problemas
que estão ocorrendo, evitando-se dessa forma que portas eventualmente com defeitos ve-
nham a ser abertas em pavimentos superiores, colocando em risco a integridade física dos
socorristas e vítimas, seja pela possível queda de objetos e ou pessoas no poço do elevador.
É indispensável que haja iluminação nos locais para que se possa ter uma idéia
exata do ponto em que se encontra parado o elevador. Se a energia elétrica não estiver funcio-
nando deverão ser utilizadas lanternas ou outro meio que possibilite claridade suficiente para se
trabalhar com segurança.
34/152 Aptl 92-00/2020

Nivelamento da cabine
Após a abertura da porta do pavimento, duas situações diferentes poderão ser
encontradas: a primeira, a presença do nivelamento da cabine com a porta e a segunda, natural-
mente, a ausência desse nivelamento.
Na primeiro situação, a retirada das vítimas será fácil pois, nesse caso, a condi-
ção será favorável e, com isso, a operação de retirada dos ocupantes estará encerrada. Mesmo
assim, será necessário que os responsáveis recebam algumas orientações de extrema relevân-
cia, conforme iremos abordar mais adiante.
Entretanto, na segunda situação outras providências serão necessárias con-
forme veremos a seguir:
• Liberar o Sistema de Freio: Observe o sistema de abertura do freio e as
ferramentas necessárias. Comumente há no próprio corpo da máquina instruções do Fabricante
sobre a abertura do freio, e a ferramenta necessária para isso deve estar na própria casa de má-
quinas.

Figura - 65: Liberção do sistema de freio.


De posse das instruções e da ferramenta necessária, a liberação do freio deve ser
feita de forma gradativa observando-se sempre a comunicação com os bombeiros que estarão
no pavimento da cabine, através do HT, a fim de evitar que o nivelamento passe do ponto ade-
quado.
É importante lembrarmos:Que alguns elevadores não necessitam de nenhuma
ferramenta para a liberação do freio, bastando soltar alguns
parafusos com a própria mão. Normalmente a cabine deslo-
ca-se para cima assim que seja liberado o freio.
Em emergências onde haja pessoas com
membros presos, esse procedimento de liberação de freio
deve ser antecedido das medidas necessárias à liberação do
membro. Esse procedimento é extremamente necessário
pois evita o surgimento de lesões assim como o agravamen-
to de possíveis lesões existentes.
• Nivelar a cabine: O movimento de nive-
lamento deve ser feito de modo gradativo e mediante comu-
nicação via HT. Normalmente, como vimos no item anterior
que, apenas com liberação do freio é possível movimentar o
elevador no sentido ascendente. Contudo, se isso não ocor-
rer, será necessário movimentar a polia de tração com as
próprias mãos. Concluído o nivelamento, deve-se travar no-
vamente o freio antes da retirada das pessoas pois a força
da gravidade pode se encarregar de movimentar a cabine,
criando uma condição insegura de trabalho. O nivelamento
não deverá ser feito no caso de haver vítima com membros
presos entre, as ferragens do elevador ou mesmo entre este Figura - 66: Cabine
e a parede, como já visto anteriormente. desnivelada.
Aptl 92-00/2020 35/152

Retirada de vítimas
• Com a cabine nivelada: Após terminar o nivelamento e travar o freio é que
se pode retirar as vítimas de dentro da cabine. Não permita que os passageiros saiam da cabi-
ne, mesmo que a porta esteja aberta ou semi-aberta, sem ordem expressa de quem estiver
coordenando a retirada, a fim de se evitar acidentes.

Figura - 67: Exemplos de acidentes que podem ocorrer quando a cabine está desnivelada.
Com uma alavanca ou um alargador é pos-
sível obter êxito na soltura dos membros. Caso a soltura
dos membros da(s) vítima(s) não ocorra, retire o carro das
guias. A retirada desse carro será possível através da soltura
das corrediças e dos parafusos que servem para sua fixação.
Dessa forma a cabine ficará solta, feito um pêndulo, presa
apenas pelo cabo de aço, bastando apenas afastá-la da pare-
de para que os membros prensados sejam retirados.
Após a retirada da(s) vítima(s) nessas condi-
ções ou mesmo com alterações do estado físico, serão tra-
tadas conforme procedimentos da disciplina Atendimento
Pré-Hospitalar (APH).
• Sem o nivelamento da cabine: Em al-
guns casos, pode ser que não se consiga realizar a liberação
do freio, seja por falta de manutenção do equipamento ou
mesmo por falta da ferramenta adequada, não sendo pos-
sível realizar o nivelamento da cabine. Em algumas situa-
ções, também, o sistema do freio de segurança pode já ter
sido acionado. Nessas situações, estando a cabine entre an- Figura - 68: Membro preso.
dares, a retire as vítimas pelo andar superior após a entrada
de um componente do Corpo de Bombeiros no interior do compartimento.
Essa observação é válida para evitar o risco de uma queda acidental no poço do
elevador, no caso de ser erroneamente efetuada a retirada de pessoas pelo pavimento inferior,
pois estará aberta a porta do pavimento para a cabine, deixando abaixo desta a abertura para o
poço, principalmente no caso de elevadores mais antigos e ou sem manutenção.
Em elevadores que não param em todos os andares, estando impossibilitado o
nivelamento, a retire as vítimas através da aplicação de técnicas de salvamento em altura, nos
casos de elevadores mais antigos. Com a utilização de equipamento de segurança nos trabalhos
em altura, faz-se o acesso para o poço do elevador, descendo-se do pavimento imediatamente
superior ao que está parada a cabine. Com a remoção das placas do seu teto é possível resgatar
as pessoas por este vão.
Existem elevadores mais modernos que não permitem remoção das placas do
36/152 Aptl 92-00/2020

teto, o que inviabiliza o procedimento anterior. Nesses casos somente após sanar o problema
que evita o nivelamento será possível fazer a retirada das vítimas.
OBSERVAÇÕES:
Obs. 1: Nos casos de elevadores panorâmicos, o procedimento quanto à retirada
das vítimas é o mesmo que o utilizado para os elevadores comuns. Contudo, se houver possi-
bilidade de contato visual próximo com vítima, seja através de uma janela ou outro meio, pode
ser facilitado o trabalho de acalmá-la.

Figura - 69: Elevador panorâmico.

Obs 2: Nos elevadores tipo monta-carga, utilizados em construções, as técnicas


usadas para o salvamento deverão ser aquelas utilizadas em salvamento em altura, conforme
procedimentos do (Procedimento Operacional Padrão) POP específico.

Figura - 70: Elevador tipo monta-carga


Orientação dos responsáveis.
Ao término dos trabalhos de resgate e socorro, oriente, no próprio local, quanto
aos procedimentos necessários diante de casos semelhantes ou mesmo de possíveis necessida-
des ou irregularidades constatadas, tais como:
• Efetuar manutenção periódica para maior segurança e tranqüilidade;
• Prover o elevador de comunicação de segurança na cabine;
• Instalar iluminação de emergência nas cabines dos elevadores;
• Instalar chapa de proteção na base da cabine, conforme MB-030, para se-
gurança em resgate:
• Nunca permitir que crianças utilizem sozinhas o elevador;
• Manter chaves e equipamentos com pessoal responsável pelo prédio;
Aptl 92-00/2020 37/152

• Após a ocorrência, não colocar em operação o elevador de proceder os re-


paros necessários através da empresa responsável;
• Nunca utilizar os elevadores em caso de incêndio, etc.
c) Operação em Caso de Incêndio
Grande número de elevadores possuem dispositivo junto a portaria que,
quando acionado, faz com que os mesmo desçam para o pavimento térreo, abram sua porta e
lá permaneçam. Isso permite que, em caso de incêndio, o elevador não seja mais utilizado e as
pessoas que nele se encontram, saiam em segurança.
Quando o elevador não dispõe desse sistema, você como bombeiro, pode
chamar o elevador para o térreo e colocar um obstáculo para manter as portas da cabine e do
pavimento abertas.
É de suma importância que você conheça os elevadores pertencentes às edi-
ficações nas quais desempenha suas atividades pois, como dissemos anteriormente, hoje no
mercado, diversos tipos e modelos de equipamentos são encontrados, e o conhecimento por
parte do Bombeiro desse equipamento será fator crucial para a eficácia dos procedimentos de
segurança e de emergência envolvendo elevadores.
d) Elevadores de Segurança
Neste item, abordaremos um equipamento de
segurança que, de acordo com a legislação, sua existência é de
fundamental em edifícios elevados.
Com isso, para o caso de edifícios altos, adi-
cionalmente a escada, a disposição de elevadores de emergên-
cia é de extrema necessidade, devendo ser alimentada por um
circuito próprio e ser concebida de forma que não sofra inter-
rupções em seu funcionamento durante um incêndio.
Esses elevadores devem:
• Apresentar a possibilidade de serem ope-
rados pela brigada de incêndio do edifício
ou pelos bombeiros; e
• Apresentarem localização em área prote-
gida dos efeitos do incêndio. Figura - 71

O número de elevadores de emergência necessário e suas localizações são esta-


belecidos levando-se em conta as áreas dos pavimentos e as distâncias a percorrer para serem
alcançados a partir de qualquer ponto do pavimento.
Em edifícios muito altos, adicionalmente à escada de emergência, é necessária a
instalação de elevadores de emergência alimentados por circuito próprio, e concebido de forma
a não sofrerem interrupção de funcionamento durante o incêndio (Fig. 71). Esses elevadores
devem:
• Apresentar a possibilidade de serem operados pela brigada do edifício ou
pelos bombeiros; e
• Estarem localizados em área protegida dos efeitos do incêndio (calor, fogo
e gases).
O número de elevadores de segurança necessário e sua localização são estabe-
lecidos conforme norma específica, levando-se em conta a quantidade de pavimentos, a área
de cada um deles e as distâncias máximas a serem percorridas a partir de qualquer ponto do
pavimento, até se alcançar um elevador.
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1.2.10 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA


A sinalização de emergência é considerada proteção passiva porque dispensa
qualquer forma de acionamento (manual ou automático), fornecendo diversos tipos de orienta-
ções às pessoas, como a saída de emergência mais próxima. A sinalização de emergência tem
como finalidade:
• Reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes;
• Orientar as ações que devem ser adotadas em função de uma situação de
emergência;
• Facilitar a localização dos equipamentos; e
• Facilitar a localização das rotas de fuga para abandono seguro da edificação
em caso de emergência.
A sinalização de emergência deve ser implantada em conformidade com a legis-
lação específica. Neste trabalho apenas abordaremos algumas considerações gerais.
A sinalização de emergência se divide em: sinalização básica e complementar.
1.2.10.1 Sinalização Básica
É o conjunto mínimo de sinalização que uma edificação deve conter, constituída
por quatro categorias, de acordo com sua função.
a) Sinalização de alerta.
Sua função é alertar para áreas e materiais com potencial de risco de incêndio,
explosão, choques elétricos, contaminação por produtos perigosos, etc. Exemplos:

Figura - 72 a 75

b) Sinalização de orientação e salvamento.


Visa indicar as rotas de saída e as ações necessárias ao seu acesso e uso.
Exemplos:

Figura - 76 a 80
c) Sinalização de proibição.
Sua função é proibir e coibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio
ou ao seu agravamento. Exemplos:

Figura - 81 a 83
Aptl 92-00/2020 39/152

d) Sinalização de localização de equipamentos de emergência


Sua função é indicar a localização e os tipos dos equipamentos de combate a
incêndio e alarme existentes na edificação. Exemplos:

Figuras 84 a 88
Figura - 88
De uma maneira geral a sinalização básica deve ser
instalada a uma altura de 1,80 m, medida a partir do piso acabado
até à base da sinalização (parte de baixo), devendo ser colocada
imediatamente acima do equipamento sinalizado.
A sinalização de portas de saída de emergência
deve ser localizada imediatamente acima das portas, no máximo
a 0,10 m da verga, ou diretamente na folha da porta, centralizada
a uma altura de 1,80 m medida do piso acabado à base da sinali-
zação (Fig. 89).
Quando houver, na área de risco, obstáculos que
dificultem ou impeçam a visualização direta da sinalização básica
no plano vertical, a mesma sinalização deve ser repetida a uma
altura suficiente para a sua visualização.
Quando a visualização direta do equipamento ou
sua sinalização não for possível no plano horizontal, a sua locali-
zação deve ser indicada a partir do ponto de boa visibilidade mais
próxima. A sinalização deve incluir o símbolo do equipamento
em questão e uma seta indicativa, sendo que o conjunto não deve
estar distanciado mais que 7,5 m do equipamento (Fig. 89).
Figura - 89
Quando o equipamento encontrar-se instalado em
pilar (pilastra), a sinalização deve ser instalada em todas as faces do pilar que estiverem volta-
das para os corredores de circulação de pessoas ou veículos.

Figura - 90
Figura - 91
Figura - 92
Figura - 93
Figura - 94
40/152 Aptl 92-00/2020
Figura - 99
Figura - 98
Figura - 102
1.2.10.2 Sinalização Complementar Figura - 104
A sinalização complementar tem a finalidade de:
a) Complementar as sinalizações de orien-
tação e salvamento indicando o trajeto completo das rotas
de fuga até uma saída de emergência (facultativa).
b) Indicar a existência de obstáculos nas ro- Figuras 91 a 93
tas de fuga, tais como: pilares, arestas de parede e vigas, des-
níveis de piso, fechamento de vãos com vidros ou outros materiais translúcidos e transparentes,
etc. Como mostra a Fig. 97.
c) Informar por mensagens escritas:

Figuras 94 a 96

Figuras 97

• Placas instaladas na entrada da edificação informando sobre as medidas de


proteção contraincêndio existentes e as informações básicas de segurança (Fig. 98);
• Complementação da sinalização básica (Figs. 99 a 104);

Figura 98

Figuras 99 a 104
Aptl 92-00/2020 41/152

• Placas instaladas na en-


trada das áreas de risco informando as me- Figura - 105
didas de proteção contraincêndio existentes
naquelas áreas e as informações básicas de Figura - 106
segurança em relação aos riscos e produtos
existentes (Figs. 105 a 107). Figura - 107
• Placas instaladas na en-
trada de recintos de reunião de público, infor-
mando a lotação admitida (Fig. 108). Figuras - 105 a 107

Lotação Máxima:
150 pessoas sentadas
Figura - 108

d) Demarcar áreas utilizadas para depósito de materiais, instala-


ções de máquinas e/ou equipamentos industriais, e locais destinados a estacionamen-
to de veículos, com o objetivo de definir um layout no piso que garanta o acesso do pú-
blico às rotas de saída e aos equipamentos de combate a incêndio e alarme (Fig. 109).
Quando se tratar de hidrante e extintor de incêndio instalados em garagem, área de fabricação,
depósito e locais utilizados para movimentação de mercadorias e de grande varejo, deve ser
implantada também a sinalização de piso (Fig. 110).

Figura - 109

Figura - 110
42/152 Aptl 92-00/2020

e) Identificar, através de pintura diferenciada, as tubulações e acessórios uti-


lizados para sistemas de hidrantes e chuveiros automáticos. As tubulações aparentes, quando
não embutidas na alvenaria (parede e piso), devem ter pintura na cor vermelha (Fig. 111).
No sistema de chuveiros automáticos, as tubulações dos ramais podem ser pintadas na cor
branca, desde que os chuveiros automáticos sejam facilmente visualizados para identifica-
ção do sistema; caso contrário, a tubulação na cor branca deverá receber pintura em forma
de anel, em cor vermelha, com largura não inferior a 30 mm (3 cm), distanciadas entre si de
3,0 m a 4,0 m ao longo da rede (Fig. 112). Os acessórios hidráulicos (válvulas de retenção,
registros de paragem, válvulas de governo e alarme) devem receber pintura na cor amarela.
A tampa de abrigo do registro de recalque deve ser pintada na cor vermelha (Figs. 113 e 114). Figura - 111

Figura - 112

Figura - 113

Figura - 114

Figuras - 111 a 114

1.2.11 CORES UTILIZADAS NA SEGURANÇA EM EDIFICAÇÕES


VERMELHO
É empregado para identificar equipamentos de combate a incêndio.
AMARELO
• Canalizações de gases não liquefeitos;
• Bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poço, entradas subterrâneas,
plataformas, etc) que não possam ter corrimões;
• Vigas colocadas à baixa altura;
• Pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes de estruturas e equipamen-
tos em que se possa esbarrar;
• Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão utilizados sobre o
amarelo quando houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinaliza-
ção.
AZUL
Deve ser utilizado em canalização contendo ar comprimido.
VERDE
• Canalização de água potável;
• Caixas de equipamento de socorro de urgência;
• Chuveiros de emergência;
• Macas;
• Fontes lavadoras de olhos.
Aptl 92-00/2020 43/152

LARANJA
• Canalizações contendo ácidos;
• Partes móveis de máquinas e equipamentos;
• Faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;
• Faces externas de polias e engrenagens.
PÚRPURA
A cor púrpura será utilizada para indicar os perigos provenientes das radiações.
LILÁS
Deve ser utilizado em canalizações que contenham álcalis.
CINZA CLARO
Deve ser utilizado em canalizações a vácuo.
CINZA ESCURO
Deve ser utilizado em eletrodutos.
ALUMÍNIO
Deve ser utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e
combustíveis de baixa viscosidade (exemplos: óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrifican-
te, etc.).
Quando houver a necessidade de uma identificação mais detalhada (concentra-
ção, temperatura, pressão, pureza, etc.), ela deverá ser feita por intermédio de faixas de cores
diferentes, aplicadas sobre a cor básica. Essas faixas devem possibilitar facilmente a sua visua-
lização em qualquer parte da canalização.
O sentido de transporte do fluido, quando necessário, deverá ser indicado por
meio de seta pintada em cor contrastante sobre a cor básica da canalização.
1.2.12 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS - SPDA
A descarga elétrica atmosférica (raio) é um fenômeno da natureza absolutamen-
te imprevisível e aleatório, tanto em relação às suas características elétricas (intensidade de
corrente, tempo de duração, etc.), como
em relação aos efeitos destruidores de-
correntes de sua incidência sobre as edi-
ficações.
É sabido que uma descar-
ga elétrica ou um centelhamento de ori-
gem atmosférica, pode provocar destrui-
ção total ou parcial de estruturas, seja por
incêndio, explosão, perfuração ou rompi-
mento mecânico, comprometendo a se-
gurança das pessoas que estejam dentro
dessas estruturas ou nos seus arredores.
O sistema de proteção
contra descargas atmosféricas (SPDA)
Figura - 115
visa proteger as edificações e estruturas,
evitando que a descarga as atinjam diretamente. O sistema estabelece um caminho eletricamen-
te mais favorável e seguro para a condução da energia elétrica até o solo, e sua dissipação no
substrato terrestre.
Nada em termos práticos pode ser feito para impedir a “queda” de uma descarga
em determinada região. As soluções internacionalmente aplicadas baseiam-se na colocação de
pontos preferenciais de captação e condução segura da descarga elétrica para o solo, objetivan-
do apenas minimizar os seus efeitos destruidores.
44/152 Aptl 92-00/2020

! O SPDA não pára o raio, não atrai o raio e nem evita que o raio caia.

O que muitos chamam de “pára-raios” refere-se apenas aos elementos de capta-


ção, condução e dissipação de energia para o solo. Esse sistema não protege os equipamentos
elétricos contidos nas edificações por ele protegido. Para se conseguir uma efetiva proteção, é

Figura - 116
necessária a correta instalação de supressores de surto ou protetores nos quadros de energia,
telefonia, TV a cabo, nos equipamentos elétricos e eletrônicos, etc.
Assim, um SPDA é constituído de um conjunto de elementos de captação (ou
simplesmente captores), um conjunto de elementos de condução até ao solo (condutores de
descida, ou simplesmente descidas), um conjunto de elementos de dissipação de energia para o
solo (ou aterramentos) e de elementos de equalização de potenciais (ou ligação equipotencial)
que devem ser adequadamente dimensionados para que resistam à passagem das correntes elé-
tricas desenvolvidas durante a incidência das descargas atmosféricas, e cuidadosamente insta-
lados, garantindo a integridade física das estruturas e a segurança de seus usuários.
Quando uma edificação possui antenas ou outras estruturas em seu topo, o SPDA
deverá possuir mastros com captores localizados acima dessas estruturas.
Quanto à sua instalação, basicamente existem 2 tipos de SPDA.
a) SPDA Externo
Elaborado quando a edificação já está construída. As descidas podem ser
constituídas por barras chatas fixadas sobre a estrutura, cabos de alumínio ou cobre instalados
dentro de eletrodutos, ou cabos de alumínio de 16mm com suporte guia, para manter o cabo
afastado do contato direto com a estrutura protegida (Fig. 117).

Figura - 117
Aptl 92-00/2020 45/152

b) SPDA Estrutural
Elaborado durante a construção. É utilizada a
própria ferragem da estrutura da edificação para servir de con-
dutor. Deve ser feito um teste de continuidade nas ferragens e,
caso estas não tenham continuidade elétrica, deverá ser instalado
um cabo de aço galvanizado em todos os pilares para garantir a
continuidade da passagem da descarga elétrica (Fig. 118).
Podemos dividir um SPDA em um subsistema
externo e outro interno, sendo que, em alguns casos, existe a
necessidade de apenas um deles.
c) Subsistema Externo (Fig. 119)
• É constituído de:
• Captores;
• Condutores de descida; e
• Sistema de aterramento.

Figura - 118

Figura - 119
d) Subsistema Interno
Abrange um conjunto de dispositivos que reduzem os efeitos elétricos e mag-
néticos, dentro da estrutura protegida, provocados pela passagem da descarga elétrica no sub-
sistema externo.
• Condutores de ligação equipotencial;
• Supressores de surto; e
• Condutores blindados devidamente aterrados.
46/152 Aptl 92-00/2020

1.2.12.1 Dimensionamento de um SPDA


O dimensionamento do SPDA, segundo a norma da ABNT vigente, é realizado
através de um cálculo complexo que envolve as seguintes variáveis:
• Dimensões da edificação (comprimento, largura e altura);
• Número de dias de trovoada por ano na região;
• Tipo de ocupação da edificação;
• Tipo de construção (estrutura);
• Conteúdo da edificação;
• Localização da edificação; e
• Topografia da região onde está localizada a edificação.

Figura - 120

O responsável pela instalação do SPDA deve fornecer a seguinte documentação:


• ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), que é o documento de respon-
sabilidade da empresa e de um engenheiro responsável pela instalação;
• Projeto detalhado do sistema;
• Relatório técnico descrevendo como foi feita a instalação; e
• Um certificado, para ser colocado em local visível, garantido que o sistema
está em perfeitas condições (este certificado terá validade de um ano, quando
deverá ser contratada uma inspeção visual).

Figura - 121
Aptl 92-00/2020 47/152

A implantação e a manutenção de um SPDA


é normalizada internacionalmente pela IEC (International
Eletrotecnical Comission), e em cada país, por entidades
próprias, como a ABNT (Brasil) e NFPA (Estados Unidos).
Somente os projetos elaborados com base
nas normas em vigor, podem assegurar uma instalação dita
eficiente e confiável. Entretanto, esta eficiência nunca
atingirá os 100 %, estando estas instalações, sujeitas a
falhas de proteção. A ocorrência mais comum numa edifi-
cação com SPDA corretamente instalado e manutenido é a
destruição de pequenos trechos do revestimento das facha-
das ou de quinas da edificação.
Figura - 122
A confiabilidade do sistema é fundamental,
pois um sistema ineficiente gera uma falsa expectativa: as pessoas acham que estão protegidas,
mas na realidade não estão. O sistema instalado é inadequado e não vai atuar como deveria, não
garantindo segurança às pessoas nem à edificação onde ele está instalado. Não se pode precisar
o risco quando um SPDA inadequado é instalado, pois a descarga elétrica que o atingirá não
será conduzida de forma segura para o solo, gerando centelhamentos perigosos dentro da edi-
ficação (pequenas descargas ou arcos elétricos que podem causar lesões nas pessoas, incêndios
ou a queima de equipamentos eletro-eletrônicos).

Figura - 123
Quando a edificação não possui documentação
referente ao SPDA, o responsável deve procurar a construtora
ou a empresa que fez a instalação e solicitar a documentação,
inclusive a ART. Caso eles se neguem a entregar, entre em
contato com o Conselho Regional de Engenharia e Arquite-
tura (CREA) da região e faça uma denúncia. Se a construção
é muito antiga, solicite uma inspeção para saber como está sua
instalação e como fazer para adequá-la à norma.
O tipo e o posicionamento do SPDA devem ser
estudados cuidadosamente no estágio de projeto da edificação,
para se tirar o máximo proveito dos elementos condutores da
própria estrutura. Isto facilita a elaboração do projeto e a cons-
trução de uma instalação integrada, que permite melhorar o as-
pecto estético, aumentar a eficiência do sistema e minimizar
custos. Figura - 124
48/152 Aptl 92-00/2020

1.2.12.2 Inspeção Visual de um SPDA


Para garantir a confiabilidade do SPDA, a NBR 5419 estabelece a realização de
inspeções. Os procedimentos aqui descritos servem como orientador para os responsáveis pelo
SESCINC em edificações.

I.1- Veri car se o SPDA está conforme o projeto (se este existir) e se atende as diretrizes atuais da NBR
5419;
I.2- Veri car visualmente o estado de todos os componentes do SPDA (se existem tubos de proteção e
conectores quebrados, cabo de descida partido e existência de corrosão). Constatada alguma irregularidade,
deve-se providenciar a manutenção;

I.3- Veri car se o valor da resistência de aterramento seja compatível com o arranjo e com as dimensões
do subsistema de aterramento, e com a resistividade do solo. Excetuam-se desta exigência os sistemas que
usam as fundações como eletrodo de aterramento;

OBS: a resistência pode também ser calculada a partir da estrati cação do solo e com uso de um programa
adequado. Neste caso ca dispensada a medição da resistência de aterramento

I.4- Veri car se todas as construções acrescentadas à estrutura posteriormente à instalação original
estão integradas no volume a proteger, mediante ligação ao SPDA ou ampliação deste;

Manutenção
• Verificar a fixação de todos os componentes e reapertar ou, se necessário,
efetuar nova fixação.
• Substituir componentes danificados;
• Limpar e/ou remover eventuais corrosões, substituir componentes com corro-
são e aplicar produtos para inibir novas corrosões.
Periodicidade das inspeções
Período Inspeção SPDA
1 ano I.2 Todas edi cações que possuem SPDA
Edi cações contendo munição ou explosivos, ou em locais expostos à corrosão
1 ano I.1, I.2 e I.3. atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes industriais com atmosfera
agressiva etc.).
Instalado em edi cações destinadas a grandes concentrações públicas (por
exemplo: hospitais, escolas, teatros, cinemas, estádios de esporte, centros
3 anos I.1, I.2 e I.3.
comerciais e pavilhões), indústrias contendo áreas com risco de explosão,
conforme a NBR 9518, e depósitos de material in amável;
Instalado em edi cações com ns residenciais, comerciais, administrativos,
5 anos I.1, I.2 e I.3. agrícolas ou industriais, excetuando-se áreas classi cadas com risco de
incêndio ou explosão.
Tabela - 1

Situações especiais nas quais deverá ser providenciada a inspeção no SPDA:


a) Durante a construção da estrutura, para verificar a correta instalação dos ele-
trodos de aterramento e das condições para utilização das armaduras como integrantes da gaiola
de Faraday, é necessário fazer as inspeções I.1, I.2 e I.3;
b) Após o término da instalação do SPDA, é necessário fazer as inspeções I.1,
I.2 e I.3;
c) Após qualquer modificação ou reparo no SPDA, é necessário fazer as inspe-
ções I.1 e I.3;
d) Da vez que for constatado que o SPDA foi atingido por uma descarga atmos-
férica, é necessário fazer as inspeções I.2 e I.3;
e) Após reforma das fachadas, ampliação ou alteração da cobertura da edifica-
ção, é necessário fazer as inspeções I.1, I.2 e I.3 e I.4.
Aptl 92-00/2020 49/152

Figura - 125
Tubulações de gás deverão distar em no mí-
nimo 2 m das descidas. Na impossibilidade da manutenção
deste distanciamento, essas tubulações deverão estar inter-
ligadas a cada 20 m de sua altura por meio de uma ligação
eqüipotencial conforme estabelece a NBR 5419.
O tempo de vida de um SPDA é de aproxima-
damente 20 anos ou mais. Depende do tipo e da qualidade
dos materiais utilizados, das manutenções e da incidência
de descargas atmosféricas e maresia no local.
A inspeção não se aplica aos subsistemas do
SPDA instalados, que tenham seus acessos impossibilitados
por estarem embutidos no concreto armado (ferragens es-
truturais) ou reboco.
1.2.12.3 Tipos de SPDA Figura - 126
a) SPDA do tipo Franklin
Utiliza a propriedade das pontas metálicas para provocar o escoamento das
cargas elétricas. O método proposto por Franklin tem por base a instalação de um captor de
aço inoxidável ou cobre, provido de 3 ou mais pontas, numa haste elevada. Este captor produz,
sob a nuvem carregada, uma alta concentração de
cargas elétricas, produzindo um campo elétrico que
propicia a descarga através da camada de ar. Quando
uma descarga se dirige à edificação, esse sistema se
encarrega de captá-la e conduzi-la pelos condutores
de descida até o solo, mantendo a edificação eletri-
camente neutra (Fig. 127).

Figura - 127
50/152 Aptl 92-00/2020

b) SPDA do tipo Gaiola de Faraday


A Gaiola de Faraday foi um expe-
rimento conduzido por Michael Faraday para provar
que uma superfície condutora eletrizada possui cam-
po elétrico nulo em seu interior, devido ao fato das
cargas se distribuírem de forma homogênea na parte
mais externa da superfície condutora.
Consiste na instalação de várias
pequenas hastes captoras espalhadas pelas extremi-
dades da edificação, interligadas por condutores, de
modo que ela fique envolta numa espécie de “gaiola”
(Fig. 128).
Quando uma descarga se dirige
para a edificação, esse sistema se encarrega de captá-
-la e distribuí-la pelos diferentes ramais que levam Figura - 128
aos diferentes condutores de descida que vão até o
solo, mantendo a edificação eletricamente neutra. É uma proteção eficiente e largamente ado-
tada. Para melhorar sua eficiência, pode ser usada em conjunto com a proteção do tipo Franklin.
c) SPDA do tipo Radioativo
O sistema de pára-raio radioativo, classificado como ineficiente pela Co-
missão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), foi proibido pelo Decreto nº 33.132/93, desde
abril/95. Para reconhecer um captor radioativo basta verificar se na extremidade superior da sua
haste há placas em forma de pratos empilhados (Fig. 129).

Figura - 129

1.2.13 PLANTAS DE RISCO


Dispositivo destinado a indicar a localização da pessoa que a está observando,
a rota de fuga mais próxima e a localização dos equipamentos de combate a incêndio e salva-
mento, além de outras informações julgadas necessárias pelos responsáveis pela segurança da
edificação, tais como:
a) Ruas de acesso;
b) Saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;
c) Válvulas de controle de gás e outros combustíveis;
d) Chaves de controle elétrico;

Figura - 130
Aptl 92-00/2020 51/152

e) Localização de produtos químicos perigo-


sos;
f) Reservatórios de gases liquefeitos, com-
primidos e de produtos perigosos;
g) Registros e portas corta-fogo, que fecham
automaticamente em caso de incêndios e botoeiras para
acionamento manual desses dispositivos;
h) Pontos de saída de fumaça;
i) Janelas que podem ser abertas em edifí-
cios selados;
j) Painéis de sinalização e alarme de in-
cêndio; Figura - 131
k) Casa de bombas do sistema de hidrantes e
de chuveiros automáticos;
l) Extintores;
m) Sistema de ventilação e localização das
chaves de controle;
n) Sistemas de chuveiros automáticos e res-
pectivas válvulas de controle; e
o) Hidrantes internos e externos e respecti-
vas válvulas de controle, registros de recalque etc.
Recomenda-se que as plantas de risco sejam
colocadas na entrada das edificações constituídas de gran-
Figura - 132
de área construída, nos quartos das edificações destinadas
à hospedagem, em locais de reunião de grande número de pessoas e em outros locais julgados
convenientes pelo pessoal responsável pela segurança da edificação.

Simbologia das Cores Risco Químico Leve Risco Mecânico Leve

No mapa de risco, os riscos Risco Químico Médio Risco Mecânico Médio


são representados e indicados
por círculos coloridos de três
tamanhos diferentes, a saber:
Risco Químico Elevado Risco Mecânico Elevado

Risco Biológico Leve Risco Ergonômico Leve Risco Físico Leve

Risco Biológico Médio Risco Ergonômico Médio Risco Físico Médio

Risco Biológico Elevado Risco Ergonômico Elevado Risco Físico Elevado

Tabela - 2: Risco Ergonômico Elevado


52/152 Aptl 92-00/2020

1.2.14 ACESSO PARA VIATURAS DE BOMBEIROS


É fundamental que as viaturas de salvamento e combate a incêndio possam se
aproximar ao máximo da edificação afetada pelo incêndio, de tal forma que o salvamento e o
combate ao fogo possam ser iniciados sem demora e não seja necessária a utilização de linhas
de mangueiras muito longas. A aproximação de viaturas com escadas e plataformas aéreas tam-
bém é muito importante para a realização de salvamentos pela fachada da edificação.
Para isso, as vias públicas ou privadas devem possibilitar a livre circulação das
viaturas de bombeiros e o seu posicionamento adequado em relação às fachadas das edifica-
ções, aos hidrantes e aos acessos ao interior da edificação. Tais vias também devem ser prepa-
radas para suportar os esforços provenientes da circulação, estacionamento e manobras dessas
viaturas.
Também é de fundamental importância que os portões de acesso às edificações
possibilitem a passagem das viaturas de bombeiros.
1.3 PROTEÇÃO ATIVA CONTRAINCÊNDIO
São medidas de segurança contraincêndio que de-
pendem de uma ação inicial para o seu funcionamento, seja ela
manual ou automática. Exemplos: extintores, hidrantes, chuveiros
automáticos, sistemas fixos de gases extintores, etc.
As medidas ativas de proteção abrangem a detecção,
alarme e extinção do incêndio, automática e/ou manual.
De uma maneira mais abrangente, podemos definir
proteção ativa como sendo sistemas instalados nas edificações que
detectam, alarmam e proporcionam o combate ao incêndio (manu-
al ou automático), de modo a impedir a propagação do fogo para
outras partes da edificação, confinando o incêndio em seu local de
origem, ou extinguindo. Dessa forma, as pessoas terão condições
Figura - 133
de abandonar a edificação em tempo hábil e em segurança.
Em caso de incêndio, os meios de proteção ativa permitirão:
a) detectar o início do incêndio de modo a possibilitar o seu combate ainda no
estágio inicial;
b) possibilitar a saída dos ocupantes da edificação, em condições de segurança,
tão logo o incêndio seja detectado;
c) evitar ou minimizar danos à própria edificação, a edificações adjacentes, à
infra-estrutura pública e ao meio ambiente.
Em nosso estudo, abordaremos os seguintes tipos de sistemas de proteção ativa:
• Sistema de Proteção por Extintores;
• Sistema de Proteção por Hidrantes;
• Sistema de Proteção por Mango-
tinho;
• Sistema de Proteção por Chuvei-
ros automáticos;
• Sistema de Proteção por Gases
Extintores;
• Sistema de Iluminação de Emer-
gência; e
• Sistema de Detecção e Alarme de
Incêndio.
Figura - 134
Aptl 92-00/2020 53/152

1.3.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES


Os aparelhos extintores são destinados a
combater princípios de incêndio. Suas características,
operação e aplicação serão abordadas em aula especí-
fica.
Tanto os extintores portáteis como os
extintores sobre rodas devem possuir selo ou marca
de conformidade de órgão competente ou credenciado.
Além disso, eles devem ser instalados e serem subme-
tidos a inspeções e manutenções de acordo com a legis-
lação em vigor.
Figura - 135
1.3.1.1 Dimensionamento do Sistema de Proteção por Extintores
A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre rodas a serem instalados
numa edificação são estabelecidos de acordo com as normas técnicas vigentes, sendo em fun-
ção:
• Da área a ser protegida;
• Das distâncias máximas a serem percorridas para alcançar o extintor;
• Dos riscos a proteger (decorrente das variáveis: natureza e quantidade dos
combustíveis, da atividade desenvolvida e dos equipamentos a serem prote-
gidos).
Os riscos especiais, como cabinas de força, depósitos de gases inflamáveis e
caldeiras, além de outros especificados em norma, devem receber proteção por extintores, inde-
pendentemente da proteção contraincêndio necessária para a edificação.
1.3.1.2 Instalação dos ExtintorWes
Os extintores devem ser instalados de forma que sua parte superior fique, no
máximo, a 1,60 m acima do piso e sua parte inferior, no mínimo a 0,60 cm do piso, conforme o
anexo C e não devem ser colocados nas paredes de escadas e antecâmaras das escadas enclausu-
radas. Os mesmos podem ser apoiados em suportes próprios, em conformidade com as normas
técnicas vigentes no país. (Figs. 136).
25 cm
17 cm

vermelho

parede
piso
acabado

bordas internas
cor: vermelha
bordas externas
Figura - 136 cor: amarela
54/152 Aptl 92-00/2020

1.3.2 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR HIDRANTES


Bem prezados alunos, agora iremos aprender sobre um dos mais importantes
sistemas que faz parte da prevenção a incêndios em edificações, o Sistema de hidrantes. Este
sistema auxiliará o bombeiro nas situações de emergência com fogo.
É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas de
água, com determinada pressão e vazão em uma edificação, assegurando seu funcionamento
por determinado tempo. Os hidrantes podem ser internos ou externos.
Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edificação, um meio de
combate para os princípios de incêndio no qual os extintores manuais se tornam insuficientes
e permitir a captação de água pelos bombeiros, especialmente durante o combate a incêndios.
O bombeiro deverá verificar se os hidrantes estão sinalizados e desobstruídos,
ou seja, de fácil visualização e acesso livre para manuseio das mangueiras e acessórios acondi-
cionados no abrigo.
Todos os hidrantes de parede e abrigo, deverão possuir a conexão de engate rá-
pido de 63 mm ou reduzida para 38 mm conforme for o caso da ocupação.
Junto a cada hidrante deverá existir um abrigo de mangueira contendo manguei-
ra e esguicho.
A sinalização poderá ser por setas indicativas, de coluna ou de solo.
Observar que qualquer ponto da edificação deve estar protegido pelo hidrante
mais próximo, considerando 30m de mangueira fazendo caminho pelas passagens existentes.

Reservatório de água
e canalização do consumo
normal do prédio
Sistema de pressurização
por bombas

Abrigo do hidrante
de parede

Hidrante de
recalque

Figura - 137: Esquema de um sistema de hidrante completo.


Aptl 92-00/2020 55/152

Esse sistema de proteção possui a finalidade de proporcionar aos ocupantes de


uma edificação, um meio de combate para os princípios de incêndio que extrapolam o poder de
extinção proporcionado pelos aparelhos extintores.
Os hidrantes instalados nas edificações podem ser de parede ou emergentes (ins-
talados no acima do piso), também chamados de coluna (Fig. 138).
Os componentes de um sistema de hidrantes são:
a) Reserva Exclusiva de Água;
b) Tubulação;
c) Válvulas ou Registros de Bloqueio;
d) Bomba de Incêndio;
e) Válvula de Retenção;
f) Válvula de Recalque;
g) Registros ou Válvulas de Expedição;
h) Abrigos de mangueiras;
i) Mangueiras; e
j) Acessórios (esguichos, chave storz, redução).

Figura - 138

A pressão, vazão e o tempo de fornecimento de água são estabelecidos em nor-


mas técnicas.
1.3.2.1 Dimensionamento do Sistema de Hidrantes
O dimensionamento do sistema é estabelecido de acordo com as normas técnicas
vigentes, sendo projetado:
a) De acordo com a classificação da carga de incêndio que se espera na edifica-
ção;
b) De forma a garantir uma pressão e vazão mínima nas tomadas de água (hi-
drantes) mais desfavoráveis;
c) De modo a assegurar uma reserva de água para o funcionamento de um núme-
ro mínimo de hidrantes mais desfavoráveis, por um determinado período de tempo.
56/152 Aptl 92-00/2020

Da mesma forma que os extintores, os hidrantes devem ser instalados e serem


submetidos a inspeções e manutenções de acordo com a legislação em vigor.
Quando instalados, devem ser sinalizados e permanecerem desobstruídos. Quan-
do instalados em paredes, deverá haver sinalização de parede. Quando instalados em pilastras,
deverá haver sinalização em todas as faces da pilastra que estejam voltadas para a área de cir-
culação. Essas sinalizações, bem como a sinalização de solo, deverão obedecer à legislação em
vigor (Figs. 139 e 140).

Figura - 139 Figura - 140


1.3.2.2 Componentes do Sistema
Os componentes de um sistema de hidrantes são:
• Reservatório de água, que pode ser subterrâneo, ao nível do piso elevado; e
• Sistema de pressurização.
O sistema de pressurização consiste normalmente em uma bomba de incêndio,
dimensionada a propiciar um reforço de pressão e vazão, conforme o dimensionamento hidráu-
lico de que o sistema necessitar.
1.3.2.3 Tipos de Hidrantes
1.3.2.3.1 Hidrantes Públicos
São hidrantes da rede de distribuição pública, para captação de grande quantida-
de de água pelos bombeiros, para o combate a incêndios.
Os hidrantes públicos podem ser de coluna ou subterrâneos.

Figura - 141
Aptl 92-00/2020 57/152

a) Hidrantes de coluna
Hidrantes de coluna, instalados nos passeios públicos, são dotados de juntas
de união para conexão com mangotes, mangueiras ou mangueirotes. O mais utilizado em São
Paulo é o tipo conhecido pelo fabricante Barbará. Sua abertura é feita através de um registro de
gaveta cujo comando é colocado ao lado do hidrante. Possui uma expedição de 100m e duas de
63mm.
Tem, sobre os hidrantes subterrâneos, a vantagem de permitir captação de
maior volume de água, além de oferecer visibilidade e não ser facilmente obstruído. As expedi-
ções possuem tampões que exigem uma chave especial para removêlos.
b) Hidrantes subterrâneos
Hidrantes subterrâneos são aqueles situados abaixo do nível do solo, com
suas partes (expedição e válvula de paragem) colocadas dentro de uma caixa de alvenaria, fe-
chada por uma tampa metálica.
Na capital de São Paulo, a grande maioria dos hidrantes é deste tipo. São
antiquados, facilmente obstruídos por sujeira e de difícil localização. Para sua utilização, há
necessidade do aparelho de hidrante.

Figura - 142

Instalação – planejamento - A instalação e substituição dos hidrantes é respon-


sabilidade da companhia distribuidora de água da região. No Estado de São Paulo, por exemplo,
o órgão responsável é a “Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo” (sabesp), que
dispõe dos recursos necessários para a aquisição, instalação e substituição dos hidrantes, sendo
que a “sabesp” pode delegar esta responsabilidade, contratando outras empresas.
Os Bombeiros participam no planejamento e manutenção da rede pública de
hidrantes. É consultado sobre a instalação dos hidrantes novos, que é determinada pela análise
de dados estatísticos e técnicos.
Inspeção e manutenção - A inspeção dos hidrantes é de responsabilidade dos
Bombeiros. Esta inspeção deve observar possíveis danos mecânicos e as condições gerais do
hidrante.
Ao se examinar um aparelho, deve-se:
• Verificar se o acesso à expedição e válvula de paragem (registro) está livre.
Em caso negativo, desobstruí-lo se possível;
• Testar o hidrante, colocando-o em funcionamento e medindo sua pressão;
• Verificar o estado de conservação do aparelho, observando o estado da
pintura e a possível presença de oxidação (ferrugem), corrosão e danos (principalmente em
expedições), etc.
58/152 Aptl 92-00/2020

Na impossibilidade de efetuar a manutenção adequada, solicitar à companhia de


água a execução do reparo.
1.3.2.3.2 Hidrantes Prediais
A finalidade dos hidrantes dos edifícios residenciais e industriais é permitir o
início do combate a incêndios pelos próprios usuários dos prédios, antes da chegada dos bom-
beiros, e ainda facilitar o serviço destes no recalque de água, principalmente em construções
elevadas. Os hidrantes particulares podem ser alimentados por caixa d’água elevada ou por
sistema subterrâneo; podem ser de coluna ou de parede. Os hidrantes de coluna são instalados
sobre o piso e, os de parede, dentro de abrigos ou projetados para fora da parede. Podem ser
simples ou múltiplos, se possuírem uma ou mais expedições.

Figura - 143: Hidrante com mangueira, esguicho e chave de mangueira

1.3.3 LINHAS DE MANGUEIRA


As linhas de mangueira são os conjuntos de mangueiras acopladas, formando um
sistema para o transporte de água. Dependendo da utilização, podem ser: linha adutora, linha de
ataque, linha direta e linha siamesa.
1.3.3.1 Linha Adutora
É aquela destinada a conduzir água
de uma fonte de abastecimento para um reservató-
rio. Por exemplo: de um hidrante para o tanque de
viatura e de uma expedição até o derivante, com di-
âmetro mínimo de 63mm.
1.3.3.2 Linha de Ataque
É o conjunto de mangueiras utilizado
no combate direto ao fogo, isto é, a linha que tem Figura - 144
um esguicho numa das extremidades. Pela facilida-
de de manobra, utiliza-se, geralmente, mangueira de
38mm.

Figura - 145
Aptl 92-00/2020 59/152

1.3.3.3 Linha Direta


É a linha de ataque, composta por um ou
mais lances de mangueira, que conduz, diretamente, a água
desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.
1.3.3.4 Linha Siamesa
A linha siamesa é composta de duas ou mais
mangueiras adutoras, destinadas a conduzir água da fonte
de abastecimento para um coletor, e deste, em uma única
linha, até o esguicho. Destina-se a aumentar o volume de
água a ser utilizada.
Figura - 146

Figura - 147
1.3.3.5 Evoluções com linhas de mangueiras
Evolução: É a manobra com mangueira efetuada pela equipe dos CCIs (carros
contraincêndio) ou por uma parte dela.
a) Adentrar em uma Estrutura
Para máxima segurança o bombeiro deve estar alerta para a possibilidade de
“backdraft”, “flashover” ou colapso estrutural. Antes mesmo de adentrar em uma estrutura, o
bombeiro já deve estar atento para o risco de colapso estrutural. São indícios de colapso estru-
tural:
• Rachaduras em vigas, colunas, paredes e teto;
• Estalos (sons) característicos de colapso estrutural;
• Grande quantidade de calor em prédio com estrutura metálica.
• Ao avançar com uma linha de mangueira dentro de um edifício, o bombeiro
deve:
• Retirar todo o ar da linha antes de entrar na estrutura;
• Permanecer abaixado durante o combate ao fogo;
• Ficar longe de aberturas inexploradas, pois por elas pode sair calor, além de
existir o risco acentuado de quedas acidentais;
• Sentir o calor das portas com as costas da mão, sem luva;
• Manter-se abaixado e afastado do fogo, quando em ataque indireto, e pró-
ximo, quando em ataque direto.
(Os ataques direto e indireto serão estudados no próximo capítulo)
60/152 Aptl 92-00/2020

b) Linha Direta na Horizontal


Um bombeiro auxiliar estende a li-
nha de mangueira, podendo ser ajudado pelo chefe da linha,
que depois irá acoplar o esguicho à mangueira, guar- necendo-
-a com o auxiliar.
c) Linha por Escada Interna
O procedimento é semelhante ao descrito para armar a
linha direta no plano.
A armação nas escadas do prédio, en- tretanto, obriga o uso de consi-
derável quantidade de mangueiras para atingir planos
superiores ou inferiores, tais como sub solos, gara- Figura - 148
gens, etc... Prever sempre um lance de 15m por andar.
Sempre que for adentrar em andares inferiores, verifi-
car interiormente as condições adequadas de ventila-
ção (ex.: domus, shafts, ventiladores, etc...)
d) Linha Suspensa
Nos casos em que não houver pos-
sibilidade ou necessidade de se utilizar a rede de hi-
drante do prédio, o auto-plataforma (SK) ou o auto-
-escada (AE), pode-se utilizar a linha suspensa para
atingir o local sinistrado que esteja em plano superior Figura - 149
ao auto-bomba (AB).

Figura - 150
Um bombeiro sobe ao andar desejado, de onde lança um cabo de elevação,
que é atado à extremidade da mangueira com esguicho e içada (nó de içar), atentando-se para
que as saliências da edificação não cortem a mangueira. Normalmente, essa altura não deve ul-
trapassar 12 metros, ficando uma junta apoiada no solo e a outra com a guarnição. Para descer
a linha, o processo é inverso.
e) Linha a Partir do Hidrante Particular
Tem por finalidade aproveitar o sistema hidráulico de combate a incêndio da
edificação e pode ser empregada em prédios de um ou
mais pavimentos, bastando, para isto, acoplar a expedi-
ção do Auto Bomba Tanque ao registro de recalque ou hi-
drante mais próximo. Com isso, toda a rede pressurizada,
podendo o bombeiro utilizar qualquer hidrante interno.

Figura - 151
Aptl 92-00/2020 61/152

f) Linha em Escada Portátil


Procede-se à armação da linha como se fosse no plano e, estando ela pronta,
o chefe da linha, cruzando a mangueira sobre o peito, para manter as mãos livres, sobe pela
escada, secundado por outro bombeiro, que o auxilia a sustentar o peso da mangueira.
Não ultrapassar o limite de carga da escada.
Por exemplo: Uma escada simples com um lanço, com um comprimento de 4 a 8
metros, suporta dois homens mais equipamento, já
uma escada prolongável com dois lanços, com um
comprimento de 4 a 8 metros, suporta a carga de um
homem por lanço mais equipamento...
g) Linha Adutora em Hidrante
O abastecimento do auto-bomba
por hidrante, em local de incêndio, consiste basi-
camente em conectar o mangote ou o mangueiro-
te da expedição do hidrante à introdução da bom-
ba.
O que deve determinar se será uti-
lizado o mangote ou o mangueirote é a pressão a Figura - 152
que a adutora estará submetida. Se a vazão da bom-
ba for superior à vazão do hidrante, a pressão será
negativa (sucção) na adutora, sendo necessária, nes-
te caso, a utilização do mangote.
Ao contrário, se a vazão do hi-
drante for superior à da bomba, pode-se utilizar o
mangueirote.
A adutora pode ser realizada,
também, com mangueiras de 63mm. Faz-se, neste
caso, a mesma restrição feita ao mangueirote, além
de esta solução ter maior perda de carga.
Do hidrante ao incêndio
Figura - 153
• A viatura deixa no hidrante as
ferramentas necessárias para executar sua manobra, bem como a extremi-
dade da adutora pronta, que será conectada à sua expedição.
• Dirige-se para o local de incêndio, deixando atrás de si a linha estendida.
• Ao chegar no local de incêndio, desconecta a adutora pronta e a conecta na
introdução da bomba.
• Arma as linhas de ataque e recalca água, assim que todo o sistema estiver
armado.
• Se necessário, um segundo auto-bomba posiciona-se próximo ao hidrante
e conecta a extremidade da adutora à expedição da bomba, o mangote (ou
mangueirote) da introdução da bomba ao hidrante, e recalca água para o
outro auto-bomba.

Figura - 154
62/152 Aptl 92-00/2020

Do incêndio ao hidrante
• A viatura deixa no local de incêndio os equipamentos necessários para seu
combate, bem como a extremidade da adutora pronta que está no estrado
superior da viatura.
• Dirige-se para o hidrante mais próximo, deixando atrás de si a linha adutora
estendida.
• Ao chegar no hidrante, conecta a adutora pronta à expedição da bomba.
• Conecta o mangote (ou mangueirote) ao hidrante e na introdução da bomba
e recalca água para o incêndio.
• Se necessário, um segundo auto-bomba posiciona-se no local de incêndio,
conecta a extremidade da adutora à introdução da bomba e recalca água
para as linhas de ataque.

Figura - 155

h) Mangueira Rompida
Na impossibilidade de se interromper o fluxo d’água por meios normais, a
fim de substituir a mangueira rompida ou furada, deve-se estrangular a mangueira. Para isto,
utiliza-se o estrangulador de mangueiras, ou fazem-se duas dobras na mangueira, formando
dois ângulos agudos, e mantendo-os nesta posição com o peso do corpo.

Figura - 156
Com essa manobra, interrompe-se o fluxo
d’água e troca-se a mangueira rompida.
i) Descarga de Mangueira
• Consiste na retirada da água que permaneceu
no interior da mangueira, após sua utilização.
• Estender a mangueira no solo, retirando as
dobras que porventura apareçam.
• Levantar uma das extremidades sobre o om-
bro, sustentando-a com ambas as mãos.
• Deslocar-se para outra extremidade do lance,
deixando-o para trás, à medida que se avança
vagarosamente. Isto faz com que água escoe
pela extremidade da mangueira.
Figura - 157
Aptl 92-00/2020 63/152

1.3.4 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS


O sistema de proteção por mangotinhos pode
ser adotado no lugar dos tradicionais hidrantes internos.
Esse sistema apresenta uma grande autonomia devido ao
fato de possuir uma baixa vazão. O mangotinho apresenta
a grande vantagem de poder ser operado de maneira rápida
por uma única pessoa.
Por esses motivos os mangotinhos são re-
comendados para os locais onde o manuseio do sistema é
executado por pessoas não habilitadas, como exemplo, uma
dona de casa em um edifício residencial.
A possibilidade de uso do sistema de man-
gotinho está prevista na legislação em vigor. O dimensiona- Figura - 158
mento é idêntico ao sistema de hidrantes.
1.3.5 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR CHUVEIROS AUTOMÁTICOS (SPRINK-
LERS)
1.3.5.1 Objetivos
• Identificar e operar, abrindo e fechando, a válvula de dreno do sistema de
chuveiros automáticos.
• Operar a válvula de comando, abrindo, fechando e deixando na posição aber-
ta.
• Identificar até 3 fontes de suprimento de água para um sistema de chuveiros
automáticos.
• Identificar os seguintes sistemas de chuveiros automáticos: Cano molhado/
Cano seco/ Tipo dilúvio.
• Saber remover e substituir um chuveiro que tenha entrado em operação ou
esteja com defeito por outro do mesmo tipo.
• Saber definir de que forma o chuveiro é aberto, permitindo a descarga de
água.
• Saber identificar o registro de recalque do sistema de chuveiros automáticos.
• Saber recalcar água através do registro de recalque, empregando mangueiras.
• Saber verificar o estado de conservação das equipamentos que compõem um
sistema de chuveiros automáticos.
1.3.5.2 Introdução
Olá senhores alunos, tudo bem ?
Antes de abordarmos o assunto relacionado a sistema de chuveiros automá-
ticos propriamente dito, abordaremos o assunto relacionado a chuveiros automáticos, também
conhecidos como “Sprinklers”. Esse assunto será melhor detalhado onde citaremos os prin-
cipais tipos de chuveiros existentes além de outras informações e procedimentos de troca de
sprinklers.
Sendo assim, vamos lá né turma !!!
Os sistemas fixos automáticos de combate incêndios têm demonstrado, atra-
vés dos tempos, serem meios eficazes para controle e combate a incêndios em edificações. Os
chuveiros automáticos, também conhecidos como “sprinklers”, possuem a vantagem, sobre
hidrantes e extintores, de dispensar a presença de pessoal, atuando automaticamente na fase
inicial do incêndio, o que reduz as perdas decorrentes do tempo gasto desde a sua detecção até
o início do combate.
O sistema de proteção através de chuveiros automáticos consiste em uma rede
integrada de tubulações, dotadas de dispositivos especiais que, automaticamente, descarregam
água sobre um foco de incêndio, em quantidade suficiente para controlá-lo e eventualmente
64/152 Aptl 92-00/2020

extingui-lo. Esse sistema de proteção é dotado de alarme. Assim que um foco de incêndio é
detectado, os chuveiros são acionados e é emitido um aviso aos ocupantes da edificação.
Cada Município poderá possuir uma legislação municipal que versa sobre este
assunto. O dimensionamento deverá seguir a NBR 10897/90 que trata sobre a Proteção Con-
traincêndio por Chuveiro Automático e a legislação estadual para cada estado.
1.3.5.3 Definição
É um sistema de proteção composto por chuveiros distribuídos através de tu-
bulação em vários pontos de uma edificação. Os componentes de um sistema de chuveiros
automáticos são:

a) Reserva Exclusiva de Água;


b) Tubulação;
c) Válvulas ou Registros de Bloqueio;
d) Bomba de Incêndio;
e) Válvula de Retenção;
f) Válvula de Recalque; e
g) Elemento termo-sensível
Tabela - 3 Figura - 159
Os chuveiros automáticos são os principais elementos do sistema, pois detectam
o fogo e distribuem a água sobre o foco na forma de chuva. Podem ser dotados de elemento
termosensível ou não (chuveiros abertos), conforme o tipo de sistema.
A pressão, vazão e o período de tempo de fornecimento de água são estabeleci-
dos em normas técnicas.
O sistema de chuveiros automáticos pode ser de acionamento manual ou auto-
mático.
O sistema de chuveiros automáticos possui grande confiabilidade, e se destina a
proteger diversos tipos de edifícios.
Sua finalidade é:
a) Extinguir o incêndio no
seu estágio inicial;
b) Confinar o incêndio no seu
local de início dificultando ou impedindo a
sua propagação;
c) Permitir que as rotas de
fuga sejam utilizadas.
Geralmente o sistema de chu-
veiros automáticos são indicados quando:
d) A evacuação rápida e total
do edifício é impraticável e o combate ao in- Figura - 160
cêndio é difícil; e
e) É necessário proteger edifícios providos de pavimentos com grandes áreas
sem compartimentação.
Aptl 92-00/2020 65/152

Pode-se dizer que, via de regra, o sistema de chuveiros automáticos é a medida


de proteção contraincêndio mais eficaz quando a água for o agente extintor mais adequado.
a) Elemento termo-sensível
Em condições normais, nos chuveiros automáticos dotados de elemento ter-
mo-sensível, a descarga da água dos chuveiros é impedida por cápsula rigidamente fixa no
orifício de descarga.
A liberação da descarga de água só ocorre quando a temperatura do ambiente
atinge um grau pré-determinado, rompendo a cápsula. Cada chuveiro terá uma temperatura de
operação própria, que varia entre 58ºC e 260ºC. O elemento termosensível é dimensionado para
suportar a pressão da rede, inclusive possíveis variações.
Pode-se encontrar dois tipos de elementos termosensíveis: o tipo ampola e o tipo
solda.
• Tipo ampola: Consiste numa ampola, contendo líquido especial que se ex-
pande ao sofrer os efeitos do calor do incêndio. Com a expansão, a ampola
se rompe, liberando a descarga de água.
• Tipo solda: Consiste numa liga metálica cujo ponto de fusão está pré-
-determinado e, ao fundir-se, libera a descarga de água.
Unido à estrutura ou corpo do chuveiro, existe um defletor ou distribuidor contra
o qual é lançada a água, fazendo com que esta se torne pulverizada e, dessa forma, proteja uma
determinada área.

Figura - 161: Divisão de Chuveiro Automático tipo ampola

Os chuveiros automáticos não podem ser pintados, pois, com a pintura, a tempe-
ratura nominal de funcionamento sofrerá alterações. Entretanto, os chuvei ros automáticos com
elemento fusível do tipo solda, para temperatura acima de 77ºC, são pintados pelos fabricantes,
para identificação.
b) Posição do chuveiro automático
Em relação às tubulações que os alimentam, os chuveiros automáticos podem
ser instalados na posição pendente ou na posição para cima. Seja como for, devem ser instala-
dos, sempre, na posição prevista pelos projetistas.

Figura - 162
66/152 Aptl 92-00/2020

c) Tipos de chuveiros automáticos


Quanto à descarga de água, os chuveiros automáticos se classificam em:
• Chuveiros do tipo convencional: São aqueles cujo defletor é desenhado
para permitir que uma parte da água seja projetada para cima, contra o teto,
e a outra para baixo, adquirindo forma aproximadamente esférica;
• Chuveiros do tipo spray: São aqueles cujo defletor é desenhado para que
a água seja projetada para baixo, adotando forma esférica;
• Chuveiros do tipo lateral: São aqueles cujo defletor é desenhado para
distribuir a água de maneira que quase a totalidade da mesma seja aspergi-
da para frente e para os lados, em forma de um quarto de esfera, com uma
pequena quantidade contra a parede, atrás do chuveiro;
• Chuveiros do tipo especial: São aqueles projetados, por razões estéticas,
para serem embutidos ou estarem rentes ao forro falso.
ATENÇÃO
ESTE TIPO DE CHUVEIRO SOMENTE PODERÁ SER INSTALADO NA POSIÇÃO PEN-
DENTE;
• Chuveiros de média velocidade: Dotados ou não de elemento termo-sen-
sível, são fabricados com defletor para vários ângulos de descarga, fazendo
com que a água seja lançada em forma de cone;
• Chuveiros de alta velocidade: São fabricados sem elemento termo-sensí-
vel (aberto) e seu orifício de descarga é dotado de um dispositivo interno
cuja função é provocar turbulência na água, nebulizando e lançando-a, ex-
tremamente pulverizada, na forma de cone.

Figura - 163: Principais tipos de chuveiros automáticos


Os chuveiros podem ser revestidos ou tratados pelo próprio fabricante com
chumbo, cera, cromo, cádmio, etc., para proteção contra vapores corrosivos e ações ambientais
desfavoráveis.
1.3.5.4 Tipos de Sistemas de Chuveiros Automáticos - No Brasil, existem basicamente 3 tipos
de sistemas de chuveiros automáticos:
• Sistema de cano molhado;
• Sistema de cano seco;
• Sistema tipo dilúvio;
• Cortina d’água
OBSERVAÇÃO

Para proteção em pequenas aberturas, sobre telhados, ou para proteção de riscos especiais,
pode-se instalar "cortina d’água".
1.3.5.4.1 Sistema de Cano Molhado:
Compreende uma rede de tubulação permanentemente cheia de água sob pres-
são, em cujos ramais os chuveiros são instalados.
Aptl 92-00/2020 67/152

Os chuveiros automáticos desempenham o papel de detectores de incêndio, só


descarregando água quando acionados pelo calor do incêndio. É o tipo de sistema mais utiliza-
do no Brasil.
Quando um ou mais chuveiros são abertos, o fluxo de água faz com que a vál-
vula se abra, permitindo a passagem da água da fonte de abastecimento. Simultaneamente, um
alarme é acionado, indicando que o sistema está em funcionamento.

Figura - 164: Sistema de Cano Molhado

1.3.5.4.2 Sistema de Cano Seco:


Compreende uma rede de tubulação permanentemente seca, mantida sob pressão
(de ar comprimido ou nitrogênio), em cujos ramais são instalados os chuveiros. Estes, ao serem
acionados pelo calor do incêndio, liberam o ar comprimido (ou nitrogênio), fazendo abrir au-
tomaticamente uma válvula instalada na entrada do sistema (válvula de cano seco), permitindo
a entrada da água na tubulação. Este sistema é o mais indicado para as regiões extremamente
frias, sujeitas a temperatura de congelamento da água, ou locais refrigerados (como frigorífi-
cos).
O suprimento de ar comprimido (ou nitrogênio) deve ser feito por uma fonte
confiável e disponível a toda hora, devendo ser ca paz de restabelecer a pressão normal do sis-
tema rapidamente.
Deve dispor de uma ou mais válvulas de segurança, entre o compressor e a vál-
vula de comando, que devem estar graduadas para aliviar ao atingir pressão acima da prevista.

Figura - 165: Sistema de Cano Seco


68/152 Aptl 92-00/2020

1.3.5.4.3 Sistema do Tipo Dilúvio:


Compreende uma rede de tubulações secas, em cujos ramais são instalados chu-
veiros do tipo aberto (sem elemento termosensível).
Na mesma área dos chuveiros é instalado um sistema de detectores ligado a uma
válvula do tipo dilúvio, existente na entrada do sistema. A atuação de quaisquer detectores, ou
então a ação manual de comando a distância, provoca a abertura da válvula, permitindo a en-
trada da água na rede, descarregada através de todos os chuveiros, e, simultaneamente, fazendo
soar o alarme de incêndio. Este tipo de sistema é normalmente utilizado na proteção de hanga-
res (galpões para aeronaves).

Figura - 166: Sistema Tipo Dilúvio


1.3.5.4.4 Cortina D’água:
A cortina d’água é um sistema que produz des-
cargas de água em pequenas aberturas ou sobre telhados de
uma edificação, a fim de evitar a propagação de um incêndio.
O acionamento da cortina d’água pode ser au-
tomático ou manual:
Automático - Uma válvula é mantida fechada
por um sistema de alavancas fixadas por elemento fusível. O
sistema é acionado automaticamente pela atuação do calor,
ocorrendo a ruptura do elemento fusível e permitindo a pas-
sagem da água para todos chuveiros, que funcionarão simul-
taneamente.
Manual - É aquele em que o sistema é aciona-
do por um operador, mediante a abertura de um registro.
Desde que atenda a demanda (vazão e pres-
são), o abastecimento para o sistema cortina d’água pode ser
o mesmo utilizado pelo sistema de chuveiros automáticos da
edificação. Entretanto, cada um dos sistemas deve possuir
válvula de governo independente.
1.3.5.5 Utilização do Sistema de Chuveiros Automáticos nas Figura - 167: Sistema tipo Cortina
Operações de Combate a Incêndio D’água
Alguns fatores importantes devem ser considera-
dos nas operações de combate a incêndios em edificações protegidas por chuveiros automáticos.
O sistema de chuveiros automáticos estará em funcionamento quando os Bom-
beiros chegarem ao local.
A guarnição do primeiro autobomba a chegar no local da ocorrência, deve ligar
a bomba de incêndio da viatura no registro de recalque (facilmente identificável por ser duplo).
O autobomba deve recalcar água com a pressão de 10 kgf/cm2(150 psi), preferencialmente
Aptl 92-00/2020 69/152

através de linhas siamesas (não superiores a 30 metros Pressão máxima de trabalho 12 kgf/cm2
180 psi).
Havendo fogo no local, devem ser armadas linhas de ataque para, em comple-
mentação aos chuveiros automáticos, extinguir o incêndio.
As válvulas de comando do sistema somente deverão ser fechadas após a extin-
ção do fogo ou se estiverem ocorrendo danos ou desperdício de água. Caso não seja possível
fechar a válvula de comando, deve-se utilizar bloqueadores de chuveiro automático.
A interrupção do funcionamento do sistema somente poderá ser feita após o
Comandante da Operação verificar a extinção do incêndio. Quando uma válvula de comando é
fechada, um bombeiro deve permanecer junto a ela, a fim de operá-la caso haja necessidade de
reabertura.
IMPORTANTE
O recalque não será realizado se a Bomba de Incêndio estiver operando.

Figura - 168: Recalque


1.3.5.6 Procedimento para Troca de Bicos de Chuveiros Automáticos
Após o término de serviço de combate a incêndio, o sistema deve ser recolocado
em condições de operação. Os chuveiros utilizados devem ser substituídos por outros do mes-
mo tipo.
A renovação e substituição dos chuveiros devem ser feitas com chave própria, e,
para isso, são adotadas as seguintes providências:
• Fechar a válvula de comando;

Figura - 169: Fechamento da válvula de comando


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• Abrir a(s) válvula(s) de dreno;

Figura - 170: Abertura da válvula de dreno


• Remover o chuveiro automáatico;

Figura - 171: Cunha de manipulação de chuveiros automáticos


Aptl 92-00/2020 71/152

• Substituir o chuveiro por outro do mesmo tipo;

Figura - 172: Substituição ou orientação de substituição do(s) chuveiro(s) automático(s)


• Abrir a válvula de comando;
• Abrir válvulas de teste para retirar o ar contido no sistema; e
• Fechar válvula(s) de dreno.
Outros procedimentos que são importantes são:
• Inspeção de possíveis vazamentos no sistema; e
• Orientar o proprietário ou responsável a verificar se o sistema de automa-
tização está funcionando de acordo com as pressões de projeto.

Figura - 173
Figura - 174

ATENÇÃO
O abastecimento de água somente deverá ser interrompido após a inspeção final do local com
a garantia de extinção total no local.
1.3.5.7 Inspeção de Bombeiros
Durante atendimento a ocorrência de incêndio ou durante inspeção em edifica-
ções protegidas por sistema de chuveiros automáticos, o pessoal das guarnições dos Bombeiros
devem verificar:
72/152 Aptl 92-00/2020

• Se toda a edificação está protegida por chuveiros automáticos, inclusive as


modificações e/ou ampliações;
• Se as mercadorias estocadas estão devidamente protegidas por chuveiros au-
tomáticos e se esses materiais não encontram-se obstruindo a descarga de
água;
• Se todas as válvulas do sistema estão operando normalmente e se não estão
obstruídas;
• Se todas as válvulas, equipamentos e dispositivos do sistema estão em bom
estado de conservação;
• Se o sistema de automatização da bomba de recalque está funcionando;
• Se o painel de sinalização e alarme está funcionando;
• Se o sistema encontra-se sob pressão;
• Se o sistema de teste de dreno está funcionando corretamente (testar através
das conexões para teste) ;
• Se o registro de recalque do sistema se encontra desobstruído e em perfeito
estado de conservação e funcionamento;
• Se o ar comprimido (ou nitrogênio) e a água no sistema de cano seco estão
em seus níveis normais;
• Se o compressor de ar se encontra em bom estado de conservação;
• Se os alarmes (hidráulicos e/ou elétricos) funcionam normalmente; e
• Se existem chuveiros para reposição.
1.3.5.7.1 Quantitativo de chuveiros automáticos reserva
Conforme previsto na NFPA 13, toda edificação dotada de chuveiros automáti-
cos deve possuir estoque com bicos de chuveiros automáticos reserva de acordo com a classifi-
cação de risco da edificação envolvida. A tabela abaixo resume o quantitativo necessário:

Classe de Risco Quantitativo de chuveiros automáticos


reserva
• Risco Leve (Escritórios, hóteis, etc) 06
• Risco Ordinário (Garagens, shopping, 24
lojas, etc)
Tabela - 4: Quadro de Relação da Temperatura com as Cores das Ampolas dos Sprinklers

Tabela - 5: Quadro de Relacionamento Cor x Temperatura


Aptl 92-00/2020 73/152

1.3.5.8 Recomendações Básicas


De acordo com a legislação, caros alunos, apresentamos abaixo as principais
recomendações previstos nas normas que tratam sobre o assunto de chuveiros automáticos.
Um espaço livre de pelo menos 1,00 (um) metro deve existir abaixo e ao redor
das cabeças dos chuveiros, a fim de assegurar uma inundação eficaz;

Figura - 175: Imagem de um sprinkler em operação

A automatização do sistema é realizada através de bomba jóquei e pressosta-


tos. Verificar se o pressostato da bomba jóquei aciona antes do pressostato da bomba principal;
• A bomba principal poderá ser elétrica ou a explosão;
• Todas as Válvulas de Governo e Alarme (VGA) e Válvulas Setoriais devem
possuir sistema de drenagem e teste;
• Nos edifícios horizontalizados (shopping, galpões etc), deverá haver uma
VGA para cada 5.000m² de área construída. Estas Válvulas de Governo de-
vem ficar em local de fácil acesso e devem possuir identificação do setor que
controla;
• Nos edifícios verticais (prédios), deverá haver uma Válvula Setorial, Coman-
do Secundário (CS) em cada pavimento. Os registros de paragem do barrilete
das bombas e das válvulas de governo e comando secundário devem ser do
tipo gaveta com haste ascendente ou tipo borboleta. Os registros do dreno e
teste podem ser do tipo gaveta comum ou esfera;
• Os registros de paragem do barrilete das bombas e das VGA e CS devem ser
do tipo gaveta com haste ascendente ou tipo borboleta. Os registros do dreno
e teste podem ser do tipo gaveta comum ou esfera;
• A tubulação deve ser metálica, exceto para a tubulação de drenagem, esta
poderá ser em PVC ou ser a própria tubulação de águas pluviais ou servidas
do prédio;
• As válvulas (VGA ou CS) não podem ser instaladas dentro das escadas de
segurança;
• O registro de recalque dos chuveiros automáticos (usado pelo Corpo de Bom-
beiros Estadual) geralmente é duplo, com duas introduções de 2 ½”. Este
deve estar nas proximidades da entrada do prédio;
74/152 Aptl 92-00/2020

• Verificar se os bicos de sprinklers não estão obstruídos por divisórias, luminá-


rias, dutos de ar condicionado etc;
• A distância máxima do bico à parede é de 2,30m;
• A distância máxima de defletor do bico ao teto liso é de 0,30m, a distância
mínima é de 0,025m;
• Os tipos de bicos de chuveiros automáticos mais comuns são: pendentes (de-
fletor para baixo); “up-right” (defletor para cima). Para hotéis, motéis e simi-
lares admite-se a instalação de bicos de sprinklers na parede (bico específico,
chamado de “side-wall”);
• O diâmetro da prumada principal de alimentação do sistema geralmente é su-
perior a 4” e o diâmetro mínimo para os ramais finais dos bicos é de 1” (uma
polegada);
• Admite-se solda na tubulação de sprinklers para diâmetros superiores a 2”.
Para diâmetros inferiores a 2” deve-se usar somente rosca (conexões);
• A reserva de incêndio de sprinklers pode ser em conjunto com a reserva de
hidrantes;
• A reserva de incêndio de sprinklers deve ser dimensionada para no mínimo
60 minutos de operação;
• O Corpo de Bombeiros de alguns estados admite que a bomba de sprinklers
e hidrantes seja a mesma, dimensionada para atender aos dois sistemas em
conjunto;
• Na parte mais baixa da edificação exige-se um sistema de drenagem da tubu-
lação;
• Os bicos de sprinklers podem ser com elemento termossensível do tipo am-
pola ou o tipo solda eutética. Para prédios em geral o bico mais adotado é do
tipo ampola;
• A temperatura mais usual de acionamento do bico tipo ampola é de 68º C;
para vitrines de lojas (show-room) e cozinhas a temperatura mínima reco-
mendada é de 79º C;
• Para bicos instalados em casa de máquinas, coberturas de galpões e outros
locais quentes, deve-se prever temperaturas superiores a 79º C;
• Toda a edificação deverá ter em estoque bicos de reserva, no mínimo 06 para
risco leve (escritórios, hotéis etc) e 24 para riscos ordinários (garagens, sho-
pping, lojas etc);
• A inspeção dos chuveiros automáticos deve ser realizada mensalmente onde
todo o equipamento de prevenção e combate a incêndio, inclusive as bombas
de incêndio, deverá ser inspecionado, recebendo uma etiqueta de inspeção
devidamente preenchida; e
• É obrigatória a instalação em residências transitórias e coletivas com mais de
30 metros de altura, em hospitais e laboratórios que ultrapassem a 12 metros
de altura, ou em prédios cuja arquitetura ou localização impeçam o uso ade-
quado das escadas mecânicas do Corpo de Bombeiros.
Aptl 92-00/2020 75/152

1.3.5.9 Proteção por Sistemas de Chuveiros Automáticos


O sistema de chuveiros automáticos é projetado e instalado conforme normas
próprias que regulam os critérios de distribuição de chuveiros, temperatura de funcionamento,
área de operação e de proteção, diâmetro das tubulações, etc.
A estrutura de funcionamento do sistema compõe-se, basicamente, de:
• Abastecimento de água;
• Válvulas de governo e alarme;
• Rede de distribuição; e
• Chuveiros automáticos.

Figura - 176:Sistema de Chuveiros Automáticos


a) Abastecimento do Sistema de Chuveiros Automáticos
É vital para qualquer sistema hidráulico dispor de abastecimento confiável
de água, com pressão e vazão adequadas. 0 abastecimento de água para o sistema de chuveiros
automáticos é fornecido:
• Por gravidade (através de reservatório elevado);
• Por bombas de recalque; e
• Por tanques de pressão.

Figura - 177: Sistema de abastecimentos de chuveiros automáticos por gravidade


76/152 Aptl 92-00/2020

Normalmente, o sistema possui somente uma fonte de abastecimento.


O abastecimento por gravidade, isto é, através de reservatório elevado, é o siste-
ma mais confiável e que exige menos manutenção.
Na impossibilidade de se utilizar abastecimento por gravidade, o sistema deverá
ser abastecido por bombas de recalque. As bombas de recalque devem dispor de uma fonte de
energia confiável, e o reservatório de água atender à demanda necessária. As bombas para ali-
mentação do sistema devem ser centrifugas e acionadas automaticamente por motor elétrico ou
a diesel.

Figura - 178: Casa de Bomba do Sistema de Chuveiros Automáticos


A partir do acionamento do sistema, num tempo não superior a 30 segundos,
a bomba e o alarme (sonoro e/ou visual) deverão funcionar. As ligações elétricas da bomba
devem ser independentes da instalação elétrica da edificação e, se houver gerador elétrico de
emergência, este deverá estar ligado a bomba. No caso de bomba a diesel, o conjunto (inclusive
o tanque de combustível) deve ser instalado em local protegido por chuveiros automáticos. O
abastecimento por tanque de pressão poderá ser utilizado como fonte única de abastecimento
ou como solução complementar ao abastecimento fornecido pelo reservatório elevado ou pelas
bombas de recalque. Tratase de um recipiente contendo grande quantidade de água (10 m a 25
m) permanentemente pressurizado. Com a abertura do chuveiro, a água é descarregada devido
à pressão existente no interior do tanque.
Aptl 92-00/2020 77/152

5º Pavimento

Legenda
Sistema de Sprinklers
4º Pavimento
Sprinkler pendente cromado
Sprinkler up right acabamento bruto
Chave de uxo
Registro de gaveta
3º Pavimento Bomba principal para sistema de sprinklers
Bomba jockey para sistema de sprinklers
Painel de partida das bombas de sprinklers
Tubulação de alimentação do sistema de sprinkler
2º Pavimento

1º Pavimento

Térreo

Subsolo

Figura - 179: Esquema completo do sistema de chuveiros automáticos.

O tanque deverá possuir indi-


cadores e alarmes do nível de água e pressão
(manômetros), com possibilidade automática de
reabastecimento de água (bomba) e ar (compres-
sor). A água não deve ultrapassar 2/3 da capaci-
dade do tanque.

Figura - 180: Tanque de Pressão.


78/152 Aptl 92-00/2020

O sistema de chuveiros automáticos deve ser dotado de registro de recalque du-


plo, com válvula de retenção, por onde os Bombeiros Militares poderão abastecer o sistema.

IMPORTANTE : O recalque não será realizado se a Bomba de Incêndio ligada.

Figura - 181: Registro de Recalque Duplo.

b) Válvulas do Sistema de Chuveiros Automáticos


As válvulas de governo e alarme são dispositivos instalados entre o abaste-
cimento do sistema e a rede de distribuição, constituídos basicamente de válvula de comando,
válvula de alarme e válvula de teste e dreno.
c) Válvula de Comando:
É utilizada para fechar o sistema, cortando o fluxo de água sempre que algum
chuveiro precisar ser substituído para a manutenção do sistema, ou quando a operação do mes-
mo precisa ser interrompida. Após o término do serviço, a válvula de comando deve ser deixada
na posição aberta. Esta válvula deve ser do tipo gaveta de haste ascendente.

Figura - 182: Válvula de Comando


Aptl 92-00/2020 79/152

d) Válvula de alarme
A operação dos chuveiros automáticos aciona um alarme indicativo de fun-
cionamento do sistema. 0 acionamento do alarme se faz pela movimentação do fluxo de água
na tubulação, em virtude de um incêndio, vazamento ou ruptura acidental da tubulação. Os
alarmes podem ser hidráulicos e/ou elétricos. Os tipos mais comuns de alarmes são o gongo
hidráulico e a chave detectora de fluxo d’água.

Figura - 183: Válvula de Governo e Alarme.

e) Válvula de teste e dreno:


É um dispositivo, ou conexão destinado a testar o sistema ou o funcionamento
do alarme, ou ainda, drenar a água da tubulação para manutenção".

Figura - 184: Válvula de Teste e Dreno.


80/152 Aptl 92-00/2020

f) Rede de Distribuição de Água (Tubulação)


A tubulação para os chuveiros automáticos ramifica-se para possibilitar a pro-
teção de toda ocupação, formando a rede de distribuição de água. O diâmetro da canalização
deve seguir as exigências das normas legais.
A canalização do sistema não deve ser embutida em lajes ou passar em locais
não protegidos por chuveiros automáticos, exceto se enterrada. Deve ser instalada com inclina-
ção que permita drenagem natural (de preferência, feita pela válvula de teste e dreno).

Figura - 188: Rede de Distribuição de Água


1.3.5.10 Dimensionamento do Sistema de Chuveiros Automáticos
O dimensionamento do sistema é estabelecido de acordo com as normas técnicas
vigentes, sendo projetado:
a) De acordo com a severidade do incêndio que pode ocorrer na edificação;
b) De forma a garantir a pressão e a vazão prevista em todos os chuveiros auto-
máticos, a fim de atender a um valor mínimo estipulado;
c) Para que a distribuição de água seja suficientemente homogênea, dentro de
uma área a ser protegida.

Figuras 187 a 189


Aptl 92-00/2020 81/152

1.3.6 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR GASES EXTINTORES


Consiste num sistema composto por uma bateria de cilindros de gás extintor,
tubulações, válvulas de controle de fluxo, pressostatos, difusores, rede de detecção, sinalização,
alarme, painel de comando e acessórios, destinado a extinguir incêndio por abafamento, através
da descarga do agente extintor.
O emprego desse sistema é recomendado para proteger:
a) Ambientes em que o uso da água é desaconselhável;
b) Locais cujo valor agregado dos objetos e equipamentos é elevado, e o empre-
go de outro agente provocará a depreciação do bem pela deposição de resíduos.
c) Locais onde o custo agente/instalação é menor do que outro tipo de sistema.
1.3.6.1 Dimensionamento do Sistema Fixo de Gases Extintores
O dimensionamento do sistema é estabelecido de acordo com as normas técnicas
vigentes, sendo projetado:
a) De acordo com a severidade do incêndio que pode ocorrer na edificação;
b) De forma a garantir a pressão e a vazão prevista em todos os aplicadores, a
fim de atender a um valor mínimo estipulado;
c) Para que a distribuição do gás extintor seja suficientemente homogênea, den-
tro de uma área a ser protegida.

Figura - 189
82/152 Aptl 92-00/2020

1.3.7 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA


O sistema de iluminação de emergência se destina a substituir a iluminação ar-
tificial normal que pode falhar em caso de incêndio. Por isso deve ser alimentada por baterias
ou por motogeradores de acionamento automático e imediato, a partir da falha do sistema de
alimentação normal de energia.
Esse sistema consiste em um conjunto de componentes e equipamentos que,
no caso de interrupção de alimentação normal,
propicia a iluminação suficiente e adequada
para:
• Permitir o deslocamento fácil
e seguro das pessoas pelas rotas de fuga até al-
cançarem o exterior da edificação; e
• Garantir, também, a execução
das atividades de interesse da segurança e inter-
venção de socorro.
Dois métodos de iluminação de
emergência são possíveis:
a) Iluminação permanente Figura - 190
Quando as luminárias são alimentadas em situação normal pela fonte de ener-
gia da edificação, sendo comutada automaticamente para a fonte de alimentação própria do
sistema de emergência (gerador) em caso de falha da fonte da edificação;

Figura - 191

b) Iluminação não permanente


Quando as luminárias não são alimentadas em situação normal pela fonte de
energia da edificação e, em caso de falha desta, são alimentadas automaticamente pela fonte de
alimentação própria do sistema (gerador).
A iluminação de emergência deve ser ins-
talada nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos, pas-
sagens antecâmara e patamares de escadas, de modo que não
fiquem obstruídas por materiais e fumaça.
Seu posicionamento, distanciamento entre
pontos e sua potência são determinados nas normas técnicas
vigentes.

Figura - 192
Aptl 92-00/2020 83/152

1.3.7.1 Iluminação de Aclaramento


Destina-se a iluminar as rotas de fuga de tal forma que os ocupantes não tenham
dificuldade de transitar por elas.

Figura - 193

1.3.7.2 Iluminação de Balizamento


É aquela associada à sinalização de indicação de rotas de fuga que, além de cla-
rear, possui a função de orientar a direção e o sentido que as pessoas devem seguir em caso de
emergência.

Figura - 194
1.3.8 SISTEMA DE DETECÇÃO, ALARME E COMUNICAÇÕES
É o conjunto de sistemas destinados a detectar e alertar as pessoas de uma edifi-
cação sobre a ocorrência de incêndio.
Quanto mais rápido o fogo for descoberto ainda
em seu princípio, mais facilmente poderá ser controlado e ex-
tinto; além disso, maiores serão as chances dos ocupantes do
edifício escaparem sem sofrer qualquer injúria.
Uma vez que o fogo foi descoberto, a seqüência
de ações normalmente adotada pelas empresas é a seguinte:

Figura - 195

* Alertar a central de controle da edi cação;


* Acionar a brigada para fazer a primeira tentativa de extinção do fogo;
* Alertar os ocupantes da edi cação para iniciar o abandono; e
* Informar ao serviço de combate a incêndios (Corpo de Bombeiros).
84/152 Aptl 92-00/2020

A detecção automática é utilizada com o intuito de vencer de uma única vez esta
série de ações, propiciando a possibilidade de se tomar uma atitude imediata de controle de
fogo e abandono da edificação.
Os meios de detecção e alarme são compostos por diferentes sistemas. Para a
definição dos aspectos necessários aos projetos dos sistemas de detecção automática e alarme,
devem ser utilizadas as normas técnicas vigentes.
Os sistemas de detecção e alarme são compostos basicamente de:
• Detectores;
• Acionadores manuais de alarme; e
• Central de Controle.
1.3.8.1 Detectores de Incêndio
São parte do sistema de detecção que detecta um princípio de incêndio em sua
área de atuação. Existem 4 tipos principais de detectores de incêndio:
a) Detectores térmicos
Reagem à energia calorífica desprendida pelo fogo. Tal reação pode ocorrer
de 2 modos:
Dispositivos de temperatura fixa; e
Dispositivos termo-velocimétricos, que reagem ao aumento brusco da tempe-
ratura ambiente (em geral para um acréscimo de cerca de 10ºC por minuto).
b) Detectores de infravermelho
Reagem diretamente às radiações infravermelho emanadas pelas chamas.
c) Detectores óticos
Reagem a uma alta concentração de fumaça visível, isto é, a mesma fumaça
que o olho humano pode ver. São ineficazes na detecção de incêndios onde não haja uma densa
produção de fumaça, especialmente nos estágios iniciais da combustão.

Figura - 196
Aptl 92-00/2020 85/152

d) Detectores de ionização
Utilizam um princípio radioativo que torna condutivo o ar no interior do de-
tector, permitindo a passagem de uma pequena corrente elétrica. Quando os produtos da com-
bustão penetram no interior do detector, o fluxo da corrente é interrompido e, em conseqüência,
o sinal de alarme é acionado.

Dependendo do tipo e so sticação do sistema de detecção e alarme, o detector


pode:

* Indicar seu acionamento num painel de controle;


* Acionar alarmes;
* Desligar equipamentos;
* Fechar portas corta-fogo;
* Acionar equipamentos de extinção, etc.

Tabela - 6

O tipo de detector a ser utilizado depende das características dos materiais exis-
tentes no local e do risco de incêndio existente. A posição dos detectores também é um fator
importante e a localização escolhida (normalmente junto à superfície inferior do forro) deve ser
apropriada à concentração de fumaça e dos gases quentes.
Dependendo do risco existente, os detectores podem ser instalados em outras
partes da edificação, como acima do forro, por debaixo de pisos, dentro de máquinas e equipa-
mentos, etc. Nestes casos, é necessário que o sistema possua um meio de identificação rápida
do detector acionado.
1.3.8.1.1 Alarme de Incêndio
Dispositivo destinado a alertar a po-
pulação de uma edificação a cerca de um incêndio
1.3.8.1.2 Alarme de Incêndio Manual
Sistema provido de acionadores
manuais que permitem que a primeira pessoa que
detectar o incêndio acione manualmente o sistema.
Os acionadores manuais podem ser instalados mes-
mo em edificações dotadas de sistema de detecção
automática e/ou extinção automática, já que o in-
cêndio pode ser percebido pelos ocupantes antes
de seus efeitos sensibilizarem os detectores ou os
equipamentos automáticos.
Os acionadores manuais de alarme
podem: Figura - 197
• Indicar seu acionamento num
painel de controle; ou
• Acionar alarmes localizados em outras áreas da edificação, objetivando aler-
tar os ocupantes sobre a existência do incêndio.
86/152 Aptl 92-00/2020

1.3.8.1.3 Alarme de Incêndio Automático


Sistema de acionamento automático, vinculado ao sistema de detecção.
1.3.8.2 Central de Controle
As centrais de controle podem ser exclusivas para o sistema de alarme ou para
o de detecção, ou pode servir aos dois sistemas simultaneamente. Qualquer que seja o seu fun-
cionamento, a central de controle deverá possuir alimentação elétrica independente do forneci-
mento normal da edificação, de modo que, cortando-se a energia elétrica da edificação, a central
continuará em funcionamento.
O posto onde estiverem instaladas as centrais de controle deve ser operado por
pessoal treinado e devem possuir meios de comunicação interna e externa à edificação.
1.3.8.2.1 Central de Alarme
Destinada a:
a) Receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo alarme de incêndio;
b) Transmitir o sinal recebido para:
• Alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;
• Alarme temporizado para outras partes da edificação;
• Acionar uma instalação automática de extinção de incêndio;
• Fechar portas, etc;
c) Controlar o funcionamento do sistema; e
d) Realizar teste do sistema

Figura - 198
1.3.8.2.2 Central de Detecção
a) Receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector de incên-
dio;
b) Transmitir o sinal recebido por meio do sistema de alarme de incêndio para:
• Alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;
• Alarme temporizado para todo
o edifício;
• Acionar uma instalação auto-
mática de extinção;
• Fechar portas etc;
c) Controlar o funcionamento do sis-
tema; e
d) Realizar teste do sistema.

Figura - 199
Aptl 92-00/2020 87/152

1.3.8.3 Central de Comunicação


1.3.8.3.1 Objetivos
• Descrever como receber uma solicitação de emergência e os procedimentos
imediatos a serem adotados;
• Operar o sistema de controle de tráfego;
• Atender chamadas telefônicas;
• Descrever as prescrições e regras para operação de rádio;
• Acionar o policiamento ostensivo e outros apoios;
• Descrever os procedimentos decorrentes do alarme;
• Operar estações fixas, móveis e portáteis e identificar os procedimentos ope-
racionais padrão para uso de rádio;
• Relatar uma ocorrência por rádio;
• Identificar sinais de apito, gestos e alarmes; e
• Identificar os equipamentos utilizados.
1.3.8.3.2 Introdução
Ao se observar uma guarnição de bombeiros que retorna ao quartel em sua via-
tura, agora em baixa velocidade, em meio ao trânsito dos grandes centros urbanos, pode-se ter
a curiosidade de saber que tipo de ocorrência aquela guarnição atendeu. Porém, dificilmente
se pensa sobre a maneira que as informações sobre a ocorrência chegaram até os Bombeiros
e como elas foram repassadas à guarnição que, por sua vez, também necessita informar, a um
centro controlador, por exemplo, sobre a sua situação operacional.
A seguir, será apresentado um breve resumo dos fundamentos, conceitos e mis-
sões da ciência da Comunicação que envolve e interliga bombeiros à comunidade.
1.3.8.3.3 Definições
a) Comunicação é o ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens.
b) Comunicação Operacional - É a correta utilização dos procedimentos e
equipamentos de comunicação, permitindo o fluxo de mensagens desde a solicitação de emer-
gência ao Centro de Comunicações até o retorno das viaturas ao Posto de Bombeiros.
c) Telecomunicação - Processo de comunicação à longa distância que utiliza
como meio de transmissão linhas telegráficas, telefônicas e ondas eletromagnéticas (ondas de
energia que se propagam no espaço).
d) Órgãos de Comunicação - São órgãos destinados a receber solicitação do pú-
blico e transmiti-las às estações que irão atendê-las.
1.3.8.3.4 Equipamentos Utilizados na Telecomunicação
a) Rádio
O rádio usado nas atividades de Bombeiros, normalmente, é o transceptor
que recebe e transmite a voz dos operadores. É composto essencialmente de um transmissor
que gera energia sob a forma de radiofreqüência (ondas eletromagnéticas), de um receptor que
converte as ondas de rádio em sinais audíveis, de um sistema adequado de antenas e de uma
fonte de energia elétrica. O rádio possibilita que a voz seja convertida em sinais elétricos sendo
transportada pela onda eletromagnética ao espaço livre onde será captada e transformada em
som, por exemplo, a voz humana.
88/152 Aptl 92-00/2020

Figura - 200: Exemplo de rádio transceptor.

Estação fixa - Equipamento instalado em uma edificação, ligado à energia elé-


trica. Sua antena é posicionada em local alto, sendo ideal a instalação em cima de uma torre. Na
falta de energia elétrica, pode ser ligado a uma bateria, que fornece alimentação até o retorno
das condições normais.
A estação fixa é identificada pelo nome da localidade onde está situada, por si-
glas ou por números.

Figura - 201: Estação fixa.

Estação móvel - Instalada em veículos, obtém energia


da bateria do automóvel. A estação móvel é identificada pelo cadastro
operacional da viatura.
Estação portátil - Transportável pelo bombeiro, ali-
menta-se com energia de bateria recarregável, incorporada ao equipa-
mento.
A estação portátil é identificada por códigos pré-deter-
minados. Figura - 202: Estação móvel.

O conjunto de estações funcionando em uma mesma


freqüência ou grupo de freqüências é denominado rede de rádio, isto é,
um conjunto formado por estações que estão no mesmo “canal”, faixa
de comunicação ou grupo de conversação.

Figura - 203: Estação portátil


Aptl 92-00/2020 89/152

Estação repetidora - É o equipamento que retransmite os


sinais recebidos. Destina-se a aumentar o alcance de uma rede ou operá-
-la à distância.
Características da Faixa UHF Utilizada pelos Bombei-
ros - O alcance da faixa UHF é menor que o da VHF, porém, sofre menos
interferência de ruídos.
Esta faixa é utilizada normalmente em áreas metropoli-
tanas e para cobrir regiões muito urbanizadas. Para cobrir grandes distân-
cias necessita de grande quantidade de estações repetidoras.
São usadas no CB para ligações com estações repetido-
ras em pontos estratégicos.
Operação de Rádio - A comunicação depende em muito
do operador. Quando não conseguir a comunicação com a estação de seu
interesse, deve deslocar a estação móvel (ou portátil) para locais onde
consiga uma comunicação melhor. Caso este deslocamento não seja Figura - 204:
Estação
possível, poderá comunicar-se com outras estações e solicitar a re- repetidora
transmissão da mensagem para a estação de seu interesse.
Em uma única freqüência (canal) operam diversas estações, por isso os operado-
res devem utilizá-la de forma coordenada, procurando não transmitir simultaneamente.
A transmissão da mensagem deve ser feita no menor tempo possível; isto, além
de poupar o equipamento (principal- mente as baterias de estações portáteis), permitirá que
outras estações utilizem a rede sem maior espera.
Quando muitas guarnições (e, conseqüentemente, muitas estações) participam
da mesma ocorrência, é importante que toda comunicação com o COBOM seja feita por uma
única estação, montada no posto de comando. Esta estação pode ser, por exemplo, a estação
móvel mais próxima ao Comandante da Operação.
Antes de transmitir, deve-se pensar no que dizer, acionar o transmissor e “pas-
sar” a mensagem, utilizando-se do código “Q”. Em caso de mensagem de pouca inteligibilida-
de, utilizar o alfabeto fonético.
O bombeiro deve conhecer todos os cuidados necessários para a recepção e
transmissão.
Códigos e Convenções Utilizadas na Comunicação de Rádio - Para o uso ade-
quado das comunicações, é necessário o emprego de um linguajar apropriado, o que estabelece
acima de tudo uma disciplina na comunicação, ou “de rede”. A disciplina “de rede” propicia a
confiabilidade das comunicações.
Código internacional “Q” - Para evitar a sobrecarga do equipamento emprega-
-se o código “Q”. Este código simplifica as mensagens, garantindo rapidez na comunicação,
sem perda da confiabilidade e da clareza das expressões. (Tabela da proxima pagina)
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Tabela - 7: Código Internacional “Q”

Alfabeto fonético - Visa basicamente utilizar expressões convencionadas


para evitar confusão na recepção. (Tabela abaixo)

A = ALFA N = NOVEMBER
B = BRAVO O = OSCAR
C = CHARLIE P = PAPA
D = DELTA Q = QUEBEC
E = ECO R = ROMEU
F = FOXTROT S = SIERRA
G = GOLF T = TANGO
H = HOTEL U = UNIFORM
I = ÍNDIA V = VICTOR
J = JULIET W = WHISKY
K = KILO X = X RAY
L = LIMA Y = YANKEE
M = MIKE Z = ZULU
Aptl 92-00/2020 91/152

Ao transmitir o nome da rua, YERVANT KISSAJIKIAN, para evitar dúvidas, o


operador deve soletrar da seguinte forma:
Ocorrência na rua: YERVANT KISSAJIKIAN.
YERVANT KISSAJIKIAN
Y de Yankee K de Kilo
E de Eco I de Índia
R de Romeu S de Sierra
V de Victor S de Sierra
A de Alfa A de Alfa
N de November J de Juliet
T de Tango I de Índia
K de Kilo
I de Índia
A de Alfa
N de November
Pronúncia de números.
- Quando da transmissão de numerais, estes deverão ser pronunciados como
segue:
0 = ZE - RO 6 = MEIA DÚZIA
1 = U - NO 7 = SE – TE
2 = DO - IS 8 = OI – TO
3 = TRÊS 9 = NO – VE
4 = QUA – TRO
5 = CIN – CO
b) Telefone.
Sistema público de transmissão e recepção da voz a distância, com emprego
de par de fios. Emprega centrais públicas de comutação telefônica para toda conexão dos diver-
sos terminais, com abrangência mundial.
Atendimento Telefônico.
Atendimento não emergencial - O atendimento telefônico deve proporcionar o
melhor aproveitamento das linhas telefônicas, observando-se as seguintes regras:
• O atendimento deve ser rápido, eficiente e cortês. A rapidez não pode pre-
judicar a clareza da mensagem;
• O atendimento deve inspirar confiança no solicitante;
• Não devem ser dadas informações de âmbito interno;
• Nos casos de demora de atendimento ou dificuldade em localizar a pessoa
com quem o solicitante deseja falar, este deve ser informado;
• Durante o atendimento telefônico, identificar-se da seguinte maneira: Bom-
beiros, nome da unidade, nome do operador, bom-dia / boa-tarde / boa-
-noite;
• Evitar termos usados no diminutivo (exemplo: aguarde um minutinho).
Se necessário, usar “aguarde um momento”;
• Não usar termos afetivos como “meu bem”, querida e gírias como “CHU-
CHU”, “CARA”, etc.;
92/152 Aptl 92-00/2020

Atendimento emergencial
No atendimento emergencial deve-se observar as seguintes regras:
• Atendimento por resposta breve e objetiva: "Bombeiros, Emergência!"
• Atender pacientemente buscando as informações fundamentais ao auxílio.
Numa situação de emergência o solicitante está rotineiramente envolvi-
do, ansioso e impaciente.
• Concluído o atendimento, procurar tranquilizar o solicitante com frases do
tipo: "Estamos cientes", "Aguarde a chegada dos Bombeiros", etc.
• Durante o atendimento manter firmeza e convicção, clareza e objetividade.
• Orientar o solicitante quando o atendimento for encargo de outro órgão.
• Manter o atendimento nos limites da formalidade, evitando envolvimento
pessoal.
c) Telex.
Sistema de transmissão de mensagens escritas através da codificação dos si-
nais. É também chamado sistema de teleimpressão. É similar ao sistema telefônico: emprega fio
e conta com centrais públicas de comutação.

Figura - 205: Telex

d) Fax.
Sistema de transmissão de mensagens escritas através da cópia de documen-
tação por aparelho acoplado a linha telefônica.

Figura - 206: Fax


e) Computador.
Processador de dados com capacidade de armazenar informações, efetuar
com elas operações programadas e fornecer resultados para a resolução de problemas.
Presta-se a fornecer todos os dados necessários às operações de combate a
incêndio, tais como:
• Itinerários;
• Localização de válvulas de incêndio;
• Características do local sinistrado;
• Procedimentos com produtos perigo-
sos;
• Listagem de reservas operacionais; e
• Outras listagens.
Terminal de computador - Dispositivo co-
nectado a um sistema de computação que transmite ou recebe in- Figura - 207
formações.
Aptl 92-00/2020 93/152

1.3.8.3.5 Outras formas de Comunicação


a) Comunicação por Apito
O apito visa facilitar a comunicação entre o Comandante da Operação e os
demais bombeiros no local de ocorrência.
Por ser simples e de extrema utilidade, é utilizado por todos os bombeiros
de países desenvolvidos, mesmo aqueles que possuem a mais avançada tecnologia em teleco-
municações (exemplo: Japão e Alemanha). É fundamental, porém, que seja usado por pessoal
treinado (que conheça os sinais) e que possua disciplina profissional.
Emprega-se o apito de tubo, similar ao apito da Marinha, por propiciar tom
grave e agudo. O Anexo 2 mostra a convenção utilizada para sinais de apito.
b) Comunicação por Gestos
A comunicação por gestos é necessária quando o local de ocorrência não pro-
porciona condições para comunicação por rádio ou apito e há condições de visibilidade entre os
homens e os comandantes das guarnições e/ou o Comandante da Operação. O Anexo 3 mostra
alguns gestos que podem ser utilizados.

Figura - 208
94/152 Aptl 92-00/2020

1.3.9 BRIGADA CONTRAINCÊNDIO


Apenas a existência de equipamentos para combate a incêndio, como extintores
e hidrantes, não é suficiente para a proteção da edificação. É necessária a existência de pessoal
treinado na sua utilização.
As edificações devem possuir pessoal preparado para enfrentar uma situação
de emergência, seja adotando as primeiras providências no sentido de extinguir um incêndio,
vazamento de gás, etc, e/ou providenciando o abandono da edificação de maneira rápida e
ordenada. Para isso, é necessário que seja treinado um grupo de pessoas para operar todos os
equipamentos de combate a incêndio e emergência, bem como utilizar as saídas de emergência
existentes na edificação.
Assim, podemos definir brigada contraincêndio como sendo um Grupo organi-
zado de pessoas, voluntárias ou não, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono
da edificação, combate a um princípio de incêndio e prestar os primeiros socorros, dentro de
uma área preestabelecida.
A composição da brigada contraincêndio, bem como sua formação, estão previs-
tas em legislação específica.

Figura - 209
Aptl 92-00/2020 95/152

1.3.10 MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO


Todos os sistemas e dispositivos de proteção contraincêndio existentes numa
edificação necessitam de manutenção.
Compete aos responsáveis pela proteção contraincêndio da edificação realizar ou
providenciar as inspeções e as manutenções dos sistemas e dispositivos de proteção de acordo
com as normas em vigor, bem como efetuar os respectivos controles, realizando a escrituração
dos serviços em fichas ou livros.
Dependendo do sistema, poderá ser necessário providenciar os serviços de uma
empresa especializada ou profissional especializado para realizar a manutenção e até mesmo a
inspeção.

ATENÇÃO!!!

* Ao redor dos chuveiros automáticos e dos aplicadores de agentes extintores gasosos


deve haver um espaço livre de, pelo menos, 1 metro em todas as direções para que o agente
extintor possa ser aplicado uniformemente no ambiente, de modo a atingir todo o ambiente.

* Ao redor dos detectores de incêndio deve haver um espaço livre de, pelo menos,
1 metro em todas as direções para que nada bloqueie o agente que o ative e retarde seu
acionamento (calor, fumaça, etc).

* Não devem ser pendurados ornamentos nos chuveiros automáticos, nos aplicadores
de agentes extintores gasosos e nos detectores de incêndio.

* Por ocasião de reformas, deve-se ter o extremo cuidado de não deixar que os detectores,
chuveiros automáticos e aplicadores de agentes gasosos sejam dani cados ou pintados,
pois isto modi cará suas características prejudicando ou impedindo o seu funcionamento.
96/152 Aptl 92-00/2020

2 EXTINTORES DE INCÊNDIO PORTÁTEIS: SOBRE RODAS E REBOCÁVEIS

Observação: Desde 1990, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) proibiu a fabricação
de extintores portáteis ou sobre rodas, cujo agente extintor fosse a espuma química. Os extintores
de espuma química existentes até então, poderiam ser recarregados e vistoriados normalmente.
A recomendação é que eles sejam substituídos gradativamente por aparelhos contendo outros
agentes extintores. Essa atitude ocorreu devido à falta de segurança no manuseio e custo de
manutenção elevado.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES


2.1.1 Apresentação
Os extintores de incêndio são aparelhos destinados a combater os princípios de
incêndio, e não permitir a sua evolução.
Muitas pessoas podem imaginar que o extintor é um equipamento supérfluo e
ultrapassado. Porém estatísticas mostram que cerca de 95% dos incêndios se desenvolveram a
partir de minúsculos focos, tais como aqueles originados de curto circuitos, pontas de cigarros
jogadas inadvertidamente, etc. Se esses pequenos focos fossem combatidos de início, enquanto
o fogo estava pequeno, de fácil controle e extinção, certamente o incêndio não ocorreria.
Os aparelhos extintores possuem as vantagens de pequeno porte, fácil manejo,
localização próxima ao fogo, baixo custo, etc. Por outro lado, sua capacidade extintora é limita-
da, exigindo do operador muita eficácia para o completo êxito na extinção do foco de incêndio.
A utilização rápida e eficaz do extintor evitará que tenhamos que lançar mão de
outros recursos mais dispendiosos para o combate ao fogo, e evitará maiores prejuízos físicos
e humanos. Os extintores possibilitam ao operador a escolha do agente extintor adequado para
cada classe de fogo.
Infelizmente muitas pessoas não são treinadas para utilizarem os aparelhos ex-
tintores. Isso é facilmente verificado, pois em muitos incêndios, os bombeiros encontram os
extintores intactos nas paredes da edificação.

Figura - 210
Aptl 92-00/2020 97/152

2.1.2 PORTABILIDADE
Quanto à portabilidade, os extintores podem ser classificados em:

Portáteis Veiculares
(possuem peso
total de até 20 Kg) De parede
Extintores Não portáteis Sobre rodas
(possuem peso Rebocáveis
total maior que 20
Estacionários
Kg)
ou xos
Tabela - 8

2.1.3 PRESSÃO DE TRABALHO


Quanto à pressão de trabalho, os extintores são classificados como:
a) Aparelhos de baixa pressão
São confeccionados em chapa de aço metálico ou inoxidável, com emenda,
que operam com pressão de trabalho até 30 kgf/cm2.
b) Aparelhos de alta pressão
São confeccionados em tubo de aço carbono sem emenda, que operam com
pressão de trabalho maior que 30 kgf/cm2.
2.1.4 PRESSURIZAÇÃO
Quanto à pressurização, os extintores podem ser:
a) Aparelhos de pressurização direta (pressurizados, Fig.211)
São aqueles que o gás expelente está em contato permanente com o agente
extintor. É caracterizado também pela presença de indicador de pressão (exceto os extintores
de alta pressão).

Figura - 211
98/152 Aptl 92-00/2020

b) Aparelhos de pressurização indireta, ou de pressão injetável (a pressuri-


zar)
São aqueles que o gás expelente não se encontra em contato com o agente
extintor, e sim dentro de um cilindro de pressurização interno (Fig. 212) ou externo (Fig. 213).

Figura - 212 Figura - 213


2.1.5 INDICADOR DE PRESSÃO
Indicador de Pressão é um instrumento destinado a medir pressões de gases e
líquidos. É constituído basicamente de uma caixa metálica, normalmente circular, tendo na
parte frontal um mostrador com números e um ponteiro. Para proteger o ponteiro e o mostrador
é colocado um visor de vidro ou plástico de alta resistência.
Seu funcionamento se dá através da ligação da pressão interna do recipiente
com o Tubo de Bourdon, que tem a forma espiral e se encontra atrás do mostrador, e deste com
o ponteiro do mostrador. Com o acréscimo de pressão no recipiente, esta chega até o Tubo de
Bourdon fazendo com que o ponteiro, preso ao mesmo, se movimente no sentido horário deter-
minando a pressão interna do recipiente.
Normalmente os indicadores de pressão possuem mostradores contendo escalas
em kgf/cm2 e MPa (Mega Pascal), sendo que 1,0 MPa equivale a 10 kgf/cm2 conforme a Por-
taria 173/2006 do INMETRO, conforme podemos observar nas figuras 214 e 215.
• Faixa vermelha - Pouca pressão, é necessário pressurizar.
• Faixa verde - Pressão adequada ao trabalho.
• Faixa amarela ou branca - Excesso de pressão (possui pressão mais do que
suficiente).

Figura - 214 Figura - 215


Aptl 92-00/2020 99/152

2.1.6 CILINDRO DE PRESSURIZAÇÃO


São cilindros de alta pressão existentes nos aparelhos ex-
tintores de pressão indireta, cuja finalidade é armazenar o gás expelente
(Fig. 216).
A capacidade dos cilindros de pressurização está direta-
mente relacionada com a capacidade do aparelho extintor.
O cilindro de pressurização, quando localizado externa-
mente, deve estar instalado no aparelho extintor por meio de um dispo-
sitivo seguro e protegido contra impactos.
2.1.7 AGENTES EXPELENTES
Também chamados de gases propelentes, são destina-
dos a pressurizar os aparelhos extintores fazendo com que os agentes
extintores sejam expelidos. Os mais utilizados são: Figura - 216
Gás Carbônico – CO2; e
Nitrogênio – N2.

Pressão indireta Pressão


Extintor direta
Água Outros*
Portátil N2 ou CO2 N2 ou CO2 N2
Não portátil N2 ou CO2 N2 ou CO2 N2
Tabela - 9

OBSERVAÇÃO
No caso dos aparelhos extintores de CO2, o próprio
gás extintor é o agente expelente.
2.1.8 CÂMARA DE EXPANSÃO (OU DE PRESSURIZAÇÃO)
É o espaço que deve ser deixado dentro dos aparelhos
extintores de baixa pressão, destinado a acomodar o gás expelente
(Fig. 08). O espaço ideal é de 20% da capacidade volumétrica do
aparelho, sendo admissível até 25%.
2.1.9 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Qualquer que seja o tipo de pressurização do aparelho
extintor, o gás expelente ocupará a câmara de expansão fazendo com
que o agente extintor seja pressionado contra o fundo do aparelho. Ao
ser acionada a válvula de disparo ou a pistola, o agente extintor fluirá
através do tubo sifão em direção ao meio externo (Fig. 217).
No caso do gás carbônico, a sua própria pressão propi-
cia a sua expulsão através do tubo sifão. Figura - 217
100/152 Aptl 92-00/2020

2.1.10 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA


Os dispositivos de segurança são componentes colocados nos aparelhos extinto-
res que visam à segurança das pessoas que irão utilizar ou manutenir este equipamento.
São vários os dispositivos dentre eles podemos citar: trava, lacre, dispositivo an-
tirecuo (quebra-jato), indicador de pressão, tampa com orifício ou ranhura na rosca para alívio
de pressão remanescente, dispositivo de alívio de pressão e outros (Fig. 218).
Em nosso estudo vamos abordar a válvula de alívio de pressão, tampas com ori-
fícios ou ranhuras nas roscas e a válvula de ruptura.

Figura - 218
Aptl 92-00/2020 101/152

a) Válvula de alívio de pressão


Dispositivo que serve para aliviar somente o excesso de pressão do extintor.
Funciona quando a pressão interna do aparelho ultrapassa uma vez e meia a pressão de traba-
lho. Então ela se abre dando passagem para o excesso de pressão, quando, depois de liberado
este excesso, volta a se fechar. É geralmente encontrada nos extintores de pressão injetável
(Figs. 219, 220 e 221).
Figura - 219

Figura - 221

Figura - 220

b) Disco de segurança
Dispositivo de segurança existente nos extintores de alta pressão (Fig.
222) e nos cilindros de pressurização (Fig. 223), destinado a evitar o rompimento do extin-
tor ou cilindro. Quando a pressão interna aumenta e atinge um nível em que a segurança do
recipiente fica comprometida, o disco de segurança se rompe dando passagem a toda a pressão
interna. Neste caso não há como impedir o vazamento total da carga.

Figura - 222 Figura - 223


102/152 Aptl 92-00/2020

Como exemplo podemos citar o disco de segurança da válvula do extintor de


dióxido de carbono, que se rompe a partir de 163 kgf/cm² até o extremo do teste hidrostático
190 ou 200 kgf/cm², ou a 45º C , que representa o limite máximo da faixa de temperatura de
operação. É por isso que devemos ter o cuidado quando o extintor de CO2 fica exposto a tem-
peraturas elevadas, como no pátio de aeronave de determinadas regiões, onde a temperatura
ambiente pode facilmente chegar a 45°.
c) Dispositivo para alívio de pressão remanescente
Dispositivo de segurança que serve para aliviar a pressão remanescente den-
tro do extintor. Quando o pessoal de manutenção estiver desrosqueando a tampa ou a válvula
de um extintor, antes de sua total remoção, os furos diametralmente opostos existentes na rosca
das tampas (Fig. 224), ou as ranhuras existentes na rosca das válvulas (Fig. 225) e em algumas
tampas (Fig. 226), permitirão a saída da pressão remanescente do extintor, evitando assim pos-
síveis acidentes.

Figura - 224 Figura - 225 Figura - 226

2.1.11 RÓTULO
O rótulo é um requisito obrigatório para qualquer aparelho extintor. Nele devem
constar, no mínimo, as seguintes informações:
a) Logomarca da empresa (fabricante ou de manutenção);
b) Carga nominal;
c) Capacidade extintora;
d) Indicação de uso nas classes de incêndio; e
e) Instruções de utilização.

a
b, c
d

Figura - 228
Figura - 227
Aptl 92-00/2020 103/152

2.1.12 TRANSPORTE DOS APARELHOS EXTINTORES


Com exceção de alguns extintores portáteis com carga de água com pressão inje-
tável, que não podem ser transportados na posição horizontal, devido ao fato de não possuírem
dispositivo que impeçam a saída de água, os aparelhos extintores podem ser transportados da
maneira que mais o operador se adapte e se sinta seguro. Os bombeiros recomendam o trans-
porte conforme mostram as figuras 229 e 230.

Figura - 229 Figura - 230

2.1.13 APARELHOS EXTINTORES PORTÁTEIS


2.1.13.1 Extintor de Água
a) Apresentação
São extintores de baixa pressão confeccionados em chapa de aço carbono ou
inoxidável. Existe uma variedade muito grande de extintores portáteis com capacidade de 10
litros, podendo ser de pressurização indireta (Figs. 231, 232 e 233) ou direta (água pressuriza-
da, Fig. 234). Os extintores de pressurização indireta possuem válvula de segurança para
alívio de pressão.
104/152 Aptl 92-00/2020

Figura - 231 Figura - 232 Figura - 233

Figura - 234
Aptl 92-00/2020 105/152

b) Funcionamento
b.1) Extintor de água de pressurização indireta - Seu funcionamento ocor-
re com a pressurização do extintor através da liberação do gás expelente contido no cilindro de
pressurização, que pressurizará o sistema e impulsionará a água através do tubo sifão e man-
gueira rígida (Fig. 235).

1 - Alça de transporte Figura - 235


2 - Tubo sifão
3 - Cilindro de pressurização
4 - Tampa volante
5 - Válvula de disparo
b.2) Extintor de água de pressurização direta - Seu funcionamento ocorre
com o acionamento da válvula de disparo, que permitirá que a água flua através do tubo sifão e
saia sob pressão através da mangueira rígida (Fig. 236).

Figura - 236
106/152 Aptl 92-00/2020

c) Aplicação
A água deve ser aplicada na base do fogo, começando o combate a uma dis-
tância inicial de 3 a 4 metros, avançando à medida que o fogo for sendo apagado. Colocando-se
o dedo na extremidade da mangueira rígida, obteremos um pequeno chuveiro (Fig. 237).
d) Duração da descarga

Figura - 237

Tabela - 10
e) Alcance do jato
Acima de 4 metros.
f) Procedimentos de operação
f.1) Extintor de água de pressurização direta (pressurizado)
1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) Retirar o pino de segurança (Figs. 238 e 239);
3º) Empunhar a mangueira rígida;
4º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor (Fig. 240); e
5º) Iniciar o combate a partir de uma distância de 3 a 4 metros do fogo,
aplicando o jato na base do fogo, se aproximando à medida que for apa
gando o fogo.
f.2) Extintor de água de pressurização indireta
1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) Inclinar o extintor para frente segurando a mangueira rígida apontada para
o fogo e abrir o registro do cilindro de pressurização, rompendo o lacre
(Fig. 241);
Aptl 92-00/2020 107/152

Figura - 238

Figura - 240

Figura - 239

Figura - 241
108/152 Aptl 92-00/2020

Caso o extintor não tenha válvula de disparo:


3º) Empunhar a mangueira rígida e iniciar o combate a partir de uma distância
de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o jato na base do fogo, se aproximando
à medida que for apagando o fogo;
Caso o extintor tenha válvula de disparo:
4º) Empunhar a mangueira rígida e acionar a válvula de disparo efetuando o
teste do extintor; e
5º) Iniciar o combate a partir de uma distância de 3 a 4 metros do fogo (Fig.
242), aplicando o jato na base do fogo, se aproximando à medida que for
apagando o fogo.

3a4m
Figura - 242

g) Perigos oferecidos pelo extintor


g.1) Extintor de água de pressurização indireta
No momento da pressurização, devemos segurar a mangueira rígida, apon-
tando-a para a base do fogo, e inclinar o extintor 45° para frente (Fig. 243),
apoiando-o no chão, pois existe o risco da mangueira rígida chicotear e o da
tampa (caso mal rosqueada) sair violentamente e acertar o nosso rosto.

Figura - 243
g.2) Extintor de água de pressurização direta (pressurizado)
Não apresenta perigo.
2.1.13.2 Extintor de Dióxido de Carbono (CO2)
a) Apresentação
São extintores de alta pressão confeccionados em tubo de aço carbono sem
emenda. Os extintores portáteis de dióxido de carbono podem ter a capacidade que variam de 1
a 6 quilos (Figs. 244 e 245). Eles não possuem indicadores de pressão devido ao fato dos indi-
cadores de alta pressão tornarem o aparelho extintor economicamente inviável.
Os difusores se destinam a direcionar o jato de CO2 que está sendo liberado,
de modo que ele se expanda e atinja o material em chamas com a sua melhor concentração
abafadora. Existem algumas variedades de modelos, porém os maiores têm apresentado uma
maior eficiência (Fig. 246).
Aptl 92-00/2020 109/152

Figura - 244

Figura - 245

Figura - 246
110/152 Aptl 92-00/2020

b) Funcionamento
Ocorre com o acionamento da válvula de disparo, que libera a fase liquefeita
do dióxido de carbono através do tubo sifão. Após passar pela peça chamada “quebra-jato” (que
reduz a força de reação provocada pela saída do gás sob pressão de maneira violenta, permi-
tindo ao operador manter o controle direcional), o CO2 percorre a mangueira rígida e entra no
difusor, por onde é liberado. O difusor permite a aplicação do dióxido de carbono de maneira
suave, uniforme e compacta. A fase líquida do CO2, ao se gaseificar, aumenta o seu volume
em 450 vezes.

Figura - 247

Observação - O quebra-jato pode estar localizado na válvula ou na extremidade


da mangueira
c) Aplicação
O dióxido de carbono deve ser aplicado a favor do vento, a uma distância
inicial de aproximadamente 1,5 a 2 metros do fogo, para dar condições de formar a nuvem aba-
fadora. O operador deve avançar à medida que o fogo for sendo apagado, ajudando na formação
dessa nuvem, fazendo movimentos de “varredura” com o difusor, dentro dos limites do material
em chamas (Figs. 248 e 249). Sua melhor eficiência ocorre em ambientes fechados.

Figura - 248 Figura - 249


Aptl 92-00/2020 111/152

d) Duração da descarga
Depende do regime de descarga imposto pelo operador e da capacidade do
extintor.
e) Alcance do jato (com eficiência)
De 0,60 a 1,20 metros.
f) Operação
1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) Retirar o pino de segurança;
3º) Empunhar o difusor segurando-o no punho (Fig. 250);
4º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor; e
5º) Iniciar o combate a uma distância de 1,5 a 2 metros do fogo (Fig. 251),
aplicando o CO2 de modo que a nuvem envolva a base do fogo, movi
mentando o difusor (varredura), dentro dos limites do material em cha
mas, se aproximando à medida que for apagando o fogo.

Figura - 250

1,5 a 2 m

Figura - 251

g) Perigos oferecidos pelo extintor


• Ele oferece o perigo de queimaduras nas mãos e pequenos choques elétri-
cos, se o operador segurar no difusor. Deve-se segurar no punho no mo-
mento da operação.
• A possibilidade de ocorrer choque elétrico é decorrente do fato da rápida
expansão do CO2 líquido para o estado gasoso, que produz energia estática.
• O dióxido de carbono produz queimaduras na pele, é irritante aos olhos e,
em ambientes fechados e em concentrações relativamente baixas (20%),
pode causar morte por asfixia.
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2.1.13.3 Extintor de Pó Químico (PQ)


a) Apresentação
São extintores de baixa pressão confeccionados em chapa de aço carbono ou
inoxidável. Os extintores portáteis com carga de pó químico são fabricados em diversas capa-
cidades que vão de 1 até 12 quilos, podendo ser de pressurização indireta (Fig. 252) ou direta,
também chamados de pressurizados (Figs. 253 e 254). Os de 1 e 2 quilos não possuem man-
gueira rígida. Os de pressurização indireta possuem válvula de segurança para alívio de pressão
e tubo de pressurização.
O tubo de pressurização dos extintores de pó químico de pressurização indire-
ta tem como objetivo descompactar todo o pó que esteja no fundo do cilindro, a fim de garantir
a funcionalidade do aparelho.

Figura - 252

Figura - 254
Figura - 253
Aptl 92-00/2020 113/152

b) Funcionamento
b.1) Extintor de PQ Alça de
de pressurização indireta: Ocorre com Transporte
a pressurização do extintor através da
liberação do gás expelente contido no
cilindro de pressurização. Esse gás será Tubo de
conduzido pelo tubo de pressurização até
Pressurização
a parte de baixo do recipiente de pó. En-
tão, quando ele subir em direção à câma-
ra de expansão, irá forçar o pó químico a Cilindro de Tubo Sifão
se descompactar. Uma vez na câmara de Pressurização
expansão, o gás expelente impulsionará
o PQ através do tubo sifão e pela man-
gueira rígida até a pistola. Acionando-se
a pistola, ocorrerá a saída do PQ (Fig.
255).
b.2) Extintor de PQ
de pressurização direta (pressuriza- Pistola
do): Ocorre com o acionamento da vál-
vula de disparo, que permitirá que o PQ
flua através do tubo sifão e saia sob pres- Figura - 255
são através da mangueira rígida (Fig. 256).

Válvula de Alça de
Disparo Transporte

Indicador de
Pressão

Tubo Sifão

Figura - 256
114/152 Aptl 92-00/2020

c) Aplicação
O PQ deve ser aplicado a favor do vento, a uma distância inicial de aproxima-
damente 3 a 4 metros do fogo, para se ter condições de formar a nuvem abafadora, avançando
à medida que o fogo for sendo apagado. O operador deve ajudar na formação dessa nuvem,
fazendo movimentos de varredura, dentro dos limites do material em chamas.
d) Duração da descarga
Depende do regime de aplicação imposto pelo operador e da capacidade do
extintor.
e) Alcance do jato
Alcance eficaz é de 2 a 6 metros.
f) Operação
f.1) Extintor de pressurização direta (pressurizado)
1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) Retirar o pino de segurança;
3º) Empunhar a mangueira rígida (se possuir);
4º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor (Fig. 257); e
5º) Iniciar o combate a uma distância de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o
jato de PQ de modo que a nuvem envolva a base do fogo, movimentando
a mangueira rígida ou o extintor (varredura, Fig. 257), dentro dos limites
do material em chamas, se aproximando à medida que for apagando o
fogo.

Figura - 257

Figura - 258
Aptl 92-00/2020 115/152

f.2) Extintor de pressurização indireta


1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a
favor do vento (Fig. 259);
2º) Inclinar o extintor para frente segurando a mangueira rígida e abrir o re
gistro do cilindro de pressurização, rompendo o lacre (Fig. 260);
3º) Empunhar a pistola e acionar efetuando o teste do extintor; e

Figura - 259

Figura - 260

4º) Iniciar o combate a uma distância de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o jato


de PQ de modo que a nuvem envolva a base do fogo, movimentando a
mangueira rígida ou o extintor (varredura), dentro dos limites do material
em chamas, se aproximando à medida que for apagando o fogo.
g) Perigos oferecidos pelo extintor
Extintor de pressurização indireta
No momento da pressurização, devemos segurar a mangueira rígida, apontan-
do-a para a base do fogo, e inclinar o extintor 45º para frente (Fig. 261), apoiando-o no chão,
pois existe o risco da mangueira rígida chicotear e o da tampa (caso mal rosqueada) sair violen-
tamente e acertar o nosso rosto.
116/152 Aptl 92-00/2020

Extintor de pressurização direta (pressurizado)


Não apresenta perigo.
2.1.13.4 Extintor de Espuma Mecânica
a) Apresentação
São extintores de baixa pressão confeccionados em chapa
de aço inoxidável, aço carbono ou chapa de alumínio. São fabricados com
capacidade de 9 e 10 litros, podendo ser de pressurização indireta (Fig. Figura - 261
262) ou direta, também chamado de pressurizados (Fig. 263).

Figura - 262

Figura - 263

b) Funcionamento
b.1) Extintor de pressuriza- Válvula de
ção indireta: Ocorre com a pressurização da Disparo
pré-mistura (água + LGE) contida no extintor
através da liberação do gás expelente contido
no cilindro de pressurização. Ao ser acionada Alça de
a válvula de disparo, a mistura fluirá através do Transporte
tubo sifão e da mangueira rígida até o esguicho
formador de espuma, onde o ar é aspirado e a
espuma é formada e lançada (Fig. 264). Tubo
Sifão Cilindro de
Pressurização
Esguicho
Formador de
Espuma

Figura - 264
Aptl 92-00/2020 117/152

b.2) Extintor de pressurização


direta (pressurizado): Ocorre com o acionamen- Válvula de
to da válvula de disparo, que permitirá a saída da Disparo
mistura pressurizada através do tubo sifão e da
mangueira rígida até o esguicho formador de es-
puma, onde o ar é aspirado e a espuma é formada Alça de
e lançada (Fig. 265). Transporte
c) Aplicação Indicador de
A espuma deve ser aplicada a Pressão Tubo
partir de uma distância segura (3 a 4 metros, Fig. Sifão
266) de maneira a cobrir a superfície do material
em chamas. Devemos usar, nos casos de líquidos Esguicho
inflamáveis, um anteparo, ou seja, direcionar o Formador de
jato de espuma num anteparo de modo que ela es- Espuma
corra por ele e cubra de maneira suave a superfí-
cie do líquido em chamas. Por exemplo: as bordas
laterais de um recipiente que contenha líquido em Figura - 265
chamas poderão ser usadas como anteparo. Caso
não se disponha de um anteparo, lançá-la para o alto para cair como chuva em cima do líquido.

Figura - 266

d) Duração da descarga
Depende do regime de aplicação imposto pelo operador.
e) Alcance do jato
De 9 a 10 metros.
f) Operação
f.1) Extintor de pressurização direta (pressurizado)
1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) Retirar o pino de segurança;
3º) Empunhar a mangueira rígida pelo esguicho formador de espuma (Fig.
267). Observação: Ao empunhar o esguicho, tomar o cuidado de não
impedir a entrada do ar para a formação de espuma;
Orifício para a
entrada do ar

Figura - 267
118/152 Aptl 92-00/2020

4º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor; e


5º) Iniciar o combate a uma distância de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o
jato de espuma num anteparo, de modo que a espuma escorra suavemente
pela superfície do líquido em chamas. À medida que for apagando, efetue
deslocamentos de modo a aplicar o jato de espuma em outras partes do
anteparo para que a espuma possa cobrir a superfície do líquido mais ra
pidamente.
f.2) Extintor de pressurização indireta
6º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a
favor do vento;
7º) Abrir o registro do cilindro de pressurização, rompendo o lacre (Fig. 268);
8º) Empunhar a mangueira rígida pelo esguicho formador de espuma.
9º) Obs: Ao empunhar o esguicho, tomar o cuidado de não impedir a entrada
do ar para a formação de espuma;
10º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor; e
11º) Iniciar o combate a uma distância de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o
jato de espuma num anteparo,
de modo que a espuma escorra
suavemente pela superfície do
líquido em chamas.
À medida que for apagando, efetue
deslocamentos de modo a aplicar o jato de espuma
em outras partes do anteparo para que a espuma possa
cobrir a superfície do líquido mais rapidamente.
g) Perigos oferecidos pelo extin-
tor
g.1) Extintor de pressurização in-
direta
No momento da pressurização de-
vemos ter cuidado, pois existe o risco da válvula
(caso mal rosqueada) sair violentamente e acertar o
nosso rosto.
g.2) Extintor de pressurização di-
reta (pressurizado)
Não apresenta perigo.
Figura - 268
2.1.13.5 Extintor de Gases Halogenados
a) Apresentação
São extintores de baixa pressão confeccionados em chapa de aço carbono ou
inoxidável. O extintor com carga de halon é fabricado em diversas capacidades, variando desde
1 até 9 quilos, todos já pressurizados com nitrogênio, e os modelos com capacidade acima de 4
quilos, apresentam mangueira rígida para melhor direcionar o jato (Figs. 269 e 270).
Aptl 92-00/2020 119/152

Figura - 269 Figura - 270

b) Funcionamento
Ocorre com o acionamento da válvula de disparo, que permitirá a saída da
mistura pressurizada de gases através do tubo sifão e da mangueira rígida até o esguicho.
c) Aplicação
Deve ser aplicado a favor do vento a uma distância inicial de aproximada-
mente 1 a 2 metros do fogo, para dar condições de formar a nuvem que envolve o material em
chamas, avançando à medida que o fogo for sendo apagado. O operador deve ajudar na forma-
ção dessa nuvem, fazendo movimentos de varredura, dentro dos limites do material em chamas.
d) Duração da descarga
Depende do regime de aplicação e da capacidade do extintor.
e) Alcance do jato
De 3 a 6 metros.
f) Operação
1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) Retirar o pino de segurança;
3º) Empunhar a mangueira rígida (os que possuírem);
4º) Acionar a válvula de disparo para testar o equipamento (Fig. 271); e
5º) Iniciar o combate aplicando o jato de modo que a nuvem envolva a base
do fogo, movimentando a mangueira rígida (se possuir), ou o próprio ex-
tintor, de modo a fazer uma varredura, dentro dos limites do material em
chamas, se aproximando à medida que for apagando o fogo.

Figura - 271
120/152 Aptl 92-00/2020

g) Perigos oferecidos pelo extintor


O extintor em si não oferece riscos, porém muitos gases halogenados são
tóxicos e, além disso, em ambientes fechados podem causar a asfixia.
2.1.14 APARELHOS EXTINTORES SOBRE RODAS (CARRETAS)
São aparelhos de grande volume.
Para facilitar o seu transporte, são montados sobre
rodas, formando uma carreta (Fig. 272). Apesar de
uma pessoa bem treinada ter condições de operar
um aparelho extintor sobre rodas, devido ao seu
porte, recomendamos que sejam operados por dois
elementos, que constituem a guarnição de carreta.
Da seguinte forma:
O primeiro é o chefe da linha. É ele
que empunha a mangueira rígida e ataca o fogo.
O segundo é o auxiliar. É ele que
aciona a carreta, movimentando-a de acordo com o
chefe da linha.
De modo geral, o funcionamento dos
extintores portáteis e sobre rodas é bem parecido.
2.1.14.1 Carreta de Água
a) Apresentação
São fabricadas com capacidade
de 75 a 150 litros, com 5 a 10 metros de mangueira
rígida, podendo ser de pressurização direta ou pres-
surizada e de pressurização indireta. Algumas pos-
suem esguichos. Outras possuem pistolas.
b) Funcionamento
b.1) Carreta de água de pres-
surização indireta (Fig. 273): Ocorre com a pres-
surização do extintor através da liberação do gás
expelente contido no cilindro de pressurização, que
pressurizará o sistema e impulsionará a água atra-
vés do tubo sifão e pela mangueira rígida. Ao ser
acionada a pistola, o agente extintor será expelido. Figura - 272
b.2) Carreta de água de pressurização direta (pressurizada, Fig. 274):
Ocorre com o acionamento da válvula de liberação do agente extintor, que permitirá que a água
flua através do tubo sifão e pela mangueira rígida. Ao ser acionada a pistola, o agente extintor
será expelido.
Aptl 92-00/2020 121/152

Figura - 273 Figura - 274

c) Aplicação
Devemos aplicar a água na base do fogo, começando o combate a uma distân-
cia inicial mínima de 5 metros, avançando à medida que o fogo for sendo apagado. Colocando-
-se o dedo na extremidade da mangueira rígida, obteremos um “pequeno chuveiro”.
d) Duração da descarga
d.1) Carreta de pressurização indireta:
Aproximadamente 3 (três) minutos.
d.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada):
Depende do regime de descarga imposto pelo operador.
e) Alcance do jato
De 10 a 15 metros.
f) Operação
f.1) Carreta de pressurização indireta:
1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) O chefe da linha estica a mangueira rígida e o auxiliar abre o registro do
cilindro de pressurização, rompendo o lacre (Fig. 275);

Figura - 275
122/152 Aptl 92-00/2020

3º) Nas carretas com pistolas, o chefe da linha deve efetuar um disparo para
testar o equipamento. Nas carretas sem pistolas, a água começará a sair
pelo esguicho;
4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de uma distância de 4 a
5 metros, se aproximando à medida que for apagando o fogo; e
5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha
(avançar / recuar).
f.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada)
1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) O chefe da linha estica a mangueira rígida e o auxiliar abre a válvula de
liberação de água, rompendo o lacre;
3º) Nas carretas com pistolas, o chefe da linha deve efetuar um disparo para
testar o equipamento. Nas carretas sem pistolas, a água começará a sair
pelo esguicho;
4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de uma distância de 4 a
5 metros, se aproximando à medida que for apagando o fogo; e
5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha
(avançar / recuar).
g) Perigos oferecidos pela carreta
g.1) Carreta de pressurização indireta
Possibilidade de soltar a tampa por ocasião da pressurização, caso esteja mal
rosqueada.
g.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada)
Não apresenta perigo.
2.1.14.2 Carreta de Pó Químico
a) Apresentação
Encontrados com as mais diferentes capa-
cidades, a partir de 20 quilos, providos de 3 a 10 metros de
mangueira rígida com pistola, podendo ser de pressurização
indireta e de pressurização direta ou pressurizada. Alguns
equipamentos possuem válvulas de abertura de linha e vál-
vulas de limpeza de linha.
b) Funcionamento
b.1) Carreta de pressurização indireta
(Fig. 276): Ocorre com a pressurização do extintor através
da liberação do gás expelente contido no cilindro de pressu-
rização. Esse gás será conduzido pelo tubo de pressurização
até a parte de baixo do recipiente de pó. Então, quando ele
subir em direção à câmara de expansão, irá forçar o pó quí-
mico a se descompactar. Uma vez na câmara de expansão,
o gás expelente impulsionará o PQ através do tubo sifão e
pela mangueira rígida até a pistola. Acionando-se a pistola,
ocorrerá a saída do PQ.

Figura - 276
Aptl 92-00/2020 123/152

b.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada, Fig. 277): Ocorre com


o acionamento da válvula de liberação de PQ, que permitirá que PQ flua através do tubo sifão e
pela mangueira rígida até a pistola. Acionando-se a pistola, ocorrerá a saída do PQ.

Figura - 277

c) Aplicação
Deve ser aplicado a favor do vento, a uma distância inicial mínima de apro-
ximadamente 5 metros do fogo, para dar condições de formar a nuvem abafadora. O operador
deve avançar à medida que o fogo for sendo apagado ajudando na formação dessa nuvem, fa-
zendo movimentos de varredura, dentro dos limites do material em chamas.
d) Duração da descarga
Depende do regime de aplicação imposto pelo operador e da capacidade da
carreta.
e) Alcance do jato
De 6 a 14 metros.
f) Operação
f.1) Carreta de pressurização indireta
1º) Levar a carreta até uma
distância segura do fogo (5
metros ou mais) e a favor do
vento;
2º) O auxiliar abre o registro do
cilindro de pressurização,
rompendo o lacre e o chefe
da linha estica a mangueira
rígida e se posiciona a pelo
menos 5 metros do fogo;
3º) O chefe da linha efetua um
disparo para testar o equipa-
mento;
Figura - 278
124/152 Aptl 92-00/2020

4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de 5 metros de distân-


cia, empunhando a pistola, aplicando o jato de PQ de modo que a nuvem
envolva a base do fogo, realizando movimentos de varredura, dentro dos
limites do material em chamas, se aproximando à medida que for apagan-
do; e
5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha
(avançar / recuar).
f.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada)
1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) O auxiliar abre a válvula de liberação de PQ, rompendo o lacre e o chefe
da linha estica a mangueira rígida e se posiciona a pelo menos 5 metros do
fogo;
3º) O chefe da linha efetua um disparo para testar o equipamento;
4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de 5 metros de distância,
empunhando a pistola, aplicando o jato de PQ de modo que a nuvem en
volva a base do fogo, realizando movimentos de varredura, dentro dos
limites do material em chamas, se aproximando à medida que for apagan
do; e
5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha
(avançar / recuar).
g) Perigos oferecidos pela carreta
g.1) Carreta de pressurização indireta
Possibilidade de soltar a tampa por ocasião da pressurização, caso esteja mal
rosqueada.
g.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada)
Não apresenta perigo.
2.1.14.3 Carreta de Dióxido de Carbono (CO2)
a) Apresentação
Encontradas com capacidades variáveis entre 10 e 50 quilos, providas de
mangueiras rígidas com 2 a 5 metros de comprimento e difusor. As de 10 kg possuem apenas
a válvula de disparo na parte superior do cilindro. As de maiores capacidades, possuem uma
válvula de liberação de CO2 na parte superior do cilindro, e uma válvula de disparo junto ao
difusor.
Algumas carretas são providas de um prolongador para que o agente extintor
possa ser aplicado em locais altos, como em motores montados nas asas de aeronaves de asa
alta, como o C-130 (Hércules), por exemplo (Figs. 279 e 280).

Figura - 279 Figura - 280


Aptl 92-00/2020 125/152

b) Funcionamento
Ocorre com o acionamento da válvula de disparo, que libera o dióxido de car-
bono, que está sob pressão, através do tubo sifão. Após passar pela peça chamada “quebra-jato”
(que reduz a força de reação provocada pela saída do gás sob pressão de maneira violenta, per-
mitindo ao operador manter o controle direcional), o CO2 percorre a mangueira rígida e entra
no difusor, por onde é liberado. O difusor permite
a aplicação do CO2 de maneira suave, uniforme
e compacta.
Nos aparelhos de maior capaci-
dade, é necessário abrir a válvula de liberação do
CO2 (Fig. 280) para depois acionar a válvula de
disparo.
c) Aplicação
O CO2 deve ser aplicado a fa-
vor do vento, a uma distância inicial de aproxima-
damente 2 a 3 metros do fogo, para dar condições
de formar a nuvem abafadora. O operador deve
avançar à medida que o fogo for sendo apagado,
ajudando na formação dessa nuvem, fazendo mo- Figura - 281
vimentos de “varredura” com o difusor, dentro dos limites do material em chamas.
d) Duração da descarga
Depende do regime de aplicação imposto pelo operador e da capacidade da
carreta.
e) Alcance do jato (com efici-
ência)
De 1,50 a 3 metros.
f) Operação
f.1) Carreta sem registro
de liberação do CO2
1º) Levar a carreta até uma
distância segura do fogo
(3 metros ou mais) e a fa-
vor do vento;
2º) O auxiliar retira o pino
de segurança, rompendo Figura - 282
o lacre e o chefe da linha
estica a mangueira rígida
e empunha o difusor através do punho (Fig. 282);
3º) A comando do chefe da linha, o auxiliar aciona a válvula de disparo, rea-
lizando um teste de operação;
4º) O chefe da linha inicia o combate a partir de 2 a 3 metros de distância,
aplicando o CO2 de modo que a nuvem envolva a base do fogo, movimen-
tando o difusor (varredura), dentro dos limites do material em chamas,
avançando à medida que for apagando o fogo; e
5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme solicitação do chefe da linha
(avançar / recuar).
126/152 Aptl 92-00/2020

f.2) Carreta com válvula de liberação do CO2


1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (3 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) O auxiliar abre a válvula de liberação
de CO2, rompendo o lacre e o chefe da
linha estica a mangueira rígida e empu-
nha o difusor através do punho e válvula
de disparo (Fig. 283);
3º) O chefe da linha aciona a válvula de dis-
paro, realizando um teste de operação;
4º) O chefe da linha inicia o combate a partir
de 2 a 3 metros de distância, aplicando
o CO2 de modo que a nuvem envolva a
base do fogo, movimentando o difusor
(varredura), dentro dos limites do ma-
terial em chamas, avançando à medida
que for apagando o fogo; e
5º) O auxiliar movimenta a carreta confor-
me solicitação do chefe da linha (avan-
çar / recuar).
g) Perigos oferecidos pela carreta
O risco oferecido por este tipo de carreta é
o perigo de queimaduras nas mãos e pequenos choques elétri- Figura - 283
cos, se o operador segurar no difusor. Deve-se segurar no punho
no momento da operação.
O CO2, em ambientes fechados e em grande concentração, pode causar asfi-
xia.
2.1.14.4 Carreta de Espuma Mecânica
a) Apresentação
Normalmente é fabricada na capacidade
de 50 litros, podendo ser de pressurização direta ou pressu-
rizada, e de pressurização indireta, provida de mangueira
rígida de 5 metros de comprimento, esguicho formador de
espuma e válvula de disparo.
b) Funcionamento
b.1) Carreta de pressurização direta
(pressurizada, Fig. 284): Ocorre com o acionamento da
válvula de liberação da mistura, que permitirá que ela flua
através do tubo sifão e pela mangueira rígida. Quando a
válvula de disparo é acionada, a mistura flui através do
esguicho, onde o ar é aspirado e a espuma é formada e
lançada.

Figura - 284
Aptl 92-00/2020 127/152

b.2) Carreta de pressurização indireta: Ocorre com a pressurização da pré-


-mistura (água + LGE) contida no extintor através da liberação do gás expelente contido no
cilindro de pressurização. Ao ser acionada a válvula de disparo, a mistura fluirá através do tubo
sifão e da mangueira rígida até o esguicho formador de espuma, onde o ar é aspirado e a espuma
é formada e lançada.
c) Aplicação
A espuma deve ser aplicada a partir de uma distância segura (a partir de 5 a
6 metros) de maneira a cobrir a superfície do material em chamas. Devemos usar, nos casos de
líquidos inflamáveis, um anteparo, ou seja, direcionar o jato de espuma num anteparo de modo
que ela escorra por ele e cubra de maneira suave a superfície do líquido em chamas.
Caso não se disponha de um anteparo, lançá-la para o alto para cair como
chuva em cima do líquido.
À medida que o fogo for sendo apagado, os operadores devem se aproximar
para efetuar uma melhor distribuição da camada de espuma.
d) Duração da descarga
Depende do regime de descarga imposto pelo operador.
e) Alcance do jato
De 10 a 15 metros.
f) Operação
f.1) Carreta de pressurização direta (pressurizada)
1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) O chefe da linha estica a mangueira rígida e o auxiliar abre a válvula de
liberação de mistura, rompendo o lacre (Fig. 285);
3º) Nas carretas com pistolas, o chefe da linha deve efetuar um disparo para
testar o equipamento. Nas carretas sem pistolas, a espuma começará a sair
pelo esguicho;

Figura - 285

4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de uma distância de 4 a


5 metros, avançando à medida que for apagando o fogo; e
5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha
(avançar / recuar).
f.2) Carreta de pressurização indireta
1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a
favor do vento;
2º) O chefe da linha estica a mangueira rígida e o auxiliar abre o cilindro de
128/152 Aptl 92-00/2020

pressurização, rompendo o lacre;


3º) Nas carretas com pistolas, o chefe da linha deve efetuar um disparo para
testar o equipamento. Nas carretas sem pistolas, a espuma começará a sair
pelo esguicho;
4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de uma distância de 4 a
5 metros, avançando à medida que for apagando o fogo; e
5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha
(avançar / recuar).
Observação: As bordas laterais internas de um recipiente que contenha líqui-
do em chamas, podem ser usadas como anteparo.
Caso o líquido esteja em chamas no chão, a aplicação deverá ser feita de
modo que a espuma caia como se fosse chuva.
g) Perigos oferecidos pela carreta
g.1) Carreta de pressurização indireta
No momento da pressurização, existe o risco da mangueira rígida chicotear e
a tampa (caso mal rosqueada) sair violentamente.
g.2) Extintor de pressurização direta (pressurizado)
Não apresenta perigo eminente.
2.1.15 APARELHOS EXTINTORES REBOCÁVEIS
2.1.15.1 Aparelhos Extintores Rebocáveis de PQ
São classificados como rebocáveis, os aparelhos montados em cima dos CCI
(Figs. 286, 287 e 288) ou veículos rebocados (Fig. 288). Atualmente são fabricados em capaci-
dades que variam de 50 a 200 Kg de PQ, com 30 (trinta) metros de mangueira rígida. O Sistema
de Contraincêndio da Aeronáutica já possuiu viaturas com 1500 Kg de PQ.
Da mesma forma que os aparelhos extintores sobre rodas, é recomendado que
a operação desses equipamentos, seja realizada por dois operadores: um chefe de linha e um
auxiliar.
As características técnicas e de operação serão abordadas na apostila de
superestrutura do CCI no qual os aparelhos extintores estão montados.

Figura - 286: CCI AC-3 com 2 P-50 Figura - 287: P-50 com 3 0m de
mangotinho

Figura - 288: CCI PIONEIRO II com 2 P-750 Figura - 289: Carretinha


rebocável com 1 P-250
Aptl 92-00/2020 129/152

2.1.16 APARELHOS EXTINTORES FIXOS


Correspondem aos sistemas fixos de extinção que utilizam gases extintores, des-
tinados a proteger as edificações. Podem ser utilizados os gases inertes ou os halogenados.
As características técnicas e de funcionamento serão abordadas na apostila
de proteção contraincêndio em edificações.

Figura - 290
130/152 Aptl 92-00/2020

2.1.16.1 Capacidade Extintora


Até algum tempo atrás, a quantidade de carga de um aparelho extintor era o que
servia de parâmetro para indicar a sua eficiência, e o raciocínio era o de que o aparelho com
mais quantidade de carga poderia apagar os maiores princípios de incêndio.
O grande avanço tecnológico dos últimos anos proporcionou a fabricação e o
desenvolvimento de agentes extintores e equipamentos melhores. Assim, foi desenvolvida uma
metodologia de ensaio para verificar a capacidade extin-
tora de cada tipo de aparelho extintor de cada fabricante.
Assim, atualmente a eficiência de um apa-
relho extintor é indicada pela sua capacidade de apagar o
fogo, e não mais pela quantidade de agente extintor que
ele possui (carga).
A capacidade extintora expressa a capaci-
dade que determinado conjunto extintor (equipamento e
agente extintor) possui para apagar um princípio de incên-
dio, segundo testes normatizados pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas).
O aparelho extintor será homologado para
ser comercializado com a capacidade extintora adquirida
no teste. A indicação da capacidade extintora deverá cons-
tar no rótulo do aparelho (Fig. 291).
2.1.16.1.1 Teste de Capacidade Extintora Para Classe A Figura - 291

Dentre outros critérios estabelecidos pela NBR 9443, o extintor deve ser capaz
de apagar os seguintes princípios de incêndio padronizados em engradados de madeira:
1,75 m

Figura - 292

Após o teste, o aparelho extintor receberá o designativo numérico referente ao


teste em que obteve a aprovação, seguido da letra “A”.
Aptl 92-00/2020 131/152

2.1.16.1.2 Teste de Capacidade Extintora Para Classe B


Dentre outros critérios estabelecidos pela NBR 9444, o extintor deve ser capaz
de apagar os seguintes princípios de incêndio padronizados em cubas quadradas contendo n-
-heptano:
24 m
22 m

18 m

12 m
9m

5m
4m
1,75 m

1,07 m 1,07 m 1,52 m 2,16 m 3,05m 4,31 m 5,28 m


1,52 m 2,16 m 3,05m 6,10 m
4,31 m 5,28 m 6,10 m

Figura - 293
Após o teste, o aparelho extintor receberá o designativo numérico referente ao
teste em que obteve a aprovação, seguido da letra “B”.
2.1.16.1.3 Teste de Capacidade Extintora Para Classe C
Os critérios para testar a condutibilidade de eletricidade em aparelhos extintores
estão fixados na NBR 12.992/93. Após os testes, os aparelhos extintores são aprovados ou re-
provados. Os aprovados receberão apenas a letra “C” na referência de sua capacidade extintora.
2.1.16.1.4 Unidade Extintora
Para que se constitua uma unidade extintora, cada tipo de extintor portátil deve
possuir a capacidade extintora mínima conforme descrito abaixo:
a) Carga d’água: um extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 2-A;
b) Carga de espuma mecânica: um extintor com capacidade extintora de, no
mínimo, 2-A : 10-B;
c) Carga de Dióxido de
Carbono (CO2): um extintor com capa-
cidade extintora de, no mínimo, 5-B : C
(Fig. 294);
d) Carga de Pó BC: um ex-
tintor com capacidade extintora de, no mí-
nimo, 20-B : C;
e) Carga de Pó ABC: um
extintor com capacidade extintora de, no
mínimo, 2-A : 20-B : C;
f) Carga de compostos ha-
logenados: um extintor com capacidade
extintora de, no mínimo, 5-B : C.

Figura - 294
132/152 Aptl 92-00/2020

3 NOÇÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO


3.1 NOÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO APLICADA ÀS ATIVIDADES DE
BOMBEIRO
Segurança do trabalho é a ciência que atua na área da prevenção e controle dos
acidentes do trabalho que decorrem das condições inseguras do local.
O bombeiro deve administrar a sua segurança laboral e de sua equipe antes de
qualquer atividade operacional. Logo, por ser um profissional de segurança é responsável pela
vida das vítimas nos acidentes em que trabalhará além da sua própria integridade física.
Qualquer atividade operacional que o Bombeiro realizará deverá ser considerada
como uma atividade de risco. Sendo assim, todos os conhecimentos que serão abordados nessa
apostila deverão ser colocados em prática.
3.1.1 CONCEITOS DE ACIDENTE DE TRABALHO
3.1.1.1 Acidente
É toda e qualquer ocorrência não desejada, que modifica ou interrompe o anda-
mentonormal de qualquer tipo de atividade, do qual resulta ferimento, dano, estrago, prejuízo,
avaria ou morte.
3.1.1.2 Acidente do Trabalho
3.1.1.2.1 Conceito Prevencionista
É toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho,
da qual possa resultar danos físicos e/ou funcionais, ou morte do trabalhador e/ou danos mate-
riais e econômicos da empresa.
Os acidentes que não causam ferimentos pessoais devem ser considerados aci-
dentes de trabalho do ponto de vista técnico prevencionista, visando evitar danos físicos que
possam por eles serem provocados.
No conceito prevencionista, o acidente do trabalho não fica condicionado à lesão
física. Assim, todo o acidente deve ser considerado importante, pois, não é possível prever se
ele provocará ou não lesões ao trabalhador. Esta conceituação ampla leva ao registro de todos
os acidentes do trabalho ocorridos, permitindo a exploração de suas causas e consequente pre-
venção.
Exemplo - A queda de um equipamento do alto de uma torre, após a realização
de uma instrução de rapel, caracteriza o acidente sob o enfoque prevencionista, mesmo que este
não atinja ninguém
3.1.1.3 Conceito Legal
O artigo 131 do Decreto Lei 2171 de 05/03/97 estabelece:
“Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença, que cause a morte,
perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho”.
Ele não deve ser entendido como apenas em função de causar um ferimento ou
um acontecimento desastroso.
Entende-se por:
➢ Lesão Corporal = É uma ofensa à integridade corporal ou a saúde, isto é,
todo e qualquer dano ocasionado a normalidade funcional do corpo humano. Deve ser enten-
dido como qualquer dano anatômico, tal como ferimento, a fratura, perda de um membro etc...
➢ Perturbação Funcional = É um dano, permanente ou transitório, da ativida-
de fisiológica ou psíquica, tal como a dor, a perda da visão, a diminuição da audição, convul-
sões, espasmos, tremores, paralisia, anquilose (perda dos movimentos articulares), perturbação
da memória, da inteligência ou da linguagem, etc.
Aptl 92-00/2020 133/152

➢ Doença Profissional = também conhecida como Doença Ocupacional. É


produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. Ela
decorre da exposição continuada a agentes de risco, sejam eles físicos, químicos e outros, que
desencadeiem ou agravem doenças no organismo do trabalhador.
Exemplos:
Silicose – Endurecimento dos pulmões desenvolvido através da absorção de
sílica durante atividades que produzam poeira de sílica; e
Perda Auditiva – Adquirida ao longo do tempo devido a trabalho em lugares
com nível de ruído elevado.
➢ Doença do Trabalho = aquela adquirida ou desencadeada em função de con-
dições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.
Exemplo:
Leptospirose – Transmitida pela urina do rato. Em São Paulo, houve casos de
bombeiros contrairem essa doença em operações em enchentes.
Na definição legal, ao legislador interessou, basicamente e com muita proprie-
dade definir o acidente com a finalidade de proteger o trabalhador acidentado, através de uma
compensação financeira, garantindo-lhe o pagamento de diárias, enquanto estiver impossibili-
tado de trabalhar em decorrência do acidente, ou de indenização, se tiver sofrido lesão incapa-
citante permanente.
Nota-se por aí que o acidente só ocorre se dele resultar um ferimento, mas, deve-
mos lembrar que o ferimento é apenas uma das consequências do acidente. A definição técnica
nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar lesões pessoais. A experiência demonstra
que para cada grupo de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300 vezes não ocorre lesão nos tra-
balhadores, enquanto que em apenas 30 casos resultam danos à integridade física do homem.
Em todos os casos, porém, haverá prejuízo à produção e sob os aspectos de pro-
teção ao homem, resulta serem igualmente importantes todos os acidentes com e sem lesão, em
virtude de não se poder prever quando de um acidente vai resultar, ou não, lesão ao trabalhador.
3.1.1.4 Caracterização do Acidente do Trabalho
O acidente típico do trabalho ocorre no local e durante o trabalho e é considerado
como um acontecimento súbito, violento e ocasional que provoca no trabalhador uma incapaci-
dade para prestação de serviço.
3.1.1.5 Acidente de Trajeto
É aquele que ocorre no percurso casa-trabalho-casa ou o ocorrido no mesmo
trajeto quando o trabalhador efetua as refeições em sua casa.
Deixa de caracterizar-se o acidente quando o empregado tenha, por interesse
próprio, interrompido ou alterado o percurso normal. Entende-se por percurso normal o cami-
nho ordinariamente seguido (casa-trabalho-casa), locomovendo-se a pé ou usando o transporte
fornecido pela empresa, condução própria ou transporte coletivo urbano.
Nos períodos destinados as refeições ou descansos bem como em intervalos des-
tinados à satisfação de necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empre-
gado é considerado a serviço da empresa para fins de acidente do trabalho.
3.1.1.5.1 Acidente por Ato de Terceiro.
Quando o acidente de trabalho é provocado por uma pessoa que não foi a vítima,
diz-se que foi provocado por ato de terceiro. O acidente pode ser provocado por ato culposo ou
doloso.
➢ Ato de terceiro culposo = Ocorre quando a pessoa age sem a intenção de
provocar o acidente. É um ato de imprudência, negligência ou imperícia que resulta em dano a
outrem.
134/152 Aptl 92-00/2020

➢ Ato de terceiro doloso = Ocorre quando a pessoa age com intenção (ou má fé)
de provocar o acidente.
Este conceito abrange os atos dolosos que atingem o trabalhador provenientes da
relação de emprego, tais como os casos de sabotagem, ofensa física levada a cabo por compa-
nheiro de serviço ou terceiro, resultante de disputa originada na prestação de serviço.
Estão excluídos os atos dolosos contra o empregado, praticados por terceiros ou
por companheiros de serviço, não originados de disputa relativa ao trabalho. Assim, o ferimento
sofrido por um empregado, no local e horário de trabalho, ocasionado por outro colega de servi-
ço, com origem em questão de ciúme ou mesmo de discussão sobre o futebol, não se caracteriza
como acidente do trabalho.
3.1.1.5.2 Força Maior
A caracterização de acidente do trabalho inclui as lesões oriundas de força maior,
desde que ocorrido em horário de trabalho.
Entende-se como força maior os acontecimentos relacionados a fatos externos,
independentes da vontade humana, que impedem o cumprimento das obrigações. Esses fatos
externos podem ser ordem de autoridades, fenômenos naturais (raios, terremotos, inundações,
incêndios, etc.) e ocorrências políticas (guerras, revoluções, etc.). conforme descrito no art. 393
do Código Civil.
3.1.1.5.3 Acidente Fora do Local e Horário de Trabalho
Além do acidente do trabalho caracterizado pelas causas acima enunciadas e
além do acidente de trajeto, sobre o qual já foram tecidas considerações, o legislador considera
como acidente de trabalho o sofrido pelo trabalhador mesmo fora do local e do horário de tra-
balho, quando ocorra no cumprimento de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade
da empresa. Ou, ainda, quando seja espontaneamente prestado o serviço para evitar prejuízo à
empresa.
Quando o empregado se acidentar realizando uma viagem a serviço da empresa,
estaremos diante de um acidente de trabalho, qualquer que seja o meio de condução utilizando
ainda que seja de propriedade do empregado.
3.1.2 INCIDENTE DO TRABALHO
É toda e qualquer ocorrência não desejada, que modifica ou interrompe o anda-
mento normal de qualquer tipo de atividade, porém não gera ferimentos ou danos materiais.
Alguns chamam de “quase acidente”.
Exemplo: Um bombeiro, ao subir rapidamente numa escada prolongável carre-
gando um machado, escorrega o pé de um degrau e dá um grande susto na equipe ao tentar equi-
librar-se na escada, não permitindo a queda do machado. Ao restaurar seu equilíbrio, continuou
a subida. O incidente tem um grande potencial de se transformar num acidente do trabalho.
3.1.3 TEORIA DE HEINRICH (TEORIA DOMINÓ)
Entre os vários estudos desenvolvidos no campo da segurança do trabalho, en-
contramos a teoria de Heinrich. Ela mostra que o acidente e, consequentemente, a lesão são
causados por fatores contribuintes anteriores ao acidente e que este ocorre porque o homem não
se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros, ou então existem condições inse-
guras que comprometem a segurança do trabalhador. Portanto, os atos inseguros e as condições
inseguras constituem os fatores principais na causa dos acidentes.
Heinrich imaginou, partindo da personalidade do trabalhador, demonstrar a ocor-
rência de acidentes e lesões com o auxilio de cinco pedras de dominós (Fig. 295); a primeira
representando a personalidade; a segunda as falhas humanas no exercício do trabalho; a terceira
as causas de acidentes (atos e condições inseguras); a quarta, o acidente e a quinta, as lesões.
Desde que não se consiga eliminar os traços negativos da personalidade, surgi-
rão em consequência, falhas no comportamento do homem no trabalho, de que podem resultar
Aptl 92-00/2020 135/152

atos inseguros e condições inseguras, as quais poderão levar ao acidente e as lesões. Assim,
tombando a pedra “personalidade” ela ocasionará a queda, em sucessão de todas as demais.
Considerando-se que é muito difícil modificar a personalidade do trabalhador,
deve-se tentar eliminar as causas de acidentes (atos inseguros e condições inseguras).

Figura - 295: TEORIA DOMINÓ


136/152 Aptl 92-00/2020

3.1.4 CAUSAS DO ACIDENTE DO TRABALHO


Os acidentes do trabalho são consequências de Atos Inseguros e Condições In-
seguras.
3.1.4.1 Ato Inseguro
É uma ação que reside exclusivamente no fator humano (Fig. 296), isto é, aque-
les que decorrem da execução de tarefas contrárias às normas de segurança. São causados por
falta de treinamento, falta de conscientização, etc...
O ato inseguro pode ter sido praticado pelo próprio acidentado, como por outra
pessoa.
As características pessoais (personalidade) do trabalhador podem favorecer à
ocorrência de falhas humanas que o conduz a realizar atos inseguros. Essas características po-
dem ser físicas, mentais ou morais, tais como: preguiça, medo, indiferença, egoísmo, etc... Elas
estão latentes no trabalhador e, durante a realização de um trabalho interferem na segurança,
facilitando ou favorecendo a ocorrência do acidente.

Figura - 296: ATO INSEGURO


Aptl 92-00/2020 137/152

3.1.4.2 Condições Inseguras


São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integri-
dade física e a saúde do trabalhador (Fig. 297) devido a possibilidade de o mesmo acidentar-se.
Tais condições apresentam-se como Deficiências Técnicas e Riscos Ambientais existentes nos
Locais Sinistrados e nas demais Situações de Emergências.

Figura - 297: CONDIÇÃO INSEGURA

3.1.4.3 Deficiências Técnicas


3.1.4.3.1 Deficiência Técnica Estrutural
São características estruturais de uma edificação ou de um local que os tornam
inseguros (Fig. 298).
➢ Pisos fracos, irregulares, escorregadios ou com buracos;
➢ Iluminação inadequada;
➢ Instalações elétricas impróprias ou com defeito;
➢ Falta de ventilação;
➢ Falta de sinalização;
➢ Falta de dispositivos para redução de ruídos, etc.
138/152 Aptl 92-00/2020

Figura - 298: VIA DE ACESSO À PISTA DE POUSO E DECOLAGEM COM BURACO

3.1.4.3.2 Deficiência Técnica no Maquinário / Equipamentos


São características peculiares aos maquinários e equipamentos que os tornam
inseguros (Fig. 299).
➢ Falta de proteção nas partes móveis;
➢ Falta de dispositivos para redução de ruído;
➢ Máquinas e equipamentos com defeito;
➢ Máquinas e equipamentos sem aterramento;
➢ Máquina e equipamentos sem dispositivo de parada de emergência;
➢ Escadas de borracha sem travas e sapatas de borracha antiderrapante, etc.

Figura - 299: MOTOSSERRA


Aptl 92-00/2020 139/152

3.1.4.3.3 Deficiências Técnicas na Proteção do Trabalhador


São deficiências que afetam diretamente a proteção do trabalhador (Fig. 300).
➢ Proteção insuficiente ou totalmente ausente pelo não fornecimento do EPI
(disponibilizar apenas o blusão de proteção contra o fogo para o bombeiro realizar o combate
ao incêndio);
➢ Equipamento de proteção inadequado e/ou com defeito (o ambiente possui
um tipo de gás “A” e o filtro de gás é adequado para um gás “B”);
➢ Equipamento de proteção vencido ou saturado (filtros de ar), etc.

Figura - 300: DEFICIÊNCIA DE EPI

3.1.5 RISCOS AMBIENTAIS – NR 15 (ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES)


São riscos existentes nos locais de trabalho e nos locais de uma situação de
emergência.
O bombeiro deve considerar que todos os locais das emergências são perigosos,
tendo grandes possibilidades de se acidentar. Por isso todas as medidas de segurança devem ser
tomadas.
3.1.5.1 Classificação dos Riscos Ambientais
3.1.5.1.1 Riscos Físicos
Consideram-se Riscos Físicos as diversas formas de energia a que possa estar
exposto o bombeiro (Fig. 301)
➢ Ruído:
➢ Vibrações;
➢ Pressões anormais;
➢ Temperaturas extremas;
➢ Radiações não ionizantes;
➢ Radiações ionizantes;
➢ Luminosidade extrema;
140/152 Aptl 92-00/2020

➢ Eletricidade

Figura - 301: RISCOS FÍSICOS

3.1.5.1.2 Riscos Químicos


Consideram-se Riscos Químicos as substâncias, compostos ou produtos que
possam penetrar no organismo pela via respiratória, via cutânea, ou pela ingestão. Podem ser
sólidos, líquidos ou gasosos (Fig. 302).
➢ Poeiras
➢ Fumaça;
➢ Líquidos agressivos;
➢ Vapores;
➢ Gases, etc.
Aptl 92-00/2020 141/152

Figura - 302: RISCOS QUÍMICOS

3.1.5.1.3 Riscos Biológicos


Consideram-se Riscos Biológicos os micro-organismos presentes no ambiente
de trabalho, que possam provocar doenças (Fig. 303).
➢ Bactérias;
➢ Fungos;
➢ Bacilos;
➢ Parasitas;
➢ Protozoários;
➢ Vírus, entre outros.

Figura - 303: RISCOS BIOLÓGICOS


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3.1.5.1.4 Riscos Ergonômicos


A NR 17 Estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, ao tipo de serviço e ao posto
ou local de trabalho (Fig. 304), de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
De um modo geral, o tipo de risco ergonômico com o qual o bombeiro se defron-
ta é a má posição de trabalho.

Figura - 304: RISCOS ERGONÔMICOS

3.1.5.1.5 Riscos Mecânicos


Situações típicas dos locais sinistrados que passam a oferecer riscos variados,
tais como: quedas do mesmo nível, ferimentos, choques mecânicos, etc., todos provocando
lesões (Fig. 305).
➢ Pisos escorregadios;
➢ Obstruções na área de circulação;
➢ Material cortante;
➢ Queda de materiais em cima do bombeiro;
➢ Risco de atropelamento; etc.
Aptl 92-00/2020 143/152

Figura - 305: RISCOS MECÂNICOS


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3.1.5.2 Riscos Específicos


Riscos ligados diretamente com a atividade de Bombeiro: afogamento, atoleiro,
queda de diferença de níveis, picadas e mordeduras, etc.
3.1.5.2.1 Afogamento
Situações de emergência em piscinas, lagos, rios, mar, poços, reservatórios e
galerias subterrâneas, etc.(Fig. 306).

Figura - 306: RISCO DE AFOGAMENTO

3.1.5.2.2 Atoleiro
Terrenos que impedem o deslocamento do veículo de emergência (Fig. 307).

Figura - 307: RISCO DE ATOLEIRO


Aptl 92-00/2020 145/152

3.1.5.2.3 Queda de Diferença de Níveis


Situações de emergência em locais elevados ou em buracos, depressões, caver-
nas, poços, galerias, etc.(Fig. 308).

Figura - 308: DIFERENÇA DE NÍVEIS


3.1.5.2.4 Picadas e Mordeduras
Situações em que o bombeiro se depara com animais e insetos.
Exemplos de Situações de Emergência e os Principais Riscos Correspondentes
➢ Incêndios (queimaduras, intoxicação, desabamentos, etc.);
➢ Acidentes (diferentes ferimentos, intoxicação, etc.);
➢ Corte de árvores (quedas, corpo estranho nos olhos, etc.);
➢ Vazamento de produtos químicos (intoxicação, etc.);
➢ Operações de salvamento aquático (afogamento, hipotermia, etc.);
➢ Trabalhos em altura (quedas, etc.);
➢ Trabalhos em poços e galerias (quedas, intoxicação, ferimentos, asfixia, etc.).
146/152 Aptl 92-00/2020

3.1.6 LIMITE DE TOLERÂNCIA


O ambiente de trabalho pode conter, dependendo da atividade que nele é desen-
volvida ou do tipo da situação de emergência, um ou mais agentes contaminantes ou agressivos.
Entretanto, o fato de estar exposto a estes agentes agressivos não implica, obrigatoriamente, que
o trabalhador venha a sofrer danos à sua saúde.
Para que esses agentes causem danos à saúde, é necessário que estejam acima
ou abaixo de uma determinada concentração ou intensidade, e que o tempo de exposição a esta
concentração ou intensidade seja suficiente para uma atuação nociva destes agentes sobre o ser
humano.
Percebe-se, portanto, que é muito importante que seja realizada uma avaliação
quantitativa e qualitativa do agente agressivo, bem como do tempo real de exposição do traba-
lhador a este agente.
Chama-se de Limite de Tolerância àquelas concentrações dos agentes químicos
ou intensidades dos agentes físicos presentes no ambiente de trabalho, sob as quais os trabalha-
dores podem ficar expostos durante sua jornada de trabalho e toda a sua vida laboral, sem sofrer
efeitos adversos à sua saúde.
Estes limites têm por objetivo garantir a proteção da saúde do trabalhador. Seus
valores não são permanentes. Eles refletem apenas o estado em que se encontram os conheci-
mentos num dado momento. Eles são baseados na melhor informação disponível, proveniente
da experiência industrial e de estudos experimentais com animais. Por isto, podem sofrer al-
terações de ano para ano, conforme se constate que o limite, anteriormente fixado, não está
protegendo efetivamente o trabalhador.
3.1.6.1 Fatores que Determinam a Gravidade dos Danos à Saúde
Os danos causados à saúde do trabalhador são em função dos seguintes fatores:
➢ Tempo de Exposição aos contaminantes;
➢ Concentração dos contaminantes;
➢ Das Características Físico-Químicas (grau de toxidez, forma, etc.) do
contaminante;
➢ Da sensibilidade do indivíduo.
3.1.6.1.1 Vias de Entrada dos Agentes Contaminantes no Organismo
➢ Inalação;
➢ Absorção Cutânea;
➢ Ingestão.
3.1.6.1.2 Inalação
Constitui a principal via de intoxicação no organismo. Um ser humano adulto
possui cerca de 700 milhões de alvéolos pulmonares que perfazem uma superfície entre 80 a
90 m². Um agente tóxico inalado pode ficar retido nos alvéolos e atacar os pulmões, ou serem
absorvidos pelo sangue e serem transportados para atacar diferentes regiões do organismo.
3.1.6.1.3 Absorção Cutânea
Quando uma substância química entra em contato com a pele, podem acontecer
as seguintes situações:
➢ Nada = A pele e a gordura protetora podem atuar como uma barreira protetora
efetiva;
➢ Irritação Primária = A substância pode agir na superfície da pele;
➢ Sensibilização = Reação com as proteínas da pele;
➢ Intoxicação = A substância química pode penetrar através da pele, atingir a
corrente sanguínea e atacar diferentes regiões do organismo. Por exemplo,
o ácido cianídrico, o mercúrio, o chumbo tetraetila (usado nas gasolinas como
antidetonante), alguns defensivos agrícolas, etc. São substâncias que podem
ingressar através da pele, produzindo uma ação de intoxicação generalizada.
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3.1.6.1.4 Ingestão
Representa apenas uma via secundária de entrada de tóxicos no organismo, já
que nenhum trabalhador ingere, conscientemente, produtos tóxicos.
Isto pode acontecer ao engolir contaminantes que podem ficar retidos na parte
superior do trato respiratório ou falar após respirar substâncias tóxicas.
Alguns casos de ingestão acidental podem acontecer, como comer, beber, fumar
com as mãos contaminadas, ou mesmo, guardar produtos em embalagens não originais, que
podem ser confundidas com alimentos ou bebidas.
Quando ingeridos, os agentes contaminantes podem causar danos na boca, fa-
ringe, esôfago, estômago e intestino. Podem ser absorvidos pelo sangue e serem transportados
para atacar diferentes regiões do organismo.
3.1.7 ESTABELECIMENTO DE UM TRABALHO SEGURO
3.1.7.1 Análise de Segurança
É o meio pelo qual os profissionais desta área, conseguem realizar o levanta-
mento das informações necessárias dos diversos tipos de serviços a serem realizados, para que
sejam implantadas medidas preventivas, evitando assim, possíveis acidentes.
Numa situação de emergência, os bombeiros possuem pouquíssimo tempo para
avaliar o cenário, definir e estabelecer os procedimentos operacionais seguros, e iniciar o traba-
lho. Daí a grande importância dos bombeiros possuírem uma mentalidade de segurança.
A Análise de Segurança possui os seguintes objetivos:
• Identificar e eliminar as condições inseguras (deficiências técnicas e riscos
ambientais) e eliminar os riscos. Na impossibilidade da eliminação, o profis-
sional de segurança deve alertar a equipe, tentar reduzir os riscos, propor a
utilização de EPI e estabelecer procedimentos para a realização do serviço;
• Identificar a possibilidade de realização de atos inseguros. Uma vez identi-
ficado, deve-se tentar estipular outros meios para a execução do serviço de
maneira mais segura. Na impossibilidade, estabelecer meios para tornar a
execução mais segura;
• Implantar métodos operacionais seguros;
3.1.7.2 Fiscalização de Segurança
Após a realização da Análise de Segurança e estabelecido os métodos operacio-
nais seguros, o trabalho está pronto para ser iniciado. Porém, deve ser destacado um bombeiro
experiente (geralmente o Chefe de Equipe) para fiscalizar o cumprimento das medidas de pre-
venção e normas de segurança durante a realização do trabalho.
3.1.8 ATIVIDADES RELATIVAS A UM ACIDENTE OU INCIDENTE DO TRABA-
LHO
3.1.8.1 Análise da Ocorrência
Todos os acidentes e incidentes do trabalho são importantes e devem ser anali-
sados.
A análise da ocorrência é a maneira pela qual os profissionais de segurança pes-
quisam informações, estudam e pesquisam as causas dos acidentes e incidentes ocorridos e
propõe medidas corretivas.
O profissional que estiver analisando um acidente não deve permitir que a gra-
vidade de uma lesão sofrida pelo trabalhador subestime o acidente ocorrido, direcionando a
investigação somente para a lesão, que é apenas uma das consequências de um acidente. O
motivo que levou o trabalhador a sofrer o acidente deve ser o principal objetivo da análise.
Exemplo: Um trabalhador cai e fratura a perna. O acidente é a queda e a fratura
148/152 Aptl 92-00/2020

é a lesão.
A investigação deve ser conduzida para descobrir quais fatores levaram o traba-
lhador a sofrer a queda.
3.1.8.2 Confecção de Relatório da Análise da Ocorrência
O relatório de análise da ocorrência é um documento destinado a registrar as
informações colhidas e identificadas durante a realização da análise da ocorrência.
Ao final da análise de ocorrência, as falhas e as deficiências estarão identificadas.
Então, deverá ser confeccionado o relatório contendo a análise dos fatos ocorridos e propostas
para adoção de medidas e procedimentos para que situações semelhantes não tornem a aconte-
cer.
O relatório de análise de ocorrência é um documento que deve conter, no míni-
mo, os seguintes dados:
➢ A fonte do acidente ou incidente;
➢ Os dados da vítima (se houver);
➢ Natureza da lesão (se houver);
➢ O encarregado da missão;
➢ Testemunhas;
➢ Descrição minuciosa da atividade que estava sendo realizada quando ocorreu
o acidente;
➢ Se o acidentado estava utilizando EPI;
➢ Outros dados que sejam necessários; e
➢ Proposta de medidas e procedimentos seguros para realização do trabalho.
3.1.9 CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DO TRABALHO
3.1.9.1 Prejuízos para o Trabalhador
➢ Sofrimento físico;
➢ Incapacidade para o trabalho;
➢ Indenização de máquinas e equipamentos danificados.
3.1.9.2 Prejuízos para a Empresa
➢ Perda de mão de obra especializada que, em muitos casos, é de difícil repo
sição;
➢ Imagem comprometida com as autoridades e com a comunidade;
➢ Gastos com primeiros socorros;
➢ Tempo perdido para socorrer o acidentado e comentários;
➢ Danificação ou perda de máquinas, ferramentas, matérias primas, etc;
➢ Atraso na entrega de produtos e serviços, e descontentamento de clientes.
3.1.9.3 Prejuízos para Família
➢ Desamparo à família (financeiro, proteção, etc);
➢ Sofrimento emocional.
3.1.9.4 Prejuízos para a Comunidade
➢ Perda permanente ou temporária de elementos produtivos;
➢ Mais dependentes do INSS;
➢ Aumento das taxas de seguro e impostos;
➢ Aumento do custo de vida.
Aptl 92-00/2020 149/152
150/152 Aptl 92-00/2020

REFERÊNCIAS
BRASIL. Policia Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros. Manual de Fundamentos
de Bombeiros - 2ª Edição: [São Paulo], 2006.
BRASIL. Policia Militar do Estado de Minas Gerais. Corpo de Bombeiros. Manual de Atividades
de Bombeiros.
BRASIL. Centro de Instrução de Adestramento Aeronaval. Combate a Incêndio.
BRASIL. Comando da Aeronáutica. Escola de Especialistas de Aeronáutica. Apostila Teoria
Contraincêndio - Módulo II. Guaratinguetá, 2000.
BRASIL. Comando da Aeronáutica. Base Aérea de São Paulo - Companhia Contraincêndio.
Manual de Fundamentos dos Bombeiros da BASP.
REVISTA BOMBEIROS EM EMERGÊNCIAS. Edições nº 5 e nº 8 - São Paulo.
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Anexo A - GLOSSÁRIO
ÁLCALI: Também chamada de base, é qualquer substância que libera única e exclusivamente
o ânion OH– (íons hidroxila ou oxidrila) em solução aquosa. Soluções com estas propriedades
dizem-se básicas ou alcalinas. Os álcalis possuem baixas concentrações de ions H+ sendo con-
siderado alcalinas as soluções que têm pH (Potencial de Hidrogênio) acima de 7. Desse modo
os álcalis são considerados fortes quando estiverem próximos do 14 da escala de pH (escala
varia de 0 a 14). Possuem sabor adstringente (ou popularmente, cica) e são empregadas em
produtos de limpeza, medicamentos (antiácidos) entre outros. Muitos álcalis, como o hidróxido
de magnésio (leite de magnésia) são fracas e não trazem danos. Outras como o hidróxido de
cálcio (NaOH ou soda cáustica) são corrosivas e sua manipulação deve ser feita com cuidado.
Quando em contato com o papel tornassol vermelho apresentam a cor azul-marinho ou violeta.
ANTECÂMARA (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Recinto que antecede a caixa da esca-
da, com ventilação natural garantida por janela para o exterior, por dutos de entrada e saída de
ar ou ventilação forçada (pressurização).
ÁREA DE REFÚGIO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Local seguro que é usado tempora-
riamente pelo usuário, acessado através de saídas de emergência de um setor ou setores, ficando
entre este(s) e o logradouro público ou área externa com acesso aos setores.
ARGAMASSA PROJETADA: Produto destinado à proteção de estruturas metálicas que não
estejam aparentes, como vigamentos ocultos sobre forros ou pilares com acabamentos arquite-
tônicos. É constituída por fibras minerais com espessuras variáveis, de acordo com o grau de
proteção pretendido. Dependendo da espessura da aplicação, oferece proteção entre 30 a 240
minutos de exposição ao fogo. Sua aplicação é realizada através de uma máquina de aplicação
de fibras do tipo bomba ou turbina.
ARGAMASSA DE ALTA DENSIDADE: Produto destinado à proteção de estruturas metáli-
cas localizadas em ambientes externos ou em áreas internas sujeitas a abusos mecânicos.
BALCÃO OU SACADA (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Parte de pavimento da edifi-
cação em balanço em relação à parede externa do prédio, tendo, pelo menos, uma face aberta
para o espaço livre exterior.
CARGA DE INCÊNDIO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Soma das energias caloríficas
possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis con-
tidos em um espaço, inclusive os revestimentos de paredes, divisórias, pisos e tetos.
CONCRETO PROTENDIDO: Método de introdução de concreto sob um estado prévio de
tensão numa estrutura, de modo a melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob ação de
diversas solicitações.
ESCADA ENCLAUSURADA (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Escada protegida com
paredes resistentes ao fogo e portas corta-fogo.
ESCADA ENCLAUSURADA A PROVA DE FUMAÇA (Instrução Técnica nº 3 do
CBESP): Escada enclausurada cujo acesso é por antecâmara enclausurada, ou por local aberto,
de modo a evitar a penetração de fogo e fumaça na área da escada.
ESCADA NÃO ENCLAUSURADA OU ESCADA COMUM (Instrução Técnica nº 3 do
CBESP): Escada que embora possa fazer parte de uma rota de fuga, comunica-se diretamente
com os demais ambientes como corredores, “halls” e outros, em cada pavimento, não possuindo
portas corta-fogo.
MANTAS DE FIBRAS MINERAIS: Mantas de fibras minerais, de espessura variável de
acordo com o grau anti-chamas desejado, resistente por 60 a 180 minutos contra o fogo, utili-
zadas para a proteção de estruturas de edificações já em funcionamento, onde não é possível a
projeção de argamassas.
MATERIAIS DE ACABAMENTO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Produtos ou subs-
tâncias que, não fazendo parte da estrutura principal, são agregados à mesma com fins de con-
forto, estética ou segurança.
152/152 Aptl 92-00/2020

MATERIAIS INCORPORADOS NA EDIFICAÇÃO: São os materiais colocados na edifi-


cação para atenderem as necessidades de ocupação: mobiliário, equipamentos, matérias-prima,
produtos, etc.
N-HEPTANO: É um hidrocarboneto saturado da família dos alcanos com a fórmula química
C7H16, e tem vários isômeros.
PAREDE CORTA-FOGO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Elemento construtivo que,
aob ação do fogo, conserva suas características de resistência mecânica, é estanque à propa-
gação da chama e proporciona um isolamento térmico tal que a temperatura medida sobre a
superfície não exposta não ultrapasse 140º C durante um tempo especificado.
PLACAS DE FIBRAS MINERAIS: Placas de fibras minerais, de espessura variável de acor-
do com o grau anti-chamas desejado, resistente por 60 a 180 minutos contra o fogo, utilizadas
para a proteção de estruturas de edificações já em funcionamento, onde não é possível a proje-
ção de argamassas.
POPULAÇÃO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Número de pessoas para as quais uma
edificação, ou parte dela, é projetada.
POPULAÇÃO FIXA (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Número de pessoas que permane-
ce regularmente na edificação, considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação,
bem como os terceiros nestas condições.
POPULAÇÃO FLUTUANTE (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Número de pessoas que
não se enquadra como população fixa. Será sempre o número máximo diário de pessoas.
REGISTRO DE RECALQUE: ,O sistema de hidrante particular deve ser dotado de um pro-
longamento de sua tubulação até o exterior da edificação onde é instalada uma Válvula ou
Registro de Recalque, de forma que se possa permitir, quando necessário, recalcar água para o
sistema de hidrantes a partir das viaturas do Corpo de Bombeiros.
SELAGEM CORTA-FOGO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Dispositivos construtivos
com tempo mínimo de resistência ao fogo, instalados nas passagens de eletrodutos e tubulações
que cruzam as paredes de compartimentação e entrepisos (shafts), evitando a propagação do
incêndio. São utilizadas mantas, placas fibrosas, argamassas, ou dispositivos especiais para
tubulações plásticas.
SHAFTS (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Abertura existente na edificação, horizontal
ou vertical, que permite a passagem e interligação,, de instalações elétricas, hidráulicas ou de
demais outros dispositivos necessários.
TINTA INTUMESCENTE: As tintas intumescentes servem para a proteção de estruturas me-
tálicas e de madeira, cabos elétricos, etc. Ela protege o material do fogo e do calor por um tem-
po estipulado pelo fabricante. Essas tintas, quando exposta à ação direta ou indireta do fogo, ao
atingirem aproximadamente 200ºC, iniciam um processo de expansão volumétrica, formando
uma capa isolante com espessura muitas vezes maior que a espessura original aplicada (até 40
vezes), promovendo a inibição da ação do fogo sob o material protegido.
Neste processo de expansão, são liberados gases atóxicos que atuam em conjunto com resinas
especiais, formando uma espuma semi-rígida na superfície da estrutura, retardando a elevação
da temperatura da estrutura protegida e seu possível colapso (estrutura metaliza entra em co-
lapso a 550ºC).
VERGA: Peça que se põe horizontalmente sobre ombreiras de porta ou de janela.
VESTÍBULO: Espaço entre a rua e a entrada de um edifício. Espaço entre a porta e a principal
escadaria interior.

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