Livro - Gestão, Planejamento Rural e Agroindústria
Livro - Gestão, Planejamento Rural e Agroindústria
Livro - Gestão, Planejamento Rural e Agroindústria
PLANEJAMENTO
RURAL E
AGROINDÚSTRIA
FICHA CATALOGRÁFICA
196 p.
CDD - 658.09
Impresso por:
163982
RECURSOS DE IMERSÃO
Este item corresponde a uma proposta Utilizado para temas, assuntos ou con-
de reflexão que pode ser apresentada por ceitos avançados, levando ao aprofun-
meio de uma frase, um trecho breve ou damento do que está sendo trabalhado
uma pergunta. naquele momento do texto.
ZOOM NO CONHECIMENTO
P L AY N O CO NH E C I M E NTO
INDICAÇÃO DE L IVRO
E M FO CO
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SUMÁRIO
7UNIDADE 1
ADMINISTRAÇÃO RURAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
63UNIDADE 2
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UNIDADE 3
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UNIDADE 1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
ADMINISTRAÇÃO RURAL
MINHAS METAS
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A administração é indicada para qualquer tipo de organização, seja ela com seja
sem fins lucrativos. Organizações são compostas por pessoas de diferentes sabe-
res e habilidades, com objetivo de atender a uma necessidade da sociedade, seja
ela, do sindicato, das instituições de ensino, das instituições religiosas, de clube
de serviços e de empresas mercantis, sendo responsável pelo desempenho e pela
permanência no mercado.
Perceba que a administração é como a advocacia, a engenharia e tantas outras
ações humanas: apoia-se sobre uma teoria, que precisa ter o rigor científico. Sua
prática consiste na aplicação dessas teorias, focando-se no específico, no caso sin-
gular, e exige experiência e intuição. Assim, além dos conhecimentos científicos e
teóricos coerentes, é necessário ter uma visão holística, “olho clínico”, habilidade
esta conseguida por meio das experiências vivenciadas.
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Com a complexidade das empresas tanto em seu ambiente interno como externo,
aliado à competitividade global, é preciso continuamente reajustar os fatores de
produção, alocando os recursos adequando as ameaças e oportunidades ofereci-
das pelo mercado. A gestão empresarial, por meio do planejamento, organização,
direção e controle (Figura 1), é uma ferramenta do processo administrativo para
aumentar a competitividade das empresas no ambiente onde ela está inserida.
Planejar
Definir as estratégias
Definir as metas
Verificar como as coisas
estão hoje
Desenvolver cenários
futuros
Controlar Organizar
Monitorar e comparar Estruturação de recursos
o desempenho físicos e humanos
Dirigir
Conduzir os esforços
dos recursos humanos
Descrição da Imagem: quatro descrições dispostas em forma de círculo, ligados por setas em duplo sentido,
cada qual representando uma função administrativa: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar, demonstrando que
estas funções são cíclicas, interdependentes e podem acontecer no sentido horário, Planejar, Organizar, Dirigir e
Controlar ou também no sentido inverso. Em cada balão, cada função administrativa é exemplificada por algumas
ações, como: Planejar (Definir as estratégias, Definir as metas, Verificar como as coisas estão hoje e Desenvolver
cenários futuros), Controlar (Monitorar e comparar o desempenho), Organizar (Estruturação de recursos físicos e
humanos) e Dirigir (Conduzir os esforços dos recursos humanos).
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Nunca se esqueça de que as organizações são compostas por pessoas, que sofrem
influência social, possuem entendimento, grau de motivação e confiança diferen-
tes. Entender como funciona a Administração passa, obrigatoriamente, pela sua
história e também pela própria história da humanidade, em que é traçada desde
os primórdios da civilização até os dias atuais, passando pelos romanos, Idade
Média e o catolicismo. Segundo Fayol (1989), a história da Administração teve
início na Suméria, por volta do ano 5.000 a.C., quando os antigos sumerianos
procuravam melhorar a maneira de resolver seus problemas práticos, de maneira
rudimentar, exercitando a arte de administrar.
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O segundo engenheiro era francês, chamado Henri Fayol (1841-1925), que de-
senvolveu a chamada Escola Clássica da Administração e também é conhecido
como o pai das funções administrativas: Planejamento, Organização, Direção e
Controle. Este já se preocupava com a gestão da empresa, para que ela fosse mais
eficiente aplicando as funções administrativas.
Curiosamente, esses precursores da administração jamais se comunicaram,
mas embora com opiniões e conceitos diferentes, as ideias destes dois precursores
da administração se complementam, e esta é uma das razões que estas teorias
dominaram nos cinquenta primeiros anos do século XX o cenário da adminis-
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tração das empresas. Desenvolvida a partir de 1940, nos Estados Unidos, a Teoria
das Relações Humanas, diferentemente das anteriores, estava mais preocupada,
principalmente, com as pessoas, os grupos sociais e a organização informal e teve
como seu precursor o psicólogo australiano George Elton Mayo (1880-1949).
Recentemente, a Escola Clássica reapareceu com Peter Drucker (1909-2005): é
a chamada Escola Neoclássica, preocupada com a administração por objetivos.
Nascido em Viena em 1909, este austríaco, economista, um dos últimos
gurus da administração, é reconhecido como o maior dos pensadores do efeito
da globalização. Foi considerado como o pai da administração moderna. Seus
conceitos e conselhos são estudados e utilizados por altos executivos no mundo
inteiro. Drucker (2001) considerava a administração como “arte liberal”. “Arte”,
pois é uma aplicação prática, e “liberal”, porque trata de sabedoria, liderança e
conhecimento. As origens deste conhecimento estão nas ciências exatas, huma-
nas e sociais, sempre procurando a eficiência das empresas.
AP RO F U NDA NDO
PRINCÍPIO 1
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PRINCÍPIO 2
PRINCÍPIO 3
PRINCÍPIO 4
PRINCÍPIO 5
PRINCÍPIO 6
Nem o nível de produção, nem a “linha de resultados” são, por si sós, uma medição
adequada do desempenho da administração e da empresa.
PRINCÍPIO 7
Finalmente, a única e mais importante coisa a lembrar sobre qualquer empresa é que
os resultados existem apenas no exterior. O resultado de uma empresa é um cliente
satisfeito.
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A administração rural como ramo da ciência administrativa pos-
sibilita ao autor acesso às suas teorias, desde a abordagem clássica
de Taylor até a moderna teoria do desenvolvimento organizacional,
com essa nova abordagem introduziu-se ao conceito de administra-
ção rural as áreas de finanças, comercialização, marketing e recursos
humanos, sendo estas áreas tão importantes como a produção”.
IN D ICAÇÃO DE FI LM E
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AP RO F U NDA NDO
Segundo Kay (1983), administração rural pode ser definida como um processo de
tomada de decisão, pelo qual se combinam as atividades desenvolvidas na pro-
priedade agrícola em função das características dos recursos de produção dispo-
níveis, normalmente limitados, de modo a aproveitar, da melhor maneira possível,
estes recursos, evitando, assim, desperdício ou ociosidade na utilização destes
fatores de produção. Analisando esta definição pode se dizer que, para Kay (1983),
a administração rural procura se procura com a melhor combinação possível entre
estes fatores de produção para atingir o máximo lucro, otimizando o uso destes
fatores de produção.
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Objetivos
Qualidade de vida,
lucro
Recursos Decisões
Terra, capital e Agir, dirigir
trabalho
Descrição da Imagem: três decisões dispostas em círculo ligados por setas de duplo sentido, demonstrando
como os objetivos, as decisões e os os recursos estão interligados. Os objetivos são: qualidade de vida e lucro.
As decisões são: agir e dirigir. Os recursos são: terra, capital e trabalho.
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A administração rural é a ciência que ajuda o produtor a enten-
der as suas decisões. É onde estão as informações necessárias
para os técnicos ajudarem os produtores a tomar as decisões. E
complementa: ‘a busca da eficiência no setor agrícola faz da ad-
ministração um fator de produção capaz de fazer ou quebrar o
negócio. Neste caso, a administração faz o papel de cérebro, en-
quanto o trabalho faz o papel de músculo. Pois, na agricultura pre-
cisa-se de terra, capital, trabalho e cérebro para ser bem-sucedido.
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Planejamento
Formular metas e as
táticas para alcançá-las
Recursos Resultados
- Humanos Controle Organização - Desempenho
- Financeiros Monitorar as Modelar o trabalho, - Produtos
- Materiais atividades e corrigir alocar recursos e - Serviços
- Tecnológicos os desvios coordenar atividades - Eficiência
- Informação - Eficácia
- Efetividade
Direção
Designar pessoas,
dirigir seus esforços,
motivá-las, liderá-las e
comunicar
Descrição da Imagem: painel demonstrando o processo administrativo, ilustrado com as quatro funções adminis-
trativas ao centro, uma em cada caixa disposta em círculo, interligadas com setas de duplo sentido, demonstrando
que estas funções são cíclicas, interdependentes e podem acontecer no sentido horário, Planejamento, Organiza-
ção, Direção e Controle ou também no sentido inverso. Em cada caixa, cada função administrativa é exemplificada
por algumas ações, como: Planejamento (Formular metas e as táticas para alcançá-las), Organização (Modelar o
trabalho, alocar recursos e coordenar atividades), Direção (Designar pessoas, dirigir seus esforços, motivá-las,
liderá-las e comunicar) e Controle (Monitorar as atividades e corrigir os desvios), que utilizam os Recursos Hu-
manos, Financeiros, Materiais, Tecnológicos e Informação, processando e produzindo Resultados, Desempenho,
como Produtos, Serviços, Eficiência, Eficácia e Efetividade.
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NOVOS DESAFIOS
Medidas de investimentos na estrutura ou no uso dos recursos disponíveis devem
ser analisadas para aumentar a lucratividade e a rentabilidade das empresas, no
agronegócio.
As propriedades rurais devem ser tratadas como empresa rural, utilizando
racionalmente, seus recursos produtivos, com sustentabilidade, recursos estes
que, geralmente, são limitados.
Anotar e controlar os custos de produção, minimizando estes, ao máximo,
otimizando e evitando desperdícios são essenciais em qualquer empresa.
É preciso a introdução de insumos intelectuais dentro das propriedades,
como: consultorias, treinamentos e investimento na qualificação da mão de obra,
valorizando o conhecimento e atitudes dos colaboradores.
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REFERÊNCIAS
HOFFMANN, R. et al. Administração da empresa agrícola. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1987.
KAY, R. D. Farm management: planning, control and implementation. 2. ed. Tokyo: McGraw--Hill.
1983.
STONER, J. A. F.; FREEMAN, R. E.; GILBERT JUNIOR, D. A. Management. Englewood Cliffs, NJ:
Prentice Hall, 1995.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
MINHAS METAS
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Você sabia que a administração rural está diretamente ligada ao dia a dia das
empresas rurais, exatamente da mesma forma que ocorre com as empresas
industriais e comerciais?
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Descrição da Imagem: painel com retângulos demonstrando o presente ligado por uma seta que aponta em
direção ao retângulo de futuro. Embaixo do presente, tem-se outro retângulo escrito: onde estamos agora. Dele,
sai uma seta para o retângulo "planejamento"e sai outra seta para o retângulo "onde queremos chegar". Embaixo
de "onde estamos agora", tem outro retângulo escrito "situação real" e sai uma seta apontada para outro retângulo
com "planos", e desta, sai uma seta em direção a "objetivos pretendidos".
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
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PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
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PASSO 5
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PASSO 6
PASSO 7
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P E N SA N DO J UNTO S
Será que um bom general, sem um bom exército, poderá vencer uma batalha?
Eventualmente, até poderá ocorrer, mas, na maioria das vezes, não. Então, surge
a figura do líder, que deverá conquistar o seu grupo de trabalho, por meio do
exemplo, da confiança, do estímulo e da motivação. Somente após o administra-
dor dar-se conta de que a liderança deverá ser exercida por ele, é que o planeja-
mento estratégico poderá ser aplicado como uma ferramenta eficaz para atingir
os objetivos propostos.
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A P RO F UNDA NDO
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é conhecida como SWOT, sigla dos termos ingleses Strengths (Forças), Weak-
nesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), que,
traduzindo para o nosso português, é conhecida como análise FOFA (Força,
Oportunidade, Fraqueza e Ameaças). Independentemente do porte da organi-
zação, o plano estratégico indica a direção certa que os gestores devem seguir.
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Planejamento estratégico é um processo contínuo de aprendizado,
sistemático e com o maior conhecimento possível do futuro contido,
tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematica-
mente as atividades necessárias à execução destas decisões e, através
de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resulta-
do dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas,
Fonte: (DUCKER, 2001, p. 136).
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7 QUESTÕES CHAVE
O quê?
Quando
Onde
Quem
Por que
Como
Quanto
Descrição da Imagem: folha de caderno contendo as sete questões-chave para elaborar um planejamento.
A imagem contém sete lápis do lado direito e um lápis do lado esquerdo. As sete questões-chave são: O quê?
Quando? Onde? Quem? Por que? Como? Quanto?
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ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
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NOVOS DESAFIOS
Neste tema, abordamos as funções básicas do gestor rural, isto é, decidir sobre
o que produzir, decidir sobre o quanto produzir, estabelecer o modo como será
produzido, implementar a decisão, controlar as ações e avaliar os resultados.
Hoje, além de produzir com eficiência, sustentabilidade econômica e ambiental
com responsabilidade social e sem desperdícios, será preciso desenvolver habi-
lidades no gerenciamento e na motivação de pessoas, na compra de insumos, na
venda da produção e na gestão adequada dos custos de produção.
Vamos verificar que, para se administrar uma empresa, além dos conhe-
cimentos do ramo e de uma boa política de comercialização, é absolutamente
necessário controlar a movimentação dos recursos financeiros, pois o capital é
o sangue que move o organismo empresarial e deve ser bem cuidado e constan-
temente monitorado. Percebe?
Minha preocupação é sempre relacionar o que você estuda nos materiais com
o que vivencia na prática. Sem fazer esta relação, fica bem difícil ingressar no
mercado, hoje em dia. Os livros são a base de tudo, mas sem análise e vivência,
esse conhecimento se perde, por isso, fique atento a tudo que passa ao seu redor.
Para que você tenha um bom aproveitamento deste tema, siga os seguintes passos:
1.Treinar para fazer - ninguém executa bem uma tarefa se não souber como
fazê-la, por isso, é necessário estar bem treinado antes de executá-la.
2. Executar, ou seja, realizar a prática do aprendizado.
3. Coletar, sistematicamente, dados para o controle e a análise.
Vou propor um desafio a você: análise uma empresa rural, pode ser a que
você trabalha ou a de alguém conhecido, e veja o resultado, você irá se surpreen-
der com o aprendizado. Se não tem empresa rural e não conhece ninguém que
tenha intimidade para pedir isso, sem problemas, procure a cooperativa ou a
assistência técnica oficial e peça colaboração. Lembre-se, que cada caso é um caso,
talvez, a forma como você resolva seus problemas seja diferente do seu colega,
isso quer dizer que, assim como você, a empresa segue o estilo de gestão do dono,
o que quer dizer que não há uma forma correta de se implantar um planejamento
dentro da organização, mas a SUA forma.Administração é sinônimo de gestão e
o administrador, atualmente, deve estar preparado para tomar decisões em um
ambiente dinâmico, com mudanças constantes, crises e adversidades que surgem,
intempestivamente. Para você entender como funciona a administração, deve
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REFERÊNCIAS
CATELLI, A. (org.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica. São Paulo: Atlas,1999.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
MINHAS METAS
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I - 'Imóvel Rural', o prédio rústico, de área contínua qualquer que
seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrí-
cola, pecuária ou agroindustrial, quer através de planos públicos
de valorização, quer através de iniciativa privada; II - 'Proprieda-
de Familiar', o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado
pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho,
garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico,
com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e
eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros; III - 'Módulo
Rural', a área fixada nos termos do inciso anterior; IV - 'Minifúndio',
o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade
familiar; V - 'Latifúndio', o imóvel rural que: a) exceda a dimen-
são máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea b, desta Lei,
tendo-se em vista as condições ecológicas, sistemas agrícolas re-
gionais e o fim a que se destine; b) não excedendo o limite referido
na alínea anterior, e tendo área igual ou superior à dimensão do
módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação
às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins
especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente explorado,
de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural; VI -
'Empresa Rural' é o empreendimento de pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imó-
vel rural, dentro de condição de rendimento econômico da região
em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel
segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo Poder Execu-
tivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens,
as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias.
(BRASIL, 1964, on-line).
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Analisando o inciso II e III da lei, percebe-se que um módulo rural seria uma
porção de terras que, explorada, direta e pessoalmente, pelo agricultor e sua fa-
mília, absorvendo toda a força de trabalho da família, garanta sua subsistência e
o progresso social e econômico.
Esta área foi fixada pelo Poder Executivo (Instituto Brasileiro de Reforma Agrá-
ria - IBRA), atualmente !, o INCRA (2005), para cada região e tipo de exploração, e,
eventualmente, podendo utilizar trabalho de terceiros. O Decreto Federal nº 55.891
(1965), que regulamentou o Estatuto da Terra, considerou este conjunto familiar
composto de quatro pessoas adultas, correspondendo a 1.000 jornadas anuais.
Portanto, o módulo rural foi definido como uma unidade de medida agrária
(em hectares), que levava em consideração o tamanho do imóvel, sua localização
geográfica, as explorações econômicas nesta região e as condições do seu apro-
veitamento econômico. O módulo rural é utilizado, atualmente, para definir o
enquadramento sindical rural, determinar a fração mínima de parcelamento
(FMP) e definir os limites do tamanho dos imóveis rurais no caso de aquisição
por pessoa física estrangeira residente no país.
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A FMP é a menor área que um imóvel rural, em um dado município, pode ser
desmembrado, ou seja, ao ser dividido o imóvel rural, normalmente, em caso
de venda ou herança, a área remanescente não poderá ser inferior à fração mí-
nima de parcelamento. No entanto, um conjunto de providências de amparo à
propriedade da terra, com objetivo de seu pleno emprego com atividades agro-
pecuárias e de adequá-las com o processo de industrialização do país, foram
tomadas ao longo dos anos, surgindo, em 1979, o conceito de módulo fiscal pela
Lei nº 6.746/1979.
A P RO F UNDA NDO
Módulo fiscal é uma unidade de medida, em hectare, definida pelo INCRA para
cada município brasileiro de acordo com o conceito de propriedade familiar, a ren-
da obtida com a exploração predominante no município ou outras explorações
existentes no município que, embora não predominantes, sejam expressivas em
função da renda ou da área utilizada, expressando a área mínima necessária para
que uma unidade produtiva seja economicamente viável. Para o cálculo do ITR (Im-
posto Territorial Rural), utiliza-se, para aplicação da alíquota, o número de módulos
fiscais do imóvel rural conforme a Lei nº 6.746/1979 e Decreto no 84.685/1980.
A Lei nº 8.629/93 alterou alguns dispositivos do Estatuto da Terra e classificou
as propriedades rurais pela quantidade de módulos fiscais, sendo definido como
pequena propriedade (imóvel de área compreendida entre 1 e 4 módulos fiscais)
e média propriedade (imóvel rural de área superior a 4 e até 15 módulos fiscais),
ficando entendido que o minifúndio é o imóvel rural com área inferior a 1 módulo
fiscal, e a grande propriedade aquela de área superior a 15 módulos fiscais.
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Descrição da Imagem: Mapa do Brasil com as regiões de cada estado de cores diferentes, cada cor representando
tamanhos diferentes de módulos fiscais. Nos estados do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, sul de Minas
Gerais, sul do Mato Grosso do Sul, centro-sul de Goiás e toda faixa litorânea da Bahia até o Ceará os módulos fiscais
variam de 5 a 35 ha e estão em laranja claro, e, na maioria dos estados do norte do país o módulo fiscal varia de
70 a 110 ha e estão em uma cor verde escuro. Alguns bolsões em amarelo, representando módulos fiscais de 40
a 65 ha, estão esparramados pelo Brasil, AP, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, BA, MG, GO, MT, MS e RO.
Por sua vez, a definição de agricultor familiar e empreendedor familiar rural dada
pela Lei nº 11.326/2006 também inclui o conceito de módulo fiscal, ao estabelecer
que, dentre outros requisitos, este não detenha, a qualquer título, área maior do
que quatro módulos fiscais.
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■ Segundo Marion (2002, p. 24), “empresas rurais são aquelas que exploram a
capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de ani-
mais e da transformação de determinados produtos agrícolas”.
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Art. 2º Considera-se atividade rural: I - a agricultura; II - a pecuá-
ria; III - a extração e a exploração vegetal e animal; IV - a explo-
ração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura,
cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras cul-
turas de pequenos animais; V - a atividade de captura de pescado
in natura, desde que a exploração se faça com apetrechos seme-
lhantes aos da pesca artesanal (arrastões de praia, rede de cerca,
etc.), inclusive a exploração em regime de parceria; VI - a trans-
formação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que
sejam alteradas as características do produto in natura, feita pelo
próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios
usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclu-
sivamente matéria-prima produzida na área rural explorada[...]
(BRASIL, 2001, on-line).
Pensando como gestor, podemos definir empresa rural como qualquer pro-
priedade rural que tenha capital investido realizando atividades agropecuá-
rias, produzindo produtos in natura ou processados. Ou seja, uma unidade
de produção que, embora como qualquer outra utilize os fatores de produção
(Terra, capital e trabalho), têm nos recursos naturais (Terra) seu principal fator
de produção, proporcionando produtos e serviços destinados a atenderem às
necessidades humanas.
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Entende-se, aqui, Terra, como planeta Terra, ou seja, todos os recursos naturais,
aqueles recursos provenientes da natureza, como o clima, a água, o solo, o ciclo
de vida dos animais e vegetais, dentre outros.
Por isso, não há produção em certas épocas do ano (sazonalidade) e, de ano para ano,
a produção e a produtividade podem variar muito.
Com isso, a agricultura tende a trabalhar tentando antecipar como estará o mercado
no futuro, quando a produção, de fato, ocorrer. Estas incertezas relacionadas ao mer-
cado somam-se às incertezas climáticas tornando a atividade agrícola especialmente
arriscada.
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RECURSO CAPITAL
São bens materiais que são utilizados em um ou mais ciclos produtivo, e que têm
como objetivo servir à produção de algum bem econômico, ou seja, produzir
novas riquezas, e podem ser classificados em:
São aqueles bens que servem à produção por mais de um ciclo produtivo, tais como:
instalação, animais de produção, máquinas e equipamentos, entre outros.
São aqueles bens que servem apenas durante um ciclo produtivo, desaparecendo
com o primeiro uso, tais como: sementes, fertilizantes e rações, entre outros.
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RECURSO TÉCNICO
RECURSO SOCIAL
Também denominado capital social, é entendido como a cola invisível que man-
tém a coesão social; tem sido medido, por meio de três indicadores: a confiança
entre as pessoas, a capacidade de se organizar e o grau de civismo da população,
portanto, estreitamente relacionado aos recursos humanos. Como em qualquer
empresa, tradicionalmente, temos os recursos e os fatores de produção divididos
em Terra (T), Capital (K) e Trabalho (t), porém, nesta abordagem, considera-
mos cinco fatores de produção: a Terra como recurso natural, o capital sendo
subdividido em capital e recursos tecnológicos, e o trabalho, ou seja, o recurso
humano, porém com uma atenção especial para a capacidade destes recursos
humanos em se organizar, seguir regras e se relacionar. Toda e qualquer empre-
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AMBIENTE TAREFA
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FORNECEDORES
CONCORRENTES
ÓRGÃOS REGULAMENTADORES
São aqueles que, de alguma maneira, ditam regras de como a empresa deve conduzir
o seu negócio, limitando suas ações ou fiscalizando e controlando suas atividades,
como os sindicatos e os órgãos governamentais. Na empresa rural, podemos citar o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Institutos ambientais, dentre
outros.
AMBIENTE GERAL
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Ambiente Geral
Variável Variável
Política Ambiente Tecnológica
Tarefa
Concorrentes Fornecedores
Variável
Econômica Empresa Variável
Rural Legal
Clientes
Órgãos
Variável Regulamentadores
Social
Variável
Ecológica
Descrição da Imagem: três círculos concêntricos, sendo o menor no interior dos outros dois em cor amarela
representando a empresa rural e o segundo em outra cor representando o ambiente tarefa ou de trabalho onde
há contato com os clientes, fornecedores, concorrentes e órgãos reguladores. O último círculo representa todo o
ambiente onde a empresa está inserida, onde várias variáveis o influenciam.
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NOVOS DESAFIOS
Os custos de produção da empresa rural possuem características próprias que,
aliados às peculiaridades da empresa rural, obrigam ao gestor rural mais atenção
e preparo. Ainda hoje, encontramos muitas dificuldades operacionais e estru-
turais na geração dos dados de custos de produção na empresa rural e para um
agronegócio competitivo e rentável. A administração de custos, com registros
racionais e sistemáticos, bem como o controle de seus processos administrativos
e produtivos, é essencial.
A falta de dados confiáveis compromete todo o processo de decisão do em-
preendedor rural. O profissional em agronegócios, principalmente no campo
de atuação da gestão de empresas rurais, está em plena expansão, sendo neces-
sário cada vez mais estar atento às inovações tecnológicas. Esta é uma profissão
relativamente nova e, para ingressar neste mercado, você deve se dedicar muito,
conhecendo as especificidades do meio rural e seu funcionamento. Sem sombra
de dúvidas, existe espaço para gestores de agronegócio em vários empreendi-
mentos agropecuários.
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REFERÊNCIAS
ANCELES, P. E. S. dos. Manual de Tributos da Atividade Rural. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
CREPALDI, S. A. Contabilidade Rural: uma abordagem decisorial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
BRASIL. Instrução Normativa SRF Nº 83, de 11 de outubro de 2001. Dispõe sobre a tributação
dos resultados da atividade rural das pessoas físicas. Brasília, DF: Secretaria da Receita Fede-
ral, 2001. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/ link.action?vi-
sao=anotado&idAto=14387. Acesso em: 29 abr. 2021.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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UNIDADE 2
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MINHAS METAS
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VARIÁVEL SOCIAL
LEGISLAÇÕES VIGENTES
Influenciam no dia a dia de qualquer empresa. Um bom exemplo nas empresas rurais
é a legislação recente do selo arte para produtos de origem animal, incentivando
e controlando a produção artesanal de queijos, linguiças, entre outros produtos de
origem animal.
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U N I AS S E LVI
VARIÁVEL DEMOGRÁFICA
É outra variável que deve ser levada em conta pelas empresas em seu planejamento
estratégico, pois abrange todas as características da população, como sua distribuição
geográfica, sua taxa de crescimento e suas mudanças estruturais. Constata-se uma
vantagem comparativa de empresas rurais que produzem hortifrutigranjeiros que se
localizam próximas a grandes centros consumidores, o chamado cinturão verde. A va-
riável ecológica também é muito importante para os gestores de empresas rurais e do
agronegócio, pois abrange a sustentabilidade, preservação de todos os ecossistemas,
o solo, os animais, o clima e a vegetação, ou seja, os recursos naturais, um dos prin-
cipais fatores de produção da agropecuária. Pelas pressões sociais, no Brasil, quase
todas estas variáveis já foram delimitadas por lei, como o novo código florestal - Lei
12.651 de 25 de maio de 2012 - e várias portarias dos institutos ambientais.
SETOR RURAL
MERCADO AGRÍCOLA
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MERCADOS
Em economia, o mercado competitivo pode ser representado, por meio das cur-
vas de oferta e procura (ou demanda). A oferta é relacionada aos custos das firmas
e representa as opções do conjunto dos vendedores nesse mercado, indicando as
quantidades do bem ou do serviço que eles estão dispostos a vender para cada
preço possível. A procura, por sua vez, é relacionada às preferências e ao poder
aquisitivo dos compradores. Outras características do mercado competitivo são:
■ Todas as firmas produzem produtos homogêneos (não há diferença
entre os produtos de firmas diferentes).
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IN D ICAÇ ÃO DE FI LM E
OLIGOPÓLIOS
OLIGOPSÔNIOS
MONOPÓLIO
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MONOPSÔNIO
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ESCALA
INDUSTRIALIZAÇÃO
ORGANIZAÇÃO
QUALIDADE
MARKETING
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
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A P RO F UNDA NDO
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A POLÍTICA FISCAL
Trata-se, fundamentalmente, das receitas e das despesas dos três níveis de governo:
federal, estadual e municipal.
A POLÍTICA MONETÁRIA
A POLÍTICA CAMBIAL
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E U IN D ICO
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FORNECEDORES DE INSUMOS
Definido por alguns autores como um subsistema de apoio, pois envolve várias em-
presas que fornecem os insumos e também os serviços necessários para a produção
agropecuária, tais como fertilizantes, defensivos, sal mineral, vacinas e medicamentos.
Inclui também serviços agronômicos e veterinários, além da gestão rural.
PRODUÇÃO
Composto pelos produtores rurais, conhecido como “dentro da porteira”, pois sua pro-
dução acontece dentro do imóvel rural, “as fazendas” onde o produtor rural combina os
fatores de produção regulando a oferta de matéria-prima para a cadeia produtiva. Neste
segmento, ecoam com maior intensidade as mudanças demandadas pelos consumido-
res, sendo também definido como subsistema de produção de matéria-prima.
PROCESSAMENTO
COMERCIALIZAÇÃO E LOGÍSTICA
MARKETING
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“
As relações em uma cadeia produtiva podem ser lineares, porém
quanto mais os agentes desta cadeia se interligarem, montando
uma rede de relações, mais eficiente e coordenada poderão tornar
uma estrutura de cadeia produtiva. Megido e Xavier (1998) repor-
tam que, em 1957, dois professores da Universidade de Harvard,
Ray Goldberg e John Davis propuseram o primeiro conceito de
“agrobusiness” como: “ é a soma total das operações de produção
e distribuição de suprimentos agrícolas; as operações de produ-
ção nas unidades agrícolas; e o armazenamento, processamento
e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos com eles.
(MEGIDO; XAVIER, 1998, p. 35).
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Os produtores no não apenas para vender sua produção, mas também para
compartilhar a compra de insumos, buscando informações para melhor
desempenho de suas atividades e conquistando mercados, principalmente
mercados institucionais.
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Subsistema de
Subsistema Subsistema de Subsistema de Subsistema de
produção de
de apoio industrialização comercialização consumo
matéria-prima
Atacadista
Exportador
Produtor de Empresas Indústrias de
insumos e rurais primeira
transportador Produtor rural transformação
Consumidor
Varejista Final
Indústria de
Empresas de
segunda
alimentação
transformação
coletiva/
institucional
Descrição da Imagem: organograma demonstrando os subsistemas de uma cadeia produtiva, iniciando com o
subsistema de apoio, composto por fornecedores de insumos e transportadores que se relacionam diretamente
com o subsistema de produção de matéria-prima, no caso as empresas rurais, que, por outro lado relaciona-se
diretamente com o subsistema de industrialização, com as indústrias de 1ª transformação. Estas poderão se
relacionar com as indústrias de 2ª transformação, diretamente ao consumidor final, ou com o subsistema de co-
mercialização composto pelos atacadistas, varejistas, exportadores ou empresas de alimentação coletiva que se
relacionam com o subsistema de consumo, isto é, o consumidor final. No topo, na primeira linha, estão dispostos,
horizontalmente, cinco retângulos com palavras dentro, são elas, em ordem da esquerda para direita: subsistema
de apoio, sistema de produção de matéria-prima, sistema de industrialização, sistema de comercialização e sistema
de consumo. Abaixo de "subsistema de apoio", tem-se outro retângulo escrito "produtor de insumos e transpor-
tador". Da lateral direita desse retângulo sai uma seta em direção a outro retângulo, escrito "empresas rurais.
Produtor rural". Da lateral direita desse retângulo, sai uma seta em direção a outro retângulo escrito indústrias de
primeira transformação. Da parte superior desse retângulo sai uma seta que se liga a "consumidor final". Palavra
presente embaixo do retângulo "subsistema de consumo".
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NOVOS DESAFIOS
A economia brasileira tem passado por rápidas transformações nos últimos anos.
Neste contexto, ganham espaço novas concepções, ações e atitudes, em que a
produtividade, custo e eficiência se impõem como regras básicas de sobrevivência
em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado.
A conscientização dos administradores e produtores rurais envolvidos neste
sistema, bem como o ajuste para este novo cenário, é primordial para a com-
petitividade da atividade. Nada adiantará medidas isoladas para aumento de
produtividade se os preços dos produtos agropecuários no mercado tendem a
ser cada vez mais baixos, portanto, não refletindo em aumento de rentabilidade,
o que poderá comprometer novos investimentos na produção. Considerando
este contexto competitivo, a gestão de custos é essencial em qualquer empresa
rural, constituindo um aspecto administrativo expressivo.
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REFERÊNCIAS
BATALHA, M. O. et al. Recursos humanos para o agronegócio brasileiro. Brasília: CNPq, 2000.
MEGIDO, J. L. T.; XAVIER, C. Marketing & Agribusiness. São Paulo: Atlas, 1998.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
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INFORMAÇÃO DESCRITIVA
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INFORMAÇÃO DE DIAGNÓSTICO
Retrata a condição “o que está errado”, medido como a disparidade entre “o que é”
e “como deveria ser”. O gestor rural pode, muitas vezes, estar bem suprido de fatos
sobre o seu negócio e ser incapaz de reconhecer o problema. Deve-se providenciar
normas ou padrões que, quando comparados aos fatos de uma empresa em parti-
cular, possibilitarão avaliar o desempenho da empresa rural. Após a identificação do
problema, o gestor rural faz a escolha da apropriada ação para lidar com o problema.
Medidas corretivas devem ser tomadas para melhor alcançar o objetivo da empresa.
INFORMAÇÃO PREDITIVA
Respondendo à questão “o que aconteceria se”, o gestor rural tem condição de reduzir
o risco e a incerteza encontrados na tecnologia, preços, clima, instituições e relações
humanas que influem no negócio agrícola. Tal informação é vital na formulação do
planejamento agropecuário, levantamento da necessidade de crédito, trabalho e
equipamentos. Técnicas de orçamento, programação linear e outras mais sofisticadas,
disponíveis com o crescente uso da computação, devem ser utilizadas como previsão
na gestão das empresas rurais.
INFORMAÇÕES PRESCRITIVAS
Direcionam-se para responder à questão “o que poderia ser feito”. Elas são utilizadas
na tomada de decisões do gestor rural na implementação das ações, com avaliação
das metas que se pretende atingir.
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São muitas as razões para que os administradores rurais façam os registros, dentre
elas, a necessidade de atender aos aspectos legais, possuir bons registros financei-
ros para obtenção de créditos para a empresa, auxílio na identificação de vários
aspectos positivos e negativos da empresa rural e prover informações com o
propósito de assessoramento técnico-econômico.
O balanço patrimonial, também comumente conhecido como demonstração
do patrimônio líquido ou balanço financeiro, fornece um retrato das caracte-
rísticas financeiras da empresa em um ponto do tempo. O balanço patrimonial
é uma organização sistemática de tudo “possuído” e “devido” pela empresa em
dado ponto do tempo.
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Você sabia que fato é uma ocorrência? Ex.: Hoje choveu. Dado: é um fato quanti-
ficado. Ex.: Choveu 30mm e, Informação: é um dado processado, analisado, inter-
pretado. Ex.: O que significa chover 30mm naquele momento; pode ser um fato
positivo, ou não.
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P E N SA N D O J UNTO S
Que preço o empresário pagar pelo estoque de forragem? Que combinação de es-
toque de forragem deverá ser usada para se obter o nível específico de produção?
Qual o resultado? Até recentemente, o número de alternativas não poderia ser
excessivamente alto, porque os cálculos eram feitos, manualmente. Atualmente, a
disponibilidade de computadores permite selecionar mais alternativas e as anali-
sar, adequadamente. Ao tomar a decisão, o gestor rural deverá analisar as alterna-
tivas apresentadas, descartando aquelas com pouca ou nenhuma probabilidade
de sucesso, decidindo pela melhor alternativa de acordo com suas expectativas.
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Os dados podem ser obtidos de uma série de fontes, incluindo o sistema de extensão,
revistas especializadas, rádio, TV, universidades, vendedores, vizinhos e conjunto de
registros da própria empresa. Os custos com a busca e a análise dos dados devem ser
compensados pela renda extra, obtida após a sua coleta e processamento.
Nesta fase, todas as possíveis alternativas devem ser analisadas de maneira lógica e
organizadas. A busca de alternativas, talvez, seja a fase que exige mais tempo e a que
mais contribuirá para uma decisão acertada.
A escolha da melhor solução para um problema não é sempre fácil e óbvia. Depois de
pesar os prós e contras de cada alternativa, deve-se escolher aquela que melhor aten-
de aos objetivos delineados, levando em consideração o risco associado a cada uma.
De posse das diversas alternativas de solução de um problema, analisa-se qual delas
é a melhor, lançando mão de todos os estudos e as técnicas disponíveis para análise
de uma determinada alternativa. Para cada alternativa, deverão ser feitas análises eco-
nômicas, técnicas, financeiras, sociais e, em certos casos, até políticas e legais.
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Após seleção da melhor alternativa, esta deve ser corretamente implementada, após
um planejamento estratégico e operacional, ou seja, executar a decisão, agindo para
corrigir o problema. Depois de escolhida a alternativa ou de ter tomado a decisão, a
preocupação é com as medidas ou os procedimentos para a sua execução. Torna-se,
então, fundamental a formulação de um plano de ação.
Pelo resultado, nem toda decisão será correta, por esta razão, cada decisão deve ser,
cuidadosamente, avaliada, para que se obtenha ação que possa ser utilizada para a
modificar e permitir melhores decisões futuras.
Seguir estes passos não assegurará uma perfeita decisão, eles irão, entretanto,
assegurar que a decisão seja tomada de maneira lógica e organizada. Existem
diferentes tipos de decisões tomadas pelos empreendedores rurais, e elas são
classificadas de diversas maneiras. Um sistema de classificação considera as de-
cisões como de natureza organizacional ou operacional.
As decisões organizacionais são aquelas relacionadas com o desenvolvimento
de plano para o negócio, aquisição dos recursos necessários e implementação do
plano global da empresa, podendo ser em nível estratégico ou tático; tendem a ser
de longo prazo, pois não são modificadas ou avaliadas mais que uma vez a cada ano.
Em nível estratégico, estas decisões englobam a definição de objetivos, po-
líticas e critérios gerais para planejar o rumo da empresa, com o intuito de criar
estratégias para atingir os objetivos almejados. Por exemplo, um empresário rural
decide implementar em sua propriedade a atividade de bovinocultura de corte.
Em nível tático, as decisões estão relacionadas à gerência das operações, no con-
trole administrativo e na alocação de recursos.
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IMPORTÂNCIA
As decisões que envolvem uma grande quantia de capital e lucro e perda potencial
precisam ser analisadas, cuidadosamente.
FREQUÊNCIA
IMINÊNCIA
Existem situações que necessitam de decisão para evitar perdas, e outras podem ser
retardadas até que se obtenham mais informações.
REVOGABILIDADE
Algumas decisões são facilmente alteradas, outras somente com elevado custo po-
dem ser mudadas.
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HORA/HOMEM
HH Uma HH equivale a uma hora de trabalho realizado por uma pessoa adulta, de 18 a
60 anos, na atividade rural.
EQUIVALENTE/HOMEM
EqH Um EqH é a unidade padrão de mão de obra utilizada para avaliar a disponibi-
lidade e calcular a remuneração do fator trabalhado em uma exploração agrícola. É
representada pela capacidade de trabalho em tempo integral de uma pessoa adulta
de 18 a 60 anos de idade, considerando-se oito horas diárias.
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UNIDADE DE TRAÇÃO – UT
HECTARE – HA
UNIDADE ANIMAL – UA
Uma unidade animal é a unidade que permite converter diversas categorias animais a
uma mesma unidade. É representada por um animal de 450 Kg de peso vivo.
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Compreende as terras trabalhadas ou exploradas por uma empresa rural, não im-
portando se próprias, arrendadas ou sob qualquer outra condição legal. É calculada
subtraindo-se da área Total as áreas não agricultáveis (áreas com matas plantadas e/
ou nativas, áreas inaproveitadas, área com construção e/ou benfeitorias, área com
estradas e/ou carreadores).
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CAPITAL MÉDIO
O valor médio do capital total é calculado pela fórmula: Vm = (Vi + Vs)/2 onde Vm é
o valor médio, Vi é o valor inicial ou valor do bem novo e Vs corresponde ao valor de
sucata.
VIDA ÚTIL – VU
Refere-se ao tempo de uso para que um bem se acabe, ou perca seu valor econômi-
co, recebendo manutenção normal.
DEPRECIAÇÃO – D
Pode ser definida como uma despesa anual que deve ser prevista durante a vida útil
de um bem, para manutenção do investimento ao longo do tempo, ou seja, para que
o empreendedor não descapitalize. Portanto, é um custo anual calculado para repor
os bens de capital, ou por desgaste físico ou perda de valor durante sua vida útil. Por
outro lado, também pode ser definida como uma forma de repartir (distribuir) o capital
imobilizado ao longo de sua vida útil; logo, o conceito de depreciação traz consigo o
sentido de reposição de um bem após o esgotamento de sua vida útil e/ou o sentido
de amortização do capital empatado ao longo do tempo. Depreciação é um conceito
essencialmente contábil, mas de muita importância nos estudos econômicos (NORO-
NHA, 1987). Este procedimento contábil promove fundos para compensar o capital
investido em bens duráveis, não é um custo financeiro ou monetário, e sim um custo
econômico. Há uma confusão no entendimento do conceito técnico de depreciação
(como custo de produção) e o conceito mais amplo, que é a perda de valor no decor-
rer do tempo.
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IN D ICAÇ ÃO DE LI V RO
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RENDA BRUTA – RB
Os custos diretos são aqueles possíveis de serem identificados com precisão no pro-
duto final, tais como: quilogramas de fertilizantes, quilogramas de ração, gastos com
combustível entre outros.
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São aqueles que variam diretamente com o volume produzido e se incorporam total-
mente ao produto no tempo necessário para que um ciclo se complete, não sendo
aproveitado para outro ciclo, portanto, sua renovação é feita a cada ciclo do processo
produtivo, estão associados ao funcionamento da estrutura produtiva (REIS; GUIMA-
RÃES, 1986). São alteráveis em curto prazo, e estas alterações provocam variações na
quantidade e na qualidade do produto dentro do ciclo. Estes custos deixam de existir
quando parar de produzir e, em geral, os custos variáveis são recursos que exigem
gastos monetários, tais como: sementes, fertilizantes, defensivos, ração para animais,
mão de obra eventualmente contratada, Funrural, transportes dentre outros.
São os custos que têm duração superior a um ciclo produtivo (curto prazo), portanto,
sua renovação só se verifica no longo prazo. Não se incorporam totalmente no pro-
duto em curto prazo, fazendo-o em tantos ciclos produtivos quantos permitem sua
vida útil. Não são facilmente alteráveis no curto prazo, e o seu conjunto determina a
capacidade de produção da atividade, ou seja, sua escala de produção, portanto, são
aqueles associados à estrutura produtiva. Exemplo: mão de obra familiar e contratada
permanente, depreciação de máquinas e equipamentos, entre outros.
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Refere-se ao valor obtido pela subtração dos custos operacionais totais da renda
bruta. RLop = RB – COT w) Lucro ou Renda Líquida – L (Teoria Clássica Administração)
Lucro é o que sobra de uma empresa no final de um período (um ano, por exemplo),
mantendo a empresa como ela era no início desse período (com o mesmo patrimônio
líquido).
O lucro pode ser calculado pela diferença entre a renda bruta e o custo total.
Caso o valor seja negativo, chama-se prejuízo. L = RB – CT x) Renda Monetá-
ria – RBM, RLM. Nem toda a produção da empresa é diretamente convertida
em dinheiro. É o que acontece com a parte da produção consumida na própria
empresa. A Renda Bruta Monetária representa o valor da produção vendida
pela empresa durante um exercício. Retirando da Renda Monetária Bruta os
custos operacionais efetivos, ou seja, os custos desembolsados pela empresa, para
conduzir o processo produtivo, tem-se a Renda Monetária Líquida. Essa renda
representa o fluxo de caixa da empresa, isto é, a entrada e a saída de recursos
monetários.
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NOVOS DESAFIOS
Até pouco tempo atrás, com uma boa dose de sorte, qualquer agricultor conse-
guia manter-se na atividade rural, mesmo sem grandes conhecimentos de ad-
ministração, apenas com o conhecimento técnico de produção agropecuária.
Os custos de produção eram baixos relativamente aos preços conseguidos
no mercado com os produtos agropecuários, assim, obtinham uma margem de
lucro que permitia alguns erros. Além disso, havia políticas públicas favoráveis
aos agricultores, devido à importância na produção de alimentos para o país.
Com as mudanças ocorridas com a globalização e o governo cada vez mais
com atitudes liberais, os agropecuaristas brasileiros passaram a competir com
agropecuaristas do mundo inteiro, exigindo cada vez mais sua eficiência para se
manter na atividade.
Conforme Araújo (2016), os custos de produção passaram a ser um desafio
para a gestão no agronegócio, tendo a administração financeira papel fundamen-
tal no processo administrativo, mesmo em empresas que não visam ao lucro. Ain-
da hoje, muitos empreendedores não separam as despesas familiares dos custos
de produção do produto agropecuário e só sabem se estão indo bem na atividade
quando os resultados são folgados e eles adquirem um lote vizinho ou um carro
novo, por exemplo. Impactam muito no custo de produção outros aspectos com
os quais, normalmente, o empreendedor rural nem sempre se preocupa, o que
pode acarretar sérios prejuízos para seus negócios.
Referimo-nos a questões tributárias, sucessão familiar, passivos ambientais
e trabalhistas. Assim, é imprescindível que compreendamos a importância da
contabilidade de custos no processo administrativo, visando à otimização dos
limitados fatores de produção, proporcionando sucesso na gestão dos negócios
agropecuários. Constata-se, facilmente, que a administração rural no Brasil ainda
se desenvolve dentro de critérios tradicionais, apresentando um baixo padrão de
desempenho operacional e econômico, principalmente em nossos tempos, com
uma crescente integração econômica internacional e sua exposição aos concor-
rentes internacionais.
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REFERÊNCIAS
ALVES, E.; ASSIS, A. G. de. Custo de produção: perguntas e respostas. Balde BrancoSão Paulo,
v. 36, n. 431, p. 64-68, set. 2000.
QUEIROZ, T. R.; BATALHA, M. O. Gestão de custos na agricultura familiar. In: SOUZA FILHO, H.
M. de; BATALHA, M. O. Gestão integrada da agricultura familiar. São Carlos: EdUFSCar, 2005.
REIS, A. J.; GUIMARÃES, J. M. P. Custo de produção na agricultura. Informe Agropecuário, Belo
Horizonte, v. 12, n. 143, p. 15-22, nov. 1986.
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METODOLOGIA PARA
DETERMINAÇÃO DOS CUSTOS DE
PRODUÇÃO
MINHAS METAS
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Este é um critério questionável, mas se acredita que possa ser utilizado na de-
terminação de um parâmetro de referência, para se avaliarem os resultados eco-
nômicos da empresa (portanto, o único custo atribuível ao uso da terra é o seu
próprio custo de oportunidade). Embora isso possa ser questionável, parte-se do
pressuposto de que a terra, se for adequadamente utilizada, ou seja, se atender
aos princípios técnicos recomendados, manterá estável sua capacidade produtiva,
não havendo, por conseguinte, depreciação. Quando houver uso significativo da
água, como em culturas irrigadas, na aquicultura ou outros usos, normalmente,
existe a taxa de outorga e muitos Comitês de Bacia Hidrográfica estão discutindo
a necessidade de cobrança por este tipo de recurso natural.
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Outro custo a considerar é um fundo anual ou a cada safra para pagar os danos
imprevistos, tais como: geadas, estiagem, enchentes. Quando estes riscos são
asseguráveis, a parcela correspondente ao seguro é considerada uma despesa
na forma de cota de risco. Podemos determinar esta cota de risco considerando a
probabilidade de ocorrer o evento (sinistro) e anular a produção, mediante a seguinte
fórmula: CA = RL – RLm RLm = (Diferença Fracionária do risco) x RL – (Fração do risco)
x CT
onde: CA = Custo adicional (Cota Risco); RL = Renda líquida; RLm = Renda líquida
média; CT = Custo total.
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CORREÇÃO DE VALORES
Podem-se adotar vários critérios, entre eles, destacamos: adoção de uma moeda forte
(exemplo o Dólar); adoção de um índice de inflação da economia (exemplo o IGP);
adoção de um preço equivalente; adoção de preços constantes (neste caso, soma-se
a quantidade gasta e se atualiza pelo preço do dia da elaboração do custo. O proble-
ma deste critério é a relação de preços entre insumo - insumo e insumo - produto, ao
longo do tempo).
Ponderar os custos pelo peso dos componentes na renda bruta. Por exemplo, na
atividade leiteira, o produto leite representa 60% da renda bruta, neste caso atribui-se
ao leite 60% do custo total da exploração ou se admite que o produtor especializado
na produção de leite não tem lucro nem prejuízo na produção de carne. Nesse caso, o
custo de produção da carne é igual ao valor de venda da carne.
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RATEIO
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(2017), não só para se apurar a rentabilidade após a venda, mas também, o que
é mais importante, para determinar o ponto ótimo de venda, ou seja, antes que
os custos de mantença destes animais extrapolem os ganhos com sua venda. A
viabilidade econômica de qualquer empreendimento é de suma importância para
a sustentabilidade do negócio, principalmente no setor agropecuário, onde, ao
analisarmos a maioria das empresas, dificilmente encontraremos rentabilidades
acima de 10%.
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Por meio das demonstrações contábeis dos custos, obtêm-se informações sobre
alternativas de procedimento com relação aos insumos, operações e comerciali-
zação, orientando a administração em suas decisões em relação ao sistema pro-
dutivo, planejamento financeiro, política de vendas, organização e estruturação de
capital, dentre outras.
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“
O custo de produção é a soma global de todos os encargos supor-
tados pelo produtor para obter o produto, incluindo os dispêndios
diretos e indiretos. O custo incompleto é quando inclui apenas as
despesas efetuadas, já o custo completo inclui também as despesas
condicionais ou figurativas, isto é, a remuneração do proprietá-
rio, o risco do empreendimento e os juros dos capitais próprios.
(VALLE, 1985).
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NOVOS DESAFIOS
Para conseguir uma boa rentabilidade, sempre será crucial o gerenciamento e o
planejamento adequado de todo o processo produtivo, com harmonia entre os
mecanismos modernos de gerenciamento e a tecnologia da informação.
O gestor rural não pode mais ter uma visão curta de seu negócio, e sim re-
conhecer sua importância na cadeia produtiva que atua, definindo seu negócio,
qual tipo de cliente, que mercado atende, não se limitando apenas aos produtos
que produz, tendo uma visão holística e ampliada de seu negócio, tornando-a
mais abrangente.
Neste mundo capitalista e participando do mercado de concorrência pura na
venda de seus produtos, base de suas receitas, é primordial que o empreendedor
rural compreenda seus custos de produção e analise indicadores fidedignos, para
se manter no mercado com boas lucratividades e rentabilidade.
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REFERÊNCIAS
MARION, J. C. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 14. ed. São
Paulo: Atlas, 2017.
OKAWA, H. Custo de produção: sem medir não dá para competir. São Paulo: IEA – Instituto
de Economia Agrícola, 2002. Disponível em: http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/out/LerTexto.
php?codTexto=133. Acesso em: 5 maio 2021.
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UNIDADE 3
TEMA DE APRENDIZAGEM 7
MINHAS METAS
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Você não conhece algum caso assim? Com certeza aí na sua cidade, existem
várias empresas assim, não é? Não deixe de aplicar estes conhecimentos, faça o
diagnóstico de uma empresa rural e calcule os custos de produção. Você deve
exercitar estes conhecimentos.
Existem vários softwares de gestão de custos, procure fazer uso de alguns deles.
As palavras-chave deste tema são “análise e competitividade”. Há diferença fun-
damental de fatos, dados e informação e que esta última é o dado processado,
ou seja, analisado.
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Várias medidas podem ser usadas para analisar e comparar o tamanho da em-
presa como uma causa potencial dos problemas de baixa renda. Engana-se quem
considera o tamanho da empresa rural relacionando somente a área em hectares
explorados, pois muitas grandes empresas rurais em faturamento exploram uma
quantidade muito pequena de terra, como encontramos em Holambra-SP em
cultivos em ambientes protegidos com alta tecnologia.
Assim, ao estabelecermos as medidas e os indicadores, temos que os ana-
lisar, comparando com o registro histórico da empresa (análise de tendência),
ou a um padrão estabelecido (análise comparativa) e avaliar a performance da
empresa, e caso necessário, decidir quais as estratégias que devem ser utilizadas
para melhorar.
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A P RO F UNDA NDO
Existem vários conjuntos de padrões, estes variam com o tipo, tamanho da empre-
sa e principalmente pelo nível tecnológico aportado. Na análise comparativa, as
medidas ou índices são comparados com padrões predeterminados. Uma fonte
desses padrões pode ser a meta orçamentada ou o conjunto de objetivos de-
lineados durante o processo de planejamento, mas também podem ser indica-
dores publicados pelas pesquisas agropecuárias. Quando os resultados em uma
exploração são menores do que o objetivo delineado, deve-se dedicar um esforço
administrativo adicional aplicando todo conhecimento disponível.
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não compara os resultados com padrões, mas somente com valores históricos.
Estas análises podem ser realizadas tanto em nível de exploração como da
empresa rural como um todo. No primeiro caso, os indicadores devem ser com-
parados com os desta exploração em outras empresas do município ou região,
permitindo obter informações úteis sobre as causas deste desempenho.
No caso da análise da empresa como um todo, permite obter indicadores
úteis sobre as relações entre as formas de administração e o montante de recursos
obtidos. Frequentemente, os problemas da baixa rentabilidade de uma empresa
rural estão relacionados a prejuízos em algumas explorações, contendo os lucros
obtidos em outras explorações.
P E N SA N D O J UNTO S
Para uma boa análise das explorações, deve-se possuir registros físicos relativos
à utilização de todos os fatores de produção, além da contabilidade financeira,
obtendo tanto indicadores técnicos como econômicos.
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A P RO F UNDA NDO
E U IN D ICO
Ao acessar este material , você encontrará uma cartilha sobre cálculo de custos de
produção em propriedades rurais.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem
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Contabilmente, fazer inventário dos bens, dos direitos e das obrigações da em-
presa rural, dando valor a tudo, é o mesmo que balanço patrimonial: conjunto
de informações sobre a situação em que se encontra a empresa rural em deter-
minado momento, consistindo no levantamento de seu patrimônio (SEBRAE,
2002). Mattos (1999) ressalta ainda que o balanço patrimonial constitui uma das
demonstrações financeiras mais importantes, por meio da qual se pode conhecer
a situação patrimonial e financeira de uma empresa.
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ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO
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ATIVO PASSIVO
Todo o dinheiro ou todos os bens que Origem dos recursos externos e internos da
podem ser transformados em dinheiro. empresa.
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Gastos (despesas)
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AP RO F U NDA NDO
A receita bruta total superior aos custos variáveis significa que a exploração está se
remunerando e sobreviverá pelo menos no curto prazo (MB>0). Para conclusões
no longo prazo, há necessidade de determinar, além dos custos variáveis, os cus-
tos fixos. No entanto, se a receita bruta total for inferior aos custos variáveis significa
que a exploração está antieconômica (MB<0) e, no curto prazo, o empreendedor,
se abandonar essa exploração, minimizará seus prejuízos, pois ficará sujeito ape-
nas aos custos fixos que continuarão a existir.
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
Talvez, este raciocínio tenha originado a expressão que o lucro sempre tende a
zero. Esse indicador, a renda líquida, é um dos mais importantes para a análise
econômica da empresa. Todavia, torna-se difícil inferir, por meio dele, se houve
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A DIMENSÃO EMPRESARIAL
A DIMENSÃO ESTRUTURAL
NA DIMENSÃO SISTÊMICA
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Cada empresa rural constitui uma combinação específica dos recursos ou fatores de
produção: recursos naturais, trabalho e capital. Estes elementos são organizados de
modo a permitir a realização da produção. Suas características qualitativas e quanti-
tativas (tamanho e volume) determinam, em grande parte, a dimensão do potencial
de produção, como as características edafoclimáticas (clima e solo), a disponibilidade
de área agricultável em relação à mão de obra e a disponibilidade e a adequação dos
demais meios de produção (máquinas, equipamentos, instalações).
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A P RO F UNDA NDO
As empresas querem cada vez mais, parceiros em vez de funcionários, pois o cus-
to da administração do trabalho diminui e o risco é compartilhado. O parceiro tam-
bém desempenha as funções administrativas de planejar, dirigir, organizar e con-
trolar, na produção, na comercialização e nas finanças. Isto é, passa a participar do
mundo dos empresários e não mais dos funcionários, um mundo de reivindicações
e lutas por direitos. O sistema educacional brasileiro prepara mais funcionários em
vez de ampliar e melhorar as competências empresariais de nossos estudantes e
o mercado cada vez mais prefere parceiros ou empresários, admitindo-se que o
empreendedor deva conduzir o seu negócio com objetivo de maximizar seu lucro.
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De acordo com Dornelas (2001), empreendedor é aquele que faz as coisas acon-
tecerem, tem visão de futuro e se antecipa aos fatos. Seja qual for a atividade
desenvolvida, sempre haverá pontos positivos e pontos negativos, envolvendo
considerável risco e esforço para que sejam superados os obstáculos impostos
pelo ambiente competitivo. Ao criar ou desenvolver um negócio, o empreende-
dor assume riscos e responsabilidades, em compensação usufrui do desejo de
realização pessoal, da libertação da supervisão, da rotina e monotonia de em-
pregos não desafiadores, além de contribuir com a sociedade, auferindo lucros,
criando empregos e proporcionando bens de valor agregado.
Como desvantagens de uma atividade empreendedora, podemos listar a
ameaça constante da possibilidade de fracasso e a exigência de muito trabalho e
muita energia emocional, principalmente nos primeiros anos de atividade. Para
Hermann (2008), o empreendedor é uma pessoa que empenha toda sua energia
na inovação, é um indivíduo que consegue perceber e criar oportunidades de
negócios. A garantia da continuidade do negócio rural faz parte dos objetivos dos
empreendedores rurais, e a transmissão de valores e o convívio com as rotinas
operacionais do negócio rural determinarão o interesse e a predisposição em
empreender no negócio, principalmente o comportamento da área financeira.
Como o Ativo Fixo das propriedades rurais brasileiras normalmente atinge
índices de até 95% do total de ativos, há uma implicação nos custos indiretos
(depreciação e custos de oportunidade), tornando esses, às vezes, maiores que
as despesas diretas. Daí a importância de um bom planejamento financeiro com
plenas condições de controlar, dirigir e organizar as finanças. A viabilidade e a
implantação de estratégias produtivas, comerciais e de recursos humanos ne-
cessitam de um sistema financeiro controlado, que possibilite ao empreendedor
rural trabalhar dentro de um horizonte orçamentário planejado.
Aproveitar oportunidades de negócio também é uma inovação na agropecuá-
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ria, como, por exemplo, empreendedores do estado do Ceará, que estão produ-
zindo trigo, com ciclo de produção em torno de 75 dias e com uma produtividade
que chega ao dobro da conseguida no Rio Grande do Sul, tradicional estado
brasileiro produtor, onde a cultura apresenta um ciclo de cerca de 160 dias.
Considerando ainda que um dos maiores fabricantes do mundo de biscoitos,
bolachas e produtos de trigo está instalado em Fortaleza, esta exploração agro-
pecuária desponta como ótima opção para os empreendedores rurais cearenses.
Tudo isso se torna possível devido às pesquisas agropecuárias da EMBRAPA,
como foi a introdução do cerrado brasileiro na produção de grãos.
Para conseguir êxito, o empreendedor precisa possuir algumas características
fundamentais em seu perfil, como autoconfiança, persistência, otimismo e com-
prometimento, além do desenvolvimento de habilidades, ter atitudes e estar sem-
pre bem informado, pois o conhecimento formará a competência do indivíduo.
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NOVOS DESAFIOS
A necessidade de criação de meios e instrumentos para o efetivo controle da exe-
cução do planejamento e, principalmente, a obtenção de informações confiáveis
sobre sua atividade, como custo de produção e balanço patrimonial, permite que
o empresário rural possa tomar decisões sobre o futuro de seus investimentos.
Infelizmente, isso ainda é uma realidade, de certa forma, distante. De acor-
do com Marion (2017), os padrões de controle utilizados na maioria das em-
presas rurais caracterizam-se, basicamente, pelo empirismo e pela aplicação de
metodologias consagradas em outros setores mais desenvolvidos, iniciadas por
pioneirismo, e capacidade de adaptação de uns poucos empreendedores rurais.
A determinação dos indicadores econômicos nas atividades agropecuárias
apresenta um dos seus maiores percalços na exatidão do controle dos elementos
de forma a obter uma correta apropriação dos custos de cada uma das inúmeras
atividades desenvolvidas na empresa rural, principalmente sobre os desembolsos
gerais, que devem ser rateados de forma a garantir o equilíbrio financeiro sem
comprometer a rentabilidade da empresa rural.
Estes indicadores, contudo, são, sem dúvida, primordiais na tomada de deci-
sões do gestor da empresa rural, pois eles permitirão as escolhas mais assertivas,
dentre da gama de alternativas possíveis.Para conseguir uma boa rentabilidade,
sempre será crucial o gerenciamento e planejamento adequado de todo o proces-
so produtivo, com harmonia entre os mecanismos modernos de gerenciamento
e a tecnologia da informação. O gestor rural não pode mais ter uma visão curta
de seu negócio e sim reconhecer sua importância na cadeia produtiva que atua,
definindo seu negócio, qual tipo de seu cliente, que mercado atende, não se li-
mitando apenas aos produtos que produz, tendo uma visão holística e ampliada
de seu negócio, tornando-a mais abrangente.
Neste mundo capitalista e participando do mercado de concorrência pura na
venda de seus produtos, base de suas receitas, é primordial que o empreendedor
rural compreenda seus custos de produção e análise indicadores fidedignos, para
se manter no mercado com boas lucratividades e rentabilidade.
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REFERÊNCIAS
SEBRAE - Serviço de Apoio às micro e pequenas empresas de São Paulo. Apostilas de Custo de
Produção de Administração Rural. São Paulo: Sebrae, 2002.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
MINHAS METAS
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PRODUÇÃO
PLANEJAR
É decidir, antecipadamente, o que deve ser feito e como fazer, levando-se em conta
as condições internas de operação da empresa rural, do ambiente e os objetivos do
empreendedor. Percebem? Estas três decisões estão relacionadas com a função
administrativa planejamento.
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ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
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PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
Definir as atividades que poderão ser incluídas no plano inicial de produção da pro-
priedade. Estas atividades deverão ser descritas conforme o orçamento das ativida-
des.
PASSO 4
PASSO 5
PASSO 6
Verificar a resposta de renda bruta por unidade de insumo para cada atividade e as
ordenar para formação dos planos de produção.
PASSO 7
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PASSO 8
PASSO 9
A P RO F UNDA NDO
Este método é uma técnica da pesquisa operacional que tem como objetivo de-
terminar soluções ótimas de funções de diversas variáveis sujeitas a restrições.
Dentre os métodos de programação matemática, a linear tem sido a mais utiliza-
da, para determinar a combinação ótima de atividades que maximiza o lucro nas
empresas rurais.
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Ficam evidente, nestas cinco funções básicas do gestor rural, as quatro funções
administrativas: planejamento, organização, direção e controle. As três primeiras
fazem parte do planejamento, mesmo que empírico, pois o gestor rural decidirá
antecipadamente o que deve ser feito, levando-se em conta as condições internas
de operação da empresa, do ambiente e de seus objetivos. A quarta está direta-
mente ligada às funções administrativas organização e direção e a quinta à função
administrativa controle.
O processo administrativo na empresa rural, como em qualquer outra
empresa, nada mais é do que a interação das quatro funções administrativas:
o planejamento, a organização, a direção e o controle. As empresas rurais
atuam em um mercado altamente competitivo, em um mundo dinâmico
em constante evolução, normalmente há escassez de recursos ou estes são
limitados, compelindo o gestor rural a definir estratégias para manter seu
negócio rural e ainda obter lucro.
O planejamento é parte do processo administrativo que determina no
presente o que fazer no futuro. Compreende tanto a determinação de um
futuro desejado (os objetivos) quanto as etapas necessárias para realizá-lo
(estratégias), adaptando-se ao ambiente (ciclo biológico, incertezas) apro-
veitando as oportunidades (alternativas) para que os objetivos sejam atingi-
dos. Dentro do planejamento, existe uma importância muito grande com a
questão de orçamentação.
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Ou seja, de onde virão os recursos para que sejam colocados em prática os projetos.
Todos os anos o governo brasileiro lança o plano safra, como uma política agríco-
la de apoio ao setor, disponibilizando vários canais de financiamento da produção
agropecuária, porém muitos empreendedores fazem trocas com os fornecedores de
insumos, contratando parte de sua produção, ou realizam todas as operações com
recursos próprios.Para uma boa gestão da empresa rural, além dos conhecimentos
técnicos sobre suas atividades e de uma adequada política de comercialização, é ter-
minantemente indispensável controlar os aspectos financeiros, pois o capital é o san-
gue que move toda a empresa e deve ser bem cuidado e constantemente monitorado.
A área financeira da empresa rural é de vital importância, pois ela deverá
atender todas as necessidades financeiras do negócio, utilizando os recursos finan-
ceiros disponíveis dentro de um cronograma planejado, refletindo nas demais áreas
da empresa, como a de produção, comercialização, recursos humanos e marketing.
Não se deve confundir a função financeira e a função contábil, pois, embora guardem
uma relação intrínseca, a função contábil registra as informações da vida financeira
da empresa, enquanto a função financeira está ligada à tomada de decisão sobre o
fluxo de caixa. É preciso recapitular que, na determinação dos custos de produção,
há um elevado grau de subjetividade, pois alguns componentes desse custo são
calculados levando, por exemplo, em consideração a vida útil do bem, como é o
cálculo da depreciação.
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No caso de agricultores familiares, esta declaração de renda pode ser fornecida por
entidades credenciadas pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), que é a DAP (Declaração de Aptidão ao PRONAF), documento gratuito e de fé
pública que certifica que o produtor rural é agricultor familiar conforme a Lei Federal
no 11.326, de 24 de julho de 2006. Neste caso, também é um documento que deve ser
arquivado, adequadamente. Dependendo do negócio agropecuário desenvolvido na
empresa rural, são necessárias outras documentações que devem, em conjunto com
as já referidas anteriormente, serem organizadas, mantendo um arquivo atualizado.
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Contudo, como está convicto de que o problema era a atividade leite, resolve
transformar o milho em carne de suíno, pois a demanda pelo produto é crescente
e os preços no mercado estão em alta. Passada a fase de experiência, ainda admi-
nistrando como administrava a leiteria, verificou que a suinocultura era mais uma
atividade de baixo lucro, e, às vezes, de altos prejuízos, na qual é necessário um
alto nível de profissionalização e muita competitividade, portanto, não vale a pena
mantê-la só para tentar agregar valor ao milho. Percebe?
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NOVOS DESAFIOS
Apesar da grande demanda mundial por alimentos ou matéria-prima fornecida
pelas empresas rurais e da enorme extensão territorial e clima favorável que en-
contramos no território brasileiro, não é tão simples desenvolver esta atividade
com sustentabilidade e conseguir obter índices de rentabilidade atrativos, fazen-
do muitos empreendedores rurais desistirem do negócio.
Há necessidade de desenvolvimento da cultura de cooperação entre as diver-
sas cadeias produtivas, principalmente, nos setores de industrialização, logística
e comercialização, pois todos deveriam estar interessados no sucesso do setor
primário, que é a base de todo o processo agroindustrial.
Isto, no entanto, não tira a responsabilidade de uma gestão eficiente das empresas
rurais, tomando as decisões pautadas sobre dados cada vez mais confiáveis e, como
vimos, em tempo real, utilizando toda a tecnologia disponível na área técnica de
produção, na área de relacionamento entre as pessoas e aproveitando os recursos da
informática para controlar e analisar os dados. Assim, podemos concluir que:
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei no 4.947, de 6 de abril de 1966. Fixa Normas de Direito Agrário, Dispõe sobre o Sis-
tema de Organização e Funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, e dá outras
Providências. Brasília, DF: D. O. U., 1966. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l4947.htm. Acesso em: 16 out. 2023.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
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PASSADO PRESENTE
Abertura comercial
Mercados protegidos.
e demanda por competitividade.
Administrar a propriedade rural como uma empresa não pode ser encarada
como uma tarefa difícil e sim como uma necessidade de quebra de paradigma.
O gestor rural deverá estar disposto a romper com alguns padrões que até hoje
dominam a prática do agronegócio, ou seja, deve analisar melhor a seguinte frase:
“meu avô fazia assim e sempre deu certo”.
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Ao nos referir sobre gestão estratégica na empresa rural, estamos dizendo sobre
a ação de como administrar, dirigir, tomar conta do negócio; como é o processo
de tomada de decisão e como se dá as ordens de execução, como são combinados
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Estamos vivendo na era da Big Data, quando é possível explorar e processar grandes
volumes de dados gerados a partir de várias fontes. Este aumento da capacidade de
analisar dados por meio de algoritmos inteligentes, aliados à Internet das Coisas (IoT)
e inteligência artificial torna o processo produtivo mais preciso, automatizado, inte-
ligente e independente. Dentro das empresas rurais, este novo paradigma permite
a aquisição e o processamento de dados operacionais em tempo real, aplicando
análises avançadas, aumentando a produtividade e otimizando os custos.
Portanto, todo gestor deverá estar capacitado para entender estes dados, obtendo, a
partir deles, o máximo de informações sobre seu negócio. Assim, a gestão estratégica
da empresa rural começa pelo conhecimento claro dos processos produtivos, utilização
de tecnologias adaptadas, busca de equilíbrio econômico com resultados positivos, não
esquecendo que requer o conhecimento de toda cadeia produtiva, visando a construção
de um cenário promissor. A gestão estratégica deve estar focada em três aspectos bási-
cos: na qualidade dos processos, nas pessoas e no respeito ao meio ambiente.
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Está amplamente divulgado que são as pessoas, os recursos humanos, hoje, talentos
humanos, que fazem funcionar as organizações e se constituem em seus recursos
vivos. Considerar este fator é importante também no âmbito da agropecuária. O mais
importante em uma Empresa não é seu capital de giro, mas quem faz este capital
girar. Valores humanos são frutos de um trabalho em seu interior. Quando o trabalho é
motivado por um propósito superior, que implica em cuidado ético e cheio de paixão,
esse trabalho adquire vida, bem como o trabalhador e o lugar onde vive. Uma vez
estruturada a empresa rural, passa-se à operacionalização do seu dia a dia, o que tec-
nicamente, é realizado por pessoas por meio da aplicação do processo administrativo.
Uma equipe de pessoas bem preparadas, com papéis e funções bem definidas serão
fundamentais para o desenvolvimento do negócio. Nada adiantará você reestruturar a
empresa rural se continuar a orientar as suas ações e decisões com os mesmos para-
digmas do passado, assim todos devem treinar para fazer, ter um comando, liderança
e motivação, além de sempre buscar feedback para controle de suas ações.
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Este, talvez, seja o ponto mais importante, o meio ambiente, entendido em sua forma
ampla e com visão estratégica, deve ser considerado no enfoque moderno de gestão
agropecuária. As atividades empresariais do setor agropecuário deverão continuar a
buscar retornos econômicos, mas com respeito às pessoas, ao desenvolvimento sus-
tentado e com responsabilidade ecológica. É preciso lembrar que a ênfase ao meio
ambiente condiciona a proposição de novos paradigmas de administração, fazendo
com que interesses da sociedade se sobreponham aos interesses do indivíduo. O
meio ambiente é um sistema integrado e qualquer problema incidente afetará em
curto ou longo prazo toda a comunidade. Nem sempre é possível restabelecer o
equilíbrio de determinado ecossistema. A degradação dos recursos naturais pode ser
irreversível.
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
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5 (CINCO) METROS
8 (OITO) METROS
Para imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2 (dois) módulos
fiscais.
15 (QUINZE) METROS
Para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e de até 4 (quatro)
módulos fiscais.
30 (TRINTA) METROS
Para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais. Para manter a quali-
dade da água, não basta apenas evitar os danos diretos ao rio.
Sempre que possível, os resíduos que são considerados perigosos devem ser depo-
sitados em aterros sanitários, ou, então, incinerados, ou, ainda, tratados, quimica-
mente, de forma a torná-los não perigosos. É preciso passar a tratar a propriedade
rural como uma empresa rural, combinando de maneiras eficientes seus recursos de
produção, aproveitando todo seu potencial com criatividade na geração de lucros.
Entre os maiores desafios das empresas agropecuárias, considerando a poluição do
ar, o uso eficiente dos recursos naturais (água e terra), a redução da diversidade ge-
nética, o aumento da população no planeta e a necessidade de aprovisionamento de
alimentos saudáveis para toda a população, está o seu gerenciamento, controlando
as pragas, diminuindo o desperdício e obtendo boas rentabilidades.
Considerando que cada exploração agropecuária, cada empresa rural e cada
gestor rural são estudos de casos diferentes com problemas complexos e entre-
laçados com uma série de questões nacionais e até internacionais, também as
soluções para estes problemas dependem da combinação adequada de muitos
fatores na construção de um cenário favorável, envolvendo conhecimento téc-
nico, humano, conceitual e de relacionamento.
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Ao acessar o link , você poderá analisar um estudo de caso das percepções e sen-
timentos de trabalhadores rurais em relação ao seu ambiente de trabalho, com-
preendendo o clima organizacional em uma empresa rural.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem
A seguir, definimos algumas estratégias para gestão da empresa rural que poderão
ser lançadas de maneira isolada ou em conjunto de acordo com os objetivos do
empreendedor rural.
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Estratégia de Finanças
Iniciar o trabalho em gestão por um bom controle de fluxo de caixa, onde auxilia-
mos nossos clientes a fechar, diariamente, o caixa, conciliando este com as contas
bancárias da propriedade, é uma estratégia segura. Este mesmo fluxo gerará uma
planilha de contas a pagar e a receber, abastecendo, também, uma planilha de
metas, ou seja, para cada item da atividade, o valor gasto mensal será comparado
com um valor preestabelecido, mostrando para onde os recursos da atividade es-
tão sendo canalizados.
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A partir desta simples planilha, começamos a correr atrás dos motivos que
nos levaram a não cumprirem determinadas metas, procurando corrigi-los o
mais rápido possível, pois a meta do mês seguinte está à nossa espera. Isto nos
leva a diminuir nossa miopia em relação ao negócio e, principalmente, nos mos-
tra onde precisamos atuar. Após a empresa rural estar com a planilha de fluxo
funcionando de forma rotineira, inicia-se a implantação da planilha de custo,
onde as depreciações e os estoques serão levados em consideração.
A partir daí, conseguiremos realmente quantificar o custo de produção do
nosso produto, posicionando a empresa perante o mercado. Poderemos esti-
pular indicadores a serem atingidos, através da nossa constante evolução no
plano de metas. Neste momento, o trabalho é inteiramente focado na melhoria
dos processos.
Estipulamos onde queremos chegar, confeccionamos um plano de ação, exe-
cutamos aquilo que planejamos, medimos o resultado comparando com a meta
preestabelecida, realizando isto repetidas vezes, aprimorando cada etapa, até
chegarmos ao ponto de podermos padronizar aquele processo, evitando repetir
os mesmos erros futuramente.
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Estratégia de produção
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Esta estratégia diz respeito ao modo de aquisição de insumos e serviços que serão
utilizados na produção agropecuária, levando em consideração a necessidade de
recursos financeiros, o transporte e a armazenagem. Para os agricultores familiares,
há possibilidade de acesso a linhas de crédito especiais, como o PRONAF Mais
Alimentos, com juros bem abaixo da média do mercado, sendo uma das melhores
opções para obter recursos financeiros para o custeio agropecuário.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 9
A P RO F UNDA NDO
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U N I AS S E LVI
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NOVOS DESAFIOS
Podemos concluir que o sucesso do empreendedor rural dependerá e muito de
sua habilidade técnica e administrativa de aproveitar, da melhor forma, os re-
cursos à sua disposição na propriedade. Novas tecnologias, como a informática
na gestão rural, em muito poderão ajudá-lo a decidir o melhor caminho a seguir
em cada passo do seu negócio.
A empresa rural deve ser administrada de forma séria competente, os riscos
e o retorno estão inter-relacionados. O estabelecimento de objetivos razoáveis de
acordo com os fatores de produção inerentes à propriedade, das técnicas de pro-
dução disponíveis e das possibilidades de comercialização, deve sempre nortear
as decisões gerenciais. Os registros na empresa rural são primordiais para munir
o empreendedor de dados, podendo analisá-los tanto tecnicamente quanto uma
avaliação financeira, determinando seus lucros e os prejuízos durante determi-
nado período, fornecendo subsídios para diagnosticar a situação da empresa e
realizar um planejamento eficaz. Não insista no que não funciona.
A agropecuária não deve ser vista como um jogo. Entretanto, eventuais erros
e fracassos no sistema de produção podem ocorrer. Trabalhe sempre nos projetos
com produtividade e preços médios de uma série histórica. Na prática, produza o
máximo com o custo unitário mínimo e abaixo do preço médio de venda. Analise
a fundo seu processo de produção, evitando seguir o que está na moda, pois, na
prática, nem sempre são muito viáveis e realistas.
Considere o tempo como um fator de produção. Uma produção agrícola efi-
ciente não deve ser imediatista. O empreendedor rural deve ser fiel ao seu plano,
fazendo, no entanto, os ajustes e as retificações necessárias, não esquecendo que
este é um processo dinâmico. Conheça o ritmo dos acontecimentos e aproveite
o tempo necessário. Use o bom senso. Busque descobrir o consenso dos demais
envolvidos no processo. Espero que você tenha gostado desta disciplina e da
metodologia utilizada.
Vemo-nos em uma próxima oportunidade, estarei sempre à disposição. Mui-
to obrigado pela companhia nesta caminhada.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; al-
tera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de
22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de
abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providên-
cias. Brasília, DF: D. O. U., 2012. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 16 out. 2023.
WEICK, C. W. Agribusiness technology in 2010: directions and challenges. Traduzido por Mario
Otavio Batalha. Technology in Society, Elsevier Science Ltd., v. 23, p. 59-72, 2001.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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