Book 567570
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MERCADO
Coordenador(a) de Conteúdo
Carla Eunice Gomes Correa
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli Silva
Revisão Textual
Carolina Guimaraes Branco
Elias Jose Lascoski
Fotos
Shutterstock, Freepik e Envato
FICHA CATALOGRÁFICA
208 p.
CDD - 330
Impresso por:
GFI14
RECURSOS DE IMERSÃO
Este item corresponde a uma proposta Utilizado para temas, assuntos ou con-
de reflexão que pode ser apresentada por ceitos avançados, levando ao aprofun-
meio de uma frase, um trecho breve ou damento do que está sendo trabalhado
uma pergunta. naquele momento do texto.
ZOOM NO CONHECIMENTO
P L AY N O CO NH E C I M E NTO
INDICAÇÃO DE L IVRO
E M FO CO
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SUMÁRIO
7UNIDADE 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
DE ECONOMIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
CLASSIFICAÇÃO DE BENS
E SERVIÇOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
75UNIDADE 2
TEORIA DA MACROECONOMIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
143
UNIDADE 3
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UNIDADE 1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
DE ECONOMIA
MINHAS METAS
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U N I AS S E LVI
P L AY N O CO NHEC I M ENTO
Antes de começarmos a nos aprofundar neste tema, escute nosso podcast. Recur-
sos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
SIGNIFICADO DE ECONOMIA
• variações na demanda;
• redução na oferta;
• desemprego;
• inflação;
• alterações na taxa de câmbio;
• carga tributária;
• aumento da taxa de juros.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 1
Esses são alguns problemas que a economia estuda. Agora que você já relem-
brou algumas questões econômicas, deve estar se perguntando: mas o que de
fato é economia?
Em termos etimológicos, a palavra economia
oikós (casa) +
vem do grego: oikós (casa) + nomos (norma, lei) =
nomos (norma, lei) =
“administração da casa”. É isso mesmo, a economia
“administração
funciona da mesma maneira que a nossa casa: tra- da casa”
balhamos para receber um salário, dividimos nossa
renda para pagar as contas, procuramos viver na maior harmonia possível, caso
não tenhamos dinheiro para todas as contas, pegamos empréstimos, se sobrar
dinheiro, fazemos investimentos etc. Da mesma forma que ocorre em uma em-
presa e em um país.
ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
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P E N SA N DO J UNTO S
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Escassez de bens
Problema!
Figura 1 - Fluxograma / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um fluxograma por meio de setas. O fluxograma começa com R
ecursos escas-
sos X Necessidades humanas ilimitadas, gerando escassez de bens e, em consequência, problema. Fim da descrição.
Mais uma vez, caso os recursos forem escassos, mas as necessidades humanas
fossem limitadas, não teríamos problema, ou se os recursos fossem ilimitados e
as necessidades humanas também, não haveria problema. O grande problema é
quando os recursos são escassos e as necessidades ilimitadas.
Com base no que discutimos até agora, é possível perceber que a Ciência Econô-
mica procura responder, mesmo que de forma parcial, questões como:
■ Como os preços são determinados?
■ Como reduzir a inflação?
■ Como melhorar a distribuição de renda de um país?
■ Como fazer com que aumente o número de empregos?
■ Quais são as funções do governo?
■ Por que uma crise internacional afeta a economia nacional?
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PRINCÍPIOS DE ECONOMIA
Então, o objetivo inicial, que era fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB)
aumentasse, acabou por fazer com que a taxa de inflação também aumentasse.
Nesse caso, existe um trade-off entre crescimento e inflação.
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P E N SA N D O J UNTO S
Neste momento, por exemplo, você dedicou, digamos, duas horas do seu dia para
estudar a disciplina Economia e Sociedade, para isso, você teve que abrir mão de out-
ra atividade, como ver televisão, porém você tem outra escolha, você pode dividir as
duas horas entre estudar e ver televisão, neste caso, você estará abrindo mão de uma
hora de estudo para assistir uma hora do seu programa favorito. Essa foi sua escolha.
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P E N SA N DO J UNTO S
Neste momento, você deve estar achando que não compreendeu muito bem os
princípios até aqui explicados, mas com um exemplo ficará mais fácil. Imagine uma
empresa aérea que tem um avião de 200 lugares e o voo custa à empresa 100 mil
reais. O custo médio de cada poltrona é de 100 mil divididos por 200 lugares, o que
dá 500 reais; ou seja, o valor mínimo da passagem deve ser de R$ 500,00, porém, a
poucas horas de decolar, esse avião está com dez lugares vagos e os passageiros
potenciais estão dispostos a pagar R$ 300,00 pela passagem.
A empresa venderá a este valor, pois o custo marginal desses dez passageiros é
muito pequeno, quase insignificante e esses passageiros irão consumir alimentos
a bordo, o que mostra o custo marginal.
Princípio 4: as pessoas reagem a incentivos.
Dado que pessoas racionais tomam decisões comparando o custo com o
benefício daquela ação, o incentivo exerce papel fundamental para essa escolha,
pois o incentivo é algo que faz com que uma pessoa racional aja; por exemplo
quando o preço da alface aumenta, as pessoas irão reduzir o consumo dessa
verdura e substituí-la por outra, como a chicória.
A mesma situação acontece quando o governo implementa uma política pú-
blica. A nova política pública, por exemplo, o aumento da taxa de juros, irá alterar
o comportamento das pessoas e isso deve ser levado em consideração.
Terminamos aqui nossa discussão sobre o primeiro grupo de princípios bá-
sicos da economia e você, agora, já sabe como as pessoas tomam suas decisões.
Esses princípios são importantes em nossa disciplina, já que estamos falando em
tomada de decisão.
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é definida por Mankiw (2012) como uma economia que aloca recursos por meio
das decisões descentralizadas das empresas e famílias, quando estas interagem
nos mercados de bens e serviços.
Nesse caso, a economia é controlada via pre-
Nesse caso,
ços. O comprador verifica o preço ao determinar
a economia é
a demanda por bens e serviços e os vendedores
controlada via
analisam o preço ao decidir a oferta. O preço for- preços
mado pela relação entre demanda e oferta reflete
o preço de mercado por bens, serviços e o custo da manufatura, no entanto
é importante observar que o governo pode e deve, em muitos casos, tomar
medidas de forma a impedir que o mercado se ajuste sozinho. Medidas essas
como impostos, subsídios, dentre outras.
Princípio 7: às vezes, os governos podem melhorar os resultados
dos mercados.
Como discutido no Princípio 6, os mercados procuram se estabilizar por
meio dos preços, porém o governo tem papel importante, mesmo em eco-
nomias de mercado. O papel do governo é fazer com que as regras sejam
cumpridas, garantindo o chamado direito de propriedade, essa garantia se
dá mediante as instituições. Direito de propriedade é definido por Mankiw
(2012) como a habilidade de um indivíduo de possuir e exercer controle sobre
recursos escassos.
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AP RO F U N DA NDO
Sabemos que existe grande diferença no padrão de vida dos países e essas mu-
danças no padrão de vida, ao longo do tempo, também variam. Esse fato é ex-
plicado pela produtividade, ou melhor, pela diferença entre a produtividade dos
países. Por produtividade entende-se a quantidade de bens e serviços produzidos
por unidade de insumo de mão de obra (MANKIW, 2012).
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“O QUE PRODUZIR?”
Significa definir quais bens e serviços a economia irá fabricar. Esta não é uma decisão
fácil, pois, como você já sabe, os recursos são escassos. Então, não podemos produzir
tudo que desejamos ou que precisamos, em outras palavras, aumentar a produção de
um determinado bem significa reduzir a quantidade produzida de outros bens.
Após decidir o que será feito, dados os recursos limitados, tem de ser definida a quantidade
do bem ou serviços escolhidos que será produzida, além do público-alvo do produto.
É a renda desse consumidor. Quanto maior for a renda, maior a quantidade de merca-
dorias que ele poderá adquirir. Essas três primeiras perguntas mostram, que quem irá
influenciar a decisão da empresa/país são os consumidores.
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“COMO PRODUZIR?”
Bem X e bem Y, que você pode, por exemplo, chamar de roupas e alimentos.
B) A QUANTIDADE E A QUALIDADE
C) PLENO EMPREGO
Existe pleno emprego, ou seja, essa economia produz o máximo que ela pode, dada a
quantidade de recursos produtivos que ela tem disponível.
D) TECNOLÓGICO
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BEM QUANTIDADE
Y (alimentos) 10 20 30 40 50 60
Ponto 1 2 3 4 5 6
Quadro 1 - Quantidade de cada bem que pode ser produzido dada a quantidade de fatores de produção
disponível / Fonte: a autora.
Caso a economia queira produzir tanto o bem X quanto o bem Y, ela deverá “abrir
mão” de determinada quantidade de um bem para produzir o outro. Por exemplo,
para produzir 20 unidades de Y, a empresa deverá deixar de produzir 20 unidades
de X, ou, para 30 unidades de Y, deverá deixar de produzir 20 unidades de X. Para
ficar mais fácil, vamos visualizar essa situação por meio da Figura 2.
Descrição da Imagem: o gráfico mostra as quantidades dos bens X e Y que a economia hipotética poderá produzir
dados os fatores de produção limitados. Isso é conhecido como curva das possibilidades de produção ou curva
de transformação. Fim da descrição.
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Então, qualquer ponto sobre a curva mostra que a quantidade de bens X e Y que a
economia poderá produzir nessa situação está em pleno emprego.
Agora, qualquer ponto baixo da curva, como o Ponto 7, que pode ser visto na
Figura 3, a economia poderá produzir, porém, caso produza no Ponto 7, a econo-
mia é ineficiente e não está em pleno emprego, pois haverá recursos produtivos
para produzir mais, em outras palavras, haverá capacidade ociosa.
Figura 3 - Pontos de produção que estão fora da curva das possibilidades de produção / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a imagem traz um gráfico X e Y, no qual X é roupas (milhares) e Y, alimentos (toneladas).
O gráfico realça os pontos de produção que estão fora da curva das possibilidades de produção. Fim da descrição.
Ainda, analisando a Figura 3, podemos verificar que tem o Ponto 8. Dada a tec-
nologia constante, produzir no Ponto 8 é impossível, pois não temos recursos
produtivos suficientes, porém existe uma forma de a economia chegar ao Ponto
8, que é por meio da tecnologia.
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Figura 4 - Deslocamento da curva das possibilidades de produção dada uma mudança tecnológica /
Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um gráfico X e Y, no qual X é roupas (milhares) e Y, alimentos (tone-
ladas). Neste gráfico, a curva das possibilidades de produção está deslocada, devido uma mudança tecnológica.
Fim da descrição.
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E U IN D ICO
O termo custo de oportunidade é muito utilizado na economia, mas por não ser
facilmente quantificável, é, muitas vezes, difícil para profissionais de outras áreas
compreender. Por este motivo, sugiro o texto Custo de Oportunidade: Oculto na
Contabilidade, Nebuloso na Mente dos Contadores.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de
aprendizagem.
E M FO CO
NOVOS DESAFIOS
Agora, você já sabe exatamente o que é economia e o que essa ciência tão fabulosa
estuda. Vimos que a economia vai muito além da ciência que estuda o dinheiro
ou como as pessoas fazem investimento. As ciências econômicas têm como foco
as escolhas dos agentes econômicos, sempre com o objetivo de gerar bem-estar
social, essa escolha é feita porque os recursos produtivos são escassos e as neces-
sidades humanas são ilimitadas.
Por este motivo, a economia é uma ciência social, e não uma ciência exata, já
que, apesar de utilizar alguns instrumentos matemáticos e estatísticos, ela estuda
a melhor forma de satisfazer as necessidades da sociedade. Discutimos, também,
alguns conceitos econômicos fundamentais que o ajudarão a compreender o fun-
cionamento da economia no mundo real, além disso, falamos dos dez princípios
econômicos e um pouco sobre os teóricos e seus modelos.
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AUTOATIVIDADE
1. Economia é uma palavra originária da língua grega, sendo a junção de duas outras palavras
(oikós, que significa casa e nomos, que pode ser traduzida como norma/lei), então, literal-
mente, economia é a “administração da casa”.
a) É uma ciência social que trata do estudo da alocação dos recursos escassos, na produção
de bens e serviços, para a satisfação das necessidades ou desejos humanos.
b) É uma ciência exata que trata do estudo da alocação dos recursos escassos, na produção
de bens e serviços, para a satisfação das necessidades ou desejos humanos.
c) É uma ciência social que trata do estudo da alocação dos recursos ilimitados, na produção
de bens e serviços, para a satisfação das necessidades ou desejos humanos.
d) É uma ciência exata que trata do estudo da alocação dos recursos ilimitados, na produção
de bens e serviços, para a satisfação das necessidades ou desejos humanos.
e) É uma ciência social que trata do estudo da matemática para alocar os recursos ilimita-
dos, na produção de bens e serviços, para a geração máxima de lucro.
Com relação ao que foi discutido, podemos afirmar que todos os problemas estudados em
economia são originários de uma variável ou situação, que é:
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AUTOATIVIDADE
3. Dado que os recursos são escassos, ou seja, são limitados, e as necessidades humanas são
ilimitadas, todas as economias, independente do seu grau de desenvolvimento econômico,
procuram responder a quatro perguntas básicas.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. D. Introdução à economia. 10. ed. São Paulo: Frase Editora, 2010.
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GABARITO
1. Opção A.
2. Opção C.
3. Opção D.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
CLASSIFICAÇÃO DE BENS
E SERVIÇOS
MINHAS METAS
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Antes de começarmos a nos aprofundar neste tema, escute nosso podcast. Recur-
sos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
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LIVRES
São aqueles bens em que a quantidade é ilimitada e podem ser obtidos sem nenhum
esforço humano, por esse motivo não têm preço, e a economia não se preocupa com
eles, por exemplo, mar, rio, lagoa, oxigênio, dentre outros.
ECONÔMICOS
São bens e serviços limitados (escassos), têm valor de mercado e precisam de esforço
humano para produzi-los, por exemplo, carro, computador, caneta, dentre outros. Os
bens e serviços econômicos são os bens estudados pela economia.
a) M
ateriais – são bens tangíveis e que podem ser estocados. Por exemplo,
computador, sapato, roupa etc. Podem ser:
• Consumo – bens duráveis e de consumo imediato. Exemplo: roupa.
• Intermediário – necessários para fabricação de bens de consumo. Exemplo:
matéria-prima.
• Capital – permitem produzir bens. Exemplo: máquinas.
b) I materiais ou serviços – são intangíveis, não podem ser estocados e, assim que são
consumidos, acabam, como uma consulta médica, uma aula ou uma consultoria.
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Públicos
Privados
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Para fabricar bens e serviços, comprar produtos, pagar tributos, regular a econo-
mia, dentre outros, ou seja, para fazer com que a economia gire, são necessários
os agentes econômicos, que podem ser definidos como sendo pessoa de natureza
física ou jurídica que, por meio de suas ações, contribui para o funcionamento
do sistema econômico. Esses agentes podem ser classificados em:
A) EMPRESAS
Também são conhecidas como unidades produtivas, são responsáveis pela produção
e comercialização dos bens e serviços. As empresas combinam os fatores de pro-
dução da forma mais eficiente possível para fabricar bens e serviços, de modo a obter
o máximo de lucro.
B) FAMÍLIA
C) GOVERNO
D) SETOR EXTERNO
São os demais países que, ao fazer comércio com o Brasil, acabam influenciando a
economia, sendo, também, influenciados. Assim, o setor externo é composto por todas
as instituições que mantêm relações econômicas com o país/economia que se está
analisando e que tenham sua estrutura física fora das fronteiras geográficas deste.
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escassos, como você já deve ter percebido, versáteis, ou seja, podem ser utilizados para
diferentes fins, dito de outro modo, os fatores de produção fabricam diversos bens, e
podem ser combinados em proporções para produzir bens e serviços.
Após definir fatores de produção, é importante classificá-los. Os recursos
produtivos são:
É a origem de todo processo produtivo, como terra, água, minerais, matérias-primas etc.
B) RECURSOS HUMANOS
C) CAPITAL
Atualmente, além dos três fatores de produção clássicos que citamos anterior-
mente, ainda temos a capacidade empresarial e o empreendedorismo como fato-
res de produção, pois é fundamental a tomada de decisão dos empresários quanto
à utilização dos recursos produtivos.
A tecnologia também pode ser considerada um fator de produção. Para melhor
compreensão dos fatores de produção tradicionais, vamos analisar o Quadro 3.
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Setores econômicos
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Entretanto, tal interação só é possível com a presença da moeda, que é empregada para
remunerar as famílias pelo uso dos recursos produtivos, bem como para o pagamen-
to dos bens e serviços adquiridos. Diante disso, tem-se um fluxo monetário. A união
dos fluxos real e monetário da economia origina o que chamamos de Fluxo Circular
de renda. O Quadro 4 descreve sucintamente as interações que compõem esse fluxo.
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Quadro 4 - Interações entre famílias e empresas nos mercados de bens e serviços e de fatores de produção
Fonte: Mendes (2004, p. 22).
Por fim, vale ressaltar que as interações entre famílias e empresas, nesses mercados,
são limitadas pela escassez; em outras palavras, as famílias, embora tenham desejos
ilimitados, possuem rendas limitadas ao passo que empresas, devido a recursos
produtivos finitos, incorrem em restrições de produção (MENDES, 2004).
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
O Livro da Economia
Escrito, por professores e estudiosos, de maneira simples e
acessível, este é um livro completo e atualizado sobre econo-
mia. Nele, há breves biografias de economistas, citações dos
grandes pensadores, linha do tempo com os principais acon-
tecimentos, dentre outros.
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NOVOS DESAFIOS
Acredito que você deve ter se surpreendido com a complexidade da economia, e
tenho certeza de que você ficará cada vez mais surpreso e encantado com o estudo
das ciências econômicas, uma vez que a economia está no nosso dia a dia, já que
vivemos economia desde o nosso nascimento até a nossa morte.
Qualquer decisão do governo afeta nossas vidas, qualquer decisão de um
membro da nossa família afeta a família como um todo, principalmente se essas
decisões forem econômicas. Assim, esperamos ter conseguido despertar em você
a curiosidade pela Ciência Econômica.
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AUTOATIVIDADE
1. Bens e serviços são tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana e podem ser
classificados em econômicos materiais ou serviços.
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AUTOATIVIDADE
3. Demanda pode ser definida como a quantidade de um bem ou serviço que um consumidor
deseja adquirir.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. D. Introdução à economia. 10. ed. São Paulo: Frase Editora, 2010.
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GABARITO
1. Opção D.
2. Opção C.
3. Opção E.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
MINHAS METAS
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Antes de começarmos a nos aprofundar neste tema, escute nosso podcast. Recur-
sos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
A partir dessas características, sabemos que as pessoas têm preferência por alguns
bens e serviços em relação a outros, ou seja, os consumidores, também conheci-
dos como famílias, são capazes de colocar as cestas de bens e serviços em ordem,
de acordo com suas preferências.
Quando mencionamos uma cesta de bens e serviços, queremos dizer um
conjunto de quantidades de determinados bens e serviços. Para ficar mais didá-
tico, essas cestas serão compostas por quantidades, somente, de dois bens e ou
serviços. Esta situação pode ser representada a seguir:
C = (Q1, Q2).
Em que: C – cesta de bens e serviços.
Q1 - quantidade do bem ou Serviço 1.
Q2 – quantidade do bem ou Serviço 2.
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U N I AS S E LVI
Como esta escolha por determinada cesta de bens e serviços é feita? A escolha
que o consumidor faz por determinadas cestas de bens e serviços em relação a
outras é feita a partir de três pressupostos:
PRESSUPOSTO 1
PRESSUPOSTO 2
PRESSUPOSTO 3
A preferência é transitiva – dados três cestas, A, B e C, e comparando duas cestas por vez,
entre A e B, o consumidor prefere a cesta A. Entre B e C, o consumidor prefere a cesta B.
Então, entre A e C, o consumidor irá preferir a cesta A. Esta situação pode ser
vista no esquema a seguir.
A>B
B > C então, A > C
Observe e imagine:
Cesta A = (2 canetas, 3 borrachas).
Cesta B = (1 caneta, 2 lápis).
Cesta C = (1 lápis e 2 borrachas).
Entre a cesta A e a cesta B, José prefere a cesta A. Entre a cesta B e a cesta C, ele
escolherá a cesta B. Então, como a A ganhou da B e a B ganhou da C, se compa-
rarmos as cestas A e C, José preferirá a A.
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Utilidade
U – utilidade.
f – uma representação matemática que significa “em função de que”.
Q 1 – quantidade do Bem 1.
Q 2 – quantidade do Bem 2.
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QUANTIDADE DE COPOS
UTILIDADE TOTAL UTILIDADE MARGINAL
DE ÁGUA
0 0 -
1 70 70
2 120 50
3 165 45
4 190 25
5 210 20
6 225 15
7 235 10
8 240 5
9 242 2
10 243 1
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Descrição da Imagem: gráfico representando duas curvas em um plano cartesiano U, sendo Y, e Q, sendo X. As
curvas são nomeadas como Utilidade Total e Utilidade Marginal. Fim da descrição.
Curva de indiferença
Outra curva importante, que deve ser analisada antes de estudarmos a teoria da de-
manda de fato, é a curva de indiferença, que mostra as cestas que o consumidor con-
sidera indiferente, ou seja, as possíveis cestas que o consumidor desejaria adquirir.
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Vamos supor que José consome refrigerantes e pipoca que, dado sua renda e o
preço destes bens, existem quatro cestas disponíveis.
QUANTIDADE DE QUANTIDADE DE
CESTA
REFRIGERANTES PIPOCAS
C1 (1,4) 1 4
C2 (2,3) 2 3
C3 (3,2) 3 2
C4 (4,1) 4 1
A Tabela 2 mostra quatro cestas compostas por refrigerantes e pipocas, que José
pode adquirir dado a sua renda e o preço dos bens. Observe a representação da
Tabela 2 em gráfico, na Figura 2, para melhor visualização:
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
Descrição da Imagem: gráfico representando uma curva de indiferença dividida em C1, C2, C3 e C4. O gráfico
que está sob um plano cartesiano, no qual o eixo y é denominado Refrigerantes, e o eixo y, denominado pipocas.
A curva de indiferença é negativamente inclinada. Fim da descrição.
TEORIA DA DEMANDA
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Descrição da Imagem: gráfico representando uma curva de demanda. Embora receba este nome, o que há, de
fato, é uma linha reta. O gráfico que está sob um plano cartesiano P e Q. Fim da descrição.
Conforme visto na Figura 3, a curva de demanda (D) é a relação entre preço (P)
e quantidade (Q), e é negativamente inclinada. Você sabe me responder por que
a curva de demanda é negativamente inclinada?
A curva de demanda é negativamente inclinada, porque conforme o preço
aumenta, a quantidade que os consumidores estão dispostos a adquirir reduz,
pois se o preço aumentar os consumidores irão substituir o consumo do bem
pelo seu substituto. Este efeito é chamado de efeito substituição.
José, nosso consumidor, deseja ir ao cinema ver os filmes que acabaram de ser
lançados. Neste exemplo, cinema é nosso bem. Dependendo do preço do ingresso,
José está disposto a ir mais de uma vez ao mês ao cinema, conforme Tabela 3.
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12 2
10 3
7 4
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Figura 4 - Representação da curva de demanda de José para ingressos de cinema / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: gráfico representando uma curva referente à situação problema do personagem José.
Neste gráfico, entre os eixos P e Q, sendo, respectivamente X e Y, está a curva, que, embora tenha este nome,
apresenta uma reta, neste caso. Fim da descrição.
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NORMAL
INFERIOR
Quando há aumento da renda, a pessoa passa a consumir menos daquele bem. Por
exemplo, se José, nosso consumidor, tiver um aumento de salário, ele passará a con-
sumir mais carne de primeira.
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CONSUMO SACIADO
Como são bens que podem ser substituídos, quando o preço de um aumentar, por
exemplo, da manteiga, a quantidade demandada de manteiga cairá e a quantidade
demandada do seu substituto, no caso, da margarina, aumentará.
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U N I AS S E LVI
f) Fatores climáticos
O clima é outro fator
O clima é outro fator que afeta a curva de de-
que afeta a curva de
manda. No inverno, a demanda por biquínis reduz,
demanda.
enquanto a demanda por calças aumenta.
g) Hábitos/costumes
A demanda de alguns bens varia conforme o hábito e costume da região. Por
exemplo, na Índia a vaca é sagrada, então a demanda por carne bovina é quase
nula, enquanto, no Brasil, é alta. Em compensação, qualquer fator que reduz a
demanda, desloca a curva de demanda para a esquerda.
Descrição da Imagem: gráfico sob um plano cartesiano, no qual Q e P são, respectivamente, os eixos X e Y. Nele,
está representado o deslocamento da curva de demanda para direita. Fim da descrição.
Descrição da Imagem: gráfico sob um plano cartesiano, no qual Q e P são, respectivamente, os eixos X e Y. Nele
está representado o deslocamento da curva de demanda para esquerda. Fim da descrição.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
Elasticidades
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U N I AS S E LVI
ELÁSTICOS
Elásticos, quando a elasticidade preço for maior do que um. Isso significa que con-
forme o preço aumenta, a quantidade demandada reduz. Em geral, bens não muito
essenciais são elásticos, como lazer e vestuário.
INELÁSTICOS
Inelásticos, quando a elasticidade preço for menor do que um. Em geral, os bens mais
essenciais são inelásticos, como combustível e alimentos.
ELASTICIDADE UNITÁRIA
Elasticidade unitária, quando a elasticidade preço for igual a um. Isto significa que um
aumento no preço reduz a quantidade demandada na mesma proporção, ou seja, um
aumento de 1% no preço, acarreta uma redução de 1% na quantidade demandada. Um
exemplo é o sal.
TEORIA DA OFERTA
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
Vimos na teoria da demanda, que a demanda altera com o tempo. A oferta tem o
mesmo funcionamento, com o tempo poderá ser alterada. Como a curva de oferta
é representada? A curva de oferta é representada conforme Figura 7.
Descrição da Imagem: gráfico sob um plano cartesiano, no qual Q e P são, respectivamente, os eixos X e Y. Nele,
há está representada a curva de oferta. Fim da descrição.
Figura 8 - Gráfico representativo da curva de oferta para empresa hipotética de sanduíches congelados /
Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: gráfico sob um plano cartesiano, no qual Q e P são, respectivamente, os eixos X e Y. Nele,
há está representada a curva de oferta. Fim da descrição.
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U N I AS S E LVI
Como vimos, alguns fatores afetam e deslocam a curva de oferta para a direita ou
para a esquerda. Qualquer fator que reduza custos é um incentivo para a empresa
aumentar a produção deslocando a curva de oferta para a direita. Essa situação
pode ser vista na Figura 9.
Descrição da Imagem: gráfico sob um plano cartesiano, no qual Q e P são, respectivamente, os eixos X e Y. Nele,
está representada a curva de oferta para a direita. Fim da descrição.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
Agora qualquer fator que aumente o custo ou que reduza o lucro é um incentivo
para a empresa reduzir a produção, deslocando a curva de oferta para a esquerda,
conforme Figura 10.
Descrição da Imagem: gráfico sob um plano cartesiano, no qual Q e P são, respectivamente, os eixos X e Y. Nele,
está representada a curva de oferta para a direita. Fim da descrição.
Não posso deixar de observar que, quando falamos em uma alteração na quan-
tidade ofertada, em função de uma variação no preço do próprio bem, a curva
de oferta, assim como a curva de demanda, não se desloca.
IN D ICAÇÃO DE LI V RO
E M FO CO
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U N I AS S E LVI
NOVOS DESAFIOS
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu um pouco dos fundamentos
da teoria do consumidor e a teoria da demanda, que procuram explicar os
motivos que fazem com que os consumidores, ou melhor, as famílias, de-
mandem/procurem por determinados bens e serviços ao invés de outros.
Vimos os motivos que incentivam as empresas a aumentarem sua produção
e, portanto, a oferta.
Após entender demanda e oferta, você viu que o objetivo do produtor e do
consumidor são totalmente diferentes, diria, opostos. Enquanto o consumidor
deseja adquirir bens e serviços em grande quantidade a preços baixos, e por-
que não dizer, com excelente qualidade, as empresas desejam maximizar seu
lucro e, por isso, desejam vender seus produtos a um preço mais alto possível
com custo bem baixo.
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AUTOATIVIDADE
1. As pessoas possuem preferências por alguns bens em relação a outro, sendo capazes de
ordenar quais bens ou serviços geram mais satisfação pessoal. Para isto, os consumidores
possuem algumas características.
2. Oferta é definida por Passos e Nogami (2012) como a quantidade de um bem ou serviço que
uma determinada empresa deseja vender por unidade de tempo. E sabemos que alguns
fatores afetam a curva de oferta, deslocando-a para a direita ou para a esquerda, e um
destes fatores é a tecnologia.
Com relação à tecnologia, leia as afirmativas a seguir e marque a alternativa que mostra o
impacto da tecnologia na curva de oferta:
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AUTOATIVIDADE
3. Vimos que alguns fatores, como renda, preço dos bens substitutos e complementares,
marketing, dentre outros, afetam a curva de demanda.
Leia as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta quanto ao impacto que o aumento
de renda causa da curva de demanda:
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REFERÊNCIAS
BAGNOLI, V.; MADI, M. F. RDC, Brasília, DF, v. 4, n. 2, p. 121-139, nov. 2016. Disponível em: http://
revista.cade.gov.br/index.php/revistadedefesadaconcorrencia/article/view/283. Acesso em: 4
out. 2023.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
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GABARITO
1. Opção E.
2. Opção A.
3. Opção A.
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UNIDADE 2
TEMA DE APRENDIZAGEM 4
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA:
EQUILÍBRIO DE MERCADO
MINHAS METAS
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U N I AS S E LVI
P L AY N O CO NHEC I M ENTO
Antes de começarmos a nos aprofundar neste tema, ouça o nosso podcast. Recur-
sos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
EQUILÍBRIO DE MERCADO
Sabemos que, no
mundo real, a oferta
e a demanda atuam
conjuntamente, e o
preço e a quantidade
que são vendidos no
mercado se dão quan-
do as duas curvas
(oferta e demanda) se
interceptam.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
Descrição da Imagem: a imagem mostra um gráfico de uma curva de demanda para um produto. O eixo P repre-
senta o preço do produto, e o eixo Q representa a quantidade do produto. O ponto onde as curvas de oferta (O) e
demanda (D) se encontram é o ponto de equilíbrio (E) e este ponto mostra o preço e quantidade negociados no
mercado, P’ e Q’, respectivamente. Fim da descrição.
Qualquer preço acima de P’ significa que haverá mais oferta do que demanda, ou
seja, teremos um excesso de oferta e, pela lei da oferta e da demanda, oferta maior
que demanda, o preço tende a baixar. Então, pontos acima de P’ fazem com que
sobrem produtos no mercado e o preço, automaticamente, reduzirá.
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U N I AS S E LVI
De outra forma, qualquer ponto abaixo de P’, significa que teremos um excesso
de demanda, ou seja, mais pessoas desejando adquirir o bem ou serviço do que
empresas dispostas a vender. Nesse caso, o preço aumentará, de modo a chegar
ao ponto E, que é o ponto de equilíbrio.
Todos os fatores estudados nos temas anteriores, que afetam as curvas de
demanda, como renda, preço dos produtos complementares e substitutos, ex-
pectativa sobre o futuro, dentre outros, e todos os fatores que vimos que afetam a
curva de oferta, como tecnologia, preço dos produtos relacionados, interferência
governamental etc., afetam o ponto de equilíbrio.
O governo também pode afetar o ponto de equilíbrio, por meio de:
Acontece quando o governo fixa o preço mínimo que seria vendido no mercado. Este
instrumento tem como objetivo beneficiar o produtor, de forma a garantir um nível de
preço superior ao preço de equilíbrio.
Acontece quando o preço vendido no mercado está muito alto e o governo, com o
objetivo de defender o consumidor, estabelece um preço máximo que as empresas
podem vender seus produtos. O preço máximo será sempre menor do que o preço de
equilíbrio, ou seja, abaixo de P’.
SUBSÍDIOS
Neste caso, o governo, com o objetivo de desenvolver determinados setores, paga uma
parte dos custos produtivos da empresa, assim, a empresa terá incentivo para aumen-
tar a quantidade ofertada e/ou reduzir preço. Com subsídio, o preço fica abaixo de P’.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
TEORIA DA PRODUÇÃO
Os custos de produção
São as despesas que a empresa terá que pagar, independente da produção. Exem-
plos: certos impostos, aluguel, seguro, salários etc.
São as despesas que a empresa tem ao produzir. Quanto mais ela produzir, maiores
serão os custos variáveis. Exemplo: matéria-prima, energia elétrica etc.
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U N I AS S E LVI
CUSTO MÉDIO
ESTRUTURAS DE MERCADO
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
a) Grau de concentração
É o tamanho do mercado, em outras palavras, nú-
Uma forma de medir
mero de vendedores e compradores que fazem parte
é pelos índices de
daquele mercado. Dependendo da quantidade de em- mercado.
presas e consumidores, dizemos que o mercado é con-
centração ou competitivo. Uma forma de medir é pelos índices de mercado. Quando
as quatro maiores empresas que fazem parte desse mercado detêm, pelo menos, 75%
da quantidade comercializada, dizemos que é um mercado altamente concentrado.
Um dos maiores problemas de mercado muito concentrado é que as empresas
conseguem definir o preço que será vendido seu produto e esse preço, em geral,
é mais alto do que em mercados competitivos. Outros problemas podem ser
em relação à quantidade e à qualidade do produto.
b) Grau de diferenciação do produto
O grau de diferenciação do produto refere-se a quanto um bem ou serviço
que está sendo negociados no mercado é diferente. Pela visão da economia, quan-
to mais heterogêneo for um bem, ou seja, quanto mais diferente o bem for, menos
produtos substitutos teremos para este produto e, portanto, mais inelástico ele
será, em outras palavras, mesmo que o preço de um bem ou serviço heterogêneo
aumentar a quantidade demandada não muda, pois não há substitutos próximos.
A diferenciação pode ser obtida de diferentes formas. Mendes (2009) cita in-
gredientes de qualidade superior, prêmios oferecidos, serviços especiais — como
entrega delivery e embalagens especiais — como formas da empresa diferenciar
seu produto e, portanto, aumentar seu preço.
P E N SA N D O J UNTO S
c) Barreiras à entrada
Barreiras à entrada pode ser definida como o grau de dificuldade que uma
nova empresa tem em fazer parte do mercado. E podem ser:
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U N I AS S E LVI
ECONOMIA DE ESCALA
DESVANTAGENS DE CUSTO
Quando a empresa que deseja fazer parte do mercado tem alguma desvantagem em
custo, como pouca experiência no setor, pouco domínio tecnológico ou ainda grande
necessidade de propaganda.
Com base no que foi discutido, os mercados podem ser classificados, quanto à
competitividade, em:
■ competitivos – concorrência perfeita e concorrência monopolística;
■ pouco competitivos – oligopólio;
■ sem competição – monopólio.
Homogêneo ou
Poucas Oligopólio
diferenciado
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
P E N SA N D O J UNTO S
Depois dessa declaração, você deve estar se perguntando, então, qual o motivo
de apresentar, a você, a concorrência perfeita? É importante estudarmos essa es-
trutura de mercado, pois é considerada, apesar de não muito real, a estrutura ideal,
em termos de concorrência.
PRODUTOS HOMOGÊNEOS
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U N I AS S E LVI
Dizemos que, na concorrência perfeita ou pura, o governo não deve intervir no merca-
do, por exemplo por congelamentos e tabelamentos de preços; em outras palavras, o
mercado deve funcionar livremente.
Como já discutimos, barreiras à entrada são o grau de dificuldade que uma nova em-
presa tem em entrar no mercado. Na concorrência perfeita ou pura não há barreiras à
entrada, ou seja, qualquer empresa pode fazer parte do mercado, sem maiores custos
ou dificuldades.
PERFEITO CONHECIMENTO
Como os produtos são homogêneos uma empresa conhece todas as informações dos
seus concorrentes, como preços, processos produtivos etc.
Monopólio
Os produtos são altamente diferenciados, ou seja, são únicos. Neste caso, o consumi-
dor não consegue substituí-lo por outro.
NÃO HÁ CONCORRÊNCIA
A empresa monopolista é formadora de preços, ou seja, como ela é única, ela con-
segue controlar e definir qual será o preço praticado no mercado. Por essa razão que o
governo se preocupa com as práticas dos monopolistas.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
AP RO F U N DA NDO
Esta é uma prática que ocorre quando um monopolista vende o mesmo produto
para consumidores diferentes e a preços diferentes. Podemos citar como exemplo
de prática de discriminação de preços:
• dentre outros.
Então você percebeu, pelos exemplos, que não é somente uma empresa mono-
polística que pratica a discriminação de preços, esta é uma prática comum em
outras estruturas de mercado também.
■ Altas barreiras à entrada
A última característica do monopólio são as altas barreiras à entrada. O grau
de dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte do mercado é muito
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U N I AS S E LVI
A P RO F UNDA NDO
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Produtos diferenciados
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
Como são muitas empresas que fazem parte do mercado, a concorrência é enor-
me, então, a empresa consegue controlar (definir), um pouco, seu preço em razão
dos produtos serem diferenciados, mas este controle é pequeno.
O grau de dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte deste mercado
é baixo, ou seja, existe uma barreira para entrada, mas ela é bem baixa. A maioria
das empresas, no mundo real, pertencem a essa estrutura de mercado. Podemos
citar restaurantes, padarias, lojas de roupas, lanchonetes, dentre outros.
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U N I AS S E LVI
OLIGOPÓLIO
São poucas empresas que fazem parte do mercado, podemos contá-las. Não existe
um número exato que define se um setor faz parte do oligopólio ou não, apenas sabe-
mos que são poucas empresas que ofertam produto naquele mercado.
Como são poucas empresas, elas são interdependentes, ou seja, a decisão de uma
afeta diretamente a decisão da concorrente, incluindo a decisão de preços.
Então, se uma empresa variar seu preço, as demais vão reagir de duas formas:
■ Aumento de preço faz com que as firmas concorrentes não aumentem
o preço e a empresa perderá mercado.
■ Redução de preços faz com que as formas concorrentes também redu-
zam os preços e a parcela de mercado de todas as empresas fica pratica-
mente constante. Neste caso, somente o consumidor é beneficiado.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
Em outras palavras, como são poucas empresas neste mercado, quando o preço
de uma delas variar, as demais irão reagir rapidamente. Por exemplo, vamos supor
um mercado composto por três empresas, A, B e C, e que a empresa A resolveu,
como estratégia, abaixar seu preço em 10%. Como são poucas empresas no mer-
cado, imediatamente as empresas B e C irão abaixar também seu preço, e a parcela
de mercado continuará a mesma para todas as três.
Agora, se a empresa A resolver aumentar seu preço em 10%, as empresas B
e C não aumentarão e a empresa A perderá mercado. Por estes motivos que o
preço no oligopólio é constante e parecido para todas as empresas.
O grau de dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte do mercado é
médio, em outras palavras, existe um certo grau de dificuldade, mas não chega a ser
tão alto como no caso do monopólio.
Como temos poucas empresas e elas são interdependentes, a concorrência não será
via preços, pois, como discutimos, se uma empresa alterar seus preços, as demais
vão reagir.
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U N I AS S E LVI
CONCORRÊN-
CARACTERÍS- CONCORRÊN-
CIA MONOPO- OLIGOPÓLIO MONOPÓLIO
TICAS CIA PERFEITA
LÍSTICA
Nº de
Muitas Muitas Pouca Uma
empresas
Homogêneo
Tipo de Altamente
Homogêneo Diferenciado ou
produto diferenciado
diferenciado
Controle de
Nenhum Pequeno Considerável Muito
preços
Restauran-
Produtos Automóveis, Água, ener-
Exemplos tes, lojas de
agrícolas aviação gia elétrica
varejo
Quadro 2 - Características das quatro estruturas de mercado / Fonte: adaptado de Mendes (2009).
Como são poucas as empresas no oligopólio, não é difícil ter acordos de preços
e quantidades, acordos que são indesejáveis aos consumidores e devem ser evi-
tados. São indesejáveis, pois levam a uma produção baixa e a preços altos, ou
seja, nesta situação, as empresas se comportam como no monopólio. Por isso, o
governo deve coibir acordos entre empresas; no Brasil, temos uma lei específica
para isto, que é a lei antitruste.
Algumas práticas empresariais que são proibidas pelo governo brasileiro:
a) Cartel – empresas fazem acordos de preços e quantidades, aumentando
o preço e ou reduzindo a quantidade ofertada. De qualquer forma prejudica o
consumidor final.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
E U IN D ICO
IN D ICAÇÃO DE FI LM E
Roger & Eu
Um documentário muito interessante que mostra o impacto do
desemprego na relação entre oferta e demanda de toda uma
comunidade. Este é um documentário sobre o fechamento de
11 fábricas da GM, em Flit, no estado do Michigan, nos EUA, na
década de 1980, o que gerou 30 mil desempregos e afetou a
vida econômica da cidade.
E M FO CO
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U N I AS S E LVI
NOVOS DESAFIOS
Sabemos que na “vida real” a vontade do consumidor, bem como a da empresa
não é satisfeita, mas existe um acordo não formal entre consumidores e empresas
para formar o preço e a quantidade os bens e serviços que serão de fato negocia-
das. Esta situação chama-se equilíbrio de mercado, que é alterado a toda hora
por diversos fatores que foram abordados nesta unidade.
Além da famosa lei oferta e demanda, discutimos alguns custos de produção,
e finalizamos a unidade compreendendo as quatro estruturas de mercado. Assim,
você entende melhor porque o preço da alface é bem inferior ao preço de uma
blusa e da gasolina, por exemplo.
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AUTOATIVIDADE
1. O governo, por meio da lei antitruste, tenta coibir algumas práticas que possam preju-
dicar a concorrência, como cartel, vendas casadas, fixação de preço de revenda e pre-
ços predatórios.
Com relação a estas práticas proibidas por lei, analise as afirmativas a seguir:
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MINHAS ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS
BAGNOLI, V.; MADI, M. F. RDC, Brasília, DF, v. 4, n. 2, p. 121-139, nov. 2016. Disponível em: http://
revista.cade.gov.br/index.php/revistadedefesadaconcorrencia/article/view/283. Acesso em: 4
out. 2023.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
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GABARITO
1. Opção A.
2. Opção C.
3. Opção A.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
TEORIA DA MACROECONOMIA
MINHAS METAS
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U N I AS S E LVI
P L AY N O CO NHEC I M ENTO
Antes de começarmos a nos aprofundar neste tema, você pode acessar o nosso
podcast e saber mais!
Conteúdo de áudio/vídeo não patrocinado. Esse recurso utilizará seu pacote de da-
dos (ou wi-fi) para ser exibido. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital
do ambiente virtual de aprendizagem.
Ao final deste tema de aprendizado, você compreenderá cada uma das manchetes
citadas, dentre outros temas relacionados e os motivos que o governo aumenta,
por exemplo, a taxa de juros, ou injeta dólar no mercado ou corta gastos.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
AP RO F U N DA NDO
Keynes escreveu sua principal obra em 1936, num contexto em que a economia
norte-americana estava devastada após a Grande Depressão, ou a chamada crise
de 1929. Nesse período, a economia dos Estados Unidos estava sofrendo, passan-
do por uma grande crise, na qual o nível de desemprego era muito alto.
Muito bem, o governo participar mais da economia significa ele não cuidar somente
de suas funções básicas e, sim, atuar como um agente econômico. Para entender-
mos essa questão, precisamos verificar quais são as funções básicas do governo.
De acordo com Giambiagi e Além (2011) o governo tem as funções: Estabi-
lizadora, Distributiva e Alocativa. Vamos compreender cada uma delas?
FUNÇÃO ESTABILIZADORA
O governo ter a função estabilizadora significa que ele precisa manter a economia
estabilizada. Você pode verificar, por exemplo, que o governo tem estado bastante
preocupado com os níveis de preços na economia, ou seja, o governo tem se preocu-
pado com o nível da inflação.
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U N I AS S E LVI
FUNÇÃO DISTRIBUTIVA
Essa função do Estado é exatamente o que o nome dela diz, ou seja, distribuir melhor
os recursos, tentar retirar de quem tem muito para oferecer a quem não tem nada ou
pouco tem.
FUNÇÃO ALOCATIVA
Significa que o Estado deve atuar em áreas da economia na qual o setor privado não
tem muito interesse em atuar, ou seja, o governo irá alocar recursos em áreas que, se
ele não atuar, não ofertarão os serviços necessários, já que o setor privado não fará
essa oferta de serviços.
Isto é, o governo deve buscar esses quatro objetivos listados. É importante res-
saltarmos que, conforme Vasconcellos e Garcia (2008), os objetivos de alto
nível de emprego e de estabilidade de preços são de curto prazo ou conjun-
turais, são objetivos que o governo tenta atingir mais rapidamente, pensando
na conjuntura atual.
Já os objetivos de distribuir renda e de crescimento econômico são objetivos
de longo prazo, ou chamados de objetivos estruturais, que fazem parte da estru-
tura econômica, e, para serem alcançados, é necessário um tempo maior. Vamos
discutir um pouquinho cada um desses objetivos da política macroeconômica.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
ESTABILIDADE DE PREÇOS
CRESCIMENTO ECONÔMICO
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U N I AS S E LVI
Essa relação inversa entre duas variáveis, como emprego e crescimento econômico
apresentados no exemplo, chama-se trade-off, e é um conceito muito presente
da economia.
Parte Real da
Mercado de Trabalho Nível Geral de Preços
Economia
Taxa de Câmbio
Mercado de Dívidas
Estoque de Reservas Cambiais
AP RO F U NDA NDO
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
E, por último, temos o mercado cambial, já que um país como o Brasil realiza
transações comerciais e financeiras com outros países. Porém, para que essas
transações sejam possíveis, é preciso transformar, ou melhor, converter o preço
dos bens negociados em relação ao preço do outro país. Para isso, é utilizada a
taxa de câmbio.
CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
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U N I AS S E LVI
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
Com base no exposto, podemos resumir que um país pode ser rico, como os pro-
dutores de petróleo que ganham muito dinheiro exportando o produto, mas pode
não conseguir, por diversas razões, distribuir essa riqueza entre seus habitantes,
que seguem, em sua maioria, vivendo em condições precárias. Ou seja, qualitati-
vamente, é pobre ou não desenvolvido.
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U N I AS S E LVI
• sociedade tradicional;
• pré-requisito para o arranco;
• arranco ou decolagem;
• crescimento autossustentável;
• idade do consumo de massa.
Por outro lado, existem inúmeros fatores que são apontados como responsáveis
pelo subdesenvolvimento dos países.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
O IDH varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo de 1, melhor, ou seja,
quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. Esse índice vem sendo
divulgado a partir da década de 1990. A ONU o divulga para cerca de 170 países
que são ranqueados a partir desse índice conforme critérios a seguir:
Quadro 2 - Grau de desenvolvimento conforme critério do IDH / Fonte: adaptado de Gremaud et al. (2008).
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U N I AS S E LVI
Índice de Gini
O MERCADO DE TRABALHO
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
■ População residente
É o total de pessoas vivendo em certo país em determinado momento do tem-
po, independentemente de sua idade e se está ou não trabalhando, procurando
trabalho ou apenas ocioso. A população residente se divide em população eco-
nomicamente ativa (PEA), população não economicamente ativa e pessoas
incapacitadas ao trabalho.
■ População economicamente ativa (PEA)
São as pessoas acima de certa idade (por exemplo, com 10 ou mais anos de
idade) que são aptas e desejam trabalhar, independentemente de estarem ou não
trabalhando. Segundo Souza (2011), essa categoria se divide em:
POPULAÇÃO OCUPADA
São as pessoas que exploram seu próprio empreendimento, sozinhos ou com sócios,
mas não têm empregados. Exemplo: um pintor que trabalha por conta própria.
EMPREGADORES
São as pessoas que exploram seu próprio empreendimento, sozinhos ou com sócios,
mas que possuem, pelo menos, um empregado. Exemplo: empresários.
São as pessoas aptas a trabalhar, mas que não estão trabalhando e nem procurando
emprego.
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U N I AS S E LVI
São aquelas abaixo de certa idade (por exemplo, 10 anos), as inválidas física e/ou
mentalmente para trabalhar, idosos, réus e outros não classificados na PEA ou na
população não economicamente ativa.
IN D ICAÇ ÃO DE LI V RO
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
Causas do desemprego
Assim, existe uma mão invisível que corrige todas as distorções que podem ser
geradas, sem que o Estado intervenha. Logo, para os economistas clássicos, o
pleno emprego sempre ocorre, inclusive no mercado de trabalho. Por esse motivo,
não existe desemprego involuntário, apenas o voluntário, que é aquele em que a
pessoa, por algum motivo, não deseja trabalhar.
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U N I AS S E LVI
Desemprego estrutural
Desemprego Friccional
Taxa de desemprego
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
SALÁRIO MÍNIMO
Na maioria dos países, incluindo o Brasil, existem legislações que proíbem que os
empregadores paguem menos do que um salário mínimo a qualquer categoria profis-
sional ou gênero ou, ainda, a idades diferentes. O salário mínimo é definido pelo gover-
no de tempos em tempos.
SINDICATOS
Segundo Souza (2011), os sindicatos são entidades que defendem os direitos dos tra-
balhadores. Dentre esses direitos, estão a irredutibilidade dos salários e a manutenção
dos salários reais, ou seja, do poder aquisitivo da população.
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U N I AS S E LVI
SALÁRIO-EFICIÊNCIA
Um empresário pode estar certo que existe mais oferta do que demanda por
trabalhadores em um determinado setor, mas ele pode não desejar, por questão
estratégica, por exemplo, reduzir o salário. Nesse caso, o empresário estaria evitando
rotatividade e assegurando a qualidade do trabalho.
Blanchard (2011) afirma que a fixação de salários é feita de várias formas, tais
como determinado pelos empregadores ou por acordos bilaterais entre o empre-
gador e o empregado nas chamadas negociações.
Assim, muitos trabalhadores empregados têm algum poder de barganha,
e esse nível do poder de barganha de um trabalhador depende claramente da
natureza do seu trabalho, além disso, as condições de trabalho também afetam
o poder de barganha dos trabalhadores.
Especificamente sobre o mercado de trabalho, o aumento do desemprego
estrutural pode ser apontado como um dos aspectos perversos da globaliza-
ção. Ademais, implantado pela globalização, o novo paradigma tecnológico
requer mão de obra qualificada, marginalizando, assim, parcela significativa
de trabalhadores.
E M FO CO
NOVOS DESAFIOS
Neste tema de aprendizado, discutimos uma das grandes áreas de estudo que
é a macroeconomia. Vimos que a macroeconomia analisa os agregados ma-
croeconômicos, ou seja, a economia como um todo, e não unidades produ-
toras individuais.
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AUTOATIVIDADE
2. O governo tem algumas funções chamadas, por alguns autores, de funções básicas, a saber:
estabilizadora, distributiva e alocativa.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS
GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A. C. Finanças Públicas: teoria e prática no Brasil. Rio de Janeiro: Campus,
2011.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
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GABARITO
1. Opção E.
2. Opção C.
3. Opção C.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
POLÍTICAS ECONÔMICAS
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
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Podemos definir, de forma bem genérica, que uma política econômica é a atua-
ção do governo para atingir um determinado objetivo. Temos três principais
políticas econômicas, que são a monetária, fiscal e cambial. Vamos entender
cada uma delas?
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 6
Política monetária
Vamos verificar, agora, quais são as funções da moeda. De acordo com Souza
(2011), as funções da moeda podem ser divididas em: meio de troca, reserva de
valor, medida de valor e padrão para pagamento diferido no tempo. Vejamos
cada uma dessas funções.
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U N I AS S E LVI
A moeda serve como reserva de valor por ter a máxima liquidez e por ter um
poder de compra. Assim, essa função está, intimamente, relacionada à função
de meio de troca. A medida de valor é porque, por meio da moeda, classificamos
quanto vale determinada mercadoria. E a função de padrão para pagamento
diferido no tempo é uma função que nos permite negociar algo (produto, serviço)
em uma data e o seu pagamento ser feito no futuro, ou seja, por conta da existên-
cia da moeda é que podemos combinar um preço hoje, para alguma negociação,
e esse pagamento ser feito daqui a 30 dias, ou 60, e assim por diante.
E por que nós demandamos moeda? Sei que você está assustado com essa
pergunta e deve ter respondido: é óbvio que sabemos. Mas sabemos na prática.
Vejamos, na teoria, quais são os motivos que nos levam a demandar moeda:
ESPECULAÇÃO
Você quer manter seus recursos em moeda para poder utilizá-los em algo que seja
vantajoso para você, mas aqui estamos falando de aplicações financeiras rápidas.
TRANSAÇÃO
PRECAUÇÃO
Nesse caso, as pessoas guardam dinheiro para um imprevisto. Quem não tem um avô
ou uma avó que diz: “nunca se sabe o que vai ser amanhã, é melhor prevenir”? Por
esse motivo, essas pessoas acabam guardando dinheiro em espécie.
Aqui, após verificarmos quais são as funções da moeda, já podemos fazer uma
importante reflexão. Conforme Souza (2011), a demanda por moeda vai depender
diretamente de qual é a renda do agente econômico e inversamente da taxa de juros.
Explico, quanto maior a renda, maior a demanda por moeda, e quanto maior
a taxa de juros, menor a demanda, pois se a taxa de juros estiver muito alta, será
mais interessante deixar o dinheiro aplicado.
Sabendo quais são as funções da moeda e porque os agentes econômicos a
demandam, vamos ver, então, quais são os instrumentos que o governo tem e
utiliza para provocar o aumento ou redução de demanda por moeda.
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Se a intenção do governo é fazer uma política restritiva, ele irá elevar o depósito
compulsório, dessa forma, sobrarão menos recursos para os bancos emprestarem
(ou reemprestarem).
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A P RO F UNDA NDO
A taxa de juros cobrada pelo Banco Central dos bancos comerciais é a chamada
taxa de redesconto. Se o governo deseja que haja uma elevação da quantidade de
dinheiro em circulação, ele irá diminuir o valor dessa taxa. Em contrapartida, se quiser
que tenha uma redução na quantidade de dinheiro na economia, ele eleva essa taxa.
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Verificando a definição de taxa de juros, já é possível inferir que essa é uma variável
das mais importantes em qualquer economia, visto que, a partir dela, muitas decisões
são tomadas. Por exemplo, se um empresário deseja fazer um investimento, uma
das variáveis que ele levará em consideração é a taxa de juros. Se uma pessoa física
pretende comprar um produto e vai pagá-lo à prestação, quanto ele pagará de juros
vai afetar diretamente sua decisão de compra.
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P E N SAN DO J UNTO S
Aí, você pode me dizer: mas quando o governo vai querer desaquecer a economia?
Quando, por exemplo, a inflação estiver muito elevada. E como se faz essa políti-
ca? A ferramenta mais utilizada, no Brasil, é a taxa de juros, mas todos os instru-
mentos de política monetária citados anteriormente são e podem ser u
tilizados.
Figura 1 - O Mecanismo de Transmissão da Política Monetária / Fonte: Harrison et al. (2005 apud PIRES, 2008).
Descrição da Imagem: a figura traz um fluxograma que vai desde a taxa de juros até a inflação. Fim da descrição.
Veja, com base na Figura 1, o que se espera a partir de uma mudança na taxa
de juros: que ela afete as taxas de mercado que estão ligadas às expectativas dos
agentes e que, juntamente com os preços dos ativos, irão influenciar a demanda
que é o que determinará a inflação. Por outro lado, a taxa de juros também está
ligada à taxa de câmbio que determina o preço das importações que influencia
a inflação. Esse é o modelo utilizado pela Inglaterra.
Na Figura 2, podemos verificar um esquema parecido com o da Figura 1, mas
este foi construído para ilustrar o que ocorre no Brasil.
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Figura 2 - O Mecanismo de Transmissão da Política Monetária - Brasil / Fonte: adaptada de Gontijo (2007).
Descrição da Imagem: a figura ilustra o desencadear da política monetária partindo de um dos mecanismos
tradicionais, nesse caso, especificamente, para o Brasil. Podemos verificar que todos eles afetam, em última
instância, o nível geral de preços, mas também influenciam o produto da economia (o PIB) e, em especial a taxa
de juros influencia a taxa de câmbio. Fim da descrição.
Política fiscal
A P RO F UNDA NDO
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Já quando o governo tem déficit em suas contas, ou seja, ele gastou mais do que
arrecadou, podemos dizer que ele está fazendo uma política fiscal expansionis-
ta, isso porque, se o governo gasta mais do que arrecada, ele está estimulando a
economia pela injeção de recursos. Aqui cabe uma observação bastante impor-
tante: e a qualidade desses gastos? Muitas vezes, apenas gastar para injetar dinhei-
ro na economia não é uma boa estratégia, é preciso saber em que se está gastando.
A função da política fiscal é a de ajudar o governo a atingir seus objetivos
para uma nação e, para isso, o governo utiliza as variáveis gastos e arrecadação.
A maior parte das arrecadações do governo brasileiro se dá pelos impostos. De
acordo com Gremaud et al. (2008), o Brasil sempre utilizou a estrutura tributária
para estimular setores da economia.
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IMPOSTOS DIRETOS
IMPOSTOS INDIRETOS
IMPOSTOS NEUTROS
IMPOSTOS REGRESSIVOS
IMPOSTOS PROGRESSIVOS
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Conforme vimos na definição do que é política fiscal, ela trata dos gastos e arre-
cadação do governo. Assim, para “fazer” política fiscal, o governo utiliza seu gasto
e/ou sua arrecadação objetivando, sempre, alcançar algo com sua ação.
O governo pode decidir, e decide, como, quando e para que utilizará seus recur-
sos. Essa é uma maneira de fazer política fiscal. O governo decide, também, sobre
as alíquotas de impostos, e isso é política fiscal. Vamos ver um exemplo prático:
Exemplo: no ano de 2008, houve uma crise internacional mais localizada, a princípio
nos Estados Unidos, batizada de crise das hipotecas. Com ela houve, de modo geral,
uma redução no consumo mundial, e o Brasil acabou passando a vender menos
para o resto do mundo, já que este estava em crise.
Um dos mecanismos utilizados pelo então Presidente Lula foi o de reduzir o IPI dos
automóveis, objetivando reduzir seu preço e elevar sua demanda. Consequência:
com a redução no preço dos carros, ocorreu uma elevação da demanda e um aque-
cimento da economia brasileira, mais especificamente do setor automobilístico. A
indústria automobilística não reduziu sua produção e nem precisou demitir pessoal.
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Esse mesmo mecanismo foi utilizado com os produtos de linha branca, como ge-
ladeiras e fogões. A esse tipo de política fiscal damos o nome de expansionista,
na qual o objetivo do governo é expandir, fazer crescer a economia. Se o objetivo
fosse contrair a economia, o governo poderia, por exemplo, ter elevado o IPI desses
produtos. Assim, as pessoas demandam menos, e a economia se retrai.
É dentro da política fiscal que o governo decide onde fará seus investimentos.
Dessa forma, ela influencia diretamente os cidadãos. Além disso, é por meio dessa
política que verificamos se o governo está endividado ou não, de onde estão vindo
e pra onde estão indo seus recursos.
Como já falamos anteriormente, a política fiscal pode ser utilizada para in-
centivar ou desincentivar a indústria (produção) de algum produto. Vejamos a
respeito de quanto de impostos está embutido em determinados produtos:
PRODUTO %
Fubá 25,28
Sapato 36,17
Gasolina 53,03
Livros 15,52
Tabela 1 - Percentual de tributos embutidos no preço final de produtos / Fonte: adaptada de Impostôme-
tro (c2023).
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Política cambial
A política cambial é aquela que busca manter, atingir uma taxa de câmbio que
seja considerada boa para a economia. Junto à política cambial, alguns autores
trabalham a chamada política comercial, que se refere a mecanismos de incentivo
ou desincentivo às exportações e as importações.
Ao estudarmos teoria econômica, devemos ter em mente que esta tem uma
gama imensa de variáveis, mas quando falamos em economia, é muito difícil que
ninguém se manifeste e comente sobre o Dólar.
P E N SA N DO J UNTO S
Como vimos anteriormente, o governo tem alguns objetivos nas suas políticas
macroeconômicas, e dentro da política cambial, o que é que o governo pode
ou poderia fazer? Vamos começar por entender um pouquinho sobre o câmbio.
Câmbio é uma palavra de origem espanhola que significa troca. Então, quando
pensamos no dólar, na verdade, estamos pensando quanto vai custar esse dólar,
ou seja, de quantos reais eu preciso para comprar ou trocar por um dólar.
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Nas palavras de Gremaud et al. (2008) a taxa de câmbio é o valor que uma moe-
da nacional possui em termos de outra moeda nacional. Dessa forma, podemos
comparar o Real ao Dólar, ao Euro, e assim por diante. Bem como podemos
comparar Euro ao Dólar, Euro ao Franco.
Um país pode adotar regimes cambiais diferentes. No caso do Brasil, você sabe
qual é o regime cambial adotado atualmente? Vejamos quais são os regimes que
a literatura traz e, depois, você nos responde em qual desses o Brasil se encaixa.
Figura 3 - Modificação do preço da moeda nos regimes de câmbio fixo e flutuante / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um fluxograma sobre a modificação do preço das moedas nos regimes
de câmbio fixo e câmbio flutuante.
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Quando temos taxa de câmbio fixo e o mercado demanda muita moeda estran-
geira, o Banco Central entra no mercado cambial ofertando moeda internacional
para que o preço dela não suba (não haja alteração na taxa cambial).
Nesse regime cambial, é permitido que o preço da moeda oscile de acordo com as
condições de oferta e demanda do mercado. Nesse caso, o Banco Central também
compra e vende moeda estrangeira, no entanto, faz isso apenas pela necessidade
que tem de utilizar essa moeda, ele não entra no mercado para influenciar ou
determinar o seu preço.
No caso de câmbio flutuante, o preço da moeda será determinado pelas leis
da oferta e demanda. Se houver maior demanda pela moeda, seu preço se elevará,
e se a demanda cair, seu preço também cairá.
Qualquer transação que seja realizada com o exterior é influenciada pela taxa de
câmbio. Pensando dessa maneira, podemos entender que governos possam se utilizar
desse artifício ou dessa política, buscando atingir algum objetivo para sua economia.
Vamos tratar do nosso caso específico, do mercado brasileiro. Quem de-
manda dólar? Quem oferta dólar? Em outras palavras, quem compra e quem
vende dólares?
Os demandantes de dólares:
■ turistas que viajam para o exterior;
■ pessoas ou empresas que importam produtos (compram produtos
do exterior);
■ pessoas ou empresas que contraíram dívidas no exterior e preci-
sam saldá-las;
■ filiais de empresas cujas sedes são no exterior (ao remeterem lucros e
dividendos).
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Os ofertantes de dólares:
■ pessoas ou empresas que exportam seus produtos;
■ turistas estrangeiros que vêm ao Brasil;
■ investidores estrangeiros que investem no Brasil;
■ quem faz empréstimos no exterior.
Levando em conta quem são os ofertantes e demandantes de dólares, po-
demos afirmar que o preço dessa mercadoria, ou seja, a taxa de câmbio é uma
variável muito importante para a economia. Com certeza, a taxa de câmbio in-
fluenciará as relações comerciais de residentes com os não residentes.
Reservas cambiais
A taxa de câmbio fica muito depen-
vulneráveis a ataques
dente da volatilidade do mercado
especulativos.
financeiro nacional e internacional.
Desvantagens A política monetária (taxa
Maior dificuldade de controle das
de juros) fica dependen-
pressões inflacionárias, devido às
te do volume de reservas
desvalorizações cambiais.
cambiais.
Quadro 1 - Vantagens e desvantagens dos regimes cambiais / Fonte: adaptado de Vasconcellos (2011).
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
E M FO CO
NOVOS DESAFIOS
Discutimos as três principais políticas macroeconômicas, que são a monetária
- que está relacionada à taxa de juros e à quantidade de moeda em circulação, e,
consequentemente, o crédito - a política fiscal - que são os gastos e arrecadação
do governo - e, por fim, a cambial - que trabalha com a variável taxa de câmbio
- e a forma de impacto dessa variável da economia.
Agora, você conseguirá compreender um pouco melhor as manchetes eco-
nômicas e as ações do governo em termos econômicos. Espero que eu tenha
conseguido despertar em você a paixão pela macroeconomia e pela economia
como um todo.
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AUTOATIVIDADE
1. Crescimento econômico é um dos objetivos que o governo procura alcançar, sendo, portan-
to, tema de estudo da macroeconomia. Assim, crescimento econômico pode ser definido
como o aumento da capacidade produtiva da economia, ou seja, é a riqueza de um país.
Para que uma nação gere riqueza, são utilizados recursos disponíveis, que são limitados.
Com base no exposto, assinale V para verdadeiro e F para falso quanto às fontes/aos ins-
trumentos de crescimento econômico:
a) V, V, V, F.
b) F, F, V, V.
c) F, V, V, F.
d) F, V, F, V.
e) V, F, F, V.
2. Uma desvalorização cambial significa que é necessário mais da moeda nacional, no caso,
Real, para comprar moeda estrangeira. Vamos supor que, inicialmente, a taxa de câmbio
era de R$ 3,00.
Comparando essa taxa com os valores seguir, marque a alternativa que significa que houve
uma desvalorização cambial:
I - R$ 3,01.
II - R$ 3,00.
III - R$ 2,99.
IV - R$ 3,02.
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AUTOATIVIDADE
3. Podemos dizer que tudo que o governo gasta e arrecada pode ser utilizado como política
fiscal.
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REFERÊNCIAS
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GABARITO
1. Opção A.
2. Opção D.
3. Opção C.
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UNIDADE 3
TEMA DE APRENDIZAGEM 7
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
INTERNACIONAL
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 7
Vamos iniciar nossas discussões com uma pergunta: o que leva um país a comer-
cializar com outras nações? Para responder a esse questionamento, diversas ex-
plicações podem ser levantadas, como a disparidade nas condições de produção
ou, ainda, na obtenção que certos países têm em obter as chamadas economias
de escala ao produzir e vender ao mercado internacional.
ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
Para a teoria das vantagens comparativas, como afirma Vasconcellos (2011), cada
país deve se especializar na produção do bem em que é relativamente mais efi-
ciente ou cujo custo seja menor, e exportar este bem. Por outro lado, esse mesmo
país deve importar as mercadorias cuja produção implica um custo maior ou que
ele seja menos eficiente. Assim, a especialização dos países na produção de bens
distintos é a base do processo de troca entre as nações.
Para ficar mais fácil a compreensão, vamos imaginar que existam somente dois
países, Inglaterra e Portugal; dois produtos, vinho e tecido; e um fator de produ-
ção, que é a mão de obra. Com base no trabalho, a produção de cada país pode
ser vista na Tabela 1.
Portugal 90 80
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P E N SA N DO J UNTO S
E a mesma situação é com Portugal, que irá trocar uma unidade de vinho que gasta
80 horas para produzir por uma unidade de tecido inglês, que caso Portugal fosse
produzir, seriam gastas 90 horas.
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
Por exemplo, se a renda crescer, a demanda por tecidos aumentará mais do que,
proporcionalmente, a demanda de vinhos, já que tecido é um bem mais elástico e,
com isso, existirá uma deterioração da relação de trocas entre Portugal e Inglaterra,
e os ingleses terão mais benefícios.
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Com base no que já foi exposto, podemos concluir que, quanto maior for a
oferta de divisas em relação à demanda, menor será a taxa de câmbio, já que tere-
mos mais dólar no mercado interno, o que faz com que o preço do dólar reduza.
Com isso, o Real sofre uma valorização cambial. Por outro lado, se aumentar a
demanda por dólares dada a oferta, a taxa de câmbio será maior, já que o dólar
estará mais caro. Assim, o Real sofre uma desvalorização cambial.
Além desses dois regimes cambiais, que são os mais utilizados, ainda temos
os casos intermediários entre o flexível e o fixo. Dentre esses regimes interme-
diários, podemos citar a flutuação suja, na qual o país adota o regime flutuante,
mas com o Banco Central intervindo o todo inteiro para manter a taxa de câmbio
em níveis adequados, sem muitas oscilações.
Agora que ficou bem clara a taxa de câmbio, vamos compreender o efeito das
variações na taxa de câmbio sobre algumas situações.
Situação oposta ocorre quando temos uma valorização cambial: os nossos produtos
ficarão muito caros no mercado internacional, e os produtos estrangeiros, baratos.
Assim, uma valorização cambial estimulará as importações e desestimulará as
exportações.
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Certamente você deve estar pensando que achamos a solução para os aumentos de
preços, mas não, pois com a moeda valorizada, teremos outros problemas, como a re-
dução das exportações, aumento na dependência externa e tantos outros problemas.
Então, o nível da taxa de câmbio deve ser relativamente alto para estimular as
exportações e relativamente baixo para não encarecer demasiadas as importações
e pressionar a inflação, como afirma Vasconcellos (2011).
Existe uma grande diferença entre variáveis nominais e reais. Por exemplo, o
salário que vem no seu holerite ou contracheque é o salário nominal, já que
poder de compra é o salário real. Agora que você já compreendeu a diferença,
vamos analisar a taxa de câmbio nominal e real. Para isso, vamos a um exemplo:
uma desvalorização cambial de 10% é nominal, se a inflação for 10%, não houve
desvalorização nominal.
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ABORDAGEM DE DEMANDA
A taxa de câmbio real é a razão entre o nível geral de preços externos e o nível geral
de preços internos:
R = eP ∙ / P
No qual: R – taxa de câmbio real
e- taxa de câmbio nominal
P* - preço externo
P – preço interno
ABORDAGEM DE OFERTA
A taxa de câmbio real é a razão entre o preço dos bens comercializáveis e o preço dos
bens não comercializáveis.
R = PT / PNT
No qual: R – taxa de câmbio real
PT – preço dos bens comercializáveis
PNT – preço dos bens não comercializáveis
Taxa de câmbio sobre a dívida externa do país
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Com a afirmação anterior, você pode perceber que sempre que estamos nos re-
ferindo a balanço de pagamentos, estamos falando em transações entre países,
portanto, as transações feitas no mercado interno não são contabilizadas no
balanço de pagamento, somente aquela do Brasil com qualquer outro país, seja
por pessoas físicas ou jurídicas.
Nesse sentido, Vasconcellos (2011) observa que, no caso das transações externas,
não existe uma conta caixa, mas utiliza-se uma conta compensatória chamada
variação de reservas.
POSITIVO
Se o sinal da conta variação de reservas for positivo, significa que o saldo é credor, o
que acarreta uma redução nos haveres monetários, que são as reservas internacionais,
ou, ainda, pode aumentar as obrigações do país com o resto do mundo.
NEGATIVO
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Figura 1 - Gráfico referente a evolução do saldo comercial / Fonte: adaptada de MDIC (c2023).
Descrição da Imagem: gráfico mostrando a evolução do saldo comercial de 2006 a 2014, com queda na maioria
dos anos e pico de subida em 2011.
a) Balança comercial
A conta balança comercial é composta pelo comércio internacional de bens,
tanto as exportações quanto as importações de produtos. Por exemplo, se o Brasil
exporta grãos para a China, o valor será contabilizado nessa conta em exporta-
ções. Caso o Brasil importe tecnologia do Japão, o valor também é contabilizado
na balança comercial, mas em importações. É importante observar que as transa-
ções feitas são do tipo FOB, que significa free on board, ou seja, isentas de fretes
e seguros, tanto as importações quanto as exportações.
b) Serviços e Rendas
Você percebeu que, diferentemente da conta balança comercial, aqui, so-
mente os serviços são contabilizados? E quais são esses serviços? Fretes, seguros,
lucros, juros, royalties, assistência técnica, viagens internacionais, dentre outros.
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VALOR
BALANÇO DE SERVIÇOS
-7.162
Transportes -2.896
Seguros -4
Comunicações 4
Construção 227
Serviços diversos 0
Tabela 2 - Balanço de serviços no Brasil em 2000 (milhões de dólares) / Fonte: Feijó et al. (2013, p. 170).
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 7
Figura 2 - Evolução do saldo do Balanço de Serviços e Rendas / Fonte: adaptada de MDIC (c2023).
Descrição da Imagem: gráfico mostrando o saldo do balanço de serviços e rendas de 2006 a 2014, com queda
maioria dos anos e leve subida em 2009 e 2012.
VALOR
Total 1.521
Transferências recebidas 1.828
Transferências enviadas -307
Tabela 3 - Conta transferências unilaterais líquidas de renda para o Brasil, em 2000 (por milhões de
dólares) / Fonte: Feijó et al. (2013, p. 172).
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Descrição da Imagem: gráfico demonstrando a evolução do saldo em conta transferências unilaterais de 2006
a 2014, com queda na maioria dos anos e subida em 2008 e 2013.
d) Transações correntes
A soma das contas balança comercial, balança de serviços e rendas e trans-
ferências unilaterais resultam do saldo em conta corrente, também chamado de
saldo em transações correntes. Se o saldo for positivo, significa que temos um
superávit em transações correntes, o que mostra que o Brasil envia mais bens e
serviços a outros países do que recebe.
Por outro lado, se o saldo for negativo, teremos um déficit em conta corrente, o
que significa que o Brasil recebeu mais do que enviou bens e serviços, e isso mostra
que o país aumentou sua dívida externa em termos financeiros. E como você já
sabe, o ideal é sempre que tenhamos um saldo positivo, assim como é em nossa casa.
e) Conta Capital e Financeira
A conta capital e financeira era chamada de conta movimento de capitais
ou balanço de capitais, mas mudou de nome recentemente. Assim, essa conta
é composta pelas transações que irão produzir variações no ativo e no passivo
externo do país e que irão, portanto, alterar a posição do Brasil em termos de
credor ou devedor, frente aos demais países.
Assim, são registrados os investimentos diretos de empresas multinacionais,
de empréstimos e investimentos para projetos de desenvolvimento do país e de
capitais financeiros de curto prazo, aplicados no mercado financeiro nacional.
Por exemplo, as transações financeiras puras, como as ações empréstimos em
moeda, quota-partes, dentre outras, são contabilizadas nessa conta.
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f) Erros e Omissões
Erros e omissões são utilizados para contabilizar a diferença entre o saldo
do Balanço de Pagamentos e a Variação de Reservas, ou seja, pode ter aconteci-
do durante o processo de contabilização que alguma transação não tenha sido
contabilizada e, portanto, haverá uma diferença entre o saldo do Balanço de
Pagamentos e o quanto as reservas variaram. Para solucionar essa diferença, o
valor é colocado na conta erros e omissões.
Essa não é uma prática errada, ou corrupta, tanto que é aceito no mercado
internacional um erro de até 5% da soma das exportações e importações (VAS-
CONCELLOS, 2011).
g) Saldo do Balanço de Pagamentos
Da soma dos saldos das contas anteriores; saldo em conta corrente, saldo na
conta capital e financeira e erros e omissões, obtém-se o saldo do Balanço de
Pagamentos, que pode ser superavitário quando o sinal é positivo ou deficitário
quando o sinal é negativo.
h) Variação de Reservas
O superávit ou déficit no balanço de Pagamentos corresponde a um valor
igual, mas com sinal contrário na conta variação de reservas, já que estamos
trabalhando com o método de partidas dobradas.
Por exemplo, se o saldo do Balanço de Pagamentos for igual a US$ - 10,00, a conta
variação de reservas será US$ + 10,00. Por outro lado, se o saldo do Balanço de
Pagamentos for de US$ + 15,00 a conta variação de reservas será US$ - 15,00.
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EXEMPLO 1
EXEMPLO 2
Importação de $ 230, sendo $ 130 pagos em dinheiro e $ 100 financiados pelo pro-
dutor da mercadoria: crédito de $ 130 em haveres monetários, crédito de $ 100 em
outros investimentos e débito de $ 230 em importação.
EXEMPLO 3
EXEMPLO 4
Empréstimo de uma empresa brasileira para sua filial no exterior no valor de $ 110:
crédito de $ 110 em haveres e débito de $ 110 em investimentos diretos.
EXEMPLO 5
E M FO CO
NOVOS DESAFIOS
Neste tema de aprendizado, fizemos uma introdução à economia internacional,
que é uma área de estudo da economia.
Como estamos discutindo a economia internacional, não podíamos deixar
de entender o famoso Balanço de Pagamento, que segue uma lógica muito pró-
xima do balanço patrimonial das empresas, mas, nesse caso, as transações que
são contabilizadas são as do Brasil com os demais países.
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AUTOATIVIDADE
1. Vamos supor que o governo elabore uma política cambial de valorização da moeda nacional
em relação à moeda internacional.
2. Analise a tabela que mostra os saldos fictícios das contas que compõem do Balanço de
Pagamentos de uma certa economia no ano de 2015:
VALOR SINAL
Exportação 73.000
Importação 48.000
Derivativos 10.000 -
Obs.: a coluna Sinal indica se houve entrada (+) ou saída (-) líquida de divisas.
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AUTOATIVIDADE
Agora, discrimine:
Com relação à criação das duas instituições citadas, marque a alternativa correta:
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REFERÊNCIAS
AMANN, J. C. et al. Brasil e Mercosul: aspectos econômicos e a relevância do bloco para o país.
Revista Estudos do CEPE, Santa Cruz do Sul, n. 39, p.107-138, jan/jun. 2014.
FEIJÓ, C. A. et al. Contabilidade social: a nova referência das contas nacionais. Rio de Janeiro:
Elsevir, 2013.
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GABARITO
1. Opção B.
2.
I. 25.000
II. – 23.000
III. 5.000
IV. 6.500
V. 12.500
3. Opção C.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
ECONOMIA E GLOBALIZAÇÃO
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
Antes de começarmos a nos aprofundar neste tema, você pode acessar o nosso
podcast e saber mais clicando aqui!
Conteúdo de áudio/vídeo não patrocinado. Esse recurso utilizará seu pacote de
dados (ou wi-fi) para ser exibido. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo dig-
ital do ambiente virtual de aprendizagem.
O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO
Com o mundo globalizado, o comércio internacional está ganhando cada vez mais
importância, pois é uma forma de transformar economias pequenas e em desenvolvi-
mento em potências econômicas. E, no caso do Brasil, o comércio exterior contribui,
e muito, para que nossa economia cresça por meio da maior competitividade, ou
seja, o comércio permitiu que as indústrias produzissem mais do que a capacidade
do mercado interno, como o setor primário da economia brasileira (como você sabe,
somos um dos maiores exportadores de produtos primários - grãos).
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A P RO F UNDA NDO
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Assim, para iniciarmos nossas discussões acerca dos organismos que regem
a economia e o comércio internacional, é fundamental compreender o papel de
uma das principais instituições internacionais do mundo, que é a Organização
das Nações Unidas (ONU), que tem como objetivos principais assegurar a paz
mundial e o desenvolvimento dos países membros.
Além da ONU, outros organismos regem as relações internacionais e estão
diretamente ligados à ONU, que são a Organização Internacional do Trabalho
(OIT), que como o próprio nome diz, é uma Instituição voltada para as leis mun-
diais do trabalho; o famoso e polêmico Fundo Monetário Internacional (FMI),
que, dentre outras funções, estabelece a cooperação econômica, e, seguindo a
mesma linha do FMI, temos o Banco Internacional para Reconstrução e De-
senvolvimento (Bird), também chamado de Banco Mundial. Iremos compreen-
der a Organização Mundial do Comércio (OMC), que procura supervisionar
e liberar o comércio internacional. Vamos discutir cada um deles?
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Em junho de 1945, foi criada a chamada Carta das Nações Unidas, elaborada
por 50 países durante a Conferência sobre Organização Internacional, que ocor-
reu entre 25 de abril de 1945 e 26 de junho do mesmo ano. Apesar disso, somente
em outubro de 1945, oficialmente, a ONU foi criada, com a ratificação da carta
pelos Estados Unidos, China, França, Reino Unido e a antiga União Soviética.
AP RO F U N DA NDO
Com relação aos princípios que regem as Nações Unidas podemos citar a igual-
dade soberana, cumprimento dos compromissos, Resolução pacífica das con-
trovérsias internacionais, não pode recorrer a ameaça contra outros Estados,
assistência à ONU, dentre outros.
É importante observar que para desempenhar os propósitos e princípios da forma
mais imparcial possível, todos os membros da ONU se reúnem em Assembleia Geral, uma
espécie de parlamento/senado mundial, e cada país, independentemente do tamanho ou
da riqueza que possui, tem direito a um voto apenas.As decisões tomadas em Assembleia,
apesar de não serem obrigatórias, exercem pressão da comunidade internacional.
A sede atual da ONU fica na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, po-
rém, o terreno e prédio em que está instalada não são considerados norte-ameri-
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condições dignas, sendo esse trabalho, o decente, uma condição essencial para
superar a pobreza, reduzir as desigualdades sociais, garantir a governabilidade
democrática e o desenvolvimento sustentável.
O trabalho decente é interligado com os objetivos
O trabalho decente
da OIT, que são a (1) liberdade sindical e reconheci-
é interligado com os
mento efetivo do direito de negociação coletiva; (2)
objetivos da OIT
eliminação de todas as formas de trabalho forçado;
(3) abolição efetiva do trabalho infantil; (4) eliminação de todas as formas de
discriminação em matéria de emprego e ocupação, a promoção do emprego pro-
dutivo e de qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo
social (OIT, c2023, on-line).
AP RO F U N DA NDO
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O FMI, além de emprestar dinheiro aos países que precisam, acompanha a po-
lítica econômica de todos os membros e faz algumas recomendações, sempre
de acordo com as pesquisas, levantamentos estatísticos e previsões mundiais,
regionais e nacionais, que são elaboradas pelo secretário e sua equipe.
Assim, os objetivos declarados do FMI podem ser resumidos da seguinte
forma: promover a cooperação econômica internacional, o comércio interna-
cional, o emprego e a estabilidade cambial, inclusive mediante a disponibilização
de recursos financeiros para os países-membros para ajudar no equilíbrio de suas
balanças de pagamentos (ITAMARATY c2023, on-line).
P E N SAN DO J UNTO S
VAMOS RECORDAR?
Você certamente está pensando como é a estrutura organizacional do FMI, correto?
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Banco Mundial
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A OMC tem como objetivo estabelecer um marco institucional comum para regular
as relações comerciais entre os diversos membros que a compõem, estabelecer um
mecanismo de solução pacífica das controvérsias comerciais, tendo como base os
acordos comerciais atualmente em vigor, e criar um ambiente que permita a nego-
ciação de novos acordos comerciais entre os Membros (ITAMARATY, c2023, on-line).
Em 2017, a OMC era composta por 160 membros, e o nosso país é um dos funda-
dores. A sede é em Genebra, na Suíça, e são três as línguas oficiais na organização,
que são o espanhol, o francês e o inglês.
Apesar de ser uma organização nova, a origem da OMC é de 1947, com o
Acordo Geral sobre as Tarifas e Comércio (GATT), do qual herdou o conjunto
de princípios que são os fundamentos da regulação do comércio. Dentre eles,
podemos citar de acordo com o Itamaraty (c2023, on-line):
TRATAMENTO NACIONAL
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Um membro deve conferir aos demais o mesmo tratamento aos estabelecidos na lista
de compromisso.
TRANSPARÊNCIA
Já o Grupo dos Vinte (G20) é composto por países industrializados, como os que
fazem parte do G7, a União Europeia e os países emergentes, como o Brasil. Este
grupo é informal, mas juntos procuram discutir a estabilidade econômica global, as
políticas nacionais e internacionais relacionadas às instituições econômicas.
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BRICS
Você certamente já ouviu falar nos Brics, mas você sabe dizer o motivo deles
serem tão importantes, principalmente para nosso país? Brics é um termo criado
em 2001 que se refere a quatro países emergentes, que são o Brasil, Rússia, Índia
e China e, a partir de abril de 2011, África do Sul.
Assim, você pode perceber que o termo Brics é a junção da primeira letra do
nome em inglês de cada um dos países que dele fazem parte.
A P RO F UNDA NDO
Os países que fazem parte dos Brics possuem características em comum. Dentre
elas, podemos citar: estabilidade econômica recente; mão de obra abundante e se
qualificando; produção e exportação em crescimento; reservas de recursos mine-
rais; investimento em infraestrutura; melhoria nos indicadores sociais; redução len-
ta das desigualdades sociais; investimentos estrangeiros; população com acesso
ao sistema de comunicação.
Apesar das características, os Brics não formam um bloco econômico, e sim uma
aliança que tem como objetivo geral ganhar força no cenário político e econô-
mico mundial e, assim, defender os interesses em comum.
Assim, de acordo com o Itamaraty (c2023, on-line), os Brics vêm expandin-
do as suas atividades em duas linhas principais, que são: (1) a coordenação em
reuniões e organismos internacionais; (2) a construção de uma agenda de coo-
peração multissetorial entre seus membros.
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
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NOVOS DESAFIOS
Finalizamos este tema de aprendizagem com o tema globalização, que é o pro-
cesso mundial que interliga os países do mundo inteiro, seja pelo comércio,
por meio de exportação e importação de bens, seja pelas transações de capitais
ou financeiras.
Também entendemos alguns organismos internacionais que procuram es-
tabelecer normas de conduta dos países, que são, por exemplo, as Organizações
das Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional, Organização Internacional
do Trabalho e o Banco Mundial.
E claro, como o mundo está globalizado, os países tendem a se juntar para
poderem fazer frente a tantas mudanças, daí que surgem os grupos e blocos
econômicos. Um forte abraço, e até o próximo tema!
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AUTOATIVIDADE
Com relação à criação das duas instituições citadas, marque a alternativa correta:
2. Quando estudamos a Organização Internacional do Trabalho (OIT), um termo está muito pre-
sente, que é o “trabalho decente”, ou seja, é esse tipo de trabalho que a OIT procura promover.
Marque a alternativa que apresenta uma explicação para o termo trabalho decente utilizado
pela organização:
3. Os Brics formam um grupo internacional relativamente novo, e são formados pelas cinco
economias emergentes.
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REFERÊNCIAS
AMANN, J. C. et al. Brasil e Mercosul: aspectos econômicos e a relevância do bloco para o país.
Revista Estudos do CEPE, Santa Cruz do Sul, n. 39, p.107-138, jan./jun. 2014.
FEIJÓ, C. A. et al. Contabilidade social: a nova referência das contas nacionais. Rio de Janeiro:
Elsevir, 2013.
OIT - Organização Internacional do Trabalho. Conheça a OIT. c2023. Disponível em: https://www.
ilo.org/brasilia/conheca-a-oit/lang--pt/index.htm. Acesso em: 19 jun. 2017.
ONU - Organização das Nações Unidas. Sobre a ONU. c2023. Disponível em: https://www.
un.org/en/about-us. Acesso em: 19 jun. 2017.
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GABARITO
1. C
2. A.
3. B.
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MINHAS METAS
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Antes de começarmos a nos aprofundar neste tema, ouça nosso podcast! Recursos
de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
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Com essa explicação, você pode inferir que as decisões fundamentais que
orientam a atividade econômica estão diretamente conectadas aos proble-
mas ambientais (CALLAN; THOMAS, 2016). Para ilustrar melhor a relação,
Callan e Thomas (2016) apresentam um modelo elementar de atividade
econômica, que é o modelo do fluxo circular, o qual podemos visualizar
na Figura 1.
Descrição da Imagem: a figura é um fluxo circular simples, composto por dois agentes econômicos — que
são as famílias e as empresas — e dois mercados — o mercado de produtos e o mercado de fatores. Fim
da descrição.
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Descrição da Imagem: na figura, existe um único elemento a mais do que no fluxo circular, que é a natureza na parte
de cima da figura, com esse elemento a mais, novas conexões são feitas por meio do fluxo de materiais ou de recursos
naturais que irão se deslocar da natureza para a economia (parte de baixo da figura). Este fluxo demonstra como a ativi-
dade econômica explora o estoque de recursos naturais, tais como solo, água, minerais, dentre outros. Fim da descrição.
A P RO F UNDA NDO
O que inicialmente não há problema, pois a natureza absorve esses gases pela capa-
cidade de assimilação ambiental, porém, no longo prazo, a natureza perde essa
capacidade. Esta é uma preocupação da economia ambiental, que discutiremos
mais para frente.
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Recuperação, como o próprio nome diz, é a ação de recuperar um produto para que
possa ser novamente utilizado com a mesma função de antes. Já a reciclagem está rela-
cionada a transformar um resíduo em produto novo; como exemplo temos papel, vi-
dros e plásticos, que passam por novos processos e se transformam em outros produtos.
Por último, a reutilização é quando o produto passa a ter outro uso, mas
sem se transformar em outro produto, como papel usado para impressão pode
se transformar em rascunho do lado que não foi utilizado.
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Os danos ambientais
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Poluição pode ser definida de diversas formas, mas Callan e Thomas (2016)
afirmam que, genericamente, poluição é a presença de matéria ou energia cuja
natureza, localização ou quantidade causam efeitos considerados indesejados
ao meio ambiente.
Assim, os danos ambientais podem ser causados por poluentes naturais, que
são aqueles originários na própria natureza, como é o caso de partículas de erup-
ções vulcânicas, névoa salina e pólen; e por poluentes antropogênicos, que são
resultantes da ação do homem, além de todos os resíduos associados ao consumo
e à produção (resíduos químicos gerados a partir de certos processos industriais).
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Qual dos dois tipos de poluentes, naturais ou antropogênicos, são os mais preocu-
pantes para a economia ambiental?
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Podemos discutir sobre a extensão dos danos ambientais, pois, apesar da degra-
dação ambiental estar presente no mundo inteiro, existem alguns tipos de poluição
que têm efeitos limitados a um único local, enquanto outros afetam uma área maior.
Assim, Callan e Thomas (2016) classificam a extensão dos danos ambientais em:
■ Local – refere-se à degradação ambiental que não se expande a grandes
distâncias da fonte poluidora, impactando apenas uma pequena área,
porém, apesar da extensão ser pequena, o dano pode ser enorme, por
exemplo, o chamado smog urbano, que é a mistura da umidade do ar com
poluição atmosférica, que visivelmente é uma nuvem amarela espessa e
está presente em cidades como Pequim, Los Angeles, Cidade do México e
na cidade de São Paulo. Para você ter uma ideia do tamanho do problema,
vamos analisar a Figura 3.
Figuras 3 - Poluentes que contribuem com a poluição urbana do ar nas grandes metrópoles
Fonte: Callan e Thomas (2016, p. 21).
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um gráfico de barras que compara os níveis de três poluentes
atmosféricos em onze grandes cidades do mundo (Nova York-Newark, Los Angeles, Londres, Madri, Cidade do
México, Tóquio, Berlim, Paris, Pequim, Toronto e São Paulo). Os poluentes são dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido
de enxofre (SO2) e material particulado (MP). O gráfico mostra que as cidades com os níveis mais altos de NO2
são Pequim, Nova York-Newark e Los Angeles. As cidades com os níveis mais altos de SO2 são Pequim, Cidade
do México e Londres. As cidades com os níveis mais altos de MP são Pequim, Cidade do México e São Paulo. O
gráfico também mostra que os níveis de NO2 e SO2 são geralmente mais altos nas cidades da Ásia e da América
do Norte. Os níveis de MP são geralmente mais altos nas cidades da Ásia e da América Latina. Fim da descrição.
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Descrição da Imagem: a imagem apresenta um diagrama do efeito estufa. O diagrama é dividido em duas partes:
a parte superior mostra a radiação solar chegando à Terra em duas formas: luz visível e radiação infravermelha.
A luz visível é refletida pela atmosfera e atinge a superfície da Terra, onde é absorvida e convertida em calor.
A radiação infravermelha é absorvida pela atmosfera e pelos gases de efeito estufa, e a parte inferior mostra a
retenção do calor pela atmosfera. Fim da descrição.
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Com base em todas as nossas discussões até agora, podemos afirmar que, como
esses problemas ambientais estão presentes em todos os países do mundo, alguns
objetivos ambientais precisam ser muito bem definidos e debatidos.
Assim, segundo Callan e Thomas (2016), atualmente existem três objetivos
ambientais globais, que são: qualidade ambiental, que está relacionada à re-
dução da contaminação antropogênica a um nível aceitável; desenvolvimento
sustentável, que é a gestão dos recursos planetários de forma que qualidade e
abundância sejam asseguradas para as futuras gerações; e biodiversidade, que se
refere à variedade de espécies distintas, sua variabilidade genética e a diversidade
dos ecossistemas que habitam.
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Mas por quê? Como afirmam Callan e Thomas (2016), embora crescimento
econômico seja um resultado favorável, no longo prazo há implicações, como
sugere o modelo do balanço de materiais. Assim, encontrar o equilíbrio entre
crescimento econômico e preservação dos recursos naturais não é uma tarefa
fácil, mas é o objetivo do desenvolvimento sustentável.
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Com base em nossas discussões até aqui, podemos afirmar que existem dois eixos
fundamentais para o desenvolvimento sustentável, que são: a conquista de um
modelo de bem-estar econômico-social coerente e adequado, equitativamente
distribuído; e usufruir do capital natural de forma a garantir a integridade eco-
lógica, o que constitui seu uso racional intertemporal.
No âmbito econômico os processos de produção e consumo envolvem a
questão do desenvolvimento econômico. Na questão social, a preocupação é
com o bem-estar humano e a qualidade de vida; por último, temos a área am-
biental, em que a preocupação central é deteriorar o mínimo possível a natureza
e seus recursos.
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O debate econômico do meio ambiente surge em duas correntes, que são a eco-
nomia ambiental e a economia ecológica ou do meio ambiente. A primeira re-
fere-se ao chamado mainstream neoclássico, que acredita que os recursos naturais
não representam, a longo prazo, um limite para a economia, ou seja, inicialmente os
recursos naturais não são considerados nas representações analíticas da realidade
econômica e a função de produção é composta apenas por capital e trabalho.
A P RO F UNDA NDO
NO PRIMEIRO MOMENTO
A esquerda existe apenas na economia, que funciona sem os recursos naturais, já que
os bens são livres e poderiam ser interpretados como um presente da natureza.
NO MOMENTO DOIS
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NO TERCEIRO MOMENTO
A visão ecológica, na qual podem ver que a economia depende dos recursos naturais,
tanto que as setas estão em direção dos recursos naturais para a economia, e não ao
contrário, como no momento anterior.
Sustentabilidade
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Sustentável é algo que pode ser mantido, ou seja, é a capacidade que o ecossistema
tem para enfrentar os desequilíbrios externos sem comprometer suas funções. De
outra forma, sustentável é aquilo que tende a ser preservado. No estudo da eco-
logia, o ecossistema possui algum grau de sustentabilidade, que é a disposição do
ecossistema de confrontar distúrbios externos sem danificar seu funcionamento.
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Agora iremos entender a contribuição dos recursos naturais para esse crescimen-
to econômico que é um dos principais objetivos da economia de uma nação e
também porque estudar a relação entre os recursos naturais e a economia é de
suma importância, pois estamos discutindo a sustentabilidade. Para isso, é preci-
so compreender os recursos naturais, o que são e como podem ser classificados.
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AP RO F U NDA NDO
Até que a agricultura foi inventada e o ecossistema original foi sendo modi-
ficado, mas não ao ponto de prejudicar a natureza ou acabar com os recursos
naturais. Só que no século XVIII, mais exatamente a partir de 1760, novos pro-
cessos de manufaturas surgiram, dando início à chamada Revolução Industrial
e ao processo dos grandes danos ambientais.
Recursos Naturais
Os recursos naturais são, na maior parte, bens livres, e podem ser definidos como
tudo aquilo que é necessário para as pessoas e estão disponíveis na natureza. Os
recursos naturais podem ser classificados em dois tipos, segundo a capacidade
de recomposição de um recurso ao longo do tempo, que são:
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NOVOS DESAFIOS
Neste tema de aprendizagem, discutimos um tema bem atual e de grande preo-
cupação das sociedades e dos governos de todos ou, pelo menos, da maioria dos
países, que é a preservação do meio ambiente.
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AUTOATIVIDADE
2. Podemos definir meio ambiente como um conjunto de unidades ecológicas, que estão
incluídos os animais, vegetais, micro-organismos, solo, rocha, ar, dentre outros, que inte-
ragem no sistema natural. Assim, meio ambiente e sistema econômico, principalmente o
capitalista, entram em constante conflito, já que os recursos naturais são escassos e não
se pode produzir tudo que a população deseja.
Com base no exposto, podemos afirmar que duas variáveis são alteradas constantemente
na economia e, com isso, influenciam a relação com o meio ambiente. As variáveis a que o
enunciado se refere são?
a) Produção e consumo.
b) Oferta e demanda.
c) Recursos produtivos e insumos.
d) Trabalho e processo produtivo.
e) Concorrência e direito de propriedade.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS
CALLAN, S. J.; THOMAS, J. M. Economia ambiental: aplicações, políticas e teoria. São Paulo:
Cengage Learning, 2016.
MILLER, G. T.; SPOOLMAN, E. S. Ecologia e sustentabilidade. 6. ed. São Paulo: Cengage Lear-
ning, 2012.
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GABARITO
1. Opção A.
2. Opção A.
3. Opção E.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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