Minuta Mci 2024 Sso
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MANUAL DE
COMUNICAÇÃO DE
INCIDENTES
MANUAL DE
COMUNICAÇÃO DE
INCIDENTES
Diretor-Geral
Rodolfo Henrique de Saboia
Diretores
Symone Christine de Santana Araújo
Daniel Maia Vieira
Fernando Wandscheer de Moura Alves
Patricia Huguenin Baran
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
REVISÕES
VERSÃO PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DATA DE
APROVAÇÃO
Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................7
2. GLOSSÁRIO DE TERMOS .......................................................................................................................................9
3. ORIENTAÇÕES GERAIS ....................................................................................................................................... 10
3.1. Quais informações devem ser enviadas na comunicação inicial do incidente? ........................... 10
3.2. Como selecionar uma ou mais tipologias de incidente? ........................................................................ 11
3.3. Quando devo indicar o tipo de incidente como descarga e/ou como perda de
contenção primária? ...................................................................................................................................................... 11
3.4. Quando se deve atualizar um CI? .................................................................................................................... 11
3.5. Quando enviar relatório interno da comissão de investigação do incidente? .............................. 12
3.6. Qual é o prazo para entrada em vigência da versão 4 do Manual de Comunicação de
Incidentes de Exploração e Produção?................................................................................................................... 12
4. DEFINIÇÕES DE TIPOLOGIAS DE INCIDENTES ........................................................................................ 13
5. REFERÊNCIAS’ ........................................................................................................................................................ 15
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste Manual de Comunicação de Incidentes é orientar os agentes regulados quanto aos critérios e
procedimentos para a comunicação à ANP de incidentes ocorridos no escopo de um contrato ou
autorização, nos termos da Resolução ANP nº 882 de 2022.
Incidente é definido na Resolução ANP nº 882/2022 como “ocorrência que cause ou tenha potencial de
causar poluição ou danos ao meio ambiente ou à saúde humana, prejuízos materiais ao patrimônio
próprio ou de terceiros ou interrupção das operações da instalação, sendo, portanto, considerados
incidentes os quase acidentes e os acidentes”.
Acidente, por sua vez, é definido pela Resolução como “ocorrência que resulte em poluição ou danos ao
meio ambiente ou à saúde humana, prejuízos materiais ao patrimônio próprio ou de terceiros ou
interrupção das operações da instalação”; e
Quase acidente como “ocorrência que tenha potencial de causar poluição ou danos ao meio ambiente ou à
saúde humana, prejuízos materiais ao patrimônio próprio ou de terceiros ou interrupção das
operações da instalação”.
Portanto, de forma ilustrativa, o termo incidente engloba o acidente (evento de dano) e o quase acidente (evento
com potencial de dano), conforme Figura 1.
Este manual se aplica aos agentes regulados pela ANP. Inicialmente, são apresentadas orientações gerais e
definições de tipologias aplicáveis a todos os segmentos, e posteriormente, os anexos descritos abaixo
contêm as orientações aplicáveis e tipologias comunicáveis a cada um dos segmentos regulados.
- Anexo I – Exploração e Produção, aplicável a:
a) instalações terrestres de produção;
b) plataformas de produção marítimas;
c) reservatórios e poços de exploração e produção;
d) sistemas de coleta e escoamento da produção;
e) sondas de perfuração ou intervenção marítimas ou terrestres;
f) veículos ou navios para aquisição de dados geológicos ou geofísicos;
g) instalações de armazenamento dos fluidos produzidos e movimentados em área sobcontrato
com a ANP; e
h) instalações exercendo atividades de apoio em área sob contrato com a ANP.
- Anexo II – Movimentação e Armazenamento de Petróleo, Derivados, Biocombustíveis e Gás
Natural, aplicável a:
a) dutos portuários;
b) estações de medição, de interconexão, intermediárias de bombeamento ou de reaquecimento, de
medição e regulagem, de compressão, de redução de pressão, de limpeza e de medição
operacional;
c) embarcações que exerçam a atividade de transporte a granel de petróleo, seus derivados,gás
natural, biodiesel e misturas de óleo diesel e biodiesel, por meio aquaviário;
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
2. GLOSSÁRIO DE TERMOS
Para o cumprimento das finalidades deste manual, consideram-se as seguintes definições,subsidiariamente
às constantes no arcabouço regulatório da ANP e na legislação vigente:
Contenção primária: tanque, vaso, tubulação, duto ou qualquer equipamento projetado para servir como
meio de armazenamento ou usado para o processamento ou movimentação de materiais [1].
Substância nociva ou perigosa: qualquer substância que, se descarregada, é capaz de gerar riscos oucausar
danos à saúde humana ou ao meio ambiente [2].
3. ORIENTAÇÕES GERAIS
As orientações deste capítulo se aplicam à comunicação de incidentes em qualquer segmento
regulado pela ANP, nos termos da Resolução ANP nº 882 de 2022.
3.3. Quando devo indicar o tipo de incidente como descarga e/ou como perda de contenção
primária?
Tecnicamente, toda descarga, ou seja, uma liberação que atinge o meio ambiente, ocorre
somente após uma perda de contenção primária, isto é, após ocorrer a liberação não planejada ou
não controlada do fluido em relação à contenção primária. Dessa maneira, e considerando que
para um mesmo evento, os tipos de incidentes devem ser incluídos de forma cumulativa, as
Comunicações Iniciais de incidentes relativas a eventos de descarga deverão indicar também o
evento de perda de contenção primária que originou a descarga, classificada conforme o fluido e
volume envolvidos na perda de contenção primária. Isso permite uma melhor avaliação pela ANP
da efetividade das barreirasmitigadoras dos eventos de perda de contenção.
d) sintoma agudo que requeira tratamento médico, devido a exposição a substâncias nocivas
ou perigosas;
e) lesão de órgãos internos;
f) deslocamento de articulações;
g) perda de visão;
h) hipotermia ou outras doenças relacionadas à exposição a temperaturas extremas;
i) necessidade de internação por mais de vinte e quatro horas;
j) queimadura química ou por metal quente no olho ou qualquer lesão penetrante no olho; ou
k) qualquer outra lesão que requeira procedimento de ressuscitação [3].
Homem ao mar: queda em corpo d'água de pessoa a partir da instalação ou embarcação.
Incêndio maior: qualquer incêndio que cause:
a) Fatalidade(s) ou ferimento(s) grave(s), ou
b) Perda da instalação, ou
c) Parada não-programada de no mínimo 72 (setenta e duas) horas [5].
Incêndio significante: qualquer incêndio que cause:
a) Ferimento que acarrete afastamento e que não seja categorizado como ferimento grave, ou
b) Dano a uma instalação que é julgado com potencial de causar fatalidade(s) ou ferimento(s)
grave(s), ou
c) Dano a uma instalação que tenha ocasionado mobilização da força de trabalho para ponto
de abandono da instalação, ou
d) Dano severo que comprometa, de maneira significante, a integridade estrutural de uma
instalação (de uma perspectiva de meio ambiente ou segurança), caso esta continue
operando sem reparo imediato [5].
Incêndio menor: qualquer incêndio em área de processo não enquadrado em incêndio significante
ou maior e que demande atuação da brigada de incêndio para o seu combate.
Outros ferimentos: ferimentos decorrentes de incidente operacional que não estejam
enquadrados como ferimentos graves.
Perda de contenção primária: liberação não planejada ou não controlada de qualquer líquido a
partirda sua contenção primária [1].
Princípio de incêndio: período inicial da queima de materiais, compostos químicos ou
equipamentos que, por ter sido debelada ou interrompida, não evoluiu para um incêndio
significante ou maior [6].
Quase acidente de alto potencial: quase acidente com potencial de provocar acidente grave.
Queda de objetos: qualquer queda de objetos com energia potencial maior ou igual a 40 J [7].
Queima ou emissão de gás por motivo de emergência: qualquer queima ou emissão de gases
por sistema de segurança para a despressurização emergencial de sistemas e equipamentos
(estando ou não relacionado a ESD), excluindo abertura de PSVs.
Reação adversa a substâncias nocivas ou perigosas: qualquer evento onde ocorra uma reação
alérgica, náuseas, enjoos ou demais reações decorrentes da exposição de integrantes da força de
trabalho a substâncias nocivas ou perigosas.
Vazamento de gás: liberação não planejada ou não controlada de gás oriundo da contenção
primária, excetuando liberações que resultem de sistemas de produção ou processamento
projetados para responder a desvios de processo [5].
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
5. REFERÊNCIAS
[1] ANSI/API 754 Recommended Practice 754 - Process Safety Performance Indicators for the
Refiningand Petrochemical Industries
[2] Lei nº 9.966 de 28/04/2000, disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9966.htm
[4] ISO 13702/2015 - Petroleum and natural gas industries — Control and mitigation of fires
andexplosions on offshore production installations
ANEXO I
ORIENTAÇÕES PARA COMUNICAÇÃO DE
INCIDENTES DE EXPLORAÇÃO E
PRODUÇÃO
Sumário
Diretor-Geral .................................................................................................................................................................................. 3
Diretores ........................................................................................................................................................................................... 3
REVISÕES 4
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 7
2. GLOSSÁRIO DE TERMOS ........................................................................................................................................ 8
3. ORIENTAÇÕES GERAIS ........................................................................................................................................... 8
3.1. Quais informações devem ser enviadas na comunicação inicial do incidente? .................. 8
3.2. Como selecionar uma ou mais tipologias de incidente? ................................................................... 9
3.3. Quando devo indicar o tipo de incidente como descarga e/ou como perda de
contenção primária? .......................................................................................................................................... 10
3.4. Quando se deve atualizar uma CI? ............................................................................................................. 10
3.5. Quando enviar relatório interno da comissão de investigação do incidente? .................. 11
3.6. Qual é o prazo para entrada em vigência da versão 4 2 do Manual de Comunicação de
Incidentes de Exploração e Produção? .................................................................................................... 11
4. DEFINIÇÕES DE TIPOLOGIAS DE INCIDENTES ..................................................................................... 11
5. REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................................... 13
I.1. GLOSSÁRIO DE TERMOS .................................................................................................................................. 16
I.2. ORIENTAÇÕES PARA A COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES DE EXPLORAÇÃOE
PRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 17
I.2.2. Instalações Aplicáveis .................................................................................................... 20
I.2.7. Meio de Comunicação ................................................................................................... 23
I.2.8. Cancelamento de Comunicação de Incidentes .............................................................. 24
I.2.9. Postergação de Prazo para envio de Relatório de Investigação .................................... 24
I.3. INCIDENTES COMUNICÁVEIS ........................................................................................................................ 24
I.3.1. ACIDENTES .................................................................................................................... 26
I.3.1.2 DANO AO MEIO AMBIENTE ........................................................................................................................... 28
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
atividade realizada, mesmo que as instalações ou embarcações estejam em trânsito, em prontidão ou fora da
área definida por um contrato ou autorização. Outra exceção é a tipologia de queda de helicóptero, a qual deve
ser comunicada independente da localização.
Não são comunicáveis à ANP incidentes ocorridos em instalações em trânsito ou em atividades de apoio
que não estiverem efetivamente prestando suporte à execução de uma atividade operacional junto ou em uma
instalação, como por exemplo, um navio de apoio apenas em prontidão. Excetuam-se os incidentes de descarga,
que devem ser sempre comunicados, independentemente da localização da ocorrência do evento, conforme
preconiza a legislação em vigor.
Quanto ao enquadramento, um incidente operacional ocorrido no âmbito de um contrato ou autorização
só é comunicável à ANP caso o evento possa ser correlacionado com alguma das tipologias de incidentes
descritas neste manual.
Incidentes ocorridos nas atividades de apoio são comunicáveis somente caso sejam tipificados, nos
termos deste manual, nas seguintes tipologias:
- Descarga de qualquer natureza,
- Constatação de mancha de origem indeterminada,
- Ferimento grave,
- Fatalidade,
- Detonação acidental de explosivos,
- Incêndio maior, significante ou menor,
- Explosão,
- Perda de carga explosiva,
- Perda de carga radioativa,
- Queda de helicóptero,
- Adernamento,
- Abalroamento,
- Afundamento de equipamento ou material,
- Afundamento ou naufrágio de instalação ou embarcação,
- Desconexão de emergência,
- Perda de posicionamento,
- Perda de ancoragem,
- Quase acidente de alto potencial não tipificado, ou
- Homem ao mar.
Quanto aos incidentes identificados nos casarios das instalações offshore, somente devem ser
comunicados os eventos que possam ser enquadrados nas seguintes tipologias, mesmo que o incidente não tenha
sido decorrente de atividade operacional ou atividade de apoio, com a finalidade de computar dados para
estatísticas internacionais:
- Ferimento com afastamento,
- Ferimento grave,
- Fatalidade,
- Incêndio maior,
- Incêndio significante ou
- Explosão.
De forma a facilitar a compreensão das orientações acima, foi elaborado o seguinte fluxograma que
permite determinar se um incidente de Exploração e Produção é comunicável à ANP.
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
No envio da Comunicação
Inicial do Incidente (CI)
As informações contidas nos quadros de cor vermelha são necessárias para que a ANP tenha o correto
entendimento do incidente e de suas ações de resposta, diminuindo as dúvidas e necessidades de
esclarecimentos junto aos agentes regulados, sendo, portanto, um meio facilitador e promovendo a economia de
recursos. Entretanto, a falta de informações contidas neste quadro não deve impedir o agente regulado de
realizar a comunicação o mais rápido possível, com as informações de que dispõe no momento, devendo retificar
o comunicado assim que possível, incluindo as informações faltantes, quando aplicável. Caso o agente regulado
não possua alguma das informações contidas nos quadros de cor vermelha, ele deve realizar a comunicação
inicial com as informações disponíveis e enviar as informações faltantes assim que possível, após a
comunicação inicial de incidente.
O esquema indicado na Figura I.2 não representa uma planta de processamento, pois considera apenas as
principais operações com representatividade na maioria dos tipos de instalações utilizadas nas atividades de
produção de petróleo, gás natural e hidrocarbonetos fluidos. Sua finalidade é facilitar a correta identificação do
tipo de incidente para a comunicação do incidente. A definição da tipologia a ser comunicada deve considerar o
sistema em que houve a perda de contenção primária, não necessariamente correspondendo a substância vazada
ou descarregada.
Ressalta-se que os fluídos as tipologias relacionadas aos sistemas de substância nociva ou perigosa e
fluido de perfuração, completação, intervenção ou cascalho, não consideradas na Figura I.2, devem ser
informadas na comunicação de incidentes, observando as definições e demais orientações contidas neste
manual.
Deve-se observar que o esquema apresentado na Figura I. 2 considera a origem e o destino do fluido
envolvido na perda de contenção, descarga ou descarte, associando a substância às respectivas etapas do
processo.
Já a classificação da tipologia de fluidos oriundos de sistemas de drenagem dependerá do tipo de sistema
envolvido, divididos em:
(i) Drenagem aberta, que considera os sistemas abertos de drenagem, para a qual o sistema
deverá ser classificado como “água oleosa”; ou
(ii) Drenagem fechada, que considera os sistemas fechados de drenagem, para a qual a
classificação dependerá do sistema ao qual a drenagem fechada está interligada, podendo ser
água oleosa ou óleo. Havendo a mistura entre água e condensado de gás natural, o fluido
contido no sistema de drenagem fechada deverá ser sempre considerado como “óleo”.
Os demais sistemas, com fluidos classificados como óleos ou derivados de petróleo que são recebidos e
armazenados na instalação, utilizados para os mais diversos fins (p. ex. óleo lubrificante, óleo diesel para geração
de energia etc.) devem ser considerados como “sistemas de óleo”.
Sistemas dos demais fluidos inflamáveis, que não se enquadrem na definição de óleo, tais como glicol
para tratamento de gás ou injeção, devem ser considerados como “substâncias nocivas ou perigosas”.
É importante observar que, para os fluidos “água produzida” e “fluido de perfuração, completação,
intervenção ou cascalhos”, existem duas tipologias relativas a eventos de dano, nos quais os fluidos atingiram o
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
meio ambiente:
(i) Descarte fora do padrão de lançamento, para o caso de o lançamento previsto pela legislação
ambiental aplicável ou diretrizes específicas do órgão ambiental ter ocorrido fora dos limites
estabelecidos; ou
(ii) Descarga, para os casos provenientes de uma perda de contenção não prevista com lançamento
do fluido ao meio ambiente.
Sistemas de injeção, que não operam com água produzida e estejam desconectados dos sistemas
mencionados na Figura I.2, estão dispensados de comunicação de incidentes de perda de contenção e
descarga.
I.2.6. Como informar as substâncias e seus respectivos volumes nos eventos de descarga e
perda de contenção?
A informação do volume de substâncias descarregadas é de suma importância para a avaliação do
incidente, de suas consequências na área impactada e para a avaliação estatística utilizada na análise de
desempenho. Ressalta-se que a classificação do tipo de incidente de descarga ou perda de contenção primária
como “menor”, “significante” ou “maior” leva em consideração o volume total de fluidos liberados.
Temos como exemplo um incidente em uma plataforma que ocasionou uma perda de contenção de 1 m3
em sistema de óleo, do qual 0,1 m3 atingiu o meio ambiente. Para este caso, a comunicação de incidente deverá
indicar os seguintes tipos:
(i) “Perda de contenção primária significante em sistema de óleo”, pois o volume total de perda de
contenção foi de 1 m3; e
(ii) “Descarga menor em sistema de óleo”, pois o volume total descarregado foi de 0,1 m3.
Para que a comunicação de incidente seja aprovada pela ANP, a indicação de substâncias e volumes deve
considerar fielmente as substâncias liberadas, considerando a composição do fluido liberado. Ao se realizar a
comunicação de incidentes, devem ser informadas cada uma das substâncias que compõem o fluido liberado, com
o respectivo volume relativo a cada uma das substâncias. Ressalta-se que devem ser informados os volumes
descarregados, ou seja, que atingiram o meio ambiente. A informação do volume envolvido na perda de contenção
primária deverá constar na descrição do incidente.
No exemplo apresentado, considerando que o fluido liberado possuía uma composição de 50% de água
produzida fora de especificação e 50% de óleo em volume, a comunicação de incidente deveria informar como
“volume descarregado” as informações de 0,05 m3 de água produzida fora de especificação (50% do volume
descarregado de 0,1 m3) e 0,05 m3 de óleo (50% do volume descarregado de 0,1 m3). A descrição do incidente
deveria conter indicação do volume envolvido na perda de contenção primária, da seguinte forma: “O volume da
perda de contenção primária em sistema de óleo foi de 0,5 m3 de óleo (50% do volume da perda de contenção) e
0,5 m3 de água produzida fora de especificação (50% do volume da perda de contenção)”.
I.3.1. ACIDENTES
Configura-se como acidente qualquer ocorrência que resulte em poluição ou danos ao meio ambiente ou
à saúde humana, prejuízos materiais ao patrimônio próprio ou de terceiros ou interrupção das operações da
instalação.
Nos termos da Resolução ANP nº 882 de 2022, os agentes regulados deverão encaminhar à ANP o
relatório de investigação para todos os acidentes ocorridos em suas instalações.
Os eventos aqui listados como “Dano ao meio ambiente” são eventos de poluição, cuja comunicação
realizada pelo agente regulado à ANP não é considerada como declaração própria de ocorrência de dano
comprovado ao meio ambiente.
A atuação da ANP se restringe ao recebimento de informações dos incidentes para a resposta e
fiscalização dos requisitos normativos no âmbito administrativo, além da análise de causas de eventos para
atuação corretiva.
A ocorrência ou não do dano ao meio ambiente dos eventos abaixo listados deve ser identificada
posteriormente ao evento, mediante atuação de órgãos competentes, com o uso de todas as informações acerca
do evento e cumprindo os requisitos legislativos em vigor.
I.3.1.1.1 Fatalidade
As fatalidades comunicáveis são os óbitos ocorridos na instalação ou decorrentes de incidentes
operacionais, moléstia ou doença potencialmente contraída durante a execução das atividades, em até um ano
da data do incidente que possuam nexo causal com o evento. Ou seja, caso uma vítima de ferimento grave
venha a óbito por consequência do acidente no período de até um ano, a retificação do tipo de incidente
comunicado deverá ser realizada imediatamente após a ciência do óbito da vítima.
Uma fatalidade que possa ter sido causada por doença profissional, suicídio ou por uma causa natural
deve ser sempre comunicada à ANP e mantida no cadastro da ANP até que suas causas sejam efetivamente
constatadas através de laudo emitido por profissional competente.
Ressalta-se que as fatalidades ocasionadas por acidentes de trânsito terrestre não são comunicáveis à
ANP.
1) Número de fatalidades;
2) Função(ões) da(s) vítima(s);
3) Tipo de ferimento que causou a fatalidade;
4) Empresa com a qual a(s) vítima(s) possuía(iam) vínculo empregatício;
5) A relação da empresa contratante da vítima com o Operador da instalação e com
o Operador da Concessão;
6) Permissão de trabalho e/ou procedimento operacional relacionado à atividade que
estava sendo realizada no momento do incidente;
7) Lista de pessoas a bordo presentes na instalação no momento da fatalidade ;
8) Lista de pessoas que testemunharam o incidente;
9) Imagens do Circuito Fechado de Televisão (CFTV), caso existam;
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
I.3.1.1.2 Ferimentos
Conforme mencionado no item I.2.1, para instalações offshore os ferimentos devem ser comunicados
mesmo que tenham ocorrido no casario e que não possuam correlação com atividade operacional ou atividade de
apoio. Tal definição tem a finalidade de computar dados para estatísticas internacionais.
A data de primeira observação dos eventos de ferimento não possui correlação com a possível emissão de
CAT, devendo ser considerado unicamente o fato de a vítima se afastar de suas atividades laborais regulares, ou a
constatação do ferimento grave.
1) Número de feridos
2) Cargo ou função do ferido
3) Tipo de ferimento
4) Data e hora em que o ferido procurou atendimento médico;
5) Data e hora em que foi solicitado o resgate do ferido;
6) Data e hora em que o ferido foi resgatado;
7) Data e hora em que o ferido foi atendido em hospital;
8) Data e hora em que foi emitida CAT (se aplicável);
9) Data e hora em que o ferido foi liberado para retorno ao trabalho (retificar CI quando
esta informação estiver disponível)
Para os fins deste manual, um evento é considerado como “ferimento grave” quando o mesmo
ocasionar, por consequência, um ferimento, tipificado no rol de ferimentos graves descritos na Resolução ANP
n° 882/2022, Artigo 2º, Inciso VII:
“Ferimento grave: qualquer ocorrência, decorrente de fato ou ato intencional ou acidental, envolvendo:
como ferimento grave, mas haja a necessidade de a vítima se afastar das suas atividades laborais regulares por
mais de 3 (três) dias.
I.3.1.2.1 DESCARGAS
Deverá ser comunicado qualquer despejo, escape, derrame, vazamento, esvaziamento, lançamento ou
bombeamento de substâncias a partir de uma instalação e que tenha atingido águas sob jurisdição nacional, em
qualquer quantidade ou que tenha atingido o solo não compactado em quantidade superior a 0,16 m³. Devem
ser comunicadas descargas provenientes dos seguintes sistemas: óleo, água oleosa, água produzida (para
ambiente offshore, apenas quando se tratar de água produzida fora de especificação), água produzida para
injeção (somente para ambiente onshore), fluido de perfuração, completação ou intervenção ou substância
nociva ou perigosa1.
Destaca-se que os eventos nos quais a água produzida ou o fluido de perfuração forem descartados fora
de especificação em relação à legislação ambiental aplicável ou às diretrizes do órgão ambiental competente,
como parte de um processo ou uma atividade desenvolvida, devem ser considerados como “descarte fora de
especificação”, tal como definido neste manual.
Para a definição do sistema correlacionado com a descarga o comunicante deve consultar o item “I.2.5.
Como classificar as tipologias em incidentes de perda de contenção primária e descargas quanto aos sistemas
correlacionados??” deste manual.
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
Quanto aos volumes das substâncias descarregadas, o comunicante deve consultar o item “I.2.6. Como
informar as substâncias e seus respectivos volumes nos eventos de descarga e perda de contenção?” deste
manual.
Ressalta-se que, para incidentes em águas jurisdicionais brasileiras, devem ser observados os requisitos
da Lei n° 9966, de 28 de abril de 2000, e do Decreto nº 4136, de 20 de fevereiro de 2002. Como a legislação não
atribui valores mínimos de descargas a serem comunicadas, todos os incidentes de descargas resultantes das
atividades em águas jurisdicionais brasileiras descritas na legislação supracitada e ocorridos dentro ou fora da
área sujeita a contrato ou autorização devem ser comunicados à ANP. Ressalta-se que descargas de água de
injeção no mar não devem ser comunicadas, a não ser que estejam fora de especificação.
Para os incidentes de descargas em instalações terrestres, deverão ser comunicados à ANP apenas os
eventos de descargas que envolvam volumes iguais ou superiores a 0,16 m³, ou seja, somente as descargas
maiores ou significantes.
__________________________
Substância nociva ou perigosa: qualquer substância que, se descarregada, é capaz de gerar riscos ou
1
causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente. Conforme lista divulgada pelo órgão federal de meio
ambiente, em atendimento ao parágrafo único do Art 4º da Lei Nº 9.966, de 28 de abril de 2000.
ecologicamente sensíveis, pontos de captação de água, áreas urbanas, unidades de conservação e áreas de
importância socioeconômica.
Manchas de óleo no entorno de uma instalação não devem ser comunicadas como “mancha de origem
indeterminada”, e sim como a tipologia de descarga de óleo correspondente ao volume constatado. A
investigação deve determinar a origem de óleo em termos de equipamentos, sistemas, linhas ou operações que
deram causa à descarga de óleo.
Sempre que avistada uma mancha de origem indeterminada, ainda que o Operador acredite ser
proveniente de instalação de outro Operador de Contrato, a mesma deve ser comunicada, sendo cancelada no
momento em que a instalação poluidora seja confirmada.
No caso deste evento, o que configura o incidente é o fato de a água produzida ou o fluido de
perfuração, completação, intervenção ou cascalhos terem sido descartados fora de especificação. Portanto, a
comunicação deste evento deverá ser realizada à ANP independentemente do volume que tenha sido
descartado, tanto para descarte em instalações terrestres ou em águas sob jurisdição nacional.
Todos os incidentes relacionados a poços, ou seja, que ocorrerem na árvore de natal ou BOP ou a
montante destes, devem ter a instalação definida conforme item I.2.3 (i) deste manual, exceto o evento de
Desconexão de emergência do poço, que deve ser comunicado conforme item I.2.3 (iv).
(i) o colapso de paredes de poço não consolidadas que comprometa a continuidade de sua perfuração,
demandando o seu abandono em fase anterior ao objetivo do projeto de perfuração ou
(ii) a colisão de trajetória de poços durante a perfuração.
Esta tipologia é aplicável apenas a instalações de produção e de intervenção em poços, que estejam
operando em ambiente onshore ou offshore.
Os danos que devem ser comunicados incluem: perdas de contenção, modos de falhas observados em
inspeção e falhas em equipamentos submarinos que levem à parada de produção ou injeção ou que demande
reparo imediato. Adicionalmente, devem ser reportados os danos ocorridos em elementos de sistemas de coleta
ou escoamento mesmo que estes estejam fora de operação ou em descomissionamento.
Os elementos do sistema de coleta ou escoamento incluem, mas não se restringem a: risers, umbilicais,
separadores submarinos, bombas submarinas, manifold, PLET, PLEM, estruturas de suporte de carga, válvulas
de segurança, etc.
O tipo de instalação desta tipologia se restringe a instalações do sistema de coleta, devendo ser
comunicado conforme item I.2.3 (ii) deste manual.
Obs: Caso o incidente envolva mais de uma instalação, o item (vi) de I.2.3 deve ser considerado.
Cada evento de abalroamento deve ser comunicado uma única vez, sendo a instalação identificada no
comunicado como a instalação de exploração e produção envolvida. Não devem ser realizados dois comunicados
(um para cada uma das instalações ou embarcações envolvidas no incidente).
I.3.1.5.1 Afundamento ou naufrágio de instalação ou embarcação
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Qualquer abalroamento entre instalações ou entre uma instalação e embarcação e/ou aeronave que
cause:
a) Ferimento com afastamento que não seja categorizado como ferimento grave;
b) Dano a uma instalação que é julgado com potencial de causar fatalidade(s) ou ferimento(s) grave(s);
c) Dano a uma instalação que tenha ocasionado mobilização da tripulação para ponto de abandono da
unidade; ou
d) Dano severo que comprometa, de maneira significante, a integridade estrutural de uma instalação
(de uma perspectiva de meio ambiente ou segurança), caso esta continue operando sem reparo
imediato.
Qualquer abalroamento entre instalações ou entre uma instalação e embarcação não enquadrado em
abalroamento significante ou maior.
I.3.1.5.5 Adernamento
Inclinação acima dos limites de projeto de instalação offshore ou embarcação que esteja realizando
atividade de apoio.
Qualquer incêndio em área de processo não enquadrado em incêndio significante ou maior, que
demande atuação da brigada de incêndio para o seu combate.
Para o cálculo das taxas de liberação de gás deve ser utilizada a equação indicada abaixo, quando não
houver conhecimento da taxa de liberação ou método mais preciso para cálculo.
Onde:
d = diâmetro equivalente do furo (mm), ou seja, diâmetro do disco de área idêntica à área do furo
transversal ao fluxo;
ρ = densidade do gás em kg.m-3 (na pressão de operação); e
a) Taxa de liberação maior que 1 kg.s-1 com duração superior a 5 minutos; e/ou
b) Taxa de liberação maior ou igual a 0,1 kg.s-1 , com a liberação de uma massa total maior do
que 300 kg durante todo o evento.
Para a definição do sistema correlacionado com a descarga o comunicante deve consultar o item “I.2.5.
Como classificar as tipologias em incidentes de perda de contenção primária e descargas quanto aos sistemas
correlacionados??” deste manual.
Quanto aos volumes das substâncias descarregadas, o comunicante deve consultar o item “I.2.6. Como
informar as substâncias e seus respectivos volumes nos eventos de descarga e perda de contenção?”.
Caso o fluido atinja o meio ambiente, deverá ser comunicado adicionalmente o incidente de descarga
conforme definido no item I.3.1.2.1.
Para todos os eventos de perda de contenção primária deve ser informado:
MANUAL DE COMUNICAÇÃO DE INCIDENTES | ANP | 2024
Todos os eventos relacionados a poços, ou seja, que ocorrerem na árvore de natal ou BOP, ou a
montante destes, devem ser cadastrados com a instalação do tipo “Poço”, conforme detalhado no item I.2.3 (i)
deste manual.
1) SIDPP
2) SICP
3) Volume de influxo (em bbl)
4) Profundidade do kick (TVD/MD) em metros
5) Profundidade do poço (TVD/MD) em metros no momento do kick
6) Densidade equivalente do fluido de circulação/perfuração no momento do
incidente(em ppg)
7) Profundidade da última sapata assentada (TVD/MD) em metros
8) LOT ou FIT da última sapata assentada
9) Operação que estava sendo realizada no momento do incidente
10) Preventores (anular/gavetas) utilizados para fechamento
11) Se durante o evento havia tubular não cisalhável no BOP
12) Se já foi efetuada a circulação do poço com nova densidade de fluido
13) Se a coluna está aprisionada
14) Método de controle de poço utilizado Nova densidade equivalente do fluido de
circulação/perfuração para controle do poço
15) Previsão do tipo de influxo: óleo, gás ou água
16) Descrição da sequência operacional adotada para o controle do poço
17) Situação dos poços injetores do campo (se houver)
I.4. REFERÊNCIAS
[1] Resolução CONAMA nº 393/2007
[3] IMCA - Guidelines for the design and operation of Dynamically Positioned Vessels
[6] DNV, WOAD – Worldwide Offshore Accident Databank, v5.0.1. apud Structural risk for offshore
installations. International Association of Oil and Gas Producers (IOGP) – Risk Assessment Data
Directory, Report n° 434-13, março de 2010