Apresentação anômala e distócia de ombro

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Apresentações anômalas - Caso os ombros estejam presos: tracionar o feto

para baixo de forma suave e contínua. Seguir o braço


90% das apresentações são cefálicas.
até o cotovelo e promover flexão e exteriorização.
- Cefálicas (deflexão)
• Bregma (1° grau); é possível parto vaginal
• Fronte/glabela (2° grau); maior diâmetro,
indicativo cesárea.
• Face/mento (3° grau); pode evoluir para parto
vaginal.
- Não cefálica:
• Pélvica Os esforços expulsivos maternos e a pressão acima do
Completa: pernas dobradas polo cefálico permitem o parto espontâneo da cabeça
Incompleta: pernas esticadas na maioria dos casos. Se isso não ocorrer: manobra de
Podálica: o pé do bebê se apresenta antes do Mauriceau-Smellie-Vet: mão por baixo do bebê, dedos
bumbum no maxilar, apoiar ele no braço pelo rosto, mãos pela
• Córmica - cesárea axila, tracionar e jogar o dorso do bebê para cima da
Bebê transverso, apresenta o ombro. mãe (Bracht).

Parto com feto pélvico

Como detectar a apresentação pélvica?

Palpação obstétrica/Manobra de Leopoldi: cabeça


(mais dura) no fundo do saco uterino e a nádega (mais
mole/macia) na parte inferior do abdome.

Toque vaginal: nádega, orifício anal, um dos pés.

Caso a paciente esteja em trabalho de parto, a melhor


posição para o parto pélvico é a de 4 apoios, pois
facilita a realização de manobras.

- Deve-se permitir a exteriorização espontânea da


pelve até a visualização do umbigo fetal e neste - Nitroglicerina EV: relaxamento cervical rápido
momento, o sacro roda para uma posição anterior, - Incisão de Duhrssen: corta o colo uterino
mas se não acontecer, deve ser promovida a rotação - Fórceps de Piper: possibilita a visualização da
manual. apresentação do bebê ainda intrauterina (difícil de
manipular)
- Não puxar o bebê pois faria a extensão do bebê e ele
- Manobras abdominais e vaginais para aumentar a
deve sair em deflexão (seu menor ângulo).
flexão da cabeça: compressão púbica e mudança de
- Após a exteriorização: tração das pernas do bebê, posição da mãe (pouco utilizadas)
tração leve do cordão umbilical para que forme uma - Sinfisiotomia: corte na sínfise púbica para abrir o
alça e evitar sua compressão. osso púbico e permitir a passagem do bebê

Apresentação córmica com prolapso de braço


- Se a expulsão dos membros inferiores for muito
lenta: fazer manobra de Pinard (introduzir 2 dedos ao Na manobra de Leopoldi: nota-se o anel de retração;
longo da coxa do feto, até a região poplítea, útero “dividido”. Acontece pela quantidade de
empurrando a coxa para cima e para fora, para contrações e não conseguir insinuar o bebê.
promover sua exteriorização. O dorso do bebê deve
É indicação de cesárea.
ficar alinhado com o ventre da mãe.
3. Após o desprendimento cefálico, o assistente
deve realizar a rotação externa da apresentação
fetal, e realizar a tração no polo cefálico. Essa
manobra deve ser feita de forma estável,
cuidadosa e sem aplicação excessiva de força.

- Se há sinal da cabeça de tartaruga, ou tempo


entre o desprendimento da cabeça e rotação >60
seg = distócia de ombro!
Apresentação de mento anterior 4. Com a confirmação da distócia: realizar manobra
Mecanismo de parto: pode ser vaginal – deflexão de de McRoberts através da hiperflexão das coxas
3° grau. O occipito está para a região sacral da mãe, o sobre o abdômen ou com o aumento do
bebê nasce em OS. agachamento, se em posição vertical. Dessa forma
aumenta o diâmetro ântero-posterior da pelve e
Apresentação de mento posterior reduz a lordose lombosacra.
O mento coincide com o sacro materno. 5. Realizar pressão supra-púbica externa (manobra
de Rubin I) com o punho fechado ou mão
Parto vaginal é impossível: cesárea.
espalmada no lado do dorso/occipito fetal. Deve
Apresentação composta ser realizada por 30 seg de forma contínua na
diagonal. Em caso de falha, fazer por mais 30 seg
Mais de um componente fetal se apresenta para a
em forma de pulsos.
pelve materna. O diâmetro está aumentado. Ex:
6. Rubin II: 2 dedos na vagina e fazer compressão
cabeça e braço.
sobre a escápula (braço) posterior do feto,
Pode levar a uma distócia. empurrando-o em direção oblíqua à pelve
materna, com leve tração da cabeça
É indicativo de cesárea. simultaneamente para desprendimento.
Distócia de ombro 7. Se não deu certo: fazer Rubin 2 + Manobra de
Woods (parafuso): 2 dedos sobre a escápula
Ocorre pela impactação óssea do diâmetro biacromial posterior + 2 dedos sobre a clavícula fetal
fetal entre o púbis e o promontório sacral maternos. É anteriormente, fazendo uma rotação em sentido
uma das emergências obstétricas mais temidas e horário.
imprevisíveis do parto. 8. Woods reversa: mesma manobra, mas em sentido
Princípios da correção da distócia: anti-horário
- Aumentar o diâmetro antero-posterior da pelve 9. Manobra de Jacquemier: para retirada do ombro
materna posterior
- Diminuir o diâmetro biacromial do feto Prolapso de cordão:
- Alterar as relações entre a pelve materna e o
biacromial fetal. • Fatores de risco:
- Apresentações anômalas, prematuridade,
MNEMÔNICO: ALEERTA polidrâmnio, apresentações altas, cordão umbilical
longo.

Problema: causa hipóxia, o bebê “senta” no cordão.


Até o clampeamento do cordão, a mãe é a
responsável por fazer a oxigenação do bebê, via
cordão umbilical.

• Conduta rápida:
- Inspeção/palpação visualmente do cordão para
1. Avisar a gestante sobre o caso e a necessidade de
diagnosticar
realização de manobras para saída do feto
- Avaliar o estado fetal (BCF, USG)
2. Chamar ajuda, avisar a equipe: 2 obstetras,
- Avaliar o progresso do trabalho de parto (dilatação,
anestesio, neonato e equipe de enfermagem.
estação)
- Segure a apresentação fetal para descomprimir o
cordão – pode usar cateter de Foley, Tredelenburg
- Tocólise
- Mova-se rapidamente para a sala de cirurgia para
cesariana

Gestações múltiplas

- Mortalidade perinatal 2-5x maior

- Complicações maternas são comuns: HAS, DM,


anemia, hiperêmese, descolamento precoce de
placenta, hipertensão pulmonar persistente (HPP),
parto operatório

• Conduta, se:
- Feto A pélvico: cesariana
- Feto A cefálico, feto B cefálico: vaginal
- Feto A cefálico, feto B pélvico: controverso. Risco
alto para feto B

Conclusão apresentações anômalas:


- Diagnóstico: exame físico e USG (muitas vezes
indisponível)
- Atenção aos fatores de risco e complicações
- Parto vaginal pode ser considerado nas
apresentações: OP, pélvico, deflexão de 1° e 2° e
apresentações compostas.
- Parto vaginal pode ainda ser considerado quando na
gestação gemelar se feto A é cefálico.

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