entrevista
entrevista
entrevista
melhor:
a entrevista
In: “Pensar avaliação, melhorar a aprendizagem”/IIE
Lisboa: IIE, 1994
QUE INSTRUMENTO
UTILIZAR E EM QUE MOMENTOS?
QUE TIPOS
DE ENTREVISTA UTILIZAR NA ESCOLA?
Consoante o nível de informação que se quer recolher assim se pode optar entre
uma entrevista não estruturada ou uma entrevista estruturada.
Uma entrevista não estruturada é semelhante a uma conversa entre duas
pessoas sem que seja necessário por parte do professor um guião rígido, embora
estejam presentes os objectivos e as grandes questões de referência. Estas surgem
normalmente no decorrer da conversa:
João, vamos analisar o teu caderno diário. O que é que achas dele?
1. Apresentação do problema.
2. Pedir ao aluno para falar à vontade sobre “o que está a fazer ou a pensar” enquanto resolve o
problema.
3. Enquanto o aluno tenta perceber o problema e as condições, observar o aluno e colocar
algumas questões:
a. O que fizeste em primeiro lugar quando o problema te foi apresentado?
b. Que questões levanta? Quais os factos e as condições importantes neste problema?
Necessitas de alguma informação adicional que não é dada?
c. Há alguma coisa que não tivesses compreendido?
4. Enquanto o aluno tenta a resolução, lembrar-lhe que pode falar sobre o problema. Fazer
algumas perguntas adicionais:
a. Que estratégia estás a usar? Pensas que essa estratégia vai levar a uma solução? Já
pensaste em usar outras estratégias? Quais?
b. Onde é que sentes dificuldade? Tens ideia de como continuar a partir daqui?
5. À medida que o aluno procura uma resposta , observar os meios, se os houver, através dos
quais ele verifica a resposta e a razoabilidade da solução. Colocar questões deste género:
a. Tens a certeza de que é esta a resposta certa para o problema? Porquê?
b. Achas importante verificar a tua resposta? Porquê?
6. Depois do aluno ter encontrado a solução (caso a encontre), fazer perguntas tais como:
a. Podes descrever a solução e dizer como chegaste a este resultado?
b. Este problema é parecido com algum que já tenhas resolvido? Como?
c. Achas que poderia ter sido resolvido de outra maneira? Como?
d. Como te sentiste enquanto resolvias este problema? E como te sentes agora depois de o
teres resolvido?
Decidir entre fazer uma entrevista estruturada ou uma entrevista não estruturada
depende dos objectivos definidos, da profundidade do assunto em causa e do tempo
que se pode dispender com essa tarefa.
A entrevista apresenta-se como um instrumento adequado à individualização e
diferenciação do ensino. Para isso, a utilização sistemática de entrevistas pressupõe
que a turma esteja organizada para fazer trabalho independente, individual ou em
grupo. Isto não significa que algumas entrevistas não possam ser realizadas fora da
aula (e.g. pode ser usada para se obter informação acerca da família de um aluno, a
sua cultura de origem, a forma como os alunos interagem fora da sala de aula, ...). Esta
informação pode ajudar o professor a ajustar a sua prática, por exemplo, aos contextos
culturais de onde o aluno é oriundo.
QUANDO SE
UTILIZA A ENTREVISTA E PARA QUÊ?
É POSSÍVEL FAZER
ENTREVISTAS A GRUPOS DE ALUNOS?
No entanto, face a cada uma das situações, é necessário decidir se importa avaliar
todo o grupo naquele momento ou basta escolher apenas um ou dois alunos para
entrevistar sobre o processo desenvolvido colectivamente.
Embora seja difícil recolher dados desta forma acerca de muitos alunos, é possível
conceber um plano de entrevistas que, ao longo do ano, possa abranger toda a turma.
SÍNTESE FINAL
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Blanchet, A., Florand, M.-F.; Giami, A. , Guist-Desprairies, F., Gotman, A., Léger, J.-
M., d’ Allones, C. e Zylberstein-Vaisman, L. (1985). L’entretien dans les sciences
sociales. Paris: Dunot.
Charles, R. ; Lester, F. e O’Daffer, P. (1987). How to evaluate progress in problem
solving. Virgínia: The National Council of Teachers of Mathematics.
Muchielli, R. (1987). L’interview de groupe. 6ª ed. Paris: Les Éditions, ESE.
Tenbrink, T. D. (1974). Evaluation: a practical guide for teachers. N. York: MacGraw-
Hill.