06_ Malária DIP [Angie]
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Malária
O que estiver em tópico, é do slide. Fora – • É importante ter sempre em mente que outras
Harrison ou Mandell espécies de Anopheles podem apresentar
importância local e/ou secundária.
Introdução
• Doença descrita antes de cristo;
• Responsável por milhares de mortes todos os anos;
• Conhecida como sezão, laeita e paludismo. “doença
do pântano”.
• Uma das doenças que mais mata no mundo.
A malária, a mais importante entre as doenças
parasitárias de humanos, é transmitida em 91 países
contendo 3 bilhões de pessoas, causando cerca de 1.200 Mapa de risco de infecção – mais no Norte do país.
mortes diariamente. As taxas de mortalidade diminuíram
dramaticamente nos últimos 15 anos como resultado de Em áreas holoendêmicas e hiperendêmicas (p. ex., certas
programas de controle altamente efetivos em muitos regiões da África tropical ou litoral da Nova Guiné),
países. onde há transmissão intensa de P. falciparum, as pessoas
podem sofrer mais de uma picada de mosquito
Agente etiológico infeccioso por dia e são infectadas repetidamente durante
• Plasmodium falciparum – mais localizado em suas vidas. Em tais cenários, as taxas de morbidade e
regiões tropicais e subtropicais, mais grave. mortalidade por malária são substanciais durante o início
• Plasmodium vivax – trópicos e zonas temperadas; da infância. A imunidade contra a doença é uma
• Plasmodium malarie – trópicos; conquista dura nessas áreas após repetidas infecções
sintomáticas na infância, mas, se a criança sobrevive, as
• Plasmodium ovale – tropicais, não tem registro no
Brasil. protozoário
infecções têm cada vez mais chances de serem
assintomáticas.
• Plasmodium knowlesi – borneo (símios);
Seis espécies do gênero Plasmodium causam quase todas Modos de transmissão
as infecções maláricas em seres humanos. Estas são P. • Período de transmissibilidade: entre 8 e 16 dias após
falciparum, P. vivax, duas espécies simpátricas se alimentar com o sangue de uma pessoa com
morfologicamente idênticas de P. ovale (curtisi e malária, a fêmea do anofelino poderá passar a
wallikeri), P. malariae, e – no Sudeste Asiático – o transmitir a doença para outras pessoas através de
parasita da malária de macacos P. knowlesi. sua picada. A transmissão da doença pode continuar
por toda a vida do inseto adulto, que dura cerca de
Vetor 30 dias, em média.
• A malária é transmitida pelo mosquito da Família • Outros modos de transmissão não natural (raros):
Culicidae e Gênero Anopheles. O mosquito transfusão de sangue, pelo uso compartilhado de
necessita, para o seu desenvolvimento, de criadouros agulhas e/ou seringas contaminadas; a mãe pode
de porte pequeno a médio, água limpa e corrente transmitir ao RN durante o parto (congênita); através
com sombra. de acidentes de trabalho em pessoal de laboratório
• No Brasil, podemos considerar 4 espécies ou hospital.
importantes na transmissão da malária – Anopheles
Nys. Darlingi, Anopheles Nys. Albitarsis lato sensu, Períodos de incubação
Anopheles Nys marajoara, Anopheles Nys aquasalis. • No ser humano, o tempo transcorrido entre a picada
do mosquito infectado e o aparecimento dos
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primeiros sintomas pode variar de 8 a 30 dias, • Ao final do ciclo tecidual, os esquizontes rompem o
dependendo da espécie de Plasmodium, da carga hepatócito, liberando milhares de elementos-filhos
parasitária injetada pelo mosquito no momento da na corrente sanguínea, chamados de merozoítos. Os
picada e do sistema de defesa do paciente. merozoítos irão invadir as hemácias, dando início ao
• Esse período corresponde à fase em que o segundo ciclo de reprodução assexuada dos
Plasmodium está se reproduzindo no fígado do plasmócitos (ciclo sanguíneo ou eritrocítico).
indivíduo e ainda não há sintomas da doença. • Durante um período que varia de 48 a 72h, o parasita
se desenvolve no interior da hemácia até provocar a
sua ruptura, liberando novos merozoítos que irão
invadir novas hemácias.
• A ruptura da hemácia é a causa do calafrio e da
hipertermia.
• Após a nova invasão da hemácia, fica variando de
trofozoíto a merozoíto, através de várias
esquizogonias.
• Após alguns ciclos, certos merozoítos sofrem
transformação morfológica e funcional, virando
gametócitos (elementos sexuados ou formas de
resistências).
• O microgametócito é masculino e o
macrogametócito é feminino. Esses gametócitos tem
diferenças morfológicas entre si – são arredondados
no P. vivax e malariae, enquanto no falciparum tem
forma de crescente.
• O ciclo sexuado ou esporogonia (ou exógeno) se dá
no estômago do mosquito, que ao picar um
indivíduo infectado, ingere os gametócitos.
• O microgametócito adquire movimentos ativos
• A fase sexuada, definitiva acontece no mosquito; a
através de flagelo (microgametas) que fecundam os
fase assexuada acontece no homem.
macrogametas (que maturam do macrogametócito).
• O ciclo assexuado ou esquizogonia é processado no
Após aproximadamente 12h, este macrogametócito
sangue humano (interior das hemácias) e no fígado.
adquire forma alongada, vermicular, dilatada em
Ocorre após a introdução do esporozoíto (forma
uma das extremidades, formando o oocineto.
infectante) no sangue humano pela picada do inseto
• Este oocineto adquire movimentos ativos,
infectado.
atravessam a mucosa gastrica do mosquito,
tornando-se um cisto pigmentado, o zigoto
• Após o amadurecimento do zigoto, aparecem cistos
Ciclo mais detalhado ainda: filhos => esporoblastos, que darão origem aos
• O ciclo assexuado é denominado esquizogônico e se esporozoítos que por movimentação ativa chegam as
inicia após a picada do anofelino, com a inoculação glándulas salivares, ocorrendo novo ciclo após a
de esporozoítos infectantes no homem. A seguir, picada do insethsem outro individuo.
estes esporozoítos circulam na corrente sanguínea • Este cicio dura cerca de 14 dias.
durante alguns minutos e rapidamente penetram nas
células do fígado (hepatócitos), dando início ao ciclo
pré-eritrocítico (esquizogonia tecidual). A duração
varia de acordo com a espécie:
• P. falciparum – 6 dias; P. vivax – 8 dias; P. malariae
– 12 a 15 dias.
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liberação de citocinas pró-inflamatórias, que causam Os paroxismos clássicos da malária, em que picos de
febre e exercem outros efeitos patológicos. febre, calafrios e tremores ocorrem em intervalos
regulares, são relativamente incomuns e sugerem
Temperaturas ≥ 40°C danificam parasitas maduros; nas
infecção (muitas vezes recidivas) por P. vivax ou P.
infecções não tratadas, o efeito de tais temperaturas é
ovale.
sincronizar ainda mais o ciclo do parasita, com a
produção final dos picos febris e calafrios regulares que A febre costuma ser irregular inicialmente (aquela da
originalmente serviam para caracterizar as diferentes malária falciparum pode nunca ficar regular). A
malárias. Esses padrões regulares de febre (cotidiana, temperatura de pessoas e de crianças não imunes
diária; terçã, a cada dois dias; quartã, a cada três dias) costuma aumentar para acima de 40°C, sendo
são vistos raramente hoje em pacientes que recebem acompanhada por taquicardia e delirium.
tratamento antimalárico pronto e efetivo.
Embora convulsões febris na infância possam ocorrer
com quaisquer das malárias, convulsões generalizadas
Quadro clínico
são especificamente associadas à malária falciparum e
• A tríade clássica é composta por febre, calafrios e podem anunciar o desenvolvimento de encefalopatia
dor de cabeça. (malária cerebral).
• Podem apresentar também mal-estar, dor muscular,
sudorese, náusea e tontura. Precedem ou Muitas anormalidades clínicas têm sido descritas na
acompanham a tríade sintomática. malária aguda, mas a maioria dos pacientes com
infecções não complicadas têm poucos achados físicos
anormais além de febre, mal-estar geral, anemia leve e
(em alguns casos) um baço palpável.
A anemia é comum em crianças vivendo em áreas com
transmissão estável, particularmente onde a resistência
tenha comprometido a eficácia dos fármacos
antimaláricos. A recidiva frequente por vivax é uma
• Manifestações laboratoriais: anemia grave, causa importante de anemia em crianças pequenas em
hipoglicemia, acidose metabólica, insuficiência renal algumas regiões.
e hiperlactemia.
Manifestações da malária grave – Harrison (bom
Alterações sanguíneas além da observação do para vida, nem tão essencial para a prova)
parasita:
• Anemia hemolítica, porém, com retic. baixo (ou
pode estar alto);
• Plaquetopenia – sinal de alerta para quadro grave;
• Alteração de leucócitos e aparecimento de leucócitos
atípicos;
• Linfopenia, linfocitose e linfócitos atípicos;
• Eosinopenia;
• Neutrofilia (precoce);
• Monocitose;
Os primeiros sintomas da malária são inespecíficos; a
falta de uma sensação de bem-estar geral, cefaleia,
fadiga, desconforto abdominal e dores musculares, Diagnóstico de malária
seguidas por febre, são similares aos sintomas de uma • Gota fina – consiste na pesquisa do hematozoário,
doença viral de pouca importância. Náusea, vômitos e com coloração no hemograma, é um exame
hipotensão ortostática são comuns. cuidadoso;
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Objetivos do tratamento
• O tratamento da malária visa atingir o parasita em
pontos chave de seus ciclos, os quais podem ser
didaticamente resumidos em:
a) Interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável
pela patogenia e manifestações clínicas da infecção;
b) destruição de formas latentes do parasita no ciclo
tecidual das espécies P. vivax e P. ovale, evitando assim
as recaídas tardias:
c) interrupção da transmissão do parasita, pelo uso de
drogas que impedem o desenvolvimento de formas
sexuadsa dos parasitos (gametócitos).
Tratamento
Esquema 1
• ARTEMETER (20 MG) + LUMEFANTRINA
(120MG) D1 - D2 - D3 (1 A 4 CP); MANHÃ E
NOITE; CONFORME DIA DO TRATAMENTO
PESO E IDADE. ACRESCIDO DE PRIMAQUINA
(5 OU 15 MG) D1 NOITE (1 A 4 CP);