Tutoria 3 Imuno
Tutoria 3 Imuno
Tutoria 3 Imuno
Componentes
citoplasmticos:
ribossomos (sntese proteica); grnulos
(substancia de reserva e subunidades de
macromolculas para compor outras
estruturas
celulares);
Vacolos
gasosos( encontrados em procariotos que
vivem flutuando em lagos ou mares,
controle das presses
osmtica e
hidrosttica);
esporos
bacterianos:
endsporos so estruturas formadas por
algumas espcies de bactrias grampositivas, quando o meio se torna carente
de gua ou de nutrientes essenciais. Por
isso esse processo um tipo de
diferenciao celular que ocorre como
resposta ao meio. Bactrias capazes de
esporular
so
mais
comumente
encontrados no solo. O processo de
formao de esporo dentro de uma clula
vegetativa chamado esporognese.
Uma vez completada a esporognese, o
esporo liberado no ambiente, podendo
sobreviver por muitos anos sob condies
de extremo calor, ausncia de agua e
presena de radiaes e substancias qumicas toxicas.
Existem diferentes relaes das bactrias com o O2, podendo ser por isso:
Bactrias aerbias estritas - So aquelas que s crescem na presena de oxignio, por utilizarem este composto como
receptor final de eltrons. Ex.: Acinetobacter.
Bactrias anaerbias facultativas ou apenas facultativas - Podem crescer tanto em anaerobiose como em aerobiose. Ex.:
E.coli.
Bactrias anaerbias estritas - S crescem em anaerobiose, sendo inibidas ou mortas na presena de O2 , que no
utilizado em seu metabolismo. Ex.: Clostridium botulinum.
Bactrias microaerfilas - S crescem em atmosfera contendo concentraes de oxignio menores que as encontradas
no ar atmosfrico. Ex.: Campylobacter
Replicao: As bactrias se reproduzem assexuadamente por bipartio, entretanto elas apresentam mecanismos de
transferncia gentica.
Mecanismos de Transferncia Gentica entre Clulas: A transferncia de material gentico entre clulas bacterianas
pode ocorrer por um dos trs mecanismos: (1) conjugao, que a transferncia por contato direto ou transferncia
quase sexual de informao gentica de uma bactria (a doadora) para outra bactria (a receptora); (2) transformao,
que resulta na aquisio de novos marcadores genticos pela incorporao de DNA exgeno ou estranho; (3)
transduo, que a transferncia de informao gentica de uma bactria para outra por um bacterifago. Estando no
interior de uma clula, um transposon pode ser transferido (saltar) entre molculas diferentes de DNA (p. ex., de um
plasmdio para outro plasmdio ou de um plasmdio para o cromossomo).
Transformao: A transformao um processo em que as bactrias podem capturar fragmentos de DNA livre e
incorpor-los em seus genomas. Em 1928, Griffith observou que a virulncia de pneumococos estava relacionada
presena de uma cpsula polissacardica ao redor da clula e que extratos das bactrias encapsuladas produtoras de
colnias mucoides (devido cpsula) podiam transmitir essa caracterstica para bactrias no encapsuladas. Esses
estudos levaram identificao do DNA como o princpio de transformao. As bactrias Gram positivas e Gram
negativas podem capturar e manter estvel o DNA exgeno. Certas espcies so naturalmente capazes de capturar DNA
exgeno (essas espcies so, ento, denominadas competentes), se incluindo espcies de Haemophilus influenzae,
Streptococcus pneumoniae, Bacillus e Neisseria. A competncia tende a se desenvolver no fim do crescimento
exponencial, algumas vezes antes da populao entrar na fase estacionria. A maioria das bactrias no exibe uma
capacidade natural de capturar DNA.
Conjugao: A conjugao ocorre com a maioria, se no em todas, as eubactrias. A conjugao comumente ocorre
entre membros da mesma espcie ou entre espcies relacionadas, mas sua ocorrncia foi, tambm, demonstrada entre
procariontes e clulas de plantas, animais e fungos. A conjugao ocorre para E. coli, bacteroides, enterococos,
estreptococos, estreptomicetos e clostrdios. A maioria dos grandes plasmdios conjugativos codifica colicinas ou enzimas
que conferem a resistncia a antibiticos. A conjugao consiste em uma transferncia unidirecional de DNA de uma
clula doadora (ou macho) para uma clula receptora (ou fmea) atravs de pilus sexual. Plasmdios R conjugativos (que
carregam genes de resistncia a antibiticos) de bactrias como Gram positivas, como estreptococos, estreptomicetos e
clostrdios, so unidos pela presena de molculas aderentes, ao invs de pili, na superfcie da clula doadora. A
classificao do tipo clula na conjugao depende da presena (macho) ou ausncia (fmea) de um plasmdio
conjugativo, como o plasmdio F de E. coli. O plasmdio definido como conjugativo porque transporta todos os genes
necessrios para sua prpria transferncia, se incluindo a capacidade de produzir os pili sexuais e iniciar a sntese de
DNA na origem de transferncia (OriT) do plasmdio. O plasmdio F se autotransfere, convertendo as clulas receptoras
em clulas macho (F+). Se um fragmento do DNA cromossmico foi incorporado no plasmdio, este denominado um
plasmdio F primo (F). Quando este introduzido na clula receptora, carrega consigo aquele fragmento e converte a
receptora em clula macho F . Se a sequncia do plasmdio F integrada no cromossomo bacteriano a clula
designada como clula Hfr (do ingls high frequence of recombination alta frequncia de recombinao). O DNA que
transferido por conjugao no uma dupla-hlice, mas uma molcula de fita simples. A mobilizao comea quando
uma protena codificada pelo plasmdio produz uma quebra em stio especfico de uma fita simples no stio OriT. O corte
inicia a duplicao por crculo rolante, e a fita linear deslocada direcionada para a clula receptora. A fita simples do
DNA transferido recircularizado e sua fita complementar sintetizada. A integrao de um plasmdio F no cromossomo
bacteriano gera uma clula Hfr. A conjugao resulta na transferncia de uma parte da sequncia do plasmdio e de
alguma poro do DNA cromossmico bacteriano. Devido frgil conexo entre o contato direto das duas clulas, a
transferncia comumente abortada antes de se completar de tal forma que somente so transferidas as sequncias
adjacentes ao F integrado. A interrupo artificial da conjugao da Hfr e da clula F foi muito til na construo do
mapa consistente do DNA cromosssmico de E. coli. Em tais mapas a posio de cada gene dada em minutos
(baseando-se nos 100 minutos necessrios para a completa transferncia a 37C), de acordo com seu tempo de entrada
na clula receptora em relao a uma origem fixa. Transduo: A transferncia gentica por transduo mediada por
vrus bacterianos (bacterifagos), que capturam fragmentos de DNA e os colocam, de forma condensada
(empacotamento), em partculas de bacterifago. O DNA liberado para a clula infectada e se torna incorporado nos
genomas bacterianos. A transduo pode ser classificada como especializada se os fagos em questo transferem genes
particulares (comumente aqueles adjacentes aos stios de integrao no genoma) ou generalizada se a seleo de
sequncias randmica por conta de um empacotamento acidental de DNA do hospedeiro no capsdeo do fago. As
partculas de fago na transduo generalizada devem conter principalmente DNA bacteriano e pouco ou nenhum DNA do
fago. Por exemplo, o fago P1 de E. coli codifica uma nuclease que degrada o DNA cromossmico da E. coli hospedeira.
Uma pequena percentagem das partculas de fagos empacotam fragmentos de DNA em seus capsdeos. O DNA
empacotado, ao invs do DNA do fago, injetado em uma nova clula hospedeira, onde pode se recombinar com o DNA
homlogo do hospedeiro. As partculas promotoras de transduo generalizada so muito teis no estudo de
mapeamento gentico de cromossomos bacterianos. Quanto mais prximos esto dois genes no cromossomo
bacteriano, mais provvel que estes sejam cotransduzidos no mesmo fragmento de DNA.
Patognese: abrange o inicio do processo infeccioso e os mecanismos que levam ao aparecimento dos sinais e
sintomas da doena. As bactrias patognicas caracterizam-se por sua capacidade de transmisso, aderncia bem
como invaso de clulas e tecidos do hospedeiro, toxigenicidade e capacidade de escapar do sistema imunolgico do
hospedeiro.
A identificao das bactrias que causam doena foi resumida no postulado de Koch, entretanto esse postulado contem
falhas, mas mesmo assim ainda base para identificao, tendo as novas descobertas cientificas alterado esse
postulado e criado os postulados moleculares de Koch. Devido a abrangncia de habitat e de espcies, as bactrias
podem ser transmitidas de variadas formas seja por contato, por alimentos, por agua, via area, dentre outros. As mais
frequentes portas de entrada consistem nos locais do corpo onde as mucosas entram em contato com a pele: vias
respiratrias, trato gastrintestinal, trato genital e vias urinarias.
As bactrias, uma vez no interior do corpo, as bactrias tem de fixar-se ou aderir s clulas do hospedeiro, geralmente s
clulas epiteliais. Estabelecido um local primrio de infeco, as bactrias multiplicam-se e disseminam-se diretamente,
atravs dos tecidos ou do sistema linftico, para a corrente sangunea. Essa infeco (bacteriemia) pode ser transitria
ou persistente, e permite que as bactrias s propagem amplamente pelo corpo ate alcanar os tecidos particularmente
apropriados para a sua multiplicao. A patogeniidade bacteriana aumentada por mecanismo de troca d informaes
ocorridas principalmente devido presena de fagos ou plasmidios, pois genes que codificam muitos fatores de virulncia
bacteriana mormalmente esto em plasmidios ou fagos.
As bactrias patogenicas (e outros patgenos) adaptam-se tanto ao estado saproftico quanto ao de vida livre,
possivelmente a ambientes extracorporais, bem como ao hospedeiro humano. Em seu processo de adaptao, os
patgenos preservaram suas necessidades e produtos metablicos. Desenvolveram complexos sistemas de transduo
de sinais para regular os genes importantes relacionados com a virulncia. Os sinais comuns consitem em temperatura,
disponibilidade de ferro, osmolalidade, fase de crescimento, pH e ions especficos (p.ex. Ca 2+) ou fatores nutrientes. Ex. o
gene da toxina difteria do Corynebacterium diphtheriae transportado por bacterifagos temperados. A toxina so
produzida por cepas lisogenizadas pelos fagos. A produo de toxina aumenta acentuadamente quando a C. diphtheriae
cresce em um meio com baixo contedo de ferro.
Muitos fatores determinam a virulncia bacteriana ou capacidade de provocar infeco e doena.
Fatores de aderncia: aps penetrarem no hospedeiro, bactrias precisam aderir a clula. Interaes entre clula e
bactria acontecem por hidrofobicidade ( presente nas duas membranas), molculas ligantes( pili da bactria mediam a
aderncia), fimbrias dentre outros.
Invaso da clulas e dos tecidos do hospedeiro: para muitas clulas esse processo essencial. Algumas invadem
atraves de junes existentes entre as clulas epiteliais. Outras bactrias invadem tipos especficos de clula epitelial do
hospedeiro, podendo, subsequentemente, penetrar nos tecidos. No interior das clulas do hospedeiro, as bactrias
podem permanecer encerradas em um vacolo constitudo pela membrana celular do hospedeiro ou a membrana do
vacolo pode dissolver-se, permitindo a disperso das bactrias no citoplasma. Algumas bactrias multiplicam-se no
interior da clula do hospedeiro, enquanto outras no.
Toxinas: na tabela
Enzimas: muitas espcies de bactrias produzem enzimas no intrinsecamente toxicas, mas que desempenham
importante papel no processo infeccioso como enzimas que degradam os tecidos (lecitinase, coagulase, hialuronidase) e
IgA 1- proteases
(
permite
os
patgenos
inativarem
o
anticorpo primrio
encontrado
na
superfcie
das
mucosas
eliminando, assim, a
proteo
do
hospedeiro
conferida
pelo
anticorpo.
Fatores
antofagociticos:
patgenos escapam
da fagocitose, ex. o
S. aureus possui a
protena
A
de
superfcie
que
impede
a
fagocitose.
Patogenicidade
intracelular: algumas bactrias vivem e crescem em ambientes hostis no interior de polimorfonucleares, macrfagos ou
moncitos. As bactrias vencem esse desafio por vrios mecanismos: podem evitar sua entrada nos fagolisossomos,
sobrevivendo no citosol dos fagcitos; impedir a fuso do fagossomo-lisossomo e sobreviver no interior do fagossomo; ou
ser resistente s enzimas lisossmicas e sobreviver no interior de clulas no-fagociticas.
Heterogenicidade antignica: as estruturas de superfcie das bactrias exibem considervel heterogeneidade antignica.
Com frequncia, esses antgenos so utilizados como parte de um sistema de classificao sorolgica das bactrias.
Algumas bactria e outros microrganismos tem a capacidade de efetuar alteraes frequentes na forma antignica de
sua estruturas de superfcie in vitro e presumivelmente in vivo.
Necessidade de ferro: As bactrias patogenicas precisam ser capazes de competir com xito pelos nutrientes com as
bactrias no-patogenicas e as clulas do hospedeiro. Ou tem de alterar o ambiente de modo a suprir suas
necessidades. O ferro o nutriente essencial mais extensamente estudado no processo infecioso. Possui amplo poder
de oxidao-reduo, o que torna importante em uma variedade de funes metablicas. Algumas bactrias
desenvolveram mtodos para obter ferro. Algumas bactrias tem um sistema de assimilao do ferro de baixa afinidade
que lhes permite utilizar as formas polimricas de ferro, enquanto outras desenvolveram sistemas de alta afinidade. Parte
desses sistemas de alta afinidade envolve siderforos, pequenos ligantes especficos de ferro frrico e que portanto,
fornecem o metal as clulas bacterianas.
O papel dos biofilmes bacterianos: formam uma espcie de camada de limo em superfcies solidas e ocorrem por toda a
natureza. Uma ou varias espcies podem estar envolvidas podendo co-agregar-se para formar um biofilme. Os fungosinclusive as leveduras- esto envolvidas ocasionalmente. Os biofilmes so importantes em infeces humanas
persistentes e difceis de tratar.
Outras barreiras naturais eficazes so as membranas mucosas, como os revestimentos das vias respiratrias e do
intestino. Geralmente estas membranas esto cobertas de secrees que combatem os microrganismos. Por exemplo,
as mucosas dos olhos esto banhadas em lgrimas, que contm uma enzima chamada lisozima. Este ataca as bactrias
e ajuda a proteger os olhos das infeces.
As vias respiratrias filtram de forma eficaz as partculas do ar que se introduzem no organismo. Os canais tortuosos do
nariz, com as suas paredes cobertas de muco, tendem a eliminar grande parte da substncia que entra. Se, entretanto,
um microrganismo atinge as vias areas inferiores, o batimento coordenado de umas salincias semelhantes aos pelos
(clios) cobertas de muco transportam-no para fora do pulmo. A tosse tambm ajuda a eliminar esses microrganismos.
O tubo gastrointestinal dispe de uma srie de barreiras eficazes, que incluem o cido do estmago e a atividade
antibacteriana das enzimas pancreticas, da blis e das secrees intestinais. As contraes do intestino (peristaltismo) e
o desprendimento normal das clulas que o revestem ajudam a eliminar os microrganismos prejudiciais.
O aparelho geniturinrio masculino encontra-se protegido pelo comprimento da uretra (cerca de 20 cm). Devido a este
mecanismo de proteo, as bactrias no costumam entrar na uretra masculina, a menos que sejam ali introduzidas de
forma no intencional, atravs de instrumentos cirrgicos. As mulheres contam com a proteo do ambiente cido da
vagina. O efeito de arrastamento que a bexiga desencadeia no seu esvaziamento outro dos mecanismos de defesa em
ambos os sexos.
As pessoas com mecanismos de defesa debilitados esto mais vulnerveis a certas infeces. Por exemplo, aqueles
indivduos cujo estmago no segrega cido so particularmente vulnerveis tuberculose e infeco causada pela
bactria Salmonella. O equilbrio entre os diferentes tipos de microrganismos na flora intestinal residente tambm
importante para manter as defesas do organismo. Por vezes, um antibitico tomado para uma infeco localizada em
qualquer outra parte do corpo pode quebrar o equilbrio entre a flora residente, permitindo assim que aumente o nmero
de microrganismos que causam doenas.
Definir os fatores que facilitam a infeco por bactrias
As deficincias imunolgicas, sejam da imunidade inata (disfunes de clulas fagocticas e deficincia de complemento)
ou da imunidade adaptativa (deficincia de produo de anticorpos ou deficincia da funo de clulas T), so fortemente
associadas com aumento de susceptibilidade a infeces.1
Embora a resposta imune seja fundamental para a defesa contra a maioria de agentes infectantes, tm sido acumuladas
nos ltimos anos evidncias de que em muitas doenas infecciosas os principais aspectos patolgicos no esto
relacionados com uma ao direta do agente agressor, mas sim com uma resposta imune anormal. Em muitas dessas
situaes existe uma reao de hipersensibilidade com resposta imune exagerada e no modulada que tem como
consequncia dano tecidual. Em outros casos, agentes infecciosos, seja por mimetizar antgenos prprios, por induzir
proliferao de clulas auto-reativas ou por aumentar nas clulas infectadas a expresso de molculas de MHC e
molculas co-estimulatrias, podem desencadear doenas.
Os fatores predisponentes a infeco hospitalar esto ligados a prpria situao de sade e doena, ou a mtodos
invasivos e ambientais aos quais o paciente esta exposto. Os fatores relacionados a problemas de sade esto ligados a
terapia com esterides, transplante renal, transplante de medula ssea, fatores de imunodepresso, choque e
queimaduras.
Discutir o mecanismo geral de ao dos antibiticos
Antibitico: Produtos microbianos de metabolismo secundrio (fase estacionria), no essenciais e sntese dependente
do ambiente. Ex: Penicilina, advm do fungo pinicillium.
Quimioterpico: Agente sinttico, com ao similar a de um antibitico. Logo, tanto antibiticos quanto quimioterpicos
so denominados de antibacterianos.
A antibioticoterapia se baseia no conceito de Toxicidade Seletiva capacidade de atuar de maneira seletiva sobre o
microrganismo sem causar danos ao hospedeiro, desde que o frmaco seja administrado em uma concentrao tolerada
pelo hospedeiro, mas capaz de lesar um microrganismo infectante. Seu principal efeito colateral a seleo de mutantes
resistentes. Se d pela funo de um receptor especfico necessrio ligao do frmaco ou pela inibio dos eventos
bioqumicos essenciais ao patgeno, mas no ao hospedeiro.
Apesar do desenvolvimento de um nmero cada vez maior de diversas classes de antibiticos, o mecanismo de ao dos
mesmos sobre a clula microbiana se resume essencialmente por: (i) inibio da sntese da parede celular, (ii) inibio da
sntese protica, (iii) inibio da replicao de cidos nuclicos e da transcrio, (iv) leso da membrana citoplasmtica e
(v) inibio da sntese de metablitos essenciais (fi gura 3).
Inibio da sntese de parede celular: As eubactrias, com exceo das micoplasmas, apresentam uma parede celular
constituda de cadeias contendo ligaes cruzadas de peptideoglicanos(ou mucopeptdeos; que consiste em
polissacardeos e um polipeptdeo) que formam um arcabouo rgido e resistente, que mantm a forma e o tamanho do
microrganismo, capaz de impedir a ruptura da clula pela elevada presso osmtica interna e permite bactria reter
nutrientes, protenas e cidos nuclicos no seu interior e manter certas molculas em seu exterior. As bactrias Grampositivas tem camada de peptidoglicano muito mais espessa na sua parede do que as Gram-negativas.
Bactrias desprovidas de parede celular, seja por leso (ex. causada pela lisozima) ou por comprometimento na sua
formao, sofrem lise osmtica. Bactrias sem parede celular podem ser obtidas em laboratrio desde que o meio seja
hipertnico, o comprometimento da formao da parede celular leva ao aparecimento de protoplastos bacterianos
especficos nos microrganismos Gram-positivos ou esferoplastos nos microrganismos Gram-negativos, formas
delimitadas pela frgil membrana citoplasmtica. Se colocados em meio de tonicidade normal, esses protoplastos e
esferoplastos iro absorver o lquido, intumescer e podem sofrer ruptura. Micoplasmas, bactrias que no apresentam
parede celular, s sobrevivem em ambientes limitados, como por exemplo, no meio intracelular do hospedeiro.
Os antibiticos polipeptdicos, como a bacitracina, os beta-lactmicos e os antibiticos glicopeptdicos, a exemplo da
vancomicina e teicoplamina, agem interferindo em uma ou algumas etapas da sntese destas macromolculas de
peptideoglicanos.
Diferentes receptores possuem afinidades diversas por um frmaco, e cada qual pode mediar um efeito distinto. Assim,
por exemplo, a ligao da penicilina a uma protena ligante penicilina (PBP) pode resultar principalmente em
alongamento anormal da clula, enquanto a ligao a outra PBP pode levar a um defeito na periferia da parede celular
com a consequente lise celular. As PBP esto sob controle cromossmico, e a ocorrncia de mutaes pode alterar seu
nmero ou a afinidade por agentes betalactmicos.
Aps a ligao de um frmaco belactmico a um ou mais receptores, a reao da transpeptidao inibida, e ocorre
bloqueio na sntese do psptidoglicano. A etapa seguinte envolve provavelmente a remoo ou inativao de um inibidor
das enzimas autolticas na parede celular, o que ativara a enzima ltica e resultar em lise se o ambiente for isotnico (em
ambiente hipertnico h transformao em protoplasmos e esferoplastos - nessas clulas a sntese de protenas e dos
cidos nuclicos pode prosseguir por algum tempo). A inibio das enzimas de transpeptidao pelas penicilinas e
cefalosporinas pode ser devida a uma semelhana estrutural desses frmacos com a acil-D-alanil-D-alanina. A reao de
transpeptidao envolve a perda de uma D-alanina de pentapeptdeo.
A notvel ausncia de toxicidade dos frmacos betalactmicos para as clulas de mamferos deve ser atribuda
ausncia, nas clulas animais, de uma parede celular do tipo bacteriano com seu peptidoglicano.
A resistncia s penicilinas pode ser determinada pela produo de enzimas pelo microrganismo que destroem as
penicilinas (betalactamases rompem o anel betalactmico das penicilinas e cefalosporinas).
So exemplos de frmacos que atuam por inibio da sntese da parede celular as penicilinas, cefalosporinas,
vancomicina e ciclosserina. Vrios outros frmacos, como a bacitracina, teicoplanina, ristocetina e novobiocina, inibem as
etapas iniciais na biossntese do peptidoglicano. Como os estgios iniciais da sntese ocorrem no interior da membrana
citoplasmtica, esses frmacos precisam penetrar na membrana para serem eficazes.
Inibio da sntese protica : Pelo fato das protenas serem essenciais para o funcionamento de clulas, drogas que
inibam a sntese protica podem ser usadas para matar ou impedir o crescimento de uma populao bacteriana. Essa
ao pode acontecer em uma ou mais etapa da sntese protica: na sntese RNAribossomal ou RNA-transportador; na
fixao do RNAm ao ribossomo; por alterao ribossomal; na fixao do RNAt ao ribossomo e no alongamento da cadeia
polipeptdica. O RNA ribossomal bacteriano composto pelas subunidades 23S e 5S, que juntas formam a subunidade
50S, e a subunidade 16S, que juntamente com protenas forma a subunidade 30S (antibiticos podem agir nessas
subunidades).
Inibio da replicao de cidos nuclicos e da transcrio : Existem antimicrobianos que atuam em etapas de sntese e
replicao de DNA, seja diretamente sobre enzimas que participam da replicao do cido nuclico, seja interferindo na
sntese de precursores dos constituintes da molcula de DNA (inibio da sntese de metablitos essenciais).
Leso da membrana citoplasmtica :A membrana citoplasmtica o stio de ao de outros agentes antimicrobianos que
provocam alteraes fsico-qumicas levando morte bacteriana. Neste mecanismo de ao a permeabilidade seletiva
rompida, havendo a sada de elementos vitais clula, como fosfatos, ons, purinas e entrada de substncias nocivas ao
metabolismo. Alm disso, a morte pode ocorrer por alteraes do sistema respiratrio da clula, uma funo exercida
pela membrana em clulas procariontes.
Descrever o mecanismo de febre e controle da temperatura corporal
Febre: manifestao sistmica mais comum da resposta inflamatria; sintoma essencial de doena infecciosa. Possui
diversas etiologias, e, por isso, pode estar presente em patologias de diversas origens. Entre estas, destacamos as
doenas infecto-parasitrias, nas quais a febre geralmente o primeiro sintoma. uma resposta integrada de fatores
endcrinos e autnomos (fsicos e qumicos), coordenada pelo centro termorregulador no hipotlamo.
Leso mecnica direta, aplicao de substncias qumicas a tais centros resultam em febre. Alm disso, a febre pode
ocorrer associada a infeces. Neoplasias, hipersensibilidade, e outras causas de inflamao.
Entre as substncias capazes de induzir febre (pirognios), destacam-se as endotoxinas das bactrias Gram-negativas
e as citocinas liberadas das clulas linfoides, como a interleucina 1.
Entre os possveis ativadores de fagcitos mononucleares e outras clulas, que iro liberar IL-1, esto os micrbios e
seus produtos; toxinas, incluindo as endotoxinas; complexos antgeno-anticorpo; processos inflamatrios; e muitos
outros. A IL-1 transportada pela corrente sangunea at o centro termorregulador no hipotlamo, onde so iniciadas as
respostas fisiolgicas que resultam em febre (Aumento da produo de calor; Reduo da perda de calor).
Um possvel efeito benfico da febre sobre o controle da infeco consiste em produo de anticorpos e proliferao de
clulas T mais eficientes quando a temperatura est elevada acima do normal.
A manuteno da temperatura corprea d-se por mecanismos que equilibram a perda e a produo de calor. O
hipotlamo se constitui na principal estrutura antomofuncional na cascata dos complexos mecanismos implicados no
controle da temperatura corporal e na febre. A atividade metablica a maior fonte de calor do organismo. Entre os
fatores que intensificam o metabolismo, est a febre, j que o aumento de 1 0 C na temperatura corporal produz elevao
de 10% do metabolismo basal. A dissipao do calor ocorre pela evaporao d gua (respirao e sudorese), conduo,
conveco e radiao pelo corpo.
O hipotlamo formado por uma poro anterior da rea pr-ptica, constituda por clulas nervosas sensveis
temperatura do sangue arterial. Duas reas destacam-se nesta poro: uma anterior (o centro dissipador de calor), que
provoca maior dissipao de calor e outra posterior (centro promotor de calor), que gera e conserva calor. As vias
eferentes do centro dissipador atuam na vasodilatao perifrica e no aumento da sudorese, enquanto as vias do centro
promotor realizam a vasoconstrio perifrica, aumentam a atividade metablica corporal (via supra-renal e atividade
simptica), alm do aumento do tnus muscular (calafrios).
necessrio fazer um diagnstico diferencial da febre com a hipertermia. Este constitui um estado termal que quase
nunca se produz como conseqncia de uma infeco, e, portanto no representa um mecanismo de defesa contra
agresses. A hipertermia consiste na elevao da temperatura corporal sem aumento da temperatura do termostato
hipotalmico. Ocorre aumento na produo de calor sem correspondente aumento da perda. Na febre, a termorregulao
continua atuante, mas com o ponto prefixado deslocado para nveis mais elevados, com ativao do centro promotor de
calor. Por este motivo, drogas antipirticas no atuam em estados de hipertermia, j que tm atuao somente no
termostato hipotalmico alterado.
Vrios so os fatores determinantes e geradores da febre; o mais comum a infeco. A febre ocorre com a produo de
pirgenos endgenos (ou citocinas). J foram caracterizados vrios pirgenos endgenos, entre os quais destacamos a
interleucina-1 (IL-1), a interleucina-6 (IL-6), o fator de necrose tumoral (caquetina, TNF), interferon alfa e beta, entre
outras. Estas substncias so produzidas por grande variedade de clulas do organismo, especialmente aquelas
capazes de realizar a fagocitose (essencialmente os macrfagos), no entanto acredita-se que outras clulas sejam
capazes de produzi-las, tais como, granulcitos, moncitos, linfcitos, eosinfilos, hepatcitos, etc. Estes pirgenos
endgenos no podem ser confundidos com pirgenos bacterianos (exgenos) sendo distinguidos por produzir febre
aps perodo de latncia, causar leucopenia, e a injeo repetida do mesmo conduzir ao estado de refratariedade. Para
que os pirgenos endgenos sejam liberados pelas clulas responsveis pela sua produo, ocorre necessidade de
induo, e entre os indutores de pirgenos endgenos, destacamos: as endotoxinas de microorganismos, vrus,
bactrias, hormnios (esterides, progesterona, etiocolanolona), plen, vacinas, protenas ou produtos de sua
desintegrao, etc. Estes agentes indutores estimulam a produo de pirgenos endgenos por estas clulas.
importante salientar que a febre no produto do efeito farmacolgico destes mediadores qumicos no organismo. Os
pirgenos endgenos, por meio da interao com elementos sensoriais no rgo vascular da lmina terminal (OVLT) e
outras regies em torno do crebro, promovem a sntese de prostaglandinas E2 pela estimulao da cicloxigenase.
As prostaglandinas E2 difundem-se e
atravessam a barreira hemato-enceflica
at a rea pr-ptica do hipotlamo,
gerando a liberao de citocinas nos stios
terminais e distais dos neurnios
responsveis
pelos
componentes
autonmicos, endcrinos e condutores da
resposta febril. Existem evidncias de que
ocorre produo destas citocinas fora do
crebro. A induo da variao do ponto
prefixado hipotalmico da temperatura
est mediada pela prostaglandina E2. Ao
gerar ascenso do ponto prefixado
hipotalmico, estimula-se a produo de
calor pelo centro promotor de calor, por
meio de seus mecanismos (calafrios,
aumento do metabolismo celular e
vasoconstrio). O aumento no valor
prefixado do hipotlamo desenvolver
mecanismos cuja resultante funcional a
perda de calor, principalmente por
vasodilatao e sudorese, que tendem a
abaixar a temperatura at a faixa considerada normal. A este fenmeno d-se o nome de crises e ocorre por diferentes
razes fisiolgicas, tais como, o controle e ou o desaparecimento do agente causador da febre, o uso de antipirticos,
etc.
Caracterizar o mecanismo de imunizao ativa e passiva, caracterizando vacinas e discutindo a importncia da
vacinao na preveno de molstias infecciosas
Imunidade Passiva: Transmitida por anticorpos ou linfcitos
pr-formados em outro hospedeiro. A administrao passiva
de anticorpos, na forma de anti-soros, contra certos vrus
pode ser til durante o perodo de incubao, para limitar a
replicao viral. A principal vantagem da imunizao passiva
com anticorpos pr-formados consiste na disponibilidade
imediata de grandes quantidades de anticorpos, enquanto as
desvantagens consistem no curto tempo de sobrevidas
desses anticorpos e possibilidade de reaes de
hipersensibilidade se forem administrados anticorpos de outra
espcie.
Imunidade Ativa: Resposta das clulas linfoides e produo
de anticorpos induzidas aps contato com antgenos
estranhos, podendo consistir em infeco clnica ou
subclnica, imunizao com agentes infecciosos vivos ou
mortos, ou seus antgenos, exposio a produtos bacterianos
ou transplante de clulas estranhas. As vantagens da
imunidade ativa incluem resistncia a longo prazo, enquanto
as desvantagens consistem no aparecimento lento de
resistncia e na necessidade de contato prolongado ou repetido com o antgeno.
Vacina: Preparao de antgenos microbianos, frequentemente combinada com adjuvantes, e administrada a indivduos
para induzir imunidade de proteo contra infeces microbianas. O antgeno pode estar na forma de microrganismos
vivos mas no virulentos, microrganismos mortos, componentes macrocelulares purificados de um microrganismo ou em
plasmdeos que tenham um DNA complementar codificando um antgeno microbiano.
Programas de vacinao levaram a uma erradicao completa ou quase completa de muitas doenas infecciosas nos
pases desenvolvidos. As vacinas induzem proteo contra infeces estimulando o desenvolvimento de clulas efetoras
e clulas de memria de vida longa. A maioria das vacinas em uso rotineiro hoje em dia atua induzindo a imunidade
humoral, e esto em andamento tentativas de estimular, pela vacinao, as respostas imunes mediadas por clulas.
As vacinas so mais efetivas contra as infeces limitadas aos hospedeiros humanos e causadas por agentes pouco
infecciosos cujos antgenos so relativamente invariantes.
- Vacinas atenuadas e inativadas compostas de microrganismos no patognicos intactos, tratados para ter virulncia
atenuada, ou destruio do microrganismo mas conservando sua imunogenicidade. Essas vacinas desencadeiam todas
as respostas imunes inatas e adaptativas que o microrganismo patognico desencadearia, e so, portanto, a maneira
ideal de induzir imunidade protetora.
As vacinas bacterianas atenuadas ou mortas em uso hoje em dia normalmente induzem uma proteo limitada e so
eficazes apernas por curtos perodos. As vacinas virais vivas, atenuadas, so geralmente mais efetivas.
Para a atenuao dos vrus, feita a passagem repetida em culturas celulares. Mais recentemente, comearam a ser
gerados mutantes sensveis temperatura e por deleo, com o mesmo objetivo em mente. As vacinas virais
frequentemente induzem imunidade especfica de longa durao.
A principal limitao dessas vacinas diz respeito sua segurana, devido a uma atenuao incompleta ou reverso
para o vrus patognico do tipo agressivo.
- Vacina de antgeno purificado composta de antgenos purificados de microrganismos ou toxinas inativadas e so
normalmente administrads com um adjuvante. Um uso eficaz, portanto, trata-se da preveno de doenas causafas por
toxinas bacterianas. As toxinas podem se tornar incuas sem a perda da imunogenicidade, e tais toxides induzem
fortes respostas de anticorpos. Ex.: toxides da difteria e do ttano, vacinas de polissacardeos do Pneumococcus e do
Haemophilus influenzae e as vacinas de polipetdeos purificados contra hepatite B e o vrus da influenza. As vacinas de
antgenos purificados podem estimular respostas de anticorpos e de clulas T auxiliares, mas no geram respostas de
linfcitos CTLs. Embora os polissacardeos sejam indutores ineficazes da memria de clulas B, essas vacinas com
frequncia proporcionam imunidade protetora de vida longa, provavelmente porque os polissacardeos no so
degradados com facilidade e persistem nos tecidos linfides, nos quais continuam a estimular linfcitos B especficos por
longos perodos. Respostas de anticorpos de alta afinidade podem ser geradas contra antgenos polissacardicos
acoplando-os a protenas para formar vacinas conjugadas. Tais vacinas so uma excelente aplicao prtica do princpio
da cooperao celular T-B. As vacinas com protenas purificadas estimulam clulas T auxiliares e as respostas de
anticorpos, mas no geral CLTs potentes. A razo para o mau desenvolvimento do CTL que as protenas exgenas (e
os peptdeos) so ineficazes na entrada da via de apresentao de antgenos pelo MHC da classe I e no podem
deslocar rapidamente os peptdeos das molculas da classe I da superfcie. Como resultado, as vacinas proteicas no
so reconhecidas eficientemente pelas clulas T CD8+ restritas classe I.
- Vacina sinttica: vacinas compostas de antgenos recombinantes derivados de DNA. J existem em uso atualmente
vacinas sintticas do vrus da hepatite B e do vrus do herpes simples.
- Vacina de DNA composta de um plasmdeo bacteriano que contm um DNA complementar (cDNA)que codifica um
antgeno de protena. As vacinas de DNA supostamente funcionam, pois as APCs profissionais, tais como as clulas
dendrticas, so transfectadas pelo plasmdeo e e o cDNA transcrito e traduzido, expressando peptdeos imunognicos
que fazem surgir respostas especficas. Alm disso, o DNA do plasmdeo bacteriano contm nucleotdeos CpG nometilados, reconhecidos por um receptor semelhante ao Toll (TLR-9) nos macrfagos e em outrasclulas,
desencadeando uma resposta imune inata que acentua a imunidade adaptativa (agem como auxiliadores potentes). As
vacinas de DNA podem provocar respostas fortes dos CTLs, porque as protenas codificadas pelo DNA so sintetizadas
no citosol das clulas transfectadas.
Vacina de vrus vivo composta de uma forma viva, porm no-patognica (atenuada) de um vrus. Os vrus atenuados
sofrem mutaes que interferem no ciclo de vida viral ou na patognese. Em virtude de as vacinas de vrus vivo
realmente infectarem as clulas receptoras, elas podem estimular de maneira eficaz as respostas imunes, como a
resposta do CTL, que so timas para proteo contra infeco viral do tipo selvagem. Uma vacina de vrus vivo
comumente usada a vacina Sabin contra o poliovrus, e h muito interesse no desenvolvimento de uma vacina de vrus
vivo atenuado para proteger contra a infeco pelo HIV.
Vetores virais vivos introduz-se genes que codificam antgenos microbianos em um vrus no-citoptico e infectar o
indivduo. Os vetores virais, ento, induzem o complemento integral das respostas imunes, incluindo fortes respostas de
CTLs, humoral e mediada por clulas. Um problema potencial que ocorre com os vetores virais que os vrus podem
infectar vrias clulas do hospedeiro e, embora eles no sejam patognicos, podem produzir antgenos que estimulam as
respostas de CTLs que destroem as clulas infectadas do hospedeiro.
* Adjuvantes e Imunomoduladores: a iniciao das respostas imunes dependentes das clulas T contra
antgenos proteicos requer que os antgenos sejam administrados com adjuvantes. A maioria dos adjuvantes
desencadeia respostas imunes inatas, com expresso imune aumentada de co-estimuladores e produo de citocinas,
tais como IL-12, que estimula o crescimento de clula T e a sua diferenciao. Exemplos usados na prtica clnica: gel de
hidrxido de alumnio (o qual se liga no-covalentemente a protenas e induz inflamao moderada); formulaes de
lipdeos que so ingeridas pelos fagcitos; e acredita-se ainda na administrao de substncias naturais que estimulam
as respostas de clulas T junto com os antgenos, como a IL-12 que est sendo testada.
Caracterizar memoria imunolgica
Propriedade do sistema imune adaptativo de responder mais rapidamente, com maior magnitude e de maneira mais
eficaz, exposio repetida a um antgeno, em comparao com a resposta primeira exposio.
A resposta imunolgica secundria ocorre parcialmente, porque cada exposio a um antgeno expande o clone de
linfcitos especficos para aquele antgeno. Alm disso, a estimulao de linfcitos inativos pelos antgenos gera clulas
de memria de longa durao. Essas clulas de memria possuem caractersticas especiais que as tornam maus
eficientes na eliminao do antgeno do que os linfcitos inativos, que ainda no foram expostos ao antgeno. Por
exemplo, os linfcitos B de memria produzem anticorpos que se ligam a antgenos com maior afinidade do que clulas B
que no foram estimuladas previamente, enquanto as clulas T de memria chegam aos locais de infeco com maior
facilidade do que as clulas T que no foram previamente estimuladas.
Linfcitos efetores de memria circulam no sangue, se dirigem aos locais por onde os antgenos entram e so
eficazmente retidos nesses lugares. Isso assegura o carter sistmico da imunidade
Uma parte da prole dos linfcitos B e T estimulados por antgenos se diferencia em clulas de memria, que agem como
intermedirias das respostas rpidas e acentuadas (secundria) a exposies subsequentes ao mesmo antgeno. As
clulas de memoria podem sobreviver em um estado funcionalmente dormente ou de ciclo lento por muitos anos aps a
eliminao do antgeno. Existem vrias indicaes dde que as clulas de memria no precisam ser estimuladas por um
antgeno para a sua sobrevivncia prolongada no organismo.
Por exemplo: O MHC exibe antgenos que seriam reconhecidos pelas clulas T. Clulas T de memria CD8+ ou CD4+
transferidas para camundongos que no possuam molculas do complexo de histocompatibilidade (MHC), sobrevivem
tanto quanto naqueles camundongos normais. Demonstrando, assim, que a sobrevivncia de clulas de memria
provavelmente independente de antgenos. Mesmo se retirados os receptores de antgenos das clulas T, clulas de
memria produzidas antes da exposio ao antgeno continuam a sobreviver.
As clulas de memria apresentam protenas me sua superfcie que as diferenciam das clulas inativas e dos linfcitos
efetores recm-ativados, mas ainda no est claro qual dessas protenas o marcador definitivo das populaes de
memria. Os linfcitos B de memria expressam determinadas classes (istipos) de Ig na membrana, tais como IgG, IgE
ou IgA, que resultam da recombinao de troca, enquanto as clulas B inativas expressam somente IgM ou IgD.
Comparadas s clulas T inativas, os linfcitos T de memria expressam altos nveis de molculas de adeso, tais como
as integrinas e CD44, que promovem a migrao de clulas de memria para os locais de infeco ao longo do corpo.
Nos seres humanos, a maioria das clulas T inativas expressa uma isoforma de 200kD da molcula de superfcie CD45
que contm um segmento codificado por um exon designado como A. Essa isoforma do CD45 pode ser reconhecida por
anticorpos especficos para esse segmento, sendo, ento, denominada CD45RA (restrito para A). Por outro lado, a
maioria das clulas T de memria ativas expressa a isoforma de 180kD do CD45 na qual o RNA de exon A foi retirado;
esse isoforma chamada de CD45RO. Entretanto, essa maneira de distinguir clulas T inativas e de memria no
perfeita e j foi documentada alternncia das populaes entre + e CD45RO+.
As clulas de memria so heterogneas em muitos aspectos. Algumas migram de preferncia para os linfonodos, onde
representam uma reserva de linfcitos especficos para um antgeno que podem ser ativados rapidamente, proliferar e se
diferenciar em clulas efetoras se o antgeno for reintroduzido no organismo. Outras clulas de memria residem nas
mucosas ou circulam no sangue, de onde podem ser recrutadas para qualquer local de infeco e desencadear
respostas efetoras rapidamente para eliminar o antgeno.
No se sabe que estmulos induzem uma pequena frao da prole dos linfcitos a se diferenciar e se tornar clula de
memria. Tambm no se sabe como as clulas de memria podem sobreviver in vivo aparentemente sem o antgeno, j
que linfcitos inativos e recm-ativados sofrem apoptose a no ser que sejam constantemente expostos ao estmulo de
sobrevivncia, incluindo antgenos e fatos de crescimento.
Explicar os mecanismos inatos e especficos na defesa contra as bactrias intracelulares e extracelulares
As bactrias so os microorganismos que mais frequentemente causam infeces no homem. Tanto as barreiras naturais
contra os agentes infectantes, como a imunidade inata e a adaptativa participam do mecanismo de defesa contra as
bactrias.
Bactrias Intracelulares : O passo inicial para a eliminao do patgeno envolve componentes do sistema imune inato,
tais como clulas fagocticas, clulas NK (natural killer), produo de citocinas e quimiocinas.
Desta forma, aps a invaso do patgeno, clulas fagocticas, principalmente neutrfilos e macrfagos, so recrutados
para o stio de replicao bacteriana por meio de quimiocinas (IL-8, MCP-1) e citocinas pr-inflamatria (IL-1, IL-6, TNF). Na tentativa de eliminar as bactrias intracelulares, macrfagos e neutrfilos ativados produzem uma variedade de
mediadores bioqumicos que atuam diretamente contra as bactrias, dentre eles, perxido de hidrognio (H 2O2), nion
superxido (O2-) e o xido ntrico (NO), so os mais eficazes. No entanto, as bactrias patognicas intracelulares so
resistentes degradao dentro dos fagcitos. Outro componente importante no combate desses patgenos so as
clulas NK, as quais so ativadas diretamente por bactrias ou, indiretamente, em resposta a citocina IL-12, proveniente
de macrfagos ativados. A ativao das clulas NK resulta na produo de IFN-, principal citocina envolvida na ativao
de macrfagos, promovendo, assim, a morte das bactrias capturadas. Alm disso, a estimulao dos macrfagos pelo
IFN- resulta na produo de TNF, o qual juntamente com IFN- contribui com a atividade antibacteriana dessas clulas.
As clulas NK tambm podem levar a lise bacteriana pelo mecanismo da citotoxicidade celular dependente de anticorpos
(ADCC). Adicionalmente, as clulas dendrticas tambm contribuem na imunidade contra patgeno devido produo de
citocinas inflamatrias, principalmente IL-12.
Outro aspecto importante na ativao da resposta imune inata contra patgenos intracelulares a ativao de
macrfagos via receptores de reconhecimento padro, como o receptor de manose, os do tipo Toll (TLR: Toll like receptor
- Tabela 2), entre outros.
Os receptores do tipo Toll reconhecem diferentes estruturas moleculares de patgenos. O A estimulao via TLR
desencadear uma cascata de sinalizao resultando na produo de citocinas pr-inflamatria (TNF-, IL-1, IL-12) e
reativos intermedirios do nitrognio, contribuindo, assim, para uma rpida ativao dos mecanismos da resposta imune
inata.
Devido a sua localizao, a eliminao de bactrias intracelulares requer mecanismos mediados por clulas. Uma vez
que somente a resposta imune inata no promova a eliminao de bactrias patognicas, haver necessidade da
participao da resposta imune adaptativa.
Nesta etapa destacam-se os mecanismos efetores que envolvem linfcitos TCD4 (perfil Th1, produtoras de IL-2 e IFN-)
e TCD8. A contribuio das clulas CD4 (perfil Th1) consiste principalmente na ativao de macrfagos por meio da
citocina IFN- e da interao entre as molculas CD40L-CD40 (presentes na superfcie das clulas T e macrfagos,
respectivamente). Conforme acima mencionado, esta ativao resultar na produo de perxido de hidrognio, nion
superxido, xido ntrico e enzimas lisossomais
que podem destruir o patgeno. Cabe ressaltar que diferente das clulas Th1, clulas TCD4 com perfil Th2 (produtoras
de IL-4 e IL-5) no contribuem na resistncia contra bactrias intracelulares, pelo contrrio, o ambiente Th2, em geral,
favorece a instalao da doena em questo. As clulas TCD8 citotxicas tm papel fundamental na eliminao das
bactrias intracelulares atravs da lise das clulas infectadas. Isto pode ocorrer uma vez que os antgenos bacterianos,
como por exemplo, da Listeria monocytogeneses, podem escapar das vesculas celulares, penetrando no citosol sendo
apresentadas vias MHC de classe I para as clulas T citotxicas. Alm das clulas T convencionais (T - CD4 e CD8)
as clulas T tambm contribuem na imunidade contra bactrias intracelulares, porm sua funo considerada
auxiliar e no essencial para a eliminao do patgeno. No entanto, a ativao de clulas T especfica foslipdios
presentes na parede de micobactrias parece ser um mecanismo inato muito importante para o controle desses
microorganismos.
Em humanos, a apresentao de glicolipdios do Mycobacterium tuberculosis, via a molcula de CD1, para clulas TCD4
no convencionais, levam a ativao das mesmas produzindo IFN-, participando, assim, do controle da infeco. As
bactrias intracelulares dispem de mecanismos de escape contra a resposta imune sendo os macrfagos os alvos
preferenciais. Macrfagos que falham na eliminao das bactrias intracelulares podem levar ao estabelecimento de uma
infeco crnica, que resultar na formao de uma estrutura caracterstica conhecida como granuloma, o qual tem como
finalidade conter o agente infeccioso, evitando assim a sua disseminao. O granuloma pode ser considerado uma marca
registrada de algumas doenas causadas por bactrias intracelulares como Mycobacterium tuberculosis e M. leprae,
Treponena pallidum, mas tambm de parasitas como o Schistosoma mansoni e fungos como o Criptococcus neoformans
e o Paracoccidioidis brasiliensis. O granuloma uma estrutura complexa, composta por macrfagos infectados na rea
central, circundados por linfcitos TCD4 e TCD8 ativados, e frequentemente est associado com fibrose tecidual. Outro
mecanismo de escape da ao da resposta imune o visto em Listeria monocytogeneses que capaz de romper a
membrana do fagossomo e escapar para o citoplasma, e a Mycobacteria tuberculosis que inibe a formao do
fagolisossomo, e, assim ambas tentam escapar da ao das substncias bactericidas produzidas nas vesculas dos
macrfagos ativados.
Bactrias Extracelulares:
As infeces causadas por bactrias extracelulares so as mais frequentes. Nesses casos os mecanismos de defesa
esto relacionados principalmente com as barreiras naturais do hospedeiro, a resposta imune inata e a produo de
anticorpos. A participao da imunidade inata ocorre atravs das clulas fagocitrias, da ativao do sistema
complemento pela via alternativa ou das lectinas e da produo de quimiocinas e citocinas (resposta inflamatria). O
complemento exerce seu papel de defesa pela ativao do complexo de ataque membrana (C5-C9) e facilitando a
opsonizao atravs do componente C3b, que se liga bactria e interage em uma segunda etapa com um receptor
especfico existente nas clulas fagocticas.
A importncia do sistema do complemento est no fato de que as bactrias apresentam estruturas capazes de ativar
diretamente essa via e, quando revestidos pelo produto C3b, so fagocitadas por macrfagos e neutrfilos atravs de
receptores especficos para o C3b, num processo chamado de opsonizao. Receptores como de manose e scavenger
podem reconhecer eptopos presentes na superfcie desses microorganismos opsonizados, promovendo, assim, a
ligao destes a fagcitos. Alm disso, os fragmentos C5a e C3a do sistema complemento so responsveis pela
induo de uma resposta inflamatria aguda, medida que so capazes de ativar mastcitos e neutrfilos. A ativao
dos mastcitos leva a liberao de grnulos contendo mediadores vasoativos como a histamina, favorecendo o
recrutamento celular para o local da infeco e promovendo o processo inflamatrio. A continuao da cascata do
sistema complemento, na superfcie do patgeno, resulta na formao do complexo de ataque membrana e na sua lise
direta. A ativao da via das lectinas tambm bastante relevante em face da membrana bacteriana ser rica em
carboidratos, favorecendo, a ativao do complemento na ausncia de anticorpos especficos.
Os receptores do tipo Toll tambm contribuem com o processo de eliminao das bactrias extracelulares, uma vez que
essas bactrias possuem estruturas moleculares conservadas tais como descrita na Tabela 2. Todas as clulas da
imunidade inata participam da defesa contra bactrias, embora seja enfatizado principalmente o papel de neutrfilos e
moncitos/macrfagos pela capacidade fagoctica dessas clulas. Os basfilos e mastcitos ativados por fatores do
sistema complemento, a exemplo do C5a, C3a e C4a, liberam mediadores que, juntamente com as referidas protenas do
complemento, atraem leuccitos para o stio de agresso e contribuem para a passagem dessas clulas dos vasos para
os tecidos, local onde est ocorrendo a agresso ao hospedeiro. Os eosinfilos, alm da atividade fagoctica, podem
destruir microorganismos por meio da liberao de protenas com atividade microbicida, tais como a protena bsica
principal e a protena catinica eosinoflica. Os neutrfilos e os macrfagos tm participao importante na defesa contra
esses agentes desde que as bactrias sejam susceptveis a substncias produzidas por essas clulas, a exemplo do NO
e do perxido de hidrognio. Existem tambm no interior dessas clulas, enzimas como a mieloperoxidase e substncias
outras como a azurocidina, que possuem propriedade microbicida.
Os neutrfilos s so encontrados nos tecidos inflamados, enquanto os macrfagos concentram-se tanto em tecidos
inflamados como em tecido sadio. Durante a reao inflamatria os neutrfilos produzem secreo purulenta, enquanto
os macrfagos formam o granuloma.
Quanto resposta adaptativa, a imunidade humoral o principal mecanismo envolvido na eliminao das bactrias
extracelulares. Os anticorpos, produzidos contra esses patgenos, desempenham mecanismos efetores importantes
como:
1) Neutralizao;
2) Opsonizao seguido de fagocitose, e
3) a ativao do complemento pela via clssica.
Na neutralizao contra a bactria ou contra suas toxinas, os anticorpos (IgG, IgA) impediro a ligao das mesmas a
receptores presentes na superfcie das clulas alvos, ou seja, a ligao dos anticorpos com estruturas bacterianas
interfere na capacidade do patgeno em interagir com os receptores celulares, neutralizando, assim, a ao desses
microorganismos. A presena de IgA em stios de mucosa como as vias areas superiores e vaginal fator importante
para controlar invaso de patgenos bacterianos e virais de importncia clnica, prevenindo pneumonias e doenas
sexualmente transmissveis.
A ao dos anticorpos pode ser do tipo opsonina, onde as bactrias so revestidas por anticorpos do tipo IgG e
fagocitadas por macrfagos e neutrfilos, atravs de receptores para a poro Fc presente nessas clulas. Aps a
fagocitose, as bactrias so destrudas no fagolisossomo como ocorre com as bactrias intracelulares.
A ativao do complemento se d pela IgM e subclasses de IgG. A via clssica do sistema complemento tambm
participa no controle desse tipo de microorganismo. Nesse aspecto a gerao e deposio de C3b levar a opsonizao
do patgeno, seguido pela fagocitose via receptor presente em macrfagos e neutrfilos; a induo de uma resposta
inflamatria, e a formao do complexo de ataque membrana que resultar na lise direta do patgeno. Adicionalmente,
os antgenos proteicos das bactrias extracelulares tambm ativam as clulas TCD4 que reconhecem peptdeos
antignicos no contexto de molculas de MHC de classe II, levando essas clulas T a produzirem IFN-gama (potente
ativador de macrfagos) e TNF (Fator de necrose tumoral - citocina inflamatria), que podem favorecer a destruio das
bactrias pela fagocitose, colaborar com clulas B e para a produo de outros isotipos de anticorpos.
As principais consequncias prejudiciais das respostas do hospedeiro s bactrias extracelulares so a inflamao e o
choque sptico, os quais so causados pelas citocinas produzidas principalmente por macrfagos ativados. O choque
sptico a consequncia patolgica, induzida por citocina, mais grave da infeco por bactrias Gram-negativas e
algumas bactrias Gram-positivas. uma sndrome caracterizada por colapso circulatrio e coagulao intravascular
disseminada. O TNF o principal mediador do choque sptico.
Algumas toxinas bacterianas, denominadas superantgenos, so capazes de ativar muitos linfcitos T, levando
produo de grandes quantidades de citocinas e anomalias clinicopatolgicas que so semelhantes ao choque sptico.
Caracterizar os sinais clnicos sugestivos de infeces bacterianas
A dor tende a ser mais localizadas (como em apenas uma orelha, apenas um olho, mais de um lado que de outro...);
As bactrias produzem diversas toxinas que podem ser identificadas no local;
A cor do catarro (esputo) costuma ser mais escuro, amarelado ou at esverdeado;
A febre geralmente mais alta e inconstante durante o dia;
Pode formar abcessos (caroos com pus);
Costumam durar mais e piorar com o tempo.