Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Instituto de Artes Departamento de Artes Visuais
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INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS
SOMBRAS DO PASSADO:
Impressões de meus locais de memória
BANCA EXAMINADORA
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço ao amigo e professor Carusto pelos ensinamentos e pela atenção,
paciência e sensibilidade com que me orientou.
À amiga e professora Anico, que com sua sabedoria me ensinou a fazer e gostar de xilogravura.
Ao amigo e professor Rodrigo, que além de transmitir conhecimentos, fez com que eu aprendesse a
admirar a cerâmica.
A todos os professores, funcionários e colegas do Instituto de Artes, que de uma forma ou outra
contribuíram para o meu aperfeiçoamento.
Aos meus amigos, especialmente à Cleidi, que me acompanhou para fotografar locais de minha
memória, pela amizade e companhia.
A todos os demais amigos e familiares que, de forma direta ou indireta, contribuíram com a
elaboração desse trabalho.
Ao meu marido Heraldo (em memória), pelo companheirismo de mais de 30 anos, pelo incentivo e
ajuda que sempre me deu.
À minha mãe, que sempre me ajudou, e que nesse semestre driblou a morte e possibilitou que eu
tivesse tempo e tranqüilidade para a confecção desse trabalho.
Aos meus filhos, Heraldo, Greice, Deise e Daniela, pelo carinho, ajuda e incentivos, a quem eu dedico
esse trabalho.
Por último, mas não menos importante, agradeço a Deus por ter permitido que eu tivesse condições
físicas e mentais para o desenvolvimento deste trabalho.
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RESUMO
O único tempo capaz de parar é o tempo da memória, e é ele que dita as diretrizes desse trabalho.
Calotas, hábitos, panos, bastidores de bordado, tempo, gravura, locais, perdem seu contexto original
para fazer parte desse trabalho, assumindo uma nova forma de visualização. Houve uma ordenação
dentro de minha memória, de modo a colocar todos esses itens em um trabalho sobre o passado. O
ponto de partida para esse trabalho foi a fotografia - fotografei meus locais de memória, criando
distorções em uma calota de fusca – a imagem disfarçada.As gravuras foram feitas com base nessas
fotografias. Optei por fazer xilogravuras em panos com história, que saíram do seu contexto
primitivo, passando a integrar um novo sistema, ampliando o seu significado e criando uma memória
reciclada. Ao fotografar, minha imagem aparece nas fotos – imagem esta que aparece nas minhas
gravuras como uma sombra. É a sombra do passado em imagens do presente.
Palavras-chave: calotas, gravura, meus locais de memória, imagem disfarçada, memória reciclada.
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SUMÁRIO
REMINISCÊNCIAS ...................................................................................................................... 7
PROCESSO CRIATIVO
As escolhas ........................................................................................................................ 12
A fotografia ........................................................................................................................ 13
A xilogravura ...................................................................................................................... 14
DIÁLOGOS E INFLUÊNCIAS
A SOMBRA .............................................................................................................................. 35
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REMINISCÊNCIAS
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“o conteúdo da obra de arte é a experiência existencial do artista,
objetivada na obra. O conteúdo, a vivência do artista, é inseparável da
forma.”
A IMAGEM DISFARÇADA
Sempre tive o hábito de olhar as superfícies reflexivas, verificando o que está à minha volta. Quando
criança, olhava pelos vidros das vitrinas para observar quem vinha atrás de mim. Refletindo muito,
busquei saber o porque. Lembro-me que meu irmão e seus amigos, na saída do colégio, gostavam de
puxar o meu cabelo, que era comprido, e por isso criei essa defesa.
Nos carros é que eu mais exercitava esse hábito. As figuras ficavam distorcidas e eu voltava o olhar
para ver como era a imagem real. Esta superfície espelhada era um lugar de transferência, um lugar
em que a imagem da pessoa se disfarçava e se relacionava com seus fantasmas, proporcionando um
tipo de conhecimento enigmático que oferecia uma proximidade imperfeita a uma distância incerta
e, de maneira introspectiva, emitia sua luz, tanto para o passado quanto para o presente e o futuro.
Uma vivência importante em minhas memórias, geradora da produção artística que apresentarei ao
longo deste projeto de graduação, foram os difíceis anos da ditadura no Brasil. Estando na faculdade,
a partir de 1970, as pessoas diziam que em cada sala de aula haveria um agente do Dops.
Novamente, eu olhava os reflexos nos carros e principalmente nas calotas para verificar quem estava
à minha volta. O medo fazia com que as pessoas passassem a ficar mais introspectivas.
Escolhi a forma espelhada destas calotas para captar as imagens atuais de meus locais de memória,
como se eu pudesse distorcer o tempo e voltar ao meu passado. Em especial, a calota do fusca, meu
primeiro carro, que teve sempre a sua magia, pois é um carro que, de qualquer ângulo que o
observamos, é reconhecido. É o carro do povo (Volkswagen). A calota é completamente convexa e,
como tal, reflete áreas muito grandes, e sua imagem é distorcida, além de menor e mais distante que
a real. Esta imagem fotográfica serve como registro, para provocar a memória e a imaginação. É uma
maneira de reconstruir uma nova realidade, uma nova experiência e uma nova maneira de perceber.
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MEUS LOCAIS DE MEMÓRIA
A memória ajuda a definir quem somos. As experiências armazenadas e a facilidade com que elas são
acessadas são essenciais à identidade de uma pessoa, e são vitais para interpretar e tomar decisões.
Existem vários tipos de memória, mas a que interessa nesse trabalho é a memória de longo prazo,
que é acessada conscientemente.
A grande força da criatividade é a imaginação, que se dá por manipulação de imagem captadas num
determinado momento e armazenadas na memória. O artista usa a emoção para manipular essas
imagens. Não há memória sem emoção, e se estamos envolvidos não esquecemos. O encontro com a
memória é inevitável.
Os órgãos dos sentidos e a memória têm intensa ligação. A memória retém o que os sentidos a ela
passam.
A visão é seletiva, assim como a memória. Podemos olhar e não perceber, a menos que algo nos
chame a atenção no ato de observar. Assim, por exemplo, num vidro, olhamos através dele, ou
olhamos o reflexo nele contido.
Os locais da minha memória foram se transformando, ou por ação humana ou pela interferência da
própria natureza. Prédios foram construídos, árvores tombadas, ruas calçadas, casas derrubadas, etc.
tudo em nome do progresso. Um pequeno vilarejo na minha terra da infância torna-se uma cidade
desenvolvida. E Porto Alegre, outrora uma pacata cidade, transforma-se em um grande centro
urbano.
A memória destes locais também foi modificada ao longo da vida, e para acessá-la é preciso usar a
consciência. O que se olha com a visão da infância e da adolescência fica alterado quando as
sensações se passam no olhar adulto. O tempo transforma as coisas que amamos.
1
Legalidade: movimento armado de resistência ocorrido no Rio Grande do Sul e liderado por Leonel Brizola, então
governador do estado. Após a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, o movimento defendeu a legalidade
constitucional para a posse do vice-presidente João Goulart.
10
Quando cheguei a Porto Alegre, em 1957, e durante a década
de 60, ela era uma cidade com ares provincianos, prédios não
muito altos e sem grandes violências. Meu pai costumava
deixar o carro sempre aberto – alarme e seguro não existiam -,
com toca-fitas, pasta com cheques, etc, e não tinha problema
de roubo. À tardinha, em dias quentes, a vizinhança se reunia
Sempre digo que a felicidade plena não existe. O que existe são momentos felizes e, nessa época,
nós certamente éramos felizes.
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PROCESSO CRIATIVO
As escolhas
“o autor precisa escolher entre vários temas e está livre para fazê-lo, mas
precisa sacrificar a liberdade para seguir outros caminhos.”
Tudo começou durante as aulas de cerâmica. A partir do hábito que eu tinha de ver imagens em
carros e, especialmente, em calotas, surgiu à idéia inicial de fotografar meus locais de memórias
refletidos na calota de um fusca da década de 60 e transferi-las para a cerâmica. Com a vivência das
imagens refletidas, passei a elaborá-las também na xilogravura, imprimindo inicialmente sobre papel
e posteriormente sobre tecidos antigos, presentes em minha história pessoal.
No projeto inicial iria apresentar fotografia, cerâmica e gravura, mas o tempo e a realidade da vida e
da percepção do que havia produzido artisticamente, estavam contra aquilo a que eu me propunha.
Decidi que eu faria a gravura e usaria as fotos como registro.
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A Fotografia
As fotografias servem como registro, mas é a partir delas que o trabalho se desenvolve.
Com a máquina fotográfica e a calota, saí a fotografar. Fotografei em Teutônia e em Porto Alegre,
meus locais de memórias, sempre focando a imagem refletida na calota. Tirei muitas fotos, algumas
das quais escolhi para fazer as xilogravuras; outras farão, junto com essas, parte da projeção de
imagens.
Quando fotografamos nos apropriamos da imagem. As escolhas que fazemos de lugar, ângulo, luz,
são próprias de cada um, e são um exercício experimental de liberdade.
Tentei de várias maneiras que a minha figura não aparecesse nas fotos. No entanto, a calota deixa a
imagem mais longe, menor, e capta a imagem em 360º. Então, ou aparecia a minha imagem
fotografando, ou um tripé com a máquina fotográfica. Optei pela primeira mas, na gravura, preferi
aparecer apenas como uma sombra.
“Existe uma corrente que diz que a fotografia é objetiva, representa uma
realidade, nem mais, nem menos. Ela é imparcial e mostra a realidade total.
Não é verdade. Isso é a maior mentira do mundo. Você não fotografa com a
sua máquina. É a coisa mais subjetiva que existe. Você fotografa com toda
sua cultura, com os condicionamentos ideológicos. Você aumenta, diminui,
deforma, deixa de mostrar”.
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A xilogravura
Utilizei panos que pedi a amigos, professores e familiares e muitos que faziam parte de meus
próprios guardados, ou já a ponto de ser descartados. Alguns dos panos guardados que faziam parte
da minha memória afetiva me trouxeram grandes emoções e eu pensei não usá-los, mas decidi que
essa memória seria reciclada e perduraria no meu trabalho. As lembranças não dependem de um
objeto e a saudade é para sempre.
Uma das dificuldades encontradas é que a tinta de xilogravura não é bem aceita em tecido sintético.
Outra é que o tecido não poderia ser escuro, pois a tinta branca não adere muito bem em tecido,
sendo necessário passar mais vezes, e seria mais apropriado fazer em serigrafia. Mas eu queria fazer
em xilogravura, porque considero muito importante a interferência dos veios da madeira na imagem,
então optei por panos com estampas mais claras e tinta preta.
Na primeira gravura, fiz o desenho a mão livre sobre papel manteiga, virei o mesmo ao avesso e
passei com carbono na matriz. Na segunda, copiei as características principais diretamente da
fotografia, no papel manteiga, e depois procedi da mesma maneira que a anterior. Nas restantes,
usei o photoshop para inverter a imagem e procedi da mesma maneira que as anteriores.
Usei a tinta tipográfica Printcor, rolo de borracha e as madeiras cedro e cacheta. Fiz algumas
impressões com a colher de madeira e também utilizei a prensa manual.
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Encontrar a quantidade de tinta necessária foi outra dificuldade, pois a intenção é que a estampa
interferisse na gravura, mas que não desaparecesse.
Todos os tecidos usados são importantes para mim, pois mesmo aqueles que não eram meus hoje o
são, pois sua história e a minha se entrelaçam também por afinidade, pois me foram entregues com
muito carinho.
A impressão nos panos foi feita ao acaso. Somente em poucas procurei direcioná-los ao ponto que
queria. Quando havia bordado no tecido, em volta do mesmo ficava um halo sem impressão, o que
dava, muitas vezes, a sensação de que faltava tinta. Ficou, porém, um efeito esteticamente
agradável.
Como parti de uma calota, o necessário seria que aparecesse a forma circular no trabalho. Foi por
acaso que me deparei com um bastidor de bordado, que foi adequado ao projeto. A partir desse
recurso, lembrei-me o quanto eu sempre gostei e valorizei materiais bordados, mas nunca me dispus
a aprender, pois para mim faltava a paciência de fazer ponto por ponto.
E, assim como no bordado, os panos deverão aparecer fora do bastidor e a calota aparecerá com
enchimento (fibra de silicone) na parte do bastidor.
Como o suporte da gravura e a sua apresentação não são convencionais, não foram feitas edições,
porque todas as impressões são únicas, pela imagem, interferência do tecido, da madeira e do
bordado. A gravura só passa a existir após a impressão, e antes de retirar cada uma da matriz ficava o
enigma de como seria e, após a surpresa, de como ficou.
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“Qualquer que seja o suporte, ele não é um fim em si mesmo.
Assinala ou testemunha um outro fenômeno, que pode ser
distante, imaginário ou efêmero.”
O projeto da Exposição
As gravuras serão penduradas pela extremidade superior do pano por tachas com “cabeças”
coloridas, nas duas paredes laterais.
A projeção das imagens fotográficas será feita na parede e o equipamento ficará sobre um cubo
branco.
Uma matriz será colocada sobre um cubo branco, junto à coluna onde estará pendurada a calota de
fusca.
Surgiram muitas dúvidas quanto à disposição das gravuras no espaço destinado à exposição, pois
existem várias maneiras de serem colocadas. Inicialmente pensei em deixar os panos todos do
mesmo tamanho; depois verifiquei que o importante era alinhar os bastidores. Outra dúvida que
surgiu foi sobre a disposição das gravuras; se as gravuras do mesmo local da memória deveriam ser
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colocadas próximas, ou se a ordenação seria por cor, tecido, ou se a disposição seria aleatória. Como
não é possível nesse momento fazer um teste, devido à falta de disponibilidade do espaço físico,
grande parte das dúvidas serão solucionadas no momento da montagem, apesar de a idéia já estar
inserida no meu pensamento.
Legenda:
1 – gravuras
2 – projeção das fotografias
3 – cubo branco com o projetor
4 – cubo branco com uma matriz
5 – pilar onde será colocada a calota de fusca
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DIÁLOGOS E INFLUÊNCIAS
Propôs aos moradores a troca de objetos como cortinas, redes e toalhas, ou seja, panos que teriam
valores simbólicos para os donos. Trocava cada objeto por outro, e começou a reproduzir a imagem
fotográfica das pessoas em tamanho real sobre os seus panos. Propôs depois, que recebessem de
volta as fotografias e as expusessem em frente à sua casa, para que todos pudessem apreciá-las.
Os panos usados por Alexandre Sequeira têm um significado de memória, tal qual
os meus.
Nossos trabalhos têm semelhanças, tais como: o uso de tecido com história, a
impressão sobre o mesmo e o deslocamento em busca do local das imagens.
Diferem, pois ele imprime a imagem das pessoas, em foto; eu imprimo a imagem
de locais, em xilogravura.
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Luise Weiss (1953 - )
Luise Weiss refotografou lugares em que seus antepassados viveram, na Áustria, com o auxílio de
fotos antigas, e realizou pinturas com base nessas fotos (2004). Investigou sua própria identidade,
construindo imagens com base em retratos de seus antepassados, que foram pintados sem
preocupação de fidelidade e utilizou como referências a água do mar e o navio que trouxe seus
antepassados e outros imigrantes da Áustria e Alemanha (“Passagens e Memórias”, 2010). Estes
apresentam a feição da artista metamorfoseada e fundida com a paisagem.
Passa a usar cores em 1998, quando utiliza retalhos de tecidos coloridos sobre Duratex, e em 2000,
coloca fotos em copos de água ou mel para que a imagem se torne distorcida (In Memorian).
A fotografia é o ponto de partida de sua trajetória. Para a representação visual usa questões do
tempo e da memória, cor, sombra, luz, textura.
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Luise Weiss diz que: “A reflexão se dá em questionar a maneira como a imagem se transforma e
como nós nos lembramos de fatos, pessoas, lugares, pela seqüência dos tempos.” – e acrescenta:
“amanhã o presente será passado.”
Walter Benjamin, filósofo e crítico alemão, interpreta Angelus Novus, uma das obras de Klee, e
escreve em sua Tese sobre a Filosofia da História:
2
Disponível em: < http://blogs.estadao.com.br/luiz-zanin/o-anjo-da-historia/> Acesso em: 28 setembro 2010
20
Em outras palavras, com os olhos escancarados, boca dilatada, asas abertas, com o caráter deslocado
e disforme dessa figura com os olhos voltados ao passado, compreende a humanidade que se afirma
na destruição. O anjo quer afastar-se de algo que ele encara, deter-se para acordar os mortos, juntar
os fragmentos, mas ele só vê ruína sobre ruína. O tempo nos impele por trás em direção ao futuro.
Relacionando com o meu trabalho, lugares que encontro hoje já não são mais
como eram. Prédios antigos deram lugar a construções modernas, outros foram
reformados e perderam a sua identidade inicial, muitos desapareceram
totalmente. E tudo em nome do progresso, tal qual Walter Benjamin cita na sua
crítica.
Assim , também pessoas que fazem parte da minha memória já morreram. Todos
nós gostaríamos de ter o poder de ressuscitar aqueles a quem perdemos, pois a
saudade permanece sempre, ou então construir uma máquina do tempo para
retornar e transformar muitas coisas. Como isso é impossível, resta-nos seguir em
frente, com lembranças guardadas na memória, rumo ao futuro e ao progresso.
Apesar de tudo isso, a intenção que tenho com esse trabalho não é recordar
perdas e destruição, mas uma parte feliz da minha vida.
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PRODUÇÃO ARTÍSTICA
No início era o caos. Foi isso que eu senti ao iniciar esse projeto
de graduação. Eram muitas informações, lembranças, leituras.
E tudo acontecia de maneira desordenada.
22
Local: Centro Administrativo de Teutônia
Data: 13/03/2010
23
Local: Centro Administrativo de Teutônia.
Imagem refletida na calota de um fusca da década de 60.
Data: 13/03/2010
24
Realizei inúmeras impressões em panos diversos. Essas representadas a seguir foram escolhidas
principalmente devido ao efeito enigmático que apresentam pela interferência do pano e do
bordado.
Tecido: 50 x 30cm
25
Tecido: 34 x 34cm Tecido: 52 x 48cm
26
Local da memória: Museu e Centro Administrativo de Teutônia
Tecido: 35 x 40cm
27
Tecido: 37 x 45cm Tecido: 34 x 43cm
28
Local da memória: Igreja de Linha Frank
Tecido: 38 x 50cm
29
Tecido: 47 x 42cm Tecido: 48 x 56cm
30
Local da memória: Parque Farroupilha (Redenção)
Tecido: 29 x 29cm
31
Tecido: 42 x 36cm Tecido: 44 x 47cm
32
Local da memória: Ponte dos Açorianos
Tecido: 39 x 45cm
33
Tecido: 48 x 42cm Tecido: 41 x 35cm
34
A SOMBRA
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, K. Cérebros estressados. Zero Hora, Porto Alegre, RS, 23 out 2010. Caderno Vida nº 990,
p. 1, 4 e 5.
HERSKOVITS, Anico. Xilogravura – Arte e Técnica. Tchê! Editora, Porto Alegre, RS, 1986.
MORAIS, Frederico. Arte é o que eu e você chamamos arte. Editora Record, Rio de Janeiro, RJ. 4ª
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MUSARRA, F. Memória. Planeta, ano 37, edição 447. Editora Três, São Paulo, SP., p. 41-46, dez
2009.
SALLES, Cecilia Almeida. Gesto Inacabado - processo de criação artística. Annablume Editora, São
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SALLES, Cecilia Almeida. Redes da criação. Editora Horizonte, Vinhedo, SP. 2ª edição, 2006.
SCHELP, D. A conquista da memória. Veja, ano 43, número 2. Edição 2147. Editora Abril. São Paulo,
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ZAMBONI, Silvio. A pesquisa em Arte: um paralelo entre Arte e Ciência. Editora Autores Associados,
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http://chicosimoes.blogspot.com/2010/09/walter-benjamin-e-o-anjo-de-paul-klee.html
acessado em 28/09/2010
http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ponto_de_vista/2010/08/18/imprensa37545.shtml -
acessado em 21/10/2010
http://www.masp.art.br/masp2010/exposicoes_integra.php?id=64&periodo_menu= - acessado em
10/11/2010
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