Epistemologias Descoloniais

RESUMO: O presente trabalho pretende investigar, a partir de um estudo analítico da Constituição do Equador (2008), se o regime do bem viver pode ser considerado um novo paradigma de desenvolvimento não-eurocêntrico ou se é somente uma nova forma de compreensão do desenvolvimento. Para tanto, utilizou-se da seguinte metodologia: abordagem dedutiva; procedimento monográfico; técnica de pesquisa bibliográfica. Ao cabo, verificou-se que as mudanças paradigmáticas do novo constitucionalismo latino-americano e, em especial, no diploma jurídico-político equatoriano, apontam para a formação de uma nova teoria do direito, que permita, rompendo com as dicotomias da modernidade, sobretudo a relação entre ser humano e natureza, voltar-se para um desenvolvimento efetivamente comprometido com uma sustentabilidade forte. Palavras-chave: Constitucionalismo; Decolonialidade; Desenvolvimento; América Latina; Equador.
RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo investigar, a partir de un estudio analítico de la Constitución del Ecuador (2008), si el régimen del buen vivir puede ser considerado un nuevo paradigma de desarrollo no eurocéntrico o si es sólo una nueva forma de comprensión del desarrollo. Para ello, se utilizó la siguiente metodología: enfoque deductivo; procedimiento monográfico; técnica de investigación bibliográfica. Por último, se verificó que los cambios paradigmáticos del nuevo constitucionalismo latinoamericano y, en especial, en el diploma jurídico-político ecuatoriano apuntan a la formación de una nueva teoría del derecho, que permita, rompiendo con las dicotomías de la modernidad, relación entre ser humano y naturaleza, volverse hacia un desarrollo efectivamente comprometido con una sostenibilidad fuerte.

O presente texto é o resultado do exercício de questionamento sobre a aplicação do conceito de " paisagem cultural " a contextos sociais contemporâneos, conceito este proposto pelo Conselho Internacional de Museus – ICOM e pela Carta de Siena, escrita em 2015, pelo comitê nacional do ICOM italiano. Interrogando a própria noção de " paisagem " como uma ideia universalmente aplicável para além do contexto europeu, propomos a reflexão sobre o papel dos museus e a própria noção de musealização sob o ponto de vista da descolonização. Defendendo a descolonização da musealização e da paisagem como um exercício reflexivo necessário para a museologia do presente, o artigo deflagra alguns dos desafios centrais para os museus e seus agentes. A noção discutida de " paisagem cultural " nos apresenta, ainda, a própria discussão antropológica sobre o conceito de cultura, e somos levados a apreendê-lo, nos discursos patrimoniais, desconectado do caráter mais complexo constatado em seus usos contemporâneos. Ignora-se, portanto, a dimensão vivida do patrimônio transmitido como imagem ou paisagem, explorado nos processos coloniais e atualmente consumido pela " turismificação " dos lugares.

Resumo: O presente artigo discute os significados de uma perspectiva pós-colonial de educação, com base na premissa de que perdura, em muitos países de passado colonial, como o Brasil, um legado simbólico responsável, frequentemente, pela produção e manutenção de ausências curriculares no que tange aos saberes e às narrativas de grupos historicamente subalternizados. Em diálogo com exemplos do contexto educacional brasileiro, concernentes, em especial, ao ensino-aprendizagem de literatura, refletimos sobre os sentidos de uma  educação que reconheça e que, por conseguinte, enfrente os efeitos do colonialismo nos currículos e nas práticas didático-pedagógicas, de modo a assegurar a pluralidade cultural na esfera escolar. Para além de discussões e de articulações teóricas em torno dos pressupostos dos Estudos Culturais e Pós-Coloniais, revisamos, brevemente, alguns aspectos do pensamento de Paulo de Freire, a fim de ampliar o debate sobre o papel da escola no tocante à negação e/ou ao reforço de epistemologias monoculturais.

Palavras-chave: descolonização do ensino, educação multicultural

Rodolfo Kusch, el filósofo argentino, nos ofrece la mirada descolonial más clarificante, más auténtica y comprometida. América Profunda es su libro clave. Altamente recomendado y publicado aquí para el grupo de artistas que investigan con arteresponsable centroamericano.

En el trabajo se pretende visibilizar la situación de desigualdad epistémica que se vive en el extremo norte de la Ciudad de México, posicionandonos en Cuautepec construimos el discurso de una educación formal y una educación de corte material. Escrito desde paradigmas tanto sociológicos, antropológicos y filosóficos se vislumbra situación en lo que Ramón Grosfoguel denominaría como "racismo epistémico", determinaciones varias construyen nuestra hipótesis que con algo de imaginación podría redirigirse hacia otras experiencias análogas en cualquier parte del mundo, todo sea en pro de visibilizar una practica de racismo con la pretensión de abonar a romper la situación de injusticia educativa.

O ensaio objetiva refletir sobre os impactos da violência de Estado nas vidas e infâncias negras. Nas andanças pela cidade do Rio de Janeiro e nas trilhas teóricas propostas por pensadores/as antirracistas e decoloniais, discute-se os impactos e desafios do racismo nos itinerários formativos e existenciais de corpos racializados, atravessados pela necropolítica pública que fornece as premissas do governo pedagógico das infâncias e adolescências periféricas nas grandes cidades brasileiras. A partir do encontro com M., 11 anos, que vende chicletes no entorno de uma estação carioca de trem, problematizam-se as vulnerabilidades produzidas e as violações sistemáticas aos direitos humanos de crianças negras, que obstaculizam a justiça racial no país, em face da conversão permanente das diferenças em desigualdades inferiorizadas. A violência dessa injustiça, seguindo o argumento desenvolvido no texto, culmina por operar o reforço do vilipêndio e da naturalização das iniquidades raciais contra populações historicamente inferiorizadas pela sanha colonial. Aponta-se, ademais, para a necessidade de pensar as infâncias negras desde o território, com vistas a problematizar iniquidades e disparidades que persistem. Conclui-se, por fim, que a captura e nulificação das infâncias negras é um projeto de Estado pautado por práticas de subjetivação criminalizantes e estereotipadas, que brutalizam os corpos e desumanizam vidas negras.

Palavras-chave: necropolítica; infâncias negras; violência de Estado; racismo; necroinfâncias.

"bulletproof? cariocas’ necrochildhoods, state violence and street’s philosophies"

Abstract: This essay aims to reflect on the impacts of state violence upon black lives and childhoods. In the wanderings through the city of Rio de Janeiro and in the theoretical trails proposed by antiracist and decolonial thinkers, we discuss the impacts and challenges of racism in the formative and existential itineraries of racialized bodies, crossed by the public necropolitics that provides the premises of the pedagogical government of peripheral childhoods and adolescences in large Brazilian cities. From the bumping into M., 11 years old, who sells chewing gum in the surroundings of a train station in Rio de Janeiro, we problematize the vulnerabilities produced and the systematic violations of the black children’s human rights, which hinder racial justice in the country, in face of the permanent conversion of differences into inferiorized inequalities. The violence of this injustice, according to the argument developed in the text, culminates in the reinforcement of the vilification and naturalization of racial inequalities against populations historically inferiorized by the colonial wrath. It also points to the need to think about black childhoods from the territory, in order to problematize inequities and disparities that persist. We conclude, finally, that the capture and nullification of black childhoods is a State project, guided by criminalizing and stereotyping practices of subjectivation which brutalize bodies and dehumanize black lives.

keywords: necropolitics; black childhoods; state violence; racism; necrochildhoods.

Introdução: Em contraponto a um ambiente epistemológico reducionista típico das teorias tradicionais da modernidade, baseado na dicotomia Análise do Sistema-mundo e Estudos Pós-Coloniais, sugere-se a abordagem da modernidade a partir do Pensamento Descolonial, em uma tentativa de compreensão mais ampla deste fenômeno. Neste contexto, o conceito descolonialidade, como suplemento da categoria modernidade/colonialidade, torna-se útil para transcender a suposição de certos discursos acadêmicos e políticos que defendem que com o fim das administrações coloniais e a formação dos Estados-Nações na periferia viveríamos agora em um mundo descolonizado e pós-colonial. Temática da pesquisa: A ideia central do enfoque “decolonial” é a quebra do mito da descolonização, evidenciando que a tese apresentada por Michael Hardt e Antonio Negri, na obra Império (2001), de que as hierarquias moderno/coloniais teriam desaparecido, possibilitando-se uma oportunidade única para que a multitude gere uma pluralidade de mundos frente ao mundo único do Império, ao contrário, apenas resignifica, em um formato pós-moderno, as exclusões provocadas pelas hierarquias epistêmicas, espirituais, raciais/étnicas e de gênero empreendidas pela modernidade. Problematização: A partir da constatação de que a colonialidade persiste, considera-se urgente uma perspectiva descolonial epistêmica na esfera de todas as ciências, inclusive na esfera jurídica, direcionada principalmente para o resgate de saberes “outros” subalternizados, contribuindo para uma descolonialidade do saber e do poder. Neste sentido, busca-se analisar de que forma as novas Constituições de Equador e Bolívia rompem com a lógica tradicional de raiz colonial do constitucionalismo nos países latino-americanos, de incorporação de modelos alienígenas de matriz europeia e norte-americana aos textos constitucionais.
Hipótese: a hipótese sustentada no presente trabalho é a de que assistimos hoje a uma transição do colonialismo moderno para a colonialidade global, processo que ao invés de fomentar modificações estruturais nas relações entre o centro e a periferia em escala mundial apenas possibilitou algumas mudanças nas formas de dominação. Objetivos: Nesse sentido, o presente trabalho busca uma leitura desconstrutiva da visão tradicional da modernidade e uma análise da subalternização cultural e epistêmica das culturas não europeias a partir do desenvolvimento de um diálogo entre o contexto vivenciado na América Latina de Colonialidade/Pensamento Descolonial/Pós-colonialidade com o Novo Constitucionalismo Latinoamericano, proposto por Roberto Viciano e Rubens Dalmau, centrado na participação popular e nos mecanismos democráticos contidos nas recentes Constituições da América-Latina e na percepção de “Constitucionalismo Pluralista”, de Raquel Yrigoyen, mais interessada no protagonismo indígena e na formação do Estado plurinacional. Metodologia: Revisão bibliográfica de correntes do pensamento jurídico pertinentes e estudo das constituições do Equador e da Bolívia, tidas pelos estudiosos como típicas representantes do Novo Constitucionalismo Latinoamericano. Referencial teórico: Adotou-se como marco teórico o Pensamento Descolonial e o Novo Constitucionalismo Latinoamericano. Conclusões: Observou-se, como resultado parcial, que a presente fase do Constitucionalismo Latinoamericano, apesar do risco de reducionismo prático-teórico evidenciado nas experiências boliviana e equatoriana, traduz oportunidade histórica para o enfrentamento da colonialidade global. Descrição do estado atual da pesquisa: a realização da revisão bibliográfica já fora concluída, o levantamento de dados para a elaboração do trabalho final está parcialmente executado e a elaboração do trabalho final encontra-se avançada.

Esta dissertação propõe compreender alguns debates acerca dos sujeitos políticos e das identidades construídas em território andino boliviano, especificamente em diálogo com a etnia andina Aymara. O objetivo principal desta pesquisa é apresentar alguns discursos identitários relacionados com vivências de grupos aymaras, neste caso com a família Chambi, com quem estruturei parte importante das reflexões em torno ao universo em estudo. Procuro relacionar
algumas preocupações anticoloniais com a proposta de Silvia Rivera Cusicanqui, a mestiçagem ch’ixi, compreendendo suas críticas às teorias da mestiçagem na Bolívia. Partindo pela descrição dos aportes metodológicos que foram determinantes para a minha entrada ao campo, apresentam-se algumas especificidades da etnia Aymara e da memória coletiva por meio dos intelectuais e militantes indianistas e kataristas (movimentos políticos de quéchuas e aymaras). Para além de uma discussão em torno da proposta teórica de Silvia Rivera Cusicanqui, dialogase também com algumas reflexões que partem da minha participação no curso de Sociología de la Imagen que a autora leciona no Tambo Colectivo Ch’ixi, localizado na cidade de La Paz. São
apresentadas algumas teorias contemporâneas da mestiçagem na Bolívia, mantendo um debate entre estas perspectivas, das quais, algumas defendem um viés harmônico e outras sustentam o
conflito como determinante na análise da mestiçagem, e com as perspectivas dos atores/intelectuais aymaras do campo. Estas narrativas situam-se através de um diálogo com as preocupações do ch’ixi, que são apresentadas com referências a esta categoria em trabalhos sobre economias e sobre a estrutura política do Estado Plurinacional da Bolívia, bem como as suas críticas, vindas da própria academia e dos movimentos políticos aymaras.

Libro Diversidades Culturales: Pueblos indígenas de Suramérica. UNASUR.
Proyecto
del Atlas de la Diversidad Cultural- Pueblos Indígenas de Suramérica
UNASUR
Ministerio de Turismo y Cultura/Viceministerio de Descolonización.
Proyecto
del Atlas de la Diversidad Cultural- Pueblos Indígenas de Suramérica
UNASUR
Ediciones Gráficas Virtual
Depósito legal : 4-1-256-17
La Paz - Bolivia, 2017

En el capítulo  Estado de la cuestión en comunicación para el cambio social, del libro Comunicación para la Movilización y el Cambio  Social,  María Cristina Pinto y Leonardo Jiménez García realizan un recorrido panorámico por los paradigmas de la comunicación con miras, tanto a la delimitación de las diversas denominaciones que ha tenido la comunicación, como a la comprensión de esa visión originaria de la comunicación. Asimismo, los citados autores exploran las nociones y categorías emergentes que vinculan la comunicación con la participación, las ciudadanías, la construcción de subjetividades y el Diálogo de saberes. Por último, en consecuencia con lo que le es propio a un estado de la cuestión, Pinto y Jiménez presentan un balance de estudios y de experiencias en comunicación para el cambio social y en medios comunitarios y alternativos, teniendo como foco el Diálogo de saberes en comunicación.

El proyecto Modernidad/ Colonialidad. Aportes para la construcción de un conocimiento autónomo de América Latina The Modernity/Coloniality Project. Contributions for the Construction of an Autonomous Knowledge of Latin America Resumen La jerarquización de los saberes y la organización de su enseñanza, marcados por la lógica del beneficio, abren el amplio espacio intelectual de las relaciones entre saber y poder que el Proyecto Modernidad/Colonialidad (P M/C) ha propuesto para interpelar a la construcción del conocimiento desde América Latina. En este trabajo me interesa señalar la relevancia de algunos de los aportes, particularmente los desarrollados por Immanuel Wallerstein y Aníbal Quijano. Considero que las categorías y conceptos desarrollados por estos autores han sido centrales en las producciones y reflexiones de un amplísimo campo en el que se inscribe este giro epistémico-político.

En este texto proponemos establecer un diálogo entre el emergente campo de reflexión que se conforma en relación a las denominadas pedagogías descoloniales y la Didáctica de la Historia, a partir de remarcar una serie de consideraciones donde lo pedagógico del desprendimiento descolonial marca la enseñanza y el aprendizaje de la Historia en tanto disciplina escolar. En este recorrido convocamos a comprender la labor de esta ciencia social desde el construir de narrativas que sustenten, creen e imaginen " otros mundos posibles " ; en una apuesta a desnaturalizar la dolorosa y vigente colonialidad. Para ello nos anclamos en nuestra propia práctica profesional y presentamos un caso de enseñanza de la historia de África y los afrodescendientes; como posibilidad para pensar, sentir y hacer apuestas pedagógicas descoloniales en las aulas con y desde nuestra cotidianeidad (y al interior del sistema educativo). Abstract In this article we intend to have the emerging field of reflection on decolonial pedagogies and History Didactics converge, by emphasizing a number of considerations which concern the teaching and learning of History as a school subject. We thus aim at understanding the role of this social science in creating narratives that support and imagine " other possible worlds " as a means to denaturalize the painful, still prevailing coloniality. In order to achieve this we delve into our own teaching practice of the History of Africa and African descendants as a way to think, feel and bet on decolonial pedagogies from the perspective of our daily experience (and inside the education system).

This paper rescues the way narrative and communication were dealt with by the Tupinamba people, the original nation of Rio de Janeiro, Bahia and Maranhão up until the 16th century. By stemming from the frameworks of Communication studies, History and Anthropology, this pre-colonial society‟s symbolic constructions about their understanding of narrative are examined in the light of the “decolonial turn.” In this sense, it is tried here to move away from the anthropocentrism of Cartesian matrixes and to bring onto the center of the stage the Tupinamba idea of poranduba – “news”, “lie”, or any narrative whatsoever – not taken by what is said (or uttered), but by what is heard. |||

O trabalho propõe recuperar a maneira de lidar com a narrativa e a comunicação para a cosmovisão do povo tupinambá, habitante originário das terras onde hoje são o Rio de Janeiro, a Bahia e o Maranhão até meados do século XVI. A partir de referenciais da Comunicação, da História e da Antropologia, resgatam-se construções simbólicas dessa sociedade pré-colonial sobre as noções de narrativa, no marco da “guinada descolonial”. Neste âmbito, aqui se propõe afastar-se do antropocentrismo das matrizes cartesianas e dar centralidade à concepção tupinambá de poranduba – “notícia”, “mentira”, ou toda narrativa – não por aquilo que se diz (ou se enuncia), mas a partir daquilo que se ouve.

O presente ensaio realiza uma leitura de Amada, livro da escritora afro-americana Toni Morrison, de modo a reivindicar outras modalidades de pensar o passado e a escrita da história. Partimos do pressuposto de que os códigos disciplinares usualmente aceitos na história, em alguns casos, não conseguem expressar de forma ético e politicamente satisfatória o legado de sofrimento e resistência das experiências do tráfico negreiro, da escravidão e dos regimes de terror racial nas Américas. Daí porque, argumentamos em favor de um passado re-clamativo, ou seja, um passado cujo caráter persistente no presente re-convoca/re-clama as injustiças do passado para exigir reparação. Os historiadores só podem lidar com esse passado por meio de
um entendimento do caráter performativo do tempo e da escrita da história, ou seja, algo que rompa com ideais de neutralidade e naturalidade comuns à história disciplinar.

A colonialidade do poder, e seu fundamento principal, a classificação social da população mundial na ideia de raça, condenaram toda uma heterogeneidade agrupada na ideia de “negro”, pelo escuro de suas peles, a testemunhar o lado obscuro da Modernidade. O sistemático processo de negação dos modos de vida das populações racializadas gerou, como sua contrapartida, estratégias de resistência e luta que por muitas vezes incorporou a classificação do colonizador, subvertendo-a e enchendo-a de um significado positivo de (com)unidade. Nesse sentido, a transmodernidade e o pensamento de fronteira são antigos conhecidos desses povos. Este artigo tem o objetivo de tratar, à luz da emergência do feminismo no Brasil nos anos 1970, do processo de construção de uma perspectiva feminista que assumisse o desafio intelectual de tornar visível a posição social ocupada pelas mulheres negras em uma sociedade marcada não apenas pelo sexismo, mas igualmente herdeira de uma herança racista e colonial. Pretende-se defender a ideia de que o Movimento de Mulheres Negras, e o subsequente feminismo negro, baseiam-se em uma lógica transmoderna; isto é: não ignoram as contribuições positivas do feminismo moderno eurocentrado, mas subvertem-no em aspectos cruciais e o ressignificam a partir de outros referencias intersubjetivos.

En el presente trabajo-ensayo problematizo las posibilidades críticas de una práctica epistémico-pedagógica de las corporalidades en el entrecruzamiento artístico-político de las performances decoloniales latinoamericanas. La idea es proponer un recorrido conceptual desde ciertas experiencias descoloniales de performances que toman como problemática el andar erótico en tanto potencia crítica y liberadora de las diversas colonialidades que han producido los cuerpos en Latinoamérica. Me refiero a las experiencias de tres performerxs trans* o transfeministas que han desandado las tramas profundas de sus corporalidades para componer otros saberes, otros haceres, y otros deseos, que se desprendan de las formas coloniales que históricamente han habitado sus corporalidades. Los entrecruzamientos conceptuales que elijo para este tránsito pertenecen a las vidas artístico-políticas, de Daniel B. Chávez (México), Lukas Avendaño (México), Yecid Calderón (Colombia). Sus expresiones atraviesan la experiencia estético-política de una praxis performática que tiene como efecto una producción “académica” de conceptualización sobre el propio trabajo de descolonización corporal que producen. Esto me permite desplegar las posibilidades de pensar la performance descolonial como una experiencia epistémico-pedagógica de creación de otras corporalidades, donde se profundicen las luchas, las resistencias y la re-existencia ante las abigarradas intersecciones de las distintas colonialidades que se presentan sobre las corporalidades deseantes en la actualidad.

This paper proposes to reconstruct Boaventura de Sousa Santos' conception of "epistemologies of the south" both (a) as a critical theory aiming at denouncing the impoverishment of the epistemic field entailed by the normative imposition of a certain model of knowledge (what we call "the monoculture of reason"), and (b) as a long-term political project of a harmonic coexistence of different epistemologies ("an ecology of knowledges").

This is an essay on the epistemology and ontology of both African Studies and Anthropology. Due to my current enrollment in a Phd in African Studies and my past formation in Anthropology i intended to discuss certain issues on the epistemological background of both fields I'm looking upon at the moment. It's not an exhaustive paper but rather the questioning of the crossing between the "colonial science" anthropology once was and the emergence of a "post-colonial" field like African Studies, with it's roots well firmed in colonial institutions and rationality. Inter-, A-, and Trans-disciplinarity have long been an issue to the scholars that take african issues into hand.

A pesquisa de pós-doutorado pretende trabalhar com os componentes éticos e epistêmicos produzidos movimentos sociais populares na América Latina e os aportes dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia  (Filosofia da Ciência Tecnologia e Estudos Feministas da Ciência e Tecnologia). A pesquisa em andamento busca relacionar e refletir sobre a junção do princípio do buen vivir feminismo descolonial e outras teorias e experiências de estados (Equador e Bolívia) e  movimentos populares  base comunitária indígenas, e camponeses, de mulheres na América Latina.
A pesquisa busca contribuir com a organização e elaboração de propostas que problematizem a chamada “crise do antropoceno” e seus desdobramentos no neo-extrativismo e colonialismo dos territórios, comunidades e corpos do Sul.

La retórica crítica cuestiona las posiciones universalistas de
la razón. Asimismo, en China, los investigadores han dado
cuenta de un arte retórico diferente al griego; en América
Latina, son muy interesantes los estudios de retórica
mexicana que buscan, expresamente, categorías propias para
explicar el arte de la palabra de las culturas indígenas. Desde
estas miradas no eurocéntricas del conocimiento, quisimos
estudiar los discursos de quechuahablantes de Cusco en lo
que se re$ ere al arte de la palabra. Como no existen trabajos
que nos anteceden en lo que es retórica descolonial, en
este trabajo sentamos las bases del mismo y, para ello,
nos valemos en lo que a prácticas retóricas se re$ ere a las
investigaciones pioneras de Portilla, en México y en lo que
a estudios descoloniales, a las investigaciones iniciadas por
Rivera Cusicanqui.
En este artículo, analizamos los discursos que aparecieron
en una asamblea comunal en Cusco, Perú. Estudiamos
los discursos que se re$ eren al hablar. Los resultados nos
han permitido evidenciar que para los miembros de esta
comunidad el arte del buen decir no solo está en el poder
para hablar, sino en el poder para dar la palabra y en poder
tener el poder para callar al otro.

Resumo O presente trabalho se constitui como uma revisão bibliográfica que objetiva refletir a necessária articulação dos estudos feministas, raciais e decoloniais para a constante (re)construção de uma epistemologia criminológica que busca a compreensão da realidade social brasileira. O pensamento criminológico dominante, bem como a maioria dos outros campos do saber, se demonstra como uma ciência orientada por noções masculinas, de branquidade e eurocêntricas. Dessa forma, buscamos suscitar: i) a assimilação dos discursos positivistas e racistas na criminologia brasileira; ii) as contribuições e impactos das teorias feministas, raciais e decoloniais nas estruturações metodológicas e epistemológicas nesse campo; e iii) aludir as necessárias imbricações das categorias raça, gênero, classe e localização geopolítica interconectadas com a modernidade e a colonialidade. As reflexões expostas neste trabalho permitiram constatar como tais teorias auxiliam a reexaminar premissas e conceitos, bem como a partir da empiria revisitar as teorias até então produzidas, ampliando as percepções da questão criminal. Palavras-chaves: epistemologias, criminologia crítica, criminologias feministas, racismo, decolonialidade. Considerações Iniciais Investigações científicas advém de inquietações que lhes antecedem. O presente trabalho nasce de uma delas: a verificação do quanto o saber criminológico ainda é tão engendrado em concepções androcêntricas, racistas e colonialistas.

RESUMEN. Desde una posición descolonial, este texto remonta la construcción epistémico-ontológica del sujeto de derechos que se gestó de cara a la invasión colonial de Abya Yala en el siglo 16 y a la simultánea y necesaria producción del "indio" y del "negro", que luego se consolidó con los postulados ilustrados y las declaraciones de derechos del siglo 18. Así, a partir de las categorías de la duda y de la mismidad coloniales, con esta perspectiva de largo alcance se impugna la universalidad de la historia hegemónica colonial de los derechos humanos, ubicando la Declaración Universal de Derechos Humanos (DUDH) como un suceso provincial convertido en universal, y mostrando la vinculación originaria de la concepción de los derechos humanos en ella subyacente con el proyecto de la modernidad-colonialidad.

Las luchas sociales contemporáneas se distinguen de otras épocas en que hoy día se ha reconocido con mayor lucidez la necesidad de resaltar la dimensión educativa dentro de la práctica política. Como uno de los múltiples esfuerzos de dirigir las acciones políticas hacia un marco de liberación y autodeterminación, la educación se presenta como un espacio común y abierto para el intercambio de experiencias y para la creación de un nuevo conocimiento colectivo y emancipador.

https://issuu.com/ferbicealvarez/docs/filosof__a_de_la_liberaci__n._aport

Hacer un elogio de la obra de Paulo Freire  es poner en valor sus aportes filosóficos y políticos, establecer un diálogo con su narrativa para observar las marcas que Frantz Fanon dejó en sus escrito y las derivas de su praxis en el pensamiento crítico latinoamericano-caribeño- africano.

Desde una perspectiva histórica de larga duración, se intenta dar cuenta de algunas de las determinaciones conceptuales de la educación, a partir de la identificación de siete momentos educativos medulares que han acompañado a nuestra especie desde su aparición, hacia el 130.000 a.C., hasta la formalización del saber humano, propio de la tradición helena, durante los siglos VI y III a.C. Se intenta así confrontar el helenocentrismo que atraviesa la lógica y dinámicas educativas, para impulsar una discusión más allá de ellas. Se trata de identificar condiciones intelectuales y materiales que permitan producir y reproducir la vida en el único planeta de la vía láctea en capacidad de hacerla posible.

" Pedro Vitor, recém-formado em Ciências Sociais, partindo das influências de autores comprometidos com a descolonialidade dos saberes, faz uma reflexão sobre o racismo embutido na construção de uma nação Ceará. Afirma que o racismo como instituição colonial no Brasil adquiriu novos padrões de distinção em relação ao colonialismo anglo-saxão e especula que especificidades o Ceará apresenta dentro dessa estrutura racista brasileira."

La filosofía de la liberación de Enrique Dussel ha propuesto a la analéctica como su método de reflexión filosófica. Sin embargo, a la hora de pensar una epistemología para las ciencias sociales críticas (consistente con esta filosofía) se evidencian varios temas no estudiados. Este artículo propone observar tres de estos aspectos epistemológicos claves: la construcción de la objetividad, el criterio de demarcación y de verdad, y la lógica de la investigación. A partir de identificar alcances y limitaciones en el tratamiento del tema en la obra de Dussel, se espera contribuir a clarificar la agenda para una fundamentación de las ciencias sociales críticas en el paradigma de la filosofía de la liberación.

Se plantea un análisis, a partir de la reflexión crítica, del tipo de relacionamiento y organización Sexista/Racista/Clasista que la humanidad ha desarrollado consigo misma y la naturaleza a partir de la producción y reproducción de las instituciones que dan forma estructural al Estado. Para ello se discute el sentido de dominio, dirigido a una minoría oligarca y aristócrata, que contiene la " democracia " , la " Repúbica " y la cristiandad para pensar, en adelante, en formas de organización y relacionamiento otros donde la vida sea posible y tenga sentido vivirla. Abstract: Analized from a critical reflection, the type of relationship and organization that humanity has developed with it self and nature in terms of Sexism/Racism/Clasism for production and reproduction of institutions that give structural form to the State instead.

El presente artículo pretende entablar una discusión teórica planteando la noción de los márgenes como espacio-proceso donde se articulan proyectos políticos relacionados al Buen Vivir. Dicha propuesta hace referencia a la fluctuación que ejercen pueblos con otras historias, incluidos los pueblos indígenas de Latinoamérica, para moverse dentro del estado, el mercado y la sociedad dominante, y a la vez de retraerse y disentir de él apelando a  sus diferencias ontológicas. Argumento que dicha fluctuación, representa fuerzas complementarias más que opuestas, que expresan el derecho de vivir diferente a la sociedad dominante, y al mismo tiempo, a la necesidad de pertenecer a ella. La tensión creada entre ambas fuerzas es fundamental para entender el Buen Vivir en el contexto político Latinoamericano contemporáneo. La propuesta de los márgenes, por ende, abre la posibilidad de un dialogo de saberes, pero también ofrece una línea de escape ante la colonialidad del proyecto de la Euro-modernidad.
Palabras clave: Buen vivir; márgenes; ontologías; pueblos indígenas; México; Chile
Abstract: This paper wishes to propose a theoretically discussion concerning the notion of the margins as a space-process where political projects related to Buen Vivir are articulated. This proposal refers to the fluctuation experienced by people with different histories from that of modernity such as indigenous people in Latin-American, in order to move within and outside the state, markets and dominant society. It also includes their ability to withdraw and dissent from the state appealing to their ontological differences. I argue that such fluctuation can be understood as complementary rather than opposing forces, expressing the right to live different from the dominant society, and at the same time, the need to belong to it. The tension created between the two forces is essential to understand Buen Vivir in the context of contemporary Latin American politics. The proposal of the margins thus opens the possibility of a dialogue of knowledge’s, but also offers an escape to the colonialist project of Euro-modernity.

Tese (Doutorado em Direito) – Faculdade Nacional de Direito, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
Esta tese tem por objetivo principal propor uma nova perspectiva para as Ciências Sociais, das quais fazem parte as Ciências Jurídicas, bem como para as estratégias de intervenção política. Para isso, trago o marco teórico latino-americano da colonialidade do poder, do saber e do ser, que nos possibilita construir novas narrativas sobre os acontecimentos passados, e a propor alternativas para o alcance de uma nova ordem social brasileira, mas também global, em que não haja tantas desigualdades e injustiças. Na busca pela destruição da colonialidade, proponho o reconhecimento dos saberes e fazeres populares brasileiros que, pela via da alegria, têm mantido viva a história, a cultura e a memória de povos que sobrevivem ao genocídio e ao etnocídio por mais de 500 anos e re-originalizam a cultura eurocêntrica que lhes foi/é imposta. Considerando que, a partir da transcendência da divisão disciplinar do conhecimento (transdisciplinaridade), podemos ser capazes de propor caminhos práticos-teóricos para a descolonização com descolonialidade.
Palavras-chave: Teoria do Direito; Modernidade/Colonialidade; Epistemologias jurídicas críticas; Epistemologias descoloniais; Saberes populares brasileiros.


MELINO, Heloisa. Decoloniality of power, knowledge and being: Epistemological proposals for Social and Legal Sciences, based on the joy of Brazilian popular wisdom. Rio de Janeiro, 2020. Thesis (Doctorate in Law) – National School of Law, Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.


The main objective of this thesis is to propose a new perspective to Social Sciences, of which Legal Sciences are part, as well as for strategies of political intervention. For this, I bring the Latin American theoretical framework of the coloniality of power, knowledge and being, which enables us to build new narratives about past events, and to propose alternatives for the achievement of a new Brazilian, but also global, social order, in which there are not so many inequalities and injustices. In the search for the destruction of coloniality, I propose the recognition of Brazilian popular knowledge and practices that, through joy, have kept alive the history, culture and memory of peoples who have survived genocide and ethnocide for over 500 years and have re-originalized the Eurocentric culture that was/is imposed on them. Considering that, from the transcendence of the disciplinary division of knowledge (transdisciplinarity), we may be able to propose practical-theoretical paths for decolonization.
Keywords: Legal Theory; Modernity/Coloniality; Critical Legal epistemologies; Decolonial epistemologies; Brazilian Popular knowledge.

Un barco fantasma. Una persona transformada. Esos escenarios son CALEUCHE, una palabra originaria de la mitología del Sur de Chile que da sentido a este proyecto internacional de arte colectivo de la asociación ARMAR. CALEUCHE establece un diálogo entre artistas de
diferentes realidades culturales para ofrecer una oportunidad colaboradora en base a una propuesta discursiva, la estética decolonial. El proyecto está compuesto por una mezcla de procesos creativos donde intervienen artistas de contextos y continentes diferentes. Este proyecto
no es tan solo transportar en el espacio y tiempo una pieza artística desde Europa, con el valor implícito y su carga moderna, sino que planteamos modificarla. Reinterpretando y cambiando
su valor con cada transformación.  El ímpetu del proyecto es la creación de obras colectivas entre artistas europexs y chilenxs, con un enfoque en el contexto de dicha colaboración. ARMAR facilitó la selección de veinte artistas europexs para enviar obras en proceso y/o terminadas a la ciudad de Concepción en Chile, donde la comisaria Marianela Concha distribuirá las obras a veinte artistas chilenxs. Las obras iniciadas por artistas europexs serán cuestionadas y transformadas por artistas chilenxs, sin normas impuestas.

Emprendo esta presentación convencido de la necesidad de situar las personas sobre la ‘instrumentalidad’ institucional. Hablaré del Sur, y del Diseño del Sur, y de las construcciones que han guiado sobre ese devenir teórico mi proceso doctoral, a saber: los diseños otros y los diseños con otros nombres.He caminado el tema del sur desde 2013, allende las fronteras en: Buenos Aires (Argentina), Asunción (Paraguay), Coimbra (Portugal), Cuenca (Ecuador), San Nicolás de los Garza (México) y La Paz (Bolivia). En Colombia he discurrido sobre el tema en diversos escenarios en Bogotá, Cali, Duitama, Pereira, Manizales, Ibagué; y apenas empiezo a caminar en una búsqueda en el cruce de viejos/nuevos modos que nutran desde los mundos y artefactos del ayer, las artefactualidades de toda esa “minoría de mayorías” que hoy conservan viejas/ nuevas palabras; pienso que los diseños con otros nombres permitirán que  grupos humanos genéricamente llamados “sociedades” recreen modos de autodesignarse y autoconstruirse en procesos que, con gratitud hacia Arturo Escobar, llamo de “reterritorialización de sabidurías artefactuales”. Más que un mundo o un diseño únicos,  infiero hay varios mundos y diseños interrelacionados.

Palabras clave: diseño antrópico, diseños de los sures, diseños otros, diseños con otros nombres hermenéutica diatópica, equivalentes homeomórficos.