segunda-feira, junho 28, 2004

Poesia, Fotos and So On - X

Esta é daquele senhor que vem cá (?) a um festival de Verão (?) este ano (?). Lembrei-me dela ao ver as notícias sobre o Durão. A que propósito? Não sei. Provavelmente porque "the times they are a-changing" também aqui em Portugal. Se é para melhor ou para pior, não sei, mas "a-changing".


The times they are a-changing

Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.

Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'.
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'.

Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'.
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'.

Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin'.
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin'.

The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is
Rapidly fadin'.
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'.

É quem sabeis, Bob Dylan.

domingo, junho 27, 2004

Os jornalistas são todos parvos, tenho muita pena

Já aqui há uns tempos discuti isto com o meu prof. de Comunicação.
Perguntei-lhe porque é que os jornalistas, quando estavam em directo no fim de um jogo de futebol ou de um qualquer acontecimento minimamente importante, só mandavam bacoradas para o ar. Explicou-me ele que "então, Cachucha, eles estão em directo, os gajos têm de se desenrascar". Continuo a achar que é uma desculpa de merda. Comprova-se a minha teoria agora durante o Euro.

Jornalista: Então, minha senhora, como é que se sente após esta vitória de Portugal? [Ai amigo... Nem lhe digo nada... As minhas cruzes de ter estado ali sentada no banquinho da praia do meu marido... 'Tou que nem posso...]
Senhora: Ah, estou munto feliz, estou munto feliz...
Jornalista: E, agora que Portugal chegou às meias-finais, o que acha que vai acontecer? [Duas hipóteses: ou ganha e passa à final ou perde e baza do Euro. Mais valia perguntar os números da lotaria.]
Senhora: Ah, intão aguora... Aguora é pá friente, atão naum havera de sere... Até ao xéu!
Jornalista: Acha, então, que Portugal tem hipóteses de ganhar o Euro? [Não, amigo... Achas mesmo? A mulher é da Rússia... O avental às cornucópias, o gancho no cabelo e as socas de plástico são só para disfarçar...]
Senhora: Ai, xim xenhore! Isto agora é tudo nosso! PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL!
Jornalista: E pronto, é isto, são imagens da alegria que se vive agora na zona circundante do mercado municipal de A-do-B, a única terra em Portugal que ainda não tinha tido direito a manifestar-se acerca do Euro... O ambiente é de euforia, o povo está todo muito feliz com esta vitória de Portugal, a animação é mais que muita e os festejos vão com certeza continuar noite dentro...

Desta conversa tira-se: a mulher está feliz por Portugal ter ganho e o pessoal da terra está a dar-lhe rente nas jolas e nos tremoços. Ninguém estava à espera.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

Comunicado

Caríssimos:

Durante os últimos tempos têm sido contra mim aventadas grandes e pérfidas aleivosias, as quais mais não posso tolerar. Apelando assim para a vossa consciência, espero que tal não se volte a repetir. Há que respeitar todas as pessoas, incluindo o José Castelo Branco e os senhores que acham que o Durão Barroso vai fazer alguma coisa que não dormir e fumar uns tarolos com o Portas Miguel para a Comissao Europeia.

Analisemos, no entanto, os factos.

João Alguidar, 19 anos acabados de fazer, mora na Gafanha da Nazaré e, do cimo do seu metro e oitenta e sei lá quantos, diz-nos assim:

Maria Cachucha: Mulher do norte; 20 anos; com ela, tudo é "pruque sim" e mais nada... Divertida e bem humorada. Apetece-me dizer: "Vamos nessa, ó Vanessa?"

Julgo nem ser preciso dizer, mas 'tá mal. 'Tá errado. Eu não sou uma "Mulher do Norte". Quando muito uma menina do Norte, mas nem isso. O melhor mesmo é dizer "Gaja da Porto". "Mulher do Norte" é capaz de ser insultuoso para muita senhora decente que se meneia por aí.

"(...)com ela, tudo é "pruque sim" e mais nada... ". Tá mal. Tá errado, outra vez. Comigo nem tudo é pruque sim.

Exemplo:
Homenzinho: Cachucha, és mesmo boa e inteligente e gira e tudo o mais. Joshua estava inspirado no dia em que te criou. Não queres ser a mãe dos meus filhos?
Cachucha: Não. (feat. sorrisinho 32: eu sou boa, mas não me comes nem que ponhas a Manuela Ferreira Leite a dançar num videoclip do Sean Paul)
Homenzinho: Não?! Mas porquê? Porquê, Cachucha? Porquê? (choro convulsivo e baba a escorrer ao olhar para a minha boíce).
Cachucha: PRUQUE NÃO.

Daqui se tira que nem sempre a Cachucha é Pruque Sim.

João Alguidar acaba igualmente mal com um "(...) Divertida e bem humorada. Apetece-me dizer: "Vamos nessa, ó Vanessa?"". Mais uma vez, 'tá mal. 'Tá errado. Divertida e bem-humorada. Típicos adjectivos de roto.

Exemplo:
Pessoa 1: Então, como é que ela é?
Pessoa 2: É divertida e bem-humorada.

Pessoas divertidas e bem-humoradas são o equivalente a trastes.

Segue o próximo: Monsieur Pêlo Púbico, habitante em Braga, tem 17 anitos, acha Psicologia bonito (claramente, este rapaz sofre de graves distúrbios):

"Maria Cachucha: Ai, como eu gosto deste nome! Uma jovem bonita e bem humorada. Gosta de me desencaminhar com conversas intermináveis pelo Messenger... Ai Maria Cachucha... Continua!"

"Bonita". O Pintelho chama-me "bonita". Caro Pintelho, acha bem o que está a fazer? Bonita será, sei lá... a Scarlett Johansson. A Scarlett Johansson é bonita. Agora, a Cachucha? P'amordeJoshua, jovem! A Cachucha é assim digamos que Afrodite + Cleópatra + Padeira de Aljubarrota... A Cachucha é absolutamente soberba, meus amigos!

E lá essa de eu ter conversas intermináveis com ele no Messenger, é tudo mentira. Ele bem que gostava, eu sei que sim... Mas, o homem é um Pêlo Púbico, por favor... Tenham pena de mim.

De referir ainda aqueles Ais do Rapaz Pintelho, claramente ais de "Ai-Joshua-me-valha-se-eu-não-fosse-comprometido..."

Voltarei para falar de uma Caxopa que para aí anda. Ela que se esconda, é melhor...

Por agora, é tudo.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

sábado, junho 26, 2004

Poesia Fotos & So On - IX

Apesar de ter escrito poucas coisas (OK, 1 post é muito pouco!), a minha caravela de criatividade está prestes a voltar a navegar no alto Mar (Salgado, Português) do processo criativo de escrita. Hoje ainda não é esse dia mas senti que devia postar qualquer coisa e o mote que me leva a fazer este post prende-se com o seu título: "Poesia Fotos & So On - IX". Eu queria estrear nesta série de posts sobre (imaginem vocês) Poesia, Fotos & So On a letra X. Sim, este meu post, é o primeiro post com a letra X para referência do número do post. Em latim conta-se VIII e depois... IX. Sinto-me contentissimo pelo facto! Quero aproveitar para pedir desculpa aos milhares de fãs que todos os dias me enchem o e-mail com cartas a pedir para eu fazer posts. Pode ser que comecem a ter sorte.
Aproveito então este post para meter um bocado de nojo a algumas pessoas que, coitadas, ou nunca viram o seu clube ser campeão europeu ou então são novos demais para terem assistido. Fiquem então com um belo poema de Pedro Homem de Mello cujo original ornava uma parede no Departamento de Futebol do já demolido Estádio das Antas.

Aleluia

Dúvida? Não. Mas Luz, realidade
E sonho que, na luta, amadurece.
- O de tornar maior esta cidade.
Eis o desejo que traduz a prece.
Só quem não sente o ardor da juventude
poderá vê-la, de olhos descuidados.
PORTO - Palavra exacta, nunca ilude.
Renasce, nela, a ala dos namorados!!
deram tudo por nós estes atletas.
Seu traje tema cor das próprias veias
e a brancura das asas dos poetas...
Ó Fé de que andam nossas almas cheias!
Não há derrotas quando é firme o passo.
Ninguém fala em perder! Ninguém recua...
E a mocidade invicta em cada abraço
a si mais nos estreita, a Pátria é sua.
E, de hora a hora, cresce o baluarte.
Lembro a torre dos Clérigos, às vezes...
Um anjo dá o sinal quando ele parte
São sempre Heróis são sempre Portugueses
E, Azul e Branca essa bandeira avança...
Azul, Branca, indomável, Imortal.
Como não pôr no Porto uma esperança
se "Daqui Houve Nome PORTUGAL"


É quem sabeis, Pedro Homem de Mello

Poesia, Fotos & So On - VIII

Hoje dou por mim a cantar isto. E lembrei-me daquele jogo tão bonito que fazia quando era miúda, todos em fila indiana, o último a parar na portagem onde nos punham a escolher "Gelado de chocolate ou uma tablette daquelas da Disney?". E também me lembrei das caçadinhas e das escondidinhas e de jogar ao elástico e à macaca e de ser "a menina que melhor jogava futebol da turma", título tão gentilmente concedido pelo lado masculino da mesma. E depois, pus-me a ver fotos.

Que linda falua
Que linda falua,
que lá vem, lá vem,
é uma falua,
que vem de Belém.

Eu peço ao Senhor Barqueiro
que me deixe passar,
tenho filhos pequeninos
não os posso sustentar.

Passará, não passará,
algum deles ficará,
se não for a mãe à frente,
é o filho lá de trás.


Sou quem sabeis, Maria Cachucha.

sexta-feira, junho 25, 2004

Giente do Nuorte

Bim a descubrir, após biagens e biagens por escusos caminhos cheios de mouros e de laumpadas fundidas, esta cousa marabilhosa a que gostamos de chamar o Mobimento Cíbico Portucalense.

A Cachucha, como bálida apoiaunte deste tipo de coisa anti-bica e anti-caracóis-ranhosos, bem pur ieste meio dar o sieu apoio a iesta causa.

"Ao luongo dos séclos, o Norte siempre tentoue resistire ao centralismo, cultibando os balores tradicionais do trabalho i da ética por oposiçom ao ócio i ao dinheiro fácil próprios da capitale."


('Tou a brincar, claro está, mas é um Mobimento cheio de piada.)

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

Com uma força do caraças, meus amigos... Uma força do caraças!

Ganhámos. Diria mais: "Até os comemos, cuaralho". Comemo-los, levámo-los à frente, demos-lhes rente, arrotai-putas-que-comestes-grelos, u-can-kiss-my-ass-now-gentlemen. A partir de hoje, não há-de haver um único jogo da Minha/Nossa Selecção que eu não vá ver para a Avenida dos Aliados.

Por isso, fans, já sabem, aquela rapariga gira que por lá se passeia de cachecol de Portugal ao pescoço, sou eu.

Não se enganem: Gira, de cachecol. Sou eu.

(Nunca mais digo que não gosto do Ricardo.)

Sou quem sabeis, Maria Cachucha.

quinta-feira, junho 24, 2004

Portugal, porra!

Depois daquele golo fantástico do Rui Costa, um anormal qualquer inglês marcou... Já chorei e tudo (por causa deste espírito tão português que nos cola à televisão a rezar fervorosamente por um golo, por uma vitória, por um nome do nosso país de novo sonante). Acho que alguém acabou de falhar na equipa inglesa, mas estu incapaz de ir para a sala ver TV. Isto dói cá dentro.

"You are gonna win it for yourself and us, today".

Espero bem que sim.

Sou quem sabeis, uma muito sofredora Maria Cachucha

Rescaldo da noite de S. João

Ontem, como é do conhecimento de toda a gente que vive para as bandas nortenhas deste país à beira-mar plantado, foi noite de S. João. Pela primeira vez nos últimos 18 anos, a Cachucha não participou activamente nestas festividades pelas seguintes razões alegadas pelos Progenitores:

Razão 1 - Exame de Psicologia na Sexta-feira;
Razão 2 - Exame de Psicologia na Sexta-feira;
Razão 3 - Exame de Psicologia na Sexta-feira;

Tal decisão deixou-me logicamente puta da vida, mas não podia fazer grande coisa, já que vivo à pala deles e não me apetece ir para debaixo da ponte ou pedir para Santa Catarina. Por isso, resignei-me e fui a um alegre jantarinho em casa de uns vizinhos nossos, insignes amigos dos meus Progenitores de longa data, Progenitores de dois abortozinhos-que-por-azar-nasceram-vivos-e-que-estudam-agora-na-Lúmen-e-na-Lusíada-porque-são-burros-para-andar-na-pública.

Noite para deitar fora. Não gosto de sardinhas e só me apetecia fugir para bem longe dali, para os alhos-porros e os martelinhos, para o fogo-de-artifício na Ribeira e os tremoços na Alfândega.

À uma da manhã, decido-me a não sofrer mais e desando para casa, mais exactamente para a varanda, fumar dois cigarrinhos, ouvir as conversas dos vizinhos do lado que estavam armados em cabrões a fazer um caralho duma barulheira que só me apetecia foder-lhes as trombas-haviam-de-levar-com-canas-nos-cornos. Enquanto estava sentada no chão da varanda, a olhar para os foguetes saloios que o pessoal da Rechousa mandou pró ar, só pensava que os anormais dos gajos do Ministério se haviam de rir se me vissem assim. Mas depois pensei que não, provavelmente estavam nessa altura na Ribeira a ver o fogo, tinham mais em que pensar.

Puta de vida, a minha.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha.

É pruque sou....


Que perfume você é?


Claro que isto é roto. Este é daqueles testes a que eu não sei MESMO responder.

Qual o signo que melhor combina comigo? Eu sei lá! O signo dos homens bons, qual é?

Uma gaja que eu admire e dão-me cinco nomes de entre os quais conheço dois: Julia Roberts e Feiticeira (escolhi a Julia Roberts).

Que revista lês? E dão-me cinco revistas entre as quais conheço uma: Vogue. Foi a que escolhi.

Que aroma preferes? O que cheire bem. ("Marcante", "Luxuoso", "Cítrico", "Refrescante" ou "Floral". Estou-me mesmo a ver... "Oh Joana, não achas que este perfume é basicamente luxuoso, com um toque de refrescante e influências florais?". De certezinha...)

É por estas e por outras que nunca na vida hei-de ser gira e fashion e leitora assídua da Cosmopolitan e consumidora dos produtos da Mango e da Maluka. Porra.

(Roubado, com o devido respeito, à Gotinha)

Sou quem sabeis, Maria Cachucha.

terça-feira, junho 22, 2004

Esclarecimento

Caríssimos voceses que me lendes:


Serve o presente post para esclarecer de uma vez por todas aquele que, a seguir ao do Adamastor, ao do Quinto Império e ao do travesti do JN, é o maior mito português dos últimos anos: o porquê do Maria Cachucha.

Está bem claro que o meu nome não é este (e peço agora desculpa a todos vocês pela quebra do sigilo), o meu nome de baptismo é Vanessa. Felizmente ou porque nessa altura os meus pais já não tinham mais ganza para fumar, não tenho mais nome nenhum, senão, era bem capaz de me chamar Cátia Vanessa, Célia Vanessa ou, pior ainda, Vanessa Genoveva. Mas não, tenho a sorte de me chamar só Vanessa.

Como todas as derivações deste excelente nome me parecem parvas (Nessa, Nessinha, Neninha e tantas, tantas outras), resolvi adoptar, para mim e para um círculo fechadíssimo de amigas (as bonecas de porcelana que fazem parte da decoração do meu quarto) o epíteto Maria Cachucha.

Maria Cachucha é um nome que conheço desde miúda e que está instrinsecamente ligado à noção de tempo passado - "É do tempo da Maria Cachucha", mas o nome é-me atribuído por eu ter usado chucha até aos 4 anos (Maria com a chucha, depois de variadas e complexíssimas derivações gramaticais, deu Maria Cachucha).



Assim sendo, esta bonita e pueril denominação em nada é comparável com a tarada justificação que vós, pérfidos jovens que aqui vindes com intenções perniciosas, atribuis a este nome (Maria Cachucha = Maria que a chucha). Corja.


Se mais assunto,

Sou quem sabeis, Maria Cachucha.

segunda-feira, junho 21, 2004

Poesia, Fotos and So On - VII

(Não deviam pôr coisas destas nos livros de História. Os livros de História só deviam ter cartilhas desinteressantes e Constituições chatas. Nunca devia haver poesia nos livros de História porque a gente perde-se completamente. Poesia e Estaline e os planos quinquenais e o conflito israelo-palestiniano não combinam. Por causa deste poema, hoje já nem pego no livro de História. Não deviam pôr coisas destas nos livros de História.)





Sente-se
(nº 10 dos Poemas Relacionados com o «Manual para habitantes de cidades»)


"Sente-se.
Está sentado?
Encoste-se tranquilamente na cadeira.
Deve sentir-se bem instalado e descontraído.
Pode fumar.
É importante que me escute com muita atenção.
Ouve-me bem?
Tenho algo a dizer-lhe que vai interessá-lo.

Você é um idiota.
Está realmente a escutar-me?
Não há pois dúvida alguma de que me ouve com clareza e distinção?
Então
Repito: você é um idiota.
Um idiota.
I como Isabel; D como Dinis; outro I como Irene; O como Orlando; T como Teodoro;
A como Ana.
Idiota.

Por favor não me interrompa.
Não deve interromper-me.
Você é um idiota.
Não diga nada. Não venha com evasivas.
Você é um idiota.
Ponto final.
Aliás não sou o único a dizê-lo.
A senhora sua mãe já o diz há muito tempo.
Você é um idiota.

Pergunte pois aos seus parentes.
Se você não é um I.
Claro, a você não lho dirão
Porque você se tornaria vingativo como todos os idiotas.
Mas
Os que o rodeiam já há muitos dias e anos sabem que você é um idiota.

É típico que você o negue.
Isso mesmo: é típico que o I negue que o é.
Oh, como se torna difícil convencer um idiota de que é um I.
É francamente fatigante.

Como vê, preciso de dizer mais uma vez
Que você é um I.
E no entanto não é desinteressante para você saber o que você é
E no entanto é uma desvantagem para você não saber o que toda a gente sabe.
Ah sim, acha você que tem exactamente as mesmas ideias do seu parceiro.

Mas também ele é um idiota.
Faça favor, não se console a dizer
Que há outros I.
Você é um I.

De resto isso não é grave.
É assim que você consegue chegar aos 80 anos.
Em matéria de negócios é mesmo uma vantagem.
E então na política!
Não há dinheiro que o pague.
Na qualidade de I você não precisa de se preocupar com mais nada.
E você é I.
(Formidável, não acha?)

Você ainda não está ao corrente?
Quem há-de então dizer-lhe?
O próprio Brecht acha que você é um I.
Por favor, Brecht, você que é um perito na matéria, dê a sua opinião.

Este homem é um I.
Nada mais.

Não basta tocar o disco uma só vez."


É quem sabeis, Bertolt Brecht.

Ganhámos, caraças!

Sabe bem uma pessoa vir do fim-de-semana cheia de sono. Jogou Tugal, uma gaja tem de estar atenta e que se lixe tudo durante uma tarde a roer as unhas, uma noite de sofrimento e um fim de noite nervosa ai-valha-me-Joshua-que-amanhã-é-exame-e-eu-não-estudei-nadinha-o-meu-futuro-pelo-ralo-da-cozinha-abaixo-juntamente-com-as-cascas-dos-tremoços-mas-ao-menos-Tugal-ganhou.

O jogo foi lindo, o golo foi lindo, e também foi lindo ter o José Mourinho a fazer os comentários na TVI. E eu, que nunca curti espanhóis, são porcos, sebosos e feios, podiam era morrer todos menos o Casillas, só tenho pena que os russos não passem connosco porque os jogadores eram bem giros. Mas enfim, os gregos, fora aqueles narizes, até têm a sua certa piada.

E pronto, por hoje é tudo, a emissão segue um dia destes, as minhas desculpas oficiais pelo comment pouco patriótico no Alguidar do João e, já agora, parabéns para ele e um beijinho ;)

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

domingo, junho 20, 2004

"(...) Falta cumprir-se Portugal."



Embora eu esteja profundamente descrente, porque o estou, estou também a rezar para que Portugal ganhe este jogo e que passe. Porque, valha-nos Joshua, anda toda a gente tão feliz com isto do Euro, tudo cheio de vida e tal e coisa e tremoços e bandeiras nas janelas... Se agora perdemos, perde-se o espiríto nacionalista, perde-se a alegria e o pessoal vestido de vermelho e verde, como tão parolamente eu tenho visto...

E voltávamos à Casa Pia, ao Apito Dourado e à "Dona Ermelinda tem 458 anos e vive sozinha numa casa sem electricidade nem água num monte do Alentejo, a casa mais próxima a 450km e o hospital a 1250km, coitadinha da senhora".

E o Cristiano Ronaldo vai jogar no lugar do Simão (é um azeiteiro para o lugar de outro. 'Tamos bem.)!

E o Deco vai jogar de início !

E o Ricardo está com uma entorse no tomate direito e não vai poder jogar! (Era bonito, era...)

Sou quem sabeis, Maria Cachucha.

Lá vai a Nau Catrineta, que tem muito que contar*

Estou apaixonada por este blog, este blog e este blog. É preocupante, eu sei.

Só pra dizer que vou estar fora durante uns dias. Exame de Inglês na Segunda, Terça de Francês, Quarta de História e Psicologia na Sexta. Não que isso me chateie particularmente, mas o Homem-Águia e a Grande Regente cá de casa são capazes de não achar grande piada à ideia de me verem colada ao computador com exames que, segundo eles (e eu também, nos dias em que me esqueço dos anti-depressivos), "podem definir o meu futuro".

Estou super-cansada e tenho montes de sono, mas ontem soube-me que nem ginjas ir à Ribeira ver os bifes bêbedos e aquele homenzinho que parecia o Jorge Palma a dizer que era da "Selecção do Amanhã" e cantar "La Cucaracha" feita doida pelas ruas acima e descascar na Carranca - seja ela quem fôr. E perguntam vocês - "E que temos nós a ver com isso?", e respondo-vos eu - "Nada. Mas, guess what?, o blog é meu".

* Provavelmente, ao longo do post, nada fará referência à Nau Catrineta nem a nada que remotamente se possa ligar com ela.Ou se calhar....
Catrineta ---> Nau
Nau ----> Descobrimentos
Descobrimentos ----> Roteiro
Roteiro ----> Euro
Euro ----> Futebol
Futebol ----> Sport Zone
Sport Zone ---> Worten (é só um pulinho, no GaiaShopping)

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

sábado, junho 19, 2004

Poesia, Fotos & So On - VI

Ai, eu sei que é fomentar ódios regionalistas e perdoem-me as gentes de Lisboa que me lêem (?), muitos beijinhos para vós que sois uns queridos é pena falarem "assin, táá'vere?" e comerem caracóis e caracoletas e coisas que tais em vez de comerem tripas e francesinhas que é o que vos alimenta como deve ser e depois ainda vêem enojar as hostes nortenhas a dizer que "ai, comi uns caracóis maaaaaravilhoses, Quéqué, maaaaravilhoses", como é que um bicho cheio de gosma pode ser bom e não venham cá dizer que as tripas também não são propriamente limpas, porque elas são desinfectadíssimas lá com um produto qualquer, que eu perguntei ao meu talhante (senhor Fábio, se me estiver a ler, um beijinho, e já agora era um quilo de costeletas do cachaço, passo aí ao meio-dia a buscá-las), enquanto que os caracóis são limpos com água o que continua a ser uma badalhoquice profunda, e vivam os cimbalinos, fora com as bicas e ide lá tomar imperiais para vossa casa que aquilo só vos servem finos e cá não há cabides - há cruzetas, e também não há cadeados - há aloquetes, mas isto é lindo e "o Puorto é uma naçoum cuarago" ou como diria aquele daí de baixo também "primeiro estranha-se, depois entranha-se", e eu são 8:15 da manhã e eu vou desperdiçar toda a energia com que estou nos livros de História, Joshua e a Senhora da Agonia me valham.

"(O portuense) não gosta de Lisboa. Não gosta da polícia. Não gosta da autoridade.
Da autoridade vinga-se, desprezando-a.
Da polícia vinga-se, resistindo-lhe.
De Lisboa vinga-se, recebendo os lisboetas com a mais amável hospitalidade e com a mais obsequiada bizarria"

Roubado à soberba Avenida dos Aliados.

É quem sabeis, Ramalho Ortigão.

sexta-feira, junho 18, 2004

Patriotismo versão Homem-Águia

Aqui há dias, estava no 79 com uns amigos (amigos, perguntam-se vocês? Cachucha, tu tens amigos? Olha que as pessoas que estão ao teu lado no autocarro não são necessariamente tuas amigas...) e sentada de frente para nós estava uma senhora dos seus 65 anos, devidamente ornada com um pin-bandeira de Portugal que dava luz. Uma árvore de Natal versão bandeira portuguesa. Provavelmente, mais uma criação Loja dos Chinas, esses pródigos investidores em tudo o que seja profundamente parolo e, exactamente por isso, passível de ser alvo de adoração por parte de todo o povo tuga.

Até aqui, tudo bem. O gozo à volta daquela adereço foi generalizado, mas nunca mais durante o dia me lembrei disso - até chegar a casa, à noite, e deparar-me com o Homem-Águia que me oferece, muitíssimo orgulhoso de se ter lembrado que tem uma filha para além dos momentos em que precisa de meias ou de uns trocos para tabaco (na terra de toda a gente é ao contrário, mas, cá em casa, é o pai que crava a filha), uma fantástica bandeira luminosa, igual à da senhora do 79 e que agora quer que eu use, portando ao peito esse belo símbolo de patriotismo-brolho.

E pronto, cá ando eu, com aquela coisa a encandear-me as vistas sempre que olho para baixo, para não desiludir o velhote, esperando que aquilo se estrague o mais rapidamente possível (geralmente, estas coisas, por serem dos Chinas ou das senhoras que andam a vender aventais na Baixa, passado duas horas estão estragadas. Mas não, isto é "produto-Óro", por isso, se Joshua quiser e para gáudio do Homem-Águia, há-de durar e brilhar, qual farol de Matosinhos, até eu ser velhinha e poder recambiá-lo para um qualquer neto, com aquela desculpa "Sabes netinho? Isto era do teu bisavô... Nos idos de 2004...")

Joshua vos salve de tal destino, meus caros.

Sou quem sabeis, (uma mais coruscante) Maria Cachucha.

quinta-feira, junho 17, 2004

Ouvi agora, cambada de néscios, uma gesta de mesmerizar

"23 ponto(s) = excelente vocabulário

Parabéns! Você está acima da média e prova com isso que é uma pessoa amante da literatura e que domina muito bem a língua portuguesa. Pessoas como você se expressam bem em qualquer meio e não têm praticamente dificuldade alguma em entender textos considerados eruditos. Continue praticando. Quem sabe um dia você não se torna um filólogo?"


Foi aqui, tirado do Cruxe.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha, a que domina bem a língua.

terça-feira, junho 15, 2004

Se perguntarem por mim, digam que estou algures entre Beirute e Burenza

Pelos vistos, sou uma gaja procurada... Eu sabia que este tipo de incursão bloguística um dia me havia de ficar cara....

aqui gente à minha procura. E todos nós sabemos como estes gajos são - basta dizer que liam (infelizmente, já acabou) esta senhora.

Estou com medo. Estou com muito medo.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha (dead or alive)

Sigmundo.... Pff...

Estava eu deleitada a estudar Psicologia (repare-se como eu escrevo isto e depois páro 4 segundos a olhar para o que acabei de escrever...), quando, ao começar a ler sobre Freud, reparo que ele era Sigmund.

Agora, imaginemos...

Freud no jardim de infância, na primeira aula, a ser apresentado aos seus colegas:

Professora: Meninos, este é o Sigmundo.
Meninos: ... Han?!
Professora: O Sigmundo, este é o Sigmundo, o vosso novo amiguinho.
Meninos: ...
Freud: Sim, eu chamo-me Sigmundo, ó cambada de recalcados! E quando fôr grande, vou ser um gajo importante!
Menino 1: Sigmundo, portanto... Ainda é mais bonito que Gualter...
Menino 2:Hey, vamos fazer uma canção para o Sigmundo?
Meninos: Siiiiiiim!
Menino 2: Sigmundo rima com quê?
Menino 3: Com... profundo!
Meninos: Oh, mas profundo é feio!
Menino 2: Sigmundo rima com nauseabundo!
Meninos: BOA!

E aqui fica então a música de Freud:

O Sigmundo é um gajo nauseabundo
O Sigmundo só toma banho no Natal!
O Sigmundo é um gajo nauseabundo
Ó Sigmundo, cheiras mesmo, mesmo mal!

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

segunda-feira, junho 14, 2004

Poesia, Fotos & So On - V

(Senhores que fazem os Exames Nacionais: era isto que devia ter saído, 'tai'jaber? Agora chaparem-nos com a porra d' "Os Maias"... Nem deu pica nenhuma, aquela merda. 2,5 pontos para a gente falar de um GATO? De um gato chamado "Reverendo Bonifácio"? Depois queixam-se que o pessoal não se interessa... Pois claro que não, põem-nos a falar de gatos no exame de Português, querem o quê? Que o país ande para a frente? Estão a pensar perguntar-nos sobre o aumento de consumo de Coca-Cola per capita na Etiópia, no exame de História, para falarmos da Conferência de Bandung? 'Tou lixada co'estes gajos...)


Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

É quem sabeis, Miguel Torga

Stress pré-exame versão SMS

Antes do exame, estava a Cachucha no café, a espalhar sabedoria por todos aqueles que dela necessitassem, recebe esta mensagem:

"Cachucha, vou sair de casa! Não desesperes! Já aí chego! A revolução não começa sem mim! Até já! Beijo"


A tal preciosidade, a resposta da Cachucha foi, tão simplesmente, esta:

"Há hordes de revoltosos em análises diletantes de preciosidades linguísticas, irmão! Despacha-te, senão daremos início às operações sem ti! Beijo. Até já."

E ambos ficámos muito felizes.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

domingo, junho 13, 2004

O fluxo de informação que passa por esta cabeça no espaço de 2 segundos

-'Tou?
-'Tou, Maria? Olá, é o Hugo!
-(Hugo?! Que Hugo? Porra, não há-de ser aquele que andou comigo na Primária... Não, esse está em Alfornelos a tirar Gestão de Porcas e Parafusos... Só se for... NÃO! Aquele Hugo bonzão que eu conheci há dois meses na festa da Joana! Não, não pode ser esse... Esse tem o meu telemóvel. Será que ele conhece alguém que tenha o meu número de casa? Pois, o Sérgio, se calhar... Não, não o Sérgio não tem o meu número de casa, também... Hugo? Mas que Hugo, caraças? Oh, já sei... O filho da Tia Mena... ) Hugo! Olá, então, tudo bem?

....

Merda de vida, a minha.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

Baileys, please. Shaken, not stirred.

Tinha postado um texto sobre o stress pré-exames de que começava a sofrer. Um post francamente mau, francamente desinspirado, francamente desesperado.

Mas nada que um bonito copo de Baileys não resolvesse.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

quinta-feira, junho 10, 2004

O destino de Portugal, segundo variadíssimo profetas

«E a nossa grande Raça partirá em busca de uma Índia nova, que não existe no espaço, em naus que são construídas "daquilo de que os sonhos são feitos". E o seu verdadeiro e supremo destino, de que a obra dos navegadores foi o obscuro e carnal ante-arremedo, realizar-se-á divinamente.»

Fernando Pessoa

(Eu acho isto muito bonito, mas o homem de certeza que não fazia a mínima do tipo de pessoas que formam esta "grande Raça". Porque, se soubesse, tinha ficado calado.)

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Excerto de reunião em Azeitão, 15/04/1996 (Em Azeitão... Não era lá que... Enfim, isso não interessa nada...)

"Portugal será no futuro uma Nação que atravessará uma crise de valores muito grande.

Tomado como tábua de salvação da Europa, será a esperança para muitos que o procurarão em busca de melhorar as suas vidas. Virão de África, do Brasil, do Norte de África, da Índia, do Paquistão e das nações de Leste. Virão de todos os lados os povos que trarão a nova semente para Portugal.

Numa crise de valores éticos, morais e espirituais, em meio da corrupção a Nação falirá. Será integrada no sistema da moeda única, mas pouco tempo depois falirá.

Fome, miséria e desemprego. A Nação será expulsa (ou correrá o risco de o ser) do sistema monetário Europeu.

O crime aumentará, a prostituição e o domínio das máfias diversas far-se-á sentir. Matar-se-á por ninharias. Uma geração iníqua de cabeças rapadas e corpos perfurados por metal e tatuados dominará e imporá a anarquia. Os que viverem nesses dias invejarão a sorte dos que morreram...

Assim será o fim da ‘Nação da Luz’. Acabará roubada e falida.

O povo será tomado e levado por outros no tempo da Grande Tribulação.

Um grande flagelo cairá sobre a Terra. (...)"


Morya

(Cá está, um gajo que sabe do que fala. Senhor Morya, estou consigo. As cabeças rapadas, os corpos tatuados e perfurados~nunca são augúrio de coisas boas. Vamos morrer todos, de certezinha.)

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02/11/1980

"Uma energia perversa da Atlântida levantar-se-á de Portugal. Uma serpente venenosa com atractivos de mel destilará o seu veneno mortal. E as almas que se deixam hipnotizar pela sua voz serão arrastados ao abismo pelo condicionamento que ele lhes coloca.

Mas em Portugal sairá a Luz do Encoberto que com a fulgurância da Pomba que no território está, portarão nas mãos a Taça de Luz dos seus Corações e empunharão a Paz e a Justiça do Símbolo da Espada de Luz.


Portugal, Coração da Luz, território de Miguel, abrigará a MÃE no Espírito da FRATERNIDADE. Esta é a Terra de Santa Maria, onde a Flor de Lys se cumpre no futuro planetário. "

(Esta não diz de quem é, mas gostaria que atentassem na referência à serpente. Estamos de certeza a falar da Nelinha Ferreira Leite: "(...)E as almas que se deixam hipnotizar pela sua voz serão arrastados ao abismo pelo condicionamento que ele lhes coloca.". E os impostos matarão de fome todo o povo que fôr nas manias dela. Sim, senhor. Bem dizido)

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30/05/2002; 11:49h (este até tem hora)

"Filho, Portugal está com uma crise muito grande a nível económico e financeiro.

Avizinham-se graves ocorrências. Estais prestes a ocorrer o que sucedeu na Argentina. Orai muito, pois de contrário sereis atingidos.

Aos pobres e aqueles que menos podem, ser-lhes-à retirado. Graves incidentes poderão em breve ocorrer neste País."

Myriam


(Mais uma vez, a sapiência transborda deste tipo de maravilha. Dona Myriam, a senhora é fantástica! Já dizia Kristo, esse grande profeta: "Em tempo de crise económica e financeira, orai, pois trabalhar faz bolhas!")

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"Quando a Serpente e o Cherne do Mal sairem do Poder, outros lhes seguirão as pegadas, afogando Portugal no já profundo Oceano da Miséria e do Desemprego generalizado. Comprai fatos de mergulho e botijas de oxigénio, meus filhos, pois o fim está próximo e estais aqui, estais a rezar debaixo de água."

Joshua
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Sou quem sabeis, Maria Cachucha (a profetisa)

quarta-feira, junho 09, 2004

Poesia, Fotos & So On - IV

(Isto é lá um poema popular dos franciús durante a guerra da Argélia. Os franciús são gays por causa das camisolinhas às riscas e daquelas boinas. E comem baguettes, o que não abona nada em favor deles. Mas também escrevem umas coisas bonitas e eu, como acérrima defensora da paz, boto-vos aqui este poeminha, que sei que bós ides achar uma coisa por demais bonita. E quem não perceber francês... Tire um curso do Planeta Agostini que eu não sou mãe de ninguém para traduzir isto)

Le Déserteur

"Monsieur le président
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous avez le temps

Je viens de recevoir
Mes papiers militaires
Pour aller à la guerre
Avant mercredi soir

Monsieur le président
Je ne veux pas la faire
Je ne suis pas sur terre
Pour tuer des pauvres gens

C'est pas pour vous fâcher
Il faut que je vous dise
Ma décision est prise
Je m'en vais déserter

Depuis que je suis né
J'ai vu mourir mon père
J'ai vu partir mes frères
Et pleurer mes enfants

Ma mère a tant souffert
Elle est dedans sa tombe
Et se moque des bombes
Et se moque des vers

Quand j'étais prisonnier
On m'a volé ma femme
On m'a volé mon âme
Et tout mon cher passé

Demain de bon matin
Je fermerai ma porte
Au nez des années mortes
J'irai sur les chemins

Je mendierai ma vie
Sur les routes de France
De Bretagne en Provence
Et je dirai aux gens:

«Refusez d'obéir
Refusez de la faire
N'allez pas à la guerre
Refusez de partir»

S'il faut donner son sang
Allez donner le vôtre
Vous êtes bon apôtre
Monsieur le président

Si vous me poursuivez
Prévenez vos gendarmes
Que je n'aurai pas d'armes
Et qu'ils pourront tirer"



C'est qui vous savez, un français

terça-feira, junho 08, 2004

Cogitações

Olha que isto, francamente... Na sexta-feira passada, meneava-se a Cachucha placidamente pela escolinha que é a sua, quando se apercebe que está prestes a dar-se de caras com os famigerados exames nacionais.

"Puta que pariu", pensei eu, num dos meus habitualíssimos acessos de má-educação que fariam as unhas da minha mãe e das amigas crescer para dentro, "anda uma gaja aqui a esfalfar-se para entrar na universidade e vêm agora, no fim do ano, alembrar-se de nos meterem uns cabrões duns exames que valem não sei quantos mil por cento da entrada na dita. Era bem feito serem sodomizados por equídeos de grande porte, preferencialmente das dimensões do de Tróia, mas vivificado".

Mas pronto, o que tem de ser tem muita força, já dizia o meu bisavô, e, muito resolutamente, vai de pegar nos livros, cadernos e restante panóplia estudantil do 12º Ano. Mas estudar faz calos nos olhos, já toda a gente sabe, e a Cachucha, dona de um belo par de olhos verde-esmeralda, que tão bem combinam com os cabelos loiro-seara-de-trigo, não está para os estragar. Por isso vai de fazer de conta que se liga aos livros, embora, na verdade, nos estejamos bem a cagar para eles e para os senhores do Ministério, que estavam, nesse preciso instante, a ser sodomizados pelo Caval de Tróia.

As tardes de estudo da Cachucha (já que as manhãs e as noites são para dormir e fazer ronha) são, assim, deliciosamente dispendidas entre:

- sestas;
- bolachas de chocolate;
- música;
- conversas com as formiguinhas que estão na minha varanda;
- pensamentos francamente mauzinhos relacionados com ministros, vereadores e outros que tais a serem sodomizados por:
a) equídeos;
b) cetáceos;
c) elefantídeos:
d) dinossauros;
e) varinhas mágicas ligadas;
f) outros;
- ver o Canal dos Camelos da TVCabo;
- cortar as unhas;
- roer as unhas (caso o cenas de cortar as unhas tenha emigrado);
- fixar o nome dos países e das respectivas capitais com o mapa que artisticamente roubei ao meu irmão (Zimbabwe - Harare, Burundi - Bujumbura; Tadjiquistão - Duchambe);
- atirar torrões de terra às cuecas que estão no entendal da vizinha da frente;
- visualizar mentalmente ministros e vereadores a serem sodomizados;
- sesta;
- mais sesta;
- ainda mais sesta, para evitar cansaço póstumo;

É, portanto, de esperar, que os meus exames sejam uma valente merda ( o que, decerto, fará as delícias do meu cher Finúrias). Who cares?

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

segunda-feira, junho 07, 2004

Canibalismo

(Quando voltar a ler em qualquer revista que os pais são a base para a educação dos filhos, mando-lhes os meus, para eles verem como é.)

- Mãe, se eu morrer, quero que doem os meus órgãos.
- Ah, está bem. Isso é bonito. Eu também quero doar os meus. Para ajudar a combater a fome no Mundo.
- ...

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

domingo, junho 06, 2004

Eu tive 51!

"Os outros o vêem como alguém excitante [este tipo de coisa pode constar num curriculum vitae?], altamente volátil, com uma personalidade impulsiva;
um líder natural, que é rápido para tomar decisões, embora nem sempre as decisões acertadas [desminto tudo. Calúnias e gente invejosa das minhas capacidades, é o que é].
Eles o enxergam como ousado e aventureiro [ entre o Indiana Jones e a Lara Croft]; alguém que sempre
experimentará algo uma vez pelo menos [coxas de rã e cérebro de macaco inclusos]; alguém que corre riscos e aprecia a aventura [eu sou mesmo boa...].
Eles apreciam estar em sua companhia pelo excitamento que você irradia [eu irradio excitamento? Isso não é necessariamente mau, pois não?]."


Foi aqui e, embora este tipo de coisas sejam claramente parvas, feitas unicamente para gente que não tem nada que fazer da vida, o facto de ter descoberto que sou aventureira, ousada e excitante faz de mim uma pessoa muito mais feliz.

Mas muito mais, nem vocês sabem quanto...

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

sexta-feira, junho 04, 2004

Oh, yeah!

Nunca percebi lá muito bem que vantagem é que tinha isto de se ter um blog, embora apreciasse francamente botar escritura aqui no meu/nosso/vosso tascóbulo. Esta questão estava a comer-me por dentro, mas descobri agora que isto de se ter um blog pode ter francas vantagens no que concerne o engate.

Senão, atente-se no comment deste fã incondicional da minha pessoa (Olha eu com fãs... Como as Spice Girls e os Backstreet Boys e a Shakira... Que Mundo bonito, este):

"Só espero que ele não escreva com tanta frequencia como escreve no blog Omnia Munda Mundis porque se não a minha amada Maria Cachucha não vai ter espaço para escrever, (...)"
Ricardo Cruz

Tenho o dia ganho.

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

quarta-feira, junho 02, 2004

O Mundo que Muda...

Passavam 43 minutos das 17 horas do dia 2 de Junho do ano de 41 d.M. (depois de Mourinho, ou 2004 se for d.C.) quando André Lamelas (moi même) fechou contrato com o Pruque Sim. Como já disse a Regente Vitalícia (vénia respeitosa) aqui da tasca, sou um grande senhor da blogosfera. Convém no entanto corrigir que não sou invencível no Trivial Pursuit, tenho apenas uma percentagem de cerca de 80% de vitórias nos jogos entre amigos. Há que ser modesto e falar verdade. O contrato é extremamente vantajoso para ambas as partes e é assinado exactamente no mesmo dia em que José Mourinho assinou pelo Chelsea. A Cachucha é mesmo uma mulher com visão! É o Abrahamovic da blogosfera! (correctamente é o Pinto da Costa porque eu estou a chegar para dar ao Pruque Sim anos e anos de glórias!!!).
E como estou a chegar convém fazer boa figura na primeira conferência de imprensa:
"Tenho a certeza absoluta que na próxima época vamos ser campões nacionais da blogosfera." - André Lamelas, 2/6/41 d.M.
Ao menos vejam o lado positivo: não haverá finais em cidades com nomes como Gelsenqualquercoisaesquesitaemalemãokirchen.

Saudações para todos e espero que apreciem o meu trabalho.

PS-Futuramente neste blog versarei sobre uma INOVADORA teoria que diz que José Mourinho e Joshua são uma e a mesma pessoa! Incrível! Só para aguçar a curiusidade: já alguém os viu juntos no mesmo lugar e ao mesmo tempo?

PSD-Foda-se... Cruzes canhoto! Lagarto, lagarto lagarto!

Han han...

Caríssimos leitores:

A gerência do Pruque Sim, na intenção de credibilizar aqui o tabernáculo, acaba de fechar contrato com um grande senhor da blogosfera, percebedor de templates e comments e tudo aquilo de que a Cachucha não manja nada, santo inveterado, para além de ser, nas horas vagas, grande jogador de Risco e invencível no Trivial Pursuit, o grande, o fantástico, o genial e completamente demente, André Lamelas, o mais novo associado a este projecto.

Dêem-lhe as boas vindas e leiam-no com o respeito e atenção que lhe é merecida (ou então, não, lá está)

BEM-VINDO, HOMEM DE JOSHUA!

Sou quem sabeis, Maria Cachucha

terça-feira, junho 01, 2004

Dia Mundial da Criança

Hoje, estava eu calmamente arrochada no 20, a vir do Palácio de Cristal para a Batalha, onde ia apanhar a fantástica carreira que ruma à Rechousa, quando ouço esta conversa entre dois putos com, no máximo, uns 10 anos:

Puto 1- Hey, óvlá! Despois, eu fui ali para Noba Iorque, tájaber?, e tava numa pick-up (óvlá, eu nem sei canto é qu'aquilo dá, mas não deve passar dos 240...) a fugir à bófia e ódespois intrei num armazém e Pum!, Txim!, Pau!, Cablui!. Bem, tu não tájaver, chaval... Aquilo... Óvlá...
Puto 2- Iá! Aquele armazém muita gande, logo à saída da cidade? Txê, ó xaval! Eu, cand'aí fui, tájaber?, taba lá um gajo qu'eu, ó caraças, foi logo um headshot pá cabeça! Bem, o gajo até birou de lado... Curti TÓTILE!


E eu... Pronto, 'tá bem...

Tenho de admitir que a princípio fiquei um bocado abananada. Na minha altura, a gente sabia lá o que era uma pick-up ou um headshot... O primeiro estrangeirismo que eu conheci foi para aí abat-jour ou passe-partout...

A conclusão a que cheguei mais tarde foi que, realmente, não é preciso muita coisa para "formar" terroristas. Basta dar-lhes uma PlayStation para a mão, devidamente apetrechada com aquele jogo... aquele, taijaver?

Sou quem sabeis, Maria Cachucha