Introdução à nobre arte de acordar os outros
Deu-se o caso de Maria Cachucha acordar hoje às 5 da manhã. Ora, como muita gente saberá, acordar cedo é, para Cachucha, sócia honorária do Clube dos Dormidores Profissionais por serviços prestados e ultrapassagem do recorde de 32h47 de dormidura seguida (Cachucha fixa o seu recorde pessoal em 33h54), um enorme tormento, causador de rabugice que durará todo o santo dia.
Acordada às 5 da matina, Cachucha dispõe-se a dar uma vista de olhos pelo "Nome da Rosa", de Umberto Eco, que tão simploriamente se dedica a ler neste momento. Uma hora volvida, já estava farta de ver os frades a ser mortos e de ler descrições da mulher, "o diabo encarnado", e coisa e tal, puta-que-pariu. Vai então de acordar o ser que dorme no quarto ao lado, que dizem ser meu irmão.
Há que começar com leveza - Liga-se a aparelhagem, acidentalmente, no máximo e começa a ouvir-se, vindos do quarto ao lado, urros de dor: "Caralho, desliga essa merda! Foda-se lá prá gaja!". Estalou a guerra. Segue-se um subtil "Oh moço, é domingo, são 6h30 da manhã, hoje é dia de missa!". Não me interessa nada o facto de o rapazinho ter ido à missa umas 4 vezitas nos 13 anos de vida que são a dele. Domingo é dia de missa, há que fazer notar isso num tom de voz que seria audível até num concerto do Marilyn Manson. Entretanto, e para júbilo desta que s'assina, começa a chover. É chegada a altura de proclamar "André-é! 'Tá a chover, veste o casaco!". Neste momento, há que parar por momentos, para o rapaz poder adormecer novamente. Cinco minutos depois, arranca o "Toca o sino na igrejinha e os meninos vão acordar...", alto e bom som, a voz melodiosa de Cachucha a soar por cima dos trovões e o moço "Caralho, foda-se! Vou dizer à mãe!". A mãe não está em casa, jovem, estás sob o meu comando, a dor será imensa. AHAHAHAHAHAHAHAH-AH!
Entretanto, comecei a ter pena do moço e decidi que o ia deixar dormir. Claro que não sem antes o deixar ficar num estado de torpor, chegar à beira dele e sussurrar ao ouvido "Estás a dormir, mano?", "Agora já não...", "E 'tás à espera de quê, caralho? É domingo, podes dormir até ao meio-dia!".
A vida é bela. Vou ver a Sic Comédia.
Sou quem sabeis, Maria Cachucha.
Acordada às 5 da matina, Cachucha dispõe-se a dar uma vista de olhos pelo "Nome da Rosa", de Umberto Eco, que tão simploriamente se dedica a ler neste momento. Uma hora volvida, já estava farta de ver os frades a ser mortos e de ler descrições da mulher, "o diabo encarnado", e coisa e tal, puta-que-pariu. Vai então de acordar o ser que dorme no quarto ao lado, que dizem ser meu irmão.
Há que começar com leveza - Liga-se a aparelhagem, acidentalmente, no máximo e começa a ouvir-se, vindos do quarto ao lado, urros de dor: "Caralho, desliga essa merda! Foda-se lá prá gaja!". Estalou a guerra. Segue-se um subtil "Oh moço, é domingo, são 6h30 da manhã, hoje é dia de missa!". Não me interessa nada o facto de o rapazinho ter ido à missa umas 4 vezitas nos 13 anos de vida que são a dele. Domingo é dia de missa, há que fazer notar isso num tom de voz que seria audível até num concerto do Marilyn Manson. Entretanto, e para júbilo desta que s'assina, começa a chover. É chegada a altura de proclamar "André-é! 'Tá a chover, veste o casaco!". Neste momento, há que parar por momentos, para o rapaz poder adormecer novamente. Cinco minutos depois, arranca o "Toca o sino na igrejinha e os meninos vão acordar...", alto e bom som, a voz melodiosa de Cachucha a soar por cima dos trovões e o moço "Caralho, foda-se! Vou dizer à mãe!". A mãe não está em casa, jovem, estás sob o meu comando, a dor será imensa. AHAHAHAHAHAHAHAH-AH!
Entretanto, comecei a ter pena do moço e decidi que o ia deixar dormir. Claro que não sem antes o deixar ficar num estado de torpor, chegar à beira dele e sussurrar ao ouvido "Estás a dormir, mano?", "Agora já não...", "E 'tás à espera de quê, caralho? É domingo, podes dormir até ao meio-dia!".
A vida é bela. Vou ver a Sic Comédia.
Sou quem sabeis, Maria Cachucha.