*

o trabalho
o eterno
vc é capaz de ver isso?
não existe eterno
num instante me apavoro
basta pensar sobre o mundo
- sobre mim -
- sobre vc -
q perda de tempo
q coisa ridicula
?pronde isso leva a gente
todos com a consciencia tranquila
- as manada -
- as tola manada -
comendo quando podem -
trepando y pensando nisso o tempo todo -
fazendo o mal
- sonhando o mal -
pra nada
a natureza não tem nada com isso
o vento não tem nada com isso
a terra não tem nada com isso
somente os outro y eu mesmo


*

quando caminho junto do rio
vejo as margem verde o azul descosido
sinto nojo de mim mesmo
- de tudo isso q rodeia a gente y entope -
vergonha da virtude y da beleza das coisa

*

essa loucura é maldita porq não é loucura
vejo toda noite
minha cabessa rolar na ladeira escura
y tou la dentro sem poder nada fazer
verme dentro da fruta
rolando sem saber porq

*

terra morta
- rios seco -
- mar devastado -
- gente caindo aos pedasso -
y a gente vive como se nada disso fosse assim
- como sagente tivesse num paraiso -
sempre em festa
- como reis doutros tempo -
palhassada

*

a carne despenca dos osso
- osso se dissolve na carne -
- olho pendurado -
- unha arrancada -
- sexo estourado -
- tripas correndo pelo chão y a gente rindo -
- em festa -
como se nada

*

nada acontece de novo faz tanto tempo
- olha ali a fumassa dos ultimos corpo -
- olha ali a cinza dos penultimo -
- olha ali o silencio de toda a gente -
- olha ali o qa gente pode fazer -
- olha ali o final de tanta tolice -
- olha ali enfim a gente reduzido
ao q a gente sempre foi -

*

veja ali o limite da cidade
- y as ruina -
- y as chama alta como muralha -
- y os grito -
y o correcorre como se fosse inda possivel fugir
inda bem q miscondi
- guardei algum dinheiro y vou escapar

*

não existe consciencia
tamos morto
y disso a gente muito bem sabe
somos louco q sonha a razão
mundo palhasso
mundo terrivel
somente macaco vestindo calssa
- camisa - sapato - meia - calssa
- cachimbo - cigarro - charuto -
fantasiado de deus como lesma de jardim
imbecil astronomico
- canalha sem cura -

*

esse bicho não tem instinto
tem somente burrice
do meu lugar pode ver outra coisa
- ele come - arrota - caga -
- trabalha se reproduz - y morre
note o resultado
veja - aprecie essa coisa -
ta vendo tudo escura
não é pra menos
vc tocou numa coisa escura - trevosa -
parente de tudo q é podre
mexa com as orelhas
- apalpe o peito - a fronte - o pulso -
- os beissos - as pernas - o sexo mole -
por falar nisso
- tem muito desejo mostrar a utilidade dos dente
- veja -
quando enfio meus dedo dentro da boca
ele simplesmente morde com forssa
- não somente praqueu retire meus dedo -
mas pra q sacie seu odio
ele não vai agir igual cão - a gato -
omem não é animal domestico
é a sombra do burro
- do escorpião - da lesma -
y de todo bicho traissoeiro
feche os olho y veja
y q vão pro inferno omens y mulheres
pois são a mesma merdinha
- lados ruim das mesmas coisas -
dizem q são diferente
mas não passa da mesma materia ruim
todos são capaz de matar y de me matar y se matar
com a mesma crueldade
- o mesmo pra nada -
- a mesma perversidade -
o mesmo arrependimento frio
de quem tem fome y se arrepende depois q comeu
depois q garantiu seu pedasso de sobrevivencia
eu mesmo sou ruim
- não presto -
o resto tome no cu

*

Alberto Lins Caldas, excertos recombinados de WYK



HUGHIE IZACHAAR - AFRICAN MELODICA DUB
http://www.mediafire.com/?dqcfbr64qtr5gnu

FIUME PIRATEIA VOL 2: CONGO NYA





A Congo Nya Cultural Foundation foi fundada no início dos anos 80 na comunidade de Mount Sinai, em Georgetown, Guiana Inglesa, e tem como um de seus objetivos propagar a cultura rastafari mundo afora. "Congo Nya" significa "África Livre", e seus ideais são de emancipação, paz e igualdade, sempre calcados nas palavras da bíblia e na pessoa de Haile Selassie. Expressam-se através do Nyabinghi, tipo de música sacro-ritualística executada por eles apenas com instrumentos de percussão feitos pelos próprios membros da banda. O termo Nyabinghi na Jamaica de hoje significa "Morte aos opressores brancos e negros". A compilação conta com músicas de três discos do Congo Nya: The New Light of the World, Bamboo Fire e Congo Nau. São membros do grupo que participaram dessas gravações: Simba Pyramid, Ras Bongo, Lyson Fya, Ras Yakubah, Andrew, Ras Juliana, Ras Anthony e Ras Ricarda, dentre outros.


MYSPACE

Simba Amlak
http://www.myspace.com/simbaamlak/

Lyson Fire
http://www.myspace.com/lysonfire/



FIUME PIRATEIA VOL. 2 - CONGO NYA
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A PRÁTICA NAZISTA DA TV GLOBO





Através da aplicação inteligente e constante da propaganda, as pessoas podem ser induzidas a ver o paraíso como o inferno, e também o contrário, e considerar o mais miserável tipo de vida como paraíso.


Adolf Hitler








DOWNLOAD: MOUSSA DOUMBIA - KELEYA - 70's (2006 reissue)









Ocorre que não é preciso buscar aquilo que já temos. Assim, se pensamos ter o conhecimento, também pensamos não precisar buscá-lo. Daí porque, se estamos iludidos a esse respeito, essa ilusão é o maior bloqueio para a obtenção do conhecimento. Como já disse alguém, não há melhor prisão do que aquela que não se parece com uma prisão.

Júlio César Burdzinski









BRIGHTBLACK MORNING LIGHT - 2006

JUST SAY "KNOW"



A "guerra contra as drogas" é absolutamente indecente. A proibição do uso de substâncias psicotrópicas beneficia a violência do tráfico às custas do dinheiro público, além de não impedir na prática a utilização de drogas, que devido a procedência duvidosa e adulteração, ficam ainda mais perigosas. Neste texto procurarei destrinchar a ideologia duvidosa que proíbe coisas como a maconha e os alucinógenos, ignorando o uso milenar dessas substâncias com fins religiosos, hedonistas ou medicinais.

A raiz da proibição de substâncias está na igreja medieval, que por razões dogmáticas proibia o uso de todo o tipo de especiarias (não só psicotrópicos) como perfumes, açúcar, etc. O que quer que causasse prazer era controlado pelo clero. Mesmo a música demorou anos para se livrar da proibição da dissonância e mesmo da polifonia, a base de toda a música ocidental após o período renascentista.

O sexo até hoje é desconsiderado pela igreja como um ato sublime e religioso por si só, sem a reprodução como finalidade precípua, e a proibição de anticoncepcionais pelo Papa só endossa esta afirmação. Mesmo drogas medicinais eram atacadas, principalmente por serem utilizadas por "bruxos", que não passavam de médicos camponeses, parteiras, etc., que tinham o conhecimento das ervas. O descobrimento da América, já numa época onde essas substâncias eram toleradas, criou nações como o Brasil que dependiam e criavam sua riqueza (que, claro, ia para os colonizadores) quase que unicamente de uma substância psicotrópica que causa dependência, o café, e do açúcar, especiarias antes com o uso restringido na Europa. Isso sem falar no tabaco, hábito dos índios americanos que se espalhou pelo mundo com uma velocidade alarmante, apesar das restrições da Igreja, que não poderia tolerar uma coisa "infernal" como aquela, que queimava e produzia fumaça.

No século passado, já com o iluminismo absolutamente consolidado, em pleno positivismo, fez-se a descoberta de inúmeras drogas, entre elas os anestésicos, que revolucionaram a cirurgia. Intelectuais faziam uso de Absinto (uma bebida com um efeito ligeiramente diferente do álcool), cocaína, ópio, tabaco sob a forma de rapé e cigarros, e o uso dessas substâncias (com exceção talvez do ópio) era requintada e dândi. Mas entre as classes populares ainda havia o preconceito (além da falta de dinheiro, claro) reminiscente da Igreja, principalmente entre os Protestantes, mas o álcool sempre foi largamente utilizado.

O século XX entrou com a psicanálise do Dr. Freud, que era um notável usuário de tabaco e cocaína, o que na época não era considerado, como normalmente se entende hoje, um ponto negativo para ele. Na Sears, loja de departamentos Norte-Americana, se podia comprar um kit com uma seringa e diversas substâncias para o senhor de família relaxar ou se divertir. A antropologia estava em alta e diversos estudiosos viajavam para lugares remotos e experimentavam as drogas religiosas de diversos povos.

De fato quase toda cultura tem uma droga específica. Alguns casos chegam ao extremo, como algumas tribos vikings, que usavam um cogumelo extremamente tóxico. Eles faziam o guerreiro mais forte tomar uma poção com o cogumelo e depois toda a tribo bebia a urina do guerreiro, que mantinha o efeito psicotrópico mas não o efeito tóxico, o guerreiro passava mal alguns dias. Os índios mexicanos que usam cactus Peyote vomitam por dias a fio com a boca lanhada e seca apenas para ter alucinações. Normalmente quem faz o uso dessas substâncias é o xamã, ou pagé, da tribo e ele a partir disso faz previsões ou curas.

Zoroastrismo, Igreja Cóptica, esquimós da Sibéria, índios por toda a América (aliás 80% das plantas alucinógenas se concentra na América), sufis do islã, tribos africanas, todos usam ou usavam substâncias psicotrópicas (sem contar o álcool) com fins religiosos, de prazer ou medicinais. Acredita-se que na Grécia antiga, nos ritos de Eleusis, se utilizava um derivado do Ergot, o mofo do centeio, como um alucinógeno semelhante ao LSD. Se isso for verdade, gregos ilustres como Platão, que participavam das cerimônias, utilizavam (ou viam pessoas utilizar) alucinógenos.

Mas com tudo isso, a maior nação Protestante do mundo, os Estados Unidos, em 1914 resolveu baixar uma lei proibindo o uso de diversas substâncias psicotrópicas, feito imitado (nem sempre por vomtade própria) por todo o mundo algum tempo depois. Além disso, na década de 30, talvez devido a depressão econômica, tentaram proibir o álcool. O tráfico foi tanto, a violência tanta, que voltaram atrás.

Enquanto isso se descobria o LSD e Aldous Huxley fazia experimentos com a mescalina e escrevia um livro muito influente até hoje, "As portas da percepção". As bases estavam lançadas para o primeiro movimento contracultural, os Beatniks, nos anos 50. Usuários de drogas pesadas, intelectuais, apreciadores do Jazz, este grupo razoavelmente pequeno de pessoas foi a base cultural da revolução dos anos 60. Através de seus livros uma geração inteira de pessoas direcionadas para o uso sem preconceitos (e até exagerado) de drogas foi criada. E com ela a revolução sexual e cultural que todos conhecemos.

As pesquisas com o uso psiquiátrico do LSD caminhavam (com resultados controversos até hoje) muito bem, e quando o governo percebeu havia toda uma geração não voltada para o consumo, despreocupada com o trabalho e pacifista (isso em plena e inútil guerra do Vietnã). Esse foi o ultimato para as drogas. O governo americano proibiu o LSD em 1966, e acabou com as verbas para sua pesquisa (o estudo psiquiátrico do LSD continua apenas na Suíça). O tráfico internacional de drogas começou. Houve toda uma campanha de desinformação sobre drogas. O usuário de drogas não podia confiar em nenhuma informação técnica sobre a substância, reportagens exageradas mostravam fatos duvidosos, etc. Até hoje existe algo disso, embora seja muito mais fácil conseguir informação confiável sobre drogas.

É isso mesmo. Você achava que o governo proíbe as drogas porque elas "fazem mal", mas na verdade o governo as proíbe porque elas são contraproducentes numa sociedade de zumbis consumistas, trabalhadores incansáveis de corporações sem rosto e pessoas naturalmente deprimidas e sem religião. É verdade que algumas drogas fazem mal e provocam uma dependência terrível, como a heroína, é verdade que se pode morrer de overdose de cocaína, e é verdade que uma pessoa despreparada e deprimida, num ambiente desfavorável, pode se suicidar pelo efeito do LSD. Mas o álcool e o tabaco também provocam muitos malefícios e são liberados. Você não acha que o cidadão é que deveria decidir o que utilizar? Você gosta de ser tratado como um bebê que não pode comer um doce porque papai não quer? Você, cidadão respeitável, gosta de pagar a busca e apreensão de drogas, que podiam render impostos para o governo e ainda ter uma qualidade bem melhor, o que evitaria muitas mortes? Você acha que seu filho merece a informação dos amigos e traficantes ou a de uma bula? Você não confia nas pessoas?

Não prego aqui a liberação de heroína ou cocaína, o que seria impossível aqui, embora a experiência da Holanda não seja o que pregam. Lá, pelo menos os Junkies, que são doentes, têm o auxílio do governo. E sempre vão haver Junkies, pesquisas mostram que pelo menos 10% da população desenvolve algum tipo de dependência que não seja de café ou tabaco. Mas alucinógenos não provocam dependência e geralmente são experiências enriquecedoras. Quase não existe tráfico de LSD, simplesmente porque ele não vicia, a pessoa sequer sente uma vontade reincidente (como na cocaína, outra droga que não causa dependência física, apenas uma forte dependência psicológica) - ou seja, drogas seguras não são normalmente traficadas, e o lugar comum chega a pensar (já me vieram com essa diversas vezes) que o "Ácido" é muito mais perigoso do que a cocaína. Sem falar na maconha, que nunca deveria ter sido proibida, e que leva a fama de quase tudo que não é: aditiva, destruidora de cérebro, etc. E as pessoas que falam isso bebem todo o dia, ou todo o fim de semana.

Não prego aqui que todos devam usar drogas. Apenas os xamãs modernos, os artistas e os intelectuais, as pessoas criativas em geral é que normalmente se beneficiam, e que arcam o pequeno preço que algumas drogas cobram. Mas todos temos o direito de experimentar. Todos temos o direito de saber.

Drogas - Just Say "Know".

Timothy Leary


DOWNLOAD: STUDIO ONE FUNK - 2004 - VBR
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ASHA PUTHLI - 1974
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Tenho lutado para experimentar e existir, para lutar e consentir nas formas (todas as formas) com as quais a delirante ilusão de estar no mundo impregnou a realidade.

Não desejo continuar enganado por ilusões.

Morto para o mundo; para aquilo que para todos os demais constitui o mundo; finalmente caído, tombado, erguido dentro do vazio que eu havia rejeitado. Tenho um corpo que experimenta o mundo e vomita realidade.


Antonin Artaud






CHARLES WRIGHT AND THE WATTS 103rd STREET BAND - YOU'RE SO BEAUTIFUL - 1971

CHINA OUT OF TIBET




Livrem-se das velhas categorias do negativo (a lei, o limite, as castrações, a falta, a lacuna) que por tanto tempo o pensamento ocidental considerou sagradas, como forma de poder e modo de acesso à realidade. Prefiram o que é positivo e múltiplo, a diferença à uniformidade, os fluxos às unidades, os agenciamentos móveis aos sistemas.

Michel Foucault





BILLY MARTIN, GRANT CALVIN WESTON & DJ LOGIC
- FOR NO ONE IN PARTICULAR - 2003
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Porque alguém tem sempre que falar?
Muitas vezes não deveríamos falar, e sim ficar em silêncio.
Quanto mais se fala, menos as palavras significam.
Palavras devem expressar apenas o que queremos dizer.


em Viver a vida, de
Jean-Luc Godard










DR. LONNIE SMITH & DAVID NEWMAN
- BOOGALOO TO BECK - 2003
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REUBEN WILSON & BERNIE WORRELL
- BOOGALOO TO THE BEASTIE BOYS - 2004

ENTREVISTA COM ROBERTO PIVA




Entrevista concedida pelo escritor Roberto Piva a Floriano Martins em 1986.


FM - Piva, anarquia ou anarquismo?

RP - Anarquia. Desordem total, sabotagem em regra, insubmissão absoluta. Como diz Léo Ferré, a anarquia é a crítica desesperada, o desespero da solidão. Anarquia é a negação de toda e qualquer autoridade, venha ela de onde vier.


FM - Nós vivemos aqui com uns nós na garganta. O que fazer?

RP - Acredito, com Nietzsche, na reaparição gradual do espírito dionisíaco no mundo contemporâneo. Apesar da caretice generalizada, eu acredito na grande explosão de Dionisus, deus do vinho, deus das bacanais, deus da ecologia e orixá da vegetação. Aqui em São Paulo a polícia fechou uma sauna gay de garotos da periferia e chamou os pais dos garotos na delegacia para humilhá-los e então liberá-los. Foi só a sauna reabrir, e lá estavam todos os garotos outra vez desafiando a autoridade policial, paterna e moral.

William Blake dizia que o desejo que se deixa reprimir não era um desejo suficientemente forte. Debaixo dessa casca dormem com um olho aberto todos os deuses pagãos. O golpe de estado erótico virá e então será a guerra profetizada por Freud no seu livro Totem & Tabu.


FM - O poeta surrealista negro Aimé Césaire, em um poema, diz: “Salve pássaros que abrem com bicadas o verdadeiro ventre do pântano”. Você acha que ele se refere à nossa época e aos poetas?

RP - Claro. O poeta é o que implode o verdadeiro ventre do pântano. Pode ser também o outsider, o louco, o adolescente revoltado, os bruxos, os amantes fora-da-lei, os anárquicos, os drogados, os desordeiros, os visionários etc. Me lembro agora de um verso também de Césaire, onde ele diz: “bárbaro eu a serpente escarradora”. O título deste poema é Bárbaro. Ele termina numa orgia de sangue onde afirma querer “atirar aos cães a carne aveludada de seu tórax”. Toda a poesia verdadeira rima com revolta, amor e liberdade.


FM - E o bom-mocismo na atual poesia brasileira?

RP Artaud afirmava que a poesia é exercício muscular. Jack Kerouac falava que os músculos contêm a essência. A poesia é anterior às palavras. Grande parte da poesia atual brasileira (e não só brasileira) não quer correr risco algum, tem medo do perigo. Então assistimos a volta à poesia de gabinete, onde até a cor de sua escrivaninha os poetas contam nas entrevistas. É uma poesia domada pelo racionalismo cartesiano. Uma poesia de trinta anos atrás que se apoiava na indústria, dançou com o modelo industrial nesta época pós-industrial de biotecnologia e energia solar.


FM - Caminhamos para uma sociedade policial?

RP O monopólio da informação e dos midia nacionais favorece a subordinação administrativa no seu papel de controle social, de burocratização do Mundo, segundo a palavra de Max Weber. A imagem do Estado policial popularizado pelo esquerdismo é retomada com mais variantes pelos ecologistas que sublinham não o seu caráter violento, mas a sua vontade de normalização. Trata-se menos de uma repressão franca e policial do que de uma opressão insidiosa caracterizada pelo domínio do conjunto dos comportamentos. As grandes vítimas desse tipo de normalização, no nosso tempo, foram: Fassbinder, Mishima e Pasolini. Pasolini dizia que o mundo caminhava no sentido de adotar os valores e comportamentos da classe média. Ele foi assassinado por um garoto michê marginal integrado, isto é, um garoto sub-proletário porém com todos os valores da classe média na cabeça. Daqueles que querem uma moto para colocar na garupa uma garota ornamental. Jim Morrison falava nos anos 60 que quem tem o poder da mídia tem o poder da mente. Zé Celso cansou de dizer que a mídia impõe a mensagem. Daí o consumo imposto pelos mídia de alimentos-sucata, de comportamentos-sucata de 50 anos atrás etc.


FM - Qual a sua atividade no momento?

RP - Erotizar e contemplar a árvore de qualidade colérica de que fala Jacob Böehme.


FM - Quando você caminha pelas ruas de São Paulo o que mais chama sua atenção?

RP - Os anões tagarelas, a enfermidade Silêncio, o Controle Central, os macacos não regenerados e os sobreviventes.


FM - Qual a sua profecia para este final de década?

RP - É o princípio do fim. Talvez garotos suburbanos com corpos pintados e máscaras de folhas espalhem um saudável terror com suas garras de leopardo envenenadas. Depois entrarão em cena os acadêmicos da morte, imitações supersônicas e agentes biológicos de inanição. Tudo sob um luminoso em néon escrito DIREITO. Em seguida o Apodrecimento Saturniano Vermelho fará sua aparição num cortejo de macacos de TV e bactérias.









O que mata não é a bebida, mas sim trabalhar antes do meio dia.


Charles Bukowski








BLACK SLAVERY DAYS
- THE SOUND OF SANT ANN - 1981
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Entre nós, revolucionários, um fenômeno deve realizar-se; nós devemos conseguir compreender com perfeita retidão e sinceridade todas as idéias daqueles que combatemos; devemos fazê-las nossas, mas para dar-lhes seu verdadeiro sentido. Todos os raciocínios de nossos interlocutores, retardados pelas teorias ultrapassadas, classificam-se naturalmente em seu verdadeiro lugar, no passado, não no futuro. Eles pertencem à filosofia da história.

Élisée Reclus



GUEM - BAOBAB - 2001
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HOMO JURIDICUS




quem pensa em processar, quem deseja o processo, quem processa é o centro do meu horror. é um tipo que aceita o estado, a lei, a ordem; que respeita papai do céu, papai e mamãe; faz parte da família, da igreja, do bairro, da cidade, do país, da gramática, do hino, da bandeira; tem um time de futebol, uma festa, um programa de televisão; gosta de corrida de carros, de ler jornais, de jogar; tem orgulho da “história do seu país”; é um tipo que jamais se sente absolutamente deslocado, desfiliado; é pai (mas não aceita: coloca na “culpa” na “minha esposa”, no “acaso” quando ele é que é quem buscou isso porque esse é seu programa secreto, que ele não consegue manipular), é marido, é cidadão, é trabalhador, é um “ser vivo”; é um tipo que é um “ser humano” e se orgulha disso; são emotivos, violentos com “mulheres”, com “homossexuais”, com “negros”: essa violência aparece no seu gosto por piadas; tem absoluta certeza que tem uma “alma imortal”, isto é, tem certeza que essa coisinha minúscula, ridícula, mal cuidada, infeliz e capacho ficará eternamente em algum lugar construído para ele; um tipo que recorre ao “coletivo”, ao “grupo”, ao poder ordenado das “massas”, do “povo”, do “direito”; acredita piamente que é brasileiro e que fala português, respeitando “quem fala certo”, rindo e estranhando de “quem fala errado”; um elemento que não tem autonomia intelectual: precisa de mentores, de gurus, de lideres, de pastores, de padres, de chefes, de companheiros e de amigos, ou esconde sua burrice primária numa sisudez eçiana; um tipo que não criou suas condições culturais porque “estuda”, se “esforça”, “aprende”; que acredita que é “macho” ou “fêmea” e se ressente muito, sofre feito um porco no matadouro, quando “é bicha” (coisa que procura esconder até de si mesmo); um tipo que acredita na natureza, nas energias, na matéria, na ciência e na magia; acredita no trabalho, tanto no que “dignifica o homem” quanto o que “cria a sociedade”; acredita no espírito imortal, em extraterrestres e mistérios; que não está acima dos clones: precisa dos clones para pôr a sua vontade em andamento, os seus “direitos” em exercício. não se resolve sozinho, não dá valor à sua independência, ao seu não, a sua violência, a sua vingança, ao seu desprezo, a sua liberdade; um tipo que não se tornou alguém: não tem face, não tem nome, não tem vergonha: sua vida é cheia de ilusões que jamais conseguirá perceber como ilusões exatamente porque essas ilusões, para ele, são a realidade, os processos da vida, as formas da existência: seu programa social protege ele de toda negatividade, de toda dissolução, de toda virulência: ele é sempre a vítima.

(...)

quando esse tipo é somente cidadão é profundamente compreensível sua imbecilidade dócil (assim determinado “mundo do capital” tem se produzido e reproduzido pelo menos nesses dois últimos séculos). o problema se dá quando ele se torna “aluno de uma universidade”, quando vai estudar nos “cursos de ciências humanas”. a pressuposição é a de que seja alguém que já tenha tomado um caminho “contra o mundo”, que deseje quebrar os programas sociais com sua consciência e sua atuação. mas o que temos numa maioria esmagadora é exatamente o contrário: são tipos que atravessaram seu tempo de universidade para lutar contra ela, contra as possibilidades críticas e filosóficas, para se reafirmarem repondo o que já sabem e o que sabem seus iguais. fará tudo sempre para confirmar “o mesmo”, aquilo que ele já sabe, que todos sabem, que ele acredita, que todos acreditam. mas com uma diferença: a estupidez será acrescida por novas palavras, novas imagens, novos conceitos (todos esvaziados, todos sem profundidade, todos purificados e reencaminhados para o mais comum dos sensos, para a respeitabilidade). e o jegue, com um “título acadêmico”, ganhará um sobrerespeito (todos a sua volta respeitam ele), um lugar de destaque entre os demais jegues: dele provém a “confirmação científica”, “acadêmica”, “filosófica”, de toda tolice, de todo mistério, de todo segredo, de todas as microcrenças: ele acreditando em quase tudo confirma, reafirma num “patamar superior” (linguagem unidimensional) todas as sandices comunitárias, todas as covardias e todos os aleijões.

(...)

o processador não é um “fraco”, um “oprimido”, mas um negociador frustrado: sua vontade de escravo, de agregado, de funcionário público, de consumidor não foi satisfeita. o que ele busca é o equilíbrio, a ordem: as condições do estado e da produção: por isso ele fica tão convulsionado, tão indignado, tão melindrado, tão assanhado, tão revoltado e “doente”: ele só é, só se torna, só pretende, só alcança a existência, o sentido, a forma, o desejo e a alegria através do respeito, da imitação dessas “instâncias superiores”: ele é um filhote do capital, da “sociedade civil”, do estado e da “sociedade de consumo” (que não pode existir plenamente sem todos os direitos, contratos e funções): atingido, contestado, dissolvido, ameaçado seu mundo (pessoal e coletivo: economia e política) precisa voltar ao normal, retornar ao “ser natural”, à toca protetora do estado (quem protege ele quando ameaçado: o servo - agora cidadão - ainda acredita nos sacerdotes como intermediadores de um deus qualquer; nos guerreiros - milicos, policiais e o judiciário - como protetores da comunidade; e dos trabalhadores como aqueles que pagam com seu trabalho pela proteção e pela intermediação). pessoalmente ele não faz nada: sem a lei, sem o estado, sem o patrão, sem o senhor e suas sombras protetoras, ele não reinvidica, não diz não, não contradiz, não critica ou dissolve. o homo juridicus é o indivíduo apascentado, mumificado, cozido dentro do homo economicus: ele não escreve sua própria história.


Alberto Lins Caldas




DUB NARCOTIC SOUND SYSTEM
- DEGENERATE INTRODUCTION - 2004
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O mundo atual se divide em dois campos:

– aqueles que agem de maneira a manter a desigualdade e a pobreza, isso é, a obediência e a miséria para os outros, as fruições e o poder para eles mesmos;

– e aqueles que reivindicam para todos o bem-estar e a livre iniciativa.

Na grande família da humanidade, a fome não é unicamente o resultado de um crime coletivo, é ainda um absurdo, pois os produtos ultrapassam duas vezes as necessidades de consumo.

Tendo a evolução econômica contemporânea justificado-nos plenamente em nossa reivindicação de pão, resta saber se ela justifica-nos igualmente em outro domínio de nosso ideal, a reivindicação de liberdade.

‘Nem só de pão vive o homem’, diz um velho provérbio, que permanecerá sempre verdadeiro, a menos que o homem regresse à pura existência vegetativa.

Mas qual é, então, esta substância alimentar indispensável, fora o alimento material?

A Igreja de todos os cleros prega-nos que é a ‘Palavra de Deus’;

O Estado determina-nos que é a ‘Obediência às Leis’.

Esse alimento que desenvolve a mentalidade e a moralidade humanas é o ‘fruto da ciência do bem e do mal’, que a mitologia greco-judaico-cristã e todas as religiões que deles derivam nos proíbem, como alimento venenoso por excelência, como peçonha moral viciando todas as coisas.

Aprender.

Eis o crime segundo a Igreja, o crime segundo o Estado, o que quer que possam imaginar padres e agentes de governo que absorveram, apesar disso, esses germes de heresia.

Aprender.

Aí está, ao contrário, a virtude por excelência para o individuo livre, desligando-se de toda autoridade divina ou humana: ele rejeita igualmente aqueles que, em nome de uma ‘razão suprema’, arrogam-se o direito de pensar e falar por outrem, e aqueles que, em nome da vontade do Estado, impõem leis, uma pretensa moral exterior codificada e definitiva.

Pensar, falar, agir livremente em todas as coisas. O ideal da sociedade futura, em contraste com a sociedade atual, define-se da maneira mais clara! De uma só vez o evolucionista, tornando-se revolucionário, separa-se de toda a igreja dogmática, de todo corpo estatutário, de todo agrupamento político de clausulas obrigatórias, de toda associação, pública ou secreta, na qual o societário deve começar por aceitar, sob pena de traição, ordens incontestes.

Assim o homem que quer realmente desenvolver-se como ser moral deve defender exatamente o contrário do que recomendam a Igreja e o Estado: ele deve pensar, falar, agir livremente. Estas são as condições indispensáveis de todo o progresso. A plena e absoluta liberdade de exprimir seu pensamento em todas as coisas, ciência, política, moral, sem outra reserva além daquela de seu respeito por outrem.


Élisée Reclus



LUCHI DE JESUS - FRIDAY FOSTER OST - 1975
http://depositfiles.com/files/91q0chy0s





Somos senhores da terra e do ar, do fogo e da água. Voamos mais rapidamente do que os pássaros. Mergulhamos nos abismos. Perfuramos as montanhas e reduzimos as florestas a nada. Sobre a natureza exercemos poderes mais vastos do que os que nossos antepassados imaginavam nos deuses. Mas somos deuses? Nem tanto! Demônios, talvez. E, da terra, fizemos o Pandemônio. Para cada bilhão em riqueza que os homens engenhosos acrescentaram à nossa parte, outros homens destruíram um bilhão, às vezes em riqueza, às vezes em valor humano, por meio de guerras, trapaças, especulações, jogo, fraude, chicana, pragas, mentiras, ultrajes e - acima de tudo - estupidez mortal. Pois toda maneira descoberta por algum pensador para tornar baratas as mercadorias tem sido explorada, defraudada e mal conduzida de maneira colossal por outros homens sem imaginação, de modo que, quanto mais rapidamente a riqueza se acumula num ponto, a decadência e a miséria abundam noutros pontos em proporção harmoniosa.


Walter B. Pitkin, em Breve Introdução à História da Estupidez Humana, 1932




CLUTCHY HOPKINS - THE LIFE OF CLUTCHY HOPKINS - 2006
http://www.4shared.com/file/i2oqkzYq/clutchy_hopkins_-_the_life_of_.htm


O que explica a intensidade terrível com a qual o homem moderno procura embrutecer-se com o vinho, o fumo, o ópio, o jogo, a leitura dos jornais, com viagens e com toda a espécie de prazeres e espetáculos? As pessoas abandonam-se a isso como a uma ocupação séria e importante, e de fato assim é. Se não houvesse um meio externo de embrutecimento, a metade do gênero humano far-se-ia explodir imediatamente o cérebro, porque viver em contradição com a própria razão é a situação mais intolerável. E todos os homens de nosso tempo encontram-se nesta situação; todos vivem numa contradição constante e flagrante entre sua consciência e sua vida.

Liev Tolstoi

DOWNLOAD: JOHNNY PATE - BUCKTOWN OST - 1975 - 320 Kbps
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ENRICO PIERANUNZI & SILVANO CHIMENTI
- MILANO VIOLENTA OST - 1976
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A única coisa ou processo precisamente igual ao Universo continua a ser o próprio Universo. Cada descrição ou modelo, teoria, obra de arte, mapa, túnel de realidade, aparências, etc. continuam a ser menores que o Universo e, portanto, abrangem menos que ele.

O que resta em nosso continuum sensorial, quando não estamos falando ou pensando, permanece não-simbólico, não verbal, não matemático - o inefável, como dizem os místicos. Esse modo não-verbal de apreensão, em termos poéticos, pode ser chamado de CAOS, segundo Nietzsche, ou de VAZIO, segundo Buda. Porém 'caos' e 'vazio' não passam de palavras e a própria experiência, teimosamente, continua a ser NÃO-VERBAL.

Nesse ponto, alguém só se expressará corretamente, como Wittgenstein em seu Tratado Lógico-Filosófico: 'Aquilo que não pode ser dito, deve ser silenciado'. Os mestres zen simplesmente apontam ou agitam seus cajados no ar.

Quando deixamos o não-verbal e voltamos a falar ou pensar, isso é feito necessariamente por meio de mapas ou modelos simbólicos, que, por definição, não podem equivaler em todos os aspectos aos eventos de espaço-tempo por eles representados. Parece tão óbvio que ninguém, paradoxalmente, nunca pensa nisso e, portanto, tende a esquecer o fato...

Robert Anton Wilson



SCHWABING AFFAIRS -
DELICATE TUNES FROM SWINGING MUNICH MOVIES OF THE 60'S AND 70'S
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CAMILLE YARBROUGH - THE IRON POT COOKER - 1974





O homem branco possui uma qualidade que lhe fez abrir caminho: o irrespeito.

Henri Michaux





PIERO PICCIONI - COLPO ROVENTE - 1970
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DOWNLOAD: THE MOOD MOSAIC

VOL 1 - THE HASCISCH PARTY
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VOL 3 - THE SEXPLOITATION




VOL 5 - SUPERVIXENS
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VOL 7 - THE NEW SHAPES OF SOUND



VOL 9 - THE SOUND BULLET



VOL 11 - FEELIN' FUNKY