Diariamente as empresas farmacêuticas e os grupos de interesses médicos inventam as doenças: a doença transformou-se num produto industrial. Para tal, as empresas e as associações convertem os processos normais da existência humana em problemas médicos, "medicalizam" a vida.

O desejo inato do homem em estar saudável é natural. No entanto, os inventores de doenças alimentam esse desejo, utilizam-no para os seus próprios fins e tiram proveito disso de forma calculada.

Para poder manter o enorme crescimento dos anos anteriores, a indústria da saúde cada vez tem de tratar mais pessoas que, na realidade, estão saudáveis. Os grupos farmacêuticos que operam globalmente e as associações de médicos ligadas internacionalmente definem de novo a nossa saúde: os altos e baixos naturais da vida e os comportamentos normais são reciclados de forma sistemática em estados patológicos. As empresas farmacêuticas patrocinam a invenção de quadros clínicos completos, e conseguem assim novos mercados para os seus produtos.

"É fácil inventar novas doenças e novos tratamentos", constata o British Medical Journal. "Muitos processos normais da vida – o nascimento, o envelhecimento, a sexualidade, a infelicidade e a morte – podem ser medicados." (in Moynihan, R e Smith, R. "Too much medicine?", British Medical Journal, 324, pp 859-860, 2002)

Jorg Blech
em "Os Inventores de doenças"




DOWNLOAD: THE GATURS - WASTED - 1970
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OKU ONUORA - I A TELL... DUBWISE & OTHERWISE - 1982
http://crocko.com/1903294868.html

CLASSES



as "classes exploradas" criaram uma "cultura" impotente, ridícula, festeira, própria do "lixo industrial" de quem não resiste porque não sabe ao que resistir; as "classes exploradoras" criaram uma "cultura" capacho (aos modelos europeus e estadunidenses e, principalmente, às oligarquias internas), frouxa, gosmenta, palavrosa, incapaz de superar sua im-posição de classe, sua visceral cumplicidade.


Alberto Lins Caldas






TOM JOBIM - PASSARIM - 1987
http://www.4shared.com/file/Khc9Cbkv/Tom_Jobim_-_1987_-_Passarim.htm




  • As 3 pessoas mais ricas do mundo são também mais ricas que os 48 países mais pobres do mundo.

  • Os bens das 84 pessoas mais ricas do mundo ultrapassam o produto interno bruto da China com seus um bilhão e trezentos mil habitantes

  • As 225 pessoas mais ricas do mundo possuem uma fortuna equivalente ao rendimento anual acumulado de 47% das pessoas (mais pobres) do planeta, ou seja, 3 bilhões de pessoas.

  • Bastaria cerca de 4% da riqueza acumulada dessas 225 pessoas mais ricas para dar a toda a população do mundo acesso à satisfação das suas necessidades de base (saúde, educação e alimentação)




KAIN - THE BLUE GUERRILLA - 1971




...fui agredido em todos os meus gostos: na aula, pelas minhas idéias; nos recreios, pelo meu pendor para a selvageria solitária. Desde então, sou um louco!
Vivi lá portanto sozinho e aborrecido, atormentado pelos meus mestres e escarnecido pelos meus colegas......
(…)
Nunca apreciei uma vida regrada, horas certas, uma existência de relógio em que é preciso que o pensamento pare com o sino, em que tudo já foi percorrido de antemão por séculos e gerações. Esta regularidade sem dúvida pode convir à maioria, mas para a pobre criança que se alimenta de poesia, de sonhos e de quimeras, que pensa no amor e em todas as tolices, é o despertar incessante deste sonho sublime, é não lhe deixar um momento de repouso, é asfixiá-la transportando-a para a nossa esfera do materialismo e do bom senso a que ela tem horror e nojo!
(…)
... tinha deturpado o gosto e o coração, como diziam os meus professores e, entre tantos seres de tendências tão ignóbeis, a minha independência de espírito levava a que fosse tomado pelo mais depravado de todos....
(…)
.....abandonemos o manto real, o cetro, os diamantes, o palácio em derrocada, a cidade em queda....

(…)
.....a natureza será livre sem o homem.

Gustave Flaubert, em "Diário de um Louco"



DOWNLOAD: DJ NUTS - EMBALO JOVEM - 2008 - 192 Kbps
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VOTO



O autogoverno está na razão inversa do quantitativo de seres humanos. Quanto mais elevado for o eleitorado, mais baixo é o valor de qualquer voto individual. Quando não passa um entre milhões, o indivíduo-eleitor sente-se uma quantidade irrelevante e sem forças. Os candidatos para os quais votou estão muito distante, no último degrau da pirâmide do poder. Teoricamente são os servidores do povo; contudo, são os servidores que dão as ordens e é o povo, situado na base da grande pirâmide, que deve acatar as ordens. O crescimento da população e os progressos da tecnologia resultaram em um aumento do número e da complexidade das organizações, em um aumento da quantidade de poder concentrado nas mãos dos dirigentes, e em uma diminuição correspondente da intensificação do controle exercido pelos eleitores, ao mesmo tempo que se dá um decréscimo do interesse do público pelos processos democráticos. Já enfraquecidas por imensas forças impessoais que agem no mundo moderno, as instituições democráticas estão agora sendo interiormente minadas pelos políticos e pelos seus propagandistas.

Aldous Huxley



SYL JOHNSON - IS IT BECAUSE I'M BLACK - 1969
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Nós, ciganos, temos uma só religião: a da liberdade
Em troca desta renunciamos à riqueza, ao poder, à ciência e à glória
Vivemos cada dia como se fosse o último
Quando se morre, deixa-se tudo: um miserável carroção como um grande império
E nós cremos que nesse momento é muito melhor ser cigano do que rei.
Nós não pensamos na morte. Não a tememos – eis tudo.
O nosso segredo está no gozar em cada dia as pequenas coisas que a vida nos oferece
e que os outros homens não sabem apreciar;
uma manhã de sol, um banho na torrente, o contemplar de alguém que se ama
É difícil compreender estas coisas, eu sei
Nasce-se cigano.
Agrada-nos caminhar sob as estrelas.
Contam-se estranhas histórias sobre ciganos
Diz-se que lemos nas estrelas e que possuímos o filtro do amor
As pessoas não acreditam nas coisas que não sabem explicar-se
Nós, pelo contrário, não procuramos explicar as coisas em que acreditamos.
A nossa vida é uma vida simples, primitiva: basta-nos ter por teto o céu, um fogo para nos aquecer e as nossas canções quando estamos tristes.

Vittorio Pasqualle Spatzo



DOWNLOAD: YOUNG-HOLT UNLIMITED - SOULFUL STRUT - 1968
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A essência da guerra é a destruição, não necessariamente de vidas humanas, mas do produto do trabalho humano. A guerra prefigura a forma ideal de despedaçar, de lançar na estratosfera ou de afundar nos abismos marítimos produtos que, de outro modo, poderiam servir para dar às massas um conforto excessivo, e por conseguinte, a longo prazo, torná-las extremamente lúcidas. Mesmo que o armamento não chegue a ser de fato destruído, a sua fabricação, ainda assim, ocupa, na prática, forças de trabalho sem nada produzir que possa ser bem utilizado.

Se todos tivessem igual acesso ao lazer e à segurança, a grande maioria dos seres humanos, que normalmente vivem embrutecidos pela pobreza, instruiriam-se e aprenderiam a pensar pela sua própria cabeça; a partir daí, cedo ou tarde concluiriam que a minoria privilegiada não desempenha qualquer função, e acabariam com ela.

George Orwell


SAUL WILLIAMS - 2004
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ZÉ NINGUÉM

Chamam-te "Zé Ninguém!", "Homem Comum" e, ao que dizem, começou a tua era, a "Era do Homem Comum". Mas não és tu que o dizes, Zé Ninguém, são eles, os vice-presidentes das grandes nações, os importantes dirigentes do proletariado, os filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o futuro, mas não te perguntam pelo passado.

Tu és herdeiro de um passado terrível. A tua herança queima-te as mãos, e sou eu que te digo. Há algumas décadas, tu, Zé Ninguém, começaste a penetrar no governo da Terra. O futuro da raça humana depende, a partir de agora, da maneira como pensas e ages. Porém, nem os teus mestres nem os teus senhores te dizem como realmente pensas e és, ninguém ousa dirigir-te a única crítica que te podia tornar apto a ser inabalável senhor dos teus destinos. És "livre" apenas num sentido: livre da educação que te permitiria conduzir a tua vida como quisesse.

Deixas que os homens no poder a assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder, quando não o conferes a renomados mal intencionados, mais poder ainda para te representarem. E só muito tarde reconheces que te enganaram uma vez mais.

Mas eu entendo. Vezes sem conta te vi nu, psíquica e fisicamente nu, sem máscara, sem opção, sem voto, sem aquilo que faz de ti "membro do povo". Nu como um recém-nascido ou um general em cuecas. Ouvi então os teus prantos e lamúrias, ouvi-te os apelos e esperanças, os teus amores e desditas. Conheço-te e entendo-te. E vou dizer-te quem és, Zé Ninguém, porque acredito na grandeza do teu futuro, que sem dúvida te pertencerá. Por isso mesmo, antes de tudo o mais, olha para ti. Vê-te como realmente és. Ouve o que nenhum dos teus chefes ou representantes se atreve a dizer-te: És o "homem médio", o "homem comum". Repara bem no significado destas palavras: "médio" e "comum".

Não fujas. Anima-te e contempla-te. "Que direito tem este tipo de dizer-me o que quer que seja?" Leio esta pergunta nos teus olhos-amedrontados. Ouço-a na sua impertinência, Zé Ninguém. Tens medo de olhar para ti próprio, tens medo da crítica, tal como tens medo do poder que te prometem e que não saberias usar. Nem te atreves a pensar que poderias ser diferente: livre em vez de deprimido, direto em vez de cauteloso, amando às claras e não mais como um ladrão na noite. Tu mesmo te desprezas, Zé Ninguém, dizendo: "Quem sou eu para ter opinião própria, para decidir da minha própria vida e ter o mundo por meu?" E tens razão: Quem és tu para reclamar direitos sobre a tua vida? Deixa-me dizer-te.

Diferes dos grandes homens que verdadeiramente o são apenas num ponto: todo grande homem foi outrora um Zé Ninguém que desenvolveu apenas uma outra qualidade: a de reconhecer as áreas em que havia limitações e estreiteza no seu modo de pensar e agir. Através de qualquer tarefa que o apaixonasse, aprendeu a sentir cada vez melhor aquilo em que a sua pequenez e mediocridade ameaçavam a sua felicidade. O grande homem é, pois, aquele que reconhece quando e em que é pequeno. O homem pequeno é aquele que não reconhece a sua pequenez e teme reconhecê-la; que procura mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões de força e grandeza, força e grandeza alheias. Que se orgulha dos seus grandes generais, mas não de si próprio. Que admira as idéias que não teve, mas nunca as que teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar.

Wilhelm Reich
em Escuta, Zé Ninguém!


DOWNLOAD: INSIDE DEEP NOTE - MUSIC OF 1970's ADULT CINEMA
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"— Mas o motivo... –indagou o senhor Duval.
— Um homem não mata por nada.
— O motivo? –respondeu Ellery, encolhendo os ombros.
— O senhor já conhece o motivo".

Ellery Queen, em Aventuras na Mansão das Trevas



Dizem que as guerras ocorrem por razões nobres: a segurança internacional, a dignidade nacional, a democracia, a liberdade, a ordem, a civilização ou a vontade de Deus.
Nenhuma tem a honestidade de confessar: "Eu mato para roubar".

Não menos de três milhões de civis morreram no Congo ao longo da guerra de quatro anos que está suspensa desde fins de 2002.
Morreram pelo coltan, embora nem eles sabiam disso. O coltan é um mineral raro, e o seu nome estranho designa a mistura de dois minerais raros chamados columbita e tantalita. Pouco ou nada valia o coltan, até que se descobriu que era imprescindível para a fabricação de telefones celulares, naves espaciais, computadores e mísseis; passou então a ser mais caro que o ouro.
Quase todas as reservas conhecidas de coltan estão nas areias do Congo. Há mais de quarenta anos, Patrício Lumumba foi sacrificado num altar de ouro e diamantes. Seu país torna a matá-lo a cada dia. O Congo, país paupérrimo, é riquíssimo em minerais, e esse presente da natureza continua a converter-se em maldição da história.

Os africanos chamam o petróleo de "merda do Diabo".
Em 1978 descobriu-se petróleo no sul do Sudão. Sete anos depois, sabe-se que as reservas chegam a mais do dobro, e a maior quantidade jaz no oeste do país, na região de Darfur.
Ali ocorreu recentemente, e continua a ocorrer, outra matança. Muitos camponeses negros, dois milhões segundo algumas estimativas, fugiram ou sucumbiram, a bala, a facão ou a fome, com a passagem das milícias árabes que o governo apóia com tanques e helicópteros.
Esta guerra disfarça-se de conflito étnico e religioso entre os pastores árabes, islâmicos, e os labregos negros, cristãos e animistas. Mas acontece que as aldeias incendiadas e os cultivos arrasados estavam onde começam a se instalar agora as torres petroleiras que perfuram a terra.

A negação da evidência, injustamente atribuída aos bêbados, é o mais notório costume do presidente do planeta, que felizmente não bebe nem uma gota.
Ele continua a afirmar, diariamente, que a sua guerra do Iraque nada tem a ver com o petróleo.
"Enganaram-nos ocultando informação sistematicamente", escrevia a partir do Iraque, por volta de 1920, um tal Lawrence da Arábia: "O povo da Inglaterra foi levado à Mesopotâmia para cair numa armadilha da qual será difícil sair com dignidade e com honra".
Sei que a história não se repete; mas às vezes duvido.

E a obsessão contra Chávez? Nada tem a ver com o petróleo da Venezuela esta frenética campanha que ameaça matar, em nome da democracia, o ditador que ganhou nove eleições limpas?
E os contínuos gritos de alarme com o perigo nuclear iraniano, nada têm a ver com o fato de o Irã conter uma das reservas de gás mais ricas do mundo? E se não é assim, como se explica isso do perigo nuclear? Foi o Irã o país que despejou as bombas nucleares sobre a população civil de Hiroshima e Nagasaki?

A empresa Bechtel, com sede na Califórnia, havia recebido em concessão, por 40 anos, as águas de Cochabamba. Toda a água, incluindo a água das chuvas. Nem bem se instalou, triplicou as tarifas. Explodiu um motim, e a empresa teve de ir embora da Bolívia.
O presidente Bush consolou-a concedendo-lhe a água do Iraque.
Muito generoso da sua parte. O Iraque não só é digno de aniquilação pela sua fabulosa riqueza petrolífera: este país, regado pelo Tigre e pelo Eufrates, também merece o pior porque é a mais rica fonte de água doce de todo o Médio Oriente.

O mundo está sedento. Os venenos químicos apodrecem os rios e as secas exterminam-nos, a sociedade de consumo consome cada vez mais água, a água é cada vez menos potável e cada vez mais escassa. Todos dizem isso, todos sabem: as guerras do petróleo serão, amanhã, guerras da água.
Na realidade, as guerras da água já estão acontecendo.
São guerras de conquista, mas os invasores não lançam bombas nem desembarcam tropas. Viajam vestidos como civis, estes tecnocratas internacionais que submetem os países pobres a estado de sitio e exigem privatização ou morte. Suas armas, mortíferos instrumentos de extorsão e de castigo, não fazem volume nem provocam ruído.
O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, dois dentes da mesma pinça, impuseram, nestes últimos anos, a privatização da água em 16 países pobres. Entre eles, alguns dos mais pobres do mundo, como Benim, Níger, Moçambique, Ruanda, Yemen, Tanzania, Camerúm, Honduras, Nicarágua… O argumento era irrefutável: ou entregam a água ou não haverá clemência com a dívida nem empréstimos novos.
Os peritos também tiveram a paciência de explicar que não faziam isso para desmantelar soberanias e sim para ajudar a modernização dos países afundados no atraso pela ineficiência do Estado. E se as contas dá água privatizada tornavam-se impagáveis para a maioria da população, tanto melhor: para ver se assim finalmente despertava sua vontade adormecida de trabalho e de superação pessoal.

Na democracia, quem manda? Os funcionários internacionais das altas finanças, votados por ninguém?
Em fins de Outubro de 2004, um plebiscito decidiu o destino da água no Uruguai. A grande maioria da população votou, por esmagadora maioria, confirmando que a água é um serviço público e um direito de todos.
Foi uma vitória da democracia contra a tradição de impotência, que nos ensina sermos incapazes de administrar, nem a água nem nada; e contra a má fama da propriedade pública, desprestigiada pelos políticos que a utilizaram e maltrataram como se o que é de todos fosse de ninguém.
O plebiscito do Uruguai não teve nenhuma repercussão internacional. Os grandes meios de comunicação não se inteiraram desta batalha da guerra da água, perdida pelos que sempre ganham; e o exemplo não contagiou nenhum país do mundo. Este foi o primeiro plebiscito da água e até agora, que se saiba, foi também o último.

Eduardo Galeano



GETTING OFF! - THE SEDUCTIVE SOUNDS OF 70's ADULT CINEMA
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CANALHOCRATAS

Música de Jorge Mirim, Rodrigo e Jorge Fernandes nas vozes de Bezerra da Silva e Genaro.
































Viver e deixar viver é uma epígrafe miserável para um exército. Desprezo pelos seus próprios camaradas, pelo inimigo, e acima de tudo, por si mesmo. Se um soldado deve ser bom para alguma coisa, deve ser o exato oposto de uma criatura razoável e pensante. Deve criar padrões absolutamente peculiares de moralidade.

Ernstfall Frieden, ex oficial do exército austríaco e autor de "O Moral dos Soldados na Paz e na Guerra", um dos clássicos do assunto.










KARL HECTOR + THE MALCOUNS - SAHARA SWING - 2008 -



Estamos nós, que vivemos no presente, condenados a nunca experimentar a autonomia, nunca pisarmos, nem que seja por um momento sequer, num pedaço de terra governado apenas pela liberdade? Estamos reduzidos a sentir nostalgia pelo passado, ou pelo futuro? Devemos esperar até que o mundo inteiro esteja livre do controle político para que pelo menos um de nós possa afirmar que sabe o que é ser livre?

Hakim Bey



DOWNLOAD: JOÃO DONATO & EUMIR DEODATO - DONATODEODATO - 1969 - 320 Kbps
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SAUL WILLIAMS - NOT IN MY NAME EP - 2003
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5
Busca a felicidade agora, não sabes de amanhã.
Apanha um grande copo cheio de vinho,
senta-te ao luar, e pensa:
Talvez amanhã a lua me procure em vão.

13
Não vamos falar agora, dá-me vinho. Nesta noite
a tua boca é a mais linda rosa, e me basta.
Dá-me vinho, e que seja vermelho como os teus lábios;
o meu remorso será leve como os teus cabelos.

18
Não me lembro do dia em que nasci;
não sei em que dia morrerei.
Vem, minha doce amiga, vamos beber desta taça
e esquecer a nossa incurável ignorância.

22
Na estação das rosas procuro um campo florido
e sento-me à sombra com uma linda mulher;
não cuido da minha salvação: tomo o vinho
que ela me oferece; senão, o que valeria eu?

37
Quando me falam das delícias que na outra vida
os eleitos irão gozar, respondo:
Confio no vinho, não em promessas;
o som dos tambores só é belo ao longe.

38
Bebe vinho, ele te devolverá a juventude,
a divina estação das rosas, da vida eterna,
dos amigos sinceros. Bebe, e desfruta
o instante fugidio que é a tua vida.

56
Só de nome conhecemos a felicidade.
O nosso melhor amigo é o vinho;
afaga a única que te é fiel: a garrafa,
cheia dos sangue das vinhas.

59
Pessoas presunçosas e obtusas inventaram
diferenças entre o corpo e a alma.
Sei apenas que o vinho apaga as angústias
que nos atormentam, e nos devolve a calma.

71
Do meu túmulo virá um tal perfume de vinho
que embriagará os que por lá passarem,
e uma tal serenidade vai pairar ali,
que os amantes não quererão se afastar.

73
Alguns amigos me dizem: Não bebas mais Khayyam.
Respondo: Quando bebo, ouço o que me dizem
as rosas, as tulipas, os jasmins;
ouço até o que não me diz a minha amada.

78
Sente todos os perfumes, todas as cores,
todas as músicas; ama todas as mulheres.
Lembra-te que a vida é breve,
e que breve voltarás ao pó.

84
Colhe os frutos que a vida te oferece
e escolhe as taças maiores;
não creias que Deus vá fazer as contas
dos teus vícios e das tuas virtudes.

92
Não aprendeste nada com os sábios,
mas o roçar dos lábios de uma mulher em teu peito
pode te revelar a felicidade.
Tens os dias contados. Toma vinho.

93
O vinho dá-te o calor que não tens;
suaviza o jugo do passado e te alivia
das brumas do futuro; inunda-te de luz
e te liberta desta prisão.

94
Nunca rezei nas mesquitas, mas antes
ainda sentia uma tênue esperança.
Agora gosto de me sentar lá;
aquela sombra é propícia ao sono.

101
Cansado de perguntar aos sábios, perguntei à taça:
Para onde irei depois da morte?
Ela me respondeu baixinho: Bebe em minha boca,
bebe longamente: não voltarás.

109
Homem ingênuo, pensas que és sábio
e estás sufocado entre os dois infinitos
do passado e do futuro. Não podes sair.
Bebe, e esquece tua impotência.

Omar Khayyam
em Os Rubayat



DOWNLOAD: DOROTHY ASHBY - THE RUBAIYAT OF DOROTHY ASHBY - 1970 - 192 Kbps
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DOWNLOAD: GEORGE BENSON - EROTIC MOODS - 2008
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Nota: Não se sabe se Benson de fato participou deste disco, há quem diga que ele foi gravado apenas pela Harlem Underground Band. Embora tenha sido lançado em 2008, as gravações são de 1978. Eram membros da Harlem Underground Band: Reuben Wilson, Dave "Babe" Cortez, Sterling McGee, Earl Williams and Willis Jackson.

DOWNLOAD FILM TORRENT: HASCHISCH
-
DANIEL GRABNER - 80 min. - ALEMANHA - 2002 -


O haxixe foi a primeira droga visionária a capturar a imaginação dos intelectuais ocidentais. Ainda que o ópio possa ter inspirado as ruminações de Thomas de Quincey (sobre a memória e o trabalho onírico em suas "Confissões") e transportado escritores e artistas do século XIX ao ‘demi-monde’ do sonho desperto, estes foram casos pouco comuns de excitação mental, contrários aos seus principais efeitos como narcótico. O ópio concorria para embotar os sentidos e amortecer a consciência. A calma soporífera e celeste à qual se abandonava o comedor de ópio estava bem longe da euforia delirante do haxixe, há muito tempo conhecido no Oriente.

É quase certo que o primeiro dos românticos a experimentar o haxixe foi Samuel Taylor Coleridge. Em 1804, já familiarizado com os efeitos do láudano e do óxido nitroso, Coleridge conseguiu um pouco de bhang via Companhia das Índias Orientais, a fim de examinar, com Tom Wedgwood, seus efeitos na percepção. Para Coleridge, o haxixe era um estimulante mítico de sonhos e fantasias: elixir fabuloso das noites árabes; "nepenthe" dos gregos, descrito por Homero como "potente destruidor do desgosto".

Apesar de tudo, nem Coleridge nem Wedgwood experimentaram efeitos que justificassem a reputação do haxixe como substância visionária, e apenas na metade do mesmo século é que o ‘mode du haschisch’ começaria a excitar a curiosidade de escritores e artistas, quando o psiquiatra Jacques Joseph Moreau conduziu os primeiros experimentos científicos com a droga.

Moreau descobriu o haxixe em viagem pelo Egito, por volta de 1830, e interessou-se pela substância como "um meio de explorar o campo da patologia mental" presumindo que os delírios, impulsos e alucinações pelo haxixe inspirados constituíssem uma forma paralela e especial de insanidade.

Junto com Theophile Gautier, Moreau estabeleceu o Club des Haschischin, nos idos de 1840, fundando uma paródia de ordem oriental composta por artistas e escritores que se reuniam em saraus mensais no Hotel Pimodan. Ali, na Ile Saint-Louis, na elegância suntuosa dos interiores majestosos do Pimodan, os haschischins ingeriam sua "dawamesk" (uma pasta doce de haxixe) e esperavam o disparar do sublime delírio.

Gautier publicou dois diferentes relatos sobre suas experiências no clube. A primeira apareceu em "La Presse Medicale", em 1845, e contava com uma descrição famosa do haxixe e de sua peculiar capacidade de magnificar e distorcer os sentidos.

Gerard de Nerval, Alfred de Musset, Alexander Dumas e Charles Baudelaire foram visitantes do clube. Se é sabido que Baudelaire o visitou em pelo menos uma ocasião, como convidado do pintor Ferdinand Boissard, é improvável que ele o tenha usado com indulgência; na verdade, há poucas provas capazes de sugerir que Baudelaire tenha experimentado mais de uma vez. Em "Les Paradises Artificiels", Baudelaire, por seu turno, afirmava ter baseado suas descobertas nas "notas e confidências de homens inteligentes ao haxixe devotados".

Quaisquer que fossem as razões para que Baudelaire não quisesse falar diretamente de sua experiência pessoal, sua avaliação dos efeitos do haxixe sobre a "imaginação poética" permanece uma obra-prima de vislumbre psicológico - ainda que sua avaliação final sobre o haxixe como estimulante da imaginação fosse bastante irônica.

Nos EUA, a primeira onda de investigadores do haxixe não partilhava da suspeita de Baudelaire. Escrevendo para o "Atlantic Monthly", em 1854, Bayard Taylor descreveu o "indizível transporte" induzido pelo haxixe numa viagem celestial por pirâmides, desertos e palmeiras. A descrição de Taylor deste "jardim das delícias sensual" foi lida por Fitz Hugh Ludlow, um estudante de 18 anos, que já tinha dado início a suas próprias investigações sobre o assunto. Em 1857, os experimentos de Ludlow vieram à luz sob o nome de "The Haxixe Eater", publicado anonimamente, e neles são bem perceptíveis as influências tanto de Taylor como de De Quincey. As confissões de Ludlow desdobram-se numa série de viagens por territórios primevos e paisagens orientais, culminando na sua subida às alturas majestosas da iluminação, de onde ele conseguia lobrigar "as brumas da verdade enevoada".

Embora Ludlow creditasse o haxixe como uma "droga de viagem", a substância era também capaz de "ampliar a percepção" e de produzir vislumbres filosóficos. Por meio dessa capacidade do haxixe em desligar a mente do corpo é que Ludlow encontrou as provas tangíveis do mundo platônico do Ideal, da metempsicose de Pitágoras e de muito da bagagem filosófica central do transcendentalismo norte-americano do século XIX.

Antonio Melechi



STUDIO ONE ROOTS 1










DOWNLOAD: JAY JAY JOHANSON - TATTOO - 1998
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Uma sociedade frágil, roída, consumida e abastardada por infindáveis quarteladas e golpes de estado fascistas como o de 1964; politicamente corrupta, porque o dinheiro vem antes da comunidade e seu sentido; intelectualmente capacho, porque jamais conseguiu abandonar a subserviência desde a pronúncia até as principais idéias; popularmente servil, amansada duramente por séculos de crença, favores e milagres; secularmente injusta, porque a lei não pode jamais ser feita "para o pobre", pois é coisa de Classe e de Estado; capada e recapada até não restar senão um gemido ridículo, humilde e metido a besta; curvada e recurvada, batida e rebatida. Sobre esta massa podre (que é o povo, sempre o povo!) impera, momento sim momento não, cada fatia de um Poder qualquer: uma vez é o momento dos coronéis, depois dos tenentes, depois dos generais; chega o momento do imperador, do governador, do presidente, do prefeito; passa o momento dos estudantes, dos jovens, das modas e chega o momento das mídias; passa o momento dos senhores de terra e chega o momento dos senhores das fábricas; passa o momento do Executivo, chega o do Legislativo; passa o momento do narcotráfico chega o momento do Judiciário. Cada momento destes, que não passam e se completam e se interpenetram, é o Horror! A supremacia da ignorância, do fascismo, da brutalidade, da insensibilidade, da delação: o momento da lei, da ordem, da pátria, da terra, da bandeira, da tortura, do exílio, da cotidiana passividade: momentos que causam dor, causam angústia, causam descrédito.

Alberto Lins Caldas


DOWNLOAD: CHOCOLATE MILK -
ACTION SPEAKS LOUDER THAN WORDS - 1975 - 320 Kbps
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Nossa barca elevada nas brumas imóveis navega em direção ao porto da miséria, a cidade enorme de céu sujo de fogo e lodo.

Quando iremos, enfim, para além das praias e das montanhas saudar o nascimento do trabalho novo, da sabedoria nova, a fuga dos tiranos e dos demônios, o desaparecimento da superstição; quando iremos adorar - os primeiros! - a Natividade sobre a terra? O canto dos céus, a marcha dos povos!
Escravos, não amaldiçoemos a vida.

Arthur Rimbaud



DOWNLOAD: LACK OF AFRO - PRESS ON - 2007
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THE FREESTYLE FELLOWSHIP -
TO WHOM IT MAY CONCERN.. - 1991
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ALMA ERRADA

Há coisas que a minha alma, já tão mortificada, não admite:
assistir novelas de TV
ouvir música Pop
um filme apenas de corridas de automóvel
uma corrida de automóvel num filme
um livro de páginas ligadas
porque, sendo bom, a gente abre sofregamente a dedo:
espátulas não há... e quem é que hoje faz questão de virgindades...
E quando minha alma estraçalhada a todo instante pelos telefones
fugir desesperada
me deixará aqui,
ouvindo o que todos ouvem, bebendo o que todos bebem,
comendo o que todos comem.
A estes, a falta de alma não incomoda. (Desconfio até
que minha pobre alma fora destinada ao habitante de outro mundo)
E ligarei o rádio a todo o volume,
gritarei como um possesso nas partidas de futebol,
seguirei, irresistivelmente, o desfilar das grandes paradas do Exército.
E apenas sentirei, uma vez que outra,
a vaga nostalgia de não sei que mundo perdido...

Mário Quintana


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