EXÉRCITO: A INSTITUIÇÃO MAIS REPUGNANTE JAMAIS CRIADA NO PLANETA













Tenho a sorte de não ter ido nunca à tropa. Jamais na minha vida toquei um fuzil nem pude superar a minha repugnância assombrosa pela cor dos uniformes. A única vez que matei alguma coisa eu tinha sete anos. Ia com um tio meu e um irmão maior; eu levava uma escopeta que errou sempre. O meu irmão matou dois tristes birulicos que logo nem comemos, e durante muitas horas depois senti uma espécie de oco na cabeça, como uma pergunta essencial, humana, libertária, sobre a inutilidade dessas mortes. A morte inútil de dois pássaros é o começo da barbárie.
O exército começa na violência inútil contra dois pássaros, na bofetada injusta de um pai em uma criança. O exército começa na ordem militar das famílias, no imperativo urgente dum homem que chega escravizado, e logo o exército cresce dentro de nós, como uma geometria inapelável, e estende-se ao domínio sexual, à violação, às discussões autoritárias, o exército estende-se ao trabalho onde reproduzimos uma hierarquia celestial, às aulas das universidades, às monarquias, a deus. E logo, quando já o exército contamina quotidianamente a alma e o cérebro, quando já assassinou a utopia com que nascemos e que algum dia havemos recobrar, então é singelo dar-lhe um uniforme, vesti-lo de verde, pôr-lhe um nome e um adjetivo, e acolhê-lo entre nós como se fosse natural e não uma trama dos poderosos e sua consciência para impedir a liberdade.

O exército não é só a instituição mais repugnante jamais criada no planeta: o exército é uma atitude, uma cultura, uma maneira de destruir as coisas. O grau de sofisticação dos instrumentos de destruição e morte é algo tão horrível que só nos pode levar a duvidar do sentido do universo. Há armas que estragam por dentro, deixando cavidades irreparáveis na epiderme. Há armas de metal pequeno que furam os caminhos harmônicos do corpo deixando ao sair rastros vermelhos e retalhos de carne. Há armas que estouram ao pisá-las, semeando orgãos sangrentos nas areias naturais. Há armas que matam lentamente: na sua agonia atômica o corpo perde a pele e os cabelos e acaba a vida entre vômitos vazios, impotentes. Há armas que matam muitos anos depois, de câncro e de cegueira. Há armas que deixam mapas queimados na pele, como macabras metáforas dos territórios ocupados: a Beira Oeste, a Faixa de Gaza, Irlanda. Há armas que asfixiam e armas que desmembram. E há armas que assassinam legalmente nas câmaras esterilizadas dos presídios, armas que eletrocutam com consenso, armas policiais que derrubam sujos ladrões urbanos na cumplicidade da noite, armas de álcool legitimado, armas de poderosas seringas, armas de palavras que insultam aos que falam ou escrevem diferente, armas anatômicas que violam meninas de dois anos, armas de tinta que assinam execuções e masculinas leis injustas.

Contra esta barbárie, contra este épico da morte, só nos cabe a insubmissão ativa. A insubmissão não é um ato político: é uma atitude, uma necessidade, uma aposta pela utopia que querem esmagar por lhes dar medo. Porque dá medo imaginar um lugar comum onde perdamos a noção do ser e da história e onde sejamos apenas a extensão humana do azar, outra forma da matéria, cada um na sua carne e tocando a dos outros, no território sem poder que levará sempre a espécie humana à inteligência. A insubmissão é mais do que uma náusea por matar: é a necessária revolta contra esta epopéia de miséria. Poderão desaparecer as castas militares. Poderemos aprender a controlar-nos mutuamente, sem pistolas, no consenso. Poderemos fingir que chegamos já ao limite da igualdade. Mas, enquanto existirem os presídios, as favelas, os bairros crematórios, enquanto existir uma fronteira real, existirá o exército.

Celso Alvarez Cáccamo


TORRENT: MONEY MARK - MARK'S KEYBOARD REPAIR - 1995





UMA MENTIRA


Até há pouco a grande mídia brindava-nos, a cada dia, com números alegres sobre a luta internacional contra a pobreza. A pobreza estava batendo em retirada, ainda que os pobres, mal informados, não soubessem da boa notícia. Os burocratas mais bem pagos do planeta confessam, agora, que os mal informados eram eles. O Banco Mundial divulgou a atualização do seu International Comparison Program.

Ali os peritos corrigiram alguns erros dos relatórios anteriores. Entre outras coisas, sabemos agora que os pobres mais pobres do mundo, os chamados "indigentes", somam 500 milhões a mais do que aparecia nas estatísticas. Além disso, sabemos que os países pobres são bem mais pobres do que aquilo que diziam os números e que a sua desgraça piorou enquanto o Banco Mundial lhes vendia a pílula da felicidade do mercado livre. E como se isso fosse pouco, verifica-se que a desigualdade universal entre pobres e ricos havia sido mal medida e à escala planetária o abismo é ainda mais fundo que o do Brasil.


E UMA VERDADE

Bush vivia seus primeiros tempos na presidência quando, em 27 de Julho de 2001, perguntou aos seus compatriotas:

— Vocês podem imaginar um país que não fosse capaz de cultivar alimentos suficientes para alimentar a sua população? Seria uma nação exposta a pressões internacionais. Seria uma nação vulnerável. E por isso, quando falamos da agricultura americana, na realidade falamos de uma questão de segurança nacional.

Dessa vez o presidente não mentiu. Ele estava defendendo os fabulosos subsídios que protegem o campo do seu país. "Agricultura americana" significava "Agricultura dos Estados Unidos".

Contudo, é o México, outro país americano, o que melhor ilustra os seus acertados conceitos. Desde que firmou o tratado de livre comércio com os Estados Unidos, o México já não cultiva alimentos suficientes para as necessidades da sua população, é uma nação exposta a pressões internacionais e é uma nação vulnerável, cuja segurança nacional corre grave perigo:
- atualmente o México compra dos Estados Unidos 10 bilhões de dólares em alimentos que poderia produzir;
- os subsídios protecionistas tornam impossível a competição;
- nesse ritmo, daqui a pouco as tortillas mexicanas continuarão sendo mexicanas pelas bocas que as comem, mas não pelo milho que as faz, importado, subsidiado e transgênico;
- o tratado havia prometido prosperidade comercial, mas a carne humana, camponeses arruinados que emigram, é o principal produto mexicano de exportação.

Há países que sabem se defender. São poucos. Por isso são ricos. Há outros países treinados para trabalhar para a sua própria perdição. São quase todos os demais.


Eduardo Galeano
Leia aqui o artigo na íntegra, com mais duas mentiras.




RAS MICHAEL & THE SONS OF NEGUS - DADAWAH PEACE & LOVE - 1974
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DOWNLOAD: GIL SCOTT-HERON - GHETTO STYLE

TERRORISMO MIDIÁTICO



  • Quando criança, assistia a uma série do Super-Homem no balcão do cinema Boyacá quando alguém gritou que saía fumaça da tela. Centenas de pessoas investiram rumo às portas, apesar de não haver qualquer fumaça.
  • Numa Sexta-feira Santa, na basílica de Santa Teresa, alguém gritou que uma vela havia incendiado um véu. Houve mortos e centenas de feridos, apesar de não se ter encontrado nenhum trapo chamuscado.
  • Em 1939 Orson Welles difundiu pela rádio que os marcianos invadiam a Terra. Centenas de milhares de americanos fugiram em pânico pelas ruas, apesar de nem a polícia nem o exército terem localizado um só extra-terrestre.
  • Em 2002 George W. Bush jurou que Sadam Hussein acumulava armas de destruição maciça. Para impedi-lo mandou matar mais de um milhão de iraquianos, ainda que de bomba atômica não se tenha encontrado o mínimo sinal.
  • Pelo exposto, o leitor verifica que o risco inexistente anunciado pode causar mais danos que o perigo real efetivo. Se o terrorismo for a manipulação de condutas mediante a difusão de ameaças de uma violência ou um dano ilegítimo, o terrorismo é uma operação midiática.
  • Se o terrorismo for midiático, a midia pode ser terrorista. Quando há um terrorismo de Estado, as maiores potências potenciam o maior terrorismo.
  • A mídia apresenta o terrorista como membro de uma pequena seita que ocasionalmente atenta contra os grande poderes da terra. Ocultam que os grandes poderes da terra são uma seita colossal que se mantém graças ao exercício permanente do terror.
  • O setor terciário, que ocupa mais de 60 por cento das economias dos países desenvolvidos, compreende indústrias que manipulam representações e signos com o intuito de gerenciar o pânico generalizado. Finanças e seguros estimulam a poupança como prevenção contra a miséria, moda e cosméticos exploram o horror ao envelhecimento e à solidão; o governo imperial legitima seus atropelos como prevenção contra a agressão interna e externa; a publicidade e as comunicações multiplicam suas mensagens como arautos e panacéias do espanto.
  • Recordemos que a comunicação global é monopolizada por cinco transnacionais. Tenhamos em conta que a mídia capitalista defende o capitalismo tanto por sua condição de negócio como porque existem graças à publicidade que os negócios lhes proporcionam.
  • Admitamos que o capitalismo subordina toda consideração de ética e de veracidade ao lucro. Concluamos que a sua mídia subordina ao lucro toda consideração de veracidade e de ética.
  • A primeira operação do terrorismo midiático é a culpabilização da vítima. A grande potência terrorista acusa de terrorista o pequeno país invadido; o Estado terrorista classifica como terrorista o insurgente que lhe resiste; a transnacional saqueadora desestabiliza o governo que não se submete a ela.
  • O terrorismo procura, mais do que causar pânico ou dor na população, infundir-lhe o convencimento de que as autoridades não podem nem prevenir, nem impedir nem emendar um dano anunciado. O terrorismo persegue o assassinato simbólico de uma ordem como prelúdio ao assassinato real dos seus integrantes.
  • A inércia ou a falta de resposta completa a convicção de que as autoridades estão derrotadas ou perderam a capacidade ou a vontade de defender-se. Quando a população se convence disso, corta-se o vínculo entre governante e governado, e para todos os efeitos o governo deixa de existir.
  • Governo que não for para além do terrorismo midiático é enviado pelo terrorismo midiático para o além.
Luis Britto García



DOWNLOAD: LEFTIES SOUL CONNECTION
- HUTSPOT - 2006
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DOWNLOAD: LEFTIES SOUL CONNECTION
- SKIMMING THE SKUM - 2007
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FODA-SE O TRABALHO



o relógio estava funcionando, velho despertador. deus o abençõe, quantas vezes olhei para ele às sete e meia da manhã, manhãs de ressaca, e disse foda-se o trabalho? foda-se o trabalho!
Charles Bukowski

MENSAGEM AO PAPA





Não és tu o confessionário, oh Papa! Somos nós; compreende-nos, e que os católicos nos compreendam.

Em nome da pátria, em nome da família, incentivas a venda das almas e a livre trituração dos corpos.

Temos, entre nós e nossas almas, suficientes caminhos para percorrer, suficientes distâncias para que neles se interponham os teus sacerdotes vacilantes e esse amontoado de doutrinas das quais se nutrem todos os castrados do liberalismo mundial.

Teu deus católico e cristão que, como todos os demais deuses, concebeu todo o mal:

1. Tu o meteste no bolso.

2. Nada temos a fazer com teus cânones, índex, pecados, confessionários, padralhada.

Pensamos em outra guerra, uma guerra contra ti, Papa, cachorro.

Aqui o espírito se confessa ao espírito. Não há deus, bíblia ou evangelho, não existem palavras que possam deter o espírito. Não estamos no mundo. Oh Papa confinado no mundo! Nem a terra, nem deus falam de ti.

O mundo é o abismo da alma! Papa caquético, Papa alheio à alma. Deixe-nos nadar em nossos corpos, deixe nossas almas em nossas almas. Não precisamos de tua espada de claridades.

Antonin Artaud



ORGONE - THE KILLION FLOOR - 2007







DOWNLOAD: FELA KUTI & THE AFRICA 70 - SHAKARA - 1972 -
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Somos em verdade uma raça de cegos e a geração seguinte, cega à sua própria cegueira, se assombrará com a nossa.



L.L. White












DOWNLOAD: DIGABLE PLANETS -
REACHIN' (A NEW REFUTATION OF TIME AND SPACE) - 1993 - 192 Kbps
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ANARCO PRIMITIVISMO


1. Existe uma profunda crise em todos os níveis: individual, social, ambiental. O câncer do capitalismo tecnológico está se expandindo com um impacto devastador.

2. Liberalismo, esquerdismo, pacifismo são faces de uma falida pseudo-oposição à ordem dominante. A única oposição radical é a anarquia.

3. A anarquia é cada vez mais militante. Se nós e o planeta desejamos sobreviver e nos tornar livres, devemos quebrar as regras e revidar.

4. A anarquia é cada vez mais primitivista. Sabemos que a tecnologia não é "neutra", e incorpora o sistema sugador de vidas que está nos cercando. A civilização, que é baseada na divisão de trabalho e na domesticação, também deve ser abolida. Sua lógica absurda tem nos levado para a atual condição de vazio, destruição e neurose generalizada.

5. Nosso objetivo é uma comunidade não-hierárquica e face a face. Todo obstáculo para tal deve ser removido. Um grande desmantelamento é necessário para que a natureza e cada individuo sejam honrados. A descentralização completa é o objetivo.

6. Tecnologia e capital voltados a uma monocultura massificada que escraviza toda vida. Produção em massa, fábrica, especialização, pensamento separatista são parte do problema, e não da solução.

7. Livre associação, autonomia, transparência, espontaneidade, comunhão com a natureza, diversão, criatividade são requisitos para uma existência saudável e livre. Produtividade, hierarquia, coerção, trabalho, consciência de tempo não.

8. Se nossa missão e nossa visão parecem loucura, quão mais louco é não fazer nada efetivo para impedir a marcha mortal da compra e venda global? No futuro uma criança pode perguntar: "Como você deixou tudo isso chegar a esse ponto? O que você fez para parar?"

9. A infelicidade generalizada clarifica as mentiras e condicionamentos que impregnam este sistema sem futuro. Um diálogo aberto entre todos é essencial.

10. Voto, programas de reciclagem, reformismo e protestos não têm conseguido realmente nada. Tem de haver um rompimento qualitativo com a mega-máquina.


De que lado você está?


John Zerzan - Anarchist Action Collective



DOWNLOAD: SONIC YOUTH - DIRTY (DELUXE EDITION) - 1993 - DUPLO
disco 1: http://www.mediafire.com/?iuna4cdg7uy
disco 2: http://www.mediafire.com/?98d5c4l9zte

DESOBEDIÊNCIA CIVIL II



A Desobediência civil é uma forma particular de desobediência, pois é executada com o fim imediato de mostrar publicamente a injustiça da lei e com o fim mediato de induzir o legislador a mudá-la. Chama-se civil precisamente porque quem a pratica acha que não comete um ato de transgressão do próprio dever de cidadão, julgando, bem ao contrário, que está se comportando como bom cidadão naquela circunstância particular que pende mais para a desobediência do que para a obediência.

Entre cidadão e legislador haveria uma relação de reciprocidade: se é verdade que o legislador tem direito à obediência, também é verdade que o cidadão tem o direito de ser governado com sabedoria.

A expressão "Desobediência civil" entrou no uso corrente pelo ensaio clássico "Civil disobedience" (1849) de Henry David Thoreau, no qual o escritor americano declara recusar o pagamento das taxas ao governo que as emprega para fazer uma guerra injusta (a guerra contra o México), afirmando: "a única obrigação que eu tenho o direito de assumir é a de eu fazer em cada circunstância o que eu acho justo" . Depois, perante a conseqüência do próprio ato que poderia levá-lo à prisão, responde: "Num governo que prende injustamente qualquer pessoa, o verdadeiro lugar para um homem justo é a prisão".

Em sentido próprio, a Desobediência civil é apenas uma das situações em que a violação da lei é considerada como eticamente justificada por quem a cumpre ou dela faz propaganda. Trata-se de situações que habitualmente são compreendidas pela tradição dominante da filosofia política sob a categoria do direito à resistência.

Norberto Bobbio
excertos do ensaio Desobediência Civil



DJ KRUSH - CODE 4109 - 2000
http://www.mediafire.com/?a6p3mqido5a2a4l





A humanidade encontra-se numa crise econômica e social de dimensão sem precedentes, o que tem levado grandes setores da população mundial ao rápido empobrecimento. Economias nacionais entram em colapso, a fome irrompe na África subsaariana, no sul da Ásia e em regiões da América Latina. Esta "globalização da pobreza" começou nos países subdesenvolvidos, junto com a crise do endividamento no início dos anos 80 e a imposição das fatais reformas econômicas do FMI.

A nova ordem mundial alimenta-se da pobreza humana e da destruição do ambiente natural. Gera o apartheid social, encoraja o racismo e o conflito étnico, corrói os direitos das mulheres e precipita freqüentemente os países num confronto destrutivo entre as nacionalidades.

Esta crise mundial é mais devastadora do que a grande depressão dos anos 30. Tem conseqüências geopolíticas muito mais alargadas; a deslocalização econômica também tem sido acompanhada da explosão de guerras regionais, da fratura de sociedades nacionais e nalguns casos da destruição de países inteiros. Esta é de longe a crise econômica mais grave da história moderna.

Michel Chossudovsky



DOWNLOAD: RONNIE FOSTER - TWO HEADED FREAP - 1972
http://www.mediafire.com/?frp4dwgzzxv









DOWNLOAD: NYMPHOMANIA
- A COLLECTION OF SEXY EUROPEAN GOGO MUSIC FROM THE 60'S -
VOL 1: http://www.mediafire.com/?2dymxljyjzx
VOL 2: http://www.mediafire.com/?tty2hraixi0
VOL 3: http://www.mediafire.com/?oxfdlm3mw4t

GANA & HIPLIFE


Hiplife é o nome dado ao RAP que vem das ruas de Gana. O termo deriva de suas duas principais raízes: o Hip Hop, nascido nos EUA dos anos 70, e o Highlife, gênero musical original de Gana, surgido nos anos 20 e caracterizado pela fusão de ritmos nativos africanos com a música das Brass Bands européias, hinos Gospel, Jazz e uma certa atmosfera Caribenha. São considerados representantes do Highlife nomes como Osibisa, E.T. Mensah , Koola Lobitos (banda liderada por Fela Kuti) e Koo Nimo. O Highlife é a principal e mais popular música feita em Gana nos últimos 100 anos.

O Hiplife se desenvolveu a partir do meio dos anos 90 e traz também influências de Junkanoo Riddim, Dancehall, Ragga, Soul, música Indiana e outros ritmos africanos, como Jama e Kpanlogo. É cantado em diversas línguas, passando por Inglês, Twi, Ga, Patois, Hausa e Pidgin. O MC Regie Rockstone é considerado o pioneiro do Hiplife e divide com Obrafour o status de mais importantes representantes do gênero. Também se destacam: VIP, Buk Bak, Azigiza, Tic Tac, Ded Buddy, Ambassadoz, Kwaku T, Naksei, Tinny, Lord Kenya, Obour, Akyeame, Deeba, Akatakyie, Omanhene Pozoh, Black Monkz, Th4Kwages, Obomofo, Kontihene, Okomfo Kwaadee, K. K. Fosu, Batman Samini, Madfish, Castro da Destroyer, Kwaw Kese, Antwi ne Antwi, 4x4 e Mr. Borax.

They are modern ghanaians.


+ info:

Hiplife Videos
The Hiplife History
Hiplife @ Internet Archive




BLACK STARS - GHANA'S HIPLIFE GENERATION - 2008
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A DOUTRINA DO CHOQUE



A doutrina do choque, como todas as doutrinas, é uma filosofia de poder. É uma filosofia sobre como conseguir seus próprios objetivos políticos e econômicos. É uma filosofia que sustenta que a melhor maneira, a melhor oportunidade para impor as idéias radicais do livre-mercado é no período subseqüente ao de um grande choque. Esse choque poder ser uma catástrofe econômica. Pode ser um desastre natural. Pode ser um ataque terrorista. Pode ser uma guerra. Mas, a idéia é que essas crises, esses desastres, esses choques abrandam a sociedades inteiras. Deslocam-nas. Desorientam as pessoas. E abre-se uma ‘janela’ e a partir dessa janela se pode introduzir o que os economistas chamam de ‘terapia do choque econômico’. É uma espécie de extrema cirurgia de países inteiros. E tudo de uma vez. Não se trata de uma reforma aqui, outra por ali, mas sim uma mudança de caráter radical como o que vimos acontecer na Rússia nos anos noventa, o que Paul Bremer procurou impor no Iraque depois da invasão. De modo que é isso a doutrina do choque. E não significa que apenas os direitistas em determinada época tenham sido os únicos que exploraram essa oportunidade com as crises, porque essa idéia de explorar uma crise não é exclusividade de uma ideologia em particular. Os fascistas também se aproveitaram disso, os comunistas também o fizeram.

Naomi Klein



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Não basta enterrar o capitalismo, é preciso sepultá-lo virado com a barriga pra baixo.
Para que, caso queira sair, se enterre mais ainda.

Don Durito de la Lacandona



DOWNLOAD: DONALD BYRD - BLACK BYRD - 1972 - 320 Kbps
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"Respeito à lei", este é o cimento que mantém a estrutura do Estado.
"A lei é sagrada e aquele que a desafia é um criminoso".
Sem crime não haveria Estado: o mundo da moral - ou seja, o Estado - está cheio de vagabundos, mentirosos, ladrões.


Max Stirner


DOWNLOAD: BRICK - GOOD HIGH - 1976 -
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A POLÍTICA GENOCIDA DO ESTADO










Entrevista concedida pela professora de História da PUC-SP, Vera Lúcia Vieira, à Agência Notícias do Planalto. Ela é uma das responsáveis pelo estudo intitulado “Observatório das Violências Policiais – SP”.





Como se dá a atuação policial como ferramenta repressora do Estado? Em que situações ela entra em cena, segundo o seu estudo?

Vera Lúcia Vieira: A violência da polícia atuando nas pessoas é de tal ordem que mostra, na verdade, que o Estado é violento. Há uma violência institucionalizada. As demandas sociais são criminalizadas e a ação da polícia atua como se estas pessoas que expressam suas necessidades fossem todas criminosas. O índice de mortes por suspeição é uma coisa absurda. Uma suspeição baseada em olhou para a pessoa, achou que ela era suspeita e matou. Achou que a atitude dela era suspeita e matou. E matam vários. Não matam um ou dois. E quando você consolida os dados, levanta informações, você percebe que tipo de pessoas são as mais suspeitas. São as pessoas pobres e negras e que moram nos bairros mais afastados, que se chamam equivocadamente de periferia. Além do que você tem uma categoria que é a impunidade. As pessoas que cometem estes assassinatos estão fazendo isso com o respaldo da legalidade. Então você tem um preconceito que é consolidado nesta ação institucionalizada porque esta polícia não está agindo assim a troco de nada. Ela tem uma orientação, uma diretriz. Isso é uma política que está sendo implantada.


Qual seria a orientação do Estado para a atuação destes policiais?

VLV: Eu entendo que isto é uma concepção de política. Se você considera que a contravenção social, ou a suspeição, porque aí não se trata nem contravenção social, é uma questão de suspeição. Você orienta a polícia a dizer que ela tem o direito de prender, ou bater, ou matar alguém que tenha alguma atitude suspeita. Esteja ela no horário de trabalho ou fora dele. Isso é uma determinada concepção de política que expressa uma filosofia sobre a coisa pública. Significa que você acha que a violência é um problema da população, que está posta na pessoa. É uma concepção de vida, uma filosofia que está conduzindo esta política que é totalmente preconceituosa, que não reconhece nem considera os fatores de exclusão social, de desemprego e de não acesso aos benefícios sociais e ao que se produz socialmente. Você culpabiliza o pobre pela sua pobreza e se exime de uma análise mais profunda e de tomar decisões que possam vir a resolver de fato os problemas de exclusão social - ou minimizar tais problemas. Não se atua neste sentido, não há nenhuma política que atue neste sentido, pelo contrário, você culpabiliza o pobre e torna-o suspeito de uma agressão, muitas vezes infundada, apenas pela sua condição de pobreza. Eu acho que é uma política de genocídio.


No decorrer dos estudos, em princípio, ficou questionada a questão da democracia. Qual a conclusão sobre o tema?

VLV: Depois de muitos estudos, muitas reflexões e lendo bastante, nós não temos na realidade uma democracia, nós temos uma autocracia. Porque se nós considerarmos que a democracia é um governo do povo, com o povo, para o povo, pegando esta acepção mais clássica da palavra, e nós temos todo um Estado organizado que atende apenas aos interesses de alguns, um Estado ao qual a maior parte da população não tem acesso, cujos benefícios não existem. Quando o acesso às condições básicas que dizem respeito às coisas públicas, como educação, saúde, habitação, transporte, não são desenvolvidas para que toda a sociedade, que paga os impostos de forma direta e indireta, possa usufruir, nós não temos então uma democracia. A democracia acabou se resumindo a uma questão de apenas votar e delegar ao outro, que vai tomar decisões no seu lugar. Em geral, a sua demanda nem é ouvida. O que você tem é a polícia vindo em cima de você. Então, que Estado democrático é este, que sociedade é esta que nós temos em que as coisas se colocam desta forma?




DOWNLOAD: KISSEY ASPLUND - PLETHORA - 2008
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O utopista


Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.

Murilo Mendes



DOWNLOAD: MIKEY DREAD - WORLD WAR III - 1980 - 128 Kbps
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À medida que o mundo moderno se faz mais complexo, todos os homens se tornam relativamente mais estúpidos em relação ao mundo, pois as suas sensibilidades não aumentam, não se alargam nem se fazem mais profundas de acordo com os acontecimentos; e, do mesmo modo, à medida que esses negócios do mundo se processam mais rapidamente, as correspondências sensoriais dos homens se atrasam. O mesmo acontece com as suas correspondências associativas (que são de ordem de sensibilidade superior).

Walter Pitkin








DOWNLOAD: BECK - MELLOW GOLD - 1994







Era excelente antigamente: Cê botava tomando choque a madrugada toda, precisava punir não, choque e porrada. Aaahhhh! De manhã, ele estava enquadrado, entendeu? Com o orgulho até desencarnado. Infelizmente, é democracia, eu não posso fazer isso, tenho que seguir o rito legal. Vontade não me falta! Não me falta. Tortura! Pediu dez pratas pro polícia. Bota ele a noite inteira! Magnésio! Os mais novos não sabem nem o que é magnésio [eletrochoque]. Magnésio: segura uma ponta e uãaaaaa, treme que nem perereca! Como tá na democracia, eu só posso punir. Minha vontade, se tá na ditadura militar, é botar tomando choque elétrico a noite inteira. Meu sonho é voltar essa ditadura, ahhhhh!


Antonio Uostom Germano, Tenente-coronel comandante do Batalhão de Policiamento das Vias Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro



DOWNLOAD: RARE FUNK LIBERATION - A SERIOUSLY RARE SET - 192 Kbps





TORRENT: NITIN SAWHNEY - PHILTRE - 2005


CARTA DO CACIQUE SEATTLE








O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar nossa terra. O Grande Chefe assegurou-nos também de sua amizade e sua benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Porém, vamos pensar em tua oferta, pois sabemos que se não o fizermos o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O Grande Chefe em Washington pode confiar no que o chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que os nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas. Elas não empalidecem.

Como podes comprar ou vender o céu - o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água. Como podes comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre o nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada uma folha reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual a outro. Porque ele é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de exauri-la, ele vai embora. Deixa para trás o túmulo do seu pai, sem remorsos de consciência. Rouba a terra dos seus filhos. Nada respeita. Esquece as sepulturas dos antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrecerá a terra e vai deixar atrás de si os desertos. A vista de tuas cidades é um tormento para os olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.

Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem um lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é para mim uma afronta contra os ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite?

Um indígena prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar - animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.

Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição. O homem branco deve tratar os animais como se fossem irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser certo de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco, que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso do que um bisão que nós, indígenas, matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode afetar os homens. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto fere a terra fere também os filhos da terra.

Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, e envenenam o corpo com alimentos doces e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias - eles não são muitos. Mas algumas horas, até mesmo uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que tem vagueado em pequenos bandos nos bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos. Um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

De uma coisa sabemos que o homem branco talvez venha um dia a descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julgas, talvez, que O podes possuir da mesma maneira como desejas possuir a nossa terra. Mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira. E quer o bem igualmente ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. E causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo seu Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças.

Continua poluindo a tua própria cama e hás de morrer uma noite, sufocado nos teus próprios dejetos! Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos silvestres, quando as matas misteriosas federem à gente - onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinhas da torre, à caça do fim da vida e o começo da luta para sobreviver...

Talvez compreenderíamos se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferece às suas mentes para que possam formar os desejos para o dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos, temos de escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos, é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias conforme desejamos.

Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueças como era a terra quando dela tomaste posse. E com toda a tua força, o teu poder, e todo o teu coração conserva-a para teus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.

Chefe Seattle da tribo Duwamish, 1855



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Por mais que calem
por mais voltas que o mundo dê
por mais que neguem os acontecimentos
por mais repressão que o Estado implante;
por mais que se mascarem com a democracia burguesa;
por mais greves de fome que sufoquem;
por mais que superlotem os cárceres;
por mais pactos que assinem com os manipuladores;
por mais guerras e repressão que imponham;
por mais que tentem negar a história e a memória de nossa classe.

Mais alto diremos:
assassinos de povos
miséria de fome e liberdade
negociantes de vidas alheias.
Mais alto que nunca, gritando ou em silêncio,
recordaremos vossos assassinatos
de gentes, vidas, povos e natureza.

De boca em boca, passo a passo, pouco a pouco.

Salvador Puig Antich 1974


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