
http://rapidshare.com/files/360427849/-_Paulo_Diniz__1974_.zip


http://www.mediafire.com/?abatl55z9ccsffs
AQUI TEM UM BANDO DE LOUCOS

COUNTDOWN AT KUSINI OST - 1975 - 192 Kbps
CONTRA O TRABALHO

Em vez de reagir contra esta aberração mental, os padres, os economistas, os moralistas sacrossantificaram o trabalho. Homens cegos e limitados, quiseram ser mais sábios do que o seu Deus; homens fracos e desprezíveis, quiseram reabilitar aquilo que o seu Deus amaldiçoara. Eu, que confesso não ser cristão, economista e moralista, recuso admitir os seus juízos como os do seu Deus; recuso admitir os sermões da sua moral religiosa, econômica, livre-pensadora, face às terríveis conseqüências do trabalho na sociedade capitalista.
O trabalho é a causa de toda a degenerescência intelectual, de toda a deformação orgânica. Os filósofos da antigüidade ensinavam o desprezo pelo trabalho, essa degradação do homem livre; os poetas cantavam a preguiça, esse presente dos Deuses.
Os trabalhadores, a grande classe que engloba todos os produtores das nações civilizadas, a classe que, ao emancipar-se, emancipará a humanidade do trabalho servil e fará do animal humano um ser livre, ao trair seus instintos e esquecer-se da sua missão histórica, deixou-se perverter pelo dogma do trabalho. Rude e terrível foi a sua punição. Todas as misérias individuais e sociais valeram a sua paixão pelo trabalho.

Ser governado significa ser observado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, cercado, doutrinado, admoestado, controlado, avaliado, censurado, comandado; e por criaturas que para isso não tem o direito, nem a sabedoria, nem a virtude... Ser governado significa que todo movimento, operação ou transação que realizamos é anotada, registrada, catalogada em censos, taxada, selada, avaliada monetariamente, patenteada, licenciada, autorizada, recomendada ou desaconselhada, frustrada, reformada, endireitada, corrigida. Submeter-se ao governo significa consentir em ser tributado, treinado, redimido, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; tudo isso em nome da utilidade pública e do bem comum. Então, ao primeiro sinal de resistência, à primeira palavra de protesto, somos reprimidos, multados, desprezados, humilhados, perseguidos, empurrados, espancados, garroteados, aprisionados, fuzilados, metralhados, julgados, sentenciados, deportados, sacrificados, vendidos, traídos e, para completar, ridicularizados, escarnecidos, ultrajados e desonrados. Isso é o governo, essa é a sua justiça e sua moralidade! ... Oh personalidade humana! Como pudeste te curvar a tamanha sujeição durante sessenta séculos?


- TERMINATION DUB - 73~79 -
http://w14.easy-share.com/1702029094.html
POVO BRASILEIRO

o "povo brasileiro" é lixo europeu, lixo do escravismo, lixo industrial, lixo mercantil; lixo de todos os "modos de produção", de todas as relações perversas; lixo de todos os governos, de todas as ditaduras, de todos os "sistemas políticos", de todas as políticas e economias; lixo da covardia, do capachismo, da acomodação, das negociações de sobrevivência; lixos do silêncio e do silenciamento; lixo das mídias, lixo dos racismos, lixo de todas as doenças e relações monstruosas com as mais variadas formas de torturadores, senhores e patrões. é um povo que "cria cultura" como resultados de todos esses lixos: por isso serve perfeitamente para turistas, autoridades, mídias e pesquisadores. é uma "cultura" alegre, festeira, carnavalesca, religiosa, musical e risonha que teatraliza seus capachismos e negociações, suas curvaturas de espinha e suas admirações teratológicas como se fossem belas e não índices de uma loucura nazista escondida e perigosa.

FROM ALL SIDES - 1964 - 192 Kbps
http://www.mediafire.com/?24dmkmd1tym
GET OUT

Sem dúvida, a condição econômica das repúblicas latino-americanas é semicolonial, e, à medida que se intensifica o capitalismo e, conseqüentemente, a penetração imperialista, este caráter de sua economia se acentua ainda mais. Mas as burguesias nacionais, que vêem na cooperação com o imperialismo a melhor fonte de lucro, sentem-se suficientemente donas do poder político para não se preocupar com a soberania nacional. Estas burguesias na América do Sul, que ainda não conhecem a ocupação militar ianque, não estão predispostas a admitir a necessidade de lutar pela segunda independência. O Estado, ou melhor, a classe dominante, não sente falta de um grau mais amplo e certo de autonomia nacional. A revolução da Independência está demasiado próxima, relativamente, seus mitos e símbolos demasiado vivos, na consciência da burguesia e da pequena burguesia. A ilusão da soberania nacional conserva-se em seus principais efeitos. Pretender que nesta camada social surja um sentimento de nacionalismo revolucionário seria um erro grave.

- PSYCHA-SOULA-FUNKADELIC - 1971~1972
http://www.mediafire.com/?147zwbq8rj5nvvj
ABRINDO FOGO CONTRA O POVO

Sou africano na luta contra o anjo-colonizador imoral e amoral,
não tolero opressão, tortura, prisão, pois não há defesa para o indefensável.
Caveirão elitista da maldade, abrindo fogo contra o povo;
intolerante tanque do preconceito, indiferença, cinismo e egoísmo.
Tombam corpos de meninos mortos, outrora felizes, pelos guetos nos quais negros foram confinados.
Quem é humano e quem é sub-humano? Quem enriquece e quem empobrece?
(...)
Trecho de “Preto e Branco a Cores”, samba-enredo da escola de samba Porto da Pedra em 2007

WHAT'S UP FRONT THAT COUNTS - 1971
MANTENDO O ÓDIO EM FORMA

Entre 1963 e 1993 atuou na Alemanha um grupo de guerrilheiros conhecido como Facção Exército Vermelho ou RAF (Rote Armee Fraktion). A luta da RAF era essencialmente política, combatendo a truculência e a estupidez do Estado. Explodiram a cabeça de militares, roubaram inúmeros bancos (certa vez roubaram 3 ao mesmo tempo), seqüestraram aviões e embaixadas, resgataram prisioneiros e ridicularizaram a imbecilidade do poder público enquanto puderam. Eram membros da RAF, entre outros, Andreas Baader, Ulrike Meinhof, Gudrun Ensslin e Holger Meins, que vemos na foto ao lado pesando 40kg no dia de sua morte, 9 de novembro de 1974. Meins morreu num presídio durante greve de fome em protesto contra as condições de encarceramento a que submetiam alguns membros da RAF e contra a forma como eles eram julgados.
"Guardei essa foto em minha carteira para manter meu ódio em forma", diz Joachim Klein.
Pouco antes de sua morte, Meins escreve uma carta a Manfred Grashof, preso noutro lugar, dizendo: "Rato ou homem, sobrevivência a qualquer custo ou uma luta de morte, problema ou solução. Não há nada no meio. É triste ter de lhe escrever uma coisa destas. É claro que eu mesmo não sei como é morrer ou ser morto. De qualquer forma, eu estava do lado certo... todo mundo morre mesmo. A única questão é como, e como se viveu, e essa questão é muito clara: lutando contra os meganhas como um homem, pela libertação da humanidade; um revolucionário lutando contra todo o amor que sente pela vida, desprezando a morte."


http://rapidshare.com/files/273184033/2000-RATMR_320k_.rar

Está claro que não interessa aos políticos que pensemos por nós mesmos. Se o fizermos, nos daremos conta que suas palavras sonoras e grandiloqüentes, falando supostamente de coisas que não compreendemos, outorga-lhes uma autoridade que não passa de um mito. Os políticos selecionam de forma cuidadosa as palavras com as quais fundamentam seus discursos. São palavras bem escolhidas com o intuito de vender a autoimagem de pessoas valorosas que defendem seus princípios com convicção.
Está claro que a violência não é algo bom para o ser humano, por isso os políticos escolhem a palavra "paz", como palavra e valor a defender. Assim, mesmo quando provocam uma guerra, justificam-na com sua antítese, dizendo que fazem guerra pela paz, para defender o valor em que supostamente crêem. Eles não escolhem, por exemplo, a palavra "repressão", pois soa mal e vai contra a condição que mais humaniza as pessoas, que é a liberdade; por isso mesmo "liberdade" é outra palavra a martelar. Ainda assim, seu sistema necessita de instrumentos repressivos (polícia, cárceres) que devem ser justificados de alguma maneira; de onde surge a falácia de que são criados para proteger a nossa liberdade; e essa falácia cria em nós um sentimento de insegurança. "Intolerância" é outra palavra que soa mal, por isso falam continuamente em "tolerância" e "respeito".
A política, a democracia, tem a palavra como arma de convencimento. A política é espetáculo, e dentro deste espetáculo a linguagem assume um papel muito importante. As palavras são prostituídas e corrompidas. Falam de convivência porém não convivem com ninguém de fora de seu pequeno círculo de privilegiados, vivendo nas alturas dessa montanha chamada Estado que não nos deixa ver o sol. Falam de tolerância, porém suas forças repressivas dizimam os pobres; os filhos do ódio uniformizados assassinam e aterrorizam impunemente pelas ruas. Falam de paz enquanto põe em marcha as guerras, a maior tragédia humana que bem definiu Paul Valery como "um massacre entre pessoas que não se conhecem para proveito de outras que se conhecem porém não se massacram entre si".
Os políticos em uníssono dizem ser ferozmente contra a violência. Todos se põe de acordo, através de muito espetáculo e enganação mostrados na representação teatral parlamentar, combatendo qualquer um que cometa um ato violento. Assim, aproveitam para incutir-nos sutilmente outros conceitos, como o estado democrático de direito, em que não se admite a violência. Escondem que o seu estado democrático de direito está fundamentado precisamente sobre a violência. Condenam a violência de forma parcial, ocultando fatores que possam explicar a sua origem e procurando que ninguém se aprofunde na questão, repetindo o mesmo discurso impregnado de "paz social" para que aceitemos a superficialidade de suas palavras.
Seu jogo vebal é o jogo de não dizer nada, de falar grandiloqüências que impressionem a quem escute. A palavra guerra tem um significado bem diferente da palavra terrorismo. A guerra é patrimônio exclusivo do Estado; os estados não cometem terrorismo. O terrorismo tem uma conotação muito mais negativa que a guerra. A palavra terrorismo é muito mais sanguinária, dando-nos a impressão de que guerras são realizadas por pessoas de bem, enquanto o terrorismo é praticado por sociopatas bárbaros que se reconfortam na dor alheia. No entanto, é incomparável o número de vítimas das guerras fabricadas pelos estados (e seus efeitos devastadores) em relação ao número de vítimas daquilo que eles chamam de terrorismo. Diante dessas diferentes conotações com as quais nos precondicionam mentalmente, os governantes decidem quem faz guerra e quem comete terrorismo. Na linguagem da cínica democracia, o soldado que dispara contra um garoto indefeso está realizando a nobre arte da guerra, porém quem contemplou atônito o assassinato e se defende com uma pedra será catalogado como terrorista, e, por isso, não terá qualquer credibilidade.
Esta é a enganosa linguagem da democracia. A linguagem compartilhada por todos os democratas, de esquerda, centro ou direita. O povo não deve se deixar enganar por estas palavras eloqüentes, porém não deve também rejeitá-las, e sim amá-las ainda mais. Todos devemos amar a tolerância, o respeito, a liberdade… e por isso não devemos deixar que elas sejam utilizadas por qualquer imbecil de qualquer maneira. Devemos pensar se realmente os que enchem a boca diariamente com tais palavras são dignos de fazerem-no, questionando-nos se, de fato, não estão fazendo o contrário do que proclamam em seus discursos. E devemos, sobretudo, pensar o que podemos fazer para que a linguagem não continue sendo mercadoria barata na boca de marionetes do capital que sustentam um sistema que comete as maiores violações imagináveis ao que essas palavras representam.

http://www.mediafire.com/?6h3pdjd98abq42p
(APO)CAPITALISMO E HIPOCALIPSE


http://rapidshare.com/files/148112724/phil_ranelin_-_vibes_from_the_tribe__1976_.rar

COCKTAIL PARTY
Não tenho vergonha de dizer que estou triste,
Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas:
Estou triste por que vocês são burros e feios
E não morrem nunca…
Minha alma assenta-se no cordão da calçada
E chora,
Olhando as poças barrentas que a chuva deixou.
Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.
Na minha cara há um vasto sorriso pintado a vermelhão.
E trocamos brindes,
Acreditamos em tudo o que vem nos jornais.
Somos democratas e escravocratas.
Nossas almas? Sei lá!
Mas como são belos os filmes coloridos!
(Ainda mais os de assuntos bíblicos…)
Desce o crepúsculo
E, quando a primeira estrelinha ia refletir-se em todas as poças
d’água,
Acenderam-se de súbito os postes de iluminação!
Mário Quintana

http://www.wuala.com/djdemonangel/Musique/V.A%20Afrika%20Underground%20-%20Jazz%20funk%20&%20fusion%20under%20apartheid%20%282002%20http%20bbpiratesradio.over-blog.com%29.rar
CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA

O tráfico serve para justificar, legitimar e reproduzir a criminalidade da pobreza sendo, por isso, “permitido” que se refugie nos morros, favelas e periferias. Ser pobre num sistema capitalista e neoliberal é ser ilegal. Daí o tráfico, atividade ilegal, ter o seu refúgio na pobreza. Deixá-los armados e provocar confrontos constantes com essa minoria armada, concretiza a imagem de alta periculosidade e selvageria a todos aqueles que ali residem, naturalizando o consenso de que não há outra forma de combater o crime senão pelo enfrentamento e a execução desses bandidos.


http://rapidshare.com/files/97308101/antonio_adolfo_-_feito_em_casa__1977_.zip
PIERRE HENRY & MICHEL COLOMBIER - PSYCHÉ ROCK

- MESSE POUR LE TEMPS PRESENT - 1967 - 192 Kbps
http://rapidshare.com/files/25047549/pierre_henry_-_messe_pour_le_temps_present.rar
Juntaram-se alegremente, pois sua sede era um fogo abrasador. Quando o primeiro garrafão já estava quase no fim, Pilon ergueu seu copo contra a luz da vela e olhou nele.
- As coisas que acontecem não tem importância - disse. - Mas de tudo que acontece aprende-se uma lição. Com isso aprendemos que um presente, principalmente a uma senhora, não deve ter nenhuma característica que requeira outro presente. Aprendemos também que é pecado dar presentes de muito valor, pois eles podem provocar a ganância.
CARTA AOS DIRETORES DE ASILOS DE LOUCOS

Senhores:
As leis, os costumes, concedem-lhes o direito de medir o espírito. Esta jurisdição soberana e terrível, vocês a exercem segundo seus próprios padrões de entendimento.
Não nos façam rir. A credulidade dos povos civilizados, dos especialistas, dos governantes, reveste a psiquiatria de inexplicáveis luzes sobrenaturais. A profissão que vocês exercem está julgada de antemão. Não pensamos em discutir aqui o valor dessa ciência, nem a duvidosa existência das doenças mentais. Porém para cada cem pretendidas patogenias, onde se desencadeia a confusão da matéria e do espírito, para cada cem classificações, onde as mais vagas são também as únicas utilizáveis, quantas tentativas nobres se contam para conseguir melhor compreensão do mundo irreal onde vivem aqueles que vocês encarceraram?
Quantos de vocês, por exemplo, consideram que o sonho do demente precoce ou as imagens que o perseguem são algo mais que uma salada de palavras? Não nos surpreende ver até que ponto vocês estão empenhados em uma tarefa para a qual existem poucos predestinados. Porém não nos rebelamos contra o direito concedido a certos homens - capazes ou não - de dar por terminadas suas investigações no campo do espírito com um veredicto de encarceramento perpétuo.
E que encerramento! Sabe-se - nunca se saberá o suficiente - que os asilos, longe de serem "asilos", são cárceres horríveis onde os reclusos fornecem mão-de-obra gratuita e cômoda, e onde a brutalidade é norma. E vocês toleram tudo isso. O hospício de alienados, sob o amparo da ciência e da justiça, é comparável aos quartéis, aos cárceres, às penitenciarias. Não nos referimos aqui às internações arbitrárias, para lhes evitar o incômodo de um fácil desmentido. Afirmamos que grande parte de seus internados - completamente loucos segundo a definição oficial - estão também reclusos arbitrariamente. E não podemos admitir que se impeça o livre desenvolvimento de um delírio, tão legítimo e lógico como qualquer outra série de idéias e atos humanos. A repressão das reações anti-sociais, em princípio, é tão quimérica como inaceitável. Todos os atos individuais são anti-sociais. Os loucos são as vítimas individuais por excelência da ditadura social. E em nome dessa individualidade, que é patrimônio do homem, reclamamos a liberdade desses forçados das galés da sensibilidade, já que não se está dentro das faculdades da lei condenar à prisão a todos que pensam e trabalham. Sem insistir no caráter verdadeiramente genial das manifestações de certos loucos, na medida de nossa capacidade para avaliá-las, afirmamos a legitimidade absoluta de sua concepção da realidade e de todos os atos que dela derivam.
Esperamos que amanhã de manhã, na hora da visita médica, recordem isto, quando tratarem de conversar sem dicionário com esses homens sobre os quais - reconheçam - só têm a superioridade da força.
Antonin Artaud

http://rapidshare.com/files/92174712/Soul_Sensation_Orchestra_-_Tonight_s_The_Night__1975_.rar
QUANDO A NÃO-VIOLÊNCIA É SUICÍDIO

É outono de 2025 d.c. O sistema tecnoindustrial desintegrou-se um ano atrás, mas você e seus amigos estão indo bem. Seu jardim floresceu no último verão e em sua cabana você tem um bom suprimento de vegetais secos, feijões secos e outros alimentos que irão te sustentar durante o inverno que está chegando. Nesse momento você está colhendo suas batatas. Você e seus amigos pegam com suas pás uma batata após a outra pelas raízes, e retiram os tubérculos do solo.
De repente seu amigo te cutuca e você dá uma olhada. Oh-oh. Uma gangue de homens com cara de malvados está vindo em sua direção. Eles têm armas de fogo. Eles vão dar problema, mas você fica firme em seu lugar. O líder da gangue chega até você e diz:
"Você tem umas batatas boas aí"
"É", você responde. "Elas são umas batatas boas"
"Nós vamos levá-las" diz o líder da gangue.
"Até parece!" você responde. "Nós trabalhamos duro durante um longo verão cultivando essas batatas…"
O líder da gangue aponta seu rifle na sua cara e diz, "Foda-se, otário". E ele diz aos seus homens, "Dick, Ziggy, dê uma olhada na cabana e veja que tipo de comida eles têm. Talvez possamos até nos mudarmos para cá e passar o inverno aqui. Mick, pegue aquela vadia ali antes que ela fuja. Ela tem uma bunda boa. Nós todos vamos transar com ela hoje à noite".
Você fica furioso e começa a gritar, "Seu canalha! Você não pode…"
E o rifle faz BANG. Você está morto.
* * *
A não-violência funciona apenas quando você tem a polícia para te proteger. Na ausência de proteção policial, a não-violência é praticamente o mesmo que suicídio.
É claro que isso não é sempre verdade em todas as épocas e lugares. Entre os Pigmeus Africanos, como descrito por Colin Turnbull, a violência mortal contra humanos era praticamente desconhecida. Em outras sociedades nômades caçadoras e coletoras as pessoas algumas vezes matam umas as outras em lutas, mas eles nunca conquistam o território do outro ou tribos sistematicamente. Sob estas condições, a não-violência não é inconsistente com a sobrevivência.
Mas, realisticamente falando, estas não são as condições que irão prevalecer se e quando o sistema tecnoindustrial entrar em colapso. Existem muitas pessoas más por aí: Nazistas, Hell's Angels, membros da Ku Klux Klan, a máfia… muitos outros não pertencem a grupos reconhecidos. Eles não vão desaparecer no ar quando o sistema se desintegrar. Eles ainda estarão por aí. Eles provavelmente não vão ser bem-sucedidos ao tentarem cultivar seus próprios alimentos mesmo que tentem e eles não vão tentar porque pessoas desse tipo vão achar muito mais apropriado pegar a comida dos outros ao invés de cultivar a sua própria. E já que eles são maus, eles podem te matar ou te estuprar apenas pelo prazer disso, mesmo quando eles não precisarem da sua comida.
Também, muitas pessoas comuns, que sob as condições atuais são pacíficas e dóceis, podem tornar-se más quando ficam desesperadas por comida ou por boas terras agrícolas para plantar. A escassez de alimento pode não ser crítica nas chamadas áreas "atrasadas" do mundo onde os camponeses ainda são relativamente auto-suficientes, mas nos países industrializados, onde a agricultura é completamente dependente em pesticidas, fertilizantes químicos e combustível para tratores (entre outras coisas), e nos quais poucas pessoas possuem a habilidade de cultivar seu próprio alimento com eficiência, a escassez de alimento com certeza será grave quando o sistema entrar em colapso.
Vamos até mesmo assumir, apenas para argumento, que os países industrializados possuam terra arável o suficiente para que todas as pessoas, em teoria, sejam capazes de cultivar seu próprio alimento por métodos primitivos. Na ausência de um governo em funcionamento, não haverá meios de distribuir os habitantes das cidades pelas áreas rurais e designar sistematicamente cada pedaço de terra para uma família. Em conseqüência disso, haverá caos e confusão. Algumas pessoas irão tentar apropriar-se do maior número ou das melhores terras para elas mesmas, outras irão opor-se a elas e lutas mortais irão acontecer. Grupos armados irão se organizar para sua própria proteção ou para propósitos agressivos. Se você quer sobreviver ao colapso desse sistema, é melhor que você esteja armado e preparado para usar sua arma com eficácia. Isso significa estar preparado psicologicamente como também fisicamente.
Estar armado e preparado para lutar em autodefesa será não somente a condição necessária para sua própria sobrevivência, mas será também o seu dever. Os Nazistas, Hell's Angels e os membros da Klu Klux Klan não serão os inimigos mais perigosos da liberdade. Pelo fato destas pessoas serem ingovernáveis, turbulentas e foras-da-lei, é improvável que eles criem organizações grandes e eficientes. Muito mais perigosas serão aquelas pessoas que vêm da espinha dorsal do sistema atual, as pessoas que estão adaptadas à vida em organizações disciplinadas: os tipos burgueses - os engenheiros, executivos, burocratas, oficiais militares, algumas polícias e assim por diante. Estas pessoas estarão ansiosas para restabelecer a ordem, a organização e o sistema tecnológico o mais rápido possível. Os seus métodos serão menos rudimentares do que os dos Nazistas e os das gangues de motocicletas mas eles não hesitarão em usar força e violência quando for necessário para atingirem seus objetivos. Você DEVE estar preparado para se defender fisicamente contra estas pessoas.

CD1: http://rapidshare.com/files/38152238/Fun_House___Disc_1_.zip
CD2: http://rapidshare.com/files/38225894/Fun_House___Disc_2_.zip
THE MIGHTY MELLOW

http://www.mediafire.com/?fhpsn2fnjdn

http://www.mediafire.com/?2ymby0dsbpm